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HUMANISMO

Profa. Me. Sayara Saraiva


ORIGEM
 O Humanismo é um movimento literário de transição
entre o Trovadorismo e o Classicismo que marcou o
fim da Idade Média e início da Idade Moderna na
Europa.
 Com foco na valorização do homem, ele se destacou
com as produções em prosa (crônicas históricas e o
teatro) e poética (poesia palaciana) durantes os
séculos XV e XVI.
ORIGEM

 Nova maneira de representar a importância do ser


humano;
 A vida na cidade é retomada e o comércio se
intensifica, provocando maior interação entre
pessoas de diferentes segmentos da sociedade;
 Início na Itália, no século XV.
ORIGEM

 Teocentrismo (Deus no centro de tudo) x


Antropocentrismo (Homem no centro de interesses);
 Humanismo = valorizar o ser humano e a condição
humana acima de tudo. Está relacionado com
generosidade, compaixão e preocupação em
valorizar os atributos e realizações humanas.
O SURGIMENTO DA BURGUESIA

 Na Itália do séc. XIII, as cidades-Estado que se


desenvolveram no norte do país tornaram-se
prósperos centros comerciais e bancários;
 A riqueza passou a ser associada ao capital obtido
pelo comércio e não mais à terra, como ocorria na
sociedade feudal;
 Muitos camponeses, atraídos pelas promessas de
prosperidade, transferiram-se para os burgos (pág.
68), onde começaram a trabalhar como pequenos
mercadores. Surgia, assim, a burguesia.
A CULTURA
 Enriquecida com as atividades comerciais, a
burguesia necessita de uma formação cultural mais
sólida, que a ajude a administrar a riqueza
acumulada;
 O burguês passa a investir em cultura, algo que era
feito somente pela Igreja e pelos grandes soberanos;
 Leigos começam a agir na produção e circulação da
cultura.
 A busca por formação leva à redescoberta de textos
e autores da Antiguidade clássica, considerada uma
fonte de saber a respeito do ser humano.
CONTEXTUALIZAÇÃO

 Crise do sistema feudal – trabalhador rural começa a


trabalhar para si, surgindo a economia mercantilista;
 Revolução comercial – acúmulo de riquezas por meio
do lucro; ascensão da burguesia, desenvolvimento de
cidades;
 Grandes navegações – expansão dos domínios das
nações;
 Descentralização do conhecimento das mãos das
elites burguesas, facilitando o acesso às obras
clássicas, como a Bíblia.
HUMANISMO: UM NOVO OLHAR PARA O
MUNDO

 Surgiu na Itália, no final da Idade Média (séc. XIV);

 O foco dos humanistas era o ser humano, o que os


afastava do teocentrismo medieval (Trovadorismo);
PROJETO LITERÁRIO DO HUMANISMO

 Transição entre o mundo medieval e o moderno;


 O velho e o novo convivem, provocando tensão;
 Marcado pelo abandono da subordinação absoluta à
Igreja Católica e pelo resgate dos valores clássicos
(estudo das obras greco-latinas);
 Ganha força um olhar mais racional do mundo, que
procura na ciência uma explicação para fenômenos
até então atribuídos a Deus.
PROJETO LITERÁRIO DO HUMANISMO

 Procura o melhor nos seres humanos sem se servir da


religião, oferecendo novas formas de reflexão sobre
as artes, as ciências e a política;

 Resultou em um afastamento dos dogmas e ditames


da igreja e proporcionou grandes progressos em
ramos como a física, matemática, engenharia e
medicina.
AGENTES DO DISCURSO

 Contexto de produção: as cortes e os palácios;


 Função: diversão e prazer da aristocracia;
 1450: criação da prensa (impressão) – produção de
livros na Europa, a cultura oral começa a perder
espaço para a cultura escrita;
PÚBLICO

 O público do Humanismo é essencialmente o mesmo


do Trovadorismo: os nobres;
 Aos poucos, o perfil desse público começa a mudar;
 Um maior número de pessoas passa a ter acesso à
produção literária, antes restrito à corte;
 Essa mudança ainda é lenta.
LINGUAGEM: METONÍMIAS

 Adoção de sonetos;
 Estrutura fixa, o novo olhar indagador, analítico, que
procura explicar racionalmente os sentimentos
humanos;
 Seleção de imagens trabalhadas em poemas;
 Parte do corpo humano – geralmente olhos e coração
– são mencionados para ilustrar os efeitos do amor.
 Poema Cantiga (pág. 69).
 Metonímia: uma palavra no lugar de outra (parte pelo
todo)
CARACTERÍSTICAS

 Cientificismo;
 Racionalidade;
 Retomada do modelo clássico das culturas da
Antiguidade;
 Busca da beleza e da perfeição;
 Valorização do corpo humano e das emoções.
HUMANISMO EM PORTUGAL

 1350 A 1450: Portugal vive o apogeu da crônica


historiográfica e da prosa doutrinária, tipo de manual
escrito por reis e nobres que apresentava normas e
modelos de comportamento para os fidalgos da
corte;
 Séc. XV: ressurgimento da poesia (reflexiva).
AUTORES (Portugal)

 Gil Vicente (Teatro)


 Fernão Lopes (cronista)
POESIA

 Composições coletivas;
 Tema do amor menos idealizado;
 O acompanhamento musical deixou de ser
necessário para garantir o ritmo, porque a própria
linguagem passou a desempenhar essa função.
CLASSIFICAÇÕES

 TROVA: duas ou mais quadras de versos de sete


sílabas e rimas ABAB;

 VILANCETE: um mote (motivo de 2 ou 3 versos)


seguidos de voltas ou glosas (estrofes em que o mote
é desenvolvido) de sete versos;
CLASSIFICAÇÕES

 CANTIGA: um mote de 4 ou 5 versos e de uma glosa


de 8 ou 10 versos, com repetição total ou parcial do
mote no fim da glosa;

 ESPARSA: uma única estrofe de 8, 9 ou 10 versos de


seis sílabas métricas.
TEATRO: GIL VICENTE (Portugal)

 Na Idade média, as peças de teatro eram todas de


caráter religioso e costumavam ser apresentadas nas
igrejas e mosteiros;
 Abre-se espaço nos pátios reais;
 Gil Vicente.
TEATRO, CRÍTICA E HUMOR

 As peças de Gil Vicente têm caráter moralizante,


procuram tematizar os comportamentos condenáveis
e enaltecer as virtudes;
 A religião católica é tomada como referência para a
identificação das virtudes e dos erros humanos;
 Embora critique comportamentos mundanos de
membros da Igreja, as críticas são sempre voltadas
aos indíviduos.
 O autor coloca no centro das cenas erros de ricos e
pobres, nobres e plebeus;

 Uso de alegorias – representações, por meio de


personagens ou objetos, de ideias abstratas,
geralmente relacionadas a vícios e virtudes
humanas.
CLASSIFICAÇÕES

 AUTOS PASTORIS (ÉCLOGAS): caráter religioso ou


profanos.
 AUTOS DE MORALIDADE: questionava o
comportamento sob valores morais.
 FARSAS: caráter crítico, desenvolvia-se em torno de
problemas da sociedade.
VAMOS ANALISAR
LITERATURA E ARTE
Renascimento

 A criação de Adão –
Michelangelo
 Burguesia (Capitalismo) x Individualismo

 Poder x moralidade
O príncipe – Nicolau Maquiavel

 Itália;
 Publicação: 1532;
 Dedicado a Lourenço de Médici;
 É reconhecido como um dos criadores do pensamento
moderno, pelo fato de pensar o Estado e o governo
como realmente são e não como gostaria que fosse;
 Moral tradicional relacionada aos indivíduos X Lógica
que rege os governos, a razão do Estado;
 Uma série de conselhos e recomendações para que o
príncipe pudesse governar da forma mais eficiente
possível.
Divisão da obra:
 Sugeriu as condições necessárias para que um soberano
absoluto fosse capaz de conquistar, reinar e,
principalmente, manter seu poder.
 Parte I – exibe os tipos de principado existentes e aponta
as distinções de cada um deles. Na sequência, explica
como os Estados se decompõem em Repúblicas e
Principados hereditários e adquiridos, bem como de
senhorios eclesiásticos.
 Parte II – o autor explica alicerces do poder analisando
as leis e as armas. e de que forma os governos devem
organizar o poder.
 Parte III – debate as normas de conduta que um Príncipe
deve abraçar para reconstruir a Itália.
 Acreditava que a boa administração do soberano
dependia de uma articulação política rígida e de
muita sabedoria, ligadas às características pessoais,
como a ousadia, a sagacidade, a perspicácia e o
carisma. O pensador florentino sustentava a ideia de
que o bom exercício da vida política dependia da
felicidade do homem e da sociedade, pois nenhum
príncipe, mesmo o mais sábio, podia ser tão sábio
quanto o povo.
Um príncipe deve ser temido ou amado?
Virtú
 É a qualidade do governante, que não deve ser
confundida com a virtude do cidadão. Diferentemente do
cidadão que age em interesse próprio, o príncipe deve ter
como objetivo a harmonia e a paz em seu reinado.

 Assim, a virtù é a capacidade do governante de controlar


e superar as dificuldades impostas a seu governo, criando
estratégias para manter sua estabilidade. Ora sendo
piedoso e bom com os seus cidadãos, ora severo e forte
contra seus inimigos e opositores. A pura bondade pode
ser uma falha do governo e não uma qualidade.
Fortuna

 Se relaciona com a ideia de acaso e sorte. O


governante deve estar sempre atento à “roda da
fortuna”. Ora em cima e favorável ao governante, ora
embaixo criando surpresas, obstáculos e desafios para
o seu governo.
 Cabe ao príncipe desenvolver sua virtù e criar
estratégias para estar sempre preparado para o
acaso, revertendo a fortuna sempre a seu favor,
criando oportunidades mesmo nas crises.
Os fins justificam os meios?

 Para Maquiavel, o objetivo deveria ser alcançado de


qualquer forma, sem se importar com os outros e os
efeitos das decisões;

 Os governos são suscetíveis à participação cívica dos


indivíduos.
PENSAMENTO MAQUIAVÉLICO
 é muito mais seguro ser temido do que amado... pois, dos
homens, em geral, pode-se dizer o seguinte:

“eles são ingratos, volúvei


0s, simuladores, dissimuladores e são ávidos pelo lucro.
Enquanto você fizer o bem para eles, são todos seus,
oferecem seu próprio sangue, suas posses, suas vidas, seus
filhos. Isso tudo quando você não tem necessidade. Mas
quando você precisa, eles viram as costas”.

 Em resumo, o pensador argumentou nessa passagem que o


príncipe que esperasse a gratidão por parte de seu povo
seria derrotado.
SÍNTESE
 Análise histórica do comportamento humano em suas
relações sociais e políticas;
 O ser humano é guiado por interesses, de modo que
suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
 A manutenção da ordem social se dá pela conveniência
entre o poder tirânico e a moral do príncipe;
 Na reflexão política de Maquiavel, o fim que deve
orientar as ações de um Príncipe é a ordem e a
manutenção do poder.

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