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Orientacao_C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 08/04/16 10:06 Página I

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Autores:
Ana Maria de Fátima Santos Marino
Maria Teresa Vianna Van Acker
Ricardo Vianna Van Acker
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Caderno do Professor
Unidade 3 – A cidade antiga e o poder
No módulo 4 da unidade anterior, apresentamos as cidades antigas. Nesta unidade, abordaremos com
mais profundidade os aspectos sociais, políticos e culturais que nelas se desenvolveram, associados às
atividades econômicas e à divisão social do trabalho.
Conhecemos, na Antiguidade, duas formas básicas de poder político associadas ao governo das cidades:
as cidades governadas por um grupo de pessoas (os melhores/aristocracia; os mais ricos/oligarquia; e os
cidadãos/democracia), cujos melhores exemplos são encontrados na Grécia Antiga; e, convivendo com esse
primeiro modelo, cidades e reinos governados por uma família cujo poder se legitimava na crença de seu
vínculo com os deuses (são as teocracias).
Nosso objetivo é que o aluno distinga cada uma dessas formas e perceba a possibilidade de existência
de formas de organização política e de crenças diferentes na mesma época, em locais distintos. Mantivemos
a abordagem cronológica e linear de cada um dos módulos, o que facilita a compreensão dos alunos; porém,
desvinculamo-nos da linearidade que embasa a noção de progresso ao mostrar que as transformações na
história estão relacionadas a processos sociais e culturais e que não são fruto de uma evolução das
sociedades na direção de fases melhores ou mais adiantadas.

Módulo 5 – As cidades-Estado na Grécia Antiga


O objetivo de iniciar a unidade com este módulo, que apresenta a cultura grega, é introduzir o contraste
destas cidades-Estado com as cidades antigas do Oriente Médio, especialmente Egito e Mesopotâmia,
exploradas no módulo 4 da unidade 2. Salientamos as diferenças, em relação às condições geográficas –
solo montanhoso e de extenso litoral – e em relação à base econômica comercial, relacionadas a um modo
singular de organização social e política da cidade-Estado na Antiguidade, com base em conselhos e
assembleias, que deram origem à primeira forma de democracia.
O módulo é explorado em uma sequência didática desenvolvida em três etapas.

Objetivos específicos de cada etapa


Exploração de seus conhecimentos sobre a herança que recebemos dos gregos antigos
A finalidade dessa etapa é verificar os conhecimentos dos alunos acerca da presença da cultura grega
antiga até os dias de hoje e das habilidades com a leitura de mapas. A partir dessa verificação, o professor
terá elementos para fomentar um diálogo com a classe em relação à cultura grega, que será explorada nas
duas etapas seguintes, e para se organizar para o trabalho com os mapas históricos.

Investigação e descoberta sobre a formação e a transformação da sociedade grega antiga


Essa etapa do módulo se destina a apresentar as diferentes fases pelas quais passou a sociedade grega
na Antiguidade, até a consolidação das cidades-Estado. Até então, apresentamos as características marcantes
do Paleolítico, o Neolítico, o Egito e a Mesopotâmia. Nesse módulo, apresentaremos aos alunos o processo
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histórico da cultura grega antiga, cujas características marcantes foram o resultado de um processo de
transformações que envolveram migrações, conflitos, dominação de um povo por outro, crenças e
desenvolvimento comercial e tecnológico. Para isso, os alunos explorarão textos, mapas e imagens a partir
de roteiros guiados, de comparações orientadas, de produções coletivas mediadas pelo professor e da
elaboração de uma cronologia das transformações estudadas.
Ao final dessa etapa, o aluno estará pronto para iniciar uma produção Criando com a História e para
explorar a terceira etapa do módulo.

Ampliação de seus conhecimentos sobre as cidades da Grécia Antiga


Essa etapa tem o objetivo de ampliar os conhecimentos já obtidos sobre a forma como as cidades-Estado
gregas se organizaram, com a ampliação do comércio e de sua população, visando a organização política
vinculada às assembleias. O professor fará mais uso de aulas expositivas e orientará os alunos para realizarem
sozinhos as Tarefanet indicadas.

Módulo 6 – Cidades e Reinos Teocráticos


Nesse módulo, apresentamos outra forma de organização política de cidades-Estado que surgiram na
Antiguidade – as teocracias – anteriormente ao desenvolvimento da Grécia e que continuaram a existir ao
mesmo tempo em que as cidades-Estado gregas floresciam. Abordamos esse modelo no Oriente Médio,
mostrando a relação entre os governantes e os deuses a partir de exemplos como o Código de Hamurabi e
as pirâmides do Egito. Procuramos também mostrar que a teocracia surgiu em vários locais, sem ter uma
única origem; para isso, concentramo-nos nas civilizações do Oriente Médio e nas primeiras civilizações da
América, pois não houve migrações entre as primeiras civilizações do Oriente Médio e a América, apesar das
semelhanças. Entre os povos americanos, detivemo-nos nos olmecas e nos primeiros maias, aqueles que
foram contemporâneos dos gregos.
O módulo é explorado em uma sequência didática desenvolvida em três etapas.

Objetivos específicos de cada etapa


Exploração de seus conhecimentos sobre o Egito, a Mesopotâmia e as primeiras cidades
da América
Nessa primeira etapa da sequência didática do módulo 6, o aluno vai se recordar do que aprendeu sobre
as cidades antigas do Egito e da Mesopotâmia e vai explorar um mapa das antigas civilizações americanas.
O objetivo dessa etapa é situar o aluno em relação aos povos que serão estudados no módulo 6.

Investigação e descoberta sobre o poder dos governantes e os deuses


Nessa etapa do módulo 6, os alunos entrarão em contato com dois exemplos de poder teocrático no
Oriente Médio: o Código de Hamurabi; e as pirâmides do Egito. E explorarão imagens, o Código de Hamurabi
e texto de divulgação científica. As primeiras cidades da América e seu poder teocrático serão apresentados
a partir de textos de divulgação científica, mapas e imagens de grandes esculturas e de figuras cerimoniais.

Ampliação de seus conhecimentos: olmecas e maias


Nessa última etapa do módulo 6, os alunos serão apresentados a uma cronologia para situar a
contemporaneidade entre a cultura olmeca e o que aprenderam sobre gregos, egípcios e mesopotâmios.
Será também uma oportunidade para reverem a importância da agricultura e do controle das águas nessas
civilizações.

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Orientações didáticas
As orientações didáticas a seguir são observações que explicitam a indicação dos objetivos de certas
atividades e abordagens, com a finalidade de auxiliar a compreensão do professores. Lembramos que os dois
módulos trazem propostas de atividades em sala e atividades de casa. As atividades em sala têm a finalidade
de produzir algumas dinâmicas diferenciadas. São elas: as produções coletivas, elaboradas e redigidas pela
classe (professor em conjunto com os alunos), tomando o lugar da mera exposição e/ou resumo do professor
na lousa; as atividades em grupo; e a correção das tarefas de casa na aula imediatamente posterior, como
parte importante do diálogo entre o professor, o aluno e o conteúdo. Os alunos têm, nesse bimestre, uma
produção de criação que se refere a um trabalho bimestral (p. 17). Como exercícios de fixação, os alunos têm
à sua disposição, no final do caderno, as Tarefanet, que podem realizar a qualquer momento e cuja correção
está à disposição no portal.

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 1 – Ao investigar o conhecimento prévio dos alunos, o professor deve estimular que falem sobre as 5
palavras indicadas. O professor pode dividir a lousa em 5 colunas e ir anotando os significados mencionados
pelos alunos. Deve estipular 5 minutos para essa atividade, pois o propósito é apenas levantar o conhecimento
já sedimentado por eles.
No momento seguinte, da produção coletiva e da organização das informações, deve, com a colaboração
dos alunos, sintetizar o significados que apareceram para preencher a tabela da página 3. Nessa etapa, o
tempo de 10 minutos deve ser suficiente, pois o propósito é que os alunos ouçam uns aos outros, e não que
repitam as mesmas ideias. É interessante também saber se todas as palavras eram igualmente conhecidas.
A produção coletiva deve ser avaliada por todos, no final, segundo os critérios: foco, atenção, colaboração,
texto final. O tempo para a realização desta última parte pode ser de 2 a 5 minutos.

Página 3
 2 – Ao término da troca de informações sobre as palavras propostas, podem ter surgido outros
conhecimentos que os alunos quiseram compartilhar. Os professor e a classe vão considerar se é importante
registrar isso e deixar em uma cartolina ou simplesmente mencionar. O objetivo desse exercício é verificar a
ampliação desse conhecimento após o estudo desse módulo e, para isso, é importante que o professor
mantenha essas informações em seus registros pessoais.

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 3 – Um dos objetivos do módulo é apontar diferentes bases econômicas e de organização política e social
ao longo dos períodos da história da Grécia Antiga. A produção coletiva da página 7 não pretende esgotar o
tema, que será trabalhado ao longo do módulo. Aqui é importante que o professor verifique o que os alunos
responderam na TAREFA 19 e também aproveite para recordar o que aprenderam sobre o Egito. Sugere-se
a utilização de 10 minutos para essa tarefa.

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 4 – A produção coletiva foi proposta nesse espaço tendo em vista ser um recurso interessante para o
professor seguir a leitura do mapa com os alunos e produzir em conjunto anotações importantes para a leitura
do texto sobre os aqueus e a civilização micênica. Caso a classe já tenha muita familiaridade em ler e extrair
informações dos mapas, essa atividade pode ser realizada individualmente ou em grupo, a critério do
professor.

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 5 – A atividade de anotações deve ser uma tarefa de casa, para que o aluno retome sozinho a leitura do
texto das páginas 8 e 9 e tente responder antes da síntese a ser apresentada pelo professor na aula seguinte.

Página 11
 6 – Essa atividade de produção coletiva tem a função de mostrar como cada texto explicativo contém uma
parcela da informação necessária para a elaboração do narrativa histórica, que depende de diferentes fontes
de informação. Ao mesmo tempo, permite que o aluno retome o texto lido.

Página 11
 7 – O objetivo da introdução dos trechos da Ilíada é apresentar um texto da literatura clássica aos alunos.
Sugerimos que o professor leia com eles, com entonação, para tornar o texto mais interessante e também
para resgatar a sua oralidade original.

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 8 – O objetivo dessa tarefa de casa é que o aluno retome o conteúdo da atividade da página 11 e amplie
seu conhecimento, relacionando-o com o texto da Ilíada lido em sala e comentado pelos professor, e que
depois faça uma pequena pesquisa sobre os deuses.

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 9 – A partir da tarefa de casa, que inclui uma pequena pesquisa sobre o poder de alguns deuses, o professor
orientará alguma forma de representação coletiva sobre o tema. Pode ser um painel, com a pesquisa dos
alunos, ou uma dramatização-relâmpago.

Página 13
 10 – Ver atividade complementar na página VIII. O objetivo dessa tarefa de leitura, seguida por anotações
a partir de um roteiro, é conduzir a organização das informações do aluno sobre o oikos – a propriedade da
terra – e a comunidade que o habita (genos). O aluno fará a leitura em casa para desenvolver sua autonomia;
na aula, o professor vai partir do que foi realizado pelos alunos e, durante a correção, apontar o que ficou
faltando. Será o momento de investigar como os alunos leem e se deixam de dar importância aos agentes
sociais envolvidos ou os diferenciam.

Página 13
 11 – Nessa produção coletiva da linha do tempo, os alunos poderão aplicar o modelo que já viram no
módulo 4 e o farão coletivamente, segundo as orientações da página 17. O papel do professor é muito
importante como mediador dessa atividade, e ele não deve deixá-la se estender por muito tempo. Sugerimos
de 10 a 25 minutos. Para facilitar, pode-se pedir que as informações já sejam trazidas de casa, para serem
partilhadas. Trata-se de uma retomada do conteúdo que introduz o módulo seguinte e, se possível, é
recomendável que a linha do tempo fique disponível para os alunos a observarem por alguns dias. Alguns
suportes são mais adequados do que outros, dependendo das condições concretas de cada escola e de cada
sala de aula. O uso de lousa, papel kraft ou cartolina pode resultar em trabalhos bastante interessantes. Se
for usada a lousa, os alunos podem fotografá-la e depois imprimir as fotos. Lembramos que o uso da lousa
pode ser mais eficiente se houver menos tempo disponível.

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 12 – Criando com a história – Você é um divulgador de conhecimentos sobre a Grécia Antiga
A atividade Criando com a história desta unidade, como todas as outras, deve ter um aspecto lúdico, de
participação e comunicação entre os alunos da classe e, se possível, da comunidade escolar. Trata-se de um

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momento em que o trabalho escolar pode ter um significado para além da relação de um aluno e da classe
com seu professor, em troca apenas da nota. Por isso, é bom que o trabalho seja pensado para ser
compartilhado com outras classes, com as famílias também, se possível. Para isso, o professor deve levar em
conta o espaço da escola e os interesses dos demais educadores, fazendo-se a pergunta: há espaço e
interesse para compartilhamento em corredores, salões ou salas? Se a resposta for sim, mãos à obra!
Do contrário, o professor pode criar oportunidades de troca da produção entre os diferentes grupos de uma
classe, ou de mais classes nas quais ministre a disciplina. Após analisar as possibilidades reais da escola, é
hora de pensar o que é possível produzir. Muitas são as possibilidades, a partir do conteúdo do caderno de
atividades e ampliando-o, dentre as quais destacamos:
a) jogos que explorem temas como a mitologia, os períodos da história da Grécia e o funcionamento da
democracia ateniense podem ser muito bons. Sua avaliação deve ser realizada durante uma sessão de
jogo. Essa é uma atividade que permite que os jogos sejam experimentados pelos colegas e até avaliados
nos quesitos regras claras e objetivas, apresentação e utilização pertinente dos conteúdos;
b) dramatizações também podem ser uma solução, se houver tempo para sua apresentação;
c) elaboração de um livro por um trio ou um quarteto, em que os alunos expliquem algum aspecto da história
da Grécia para alunos mais novos do que eles. Esse trabalho pode ser apresentado a outra classe;
d) elaboração de apresentações em PowerPoint, por meio das quais os alunos podem se valer de recursos
tecnológicos e apresentar o que mais lhes interessou sobre o conteúdo estudado, justificando seu
interesse em uma introdução.

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 13 – Essa atividade de produção coletiva tem a finalidade de apresentar elementos da cultura grega clássica,
como o teatro, de forma acessível ao aluno do 6.° ano, por meio da comédia. Para que todos possam ter mais
prazer na leitura dramática do texto, o professor pode pedir que os alunos leiam em casa e que, na classe,
façam uma leitura como se fosse um ensaio de teatro. O trecho escolhido se presta a demonstrar a
preocupação de um pai ateniense com questões relativas à educação de seu filho e à ética e também a
exemplificar que o teatro grego era uma atividade cultural, artística e de reflexão política e social. Com esse
intuito, orientamos a condução do professor para a elaboração de texto coletivo em classe.

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 14 – Essa atividade é dedicada ao levantamento dos conhecimentos prévios do aluno pelo professor. A
primeira das atividades retoma um conteúdo estudado no módulo 4 e diz respeito a anotações individuais, a
partir das quais o professor poderá saber o que os alunos retiveram sobre o assunto.

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 15 – A segunda atividade é uma produção coletiva para que o professor possa analisar as habilidades dos
alunos com a leitura de mapas e, ao mesmo tempo, ir introduzindo algumas informações sobre a América.

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Tarefas Complementares
Apresentamos a seguir a tarefa complementar para que o professor utilize quando julgar necessário.
Ela está acessível no portal Objetivo (www.objetivo.br), na seção para educadores em “Material
Complementar”.

Tarefa 1

Leia o texto abaixo e depois responda às questões.

A transformação social e econômica

A nova sociedade constituía-se de pequenas comunidades, de origem micênica, denominadas oikos (termo grego para
designar casa), que compreendiam um senhor, seus familiares, seus escravos, pessoas comuns que de alguma forma
trabalhavam para ele, seus aliados, parentes e hóspedes. Esse agrupamento social é denominado genos e se assemelha à
família extensiva e patriarcal.
Todos viviam em função do oikos. Os produtos fabricados ou colhidos para o consumo eram armazenados e depois
distribuídos pelo chefe (senhor), de acordo com as necessidades. Os artesãos eram chamados demiurgos, o que em grego
significa “aquele que exerce um trabalho público”. Diferentemente do que acontece em nossa sociedade, o domínio técnico
de cada uma dessas atividades possuía um caráter religioso. O conhecimento provinha de um iniciação, relacionada com
alguma divindade (...) e a execução de um ofício incluía uma série de rituais, que conferiam poderes aos objetos fabricados,
ou seja, apenas um ferreiro iniciado poderia forjar armas realmente eficazes.
Os demiurgos eram principalmente carpinteiros, ferreiros, adivinhos, aedos (poetas trovadores), médicos, ceramistas,
tocadores de flauta, acrobatas.
Os produtos artesanais não eram comercializados; os demiurgos retiravam seu sustento das terras que lhes eram doadas
e que eram cultivadas por trabalhadores comuns. Eventualmente também recebiam presentes, forma muito comum de
retribuir favores, selar relações entre pessoas e estabelecer contratos. Entre reis ou chefes, os presentes eram considerados
tesouros. Costumeiramente, eram objetos feitos em metal – bronze, ferro e ouro – e cavalos raros e úteis.
O comércio era escasso e se resumia a adquirir objetos não produzidos pela comunidade. Não havia uma moeda, e as
trocas realizadas não continham em si a ideia de lucro, tão comum às sociedades que viviam do comércio. O ganho sobre
outra pessoa só era permitido na guerra, quando se praticava o saque. As regras de repartição do botim (o produto do saque)
seguiam o princípio da igualdade, e os guerreiros sorteavam partes iguais para cada um, embora privilegiassem o rei, que
chefiava a expedição. Este recebia duas partes, podendo escolhê-las previamente.
O oikos era, então, uma propriedade comum a um genos. Além disso, seus membros tinham mútuo direito de herança,
obrigação de prestar socorro, defender e apoiar contra a violência, direito e dever de casar-se dentro do genos com órfãs e
herdeiras, um local comum para enterrar os mortos, um deus comum para o qual se realizavam cerimônias.
Essa sociedade foi se transformando, à medida que a população crescia e a produção das comunidades se tornava
insuficiente. As trocas comerciais intensificaram-se, as antigas unidades autossuficientes (oikos) deram lugar, no século VIII
a.C., às cidades, ou pólis.

(Teresa Van Acker. Grécia: a vida cotidiana na cidade-Estado. 8.ª ed. São Paulo: Atual, 2011, p. 6 e 7. Adaptado.)

1. Indique quais são, segundo o texto, as características importantes das comunidades


denominadas oikos:

a) O que era o oikos e quem vivia nele?


Oikos significa casa, em grego, e correspondia a um domínio, ou seja, uma terra habitada por uma comunidade (o genos). Essa comunidade
era composta por um senhor, seus familiares, seus escravos, pessoas comuns que trabalhavam para ele, seus aliados, seus parentes e
hóspedes. A propriedade da terra era de todos, todos tinham obrigação de prestar socorro.

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b) Qual era a importância da agricultura?


A agricultura era a base do sustento da população; todos os produtos ali cultivados eram para o consumo da comunidade e distribuídos
pelo chefe.

c) Quem eram os artesãos?


Os artesãos eram chamados demiurgos, ou seja, aquele que exerce um trabalho público. Sua produção também se destinava ao consumo
e era distribuída pelo chefe da comunidade.

d) Como era o comércio?


O comércio era muito pequeno, escasso. Resumia-se a trocas de produtos para adquirir o que precisavam, mas não possuíam. Não utilizavam
moedas e não trocavam produtos tendo em vista o lucro. Os produtos artesanais não eram comercializados. Os demiurgos eram sustentados
pelos agricultores, que eram homens comuns.

e) Qual era a função da guerra?


Além de defender o domínio, ou oikos, e a comunidade, a guerra possibilitava saquear e ganhar alguma riqueza às custas de outras pessoas.
Os guerreiros podiam saquear o inimigo, depois distribuíam o botim (produtos do saque) entre todos igualmente, privilegiando o chefe, que
ficava com o dobro do que os demais recebiam.

2. Qual a diferença entre essas comunidades e as cidades micênicas?


A diferença é que nessas comunidades o comércio não era importante. Ao contrário do que ocorria nas cidades micênicas.

Referências Bibliográficas
ARISTÓFANES. Pluto ou um deus chamado dinheiro. Texto integral, adaptado para jovens por Anna Flora.
São Paulo: 34, 2007.
BERCITO, Sonia e MARINO, Ana Maria. Objetivo Júnior. Ensino Fundamental, 6.o ano, 3.o bimestre. São
Paulo: Sol, 2011.
CLARE, John D. Eu estive lá, pirâmides do Antigo Egito. São Paulo: Manole, 1994.
DIACOV, V. e COVALEV, S. História da Antiguidade: Grécia, 2.o volume. São Paulo: Fulgor, 1965.
GUARINELLO, Norberto. A cidade na Antiguidade Clássica. São Paulo: Atual, 2006.
HAMMOND. Past Worlds: The Times Atlas of Archaelogy. 1988.
História em Revista 1500-600 a.C.: marés bárbaras. Rio de Janeiro: Abril Livros / Time Life Livros, 1991.
História em Revista 200-600: impérios sitiados. Rio de Janeiro: Abril Livros / Time Life Livros, 1991.
HOMERO. Ilíada. Lisboa: Publicações Europa-América, s/d.
MUSSET, Alain e MARTIN, Annie-Claude. A América pré-colombiana, os maias e os astecas. São Paulo:
Augustus, 1994.
PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 1988.
VAN ACKER, Maria Teresa Vianna. Grécia: a vida cotidiana na cidade-Estado. 8.a ed. São Paulo: Atual, 2011.

Site consultado:
– <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm>. Acesso em: 29 mai. 2015.

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Número de aulas sugeridas


História – 6.o ano – 3.o Bimestre

Caderno Módulo Semana Aulas Programa

Exploração de seus conhecimentos sobre a herança que recebemos dos gregos


33
antigos
1
Investigação e descoberta sobre a formação e a transformação da sociedade
34
grega antiga

Investigação e descoberta sobre a formação e a transformação da sociedade


35
grega antiga
2
Investigação e descoberta sobre a formação e a transformação da sociedade
5 36
grega antiga

Investigação e descoberta sobre a formação e a transformação da sociedade


37
grega antiga
3
38 Ampliação de seus conhecimentos sobre as cidades da Grécia Antiga
3
39 Ampliação de seus conhecimentos sobre as cidades da Grécia Antiga
4
40 Ampliação de seus conhecimentos sobre as cidades da Grécia Antiga

41 Ampliação de seus conhecimentos sobre as cidades da Grécia Antiga


5
Exploração de seus conhecimentos sobre as cidades antigas no Oriente Médio e
42
na América

43 Investigação e descoberta sobre o poder de governantes e os deuses


6
6
44 Investigação e descoberta sobre o poder de governantes e os deuses

45 Ampliação de seus conhecimentos: os olmecas e os maias


7
46 Ampliação de seus conhecimentos: os olmecas e os maias

X
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Anotações

XI
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Sumário

Unidade 3 – A cidade antiga e o poder


Módulo 5 – As Cidades-Estado na Grécia Antiga......................................... 3
5.1. Exploração de seus conhecimentos sobre a herança que
recebemos dos gregos antigos ......................................................... 3
5.2. Investigação e descoberta sobre a formação e a transformação
da sociedade grega antiga ................................................................ 5
5.3. Ampliação de seus conhecimentos sobre as
cidades da Grécia Antiga ................................................................. 16
Módulo 6 – Cidades e Reinos Teocráticos .................................................... 25
6.1. Exploração de seus conhecimentos sobre as cidades antigas no
Oriente Médio e na América ............................................................ 25
6.2. Investigação e descoberta sobre o poder de
governantes e os deuses .................................................................. 27
6.3. Ampliação de seus conhecimentos: os olmecas e maias ................... 34
Tarefas ..................................................................................................... 38
Sua criação com a história ............................................................................ 44

Autores:
Ana Maria de Fátima Santos Marino
Maria Teresa Vianna Van Acker
Ricardo Vianna Van Acker
C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 08/04/16 10:04 Página 3

A 33 DATA: _____/_____/_____
Módulo

5 As Cidades-Estado na Grécia Antiga

A cultura grega que floresceu na península Balcânica, na Idade Antiga, há muitos séculos, tem sido
considerada uma das bases culturais dos povos europeus. Sua importância está relacionada ao
pensamento, à organização social e política das cidades-Estado da região. Estas se diferenciaram bastante
daquelas que já estudamos na unidade 2, quando tratamos dos reinos do Egito e da Mesopotâmia.

5.1. Exploração de seus conhecimentos sobre a herança que recebemos dos gregos
antigos

Há muitas formas de entrarmos em contato com a herança cultural que os gregos antigos nos
deixaram. Uma delas é percebermos que há vários aspectos da cultura desenvolvida por eles ainda
presentes em diálogos que fazem parte das nossas vidas.
Vamos conferir se você usa, já usou ou ouviu alguma dessas palavras e se conhece seu significado:
Olimpíadas, Democracia, Zeus, Afrodite, Minotauro.
Qual dessas palavras você já conhece? Qual significado você dá a elas?
 1 – Vide orientações didáticas (página V).
1. Agora é hora de compartilhar o que cada um já sabe. Para isso, em conjunto, a classe
vai preencher a lista abaixo com o significado de cada uma dessas palavras e anotar o
número de pessoas que já a conheciam.

Número de alunos
Palavra Significado
que já conhecem

Olimpíadas

Democracia

Zeus

Hércules

 2 – Vide orientações didáticas (página V).


3
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Mapa da Península Balcânica

2. Agora vamos utilizar um recurso que já


conhecemos: a leitura de mapas para identificar
algumas informações sobre a Península
Balcânica.

Mapa da Grécia na Idade Antiga

Balcãs significa montanha em turco; a cordilheira Balcânica se


estende da atual Sérvia até o Mar Negro.

Mapa-múndi

Figura – Mídia Objetivo


(Hammond. Past Worlds: The Times Atlas of
Archaelogy. p. 145. Adaptado.)

a) Qual é a localização da Península Balcânica?


Localiza-se no sul da Europa, abaixo dos Balcãs, conforme se observa no mapa da Península Balcânica.

b) Quais as informações existentes nos mapas sobre sua fertilidade?


O mapa da Grécia na Idade Antiga indica que há alguns vales férteis, cercados por montanhas.

4
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c) Há informação sobre as comunicações entre as várias partes da península? Qual?


Sim. O mapa da Grécia na Idade Antiga indica estradas que sobem e descem as montanhas. Podemos verificar a presença dessas montanhas

observando mapa da península balcânica com indicações de relevo.

d) Observando os mapas, podemos descobrir o que é uma península?


Verificamos que a península é um porção do continente que avança pelo mar e, dessa forma, apresenta 3 fronteiras com o mar.

Caso você não termine de responder na classe, deve fazê-lo em casa.

Agora você já pode ler o texto a seguir e realizar a


Tarefa 18 “O território grego”.

O território grego situa-se ao sul da Península Balcânica. Está cortado ao meio pelo Golfo de
Corinto. Ao norte, fica a porção continental da Grécia e, ao sul, a Península do Peloponeso.
Seu solo montanhoso dificulta a comunicação. As chuvas são escassas, e o solo, pedregoso. Nas
encostas das montanhas e nos vales, cultivavam-se oliveiras, vinhas, trigo e cevada, com dificuldades
devidas ao relevo e à falta de terras de boa qualidade. No entanto, as atividades marítimas eram mais
fáceis, por causa do grande número de baías, golfos, penínsulas e ilhas.
Isso explica por que os gregos tiveram um ativo comércio marítimo e nos ajuda a compreender que
expandiram sua ocupação para áreas da Ásia Menor e para alguns pontos na Bacia do Mediterrâneo, por
meio da fundação de diversas cidades independentes entre si, as cidades-Estado.

5.2. Investigação e descoberta sobre a formação e a transformação da sociedade


grega antiga A
34 a 37 DATA: _____/_____/_____

É fácil encontrar pessoas que tenham informações sobre a Grécia Antiga, seus heróis, deuses, suas
práticas esportivas e até outras curiosidades. Algumas sabem também um pouco sobre sua democracia.
Isso ocorre porque, na Europa, desde os séculos XIV e XV até hoje, houve pessoas interessadas em
conhecer e explorar os mitos gregos, suas ideias e soluções políticas.
Nesta parte do nosso estudo, vamos procurar conhecer como essa sociedade se formou a partir do
contato de diferentes povos e se transformou em várias etapas: suas origens ligadas às cidades de Creta
e Micenas; a transformação da civilização micênica provocada pela invasão dos dórios; a expansão
comercial e o aumento da população a partir do século VIII a.C.; e, finalmente, a consolidação do modelo
de cidade-Estado seguido por Atenas e Esparta.
5
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A Monarquia Creto-Micênica e a cidade: Cnossos e Micenas


Observe o mapa do mundo mediter- Mapa do Mundo Mediterrâneo

Figura – Mídia Objetivo


râneo. Ao sul do Mar Egeu, nota-se a ilha
de Creta, a maior ilha do Egeu e uma das
maiores do Mediterrâneo. Seu tamanho é
comparável à metade do Estado do Rio de
Janeiro. Ali se desenvolveu a civilização
cretense, entre aproximadamente 2000 a.C.
e 1500 a.C, quando uma grande erupção
vulcânica na Ilha de Tera (Santorini), seguida
por um tsunami, enfraqueceu o poder
marítimo e comercial cretense. Em seguida,
a região foi invadida por povos vindos da
Grécia (aqueus e depois dórios), tornando-se
parte integrante do mundo grego.

Creta
Figura 2

Os cretenses desenvolveram requintados trabalhos em


cerâmica e vidro. Tinham um comércio marítimo bem
desenvolvido, mantendo relações com o Egito e com as Ilhas
Cíclades; em Melos e Naxos, exploravam a obsidiana – rocha
de aspecto vítreo com a qual confeccionavam muitos
instrumentos cortantes – e o mármore.
As cidades cretenses formavam-se em torno de palácios
que funcionavam como sede do governo e abrigavam no seu
interior a administração da cidade e todas as atividades pelas
quais o governante era responsável. Ao redor de um pátio
central e dispostos em um grande número de corredores que se
intercomunicavam, havia depósitos para os cereais, o óleo e o
vinho provenientes dos tributos recolhidos – que, entre outras
coisas, deviam constituir as reservas para as ocasiões de crise –
e também locais próprios para os funcionários que
administravam as rendas da cidade. Esses funcionários
usavam um sistema de escrita, que já foi identificado,
mas ainda não decifrado, denominado pelos
arqueólogos de linear A.
Figura – Mídia Objetivo

(Teresa Van Acker. Grécia: a vida cotidiana na


cidade-Estado. 8.a ed.
São Paulo: Atual, 2011. Adaptado.)

Agora que você leu o


texto, pode realizar a
Tarefa 19 “Creta”.

6
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 3 – Vide orientações didáticas (página V).


Você já realizou a Tarefa 19 sobre Creta e pode contribuir para responder coletivamente à
seguinte pergunta:

Quais eram as semelhanças e diferenças entre os cretenses e a civilização do Egito e da Mesopotâmia?


O professor deve conduzir a discussão pedindo que os alunos relembrem a função dos palácios e dos templos na Mesopotâmia no que diz

respeito ao armazenamento de alimentos e ao uso da escrita na administração das riquezas.

A descrição do palácio cretense mostra que, assim como na Mesopotâmia e no Egito, os governantes recebiam alimentos como pagamento

de impostos e que deviam armazená-los e cuidar deles para usá-los nos momentos de crise. Além disso, na administração usavam a escrita.

A diferença a considerar é que a base econômica não era a agricultura da ilha, mas as atividades comerciais.

Mapa da invasão dos aqueus e a importância de Micenas

Figura – Mídia Objetivo

7
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Observe o mapa para responder às perguntas abaixo; faça suas anotações para depois ler
o texto.
 4 – Vide orientações didáticas (página V).
1. Os aqueus chegaram à Grécia por volta de 2000 a.C. De onde vieram?
Os aqueus vieram do Norte.

2. Onde se concentraram? Indique as três importantes cidades a partir das quais se espalharam.
Concentraram-se na Grécia, na região do Peloponeso, em três cidades, Micenas, Tirinto e Argos, a partir das quais se espalharam.

3. Para onde seguiram?


– Seguiram para o Sul, invadindo a Ilha de Creta por volta de 1300 a.C.

– Atravessaram o Mar Egeu e ocuparam Troia (por volta de 1200 a.C.)

Aqueus e a civilização micênica


Nos séculos XVI e XV a.C., o povo aqueu era guerreiro e vinha do norte. Entraram pela Tessália e ocuparam a Grécia
central e o Peloponeso, destruindo povoações, que depois reconstruíram, segundo outro padrão cultural. Disso são
exemplos as cidades de Micenas e Tirinto. Trouxeram consigo o uso do cobre e logo aprenderam a metalurgia do bronze.
Por isso, associa-se essa fase à Idade do Bronze.

Figura 3
Através da navegação, entraram em contato com
a civilização da ilha de Creta, da qual absorveram
conhecimentos que levaram para a Grécia continental.
Fortaleceram-se militarmente e dominaram importan-
tes cidades cretenses, como Cnossos.
O tipo de civilização que os aqueus desenvolveram
chamou-se micênica, e seus vestígios foram encon-
trados em vários lugares: na Grécia continental, nas
ilhas e até na Ásia Menor, onde construíram cidades
no alto de colinas, as cidades altas ou acrópoles.
Nessas cidades, o edifício mais importante era a
habitação do chefe daquele domínio, o megaron. Era
uma casa simples, diferente dos palácios cretenses,
construída em dois andares: embaixo, uma sala para o
Vista da acrópole de Micenas.
fogo, onde o chefe recebia outros senhores e as
pessoas que dependiam dele, bem como onde realizava reuniões e banquetes; no andar de cima, ficavam os quartos das
mulheres.

8
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Figura 4
A partir do século XIII a.C., segundo a datação
dos arqueólogos, essas cidades passaram a ser
fortificadas por muralhas altas e espessas.

A construção de muralhas coincide com


agressões e pilhagens dos aqueus nas costas da
Anatólia e de Chipre, segundo registros de
documentos escritos, entre os quais está a Ilíada,
poema escrito por Homero no século VIII a.C.
Esse poema relata um fato – a guerra de Troia –
que indica a existência de uma aliança ou coligação
entre as cidades micênicas, isto é, que viviam sob a
influência de Micenas. O rei de Micenas e Argos,
chamado Agamenon, comandou outros reis, que a
ele se juntaram na invasão de Troia para recuperar
Helena, mulher de Menelau, rei de Esparta. Esta havia sido raptada pelo troiano Páris, depois de ter sido recebido e
hospedado por Agamenon e Menelau.
Para os gregos, a hospitalidade consistia em dar proteção e apoio a um estrangeiro, ou seja, a alguém originário de
outra comunidade. Tal atitude tornava obrigatória a retribuição, criando uma espécie de solidariedade semelhante ao
parentesco e que, como este, passava de pai para filho, ou seja, era hereditária.
O fato de vários reis reunirem-se, quando necessário, mostra que a região era ocupada por reinos independentes,
que eventualmente podiam se unir sob a liderança de um deles.
(Teresa Van Acker. Grécia: a vida cotidiana na cidade-Estado. 8.a ed. São Paulo: Atual, 2011. Adaptado.)

Imagem de Micenas. (Hammond. Past Worlds: The Times Atlas of Archaeology, 1988, p. 144.)
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 5 – Vide orientações didáticas (página VI).


Atividade para ser
realizada em casa.

1. Onde são encontrados vestígios da civilização micênica?


Os vestígios da civilização micênica são encontrados em vários lugares da Grécia continental, nas ilhas e na Ásia Menor.

2. Como eram as cidades que construíram?


Eram construídas no alto das colinas e chamadas de cidades altas ou acrópoles.

3. Qual a diferença entre o megaron, casa do chefe, e o palácio do governante de Cnossos?


A casa do chefe era um edifício de dois andares. Embaixo, o chefe recebia as pessoas que dele dependiam, realizava banquetes e reuniões.

Em cima, ficavam as mulheres.

O megaron era muito diferente do palácio cretense, pois na casa do chefe micênico não havia funcionários, nem local para coletar os

impostos recebidos.

4. Qual era a função das muralhas e quando foram erguidas?


As muralhas serviam para proteger a cidade e foram construídas a partir do século XIII a.C.

Domínio militar e comércio


A invasão da ilha de Creta pelos povos micênicos resultou na conquista de suas principais cidades, dentre as quais a
poderosa Cnossos. Com isso, os aqueus assumiram o controle do comércio marítimo da porção do Mar Mediterrâneo
controlada pelos cretenses, o Mar Egeu. Os aqueus benefi-
ciaram-se do fato de que o Egito vinha se expandindo e Mapa do comércio micênico
passaram a fornecer armamentos de bronze para aquele povo.
Também distribuíam azeite, peles e cerâmicas para várias
cidades, trazendo em contrapartida os produtos de que preci-
savam. Com o objetivo de se expandir rumo ao Mar Negro, os
povos micênicos uniram-se para combater a cidade de Troia,
que tinha posição estratégica, no estreito que dá acesso àquele
mar, o que lhe possibilitava controlar importantes rotas
comerciais na região. A guerra com Troia (1260 a.C. a 1250 a.C.),
em sua versão lendária, foi narrada na Ilíada, poema atribuído
a Homero.

(Sonia Bercito e Ana Maria Marino. Objetivo Júnior. Ensino


Fundamental, 6.º ano, 3.º bimestre.
São Paulo: Sol. 2014. p. 8. Adaptado.) (Hammond. Past Worlds: The Times Atlas
of Archaeology, 1988, p. 145.)

Depois de trocar com seus colegas algumas ideias sobre o


10 texto Domínio militar e comércio e sobre o mapa, realize
a Tarefa 20 “O comércio no Mar Mediterrâneo”.
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 6 – Vide orientações didáticas (página VI).

Compare os dois trechos a seguir, extraídos dos textos já lidos sobre Micenas.

I. Com o objetivo de se expandir rumo ao Mar Negro, os povos micênicos uniram-se para combater a
cidade de Troia. (Domínio militar e comércio.)
II. O poema Ilíada relata um fato – a guerra de Troia – que indica a existência de uma aliança ou
coligação entre as cidades micênicas, isto é, que viviam sob a influência de Micenas. (Aqueus e a
civilização micênica.)

Esses dois trechos complementam-se ou se opõem na explicação da guerra de Troia?


É importante retomar o conteúdo informativo de cada um dos textos para depois responder. O trecho I informa que o objetivo dos povos

micênicos ao combater Troia era conseguir se expandir até o Mar Negro. O trecho II informa que as cidades micênicas, independentes,

uniram-se para combater Troia.

As informações de cada um dos trechos são diferentes, mas não se excluem. A primeira informa seu objetivo econômico, e a segunda relata

e define a organização dos povos micênicos: diferentes cidades e governos unidos para atingir um objetivo comum.

Então, as informações dos dois trechos se complementam.

Trecho da Ilíada e sua relação com os deuses nos relatos – guerra de Troia
Um dos primeiros relatos escritos de que se tem notícia sobre a guerra de Troia, ou seja, sobre o
conflito dos reinos micênicos com os troianos, foi escrito por Homero, no século VIII a.C.: é o poema épico
denominado Ilíada. No poema, a guerra de Troia é apresentada como consequência de um conflito
provocado por um caso de amor. Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, foi raptada pelo troiano
Páris. Para resgatá-la, Agamenon, que era irmão de Menelau e rei de Micenas e Argos, reuniu outros reis
e em conjunto invadiram Troia.
Vamos ler dois trechos do poema Ilíada para podermos comparar o relato de Homero com o dos
historiadores atuais e para saber um pouco mais sobre o papel dos deuses na compreensão que os gregos
do tempo de Homero tinham da História. (Os nomes dos deuses estão grafados em negrito.)
 7 – Vide orientações didáticas (página VI).
Os deuses e a guerra de Troia
I–
Todos os deuses estavam reunidos; brindavam com as taças de ouro enquanto contemplavam a cidade dos troianos.
Zeus disse: – Duas deusas protegem Menelau, Hera e Palas Atena. Ao adversário de Menelau, Eneas, Afrodite ajuda;
ainda hoje livrou-o da morte. Todavia, a vitória cabe a Menelau, amado de Ares. Vamos decidir sobre o desfecho desse
caso: incentivaremos a guerra terrível ou lançaremos a paz sobre os dois povos? Hera, furiosa, disse: – Queres então
anular os meus esforços? Faz como entenderdes, mas nem todos nós, os outros deuses, te aprovaremos. [...] Foi então
que Palas Atena deu um ardor e audácia ao filho de Tideu, Diomedes [...]. e empurrou-o para o meio, para o ponto mais
cerrado do tumulto. [...]
Ora, Diomedes perseguia Afrodite. Sabia que ela era um deusa sem bravura [...] quando a alcançou, feriu-a na mão.
Correu então o sangue divino da deusa [...] e ela soltou um grande grito [...] Diomedes gritou-lhe: – Filha de Zeus,
abandona a guerra e o morticínio. Não basta que seduzas mulheres sem valor? Se voltares à guerra, penso que a guerra
te fará arrepiar, mesmo que te limites a assistir. [...]

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II –

[...]
Zeus, do alto do Olimpo, ordenou a Temis que chamasse os deuses à Assembleia. [...] Não faltou sequer um dos rios,
sequer uma das ninfas que habitam as florestas e as nascentes dos rios; Poseidon, aquele que sacode a Terra, também
veio, e perguntou: – Por que, ó Fulminante, chamas de novo os deuses à Assembleia? Será por causa dos troianos e dos
aqueus? Zeus respondeu: Sim, foi por isso; preocupo-me com esses homens. Vou ficar sentado no Olimpo, e assistir à
batalha como a um espetáculo; vão vocês, os outros deuses, ajudar um dos dois partidos, cada um conforme sua ideia
[...]

(Homero. Ilíada. Lisboa: Publicações Europa-América, s/d . p. 23-30 e 284.)

Vocabulário
Épico: é a qualidade de uma narrativa que relata um conjunto de ações heroicas.

 8 – Vide orientações didáticas (página VI).


Atividade para ser
Sobre a guerra de Troia, podemos fazer as seguintes anotações: realizada em casa.

1. Quais outros textos deste caderno de atividades tratam da guerra de Troia?


Aqueus e a civilização micênica, parte final. Domínio militar e comércio.

2. Qual a diferença entre essa visão da guerra de Troia transmitida no poema Ilíada e os textos
estudados anteriormente sobre o mesmo tema?
Na Ilíada, a guerra de Troia é fruto de um caso de amor, no qual um troiano apaixonado pela esposa do rei Menelau a rapta, provocando

a vingança de Menelau e dos micênicos. Os outros textos falam do interesse micênico pelo domínio do comércio na região do Mar Negro e

também da questão da hospitalidade: o rapto de Helena representaria a quebra de uma aliança.

3. Qual o papel dos deuses nesse conflito, segundo a Ilíada?


Segundo a Ilíada, os deuses interferem no conflito, tomam partido de um ou outro lado e até brigam entre si.

4. Você observou que os deuses abaixo interferiram de algum modo na guerra de Troia, segundo a
Ilíada. Faça um pequena pesquisa sobre o poder de cada um desses deuses da mitologia grega.
Figura – Mídia Objetivo

Agora você pode realizar a Tarefa 21 “Homens e deuses


12 na Grécia Antiga”, que mostra como os homens
consideravam os deuses na Grécia Antiga.
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A partir da pesquisa realizada, a classe vai representar, sobre a orientação do professor, o


poder dos deuses e a guerra de Troia.  9 – Vide orientações didáticas (página VI).

 10 – Vide orientações didáticas e material complementar no portal (página VI).


As transformações do mundo micênico
No século XII a.C., houve novas invasões vindas do norte, de povos indo-europeus, aparentados
com os aqueus: os jônios e os dórios. Os jônios se estabeleceram na Ática, e os dórios, mais agressivos,
destruíram grande parte das cidades micênicas e provocaram o deslocamento de sua população, assim
como das cidades jônicas. Inauguraram uma fase da história da Grécia denominada Idade das Trevas, ou
período Homérico, ainda pouco conhecida.
Nesse período, o comércio marítimo, que havia feito da cidade de Micenas um grande centro
político, com influência sobre várias regiões do Mar Egeu, perdeu a importância. A vida econômica
voltou-se para a subsistência: pastagens e plantações de cereais, pomares e vinhas garantiam o mínimo
indispensável ao consumo da comunidade. Esse espaço é chamado de oikos (casa).
A organização social dessa comunidade é semelhante a de uma família patriarcal. O chefe é mais
velho. A família é composta por seus familiares, parentes, hóspedes além de trabalhadores comuns e
poucos escravos. Essa forma de organização é chamada genos.

 11 – Vide orientações didáticas (página VI).


Depois de terem lido e estudado sobre as diferentes épocas da história da Grécia, em
conjunto, a classe definará uma cronologia significativa, ou seja, vai escolher o fatos mais
significativos da história da Grécia e elaborar uma lista em ordem cronológica crescente,
do mais antigo para o menos antigo. Essa cronologia deverá permitir construir um “mapa” das
transformações, desde o século XX até o século VIII a.C. Depois vai marcar o tempo de duração dessa
linha, dividir pelos centímentros da folha do caderno e estabelecer uma escala para construir a linha do
tempo das transformações que marcaram a história da Grécia do século XX a.C. ao século VIII a.C.
O objetivo dessa atividade é identificar as transformações.

Registre aqui todos os fatos que marcaram as diferentes etapas da história da Grécia Antiga, localizando-os no tempo.

Planeje como vão realizar: na lousa, em papel kraft, em cartolina.

Espera-se que os alunos identifiquem a transformação ocorrida em Creta com a invasão dos aqueus e o predomínio dos micênicos. A essa

transformação seguiu-se outra invasão: a dos dórios, com a mudança da organização social. Os reinos micênicos se transformaram em

genos, comunidades patriarcais.

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Grandes transformações no mundo Mediterrâneo no século VIII a.C.


O arqueólogo e historiador Norberto Guarinello nos conta que, no século VIII a.C., ocorreu uma
verdadeira revolução no Mar Mediterrâneo, deixando vestígios que muito tempo depois foram
encontrados pelos arqueólogos: um aumento do número de sítios arqueológicos indicativos de cidades.
Uma das possíveis explicações para isso foi ter havido intensa movimentação de povos, em grande parte
graças aos fenícios, que adaptaram navios para o alto-mar, navegaram cada vez mais para o oeste,
colonizaram as costas do Mar Mediterrâneo para comerciar ferro, vinho, azeite, ouro, cerâmica e
escravos. Eles haviam criado uma escrita alfabética e foram, pelo caminho, difundindo suas descobertas.

Os fenícios

Os fenícios fixaram-se numa estreita faixa de terra comprimida entre o Mar Mediterrâneo e uma cadeia de
montanhas, onde hoje está localizado o Líbano. Por volta do final do III milênio a.C., já há notícias de seu aparecimento
na região. O apogeu da civilização fenícia ocorreu entre os séculos XII a.C. e VIII a.C. e sua contribuição para sua época
e para os povos vizinhos foi o conhecimento de navegação e a criação de um alfabeto mais prático.

Comércio marítimo fenício

Figura – Mídia Objetivo

Figura 5
Moeda com representação de
barco de guerra.

O alfabeto fenício

Costuma-se destacar a criação do alfabeto como a grande contribuição dos fenícios para o desenvolvimento da
civilização humana. Eles criaram um sistema de 20 sinais para atender às suas necessidades de registro das atividades
mercantis com outros povos, que também os adotaram. Os gregos acrescentaram outros símbolos e criaram seu próprio
alfabeto. Nesse processo, construíram-se as bases do alfabeto contemporâneo.
Figura – Mídia Objetivo

No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
(www.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST6F301.

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Os navios fenícios

Figura 6
Os navios fenícios foram fundamentais para o desenvolvi-
mento da navegação de todos os povos que viviam às margens
do Mar Mediterrâneo. Havia duas formas de embarcação, cada
uma com um propósito distinto.
O navio de guerra tinha duas ou três fileiras de remadores.
Essa foi a solução encontrada para que o barco não ficasse
parado no meio do mar por ausência de vento.
Já o navio mercante foi concebido de forma a aproveitar o
espaço para armazenar a maior quantidade possível de
mercadorias a serem transportadas. Por esse motivo, tinha
menos remadores, como pode ser observado nas figuras 7 e 8.

Armada de birremes.

Figura 7

Figura 8
Interior de um navio mercante fenício.

Após a leitura dos textos sobre os fenícios, do mapa e das imagens, responda:
Qual a relação entre o comércio e os conhecimentos produzidos pelos fenícios?
A invenção do novo alfabeto, a construção de navios próprios para o comércio e a moeda mostram que o comércio era motivador de

invenções, que os conhecimentos e as invenções alimentavam a atividade comercial e que a atividade militar era necessária também para

garantir sua continuidade.

Com base no exemplo dos fenícios, podemos dizer que a atividade econômica e os conhecimentos produzidos por um povo estão interligados

e fazem parte da sua cultura.

Criando com a História – Você é o divulgador de conhecimentos sobre a Grécia Antiga


 12 – Vide orientações didáticas (página VI).
Há os historiadores, que se dedicam à pesquisa original; e há os divulgadores, que são também histo-
riadores ou jornalistas que organizam museus, revistas, histórias em quadrinhos ou sites para divulgar a
história: informar e discutir sobre o patrimônio que a Humanidade construiu ao longo de séculos e milênios.
Neste momento do bimestre, você já elaborou uma cronologia da formação da Grécia Antiga,
estudou mitologia e vai ampliar seus conhecimentos sobre as cidades-Estado, estudando suas
transformações no século VIII a.C. Você já pode fazer um trabalho de divulgação da história da Grécia.
Conforme as orientações do seu professor, que você vai anotar na página 44, organize-se e sucesso na
sua obra de divulgação.
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DATA: _____/_____/_____

5.3. Ampliação de seus conhecimentos sobre as cidades da Grécia Antiga


A 38 a 41

Agora vamos estudar sobre como as cidades-Estado se organizaram do século IX ao século V a.C.
(época que ficou conhecida como período arcaico na periodização mais divulgada) e se expandiram a
partir do século V, no chamado período clássico.
A partir do século X a.C., a história da Grécia foi marcada pelo contato com os fenícios e com o
aumento da atividade marítima, o que coincidiu com o aumento da população e com o crescimento das
cidades a partir do século VIII a.C.
Esses dois acontecimentos podem explicar um outro: a ocupação mais intensa das terras agrícolas;
e a multiplicação de aldeias que se transformavam em cidades. A partir do século VIII, houve grandes
transformações, os gregos, como os outros povos, que vivem no Mediterrâneo expandiram-se, navegando
e formando novas cidades ou colônias, com o objetivo de ampliar suas ações comerciais e desafogar o
excesso de população das cidades-Estado.

Mapa do comércio e da colonização grega

Figura – Mídia Objetivo

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A cidade-Estado e suas colônias


O surgimento do modelo de cidade-Estado (pólis) na Grécia, seguido por Atenas e Esparta, coincide
com a transformação da organização de poder no espaço do oikos, ou seja, do domínio sob o comando
dos chefes das comunidades que viviam da subsistência (os genos).
A decadência do modo de organização que denominamos genos teve início com o direito paterno.
Os filhos passaram a herdar os bens dos pais, facilitando a acumulação de riquezas por alguns membros
da família extensiva. Criou-se, assim, um poder contrário ao genos, promovendo o surgimento de uma
nobreza hereditária, que buscava conquistar terras e bens. O oikos se transformou em pólis (cidades).
Com as transformações ocorridas, surgiram senhores que se distinguiram pelo seu poder na guerra
e no comércio. Eles controlavam a maior e melhor parte das terras, faziam as leis e decidiam sobre a
moeda a ser utilizada no comércio. O poder e a riqueza desses chefes, isto é, suas casas, terras e bens,
eram transmitidos a seus filhos, que herdavam também sua fama e seu poder. Formou-se, desse modo,
uma aristocracia, o que quer dizer que uns poucos, que se consideravam “melhores”, detinham o poder.
Em grego, áristos quer dizer “o melhor”, e cracia quer dizer “força”, “poder”, “autoridade”. Daí
utilizarmos o termo “aristocracia” sempre que um grupo fechado de pessoas, ligadas entre si por laços
de parentesco, domina o poder de decidir sobre outros, inclusive os escravizando.

Agora que você leu essa introdução,


pode realizar a Tarefa 22 “Aristocracia”.

A organização do espaço – na pólis e suas colônias

A partir do século VIII a.C., a pólis correspondia à região da acrópole, ao antigo palácio dos reis da época micênica,
e também à parte das estradas, ao campo, aos locais de produção artesanal, enfim a toda a região sob a autoridade
de um chefe, escolhido entre as famílias importantes, ou aristocráticas. Era uma região pequena em área e população
que se governava a si mesma e que há muito tempo os historiadores, por convenção, chamam de cidade-Estado.
Atenas, por exemplo, tinha 1.500 km².
Os gregos consideravam uma virtude para a cidade ter um território e uma população diminuta. A pólis não era
apenas um território definido. Era isso e além disso, eram as pessoas que, reunidas e em comum acordo, tratavam
dos problemas que afetavam a comunidade e decidiam sobre eles.
Os gregos navegaram em direção à Ásia Menor, à Europa (litoral da Sicília, ao sul da França e leste da Espanha)
e ao norte da África e fundaram outras cidades, ou pólis, para resolverem um problema: o crescimento de população,
que trazia dificuldades para as cidades, que não tinham condições de produzir mais riquezas em territórios de solo
pouco fértil, pedregoso e montanhoso. A solução para esse problema e para a expansão do comércio foi fundar
outras pólis, que mantinham com sua cidade-mãe (metrópole) vínculos sentimentais e religiosos. O resultado disso
foi a criação de cidades que mostram que os gregos tinham um pensamento de organização urbana e também uma
autoridade coletiva bastante forte para comandar o deslocamento da população. Para o modo dos gregos antigos
pensarem, era fundamental que cada cidade tivesse a proteção de um deus, o que incluía ter sinais de sua presença,
como o fogo sagrado e os oráculos, instrumentos que garantiam a comunicação entre a divindade e os humanos.
Estes deviam ser originários de um centro mais antigo. E isso conferiu às cidades gregas um sentimento de identidade
comum.

Agora que você leu o texto acima, pode


realizar a Tarefa 23 “A pólis e suas colônias”.

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Um modelo de cidade grega com acrópole e o planejamento da ocupação do espaço

Como Olinto, outras cidades foram criadas em


forma geométrica, preservando a estrutura herdada
do período micênico: acrópole com palácios e templos.

(Murray e Price. The Greek city. Oxford: OUP, 1989, apud


Norberto Guarinello. A cidade na Antiguidade Clássica.
São Paulo: Atual, 2006. Adaptado.)

Modos de organização militar e política

Na medida em que as condições econômicas e sociais se alteravam, o


mesmo ocorria com a organização militar. A partir do século VII a.C., os
guerreiros, que se sobressaíam individualmente e adquiriam poder e riqueza
por seus feitos de guerra, pois tinham direito a saquear as riquezas dos

Figura 9
inimigos, foram substituídos. Houve uma verdadeira revolução. Eles foram
substituídos por batalhões ou falanges de hoplitas. Estes utilizavam um
grande escudo, chamado hóplon, e por isso foram denominados hoplitas.
Nas guerras, combatiam em conjunto, formando uma espécie de parede
de proteção com os escudos, o que denominamos falange.
Essa transformação militar acompanhou o declínio do poder dos aristo-
cratas, pois mais pessoas de origem não aristocrática passaram a fazer parte
Figura 10
do grupo de guerreiros e a formar o exército das cidades-Estado.
As cidades gregas ou pólis assumiram outro modo de se organizar
politicamente, que seguia um padrão semelhante. Alguns homens eram
considerados cidadãos. Geralmente, eram proprietários de um lote de terra,
de barcos ou de uma oficina artesanal, que podiam custear seu armamento
militar. Esses homens, reunidos, defendiam-se militarmente e resolviam
conflitos seguindo leis definidas por legisladores (homens que fazem leis) e
aceitas de comum acordo por todos os cidadãos, reunidos em assembleias.

Cerâmica Ática, de 560 a.C. Encontra-se


na coleção de antiguidades do Museu
Kunstareal, em Munique, Alemanha.

18
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As assembleias
Atenas e Esparta foram cidades gregas muito importantes, por terem influenciado politicamente
muitas outras. Foram inimigas, cada qual liderava um grupo de cidades, e chegaram a entrar em guerra.
Entretanto, ambas se organizaram com base em assembleias, conforme era o padrão das cidades gregas.
O que variava entre elas era o modo como eram distinguidos os ricos e os pobres.

Esparta: um exemplo de oligarquia


Em Esparta, nem todos os homens livres podiam participar das assembleias. Apenas os “iguais”, ou
seja, os espartanos ou espartíatas (dórios) que haviam dominado a população local (periecos) – que
passou a ocupar a periferia da cidade – governavam e exerciam funções políticas, apesar de os periecos
participarem do exército, pagarem impostos e terem recursos provenientes da agricultura e do comércio.
É possível concluir que, na cidade de Esparta, o poder era de poucos, o que chamamos oligarquia.

Organização sociopolítica de Esparta

Figura – Mídia Objetivo


Na oligarquia espartana, havia uma distribuição
das funções políticas. Havia dois reis, que presidiam
uma assembleia com 28 espartanos de mais de
sessenta anos, denominada gerúsia, que propunha as
leis e julgava os crimes. Os gerontes eram indicados
por outra assembleia, de espartíatas com mais de trinta
anos, que também indicavam os cinco éforos, que
tinham a incumbência de fiscalizar a cidade, os
funcionários e os reis.

Em Atenas: um exemplo de democracia


Na cidade de Atenas, houve também o predomínio do grupo social dos grandes proprietários, os
eupátridas, que conviviam com os georgóis. Estes eram os pequenos proprietários, que muitas vezes se
endividavam com os eupátridas e, quando não conseguiam pagá-los, tornavam-se seus escravos. No
princípio, em Atenas havia um rei, o basileu, mas logo os eupátridas passaram a controlar toda a política.
No entanto, diferentemente do que ocorria em Esparta, em Atenas a população se revoltou; assim,
a condição de cidadania e as obrigações cívicas foram se estendendo a um maior número de pessoas. Para
atender às reivindicações, Sólon, um eupátrida, propôs em 594 a.C. reformas que decidiram sobre: a
abolição da escravidão por dívidas; e a devolução de terras a antigos proprietários endividados. Além
dessas medidas, acabou com a ideia de que somente os filhos de eupátridas podiam ter participação
política. Criou um sistema político com base na riqueza dos indivíduos (ou seja, regime censitário), o qual
incluiu os comerciantes.
Essas reformas não foram suficientes e, ao final do século VI a.C. (por volta de 508 e 507 a.C.),
Clístenes implantou em Atenas o sistema político que ficou conhecido naquele tempo como democracia.

19
C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 08/04/16 10:05 Página 20

A democracia ateniense

Todos os cidadãos, ou seja, homens livres, maiores de 21 anos, filhos de atenienses, tinham direitos políticos e
podiam participar diretamente da Assembleia ou ser sorteados para ocupar um cargo no governo. Mulheres, estrangeiros
e escravos adquiridos ficavam de fora.
A democracia ateniense era exercida por 45.000 cidadãos, do total de uma população de 450.000 habitantes. Cada
cidadão deveria estar inscrito em um demos, daí o nome democracia. No total, em Atenas, havia 30 demos.
Havia a Assembleia de Cidadãos (Eclésia), da qual todos participavam, e o Conselho dos 500 (Bulé) que formulava
as leis que seriam votadas pela Eclésia.
Havia a Heliaia, que era composta de doze tribunais para ministrar a justiça comum, e o Areópago, que julgava os
atos públicos.
O poder executivo era exercido por 10 estrategos escolhidos anualmente pela Eclésia.

Além dessas instituições, representadas no quadro a seguir, havia a ágora, ou praça pública, local de negociações
comerciais e discussão dos problemas da cidade. Verifique a planta da cidade de Atenas.

Planta geral de Atenas

Figura – Mídia Objetivo

Planta geral de Atenas (reconstituição


arqueológica do século III a.C., que
mostra algumas construções romanas e
indica a preservação das importantes
instituições da pólis: acrópole,
assembleia, templos, estádios e ágora ou
praça pública, local de negociações
comerciais e de discussão dos problemas
da cidade).

A divisão social em Esparta e Atenas

Você já leu sobre Atenas e Esparta e pôde perceber que há muitas semelhanças em suas pirâmides sociais. Observe
as pirâmides sociais das duas cidades-Estado.

20
C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 08/04/16 10:05 Página 21

Os escravos

A escravidão, ou seja, o trabalho obrigatório de pessoas que perdiam sua liberdade por dívidas ou por terem sido
vendidas, era conhecida na Grécia Antiga. Tornou-se mais comum nas pólis. Os escravos eram considerados “coisas”,
instrumentos de trabalho. E podiam realizar diferentes tarefas: serviço pesado nas minas, na agricultura, atividades
artesanais, serviço doméstico. Podiam ainda ser secretários de governantes ou de comerciantes e professores.
Eram sempre propriedade de alguém e nunca considerados cidadãos.
O comércio de escravos era bastante lucrativo. Estrangeiros, como sírios, trácios, citas e ilírios, eram vendidos em
leilões públicos, onde os comprava quem oferecesse o maior preço.
No princípio, podiam ser escravizados os prisioneiros de guerra e os endividados. Depois, em Atenas, a escravidão
por dívidas tornou-se proibida.

A cidade-Estado e a educação
A disciplina e a participação em Assembleias e no governo exigiam que as crianças fossem educadas
para cumprirem suas obrigações de cidadãos. Como Esparta e Atenas são consideradas dois modelos de
organização da pólis grega, vamos ver como cuidavam da educação das crianças.

A educação espartana
Quando uma criança nascia, o pai não tinha direito de criá-la: devia levá-la a um lugar chamado lesche. Lá se
assentavam os Anciãos da tribo. Eles examinavam o bebê. Se o achavam bem encorpado e robusto, eles o deixavam. Se
era mal nascido e defeituoso, jogavam-no no que se chama os Apotetos, um abismo ao pé do Taigeto. Julgavam que era
melhor, para ele mesmo e para a cidade, não deixar viver um ente que, desde o nascimento, não estava destinado a ser
forte e saudável…
Os filhos dos espartanos não tinham por domésticos escravos ou assalariados. Licurgo proibira-o. Ninguém tinha
permissão para criar e educar o filho a seu gosto. Quando os meninos completavam sete anos, ele próprio os tomava sob
sua direção, arregimentava-os em tropas, submetia-os a um regulamento e a um regime comunitário para acostumá-los
a brincar e trabalhar juntos. Na chefia, a tropa punha aquele cuja inteligência sobressaía e que se batia com mais arrojo.
Este era seguido com os olhos, suas ordens eram ouvidas e punia sem contestação. Assim sendo, a educação era um
aprendizado da obediência. Os anciãos vigiavam os jogos das crianças. Não perdiam uma ocasião para suscitar entre eles
brigas e rivalidades. Tinham assim meios de estudar, em cada um, as disposições naturais para a audácia e a intrepidez
na luta. Ensinavam a ler e escrever apenas o estritamente necessário. O resto da educação visava acostumá-los à
obediência, torná-los duros à adversidade e fazê-los vencer no combate. Do mesmo modo, quando cresciam, eles recebiam
um treinamento mais severo: raspavam a cabeça, andavam descalços, brincavam nus a maior parte do tempo. Tais eram
seus hábitos. Quando completavam doze anos, não usavam mais camisa. Só recebiam um agasalho por ano.
Negligenciavam o asseio, não conheciam mais banhos nem fricções, a não ser em raros dias do ano, quando tinham
direito a essas “boas maneiras”. (…)
(…) Nessa idade, encontravam amantes entre jovens de boa família. Então, crescia ainda mais o zelo dos Anciãos:
assistiam aos seus exercícios, olhavam-nos lutar ou brincar entre si. Não negligenciavam nada, considerando-se, de certa
forma, todos para todos, pais, mestres e chefes. Não davam oportunidade nem refúgio ao culpado para escapar à
reprovação ou ao castigo. (…)
(…) O irene, que tem vinte anos, comanda seus subordinados nos exercícios militares e, no quartel, encarrega-os das
tarefas domésticas, nas refeições. Manda os mais fortes trazerem lenha e, os menores, legumes. Para tanto, eles devem
roubar. Uns penetram nos jardins, outros nos alojamentos dos homens, e devem usar muita destreza e precaução: quem
for apanhado, é chicoteado sob pretexto de que não passa de um ladrão preguiçoso e inábil. Eles roubam toda a comida
possível e adquirem prática para ludibriar quem dorme ou os guardas preguiçosos. Aquele que for apanhado, está sujeito
a chicotadas e jejum. Com efeito, sua alimentação é escassa. Obrigam-nos a defenderem-se por si mesmos contra as
restrições e recorrer à audácia e à destreza…
As crianças tomam tanto cuidado em não serem apanhadas quando roubam, que uma delas, conforme se conta,
depois de roubar uma raposa que tinha enrolado no seu agasalho, se deixou arrancar o ventre pela fera que lhe cravou
os dentes e as garras. Para não ser descoberta, resistiu até a morte.
(Jaime Pinsky. 100 textos de História Antiga. São Paulo, Contexto, 1998, pp. 108-109-110. Adaptado.)

Licurgo: legislador espartano, responsável pelas leis da cidade. 21


C3_6o_Ano_Historia_Tony_2017_PROF 04/04/17 09:17 Página 22

A educação ateniense
A educação e a instrução dos jovens desempenhavam um grande papel na vida cultural dos gregos. Em Atenas e nas
outras pólis democráticas, os meninos eram educados em casa até a idade de 7 anos; para os meninos de 7 a 14 anos
havia numerosas escolas privadas onde recebiam a instrução primária mediante módico pagamento: nelas, aprendiam a
ler, a escrever, a contar, recitavam de cor trechos literários, geralmente tirados de Homero, iniciavam-se na música. A
instrução primária era largamente difundida. Manuais da época, quadros de sílabas para o exercício de leitura, conservam-se
até hoje. No século V antes da nossa era, quase todos os cidadãos atenienses sabiam ler e escrever.
Os adolescentes de 15 a 18 anos faziam seus estudos nas palestras, escolas subvencionadas pelos particulares e pelo
Estado. Praticavam os esportes e a ginástica. Nos ginásios, os jovens (efebos) recebiam um treinamento militar para que,
ao atingirem a maioridade, pudessem ocupar um lugar entre os cidadãos-hoplitas. Mas não era a preparação militar que
predominava em sua educação, sobretudo na época de Péricles. Sem contar que os ginásios e as palestras cuidavam do
desenvolvimento espiritual, literário e artístico dos seus pupilos, toda a vida dos cidadãos atenienses recebia a influência
de atividades educativas devidamente organizadas.

(V. Diacov e S. Covalev. História da Antiguidade: Grécia, 2.o volume. São Paulo: Fulgor, 1965, p. 521.)

No Portal Objetivo Depois de ler os


dois textos, você
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO pode realizar a Tarefa
(www.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST6F302. 24 “A educação na
pólis grega”.

O teatro e a filosofia na democracia ateniense

A reflexão era muito encorajada na formação do cidadão ateniense. Pensar sobre os temas importantes da vida e
defender ideias com argumentos eram práticas tão ou mais necessárias para o funcionamento das assembleias do que
os exercícios militares. Afinal, para alguns filósofos atuais, os gregos inventaram a política. Eles foram os criadores do
primeiro governo democrático e, por isso, também foram oradores, debatedores, argumentadores.
O teatro foi fundamental para o desenvolvimento dessas práticas. Em toda pólis, havia um teatro, onde eram
representadas anualmente comédias e tragédias, todas com temas que tocavam a vida cotidiana das pessoas, e eram
objeto de conversas na ágora, a praça pública. O teatro, pelo riso ou pela dor, fazia as pessoas pensarem sobre a vida e
formarem um espírito crítico.
Além do teatro, havia escolas, ou locais de discussão, onde se reuniam os filósofos, que procuravam explicar as
questões que afetavam a humanidade: desde a origem do universo, os conflitos políticos, os costumes, até os sentimentos
e os temores dos homens e das mulheres. Eram exercícios de investigação da verdade.
Figura – Mídia Objetivo

Teatro Epidauro.

22
C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 08/04/16 10:05 Página 23

Um deus chamado dinheiro


Entra em cena um velho malvestido e cego. Ele anda se apoiando em uma bengala.
Atrás dele vêm CRÊMILO e seu escravo CÁRION, que segura uma panela de barro vazia.
Os dois usam uma coroa de folhas na cabeça, pois estão voltando do oráculo* de Delfos.

CÁRION (dirigindo-se à plateia): Ai, Zeus, como é duro ser escravo de um patrão que perdeu o juízo! Estamos voltando
do templo de Apolo. O deus ordenou para seguirmos este velho.
Não sei por quê.
Olha nós aqui andando atrás do ceguinho desde que saímos de Delfos!
Eu acho até que os deuses estão meio doidos, nós é que devíamos guiar o cego!

CÁRION (dirigindo-se a CRÊMILO): Sabe de uma coisa? Não vou ficar quieto enquanto o senhor não me explicar por que
estamos seguindo este cego.
E o senhor não pode me bater, por causa da minha coroa.

CRÊMILO: Se você me amola, eu arranco a sua coroa e aí vamos ver se não lhe dou uns tapas!

CÁRION: Pois eu não me calo enquanto o senhor não me disser quem é esse velho.

CRÊMILO: Está bem, você é meu escravo predileto, vou contar tudo!
Durante a minha vida sempre fui um homem justo e bom. No entanto, nunca consegui ficar rico.

CÁRION: Todo mundo sabe disso.

CRÊMILO: No entanto, os pilantras, os comerciantes, os demagogos estão cada vez mais ricos.

CÁRION: O senhor tem razão.

CRÊMILO: Então, resolvi consultar Apolo em busca de conselhos. Não pra mim, que já estou muito velho, mas pra meu
filho.
Sempre eduquei o menino para que ele fosse íntegro. No entanto, do jeito que as coisas estão, não seria melhor eu
“deseducá-lo” de acordo com os costumes atuais?

CÁRION: O que o deus sugeriu?

CRÊMILO: Ele me ordenou seguir a primeira pessoa que eu visse sair do templo.
Além disso, devo pedir a esse sujeito que entre na minha casa.

CÁRION: E qual foi a primeira pessoa que o senhor viu?

CRÊMILO: Esse aí.

CÁRION: Eu acho que meu amo não entendeu a profecia. Apolo disse para o senhor educar seu filho de acordo com os
tempos atuais.

CRÊMILO: Por que você acha isso?

CÁRION: Até um cego percebe que só os pilantras ficam ricos hoje em dia.

CRÊMILO: Duvido que Apolo tenha dito isso! Se esse cego revelasse logo sua identidade, a gente saberia qual é a
mensagem do oráculo. (...)

(Aristófanes. Pluto ou um deus chamado dinheiro. Texto integral adaptado para jovens
por Anna Flora. São Paulo: 34, 2007, p. 73-79.)

*O oráculo de Delfos era um santuário onde perguntas eram feitas a uma sacerdotisa (chamada pitonisa) que respondia
como intermediária entre deuses e o mundo; quem viajava em peregrinação carregava uma coroa de louros na cabeça
e não podia ser molestado nas estradas.
23
C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 12/04/16 16:37 Página 24

 13 – Vide orientações didáticas (página VII).


Em que medida a peça ilustra as mudanças da pólis? Com que conteúdos estudados a
classe identifica os valores militares e os valores da argumentação e do desejo de vencer
ou enriquecer?
O professor pode ler para a classe e iniciar a discussão com a compreensão do texto mostrando que são personagens fictícios que representam

figuras da sociedade ateniense. A cena do escravo com seu senhor indica como a escravidão era comum e até pessoas pouco ricas podiam

ter um escravo doméstico. Também mostra a importância da escolha da educação dos filhos. Crêmilo está muito preso a valores antigos

da sociedade grega, como o temor aos deuses e ao oráculo. Seu escravo Cárion mostra como ele não vê como a sociedade ateniense se

transformou. Qual a questão ética, ou seja, sobre como se conduzir na sociedade, que está envolvida nessa peça? A partir daí, retomando a

leitura do texto sobre a educação ateniense, sobre a formação do guerreiro, é possível levantar as informações para responder coletivamente

à pergunta.

A preocupação com a construção de uma sociedade com base em valores como justiça e virtude
estava presente na vida de alguns atenienses. Textos importantes a esse respeito são encontrados nas
obras dos filósofos gregos como Platão.
O tema da educação e dos hábitos moderados e éticos esteve presente na vida cotidiana, no teatro
e entre os pensadores das cidades-Estado democráticas, para quem a discussão e a arte de convencer a
maioria era ferramenta de governo. Tal concepção de formação estava bastante vinculada ao bom
funcionamento do sistema que privilegiou as decisões coletivas, ainda que de um grupo diminuto:
homens maiores, livres e nascidos nas cidades-Estado. Ainda que não atingisse a todos, a democracia
ateniense significou uma ampliação do poder da aristocracia de cidades como Esparta, que também
tinha como base as assembleias, mas de um grupo mais reduzido – os 60 mais velhos representantes das
famílias poderosas.

Concluindo:
Podemos dizer que as cidades-Estado que chamamos de gregas foram fruto de uma grande transformação, que manteve
elementos cretenses, como a economia naval e comercial, e adquiriu os elementos militares dos aqueus e micênicos,
mas somente se constituíram como um modelo no século VIII a.C., no qual o governante era escolhido por parte da
população e não tinha relação direta com deuses. Eram chamadas de democráticas (no caso de Atenas, depois da
constituição de Sólon e suas colônias), de oligárquicas e aristocráticas (Atenas, antes da constituição de Sólon e Esparta).
Surgiram e floresceram do século IX a.C. ao III a.C. e conviveram com outras cidades-Estado, localizadas na região do Mar
Mediterrâneo e que seguiam padrão semelhante, como as cidades-Estado da Etruria, que transformaram sua forma de
governo substituindo, ao longo de alguns séculos, um governante, que era um sacerdote, por uma república oligárquica,
ou seja, um governo com base na influência de membros de algumas famílias com mais poder.
Entretanto, no Oriente, havia uma alternância de povos que dominavam uns aos outros. Entre os mais importantes,
estavam os diferentes povos que habitavam a região dos rios Tigre e Eufrates, os mesopotâmios, os egípcios e os persas.
Seus governantes eram considerados deuses ou escolhidos por deuses. E exerciam um poder que chamamos de
“teocracia” (teo = deus + cracia = poder). No próximo módulo, vamos ver que, além das regiões já estudadas, na América
Central, sem nenhuma relação direta com os povos orientais que estudamos no módulo 4, nem com os gregos, surgiram
as primeiras cidades-Estado de que temos notícia no continente americano. Esse será o nosso assunto no módulo 6.

24
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A 42 DATA: _____/_____/_____
Módulo

5
6 Cidades e Reinos Teocráticos

Na Antiguidade, no Mar Mediterrâneo, predominou o modelo de organização das cidades-Estado


que estudamos no módulo anterior. Entretanto, na mesma época, existiram cidades, em outros locais,
com outras formas de organização do poder, baseadas no poder religioso do governante. Eram teocracias
no Oriente Médio, cujas cidades tiveram um papel fundamental em Estados organizados, como vimos
entre os egípcios e os povos da Mesopotâmia. Apesar de serem reinos mais antigos, continuaram com
sua forma de organização social e política. A partir de 1200 a.C., portanto no século XII a.C., também
encontramos na América cidades e evidências arqueológicas que permitem tirar algumas conclusões
sobre o modo como organizaram o poder. Entre 1200 a.C. e 300 a.C. algumas aldeias da América Central
transformaram-se nas primeiras sociedades urbanas hierarquizadas. As primeiras cidades americanas.
Esse será o foco do nosso estudo neste módulo.

6.1. Exploração de seus conhecimentos sobre as cidades antigas no Oriente Médio


e na América

 14 – Vide orientações didáticas (página VII).

Conforme você já aprendeu, no Egito e na Mesopotâmia desenvolveram-se as primeiras civilizações


agrícolas, nas quais os templos e palácios eram muito importantes, pois se acreditava que os deuses
tinham muito poder e se relacionavam diretamente com os governantes. Daí o nome “teocracia” (teo =
deus + cracia = poder).

1. Registre aqui algumas de suas lembranças sobre o que estudou no módulo 4 a respeito das
cidades dessas civilizações em relação ao poder dos governantes.

25
C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 08/04/16 10:05 Página 26

As antigas civilizações americanas

Figura – Mídia Objetivo


A partir da leitura do mapa e das explicações de seu professor, responda às questões a
seguir:  15 – Vide orientações didáticas (página VII).

1. Onde se localiza a América Central?


Entre as Américas do Sul e do Norte, portanto no continente americano. A região é banhada pelos oceanos Atlântico e Pacífico.

2. Quais povos se desenvolveram nesse período, ou seja, em torno de 1200 a.C.?


Olmecas.

3. Você sabe por que essa região é também chamada de Mesoamérica?


A palavra meso significa entre, portanto Mesoamérica ficava na região entre as Américas do Norte e do Sul.

4. Essas civilizações são também denominadas de pré-colombianas. Por quê? Qual é a sua hipótese?
Porque são povos que viviam na América antes da chegada de Cristovão Colombo em 1492, portanto no século XV. Alguns estudiosos

também empregam o termo civilizações pré-hispânicas, que significa antes da chegada dos espanhóis.

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6.2. Investigação e descoberta sobre o poder de governantes e os deuses


A 43 e 44 DATA: _____/_____/_____

Figura 11
Você estudou anteriormente que o rei, no Egito e na
Mesopotâmia, tinha um grande poder relacionado à religião e ao
controle das águas. Para realizar essa função, ele contava com o
grupo militar e com os escribas, como é possível observar nas
figuras a seguir.

Gudea, príncipe de Lagash, estátua sentada dedicada ao deus Nigishzida.


Aproximadamente 2120 a.C. Em diorito, 46 cm de altura, 33 cm de largura
e 22,5 cm de profundidade. A estátua pertence ao Museu do Louvre e foi
encontrada em escavações no Iraque
realizadas em 1903.
Figura 12

Foi justamente a habilidade dos escribas e o costume de registrar e


controlar que permitiu o surgimento na Mesopotâmia, durante o Império
Babilônico, de um importante conjunto de leis escritas que, ao ser
estudado e decifrado, revelou-se precioso documento histórico da
organização social dos povos da região, os acadianos. Esse conjunto de
leis foi chamado de Código de Hamurabi, em lembrança ao rei
Hamurabi, seu autor, que governou por volta de 1800 a.C. Esse
documento foi inscrito numa coluna de pedra com 2 metros de altura,
dedicada ao deus Marduk. O texto completo contém 282 artigos, que
só puderam ser decifrados no final do século XIX.

Estela de diorito, com o Código de Hamurabi.


O escriba registrou as intenções do código, ao final do conjunto de leis.

Vocabulário
Estela: palavra grega que significa “pedra erguida”. A designação é usada na
arquitetura e na arqueologia para designar objetos de pedra individual,
monólitos, nos quais eram feitas esculturas ou textos.
Diorito: rocha formada pelo lento resfriamento no interior da crosta terrestre.

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Epílogo do Código de Hamurabi


As justas leis que Hamurabi, o sábio rei, estabeleceu e (com as quais) deu base estável ao governo (...). Eu sou o
governador guardião (...). Em meu seio trago o povo das terras de Sumer e Acad; (...) em minha sabedoria eu os refreio,
para que o forte não oprima o fraco e para que seja feita justiça à viúva e ao órfão (...). Que cada homem oprimido
compareça diante de mim, como rei que sou da justiça. Deixai-o ler a inscrição do meu monumento. Deixai-o atentar nas
minhas ponderadas palavras. E possa o meu monumento iluminá-lo quanto à causa que traz, e possa ele compreender
o seu caso. Possa ele folgar o coração (exclamando) “Hamurabi é na verdade como um pai para o seu povo; ... estabe-
leceu a prosperidade para sempre e deu um governo puro à terra”. Quando Anu e Enlil (os deuses de Uruk e Nippur)
deram-me a governar as terras de Sumer e Acad, e confiaram a mim este cetro, eu abri o canal. Hammurabi-nukhush-
nish (Hamurabi-a-abundância-do-povo) que traz água copiosa para as terras de Sumer e Acad. Suas margens de ambos
os lados eu as transformei em campos de cultura; amontoei montes de grãos, provi todas as terras de água que não
falha... O povo disperso se reuniu; dei-lhe pastagens em abundância e o estabeleci em pacíficas moradias.

(Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm>.


Acesso em: 8 abr. 2014.)

Vocabulário
Água copiosa: em abundância. Folgar o coração: deixar o coração alegre.
Epílogo: final de uma obra literária, desfecho.

Em casa, após reler com muita atenção


o texto acima, responda às questões.

1. Este texto foi escrito por um escriba em nome de quem?


O escriba escreve em nome do governante Hamurabi, idealizador desse código de leis.

2. Por que o poder de Hamurabi deve ser considerado bom e legítimo pelos seus governados?
Em razão de Hamurabi apresentar-se como governante guardião. O governante que controla o povo das terras de Sumer e Acad, para que

o forte não oprima o fraco e para que seja feita justiça à viúva e ao órfão.

3. Qual é a relação entre o poder de Hamurabi e os deuses?


O poder do governante Hamurabi foi concedido pelos deuses das cidades de Uruk e Nippur: Anu e Enlil.

4. Qual a relação entre o poder de Hamurabi e a escrita?


O Código de Hamurabi representa o primeiro conjunto de leis escritas da Antiguidade. No epílogo desse código, pode-se observar a seguinte

frase: “Deixai o homem oprimido ler a inscrição do meu monumento”.

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O Código de Hamurabi
O Código de Hamurabi regulamentava as relações entre o governo e os súditos, tratando de
questões como disputas comerciais, relações de trabalho, roubos e furtos, erros médicos, disputa de
terras e também questões familiares. Nele se estabeleciam punições (muitas vezes de morte) para
situações consideradas ilegais (delitos ou crimes).

Agora você pode realizar a TAREFA 25


sobre o “O Código de Hamurabi”.

O poder do faraó
O faraó exercia seu poder com autoridade divina. Era considerado o dono de todas as riquezas, das
terras e da água do Egito, devendo zelar para que houvesse harmonia e prosperidade em seu império.
Era também o chefe do exército, cuja função era afastar nômades e proteger expedições mineiras e
comerciais.
Aos faraós estão relacionadas as construções monumentais que denominamos pirâmides. Observe
as imagens seguintes:

Figura 13

A esfinge, com rosto humano e corpo de leão, foi


escavada no terreno de um monte. Um bloco único
de pedra do próprio local foi esculpido em proporções
monumentais: 20 m de altura e 70 m de compri-
mento. Entre as pernas da esfinge, há um templo. O
monumento exalta o poder dos faraós do Egito e sua
relação com a religião. Sua construção foi ordenada
pelo faraó Quéfren, no século XXVI a.C., que a dispôs
400 m à frente de sua pirâmide.
Figura 14

Pirâmides de Gizé.
Pirâmides construídas pelos faraós Quéops, Quéfren
e Miquerinos (pai, filho e neto) a partir de 2550 a.C.
Da esquerda para a direita, vemos a de Miquerinos
(66 m de altura), depois a de Quéfren (144 m de
altura) e a de Quéops (147 m de altura).

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Consideradas uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e celebradas como as obras arquitetônicas
mais importantes do Egito, as pirâmides nada mais são que os túmulos dos faraós. No seu interior, eram
enterrados os faraós embalsamados, junto a vários objetos de luxo. As três pequenas pirâmides em
degraus, no primeiro plano, eram em homenagem à esposa de Miquerinos. Essas não foram as primeiras
pirâmides; cem anos antes, foi construída a Pirâmide de Sacara, erigida em forma de degraus. O Egito
Antigo, em dez séculos, produziu cerca de noventa pirâmides.

Leia sobre alguns significados dessas construções, tal como os apresenta o professor John D.
Clare.

A Grande Pirâmide de Quéops é a maior construção de pedra do mundo. As catedrais de Florença, Milão, São Pedro
em Roma, São Paulo e a Abadia de Westminster em Londres poderiam ser reunidas na área de sua base. Ela foi tão
firmemente construída que os primeiros arqueólogos conseguiram explorar o interior explodindo túneis com pólvora sem
causar seu desmoronamento. Até mesmo na época dos faraós, egípcios ricos faziam viagens turísticas para vê-la. Cada
pirâmide fazia parte de um complexo maior, incluindo dois templos e, algumas vezes, pirâmides menores (tumbas de
tijolo comuns) de nobres importantes. Uma pirâmide era um monumento religioso. Para os egípcios, seus lados inclinados
representavam os raios do deus do Sol, Rá. Eles acreditavam que o faraó morto subiria por esse caminho para o céu. A
construção de uma pirâmide consumiu muito da riqueza do Egito e do trabalho de milhares de pessoas durante um
período de 20 a 30 anos. É incrível o fato de os egípcios despenderem tanto esforço para conduzir apenas um ser humano
ao céu. A pirâmide foi construída com enorme precisão. A diferença entre o lado maior e menor é de menos de 20
centímetros. Os cantos são ângulos retos quase perfeitos (0,09% de erro), e a base é quase perfeitamente plana (0,004%
de erro). As pedras de revestimento no exterior da pirâmide estão posicionadas de maneira tão precisa que é impossível
colocar até mesmo um fio de cabelo entre suas emendas.

(John D. Clare. Eu estive lá, pirâmides do Antigo Egito. São Paulo: Manole, 1994, p. 8-9. Adaptado.)

Enquanto isso, na América


A formação das sociedades urbanas na América se deu entre 1200 e 300 a.C. As primeiras cidades
foram identificadas, principalmente, em três regiões da área atual do México: o Vale do México, a Costa
do Golfo do México e o Vale de Oaxaca. No Vale do México, Tlatilco, uma cidade de 65 hectares (650.000 m²)
foi datada em 1200 a.C.
Sepulturas ricamente adornadas encontradas por arqueólogos indicam núcleos urbanos com grande
divisão social, que pertenciam à cultura mais influente que então existia na América Central, os olmecas.
A palavra olmeca quer dizer Figura – Mídia Objetivo

civilização ancestral, ou povo do


cautchu, designação de um tipo
de seringueira cuja seiva dura e
elástica era empregada na pro-
dução de bolas, muito utilizadas
em jogos pelos olmecas.

Primeiras civilizações na América


Central. (Hammond. Past Worlds: The
Times Atlas of Archaelogy,
1988, p. 214. Adaptado.)

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Você agora lerá sobre uma das importantes cidades olmecas: San Lorenzo. Leia atentamente e
observe as imagens a seguir, para fazer suas anotações.

San Lorenzo: um centro cerimonial olmeca


A cidade de San Lorenzo está situada na quente e úmida região dos olmecas, a Baía de Campeche. Florescente entre
1200 e 900 a.C., situa-se em uma região de planalto, com cerca de 50 metros de altura, medindo 1,25 km no sentido
norte-sul.
A maior elevação apresenta 7 metros e os montes são compostos por um enchimento artificial de terra e argila, e os
longos sulcos semelhantes a dedos no sentido noroeste, lados norte e sul, são possivelmente partes de um incompleto
esquema para moldar no planalto a figura de um pássaro voando.
No topo do planalto situa-se um centro cerimonial, de plataformas de barro delimitando pátios, o tribunal do jogo
sagrado de bolas e piscinas para banhos rituais.
O excesso de água foi removido através de uma rede de esgotos com até 170 metros de comprimento, feitos de
seções de calhas de basalto em forma de U, equipadas com tampas.
O basalto era trazido das montanhas Tuxtla, a 80 km de distância.
As esculturas de San Lorenzo incluem estelas, relevos, colunas e oito grandes cabeças de governantes, com quase
3 metros de altura, com adereços de cabeça e altares (provavelmente tronos) – blocos de basalto achatados e decorados
com esculturas de governantes segurando filhotes de jaguares.
O felino jaguar era considerado uma divindade entre os olmecas. Foram encontradas muitas máscaras e esculturas,
em grande maioria feitas em jade, com a representação do “jaguaromem”, um poderoso espírito da floresta capaz de
mudar à vontade da forma humana para a felina.
Em cerca de 900 a.C., esses grandes monumentos foram deliberada e brutalmente desfigurados em destruições, por
razões até agora desconhecidas.
As esculturas mutiladas foram enterradas em fileiras ao longo do topo das cristas, eventualmente tombadas dentro
das ravinas.
Escavações feitas em casas de San Lorenzo mostram que a cidade foi suporte para uma agricultura complexa,
produzida na área circundante, onde a cultura predominante era o milho, colhido sazonalmente em campos inundáveis.
Ossos de animais encontrados em sítios arqueológicos demonstram que peixes e cachorros domesticados forneciam a
maioria das proteínas da dieta. Cervos e porcos selvagens eram consumidos ocasionalmente, e, talvez, carne humana,
sugerida pelos vestígios de ossos humanos massacrados e por marcas de queimadura.

(Hammond. Past Worlds: The Times Atlas of Archaeology, p. 214-215. Adaptado.)

Vocabulário
Cristas: cume, partes mais altas de uma elevação.
Ravinas: barranco, acidente geográfico produzido pela ação da erosão de córregos e enxurradas.

Representação de um elemento da cultura olmeca: traba-


lhadores puxam cordas que controlam uma gigantesca
cabeça de pedra cerimonial, para descer o rio Tonalá, no
Mapa dos monumentos em San Lorenzo. sudeste da América Central. (O colosso olmeca de pedra.
(Hammond, op. cit., p. 215.) In: História em revista 1500-600 a.C.: marés
bárbaras. Rio de Janeiro: Abril Livros / Time Life 31
Livros, 1991, p. 164.)
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Vaso de cerâmica polida em forma de


tatu. Encontrado no cemitério de Tlatilco,
Vale do México. Olmeca –
1200 a 900 a.C., comprimento: 30 cm.
(Hammond, op. cit., p. 215.)

Máscara cerimonial olmeca, esculpida em jade,


combinando os traços de homem e jaguar. (História
em revista 1500-600 a.C., op. cit., p. 159.)

Grande artefato
religioso, com a
parte posterior
esculpida na forma
de um deus com
feições de bebê,
caracterizado por
uma boca
rosnando, fenda
em forma de
V na cabeça e
sobrancelhas
serrilhadas,
indicando um ser
sobrenatural.
Olmeca – 800 a
300 a.C., jade,
altura: 31 cm.
(Hammond, op.
cit., p. 215.)

Cabeça colossal de um governante de San Lorenzo. O capacete (adereço


de cabeça) possui alças laterais e um glifo indicador central. Olmeca –
1200 a 900 a.C., basalto, altura: 2,85 metros. (Hammond, op. cit.,
p. 215.)

Figura antropomórfica de um jaguar


em pé. Os olhos são incrustados com
piritas (pedras semipreciosas), e
pegadas foram esculpidas na parte Esconderijo de 16 figuras e 6 artefatos cerimo-
inferior das patas traseiras. Olmeca – niais organizados para retratar a cena de um
800 a 300 a.C., serpentina (mineral de ritual. Olmeca – La Venta, 800 a 400 a.C., jade,
cor verde), altura: 8 cm. (Hammond, serpentina e granito, altura: 18 cm.
op. cit., p. 215.) (Hammond, op. cit., p. 215.)

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Você deve ler os textos e as imagens com muita atenção. Em seguida, realize essa
atividade em casa.

1. Em quais regiões da América Central surgiram as primeiras sociedades urbanas?


Em três regiões da área atual do México: a costa do Golfo do México, o Vale do México e o Vale de Oaxaca.

2. Como podem ser descritas as cabeças colossais olmecas encontradas na cidade de San Lorenzo?
Grandes cabeças representando governantes, com quase 3 metros de altura, apresentando adereços de cabeça e altares, provavelmente

tronos.

3. Qual o significado do felino jaguar nessa civilização?


Os jaguares eram considerados divindades entre os olmecas. Foram encontradas muitas máscaras e esculturas, muitas feitas em jade,

com a representação do “jaguaromem”, um poderoso espírito da floresta capaz de mudar à vontade da forma humana para a felina.

4. Escreva um parágrafo sobre a agricultura olmeca.


Vestígios foram encontrados em casas de San Lorenzo, demonstrando que em áreas em torno da cidade era realizada uma agricultura

complexa, onde a cultura predominante era o milho, colhido em áreas alagadiças.

5. Escavações feitas na cidade de San Lorenzo indicam que seus habitantes incluíam o consumo de
carne em sua dieta. Indique quais tipos de carnes eram consumidas.
Peixes, cachorros domesticados, cervos e porcos selvagens. Indícios demonstram também que, ocasionalmente, a carne humana poderia

ser consumida.

6. O que você considerou mais curioso ou interessante sobre essa civilização? Por quê?
Resposta pessoal do aluno. O professor deve ouvir algumas para fazer um balanço das opiniões da classe.

Você já aprendeu muitas coisas sobre as primeiras cidades teocráticas. Quais as


semelhanças entre o Faraó do Egito, o governante da Mesopotâmia e os olmecas de San
Lorenzo?
O professor deve ser o escriba e mediador da produção da classe. Deve ouvir e organizar as contribuições para, em seguida, organizar a

produção do texto, que deve conter o papel dos governantes no direcionamento das atividades agrícolas; a existência de grandes obras em

pedra que celebram o poder do rei (zigurates e estela da lei – Mesopotâmia; pirâmides – Egito; grandes cabeças – Olmecas) etc.

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A 45 e 46
6.3. Ampliação de seus conhecimentos: os olmecas e os maias

DATA: _____/_____/_____

Certamente, você já estudou que antes, da chegada dos europeus, a América já era habitada. A
diversidade de culturas existentes em nosso continente era muito grande. Havia sociedades em diferentes
estágios culturais. As primeiras grandes civilizações americanas foram os olmecas e os maias.
Observe o gráfico abaixo e visualize algumas das datas dessas civilizações, para uma melhor
localização no tempo.

(Alain Musset e Annie-Claude Martin. A América pré-colombiana, os maias


e os astecas. São Paulo: Augustus, 1994, p. 58.)

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Os maias Os territórios dos maias e dos astecas


Desse conjunto de civilizações mesoamericanas,
vamos destacar o povo maia, considerado pelos
arqueólogos como o mais avançado grupo humano
pré-colombiano e que, segundo cálculos recentes,
teria existido durante cerca de 1.100 anos.
A civilização maia ocupou um vasto território,
com aproximadamente 325.000 quilômetros quadra-
dos, que hoje abrange a Península de Yucatán e parte
do Estado de Chiapas, no México atual, além de parte
da Guatemala, Honduras e Belize atuais. Observe essa
localização no mapa:

(Alain Musset, op. cit., p. 59.)

Inicialmente, os maias organizavam-se em pequenos núcleos agrícolas, baseados no cultivo do milho,


do feijão e da abóbora. O milho constituía-se no principal alimento deles, que o consumiam assado,
cozido ou preparado como farinha.
Nas cidades maias, predominavam: serviços administrativos, havendo, por exemplo, locais que
armazenavam os tributos pagos ao Estado; cultos religiosos; práticas militares; atividades ligadas às
ciências; produção de artefatos e objetos de arte. Artistas maias destacaram-se na produção de esculturas
e pinturas murais feitas em muitas edificações.
Observe um exemplo da arte escultórica maia, que representa governantes e membros das elites
guerreira, religiosa e econômica usando toucados, isto é, adereços de cabeça, geralmente feitos com
penas de papagaio e arara, peles de jaguar, conchas e jade.
Os maias herdaram dos olmecas o gosto por jogar pelota. Foram encontrados vestígios de campos
desse jogo em várias cidades maias. Os arqueólogos acreditam que, além de bolas feitas da seringueira
cautchu, muitas vezes os crânios de inimigos mortos em combate eram utilizados em jogos de pelota
maias.

Toucados utilizados pelos


homens mais importantes da
sociedade maia.

(História em Revista 200-600:


impérios sitiados. Rio de
Janeiro: Abril Livros / Time Life
Livros, 1991, p.152-153.)

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O jogo de bola é apenas um jogo

Aparentemente, é apenas um jogo. Duas equipes


enfrentam-se: é preciso fazer uma bola de cautchu
passar por um anel de pedra, usando os quadris e
os ombros. Quem põe a mão é trapaceiro. Os
jogadores animam-se e todos correm. A bola gira,
pula, salta e cai outra vez. Será que vai passar pelo
anel? A disputa é muito importante, pois a bola
representa o Sol, e a quadra, o céu. Os perdedores
são geralmente sacrificados em honra aos deuses...
O que diriam os jogadores de futebol de hoje, caso
se restabelecessem essas regras?
(Alain Musset e Annie-Claude Martin. A América pré-colombiana,
os maias e os astecas. São Paulo: Augustus, 1994, p. 9.)

Em seu Caderno de Atividades do primeiro bimestre, você estudou sobre mitos de origem, lembra-se?
Pois bem, há um mito de origem maia que relata que o primeiro homem dessa civilização teria
surgido do milho. Há outras lendas maias sobre o milho, considerado um alimento sagrado nessa
civilização. Conheça mais lendo o texto e a imagem a seguir:

Cabeça de Pakal
As origens lendárias do milho

De acordo com a lenda, foram as formigas que


descobriram as primeiras espigas de milho, escondidas no Pakal é a entidade maia que
coração de uma montanha. Como o buraco era pequeno, personifica o deus do milho.
podiam somente tirar os grãos, um a um. Para aumentar a
passagem, o deus da chuva lançou um raio contra a
montanha. Porém, o calor foi tão forte, que algumas
espigas queimaram-se ou ficaram chamuscadas; a fumaça
descoloriu uma parte; outras, ficaram intactas. Essa é a
razão por que, segundo os maias, há quatro espécies de
milho: o preto, o vermelho, o branco e o amarelo.
(Mayas – revelação de um
(Alain Musset e Annie-Claude Martin, op. cit., p.15.) tempo sem fim. Folder de
exposição. Museu da
Cidade – OCA. Parque do
Ibirapuera, São Paulo,
10 jun. a 24 ago. 2014.)

Vocabulário
Chamuscado: ligeiramente queimado.

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Vamos registrar, em conjunto, características das primeiras sociedades maias.

1. Qual o papel do governante dessas cidades?


Junto com os sacerdotes, eram considerados o grupo social de maior importância. Recebiam impostos pagos pelos camponeses.

2. Quais os indícios, ou evidências, de que essa era uma sociedade fortemente hierarquizada?
Nas esculturas maias, apenas os governantes e pessoas consideradas da elite guerreira, religiosa e econômica eram representadas com

toucados na cabeça. Os camponeses viviam nos arredores das cidades e pagavam pesados impostos aos governantes.

3. Nossas leis e nossa forma de governo se aproximam da democracia ou da teocracia?

No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
(www.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST6F303.

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C3_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 08/04/16 10:05 Página 38

TAREFA 18 O território grego

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

1. O texto relaciona as características físicas do território grego a seu modo de se organizar. Quais
informações você pode retirar do texto sobre os itens abaixo?

a) A localização geográfica e seu relevo


O território grego está no sul da Península Balcânica. Seu relevo é montanhoso.

b) A qualidade do solo
O solo é pedregoso e seco, pois as chuvas são escassas; por isso, havia falta de terras de boa qualidade.

c) A agricultura
A agricultura era difícil devido ao relevo e à falta de boas terras. Cultivavam-se oliveiras, vinhas, trigo e cevada.

d) O comércio
A navegação era favorável por causa do extenso litoral e do grande número de ilhas, penínsulas e golfos. Isso também favorecia o comércio.

e) O modo de organizar a ocupação do território


Os gregos ocuparam o território por meio de cidades independentes entre si, as cidades-Estado, cada uma com seu governo.

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TAREFA 19 Creta

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Leia todas as informações sobre Creta nas páginas 5, 6 e 7 e observe o mapa para responder às
perguntas a seguir.

1. Segundo o texto, quando e onde se desenvolveu a civilização cretense?


A civilização cretense se desenvolveu entre os anos 2000 e 1500 a.C., na ilha de Creta, ao sul do Mar Egeu.

2. Quais eram as atividades artesanais e comerciais em que os cretenses se destacavam?


No artesanato, os cretenses se destacaram na produção de cerâmica e vidro, bem como no trabalho com o mármore e com a obsidiana, rocha

cortante.

Quanto ao comércio, o marítimo era bastante desenvolvido; mantinham relações comerciais com o Egito e com as ilhas Cíclades.

3. Os palácios tinham importantes funções nas cidades cretenses. Quais eram elas?
Os palácios serviam como sede do governo. Todas as atividades pelas quais os governantes eram responsáveis eram realizadas lá. Além

disso, havia depósitos para recolher os tributos recebidos na forma de cereais, óleo e vinho, que serviam como reservas para ocasiões de

crise.

Havia também locais próprios para os funcionários que cuidavam das riquezas da cidade e, nessa tarefa, faziam uso da escrita.

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TAREFA 20 O comércio no Mar Mediterrâneo

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

1. Quais são as informações do texto que justificam o seu título?


O texto informa que os aqueus invadiram a ilha de Creta e conquistaram suas principais cidades. Graças a isso, os aqueus controlaram o

comércio marítimo do Mar Egeu.

2. Segundo o mapa, quais os produtos comercializados no Mar Mediterrâneo?


A cerâmica era enviada tanto para a Ásia Menor como para a região da Itália, Sicília e Sardenha. Da Sardenha e de Chipre, traziam cobre.

Da Síria, traziam marfim e estanho. Do Egito, traziam ouro e alabastro.

TAREFA 21 Homens e deuses na Grécia Antiga

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Os deuses mencionados no texto sobre a guerra de Troia são: Zeus, Hera, Palas Atena, Afrodite,
Ares, Temis e Poseidon.
1. Zeus está reunido com outros deuses e lança uma pergunta. Qual foi essa pergunta?
Incentivaremos a guerra ou lançaremos a paz sobre os dois povos?

2. Zeus anuncia que havia deuses apoiando Menelau. Quem eram eles?
Os deuses que apoiavam Menelau eram Hera e Palas Atena.

3. Zeus anuncia que havia uma deusa apoiando Eneias, adversário de Menelau? Quem era ela?
A deusa que apoiava Eneias era Afrodite.

4. Qual a reação de Hera e Palas Atena?


Hera demonstrou não concordar com a alternativa de lançar a paz entre os povos. E Palas Atena agiu dando coragem para que Diomedes

entrasse no tumulto e ferisse Afrodite.

5. Como e por que Diomedes, um humano, atacou Afrodite?


Diomedes feriu Afrodite na mão. Ele a atacou porque ela queria a vitória de Eneias, ao contrário do desejo de Palas Atena, que era dar a

vitória a Menelau.

6. No segundo trecho, Zeus dá uma ordem aos deuses, reunidos em assembleia. Qual foi essa ordem?
A ordem de Zeus foi que cada deus ajudasse um dos dois partidos (troianos ou aqueus), conforme sua própria ideia. Ele ficaria apenas

observando a batalha, como se observa um espetáculo.

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TAREFA 22 Aristocracia

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

1. O que é aristocracia?
Aristocracia é um modo de organização no qual um pequeno grupo de pessoas detém o poder por se considerar melhor do que os outros,

podendo inclusive escravizar seus dominados.

2. Como se deu a transformação da organização do poder do oikos, que era baseado nas famílias
extensivas, genos, para cidades com organização aristocrática? Copie do texto um trecho que explique isso.
Os filhos passaram a herdar os bens dos pais, facilitando a acumulação de riquezas por algumas famílias extensivas e criando poder contrário

ao genos, promovendo o surgimento de uma nobreza hereditária, que buscava conquistar terras e bens.

TAREFA 23 A pólis e suas colônias

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

1. O que se entendia como cidade-Estado ou pólis grega?


A pólis correspondia à região da acrópole, que era o antigo palácio dos reis da época micênica, e também à parte das estradas, ao campo,

aos locais de produção artesanal. Uma região pequena em área e população, governada por um chefe com origem na aristocracia local.

2. Para onde e por que os gregos se expandiram, criando colônias?


Eles se expandiram para a Ásia Menor, para a Europa (litoral da Sicília, ao sul da França e leste da Espanha) e para o norte da África.

Criaram colônias para resolver um problema: suas cidades não tinham condições de produzir mais riquezas em territórios de solo pouco

fértil, pedregoso e montanhoso, e a população crescia.

3. A religião era importante nas pólis e colônias gregas?


Sim, era importante. Além de razões econômicas, os gregos mantinham vínculos religiosos com suas cidades. Para eles, era fundamental

que cada cidade tivesse a proteção de um deus, o que incluía ser escolhido, ter sinais de sua presença, como o fogo sagrado e os oráculos,

instrumentos que garantiam a comunicação entre a divindade e os humanos.

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TAREFA 24 A educação na pólis grega

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Leia os textos sobre a educação em Esparta e em Atenas (páginas 21 e 22) para responder às
questões a seguir.

1. Quem era o principal responsável pela criação das crianças em Esparta?


O principal responsável era o Estado, representado no texto por Licurgo, que decidia quais crianças seriam educadas.

2. Qual era o objetivo da educação dos pequenos espartanos?


Era fazê-los ser obedientes, viver em conjunto e se submeter a um regulamento comunitário.

3. De que modo podemos dizer que a educação espartana era uma espécie de treino militar? Leia com
atenção e retire do texto o maior número possível de informações.
Além do treino da obediência, eles aprendiam a suportar a punição sem contestação. As brigas e rivalidades eram incentivadas, para verificar

a disposição de cada um para a luta. Quando ficavam mais velhos, deviam andar descalços, sem camisa, só recebiam um agasalho por ano

e só tomavam banho em alguns dias. Quando chegavam aos vinte anos, começavam a comandar pequenos grupos em exercícios militares.

Organizava-se a vida no quartel e incentivava-se o roubo de lenha e alimentos.

4. Em Atenas, quem se responsabilizava pela educação das crianças?


As famílias se responsabilizavam pelos filhos até os 7 anos.

5. O que os meninos aprendiam nas escolas privadas? Procure o maior número possível de informações
do texto para construir sua resposta.
Os meninos eram enviados a escolas privadas, nas quais aprendiam a ler, escrever e contar, até os 14 anos. Dos 15 aos 18 anos, praticavam

esportes, ginástica e recebiam treinamento militar, pois se tornariam hoplitas.

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TAREFA 25 O Código de Hamurabi

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Agora vamos conhecer o que o código regulamentava a respeito do casamento:


128º – Se alguém toma uma mulher, mas não conclui um contrato com ela, esta mulher não é esposa.
133º – Se alguém é feito prisioneiro de guerra e na sua casa há com que sustentar-se, mas a mulher abandona sua casa
e vai a outra casa; porque esta mulher não guardou sua casa e foi a outra, deverá ser judicialmente condenada e lançada
na água.
137º – Se alguém se propõe a repudiar uma concubina que lhe deu filhos ou uma mulher que lhe deu filhos, ele deverá
restituir àquela mulher o seu donativo e dar-lhe uma quota em usufruto no campo, horto e seus bens, para que ela crie
os filhos. Se ela criou os seus filhos, lhe deverá ser dado, sobre todos os bens que seus filhos recebam, uma quota igual
a de um dos filhos. Ela pode esposar o homem do seu coração.
138º – Se alguém repudia a mulher que não lhe deu filhos, deverá dar-lhe a importância do presente nupcial e restituir-lhe
o donativo que ela trouxe consigo da casa de seu pai e assim mandá-la embora.

(Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm>. Acesso em: 8 abr. 2014. Adaptado.)

Vocabulário
Concubina: diz-se da mulher que vive com um homem, Usufruto: direito de usar e desfrutar de um bem que
sem ser casada com ele. pertence a outra pessoa.

A leitura dos artigos do Código de Hamurabi referentes à condição da mulher e da propriedade


privada é subsídio para você realizar essa tarefa. Dê respostas completas às questões:
1. A mulher tinha direitos iguais aos do homem?
Certamente não. A penalização imposta à mulher era muito rígida. Por exemplo, ela poderia ser devolvida aos seus pais, caso não pudesse

gerar um filho para seu marido.

2. A lei estabelece a possibilidade de uma mulher viver e se sustentar sozinha?


Não. A mulher sempre estava sujeita à dominação e à proteção de um homem. Inicialmente, colocava-se sob os cuidados de seu pai e

irmãos, depois de seu marido.

3. O que ficamos sabendo sobre o contrato de casamento entre homem e mulher?


O casamento só se realizava por meio de um contrato, que previa um donativo do pai da noiva ao marido. Esse donativo pode ser entendido

como um dote que a mulher entregava no ato do casamento.

4. O rei tinha o direito de tirar a vida de seus súditos, de acordo com o código?
Sim, era um código que estabelecia punições muito rigorosas, inclusive com a morte, para situações consideradas ilegais, como delitos e

crimes. O Código de Hamurabi costuma ser resumido na seguinte frase: “Dente por dente, olho por olho”.

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Sua criação com a História


Você é o divulgador dos conhecimentos sobre a Grécia Antiga.
Registre aqui as orientações do seu professor.

Créditos das Figuras


Figura 1 Figura 8
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Balkan_topo_en.jpg>. Disponível em: <http://panoramio.com/user/photo/70925474>. Acesso em: 12 jun.
Acesso em: 12 jun. 2015. Adaptado. 2015.

Figura 2 Figura 9
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:KnossosSemune.jpg>. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Squatting_warrior_
Acesso em: 12 jun. 2015. Staatliche_Antikensammlungen_8966.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2015.

Figura 3 Figura 10
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Micenas#mediaviewer/File:Mycenae_ Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Globular_aryballos_Louvre_
ruins_dsc06390.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2015. Ele357.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2015.
Figura 4 Figura 11
David Moniaux, La porte dês lions à Mycenes, 2004: Disponível em: Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gudea_of_Lagash_Girsu.jpg>.
<http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mycenae_lion_gate_dsc06382.jpg>. Acesso Acesso em: 12 jun. 2015.
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Figura 12
Figura 5 Disponível em: <http://istorianasveta.eu/pages/posts/kodeks-na-car-xamurapi-
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:PhoenicianCoin2A.png>. 119.php>. Acesso em: 12 jun. 2015.
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Figura 13
Figura 6 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Great_Sphinx_of_Giza_-_2008
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Birreme#mediaviewer/File:Greek_ 0716a.jpg>. Acesso em: 16 dez. 2014.
Galleys.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2015.
Figura 14
Figura 7 Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:All_Gizah_Pyramids.jpg>.
Disponível em: <https://classconnection.s3.amazonaws.com/822/flashcards/556822/ Acesso em: 16 dez. 2014.
jpg/801306984492212.jpg>. Acesso em: 17 jun. 2015.

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