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Mistura rica e pobre

I Estequiometria
fator Lambda

No texto anterior, abordamos o Triângulo de Fogo, os três elementos


necessários para que um motor a combustão funcione. Neste, falaremos
sobre estequiometria, que nada mais é do que a relação ar-combustível
ideal para uma queima perfeita.

Combustíveis diferentes apresentam diferentes relações estequiométricas.


Muito combustível e pouco oxigênio é a chamada mistura rica, que
resulta em uma queima imperfeita, com desperdício de combustível,
que normalmente é expelido pelo sistema de exaustão.

Muito oxigênio e pouco combustível é conhecido como mistura pobre,


e pode causar superaquecimento do motor, além de engasgos e
perda de potência. Qual é, então, a mistura ideal?

A mistura ideal entre ar-combustível em motores a gasolina é de 14,7


partes de ar para 1 parte de gasolina (14,7:1), já nos motores a
etanol, essa relação é de 9:1, e nos motores diesel, 15,2:1.

A relação estequiométrica é a base de cálculo para o fator lambda,


que nada mais é do que a divisão da relação ar-combustível real
(que está acontecendo no veículo naquele momento) com a relação
estequiométrica. Assim, se o motor está funcionando corretamente,
o fator lambda é 1.

Qualquer valor abaixo de 1, significa que o motor funciona com


mistura pobre e acima de 1, mistura rica. Esses parâmetros são
utilizados nos Sensores de Oxigênio, também chamados de Sonda
Lambda. Como o nome diz, o componente mede a quantidade de
oxigênio resultante da queima da mistura ar-combustível no motor.

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Mistura rica e pobre
I Estequiometria
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Se a queima é perfeita, todo oxigênio do ar é consumido e o fator


lambda será 1, mas se o sensor detecta presença de oxigênio é
porque há algo errado. Pouco oxigênio significa mistura rica, e muito
oxigênio significa mistura pobre, pois não há combustível suficiente.

É importante lembrar que o ar tem aproximadamente 21% de oxigênio


e 79% de nitrogênio e os combustíveis não são 100% puros, pelo
contrário, possuem outros componentes naturais como enxofre e artificiais,
como os aditivos.

Apesar do ar ter a mesma mistura de gases em qualquer lugar do


mundo, dependendo da altitude ele pode ser mais ou menos denso.
O ar mais denso está nas cidades litorâneas, no nível do mar. Nestes
locais, mais moléculas de oxigênio estão presentes por litro (ou m³).

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I Estequiometria
fator Lambda

Um carro que funciona perfeitamente na praia, ao subir a serra para


uma cidade a 1.000 metros de altitude, perde em torno de 10% de
potência. A 2.000 metros, a redução é de 23% e a 2.500 metros,
31%. Por este motivo, a relação estequiométrica pode variar de acordo
com a altitude.

Uma alternativa para evitar essa perda de potência é a utilização


de turbocompressores, que injetam ar de forma comprimida no motor,
mantendo sempre a relação estequiométrica da queima.

Saber a relação estequiométrica de cada combustível é importante


para entender os motivos pelos quais o carro consome mais combustível,
perde potência, sobreaquece entre outros diagnósticos. Como é feita
a mistura do ar e combustível nos motores carburados é o tema do
nosso próximo texto: Tubo de Venturi – como funciona.

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