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A Aura

Análise em grupos do texto de Walter


Benjamin “A Obra de Arte na era de
sua reprodutibilidade técnica”
https://www.youtube.com/watch?v=GBBxYn-wvuE

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https://www.youtube.com/watch?v=cLvJLvTIBzo

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Em sua essência a obra de arte sempre foi
reprodutível. O que os homens faziam sempre podia
ser imitado por outros homens.

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Pela primeira vez no processo de reprodução da imagem
a mão foi liberada das responsabilidades artísticas mais
importantes, que agora cabiam unicamente ao olho.
Como o olho apreende mais depressa do que a mão
desenha, o processo de reprodução das imagens
experimentou tal aceleração que começou a situar-se no
mesmo nível que a palavra oral.

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A fotografia pode, também, graças a procedimentos
como a ampliação ou a câmera lenta, fixar imagens
que fogem inteiramente a ótica natural.

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A reprodução técnica pode aproximar o indivíduo da obra,
seja sob a forma do fotografia, seja do disco. A catedral
abandona seu lugar para instalar-se no estúdio de um
amador; o coro, executado numa sala ou ao ar livre, pode
ser ouvido num quarto. Mesmo que essas novas
circunstâncias deixem intacto o conteúdo da obra de arte,
elas desvalorizam de qualquer modo, o seu aqui e agora.

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Cada dia fica mais irresistível a necessidade de possuir o
objeto, de tão perto quanto possível, na imagem, ou antes, na
sua cópia, na sua reprodução.

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Com a fotografia, o valor de culto começa a recuar, em
todas a frentes, diante do valor de exposição.

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Muito se escreveu, no passado, sobre a questão de saber
se a fotografia era ou não uma arte, sem que se colocasse
a questão prévia de saber se a invenção da fotografia
havia alterado a própria natureza da arte.

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O ator cinematográfico típico só representa a si mesmo.

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Com a ampliação gigantesca da imprensa (...) um número
crescente de leitores começou a escrever. Com isso a
diferença essencial entre autor e público está a ponte de
desaparecer.

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O pintor observa em seu trabalho uma distancia natural
entre a realidade dada ele próprio, ao passo que o
cinegrafista penetre profundamente as vísceras dessa
realidade.

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Diante do filme, quando o espectador percebe uma
imagem, ela não é mais a mesma. Ela não pode ser fixada,
nem como quadro, nem como algo de real. A associação
de ideias do espectador é interrompida imediatamente
com a mudança da imagem.

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A razão pela qual estou pintando dessa
maneira é que quero ser uma máquina e
sinto que tudo o que faço e faço como
máquina é o que quero fazer.

Em meu trabalho artístico, a pintura a


mão levaria muito tempo e, de qualquer
maneira, não é a idade em que estamos
vivendo.

Acho que alguém deveria ser capaz de


fazer todas as minhas pinturas para
mim.

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Hoje? Entre tantas tecnologias
inovadoras, entre tantos hibridismos
imagéticos: como poderia a fotografia não
ter sido totalmente tragada pelas famílias
de imagens que não cessam de se
multiplicar e fundir-se?

A estética dos bancos de imagem


(Ronaldo Entler)


Há dez anos, era raro, mas quando um aluno


perguntava se poderia partir de imagens prontas,  tinha
em mente Duchamp, Andy Warhol, e as
possibilidades de ressignificação implicadas no gesto de
apropriação. Hoje, a pergunta se tornou mais
frequente, mas parte de um princípio de economia
(eufemismo para preguiça). Parte também da
sensação de que tudo já está feito e
disponibilizado na internet.
Os grandes bancos de imagem poderiam ser importantes
fornecedores de matéria-prima para os criadores. Mas o serviço
eles têm a
é mais completo, e aqui mora o problema:

pretensão de oferecer um catálogo


de pensamentos prontos já
traduzidos em imagens. E é assim que
muitos, não só alunos, mas também professores, editores,
jornalistas, publicitários tem a oportunidade de resolver
qualquer questão com duas ou três
palavras-chave nos mecanismos de busca desses serviços.
Apenas imagens estereotipadas podem garantir a legibilidade
prometida. Prato cheio para palestras motivacionais, que
traduzem raciocínios óbvios e conselhos moralistas em
ilustrações que portam alguma dose de humor ou
sentimentalismo. Vou poupar nossos olhares de ilustrações,
mas acho que todos reconhecem esse tipo de imagem: são
“um homem com uma
metáforas rasas, tipo
lâmpada na cabeça”, “um estudante
numa corrida de obstáculos”, “um
executivo com uma luva de boxe”,
coisas assim. São imagens pobres, repetitivas, com
mensagens didáticas que sempre pressupõe a idiotice do
público.
Muitas vezes a arte almeja representar uma experiência
universal numa forma particular: um retrato deseja representar
um drama humano, uma paisagem deseja representar a força da
natureza  Os grandes bancos de imagens, em contrapartida,
substituem esse poder alegórico pela afirmação de “tipos
genéricos”: o pai, a mãe, o filho, o estudante, o executivo, o
sempre
chefe, a família, a equipe de trabalho, a sociedade,
simplificando e limpando a imagem de
toda experiência. A representação se torna
um estereótipo que
abrangente porque impõe

reduz todo mundo a uma coisa só.


Este não é um discurso contra a forma de comercialização

mas contra a
estabelecida pelos bancos de imagem,

pretensão de construir um
mercado global por meio de uma
linguagem visual média.
A arma contra isso é justamente o pequeno banco de imagem, as
cooperativas, os coletivos, os artistas independentes com seus
experiências que garantem a
blogs,
diversidade e o estranhamento
necessários ao exercício efetivo do olhar.
Pio Figueiroa


Fotógrafo e diretor de cena, iniciou sua
carreira no fotojornalismo, no Recife,
cidade onde nasceu. Fundador do coletivo
Cia de Foto (2003/2013), sua pesquisa se
pauta por uma estratégia com um forte
traço do repertório adquirido no
fotojornalismo, mas que se expressa no
campo da arte. Sua atuação nos últimos
10 anos, serviu de parâmetro para uma
grande revisão que foi feita na fotografia
brasileira. É editor da Revista Latino
Americana de fotografia Sueño de la
Razón http://www.suenodelarazon.org, e
editor do blog Icônica http://
www.iconica.com.br
LONGA EXPOSIÇÃO

http://www.piofigueiroa.com/LONGA-EXPOSICAO
UMA FOTOGRAFIA QUE NÃO SE FIXA

http://www.piofigueiroa.com/UMA-FOTOGRAFIA-QUE-NAO-SE-FIXA
ESTADIO

http://www.piofigueiroa.com/ESTADIO
MARCHA

http://www.piofigueiroa.com/MARCHA
CHORO

http://www.piofigueiroa.com/CHORO

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