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ARTE SALVA

Projeto de Documentário

Samuel Kalebe Freitas Maia


1911024011

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SUMÁRIO

OBJETO………………………………………………………………………………….03

JUSTIFICATIVA…………………………………………………………………………03

OBJETIVOS……………………………………………………………………………..03

ARGUMENTO…………………………………………………………………………...04

SUGESTÃO DA ESTRUTURA………………………………………………………..07

DESAFIOS DE PRODUÇÃO………………………………………………………….08

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OBJETO

O objeto desse trabalho consiste em uma valorização da Arte que transpassa os


muros acadêmicos e telas cinematográficas, mostrando como a necessidade e
capacidade humana de se expressar através dela pode modificar vidas e
valorizar pessoas.

O documentário será realizado com Rafael Menezes, um artista plástico de


Brasília que morou em uma das Regiões Administrativas do DF, Planaltina,
durante a inauguração de um novo bairro chamado Buritis 3, o bairro foi criado
pelo então governador do DF, Joaquim Roriz, em 1987. Como qualquer setor
habitacional em fase inicial o crime se estabelece de forma atuante, perigosa e
disputada.

Tema principal: O uso da arte como metodologia para salvar vidas,


estabelecendo um valor intrínseco em quem as produz.

JUSTIFICATIVA

Esse documentário é de grande relevância, pois ao mostrar uma realidade


enfrentada por um artista em condições precárias para o
autodesenvolvimento, também pode ir de encontro a vários outros que podem
estar em situações similares, ou até mesmo despertar olhares autocríticos de
pessoas que podem fazer do próprio dom um meio de vida.

OBJETIVOS

O documentário será construído através de três etapas, são elas; pré-produção


onde serão definidas as locações de filmagem e planejamento geral com toda a
equipe; Produção, filmagem em campo; e Pós-produção, decupagem e criação
de roteiro de montagem e edição do material coletado. Serão necessários para
a produção da obra os seguintes equipamentos:

* Filmadora Sony a6500 4k ou similar


* Lente 16mm f1.4
* Lente 50mm f1.8
* Tripé de câmera
* Gravador de áudio Zoom h4n ou similar
* Microfone direcional Shotgun boom

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A equipe será formada por cinco profissionais:

* Diretor
* Assistente de direção
* Operador de câmera
* Operador de som
* Editor/Montador

O objetivo desse trabalho é entrevistar um morador desse bairro que passou por
toda transição do local até chegar na fase adulta sem se envolver com o crime e
tendo a sua capacidade artística como meio de se preservar das más influências
do local.
Com isso esse documentário é de grande valia, pois mostra a vida de uma
pessoa que se desviou das condutas criminosas que o cercavam, tendo a arte
como a principal ferramenta para sua própria sobrevivência e afastamento de
condutas criminosas.

ARTE SALVA - ARGUMENTO

“Arte Salva” é um documentário que aborda o uso da arte como


metodologia para salvar vidas, estabelecendo um valor intrínseco em quem as
produz. Contando a história de Rafael Menezes, e como a arte fez com que ele
se afastasse de uma vida criminosa, mesmo estando inserido em um cenário
periférico e rodeado de más influências.

A história de Rafael Menezes


Rafael Menezes foi um morador de um Bairro muito perigoso de planaltina DF,
em 1990 o então Buritis 3 era alvo de grandes disputas de ponto de tráfico e com
isso as guerras eram intensas. Os meios de vida por lá eram de péssima
qualidade, não havia energia e nem água encanada, o que havia era o então
chamado chafariz uma espécie de torneiras coletivas que se assemelhavam a
uma parada de ônibus, porem jorrando água, nesse local as brigas entre donas
de casa eram constantes pela disputa de poucas torneiras.
Nesse lugar Rafael passou a ficar muito tempo dentro de casa e por ver seu pai
construindo partes do barraco de madeira passou a observar várias maneiras de
criar seus próprios brinquedos, com latas de sardinha e pneu de chinelo
havaiana, logo passou a fazer bonecos com uma massa que ele desenvolvia
com cacos de tijolos com cola.

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Com treze anos de idade passou a perceber as mensagens que o Grafite de rua
trazia, e como os desenhos por si só retratavam a realidade de determinados
lugares, tão logo passou a expressar o que realmente sentia de forma direta em
seus desenhos, digo de forma direta pois de acordo com a psicologia toda arte
tem suas mensagens que podem ser diretas ou indiretas, as indiretas geralmente
são despercebidas por quem as aprecia, por ser assim conta com os
conhecimentos científicos de leitura da obra de arte, o grafite sendo uma
modalidade de arte inconformada que expressa verdade geralmente é fácil
percepção e é capaz de traçar um diagnóstico de determinados locais
periféricos.
Como os meios de produção artística demandam de objetos, como pincel, tintas,
telas, e outras coisas, o periférico pobre perde a chance de se evoluir como
artista por não ter condições em possuir materiais, por esse motivo Rafael
Menezes acabou entrando para um grupo de pichadores para poder ter suas
necessidades de fala em muros que ganhariam visibilidade bem maior, ele
mesmo em relatos já disse que nunca gostou de pichar e sim de desenhar e
fazendo parte de um grupo de pichadores foi o caminho mais fácil para ter em
suas mãos uma lata de spray. No ano de 1999 aconteceu um projeto chamado
Picasso não pichava, Rafael fez parte da primeira turma de um projeto social
elaborado por grafiteiros.
Ali ele aprendeu não o respeito com a própria capacidade artística como
metodologias de pinturas que nunca tinha visto, aprendeu a se valorizar como
artista saindo do anonimato, como o projeto acontecia nas escolas, logo Rafael
passou a ser valorizado artisticamente pelos professores, sendo requisitado
constantemente para desenhar painéis da escola em datas comemorativas
como: dia da arvore, dia do índio, festa junina, etc... com esse valor reconhecido,
Rafael desenvolve a reciprocidade afetiva com seus professores, e passou a se
dedicar cada vez mais aos estudos e a arte, entrou para escolinha de Xadrez
Capa Blanca, ficando em segundo lugar em um campeonato, o curioso dessa
história é justamente que ele perdeu para um amigo que era envolvido com o
crime e que aprendeu a jogar com o próprio Rafael, esse prêmio mudou a vida
desse jovem.
Hoje Rafael possui várias formações acadêmicas dentre elas Artes Visuais e
psicanalise, sendo capaz de voltar no tempo em suas memorias e analisar o
passo a passo de sua trajetória, baseando-se em literaturas como: Paulo Freire
e “A Construção de uma Educação Critica”, vigotski “ A formação Humana”,
Jesse de Souza, “A Elite do Atraso”, Zygmunt Bauman, “Capitalismo Parasitário”
e os grandes estudiosos da mente e das condutas humanas como Sigmund
Freud, Jacques Lacan e Carl G. Jung, sendo capaz de traçar uma porção de
fatores cognitivos que o ajudaram a não se perder em um lugar onde as chances
de ser um jovem de bem eram baixíssimas e as chances de preencher a
estatística da mortandade juvenil eram imensas.

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Por esse motivo Rafael Menezes dedica grande parte de seus trabalhos em
projetos sociais sempre com temáticas artísticas, por acreditar que se a arte foi
capaz de mudar sua história também pode mudar a história de vários outros.

O objetivo é contar como ele passou por toda transição de sua juventude até
chegar na fase adulta sem se envolver com o crime e tendo a sua capacidade
artística como meio de se preservar das más influências do local. Tendo como
cenário principal as ruas de Planaltina. Ilustrando suas histórias ali vividas.
Rafael perdeu seu irmão mais velho em 2015, que teve sua vida tirada por
motivos causados pelo seu vício em drogas. Um elemento que trás muito peso
para o documentário, pela propriedade em que Rafael pode afirmar que teve sua
vida salva pela arte, levando em consideração que os dois irmãos cresceram nas
mesmas condições e rodeados pelas mesmas amizades.
Planaltina é o cenário ideal para ser filmado esse projeto audiovisual, não só por
ser o local onde o personagem viveu, mas por ser uma das cidades do DF com
o maior índice de criminalidade, o que trás um peso social para a obra, no intuito
de alcançar pessoas que podem ser impactadas pela obra.

A equipe irá acompanhar o entrevistado pelo período de dois dias, visitando e


captando imagens do Rafael em locais que tiveram ligação direta com a sua
história. Além do Rafael como personagem central, serão inseridos no filme
outras pessoas que cruzaram sua vida, na tentativa de captar momentos
espontâneos. O filme se passará em dois períodos temporais. Durante o dia
serão captadas imagens de cobertura mostrando atividades corriqueiras da
cidade, que vão ser usadas como fundo para trechos onde o Rafael conta
histórias de sua vivência na cidade de forma mais leve. E durante a noite serão
capturadas imagens de cobertura mostrando atividades mais marginalizadas,
que serão usadas para ilustrar momentos mais pesados da história. Além disso,
será usado como cenário, seu ateliê, mostrando em planos detalhes suas obras,
e usando como plano de fundo para alguns momentos de fala.

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SUGESTÃO DE ESTRUTURA

Cena 01

Prologo apresentando o personagem em primeiríssimo plano, em uma rua


escura, com pouca profundidade de campo.

Breve monólogo de Rafael citando um pensamento filosófico baseado em sua


vivência. A ideia desta cena é apresenta-lo de forma sucinta e não convencional.
Expondo para o espectador o nível intelectual do entrevistado.

Cena 02

Imagens diversas em slow motion do ateliê de Rafael. Voz off dele se


apresentando.

Finaliza com plano fechado em seu rosto.


Rafael: “Eu posso afirmar com certeza… A arte salvou minha vida!”

Cena 03

Imagens das ruas do Buritis 3, Planaltina, e música característica de periferia ao


fundo.

Rafael, em seu ateliê, concede a entrevista.

Voz off de Rafael contando sobre sua infância morando em Planaltina e suas
origens na arte. Filmagens de elementos que ilustram sua história.

Rafael em seu ateliê concede a entrevista.

Cena 04

Rafael em frente um Grafite de rua, conta a história de quando entrou em uma


gangue de pichadores para ter acesso a matéria prima e poder realizar seus
desenhos.

Cena 05

Momento em que Rafael fala sobre como perdeu seu irmão para o mundo do
crime. A ideia dessa cena é mostrar dois exemplos de pessoas que foram criados
nas mesmas condições, porém que traçaram caminhos diferentes, trazendo um
peso dramático para a importância do tema principal do documentário.

Voz off com imagens de seu irmão e filmagens do local onde ele foi assassinado.

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Cena 06

Epilogo, com a mesma estética visual do prologo, imagens de Rafael em Slow


Motion com voz off. Mensagem final de Rafael, falando de como a arte tem muita
importância não só cultural como também social.

DESAFIOS DE PRODUÇÃO

Será necessário um período de aproximadamente 3 dias para filmagens. Um dia


no ateliê do Rafael e 2 dias em Planaltina. Os gastos estão estimados em
aproximadamente R$1800,00, levando em consideração gastos com aluguel de
equipamentos e custos com deslocamento e alimentação. Uma das dificuldades
será em conseguir captar imagens espontâneas de atividades como pessoas
usando drogas ou atos criminosos durante a noite.

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