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Fotografia e Cultura Visual | Edição e Pós-produção Digital

Prof. André Barbosa

Projeto Final – 1º Semestre

Filipe Gonçalves | T1

2021/2022
Índice

 Sinopse com referência autoral;


 Metodologia do projeto;
 Bibliografia.
Sinopse

Um dos dilemas que sempre foi vivido por cada geração de artistas é se o seu trabalho
será reconhecido ainda durante as suas vidas. Conhecemos imensos nomes da história das artes,
cujos trabalhos não foram reconhecidos durante o tempo de vida dos autores, no entanto são
hoje em dia, as grandes obras de arte que aprendemos e estudamos.

Ao mesmo tempo que alguns querem o reconhecimento pelo dinheiro, o que também é
válido, outros querem-no por saberem que deixam cá algo que tiveram prazer a criar, e querem-
no partilhar com quem tem vontade de os conhecer o ao seu trabalho, ou então pelos dois. Mas
independentemente da razão que seja, desde que se é criança, tem-se a perceção de que não é
fácil crescer nesta área de trabalho exatamente pela seguinte razão: É difícil crescer no meio das
artes porque as pessoas não absorvem esta área para enriquecerem a sua cultura, mas sim para
terem um entretenimento rápido. É um ciclo vicioso que se alimenta todos os dias e a lição que
se retira é que é preciso morrer para que o nome de um artista seja reconhecido.

Pessoalmente, este é um pensamento que me ocorre. “Será que vão saber o meu nome
antes de morrer?”. Penso que é uma questão presente em todas as camadas de artistas em
relação aos seus trabalhos, e com razão. Cada vez mais, as artes servem para entreter em vez de
enriquecer a cultura.

Na história da Fotografia, existiu uma mulher cujo trabalho surgiu apenas depois da sua
morte, Vivian Maier. Sabe-se que nasceu em a 1 de Fevereiro de 1926 e faleceu a 21 de Abril de
2009, que viveu a maior parte da sua vida entre Nova Iorque e Chicago e que era Babysitter.
Quem a conhecia diz que ela era uma pessoa muito reservada e descrita como “uma incógnita,
envolta num mistério, dentro de um enigma”. Passou a vida inteira a fotografar uma América
em completo estado de ascensão, mas também, em paralelo, de deterioração, no entanto o seu
corpo de trabalho fotográfico e documental nunca chegou aos olhos de um público durante a sua
existência.

O enorme trabalho da artista foi descoberto acidentalmente, em 2007 numa casa de


leilões, localizada em Chicago. A partir desse momento, Vivian impactaria o mundo todo e,
eventualmente, mudaria a vida do homem que defendeu o seu trabalho e o trouxe aos olhos do
público em 2009, John Maloof.

Apesar de Vivian não ter trazido nada a público, por conta das suas dificuldades
financeiras, foi possível a execução de novas digitalizações preparadas a partir dos seus
negativos. Naturalmente, coloca-se em questão a intenção artística. Nunca se saberá o que
Vivian teria impresso, nem como. Curiosamente, foram encontradas quantidades monumentais
de anotações que a própria autora teria entregado a laboratórios, com instruções sobre como
imprimir e recortar, que tipo de papel e acabamento no papel pretendia, etc.

Maier fotografou de forma consistente ao longo de cinco décadas, maioritariamente em


Chicago e Nova Iorque. Para além de fotografar, ela concretizou filmes, gravações e compilado
coleções, dada a sua enorme devoção e paixão por documentar o mundo ao seu redor.
Metodologia do Projeto

Escolher como ponto de partida para este trabalho a fotógrafa Vivian Maier foi uma
decisão fácil, tendo em conta o estilo de fotografia que ela fez. Deu um novo olhar à Street
Photography, dada a veracidade com que ela fotografava. Cada imagem que ela criou parece um
piscar de olhos, de tão autênticas que as mesmas são. Por vezes ignorava regras básicas da
composição visual de uma imagem mas justificava-o com a urgência que tinha de capturar o seu
redor tal e qual como ela o via. No entanto também se encontram no seu corpo de trabalho,
fotografias otimamente enquadradas, com uma perfeita noção de profundidade de campo e
tonalidades.

Seguindo esta forma de realizar fotografia de rua, capturei curtos espaços de tempo da
vida da cidade de Lisboa, ao final da tarde e início de noite. Apesar de estar bastante confortável
neste estilo e com o local por já ter como hábito fotografar a cidade, tive de introduzir uma
variável que era crucial para o trabalho de Vivian Maier. Ela fotografava com a fita da câmara
ao pescoço, a olhar para o visor da câmara, que estaria sensivelmente à altura da sua cintura.
Isto permitiu que Maier fizesse o seu trabalho de forma discreta, sem colocar a câmara em
frente às pessoas, o que possivelmente as deixaria desconfortáveis.

Visto que representar o mundo como o via parecia ser a motivação da fotógrafa, quis
também criar um retrato fiel de Lisboa, considerando tudo o que fora acima mencionado. A
capital do nosso país é formada pelos mais variados elementos, mas da forma como eu a vejo, é
composta por silhuetas, sombras, amor, o rio Tejo, arte, o Cais das Colunas e pelas famosas
arcadas na Praça do Comércio.

Desta forma, realizei um conjunto de 11 imagens, fotografadas em digital mas pós-


produzidas de forma a simular fotografia analógica, que são um retrato da cidade de Lisboa e do
ambiente movimentado mas inesquecível por quem cá passa.

De todas as fotografias feitas para o projeto, a seleção das que fariam parte do mesmo
teve como decisão base os fatores acima mencionados, imprescindíveis para um retrato fiel do
nosso redor. A pós produção passou por dois programas, o Adobe Photoshop Lightroom Classic
e o Adobe Photoshop. No primeiro fiz correções de cor e o segundo serviu para redimensionar e
utilizar ferramentas de retoque.
Bibliografia

 http://www.vivianmaier.com/ (visitado pela ultima vez a 18/01/2022)

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