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Puxava o veículo de madeira-mofo, com os braços, pouco mais que ossos, marcados
hematomas; tanta a força que fazia. Tanta força, para carregar sua falta de vontade,
somada ao peso dos papéis.
Não queria, não queria para si, aquele despropósito destino .
“Menino era para ser feito de chinelo e correria; até pé́ descalço quando mãe não via.
Menino era para ser feito roda saudável, giradora, giramundo. Menino não que nem ele,
não, puxador de carroça “
Tanto peso, que as rodas perdiam atitudes. E os pés e corpo fraco, perdiam correrias.
Cansados , cansados ... “Puxa, puxa, moleque! Que nas costas tem almoço da família;
arroz e um bocado de farinha crua. “Arroz pesava mais que papel ... o carai! Arroz era
conta de grão em grão; e ainda se dizia que todo menino devia entender de matemática
e de letra .
Ah! ele carregava toneladas de letra, e num tinha aprendido nada; quase nem falar.
Proposições mediadoras
Para o conjunto das obras apresentadas:
Uma palavra
Uma cor
Escolha uma das obras/imagens apresentadas, crie uma frase e coloque no Padlet.
Escolha uma imagem (Revista, Fotos, Google) que em sua visão expresse o conjunto das
imagens apresentadas e coloque no Padlet
O resultado das frases e das imagens possibilitará uma poesia e uma nova exposição.
Puxa carroça...
“Menino era para ser feito de chinelo e correria; até pé descalço quando mãe não via. Menino era para
ser feito roda saudável, giradora, giramundo. Menino não que nem ele, não, puxador de carroça “
E os pés e corpo fraco, perdiam correrias. Cansados , cansados ... “Puxa, puxa, moleque! Que nas
costas tem almoço da família; arroz e um bocado de farinha crua. “
https://www.esquerdadiario.com.br/Pesquisa-revela
-a-realidade-assustadora-do-trabalho-infantil-no-Brasil
https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7
as-brincando-brincadeira-5310020/
Curadoria
A curadoria é criação!
“Curador de arte”. Considera o visitante, o espaço, a ordenação das obras que devem ser
escolhidas com cuidado e sensibilidade, propondo desvelar pela escolha das obras e das
relações, que o sujeito visitante, reconheça seu contexto e que seja convidado ao debate e
possibilidades de compreensão.
Quem escolhe faz curadoria. Ação consciente convite para ampliar conexões múltiplas, sem
hierarquia, possibilitando trabalhar o olhar, um olhar escavador de sentidos. É campo
dinâmico de agregação de experiências, pois envolvem escolhas e fios condutores, capaz de
impulsionar leituras e ainda um olhar mais profundo, sem pressa, que ultrapasse o
reconhecimento do fim utilitário das imagens, tornando-o um leitor de signos.
A curadoria é “Uma ação planejada, mas que só pode se tornar uma experiência estética,
singularizada se o sujeito a viver intensamente, isto é, render-se à experiência, mergulhar,
deixar-se capturar por ela. (DEWEY 2010, p. 136-137)
Professor Curador
Assume esta ação quando organiza exposições e apresentações de seus alunos, quando abre
espaços para intervenções poéticas, quando privilegia/escolhe “algumas obras e artistas e não
outras, quando planeja uma visita a uma exposição ou a uma sala de espetáculos ou concertos,
quando dá a ver a cidade, o patrimônio cultural, a cultura visual e sonora.
Ao escolher obras, espetáculos, músicas que serão apresentadas propicia o processo de formação
do olhar. A “ação provocadora e propositora, abre espaços para silêncios e diálogos, não se fixa
em leituras únicas, provoca encantamentos e estranhamentos, enfim, aproxima todos da arte”.
“Assim como há um aprendizado para ver a paisagem como um geólogo a vê, por meio de um
microscópio ou telescópio, há um perceber que se amplifica pela experiência.
Diz Cauê Alves (2010, p. 46) que o curador é “[...] um profissional cuja ação [...] possibilita uma
série de outras experiências que podem formar uma história”.
Curadoria educacional
“[...] organiza e realiza a programação pública em um museu, incluindo visitas de campo, passeios
públicos, palestras e outros programas educacionais” (EHOW, 2012)
Mediação é [con]tato, daquele que toca e é tocado. Mediação
Marcel Duchamp (1975, p. 74): “O ato criador não é executado pelo artista sozinho; o público
estabelece o contato entre a obra de arte e o mundo exterior, decifrando e interpretando suas
qualidades intrínsecas e, desta forma, acrescenta sua contribuição ao ato criador”.
Mediação cultural: “De espectadores a usuários ativos mais do que espectadores.” (ESCHE et
al., 2014, p. 8).
Nos espaços mediadores se diferencia informação da explicação, isto é, apresentando fatos
que podem ampliar a possibilidade de interpretação pessoal sem incorrer em estratégias
simplificadoras entre público e obra. Ela tem que garantir que a obra seja apresentada em
toda a sua plenitude, fruída da melhor maneira possível, sem reduzir a complexidade do
trabalho que está sendo apresentado.
A ação mediadora requer considerar o outro em uma posição de igualdade (e não de
superioridade), vivendo uma prática emancipadora. Rancière (2010b, p. 22) compreende que
“[...] a emancipação começa quando se compreende que o olhar é também uma ação que
confirma ou transforma essa distribuição das posições”.
Curadoria educativa: dispositivos para encontros Metodologia utilizada
Mirian Celeste Martins
Proposta por Edmund B. Feldman (1970), apresentado por Ana Mae Barbosa (1991 e 2012)
e Martins, Picosque e Guerra (2010). Tais autores propõem a leitura comparativa que
provoca a percepção de semelhanças, diferenças, oposições que levam à compreensão de
conceitos.
Para Dewey, 1938, [...] tanto nas instituições culturais como no espaço
da escola, provocar essa experiência é a tônica da mediação cultural.
“Para mim os trabalhos que realizo sem permissão não funcionam”, pois não comunica de forma efetiva já que
pode ser apagado em seguida. “Meu trabalho tem começo, meio e fim. Ele precisa ser passado de forma que as
pessoas o entendam.” “[...] a mensagem que tento passar é sempre alguma que provoque algum tipo de
reflexão.” “As pessoas me acusam de diversas coisas e isso é muito bom, porque mostra que meus desenhos
incomodam.” “[...] uma vizinha me perguntou quando ela veria um casal feliz no meu trabalho. Isso ela não
verá nunca, pois é algo claro no meu estilo. Talvez veja no trabalho de outros artistas, há muita gente que fala
sobre a felicidade porque é o discurso ideal da publicidade. Se essa vizinha assistir à Rede Globo, verá muitas
famílias felizes. Não é um desequilíbrio que gosto de fazer, mas um contraponto.”
BIOGRAFIA Jan Švankmajer – 1934 – Praga - República Tcheca
“Para mim, a animação tem a ver com a mágica. Não estou interessado na totalidade dos
filmes animados. Estou interessado somente no seu aspecto técnico emrelação ao que
quero expressar e a técnica é o meio crucial através do qual eu posso dotar os objetos
reais do seu próprio poder mágico. É dessa maneira que a mágica se torna parte da vida
diária, invadindo-a. A mágica entra em uma relação bastante ordinária com as coisas
mundanas. O contato normal como qual as pessoas estão acostumadas subitamente
adquire uma dimensão diversa-uma dimensão que faz a realidade parecer duvidosa.”
(1990)
“[Meu subconsciente] é uma prioridade. Na verdade, prefiro o termo não-consciente. O que quer
que emerja de meu subconsciente eu uso porque considero ser uma forma pura, já que tudo o
mais no nosso consciente foi influenciado pela realidade, pela arte, pela arte e por nossa
educação, mas as experiências originais que existem dentro de nós são as menos corrompidas de
todas as experiências.” O ato criativo,” “[...] é um ritual que invocamos para exorcizar demônios
e entrar em um estado de absoluta liberdade e absoluta comunicação.”(2000)
BIOGRAFIA Pawel-kuczynski – 1976 – Polônia - Szczecin
Ilustrador e caricaturista, especialista em desenhos gráficos realistas, traduz com sarcasmo, por
meio de metáforas inteligentes, a vida em sociedade. Tem como temas principais a pobreza e
desigualdade social, a política, a economia, o meio ambiente, a guerra e a privacidade nas
redes sociais. Se formou na Academia de Belas Artes de Poznan com especialização em artes
gráficas. É colaborador em várias revistas, capas de livros e álbuns de bandas musicais. Em
2011 abriu uma fan page no Facebook, e a partir dessa época criou muitas ilustrações sobre o
Facebook e as novas tecnologias. Tem mais de meio milhão de seguidores.
“Eu me considero um ilustrador realista dos nossos tempos surreais. Sou um observador, e
converto em desenhos as minhas observações sobre a condição humana.” “Vivemos há tanto
tempo juntos nesse mundo, e mesmo assim cometemos os mesmos erros: guerra, pobreza,
divisões raciais, ecologia, dinheiro”.
“A metáfora é uma linguagem universal. Às vezes, uma boa metáfora consegue explicar uma
ideia melhor que mil palavras. Então, tento transmitir o que penso sem palavras.” (2015)
BIOGRAFIA Alex Senna –1983 - São Paulo - Orlândia
Ilustrador e grafiteiro, têm um estilo que lembra os quadrinhos em preto e branco publicados em
jornais, os temas abordados costumam ser as relações humanas, amor, rivalidade, alegria,
tristeza ou solidão, enfim, o cotidiano. Seu gosto pelo desenho vem da infância e a paixão pelos
quadrinhos se reflete em seu traço, sua arte é realizada com traço simples em preto e branco,
seus personagens possuem características marcantes, ricas em detalhes, com simplicidade, de
situações que conseguem passar uma emoção, facilmente captada pelo observador. Por ser
daltônico nunca teve apego por cor, gosta mesmo do canetão e tinta nanquim. Já produziu
ilustrações para grandes marcas, como Nike, Adidas, Empório Armani e Livraria Saraiva.
Compartilha sua arte nas ruas da cidade e com seus mais de 80.000 seguidores no Instagram.
Doutora em Educação, Arte e História da Cultura, trabalha com pesquisas na área de Linguagens e
Tecnologias e suas possíveis intersecções com o corpo nas esferas artístico-filosóficas, técnicas e
conceituais. Com uma poética contemporânea trabalha os movimentos em aparelho vertical de
Pole, abrangendo as Artes Cênicas, Produção transmídia, Performance, Dança e escrita poética
como possibilidade de se compreender a Cultura, o meio e a si mesma. Seus textos versão sobre
universos variados, do feminino ás angústias cotidianas do ser Homem. "Crônicas da Cidade
Crônica”, onde o texto apresentado se encontra, tem como tema central o retrato do cotidiano
caótico, comum aos grandes centros urbanos, sob a perspectiva de alguns de seus personagens
transeuntes. Seu trabalho é realizado de forma colaborativa, com vários artistas envolvidos, cada
qual mediante sua própria perspectiva autoral e linguagem.
Como pensa a artista: “A Arte, em mim, nasce de uma necessidade real, mais que
apenas vontade, de expressar-me e expor conteúdo autoral produzido a partir da lida reflexiva com
as diferentes linguagens. Pesquisa em produção. Produção mediante pesquisa. O intuito é também
confrontar-se: com a própria imagem, argumentos e ideais. Encarar-se metáfora em movimento, um
anônimo, homônimo do "perder-se para reencontrar-se” um ilustrador do mundo. Artista e sujeito de
expressão. Tanto mais legítimo à medida que exposto a um espelho capaz de retornar um “si”
refletido “outro”, transformado.” (2022)