Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
História da Marinha
© José Varandas
OS ABUNDANTES RECURSOS DO NILO
§ O túmulo de Pti é da V dinastia, mas um dos mais relevantes faraós dessa dinastia no
incremento da atividade naval egípcia foi Sahuré, que enviou uma flotilha de oito navios
numa expedição para aquisição de escravos ao Mediterrâneo Oriental. O episódio foi
recordado num baixo relevo.
§ As embarcações aí representadas mostram uma característica nova. É o Truss – uma
grossa, longa e forte corda que rodeia a curva do navio e é esticada para a ré (retaguarda)
sobre o convés assente numa série de postes bifurcados e presa à popa.
§ Mecanicamente a ideia é boa, mas apesar de elegante, falhava enquanto elemento de
força longitudinal do navio. Era uma solução bastante desajeitada para o problema de
construir navios maiores e que demonstrava a incapacidade técnica dos construtores
navais daquele período.
§ Contudo, o que é espantoso, esta solução – o Truss – continuava a ser usada 1500 anos
depois.
movidos a vela.
• Desenvolveu-se através de
de um século.
A GUERRA NO MAR
Reconstituições a partir de imagens líticas do templo funerário de Ramsés III em Medinet Habu
A GUERRA NO MAR
§ É muito difícil distinguir os navios de guerra do Antigo Egipto
dos navios de carga, pois não há grande diferença entre
embarcações usadas para transporte, comércio ou ações
militares (tal como em grande parte das marinhas do Mundo
Antigo). As primitivas “canoas de guerra” dos tempos pré-
históricos eram, também, usadas para atividades pacíficas e os
seus sucessores, os navios de madeira dos tempos dos faraós,
também eram usados para uma larga variedade de missões, que
incluíam viagens pacíficas, comerciais e atividade militar.
§ Contudo, seria muito difícil, para os navios “oceânicos” egípcios
1. transporte de tropas, suprimentos e prisioneiros: a paisagem egípcia é muitas vezes considerada áspera
e muito difícil de percorrer, exceto pelos poucos quilómetros que cercam o Vale do Nilo. Por esta razão,
a utilização de embarcações como meio de comunicação e transporte mostrou-se muito eficaz. Usaram
a sua marinha para enviar soldados para locais em todo o Egito cujo ação era reprimir rebeliões ou
repelir atacantes. Também usavam a marinha para transportar alimentos e suprimentos para os fortes
que estavam localizados no sul, perto da Núbia.
2. plataforma para arqueiros: nos relevos do templo em Medinet Habu, que descrevem a tentativa de
invasão do Egipto pelos “Povos do Mar”, vemos os navios egípcios a combater contra os navios maiores
e mais lentos dos “Povos do Mar”. Vislumbram-se as plataformas de onde arqueiros e fundibulários
egípcios atacam o inimigo. Possuir navios mais rápidos e manobráveis permitiu aos egípcios assediar
constantemente o inimigo à distância e, ao mesmo tempo, recuar e atacar vindos de outra direção.
3. destruir navios inimigos: nos mesmos relevos, que retratam os fuzileiros navais egípcios a bordo dos
navios a abordar os navios dos Povos do Mar. Representam cenas de intenso combate corpo a corpo
com lanças, escudos e machados logo após as embarcações egípcias usando ganchos e cordas
agarrarem, puxarem e prenderem os navios inimigos.
Estatueta funerária de faiança do comandante
Hekaemsaf, intendente da frota real (XXVI
dinastia, século VI a. C.). Victoria Museum, Suécia.
BATALHAS NAVAIS: o cerco de Avaris
O cerco de Avaris
§ No final da 17ª e início da 18ª dinastia, os Egípcios
cercaram a cidade hicsa de Avaris e dessa operação militar
ficou o relato de um combatente (marinheiro) chamado
Ahmose, filho de Ibana. Afirma pertencer à guarnição do
navio chamado Norte, no qual navegou com o exército
egípcio em direção a Avaris. Parece ter-se tratado de um
combate terrestre e naval, já que aquele marinheiro afirma
ter “lutado no canal contra Pezedku de Avaris”.
Modelo de navio de guerra do faraó Ramsés III.
BATALHAS NAVAIS: a batalha do Delta contra os “Povos do Mar”
Regresso da frota de alto mar ao Egipto. Baixo-relevo do templo funerário de Sahuré, em lhes o domínio do Mediterrâneo, de norte a sul, de leste a oeste. São
Abusir (c.2500 a. C.).
deles as grande frotas, as linhas de comunicação, os principais
entrepostos e o aluguer dos fretes navais. Nos estaleiros fenícios
construíam-se bons navios, sólidos, “marinheiros”, mais evoluídos.
A DERRADEIRA VIAGEM PARA O TÚMULO
fragmento do papiro de Hunefer, XIX dinastia c.1250 a. C. (British Museum)
VIAGEM ETERNA NA BARCA SOLAR
pintura mural do túmulo de Irinefer (XIX dinastia, c.1250 a. C.)
MODELOS DE EMBARCAÇÕES
Império Médio e Império Novo (II milénio a. C.)
POÇO NAVIFORME EM GUIZA
NAUFRÁGIO DE ULUBURUN
1300 a. C., navio de 20 toneladas e 16 metros de comprimento