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Em minha memória

Brasília, 2022
INTRODUÇÃO

Significado de Dejetos

substantivo masculino plural


Matérias fecais; excrementos: dejetos humanos, dejetos orgânicos.
Etimologia (origem da palavra dejetos). Plural de dejeto.

Há muitos anos venho tirando fotografias de dejetos hospitalares do hospital de base,


localizado na asa sul. Há princípio, comecei a tirar fotografias porquê aqueles objetos
distribuídos a vista de todos me chamavam a atenção. Depois percebi que mais coisas
detinham o meu olhar, como por exemplo, objetos que mudavam de lugar e reapareciam em
outra localidade, quando outros itens apareciam e ocupavam o lugar de outro que estivera ali.
Antes tais objetos que apenas me chamavam a atenção, passaram a ocupar a minha
mente com inúmeras perguntas: Quem deixava aqueles objetos ali? Porque ocupavam o
aquele espaço, a vista de todos? E para onde iam? Não haviam respostas para tais perguntas,
portanto, acabei criando inúmeras teorias em minha mente. Minha imaginação era sublime,
mas é certo que, não haviam respostas para tais questões.
Este ponto específico foi a meada para a construção da minha poética. Antes, eu tirava
fotografias do espaço apenas por curiosidade. Depois, comecei a tirá-las por fascínio.
Ranhuras, morfo, sujeira, objetos quebrados, chão degradado e tudo o mais me chamavam a
atenção.
Por ser uma pessoa enferma, eu sempre me internei no Hospital de Base. As
internações que antes eram tediosas, começaram a ser momentos valiosos em que eu podia
explorar aquele lugar. Uma viagem exploratória tão profunda, pois era ali que eu podia
descobrir “o mundo remoído”. De manha aquele espaço era um simples hospital, mas a noite
para mim era um lugar a ser explorado, catalogado e registrado. Nos dejetos passei a ver
beleza. No desgaste passei a enxergar possibilidades. Pensando nisso me veio a grande
questão: há beleza nos dejetos? Estes poderiam ser reconhecidos como dejetos apenas pela
fotografia? E se eu disser que são dejetos, mudaria a perspectiva do observador? Eis
hipóteses que eu gostaria de me aprofundar.
JUSTIFICATIVA

Me perguntei muitas vezes o que eu estava fazendo, porque tudo aquilo me chamava
a atenção e que tipo de obra eu estava construindo ali. Teria me tornado um artista itinerante?
Estava eu trocando o ateliê pelas ruas e a galeria pelo espaço público? Nada daquilo fazia
sentido naquele momento, mas concordamos que a arte em si, não precisa fazer sentido para
existir. Para começar devo dizer que em meados de 2015, por ser uma pessoa enferma, passei
a frequentar muito o hospital de base (atualmente chamado de IGES). E durante minhas idas
e vindas àquele lugar, encontrei um espaço cheio de dejetos hospitalares. Estes se resumiam a
máquinas de raio-x, cadeiras, mesas e separadores de leito, como também, coisas que eu não
sabia identificar.
Vazio, fotografia, Brasília, 2015.

À primeira vista achei aquilo muito peculiar, entretanto, depois de observar a mesma
cena várias e várias vezes, me dei conta de duas coisas: os objetos ora mudavam de posição,
ora desapareciam e apareciam outro em seu lugar. As seguintes perguntas inundavam a minha
mente: Quem movia aqueles objetos? Porque eles estavam sempre fora de lugar? Prque
aqueles objetos que, à primeira vista, eram considerados utilizáveis estavam ali, naquele
território, jogados à mercê e ao relento? E porque ocupavam aquele exato lugar, à vista de
todos? Passei um ano inteiro tirando fotos daqueles objetos e com o tempo fui percebendo
que aos poucos, eu mesmo estava começando a fazer parte daquele cenário, que com o passar
do ano, tornou-se tão familiar. Eu havia construído uma poética sobre aquele lugar.
Certo dia, em uma das minhas idas e vindas, me deparei com o seguinte cenário:
todos os dejetos haviam sumido. Minha primeira reação foi de espanto. Quem havia tirado
aqueles objetos dali? Depois me veio um sentimento de vazio, como se algo fosse tirado de
mim. Aquele cenário ficaria apenas em minha memória? Fragmentado em fotografias que
não poderiam ser vistas? E para onde iria todas as histórias que eu havia imaginado sobre
aquele lugar? Para onde iriam todas as minhas teorias? Para o limbo? onde iam parar todas as
coisas perdidas? Me dei conta, de ficariam apenas em minha memória.
Definir o que é a memória, porém, não é fácil… {} Os artistas e escritores tentam
invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso
substrato imagético e simbólico. Mas o que é a memória para cada um de nós que,
em tempos de excesso de informação, de estilhaçamento de sentidos, experimenta o
fluxo competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse?
Como fazemos a experiência coletiva e individual da memória? É possível lembrar?
(Tiburi, 2016)

Lembrei-me então que eram dejetos hospitalares e que, portanto, não deveriam estar
naquele território. Pensando nisso, me veio à mente que eu nunca havia visto aquele cenário
como algo relacionado às questões sociais e que aquilo, uma questão tão óbvia a se tratar,
jamais passou pela minha cabeça. Eu tinha outra visão para com aquele espaço, um olhar
muito particular. Para mim aquilo era uma experiência profunda, na qual eu estava
inteiramente imerso e as fotografias eram apenas frutos desta experiência imersiva.
Durante os anos seguintes continuei a fotografar o espaço que tanto me chamava a
atenção e minha relação com aquele recinto foi se tornando ainda mais profunda. Em 2018
comecei a tirar fotografias das mãos de outros pacientes e a contar a histórias deles em um
livro de artista que construí. Naquele ano eu acabara de perder duas falanges das mãos, deste
modo, como artista, eu estava tentando lidar com o luto por meio destas fotografias, já como
paciente, eu estava questionando o sistema, do porque éramos todos tratados apenas como
CID’S (A CID fornece códigos relativos à classificação de doenças).
Nesses mesmos anos, durante as minhas internações (que não foram poucas) comecei
a habitar camadas e mais camadas daquele lugar. Voltei-me novamente aos resíduos daquele
lugar, por um fascínio que jamais me abandonou e percebo, hj com a maturidade que tenho,
que minha relação com aquele lugar me faz sempre para o mesmo ponto de partida: os
resíduos e toda a estrutura daquele lugar.
Este que ficava lotado durante o dia e inabitado durante a noite. Eu caminhava por
aquele lugar durante a madrugada, no vazio, sem pessoas ou barulhos que pudessem reter a
minha atenção. Ali, era somente eu e o longo espaço vazio que, para mim, ansiava para ser
visto. Não há de se negar que havia ali uma relação, entre o espaço e o eu. Minhas mãos
passeavam por aquelas paredes enquanto os meus olhos iam e viam. Agora, não eram apenas
dejetos que me chamavam a atenção, era todo aquele espaço público. Todo o morfo,
ranhuras, paredes desgastadas, pisos quebrados no chão, era brilhante perceber a
deterioração, mas também havia uma perda ali, de um lugar que nunca será o mesmo.

Sem título, fotografia, Brasília, 2022.


Aquele território tornou-se um espaço que a meu ver, na linguagem de artista,
clamava para ser visto, detalhado e retido, mas não apenas na memória. E se não eu, que
sempre peregrinava naquele lugar. Quem? Poder reter a magnitude de um processo artístico,
que envolve a memória, ficção, história, lugar, deslocamento, modos inimagináveis e teorias
fantásticas a se pensar. Poéticas da paisagem e de viagem, porque ali não há de se negar a
amplitude do lugar. Todo o processo de produção artística, suas poéticas e teorias do
território que o envolvem. Viagem como método e os cadernos de viagem/ livros de artista
estão enlaçados e por fim a residência artística.
A probabilidade do que poderia emergir daquela experiência era alta. Imerso no
processo e curioso pelo resultado que havia de surgir, obtive a ideia de fazer um caderno de
artista, que poderia conter relatos, fotografias, reflexões e pequenos fragmentos retirados
daquele território, tal qual como uma pequena biópsia. Uma pequena partícula de um espaço
que nunca é o mesmo, está sempre se modificando e a todo o momento sendo modificado por
terceiros. Um espaço vivo, vivo porque é habitado e, a partir do contato com o outro, nunca
deixará de existir. Se o espaço se degradar a tal ponto de desmoronar, ainda estará vivo na
memória daqueles que o habitaram.

OBJETIVO GERAL

Imerso no processo e curioso pelo resultado que irá advir, obtive a ideia de fazer um
caderno de artista sobre minha experiência como artista itinerante. Considero que o meu
processo tenha sido e ainda é uma viagem em um espaço público, que nunca fecha as suas
portas. Que é adentrado por todas as pessoas, independente de cor ou raça, que se modifica a
cada ano. Dejetos hospitalares, morfo, ranhuras são o tema principal desta pesquisa. A
pergunta que move este projeto de mestrado é, há beleza na deterioração? Qual a linha
limítrofe do que é obra de arte ou não?
A transcrição de 15 anos de uma profunda relação entre o espaço e o eu. No primeiro
momento utilizarei o livro de artista para esta narrativa, neste irá conter relatos, fotografias,
teorias, reflexões e pequenos fragmentos retirados daquele cenário. Um caderno que contém
uma intensa poética, que se compromete em se tornar uma representação rica desta
experiência. No segundo momento deste projeto, irei trabalhar as fotografias para apresenta-
la em uma exposição, sendo está um tríptico que represente o começo, meio e fim. 2
fotografias sem nenhuma modificação serão apresentadas para o público, onde cada
observador terá sua reflexão sobre estas. Por último, uma sobreposição das duas obras, para
tornar esta última obra irreconhecível.

Objetivos específicos:

1. Ser uma obra imersiva que consiga circundar


2. Ser a representação poética deste território, que é belo, mas degrada.
3. Criar uma obra imersiva que simbolize aquele território, um espaço que nunca é o
mesmo, que está sempre se modificando e a todo o momento sendo modificado por
terceiros. Um espaço vivo, vivo porque é habitado e, a partir do contato com o outro,
nunca deixará de existir. Se o espaço se degradar a tal ponto de desmoronar, ainda
estará vivo na memória daqueles que o habitaram.

REVISÃO DE LITERATURA

1- Meio como ponto zero


Escolhi o livro o meio como ponto zero para impulsionar minha pesquisa de trabalho,
por se tratar de um livro que me incentivou a ansiar pela pesquisa sobre artes visuais.
Sua forma de escrita, idéias e sugestões me incentivaram a me tornar um artista-
pesquisador.
2- Memórias e narrativas: História oral aplicada: Este livro vai um pouco mais longe: ele
explica como a memória de expressão oral se diferencia da memória de expressão
escrita. Memória de expressão oral, para os autores desta obra, é uma sondagem
profunda, que emerge de uma reflexão sobre o que é retido e reelaborado na
intimidade da memória. Tratam os autores, portanto, de aspectos teóricos, mas vão
além de uma reflexão.
3- Arte Como Experiência: Segundo o autor a experiência advém da negociação
consciente entre o eu e o mundo, e que isto é uma característica irredutível da vida. E
que o objeto artístico, por si só, não existe até ser presenciado pelo observador, que
percebera e aceitar o objeto como obra de arte.
4- Realidades e Ficções na Trama Fotográfica:  Traz reflexões sobre os mecanismos
mentais que regem a representação (produção) e a interpretação (recepção) da
fotografia. Dessa maneira, o autor explica o processo de construção de realidades e
ficções que a imagem possibilita ter.

METODOLOGIA

Durante muito tempo a pesquisa qualitativa tem sido utilizada como base para
diversas pesquisas sociais. O campo das artes visuais tem se voltado também à pesquisa
qualitativa, mas além de trabalhar com estudos de caso, investigação participativa, e
entrevistas narrativas, as artes utiliza-se de outra metodologia, uma mais sensível, que propõe
colocar em evidência o potencial da obra de arte, evidenciando seus seus sentidos e suas
múltiplas aprendizagens. A chamamos de pesquisa ou investigação com base nas artes, no
campo das artes visuais.

[...] a ciência pós-moderna questiona os métodos positivistas, monológicos e


reducionistas da realização de pesquisas acadêmicas. Entre várias mudanças que ela
propõe em relação a esses métodos, podem-se destacar alguns: a aceitação da
subjetividade como elemento inerente a qualquer atividade humana, bem como a
incerteza, a imaginação e a introspecção; a ênfase na importância das experiências
vividas e cotidianas; a emissão da voz no discurso pelo ou em contraposição ao nós;
a aquisição de maior credibilidade por parte das pesquisas narrativas e
autobiográficas (AGUIAR, 2011, p. 58).

Ao invés da utilização da imagem como documento ou fonte documental na pesquisa,


esta nova metodologia se utiliza da imagem como processo desencadeador de questões.
Hernandez (2008), enfatiza que no lugar de perguntarmos o que eu vejo nesta imagem, a
pergunta muda para: “O que vejo de mim nesta representação visual? O que diz esta imagem
de mim? (p.101-102) Neste processo ainda existe o processo de investigar, analisar, fazer
trabalho de campo, obter dados, etc.
Esta metodologia passa a dialogar com nossas vidas e nossas “pessoalidades”, sob o
que fazemos, de onde viemos, nossas práticas e saberes, desejos, experiências culturais e
histórias de vida começam a se misturar
Reconhecer esses trânsitos como válidos é empoderar processos que são pertinentes
a própria arte como nos lembra Ana Mae Barbosa: Como uma linguagem aguçadora
dos sentidos, a arte opera com significados que não podem ser transmitidos através
de nenhum outro tipo de linguagem, tais como a discursiva e a científica. Dentre as
artes, as visuais – que têm a imagem como matéria-prima – tornam possível a
visualização de quem somos, onde estamos e como sentimos. Relembrando Fanon,
eu diria que a Arte capacita um homem ou uma mulher a não serem estranhos em
seu meio ambiente nem estrangeiros no seu próprio país. Ela supera o estado de
despersonalização, inserindo o indivíduo no lugar ao qual pertence, reforçando e
ampliando seus lugares no mundo. (BARBOSA, p.292, 2005)

Escolhi trabalhar com o caderno de artista por já ter uma extensa experiência em fazer
cadernos ( estagiei no LEME durante minha graduação). Desta forma proponho fazer um
caderno de artista imersivo, que retrate minha relação com este espaço durante todos estes
anos. Será um pequeno deleite desta preciosidade, a narrativa acerca do espaço público e sua
degradação, da relação EU x ESPAÇO e das modificações que o lugar sofreu e ainda sofre
durante os anos. Pretendo transcrever minhas impressões do espaço e de minha relação com
ele e fazer descrições detalhadas do lugar. As fotografias serão resultado deste processo,
portanto, haverá uma conclusão teórica deste projeto e também uma imagética.
Este será uma obra que traz uma carga a se pensar. O olhar do artista em relação ao
espaço, o espaço e sua relação com as pessoas que o habitam e não podemos fugir do tema
central, a degradação do espaço e sua apresentação como arte e também como uma crítica
social.
Me perguntei se toda aquela vivência poderia ocupar um lugar dentro das artes
visuais. E se sim, qual era o seu espaço? Qual visão os observadores teriam das fotografias
que são fruto desta experiência. Existem vários questionamentos, tais como, se à primeira
vista os observadores que tiverem contato com o resultado desta experiência notariam que as
fotografias se tratavam de dejetos hospitalares. Se aquilo lhes traria um sentimento de repulsa
e indignação. Se as diversas opinioẽs e olhares sob a obra mudariam, caso soubessem do que
se tratavam de antemão aquelas fotografias.
Me veio em mente uma citação de Sandra Rey, quando diz que é preciso lembrar que
toda obra de arte é uma resposta singular a um estímulo e que é próprio da arte em geral
propor ou apresentar um ponto de vista diferenciado, ou uma visão de mundo particular,
através da constituição de linguagens.
“A linguagem alimenta-se da subjetividade e da vivência do artista, ao mesmo
tempo em que reafirma ou coloca em discussão questões oriundas da própria arte e
da cultura. Já os conceitos emergem, então, dos procedimentos, da maneira de
trabalhar. Uma vez pinçados das condutas instauradoras da obra, balizam a pesquisa
teórica. ( Brites. Tessler. 2002)

Os conceitos abordados pelo viés da teoria não podem ser meras ilustrações do
trabalho acabado e sim evidenciar no processo de instauração da obra, uma junção entre obra
e campo de conhecimento específico e/ou interdisciplinar .O trabalho teórico traz à luz o que
não fica visível na obra de arte.
A pesquisa em poéticas visuais apóia-se no conjunto de estudos que abordam a obra
do ponto de vista de sua instauração, no modo de existência da obra se fazendo. O objetivo
deste projeto não se constitui pelo conjunto de efeitos de uma obra percebida, não é a obra
acabada, nem a obra por fazer: é a obra se fazendo. A Poética leva em conta a constituição de
significados a partir de como a obra é feita.
A pesquisa em artes visuais deve ser realizada com toda seriedade, mas nesta
prevalece o prazer da descoberta, pois é a criação que faz avançar a pesquisa.
Existirão obstáculos inerentes a ela, mas devemos ter confiança, pois a experiência
acaba nos mostrando que, quanto mais obstáculos, melhor é a obra e mais relevante
é a pesquisa. Um termômetro para sabermos se estamos trilhando o bom caminho é
uma espécie de entusiasmo e alegria que toma o artista-pesquisador diante das
descobertas e da abertura semântica que é mobilizada pelo processo de criação e
pela pesquisa.

Definição do objeto; colocação de um problema; introdução do problema em um


campo teórico; levantamento de hipóteses; observação; processo de trabalho; interpretação e
resultados e/ou conclusões. Isso, porém, não deve ser considerado como uma estrutura fixa e
única. Temos, como exemplo, a pesquisa em artes, perspectiva que traça caminhos
particulares do proposto e sobre a qual discorremos a segui
Contudo a academia ainda é lugar dos temas nobres, de macro narrativas (mesmo com
as sutis e ainda lentas tentativas de movimentos que questionem tais paradigmas), olhando
com desconfiança aquilo que emerge do comum e que indaga o que ainda não foi instaurado
como relevante. (SILVEIRA, 2014, p.12)

PLANO DE TRABALHO

Associado à metodologia e ao cronograma, o plano de trabalho tem a função de


organizaras atividades relacionadas à produção teórica, ao processo sensível e ao fazer
artístico. Essas atividades não dependem uma das outras como pré-requisitos, mas agem
simultaneamente, para que assim os objetivos específicos sejam alcançados.

EXTERNO ATELIÊ

EXTERNO LAR

ATELIÊ Fazer artístico- Espaço de produção artística.

EXTERNO Processo sensível- Relaciona-se ao espaço de produção escrita. Este, no


entanto, pode se desenvolver em qualquer lugar, desde que seja silencioso.

LAR - Produção teórica e produção de materiais artísticos.

CRONOGRAMA

Primeiro Ano (2022/2-2023/1) Segundo Ano (2023/2- 2024/1)

TRI. 1 TRI. 2 TRI. 3 TRI. 4 TRI. 5 TRI.6 TRI. 7 TRI. 8


X X X X X
X X
X X
X
X
X
X
ETAPA 1 – organização das fotografias, documento e anotações por data e ano.
ETAPA 2 – Pesquisa sensorial no IGES, para reativar as lembranças e o sentimento
que permeia aquele lugar.
ETAPA 3 – organizar o material que será utilizado para fazer o caderno de artista
ETAPA 4 Construção de Obras. Processo criativo. Registros.
ETAPA 5 –. Exposição das obras produzidas.
ETAPA 6 – Organização e análise de material produzido. Escrita de texto como
dissertação.
ETAPA 7 – Qualificação.
ETAPA 8 – Reconfiguração da dissertação para defesa.

JUSTIFICATIVA DE CONEXÃO

Christus Nobrega

Comecei a tirar fotografia no meu primeiro semestre como aluno das artes visuais da
UnB. Em 2014 aprendi a fazer cadernos na aula de materiais em arte, nesta permaneci por 4
anos como monitor. Foi neste momento que comecei a me interessar pelo caderno de artista e
o quão profundo esta obra pode ser. Em 2016 comecei a fazer cadernos de artista, para lidar
com luto das minhas mãos ( os dedos começaram a ficar tortos e as articulações começaram a
calcificar), então o caderno de artista foi a minha forma de lidar com a realidade.
Quando pensei em fazer este projeto vi que o professor Christus e olhei suas obras,
percebi que de certo modo estavam ligadas, pois o artista também trabalha com cadernos de
artista, sua experiência em trabalhar com livros de viagem, território, ficção, memoria,
história e lugar. Acredito muito que como existe semelhanças entre nossas poéticas, há muito
a agregar ao meu projeto de artista.

Karina dias

Conheci a Karina quando ela participou da minha banca do TCC, sendo uma das
docentes a avalia-lo. Meu TCC trazia outra temática, mas em algum momento de nossa
conversa, falei sobre as fotografias dos dejetos hospitalares abandonado no estacionamento e
em como isto me fascinava. De onde vinham? para onde iam? Quem os mudava de lugar?
Contei sobre todo o processo desde o momento que comecei até aquele momento. A
Karina que me fez perceber que havia potencialidades neste trabalho me incentivou a seguir
em frente. Não foi uma surpresa para mim quando vi que a poética da professora era similar à
minha, ao tratar sobre lugar e deslocamento, lugar e modos de imaginação, poéticas da
paisagem e processos de produção. Acredito que existe similaridade em nossos trabalhos e
que por isso, Karina seria uma ótima professora para me ensinar e acompanhar.

BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, Wilmar do Valle. Tempos pós-modernos. In: LYOTARD, Jean-François. A


condição pós-moderna 6. ed. Rio de Janeiro : José Olympio, 2000.
Brites, Blanca e Tessler, Elida. O meio como ponto zero: metodologia da pesquisa em artes
plásticas/ organizado por. Porto Alegre : Ed. Universidade/UFRGS, 2002.
Tiburí, Marcia. Lembrar é essencial. Disponível em:
<http://www.marciatiburi.com.br/textos/lembrar.htm>. Acesso em: 22/07/2022
Pesquisas e metodologias em artes visuais. Xavier da Costa,Robson. Betânia e Silva, Maria .
Carvalho, Lívia Marques.João Pessoa : UFPB ; [Recife] : Editora UFPE, 2015

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