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RELATÓRIO DE ATIVIDADES
BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
2.1 OBJETIVOS
2.1.2 Objetivo específico do projeto
Explorar a transição e transporte e compartilhamento das imagens de um suporte a outro,
de um dispositivo eletrônico a outro como referência conceitual e estética, podendo
influenciar nas sequencias entre os procedimentos de captação, edição e pós-produção das
imagens.
Contribuir com a documentação de produções audiovisuais realizadas por artistas em Porto
Alegre.
3.METODOLOGIA
Pesquisa com consulta em arquivos, entrevistas. Coleta de dados, observação, leituras e
análise qualitativa e produção artística.
Como método específico para esta etapa da pesquisa o bolsista explorará os documentos
(fotografias, vídeos, relatos e textos) de diferentes artistas/performers como referenciais
para suas propostas artísticas.
4. RELATÓRIO
Quais as artistas que estudaste e que usaste como referência para teus
trabalhos? E quais os trabalhos ou séries delas especificamente?
Poderias descrever?
Quais as leituras que podem contribuir para a pesquisa que foram feitas nesse
ano?
Quais os conceitos que compreendeste?
Inserir as referências bibliográficas no final do texto.
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4.1 Introdução
Fica claro meu interesse pela montagem quando produzo Fingertips (2020), que
consiste em uma costura de vídeos onde minhas mãos percorrem meu corpo
gerando um caminho. Esse caminho possui uma lógica de ligação e meus braços se
unem formando um novo corpo móvel. Essa mobilidade porém é interrompida pois
ao final de cada vídeo este congela, então aos poucos que os dedos percorrem o
corpo e dão a sensação de caminhos percorridos, eles se acumulam estáticos,
aglomerados num plano de fundo preto. Lembro-me de pensar, enquanto trabalhava
na pós produção, que esse caminho feito com meu corpo poderia ser infinito, mas
concluía que em certo momento o vídeo precisaria acabar.
Iniciou a partir de uma proposta que envolveu trabalhar com processos híbridos, a
partir disso revisitei as linguagens protagonistas de minha imagética e vi o contorno
de uma possibilidade de aliança entre desenho, colagem, palavra e fotografia.
● FOCOS DE ESTUDO:
- fotografia com celular
- edição/montagem
- fotografia híbrida (desenho)
- scanner
- pós produção
- intervenções manuais
-
● QUESTIONAMENTOS/REFLEXÕES/DISPARADORES:
- termo corpo-câmera de Catherine Perret
- Nós, errantes de Oriana Duarte
- movimento fotografia digital>impressão>scanner>intervenção
manuseio do corpo impresso - Epidermic scapes de Vera Chaves .
- fio infinito da memória/as existências dentro da fotografia – Uso dos objetos
de infância - Álbum de Familia de Carla Borba
- mistura de texturas/sobreposição
4.6 Destruir
Lápis, folha, scanner e câmera do celular foram as ferramentas que precisei para
dar início a série que intitulei carinhosamente de Fiasco, pois foi esse mesmo fiasco
o núcleo explosivo que gerou o resquício final. Por resquício quero dizer que o
processo foi sutilmente destrutivo, onde os materiais expressam sua precariedade e
fragilidade ao formatar uma superfície bidimensional que sustenta colagens, rasgos
e fogo. A tinta do cartucho da impressora que estava prestes a acabar foi elemento
crucial na impressão das fotografias. Enquanto o preto e branco se manifestou
pigmentado e contrastante, o colorido foi afetado por linhas desbotadas e falhas da
tinta, resultando em cores opacas.
O leve clima precário das condições de trabalho foi solo fertil para a pesquisa. Após
fotografar com o celular recortes do meu rosto e corpo, retirei as imagens do meio
digital para torná-las maleáveis em folhas finas. Quando transferi o meio digital para
a concretude de intervenções com tesoura e cola senti criar uma nova atmosfera
para a fotografia, dando vazão para uma expansão além da tela. Ali, com a imagem
em minhas mãos, me senti convidada a deixar o movimento externo influenciar em
sua estrutura. Amassei as folhas e depois desamassei, no desespero de deixá-las
novas; rasguei as imagens em diversas perspectivas e tentei remontá-las; fiz
diversas tentativas de queimar as folhas com isqueiro. Defini essa etapa como
destruir, pois percebi que o ponto de partida foi essa sensação de fim, um gesto de
criar invertido.
É válido dizer que a metodologia deste trabalho abrange o termo low-tech em sua
mais pura forma: possuo um celular nem tão velho nem tão novo e só. A luz rala
que vem da janela do apartamento térreo, a cama que funciona de mesa e um bloco
de folhas pautadas foram elementos externos que se dispuseram no que eu acharia
ser um reforço para “estancar” as precariedades e sujeiras, sem saber que eram
justamente essas pequenas goteiras na construção conceitual do trabalho que iriam
desencadear um ponto de partida.
Figuras 3,4,5 e 6, Série Fiasco (2021/2022)
CAMPILHO, Matilde
PEREZ, Karine Gomes, 2008
SALLES, Cecília Almeida. 1998
REY, Sandra. 2005