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INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL CECÍLIA M. M.

BARCELOS
UNIDADE DE CURSOS PROFISSIONALIZANTES
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA

Máquinas Térmicas e Motor


de Combustão Interna

Professor Vander Bento


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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna

O que são Máquinas Térmicas?

Quando Surgiram? Quais foram as primeiras?

Quais são as principais Máquinas Térmicas e Motores de


Combustão Interna?

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Introdução
Máquinas térmicas são dispositivos que absorvem calor de uma
fonte e convertem-no parcialmente em energia mecânica.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Introdução
São dispositivos capazes de transformar energia térmica em
trabalho mecânico.
Necessita de uma fonte de calor e de uma substância de
trabalho capaz de ter o seu volume modificado e,
conseqüentemente, movimentar algum mecanismo.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Introdução
A primeira Máquina Térmica surgiu em Alexandria no Egito, no
ano 120 a.c. criada por Heron um matemático e físico, era uma
máquina a vapor com o nome de Eolípila. Esta máquina consistia
numa esfera metálica, pequena e oca montada sobre um
suporte de cano proveniente de uma caldeira de vapor.
Na esfera eram fixados dois canos em forma de L. Quando o
vapor escapava por esses canos em forma de L, a esfera
adquiria um movimento de rotação. Apesar deste mecanismo
realizar movimento, não realizava nenhum trabalho útil, sendo
considerado como um simples objeto de entretenimento. Se
Heron tivesse dominado esta energia rotativa, teria inventado a
máquina a vapor quase dois mil anos antes da sua reinvenção.

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Eolípila

Se Heron tivesse dominado esta energia rotativa, teria


inventado a máquina a vapor quase dois mil anos antes da
sua reinvenção.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna

Primeiras Máquinas Térmicas


Em 1698, Thomas Savery criou a primeira com utilidade prática,
que era usada o vácuo para elevar a água do fundo das minas.
Posteriormente, por volta de 1712, essa máquina de Savery foi
aperfeiçoada por Thomas Newcomen e passou a ser utilizada
também para elevar cargas.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna

Primeiras Máquinas Térmicas


No entanto, as máquinas térmicas obtiveram destaque de fato
apenas no século 18, quando James Watt (1736 – 1819), em
1763, criou uma máquina que possuía maior eficiência do que
as que eram até então conhecidas. Foi em 1804 que as
máquinas a vapor passaram a ser utilizadas para locomoção.

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Primeiras Máquinas Térmicas


A locomotiva a vapor, construída por Richard Trevithick, era
capaz de transportar 450 pessoas a uma velocidade de 24
km/h, velocidade bem menor que a que estamos acostumados
atualmente.

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Primeiras Máquinas Térmicas


Depois da locomotiva, vieram os carros, o primeiro foi
produzido em 1885, pelo Engenheiro Alemão Karl Benz, e
possuía motor a gasolina.
O motor a vapor foi utilizado nos automóveis durante o fim do
século XIX e início do século XX, por mais ou menos 30 anos. O
motor de maior sucesso foi fabricado por um americano
chamado Stanley e esteve em uso até 1945.

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Primeiras Máquinas Térmicas

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Aplicações

Fonte: Wylen; Sonntag; Borgnakke. Fundamentos da termodinâmica. Blucher. 12


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Aplicações

Fonte: Wylen; Sonntag; Borgnakke. Fundamentos da termodinâmica. Blucher. 13


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 = Q1 − Q2
(J – joule ou cal – caloria)

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Rendimento das máquinas térmicas

η = Rendimento
T = Trabalho
Qq = Calor da fonte quente
η (Letra grega com pronúncia “eta”)
τ (Letra grega com pronúncia "tau“)

Os motores que usam o ciclo Diesel apresentam os maiores


rendimentos das máquinas térmicas – cerca de 30% –
enquanto os motores a gasolina, que geralmente utilizam o
ciclo Otto, têm rendimento de até 20%. "Quanto maior o
rendimento de uma máquina, maior será sua eficiência.

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Unidades de Medida
Grandeza Unidade Símbolo
Massa quilograma kg
Comprimento metro m
Tempo segundo s
Temperatura kelvin K
Quantidade de matéria mol mol
Área metro quadrado m²
Volume metro cúbico m³
Velocidade metro por segundo m.s-1
Aceleração metro por segundo quadrado m.s-2
Força newton N
Pressão pascal Pa
Energia joule J
Potência Watt W 16
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Unidades de Medida

GRANDEZA INTERNACIONAL INGLÊS


Unidade Símbolo Unidade Símbolo
Massa quilograma kg libra-massa lbm
Comprimento metro m pé pé (ft)
Tempo segundo s segundo s
Temperatura kelvin K rankine R
Quantidade de matéria mol mol mol mol

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Unidades de Medida

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Mapa mental por Me. Rafael Helerbrock

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Temperatura

É uma grandeza física que mede o estado de agitação das


partículas de um corpo, caracterizando seu estado térmico.

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Escalas de Temperatura
C – Celsius
K – Kelvin
F – Fahrenheit

K = C + 273 ou
C = K − 273

F = 1,8 C + 32 ou
C = (F − 32) / 1,8

Considerando nível do mar.

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Escalas de Temperatura

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Aparelhos de medir Temperatura

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Massa, volume e densidade

Massa: quantidade de matéria [kg]


Volume: espaço ocupado pela matéria [m³]
Densidade: razão entre a massa e o volume [kg/m³]

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Calor Específico
Quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura
de um grama de determinada substância em 1°C.

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Substâncias Puras

Substância pura: aquela que possui composição química


invariável e homogênea

Fase: é identificada por uma organização molecular distinta ,


que é homogênea em toda a fase e separada das outras fases
por fronteiras facilmente identificáveis

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Mudança de Fase em uma substância pura

Calor Calor Calor


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Diagrama Temperatura Volume para água

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Conversão de Unidades de Pressão:

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Processos e Ciclos

Processo: caminho definido pela sucessão de estados quando


ocorre uma mudança em um sistema.

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Processos e Ciclos

Ciclo: é quando um sistema, em um dado estado inicial, passa


por mudanças de estado ou processos e retorna ao estado
inicial. Desta forma, todas as propriedades apresentam os
mesmos valores iniciais.

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Energia

É a capacidade de realizar trabalho. Tipos de energia: térmica,


mecânica, elétrica, magnética, química, etc.
As unidades usuais de energia são caloria [cal], Joule [J],
quilowatt-hora [kWh].

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Tipos de Energia

Energia Cinética
É o tipo de energia que está relacionado ao movimento. Todo
corpo que se move está dotado de energia cinética.

Na montanha russa, ganha-se energia cinética na medida em que a força peso realiza trabalho.
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Tipos de Energia

Energia Potencial
É uma forma de energia que pode ser armazenada por um
corpo e que depende da posição desse corpo. Entre as formas
de energia potencial conhecidas, destacamos a energia
potencial gravitacional e a elástica.

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Tipos de Energia

Energia Potencial Gravitacional


É uma forma de energia associada à altura em que um corpo
se encontra em uma região de campo gravitacional não nulo.
A presença de um campo gravitacional atribui energia
potencial gravitacional a todo corpo que possui massa e que
possui alguma altura em relação à massa que produz a
gravidade na região.

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Tipos de Energia

Energia Potencial Elástica


É uma forma de energia que está relacionada à elasticidade e
à deformação de corpos flexíveis, tais como molas, tiras de
borracha, elásticos etc.
É a forma de energia que é adquirida por corpos elásticos
capazes de retornarem ao seu formato original após sofrerem
algum tipo de deformação.

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Tipos de Energia

Energia Térmica
É a quantidade de energia contida em algum sistema
exclusivamente pelo efeito de sua temperatura.
A energia térmica de um sistema pode ser transferida para
outros corpos em decorrência de uma diferença de
temperatura, nesse caso, chamamos a transferência de
energia térmica de calor.

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Mudança de Estado

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Mudança de Estado
Fenômeno análogo ocorre na ebulição da água. Ao nível do
mar ela começa a ferver aos 100ºC e, por mais que se forneça
energia ao sistema, a temperatura não passará disso: toda a
energia está sendo consumida para transformar a água em
vapor.

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Trabalho

O trabalho pode ser definido como uma força F agindo ao longo


de um deslocamento x.
Definição termodinâmica: um sistema realiza trabalho se o
único efeito sobre o meio puder ser o levantamento de um
peso.

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Formas de Trabalho

Exemplo de trabalho atravessando a fronteira de um sistema

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Formas de Trabalho
Movimento de Fronteira

Trabalho em um processo quase estático T = P . ΔV


T = Trabalho
P = Pressão
ΔV = Variação de Volume 42
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Formas de Trabalho
Movimento de Fronteira

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Calor
É uma forma de transferência de energia através da fronteira
de um sistema, numa dada temperatura, a outro sistema ou ,
que apresenta uma temperatura inferior, em virtude da
diferença de temperatura.
É a passagem de energia de um corpo para outro
devido à diferença de temperatura entre eles.

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Processos de Transmissão de Calor
Condução
É o processo de transferência de calor por meio de movimento
molecular através dos sólidos e dos fluidos em repouso. Este é
o mecanismo pelo qual o calor flui através da estrutura do
motor.

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Processos de Transmissão de Calor
Radiação
É o processo de transmissão de calor através do espaço. Ele
tem lugar não apenas no vácuo mas, também, através de
sólidos e fluidos transparentes aos comprimentos de onda na
faixa espectral, visível e infravermelha. Uma pequena parte do
calor transmitido para as paredes dos cilindros, pelos gases
quentes, flui por este processo.

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Processos de Transmissão de Calor
Convecção
É o processo de transmissão de calor através dos fluidos em
movimento, e entre um fluido e uma superfície sólida com
movimento relativo. Este tipo de transmissão de calor envolve
a condução, assim como o movimento do fluido. - Convecção
natural. É o termo usado quando o movimento do fluido se dá
devido às diferenças de densidade em um campo
gravitacional. (Termo-sifão) - Convecção forçada.

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Processos de Transmissão de Calor

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Unidade de medida de Calor
Calorias
Por motivos históricos, apesar de o calor ser uma forma de
energia, ele não costuma ser medido em joules, mas sim em
calorias.
Calorias (cal)
Uma caloria é definida como sendo a quantidade de calor que
deve ceder a um grama de água para fazer sua temperatura
subir de 1ºC. A correspondência entre o joule e a caloria é:
1 caloria = 4,18 joules
Quilocaloria (kcal) Usa-se muito, também, a quilocaloria
(kcal), equivalente a 1.000 cal.

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Unidade de medida de Calor
British Thermal Unit (BTU)
Nos países de língua inglesa é muito freqüente a utilização
desta unidade para se medir quantidade de calor. Uma BTU é
definida como sendo a quantidade de calor necessária para
elevar de 1º F a temperatura de uma libra de água. A
correspondência aproximada entre a kcal e a BTU é:
1 kcal = 4 BTU

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Efeitos do calor

Pode-se perceber o fato de um corpo estar recebendo ou


cedendo calor, através de 2 possíveis efeitos:
• Mudança de temperatura;
• Mudança de estado de agregação.
Quando a troca de calor produz uma alteração na temperatura
do corpo, este calor é chamado de calor sensível.

Quando a troca de calor produz uma alteração no estado de


agregação do corpo, este calor é chamado de calor latente.

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Calorimetria

É a parte da física que estuda as trocas de energia entre


corpos ou sistemas, quando essas trocas se dão na forma de
calor. Calor significa uma transferência de energia térmica de
um sistema para outro, ou seja: pode-se dizer que um corpo
recebe calor, mas não que ele possui calor.

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Termodinâmica
A palavra termodinâmica teve origem na junção de dois
vocábulos gregos, therme (calor) e dynamis (força), que
têm a ver com as primeiras tentativas para transformar calor
em trabalho e que constituíram o objetivo primordial desta
ciência.

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Termodinâmica
A ciência da termodinâmica surgiu pela necessidade de
aperfeiçoar o funcionamento das primeiras máquinas a vapor,
de que é exemplo a máquina de Newcomen construída no
princípio do século XVIII.
O Motor a vapor de Newcomem foi
inventado por Thomas Newcomen em
1712, muitas vezes chamado como
Máquina atmosférica Newcomen.
O motor é operado pelo vapor de
condensação introduzido no cilindro,
criando assim um vácuo parcial,
permitindo assim que a pressão
atmosférica empurre o pistão para
dentro do cilindro.
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Termodinâmica
Atualmente, não são apenas transformações com trocas de
calor com realização de trabalho, mas estende-se a todas
formas de energia e suas transformações. Conceituando:
Termodinâmica como a ciência que estuda a energia nas
suas diversas formas.

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Termodinâmica
Uma das leis fundamentais da Natureza é a lei da
Conservação da Energia.
Estabelece que, durante qualquer interação, a energia pode
mudar de forma, mas a quantidade total de energia mantém-
se constante, isto é, não se pode criar, nem destruir, energia.

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Termodinâmica
Lei Zero da Termodinâmica

Determina que, quando dois corpos têm igualdade de


temperatura com um terceiro corpo, eles têm igualdade de
temperatura entre si. Esta lei é a base para a medição de
temperatura empírica. Está associada ao conceito de
temperatura.

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Termodinâmica
Primeira lei da Termodinâmica
Fornece o aspecto quantitativo de processos de conversão de
energia. É o princípio da conservação da energia e da
conservação da massa, agora familiar: "A energia do Universo
é constante". (Se um sistema gasoso recebe calor do meio
externo, essa energia pode ser armazenada para que exista a
possibilidade de realização de trabalho). Relacionada ao
conceito de energia.

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Termodinâmica
Segunda lei da Termodinâmica
Determina o aspecto qualitativo de processos em sistemas
físicos, isto é, os processos ocorrem numa certa direção mas
não podem ocorrer na direção oposta. Enunciada por Clausius
da seguinte maneira: "A entropia do Universo tende a um
máximo". (O calor flui espontaneamente da fonte quente para
a fonte fria; para ocorrer o contrário, é necessário realizar
trabalho externo). Associada ao conceito de entropia (o grau
de desordem de um sistema).

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Termodinâmica
Terceira lei da Termodinâmica

Estabelece um ponto de referência absoluto para a


determinação da entropia, representado pelo estado
derradeiro de ordem molecular máxima e mínima energia.
Enunciada como "A entropia de uma substância cristalina pura
na temperatura zero absoluto é zero". É extremamente útil na
análise termodinâmica das reações químicas, como a
combustão, por exemplo.

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Termodinâmica 𝑄2 𝑇2
=
𝑄1 𝑇1

𝑇 = 𝑄1 − 𝑄2
𝑇 𝑇2
𝜂= 𝑜𝑢 𝜂 =1−
𝑄1 𝑇1
T = Trabalho (Joule)
Q1 = Calor Recebido (Joule)
Q2 =Calor Cedido (Joule)
T1 = Temperatura Entrada (Kelvin)
T2 = Temperatura Saída (Kelvin)
𝜂 = Rendimento (%)

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Caldeiras
Caldeira ou Gerador de vapor é um equipamento que se
destina a gerar vapor através de uma troca térmica entre o
combustível e a água. Isto é feito por um equipamento
construído com chapas e tubos cuja finalidade é fazer com
que a água se aqueça e passe do estado líquido para o
gasoso, aproveitando o calor liberado pelo combustível que faz
com as partes metálicas da mesma se aqueça e transfira calor
à água produzindo o vapor.

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Classificação das Caldeiras:
Caldeiras Aquotubulares
São caldeiras nas quais a água circula pelos tubos, enquanto
os gases quentes resultados da combustão ou de outro
processo estão em contato com sua superfície externa.

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Classificação das Caldeiras
Caldeiras Flamotubulares
Ao contrário das aquatubulares, são os gases quente que
circulam por dentro dos tubos, que por sua vez, são envoltos
por água.

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Classificação das Caldeiras:
Caldeiras Mistas
São caldeiras tanto aquatubulares quanto flamotubulares.
Nelas, na fornalha passam tubos de água, caracterizando a
parte aquatubular. Em seguida, os gases de exaustão seguem
por tubos, para a parte flamotubular, e de lá para a chaminé.

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Corrosão

É a deterioração de metais causada por processos


eletroquímicos das reações de oxirredução.
A corrosão, em geral, é provocada pelo oxigênio. Os metais
têm uma capacidade de oxidação bem maior do que o
oxigênio, sendo assim, tendem a perder elétrons para o
oxigênio presente no ar atmosférico.

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Corrosão

- Problema sério em sistemas de caldeiras: ocasiona


acidentes, perda de material e parada do equipamento.

A corrosão é um processo eletroquímico capaz de se


desenvolver em meio ácido, neutro ou alcalino, na presença
ou não de aeração.

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Tipos de Corrosão

- corrosão uniforme;
- corrosão localizada;
- corrosão por metais dissimilares;
- corrosão por tensão (“stress”);
- corrosão por aeração diferencial devido à formação de
depósitos;
- corrosão por ácido carbônico.

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Corrosão Uniforme e Localizada

• anomalias na composição granular ou metálica;


• impurezas no metal;
• células de corrosão por aeração diferencial;
• tensão no metal ("stress").

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Corrosão por Metais Dissimilares

• diferença de potencial entre 2 metais diferentes direto com


água contendo sais dissolvidos (eletrólitos);
• metal menos nobre se comporta como um ânodo e se corrói;
• possível evitar por separação física através de isolador.

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Corrosão por Tensão (“stress”)

• devido falhas de projeto de caldeira;


• tratamento térmico inadequado de chapas e tubos;
• regiões de alta transferência de calor (de combustão);
• soldas de tubulações;
• tubo mal laminados e com fendas;
• tubos incrustados.

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Corrosão pela Formação de Depósitos

• presença de tensões localizadas e concentrações salinas sob


depósitos;
• formação de células de aeração diferencial.

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Corrosão por Ácido Carbônico

• solubilização de gás carbônico do ar (borras);


• decomposição pelo calor de carbonatos e bicarbonatos;
• presença de contaminantes na água de alimentação da
caldeira.

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Causa comum de corrosão

Meio Não Aerado: ausência de oxigênio, em temperaturas


superiores a 220ºC, o ferro é instável;
Os tubos da caldeira são fabricados por aço carbono
As falhas nos tubos geralmente ocorrem nas zonas mais
quentes da caldeira.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor de Combustão Interna

São Máquinas Térmicas Motoras nas quais a energia química


dos combustíveis se transforma emtrabalho mecânico (o fluido
de trabalho consiste nos produtos da combustão).

Motor Fiat
Fiasa 1.0 litro

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Os motores de combustão podem ser classificados como de:

• COMBUSTÃO EXTERNA: no qual o fluido de trabalho está


completamente separado da misturar/combustível, sendo o
calor dos produtos da combustão transferido através das
paredes de um reservatório ou caldeira.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Os motores de combustão podem ser classificados como de:

• COMBUSTÃO INTERNA: no qual o fluido de trabalho consiste


nos produtos da combustão da mistura de ar/combustível.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Classificação dos Motores de Combustão Interna (MCI)
a) Quanto à propriedade do gás na admissão:
• ar (Diesel)
• mistura ar-combustível (Otto)

b) Quanto à ignição:
• por centelha (ICE) [sparkignition (SI)]
• por compressão (ICO) [compressionignition (CI)]

c) Quanto ao movimento do pistão:


• Alternativo (Otto, Diesel)
• Rotativo (Wankel, Quasiturbine)

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Classificação dos Motores de Combustão Interna (MCI)
d) Quanto ao ciclo de trabalho:
• 2 tempos
• 4 tempos

e) Quanto ao número de cilindros:


• monocilíndricos
•policilíndricos

f) Quanto à disposição dos cilindros:


• em linha a opostos (boxer)
• em V à em estrela (radial)

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Classificação dos Motores de Combustão Interna (MCI)
g) Quanto à utilização:
• estacionários - Destinados a máquinas estacionárias, como:
Geradores, máquinas de solda, bombas ou outras máquinas
que operam em rotação constante;
• industriais - Destinados a máquinas de construção civil,
como: tratores, carregadeiras, guindastes, compressores de ar,
máquinas de mineração, veículos de operação fora-de-estrada,
acionamento de sistemas hidrostáticos e outras aplicações
onde se exijam características especiais específicas do
acionador;
• veiculares - Destinados a veículos de transporte em geral,
tais como caminhões e ônibus;
• marítimos - Destinados à propulsão de barcos e máquinas de
uso naval.
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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor de Combustão Interna

O funcionamento do motor de combustão interna ocorre em


quatro tempos: admissão, compressão, explosão ou
combustão e escape.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor de Combustão Interna

O combustível mais utilizado atualmente no mundo inteiro é a


gasolina. O motor que normalmente equipa os automóveis
movidos a gasolina é o motor de combustão interna, também
chamado de motor de explosão interna ou motor a explosão de
quatro tempos.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor de Combustão Interna

Os termos “combustão” e “explosão” são usados no nome


desse motor porque o seu princípio de funcionamento baseia-
se no aproveitamento da energia liberada na reação de
combustão de uma mistura de ar e combustível que ocorre
dentro do cilindro do veículo. Esse motor também é chamado
de “motor de quatro tempos” porque seu funcionamento
ocorre em quatro estágios ou tempos diferentes.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Comparação entre Motor OTTO e Motor Diesel

Otto Diesel
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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

São motores nos quais um membro rotativo é disposto de


forma a variar o volume de trabalho de maneira análoga ao de
um compressor do tipo palheta, ou por meio de alguma
espécie de movimento excêntrico de um rotor em um espaço
cilíndrico (usualmente não circular).

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

É um motor rotativo de combustão interna, inventado por Felix


Wankel, que utiliza rotores com formato semelhante ao de um
triângulo em vez dos pistões dos motores alternativos
convencionais.
Os 4 tempos do motor Wankel:

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

A NSU tinha Felix Wankel na sua equipa, onde o motor rotativo


conheceu a sua “forma” definitiva, com o primeiro protótipo a
surgir em 1957. A marca alemã disponibilizou posteriormente
licenças a outros construtores — Alfa Romeo, American
Motors, Citroën, Ford, General Motors, Mazda, Mercedes-Benz,
Nissan, Porsche, Rolls-Royce, Suzuki e Toyota.
NSU Spider

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

A NSU tinha Felix Wankel na sua equipa, onde o motor rotativo


conheceu a sua “forma” definitiva, com o primeiro protótipo a
surgir em 1957. A marca alemã disponibilizou posteriormente
licenças a outros construtores — Alfa Romeo, American
Motors, Citroën, Ford, General Motors, Mazda, Mercedes-Benz,
Nissan, Porsche, Rolls-Royce, Suzuki e Toyota.
NSU Spider: um rotor, 498 cm3, 50 cv às 5500 rpm, 72
Nm às 2500 rpm, 700 kg, 2375 unidades produzidas.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

NSU Ro80: bi-rotor, 995 cm3, 115 cv às 5500 rpm, 159


Nm às 4500 rpm, 1225 kg, 12,5s dos 0-100 km/h, 180
km/h de velocidade máxima, 37 398 unidades
produzidas.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

Citroën M35: um rotor, 995 cm3, 50 cavalos às 5500


rpm, 69 Nm às 2750 rpm, 267 unidades produzidas.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

Citroën GS Birotor: bi-rotor, 995 cm3, 107 cv às 6500


rpm, 140 Nm às 3000 rpm, 846 unidades produzidas.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

Chevrolet XP-897 GT: bi-rotor, 3.4 l, 150 cv às 6000


rpm, 169 Nm às 4000 rpm.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

Chevrolet XP-895: tetra-rotor, 6.8 l, 420 cavalos.

93
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

Mercedes-Benz C111: tri-rotor, 1.8 l, 280 cv às 7000


rpm, 294 Nm constantes entre as 5000 e 6000 rpm.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motores Rotativo de Deslocamento - Motor WANKEL

Mazda RX-7/RC-8 1.3 l turbo bi-rotor, 255 cv às 6500


rpm.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
TURBINAS A GÁS
O conceito de turbina a gás é antigo, mas ele não se
concretizou como fonte prática de potência até após a II.
Guerra Mundial. Seu desenvolvimento comercial foi estimulado
pela introdução bem sucedida dos motores turbo jatos em
aviões ingleses e alemães, próximo ao final da guerra.
O conjunto é formado por várias câmaras de combustão (de 2
a 6), possuindo cada uma delas de seu injetor. Esta disposição
assegura uma melhor utilização do combustível e permite
maior flexibilidade de funcionamento.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
TURBINAS A GÁS

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Princípio de funcionamento de turbinas a gás
Assim como um motor a diesel ou gasolina, a turbina a gás é
um tipo de motor de combustão interna e funciona usando o
ciclo de admissão, compressão, combustão (expansão) e
escape. Porém, uma grande diferença é o movimento básico. A
turbina a gás tem movimento circular, enquanto o motor a
pistão tem movimento de vai e vem.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Princípio de funcionamento de turbinas a gás
Em primeiro lugar, o ar é comprimido por um compressor, e
esse ar comprimido é levado para a câmara de combustão. Na
câmara de combustão, o combustível é continuamente
queimado para produzir gás em alta temperatura e pressão. A
turbina a gás industrial faz com que o gás produzido na
câmara de combustão seja expandido na turbina (um rotor de
pás feito conectando diversas lâminas a um disco redondo)
para a produção de energia rotacional, que faz com que o
compressor funcione na fase anterior. A energia restante é
fornecida com um eixo de saída.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
TURBINAS A GÁS

100
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
CICLOS DE POTÊNCIA
Ciclo de Carnot
Sadi Carnot (1796-1832) publicou em 1823 “Reflexões sobre a
potência motriz do fogo”. Enunciava um ciclo ideal que,
partindo da transformação de gases perfeitos, deveria ter um
rendimento de aproximadamente 72%, o qual, aliás, nunca
atingido por um motor térmico real. Compõe das seguintes
fases:
12 = compressão isotérmica
23 = compressão adiabática
34 = expansão isotérmica
41 = expansão adiabática

101
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Ciclos de Otto
Em 1862, Beau de Rochas enunciou o ciclo de “quatro tempos”
que, primeiramente, o alemão Otto aplicara a um motor
térmico, de onde surgiu em algumas obras a designação de
“Ciclo Otto”. Teoricamente o ciclo enuncia-se da seguinte
maneira: o enchimento do cilindro efetua-se com a pressão
atmosférica.

102
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Ciclos de Diesel
Na década de 1890, um inventor alemão, Rudolf Diesel
patenteou sua invenção de um eficiente, de combustão lenta,
ignição por compressão, motor de combustão interna. O ciclo
original proposto por Rudolf Diesel era um ciclo de
temperatura constante. Nos anos posteriores, Diesel percebeu
que seu ciclo original não funcionaria e adotou o ciclo de
pressão constante, conhecido como ciclo de Diesel .

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Ciclo Quatro Tempos

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Ciclo Dois Tempos

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Cilindrada

É o volume total deslocado pelo pistão entre o P.M.I. e o


P.M.S., multiplicado pelo número decilindros do motor. É
indicada em centímetros cúbicos (cm³) e tem a seguinte
fórmula:

106
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Cilindrada
Tomando como exemplo o motor de um Ômega GLS (GM). De
seu catálogo têm-se os seguintes dados:
Motor Dianteiro Longitudinal M.P.F.I.
Número de Cilindros => 04
Diâmetro cilindro => 86,0 mm
Curso do pistão =>86,0 mm
Taxa de Compressão =>9,2:1

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Ponto Morto Superior (PMI) e Ponto Morto Inferior (PMS)

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Câmara de Compressão ou de Combustão
É o espaço livre que fica acima do pistão quando este se
encontra no P.M.S. Nela, a mistura ar/combustível do motor a
gasolina, que entrou pela válvula de admissão, será
comprimida e, após a faísca emitida pela vela, explodirá para
que a expansão dos gases movimente o pistão e dê sequência
ao funcionamento do motor.

109
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Octanagem
A octanagem mede a capacidade da gasolina de resistir à
detonação, ou a sua capacidade de resistir às exigências do
motor sem entrar em auto-ignição antes do momento
programado. A detonação, também conhecida como “batida de
pino”, leva à perda de potência e pode causar sérios danos ao
motor, dependendo de sua intensidade e persistência.

110
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Taxa de Compressão (Relação)
Relação matemática que indica quantas vezes a mistura
ar/combustível ou simplesmente o ar aspirado (no caso dos
diesel) para dentro dos cilindros pelo pistão é comprimido
dentro da câmara de combustão antes que se inicie o processo
de queima.

111
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Taxa de Compressão
Do ponto de vista termodinâmico, a taxa de compressão é
diretamente responsável pelo rendimento térmico do motor.
Assim, quanto maior a taxa de compressão, melhor será o
aproveitamento energético que o motor estará fazendo do
combustível consumido.
Por esse motivo é que os motores diesel consomem menos
que um similar a gasolina: funcionando com taxas de
compressão altíssimas (17:1 nos turbo diesel e até 22:1 nos
diesel aspirados), geram a mesma potência consumindo
menos combustível.

112
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Taxa de Compressão
Cálculo da taxa de compressão pelo volume:

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Taxa de Compressão
Cálculo da taxa de compressão pelo curso e altura:

114
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Auto-Ignição
É a combustão espontânea sob certas condições
termodinâmicas de uma mistura qualquer de combustível com
oxidante. Em razão das altas temperaturas na câmara de
combustão ou octanagem incorreta da gasolina para a taxa de
compressão do motor, algumas vezes o efeito auto-ignição
pode ocorrer.
Pontos quentes no interior da câmara passam a fazer o papel
da vela de ignição, incandescendo a mistura ar/combustível
antes mesmo dea vela de ignição iniciar o processo através da
centelha elétrica. Uma vela com grau térmico muito alto para
asituação em que o motor está sendo utilizado pode também
ser o motivo da auto-ignição.
Muito prejudicial ao funcionamento do motor, pode danificar a
câmera de combustão.
115
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Avanço
Nome empregado mais comumente para designar o quanto a
faísca da vela deverá ser avançada, com relação ao P.M.S. do
pistão para iniciar o processo de combustão. Faz-se o avanço
para se obter a máxima pressão sobre o pistão quando o
mesmo atinge o P.M.S., melhorando a desempenho do motor.
Num automóvel, o avanço pode ser de 03 tipos: a vácuo,
centrífugo ou eletrônico. Os dois primeiros, absolutamente
mecânicos, atuam diretamente sobre o distribuidor, sendo
passíveis de erro operacional.

116
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Principais componentes de MCI

•Órgãos (ou peças) fixos:


1. bloco do motor cylindercrankcase
2. cabeçote head
3. cárter crankcase

•Órgãos móveis:
1. pistão (êmbolo) piston
2. biela connectingrod
3. árvore de manivelas (virabrequim) camshaft
4. válvulas de admissão e escape intakeandexaustvalves
5. árvore de comando de válvulas camshaft
117
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Bloco do Motor
O bloco do motor é o componente central do motor. Nele está
integrado o acionamento por manivela completo com pistões,
cilindros e bielas. Nos motores para veículo utilitário também
frequentemente os eixos de comando. Nele são montados os
agregados auxiliares, a transmissão e o controle do motor no
cabeçote.
Os canais de óleo e refrigeração necessários para a
refrigeração e lubrificação tornam o bloco do motor na parte
fundida mais complexa do motor de combustão.

118
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Cabeçote

É uma espécie de tampa do motor contra a qual o pistão


comprime a mistura, no caso do ciclo Otto, ou o ar, no caso do
Diesel. Geralmente possui furos com roscas onde são
instaladas as velas de ignição ou os bicos injetores e onde
estão instaladas as válvulas de admissão e escape com os
respectivos dutos.

119
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Carter

Parte inferior do bloco, cobrindo os componentes inferiores do


motor, e onde está depositado o óleo lubrificante.

120
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Pistão

É a parte móvel da câmara de combustão, recebe a força de


expansão dos gases queimados, transmitido-a à biela, por
intermédio de um pino de aço (pino do pistão). É em geral
fabricado em liga de alumínio.

121
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Biela

Braço de ligação entre o pistão e o eixo de manivelas; recebe


o impulso do pistão, transmitindo-o ao eixo de manivelas
(virabrequim). É importante salientar que o conjunto biela-
virabrequim transforma o movimento retilíneo do pistão em
movimento rotativo do virabrequim.

122
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Virabrequim (Eixo de manivelas, Árvore de manivelas)

Eixo motor propriamente dito, o qual, na maioria das vezes, é


instalado na parte inferior do bloco, recebendo ainda as bielas
que lhe imprimem movimento.

123
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Eixo Comando de Válvulas (Árvore Comando da Distribuição)

A função deste eixo é abrir as válvulas de admissão e escape,


respectivamente, nos tempos de admissão e escapamento. É
acionado pelo eixo de manivelas, através de engrenagem,
corrente ou ainda, correia dentada. É dotado de ressaltos que
elevam o conjunto: tucho, haste, balancim abrindo as válvulas
no momento oportuno.

124
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Válvulas

Existem dois tipos: de admissão e de escape. A primeira abre-


se para permitir a entrada da mistura combustível/ar (ou ar
puro, conforme o caso) no interior do cilindro. A outra, de
escape, abre-se para dar saída aos gases queimados.

125
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Conjunto de Acionamento das Válvulas

Compreende o tucho e uma haste, que o interliga ao balancim,


apoiando-se diretamente sobre a válvula. No momento em que
o eixo comando de válvulas gira, o ressalto deste aciona o
tucho, que por sua vez move a haste, fazendo com que o
balancim transmita o movimento à válvula, abrindo-a. Há um
conjunto destes (tucho, haste, balancim) para cada ressalto, i.
e., um para cada válvula, tanto de admissão quanto de escape.

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Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Anéis de segmento dos pitões
A maioria dos anéis de segmento são fabricados de de ferro
fundido-cinzada da sua excelente resistência ao desgaste em
todos os diâmetros de cilindro. Para maior resistência ao
desgaste do anel e parede do cilindro, os anéis são de face
cromada ou “molibdênio metalizado”, uma estrutura porosa de
óxido de molibdênio. Os anéis de controle de óleo podem ser
de ferro ou de aço. Projeto de anéis de segmento.

127
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Sistema de Distribuição
É o conjunto de elementos que comandam a admissão de
mistura (motores Otto) ou ar (motores Diesel) nos cilindros e
posteriormente a saída dos gases queimados. Cada válvula se
mantenha aberta o tempo necessário para uma boa admissão
de mistura ou ar), a lavagem do cilindro, e a completa
expulsão dos gases queimados.

128
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Sistema de Distribuição
As válvulas suspensas podem ser acionadas:
. por hastes e balancins com eixo de cames no bloco;
. por balancins com eixo de cames suspenso;
. por eixo de cames suspenso com impulsos diretos sobre as
válvulas.

129
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Sistema de Distribuição

130
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Coletores de Admissão e Descarga

131
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Volante do Motor

O volante é de fundição ou de aço moldado. Destina-se a


regularizar a rotação do virabrequim. No momento da
explosão, o volante absorve a energia desenvolvida; restitui-a
nos tempos não motores. Os motores de um cilindro exigem
um volante grande, enquanto os de vários cilindros são
equipados com volantes tanto mais leves quanto mais elevado
for o número de cilindros.

132
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor de Partida (Arranque)

O motor de partida transforma a energia elétrica que recebe


da bateria em energia mecânica para girar o motor a
combustão e vencer a resistência ao movimento.

133
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Sistema de Alimentação - Carburador Básico
O carburador é responsável por dosar a quantidade de
combustível que é injetado na mistura ar/combustível admitida
pelo sistema de alimentação do motor.

134
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Sistema de Injeção Eletrônica de Combustível Otto

135
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Sistema de Injeção Eletrônica de Combustível Diesel

136
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem (Motor do Fusca)

137
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem (Motor do Fusca)

138
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem (Motor do Fusca)

139
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem (Motor do Fusca)

140
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem (Motor do Fusca)

141
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem – Ponto do Motor

142
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem – Regulagem de Válvulas

143
Máquinas Térmicas e Motor de Combustão Interna
Motor Boxer Volkswagem – Rotor e Bobina de ignição

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