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Lynn Hagen
Capítulo Dois
Dennis cheirava cerveja no hálito de Ryker. De perto, os olhos do
tigre tinham mudado de castanho para uma espécie estranha de azulado
marrom. A explosão de cores era cativante e bonito.
Quando Ryker coçou a barba clara no seu rosto, Dennis viu uma
garrafa de cerveja na mão do cara. Tudo sobre o tigre gritava perigo, mas
Dennis sentia-se atraído pelo predador. Ryker parecia o tipo de tomar um
quilometro quando oferecia apenas um centímetro.
O cara exalava confiança, mas ele era um tigre não confiável, uma
combinação perigosa se você perguntasse a Dennis.
— Não achei que você iria aparecer. — Sua voz fez Dennis tremer de
desejo. O instinto lhe disse para correr, mas ele ainda permaneceu, com medo
de respirar, quanto mais se movimentar. Sentia-se tragado pela presença,
engolindo tudo de Ryker. Dennis estremeceu afastando o seu medo, em
silêncio, repreendendo-se por permitir que o shifter chegasse até ele. Dennis
era um enorme namorador e gostava de brincar, mas ele tinha a sensação de
que provocar este tigre seria prejudicial à sua saúde. Ainda assim, ele se
forçou a não aparecer afetado pela presença do homem.
— Não sabia que você ia estar aqui. — Dennis sorriu. — Se eu
soubesse, eu teria ficado em casa.
— Que maneira de ferir os sentimentos de um cara. — Ryker tomou
um gole de cerveja, seus olhos presos em Dennis.
Não importava para ele que os dois haviam sido convidados para o
mesmo jantar. Isso não significa que eles tinham que lidar um com o outro.
Havia muita gente para se misturar. O tigre poderia ir brincar com um novelo
de lã no trânsito por tudo o que lhe importava.
— Um cara durão como você? — Dennis deu um passo para o
convés. — Me diga seus sentimentos são feridos tão facilmente.
Ryker inclinou-se com um braço no corrimão. O movimento fez a sua
jaqueta de couro abrir, mostrando a Dennis um poderoso peito esticado
debaixo de uma camisa apertada.
Alguma coisa tinha que estar seriamente errada com Dennis. Mesmo
com o conhecimento de que Ryker tinha algo a ver com essas memórias
estranhas, ele queria que o cara, fosse atraído por ele da pior forma. Ryker
não era apenas o tipo de Dennis, mas ele também escorria sensualidade, seus
olhos penetrantes prometiam sexo pecaminoso.
E Dennis tinha estado a cinco segundos de aceitar a oferta silenciosa
do homem. Ele precisava ficar longe do cara.
— Bem, foi bom correr para você. Adeus. — Ele girou e começou a
subir as escadas, mas Ryker agarrou o seu braço, impedindo-o de fugir.
— Qual é a pressa?
A mão de Ryker na sua pele fez o corpo de Dennis se arrepiar. Ele
mordeu o lábio inferior, enquanto dizia a si mesmo que sexo não estava no
menu. Ele estava no comando dos seus hormônios, e um simples toque do seu
companheiro não era o suficiente para fazê-lo derreter em uma poça de
gosma.
Disse isso a si mesmo, mas o seu corpo não estava escutando. Seu
pênis se tornou meio duro, enquanto o polegar de Ryker deslizava para trás e
para frente sobre o braço de Dennis. Olhando para as portas do pátio, Dennis
viu Taylor e Sam na cozinha, rindo e conversando. Avery estava lá também,
segurando um dos seus filhos, enquanto Paden saltou a outra criança em seus
braços. Os homens sentados no deck traseiro pareciam estar tendo um bom
tempo, se os seus sorrisos eram qualquer coisa perto. Ninguém notou a tensão
crescendo entre Ryker e Dennis.
— Nós poderíamos ser uma parte disso. — A voz profunda de Ryker
trouxe Dennis de volta para a sua própria realidade. — Se é isso que você
realmente quer.
Que tipo de pergunta era essa? Quem não queria a família e amigos
em torno deles, desfrutando da companhia um do outro? Observando todos
interagirem, fez Dennis sentir falta da sua própria família, ainda mais. Ele não
os tinha visto em semanas, e ele precisava corrigir isso.
Mas até lá...
— Então diga-me a verdade. — Ele não tinha certeza por que ele
sussurrou, mas parecia que o mundo tinha encolhido para os dois. Ele estava
lá, segurando a respiração, esperando para Ryker dizer-lhe o que tinha
acontecido naquela noite.
Ryker soltou Dennis e deu um passo para trás. Dennis estava
começando a acreditar que algo terrível tinha acontecido. Tinha que ser. Se
não fosse grande coisa, então Ryker teria preenchido os espaços em branco.
— Eu pensava que companheiros não deviam guardar segredos um
do outro. — Dennis rangeu os dentes na obstinação do homem. Ele não estava
prestes a implorar para Ryker dizer a ele. Pela expressão nos olhos castanhos
de Ryker, ele não iria dizer não importa o quanto Dennis implorasse e
suplicasse.
— Eu não tenho ideia do que está falando.
— Sério? — Dennis não podia acreditar na coragem do homem. — Eu
acho que você fez algo horrível para mim. Eu tenho sonhos que me acordam,
deixando-me suando frio. Imagens distorcidas na minha mente que... — Ele
apertou os lábios e balançou a cabeça. — Não importa. Você, obviamente, não
se importa com o que eu sinto, ou que estou ficando louco. — Havia uma
ponta de uma breve risada de Dennis. — Vá se ferrar.
— Fiz isso mais vezes do que você pode imaginar.
Por que Ryker era tão enigmático? Essa foi a segunda vez que o cara
tinha dito algo estranho e confuso. Dennis tinha o início de uma dor de cabeça
falando com Ryker. — Se você não tem ideia do que aconteceu comigo, então
não há necessidade em se preocupar comigo cada vez mais.
Ele prendeu a respiração quando Ryker se inclinou, seus lábios a
centímetros do ouvido de Dennis. — Nós podemos incomodar um ao outro de
maneira mais agradável.
— Você gostaria. — Dennis se inclinou para trás, longe da linda
tentação. Ele odiava o fato de que Ryker arrepiava as suas penas. — Use a sua
própria mão.
— Em você?
O homem era impossível. — Você não vai me dizer?
— Não.
— Tudo bem. — Disse Dennis em um acesso de raiva. — Mantenha o
segredo. Eu espero que você sufoque.
Dennis se afastou e subiu os degraus entrando na casa, batendo a
porta do pátio atrás dele.
Ryker amaldiçoou em voz baixa. Ele não sabia do que Dennis estava
falando, mas tinha que admitir que, as suas chances de proteger o cisne seria
zero. Talvez se ele jogasse junto, fizesse Dennis achar que ele sabia, e o cara
iria ficar por perto, pelas respostas que quer.
Ryker tinha que manter o seu passado enterrado, a todo o custo.
Mesmo que isso significasse mentir para o seu companheiro. Inferno, ele
mentiu para os homens com quem vivia durante anos. Não, ele manteve o seu
passado em segredo mesmo antes de se mudar para a Vila Brac.
Nem mesmo seu primo, Winter, sabia a verdade.
—Esse é um puto cisne. — Arizona disse da varanda. — Não gostaria
de estar no seu lugar.
Se o lobo soubesse.
Ryker encolheu os ombros quando ele se juntou aos homens no
convés. Ele substituiu a sua garrafa de cerveja vazia por uma nova antes de se
sentar, inclinando-se para que ele pudesse manter um olho sobre Dennis. Seu
companheiro estava na cozinha, conversando com Sam, mas ele continuava
olhando na direção de Ryker, como se o puxar o impedisse de simplesmente
ignorar Ryker.
Talvez a sua chance de conquistar Dennis não fosse uma perda
completa.
— Como eu estava dizendo. — Disse Matthew, puxando a atenção de
Ryker longe do cisne. — Contratar aquele detetive não fez a Robert qualquer
bem, então agora ele está recorrendo a intimidar as pessoas na cidade para
tentar encontrar respostas.
Ryker não tinha ideia do que o gêmeo estava falando. Alguns dos
homens sentados lá apareceram confusos também.
Matthew explicou. — Quando vim pela primeira vez para Dalton Falls,
havia um cara chamado Ethan, que era o intimidador não só da cidade, mas de
Sam também. Para fazer de uma longa história curta, Ethan foi atrás de Sam,
e acabei com a vida do filho de uma cadela. Robert é o irmão de Ethan e está
investigando o “desaparecimento” do seu irmão.
— Quem enterrou o corpo? — Perguntou Arizona. O shifter lobo
sentou-se para frente, parecendo encantado com a história. Isso despertou a
curiosidade de Ryker.
— Kahl e Xavier.
Arizona bufou. — Então você não tem nada para se preocupar. Esse
corpo nunca vai ser encontrado. Kahl provavelmente o comeu.
O shifter dragão provavelmente tinha. Ryker tinha conhecido a
maioria destes homens a sua vida inteira. Kahl tinha crescido em Manchester,
sempre no caminho, quase nunca foi visto sem Omar ao seu lado. O garoto
tinha uma raia selvagem nele, mas ele também era tão mortal quanto o seu
pai dragão.
— Eu me ressinto dessa observação. — Disse Kahl quando entrou no
pátio, um prato de comida em uma mão, e na outra um de sobremesa. — Eu
não comi Ethan. Estava com muito medo que o bastardo me desse indigestão.
— Não é o seu companheiro de quarto que o está ajudando é? —
Perguntou Arizona.
— Eu sou um cara grande. — Kahl disse enquanto colocava seus
pratos na mesa. — Preciso de muitos carboidratos.
Omar caminhou para fora, com a bebê Mary em seus braços. Ela
tinha mudado para uma criança humana, e Ryker jurou que ela era o bebê
mais bonito que ele já tinha visto. A criança tinha uma cabeça cheia de cabelo,
louros como o de Omar, mas ela tinha os olhos lilás deslumbrantes de Kahl.
Sua cabeça se movia, e ela olhava para os homens como se fascinada por eles.
— E você vai ser um homem ainda maior se você continuar comendo
desse jeito. — Disse Omar. — Logo eu vou ter que te rolar para baixo na
escada.
Kahl se levantou e flexionou os seus músculos, ganhando vaias e
assobios de alguns dos caras, enquanto outros riram. — Sou todo músculo,
meu coração de dragão.
Omar revirou os olhos, mas Ryker vi o amor neles. Ele olhou para a
cozinha para ver Dennis olhando para ele. Ryker piscou, o que fez o cisne
corar antes dele desviar o olhar.
Ryker quase sorriu quando o olhar de Dennis vagou direto de volta
para ele. Eles olharam um para o outro por um longo momento antes de Sam
dizer alguma coisa para Dennis, fazendo com que o seu companheiro
desviasse o olhar.
— Sam e Avery prepararam o quarto de hóspedes para você.
Demorou um segundo para perceber que Omar tinha estado falando
com ele. Ryker assentiu. — Obrigado.
Omar inclinou-se e disse — Não desista. Dennis virá aos seus
sentidos. Você é um grande partido, Ryker. Ele vai ver isso.
Se Omar soubesse que Ryker era a pior coisa para o cisne. Se Dennis
voltasse a si, ele correria para longe o mais rápido que podia. Encontrar o seu
companheiro tinha complicado as coisas. Ryker tinha vivido fora do radar por
tanto tempo quanto ele podia se lembrar. As contas estavam no nome de
Kenway. Ele não possuía um cartão de crédito, e Roman o pagava em dinheiro
desde o primeiro dia.
Ele nem sequer tinha uma carteira de motorista. Graças a foda ele
nunca tinha sido parado. Seu caminhão tinha sido pago em dinheiro, e
registrado sob um pseudônimo, e ele mantinha todos os seus documentos
importantes e dinheiro em uma caixa trancada que estava armazenada
debaixo de uma tábua no chão debaixo da sua cama.
Se alguém tentasse verificar o seu nome, eles não iriam encontrar
nada sobre ele. Nada. Ele teve a certeza disso. Ryker tinha sido ensinado pelo
melhor e ele tinha sido um fantasma pelos últimos duzentos anos. Com toda
honestidade, ele ficou surpreso que ele tinha ficado invisíveis por tanto tempo.
Mas ele tinha a sensação de que a sua sorte tinha acabado. Mais
uma vez, encontrar o seu companheiro tinha complicado as coisas. Mais do
que gostaria de admitir.
— Terra para Ryker. — Omar acenou com a mão na frente do rosto
de Ryker.
— O quê? — Ryker piscou e olhou para o ser humano.
Omar sorriu. — Rapaz, quando você viaja, você vai longe.
Ryker olhou para a cozinha, mas Dennis não estava à vista.
Dennis não podia aguentar mais. Quanto mais tempo ele ficou, mais
tentado ele estava de voltar para o convés. Ele odiava o fato de que ele tinha
ido de carona com Paden. Não ter o seu próprio carro o deixou com uma
escolha, que era ficar ou ir para casa.
Dennis se decidiu por andar. Ele não morava perto dos Millers, mas
ele tinha caminhado distâncias maiores antes. Ele nunca tinha andado no
escuro, e as sombras ao redor dele eram um pouco desconcertante. Ele se
considerava um homem bravo, quando tinha o seu Taser com ele, mas ele o
havia deixado no seu carro. Dennis não esperava que Paden fosse forçá-lo a ir
ao jantar e não tinha pensado em pega-lo antes que ele tivesse sido
sequestrado e levado para a casa do alfa.
Puxando o seu telefone celular, Dennis ligou para a sua mãe. Ela era
uma coruja da noite e estaria acordada até tarde.
— Ei você aí, estranho. — Disse ela quando ela respondeu. — Por um
segundo eu pensei que você nem lembrava que tinha uma mãe.
Dennis fez uma careta para ela o castigando. Ele amava a sua família
muito e odiava ouvir a desaprovação na sua voz. — Desculpe, estive muito
ocupado.
Não realmente, mas houve momentos em que ele não sabia como
lidar com eles. Sua família podia ser desgastante para os nervos.
— Muito ocupado para dizer oi? Você poderia ter, pelo menos,
enviado uma mensagem me dizendo que ainda estava vivo.
— Eu estou vivo. — Disse ele em um tom jovial, embora ele não se
sentisse nem um pouco feliz. Não quando a sua vida se transformou em uma
confusão complicada. — Estou ligando para saber o que todo mundo está
fazendo.
A pequena Jane gostava de fofocas. Como o seu tio Fiaschetti disse
uma vez, ela não conseguia segurar a água o que significava que ela não
conseguia segurar um segredo para lhe salvar a vida. Essa era uma das razões
pelas quais ele não tinha contado a ela sobre a confusão em que estava.
Perguntar sobre a família parecia levantar os seus espíritos. E também a
impedia de perguntar sobre a sua vida.
— Sua tia Marge apresentou o seu quinto namorado, nos últimos
dois meses. Juro que a mulher passa por mais homens do que eu posso
acompanhar.
Dennis não estava realmente ouvindo, mas escutar a voz da sua mãe
ajudou a acalmar os seus nervos enquanto caminhava para casa. Sim, ele era
um homem adulto e ainda contava com a sua mãe para conforto. Processe-o.
Ele parou quando ouviu o som de folhas esmagas. Dennis olhou em
volta para o campo de milho tosquiado, mas não viu ninguém.
É apenas a sua imaginação. Pare de ser um covarde.
Ele esperava que a sua voz interior estivesse certa. Estar em uma
estrada deserta, sozinho era francamente assustador. Talvez ele devesse ter
insistido para Paden levá-lo até o seu carro. Mas, novamente, Paden tinha sido
o único a sequestra-lo para ir ao Millers em primeiro lugar. Ele não teria
permitido Dennis sair mais cedo.
Quando ele não ouviu a sua mãe falar, Dennis afastou o telefone para
ver se ele tinha morrido. Grande foda. Agora ele estava aqui no meio do
campo sem qualquer forma de pedir ajuda se um animal selvagem o atacasse.
Empurrando seu telefone no bolso de trás, Dennis pegou ritmo. Ele
quase chegou ao final da rua Webster quando faróis iluminavam a escuridão.
Ele se virou para ver um veículo vindo de trás dele. O caminhão chegou a uma
parada lenta, e Dennis gemeu quando viu Ryker atrás do volante.
— Me perseguindo?
Pela janela aberta, Dennis viu que Ryker estava com raiva. Seus
lábios estavam contraídos, e as suas sobrancelhas franzidas apertadas. —
Entre.
— Não. — Dennis começou a andar novamente. Ele ouviu a porta do
caminhão se fechar e soube que Ryker tinha saído. Ele andou mais rápido,
embora soubesse que a probabilidade de ultrapassar o seu companheiro não
estava a seu favor.
— Não é seguro para você aqui fora.
— Por quê? — Dennis perguntou quando ele se virou para Ryker. —
Você finge que nada está errado, mas agora você está aqui agindo como se a
minha vida estivesse em perigo.
— Quanto menos você souber, melhor.
— Está vendo? Isso é exatamente do que eu estou falando. Você
quer que eu confie em você, mas você não vai me dar um centímetro. Eu não
estou entrando no caminhão com alguém que não vai me dizer qualquer coisa.
Além disso, eu nem sequer o conheço. Só porque o destino nos colocou juntos
não significa que você não tem inclinação para me matar.
Os punhos de Ryker se enrolaram aos seus lados, e Dennis observou
seus dedos ficarem brancos. — Eu não sou o cara mau.
Jogando as mãos no ar, Dennis deu a Ryker um olhar de olhos
esbugalhados. — Você quer que eu acredite, ainda assim você não vai me
dizer nada! Eu nem sei o seu sobrenome. Eu não sei absolutamente nada
sobre você.
A paciência de Dennis estava se esgotando, mas ele não queria
continuar com a sua caminhada solitária. Quanto mais tempo ele ficava ali,
mais ele jurou que as sombras estavam se movendo. Ryker podia não ser a
sua aposta mais segura, mas ele preferia levar as suas chances com o tigre, do
que com as sombras.
— E você acha que conhecer-me melhor ajudará a protegê-lo? —
Perguntou Ryker.
— Proteger-me do quê? Tanto quanto eu sei, você é o único psico
aqui fora. — Dennis estava cansado do jogo de vinte perguntas, especialmente
desde que Ryker não lhe daria uma resposta direta. Ninguém nunca o tinha
frustrado tão mal antes. Ele queria envolver as mãos em torno do pescoço do
homem e estrangulá-lo.
— Eu não sou um psicopata maldito. — Ryker argumentou.
— A maioria das pessoas loucas negam que são loucos. — Dennis
apontou. — Psicopata? Sociopata? Tendências homicidas? Nunca torturou
gatinhos para se divertir? Quero dizer um cara tem que saber estas coisas
antes.
Ele sabia que estava empurrando a sua sorte quando a mandíbula de
Ryker trabalhou para frente e para trás. Dennis não se importava. Desde que
Ryker não iria lhe dizer nada, ele iria adivinhar quem era o cara. Pelo olhar
feroz nos olhos de Ryker, muito puto era uma aposta certa. — Eu estou indo
torturar um cisne em um segundo.
Dennis estava além de frustrado, e pronto para morder o bastardo. —
Esta afirmação não é bem vista para mim. Ela só solidifica a minha teoria de
que você é um homem muito perigoso.
Os olhos escuros se estreitaram. — Você não tem ideia.
— Sendo enigmático de novo? — Perguntou Dennis. — Desculpe, eu
nunca realmente aprendi a decodificar os loucos.
— Droga! — Ryker bateu com o punho no capo do seu caminhão,
deixando um amassado. Dennis deu alguns passos para trás e quase caiu em
uma vala. Ele pegou equilíbrio e se endireitou. Ele estava em uma estrada de
novo, no escuro, discutindo com um shifter tigre. Será que ele tinha um desejo
de morte?
Dennis se recusou a ser intimidado, mesmo que Ryker o intimidasse.
Ele podia ser uma criatura dócil, mas isso não queria dizer que ele permitiria
que o tigre o empurrasse ao redor. — Para um cara que quer me convencer
que eu estou seguro com ele, você é muito agressivo.
Ryker cruzou os braços sobre o peito. — E para um homem que
parece muito inteligente, você não está sendo muito inteligente.
Dennis inclinou a cabeça para o lado. — Eu acho que você apenas me
elogiou e me insultou na mesma frase.
— Eu acho que nós precisamos sair dessa estrada.
Dennis olhou ao redor. — Por quê?
— Você faz um monte de perguntas.
— E você não responde nenhuma. — Era como perseguir a sua
cauda. — Eu não vou a lugar nenhum com você até que você comece a
responder a algumas dessas perguntas.
Uma das sobrancelhas loiras de Ryker arqueou. — Mesmo se a sua
vida dependesse de confiar em mim?
— Depende é? — Perguntou Dennis. O cara estava falando sério ou
tentando atraí-lo para uma falsa sensação de segurança? Ryker olhou ao
redor, fazendo Dennis fazer o mesmo. O que o tigre estava procurando? — O
que não está me dizendo?
— Que você é excepcionalmente bonito. — Havia um brilho de
diversão nos olhos de Ryker. O tigre era realmente louco. Ele tinha ido de
agressivo para lúdico em menos de um segundo.
Dennis não estava se apaixonando por ele. — Não tente flertar o seu
caminho para fora disso.
O tigre deu de ombros. — É a verdade.
O cara parecia tão serio que Dennis queria acreditar nele. Ele não
confiava em Ryker, não quando o homem não quis vir limpo. — Normalmente
bajulação iria levá-lo à segunda base, mas eu tenho uma regra contra se
envolver com homens loucos.
Não importa o quão bonito esses homens loucos eram.
A raiva atravessou o rosto do homem. — Seus dias de convidar
homens para a sua casa acabaram.
Dennis usou humor para difundir a raiva de Ryker. Ele não queria
ficar sozinho com um tigre chateado. — Misterioso, perigoso e exigente.
Continue assim e eu poderia cair por você.
Como se começasse a entender o que ele estava fazendo, Ryker
jogou junto. — Bonito, gracioso, e com uma língua afiada. Eu acho que eu já
cai.
Um sorriso ameaçou se espalhar. — Mentiroso.
— Como você sabe que eu estou mentindo? — Perguntou Ryker.
Ele estava? — Você está?
— Precisamos sair dessa estrada.
Ryker olhou ao redor novamente, e Dennis queria bater no cara. Já
era ruim o suficiente, que ele foi intimidado pelo homem, mas Ryker não
precisa manter, fazendo a situação parecer tão ameaçadora. Mesmo que fosse.
Dennis não tinha certeza de nada. Talvez houvesse uma ameaça real lá fora.
Ele não sabia desde que Ryker se recusou a falar sobre qualquer coisa.
Olhando sobre o comprimento de Ryker, Dennis não estava certo do
que fazer. — Eu ainda acho que você está tentando me obter no seu caminhão
para que você possa fazer algumas coisas horríveis para mim.
— Se eu quisesse você morto, você já estaria. — Algo estranho
passou por trás dos olhos de Ryker. Ele olhou para Dennis como se com dor
antes que ele rapidamente mascarasse a expressão.
O olhar fez Dennis apenas assumir o pior. — Quão ruim foi à noite?
— O que eu tenho que fazer, a fim de convencê-lo que eu não sou o
cara mau?
— Diga-me a verdade. — Quanto mais simples poderia ficar, e
quantas vezes ele teria que continuar dizendo, antes que Ryker finalmente
dissesse a ele?
Ryker percebeu como perturbado Dennis se sentia. — Além disso.
— Dê-me sua arma.
— Que arma?
Dennis não era um idiota. Ele tinha um tio que pelos rumores estava
conectado à máfia. Ele sabia quando alguém estava armado, e Ryker estava.
Ele havia escondido bem, mas Dennis tinha visto. — A que você esconde sob a
sua jaqueta.
Ryker estudou-o pelo que pareceu uma eternidade. Dennis viu o
homem lutando com a sua decisão. Se Ryker entregasse a sua arma, Dennis
podia confiar no cara. Então, novamente, poderia ser uma tática para
conquistá-lo. Isso realmente era uma merda quando você não podia nem
mesmo confiar no seu próprio companheiro.
Ryker colocou a mão na jaqueta, e o coração de Dennis começou a
bater como um louco. E se o cara puxasse a arma e atirasse nele? Ryker tirou
um revólver que era completamente preto e parecia durão. — Alguma vez você
já segurou um desses antes?
— Não. — Mas Dennis estava morrendo de vontade. Excitação e
medo o encheram enquanto suas mãos começaram a suar. Será que o seu
companheiro realmente o deixaria segurá-la? Melhor ainda, será que Ryker o
deixaria atirar? Provavelmente não.
Ryker amaldiçoou antes de entregar a arma para Dennis. — Seja
cuidadoso.
— Pesada. — Dennis virou-o na mão. Sentia-se como um verdadeiro
bad boy com a arma na sua mão. Ele sorriu e apontou a arma para o peito de
Ryker. — Dê-me todo seu dinheiro, punk.
Ele não ia atirar no cara, mas ele se sentiu poderoso, e a corrida
tinha subido à cabeça.
Ryker ficou completamente imóvel. Quando ele falou, seus lábios mal
se moviam, mas a raiva era forte na sua voz e queimou brilhante em seus
olhos. —Você tem cinco segundos para baixar a arma, ou eu vou fazer você se
arrepender de apontar a maldita coisa para mim.
— E se eu não abaixar? — A corrida não tinha desgastado, no
entanto, fazendo de Dennis um verdadeiro idiota. — Entregue sua carteira, e
ninguém tem que se machucar.
— Não esta carregada. — Ryker disse tão casualmente que Dennis
quase acreditou no cara.
Ele balançou a arma para Ryker. — Você não iria levar em torno uma
arma descarregada.
Ryker passou o braço em torno da garganta de Dennis e desarmou-o
em um movimento fluido. Seus lábios estavam pressionados perto do ouvido
de Dennis quando ele rosnou suas palavras. — Se você apontar uma arma
para mim de novo, é melhor você descarregar essa filha da puta em mim.
Entendido?
Dennis assentiu rapidamente, com o coração na garganta.
Seu companheiro apontou a arma para a sua caminhonete. —Agora
entre no meu maldito caminhão antes que eu esqueça que você é meu
companheiro e lhe ensine a porra de uma lição.
— Você não tem que praguejar para mim. — Dennis disse quando
ele se empurrou para fora do aperto de Ryker. Fale sobre uma criança
petulante. Dennis estava chateado porque Ryker tinha tomado a arma dele. A
arma tinha feito ele se sentir um pouco mais seguro, e agora ele se sentia
muito malditamente vulnerável novamente. Não que ele soubesse como usar
uma arma, mas o quão difícil podia ser? Mirar e puxar o gatilho. Brincadeira de
criança.
Ryker rosnou. Foi impressionante, tanto quanto o rosnado era, mas
Dennis estava muito irritado para se importar nesse ponto. Ele queria a arma
de volta.
Ele estreitou os olhos. — Você não me mostrou as suas presas
também.
Ryker jogou os braços para fora. — Então o que posso fazer?
— Dizer-me a verdade.
— Você é insistente. — Ryker arrancou a porta do passageiro aberta
e esperou por Dennis entrar.
— Uma das minhas melhores qualidades. — Dennis disse, enquanto
olhava para o interior do caminhão se perguntando se ele estava realmente
indo para um passeio com Ryker. Parecia que ele não tinha escolha. Ryker não
estava dando-lhe uma.
Ryker bateu a porta uma vez que Dennis tinha entrado. O tigre
entrou no lado do motorista antes dele puxar o caminhão de volta para a
estrada, rumo a não sabia onde. — Se isso é uma boa qualidade, eu odiaria
ver mais. — Ryker disse quando eles se voltaram para a estrada próxima.
— A noite ainda é jovem. — Dennis resmungou quando ele cruzou os
braços e olhou para fora da janela. Ele começou a acreditar que o destino tinha
realmente o ferrado. Finais felizes não existiam, e quem pensava o contrário
era um otário completo.
— Ele correu para fora daqui com pressa. — Matthew estava de volta
no convés, com uma cerveja na mão enquanto olhava para o lago do outro
lado do estacionamento de cascalho.
Kahl deu de ombros. — Conheci Ryker toda a minha vida. Ele é um
cara bom. Ele e Dennis estão apenas tendo um começo difícil.
— Não, eu acho que há mais do que isso. — Matthew tinha um
pressentimento, e ele tinha aprendido há muito tempo a ouvir os seus
instintos. Algo mais estava acontecendo, e tinha a intenção de descobrir,
especialmente se o tigre decidisse fazer de Dalton Falls a sua casa. — Eu quero
que você mantenha um olho sobre o cisne.
— Até?
Matthew se virou e olhou para o seu beta antes que ele começasse a
se afastar. — Até eu descobrir o que está realmente acontecendo.
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Ryker sabia que ele tinha que dar a Dennis alguma coisa. O cisne
estava certo. Ele tinha ido junto com tudo o que Ryker tinha exigido. Era justo.
Ele não estava acostumado a compartilhar qualquer parte da sua vida, não a
vida que ele tinha tentado enterrar e esquecer.
Uma vez que eles deixaram o restaurante, Ryker dirigiu-se para o
centro da cidade. Havia alguns bares que Ollie costumava frequentar de dia.
Se Ryker aparecesse perguntando pelo cara, alguém iria dizer para Ollie.
Ele esperava que o shifter coelho ainda estivesse vivo. Fazia seis
décadas desde que ele tinha falado com ele. Passou pela Rua Quatro, apenas
para perceber o quanto as coisas tinham mudado desde a última vez que tinha
estado lá. Ele viu o bar que estava procurando na esquina, grato que ele ainda
estava lá. Ele tinha passado por uma tremenda reforma, mas era o mesmo bar
que o povo de Ollie era proprietário.
Ele parou antes de chegar ao bar e levou Dennis em um café, onde
pediu algo para beber.
— Estamos aqui em uma missão ou de férias? — Perguntou Dennis.
— Este é o segundo lugar que paramos, seja para algo para comer ou beber.
— Você queria respostas. — Disse Ryker. Ele tomou o café, em
seguida, levou Dennis para fora, onde havia mesas postas. Sentaram-se
enquanto Ryker olhava em volta para as lojas da moda. Havia momentos em
que ele odiava a mudança. Ele estava vagueando através de uma tempestade
de merda, e a familiaridade teria ajudado a acalmar os seus nervos. O café
costumava ser uma loja de roupas. Não era muito grande. O tipo onde eles
tinham vendido roupas urbanas. Em ambos os lados da rua, janelas
envidraçadas. Um homem sentou-se em um dos recintos, bebendo uma xícara
de café enquanto lia uma revista.
Uma mulher caminhava por eles, dois meninos ao seu lado. Eles
pareciam ter por volta de seis e quatro anos de idade. A criança parou e
apontou para o homem na janela. —Como é que ele chegou lá?
A mulher que parecia ser sua avó castigou o menino por apontar e,
em seguida, explicou como o senhor entrou na janela.
Ryker observou tudo, desde os vasos de plantas que ladeavam as
cercas negras de aço, as pessoas caminhando pela calçada. Tudo parecia tão
normal, mas sua vida era tudo menos isso.
— Segure esse pensamento. — Dennis correu de volta para o café,
voltando um minuto depois com um copo na mão. — Se você está prestes a
jogar uma bomba em mim, um bom chá de ervas vai ajudar.
Ryker sacudiu a cabeça. Ele não tinha certeza do que fazer com o
cisne. O homem era peculiar, teimoso, sexy, e tudo o mais que ele gostava em
um cara. Um minuto Dennis estava aberto para o que estava acontecendo, e
no próximo, ele estava cuspindo palavras ofensivas. Ryker tinha uma
enxaqueca de bater o inferno no seu crânio.
— Projeto Redding. — Ryker disse em voz baixa. Se alguém em
torno deles estivesse ouvindo, ele não queria que eles soubessem o que ele
estava prestes a dizer. Ele tinha estado fora do circuito por um tempo agora e
não sabia quais eram todos os jogadores. Sem dúvida, a empresa tinha
recrutado muitos homens desde o exílio de Ryker.
— Foi uma experiência conduzida por Vanessa Denison, a cientista
topo no seu campo. — Ele tomou um gole de café, peneirando através das
suas memórias, escolhendo as peças que ele iria compartilhar e empurrando
para trás as memórias que ele levaria para o túmulo.
— Que tipo de campo? — Perguntou Dennis. O cisne estava na borda
do seu assento, como se Ryker estivesse contando uma história de fantasmas.
— Bioengenharia.
Rugas fracas se formaram entre os olhos do cisne. — Como em
clonagem?
Ryker sacudiu a cabeça. — Mais como... — Ele parou de falar quando
uma mulher grávida e o seu marido se aproximaram. Segundos depois, a avó,
com os netos no reboque, saiu do café. A criança fez uma dança bonita, com
um saco agarrado firmemente no seu pequeno punho.
— Eu tenho cookie! — Ele anunciou antes de correr para a mulher
grávida. — Olha o que a avó me comprou.
O cookie parecia maior do que a criança. A mãe franziu a testa para a
avó, mas a mulher mais velha não parecia arrependida. — É o meu trabalho
estragá-los.
A família se afastou. Ryker olhou ao redor antes de continuar. Ele
tentou parecer calmo por causa de Dennis. O cisne não conhecia esse tipo de
vida, e Ryker odiava o fato de que o seu companheiro tinha sido arrastado
para isso. —Projeto Redding era suposto ser uma cura para shifters. — Disse
Ryker. — Dra. Denison tinha tropeçado neles, e havia homens que se
ofereceram como voluntários para o programa.
As mãos de Dennis agarraram o seu copo até que os seus dedos
ficaram brancos. — Por que diabos alguém iria querer trocar este grande dom
para se tornar humano?
Ryker desejava que fosse assim tão simples. — Isso foi o que a Dra.
Denison e os homens que enchiam seus bolsos disseram A Companhia. Na
verdade, o Projeto Redding era um disfarce para um vírus. Como você sabe, é
quase impossível uma doença matar um shifter. Dra. Denison estava tentando
chegar a uma maneira de nos aniquilar em massa. Os homens que pensavam
que estavam oferecendo-se para ser curados eram realmente cobaias de teste
para DR1534. O produto químico que eles tinham desenvolvido para acabar
com shifters.
A mão de Dennis tremia quando ele puxou-a para longe do seu copo.
O cara empalideceu quando ele engoliu bruscamente. — Eu não quero ouvir
mais nada. Eu não quero saber que o meu companheiro tinha algo a ver com
uma coisa tão hedionda.
— Eu não. — Ryker se defendeu. — Assim que eu descobri o que
realmente estava acontecendo, Ollie e eu alertamos sobre eles. Dra. Denison
destruiu as provas e convenceu a Companhia de que a cura teve um efeito
colateral adverso sobre mim. Que eu era o único que tinha prejudicado todos
os homens que tinham se oferecido. Escondendo a parte que eu nunca tinha
tomado a cura. Eu saí de lá, mas eles me rastrearam para onde eu vivia com
Kenway e os outros. Dizendo-lhes que eu infectei outras pessoas, a Companhia
pagou o alfa local, enviando a sua matilha para “limpar” o lugar sob o pretexto
de que nossa comunidade era muito forte e ameaçava o território do lobo.
Mesmo depois de todos esses anos, Ryker sentiu seu sangue ferver
sobre o que tinha acontecido com todas aquelas pessoas inocentes. Se
pudesse voltar atrás e mudar alguma coisa, ele não teria ido para casa,
levando a Companhia a pessoas que ele tinha amado.
— Os lobos nos rastrearam, mas nós tínhamos tomado refúgio na
Vila Brac. Eles foram mortos antes que pudessem avisar a Companhia sobre a
nossa localização.
— Então, por que você se envolveu em primeiro lugar? — Perguntou
Dennis. — Você queria ser curado?
Ryker fez uma careta. — De jeito nenhum. Eu amo ser um tigre. —
Vergonha o encheu. Ele não queria dizer ao seu companheiro por que ele tinha
estado lá, mas sabia como implacável Dennis poderia ser. Era melhor acabar
com isso, antes que o cisne o perseguisse por uma resposta. — Dra. Denison
era a minha mãe.
— Sua mãe?
— Não é algo que eu me orgulhe. — Ryker admitiu. — Eu nunca
soube o monstro que ela era até que tudo foi exposto. Ela não teve nenhuma
consideração pelos homens do qual ela tinha feito experimento.
— Você está sendo caçado por causa do programa?
— Esse é o meu palpite. A Companhia está limpando a sua bagunça,
o que significa que Ollie e eu vamos ser caçados até que estejamos mortos.
Ryker queria saber como Ambrose o tinha encontrado. Ele tinha
estado escondido durante sessenta anos. Como ele tinha encontrado a Vila
Brac?
— Ollie é o amigo que você está procurando?
Ryker assentiu.
— Foda-se. — Dennis enxugou a testa, parecendo ainda mais pálido
do que antes. — E aqui eu pensando que nada te assustava. Você parece tão
malditamente impermeável.
— Eu não sou. — Ryker admitiu. — Mas o que me assusta ainda mais
é a possibilidade de algo acontecer a você. Eu tenho que acabar com isso,
Dennis. Eu não vou ter a sua vida em perigo, e eu me recuso a continuar
olhando por cima do meu ombro. Eu deveria ter terminado isso a sessenta
anos atrás.
— Então eu estou com você. — Disse Dennis. — Vamos acabar com
isso juntos.
Por mais que Ryker apreciava o gesto, ele não podia permitir que o
seu companheiro estivesse ao seu lado, enquanto ele derrubava Ambrose para
baixo. Ele encontraria Ollie, voltaria para Dalton Falls, e deixaria o seu
companheiro antes que ele e Ollie derrubassem o bastardo.
Ryker tinha obtido outro quarto de hotel. Era mais sofisticado do que
o último, e ele tinha usado o nome de Warren novamente. Dennis começou a
se perguntar se Ryker era verdadeiramente o seu nome ou apenas mais um
disfarce.
O quarto era uma suíte. Ele tinha dois ambientes, um quarto e sala
principal, que mais parecia uma sala de estar.
Dennis entrou no quarto e imediatamente percebeu a única cama
king-size. Este lugar quase parecia melhor do que o seu apartamento. Ele
tinha todas as comodidades que um bacharel precisava. Ele estava disposto a
apostar que custava um bom dinheiro ficar nesta suíte por uma única noite, e
ele não tinha ideia de quanto muitas noites, “Warren Clever” tinha reservado.
Ryker estava tentando impressioná-lo? Embora Dennis não iria
admitir isso, ele ficou impressionado. Ele também estava nervoso como o
inferno. Se um cara gasta todo esse dinheiro em um quarto, ele estaria
esperando algo em troca.
Dennis se virou para ver Ryker de pé na porta, um braço esticado e
encostado no batente da porta. Neste quarto, vestindo jeans de encaixe
perfeito, o homem parecia bom o suficiente para comer. Dennis teve que
resistir à tentação de cair em seus braços. O tigre se inclinou lá casualmente,
como se ele não tivesse uma preocupação no mundo. Ele invejava a
capacidade de Ryker de manter a calma sob pressão. Dennis se sentia como se
fosse desmoronar a qualquer momento.
— Estamos no décimo segundo andar. A única forma de alguém
entrar é através da porta.
Isso não ajudou a acalmar os seus nervos. O próximo cara a aparecer
usara a porta. — Só não deixe ninguém entrar e devemos ficar bem.
Embora Dennis ainda não conseguisse relaxar. Havia algo sobre ter
um homem indo atrás deles de que o manteve na borda. Isso, e o fato de que,
mais uma vez, o quarto de hotel não tinha uma cama de solteiro. Ele pode não
ter estado em um hotel antes, mas ele tinha certeza de que havia quartos com
duas camas. Ele não estava indo perguntar. Ryker iria dizer-lhe que era tudo o
que tinham, embora Dennis tivesse a sensação de que não era verdade.
— Por que você não toma banho enquanto eu peço algo para comer?
O cara tinha um inferno de um apetite. Parecia que nada ficava no
caminho dele e da sua comida. Tudo o que Dennis podia fazer era sacudir a
cabeça. Quando eles tinham ido até o bar para perguntar sobre Ollie, Ryker
tinha pedido um hambúrguer. Talvez ele usasse a comida para acalmar os
nervos. Algumas pessoas fumavam. Outras bebiam. Ryker aparentemente
comia o seu caminho através dos seus problemas.
— E o que é que eu vou colocar? — Perguntou Dennis. Ele não tinha
nada, a não ser a roupa no seu corpo. Graças ao canalha a espera no seu
apartamento, ele não tinha tido tempo de embalar. Ele precisava tomar banho
e colocar algumas roupas limpas. As que ele usava estavam enrugadas, e
havia uma mancha de ketchup na sua camisa das suas batatas fritas. Ele
também desejou ter uma escova de dente. Sua boca parecia nojenta.
— Deve haver um roupão pendurado no banheiro. — Uma faísca
iluminou os olhos de Ryker. Não muito, mas Dennis viu o desejo se formando
por trás dessas íris marrom. Havia uma tensão sexual entre eles desde a noite
em que se encontram. Mesmo com todo o caos e besteira, a tensão
permaneceu. O destino fez com que ficasse. Ela tinha emparelhado eles e fez
com que eles fossem atraídos um pelo outro, e como qualquer outro macho de
sangue vermelho, ele sempre tinha relações sexuais no cérebro.
Dennis estava definitivamente atraído por Ryker. Ele tinha visto como
o homem parecia nu, e ele queria vê-lo novamente. Dennis queria o corpo
musculoso em volta dele, ele piscou e limpou a garganta. — Chuveiro. Certo.
Ryker sorriu. Dennis virou e foi embora. Ele sentiu o calor debaixo de
sua pele e sabia que ele estava corando. As pontas das orelhas queimando.
Fechando a porta, ele se sentou no lado da banheira e respirou. Simplesmente
respirava.
Não ajudou. Não quando ele sabia que havia um tigre bem do outro
lado da porta. Ele tentou o seu melhor para empurrar esse pensamento de
lado enquanto se despia. Era bom sair das suas roupas. Ele as tinha desde
ontem, mas depois de tudo o que tinha passado nas últimas vinte e quatro
horas, ele sentiu como se tivesse usando-as por uma semana inteira.
Quando ele olhou para a porta, com certeza, havia um roupão
pendurado. Pena que não veio com um pijama. Mas isso não aconteceu, então
ele teria que fazer funcionar.
Dennis colocou a sua carteira, chaves e Taser no balcão antes de ligar
o chuveiro. O chuveiro era quente e ajudou a relaxar os músculos doloridos,
mas não fez nada para dissipar a tensão nervosa que tinha a respeito de
Ryker.
Ele ficou no chuveiro por tanto tempo quanto possível, não só porque
se sentia bem em seus ossos cansados, mas também porque ele estava
protelando. Ele poderia entrar no quarto vestindo apenas um roupão, ou ele
poderia colocar suas roupas de volta. A segunda opção o fez enrugar o seu
nariz. Mais cedo ou mais tarde ele teria que sair. Isso ou andar nu. Não era
algo que ele queria fazer.
Dennis abriu a porta do banheiro, uma nuvem de vapor o seguiu para
a sala principal. Ryker estava sentado no sofá, folheando os canais, como se
estivesse em casa. Ele não deveria estar andando ou algo assim? Eles estavam
em um turbilhão de confusão, e o seu companheiro estava sentado lá tentando
decidir o que assistir na televisão.
Os olhos de Ryker se prenderam a ele, e a respiração de Dennis
travou. Essas belezas marrons mostravam um olhar de fome crua.
Capítulo Sete
1
Jeopardy!' é um programa de televisão . É um show de perguntas e respostas (quiz) variando história, literatura,
cultura e ciências. Diferentemente dos quizes tradicionais, os temas são apresentados como respostas e os
concorrentes devem formular a pergunta correspondente a cada um deles.
É presidido desde o início da versão sindicalizada, em 1984, por Alex Trebek.
Paden ignorou enquanto diminuiu em seguida, puxou para o lado da
estrada. Um segundo viu Taylor no retrovisor, e no próximo ele se foi. Paden
olhou no banco de trás para ver um coelho branco com olhos vermelhos e uma
cauda macia.
— Se você cagar no meu banco de trás, o seu pé vai ser pendurado
no meu chaveiro.
Taylor pulou do assento e se entalou no seu caminho sob o assento
de Sam. Paden o assistiu mexer a cauda do coelho para trás até que, também,
desapareceu.
— Coelhos enlouquecidos, — Paden murmurou. Enquanto esperava
que o policial se aproximasse, ele baixou a janela. O ar da noite tomou conta
do seu rosto. Cheirava limpo e fresco, mas tinha um tom de ozônio. A partir da
umidade na estrada, Paden poderia dizer que tinha chovido não há muito
tempo nesta área.
O policial parecia um linebacker. Ele era alto, com cabelos castanhos
em ambos os lados do chapéu, e usava um uniforme azul que não o agradou,
no mínimo, mas seus olhos castanhos eram francamente lindos.
O policial se aproximou com a mão descansando facilmente na
coronha do revólver. Paden olhou para os olhos e sorriu. — Fiz alguma coisa
errada, oficial?
Ele sabia muito bem que tinha feito algo errado. Mas admitir excesso
de velocidade? Paden não ia, mesmo sabendo que tinha passado o limite de
velocidade.
O policial sorriu, como se tivesse ouvido essa linha muitas vezes na
sua carreira. — Acho que você e eu sabemos o que você fez de errado.
Paden sentiu algo roçar contra o seu tornozelo. Taylor deve ter saído
de debaixo do assento de Sam e ido para baixo do dele. Sua perna se
empurrou com a sensação inesperada de pelo. Sam sentou-se ereto, como se
tivesse de repente se transformado em um manequim que não podia se
mover, falar ou mesmo respirar.
Os dois estavam sem esperança.
— Não tenho ideia do que você quer dizer. — Paden tinha baixado a
voz, tornando-se uma carícia contra a brisa leve. Suas palavras subiam para o
policial, que piscou várias vezes para ele. Fadas sabiam como colocar glamour
em alguém. Eles não queriam que ninguém soubesse que poderiam fazê-lo, e
Paden não usou o truque muito frequentemente.
Além disso, quem não usa qualquer vantagem que tinha para sair de
uma multa? A irmã de Paden ostentava seu decote sempre que podia para
obter descontos e serviço mais rápido.
Estava no seu caminho para ajudar Dennis, então Paden se sentiu
justificado pelo excesso de velocidade. Ok, talvez não justificado, mas o
inferno se ele queria pagar uma multa exorbitante.
— Você ia oitenta e dois em uma zona de sessenta milhas — disse o
policial, embora a sua voz não fosse tão polícia quando falou. Ele estava
relaxado, quase um suspiro.
— Você não pode me perdoar desta vez? —, Perguntou Paden,
expulsando seu glamour com mais força contra o policial enquanto olhava para
aqueles olhos cor de avelã.
O glamour de Paden só funcionava em seres humanos, isso era uma
merda. Seria muito útil se funcionasse em sobrenaturais.
O cara sorriu. O sorriso o fazia parecer mais jovem e mais amável.
Ele tinha dentes brancos retos e uma covinha de um lado da boca. Se o cara
continuasse sorrindo assim, Paden poderia pedir-lhe o seu número de telefone.
— Excesso de velocidade é perigoso — disse o policial, sua voz ainda
manteve esse tipo de cadência sonolenta. — O asfalto está molhado, e há
algumas curvas perigosas na estrada à frente.
— Prometo abrandar e ser mais cuidadoso.
O cara piscou novamente e, em seguida, assentiu. Seu sorriso se
alargou até que virou uma espécie de pateta, como um adolescente com a sua
primeira paixão.
Droga. Paden tinha colocado um pouco demais.
O policial colocou um braço sobre o teto do carro quando ele se
inclinou, farejando Paden. Paden se inclinou para trás, franzindo o nariz. —
Calma, rapaz.
O policial riu. — Você é bonito.
Oh, caramba. — Posso ir agora, querido? — Ele bateu seus cílios e
sorriu.
O policial corou antes de se endireitar. — Seja mais cuidadoso, coelho
de mel.
Sam fez um barulho que estava entre uma tosse e um
estrangulamento. Paden sorriu para o policial antes de colocar o carro em
marcha e, lentamente, se afastou, deixando o homem de pé lá acenando
adeus.
— Que diabos foi isso? — Sam perguntou uma vez que eles estavam
longe o suficiente. Voilà, o manequim tinha vindo à vida.
— O que foi o quê? — Perguntou Paden. Ele usou apenas a
quantidade certa de perplexidade na sua voz para fazê-lo soar genuinamente
confuso.
Sam estreitou os olhos. — Não tente essa porcaria em mim. Eu vi o
que aconteceu lá. O cara se aproximou como se quisesse nos prender e
apreender o carro. Você transformou-o em massa.
— O que, você não acredita que sou charmoso?
— Havia algo estranho na sua voz — disse Taylor.
Paden se virou para ver o shifter nu no seu banco de trás. — Você
não tem permissão para falar, menino frango.
— Ele está certo — disse Sam. — Havia algo estranho sobre a sua
voz.
— Acho que estou pegando um resfriado. — Paden pigarreou. —
Além disso, um cara tem que ter os seus segredos. Sente o frio, e desfrute do
passeio.
Taylor relaxou. Sam continuou a encará-lo. Dennis agradeceria
melhor Paden por isso.
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Algo acordou Ryker. Ele não tinha certeza do que era quando deslizou
por trás de Dennis e se sentou. Se afastando para longe do seu companheiro,
Ryker olhou para o cisne por um minuto, seu peito estava apertado pelo
conhecimento que tinha acasalado ao homem, mesmo depois de todos os seus
protestos.
Quando Dennis acordasse, o cisne iria matá-lo. Ryker não tinha
dúvida sobre isso. Seu companheiro era muito mal-humorado, muito teimoso e
iria entregar a Ryker a sua cabeça em uma bandeja por ter agido contra a
vontade do cisne.
Isso não era mesmo uma coisa ruim. Dennis o havia recusado a cada
passo e, embora Ryker tivesse ficado mais do que ferido pelas palavras do
cisne, tinha agido e amarrado o cara com ele.
Deuses, será que nunca iria conseguir fazer nada certo?
O quarto estava escuro, dizendo-lhe que ainda era muito cedo e ele
ainda deveria estar dormindo. Se moveu até onde estava a sua calça, e
procurou a arma que estava junto dela. Ryker a encontrou, em seguida, se
levantou, olhando em volta, e tentando ouvir o barulho que o havia acordado.
Olhou para a porta. Ainda estava trancada, a cadeira ainda estava
escorando a maçaneta. O andar que estavam era alto demais para que
qualquer um tentasse rastejar através da janela.
Se movendo suavemente pelo quarto, Ryker pegou o cobertor da
cama e cobriu Dennis. Seu companheiro se enrolou no cobertor, murmurando
algo no seu sono, e então se acomodou.
Ryker se sentou no sofá, hiper consciente do seus entorno. Seu tigre
rosnou, querendo sair para que pudesse proteger o cisne. Ficou tentado, mas
se por acaso mais de uma pessoa se aproximasse, precisaria da sua arma.
Garras e dentes eram grandes armas, mas balas eram melhores quando se
combatia mais de uma pessoa, e Ryker não era tolo o suficiente para pensar
que não estariam armados.
Sabia que a sua sorte não se estenderia para sempre, mas Dennis
não precisa estar envolvido em nada disso. Era um cisne doce e atrevido.
Embora Ryker tivesse a sensação de que o cara não era alguém para se
brincar enquanto estivesse irritado, seu companheiro não iria durar muito
contra os assassinos se aparecessem.
Embora Ryker não fosse testar essa teoria quando se tratava do taser
de Dennis. Esfregou o peito, e um sorriso floresceu. O cara tinha coragem.
Ryker lhe daria isso. Dennis era uma pistola de fogo, e para ser honesto,
adorável. Teria gostado de Dennis mesmo que o seu companheiro acabasse
sendo dócil e manso, mas havia fogo no cisne e Ryker sabia que ia ser mantido
na ponta dos pés por muitos anos vindouros.
E estava ansioso por isso.
Enquanto estava pensando, começou a se perguntar como Dennis iria
reagir uma vez que acordasse. Será que iria se arrepender do seu
acasalamento? Ryker não tinha a intenção de perder o controle ao ponto de
morder o cara, mas estar dentro de Dennis, sentindo a sua ligação
aprofundando, seu tigre tinha assumido, exigindo que Ryker reivindicasse o
cisne.
E ele o fez.
Esfregou a testa. Sabia que tinha se metido em uma confusão. Só
esperava que Dennis não acordasse e tentasse lhe dar um choque com o seu
taser até a inconsciência.
As orelhas de Ryker se atentaram, quando ouviu vozes sussurradas
perto da porta. Enfiou as pernas dentro da sua calça, em seguida, colocou a
sua camisa. Teve que soltar a arma para se vestir, mas rapidamente pegou-a
de volta antes que calmamente caminhasse em direção à porta. Olhou por
cima do ombro e viu que Dennis ainda estava dormindo, esperava que ele
continuasse assim. Ryker não precisava ter que lutar contra quem quer que
estivesse lá fora, enquanto tentava evitar que o cisne desse choques em todos
eles.
Se movendo para o lado da cadeira que estava prendendo a
maçaneta da porta, Ryker olhou pelo olho mágico. Não viu nada, a não ser um
corredor vazio, mas as vozes estavam ficando mais próximas.
Se essas vozes pertencessem a assassinos, tinham errado na escolha
de profissão. Além disso, assassinos trabalhavam sozinhos.
Então por que Ambrose contratou esses caras para irem ao
apartamento de Dennis?
Para sequestrar Dennis assim Ambrose conseguiria chegar a ele.
Ryker nunca tinha sido chegado ao seu pai, mas agora que o seu pai estava
atrás dele, detestava o homem. Se Ambrose o queria morto, Ryker poderia
pelo menos retribuir o favor.
Definitivamente.
Perguntou-se brevemente se era Ambrose no corredor. Não achava
que fosse. Seu pai não seria tão desleixado. Ele não teria feito nenhum som,
muito menos ficaria discutindo no corredor. E isso era o que as vozes estavam
fazendo, discutindo.
Franzindo a testa, Ryker olhou pelo olho mágico. E gemeu quando viu
quem era. Como diabos eles tinham encontrado ele e Dennis?
Movendo a cadeira para o lado, Ryker abriu a porta. Sorriu, para o
pensamento diabólico na sua cabeça. Isso poderia funcionar com eles. Agarrou
a arma na mão e abriu a porta, apontando a arma para os três homens que
estavam ali.
Seus olhos se arregalaram. Taylor mudou para a sua forma de
coelho. As mãos de Sam se ergueram, com palmas voltadas para fora. Paden
olhou para ele, parecendo revirar os olhos. Ou o fada tinha bolas feitas de aço
ou tinha cinco de poder em uma embalagem de seis.
— Tragam seus traseiros para dentro, agora! — Ryker rosnou. Olhou
para cima e para baixo no corredor enquanto os dois homens entraram, e o
coelho correu passando pelos seus pés.
— Não parei para comprar algumas roupas dessa vez. — Disse
Paden para o coelho. — Está sem sorte agora.
Ryker fechou a porta, rosnando para si mesmo enquanto acionava a
trava de segurança na sua arma. Não achava que iria acidentalmente disparar
nesses homens. Claro que não. Mas poderia fazer isso de propósito.
— O que diabos vocês estão fazendo aqui? — Perguntou ele.
— Poderia te perguntar a mesma coisa. — Paden respondeu. — Você
pega o meu melhor amigo no meio da noite e sai. Que tipo de besteira é essa?
Não sabe que Dennis é uma criatura delicada e não pode passar por situações
de alto estresse?
Isso não soava como o Dennis que Ryker tinha chegado a conhecer.
Seu companheiro era mal-humorado, impertinente e não deixava ninguém o
atropelar. Não podiam estar falando da mesma pessoa.
— Que diabos?
Ryker olhou por cima do ombro para ver Dennis sentado, seu cabelo
loiro espetado para todos os lados. Tinha uma aparência de “fui fodido”, e
Ryker estava pronto para foder o cara novamente.
Talvez fosse atirar nos três depois de tudo. Tinha acabado de
acasalar e queria outra rodada de sexo com o seu homem.
— Você não podia avisar alguém? — Perguntou Paden, parecendo
ofendido quando colocou as mãos nos quadris. Tinha uma carranca profunda
enquanto olhava para Dennis. E Ryker teve que se lembrar que o fada era
amigo de Dennis, porque queria mudar e comer o cara por falar com o seu
companheiro dessa forma.
Dennis piscou algumas vezes antes de esfregar os olhos. Ficou
boquiaberto olhando o coelho debaixo do sofá. Apenas a cabeça de Taylor
estava para fora.
— As coisas aconteceram muito rápido para avisar alguém. — Disse
Dennis. Ficou em pé, caminhou e se sentou no sofá, enrolando o cobertor em
torno do seu corpo magro. — Como você nos encontrou?
Paden acenou com a mão para Dennis.
— Vamos discutir os detalhes mais tarde.
— Por que você está aqui? — Perguntou Sam.
— Vista-se. — Disse Paden. — Vamos sair daqui.
— Eu não penso assim. — Disse Ryker.
Paden girou em direção a ele. O fada parecia uma fera. Seus olhos
brilhavam de raiva.
— Você não ganha o direito de ter uma palavra a dizer neste
assunto. Sei do fato que Dennis tem medo de você e também como não quer
ter nada a ver com você. Deveria chutar o seu traseiro por sequestrá-lo.
Ryker olhou para o cara baixinho. O fada não podia ter mais do que
1,57 m de altura. O cara era lindo, mas não parecia poder bater numa rocha.
Ryker tinha um desejo de afagar a cabeça do cara e dizer-lhe o quão adorável
ele era. Seu tigre, por outro lado, queria dar um tapa no cara que iria jogá-lo
do outro lado da sala por seu descaramento.
— Espere. — Disse Dennis.
— Não, não vou me segurar. — Paden rosnou. Asas coloridas
apareceram em volta do homem, e vibravam tão rápido que o ar se agitou em
torno deles. — Ele está, obviamente, fazendo uma lavagem cerebral em você.
— O fada olhou para Ryker. — Agora vou ter que reprograma-lo.
— Todos nós precisamos nos acalmar. — Disse Sam. O ser humano
se sentou numa cadeira perto da mesa e esfregou as têmporas. — Todos nós
precisamos respirar e tomar uma xícara de café, maldição.
— Ninguém vai estar bebendo absolutamente nada. — Disse Ryker
com um rosnado. — O que vão fazer é dar a volta e levar suas bundas de volta
para casa.
Paden estreitou os olhos.
— O que você fez foi uma sujeira de merda, e ainda quer que eu vá
embora? Não estou deixando Dennis com você nem por um segundo.
A mão de Ryker se contraiu. Tinha cinco segundos para dar um tiro
no fada. — Suma. Da. Minha. Vista.
— Me. Obrigue. — Paden disse estreitando os olhos.
Ryker deu um passo adiante, mostrando seus caninos quando alguém
bateu na porta. E ele congelou.
— Quem mais veio com vocês?
A expressão de Paden passou de feral à confusa.
— Ninguém.
Ryker gesticulou em direção ao quarto com a arma.
— Leve suas bundas lá para dentro.
— Que diabos está acontecendo? — Sam perguntou enquanto olhava
da porta para Ryker.
— Problemas. — Disse Ryker. — Agora entrem no quarto.
— Posso me defender. — Paden argumentou.
Oh sim. Ryker estava indo definitivamente dar um tiro no fada.
— Leve Dennis para o quarto e não saia até que eu diga para fazer.
— Rosnou.
O coelho correu em direção à porta do quarto e desapareceu. Sam
acenou para Dennis segui-lo. Paden não se mexeu. Foda-se. Se o fada tinha a
intenção de morrer, o que Ryker deveria fazer?
— Espero que essas asas venham totalmente carregadas, porque a
pessoa do outro lado da porta não será nada amigável. — Caminhou em
direção à porta e sentiu Paden nas suas costas.
Será que ele realmente seria responsabilizado se atirasse no cara?
Honestamente, quem iria sentir falta dele? Paden estava se transformando em
uma real dor na bunda.
Ryker olhou pelo olho mágico e soltou um suspiro pesado. Merda
continuava recebendo visitas indesejadas.
— Tem que estar brincando comigo.
— Quem é? — Paden sussurrou.
— Espero que seja alguém que vá comer você. — Ryker retrucou.
— O controle animal. — Paden respondeu. — Devem ter vindo atrás
do seu rabo sarnento.
Ryker contou até dez.
E então contou até vinte.
— Chame-me sarnento de novo e vou mudar para comê-lo eu
mesmo. — Abriu a porta.
Kahl estava ali, parecendo imperturbável olhando a arma na mão de
Ryker. Seus olhos se estreitaram quando desembarcaram em Paden.
— Você sabe o problema em que está? — O shifter dragão/chita
perguntou. — Os gêmeos vão te esfolar vivo, isso se Nevada não chegar até
você primeiro.
— Entre aqui. — Ryker acenou para Kahl, em seguida, fechou a
porta. Estava começando a ficar com enxaqueca. Se um assassino aparecesse
agora, seria um banho de sangue. Pensando bem, talvez não. Podia empurrar
Paden para o assassino antes que pegasse o seu companheiro e fugisse.
Claro que não iria realmente fazer isso, mas o pensamento o fez
sorrir.
— Deixe-me adivinhar. — Ryker disse enquanto abria o frigobar e
pegava uma garrafa de Devil's Cut2. Era muito cedo para tomar bebida
alcoólica, mas para lidar com este circo precisaria de uma boa dose. Abriu a
garrafa e tomou um bom gole. Colocando a garrafa de lado, virou para Kahl. —
Você seguiu os Três Patetas.
— Sim eu segui. Mas tinha uma ordem para descobrir o que estava
acontecendo com o cisne. — Kahl riu.
— Matthew?
— Não é possível simplesmente pegar uma das suas pessoas e não
ser responsabilizado.
— Dennis não é responsabilidade de Matthew. — Ryker argumentou.
— Não mais.
Kahl olhou para ele por um segundo e, em seguida, assentiu.
— Você acasalou com ele.
2
Devil's Cut marca de Bourbon.
— Você fez o quê? — Paden gritou. Suas mãos voaram para cima e
balançaram descontroladamente. — Vou te bater até não poder mais.
— Não! — Dennis correu para sala, ficando entre Ryker e Paden. — A
decisão foi minha.
Ryker sabia que não era verdade, mas fez bem ao seu coração ver
que o seu companheiro estava disposto a defendê-lo. Passou os braços em
volta de Dennis, puxando seu companheiro para perto.
As sobrancelhas loiras de Paden se ergueram.
— Você se queixa sobre o cara e depois o deixa acasalar com você?
— O fada sacudiu a cabeça. — Maldição estou começando a ficar com dor de
cabeça.
Todos eles se acalmaram quando outra batida soou na porta. Que
porra estava acontecendo? Ryker olhou para Kahl.
— Você veio sozinho?
Kahl assentiu.
Soltando Dennis, Ryker mais uma vez foi ver no olho mágico. Era
Ollie. Abriu a porta e deixou o cara entrar. Oliver olhou em volta enquanto
Sam e Taylor saiam do quarto, Taylor em forma humana, envolto em um
lençol como uma toga.
— Festa? — Perguntou Ollie.
— Maratona de tiros em um minuto. — Ryker disse enquanto olhava
para Paden.
Fechou a porta e se virou para a sala cheia de homens. Proteger
Dennis seria bastante difícil. Kahl e Oliver poderiam cuidar de si mesmos, mas
Taylor, Sam e Paden estariam impotentes.
Ryker virou-se para Kahl.
— Faça com que os três vão para casa.
Kahl sacudiu a cabeça.
— Não até que me diga o que está acontecendo.
Ryker não tinha tempo para isso.
— Tudo o que fizer, faça rapidamente. — Disse Ollie. — Vi Ambrose
entrando no saguão do hotel.
Ryker amaldiçoou.
— Quem é Ambrose? — Kahl e Paden perguntaram ao mesmo
tempo.
— Alguém que vocês realmente não querem encontrar. — Disse
Ryker. E olhou para Dennis. — Desculpe, mas você vai ter que colocar as suas
roupas.
Dennis enrugou seu nariz. Ryker sabia que o seu companheiro não
queria colocar as suas roupas sujas de volta, mas não tinha escolha. Dennis
não estava correndo para fora desse quarto vestindo apenas um roupão. Não
havia nada que pudesse fazer a respeito de Taylor.
Kahl pareceu ter lido a mente. Tirou o paletó e o deu para o shifter
coelho. — Isso vai ter que servir.
— Obrigado. — Taylor disse enquanto aceitou a jaqueta de couro de
Kahl.
Ollie olhou para os homens na sala.
— Eles estão aqui para ajudá-lo? — Perguntou Ryker.
— Está mais para ficar no meu caminho. — Ryker reclamou. Estava
chateado, mas uma parte dele estava feliz por Dennis ter amigos que se
preocupavam com ele o suficiente para se colocarem no caminho do perigo.
— Não acho que devemos ficar. — Disse Ollie. — Fiz um pouco de
pesquisa na noite passada. — Acenou com a cabeça em direção ao banheiro.
Ryker o seguiu. Ollie fechou a porta, mantendo a voz baixa em um sussurro. —
Algo não está certo. Ainda tenho contatos na empresa. Eles me disseram que a
Companhia não tem interesse nenhum em você. É Ambrose que quer você
morto.
Ryker sabia por que seu pai estava atrás dele. Sabia que esse dia ia
chegar, e o seu pai não iria parar até que um deles estivesse morto.
Ollie balançou a cabeça, franzindo a testa.
— Posso dizer que alguém colocou um contrato sobre você, mas já
que foi Ambrose, isto é pessoal.
Após os lobos terem sido enviados para a sua comunidade para
matar todos, Ryker tinha ido atrás da sua mãe. Sabia que ela estava por trás
do ataque. Estava triste, arrasado e sanguinário por vingança. Não tinha
importância para ele que ela fosse sua mãe. Ryker pensava em todas as vidas
perdidas, nos amigos que tinha aprendido a amar e com quem se preocupava,
que tiveram suas vidas ceifadas.
Ninguém sabia que ele a tinha matado. Tinha sido muito cuidadoso.
Ryker tinha entrado na sua casa e estava fora de lá antes de ser descoberto.
Ryker passou a mão sobre a cabeça. Sua vida nunca tinha sido fácil.
Sempre tinha estado envolto em mentiras, e estava sempre tentando o seu
melhor para ficar um passo à frente dos caras maus, mas parecia que o seu
passado estava voltando para casa para uma última visita.
Sim, uma parte dele se arrependia do que tinha feito a sua mãe. Mas
ela só não tinha matado as pessoas com quem ele se preocupava como tinha
torturado vários seres sobrenaturais em nome da ciência, em sua meta para
criar uma arma definitiva contra a sua própria espécie.
Sua mãe era pura maldade até o seu núcleo. Alguém como ela não
merecia viver, mas agora Ambrose estava seguindo incansavelmente o seu
calcanhar, firmemente decidido a vingar a morte da sua companheira.
Esse era o único motivo que podia pensar. Ambrose tinha que ter
descoberto. Não havia outra razão para o seu pai vir atrás dele sem que a
Companhia estivesse envolvida. Ambrose havia contratado assassinos,
determinados a fazer o trabalho. O que dizia a Ryker quão profundo o seu pai
tinha afundado na sua loucura, e se não acabasse com isso agora, Dennis
nunca estaria seguro.
Sua vida não era nada se não complicada.
Olhou para Ollie. Ryker queria perguntar ao homem se podia levar
Dennis de volta para Dalton Falls, mas não confiava plenamente no cara. Fazia
muito tempo, e as coisas mudaram. A amizade mudava.
Dennis saiu do quarto, completamente vestido.
Ryker manteve a arma na mão enquanto olhava para todos.
— Kahl, vai levá-los para casa. — Hesitou e depois acrescentou —
Dennis vá também.
— O que? Não! — Dennis sacudiu a cabeça. — Você acha que vou
deixar você aqui para cuidar de si mesmo?
— Isso é exatamente o que você vai fazer. — Disse Ryker, embora
uma parte dele se regozijou com a preocupação do seu companheiro.
— Ainda não vai me dizer o que está acontecendo? — Kahl olhou
para ele.
— Quando eu voltar. — Disse Ryker. — Não temos tempo suficiente
no momento. Preciso que você os tire daqui.
Enquanto Ryker falou, Ollie enfiou a cabeça para fora da porta. E
rapidamente se afastou fechando a porta.
Capítulo Dez
Ryker conduziu Dennis, Sam, Taylor e Paden para o quarto. Ele teve
que escolher se atiraria em Paden, o fada, antes de rapidamente fechar a
porta, Paden esteve o ameaçando o tempo todo. Ele tinha a sensação de que o
fada estava contemplando a sua morte.
O cara teria que ficar na fila, atrás de todos os outros que queriam
matá-lo. — Você está armado? — Ele perguntou a Kahl quando Ryker verificou
o seu clipe.
— Você realmente não quer que eu esteja armado — disse Kahl.
Quando Ryker olhou para o cara, os olhos de Kahl disseram tudo.
— Não se atreva a ir dragão em nós. Este quarto não é grande o
suficiente para isso.
— Dragão? — Ollie parecia intrigado.
— Dragão e chita — disse Kahl com um toque de orgulho na voz.
Ollie deu um leve aceno de cabeça. — Impressionante.
— Dragões são bastardos malvados. — Ryker disse enquanto movia
o sofá contra a porta.
Kahl riu. — Tenho esse direito. Aprendi com o melhor.
— O pai dele — disse Ryker. — O mais malvado filho de uma cadela
que você já conheceu.
— Isso é um convite para Dalton Falls? — Ollie perguntou.
Ryker pausou. Ele e Ollie se conheciam há muito tempo, mas ele não
sabia realmente nada sobre o cara. Quanto tinha Ollie mudado ao longo dos
anos? O cara estava ajudando, mas ele também poderia ter sido o único a
dizer a Ambrose onde ele estava. Ele saberia onde a lealdade de Ollie estava
quando isso acabasse.
— Relaxe — disse Ollie. — Não vou apenas detonar a sua cidade.
Ryker resmungou. Se Ambrose tinha homens com ele, isso significava
que ele estava pagando um preço considerável. Pelo preço certo, qualquer um
poderia ser comprado, incluindo Ollie. — Vamos acabar com isso.
Ele estava recentemente acasalado e Ryker queria mais tempo com
Dennis – ininterruptamente para conhecer o seu companheiro, para conhecer
cada polegada do corpo do homem também. Ele deveria estar com as bolas
profundamente dentro do pequeno cisne em vez de ficar pronto para um
tiroteio com o seu pai.
— Você vai ser capaz de fazer isso? — Ollie perguntou quando ele
olhou para Ryker. — Quero dizer, não importa o quanto de um bastardo
Ambrose é, ele ainda é seu pai.
Os olhos de Kahl aumentaram ligeiramente. — Esse é o seu pai lá
fora, pronto para colocar uma bala no seu crânio?
Ryker não estava com vontade de explicar as coisas para Kahl. Ele
estava chateado que Ollie tinha falado demais. Ele manteve a sua vida privada
por uma razão. Se qualquer um dos seus amigos soubesse a verdade,
descobriria que era a sua própria mãe que tinha matado as suas famílias... Ele
balançou a cabeça. Talvez ele precisasse se mudar para Dalton Falls. Um novo
começo.
Ryker foi para o banheiro. Kahl se agachou no lado direito da porta.
Ollie ficou na porta do quarto, arma apontada. Ryker orou como o inferno que
Paden não se apressasse a partir do quarto e se obteve-se ou a qualquer um
deles morto. Merda. Onde estava o Taser de Dennis? Por favor, não deixe que
o meu companheiro esteja com ele. A última coisa que Ryker precisava era
que Dennis participasse de um tiroteio com um Taser pequeno.
Toda a situação tinha desastre escrito tudo sobre ele. Ryker fechou
os olhos brevemente. Ele podia cheirar o seu cisne na sala ao lado. Seus
braços doíam para segurar Dennis, para beijá-lo, para envolver-se em torno do
cara e acariciá-lo. Tudo o que ele queria era ficar sozinho com o seu
companheiro. Ele apertou os nervos que não podia ser.
Ele tinha estado sozinho por tanto tempo que Ryker sentiu uma
pontada no peito com o pensamento de compartilhar a sua vida com alguém.
Se ele não saísse disso, a sua felicidade potencial seria destruída. Culpa o
devorava. Havia mil emoções conflitantes diferentes que passavam através
dele.
— Você está bem?
Ryker abriu os olhos para ver Ollie e Kahl o observando. A expressão
de Kahl era preocupante. Ollie estava cheio de curiosidade.
— Eu estou bem. — Ele limpou a garganta. Ele precisava ficar com a
cabeça no jogo. Pensamentos errantes os matariam no momento.
Ryker ficou ainda mais tenso quando a maçaneta foi torcida devagar.
Capítulo Onze
Paden estava feliz por estar em casa. Fodidas viagens pela estrada.
Elas eram muito desgastantes. E perigosas. Definitivamente perigosas. Se um
outro amigo fosse sequestrado, eles estariam sozinhos. Ele estava cansado de
bancar o herói.
Tudo o que queria fazer era ir dormir, mas percebeu que tinha
esquecido de guardar as suas ervas. Taylor e Sam não sabiam que Paden tinha
usado magia de fadas para colocar um feitiço localizador em Dennis, e não os
deixaria saber desse seu pequeno segredo.
Ninguém sabia que Paden tinha esse tipo de poderes mágicos, e as
fadas gostavam que fosse assim. Isso impedia que todos e as suas mães o
procurassem para pedir a sua ajuda.
Paden parou quando ouviu uma batida na porta. Quem na terra iria
aparecer numa hora dessas?
Inseguro e desconfiado, Paden silenciosamente caminhou para a
porta e espiou pelo olho mágico.
— Você tem que estar de brincadeira comigo. — Ele gemeu quando
abriu a porta. O policial que tentou dar-lhe uma multa estava do outro lado,
um sorriso largo no rosto bonito.
Paden estava definitivamente adulado. Mas desde que o homem
estava lá, por que desperdiçar um homem tão bonito? Ele puxou o policial e
fechou a porta atrás dele.
— Pronto para ser usado e jogado aparte?
O policial sorriu. — Definitivamente, coelho de mel.
FIM