Você está na página 1de 15

Introdução à Historiografia – 1º ciclo

TP1
2022/2023
Docente: Filipa Roldão
Contacto: anaroldao@campus.ul.pt

Aula de 22.02.2023

Sumário:
Tópicos da historiografia no século XVIII:
o racionalismo e a Filosofia
Historiografia do século XVIII: uma caracterização

• Erudição crítica
• Racionalismo científico
• Pensamento filosófico na construção e interpretação históricas
• Propostas metodológicas “novas” e “novos” conceitos: verdade,
progresso, ciclo.
• Círculos mais alargados de produção e consumo da História: academias,
bibliotecas, arquivos
• Histórias nacionais (ex. Gabriel Daniel (1649-1728), Abrégé de l’histoire
de France, 1713)
Historiografia do século XVIII : uma caracterização

• História da sociedade: civil e dos costumes


Storia Civile di Napoli, Pietro Giannone (1676-1748): “não ensurdecer os
leitores com o ruído das batalhas e o bater das armas, mas ocupar-se da
civilidade”

- Obras sobre a história das mulheres, o espírito de cavalaria da


sociedade feudal, e sobre história cultural (ex: comparação entre as
virtudes militares dos bárbaros e a civilidade dos romanos)
Historiografia do século XVIII : uma caracterização

• Teorias e pensamentos sobre a periodização em História (divisão do


tempo):

- Como ultrapassar a contradição entre tempo cíclico (greco-romano),


tempo linear (tradição judaico-cristã)?
- Interesse pelos ciclos na História, designadamente no caso das formas
políticas de governo: início, crescimento, maturidade, decadência e
queda, isto é, infância, adolescência, maturidade e velhice (metáfora
entre sociedade e vida do homem)
- Conceitos: revolução, decadência e progresso
Montesquieu (1689-1755)

De l’Espirit des Lois, Genebra, 1748


As leis humanas são invariáveis e variáveis – como poderá o Homem geri-las?
Giambattista Vico (1668-1744)

Principi di una scienza nuova d’intorno alla natura della nazioni,


Nápoles, 1725
As três idades da sociedade:
Idade dos Deuses
Idade dos Heróis
Idade dos Homens
Voltaire (1694-1778)
“Histoire” in Encyclopédie, ou Dictionnaire raisonné des sciences, des
arts et des métiers, 1772

Observações sobre a História, 1742


“história nova”

Novas considerações sobre a História, 1744

Ensaio sobre os costumes, 1756


Condorcet (1743-1794)

Esquisse d’un tableau historique de progrès de l’espirit humain, 1793


Progresso
David Hume (1711-1776)

History of England from the invasion of J. Caesar to the revolution of 1688,


Edimburgo/Londres, 1754-1757
Ética, Moral
William Robertson (1721-1793)

History of Scotland, 1759


História nacional

History of Charles V, 1755


História civil

History of America, 1777


Comparação, progresso
Adam Ferguson (1723-1816)

Essay on the History of Civil Society, 1767


História civil

An History of the progress and termination of the Roman Empire,


Edimburgo, 1783
Progresso
Edward Gibbon (1737-1794)
History of the decline and the fall of the Roman Empire, Londres, 1776,
1788.
Decadência
Empirismo no tratamento e interpretação das fontes
Imitação de Tácito
“Após a onda de imigração, que inundou tudo no seu caminho, desde os confins
da China até à Alemanha, as tribos mais poderosas e populosas alcançaram as
fronteiras das províncias romanas. (…) Atila, filho de Munduzuk, dizia ser de
descendência nobre, quase régia, ao descender dos antigos hunos que haviam
lutado contra os monarcas da China. Segundo um historiador godo, as suas
feições denunciavam a sua origem nacional; o retrato de Atila mostrava todas as
feições de um calmuco [mongol] moderno: cabeça grande, moreno, olhos
pequenos e profundos, nariz chato, alguns pêlos em lugar de barba, costas largas
e corpo pequeno e quadrado que destilava uma nervosa energia, apesar da sua
falta de proporcionalidade. O passo arrogante e a forma de actuar de rei dos
hunos reflectia a sua consciência de superioridade. Tinha o costume de girar os
olhos com firmeza, como se quisesse desfrutar do terror que inspirava. (…) A
guerra encantava-o, mas depois de ascender ao trono, já em plena maturidade,
conquistou o norte mais com a cabeça do que com as mãos (…)”,
History of the decline and the fall of the Roman Empire, capítulo 34
Immanuel Kant (1724-1804)

Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita,


1784
Determinismo da natureza sobre o homem
Realização humana e o colectivo
A sociedade e o caminho para uma sociedade ideal
Bibliografia essencial:

Ernst Breisach, Historiography. Ancient, Medieval and Modern, 2ª ed, Chicago e


Londres, The University of Chicago Press, 1994, pp. 199-214.

Charles-Olivier Carbonell, Historiografia, Lisboa, Teorema, 1987 (ed. original, 1981),


max. pp. 93-114.

B. A. Haddock, Uma introdução ao pensamento histórico, Lisboa, Gradiva, 1989 (ed.


original, 1980), pp. 105-126.

Você também pode gostar