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Penas e Pelos Brac Nova Geração 06

Lynn Hagen

Dennis Little não consegue se lembrar do que aconteceu quando ele


visitou a Vila Brac. A noite é um espaço em branco total, a única coisa que se
lembra é de que Ryker é o seu companheiro. Dennis não quer ter nada a ver
com o tigre, mas o destino não será negado, e logo o shifter cisne se vê
fugindo por sua vida.
Ryker está fugindo de um passado que em breve o alcançará.
Encontrar o seu companheiro não poderia ter vindo em um momento mais
inoportuno. O que é que um homem deve fazer quando o seu próprio pai o
quer morto? Pegar o seu companheiro e correr.
Ryker deve manter o seu companheiro seguro, enquanto tenta
convencer o shifter cisne que não teve nada a ver com a noite perdida de
Dennis. Armado com a sua Taser, Dennis se recusa a acreditar que Ryker não
é o cara mau em tudo isso.
Cabe a Ryker convencer o homem enquanto tenta permanecer um
passo à frente do cara mau.
Capítulo Um

— É como uma viagem de ácido ruim. — Dennis se apoiou no balcão


no trabalho e esfregou a testa enquanto tentava juntar os fragmentos de
memória da sua visita a Vila Brac.
Por telefone, Paden fez um ruído na sua garganta que dizia a Dennis
que o fada atualmente estava revirando os olhos.
— A fim de fazer esse tipo de comparação, primeiro você teria que
ter consumido ácido.
— Como mais posso descrever? Tenho sonhos estranhos onde eu já
morri, e quando estou acordado, é como se os fragmentos de memórias
estivessem apenas fora do meu alcance. Ou estou viajando em algum tipo de
droga, ou alguém mexeu com o meu cérebro. — Dennis coçou a cabeça
quando a temperatura na loja de ferragem caiu alguns graus.
Tinha sido assim durante as últimas duas semanas. A temperatura de
repente caia, ou o seu peito iria começar a doer. Algumas vezes era como se
algo apertado estivesse sendo envolvido em torno dos seus pulsos. E os
sonhos. Eles eram o pior. Muitas noites ele tinha acordado em um suor frio, o
coração disparado, e a imagem de uma mulher bonita de pé sobre ele, rindo.
Como se estar perdendo a sua mente não fosse ruim o suficiente,
Ryker se manteve a chamá-lo. Dennis tinha a sensação de que algo ruim tinha
acontecido com ele e que o tigre siberiano estava envolvido de alguma forma.
Não queria ver o cara. Não quando Ryker poderia ter sido a pessoa que mexeu
com o seu cérebro.
Estava o matando que não tinha nenhuma resposta. Mas até que
soubesse exatamente o que tinha acontecido com ele, Dennis ficaria tão longe
do tigre quanto possível.
Ouviu o sinal sonoro que sinalizava uma chamada em espera. Dennis
puxou o telefone do ouvido, viu que era Ryker, e depois apertou o telefone de
volta ao ouvido, ignorando a chamada.
— Talvez você esteja passando por algum tipo de crise de meia
idade — disse Paden.
— Eu sou jovem e quente. Isso definitivamente não é o caso. —
Dennis desejava que soubesse o que estava errado com ele. Mesmo o seu tio
estava agindo estranho. Fiaschetti continuava o chamando, perguntando se ele
estava bem, depois desligava quando Dennis dizia que sim.
Era como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo.
— Sempre soube que você era um pouco louco, mas acho que a
balança esta finalmente inclinando para esse lado.
Dennis teria normalmente discutido com Paden, mas estava
começando a concordar com o fada. Sua sanidade estava definitivamente em
questão.
— Preciso voltar ao trabalho. Estarei ai mais tarde. — Dennis
desligou e jogou o telefone em cima do balcão. Ele não tinha vontade de estar
no trabalho, mas mesmo se estivesse perdendo a sua mente, ainda tinha
contas para pagar.
Ele puxou o seu agasalho do gancho atrás dele e o colocou. Ainda
estava frio na loja, mesmo que visse o sol brilhando lá fora e o termostato
dizia que deveria estar confortável sem o agasalho.
Quando o sino acima da porta tilintou, Dennis olhou para cima, e o
seu coração quase parou.
Ryker.
O homem se moveu através da loja, como se flutuasse. Suas mãos
estavam cruzadas nas costas enquanto caminhava lentamente pelo corredor.
Dennis olhou para a esquerda e direita, enquanto se perguntava se
poderia correr para longe antes que o tigre o pegasse. Ele tocou no seu bolso
para assegurar-se de que ainda tinha a sua Taser escondida lá.
Sim.
A questão era; ele iria mesmo usá-la no seu companheiro?
A resposta.
Oh sim.
Ele ainda não confiava no homem. Havia algo de sinistro e um mau
pressentimento sobre o cara, letal, no sentido mais forte da palavra.
Quando Dennis observou o tigre, seu olhar caiu para o traseiro do
homem. Hmmm, bom. Se ele não temesse o tigre alto e forte, ele poderia
estar flertando com ele. Mas mais uma vez, ele conseguiu um namorado louco.
Só que desta vez tinha encontrado o seu companheiro, em vez de um cara
bonito que era mentalmente desequilibrado.
Então, novamente, Ryker era bonito, não, era absolutamente lindo e
tinha um traseiro delicioso e Dennis suspeitava que o homem estivesse
desequilibrado.
Minha historia de vida.
Houve momentos em que se perguntou se tinha algum tipo de sinal
na testa que dizia que amava os loucos. Ele não tinha. Tinha verificado a sua
testa várias vezes ao longo dos anos.
A respiração de Dennis falhou, e ele não podia se mover quando os
olhos castanhos escuros de Ryker encontraram os seus. Eles estavam
encapuzados, e Dennis não poderia dizer se era luxúria ou se o cara estava
irritado. Nunca tinha sido bom em leitura de expressões faciais.
Incerto das intenções de Ryker, ele deixou a sua mão cair para o seu
bolso e ficar lá. Se Ryker tentasse alguma coisa, Dennis iria colocar a Taser na
potência total e apagar o bastardo pela próxima semana.
Seu tio tinha dado a Dennis a Taser como um presente. Ela tinha sido
modificada, e Dennis suspeitava que a tensão não estava dentro dos
parâmetros legais, mas o salvou em mais de uma ocasião, e ele estava grato
por isso.
— Portanto, aqui é onde você têm se escondido. — Ryker se moveu
alguns passos para mais perto, ainda mantendo a ilusão de que estava
flutuando. Ele pegou um martelo, virou-o, em seguida, o colocou de volta para
baixo.
A atração estava definitivamente lá, mas Dennis ignorou. Só porque o
destino pensava que fariam um bom emparelhamento não queria dizer que o
seu companheiro não iria tentar comê-lo.
Além disso, ainda tinha esses fragmentos de memórias, e Ryker era
uma parte do mistério por trás do que tinha acontecido na noite em que ele e
Paden tinham ido para a Vila Brac. A última coisa que recordava era que
estava correndo de Ryker, e então tudo tinha ficado em branco depois disso.
Seus pulsos começaram a pulsar quando se moveu alguns passos
longe, mantendo o balcão entre eles. Ryker pegou o martelo novamente e
examinou-o, mas desta vez, não o colocou para baixo. O tigre o segurou na
mão enquanto se movia para Dennis.
— Para trás! — Dennis tirou a sua Taser, e a segurou na sua mão. —
Estou armado e não tenho medo de usar isso em você.
Ryker parou no meio do caminho. Ele olhou para o martelo na sua
mão e depois para Dennis.
— Nem pense nisso, — Dennis alertou. Seu coração batia tão forte
que as suas costelas doíam. Quando sonhou em encontrar o seu companheiro,
um maníaco homicida nunca tinha entrado na sua mente. Queria um
reembolso caramba, e o destino daria a ele.
Se ele alguma vez o encontrasse.
— Pensar sobre o que?
Dennis não podia ler a expressão do homem. Ele não tinha certeza do
que Ryker estava pensando. Sua expressão era estoica, sua postura relaxada.
Os loucos não deveriam gritar e gritar antes que eles atacassem? Eles sempre
faziam isso na televisão.
— Isso é apenas doente — disse Dennis. — Você quer que eu diga
em voz alta o que você pretende fazer comigo?
Ele apertou o botão na sua Taser, e um arco de eletricidade chiou
entre os dentes. Fez isso de novo para o caso de que Ryker tenha perdido na
primeira vez.
O sino acima da porta tilintou, e Dennis ficou aliviado ao ver
Matthew, o que era estranho considerando que Matthew e o seu gêmeo tinham
ameaçado comer Dennis na primeira vez que se encontraram. Ainda assim,
tomaria as suas chances com o lobo. Suas chances eram melhores do que lidar
com o tigre.
— Coloque essa porcaria a distância antes de se machucar, —
Matthew disse, enquanto andava pelo corredor.
— Diga ao menino tigre para sair e eu vou. — Dennis manteve a
Taser levantada, embora o seu braço estivesse começando a doer. Ele o
manteve no ar por muito tempo.
— Menino tigre? — Matthew olhou para Ryker antes que ele risse. —
Não iria zombar do cara se eu fosse você.
— Eu-eu não estou com medo dele. — Dennis tentou parecer
valente, mas estava falhando miseravelmente. Sua mão tremia, e a sua voz
tinha ficado estridente. Era difícil intimidar alguém quando você não conseguia
parar de tremer. Contradizia a sua imagem de durão.
— Pelo menos lhe diga para colocar o martelo para baixo — disse
Dennis.
O sorriso de Matthew cresceu, e Dennis queria bater no cara.
— Ele trabalha com construção.
— Aposto que ele trabalha — Dennis murmurou. O chateava muito
que Matthew estivesse defendendo o cara.
Matthew era o alfa de Dalton Falls. Ryker não vivia em Dalton Falls.
Os dois poderiam ter conhecido um ao outro na Vila Brac, mas Matthew
deveria ter ficado do lado de Dennis.
Os dois ficaram lá olhando para ele como se Dennis tivesse alguns
parafusos soltos.
Dois predadores estavam olhando para ele.
Dennis engoliu em seco. Como na terra continuava se metendo
nessas situações?
— Uma pequena fada me disse que você e Ryker são companheiros
— disse Matthew.
Dennis estava indo para estrangular Paden. O homem tinha uma
boca grande. Era verdade que Dennis tinha uma coisa para grandes e
másculos homens, mas ele preferia seus homens um pouco menos
perturbados.
— E um pequeno lobo me disse que iria proteger as criaturas dóceis
de Dalton Falls. — Dennis apertou os lábios para o lado e olhou para Matthew
com uma expressão que dizia ao lobo para fazer o seu maldito trabalho.
O sorriso de Matthew deslizou para longe. Seus olhos cinzentos se
estreitaram, e Dennis não tinha certeza de qual homem deveria temer mais.
— Estou protegendo os shifters dóceis. Mas não posso fazer nada
sobre a sua situação. A lei do Ultionem me proíbe de interferir em um
acasalamento.
— Ah, então ele pode me martelar até a morte e você não pode
interferir? — A voz de Dennis tinha subido para um tom alto. — Foda-se você e
ele. — Ele apontou a Taser para Ryker. — Quero vocês dois fora daqui!
— Dennis...
— Não venha com esse tom pra cima de mim — Dennis virou-se
para Matthew. Era extremamente raro ele deixar a sua raiva a mostra, mas
não estava prestes a ficar lá e permitir que o seu companheiro o prejudicasse
ou deixaria que o alfa citasse alguma lei que nunca tinha sequer ouvido falar.
Uma lei que não iria protegê-lo de Ryker.
— Acalmem-se. — O tom de Ryker era ao mesmo tempo irritado e
cheio de autoridade. A mão de Dennis baixou ligeiramente antes de perceber o
que estava fazendo. Ele a levantou novamente.
— Vá engasgar em uma bola macia de pelo, — falou para o tigre.
Ryker rosnou e se moveu para mais perto.
Dennis recuou até que bateu na parede. Quando Ryker veio ao redor
do balcão, Dennis empurrou a mão para frente e apertou a Taser no peito
largo do homem.
— Filho da puta! — Ryker saltou para trás, esfregando a área onde
Dennis tinha lhe acertado. — Você esta louco?
— Venha perto de mim novamente, e lhe mostrarei o que um louco
faz. — Uma parte de Dennis se sentia horrível por ter usado a Taser no seu
companheiro, mas ainda havia uma parte dele que não confiava no cara.
Preferia prevenir a remediar.
— Por que você está agindo assim? — Perguntou Matthew,
parecendo irritado e perplexo.
— Algo aconteceu naquela noite, — Dennis disse e amaldiçoou
quando sentiu as lágrimas picando os seus olhos. Ele sempre chorava quando
estava zangado, mas não queria que nenhum dos homens visse como um sinal
de fraqueza. — Até que descubra o que aconteceu, Ryker pode ficar longe de
mim.
Dennis queria usar a Taser nos dois até que ele tivesse respostas.
Irritava lhe que tinha medo do seu companheiro, o que só o fazia querer usar
a Taser em Ryker ainda mais.
E Matthew? Dennis se sentiu traído e queria gritar no topo dos seus
pulmões. Mas não gritou. Ele não queria parecer um homem louco. Assim, ele
apenas ficou lá, olhando para os dois, desejando que eles saissem.
— O que você lembra? — Ryker inclinou a cabeça ligeiramente.
— Ter medo e ser perseguido. — Dennis franziu os lábios para
Ryker. — Por você.
Dennis se aproximou de Ryker e apertou o botão da sua Taser
algumas vezes. O barulho crepitante era alto na pequena loja de ferragens.
Os dois homens se afastaram.
— Saiam!
Para sua surpresa, os dois homens se viraram e saíram.
Dennis ficou tão abalado que se encostou à prateleira mais próxima,
com sua respiração irregular e o seu coração cheio de decepção.
Tão louco quanto ele agiu, queria que Ryker lhe dissesse a verdade,
lhe dissesse que não era um cara mau e que Dennis não era louco.
Mas o seu companheiro não tinha dito nada.
O que por si só lhe dizia que Ryker era culpado e que o seu
acasalamento nunca aconteceria.
Ryker segurou a alça do martelo com força, enquanto olhava para a
porta da loja de ferragens.
— O que diabo aconteceu lá dentro? — Matthew perguntou enquanto
os dois estavam na calçada.
Inferno se Ryker sabia, mas o seu peito doía onde Dennis tinha lhe
acertado com a Taser. Estava orgulhoso de que o seu companheiro soubesse
como se defender, mas não havia nenhuma razão para o cisne ter medo dele.
Ryker nunca faria nada para prejudicar o cara.
Também estava chateado que tinha sido eletrocutado. Seu corpo
ainda cantava com as correntes elétricas. Se o cara não fosse seu
companheiro, Ryker o teria batido na parede por usar um golpe como esse.
— Eu não tenho ideia — disse Ryker. Essa era a verdade.
Lembrou-se daquela noite, e não conseguia pensar em nada que teria
assustado o cisne, além do fato de que Dennis tinha ficado assustado quando
descobriu que eles eram companheiros.
Alguém do passado de Ryker tinha aparecido na Vila Brac naquela
noite. Ryker tinha visto Ambrose, e Ambrose tinha visto Ryker perseguindo
Dennis. Em vez de ir atrás de Ryker, Ambrose tinha virado as suas vistas para
Dennis. Ryker tinha interferido, e Dennis tinha conseguido escapar, sem saber
que tinha um assassino atrás dele.
Depois disso, não tinha a menor ideia de onde Dennis tinha ido. Mas
algo tinha acontecido. O cisne estava absolutamente aterrorizado com ele.
Ryker tinha cheirado o terror que se agarrava densamente ao ar na loja. Ele
queria voltar e perguntar, mas Dennis não queria falar, e Ryker não queria ser
eletrocutado novamente.
Ele veio para Dalton Falls para manter Dennis seguro. Se Ambrose
tinha o encontrado na Vila Brac, era apenas uma questão de tempo antes que
ele descobrisse onde o cisne vivia.
Toda a sua vida Ryker tinha sido indiferente, um recluso. E por uma
boa razão. Se os homens com quem vivia soubessem do seu verdadeiro
passado, não só Ryker seria o homem mais odiado na Vila Brac, mas o
conhecimento também colocaria todos em perigo. Isso poderia ser um ponto
discutível agora que Ambrose sabia onde Ryker vivia. Ainda assim, Ryker tinha
que fazer tudo em seu poder para manter os seus amigos seguros.
E isso incluía o cisne.
— Você é bem vindo para ficar na minha casa se for ficar em Dalton
Falls por um tempo.
— Eu poderia aceitar a sua oferta. — Era um passeio de quatro horas
entre Dalton Falls e a Vila Brac. Ryker não ia fazer esse trajeto todos os dias.
Ele tinha tempo de férias chegando e não tinha perdido um dia de trabalho
desde que começou na empresa de construção de Roman.
Na verdade, Roman tinha incentivado Ryker há tomar um tempo fora.
Agora era um momento tão perfeito quanto qualquer outro.
Uma das sobrancelhas de Matthew se levantou.
— Você não vai pagar por esse martelo?
Ryker tinha ficado tão chateado ao sair da loja que tinha esquecido
que tinha o martelo em sua mão.
— Vou devolvê-lo depois que ele se acalmar.
Matthew riu.
— Dennis é outra coisa. Normalmente é muito bom e um pouco
peculiar, mas é inofensivo.
Ryker esfregou seu peito.
— Inofensivo como um tigre com garras.
O alfa assentiu.
— É, acho que você está certo. Ele me eletrocutou na primeira vez
que nos encontramos.
— Por quê?
Matthew desviou o olhar.
— Taylor está fazendo o jantar. Você é bem-vindo para ficar e
comer.
A mudança de assunto não passou despercebida, mas Ryker iria
deixar deslizar no momento. Ele acabaria descobrindo, mas tinha problemas
mais urgentes no momento.
— Então acho que vou ficar para o jantar. — Ele preferia ir para casa
para verificar as coisas, mas tinha uma sensação estranha no intestino de que
as coisas estavam prestes a ficar fodidas.
Ryker sempre escutava o seu intestino, então ficaria em Dalton Falls
durante o tempo que precisasse para proteger o seu companheiro.

— Você está exagerando —, Paden disse assim que abriu a porta. —


Suba a montanha e se divirta fazendo isso.
Dennis revirou os olhos. Paden era a maior puta que ele conhecia.
Flertar era uma coisa que Dennis amava fazer, mas fazer sexo aleatório não
era seu estilo.
Embora não seria aleatório com Ryker, não é? Dennis não queria
pensar sobre isso, porque, se fosse honesto consigo mesmo, ele
definitivamente queria subir a montanha. A questão era, iria aquela montanha
matá-lo depois?
— Pare de insistir nos meus problemas — Dennis disse quando se
sentou no sofá de Paden. Sentia uma forte atração pelo tigre, mas não ia fazer
nada sobre isso. Não até que tivesse respostas.
— Você é o único que está insistindo nesses pensamentos loucos,
você está ficando louco. — Paden fechou a porta e virou-se para ele, suas asas
coloridas esvoaçavam atrás dele. — Só estou tentando ajudá-lo.
Se isso estava ajudando, então Dennis preferia ficar louco sozinho.
— O que você cozinhou para o jantar?
Paden lhe deu um olhar que dizia que ele era sábio em mudar de
assunto.
— Eu não cozinhei.
— Mas você disse que estava cozinhando.
— Não, eu disse que tinha planos para o jantar. Taylor nos convidou.
Nós estamos indo para a casa do alfa.
Depois desta tarde, Dennis não tinha certeza se queria ver Matthew.
Mas recusar o convite de Taylor seria um insulto, e ele não queria lidar com a
raiva de Matthew se ele não fosse.
— Tudo bem.
— Podemos levar o meu carro. — Paden pegou as chaves. — Dessa
forma, poderemos voltar aqui mais tarde para uma bebida.
— Agora isso soa como um plano. — Dennis levantou-se e caminhou
em direção à porta. Ele estava indo para se obter mais bêbado do que um
gambá quando eles voltassem.
— Ele disse o que estava cozinhando?
— Pato.
A mandíbula de Dennis caiu quando ele parou no meio do caminho.
— Por favor, me diga que você está brincando. — Paden piscou para
ele, e Dennis rosnou. — Você tem um sentido muito distorcido de humor.
Mas eles eram melhores amigos, e Dennis gostava do estranho
humor de Paden, na maioria dos dias. Hoje não era um desses dias. Dennis já
tinha ficado esgotado do seu encontro precoce com Ryker. Tudo o que queria
era uma noite tranquila.
Uma noite sem interferências.
Seria bom ter uma dessas para uma mudança. A vida de Dennis era
tudo menos monótona. Entre a sua família, seu trabalho, essas estranhas
memórias e sonhos, e Ryker, ele estava pronto para puxar as suas penas para
fora.
— Tente se divertir esta noite. Pelo que Taylor me disse, a maioria
dos homens da matilha de Matthew chegaram. — Eles saíram, e o fada trancou
a porta.
Dennis teria normalmente aproveitado a chance para estar em torno
de um grupo de homens quentes, mas não se sentia com vontade de
socializar. Ele não sentia vontade de fazer muita coisa, exceto ficar bêbado e
esquecer... Tudo. Cair na inconsciência era um plano muito melhor. Com sorte,
ele não sonharia e iria ter uma boa noite de descanso.
Ele diminuiu a velocidade e parou quando um pensamento lhe
ocorreu.
— Diga-me que Ryker não vai estar lá.
— Ele é parte da matilha de Matthew?
— Acho que não.
— Então você não tem nada com que se preocupar. — Paden
caminhou até o seu carro como se Ryker participar do jantar não fosse grande
coisa.
Seu amigo pensava que Dennis estava exagerando. Ele não estava.
Seu intestino lhe dizia que não estava. Ryker estava envolvido de alguma
forma, e não queria correr o risco de que o tigre estivesse lá.
— Eu preciso lavar o meu cabelo. — Dennis foi direto para o seu
carro, mas Paden o agarrou pelo braço e o obrigou a parar.
— Não penso assim. Você está indo para este jantar. — Ele começou
a arrastar Dennis em direção ao seu próprio carro.
Dennis puxou o braço livre e correu em direção ao seu, e quase
alcançou a porta do motorista antes de Paden pousar na frente dele,
bloqueando a sua fuga. Asas de fada do caralho.
— Pare de ser ridículo. Nós estamos indo para o jantar, e isso é o fim
de tudo. — O homem tinha os braços cruzados sobre o peito magro, olhando
para Dennis. — Você não pode continuar correndo dos seus problemas.
— Observe. — Ele tentou empurrar Paden de lado, mas para um cara
magro, a fada era extremamente sólido.
— Se Ryker estiver lá, e começa qualquer porcaria com você, eu vou
chutar a bunda dele, ok?
Dennis bufou. O tigre era uma grande montanha loira.
— O que você vai fazer, atirar pó de fada sobre ele?
Paden estreitou os olhos.
— Quem lhe disse sobre o meu pó de fada?
O cara estava brincando ou falando sério?
— Saia do meu caminho, Paden.
— Coloque a sua bunda em movimento. — Paden apontou para o seu
carro.
Dennis gemeu. Ele sabia que não ganharia este argumento. Talvez
pudesse sair uma vez que chegassem à casa de Matthew. Paden não poderia
manter um olho nele a cada segundo que estivessem lá.
— Tudo bem.
Ele se arrastou para o carro de Paden, com a cabeça baixa e
resmungando obscenidades.
— Eu posso ouvi-lo — disse Paden. E esperou até que Dennis tivesse
entrado antes de escorregar para o assento do motorista.
A viagem foi muito curta. Era como se tivessem chegado lá em um
flash. Quando Paden estacionou no fundo da casa, o coração de Dennis
começou a bater em dobro.
A parte de trás da casa era onde todos estacionavam. Hoje à noite,
estava cheio até a borda. Estava tão cheio que alguns carros estavam
estacionados na grama.
Paden deu um assobio baixo.
— Nós vamos nos divertir hoje à noite. Pergunto-me quantos desses
homens são solteiros.
— Quer parar de pensar em sexo? — Normalmente Dennis teria
brincado com Paden sobre todos os homens solteiros, mas ele estava muito
ocupado digitalizando a parte de trás da casa procurando por Ryker. Embora
não visse o tigre, ele não relaxou.
Eles saíram do carro e se dirigiram para a varanda. Haviam homens
sentados nas cadeiras e alguns reclinados contra o corrimão. Alguns ele
conhecia. Outros eram desconhecidos.
— Vocês vieram! — Taylor correu em direção a eles. — Eu não tinha
ideia que tantas pessoas iriam aparecer.
Dennis estava morrendo para perguntar se Ryker estava lá, mas
manteve a sua pergunta para si mesmo. Se o tigre estivesse lá, não queria
que descobrisse que estava perguntando sobre ele.
Ele começou a subir as escadas quando sentiu algo sólido se
imprensar nas suas costas. Dennis girou para ver Ryker de pé bem atrás dele.

Capítulo Dois
Dennis cheirava cerveja no hálito de Ryker. De perto, os olhos do
tigre tinham mudado de castanho para uma espécie estranha de azulado
marrom. A explosão de cores era cativante e bonito.
Quando Ryker coçou a barba clara no seu rosto, Dennis viu uma
garrafa de cerveja na mão do cara. Tudo sobre o tigre gritava perigo, mas
Dennis sentia-se atraído pelo predador. Ryker parecia o tipo de tomar um
quilometro quando oferecia apenas um centímetro.
O cara exalava confiança, mas ele era um tigre não confiável, uma
combinação perigosa se você perguntasse a Dennis.
— Não achei que você iria aparecer. — Sua voz fez Dennis tremer de
desejo. O instinto lhe disse para correr, mas ele ainda permaneceu, com medo
de respirar, quanto mais se movimentar. Sentia-se tragado pela presença,
engolindo tudo de Ryker. Dennis estremeceu afastando o seu medo, em
silêncio, repreendendo-se por permitir que o shifter chegasse até ele. Dennis
era um enorme namorador e gostava de brincar, mas ele tinha a sensação de
que provocar este tigre seria prejudicial à sua saúde. Ainda assim, ele se
forçou a não aparecer afetado pela presença do homem.
— Não sabia que você ia estar aqui. — Dennis sorriu. — Se eu
soubesse, eu teria ficado em casa.
— Que maneira de ferir os sentimentos de um cara. — Ryker tomou
um gole de cerveja, seus olhos presos em Dennis.
Não importava para ele que os dois haviam sido convidados para o
mesmo jantar. Isso não significa que eles tinham que lidar um com o outro.
Havia muita gente para se misturar. O tigre poderia ir brincar com um novelo
de lã no trânsito por tudo o que lhe importava.
— Um cara durão como você? — Dennis deu um passo para o
convés. — Me diga seus sentimentos são feridos tão facilmente.
Ryker inclinou-se com um braço no corrimão. O movimento fez a sua
jaqueta de couro abrir, mostrando a Dennis um poderoso peito esticado
debaixo de uma camisa apertada.
Alguma coisa tinha que estar seriamente errada com Dennis. Mesmo
com o conhecimento de que Ryker tinha algo a ver com essas memórias
estranhas, ele queria que o cara, fosse atraído por ele da pior forma. Ryker
não era apenas o tipo de Dennis, mas ele também escorria sensualidade, seus
olhos penetrantes prometiam sexo pecaminoso.
E Dennis tinha estado a cinco segundos de aceitar a oferta silenciosa
do homem. Ele precisava ficar longe do cara.
— Bem, foi bom correr para você. Adeus. — Ele girou e começou a
subir as escadas, mas Ryker agarrou o seu braço, impedindo-o de fugir.
— Qual é a pressa?
A mão de Ryker na sua pele fez o corpo de Dennis se arrepiar. Ele
mordeu o lábio inferior, enquanto dizia a si mesmo que sexo não estava no
menu. Ele estava no comando dos seus hormônios, e um simples toque do seu
companheiro não era o suficiente para fazê-lo derreter em uma poça de
gosma.
Disse isso a si mesmo, mas o seu corpo não estava escutando. Seu
pênis se tornou meio duro, enquanto o polegar de Ryker deslizava para trás e
para frente sobre o braço de Dennis. Olhando para as portas do pátio, Dennis
viu Taylor e Sam na cozinha, rindo e conversando. Avery estava lá também,
segurando um dos seus filhos, enquanto Paden saltou a outra criança em seus
braços. Os homens sentados no deck traseiro pareciam estar tendo um bom
tempo, se os seus sorrisos eram qualquer coisa perto. Ninguém notou a tensão
crescendo entre Ryker e Dennis.
— Nós poderíamos ser uma parte disso. — A voz profunda de Ryker
trouxe Dennis de volta para a sua própria realidade. — Se é isso que você
realmente quer.
Que tipo de pergunta era essa? Quem não queria a família e amigos
em torno deles, desfrutando da companhia um do outro? Observando todos
interagirem, fez Dennis sentir falta da sua própria família, ainda mais. Ele não
os tinha visto em semanas, e ele precisava corrigir isso.
Mas até lá...
— Então diga-me a verdade. — Ele não tinha certeza por que ele
sussurrou, mas parecia que o mundo tinha encolhido para os dois. Ele estava
lá, segurando a respiração, esperando para Ryker dizer-lhe o que tinha
acontecido naquela noite.
Ryker soltou Dennis e deu um passo para trás. Dennis estava
começando a acreditar que algo terrível tinha acontecido. Tinha que ser. Se
não fosse grande coisa, então Ryker teria preenchido os espaços em branco.
— Eu pensava que companheiros não deviam guardar segredos um
do outro. — Dennis rangeu os dentes na obstinação do homem. Ele não estava
prestes a implorar para Ryker dizer a ele. Pela expressão nos olhos castanhos
de Ryker, ele não iria dizer não importa o quanto Dennis implorasse e
suplicasse.
— Eu não tenho ideia do que está falando.
— Sério? — Dennis não podia acreditar na coragem do homem. — Eu
acho que você fez algo horrível para mim. Eu tenho sonhos que me acordam,
deixando-me suando frio. Imagens distorcidas na minha mente que... — Ele
apertou os lábios e balançou a cabeça. — Não importa. Você, obviamente, não
se importa com o que eu sinto, ou que estou ficando louco. — Havia uma
ponta de uma breve risada de Dennis. — Vá se ferrar.
— Fiz isso mais vezes do que você pode imaginar.
Por que Ryker era tão enigmático? Essa foi a segunda vez que o cara
tinha dito algo estranho e confuso. Dennis tinha o início de uma dor de cabeça
falando com Ryker. — Se você não tem ideia do que aconteceu comigo, então
não há necessidade em se preocupar comigo cada vez mais.
Ele prendeu a respiração quando Ryker se inclinou, seus lábios a
centímetros do ouvido de Dennis. — Nós podemos incomodar um ao outro de
maneira mais agradável.
— Você gostaria. — Dennis se inclinou para trás, longe da linda
tentação. Ele odiava o fato de que Ryker arrepiava as suas penas. — Use a sua
própria mão.
— Em você?
O homem era impossível. — Você não vai me dizer?
— Não.
— Tudo bem. — Disse Dennis em um acesso de raiva. — Mantenha o
segredo. Eu espero que você sufoque.
Dennis se afastou e subiu os degraus entrando na casa, batendo a
porta do pátio atrás dele.

Ryker amaldiçoou em voz baixa. Ele não sabia do que Dennis estava
falando, mas tinha que admitir que, as suas chances de proteger o cisne seria
zero. Talvez se ele jogasse junto, fizesse Dennis achar que ele sabia, e o cara
iria ficar por perto, pelas respostas que quer.
Ryker tinha que manter o seu passado enterrado, a todo o custo.
Mesmo que isso significasse mentir para o seu companheiro. Inferno, ele
mentiu para os homens com quem vivia durante anos. Não, ele manteve o seu
passado em segredo mesmo antes de se mudar para a Vila Brac.
Nem mesmo seu primo, Winter, sabia a verdade.
—Esse é um puto cisne. — Arizona disse da varanda. — Não gostaria
de estar no seu lugar.
Se o lobo soubesse.
Ryker encolheu os ombros quando ele se juntou aos homens no
convés. Ele substituiu a sua garrafa de cerveja vazia por uma nova antes de se
sentar, inclinando-se para que ele pudesse manter um olho sobre Dennis. Seu
companheiro estava na cozinha, conversando com Sam, mas ele continuava
olhando na direção de Ryker, como se o puxar o impedisse de simplesmente
ignorar Ryker.
Talvez a sua chance de conquistar Dennis não fosse uma perda
completa.
— Como eu estava dizendo. — Disse Matthew, puxando a atenção de
Ryker longe do cisne. — Contratar aquele detetive não fez a Robert qualquer
bem, então agora ele está recorrendo a intimidar as pessoas na cidade para
tentar encontrar respostas.
Ryker não tinha ideia do que o gêmeo estava falando. Alguns dos
homens sentados lá apareceram confusos também.
Matthew explicou. — Quando vim pela primeira vez para Dalton Falls,
havia um cara chamado Ethan, que era o intimidador não só da cidade, mas de
Sam também. Para fazer de uma longa história curta, Ethan foi atrás de Sam,
e acabei com a vida do filho de uma cadela. Robert é o irmão de Ethan e está
investigando o “desaparecimento” do seu irmão.
— Quem enterrou o corpo? — Perguntou Arizona. O shifter lobo
sentou-se para frente, parecendo encantado com a história. Isso despertou a
curiosidade de Ryker.
— Kahl e Xavier.
Arizona bufou. — Então você não tem nada para se preocupar. Esse
corpo nunca vai ser encontrado. Kahl provavelmente o comeu.
O shifter dragão provavelmente tinha. Ryker tinha conhecido a
maioria destes homens a sua vida inteira. Kahl tinha crescido em Manchester,
sempre no caminho, quase nunca foi visto sem Omar ao seu lado. O garoto
tinha uma raia selvagem nele, mas ele também era tão mortal quanto o seu
pai dragão.
— Eu me ressinto dessa observação. — Disse Kahl quando entrou no
pátio, um prato de comida em uma mão, e na outra um de sobremesa. — Eu
não comi Ethan. Estava com muito medo que o bastardo me desse indigestão.
— Não é o seu companheiro de quarto que o está ajudando é? —
Perguntou Arizona.
— Eu sou um cara grande. — Kahl disse enquanto colocava seus
pratos na mesa. — Preciso de muitos carboidratos.
Omar caminhou para fora, com a bebê Mary em seus braços. Ela
tinha mudado para uma criança humana, e Ryker jurou que ela era o bebê
mais bonito que ele já tinha visto. A criança tinha uma cabeça cheia de cabelo,
louros como o de Omar, mas ela tinha os olhos lilás deslumbrantes de Kahl.
Sua cabeça se movia, e ela olhava para os homens como se fascinada por eles.
— E você vai ser um homem ainda maior se você continuar comendo
desse jeito. — Disse Omar. — Logo eu vou ter que te rolar para baixo na
escada.
Kahl se levantou e flexionou os seus músculos, ganhando vaias e
assobios de alguns dos caras, enquanto outros riram. — Sou todo músculo,
meu coração de dragão.
Omar revirou os olhos, mas Ryker vi o amor neles. Ele olhou para a
cozinha para ver Dennis olhando para ele. Ryker piscou, o que fez o cisne
corar antes dele desviar o olhar.
Ryker quase sorriu quando o olhar de Dennis vagou direto de volta
para ele. Eles olharam um para o outro por um longo momento antes de Sam
dizer alguma coisa para Dennis, fazendo com que o seu companheiro
desviasse o olhar.
— Sam e Avery prepararam o quarto de hóspedes para você.
Demorou um segundo para perceber que Omar tinha estado falando
com ele. Ryker assentiu. — Obrigado.
Omar inclinou-se e disse — Não desista. Dennis virá aos seus
sentidos. Você é um grande partido, Ryker. Ele vai ver isso.
Se Omar soubesse que Ryker era a pior coisa para o cisne. Se Dennis
voltasse a si, ele correria para longe o mais rápido que podia. Encontrar o seu
companheiro tinha complicado as coisas. Ryker tinha vivido fora do radar por
tanto tempo quanto ele podia se lembrar. As contas estavam no nome de
Kenway. Ele não possuía um cartão de crédito, e Roman o pagava em dinheiro
desde o primeiro dia.
Ele nem sequer tinha uma carteira de motorista. Graças a foda ele
nunca tinha sido parado. Seu caminhão tinha sido pago em dinheiro, e
registrado sob um pseudônimo, e ele mantinha todos os seus documentos
importantes e dinheiro em uma caixa trancada que estava armazenada
debaixo de uma tábua no chão debaixo da sua cama.
Se alguém tentasse verificar o seu nome, eles não iriam encontrar
nada sobre ele. Nada. Ele teve a certeza disso. Ryker tinha sido ensinado pelo
melhor e ele tinha sido um fantasma pelos últimos duzentos anos. Com toda
honestidade, ele ficou surpreso que ele tinha ficado invisíveis por tanto tempo.
Mas ele tinha a sensação de que a sua sorte tinha acabado. Mais
uma vez, encontrar o seu companheiro tinha complicado as coisas. Mais do
que gostaria de admitir.
— Terra para Ryker. — Omar acenou com a mão na frente do rosto
de Ryker.
— O quê? — Ryker piscou e olhou para o ser humano.
Omar sorriu. — Rapaz, quando você viaja, você vai longe.
Ryker olhou para a cozinha, mas Dennis não estava à vista.

Dennis não podia aguentar mais. Quanto mais tempo ele ficou, mais
tentado ele estava de voltar para o convés. Ele odiava o fato de que ele tinha
ido de carona com Paden. Não ter o seu próprio carro o deixou com uma
escolha, que era ficar ou ir para casa.
Dennis se decidiu por andar. Ele não morava perto dos Millers, mas
ele tinha caminhado distâncias maiores antes. Ele nunca tinha andado no
escuro, e as sombras ao redor dele eram um pouco desconcertante. Ele se
considerava um homem bravo, quando tinha o seu Taser com ele, mas ele o
havia deixado no seu carro. Dennis não esperava que Paden fosse forçá-lo a ir
ao jantar e não tinha pensado em pega-lo antes que ele tivesse sido
sequestrado e levado para a casa do alfa.
Puxando o seu telefone celular, Dennis ligou para a sua mãe. Ela era
uma coruja da noite e estaria acordada até tarde.
— Ei você aí, estranho. — Disse ela quando ela respondeu. — Por um
segundo eu pensei que você nem lembrava que tinha uma mãe.
Dennis fez uma careta para ela o castigando. Ele amava a sua família
muito e odiava ouvir a desaprovação na sua voz. — Desculpe, estive muito
ocupado.
Não realmente, mas houve momentos em que ele não sabia como
lidar com eles. Sua família podia ser desgastante para os nervos.
— Muito ocupado para dizer oi? Você poderia ter, pelo menos,
enviado uma mensagem me dizendo que ainda estava vivo.
— Eu estou vivo. — Disse ele em um tom jovial, embora ele não se
sentisse nem um pouco feliz. Não quando a sua vida se transformou em uma
confusão complicada. — Estou ligando para saber o que todo mundo está
fazendo.
A pequena Jane gostava de fofocas. Como o seu tio Fiaschetti disse
uma vez, ela não conseguia segurar a água o que significava que ela não
conseguia segurar um segredo para lhe salvar a vida. Essa era uma das razões
pelas quais ele não tinha contado a ela sobre a confusão em que estava.
Perguntar sobre a família parecia levantar os seus espíritos. E também a
impedia de perguntar sobre a sua vida.
— Sua tia Marge apresentou o seu quinto namorado, nos últimos
dois meses. Juro que a mulher passa por mais homens do que eu posso
acompanhar.
Dennis não estava realmente ouvindo, mas escutar a voz da sua mãe
ajudou a acalmar os seus nervos enquanto caminhava para casa. Sim, ele era
um homem adulto e ainda contava com a sua mãe para conforto. Processe-o.
Ele parou quando ouviu o som de folhas esmagas. Dennis olhou em
volta para o campo de milho tosquiado, mas não viu ninguém.
É apenas a sua imaginação. Pare de ser um covarde.
Ele esperava que a sua voz interior estivesse certa. Estar em uma
estrada deserta, sozinho era francamente assustador. Talvez ele devesse ter
insistido para Paden levá-lo até o seu carro. Mas, novamente, Paden tinha sido
o único a sequestra-lo para ir ao Millers em primeiro lugar. Ele não teria
permitido Dennis sair mais cedo.
Quando ele não ouviu a sua mãe falar, Dennis afastou o telefone para
ver se ele tinha morrido. Grande foda. Agora ele estava aqui no meio do
campo sem qualquer forma de pedir ajuda se um animal selvagem o atacasse.
Empurrando seu telefone no bolso de trás, Dennis pegou ritmo. Ele
quase chegou ao final da rua Webster quando faróis iluminavam a escuridão.
Ele se virou para ver um veículo vindo de trás dele. O caminhão chegou a uma
parada lenta, e Dennis gemeu quando viu Ryker atrás do volante.
— Me perseguindo?
Pela janela aberta, Dennis viu que Ryker estava com raiva. Seus
lábios estavam contraídos, e as suas sobrancelhas franzidas apertadas. —
Entre.
— Não. — Dennis começou a andar novamente. Ele ouviu a porta do
caminhão se fechar e soube que Ryker tinha saído. Ele andou mais rápido,
embora soubesse que a probabilidade de ultrapassar o seu companheiro não
estava a seu favor.
— Não é seguro para você aqui fora.
— Por quê? — Dennis perguntou quando ele se virou para Ryker. —
Você finge que nada está errado, mas agora você está aqui agindo como se a
minha vida estivesse em perigo.
— Quanto menos você souber, melhor.
— Está vendo? Isso é exatamente do que eu estou falando. Você
quer que eu confie em você, mas você não vai me dar um centímetro. Eu não
estou entrando no caminhão com alguém que não vai me dizer qualquer coisa.
Além disso, eu nem sequer o conheço. Só porque o destino nos colocou juntos
não significa que você não tem inclinação para me matar.
Os punhos de Ryker se enrolaram aos seus lados, e Dennis observou
seus dedos ficarem brancos. — Eu não sou o cara mau.
Jogando as mãos no ar, Dennis deu a Ryker um olhar de olhos
esbugalhados. — Você quer que eu acredite, ainda assim você não vai me
dizer nada! Eu nem sei o seu sobrenome. Eu não sei absolutamente nada
sobre você.
A paciência de Dennis estava se esgotando, mas ele não queria
continuar com a sua caminhada solitária. Quanto mais tempo ele ficava ali,
mais ele jurou que as sombras estavam se movendo. Ryker podia não ser a
sua aposta mais segura, mas ele preferia levar as suas chances com o tigre, do
que com as sombras.
— E você acha que conhecer-me melhor ajudará a protegê-lo? —
Perguntou Ryker.
— Proteger-me do quê? Tanto quanto eu sei, você é o único psico
aqui fora. — Dennis estava cansado do jogo de vinte perguntas, especialmente
desde que Ryker não lhe daria uma resposta direta. Ninguém nunca o tinha
frustrado tão mal antes. Ele queria envolver as mãos em torno do pescoço do
homem e estrangulá-lo.
— Eu não sou um psicopata maldito. — Ryker argumentou.
— A maioria das pessoas loucas negam que são loucos. — Dennis
apontou. — Psicopata? Sociopata? Tendências homicidas? Nunca torturou
gatinhos para se divertir? Quero dizer um cara tem que saber estas coisas
antes.
Ele sabia que estava empurrando a sua sorte quando a mandíbula de
Ryker trabalhou para frente e para trás. Dennis não se importava. Desde que
Ryker não iria lhe dizer nada, ele iria adivinhar quem era o cara. Pelo olhar
feroz nos olhos de Ryker, muito puto era uma aposta certa. — Eu estou indo
torturar um cisne em um segundo.
Dennis estava além de frustrado, e pronto para morder o bastardo. —
Esta afirmação não é bem vista para mim. Ela só solidifica a minha teoria de
que você é um homem muito perigoso.
Os olhos escuros se estreitaram. — Você não tem ideia.
— Sendo enigmático de novo? — Perguntou Dennis. — Desculpe, eu
nunca realmente aprendi a decodificar os loucos.
— Droga! — Ryker bateu com o punho no capo do seu caminhão,
deixando um amassado. Dennis deu alguns passos para trás e quase caiu em
uma vala. Ele pegou equilíbrio e se endireitou. Ele estava em uma estrada de
novo, no escuro, discutindo com um shifter tigre. Será que ele tinha um desejo
de morte?
Dennis se recusou a ser intimidado, mesmo que Ryker o intimidasse.
Ele podia ser uma criatura dócil, mas isso não queria dizer que ele permitiria
que o tigre o empurrasse ao redor. — Para um cara que quer me convencer
que eu estou seguro com ele, você é muito agressivo.
Ryker cruzou os braços sobre o peito. — E para um homem que
parece muito inteligente, você não está sendo muito inteligente.
Dennis inclinou a cabeça para o lado. — Eu acho que você apenas me
elogiou e me insultou na mesma frase.
— Eu acho que nós precisamos sair dessa estrada.
Dennis olhou ao redor. — Por quê?
— Você faz um monte de perguntas.
— E você não responde nenhuma. — Era como perseguir a sua
cauda. — Eu não vou a lugar nenhum com você até que você comece a
responder a algumas dessas perguntas.
Uma das sobrancelhas loiras de Ryker arqueou. — Mesmo se a sua
vida dependesse de confiar em mim?
— Depende é? — Perguntou Dennis. O cara estava falando sério ou
tentando atraí-lo para uma falsa sensação de segurança? Ryker olhou ao
redor, fazendo Dennis fazer o mesmo. O que o tigre estava procurando? — O
que não está me dizendo?
— Que você é excepcionalmente bonito. — Havia um brilho de
diversão nos olhos de Ryker. O tigre era realmente louco. Ele tinha ido de
agressivo para lúdico em menos de um segundo.
Dennis não estava se apaixonando por ele. — Não tente flertar o seu
caminho para fora disso.
O tigre deu de ombros. — É a verdade.
O cara parecia tão serio que Dennis queria acreditar nele. Ele não
confiava em Ryker, não quando o homem não quis vir limpo. — Normalmente
bajulação iria levá-lo à segunda base, mas eu tenho uma regra contra se
envolver com homens loucos.
Não importa o quão bonito esses homens loucos eram.
A raiva atravessou o rosto do homem. — Seus dias de convidar
homens para a sua casa acabaram.
Dennis usou humor para difundir a raiva de Ryker. Ele não queria
ficar sozinho com um tigre chateado. — Misterioso, perigoso e exigente.
Continue assim e eu poderia cair por você.
Como se começasse a entender o que ele estava fazendo, Ryker
jogou junto. — Bonito, gracioso, e com uma língua afiada. Eu acho que eu já
cai.
Um sorriso ameaçou se espalhar. — Mentiroso.
— Como você sabe que eu estou mentindo? — Perguntou Ryker.
Ele estava? — Você está?
— Precisamos sair dessa estrada.
Ryker olhou ao redor novamente, e Dennis queria bater no cara. Já
era ruim o suficiente, que ele foi intimidado pelo homem, mas Ryker não
precisa manter, fazendo a situação parecer tão ameaçadora. Mesmo que fosse.
Dennis não tinha certeza de nada. Talvez houvesse uma ameaça real lá fora.
Ele não sabia desde que Ryker se recusou a falar sobre qualquer coisa.
Olhando sobre o comprimento de Ryker, Dennis não estava certo do
que fazer. — Eu ainda acho que você está tentando me obter no seu caminhão
para que você possa fazer algumas coisas horríveis para mim.
— Se eu quisesse você morto, você já estaria. — Algo estranho
passou por trás dos olhos de Ryker. Ele olhou para Dennis como se com dor
antes que ele rapidamente mascarasse a expressão.
O olhar fez Dennis apenas assumir o pior. — Quão ruim foi à noite?
— O que eu tenho que fazer, a fim de convencê-lo que eu não sou o
cara mau?
— Diga-me a verdade. — Quanto mais simples poderia ficar, e
quantas vezes ele teria que continuar dizendo, antes que Ryker finalmente
dissesse a ele?
Ryker percebeu como perturbado Dennis se sentia. — Além disso.
— Dê-me sua arma.
— Que arma?
Dennis não era um idiota. Ele tinha um tio que pelos rumores estava
conectado à máfia. Ele sabia quando alguém estava armado, e Ryker estava.
Ele havia escondido bem, mas Dennis tinha visto. — A que você esconde sob a
sua jaqueta.
Ryker estudou-o pelo que pareceu uma eternidade. Dennis viu o
homem lutando com a sua decisão. Se Ryker entregasse a sua arma, Dennis
podia confiar no cara. Então, novamente, poderia ser uma tática para
conquistá-lo. Isso realmente era uma merda quando você não podia nem
mesmo confiar no seu próprio companheiro.
Ryker colocou a mão na jaqueta, e o coração de Dennis começou a
bater como um louco. E se o cara puxasse a arma e atirasse nele? Ryker tirou
um revólver que era completamente preto e parecia durão. — Alguma vez você
já segurou um desses antes?
— Não. — Mas Dennis estava morrendo de vontade. Excitação e
medo o encheram enquanto suas mãos começaram a suar. Será que o seu
companheiro realmente o deixaria segurá-la? Melhor ainda, será que Ryker o
deixaria atirar? Provavelmente não.
Ryker amaldiçoou antes de entregar a arma para Dennis. — Seja
cuidadoso.
— Pesada. — Dennis virou-o na mão. Sentia-se como um verdadeiro
bad boy com a arma na sua mão. Ele sorriu e apontou a arma para o peito de
Ryker. — Dê-me todo seu dinheiro, punk.
Ele não ia atirar no cara, mas ele se sentiu poderoso, e a corrida
tinha subido à cabeça.
Ryker ficou completamente imóvel. Quando ele falou, seus lábios mal
se moviam, mas a raiva era forte na sua voz e queimou brilhante em seus
olhos. —Você tem cinco segundos para baixar a arma, ou eu vou fazer você se
arrepender de apontar a maldita coisa para mim.
— E se eu não abaixar? — A corrida não tinha desgastado, no
entanto, fazendo de Dennis um verdadeiro idiota. — Entregue sua carteira, e
ninguém tem que se machucar.
— Não esta carregada. — Ryker disse tão casualmente que Dennis
quase acreditou no cara.
Ele balançou a arma para Ryker. — Você não iria levar em torno uma
arma descarregada.
Ryker passou o braço em torno da garganta de Dennis e desarmou-o
em um movimento fluido. Seus lábios estavam pressionados perto do ouvido
de Dennis quando ele rosnou suas palavras. — Se você apontar uma arma
para mim de novo, é melhor você descarregar essa filha da puta em mim.
Entendido?
Dennis assentiu rapidamente, com o coração na garganta.
Seu companheiro apontou a arma para a sua caminhonete. —Agora
entre no meu maldito caminhão antes que eu esqueça que você é meu
companheiro e lhe ensine a porra de uma lição.
— Você não tem que praguejar para mim. — Dennis disse quando
ele se empurrou para fora do aperto de Ryker. Fale sobre uma criança
petulante. Dennis estava chateado porque Ryker tinha tomado a arma dele. A
arma tinha feito ele se sentir um pouco mais seguro, e agora ele se sentia
muito malditamente vulnerável novamente. Não que ele soubesse como usar
uma arma, mas o quão difícil podia ser? Mirar e puxar o gatilho. Brincadeira de
criança.
Ryker rosnou. Foi impressionante, tanto quanto o rosnado era, mas
Dennis estava muito irritado para se importar nesse ponto. Ele queria a arma
de volta.
Ele estreitou os olhos. — Você não me mostrou as suas presas
também.
Ryker jogou os braços para fora. — Então o que posso fazer?
— Dizer-me a verdade.
— Você é insistente. — Ryker arrancou a porta do passageiro aberta
e esperou por Dennis entrar.
— Uma das minhas melhores qualidades. — Dennis disse, enquanto
olhava para o interior do caminhão se perguntando se ele estava realmente
indo para um passeio com Ryker. Parecia que ele não tinha escolha. Ryker não
estava dando-lhe uma.
Ryker bateu a porta uma vez que Dennis tinha entrado. O tigre
entrou no lado do motorista antes dele puxar o caminhão de volta para a
estrada, rumo a não sabia onde. — Se isso é uma boa qualidade, eu odiaria
ver mais. — Ryker disse quando eles se voltaram para a estrada próxima.
— A noite ainda é jovem. — Dennis resmungou quando ele cruzou os
braços e olhou para fora da janela. Ele começou a acreditar que o destino tinha
realmente o ferrado. Finais felizes não existiam, e quem pensava o contrário
era um otário completo.

— Ele correu para fora daqui com pressa. — Matthew estava de volta
no convés, com uma cerveja na mão enquanto olhava para o lago do outro
lado do estacionamento de cascalho.
Kahl deu de ombros. — Conheci Ryker toda a minha vida. Ele é um
cara bom. Ele e Dennis estão apenas tendo um começo difícil.
— Não, eu acho que há mais do que isso. — Matthew tinha um
pressentimento, e ele tinha aprendido há muito tempo a ouvir os seus
instintos. Algo mais estava acontecendo, e tinha a intenção de descobrir,
especialmente se o tigre decidisse fazer de Dalton Falls a sua casa. — Eu quero
que você mantenha um olho sobre o cisne.
— Até?
Matthew se virou e olhou para o seu beta antes que ele começasse a
se afastar. — Até eu descobrir o que está realmente acontecendo.
Capítulo Três

Ryker guardou a arma de novo antes de Dennis a agarrar. O cisne


tinha que ter um desejo de morte para apontar a maldita coisa na direção
dele. Mas Ryker tinha outras preocupações além do fascínio do seu
companheiro com armas. Não havia como dizer quando Ambrose iria aparecer,
e com Dennis ao seu lado, a atenção de Ryker estaria dividida.
Precisava chamar um velho amigo, a única pessoa em quem já tinha
confiado com a sua vida. Esperava que ainda pudesse contar com ele. Não
tinha falado com o shifter coelho em quase 60 anos, e a única maneira de
encontrar Oliver Carlino era voar para Cleveland e caçar o homem.
O problema era que Ryker não estava muito certo de que Dennis iria
gostar da ideia. O homem parecia como se estivesse pronto para fugir do
caminhão. Tê-lo em um avião iria precisar de uma boa dose de persuasão.
Voltar a Brac Vila não era uma opção, e mais cedo ou mais tarde
Ambrose iria encontrá-lo. Desde que Ryker não queria fugir pelo resto da sua
vida, matar Ambrose era a sua única alternativa.
E para fazer isso, precisaria da ajuda de alguém tão treinado como o
cara era.
— O quão contra você é sobre voar?
— Só porque sou um cisne não significa que goste de voar.
— Um cisne que não voa?
— Tenho medo de altura. — Seu companheiro olhou para ele como
se estivesse desafiando Ryker a zombar dele.
— Em um avião.
Uma carranca enrugou a pele entre os olhos de Dennis.
— Por que diabos iria pegar um avião?
— Porque é a maneira mais rápida de viajar se for a uma longa
distância.
— Está me pedindo para ir com você em uma viagem?
— Talvez.
— Sendo enigmático de novo? — Perguntou Dennis. — Estou
começando a pensar que você é um espião ou algo assim.
Ryker ficou em silêncio. Dizer a Dennis a verdade não era uma opção.
— Estou estacionado no lugar de Paden. — Disse seu companheiro.
— Sabe o caminho?
Ryker sacudiu a cabeça.
Ouviu enquanto Dennis o guiava, se perguntou se poderia pegar um
voo hoje à noite. Dalton Falls não tinha um aeroporto. Eles precisavam dirigir
para Sugar Creek. Depois disso, seria como tentar encontrar uma agulha em
um palheiro. Ollie era muito bom em se esconder e se o cara não quisesse ser
encontrado, Ryker não iria encontrá-lo.
Sua viagem seria um tiro no escuro, mas Ryker precisava tentar. Sua
vida e a de Dennis dependiam disso.
— Onde é que vamos?
Ryker piscou e olhou para Dennis.
— Hã?
— Na nossa viagem. — Disse Dennis. — Onde quer me levar?
Ele olhou por um longo momento o cisne. O cara era realmente lindo.
Pequeno, loiro e magro. Apenas do jeito que Ryker gostava dos seus homens.
Seus olhos castanhos eram complementados por cílios louros, tornando o olhar
de Dennis sedutor. A calça de Ryker começou a tornar-se muito apertada
enquanto o seu pênis engrossava. Afastou o seu olhar do cisne, concentrando-
se na sua tarefa, tentando não pensar sobre como Dennis se pareceria nu e
retorcendo-se debaixo dele.
— Cleveland.
— Negócios ou lazer?
— Negócios.
— Que tipo de negócio?
— Você faz muitas malditas perguntas.
— Quer que eu voe com você sem ter nenhuma ideia do motivo? —
Perguntou Dennis.
Ryker olhou para Dennis para ver a teimosia gravada nos olhos do
homem. Se não contasse ao seu companheiro a razão, nunca conseguiria
coloca-lo no avião.
— Preciso caçar um velho amigo.
— Será que a sua viagem tem algo a ver com as minhas memórias?
Ryker queria bater com a cabeça no volante. Dennis era como um
cachorro com um osso. Não iria soltá-lo. Ryker entendia o motivo. Se tivesse
memórias enigmáticas, iria querer respostas também. Simplesmente não tinha
nenhuma para dar ao cara.
— Você irá comigo?
Dennis franziu os lábios enquanto olhava firmemente para Ryker.
Podia praticamente ver as rodas girando na cabeça do homem.
— Vamos fazer um acordo. Vou com você, mas tem que prometer
me explicar tudo, assim que encontrarmos o seu amigo.
Ryker não poderia fazer essa promessa já que não tinha ideia do que
tinha acontecido.
— Vou te dizer o quanto puder.
Ele odiava mentir, mas era a sua única opção.
Seu companheiro estreitou os olhos.
— Estou tentando encontrá-lo no meio do caminho sobre este
assunto. Você já ouviu falar de compromisso?
— Confie em mim, estou me comprometendo. — Dizer a Dennis
sobre a sua vida anterior era como pedir para o seu companheiro ser morto.
Mas, novamente, Ambrose estava atrás deles, então o que poderia acontecer
se contasse pelo menos o básico? Ryker tinha passado as duas últimas
semanas tentando rastrear o homem, mas Ambrose era tão habilidoso quanto
ele e tinha escapado cada vez que Ryker chegava perto. Não iria correr
nenhum risco do bastardo escorregadio o seguir até aqui. Ryker tinha que
levar Dennis para fora da cidade.
Eles chegaram ao lugar de Paden. Ryker digitalizou a área quando os
dois saíram do caminhão e Dennis deslizou no seu carro. Tinha um
pressentimento ruim e não conseguia se desvencilhar disso. Ryker se
aproximou do carro do cisne, ainda examinando a área.
— Vou te seguir. Vá direto até o seu lugar e embale algumas coisas
para uns dias.
Antes de Dennis conseguir fazer qualquer pergunta, Ryker voltou
para o seu caminhão. Não tinham tempo a perder e Dennis iria acertá-lo com
uma enxurrada de perguntas, atrasando-os.
A casa de Dennis estava a menos de cinco minutos. Seu companheiro
estacionou atrás do prédio e saiu. Ryker estacionou e em segundos apareceu
ao lado do cisne.
— Não me lembro de tê-lo convidado para entrar. — Disse Dennis
com uma voz monótona. — Espero que não esteja esperando sexo depois do
jantar.
Em outras circunstâncias, Ryker estaria e teria persuadido e cortejado
o seu companheiro até conseguir isso. Havia uma inegável atração entre eles.
Ryker estava preparado e pronto para tomar o cisne. Seu sangue ficava quente
em torno do pequeno macho, e precisou de toda a força de vontade que
possuía para manter as suas mãos para si. O cisne cheirava tão requintado,
como ambrosia em uma noite quente de verão. Ryker queria provar o homem,
toca-lo, beija-lo, e ter tempo suficiente para explorar cada centímetro do corpo
de Dennis.
Infelizmente, eles não tinham tempo, e tanto quanto Ryker queria
fazer amor com o seu companheiro, precisavam entrar em movimento.
Ryker tinha aberto a boca para responder à observação de Dennis
sobre sexo quando notou uma sombra do outro lado do estacionamento.
Parecia que não estava tão enferrujado quanto pensou inicialmente, porque
seus instintos e formação foram acionados. Agarrou o braço de Dennis e
arrastou-o de volta para o seu caminhão rapidamente.
— O que diabos está fazendo? — Dennis exigiu quando tentou se
libertar.
Ryker se jogou no pavimento, puxando Dennis com ele quando a
janela traseira do carro mais próximo a eles despedaçou. Dennis gritou quando
Ryker jogou o seu companheiro na direção do seu caminhão.
— Fique abaixado!
Dennis deslizou sob o caminhão enquanto Ryker o cobria, puxou a
sua arma e olhou através da porta traseira. Sua janela de trás explodiu. Ryker
caiu para trás. Tinha que tirar Dennis de lá. Precisava identificar a localização
do atirador e derrubar o bastardo.
O fato dele ter perdido o alvo disse a Ryker que não era Ambrose. O
assassino não teria errado. O que significava que o homem tinha um cúmplice,
estranho, já que assassinos geralmente trabalhavam sozinhos. A gravidade da
situação afundou. Precisava sair de Dalton Falls e encontrar Ollie. Era sua
única chance de manter ele e Dennis vivo.
— Será que já foi embora? — Dennis perguntou, puxando Ryker dos
seus pensamentos e trazendo-o de volta para o presente.
— Não. — Mesmo que o atirador tivesse perdido o tiro, o cara não
teria fugido. Não havia dúvida de que Ambrose pagou o homem
generosamente, e por isso ele não iria parar até que terminasse o trabalho.
Existia apenas uma solução na mente de Ryker. Precisava matar o homem
antes do cara acertar o alvo.
Ryker teve a sua oportunidade quando um carro manobrou para
dentro do estacionamento. Assim que passou por ele, se levantou do chão e se
esgueirou até ficar ao lado do seu caminhão, mirou, e esperou que o carro
passasse. Assim que o fez, Ryker atirou. Viu a sombra cair.
— Vá. — Puxou Dennis de debaixo do caminhão e empurrou o seu
companheiro para a porta do motorista. Levou alguns segundos para Ryker
encontrar as suas chaves, ligar o caminhão e rapidamente se afastar.
— Que diabos está acontecendo? — Dennis gritou a pergunta quando
se virou no seu assento e olhou para fora da janela, ou para o que costumava
ser uma janela traseira. Não havia nada mais do que um grande buraco agora.
— Será que esse cara acabou de atirar em nós?
Quando Dennis virou e sentou, Ryker viu o quanto a mão do homem
tremia enquanto a encostava em seu joelho. Estendendo sua mão, a colocou
sobre a do seu companheiro. Não tinha certeza de como o cisne seria receptivo
ao seu toque, mas para sua satisfação, Dennis não se afastou.
— Tente permanecer o mais calmo possível. — Disse Ryker em um
tom baixo e suave.
Dennis esfregou a sua mão livre no seu olho.
— Talvez eu conseguisse processar isso melhor se soubesse o que
estava acontecendo. Não entendo por que o cara atirou em nós. Ele está atrás
de mim ou de você? Desde que não consigo me lembrar de fazer qualquer
coisa tão perversa para alguém, então isso significa que é de você que está
atrás. — Seu companheiro baixou a mão e se virou para Ryker. — No que você
me meteu?
— Nós concordamos que eu iria dizer-lhe uma vez que encontrasse o
meu amigo.
— Então só tenho que me sentar e deixar que um maníaco me use
como prática de tiro ao alvo?
Se a situação fosse invertida, Ryker exigiria respostas. Dennis tinha
todo o direito de exigi-las também. Ryker não poderia responder, não agora.
Tinha que ser capaz de confiar no cisne, e pela forma com que Dennis se
sentia sobre ele, isso não iria acontecer tão cedo.
— Sei que isso é difícil para você, e não tem nenhuma razão para
confiar em mim, mas estou lhe pedindo que confie. — Ryker pegou a estrada
que levava para fora da cidade, seguindo o sinal que iria levá-lo para Sugar
Creek. Não tinha certeza se tinha matado o atirador ou se o feriu seriamente,
mas não ficaria ao redor para descobrir. Precisava colocar distância entre ele e
o estacionamento. Não havia como dizer se Ambrose havia contratado o cara,
ou se haviam mais esperando nas sombras.
— Pode pelo menos me dizer se você conhecia esse cara?
Ryker poderia dar isso a Dennis.
— Não, não o conhecia.
— Eu não deveria confiar em você. — Disse Dennis. — Metade da
noite ainda é um espaço em branco para mim, e tenho memórias tentando
ressurgir o qual não me lembro de fazer parte. Sei que você está envolvido de
alguma forma, e se descobrir que é o cara mau, não só vou disparar o meu
Taser em você até que as suas bolas murchem e caiam. Como também vou
buscar o meu tio para enterrar o seu corpo.
Isso era um inferno de uma ameaça. Ryker tinha a sensação de que
Dennis iria fazer exatamente isso, também. Ele se mexeu na cadeira,
desconfortável. O pensamento de ser atingido com a Taser o deixou com uma
careta.
— Não gosto de ser ameaçado.
— E eu não gosto de esquecer uma noite, de ser forçado a confiar
em um homem que poderia me fazer ser morto e baleado. Escolho receber
uma ameaça sobre o meu dilema em qualquer momento.
O cara tinha um ponto.
— Disse que não estou aqui para prejudicá-lo.
— E a minha mãe me disse que havia um Papai Noel. As pessoas
mentem.
Ryker escondeu o seu sorriso enquanto dirigia pela estrada escura.
Tinha achado o cara bem-humorado até o merdinha puxar a Taser e acenar
para Ryker.
— Então, se tentar alguma coisa, esteja preparado para as
consequências.
— Se me acertar com essa porcaria, vou amarrá-lo sobre o capô do
meu caminhão. — Ryker ameaçou. A visão da Taser fez o seu peito doer, onde
Dennis lhe tinha acertado.
— Não vou ligá-la. — Dennis estreitou os olhos. — Mas estarei te
observando. Um movimento em falso e vou assar suas bolas com um tiro de
alta voltagem.
— Você é um pouco louco, não é?
Dennis deu de ombros.
— Meu psiquiatra diz que estou ficando muito melhor.
Não tinha certeza se o cisne estava brincando ou falando sério.
— Você tem um psiquiatra?
— Você não? — Perguntou Dennis.
Eita. Apenas o que Ryker precisava, um companheiro louco.
— Toma quaisquer remédios?
— Não. — Dennis sacudiu a cabeça. — Eu e as vozes ficamos bem
sozinhos.
Ryker começou a se preocupar até que viu o seu companheiro
lutando para não sorrir. O merdinha estava caçoando dele.
— Qualquer outra coisa que deveria saber sobre você?
Quando Dennis olhou para ele, viu a exaustão nos olhos do homem.
A noite estava tomando um pedágio sobre o cisne. O que esperava? Dennis
não sabia nada sobre esta vida. O cara parecia cansado, com medo, e Ryker
daria qualquer coisa para puxá-lo em seus braços e oferecer conforto.
— Se vamos brincar de “conhecendo o outro”, então você também
tem que responder algumas perguntas. — Disse Dennis.
— Sabe que não posso. — Disse Ryker.
— Por quê? — Perguntou Dennis. — Não vejo por que está sendo tão
misterioso comigo. O que vai acontecer com você se lhe perguntar sobre os
seus pais ou irmãos?
Ryker suspirou.
— Fui filho único, mas tenho um primo. Meu pai é um assunto que
prefiro não discutir e prefiro não falar sobre a minha mãe também. — Ryker
não tinha falado com ela em mais de seis décadas. Como poderia manter
contato com uma mulher que havia sido responsável pelo abate do seu bando?
Essa foi a razão pela qual ele, Kenway e os outros tinham fugido.
Fora um bando de lobos que atacou a sua aldeia, mas nos bastidores, sabia
que tinha sido a mãe de Ryker que lhes haviam ordenado a fazer isso. Tinha
sido por pura força e sorte que os homens, com quem atualmente vivia,
tinham conseguido sair vivos.
Se eles soubessem que foi a mãe de Ryker que tinha causado a perda
e a devastação de muitos, iriam matá-lo de forma lenta e dolorosa. Ryker
tinha vivido com essa culpa por todos esses anos. Não tinha sido o assassino
que matou as pessoas que os seus amigos amavam além dos seus entes
queridos, mas estava relacionado com a que tinha.
Agora que Ambrose o tinha encontrado, Ryker nunca poderia voltar
para casa. Precisava ficar longe dos seus amigos para mantê-los seguros. Isso
o mataria, mas não tinha escolha. Dalton Falls estava fora de questão
também. Recusava-se a trazer esse tipo de dor e sofrimento para os filhotes
que tinha visto crescer em homens ferozes e leais.
Não tinha para onde ir e um companheiro para proteger.

Capítulo Quatro

Dennis sentou-se em silêncio, ouvindo o zumbido dos pneus sobre a


estrada quando se perguntou por que estava permitindo que os seus
hormônios anulassem o seu senso comum. Não era o tipo de decolar no meio
da noite com alguém que não confiava. Não era ele. Isso não era como ele se
comportava.
Certo, tinha uma raia selvagem nele, mas não perigosa. Assim
alguém poderia levantar e perguntar por que tinha concordado em ir para
Cleveland com Ryker? Paden iria lhe bater na cabeça, se o fada estivesse
sentada no caminhão com ele. Dennis praticamente podia sentir a picada.
Quis dizer o que disse sobre usar o Taser em Ryker. Dennis não
jogava de vítima. Esquivava de problemas e tentava viver uma vida decente.
A palavra-chave a ser julgada. Poderia ter ficado em apuros algumas
vezes na sua vida, mas nada tão mortal quanto isto. O desejo de virar e
verificar a estrada atrás dele era forte. Não tinha certeza de quem era o
atirador, mas seria um cisne feliz se nunca fosse baleado novamente. Seus
nervos ainda estavam nervosos, e não conseguia parar de saltar a perna. Não
tinha certeza do que fazer.
Poderia estar relacionado com Fiaschetti, mas Dennis não se
relacionava com essa vida. Gostava de estar seguro, mesmo que o fizesse
parecer um frango. Não se importava. Jogar seguro o manteve respirando
todos esses anos, e queria continuar a respirar durante o tempo que pudesse.
— Está muito quieto.
Dennis revirou os olhos enquanto olhava para fora da janela. O que o
cara esperava? Agora não era o momento para jogar as vinte perguntas. Era a
hora de tentar descobrir como sair dessa bagunça. Teria perguntado a Ryker,
mas que não iria levá-lo em qualquer lugar. O tigre se recusou a lhe dizer
qualquer coisa, o que fez as suspeitas de Dennis crescerem ainda mais.
— Não estava ciente de que era suposto entretê-lo nesta viagem.
Poderia sair com um baralho de cartas, ou poderíamos lançar alguns dados no
banco enquanto dirige. Melhor ainda, por que não liga alguma música de
dança, e podemos BALANÇAR nossos traseiros. — Dennis cruzou os braços
sobre o peito. — Vá se ferrar.
— Estamos de volta a isso? — Ryker perguntou irritado.
— Nunca deixamos, — Dennis disse, sentindo-se irritado e frustrado.
— A única razão pela qual estou com você agora é porque alguém atirou em
mim. Se não fosse por isso, teria trancado a porta do apartamento e saído por
uma noite.
Se o cara procurava um bate-papo ocioso, então precisava começar a
agir como um companheiro e menos como um espião. Toda a rotina de capa e
espada usada há uma hora. Dennis estava cansado, com medo e com fome.
Ele não havia comido no Millers porque decidiu sair. Não achava que pudesse
comer agora, no entanto. Não quando estava ocupado demais se preocupando
com um assassino tentando acabar com a sua vida. Não era ingênuo o
suficiente para pensar que isso tinha acabado. Se fosse, não teria fugido da
cidade.
Dennis espiou Ryker. O homem parecia chateado, mas quando falou,
sua voz era calma.
— Sinto muito que estar por perto repele você.
Isso não era o que Dennis quis dizer. Sentiu uma pontada de culpa.
Queria confiar no seu companheiro. Realmente queria. Dennis desejava que
pudesse. Mas havia muitas perguntas sem resposta, e Ryker não tinha as
respostas. Como Dennis deveria confiar no homem quando não sabia o que
estava acontecendo ou o quanto o seu companheiro estava envolvido em tudo
isso?
Um pedido de desculpas estava na ponta da língua, mas Dennis o
engoliu. Por que tinha que se desculpar? Ter um companheiro que não lhe diria
nada? Ser baleado? Correr de um atirador? Virou e olhou para fora da janela,
sua teimosia tomando conta.
Saíram da rodovia e seguiram pelas ruas de Sugar Creek. Mesmo tão
tarde, a cidade estava viva. O tráfego não era tão ruim quanto durante o dia,
mas ainda havia muitos carros na estrada. Os bares estavam repletos de
pessoas, saindo e entrando, ignorando o perigo que Dennis era. Eles riam,
conversavam, e pareciam tão despreocupados que Dennis desejava que fosse
um deles em vez de se sentar no caminhão de Ryker, indo em direção ao
aeroporto.
Puxou o celular do bolso quando vibrou.
— Quem é? — Perguntou Ryker.
— Paden.
— Não atenda.
Ok, agora Ryker tinha ido longe demais. Paden era seu melhor
amigo. Será que Ryker achava que o fada tinha algo a ver com isso?
— Por quê?
— Se não atender o telefone, então não podemos ser chantageados.
Algo dentro de Dennis retrucou. Não se importava que as duas
últimas semanas da sua vida tinham enlouquecido. Não se importava mais
sobre aquela noite perdida ou os sonhos ou os estranhos flashes de memória,
e não se importava com o atirador se Ryker pode ou não ser o bom rapaz,
afinal.
Estava feito com tudo isso.
— Quer saber James Bond. Você pode continuar a jogar o seu jogo
de espionagem. Estou limpando minhas mãos.
— O que isso significa?
Quando Ryker parou em um sinal vermelho, Dennis empurrou a porta
do passageiro aberta e saltou para fora. Ele começou a descer a rua com
passos irados.
— Vai se foder Ryker é o que significa. Terminei. Estou
completamente e totalmente feito.
Passou por alguns personagens obscuros, em vez de ficar com medo,
a raiva de Dennis alimentou a sua bravura.
— Que diabos está olhando? — Ele virou-se para um cara que estava
ali olhando para Dennis como se fosse uma boa vítima. Dennis apertou o botão
no seu Taser. A eletricidade arqueou.
O estranho ergueu as mãos, as palmas para fora.
— Paz, irmão.
Dennis continuou andando.
— Dennis!
— Não estou ouvindo — disse em uma voz cantante. Não ia ouvir
mais besteiras de Ryker. Dennis pegou o seu celular e ligou para Paden de
volta.
— Onde diabos está? — Perguntou Paden. Havia pânico na sua voz.
— Parei na sua casa e os policiais estão lá. Disseram que houve um tiroteio.
Também encontraram um corpo.
Dennis desacelerou enquanto os seus ombros caíram. Tão mal quanto
queria se afastar de tudo isso, as palavras de Paden lembrou-lhe que não
podia. Havia um cara morto no estacionamento atrás do seu edifício. Um cara
morto que estava disposto a matar Dennis.
— Estou em Sugar Creek, — Dennis disse quando olhou ao redor.
Alguém estaria olhando para ele agora? Deus, odiava que Ryker o fez tão
paranoico. Odiava que ele não pudesse voltar à sua vida despreocupada.
— Por que está aí? — Perguntou Paden. — Está em fuga? Foi você
que matou o cara?
— Pare, soa tão impressionado, — Dennis brincou. — Esta é a vida
real, e não um filme. Há alguém atrás de mim e Ryker está me tirando da
cidade.
— Nunca soube que a sua vida era emocionante.
Dennis queria alcançar através do telefone e estrangular o fada.
Paden fez soar como se Dennis estivesse fora em alguma ótima aventura.
Dennis preferia estar enrolado no seu sofá, bebendo chá e assistindo Netflix.
— Não é, por isso, pare de fazer isso soar como se eu estivesse em
algum tipo de caça ao tesouro.
— Apenas me diga onde você está indo.
— Cleveland.
Paden fez um barulho estranho.
— Por que diabos vai para lá?
Dennis sentiu, mais do que viu, Ryker se aproximando.
— Tenho que ir. Ligo quando pude.
— Paz para fora, caseiro, — Paden disse antes de Dennis desligar e
colocar o seu telefone no bolso.
— Com quem você estava falando?
Dennis girou e estreitou os olhos.
— Isso não é da sua conta.
Quando Ryker o agarrou, Dennis gritou. Seu companheiro deslizou a
mão no bolso de Dennis e tomou o seu telefone, colocando-o no seu próprio
bolso.
— Sem mais telefonemas.
— Dê isso de volta! — Dennis esticou a perna e chutou Ryker na
canela. — Isso é meu!
O shifter rosnou.
— Chute-me de novo e vou lhe mostrar como se sente.
— Você não é muito bom. — Dennis saiu do aperto de Ryker. — Sou
um cisne. Somos criaturas delicadas. Não pode me maltratar assim.
Ryker bufou.
— Quase não duvido que ofendi a sua sensibilidade. Agora obtenha o
seu traseiro de volta para o caminhão para que possamos sair daqui.
Dennis levantou a mão quando ele balançou a cabeça.
— Você sabe o que? Vou ligar para o meu tio e tê-lo organizando a
bagunça. Ele tem conexões. Pode me ajudar.
Viu a dor nos olhos de Ryker antes dele mascará-la.
— Mantê-lo seguro não é mais o seu trabalho.
— É seu? — Dennis zombou. — Até agora não estou impressionado,
e nem tenho certeza de que posso confiar em você. Desde que você entrou na
minha vida, tudo foi virado de lado. Estava perfeitamente bem até que nos
conhecermos.
Não queria ferir Ryker. Dennis normalmente era um cara muito legal.
Ele se dava bem com quase todos. Sentiu que a sua raiva era justificada.
Ainda assim, a dor crua nos olhos de Ryker fez sentir-se culpado.
— Uma vez que isto se resolva, não terá que se preocupar comigo
por mais tempo. — O tom de Ryker foi baixo e letal, cheio de tanta raiva como
Dennis sentia. — Não se preocupem comigo reivindicando você. Vou me
certificar de que esteja livre para fazer o que quiser com a vida.
Isso era exatamente o que queria. Então, por que na terra a
promessa de Ryker fez Dennis se sentir como se tivesse levado um soco no
seu peito?

— Cheguei ao apartamento tarde demais —, disse Kahl no seu


telefone enquanto ele mantinha-se nas sombras, observando enquanto o corpo
foi levado. — Dennis e Ryker não estão a vista.
Matthew amaldiçoou.
— Sabia que havia mais para isso. Chame Nero e dê-lhe o número
de Dennis. Veja se ele pode localizar o cisne. Vou ligar para Kenway e ver se
ele sabe alguma coisa sobre Ryker que pode ajudar.
Kahl desligou e deslizou mais para dentro da floresta, enquanto
observava o delegado Hale e o chefe Gladstone falar. Estava longe o suficiente
para os dois lobos não cheira-lo. Também era longe o suficiente que não podia
ouvir o que diziam.
Chamou Nero, e, felizmente, o ser humano ainda estava acordado.
Era depois de uma hora da manhã, e foi o companheiro de Nero, Gunner que
atendeu o telefone. Kahl deu a Nero o número, e o humano prometeu chamá-
lo de volta.
A única coisa que Kahl podia fazer agora era esperar e torcer para
que seja qual for o problema em que Dennis estava, que o cisne estivesse
seguro.

— Sou um maldito shifter coelho! — Taylor disse a Paden na sala,


olhando como se desmaiaria a qualquer segundo. — Não faço missões de
resgate. Geralmente sou o único que precisa de resgate.
— Quem mais que vou procurar para me ajudar? — Perguntou
Paden. Não havia nenhuma maneira no inferno de que se sentaria ao redor,
enquanto um dos seus melhores amigos estava em apuros. Não podia fazê-lo.
Dennis não sabe nada sobre fugir de bandidos. O cisne acabaria morto se
Paden, Sam e Taylor não ajudasse.
— Sabe onde ele está? — Perguntou Sam. — Sou tudo para ajudar
Dennis, mas não podemos fazer isso se não sabemos onde está.
— Estão indo para Cleveland — disse Paden. No que exatamente
Dennis se meteu? Se Ryker tiver algo a ver com isso, Paden iria chutar o
traseiro do shifter tigre.
Ele olhou para Taylor, que ainda estava andando na sua sala de
estar.
— Você está dentro, ou tenho de usar a fita adesiva em você e
empurrá-lo no meu armário?
— Por que você faria isso? —, Perguntou Sam.
Paden acenou com a mão para o coelho.
— Olhe para ele. Ele iria correr para casa e contar a todos o que
estamos fazendo. Os gêmeos iriam cortar as minhas asas se descobrissem que
estava tentando nos envolver. Nevada iria esfolar-me vivo se soubesse que
pedi a Taylor para vir conosco.
— Bom ponto — disse Sam.
— Hey! — Taylor olhou para os dois. — Ninguém vai me prender.
— Não se preocupe. — Paden sorriu para Taylor. — Serei gentil.
— Estou começando a ver o que Dennis e Sam disseram era
verdade. Você realmente é um pervertido — disse Taylor.
— Só porque sou excêntrico não significa que sou pervertido, —
Paden se defendida enquanto suas asas se agitaram atrás dele. — Não posso
ajudar se vocês dois têm uma vida sexual baunilha.
— Como fui arrastado para isso? — Perguntou Sam. — Não o chamei
de pervertido.
— Mas tem uma vida sexual baunilha.
— Estou acasalado a dois homens, — Sam apontou. — minha vida
sexual é uma banana split com as obras.
Paden riu.
— E um deles é o alfa. Aposto que tem histórias para contar.
Sam balançou a cabeça.
— Não na sua vida.
Paden virou-se para Taylor.
— Você vai ou o que?
— Nevada vai me prender pelas bolas — disse Taylor com um
gemido. — Ter um assassino atrás de mim era toda a aventura que precisava,
mas o meu traseiro idiota vai dizer sim.
— Grande — Paden bateu palmas. — Estão em Sugar Creek. Se nos
apressarmos, podemos alcançá-los.
— Espingarda! — Sam gritou enquanto se dirigia para a porta.
Paden poderia ter sair como confiante, mas na verdade, não era o
resgate de qualquer um. Esperava que não estragassem isso e acabassem
sendo levados embora em sacos para corpos.

Ryker não o levou para o Aeroporto Internacional de Sugar Creek. A


fim de manter um perfil baixo, e foi para um aeroporto privado e fretou um
avião monomotor, pagou uma quantia exorbitante de dinheiro e tinha evitado
que fossem encontrados.
Não estava desistindo da sua arma e, como Dennis foi tão eloquente.
— Terá que tirar o meu Taser das minhas mãos mortas e frias.
Eles desceram no Aeroporto Municipal Medina e tomaram um táxi
para a empresa de aluguer de automóveis, onde Ryker usou um pseudônimo
para alugar um carro.
— Quem é Warren Smart? — Dennis perguntou uma vez que
estavam dentro do carro.
— Um homem que morreu em 1937.
Dennis fez uma careta.
— Roubou sua identidade?
— Você pode se sentar tranquilamente?— Ryker ainda estava
magoado com a declaração anterior de Dennis. Não queria falar com o cisne.
Na verdade, toda a viagem de avião foi feita em silêncio. Sabia que nem todos
eram reivindicados quando encontravam o seu companheiro. Ele não tinha. Foi
o pior momento possível. Mas não tinha sido repelido ou estava pronto para
lavar as mãos de Dennis. Ryker normalmente não permitia que os seus
sentimentos ficassem no caminho, mas o seu companheiro o tinha cortado
profundamente.
Pare de pensar nele como seu companheiro. Ele não quer nada a ver
com você.
O pensamento azedou ainda mais o humor amargo de Ryker.
Precisava encontrar Ollie, cuidar de Ambrose, e depois deixar Dennis em
Dalton Falls, onde o cisne podia esquecer que Ryker existia.

Capítulo Cinco

Dennis estava olhando o quarto de hotel que eles estavam


hospedados. Não era um cinco estrelas, mas felizmente não tinha feito uma
reserva antecipadamente. Verdade seja dita, ele nunca esteve em um hotel
antes. Ele não tinha certeza do que esperar, mas tinha que ser decente. Ter,
tapete, quadro de arte na parede, frigobar, cama.
Mas tinha ficando decepcionado. Tinha apenas uma cama bem
grande. A decepção tinha aparecido no seu rosto.
― Esse quarto e tudo o que eu conseguir achar ― Ryker tinha ido
até a janela e olhou para fora. ― Você pode ficar aqui ou pode vim comigo.
― Onde você está indo? ― Dennis estava exausto da viagem, mas
não tinha certeza de que gostaria de ser deixado sozinho. Enquanto Ryker
estivesse com ele no quarto, estava parecendo que o quarto era aconchegante.
E que a cama estava chamando pelo o seu nome, tentando fazer promessa
com ele e Ryker juntos nela.
Ele estava atraído por Ryker, e o aroma de Ryker estava deixado ele
louco e com vontade de saltar sobre ele na cama. Mas ele estava com dúvida
sobre o tigre. Ele tinha aquele sentimento que estivesse em queda livre e não
tinha ninguém para segurá-lo. Era uma sensação assustadora.
Quando Ryker tinha fechado a distância entre eles, e Dennis tinha
recuado, mas ele estava encurralado. Pois o quarto não era tão grande.
Quando o tigre tinha colocou a mão no rosto de Dennis, e acariciou, Dennis
estremeceu. ― Relaxe. Eu prometo que vou manter você seguro.
― Vai mesmo?
O maxilar de Ryker se contraiu. Ele retirou a mão do seu rosto. ―
Desculpa. Esqueci que dou repulsa a você.
Ryker tinha parado de acariciar o rosto dele, quando Dennis tinha
visto que estava machucando Ryker, quando viu a dor em seus olhos. Droga.
Por mais que ele o temesse, ele estava se sentido culpado por ter ferido os
seus sentimentos. Dennis estava em conflito, e ficar tão próximo dele não
estava ajudando a resolver o seu problema.
― Você não me dá repulsa. ― Independentemente do que estava
sentido, Dennis tinha que ser honesto com o seu companheiro. Se Dennis
estava ajudado a salvar a sua vida, ele queria estar em bons termos com o
cara. ― Ponha-se no meu lugar e me diga que você não reagiria da mesma
forma.
― Eu estou tentando ser compreensivo ― disse Ryker. ― Eu sei que
você não está pedido nada disto. Compreendi, mas estou fazendo de tudo para
salvar a sua vida.
― Porque minha vida está em perigo? ― Dennis estava perguntado,
ainda não compreendia, o porque estavam tentando matá-lo. Antes dele ir
para a Brac Village, sua vida tinha sido quase normal. E agora? Ela estava indo
a loucura. Desde que Ryker tinha aparecido em Dalton Falls, tudo estava
acontecendo tão rápido.
― Às vezes, a melhor maneira de destruir o seu inimigo, e tirar o
que ele tem de mais precioso.
Ele não tinha ideia do que ele estava falando. Ryker tinha sido um
enigma na sua cabeça deste que o conheceu. Dennis estava esfregado a sua
cabeça. ― O que?
― Você está com fome? Tem sido uma longa noite, e nossa manhã
não vai ser fácil. A última vez que você comeu alguma coisa?
― Ontem de manhã.
Ryker tinha sacudido a cabeça, parecendo que estava desapontado
com Dennis. Talvez tenha sido melhor assim. ― A primeira coisa que
precisamos fazer, e alimentar você.
― Eu estou bem.
― Eu não preciso de você desmaiando em mim, porque você está
morrendo de fome. Além disso, ninguém vai tentar me acusar de negligenciar
o meu companheiro. ― Ryker estava começado a se afastar, e parou de
repente. ― Desculpe, você não é meu companheiro."
Droga. O comentário não tinha sido para machuca-lo.
― Jogue o que quiser na minha cara. ― Dennis estava dando de
ombros. Ele estava afastado da parede e se dirigiu para o banheiro. Ele
precisava de um momento sozinho. Estar neste pequeno quarto, estava
fazendo-o ficar sufocando.
Ele tinha ficado congelado, quando escutou alguém batendo na porta
do quarto. Ninguém sabia que eles estavam aqui. Dennis não tinha contado a
ninguém, e não tinha visto Ryker chamando ninguém desde que eles tinham
deixado Dalton Falls. Ele tinha dito para Paden para onde estava indo, mas não
tinha dito em que parte da cidade e o nome de um hotel que iria se hospedar.
Caramba, quando ele tinha saído, não sabia para onde estava indo, isso só
aconteceu, quando eles tinham ficado de frente ao hotel.
Ryker estava sobre ele em segundos. Ele tinha puxado Dennis para
os seus braços e o tinha levado ao banheiro para se esconde. Chegado ao
banheiro, seu companheiro colocou um dedo sobre os lábios, para dizer para
ele ficar quieto, e logo a seguir tinha voltado para atender a porta. Dennis
tinha ficado com o corpo todo tremendo, e imaginando quem poderia estar do
outro lado da porta.
Alguém poderia viver assim? Seu corpo estava tremendo muito,
enquanto observava o seu companheiro olhando o olho mágico.
Quando Ryker tinha aberto a porta e tinha dado um passo atrás, um
homem que parecia que tinha lutado com um urso, tinha entrado no quarto.
Ele tinha uma altura mediana, mas enorme, com cabeça cheia de cabelos
castanhos.
― Deste quando você saber que estamos aqui? ― Perguntou Ryker.
Dennis não tinha certeza se ele deveria sair ou continuar no mesmo lugar.
Enquanto observava o entranho, tinha retirado da sua bolsa o seu Taser. O
estranho que estava no quarto, parecia todo musculoso, mas Dennis estava
confiante de que poderia atordoar o homem com o seu Taser, até ele ficar em
coma.
― Eu sabia que você iria aparecer eventualmente. Pelo que estão
dizendo que a empresa está tentando matá-lo.
A empresa? Quem são eles, e por que eles querem Ryker morto? Seu
companheiro tinha olhado estrando, mas tinha fechado a porta do banheiro.
Com certeza a porta fechada não iria impedi-lo de escutar. Dennis
estava pressionando as suas orelhas sobre a porta, e escutado os dois
conversarem em um tom de voz baixo, mas estava escutado toda a conversa.
― o que estão dizendo nas ruas Papa? ― Perguntou Ryker.
― Eles estão eliminando o Projeto Redding.
― As pessoas associadas ao programa. ― Estava parecendo que
Ryker estava presumindo a resposta.
― Você entendeu.
Quando Dennis tinha escutado um baque no quarto, tinha se
perguntado, o que estava acontecendo lá fora? Ele não tinha certeza que
deveria ir lá fora ou manter a sua bunda no banheiro. Houve outro grunhido, e
depois uma coisa sendo esmagada.
Foda-se.
Quando ele tinha aberto a porta, pode ver Ryker lutando com o
estranho. Com a luta, a lâmpada tinha sido derrubada, e o quadro que estava
na parede tinha caído no chão. O estranho tinha empurrado Ryker para a
parede, e em seguida, os dois estavam caídos no chão juntos lutando. Eles
tinham caído ao lado da cama. Dennis não poderia ver o que estava
acontecendo de onde estava. Então ele tinha dado dois passos para fora do
banheiro, quando tinha parado no meio do quarto, quando avistou um tigre
siberiano enorme, branco com listras preta, saltando sobre a cama, mostrado
os dentes logos e afiado para o estranho que estava se levantado. Ele tinha
congelado e teve um desejo enorme de acariciar o gato.
― Isso não é nada pessoal, só estou fazendo um trabalho.
― Nada pessoal? ― Dennis disse, antes que ele pudesse se parar. O
estranho e o tigre estavam olhando para ele agora. Quando o entranho tinha
estreitado os olhos para o Dennis, Ryker tinha saltado na frente dele para
protegê-lo. Dennis tinha arrancado o seu Taser do bolso e segurou-o
firmemente na mão. ― Você precisa ir embora, enquanto você ainda pode
andar.
Dennis queria aplaudir a sua própria bravura. Ele nunca tinha sido um
cara durão antes, e tinha sido revigorante, quase tão excitante, quanto segurar
uma arma na mão. Ele estava morrendo de medo, mas ele tinha empurrado o
seu medo para fundo da sua mente.
― Você não tem ideia de no que você está se metendo ― disse o
estranho para Dennis. ― Eles não vão parar de mandar assassinos para matar
Ryker. Se eu fosse você, eu ia correr tão longe e mais rápido que puder.
― Você pode tomar o mesmo conselho e ir embora enquanto pode.
― Dennis apertou o botão da sua Taser. O estranho estava olhado com os
olhos arregalados, antes dele avançar em direção da porta.
― Eles vão enviar mais homens ― alertou.
Dennis estava apertando o botão novamente. Quando um som veio
da sala. ― vai embora.
O tigre estava rosnado, quando tinha escutado as palavras de Dennis.
O cara tinha saído batendo a porta atrás deles.
Ryker tinha se transformado, e estava olhado para Dennis com o
olhar feroz. Quando abriu a boca tinha sido para grita com Dennis. ― Eu não
tinha dito para ficar no banheiro?
― Tecnicamente, você não tina dito nada para mim!
― Sua teimosia vai te matar.
Dennis queria parecer irritado. Mas estava com dificuldade de manter
uma conversa séria, quando estava com um homem nu na sua frente. Seus
olhos corriam por todo o corpo de Ryker, apreciando cada detalhe. Bom Deus.
Ele tinha cada músculo.
Dennis estava limpando a boca, pois tinha certeza que estava
babando.
― Nós precisamos sair logo daqui. ― Ryker estava pegando as suas
roupas do chão, e rapidamente vestiu. Em seguida, ele tinha pegado a sua
arma, que deveria ter caído durante a luta. Dennis não tinha visto ela no
tapete, pois teria pegado para atirar no estranho.
Talvez. Ok, ele provavelmente teria atirado na parede ao lado do
estranho. Ele nunca tinha matado ninguém, e só em pensar nisso, estava o
fazendo ficar enjoado. Ele não queria que a morte de outra pessoa pesasse na
sua consciência. Ele não teria coragem de conviver com isso,
independentemente do fato de que o entranho tinha ido para matar Ryker.
― que empresa e essa? ― Dennis estava perguntando, quando
Ryker tinha agarrado o seu braço e o tinha empurrado em direção da porta.
Saindo do quarto, seu companheiro estava verificando o corredor antes de
puxar Dennis para fora e levá-lo para as escadas em um ritmo apressado. ―
Por que eles querem você morto, e o que é o Projeto Redding?
― Agora não vou dizer nada, ― Ryker disse quando estava saindo da
porta dos fundos e estava se dirigindo para o carro de aluguel. De repente
Ryker parou no caminho, fazendo Dennis parar também ― O carro não é
seguro.
― Você acha que eles fizeram alguma coisa no carro?
Ryker se virou. ― Você quer entrar e descobrir?
Dennis tinha puxado o braço que Ryker estava segurando. ― Você
poderia ser um pouco menos rude. Estou morrendo de medo, e um pouco de
compreensão pode ajudar, idiota.
Ryker suspirou. ― Desculpa. Sim, acho que o Papa tenha feito
alguma coisa.
― Então o que vamos fazer? ― Dennis estava olhando ao redor do
parque. Eles estavam na parte de trás do edifício, escondidos da rua. Dennis
queria está exposto ao público. Na sua mente, quando todo mundo pudesse
ver eles, ninguém iria querer matá-los.
Ryker deveria ter tido o mesmo pensamento. Dirigiu-se para a rua e
Dennis o estava seguindo. Que escolha ele tinha? Ryker deveria chamar o seu
tio Fiaschetti, mas se ele chamasse, o shifter leão seria mais do que provável
que matasse Ryker para obter Dennis fora dessa confusão. Por mais que ele
quisesse ficar longe de todo esse problema, Dennis não queria ver Ryker
morto. Mas maltratado um pouco seria uma boa ideia. Bem que o cara
merecia. Dennis ainda não tinha ideia do por que eles estavam nesta situação,
e Ryker ainda não tinha dado nenhuma resposta.
Quando eles chegaram na rua, tinha um fluxo constante de pessoas.
Ryker e Dennis tinham começado a andar junto com eles. Dennis estava
sentido que todo mundo estava olhando para eles, mesmo que ninguém
estivesse olhando para eles.
― Vamos entrar aqui. ― Ryker estava levando Dennis para dentro
de um restaurante. Dennis se sentiu malvestido. Ele tinha estado viajando
desde a noite passada e não só precisava de um chuveiro, mas uma escova de
dentes e um pente. Ele odiava ir em qualquer lugar quando ele não estava
bem vestido. Ele tinha visto um espelho, ele parecia um Zé ninguém.
― Você está pensando em comer em um momento desse? ― Ele
estava perguntado em voz baixa para Ryker, enquanto ele o guiava para
dentro do restaurante. O cheiro de alimento estava no ar isso fez o seu
estômago roncar, mas ele estava com medo de que não conseguiria comer
qualquer coisa.
― Eu sei que você pensar que não está com fome, mas posso
prometer que você vai comer.
Dennis não tinha tanta certeza sobre isso. Ele estava muito ocupado
olhando para todos no lugar, para saber se alguém entraria a qualquer
momento e começaria a tirar contra eles. Não havia nenhuma maneira de que
ele pudesse comer. ― Tem certeza que estamos seguros aqui?
― Não.
Ryker e Dennis estavam sendo levados para uma mesa. Ryker tinha
ficado sentado de costas para a parede, com os olhos na porta.
― Então por que não podemos ficar andando?
― Você precisa comer.
― Você já ouviu falar de fast food?
― Essa porcaria de alimento vai te matar. ― Ryker tinha pegado o
menu da mesa e começou a verificar.
Ele estava falando sério? ― Eu prefiro me arriscar com os alimentos
processados do que uma arma.
― Nós primeiro vamos fazer o pedido, comer e, em seguida, sair, e
fica andando a onde tem multidão. ― O homem não ia ceder. Ele estava
insistente para que Dennis comesse. Uma parte dele estava encantada que
Ryker cuidasse dele. E outra estava irritada que o tigre estivesse tão
obstinado. Que diabos. Se ele estava indo morrer, ele poderia muito bem fazê-
lo com o estômago cheio.
A garçonete estava indo até a mesa deles. Ela parou e sorriu. ―
Vocês já sabem o que vão pedir?
― Eu vou querer uma cerveja ― disse Ryker.
― Eu vou querer água. ― Dennis estava olhando em volta, e ainda
se perguntando se alguém estava observado eles. Quando alguém de uma
mesa tossiu, Dennis tinha levado um susto.
― Nós estamos prontos para pedir. ― Ryker deixou o menu de lado.
― Eu quero um bife.
― Nada para mim ― disse Dennis. Ele estava esfregando as palmas
das suas mãos no seu jeans, tentando o seu melhor para se acalmar.
― Ele vai querer um hambúrguer e batatas fritas.
Quando Dennis estava olhando para Ryker, ele tinha esquecido do
seu nervosismo. O homem tinha dado de ombros. A garçonete olhava para
eles, esperando eles discutirem. Dennis tinha virado a cabeça, olhando para
um retrato na parede do estádio onde o Cleveland Brown jogava.
A garçonete tinha agarrando os menus e ficou esperando a distância.
― Eu já tinha dito que não estava com fome.
― A comida não vai para o lixo. ― Ryker parecia confiante.
― Ok ― está bom, Dennis disse enquanto ele se virava para olhar
para Ryker. ― Estamos sozinhos. Agora me diz o que o seu amigo estava
falando. ― Ele já tinha esquecido o nome do cara. Tinha sido por que ele
estava nervoso. Ele geralmente era bom de lembrar nomes.
― Eu disse que explicaria tudo
― Olha, está na hora de você contar o por que o seu amigo queria te
matar ― A voz de Dennis estava cheia de aborrecimento. ― Eu acho que tenho
sido muito receptivo desde a noite passada. Se você não começar a falar,
estou indo embora.
Ele não sabia que rumo tomar para voltar para casa, e estava orando
para que Ryker caísse no blefe. Ele iria embora, mas não sabia para que rumo
ir. A viagem de avião não tinha sido curta. Eles tinham indo muito longe de
Dalton Falls, para tentar voltar para casa. Isso não era uma opção.
A teimosia de Ryker tinha sido tão irritante, quanto uma dor de
dente. Dennis tinha ficado de pé, ― Estou indo embora.
― Dennis espere.
Quando Ryker tinha agarrado o seu pulso. Dennis tinha olhado para
ele, para ver os olhos de Ryker suplicantes. Tinha sido um olhar que tinha
deixado ele parecer humano e isso estava tocado o coração de Dennis.
Droga. Dennis iria ceder. Ele sempre tinha sido um otário para os
homens vulneráveis. Não o tipo que chorava o tempo todo, mas um homem
que ocasionalmente mostrava que ele não era feito de pedra. Ele suspirou. ―
O que?
Ryker tinha puxado o pulso de Dennis até que ele estava sentado ao
lado do seu companheiro. ― Falaremos depois que nós saímos daqui.
Ele não confiava no homem. ― Promessa?
Ryker deu um aceno rápido da cabeça. ― Sim.
Ele não conhecia Ryker muito bem. Mas Dennis estava colocando a
sua vida nas mãos do homem. E esperava que o seu companheiro não
quebrasse as suas promessas.
Então a comida veio. E Dennis comeu tudo o que estava no seu
prato.

Capítulo Seis

Ryker sabia que ele tinha que dar a Dennis alguma coisa. O cisne
estava certo. Ele tinha ido junto com tudo o que Ryker tinha exigido. Era justo.
Ele não estava acostumado a compartilhar qualquer parte da sua vida, não a
vida que ele tinha tentado enterrar e esquecer.
Uma vez que eles deixaram o restaurante, Ryker dirigiu-se para o
centro da cidade. Havia alguns bares que Ollie costumava frequentar de dia.
Se Ryker aparecesse perguntando pelo cara, alguém iria dizer para Ollie.
Ele esperava que o shifter coelho ainda estivesse vivo. Fazia seis
décadas desde que ele tinha falado com ele. Passou pela Rua Quatro, apenas
para perceber o quanto as coisas tinham mudado desde a última vez que tinha
estado lá. Ele viu o bar que estava procurando na esquina, grato que ele ainda
estava lá. Ele tinha passado por uma tremenda reforma, mas era o mesmo bar
que o povo de Ollie era proprietário.
Ele parou antes de chegar ao bar e levou Dennis em um café, onde
pediu algo para beber.
— Estamos aqui em uma missão ou de férias? — Perguntou Dennis.
— Este é o segundo lugar que paramos, seja para algo para comer ou beber.
— Você queria respostas. — Disse Ryker. Ele tomou o café, em
seguida, levou Dennis para fora, onde havia mesas postas. Sentaram-se
enquanto Ryker olhava em volta para as lojas da moda. Havia momentos em
que ele odiava a mudança. Ele estava vagueando através de uma tempestade
de merda, e a familiaridade teria ajudado a acalmar os seus nervos. O café
costumava ser uma loja de roupas. Não era muito grande. O tipo onde eles
tinham vendido roupas urbanas. Em ambos os lados da rua, janelas
envidraçadas. Um homem sentou-se em um dos recintos, bebendo uma xícara
de café enquanto lia uma revista.
Uma mulher caminhava por eles, dois meninos ao seu lado. Eles
pareciam ter por volta de seis e quatro anos de idade. A criança parou e
apontou para o homem na janela. —Como é que ele chegou lá?
A mulher que parecia ser sua avó castigou o menino por apontar e,
em seguida, explicou como o senhor entrou na janela.
Ryker observou tudo, desde os vasos de plantas que ladeavam as
cercas negras de aço, as pessoas caminhando pela calçada. Tudo parecia tão
normal, mas sua vida era tudo menos isso.
— Segure esse pensamento. — Dennis correu de volta para o café,
voltando um minuto depois com um copo na mão. — Se você está prestes a
jogar uma bomba em mim, um bom chá de ervas vai ajudar.
Ryker sacudiu a cabeça. Ele não tinha certeza do que fazer com o
cisne. O homem era peculiar, teimoso, sexy, e tudo o mais que ele gostava em
um cara. Um minuto Dennis estava aberto para o que estava acontecendo, e
no próximo, ele estava cuspindo palavras ofensivas. Ryker tinha uma
enxaqueca de bater o inferno no seu crânio.
— Projeto Redding. — Ryker disse em voz baixa. Se alguém em
torno deles estivesse ouvindo, ele não queria que eles soubessem o que ele
estava prestes a dizer. Ele tinha estado fora do circuito por um tempo agora e
não sabia quais eram todos os jogadores. Sem dúvida, a empresa tinha
recrutado muitos homens desde o exílio de Ryker.
— Foi uma experiência conduzida por Vanessa Denison, a cientista
topo no seu campo. — Ele tomou um gole de café, peneirando através das
suas memórias, escolhendo as peças que ele iria compartilhar e empurrando
para trás as memórias que ele levaria para o túmulo.
— Que tipo de campo? — Perguntou Dennis. O cisne estava na borda
do seu assento, como se Ryker estivesse contando uma história de fantasmas.
— Bioengenharia.
Rugas fracas se formaram entre os olhos do cisne. — Como em
clonagem?
Ryker sacudiu a cabeça. — Mais como... — Ele parou de falar quando
uma mulher grávida e o seu marido se aproximaram. Segundos depois, a avó,
com os netos no reboque, saiu do café. A criança fez uma dança bonita, com
um saco agarrado firmemente no seu pequeno punho.
— Eu tenho cookie! — Ele anunciou antes de correr para a mulher
grávida. — Olha o que a avó me comprou.
O cookie parecia maior do que a criança. A mãe franziu a testa para a
avó, mas a mulher mais velha não parecia arrependida. — É o meu trabalho
estragá-los.
A família se afastou. Ryker olhou ao redor antes de continuar. Ele
tentou parecer calmo por causa de Dennis. O cisne não conhecia esse tipo de
vida, e Ryker odiava o fato de que o seu companheiro tinha sido arrastado
para isso. —Projeto Redding era suposto ser uma cura para shifters. — Disse
Ryker. — Dra. Denison tinha tropeçado neles, e havia homens que se
ofereceram como voluntários para o programa.
As mãos de Dennis agarraram o seu copo até que os seus dedos
ficaram brancos. — Por que diabos alguém iria querer trocar este grande dom
para se tornar humano?
Ryker desejava que fosse assim tão simples. — Isso foi o que a Dra.
Denison e os homens que enchiam seus bolsos disseram A Companhia. Na
verdade, o Projeto Redding era um disfarce para um vírus. Como você sabe, é
quase impossível uma doença matar um shifter. Dra. Denison estava tentando
chegar a uma maneira de nos aniquilar em massa. Os homens que pensavam
que estavam oferecendo-se para ser curados eram realmente cobaias de teste
para DR1534. O produto químico que eles tinham desenvolvido para acabar
com shifters.
A mão de Dennis tremia quando ele puxou-a para longe do seu copo.
O cara empalideceu quando ele engoliu bruscamente. — Eu não quero ouvir
mais nada. Eu não quero saber que o meu companheiro tinha algo a ver com
uma coisa tão hedionda.
— Eu não. — Ryker se defendeu. — Assim que eu descobri o que
realmente estava acontecendo, Ollie e eu alertamos sobre eles. Dra. Denison
destruiu as provas e convenceu a Companhia de que a cura teve um efeito
colateral adverso sobre mim. Que eu era o único que tinha prejudicado todos
os homens que tinham se oferecido. Escondendo a parte que eu nunca tinha
tomado a cura. Eu saí de lá, mas eles me rastrearam para onde eu vivia com
Kenway e os outros. Dizendo-lhes que eu infectei outras pessoas, a Companhia
pagou o alfa local, enviando a sua matilha para “limpar” o lugar sob o pretexto
de que nossa comunidade era muito forte e ameaçava o território do lobo.
Mesmo depois de todos esses anos, Ryker sentiu seu sangue ferver
sobre o que tinha acontecido com todas aquelas pessoas inocentes. Se
pudesse voltar atrás e mudar alguma coisa, ele não teria ido para casa,
levando a Companhia a pessoas que ele tinha amado.
— Os lobos nos rastrearam, mas nós tínhamos tomado refúgio na
Vila Brac. Eles foram mortos antes que pudessem avisar a Companhia sobre a
nossa localização.
— Então, por que você se envolveu em primeiro lugar? — Perguntou
Dennis. — Você queria ser curado?
Ryker fez uma careta. — De jeito nenhum. Eu amo ser um tigre. —
Vergonha o encheu. Ele não queria dizer ao seu companheiro por que ele tinha
estado lá, mas sabia como implacável Dennis poderia ser. Era melhor acabar
com isso, antes que o cisne o perseguisse por uma resposta. — Dra. Denison
era a minha mãe.
— Sua mãe?
— Não é algo que eu me orgulhe. — Ryker admitiu. — Eu nunca
soube o monstro que ela era até que tudo foi exposto. Ela não teve nenhuma
consideração pelos homens do qual ela tinha feito experimento.
— Você está sendo caçado por causa do programa?
— Esse é o meu palpite. A Companhia está limpando a sua bagunça,
o que significa que Ollie e eu vamos ser caçados até que estejamos mortos.
Ryker queria saber como Ambrose o tinha encontrado. Ele tinha
estado escondido durante sessenta anos. Como ele tinha encontrado a Vila
Brac?
— Ollie é o amigo que você está procurando?
Ryker assentiu.
— Foda-se. — Dennis enxugou a testa, parecendo ainda mais pálido
do que antes. — E aqui eu pensando que nada te assustava. Você parece tão
malditamente impermeável.
— Eu não sou. — Ryker admitiu. — Mas o que me assusta ainda mais
é a possibilidade de algo acontecer a você. Eu tenho que acabar com isso,
Dennis. Eu não vou ter a sua vida em perigo, e eu me recuso a continuar
olhando por cima do meu ombro. Eu deveria ter terminado isso a sessenta
anos atrás.
— Então eu estou com você. — Disse Dennis. — Vamos acabar com
isso juntos.
Por mais que Ryker apreciava o gesto, ele não podia permitir que o
seu companheiro estivesse ao seu lado, enquanto ele derrubava Ambrose para
baixo. Ele encontraria Ollie, voltaria para Dalton Falls, e deixaria o seu
companheiro antes que ele e Ollie derrubassem o bastardo.

Ryker tinha obtido outro quarto de hotel. Era mais sofisticado do que
o último, e ele tinha usado o nome de Warren novamente. Dennis começou a
se perguntar se Ryker era verdadeiramente o seu nome ou apenas mais um
disfarce.
O quarto era uma suíte. Ele tinha dois ambientes, um quarto e sala
principal, que mais parecia uma sala de estar.
Dennis entrou no quarto e imediatamente percebeu a única cama
king-size. Este lugar quase parecia melhor do que o seu apartamento. Ele
tinha todas as comodidades que um bacharel precisava. Ele estava disposto a
apostar que custava um bom dinheiro ficar nesta suíte por uma única noite, e
ele não tinha ideia de quanto muitas noites, “Warren Clever” tinha reservado.
Ryker estava tentando impressioná-lo? Embora Dennis não iria
admitir isso, ele ficou impressionado. Ele também estava nervoso como o
inferno. Se um cara gasta todo esse dinheiro em um quarto, ele estaria
esperando algo em troca.
Dennis se virou para ver Ryker de pé na porta, um braço esticado e
encostado no batente da porta. Neste quarto, vestindo jeans de encaixe
perfeito, o homem parecia bom o suficiente para comer. Dennis teve que
resistir à tentação de cair em seus braços. O tigre se inclinou lá casualmente,
como se ele não tivesse uma preocupação no mundo. Ele invejava a
capacidade de Ryker de manter a calma sob pressão. Dennis se sentia como se
fosse desmoronar a qualquer momento.
— Estamos no décimo segundo andar. A única forma de alguém
entrar é através da porta.
Isso não ajudou a acalmar os seus nervos. O próximo cara a aparecer
usara a porta. — Só não deixe ninguém entrar e devemos ficar bem.
Embora Dennis ainda não conseguisse relaxar. Havia algo sobre ter
um homem indo atrás deles de que o manteve na borda. Isso, e o fato de que,
mais uma vez, o quarto de hotel não tinha uma cama de solteiro. Ele pode não
ter estado em um hotel antes, mas ele tinha certeza de que havia quartos com
duas camas. Ele não estava indo perguntar. Ryker iria dizer-lhe que era tudo o
que tinham, embora Dennis tivesse a sensação de que não era verdade.
— Por que você não toma banho enquanto eu peço algo para comer?
O cara tinha um inferno de um apetite. Parecia que nada ficava no
caminho dele e da sua comida. Tudo o que Dennis podia fazer era sacudir a
cabeça. Quando eles tinham ido até o bar para perguntar sobre Ollie, Ryker
tinha pedido um hambúrguer. Talvez ele usasse a comida para acalmar os
nervos. Algumas pessoas fumavam. Outras bebiam. Ryker aparentemente
comia o seu caminho através dos seus problemas.
— E o que é que eu vou colocar? — Perguntou Dennis. Ele não tinha
nada, a não ser a roupa no seu corpo. Graças ao canalha a espera no seu
apartamento, ele não tinha tido tempo de embalar. Ele precisava tomar banho
e colocar algumas roupas limpas. As que ele usava estavam enrugadas, e
havia uma mancha de ketchup na sua camisa das suas batatas fritas. Ele
também desejou ter uma escova de dente. Sua boca parecia nojenta.
— Deve haver um roupão pendurado no banheiro. — Uma faísca
iluminou os olhos de Ryker. Não muito, mas Dennis viu o desejo se formando
por trás dessas íris marrom. Havia uma tensão sexual entre eles desde a noite
em que se encontram. Mesmo com todo o caos e besteira, a tensão
permaneceu. O destino fez com que ficasse. Ela tinha emparelhado eles e fez
com que eles fossem atraídos um pelo outro, e como qualquer outro macho de
sangue vermelho, ele sempre tinha relações sexuais no cérebro.
Dennis estava definitivamente atraído por Ryker. Ele tinha visto como
o homem parecia nu, e ele queria vê-lo novamente. Dennis queria o corpo
musculoso em volta dele, ele piscou e limpou a garganta. — Chuveiro. Certo.
Ryker sorriu. Dennis virou e foi embora. Ele sentiu o calor debaixo de
sua pele e sabia que ele estava corando. As pontas das orelhas queimando.
Fechando a porta, ele se sentou no lado da banheira e respirou. Simplesmente
respirava.
Não ajudou. Não quando ele sabia que havia um tigre bem do outro
lado da porta. Ele tentou o seu melhor para empurrar esse pensamento de
lado enquanto se despia. Era bom sair das suas roupas. Ele as tinha desde
ontem, mas depois de tudo o que tinha passado nas últimas vinte e quatro
horas, ele sentiu como se tivesse usando-as por uma semana inteira.
Quando ele olhou para a porta, com certeza, havia um roupão
pendurado. Pena que não veio com um pijama. Mas isso não aconteceu, então
ele teria que fazer funcionar.
Dennis colocou a sua carteira, chaves e Taser no balcão antes de ligar
o chuveiro. O chuveiro era quente e ajudou a relaxar os músculos doloridos,
mas não fez nada para dissipar a tensão nervosa que tinha a respeito de
Ryker.
Ele ficou no chuveiro por tanto tempo quanto possível, não só porque
se sentia bem em seus ossos cansados, mas também porque ele estava
protelando. Ele poderia entrar no quarto vestindo apenas um roupão, ou ele
poderia colocar suas roupas de volta. A segunda opção o fez enrugar o seu
nariz. Mais cedo ou mais tarde ele teria que sair. Isso ou andar nu. Não era
algo que ele queria fazer.
Dennis abriu a porta do banheiro, uma nuvem de vapor o seguiu para
a sala principal. Ryker estava sentado no sofá, folheando os canais, como se
estivesse em casa. Ele não deveria estar andando ou algo assim? Eles estavam
em um turbilhão de confusão, e o seu companheiro estava sentado lá tentando
decidir o que assistir na televisão.
Os olhos de Ryker se prenderam a ele, e a respiração de Dennis
travou. Essas belezas marrons mostravam um olhar de fome crua.

— Eu sei onde estou indo. — Paden argumentou enquanto dirigia


pela rodovia. — Eu disse que ele disse que estava indo para Cleveland.
— Mas porque na terra Dennis foi para lá? — Perguntou Taylor. —
Não faz qualquer sentido.
— Nada disso faz qualquer sentido. — Disse Sam do assento do
passageiro. — Eu estou começando a me arrepender de concordar com isso.
Matthew e Maddox estão enchendo o meu celular. Eu recebi três promessas no
meu correio de voz de obter a minha bunda chutada se eu não atender o
telefone e uma mensagem que eu não estou indo compartilhar. Verdade seja
dita, eu estou meio com medo de ir para casa agora.
— Pare de ser um maricas. — Disse Paden. — Você sabe muito bem
que eles vão te perdoar.
— Mas eles vão te perdoar? — Perguntou Sam. — Você é o único que
nos sequestrou nos levando com você.
— Eu estou jogando a culpa de tudo isso em você. — Disse Taylor do
banco traseiro. — De jeito maldito nenhum Nevada está chutando a minha
bunda.
Paden gemeu. — Eu estou andando de carro com um bando de
maricas. Apenas relaxem e desfrutem do passeio. Devemos estar lá em breve.
Ele olhou para o banco de trás para ver Taylor mandando mensagens
de texto. — Com quem você está falando?
Taylor enfiou o telefone na sua perna. — Ninguém.
— Você disse a Nevada para onde estamos indo, não é? — A última
coisa que Paden precisava era de um puto, meio lobo, meio-vampiro vindo
atrás dele. Ele já teria os gêmeos para lidar quando ele voltasse. O alfa estava
indo prende-lo por suas bolas se ele tivesse sorte. Paden não queria pensar
sobre a tortura que Matthew podia estar imaginando neste momento.
Tudo o que sabia era que o seu amigo estava em apuros. Se Matthew
não poderia compreender, bem, muito ruim.
Certo. Você está bancando o bravo agora. Espere até você enfrentá-
lo.
Paden engoliu nervosamente. Ele não ia pensar nisso. Não. Ele estava
indo fingir que estava tudo bem.
Até Matthew, Maddox, e Nevada terem as suas mãos sobre ele. Então
ele iria se preocupar.
Kahl manteve distância por trás do fada. Não haveria utilização puxar
o homem para fora e exigir que ele voltasse para casa. Além disso, Kahl estava
mantendo Matthew atualizado, prometendo que nada iria acontecer com os
três homens. Ele não o invejou. Da forma como Matthew tinha soado ao
telefone, não só iria Sam pagar por ter fugido, mas Paden era demais para
falar com o ser humano dentro dele.
E Taylor? Kahl ficou surpreso que o coelho tinha concordado em ir
junto com isso. Pela sua impressão sobre o cara, Taylor era apenas um pouco
mais corajoso do que Avery.
Pelas coordenadas de GPS que Nero lhe dera, parecia que os três
homens e Kahl estavam indo para o mesmo lugar. Ele só esperava que ele
encontrasse Ryker e Dennis inteiros. Depois disso, não havia como dizer o que
Matthew faria para todos os cinco homens.

Capítulo Sete

Sentado em uma cadeira no quarto, Ryker estava de costas para a


parede de cor neutra, a nove milímetros no seu colo. Era depois da meia-noite,
mas ele não conseguia dormir. Não quando a ameaça ainda pairava sobre as
suas cabeças e não quando alguém poderia arrombar a fechadura e entrar
calmamente. No passado, tinha dias sem dormir, e a falta de sono unicamente
lembrou-lhe por que odiava tanto.
Seus olhos ardiam, e a sua cabeça latejava, mas recusou-se a fechar
os olhos. Para ajudar a mantê-lo acordado, de vez em quando olhava para
Dennis, que estava encolhido na cama, dormindo profundamente, cabelo loiro
apontando para cima em todos os lugares. Mais de uma vez tinha sido tentado
a rastejar na cama. A única coisa que o impediu foi a atitude de Dennis, que
repetidamente indicou que ele não queria estar em qualquer lugar perto de
Ryker.
Desde a noite em que se conheceram, Dennis o tinha rejeitado. E
desde a noite em que se conheceram, Ryker quis foder o cisne. Encontrar o
seu companheiro poderia ter vindo em pior momento, mas o seu pênis não
sabia a diferença.
Seu tigre também, para essa matéria. Manteve o rosnando para
chegar perto do cisne. Ele só não tinha certeza se era para transar com o cara
ou comê-lo. Dennis cheirava... Ryker sentado lá, tentando pensar na palavra
certa. A única que poderia vir acima era fofo.
Ryker sacudiu a cabeça com o pensamento ridículo. Não importa o
que eles passaram, ele nunca permitiria que o seu tigre tomasse um gosto.
Tinha a sensação de que o animal estava apenas irritado por causa da rejeição.
Um cara poderia ter apenas tanta rejeição antes que realmente machucasse.
E Dennis o tinham ferido. Mas ele não culpou o cara. Na verdade não.
Dadas as circunstâncias, Ryker sentia que o seu companheiro estava
segurando muito bem. Ryker desabotoou os botões da sua camisa, rolou para
trás as mangas até os cotovelos, em seguida, passou a mão pelo cabelo. As
últimas vinte e quatro horas tinham sido desgastantes, e agora estava
escondido em um quarto de hotel, à espera de um velho conhecido entrar em
contato com ele, um conhecido que pode não estar vivo.
Tudo o que ele queria fazer era rastejar ao lado do seu companheiro
e dormir pelas próximas dez horas. Não era sempre que Ryker escolheu o sono
com a possibilidade de sexo, mas seus ossos se sentiam cansados.
Dennis rolou, murmurou algo, e então enfiou as mãos sob a sua
bochecha. O movimento fez o seu robe abrir, e Deus o ajudasse, o pênis do
homem estava em exposição.
Ryker enrolou suas mãos em punhos, obrigando-se a desviar o olhar,
mas a cada poucos segundos, olhou para a cama. Realmente. Como ele
deveria sentar-se lá, duro como uma rocha, e fingir que não queria Dennis
com cada fibra do seu ser?
Era como se o cisne estivesse zombando dele.
Não ele não está. Pare de tentar pensar em razões para rastejar na
cama com ele.
Isso era exatamente o que Ryker estava fazendo. Sua mente
conjurou todos os tipos de desculpas que poderia dar quando acordou Dennis
para o sexo. Um pensamento ocorreu que o mantinha preso ao seu assento.
Não estava com vontade de ser eletrocultado.
E não tinha visto onde o cisne tinha enfiado a Taser, e Ryker não
estava disposto a descobrir se estava sob o travesseiro do homem.
Enquanto se sentou lá se imaginando rastejar para a cama, os olhos
de Ryker ficaram pesados, como se alguém estivesse puxando as pálpebras
para baixo. A cabeça lentamente se inclinou para a direita quando se largou
mais para dentro da cadeira. Um segundo ele estava cochilando, e na próxima
seus olhos voaram abertos. Sua arma estava na sua mão tão rápido, e teve
apontada para a sombra perto da porta.
— Parece que o tempo fora fez você desleixado. Lembro-me de
quando você poderia ficar acordado por dias a fio.
Ryker se moveu da cadeira e pegou o cobertor, puxando-o sobre a
forma nua do seu companheiro. — Outro quarto.
Os dois se moveram para a quarto principal. Ryker fechou a porta do
quarto. E enfiou a arma no cós de trás da sua calça jeans.
— É bom você ter sorte que não sou um dos homens contratados
para matá-lo. Você teria feito um alvo fácil.
— Pare de esfregar — disse Ryker. E foi para o mini frigorífico, onde
tinha escondido uma garrafa de Cut do Diabo. Ele tirou a tampa, pegou dois
copos de plástico, e derramou dois dedos. Entregou o copo para Ollie, antes
que derramasse um pouco para si mesmo.
Ollie tomou enquanto olhou para Ryker. — Você não mudou.
— Nem você. — Ollie era da altura de Dennis, magro, com cabelo
castanho claro e olhos verde-mar com alma. Ele tinha sido lindo naquela
época, e ainda era impressionante agora. A única diferença era que Ollie tinha
uma longa cicatriz que ia da orelha esquerda até a clavícula.
Apesar da sua pequena estatura, o shifter coelho era tão letal quanto
eles poderiam ser. Ele parecia inofensivo e inocente, mas uma pessoa
encontrava o seu erro quando foi contra Oliver Carlino.
Ollie tomou um gole da sua bebida, observando Ryker. — Me
disseram que você estava perguntar por por mim.
— Não temos uma forma direta de contato com você.
— Ninguém tem.
Ryker sabia que o homem estava mentindo. Se ninguém poderia
entrar em contato com ele, então como é que ele soube que Ryker tinha
estado perguntando sobre o cara? Deixou a mentira ir. — Tenho assassinos
atrás de mim.
Ollie colocou o copo sobre a mesa e cruzou os braços sobre o peito.
Ele estava vestido com uma simples calças de ganga, uma camisa que quase
chegou a meados das seus coxas, e um par de botas pretas. Se alguém
olhasse para o homem, eles nunca iriam adivinhar o quão letal ele é. Ele
parecia, por falta de uma palavra melhor, adorável.
— Tenho o mesmo problema — Ollie admitiu. — Tive de matar dois
homens já. Eles morreram antes que pudesse obter qualquer informação
deles. Balas na cabeça tendem a fazer isso.
Ryker sorriu. — Tive o mesmo problema. Mas vi Ambrose na minha
cidade.
Os olhos de Ollie aumentaram ligeiramente. — Seu pai está atrás de
você?
— Parece que sim. E não serei capaz de derrubá-lo sozinho.
Ollie pareceu pensar sobre isso por um momento. Ele ficou ali, no
escuro, as sobrancelhas franzidas. — Você quer que te ajude a matar o seu
velho?
— Ele não foi meu velho desde que eu era da altura do joelho de um
gafanhoto. O cara é podre por dentro e por fora. Ambrose Denison não
hesitaria em me matar eu ou o meu companheiro. Por que não deveria
estender essa mesma cortesia?
Os olhos de Ollie se iluminaram com curiosidade. — Você acasalou?
Ryker não estava prestes a entrar em detalhes. E não tinha
tecnicamente reivindicado o cisne, assim as suas almas não estavam
amarradas. Se Dennis tivesse o seu caminho, eles nunca o fariam. — Você
está disposto a me ajudar a acabar com essa merda?
O homem riu, embora o som não estivesse cheio de humor. Foi seco,
ralo mesmo. — Você tem uns pais muito ferrados, meu velho amigo. Uma mãe
que queria criar um vírus que acabaria com seres sobrenaturais e um pai que é
o melhor assassino para a empresa. — Os olhos dele ficaram intensos. — Claro
que a maçã não cai longe da árvore?
— Não tenho nenhum interesse em exterminar uma espécie inteira
ou matar ninguém — disse Ryker e depois pensou sobre isso. — E não vou
matar qualquer um que não mereça isso.
— A maldade que corre na sua família poderia se manifestar de uma
forma diferente.
Ryker agora sabia por que a camisa de Ollie fluiu sobre a sua calça. O
cara estava escondendo uma arma sob ela. Quando passou de um pé para o
outro, Ryker viu o contorno claro como o dia.
— Não fiz nada de mal em sessenta anos. Duvido que esses genes
iriam ficar dormentes por tanto tempo apenas para se manifestar agora. — Na
verdade, Ryker tinha se preocupado com isso. Nenhuns dos seus pais tinha
qualquer moral ou se importavam quem ferissem a fim de obter os objetivos.
Seu senso de certo ou errado não existia. Os dois eram em beneficio próprio e
narcisista.
Desde que Ryker não era nenhuma dessas coisas, sentiu que era
seguro se transformar em um ou ambos. Ollie continuou a olhar com
curiosidade para ele. Embora tivesse sido o único a procurar o shifter coelho,
ele não confiava plenamente no cara. Muito tempo já tinha passado. Por tudo o
que sabia, Ollie poderia ter enviado uma carga de merda de assassinos atrás
dele. Infelizmente, Ryker não tinha escolha a não ser procurar pelo homem por
ajuda.
O shifter deu um aceno rápido. — Ajudo. E já reservei um quarto
neste hotel. Estarei de volta na primeira luz. Podemos discutir detalhes, então.
O homem não tinha contado a Ryker em que quarto estava. Ryker
deixou isso ir. — Primeira luz.
Ollie o deixou tão silenciosamente como veio. Uma vez que a porta
estava fechada, Ryker empurrou a cadeira sob a alça e deslizou a cadeia no
lugar, sacudiu o trinco, e desejava que houvesse uma barra de segurança para
porta que poderia colocar no lugar.
Nenhuma dessas medidas de segurança seria suficiente, no entanto.
Um sobrenatural poderia facilmente arrombar a porta sem esforço.

Estava a quarenta e cinco minutos de Cleveland quando Paden viu


luzes rodando no seu espelho retrovisor. Ele olhou para o velocímetro e
amaldiçoou. O limite de velocidade era de sessenta. Ele ia a oitenta.
Taylor se virou no banco de trás e olhou para o carro da polícia se
aproximando. — Não se atreva a parar!
Paden franziu a testa. — Você quer que eu corra da polícia?
Quando Taylor se virou, o homem aparecia pálido. Esferas minúsculas
de suor irromperam sobre a sua testa. — Meu último encontro com a lei quase
conseguiu me mandar embora por vinte anos. Inferno sim, eu quero que você
os despiste.
— Receber uma multa por excesso de velocidade ou ir para a cadeia
por uma perseguição policial de alta velocidade. Hmmm. — Paden revirou os
olhos. — Vou levar um multa acelerando para duzentos, Alex.
Sam riu com a referência ao Jeopardy1.
Taylor fez um barulho estranho no banco de trás.

1
Jeopardy!' é um programa de televisão . É um show de perguntas e respostas (quiz) variando história, literatura,
cultura e ciências. Diferentemente dos quizes tradicionais, os temas são apresentados como respostas e os
concorrentes devem formular a pergunta correspondente a cada um deles.
É presidido desde o início da versão sindicalizada, em 1984, por Alex Trebek.
Paden ignorou enquanto diminuiu em seguida, puxou para o lado da
estrada. Um segundo viu Taylor no retrovisor, e no próximo ele se foi. Paden
olhou no banco de trás para ver um coelho branco com olhos vermelhos e uma
cauda macia.
— Se você cagar no meu banco de trás, o seu pé vai ser pendurado
no meu chaveiro.
Taylor pulou do assento e se entalou no seu caminho sob o assento
de Sam. Paden o assistiu mexer a cauda do coelho para trás até que, também,
desapareceu.
— Coelhos enlouquecidos, — Paden murmurou. Enquanto esperava
que o policial se aproximasse, ele baixou a janela. O ar da noite tomou conta
do seu rosto. Cheirava limpo e fresco, mas tinha um tom de ozônio. A partir da
umidade na estrada, Paden poderia dizer que tinha chovido não há muito
tempo nesta área.
O policial parecia um linebacker. Ele era alto, com cabelos castanhos
em ambos os lados do chapéu, e usava um uniforme azul que não o agradou,
no mínimo, mas seus olhos castanhos eram francamente lindos.
O policial se aproximou com a mão descansando facilmente na
coronha do revólver. Paden olhou para os olhos e sorriu. — Fiz alguma coisa
errada, oficial?
Ele sabia muito bem que tinha feito algo errado. Mas admitir excesso
de velocidade? Paden não ia, mesmo sabendo que tinha passado o limite de
velocidade.
O policial sorriu, como se tivesse ouvido essa linha muitas vezes na
sua carreira. — Acho que você e eu sabemos o que você fez de errado.
Paden sentiu algo roçar contra o seu tornozelo. Taylor deve ter saído
de debaixo do assento de Sam e ido para baixo do dele. Sua perna se
empurrou com a sensação inesperada de pelo. Sam sentou-se ereto, como se
tivesse de repente se transformado em um manequim que não podia se
mover, falar ou mesmo respirar.
Os dois estavam sem esperança.
— Não tenho ideia do que você quer dizer. — Paden tinha baixado a
voz, tornando-se uma carícia contra a brisa leve. Suas palavras subiam para o
policial, que piscou várias vezes para ele. Fadas sabiam como colocar glamour
em alguém. Eles não queriam que ninguém soubesse que poderiam fazê-lo, e
Paden não usou o truque muito frequentemente.
Além disso, quem não usa qualquer vantagem que tinha para sair de
uma multa? A irmã de Paden ostentava seu decote sempre que podia para
obter descontos e serviço mais rápido.
Estava no seu caminho para ajudar Dennis, então Paden se sentiu
justificado pelo excesso de velocidade. Ok, talvez não justificado, mas o
inferno se ele queria pagar uma multa exorbitante.
— Você ia oitenta e dois em uma zona de sessenta milhas — disse o
policial, embora a sua voz não fosse tão polícia quando falou. Ele estava
relaxado, quase um suspiro.
— Você não pode me perdoar desta vez? —, Perguntou Paden,
expulsando seu glamour com mais força contra o policial enquanto olhava para
aqueles olhos cor de avelã.
O glamour de Paden só funcionava em seres humanos, isso era uma
merda. Seria muito útil se funcionasse em sobrenaturais.
O cara sorriu. O sorriso o fazia parecer mais jovem e mais amável.
Ele tinha dentes brancos retos e uma covinha de um lado da boca. Se o cara
continuasse sorrindo assim, Paden poderia pedir-lhe o seu número de telefone.
— Excesso de velocidade é perigoso — disse o policial, sua voz ainda
manteve esse tipo de cadência sonolenta. — O asfalto está molhado, e há
algumas curvas perigosas na estrada à frente.
— Prometo abrandar e ser mais cuidadoso.
O cara piscou novamente e, em seguida, assentiu. Seu sorriso se
alargou até que virou uma espécie de pateta, como um adolescente com a sua
primeira paixão.
Droga. Paden tinha colocado um pouco demais.
O policial colocou um braço sobre o teto do carro quando ele se
inclinou, farejando Paden. Paden se inclinou para trás, franzindo o nariz. —
Calma, rapaz.
O policial riu. — Você é bonito.
Oh, caramba. — Posso ir agora, querido? — Ele bateu seus cílios e
sorriu.
O policial corou antes de se endireitar. — Seja mais cuidadoso, coelho
de mel.
Sam fez um barulho que estava entre uma tosse e um
estrangulamento. Paden sorriu para o policial antes de colocar o carro em
marcha e, lentamente, se afastou, deixando o homem de pé lá acenando
adeus.
— Que diabos foi isso? — Sam perguntou uma vez que eles estavam
longe o suficiente. Voilà, o manequim tinha vindo à vida.
— O que foi o quê? — Perguntou Paden. Ele usou apenas a
quantidade certa de perplexidade na sua voz para fazê-lo soar genuinamente
confuso.
Sam estreitou os olhos. — Não tente essa porcaria em mim. Eu vi o
que aconteceu lá. O cara se aproximou como se quisesse nos prender e
apreender o carro. Você transformou-o em massa.
— O que, você não acredita que sou charmoso?
— Havia algo estranho na sua voz — disse Taylor.
Paden se virou para ver o shifter nu no seu banco de trás. — Você
não tem permissão para falar, menino frango.
— Ele está certo — disse Sam. — Havia algo estranho sobre a sua
voz.
— Acho que estou pegando um resfriado. — Paden pigarreou. —
Além disso, um cara tem que ter os seus segredos. Sente o frio, e desfrute do
passeio.
Taylor relaxou. Sam continuou a encará-lo. Dennis agradeceria
melhor Paden por isso.

Capítulo Oito

Dennis ficou no arco entre a sala principal e o quarto, com os braços


cruzados sobre o estômago. Ryker estava de costas para Dennis, mas ele sabia
que Ryker sentia a sua presença.
— Seu pai?
Ryker se virou, mas Dennis não podia ler a expressão no seu rosto.
Era neutra, como se o seu companheiro estivesse guardando um segredo.
Dennis não tinha certeza se era a iluminação ou o estresse da situação, mas o
shifter tigre parecia mais velho. Ele tinha rugas no rosto que Dennis não tinha
notado antes. Ele tinha estado tão preocupado com ele mesmo que não tinha
considerado o que tudo isso estava fazendo com o seu companheiro. Ele não
podia imaginar o que seria saber que os seus pais o queriam morto.
— Quanto você ouviu?
— O suficiente. — Dennis admitiu.
A sala principal estava escura, lançando sombras sobre o rosto de
Ryker. Sua barba loira parecia quase prateada da luz que entrava pela janela.
— Não é algo que eu me orgulho. — Ryker admitiu. — Criado por
uma infância infernal por ter dois pais narcisistas.
Dennis não estava certo do que dizer sobre isso. Ele teve uma criação
normal. Reconhecia, sua família era louca, mas em um bom tipo de forma. Sua
mãe e o seu pai o amavam, e não havia um dia que não tinham lhe mostrado.
Tão confuso quanto estava sobre Ryker e aquela noite perdida, sentiu
a necessidade de confortar o homem. Se o seu companheiro estivesse
realmente fora para matá-lo, Ryker não teria colocado o seu pescoço na linha
para mantê-lo seguro.
Dennis atravessou a sala, os pés descalços calmamente no tapete.
Ele parou na frente de Ryker, inclinou sua cabeça para trás, e olhou nos olhos
surpreendentes do seu companheiro. Ryker olhou para ele, e Dennis viu a veia
do pescoço do homem bater um pouco mais rápida.
— O que posso fazer para ajudar? — Dennis ficou lá levemente
tremendo, sem saber o que estava fazendo. Esta não era um maluco de pé em
frente a ele que ele tinha encontrado em um site de namoro. Este era Ryker.
Seu companheiro. Se Dennis cedesse, se entregando ao seu companheiro
como cada fibra do seu ser estava implorando para ele fazer, Ryker o
reivindicaria, fazendo Dennis seu para sempre.
Ele estava pronto para isso? Ele não tinha certeza. Dennis ainda não
sabia nada sobre o homem. E se a maçã não caia longe da árvore? E se Ryker
realmente fosse um bastardo cruel e insensível? Dennis não achava que o cara
era, mas já tinha sido enganado antes.
Era os olhos de Ryker que o faziam titubear. Seu companheiro tinha
sido dominante, mandão, dissimulado e mal-humorado nos últimos dois dias,
mas seus olhos eram quentes, emotivos e suaves. As pessoas podiam
esconder um monte de coisas sobre si mesmas, mas os olhos raramente
mentiam.
Dennis também viu hesitação neles. Ele fez bem claro como se sentia
sobre o homem, e as suas palavras tinham sido cortantes às vezes. Ele
conseguia entender por que Ryker hesitava. Dennis iria entender se o homem
o empurrasse. Seu inicio foi rochoso na melhor das hipóteses.
— O que você quer de mim, Dennis? — Ele perguntou. Sua voz tinha
ficado baixa, abafada, com os olhos cheios de fome. Dennis viu o tigre do seu
companheiro naqueles olhos castanhos. Estava atento, curioso.
— Eu não sei. — Era a verdade. Dennis pressionou as palmas das
suas mãos no peito de Ryker, sentindo a pulsação do seu companheiro.
Manteve o seu olhar fixo no de Ryker, com medo de olhar para longe, com
medo de que ele iria perder a calma.
Os olhos de Ryker ficaram mais escuros enquanto Dennis trabalhava
para desabotoar a camisa do seu companheiro, deslizando os botões através
dos buracos um de cada vez. Ele viu o início do peito de Ryker subir e descer
mais rápido, mas o seu companheiro não se moveu, não disse uma palavra.
Ele apenas assistiu.
Dennis puxou a camisa para fora da calça e espalhou o material de
lado. Ryker deixou cair a camisa dos seus ombros. Ele tinha uma camiseta por
baixo. As mãos de Dennis deslizaram sob a camiseta e viajaram ao longo dos
planos rígidos do estômago do seu companheiro. Ele correu as suas mãos
pelos lados de Ryker até chegar ao abdômen do homem.
Os músculos de Ryker estremeceram.
Dennis não tinha certeza do quão longe queria ir, mas ele não queria
se afastar.
— Posso explorar?
Ryker engoliu em seco e deu um aceno curto. Dennis empurrou o
material da camiseta para cima, e o shifter puxou-a sobre a cabeça, jogando-a
de lado. Ele tinha visto o peito de Ryker uma vez antes, por um breve
segundo, quando o cara tinha mudado da sua forma de tigre de volta a sua
forma humana. Ainda era tão impressionante. Dennis se inclinou para frente,
hesitou, e depois estimulou com a sua língua o mamilo esquerdo do seu
companheiro.
Ryker assobiou. Ele alcançou entre eles e desamarrou o cinto do
robe. Dennis não o impediu. Ele não queria detê-lo. Ele poderia ter tido medo
do homem, mas não havia como negar a tensão sexual entre eles. Tinha
estado lá desde o começo e não tinha diminuído.
Se qualquer coisa, se tornou mais forte.
Seus braços caíram para os lados, permitindo que o roupão se
reunisse a seus pés. Ele estava nu diante de Ryker. Ryker estava diante dele
com a calça. Ryker passou levemente as mãos sobre os ombros de Dennis, e
Dennis estremeceu.
— Você tem certeza disso? — Ele perguntou. — Se eu levá-lo, você é
meu. Não mais desconfiança. Você pertence a mim, e eu não tomo o
acasalamento de ânimo leve.
Dennis não poderia ficar lá e mentir para si mesmo. Ele queria Ryker.
Ele o desejava. Ele só não tinha certeza se confiava plenamente no homem
ainda.
— Podemos ter relações sexuais sem a mordida?
As mãos de Ryker caíram, e a faísca que tinha estado em seus olhos
esmaeceu.
— Se você fosse qualquer pessoa exceto o meu companheiro, sim,
eu foderia você. Nenhuma mordida envolvida.
Essa declaração tinha a intenção de ferir, e ela feriu. Dennis apertou
a mandíbula e se virou. Ele se sentiu estúpido parado lá nu. Ele queria pegar o
seu roupão e colocá-lo novamente, mas sentiu o olhar de Ryker perfurando as
suas costas, e não podia levar-se a virar.
— Droga, Dennis. — Ryker se aproximou. Dennis sentiu o corpo duro
e quente do seu companheiro quase tocando o seu. — Eu não jogo jogos, e
você conseguiu minha cabeça tão fodida que não tenho certeza do que devo
fazer com você, para você, ou ao seu redor.
— Por que isso tem que ser complicado? — Seu corpo tremia. Ele
queria Ryker o tocando, para pressionar seus lábios contra o pescoço de
Dennis enquanto suas mãos exploravam o seu corpo.
— Você está tornando complicado. — Ryker suavemente
argumentou. Era difícil respirar enquanto o homem estava tão perto. Seu
aroma envolvia Dennis como um cobertor de pele, acariciando-o sem tocá-lo.
Dennis estremeceu enquanto fechava suas mãos em punhos.
Seus dedos cavando no tapete enquanto os lábios macios de Ryker
deslizaram sobre o seu pescoço. Instinto teve Dennis inclinando a cabeça para
o lado. Suas pálpebras se fecharam enquanto seus lábios se separaram. As
mãos de Ryker alisaram os braços de Dennis, seu corpo duro pressionado nas
costas de Dennis. Mesmo através do jeans de Ryker, Dennis sentiu o quão
duro o seu companheiro estava por ele.
— Basta dar-se a mim. Eu prometo que você nunca vai se
arrepender. Posso dar-lhe muito, pequeno cisne. — A voz de Ryker estava
rouca enquanto seus lábios deslizaram sobre o ombro nu de Dennis. As mãos
de Ryker apertaram seus braços, como se para mantê-lo no lugar, como se
Ryker tivesse medo que Dennis iria se afastar.
As palavras de Ryker eram hipnóticas enquanto suas mãos
deslizaram para baixo pelos lados de Dennis. Seu companheiro agarrou os
quadris de Dennis e em seguida deu um impulso dos seus quadris para frente,
deixando Dennis sentir o quão duro o homem estava por ele. Ele sentiu o pênis
de Ryker contra a parte inferior das suas costas e queria o homem dentro dele.
— Você vai dar-se a mim? — Ele seguiu suas palavras com outro
impulso dos seus quadris.
A mente de Dennis gritou não, para esperar e ver que tipo de homem
Ryker era, para ver se “quando não em perigo” ele era o tipo de homem com
quem Dennis queria passar o resto da sua vida.
Ele agarrou as mãos de Ryker para se firmar, embora soubesse que o
seu companheiro não iria deixá-lo cair. Suas mãos eram fortes, com certeza, e
tinham um controle apertado o suficiente. Ryker o puxou para mais perto,
pressionando o seu peito nas costas de Dennis novamente. Seu companheiro
conduziu-o por toda a sala, e Dennis deixou-o. Ryker virou Dennis e sentou-se
no sofá antes que ele se ajoelhasse. O eixo de Dennis estava a centímetros do
rosto de Ryker enquanto o shifter olhava para ele, seu sorriso tão mau e sexy
que Dennis não podia se mover.
O tigre não disse nada enquanto se inclinava para frente e esfregava
o seu rosto contra o pênis de Dennis. A respiração de Dennis falhou. Ele estava
hipnotizado, fascinado com o homem largo e forte ajoelhado entre as suas
pernas.
— Ryker. — Ele estava assustado. Isto estava indo rápido demais, e
Dennis precisava pensar. Tão mal quanto queria o seu pênis na boca Ryker,
precisava de espaço para respirar.
Ryker balançou para trás em seus pés, enquanto agachado, olhou
para ele. Ele tinha a cabeça inclinada para um lado, estudando Dennis.
De pé, Dennis foi para o outro lado da sala. Ele passou os braços em
torno do seu estômago. Ryker levantou-se e virou-se, olhando para ele. Dennis
tinha que tomar uma decisão. Era apenas o justo. Deixar Ryker reivindicá-lo
ou ir para o quarto e fechar a porta. Ele não poderia ficar conduzindo o
homem. Dennis não poderia dar ao seu companheiro sinais mistos, embora ele
sentisse como se os seus sinais não funcionassem.
Ele olhou para o rosto de Ryker, procurando qualquer sinal de
decepção, por uma razão oculta. Ele não viu nenhuma. Ryker nem sequer
parecia irritado que Dennis tinha lhe parado. Sua expressão era cautelosa, mas
calma. Ou Ryker era muito bom em fingir ou não tinha nenhuma ordem do dia
escondida, nenhuma malícia escura que ele queria soltar em Dennis.
— Você está com medo. — Era uma afirmação, que ele falou
suavemente e com segurança.
Dennis assentiu. Não havia sentido em negar a verdade. Tinha que
estar escrito por todo o seu rosto.
Ryker estendeu a mão.
— Não há nada para se ter medo, pequeno cisne. Venha até mim.
O coração de Dennis bateu com força contra as suas costelas. Sua
garganta estava totalmente seca. Seus membros tremiam quando deu um
passo e depois outro. Ryker não se moveu, não o pressionou, mas Dennis
sentia a pressão, como se ele estivesse caminhando para o desconhecido, um
futuro que ele podia se arrepender.
Ele soltou uma respiração longa e profunda e em seguida deu os
passos que o levaram direito para os braços em espera de Ryker. Ele dobrou-
os em torno de Dennis e roçou a mão sobre o cabelo de Dennis. O toque era
reconfortante.
Quando Ryker se curvou, Dennis não tinha ideia do que o homem
estava fazendo. Seu companheiro pegou-o nos braços e levou-o para o sofá.
Ele sentou-se, colocando Dennis no seu colo. Dennis teve que se escarranchar
no colo de Ryker, a fim de se sentar. Seus joelhos estavam em ambos os lados
dos quadris do seu companheiro, seu pênis se projetando entre eles.
Ryker enrolou uma mão em torno do eixo de Dennis. Dennis vaiou e
arqueou as costas enquanto Ryker começava a acariciá-lo. A outra mão de
Ryker agarrou a nuca de Dennis e trouxe-o para mais perto. O cheiro do seu
companheiro invadiu os sentidos de Dennis quando ele o puxou para baixo.
Seus lábios se tocaram, mal roçando, e então Ryker mergulhou a sua língua
profundamente.
Dennis sentiu como se estivesse em uma gangorra. Suas emoções
estavam indo para cima e para baixo, para cima e para baixo. Ele queria o
shifter tigre. Ele queria se afastar. Ele desejava os toques do seu companheiro,
beijos e a proximidade. Dennis queria saltar do colo do homem e colocar uma
distância entre eles. Seu corpo se sentiu como se estivesse em chamas
enquanto a sua mente se sentia como se estivesse ficando louca. Ele estava
recebendo uma enxaqueca maldita.
Então Dennis deixou ir. Ele não parou as mãos de Ryker de explorar,
os lábios de comerem Dennis vivo, ou tentou bloquear o cheiro de excitação
que pendia grosso no ar. Ele deixou todos esses sentidos consumi-lo. Ele
apertou o seu traseiro contra a ereção debaixo dele. Ryker gemeu na boca de
Dennis, segurando os seus quadris.
Pré-sêmen vazava da cabeça do pênis de Dennis manchando a palma
de Ryker, acrescentando lubrificação ao atrito. Ele ia ceder. Dennis ia permitir
que Ryker o reivindica-se. Seu cisne implorou para ele, e até mesmo Dennis
não podia negar que pertencer a Ryker o excitava.
— Sua pele é tão macia. — Ryker murmurou enquanto pressionava
os seus lábios nos de Dennis, sua mão fechada no eixo de Dennis um pouco
mais duro. — Como seda.
Normalmente, Dennis era tudo para uma conversa suja durante as
preliminares e o sexo, mas a sua mente estava caindo tão rápido que não
conseguia pensar em nada para dizer. Sua mente estava em branco. Tudo o
que podia fazer era sentir e tremer sob o toque elétrico.
Levantando seus quadris, Dennis trabalhou na calça de Ryker,
desesperado para sentir o pênis do seu companheiro na sua mão. Ryker
recostou-se, observando. Seu pênis saltou livre, e a boca de Dennis se molhou
por um gosto.
Ele deslizou do colo de Ryker, pressionando seus joelhos no tapete
enquanto Ryker trabalhava a sua calça para baixo. Dennis tirou os sapatos do
homem, jogou-os por cima do ombro, e então arrancou a calça.
Deus, Ryker era uma visão impressionante. Ele se sentou no sofá,
todos os seus músculos vigorosos expostos, implorando para serem tocados,
para serem beijados, para serem adorados.
Dennis já tinha uma queda por homens musculosos. Cada vez que via
um, queria pular em seus ossos. Agora ele estava prestes a ser acasalado a
um. Estava? Ele ainda não tinha certeza, mas não havia nada na terra que o
puxaria para longe de Ryker. Não agora, não quando ele tinha esse corpo
delicioso espalhado diante dele.
Subindo nos seus joelhos, Dennis guiou o pau de Ryker à boca. A
ponta da sua língua deslizou sobre a cabeça reluzente, provocando um silvo de
Ryker. Os quadris do homem empurraram, mas Dennis poderia dizer que o
tigre estava tentando o seu melhor para não perder o controle.
Ele queria que o seu companheiro perdesse o controle. Ele queria
Ryker para soltar-se em Dennis. Ele não ia deixar que todos aqueles músculos
fossem para o lixo. Ryker estava indo trabalhar esse corpo e trazer a Dennis
tanto prazer que ele iria implorar ao homem para transar com ele.
Ele manteve os olhos fixos nos de Ryker enquanto tomava o homem
na sua boca. Os olhos de Ryker estavam cobertos. O canto da sua boca
segurando um sorriso travesso. Ryker espalmou o seu pênis na base, como se
oferecendo o seu eixo para Dennis.
O sabor da essência de Ryker explodiu na boca de Dennis enquanto
deslizava o eixo mais profundo. Ryker pressionou a sua mão livre na parte de
trás da cabeça de Dennis, segurando-o enquanto impulsionava para cima,
fodendo a sua boca em movimentos curtos. Dennis começou a chupar, usando
a sua língua para atacar a cabeça, bebendo o pré-sêmen que fluia.
Ryker rosnou.
— Droga, bebê… apenas… droga.
Encorajado, Dennis levou o eixo de Ryker todo o caminho até a sua
garganta, usando os seus músculos da garganta como uma arma, apertando o
eixo de Ryker impiedosamente.
— Você vai me fazer gozar. — Ryker disse entre dentes cerrados.
Isso era exatamente o que Dennis queria. Ele queria provar Ryker,
para esmagar o controle de ferro que Ryker parecia possuir. Ele queria o tigre
perto da superfície.
Você está louco?
Dennis achava que ele tinha que estar, mas não se importou. Se o
tigre o comesse, bem, havia maneiras piores de morrer.
Você realmente perdeu a sua mente!
Ele realmente tinha.
A mão de Ryker escorregou para o seu pênis. Ele usou as duas mãos
para firmar a cabeça de Dennis enquanto empurrava para cima. Gotas de suor
se reuniram na sua testa e lábio superior. Suas íris castanhas estavam quase
pretas enquanto ele rosnava, fodendo a boca de Dennis com fervor.
Dennis teve a sorte do seu reflexo de vômito ser inexistente, ou
Ryker poderia tê-lo sufocado até a morte porque ele definitivamente tinha
perdido o controle. Seus caninos desceram. O tigre tinha chegado perto da
superfície, e a paixão e selvageria no rosto de Ryker era tão maldita bonito.
Algo afiado pressionou a parte de trás da sua cabeça. As garras de
Ryker. Dennis tinha conseguido o que ele pretendia. A questão era, até onde
Ryker iria permitir que o seu animal emergir-se?
Como se estivesse lendo a sua mente, Ryker inalou bruscamente,
deixando a sua respiração sair lentamente. Dennis não queria isso. Ele não
deixaria Ryker recuperar o seu controle.
Ele apertou a sua garganta, duro.
Ryker gritou enquanto o seu pênis pulsava, faixas de gozo eram
atiradas na garganta de Dennis. Indo para trás, Dennis lambeu a cabeça limpa
antes que balançasse sobre os seus calcanhares.
Ryker não lhe deu oportunidade de apreciar o que tinha feito. O
shifter atacou, levando Dennis para o chão. Forçou-se entre as pernas de
Dennis, fazendo Dennis embrulhar as pernas em volta da cintura Ryker ou elas
teriam pendido de cada lado do homem.
A cabeça do seu pênis pressionava Dennis. Merda. O homem tinha
perdido muito controle. Dennis bateu as palmas das mãos no peito de Ryker.
— Lubrificante!
Ryker balançou a cabeça, como se o seu cérebro nadasse em uma
névoa. Ele ofegava pesadamente, suor cobrindo o seu corpo. Quando abriu os
olhos, Dennis engasgou. Eles pareciam brilhar, e o tigre de Ryker estava
olhando diretamente para ele.
Sua mão tremia quando acariciou o braço de Ryker, tentando o seu
melhor para acalmar a besta selvagem.
— Lubrificante, gatinho. Se você tentar me foder sem ele, eu vou
castrá-lo.
Sua ameaça pareceu dar a Ryker de volta um pouco do seu controle.
O cara se inclinou para trás e respirou fundo. Ele olhou em volta antes que se
levantasse e atravessasse a sala. Dennis ficou ali tremendo de medo e
excitação. Era como uma bola de energia elétrica de ping-pong através do seu
corpo.
Ryker voltou um segundo depois, lubrificante na mão. Ele abaixou-se,
situando o seu corpo entre as pernas de Dennis.
— Desculpe.
Dennis sorriu.
— Fico feliz em ver que você pode perder o controle.
Ryker grunhiu.
— Eu não iria empurrá-lo muitas vezes. Uma vez que o meu tigre é
solto, é difícil consegui-lo sobre o calcanhar.
Dennis arquivou esse pedaço de informação enquanto Ryker
lubrificava seus dedos. Sua mente se estilhaçou quando os dedos grossos de
Ryker entraram nele. Ele arqueou as costas e gemeu com a invasão.
Ele quase gozou com os dedos de Ryker dentro dele. Dennis
choramingou enquanto levantava a sua parte inferior, tentando o seu melhor
para se foder nos dedos do homem. Ele não tinha planos de deixar o homem
mordê-lo, mas Dennis temia que não teria força suficiente, a presença de
espírito suficiente para parar o homem. Não quando Ryker trabalhava o seu
corpo como um instrumento bem afinado. Ele não conseguia pensar além da
necessidade de conseguir Ryker dentro dele.
Seu plano era fazer Ryker perder o controle. E ele tinha, mas parecia
que Ryker estava no mesmo nível porque o controle de Dennis era quase
inexistente. Estava rapidamente quebrando.
Quando Ryker tirou seus dedos, Dennis quase gritou em protesto.
Sentia-se vazio sem alguma parte de Ryker dentro dele.
— Mãos e joelhos, gatinho. — Ryker se inclinou para trás, batendo
no quadril de Dennis.
Dennis rolou e então projetou o seu traseiro no ar. Ele olhou por cima
do ombro para ver a fome nos olhos do homem.
Ryker sorriu.
— Como um gato sexy no cio.
Dennis rosnou.
— Me arrelie e morra.
— Um sexy, gato exigente. — Ryker disse enquanto cobria as costas
de Dennis.
— Cisne. — Dennis corrigiu sarcasticamente. — Agora foda-me.
Ryker entrou com a cabeça do seu pênis em Dennis. Ele pressionou a
ponta para dentro e depois puxou para trás.
— E se eu não tiver pressa?
— Não me faça mordê-lo. — Dennis ameaçou. — Cisnes não
perdoam facilmente.
— Vou manter isso em mente. — Ryker disse antes que empurrasse
duro e profundo.
Os olhos de Dennis reviraram enquanto gritava.
— Você não queria lento.
— Eu não disse para me cortar ao meio, tampouco.
— Lento ou rápido?
Dennis pensou sobre isso. Rápido era foder. Lento era fazer amor. Ele
ainda estava em conflito sobre Ryker, sobre em qual direção tomar as coisas.
— Rápido.
As mãos de Ryker seguraram os quadris de Dennis antes dele foder o
traseiro de Dennis. Dennis gritou, sua voz ecoando nas paredes enquanto o
som de pele colidindo encheu o ar.
Seu companheiro estava indo matá-lo. Dennis ia morrer de puro
prazer. Ele começou a se sentir bem muito, muito rápido. Seus dedos se
enroscaram no tapete quando abriu as pernas mais separadas. Ele ia ter
queimaduras de tapete do inferno quando isso acabasse.
E então Ryker começou a desacelerar, seu toque suavizando. A
respiração de Dennis deixou seus pulmões enquanto Ryker beijava o seu
caminho pela coluna de Dennis. Quando chegou a nuca de Dennis, Ryker
mordiscou. O pulso de Dennis bateu como pequenas faíscas de eletricidade
através dele. Arrepios espalhados por seu corpo. Sua pele formigava. Seu
corpo desejando.
— Meu. — Essa única palavra foi sussurrada contra o pescoço de
Dennis. Ela fez todo o seu corpo tremer. Seu cisne respondeu, tentando se
empurrar para a superfície para chegar mais perto do tigre enquanto os
quadris de Ryker giraram e depois empurram para frente em um movimento
de balanço suave.
Dennis começou a balançar com ele, perdido em Ryker — seu cheiro,
sua voz, seu toque. Ele engasgou e gemeu quando Ryker raspou seus caninos
ao longo do ombro de Dennis. Dennis lutou para não falar as palavras. Ele
lutou contra implorar para Ryker morde-lo.
— Meu lindo pequeno cisne. — Ryker se impulsionou profundamente,
enviando arrepios de prazer em espiral através de Dennis. — Meu.
Dennis gritou quando Ryker começou a se mover mais rápido, mais
duro... e então Ryker afundou os seus caninos profundamente.
Dennis quebrou. Faixas de gozo saindo do seu pênis enquanto era
puxado para longe, enquanto era violentamente empurrado sobre a borda e no
abismo. Seu corpo tremia, sua respiração irregular, enquanto o suor irrompia
sobre a sua pele. Ele agarrou o tapete, desesperado para fugir e tão
desesperado para não se mover.
Ryker agarrou-o, parando Dennis de fugir conforme rosnou no ombro
de Dennis. Seus quadris impulsionando para frente tão rápido que era
atordoante.
Lambendo a ferida fechada, Ryker gritou, suas mãos agarrando os
quadris de Dennis, seu sêmen batendo no traseiro de Dennis.
Ryker começou a desacelerar. Dennis não podia se mover, não
conseguia respirar. Ele enxugou a testa sobre o tapete, para trás e para frente,
para trás e para frente.
Ryker o tinha reivindicado.
O Cisnei de Dennis estava satisfeto.

Capítulo Nove

Algo acordou Ryker. Ele não tinha certeza do que era quando deslizou
por trás de Dennis e se sentou. Se afastando para longe do seu companheiro,
Ryker olhou para o cisne por um minuto, seu peito estava apertado pelo
conhecimento que tinha acasalado ao homem, mesmo depois de todos os seus
protestos.
Quando Dennis acordasse, o cisne iria matá-lo. Ryker não tinha
dúvida sobre isso. Seu companheiro era muito mal-humorado, muito teimoso e
iria entregar a Ryker a sua cabeça em uma bandeja por ter agido contra a
vontade do cisne.
Isso não era mesmo uma coisa ruim. Dennis o havia recusado a cada
passo e, embora Ryker tivesse ficado mais do que ferido pelas palavras do
cisne, tinha agido e amarrado o cara com ele.
Deuses, será que nunca iria conseguir fazer nada certo?
O quarto estava escuro, dizendo-lhe que ainda era muito cedo e ele
ainda deveria estar dormindo. Se moveu até onde estava a sua calça, e
procurou a arma que estava junto dela. Ryker a encontrou, em seguida, se
levantou, olhando em volta, e tentando ouvir o barulho que o havia acordado.
Olhou para a porta. Ainda estava trancada, a cadeira ainda estava
escorando a maçaneta. O andar que estavam era alto demais para que
qualquer um tentasse rastejar através da janela.
Se movendo suavemente pelo quarto, Ryker pegou o cobertor da
cama e cobriu Dennis. Seu companheiro se enrolou no cobertor, murmurando
algo no seu sono, e então se acomodou.
Ryker se sentou no sofá, hiper consciente do seus entorno. Seu tigre
rosnou, querendo sair para que pudesse proteger o cisne. Ficou tentado, mas
se por acaso mais de uma pessoa se aproximasse, precisaria da sua arma.
Garras e dentes eram grandes armas, mas balas eram melhores quando se
combatia mais de uma pessoa, e Ryker não era tolo o suficiente para pensar
que não estariam armados.
Sabia que a sua sorte não se estenderia para sempre, mas Dennis
não precisa estar envolvido em nada disso. Era um cisne doce e atrevido.
Embora Ryker tivesse a sensação de que o cara não era alguém para se
brincar enquanto estivesse irritado, seu companheiro não iria durar muito
contra os assassinos se aparecessem.
Embora Ryker não fosse testar essa teoria quando se tratava do taser
de Dennis. Esfregou o peito, e um sorriso floresceu. O cara tinha coragem.
Ryker lhe daria isso. Dennis era uma pistola de fogo, e para ser honesto,
adorável. Teria gostado de Dennis mesmo que o seu companheiro acabasse
sendo dócil e manso, mas havia fogo no cisne e Ryker sabia que ia ser mantido
na ponta dos pés por muitos anos vindouros.
E estava ansioso por isso.
Enquanto estava pensando, começou a se perguntar como Dennis iria
reagir uma vez que acordasse. Será que iria se arrepender do seu
acasalamento? Ryker não tinha a intenção de perder o controle ao ponto de
morder o cara, mas estar dentro de Dennis, sentindo a sua ligação
aprofundando, seu tigre tinha assumido, exigindo que Ryker reivindicasse o
cisne.
E ele o fez.
Esfregou a testa. Sabia que tinha se metido em uma confusão. Só
esperava que Dennis não acordasse e tentasse lhe dar um choque com o seu
taser até a inconsciência.
As orelhas de Ryker se atentaram, quando ouviu vozes sussurradas
perto da porta. Enfiou as pernas dentro da sua calça, em seguida, colocou a
sua camisa. Teve que soltar a arma para se vestir, mas rapidamente pegou-a
de volta antes que calmamente caminhasse em direção à porta. Olhou por
cima do ombro e viu que Dennis ainda estava dormindo, esperava que ele
continuasse assim. Ryker não precisava ter que lutar contra quem quer que
estivesse lá fora, enquanto tentava evitar que o cisne desse choques em todos
eles.
Se movendo para o lado da cadeira que estava prendendo a
maçaneta da porta, Ryker olhou pelo olho mágico. Não viu nada, a não ser um
corredor vazio, mas as vozes estavam ficando mais próximas.
Se essas vozes pertencessem a assassinos, tinham errado na escolha
de profissão. Além disso, assassinos trabalhavam sozinhos.
Então por que Ambrose contratou esses caras para irem ao
apartamento de Dennis?
Para sequestrar Dennis assim Ambrose conseguiria chegar a ele.
Ryker nunca tinha sido chegado ao seu pai, mas agora que o seu pai estava
atrás dele, detestava o homem. Se Ambrose o queria morto, Ryker poderia
pelo menos retribuir o favor.
Definitivamente.
Perguntou-se brevemente se era Ambrose no corredor. Não achava
que fosse. Seu pai não seria tão desleixado. Ele não teria feito nenhum som,
muito menos ficaria discutindo no corredor. E isso era o que as vozes estavam
fazendo, discutindo.
Franzindo a testa, Ryker olhou pelo olho mágico. E gemeu quando viu
quem era. Como diabos eles tinham encontrado ele e Dennis?
Movendo a cadeira para o lado, Ryker abriu a porta. Sorriu, para o
pensamento diabólico na sua cabeça. Isso poderia funcionar com eles. Agarrou
a arma na mão e abriu a porta, apontando a arma para os três homens que
estavam ali.
Seus olhos se arregalaram. Taylor mudou para a sua forma de
coelho. As mãos de Sam se ergueram, com palmas voltadas para fora. Paden
olhou para ele, parecendo revirar os olhos. Ou o fada tinha bolas feitas de aço
ou tinha cinco de poder em uma embalagem de seis.
— Tragam seus traseiros para dentro, agora! — Ryker rosnou. Olhou
para cima e para baixo no corredor enquanto os dois homens entraram, e o
coelho correu passando pelos seus pés.
— Não parei para comprar algumas roupas dessa vez. — Disse
Paden para o coelho. — Está sem sorte agora.
Ryker fechou a porta, rosnando para si mesmo enquanto acionava a
trava de segurança na sua arma. Não achava que iria acidentalmente disparar
nesses homens. Claro que não. Mas poderia fazer isso de propósito.
— O que diabos vocês estão fazendo aqui? — Perguntou ele.
— Poderia te perguntar a mesma coisa. — Paden respondeu. — Você
pega o meu melhor amigo no meio da noite e sai. Que tipo de besteira é essa?
Não sabe que Dennis é uma criatura delicada e não pode passar por situações
de alto estresse?
Isso não soava como o Dennis que Ryker tinha chegado a conhecer.
Seu companheiro era mal-humorado, impertinente e não deixava ninguém o
atropelar. Não podiam estar falando da mesma pessoa.
— Que diabos?
Ryker olhou por cima do ombro para ver Dennis sentado, seu cabelo
loiro espetado para todos os lados. Tinha uma aparência de “fui fodido”, e
Ryker estava pronto para foder o cara novamente.
Talvez fosse atirar nos três depois de tudo. Tinha acabado de
acasalar e queria outra rodada de sexo com o seu homem.
— Você não podia avisar alguém? — Perguntou Paden, parecendo
ofendido quando colocou as mãos nos quadris. Tinha uma carranca profunda
enquanto olhava para Dennis. E Ryker teve que se lembrar que o fada era
amigo de Dennis, porque queria mudar e comer o cara por falar com o seu
companheiro dessa forma.
Dennis piscou algumas vezes antes de esfregar os olhos. Ficou
boquiaberto olhando o coelho debaixo do sofá. Apenas a cabeça de Taylor
estava para fora.
— As coisas aconteceram muito rápido para avisar alguém. — Disse
Dennis. Ficou em pé, caminhou e se sentou no sofá, enrolando o cobertor em
torno do seu corpo magro. — Como você nos encontrou?
Paden acenou com a mão para Dennis.
— Vamos discutir os detalhes mais tarde.
— Por que você está aqui? — Perguntou Sam.
— Vista-se. — Disse Paden. — Vamos sair daqui.
— Eu não penso assim. — Disse Ryker.
Paden girou em direção a ele. O fada parecia uma fera. Seus olhos
brilhavam de raiva.
— Você não ganha o direito de ter uma palavra a dizer neste
assunto. Sei do fato que Dennis tem medo de você e também como não quer
ter nada a ver com você. Deveria chutar o seu traseiro por sequestrá-lo.
Ryker olhou para o cara baixinho. O fada não podia ter mais do que
1,57 m de altura. O cara era lindo, mas não parecia poder bater numa rocha.
Ryker tinha um desejo de afagar a cabeça do cara e dizer-lhe o quão adorável
ele era. Seu tigre, por outro lado, queria dar um tapa no cara que iria jogá-lo
do outro lado da sala por seu descaramento.
— Espere. — Disse Dennis.
— Não, não vou me segurar. — Paden rosnou. Asas coloridas
apareceram em volta do homem, e vibravam tão rápido que o ar se agitou em
torno deles. — Ele está, obviamente, fazendo uma lavagem cerebral em você.
— O fada olhou para Ryker. — Agora vou ter que reprograma-lo.
— Todos nós precisamos nos acalmar. — Disse Sam. O ser humano
se sentou numa cadeira perto da mesa e esfregou as têmporas. — Todos nós
precisamos respirar e tomar uma xícara de café, maldição.
— Ninguém vai estar bebendo absolutamente nada. — Disse Ryker
com um rosnado. — O que vão fazer é dar a volta e levar suas bundas de volta
para casa.
Paden estreitou os olhos.
— O que você fez foi uma sujeira de merda, e ainda quer que eu vá
embora? Não estou deixando Dennis com você nem por um segundo.
A mão de Ryker se contraiu. Tinha cinco segundos para dar um tiro
no fada. — Suma. Da. Minha. Vista.
— Me. Obrigue. — Paden disse estreitando os olhos.
Ryker deu um passo adiante, mostrando seus caninos quando alguém
bateu na porta. E ele congelou.
— Quem mais veio com vocês?
A expressão de Paden passou de feral à confusa.
— Ninguém.
Ryker gesticulou em direção ao quarto com a arma.
— Leve suas bundas lá para dentro.
— Que diabos está acontecendo? — Sam perguntou enquanto olhava
da porta para Ryker.
— Problemas. — Disse Ryker. — Agora entrem no quarto.
— Posso me defender. — Paden argumentou.
Oh sim. Ryker estava indo definitivamente dar um tiro no fada.
— Leve Dennis para o quarto e não saia até que eu diga para fazer.
— Rosnou.
O coelho correu em direção à porta do quarto e desapareceu. Sam
acenou para Dennis segui-lo. Paden não se mexeu. Foda-se. Se o fada tinha a
intenção de morrer, o que Ryker deveria fazer?
— Espero que essas asas venham totalmente carregadas, porque a
pessoa do outro lado da porta não será nada amigável. — Caminhou em
direção à porta e sentiu Paden nas suas costas.
Será que ele realmente seria responsabilizado se atirasse no cara?
Honestamente, quem iria sentir falta dele? Paden estava se transformando em
uma real dor na bunda.
Ryker olhou pelo olho mágico e soltou um suspiro pesado. Merda
continuava recebendo visitas indesejadas.
— Tem que estar brincando comigo.
— Quem é? — Paden sussurrou.
— Espero que seja alguém que vá comer você. — Ryker retrucou.
— O controle animal. — Paden respondeu. — Devem ter vindo atrás
do seu rabo sarnento.
Ryker contou até dez.
E então contou até vinte.
— Chame-me sarnento de novo e vou mudar para comê-lo eu
mesmo. — Abriu a porta.
Kahl estava ali, parecendo imperturbável olhando a arma na mão de
Ryker. Seus olhos se estreitaram quando desembarcaram em Paden.
— Você sabe o problema em que está? — O shifter dragão/chita
perguntou. — Os gêmeos vão te esfolar vivo, isso se Nevada não chegar até
você primeiro.
— Entre aqui. — Ryker acenou para Kahl, em seguida, fechou a
porta. Estava começando a ficar com enxaqueca. Se um assassino aparecesse
agora, seria um banho de sangue. Pensando bem, talvez não. Podia empurrar
Paden para o assassino antes que pegasse o seu companheiro e fugisse.
Claro que não iria realmente fazer isso, mas o pensamento o fez
sorrir.
— Deixe-me adivinhar. — Ryker disse enquanto abria o frigobar e
pegava uma garrafa de Devil's Cut2. Era muito cedo para tomar bebida
alcoólica, mas para lidar com este circo precisaria de uma boa dose. Abriu a
garrafa e tomou um bom gole. Colocando a garrafa de lado, virou para Kahl. —
Você seguiu os Três Patetas.
— Sim eu segui. Mas tinha uma ordem para descobrir o que estava
acontecendo com o cisne. — Kahl riu.
— Matthew?
— Não é possível simplesmente pegar uma das suas pessoas e não
ser responsabilizado.
— Dennis não é responsabilidade de Matthew. — Ryker argumentou.
— Não mais.
Kahl olhou para ele por um segundo e, em seguida, assentiu.
— Você acasalou com ele.

2
Devil's Cut marca de Bourbon.
— Você fez o quê? — Paden gritou. Suas mãos voaram para cima e
balançaram descontroladamente. — Vou te bater até não poder mais.
— Não! — Dennis correu para sala, ficando entre Ryker e Paden. — A
decisão foi minha.
Ryker sabia que não era verdade, mas fez bem ao seu coração ver
que o seu companheiro estava disposto a defendê-lo. Passou os braços em
volta de Dennis, puxando seu companheiro para perto.
As sobrancelhas loiras de Paden se ergueram.
— Você se queixa sobre o cara e depois o deixa acasalar com você?
— O fada sacudiu a cabeça. — Maldição estou começando a ficar com dor de
cabeça.
Todos eles se acalmaram quando outra batida soou na porta. Que
porra estava acontecendo? Ryker olhou para Kahl.
— Você veio sozinho?
Kahl assentiu.
Soltando Dennis, Ryker mais uma vez foi ver no olho mágico. Era
Ollie. Abriu a porta e deixou o cara entrar. Oliver olhou em volta enquanto
Sam e Taylor saiam do quarto, Taylor em forma humana, envolto em um
lençol como uma toga.
— Festa? — Perguntou Ollie.
— Maratona de tiros em um minuto. — Ryker disse enquanto olhava
para Paden.
Fechou a porta e se virou para a sala cheia de homens. Proteger
Dennis seria bastante difícil. Kahl e Oliver poderiam cuidar de si mesmos, mas
Taylor, Sam e Paden estariam impotentes.
Ryker virou-se para Kahl.
— Faça com que os três vão para casa.
Kahl sacudiu a cabeça.
— Não até que me diga o que está acontecendo.
Ryker não tinha tempo para isso.
— Tudo o que fizer, faça rapidamente. — Disse Ollie. — Vi Ambrose
entrando no saguão do hotel.
Ryker amaldiçoou.
— Quem é Ambrose? — Kahl e Paden perguntaram ao mesmo
tempo.
— Alguém que vocês realmente não querem encontrar. — Disse
Ryker. E olhou para Dennis. — Desculpe, mas você vai ter que colocar as suas
roupas.
Dennis enrugou seu nariz. Ryker sabia que o seu companheiro não
queria colocar as suas roupas sujas de volta, mas não tinha escolha. Dennis
não estava correndo para fora desse quarto vestindo apenas um roupão. Não
havia nada que pudesse fazer a respeito de Taylor.
Kahl pareceu ter lido a mente. Tirou o paletó e o deu para o shifter
coelho. — Isso vai ter que servir.
— Obrigado. — Taylor disse enquanto aceitou a jaqueta de couro de
Kahl.
Ollie olhou para os homens na sala.
— Eles estão aqui para ajudá-lo? — Perguntou Ryker.
— Está mais para ficar no meu caminho. — Ryker reclamou. Estava
chateado, mas uma parte dele estava feliz por Dennis ter amigos que se
preocupavam com ele o suficiente para se colocarem no caminho do perigo.
— Não acho que devemos ficar. — Disse Ollie. — Fiz um pouco de
pesquisa na noite passada. — Acenou com a cabeça em direção ao banheiro.
Ryker o seguiu. Ollie fechou a porta, mantendo a voz baixa em um sussurro. —
Algo não está certo. Ainda tenho contatos na empresa. Eles me disseram que a
Companhia não tem interesse nenhum em você. É Ambrose que quer você
morto.
Ryker sabia por que seu pai estava atrás dele. Sabia que esse dia ia
chegar, e o seu pai não iria parar até que um deles estivesse morto.
Ollie balançou a cabeça, franzindo a testa.
— Posso dizer que alguém colocou um contrato sobre você, mas já
que foi Ambrose, isto é pessoal.
Após os lobos terem sido enviados para a sua comunidade para
matar todos, Ryker tinha ido atrás da sua mãe. Sabia que ela estava por trás
do ataque. Estava triste, arrasado e sanguinário por vingança. Não tinha
importância para ele que ela fosse sua mãe. Ryker pensava em todas as vidas
perdidas, nos amigos que tinha aprendido a amar e com quem se preocupava,
que tiveram suas vidas ceifadas.
Ninguém sabia que ele a tinha matado. Tinha sido muito cuidadoso.
Ryker tinha entrado na sua casa e estava fora de lá antes de ser descoberto.
Ryker passou a mão sobre a cabeça. Sua vida nunca tinha sido fácil.
Sempre tinha estado envolto em mentiras, e estava sempre tentando o seu
melhor para ficar um passo à frente dos caras maus, mas parecia que o seu
passado estava voltando para casa para uma última visita.
Sim, uma parte dele se arrependia do que tinha feito a sua mãe. Mas
ela só não tinha matado as pessoas com quem ele se preocupava como tinha
torturado vários seres sobrenaturais em nome da ciência, em sua meta para
criar uma arma definitiva contra a sua própria espécie.
Sua mãe era pura maldade até o seu núcleo. Alguém como ela não
merecia viver, mas agora Ambrose estava seguindo incansavelmente o seu
calcanhar, firmemente decidido a vingar a morte da sua companheira.
Esse era o único motivo que podia pensar. Ambrose tinha que ter
descoberto. Não havia outra razão para o seu pai vir atrás dele sem que a
Companhia estivesse envolvida. Ambrose havia contratado assassinos,
determinados a fazer o trabalho. O que dizia a Ryker quão profundo o seu pai
tinha afundado na sua loucura, e se não acabasse com isso agora, Dennis
nunca estaria seguro.
Sua vida não era nada se não complicada.
Olhou para Ollie. Ryker queria perguntar ao homem se podia levar
Dennis de volta para Dalton Falls, mas não confiava plenamente no cara. Fazia
muito tempo, e as coisas mudaram. A amizade mudava.
Dennis saiu do quarto, completamente vestido.
Ryker manteve a arma na mão enquanto olhava para todos.
— Kahl, vai levá-los para casa. — Hesitou e depois acrescentou —
Dennis vá também.
— O que? Não! — Dennis sacudiu a cabeça. — Você acha que vou
deixar você aqui para cuidar de si mesmo?
— Isso é exatamente o que você vai fazer. — Disse Ryker, embora
uma parte dele se regozijou com a preocupação do seu companheiro.
— Ainda não vai me dizer o que está acontecendo? — Kahl olhou
para ele.
— Quando eu voltar. — Disse Ryker. — Não temos tempo suficiente
no momento. Preciso que você os tire daqui.
Enquanto Ryker falou, Ollie enfiou a cabeça para fora da porta. E
rapidamente se afastou fechando a porta.

Capítulo Dez

Ryker conduziu Dennis, Sam, Taylor e Paden para o quarto. Ele teve
que escolher se atiraria em Paden, o fada, antes de rapidamente fechar a
porta, Paden esteve o ameaçando o tempo todo. Ele tinha a sensação de que o
fada estava contemplando a sua morte.
O cara teria que ficar na fila, atrás de todos os outros que queriam
matá-lo. — Você está armado? — Ele perguntou a Kahl quando Ryker verificou
o seu clipe.
— Você realmente não quer que eu esteja armado — disse Kahl.
Quando Ryker olhou para o cara, os olhos de Kahl disseram tudo.
— Não se atreva a ir dragão em nós. Este quarto não é grande o
suficiente para isso.
— Dragão? — Ollie parecia intrigado.
— Dragão e chita — disse Kahl com um toque de orgulho na voz.
Ollie deu um leve aceno de cabeça. — Impressionante.
— Dragões são bastardos malvados. — Ryker disse enquanto movia
o sofá contra a porta.
Kahl riu. — Tenho esse direito. Aprendi com o melhor.
— O pai dele — disse Ryker. — O mais malvado filho de uma cadela
que você já conheceu.
— Isso é um convite para Dalton Falls? — Ollie perguntou.
Ryker pausou. Ele e Ollie se conheciam há muito tempo, mas ele não
sabia realmente nada sobre o cara. Quanto tinha Ollie mudado ao longo dos
anos? O cara estava ajudando, mas ele também poderia ter sido o único a
dizer a Ambrose onde ele estava. Ele saberia onde a lealdade de Ollie estava
quando isso acabasse.
— Relaxe — disse Ollie. — Não vou apenas detonar a sua cidade.
Ryker resmungou. Se Ambrose tinha homens com ele, isso significava
que ele estava pagando um preço considerável. Pelo preço certo, qualquer um
poderia ser comprado, incluindo Ollie. — Vamos acabar com isso.
Ele estava recentemente acasalado e Ryker queria mais tempo com
Dennis – ininterruptamente para conhecer o seu companheiro, para conhecer
cada polegada do corpo do homem também. Ele deveria estar com as bolas
profundamente dentro do pequeno cisne em vez de ficar pronto para um
tiroteio com o seu pai.
— Você vai ser capaz de fazer isso? — Ollie perguntou quando ele
olhou para Ryker. — Quero dizer, não importa o quanto de um bastardo
Ambrose é, ele ainda é seu pai.
Os olhos de Kahl aumentaram ligeiramente. — Esse é o seu pai lá
fora, pronto para colocar uma bala no seu crânio?
Ryker não estava com vontade de explicar as coisas para Kahl. Ele
estava chateado que Ollie tinha falado demais. Ele manteve a sua vida privada
por uma razão. Se qualquer um dos seus amigos soubesse a verdade,
descobriria que era a sua própria mãe que tinha matado as suas famílias... Ele
balançou a cabeça. Talvez ele precisasse se mudar para Dalton Falls. Um novo
começo.
Ryker foi para o banheiro. Kahl se agachou no lado direito da porta.
Ollie ficou na porta do quarto, arma apontada. Ryker orou como o inferno que
Paden não se apressasse a partir do quarto e se obteve-se ou a qualquer um
deles morto. Merda. Onde estava o Taser de Dennis? Por favor, não deixe que
o meu companheiro esteja com ele. A última coisa que Ryker precisava era
que Dennis participasse de um tiroteio com um Taser pequeno.
Toda a situação tinha desastre escrito tudo sobre ele. Ryker fechou
os olhos brevemente. Ele podia cheirar o seu cisne na sala ao lado. Seus
braços doíam para segurar Dennis, para beijá-lo, para envolver-se em torno do
cara e acariciá-lo. Tudo o que ele queria era ficar sozinho com o seu
companheiro. Ele apertou os nervos que não podia ser.
Ele tinha estado sozinho por tanto tempo que Ryker sentiu uma
pontada no peito com o pensamento de compartilhar a sua vida com alguém.
Se ele não saísse disso, a sua felicidade potencial seria destruída. Culpa o
devorava. Havia mil emoções conflitantes diferentes que passavam através
dele.
— Você está bem?
Ryker abriu os olhos para ver Ollie e Kahl o observando. A expressão
de Kahl era preocupante. Ollie estava cheio de curiosidade.
— Eu estou bem. — Ele limpou a garganta. Ele precisava ficar com a
cabeça no jogo. Pensamentos errantes os matariam no momento.
Ryker ficou ainda mais tenso quando a maçaneta foi torcida devagar.

— Você sabe quantos caras há? — Dennis perguntou depois de ter


sido empurrado para o quarto. Paden caminhava, sua expressão feroz.
— Se eu visse através das paredes, eu seria capaz de dizer-lhe —
Paden disse enquanto olhava para a porta do quarto.
— Nós não podemos apenas nos sentar aqui — disse Sam.
— Por que não podemos? — Perguntou Taylor. — Eles são três
homens capazes lá fora. Eu digo que nós devemos encontrar algo na televisão
para assistir até que isso acabe.
— A televisão está no outro quarto — Sam apontou. — E em breve,
os maus. Nós não podemos ir lá fora. Eles nos disseram para ficar aqui e ficar
abaixados.
Taylor se escondeu entre cama e parede enquanto Dennis sentiu o
seu bolso, assegurou o contorno do seu Taser. Ele não foi tranquilizado, no
entanto. Aqueles homens tinham armas. O matou ficar no quarto enquanto
Ryker estava lá fora, arriscando a sua vida. E se as coisas corressem mal? E se
Ryker fosse morto? O peito de Dennis apertou com a possibilidade.
Agora que o tigre o tinha reivindicado, Dennis sentiu o seu vínculo
todo o caminho até os dedos dos pés. Ele queria correr para fora da sala e
gritar para que todos parassem, para colocar as armas para baixo e jogar
bonito, mas sabia que nunca iria acontecer.
— Eu não sabia que tinha me inscrito para isso — disse Sam. — Eu
pensei que nós estávamos vindo aqui para tirar Dennis da casa, não ficar no
meio de um tiroteio ao meio-dia.
As asas de Paden se agitaram furiosamente enquanto ele continuava
a andar. — Temos de chegar a um plano.
— Eu sei de um plano — Sam disse enquanto cruzava os braços
sobre o peito. — Manter nossas bundas aqui e tentar não morrer.
— Eu diferente — disse Taylor de debaixo da cama. — Eu não estou
tentando ir para a cadeia por vinte anos.
— Ou morto — acrescentou Sam.
— Nós não estamos indo morrer — disse Paden, embora Dennis não
tinha certeza de como o fada poderia fazer uma afirmação tão ousada. Se as
balas começassem a voar, elas viriam através das paredes.
— Eles não estão atrás de nós — acrescentou Paden.
— Eles estão atrás de mim — disse Dennis.
Paden jogou as mãos para cima. — Então, você está ferrado.
— Puxa, obrigado. — Dennis olhou para Paden. — Que melhor amigo
você é.
— Hey! — Paden bufou. — Eu vim atrás de você, não foi?
— Discutir não vai chegar a lugar nenhum — disse Taylor.
— Isso vindo de um cara se escondendo debaixo da cama, menino
coelho — Paden argumentou.
— Não o chame de nomes — Dennis retrucou.
— Pare. Pare. Pare. — Sam levantou uma mão. — O estresse está
ficando em nós. Nós não precisamos ir para a garganta um do outro.
Dennis ficou em silêncio quando ele ouviu gritos do outro quarto.
Todos olharam um para o outro antes de Sam sair ao redor da cama e juntar-
se a Taylor. Dennis puxou o Taser do bolso, com a mão tremendo tanto que
ele quase o deixou cair. Mesmo Paden parecia como se ele quisesse correr.
Dennis confiou no sua sagacidade para tirá-lo de situações difíceis,
mas o seu humor não estava indo salvá-lo. Não dessa vez. Ele agarrou o seu
Taser firmemente na mão, tentando desesperadamente pensar no que deveria
fazer. Ryker tinha dito para ficar no quarto, mas Dennis não poderia fazer isso.
Ele se recusou a ser dobrado com segurança para longe, enquanto o seu
companheiro arriscava a sua vida.
— Eu sei que olhar é esse — disse Paden. — Você quer ir lá fora, não
é?
— Eu não posso ficar aqui enquanto o meu companheiro está lá fora.
Paden sorriu. — Soa verdadeiramente estranho, sabe. Que você tem
um companheiro. Honestamente, Dennis. Estou feliz por você.
— Obrigado. — Dennis enrijeceu os ombros e olhou para a porta do
quarto. — Eu tenho que ajudar.
Ainda espantado que ele tinha ido de não confiar em Ryker para ir
louco com necessidade de ajudar o cara. Dennis não entendia, e não estava
indo para tomar tempo agora para analisar a sua reviravolta bizarra. Ele só
sabia que quanto mais o tempo gasto com Ryker, mais ele começou a ver que
o tigre estava apenas tentando mantê-lo seguro.
Se Ryker realmente não tinha más intenções, Dennis não achava que
o homem iria sair do seu caminho para mantê-lo vivo.
— Então nós vamos ajudar. — Paden deu um aceno firme.
Eles se dirigiram para a porta quando Dennis foi puxado para trás.
— São ambos loucos? — Perguntou Sam. — Há homens lá fora com
armas. — O humano salientou cada palavra. — Você tem um Taser e Paden
tem asas. Não vai ajudar contra balas.
Todos eles saltaram quando uma arma disparou. Dennis e Paden se
entreolharam antes deles correrem em direção à porta do quarto. Ambos
alcançaram a maçaneta, ao mesmo tempo, batendo as mãos juntas.
— Ow! — Dennis apertou sua mão em torno quando Paden enrolou e
desenrolou os dedos. O fada levantou um dedo e, em seguida, estendeu a mão
para a maçaneta. Dennis segurou o seu Taser firmemente na sua mão. Eles
acenaram um para o outro antes de Paden abrir a porta.
A sala principal estava vazia.

Ryker, Kahl e Ollie correram pelo corredor, correndo em direção à


escada. Não só Ryker iria atrair os homens para longe de Dennis e o resto dos
caras, mas também para fora do hotel, então não haveria inocentes feridos.
Seu pai já tinha dado um tiro nele. O homem era bom. Muito bom. O
ombro esquerdo de Ryker se sentia como se estivesse pegando fogo. Ambrose
havia atirado nele.
— Vou subir — disse Ollie, quando atingiu a escada. — Vocês dois
vão para baixo. Leve-os tão longe quanto você puder, e eu vou derrubar
qualquer um que me seguir.
Ryker não discutiu. Ele deu um aceno rápido antes dele e Kahl
descerem correndo as escadas. Um voo baixo, Ryker ouviu o estrondo da porta
da escada aberta e homens gritando.
Inclinando-se sobre o trilho, Ryker olhou para cima para ver três
homens descendo. Um deles era Ambrose. Ele apontou e disparou antes de
correr para baixo. Ambos se abaixaram e continuaram quando os tiros foram
devolvidos.
Obrigado foda ninguém saiu. Eram doze andares para cima e eles
precisavam descer o mais rápido possível.
Algo não estava certo. Os homens não o estavam seguindo tão
rapidamente como deveriam. — Segure-se. — Ele agarrou o braço Kahl. — Eu
acho que pode haver alguém esperando na parte inferior por nós.
Kahl olhou para ele. — Você quer sair no quinto andar?
Eles não tinham escolha. Ryker não estava indo para uma armadilha.
Ele assentiu. Kahl abriu a porta e verificou o corredor. — Está limpo.
Quando eles saíram, Ryker fez questão de fechar a porta o mais
silenciosamente possível. — Eu sei que Ollie levou alguns dos homens para
longe, mas eu preciso voltar lá para cima. Não posso deixar os caras no
subterrâneo.
— Você está lendo a minha mente — Kahl disse quando ele
empurrou o seu polegar contra o botão do elevador. — Os gêmeos vão esfolar-
me vivo se algo acontecer com Sam. Nevada não estará feliz.
As portas do elevador se abriram, e os dois entraram em cena. Ryker
apertou o botão para o décimo segundo andar. Sua mão agarrou a arma
firmemente quando preocupação apertou o seu peito. Um dos assassinos
poderia ter ficado para trás. Ele poderia estar na sala agora matando Dennis e
os outros. Não tinha sido sua intenção deixá-los, mas ele sabia que ele tinha
que chamar Ambrose e os outros para fora.
— Porque é que toda a música de elevador lembra o consultório do
dentista? — Perguntou Kahl com uma carranca.
Ryker deu de ombros. — Não sei, mas isso é música de um jogo dos
anos oitenta.
Kahl fez uma carranca. — Não sei nada sobre isso, mas agora eu sei
que eu não gosto da música.
— Muito antes do seu tempo — Ryker disse quando algumas música
de REO Speedwagon tocava no alto-falante acima das suas cabeças.
Quando as portas se abriram, Ryker fez uma verificação rápida antes
de sair. Ele correu para o seu quarto, em seguida, diminuiu quando ouviu
alguém gritando. Ele e Kahl se entreolharam antes de Ryker decolar, com o
coração na garganta. Se Dennis estivesse morto, ele ia torturar lentamente o
seu pai durante anos antes de matar o homem.
Ele entrou na frente da sala com Kahl e chegou a uma parada dura. O
shifter veio atrás dele e fez um barulho estranho na parte traseira da sua
garganta que soou como uma risada.
Um dos pistoleiros estava deitado no chão gritando enquanto Dennis
atirava com o taser nele, Paden repetidamente o chutava, Sam o derrubou
com uma lâmpada de mesa, e um pequeno, coelho macio pulava em torno de
todos eles.
— Parece que não precisamos nos preocupar com eles — disse Kahl
com orgulho na sua voz.
Dennis olhou para cima, e Ryker viu o alívio inundar os olhos do
homem. Ele largou o Taser e correu para Ryker. — Não se atreva a me deixar
outra vez!
Ryker se por meio segundo antes de se lembrar que Dennis tinha
deixado cair o Taser do inferno. Ele envolveu o seu companheiro com o braço
esquerdo, inalando o seu aroma enquanto alívio tomava conta dele. —
Precisamos sair daqui. Deixei os homens na escada, mas eles vão descobrir as
coisas.
Ryker agarrou a mão de Dennis e se voltou para a porta, mas o seu
alívio foi de curta duração. De pé no corredor estava Ambrose. Ele tinha uma
arma na mão e estava olhando para Ryker a morte em seus olhos.
— Voltei. — Ambrose acenou a arma para Ryker.
Ryker recuou, tentando o seu melhor para empurrar Dennis atrás
dele, mas o seu companheiro não iria. Toda vez que Ryker empurrou o seu
companheiro atrás dele, Dennis se moveu para o seu lado.
Ambrose entrou no quarto e fechou a porta. — Você acha que poderia
fugir com isso? — Ele perguntou, sua voz baixa e letal. — Você mata a minha
companheira e, em seguida, foge, esperando que eu nunca vá saber?
— Espere — Kahl disse atrás de Ryker. O homem parecia confuso. —
Se Ambrose é o seu pai, então...
— Eu matei minha mãe — Ryker terminou por Kahl. — Ela era má
por completo.
Ryker não queria Kahl sabendo mais sobre o abate. Steele era o pai
de Kahl. Paine era tio de Kahl. Steele e Paine eram irmãos. Os shifters chita
tinham perdido dois irmãos nesse massacre. Se ele sobrevivesse a isto, Ryker
teria que enfrentar os seus amigos, enfrentar os homens que considerava
família e dizer-lhes que foi a sua mãe, que tinha causado o abate dos seus
entes queridos.
Mesmo que isso fosse a última coisa que Ryker queria fazer, ele sabia
que era hora de vir limpo. Ele estava cansado de correr do seu passado, pronto
para fixar raízes com Dennis. Além disso, seus amigos mereciam saber a
verdade, mesmo que todos eles virassem as costas para ele uma vez que eles
descobrissem.
— Ela era minha companheira! — Ambrose gritou.
— Ela era uma cadela psicopata que queria criar uma arma biológica
que acabaria com as espécies sobrenaturais. — Ryker sentia a sua raiva
crescer. Como Ambrose não podia ver como a sua companheira era realmente?
Porque ele é tão insano quanto ela.
Ambrose apontou e disparou, atirando no seu outro ombro. Ryker
girou enquanto Dennis gritou. Ele conseguiu ficar de pé, mas o seu braço ficou
dormente, fazendo-o largar a arma no chão acarpetado. Seus ouvidos
zumbiam, o som do tiro reverberando nos seus ouvidos por alguns momentos
até que ele pudesse ouvir novamente. Ele sentiu o pulsar duro e a dor
agonizante que pulsava no seu ombro e quase desmaiou enquanto estava lá.
Dennis agarrou a arma de Ryker do tapete, virou-se e apontou para
Ambrose.
— Dennis, não — disse Ryker. Ele tentou mover seus braços, mas
ambos pareciam como se estivessem submersos na areia movediça. Ele mal
conseguia levantar a direita e a esquerda estava pendurada inutilmente ao seu
lado.
— Eu não vou deixá-lo te machucar — disse Dennis. Ryker ouviu o
medo na voz do seu companheiro, mas ele viu a determinação nos seus olhos.
A mão do cisne balançou, e Ryker temia que o seu companheiro pudesse atirar
em alguém que não fosse Ambrose. — Eu posso não ter disparado uma arma
antes, mas não ache que eu não vou colocar uma bala entre os seus olhos
redondos.
Ambrose sorriu, e o sorriso enviou gelo pela sua espinha. — Eu não
estou aqui para matar Ryker. Estou aqui para matá-lo, então ele sabe o que é
viver sem a sua alma.
Ryker saltou na frente de Dennis no momento exato em que a arma
do seu pai disparou. Dennis bateu no chão quando a bala bateu em Riker. Ele
caiu ao som de tiros.
Dennis ainda segurava a arma na mão, e caiu de joelhos. — Oh Deus.
Oh Deus. Oh Deus. O que eu posso fazer? Você tem que mudar. Eu preciso
que você mude, Ryker!
Kahl jogou a cabeça para trás e gritou — Panahasi!
Ryker tossiu e sentiu o sangue nos seus lábios. Nenhuma quantidade
de mudança iria curá-lo. Seu pai tinha usado balas de prata. Essa era a razão
dos seus braços terem ficado dormentes. Essa foi a razão pela qual eles
tinham caído moles em seus lados.
— Ele está morto — Paden disse enquanto se movia na linha de
visão de Ryker. Se Ryker estava prestes a morrer, o fada não era a última
pessoa que ele queria ver. — Seu pai está morto.
— Vá. Embora. — Ryker tossiu.
Paden franziu o cenho. — Você não tem permissão para morrer.
Pense no que vai fazer para Dennis.
Não era como se Ryker quisesse morrer. Ele acariciou a sua bochecha
contra o cabelo de Dennis quando o seu companheiro estava sobre ele,
chorando. Do canto do olho, Ryker viu o sangue cobrindo a boca e as mãos de
Kahl. O shifter dragão chita tinha matado Ambrose.
Boa viagem.
— Você não pode morrer — Dennis sussurrou. — Eu finalmente
confio em você. Você não pode me deixar.
Ryker começou a bufar, o veneno no seu sangue em fúria através do
seu corpo. Deuses, a dor era demais para suportar, mas a única coisa que
Ryker podia pensar era em lutar com tudo nele de modo que Dennis não seria
deixado no mundo sem ele.
Ryker queria ficar e conhecer o cisne. Ele queria muito mais
argumentos, paixão, sexo e aqueles momentos de silêncio juntos, que ele
tinha visto outros casais terem.
Ambrose poderia estar morto, mas o bastardo poderia ganhar depois
de tudo. Ryker não podia deixar que isso acontecesse, mas ele era impotente
para parar o veneno de matá-lo.
— Que porra é essa? — Paden deu um salto e começou a se afastar.
Ryker virou a cabeça para ver fogos individuais que flutuavam no
canto escuro. Não era como um fogo real, mas aparecia mais como um reflexo
do vidro.
Panahasi entrou na sala, sua altura tomava o pequeno espaço. Ele
olhou para Ryker e depois para os homens que estavam à sua volta. O olhar
do líder demônio indo para Ambrose. — Este foi um bom tempo.
Ryker observou como Paden cutucou o braço do líder demônio. —
Você tem, que me ensinar esse truque.
Panahasi olhou para Paden. — Você não tem muitos truques próprios
pequeno fada.
— Shhh — Paden disse enquanto olhava ao redor da sala. — Silencio
sobre os segredos.
Com um leve sorriso, Panahasi assentiu. Ele olhou para Ryker. Os
olhos do homem estavam cheios de pesar, e Ryker tinha a sensação de que o
demônio não ia ajudar.
— Por que você está apenas ai? — Kahl perguntou em tom de
pânico. — Ele está morrendo.
Panahasi suspirou. — Parece que eu nunca vou sair da ira de Jaden.
Ele está trancado no submundo, mas ele grita na minha cabeça para deixar o
destino se desenrolar da maneira que deveria.
— Destino de merda. — Dennis estava morto a seus pés, e Ryker fez
uma careta quando viu o seu sangue revestindo os braços do seu
companheiro. — Meu companheiro está morrendo, e se você pode salvá-lo,
faça-o ou eu juro que vou atirar com o meu Taser em você até o
esquecimento!
Ryker nunca tinha ouvido ninguém ameaçar o líder demônio antes.
Panahasi não era um homem para brincar.
Panahasi sorriu como se Dennis o divertisse. — Tão bravo para
alguém tão pequeno.
Dennis rosnou.
Paden cutucou Panahasi novamente. — Você é solteiro?
Ryker notou uma ligeira mudança no olhar de Dennis. Ele olhou para
Panahasi com a cabeça inclinada para o lado, as sobrancelhas franzidas. — Eu
conheço você.
— Como você o conhece? — Disse Ryker.
— Nem todo mundo esquece totalmente — disse Panahasi, como se
todo mundo soubesse o que diabos o homem estava falando. — Apagar uma
memória é complicado e deixa lacunas na mente. Às vezes a mente se esforça
para preencher essas lacunas.
— Que lacunas? — Dennis perguntou e depois sacudiu a cabeça. —
Você fodeu com o meu cérebro?
— Uh, Olá — disse Sam. — Ryker, lembra?
— Vamos conversar mais tarde — Dennis disse ao líder. — Agora eu
quero que você corrija o meu companheiro.
Dennis parecia à beira de agarrar o seu Taser e atirar em Panahasi.
Ryker esperava como o inferno que Dennis não o fizesse. Tinha ouvido muitos
rumores ao longo dos anos sobre o líder, e ele não queria descobrir se eles
eram verdadeiros.
— Dennis — Ryker disse em alerta, com medo de que Panahasi
aniquilaria o cisne.
— Não! — Dennis balançou a cabeça enquanto as lágrimas
começaram a cair. — Conserte-o, por favor.
Ryker observou de perto enquanto Panahasi aproximou-se do cisne.
Ele colocou um dedo sob o queixo de Dennis e levantou-o. — Eu tenho um
preço para curar o tigre.
— Qualquer coisa!
— Dennis! — Ryker usou a força que ele mal tinha para gritar o
nome do seu companheiro. Ele tossiu tanto que ele deveria ter tossido um
pulmão. — Nenhum acordo — ele chiou.
— Qualquer coisa — repetiu Dennis, desta vez um pouco mais baixo.
— Você nunca irá perguntar sobre a noite que perdeu novamente —
disse Panahasi. — Você irá esquecer tudo, completamente.
Ryker não tinha ideia do que tinha acontecido naquela noite, mas
sabia o quanto era importante para Dennis recuperar essas memórias. Era a
razão do seu companheiro não confiar nele, a razão do cisne ter o rejeitado em
cada encontro. Não saber mantinha o seu companheiro acordado durante a
noite e, pelo que Dennis lhe tinha dito, por vezes, deu-lhe pesadelos.
— Ok — disse Dennis sem hesitação. Naquele momento Ryker se
apaixonou pelo seu companheiro. O cisne havia sacrificado a sua sanidade
para salvar Ryker.
Panahasi se aproximou, mas Ryker ouviu o que o líder disse ao cisne.
— Seu companheiro nada tinha a ver com aquela noite. Confie nele.
Dennis assentiu.
Panahasi se ajoelhou ao lado de Ryker. — Você é um tigre de sorte.
— Eu sei — Ryker disse antes dele tossir.
— Eu apaguei a dor do seu passado, mas limpar tem seus benefícios.
Ryker não concordava, mas ele não queria discutir quando Panahasi
tinha a mão pairando sobre ele. Um brilho vermelho estranho iluminou a mão
do líder, e Ryker observou com fascinação absoluta como uma leve névoa
começou a se desenrolar do seu peito. Assim que a neblina desapareceu,
Ryker sentia como se pudesse respirar novamente. Seus ferimentos não
doíam, e as balas trabalharam o seu caminho para fora do seu corpo, caindo
no tapete.
— Confesse tudo — disse Panahasi. — Arrependimento é amargo, e
você está se envenenado com a verdade por muito tempo.
Ryker apertou a mão ao peito e assentiu. — Vou dizer a eles.
— O que você está falando? — Perguntou Kahl. — Dizer o que a
quem?
Dennis jogou seus braços em volta de Ryker, e desta vez, Ryker o
abraçou de volta.
— Eu não me importo sobre aquela noite perdida — ele sussurrou no
pescoço de Ryker. — Enquanto eu tenho você comigo por um tempo muito
longo, eu não me importo.
— Então, ele realmente teve uma noite perdida? — Perguntou Paden.
O fada estudou Panahasi. Ryker pensou ter visto uma centelha de
conhecimento nos olhos de Paden, mas o fada sacudiu a cabeça. — E eu
pensei que a minha vida era estranha.
— E isso só vai ficar estranho — disse Panahasi.
Os olhos de Paden aumentaram ligeiramente. — Como? Se você sabe
alguma coisa, diga-me.
— Eu sei que Sam e Taylor precisam chegar em casa — disse
Panahasi. — Seus companheiros estão com saudades.
Ryker observou como Panahasi abriu um vórtice. Ele acenou para o
buraco antes de Sam e Taylor passarem. Paden tinha segundos para parecer
espantado antes que ele atravessasse também. Ryker estava chocado como a
merda do fada não tinha discutido sobre o vórtice.
Quando Panahasi olhou para ele, Ryker levantou a mão. — Eu vou
tomar o longo caminho de casa.
— Eu tenho o meu carro lá fora — disse Kahl e depois riu. — Paden
vai ficar puto. Seu carro está estacionado lá fora também.
Kahl saiu, deixando Ryker com Dennis e Panahasi.
— Vai me dizer o que ele está falando? — Perguntou Dennis.
— Temos uma longa viagem para casa — Ryker disse quando ele
segurou o rosto de Dennis. — Vamos usar o carro de Paden, para que
possamos devolvê-lo a ele. — Ele olhou para Panahasi. — Obrigado.
— Agradeça-me quando Jaden vir atrás de mim por interferir mais
uma vez. — Panahasi atravessou a sala e desapareceu.
— Você tem certeza que está bem? — Dennis perguntou quando ele
puxou a camisa de Ryker de lado, como se assegurando de que a ferida estava
curada.
Ryker riu quando ele puxou Dennis ao seu peito. — Perfeito, pequeno
cisne.

Capítulo Onze

Dennis odiava o olhar triste no rosto de Ryker enquanto saía da sua


casa. Ele veio para conversar com os seus amigos. Dennis se ofereceu para
entrar, para mostrar o seu apoio, mas Ryker lhe tinha dito que isso era algo
que tinha que fazer sozinho. Além disso, Dennis sabia que se alguém dissesse
a coisa errada, ele dispararia o seu Taser neles, sendo amigo ou não. A espera
no caminhão foi desesperadora, mas conseguiu ficar parado.
A expressão de Ryker disse tudo. Nem todo mundo tinha um coração
indulgente. Então, novamente, esses homens perderam membros da família
por causa da mãe de Ryker. Dennis supôs que tinham o direito de ficar com
raiva, embora não gostasse que Ryker fosse o alvo da mesma.
Ele se manteve quieto quando Ryker entrou no caminhão e arrancou.
Seu companheiro curvou seus dedos ao redor da mão de Dennis, e Dennis
poderia dizer que Ryker precisava dessa reafirmação. Dennis daria ao cara o
que precisava, não importa o que fosse. Eles estavam juntos nessa.
O interior do caminhão banhava-os na escuridão. Dennis sentou-se
quieto como um rato, mas estava morrendo de curiosidade para perguntar o
quão ruim tinha sido. Ele estava quase estourando com a questão. Em vez
disso, mordeu o lábio inferior, forçando a pergunta a permanecer não dita.
— Onde vamos? — Perguntou Dennis. A vila Brac desapareceu atrás
deles enquanto Ryker dirigia pelo trecho da estrada secundária, em direção à
rodovia. Enquanto Dennis estava sentado lá, se lembrou da primeira vez que
ele e Paden tinham vindo aqui. Ele ficou cativado pela aldeia, fascinado com as
luzes brilhantes que iluminavam as lojas e no quão caseiro o lugar tinha
parecido.
Agora parecia gélida, agourenta desde que Ryker confessou o que a
sua mãe fez.
— O seu lugar. — Disse ele. Ele apertou a mão de Dennis. — Pode
ser?
— Perfeito. — Outra pergunta veio à mente, mas Dennis não
perguntou. Se todos na sua casa não estavam felizes com ele, Ryker mudaria
para Dalton Falls? Se não se mudasse, como o seu relacionamento funcionaria?
Moravam a quatro horas de distância um do outro.
A viagem foi longa e silenciosa. Dennis tinha cochilado uma ou duas
vezes, quase dormindo quando se sacudiu acordado, observando a estrada
rural se tornar a autoestrada e esta última, por sua vez, se tornar às ruas de
Dalton Falls.
Ryker estacionou dentro do estacionamento atrás do prédio de
Dennis. Dennis olhou para o terreno e sentiu um calafrio correr para baixo na
sua coluna. Ele conseguia ainda se lembrar vividamente de ser baleado.
Afastando-se da sua janela, Dennis fechou os olhos. Toda a sua vida tinha
mudado, tinha sido virada de cabeça para baixo pelo homem sentado ao lado
dele. Mas não importa quantos obstáculos tivessem que ultrapassar, Dennis
nunca se arrependeria de estar acasalado ao tigre.
Desligando o carro, Ryker sentou-se ali, sem fazer qualquer tentativa
para sair. Dennis se sentou lá também, esperando, querendo saber se o seu
companheiro estava prestes a dizer-lhe o que tinha acontecido quando voltou
para casa.
— Recker está tendo um tempo difícil com a minha confissão. —
Ryker disse enquanto a ponta do polegar fazia círculos sobre o dorso da mão
de Dennis. — Ele perdeu o seu gêmeo quando a nossa comunidade foi atacada.
Há algumas coisas que uma pessoa não pode esquecer ou perdoar, e não
posso dizer que isso é culpa dele.
— Mas não foi você que matou aquelas pessoas.
— Sim, foi. Assim que descobri a verdade sobre a minha mãe, corri
diretamente para o seu meio e trouxe a morte comigo. — Disse Ryker.
— Mas você não tinha ideia...
— Eu sabia do que a minha mãe era capaz, e expus essas pessoas a
ela. Basicamente, lhes ofereci em uma bandeja de prata apenas por estar lá.
— A voz de Ryker estava tensa, e Dennis viu o brilho de lágrimas não
derramadas nos seus olhos.
Poderia dizer que não conseguiria chegar até Ryker. O homem estava
determinado a colocar toda a culpa em seus próprios ombros. Dennis se
inclinou e esfregou o pescoço do seu companheiro. Ele odiava ver que Ryker
estava amedrontado. Ele queria deixar as coisas melhores e se perguntou se o
sexo era a resposta. Provavelmente não era um bom momento para
perguntar. O homem tinha acabado de passar por um inferno, e Dennis não
deveria estar pensando em sexo.
Ele realmente não deveria.
Sua intenção era confortar o seu companheiro, e Ryker fez um
pequeno som satisfeito quando Dennis o aconchegou. Ele virou o rosto para
Dennis, seus lábios roçando a bochecha do outro.
— Eu quero você. — Dennis sussurrou na barba baixa de Ryker.
Seus lábios se arrastaram sobre o pelo ao longo do queixo do seu
companheiro. O formigamento o deixou duro por Ryker.
Sexo pode não ser a resposta, mas Ryker não o mandou embora.
— Você pode me ter. — A voz do seu companheiro era um sussurro
estrondoso. Havia um tom necessitado nela, como se quisesse se afogar em
Dennis tanto quanto Dennis queria se afogar nele.
Dennis começou a se afastar para que eles pudessem subir, mas
Ryker puxou a alavanca do seu acento, e deslizou para trás.
— Você quer fazer sexo no estacionamento?
Ryker não lhe respondeu. Ele puxou Dennis no seu colo antes de
tomar os seus lábios novamente. Dennis não era do tipo de fazer as coisas
impertinentes em público, mas Ryker precisava dele, e ele daria ao homem o
que quisesse.
Dennis se afastou quando Ryker deslizou a sua calça para baixo para
as coxas. Seu pau duro saltou livre, e Dennis não deu a mínima para quem os
visse. Ele queria Ryker, ali, agora.
— Isso vai ser extremamente desajeitado. — Disse Dennis quando
deslizou para o banco do passageiro e lutou para conseguir tirar a sua calça.
Ele jogou-a no chão antes de subir de volta para Ryker. — E onde está o
lubrificante?
— Porta-luvas.
— Poderia ter me dito isso enquanto estava sentado ali.
Dennis estendeu a mão para o porta-luvas. Quando se virou, com o
lubrificante na mão, quase engoliu a língua. Ryker estava acariciando-se,
olhando para Dennis de uma forma sensual e necessitada. O homem parecia
tão, porra, erótico sentado lá que Dennis ficou momentaneamente congelado.
Ele observou tudo, desde os seus belos olhos até descer para as coxas
poderosas do homem, demorando, onde a mão de Ryker estava envolvida em
torno do seu pênis grosso.
— Vai olhar para mim a noite toda?
— Quando você parece assim, o inferno que sim. — Dennis agarrou
a mão livre de Ryker, em seguida, lubrificou os dedos do seu companheiro.
Elas eram ásperas e calejadas do trabalho duro, e ele não podia esperar para
senti-las enterradas profundamente dentro dele.
Ryker deu a Dennis um sorriso malicioso. — Não quero você me
olhando a noite toda. Quero você montando o meu pau.
Ele começou a se escarranchar em Ryker, mas o seu companheiro
sacudiu a cabeça. — De frente para a janela e de costas para mim. Vai ser
mais fácil desse jeito.
Dennis manobrou, e isso não foi fácil. Ele não era tão grande, mas o
interior do caminhão não era tão largo como uma cama. Suas pernas se
enredaram até Dennis finalmente se estabelecer. — Desse jeito?
— Exatamente assim. — Disse Ryker. — Agora incline-se para a
frente.
Não havia muito espaço. Dennis passou os braços ao redor do volante
e inclinou-se, tanto quanto podia.
Seu peito pressionava a buzina. O som repentino o assustou muito.
Dennis se empurrou para trás enquanto Ryker deu uma risada profunda.
— Desculpe. — Disse Dennis.
— Você não fez nada de errado, querido. — Ryker circulou seus
dedos ao redor da entrada de Dennis, fazendo Dennis esquecer o que eles
tinham acabado de falar. Suas pálpebras se fecharam enquanto inclinava a
cabeça para o lado. Os dedos de Ryker deslizaram para dentro dele, e Dennis
não conseguia pensar em qualquer outra coisa que fosse tão boa.
Todos os dedos de Ryker o deixaram cedo demais. Dennis só teve
tempo suficiente para tomar um fôlego antes de Ryker se dirigir para dentro
dele.
— É melhor parar de fazer isso! — Dennis gritou. Ele empurrou para
a frente, fazendo a buzina tocar novamente. Se continuasse com isso, logo
todo o edifício estaria do lado de fora para ver o que estava acontecendo.
— Fazer o quê? — Perguntou Ryker.
Dennis ouviu o humor no tom do homem. Ele olhou por cima do
ombro para dar a Ryker um olhar intenso. — Você sabe exatamente do que
estou falando.
— Eu não tenho ideia do que você está falando.
Antes de Dennis poder replicar, Ryker agarrou os seus quadris e
empurrou para cima. Os pensamentos de Dennis se dispersaram enquanto
agarrava o volante com mais força, tentando o seu melhor para não ser fodido
através do teto. Ryker foi implacável, estocando seu pênis com força e
profundamente.
Dennis o levou. Seu corpo ficou em chamas enquanto Ryker transava
com ele com golpes fortes. Ele gritou de prazer enquanto o seu companheiro o
levava até o limite.
— Vou gozar. — Dennis avisou quando sentiu o ápice. Uma corrente
elétrica disparou por sua espinha, estendendo-se para fora, e então explodiu
enquanto a sua mente se espatifava.
— É isso aí, bebê. — Disse Ryker com as suas bolas pesadas. —
Goze para mim.
Dennis gritou quando Ryker o dobrou ao meio e afundou os seus
caninos profundamente. Seu clímax se intensificou, elevando o seu orgasmo a
um nível totalmente diferente.
Ryker grunhiu, empurrando os seus quadris para cima até que Dennis
sentiu o seu companheiro endurecer. O tigre jogou a cabeça para trás e gritou
enquanto o seu pênis pulsava dentro de Dennis.
Dennis entrou em colapso contra o peito suado de Ryker. Foi somente
uma rapidinha, mas o deixou exausto. Ficou ali mole como um macarrão.
— Eu diria que isso foi um bem-vindo apropriado. — Ryker disse
quando passou a mão pelo peito de Dennis.
— Tem razão. — Disse Dennis, cansado demais para levantar a
cabeça. — E essa é uma das razões do porque eu te amo.
Dennis ficou tenso quando percebeu o que tinha acabado de dizer.
Ele amava Ryker? Ele pensou por um longo momento antes de reconhecer a
verdade.
Ele amava.
Tão louco como as coisas estavam, tanto quanto tinha resistido a
ficar com um homem que não confiava, em algum lugar ao longo do caminho,
Dennis se apaixonou pelo homem.
O caminhão se tornou muito quieto. Dennis prendeu a respiração. Ele
não retiraria as suas palavras, mas precisava que Ryker dissesse alguma coisa,
qualquer coisa.
— Você me ama?
Dennis mordeu o lábio inferior. Ele se sentiu tremendo um pouco
enquanto assentia.
Ryker envolveu seus braços fortes ao redor de Dennis e deu-lhe um
aperto suave. — Ninguém nunca me disse isso.
O homem soou emocionado. Libertando-se de Ryker, Dennis se virou
para olhar nos lindos olhos do seu companheiro. — E eu nunca disse isso a
ninguém antes. — Disse ele. — Bem, exceto meus pais. Mas não acho que isso
conta.
Ryker sorriu. — Isso conta, querido. Você é uma alma bonita que tem
um grande coração.
Dennis nunca tinha visto a si mesmo dessa maneira, mas retornou o
sorriso. — Acho que não consigo eletrocutar mais você.
Ryker riu. — Espero que não. — Segurando o rosto de Dennis, Ryker
inclinou-se e lhe deu um beijo suave. — Eu também te amo, meu pequeno
cisne louco.
Dennis se estabeleceu contra o peito de Ryker, respirando o cheiro do
homem enquanto se perguntava se alguém no mundo era tão feliz.

Paden estava feliz por estar em casa. Fodidas viagens pela estrada.
Elas eram muito desgastantes. E perigosas. Definitivamente perigosas. Se um
outro amigo fosse sequestrado, eles estariam sozinhos. Ele estava cansado de
bancar o herói.
Tudo o que queria fazer era ir dormir, mas percebeu que tinha
esquecido de guardar as suas ervas. Taylor e Sam não sabiam que Paden tinha
usado magia de fadas para colocar um feitiço localizador em Dennis, e não os
deixaria saber desse seu pequeno segredo.
Ninguém sabia que Paden tinha esse tipo de poderes mágicos, e as
fadas gostavam que fosse assim. Isso impedia que todos e as suas mães o
procurassem para pedir a sua ajuda.
Paden parou quando ouviu uma batida na porta. Quem na terra iria
aparecer numa hora dessas?
Inseguro e desconfiado, Paden silenciosamente caminhou para a
porta e espiou pelo olho mágico.
— Você tem que estar de brincadeira comigo. — Ele gemeu quando
abriu a porta. O policial que tentou dar-lhe uma multa estava do outro lado,
um sorriso largo no rosto bonito.
Paden estava definitivamente adulado. Mas desde que o homem
estava lá, por que desperdiçar um homem tão bonito? Ele puxou o policial e
fechou a porta atrás dele.
— Pronto para ser usado e jogado aparte?
O policial sorriu. — Definitivamente, coelho de mel.

Tinha se passado uma semana desde que Ryker havia se mudado


com Dennis. Embora fosse sentir falta dos seus amigos, alguns deles
precisavam de tempo. Ryker não poderia dar nada menos do que isso a eles.
Revelar tudo retirou um peso dos seus ombros, mas fez o seu
coração pesar de arrependimento. Ele não tinha ouvido falar de Ollie desde que
deixou Cleveland, e isso era o melhor. Ryker queria deixar o seu passado para
trás e começar um novo capítulo na sua vida.
E que melhor maneira de começar isso do que com Dennis.
— Onde você foi? — Ele gritou quando entrou no apartamento com a
última caixa do seu caminhão. Ele a colocou de lado e olhou ao redor. Não
tinha certeza se era uma coisa triste que não tinha muito. Então, novamente,
Ryker nunca precisou de um monte de coisas para sobreviver.
Seus olhos se arregalaram quando um cisne caminhou para fora do
quarto. Ele não tinha visto Dennis em sua forma shifter antes, e a criatura era
absolutamente magnífica. Ele era grande, com penas brancas, e olhou para
Ryker com curiosidade.
— O quê? — Perguntou Ryker. — Acha que vou mudar e comê-lo?
O cisne deu um passo para trás.
Ryker resmungou. — Você deveria saber até agora que eu nunca iria
machucá-lo. — Ele começou a se despir. — Mas o meu tigre gostaria de
brincar.
O cisne grasnou antes de virar-se e correr de volta para o quarto.
Ryker riu e, então mudou, perseguindo o belo cisne.
Ele tinha prendido Dennis na cama e estava lambendo as penas do
cisne quando alguém bateu na porta. Parecia que a vida de Ryker estava cheia
de horas extremamente ruins.
Ignorando quem estava na porta, Ryker rolou Dennis, só para ter o
cisne o mordendo. Pelo menos desta forma, seu companheiro não poderia
eletrocuta-lo.
Ryker estava deitado de lado e respirou fundo, contente por deitar lá
com Dennis pelo resto do dia. Ele não conseguia se lembrar da última vez que
sentiu essa paz. Ele interiormente sorriu quando o cisne se aninhou ao lado
dele, enfiando a cabeça debaixo de uma das suas asas. Parecia que o seu
companheiro estava tão contente quanto ele.
Seu coração entumeceu com a compreensão que Dennis não o temia
nesta forma, que se sentia seguro o suficiente para se sentar ao lado do tigre
de Ryker. Podia imaginar a visão que os dois faziam.
Quem quer que estava na porta bateu de novo.
Ryker rosnou antes de mudar de volta. Ele afagou Dennis quando
passou a mão para baixo nas penas macias do seu companheiro. — Fique aqui.
Vou me livrar de quem quer que seja.
Agarrando uma calça de moletom, Ryker a colocou e, então, se
dirigiu à porta. Ele a abriu para encontrar Taylor, Nevada, Sam, os gêmeos,
Avery, Rez e os seus gêmeos. Mais atrás estavam Kahl, Omar e Maria.
— Não sabia que vocês estavam vindo. — Ryker se afastou para
deixar todo mundo entrar. Obrigado Senhor, pelo apartamento de Dennis ser
grande o suficiente, ou ele estaria extremamente lotado agora.
Dennis saiu do quarto, vestindo jeans e uma camiseta. Ryker odiou
que o seu companheiro tinha mudado e se vestido, mas ele não estaria
mandando qualquer um sair.
— Vim aqui para ajudá-lo a desempacotar e se instalar. — Sam disse
enquanto olhava ao redor. — Mas vejo que você não tem muitas coisas para
desempacotar.
Ryker deu de ombros. — Não preciso de muito para sobreviver.
— Um homem simples. — Disse Taylor. — Eu gosto disso.
Matthew bateu nas costas de Ryker. — Fico feliz em vê-lo inteiro,
irmão.
Algo se mexeu dentro de Ryker com as palavras afetuosas. Ele havia
deixado a sua antiga vida para trás, e saber que tinha uma nova família, que o
apoiava, significava tudo para ele. Tinha um bando que iria ajudá-lo a proteger
Dennis, e isso era tudo o que Ryker queria.
Cervejas foram abertas enquanto os companheiros ajudavam Dennis
a ter tudo guardado. Ryker ficou olhando tudo ao seu redor, e o seu coração
pesado começou a ficar um pouco mais leve.
Quando Dennis olhou para ele do outro lado da sala, Ryker piscou
para o seu companheiro. Ele tinha começado tentando manter Dennis fora do
caminho do mal e tinha conseguido mais do que esperava.
Um companheiro e um bando.
Ele não conseguia imaginar como a vida poderia ficar melhor do que
isso.

FIM

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