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Autores:
Ana Maria de Fátima Santos Marino
Maria Teresa Vianna Van Acker
Ricardo Vianna Van Acker
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 15/01/16 13:32 Página III
Caderno do Professor
Unidade 2 – As primeiras civilizações agrícolas
Módulo 3 – O Período Neolítico: a Revolução Agrícola
O Módulo 3 é explorado em uma sequência didática desenvolvida em três etapas, as quais correspondem
aos títulos:
• Exploração de seus conhecimentos sobre a grande invenção do Período Neolítico: a agricultura;
• Investigação e descoberta sobre Revolução Agrícola;
• Ampliação de seus conhecimentos sobre a cultura do Período Neolítico.
Orientações didáticas
O desenvolvimento do conteúdo organiza-se ao longo das seções didáticas que se materializam nas
atividades sobre as quais julgamos oportuno tecer algumas considerações, a título de esclarecimento e
justificativa de seus objetivos. As considerações a seguir estão numeradas de acordo com as indicações
encontradas no texto do caderno.
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1 – Produção coletiva – O professor deverá escolher, de acordo com os interesses manifestados pela
classe, se vai iniciar a atividade expondo ideias sobre o papel histórico do pão para a humanidade, e depois
mostrar que sua invenção só foi possível devido à prática de formas de organização, técnicas adquiridas e
conhecimentos, ou se vai começar falando sobre as técnicas mobilizadas que tornaram possível transformar
os grãos e cozinhar o pão.
É importante, nessa produção coletiva, ouvir os alunos e criar perguntas para que eles formulem hipóteses,
lembrando-lhes que, ao longo do módulo, essas hipóteses serão confirmadas ou não.
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2 – Informações complementares para uso do professor.
O trigo e os diversos tipos de pães e bolos feitos com ele estão presentes na maioria das culturas. Há 4 mil
anos, os estoques de trigo do Antigo Egito já eram negociados com povos vizinhos, como fenícios e hebreus.
Outros vegetais surgiram como base da alimentação e fonte de carboidratos para vários povos, como a
mandioca, a batata e o milho para os povos americanos, ou o arroz para os japoneses e chineses. Entre
culturas de todo o mundo, o pão, em suas variedades, é o alimento mais consumido na Europa, Estados
Unidos e vastas regiões da Ásia. No Brasil, o consumo de pão industrializado (sem contar os caseiros) gira em
torno de 6 bilhões de toneladas; em todo o mundo chega a mais de 146 bilhões de toneladas.
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3 – Ver tarefa complementar 1 (pág. VII).
Página 12
4 – Ver tarefa complementar 2 (pág. VIII).
Página 14
5 – Nesse momento, o professor poderá explorar com mais profundidade o conceito de Revolução Agrícola.
Apresentamos aqui algumas considerações sobre este conceito, que não deve ser entendido como uma
mudança da forma de organização e alimentação dos grupos ocorrida em tempo acelerado ou de maneira
brusca. Durante esse tempo, muito se observou para saltar do saber que a planta, se cultivada, germina até
atingir a organização de uma plantação racional e rentável. Caso o professor julgue necessário, pode utilizar
o texto sobre o tema.
Os agricultores se depararam com as dificuldades de manutenção das plantações (pragas) e com a
necessidade de armazenar os alimentos colhidos que seriam consumidos lentamente, até a próxima colheita.
Além disso, havia a preocupação de garantir a semeadura. Nessa fase, foram construídos os silos. A criação
de animais servia como reserva de carne. Porém, houve um grande espaço de tempo até a humanidade
conseguir se organizar para ter sobras, armazenar e introduzir um pequeno comércio. Até então, as
comunidades foram autossuficientes – produziam todo o alimento de que necessitavam, utilizando-se das
matérias-primas da região: madeira, palha, argila, pedra, ossos e chifres. Fabricavam suas próprias ferramentas
e utensílios. Não houve, por isso, uma única cultura neolítica. Cada grupo, a partir de seu tamanho, das
condições climáticas, da flora e da fauna, desenvolve-se de modo singular.
Nas páginas IX e X o professor pode encontrar as tarefas complementares 3 e 4.
Página 19
6 – Sua criação. Você é o arqueólogo-historiador. Essa é uma atividade bimestral que deve ser realizada
pelos alunos em diferentes etapas, sob a orientação e supervisão do professor. Trata-se de uma tarefa que
resultará em uma produção social e culturalmente compartilhável, quer seja na própria escola quer seja apenas
no espaço da sala de aula: uma exposição arqueológica.
A proposta de elaboração de uma exposição arqueológica deve ser considerada de forma ampla. Pode ser a
representação de um sítio arqueológico ou apenas a exposição de painéis com informações de pesquisas
arqueológicas. O objetivo da atividade é valorizar o conhecimento a partir de dados de pesquisa e orientar a
curiosidade dos alunos. Está vinculada à apresentação do mapa das primeiras civilizações e dá oportunidade
ao professor de apresentar o tema da exposição de modo que o trabalho seja realizado em paralelo com o
Módulo 4. Dessa forma, é possível aprofundar os conteúdos tratados naquele módulo (Egito e Mesopotâmia)
ou diversificar contemplando a Índia e a China. A escolha fica a critério do professor. No primeiro caso, será
possível explorar e apresentar de forma organizada as informações oferecidas no Caderno de Atividades. No
segundo caso, será necessário orientar os alunos a fazer uma pesquisa para além do material.
Sugerimos que oriente seus alunos à realização do trabalho em etapas. A primeira etapa inicia-se pela definição
das cidades ou civilizações, com um levantamento das informações importantes para a montagem da
exposição: época, localização geográfica, construções e objetos significativos para a compreensão do
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modo de vida daquelas pessoas naquela época. Essa é a fase da pesquisa propriamente dita, que inclui a
indicação das fontes consultadas. Reiteramos que o material didático pode ser uma fonte. A segunda etapa
é o momento de organizar as informações coletadas tendo em vista sua exposição. É hora de desenhar,
imprimir imagens, fazer maquetes, escrever textos curtos de fácil leitura e chamar atenção para os tópicos
importantes da pesquisa. A terceira etapa é a exposição propriamente dita.
Ao explicitar as etapas do trabalho, o professor deverá levar em conta a disponibilidade de tempo e espaço
na escola e na classe. Pode-se reduzir o trabalho apenas à pesquisa, propor desenhos e um guia de campo
de um arqueólogo, em vez de uma exposição arqueológica. Enfim, você é também o criador!
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7 – Como você pode observar, somente agora introduzimos a periodização canônica para os alunos, pois
consideramos que oferecemos os elementos suficientes para que eles percebam as continuidades e
transformações. Essa periodização não explica por si só os processos históricos, são interpretações e muitas
vezes questionáveis. Entretanto, é importante que os alunos as conheçam, pois as encontram no material de
pesquisa disponível para consulta.
Ao apresentarmos um conceito de Pré-História no final do caderno, retomamos o Paleolítico e deixamos
evidente o grande salto que há entre esse período e o Neolítico.
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8 – Produção coletiva. Essa atividade tem o objetivo de introduzir o assunto a partir da reflexão do aluno
sobre as condições concretas de vida da cidade em que vive. Em seguida, apresentamos um texto e uma
representação da cidade de Mari para a classe formular hipóteses sobre as condições de vida dessa cidade.
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9 – Produção coletiva. Essa atividade tem o objetivo de articular a relação entre as primeiras cidades e a
agricultura e salientar as diferentes temporalidades desse processo histórico.
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10 – O conteúdo informativo dessa etapa da sequência didática deverá ser utilizado pelos alunos como
fonte de pesquisa para a realização da atividade Criando com a História (p. 22). A leitura e o diálogo entre o
professor e os alunos sobre a pesquisa será planejado pelo professor – ela precisará ser realizada
paralelamente à etapa de Investigação e descoberta.
O acompanhamento e a correção das atividades que fazem parte dessa etapa devem ser planejados como
estratégia de revisão da leitura dos alunos e como momento de conclusão do conteúdo por parte do professor.
Páginas 35 e 41
11 – Linhas do tempo sobre a Mesopotâmia e o Egito durante a Idade Antiga. Essas linhas do tempo
são apresentadas com o objetivo de servirem ao aluno como um modelo para a confecção dessa modalidade
de representação das sequências temporais e duração das etapas.
Elas não devem ser utilizadas para a cobrança de conteúdos a serem memorizados pelos alunos, mas sim para
que estes possam visualizar a elaboração de escalas temporais.
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12 – Produção coletiva. Essa atividade tem a intenção de promover uma breve troca de ideias, para que
a classe elabore alguma figura ou forma de representar a hierarquia social. Na atividade da página 46,
apresentaremos o esquema em formato de pirâmide. O tempo de duração dessa atividade não precisa ser
superior a dez minutos.
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Tarefas Complementares
Apresentamos a seguir tarefas complementares para que o professor utilize quando julgar necessário.
Tarefa 1
Uma lenda africana sobre a origem do pão
(...) O primeiro homem e a primeira mulher perambulavam por baixo da terra. Certo dia encontraram uma grande pilha
de painço num canto. Ao lado havia pilhas de cevada e trigo, e sementes de todas as plantas comestíveis. Havia uma pilha
de cada espécie num canto. O primeiro homem e a primeira mulher olharam para as sementes e perguntaram:
— O que significa isso?
Uma formiga vinha passando ao lado das pilhas de sementes. O primeiro homem e a primeira mulher viram a formiga.
A formiga retirou um grão de trigo da pilha. A formiga comeu o grão de trigo. O primeiro homem perguntou:
— O que a formiga está fazendo?
A mulher disse:
— Mate-a! Mate essa criatura feia!
O homem respondeu:
— Por que a mataria? Alguém a criou, exatamente como nos criou.
O homem não fez nada com a formiga; ao contrário, ficou observando o que ela fazia.
O primeiro homem disse à formiga:
— Diga-me o que está fazendo. Poderia me dizer algo a respeito do painço, da cevada e dessas outras sementes?
— Vou perguntar uma coisa. Você conhece uma fonte, um riacho ou um rio?
O primeiro homem respondeu:
— Não, só conhecemos o poço.
A formiga disse:
— Então vocês sabem o que é água. A água existe para as pessoas poderem lavar seu próprio corpo e as roupas. A água
existe para podermos bebê-la. Também existe para as pessoas poderem cozinhar sua comida. Todos esses cereais são bons
para comer se forem cozidos em água. Agora venham comigo. Vou mostrar tudo a você e à primeira mulher.
A formiga levou os primeiros pais até seu buraco, que conduzia do subsolo à superfície, e disse:
— Esse é meu caminho; venham comigo em meu caminho.
A formiga conduziu os primeiros pais pela passagem e chegaram à superfície. Levou-os até um rio e disse:
— Aqui corre a água, nela vocês podem lavar seu corpo e suas roupas, podem também bebê-la. Essa é a água, com ela
vocês podem cozinhar seu trigo depois de tê-lo moído.
A formiga levou os primeiros pais até um lugar onde havia pedras e disse:
— Essas são as pedras; com elas vocês podem moer o trigo para transformá-lo em farinha.
A formiga mostrou-lhes como pôr uma pedra em cima da outra e inserir uma vara para fazer girar a pedra superior.
A formiga mostrou-lhes que o grão deveria ficar entre as duas pedras. A formiga disse aos primeiros pais:
— Isso é um moinho caseiro. Com ele vocês podem moer o grão para transformá-lo em farinha.
A formiga ajudou os primeiros homens a moer o trigo.
A formiga mostrou à primeira mulher como fazer uma massa com água e farinha e como trabalhar a massa. A formiga
disse à primeira mulher:
— Agora você tem de acender uma fogueira.
A formiga pegou duas pedras do leito do rio e depois algumas plantas secas e disse:
— Esse aqui é um instrumento para fazer fogo.
A formiga acendeu o fogo friccionando as pedras e atirou madeira e galhos nele para alimentá-lo. A formiga disse à
primeira mulher:
— Quando o fogo ficar grande e forte e depois se transformar numa pilha de cinza quente, você deve afastar as cinzas
para um lado. No lugar quente que ficou você deve por seus bolos achatados de massa trabalhada. Cubra-os e jogue a cinza
quente e as brasas incandescentes sobre eles. Depois de algum tempo, eles vão estar cozidos e vocês vão poder comê-los.
(L. Frobenius e D.C. Fox. A gênese africana: contos, mitos e lendas da África. Rio de Janeiro: Landy, 2007, p. 57-5.)
Painço: planta da família das gramíneas cujas sementes são utilizadas na alimentação.
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Leo Frobenius – etnólogo e arqueólogo alemão, nascido em Berlim. Tinha como objeto de estudo, no início do
século XX, a cultura africana.
2. O período neolítico é caracterizado pelos achados de pedra polida. Como o texto associa a
agricultura às pedras polidas?
O manejo da pedra polida permitiu aos nossos ancestrais a moagem do trigo para transformá-lo em farinha. O texto explica como fazer o
moinho de pedra para triturar os grãos entre duas pedras.
Tarefa 2
Domesticação do gato
O gato pode não ser o melhor amigo do homem, mas com certeza está entre os mais antigos. A prova mais concreta
dessa relação duradoura é a descoberta de um esqueleto de gato com mais de 9.500 anos, enterrado ao lado de um homem
de 30 anos.
O felino foi encontrado em 2001, por pesquisadores franceses do Museu Nacional de História Natural de Paris, em um
sítio arqueológico na cidade de Shillourokambos, na ilha de Chipre, mas sua descoberta só foi anunciada na edição de 9 de
abril da revista Science.
No mesmo local, perto da pequena cova feita especialmente para o gato, havia também pedras polidas, ferramentas, joias
e outros objetos que os cientistas acreditam serem oferendas. “Demonstramos que a domesticação dos gatos não começou
no Egito há quatro mil anos, como se acreditava, mas pelo menos cinco mil anos e meio antes disso no Oriente Próximo”,
disse à CH On-line o arqueólogo Jean-Denis Vigne, coordenador da equipe francesa.
O esqueleto do animal, enterrado a 40 centímetros de um homem, está intacto e não apresenta nenhum sinal de
violência, o que indica a proximidade do gato com seu suposto dono. No entanto, os cientistas ainda não sabem qual a
natureza dessa relação. O gato poderia ser um animal de estimação, ter uma conotação religiosa ou até mesmo ser um
símbolo de posição social. “Os dados apenas nos permitem dizer que o relacionamento entre o homem e o gato era forte
enquanto estavam vivos”, disse Vigne. Os cientistas também não sabem qual a causa da morte do animal.
Durante o período Neolítico (entre 10 e 7 mil anos atrás, aproximadamente), a cidade de Shillourokambos foi habitada
por fazendeiros, que chegaram à ilha de Chipre há mais de 10 mil anos, provavelmente vindos da Turquia. Como não existe
nenhum ancestral do gato doméstico nativo da ilha, os felinos devem ter sido introduzidos voluntariamente pela população
neolítica, assim como aconteceu com outros animais, como vacas, cabras, ovelhas, raposas, porcos e veados.
Provavelmente, os gatos tinham a função de controlar a população de ratos que já atacava as plantações de cereais de
Chipre e do Oriente Médio na época. “É provável que a domesticação de gatos tenha começado entre 12 e 14 mil anos atrás,
pois existem evidências de que ratos já proliferavam em armazéns de cereais nesse período”, disse Vigne.
Evidências mais antigas da domesticação de outros animais já foram identificadas em estudos anteriores. Em Israel, por
exemplo, foram encontrados enterrados ao lado de humanos esqueletos intactos de cães em sítios arqueológicos de mais de
12.500 anos.
(Liza Albuquerque. Ciência Hoje On-line. 14 abr. 2004. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/
noticias/arqueologia-e-paleontologia/amizade-de-longa-data/#>. Acesso em: 25 out. 2014.)
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Após a leitura atenta do texto acima, você deverá responder às seguintes questões:
1. Qual o significado possível de joias e objetos de pedra polida encontrados junto ao esqueleto do gato
na Ilha de Chipre, com datação em mais de 9.500 anos?
O aluno poderá considerar em sua resposta o fato de esses objetos se constituírem em oferendas deixadas nas proximidades da pequena
cova feita para o gato. Poderá considerar ainda que essas oferendas tinham também uma função ritualística.
2. A domesticação dos gatos pode também estar relacionada a uma necessidade ou função
econômica?
Sim, o texto evidencia que os gatos ajudavam no controle da população de ratos que atacavam as plantações de cereais da Ilha de Chipre
e de regiões do Oriente Médio no período Neolítico.
Tarefa 3
A produção de alimentos
Devemos recordar que a produção de alimentos não acabou com a coleta. No início, a caça, a pesca, a coleta de frutas,
caracóis e larvas seguiram sendo as atividades essenciais para sua obtenção. Os grãos e o leite foram introduzidos como
simples complementos de uma dieta de caça, peixes, frutos, nozes e ovos. Provavelmente a agricultura começou como uma
atividade incidental das mulheres, enquanto os homens dedicavam-se a atividades de caça.
(...)
A introdução de uma economia produtora de alimentos afetou, como uma revolução, a vida de todas as pessoas nela
envolvidas, o bastante para refletir no crescimento da população. Certamente não se dispõe de “estatísticas de população”
para comprovar que havia ocorrido um significativo aumento. Mas é possível entender que isso ocorreu. As comunidades de
coletores e caçadores tinham uma limitada quantidade de alimentos disponíveis – o número real de animais de caça, de
peixes, de raízes comestíveis e de frutas que cresciam em seu território. Nenhum esforço humano nem tampouco mágica
nenhuma poderiam aumentar essas provisões. Realmente, as melhorias nas técnicas e a intensificação da caça e da coleta
realizada para pontos mais distantes trouxeram como consequência o extermínio progressivo de animais de caça e a
diminuição significativa de seus estoques de alimentos. O cultivo rompe, de uma vez, com os limites assim impostos. Para
incrementar a provisão de alimentos, apenas é necessário espalhar mais sementes, cultivando maiores extensões de terra. Se
existem mais bocas para alimentar, certamente têm-se também mais braços para trabalhar os campos.
(...) Há alguns aspectos da economia produtora de alimentos que merecem atenção. Em primeiro lugar, sua produção,
ainda que em sua forma mais simples, proporciona uma oportunidade e um motivo para a acumulação de um excedente.
Há que guardar para semear. É necessário também resolver o problema do armazenamento. Em algumas aldeias neolíticas,
as construções mais importantes que permaneceram através dos tempos foram os silos escavados, forrados com palha ou
com esteiras de junco.
Algo semelhante deve ter acontecido com o gado. As vacas e ovelhas passaram a suprir as necessidades de leite e matéria-
prima para o vestuário e para aumentar a manada ou o rebanho. Uma vez que essas práticas foram se disseminando, a
produção e a acumulação de um excedente fizeram-se muito mais fácil para os povos agricultores do que para os povos
coletores e caçadores. O excedente servia para minimizar as dificuldades em épocas de secas prolongadas ou de colheitas
menores e para favorecer o crescimento da população.
(Gordon Childe. As origens da civilização. Apud Severiano Montero. Historia de las Civilizaciones. Madri: Akaf, 1979.)
1. Após a leitura coletiva do texto, sob a orientação do professor, a classe vai representar
graficamente as informações contidas em cada parágrafo. O trabalho pode ser registrado
na lousa e cada aluno pode realizar uma parte.
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2. Após essa atividade, a classe pode levantar algumas hipóteses sobre as consequências das
transformações ocorridas na organização dessa sociedade. Diante do aumento da população e do
número de tarefas necessárias à sobrevivência, quais teriam sido as mudanças de sua organização social?
Os alunos poderão lançar diferentes hipóteses e todas elas deverão ser registradas para posterior verificação no módulo 4. O professor
poderá propor perguntas sobre o que fazer com o excedente quando há outras populações nômades próximas que têm outros excedentes,
sobre a necessidade da organização do trabalho ao longo do ano e sobre as diferentes funções de cada grupo.
Tarefa 4
As vantagens da agricultura
Você já deve ter percebido por que falamos em Revolução Agrícola. Afinal, o impacto dessa atividade na história do
homem foi enorme. E não se trata apenas de uma questão acadêmica, mas de algo real e palpável como o número de seres
humanos sobre a face da Terra.
De fato, nos sistemas de caça e coleta estabelece-se um controle da população resultante da limitação da oferta de
alimentos. Pouco alimento, pouca gente. Não é por não existirem alimentos na natureza, mas porque sua obtenção torna-
se extremamente mais complicada para grandes grupos.
O caçador e o coletor não podem chegar ao extremo de extinguir suas reservas alimentares (animal ou vegetal) sob pena
de prejudicar a reposição ou reprodução; a técnica de caça, sendo levada para além de certos limites, pode criar um
desequilíbrio ambiental. Nós, “civilizados”, sabemos disso, pois já conseguimos destruir raças e espécies inteiras de animais
graças a técnicas sofisticadas de caça. Viver em simbiose com a natureza significa, exatamente, respeitá-la.
Há outro fator que determinava o controle populacional: em grupos de caçadores e coletores, crianças pequenas
dificultavam tanto para a fácil locomoção da tribo (que precisa ter muita mobilidade) quanto para a própria obtenção do
alimento. Elas não podiam caçar e atrapalhavam as mães nas longas caminhadas que precisavam ser feitas para a busca de
raízes; caminhadas tanto maiores quanto maior fosse o grupo (pois necessitava de mais alimento) e quanto mais tempo
estivesse o grupo acampado no mesmo local (pois o alimento mais próximo ia se esgotando).
(Jaime Pinsky. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2010.)
Vocabulário
Simbiose: associação entre dois ou mais organismos de espécies diferentes, em que são mantidas trocas metabólicas
que garantem sua sobrevivência; processo de associação entre pessoas que gera dependência ou falta de autonomia.
Desenho para
ser realizado
em casa.
Vamos fazer um exercício de imaginação!
Represente, por meio de um desenho, a passagem do nomadismo para o sedentarismo.
Faça-o no suporte indicado pelo seu professor.
Para fazer sua composição, considere o que você estudou.
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Referências Bibliográficas
CHILDE, V. Gordon. A Evolução Cultural do Homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.
FROBENIUS, L.; FOX, D. C. A. A Gênese Africana: contos, mitos e lendas. Rio de Janeiro: Landy, 2007.
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
HAMMOND. Past Worlds: The Times Atlas of Archaeology, 1988.
MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das Agriculturas no Mundo: do neolítico à crise
contemporânea. São Paulo: UNESP, 2010.
MCEVEDY, Colin. Atlas de História Antiga Colin McEvedy. São Paulo: Verbo e EDUSP, 1969.
MORAN, Willian L. The Armana Letters. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1992.
MONTERO, Severiano. Historia de las Civilizaciones. Madri: Akal, 1979.
MUNFORD, Lewis. A Cidade na História: suas origens, transformações e perspectivas. São Paulo: Martins
Fontes, 1981.
PHILIP, Neil. O Livro ilustrado dos Mitos: 80 contos e lendas do mundo. São Paulo: Marco Zero, 2000.
PINSKY, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 2014.
Revista Grandes Impérios, v. I. São Paulo: Abril Livros, s/d.
SCARRE, Cris. The World Transformed: from foragers and farmes to states and empires. The Human
Past. Londres: Thames and Hudson, 2005.
YOYOTE, Jean. Unesco, História Geral da África II: África Antiga. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco,
2011.
Sites utilizados:
– <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/estudo-afirma-que-primeiros-caes-foram-domesticados-na-
europa>. Acesso em: 28 out. 2014.
– <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/arqueologia-e-paleontologia/amizade-de-longa-data>. Acesso em:
25 out. 2014.
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23 Aula de ajuste
4
24 Exploração de seus conhecimentos sobre as primeiras cidades
29 Mesopotâmia
7
30 Egito Antigo
31 Egito Antigo
8
32 Aula de ajuste
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Sumário
Autores:
Ana Maria de Fátima Santos Marino
Maria Teresa Vianna Van Acker
Ricardo Vianna Van Acker
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Módulo
5
3 O Período Neolítico: a Revolução Agrícola
Neste módulo, você vai estudar o Período Neolítico, ou seja, a época da História em que os homens
ampliaram suas técnicas de sobrevivência, especialmente a domesticação de animais e plantas. Também
nesse período desenvolveram o polimento de pedras, a produção dos primeiros artefatos de cerâmica e
iniciaram a tecelagem. Essas mudanças permitiram a ocupação de territórios. Vale lembrar que nossos
conhecimentos sobre esse período advêm da arqueologia.
A cronologia desse período da História mostra que, por milhares de anos, os primeiros grupos
humanos foram descobrindo formas de domesticar plantas e animais. Muito lentamente, deixaram de
ser nômades, como eram os povos caçadores-coletores. Surgiram as primeiras aldeias, que deram origem
às sociedades agrícolas. Como você poderá constatar na cronologia apresentada aqui, esse foi um
período muito rico de transformações que ocorreram em vários lugares do mundo.
Figura – Objetivo Mídia
Aproximadamente 11.500
final da Era do Gelo
anos atrás
10.000 a 9.000 anos atrás propagação da agricultura pelo Oriente Médio e pela Nova Guiné
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Moenda e mó
destinadas à
trituração de
grãos.
Vocabulário
Mó: pedra redonda, achatada e muito resistente com a qual Moenda: peça ou máquina destinada à trituração de
se trituravam grãos até se reduzirem a farinha. produtos naturais.
Lembre-se do que você estudou no bimestre anterior sobre as ferramentas dos Homo sapiens
sapiens e sobre as atividades de caça e coleta que realizavam. Observe as imagens desta página. Pense
no que você conhece sobre o assunto. Escreva então uma frase sobre como foi possível, pela primeira
vez, nossos ancestrais fazerem o pão. Que avanço significou essa produção para as condições de vida
da Pré-História, que já estudamos?
Resposta livre do aluno que será objeto de uma conversa com os outros alunos e depois servirá de ponto de partida para a composição da
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Quais foram as ideias da classe sobre o papel histórico do pão para a humanidade e como
foi possível inventá-lo? 1 – Vide orientações didáticas (página IV).
Eis aqui algumas sugestões aos professores para estimular a formulação de hipóteses dos alunos:
O professor deverá encaminhar a discussão para chegar a alguma opinião sobre como foi possível passar do grão de cereal à produção do
pão, explorando a importância do plantio do cereal para a produção de quantidade significativa de grãos para a fabricação da farinha (um
avanço em relação às atividades de coleta). Além disso, muitas outras atividades são necessárias, como o trabalho de modificar a pedra,
entalhando-a e polindo-a para fabricar a pedra de moer, e propiciar um local para guardar a farinha. Os alunos poderão levantar hipóteses
sobre recipientes onde a farinha era armazenada e o pão cozido. É possível ainda fazer perguntas à classe para induzir hipóteses: por
Ao final, a partir das diversas respostas dos alunos, certamente será possível mostrar as vantagens para a sobrevivência daqueles que
conseguiram inovar na produção de um alimento mais complexo, como o pão, que exige diferentes ações, que vão desde a coleta do trigo,
O que a classe conhece sobre a fabricação do pão hoje? Quais os grãos utilizados? Onde e como são
fabricados os pães que consumimos? O que permanece até hoje? 2 – Vide orientações didáticas (página IV).
O professor deve registrar de forma sucinta as informações da classe sobre as permanências e as mudanças em relação ao fabrico dos
primeiros pães, especialmente no que diz respeito às máquinas utilizadas na sua produção e à sua comercialização. O professor poderá
5
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Mapa dos
centros de
origens e áreas
de extensão da
Revolução
Agrícola
Neolítica.
(Marcel Mazoyer;
Laurence
Roudart. História
das agriculturas
no mundo.
São Paulo:
UNESP, 2010.
p. 98. Adaptado.)
Crescente Fértil
Figura – Objetivo Mídia
Observe que a
região
conhecida
como Crescente
Fértil diz
respeito ao
território que
pode ser
representado
com um arco,
desde o Golfo
Pérsico,
estendendo-se
pelo norte do
Deserto da Síria
até a Palestina.
Vocabulário
Milheto: milho miúdo ou painço, utilizado na alimentação humana e animal.
Oásis: porção de terreno com vegetação e água, presente em regiões desérticas.
Quinoa: grão, planta nativa da Cordilheira dos Andes, muito importante na alimentação dos habitantes da região andina.
Rami: planta têxtil e rica em proteína.
Taro: também conhecido como inhame-coco ou inhame-dos-açores, é um vegetal comestível.
Tremoço: semente comestível de cor amarelada.
ou 7000 a.C.), Oriente Médio (10000 a.C. ou 8000 a.C.), Nova Guiné (10000 a.C. ou 8000 a.C.).
Além disso, não há nenhuma indicação de comunicação entre os centros mais antigos na América central, no Oriente Médio e na
Nova Guiné.
2. Existiria alguma relação entre a domesticação de animais de trabalho, como o cavalo, o boi e o
burro, e a possibilidade de cultivar produtos? Por quê?
O grupo deve concluir, lendo o texto informativo, que os animais de trabalho não foram domesticados em todos os centros onde surgiu
uma atividade agrícola, apenas no Oriente Médio e na China. Assim, embora esses animais tenham sido muito importantes para auxiliar
o homem no trabalho da terra, eles não foram indispensáveis às primeiras práticas agrícolas.
Micrólitos
São lascas de pedras produzidas intencionalmente para fabricar ferramentas com lâminas afiadas de sílex ou quartzo
inseridas em punho de madeira ou osso.
As populações que viveram logo após o Período Paleolítico, por volta de 11.500 anos atrás, quando terminou a Era
do Gelo, coletavam vegetais para a alimentação cortando-os com facas de pedras, desenterravam tubérculos (raízes)
cavando com paus ou galhos e caçavam com lanças e arcos. Junto aos vestígios desses grupos humanos, foram
encontrados os micrólitos.
A classe, juntamente com o professor, vai explorar as imagens produzidas pelos autores
do livro História das agriculturas no mundo e o texto sobre os micrólitos para responder
ao roteiro a seguir:
1. Qual o campo de estudo dos autores que torna essa informação mais confiável do que a de uma
pessoa comum?
Esses autores estudaram a história da agricultura e têm conhecimento das pesquisas sobre o assunto e acesso a elas.
2. As informações sobre as ferramentas permitem que tiremos conclusões acerca dos primeiros tempos
da agricultura. Registre-as abaixo.
O professor deve ouvir os alunos nos primeiros cinco minutos, para depois, a partir do que foi dito, orientar com perguntas e observações
se for necessário. O objetivo é perceber o trabalho com a pedra polida, o detalhe e a elaboração das ferramentas de micrólitos, a necessidade
de ferramentas para cortar, como a faca e a foice, e para cavar, como o enxó.
Além disso, a tecnologia de polir a pedra foi fundamental para a fabricação da moenda e da mó para a trituração de grãos.
Percebe-se também a produção de objetos de cerâmica que serão importantes para o armazenamento de alimentos.
9
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Domesticação
Forme uma dupla para ler o texto O cão e a domesticação do lobo e responder às questões
propostas. Primeiramente, converse com seu colega para depois registrar as respostas. Se
for necessário, cada um terminará a tarefa em casa.
1. Qual a fonte de informação desse artigo e qual sua relação com a pesquisa científica?
O artigo foi publicado na revista Veja e foi escrito com base em uma pesquisa divulgada na revista científica Science.
2. Retire do artigo científico uma frase que explique o processo de domesticação dos lobos.
“Durante os milhares de anos de convivência, os seres humanos foram selecionando os cães mais dóceis e brincalhões, criando uma espécie
3. De acordo com o texto, por quem, quando e onde os cães foram domesticados?
A leitura do texto permite responder que os cães foram domesticados pelos caçadores-coletores que viveram bem antes do início da
4. Essa pesquisa representa uma novidade no conhecimento sobre o tema ou apenas confirma
pesquisas anteriores?
Essa pesquisa representa uma novidade por mostrar que foi na Europa que os primeiros cães foram domesticados.
A domesticação de animais
Os caçadores dos tempos pré-históricos acostumaram-se a usar os filhotes dos animais selvagens para diversão e
para os rituais. O homem permitiu que o cão frequentasse o campo, oferecendo-lhe restos de alimento.
Em épocas de secas prolongadas, o agricultor atraía não somente filhotes isolados de várias espécies de animais,
como também rebanhos inteiros, oferecendo-lhes os restos de seus grãos. A vantagem de se ter esses animais nas
proximidades da aldeia era criar uma reserva de caça, fácil de ser capturada.
Ao estabelecer um critério de reserva de caça, o homem não mata desnecessariamente os filhotes mais novos e
facilmente domesticáveis; elimina apenas os mais selvagens. Dessa forma, inicia-se um processo de fácil domesticação,
que permitirá conhecer a reprodução e as necessidades de alimento e água dos animais.
Assim, podemos imaginar como surgiram no passado rebanhos não apenas domesticados, como dependentes do homem.
(V. Gordon Childe. A evolução cultural do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. Adaptado.)
Gordon Childe (1892-1957) – Arqueólogo australiano, responsável por importante escavação do Período Neolítico. Criou
as expressões Revolução Neolítica e Revolução Urbana.
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Após a leitura do texto, a classe vai redigir coletivamente as respostas para as seguintes
perguntas.
diversão e em rituais.
Além disso, os agricultores também atraíam os animais, oferecendo-lhes alimento. Eles faziam isso com a intenção de ter uma caça fácil,
domesticação do cão, pois ele pretende mostrar onde e quando os primeiros cães foram domesticados. O segundo texto também afirma
que os caçadores já domesticavam os cães. Apenas complementa mostrando a relação dos primeiros agricultores com os cães: diversão,
rituais e alimentação.
4 – Vide orientações didáticas
Tipos de agricultura (página V).
(Hammond.
Past worlds:
The Times
atlas of
archaelogy,
1988. p. 78.)
12
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Alguns dos
principais animais
domésticos
utilizados nas
primeiras
comunidades
agrícolas.
(Hammond. Past worlds: The Times atlas of
archaeology, 1988. p. 78. Adaptado.)
A observação atenta dos mapas e a troca de ideias com os colegas vão permitir acres-
centar informações sobre domesticação de animais. Registre aqui as conclusões da classe.
O mapa “Zonas de domesticação de animais de trabalho” indica que na região do Oriente Médio, do Norte da África e da Arábia houve a
domesticação da cabra. Mais ao norte, na mesma região e excluindo a África, o carneiro foi domesticado. O búfalo foi domesticado no Sul
O mapa “Tipos de agricultura” mostra que a agricultura de arado coincidia com a região de domesticação dos animais de trabalho, enquanto
Converse com seus colegas e com seu professor sobre os mapas e complemente o texto
lido com um parágrafo sobre a duração e os efeitos da transformação abordada.
A atividade agrícola como fonte básica de recursos para a sobrevivência humana quase anulou a atividade de caça e coleta a partir de 1960,
quando a quantidade de caçadores-coletores atingiu muito menos de 1% da população mundial. Podemos dizer que desde 15000 a.C.
Se compararmos esses mapas com aquele da página 6, sobre os primeiros centros agrícolas, verificaremos que nestes, em 1960, já não
a)
Nascer do sol
no solstício
de verão.
Ilustração de
Livro de
família sueco,
publicado em
terceira edição
de 1923 a
1937.
Vocabulário
Solstício: época em que o Sol está mais
afastado do Equador.
15
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Se considerarmos as datas desses achados, podemos concluir que a tecnologia do Paleolítico não
desapareceu com a chegada do Neolítico. Entretanto, com o avanço do sedentarismo, o homem pôde
acumular alimentos e passou a fabricar objetos de cerâmica.
Tecelagem
Os povos do Neolítico, agricultores e pastores, desenvolveram uma técnica para trançar fios: a
tecelagem. Vários povos teciam com fibras vegetais, cipós e palha, porém os tecidos de linho, de algodão
e lã possuíam uma trama mais fina e protegiam melhor do frio e da areia; por isso, tornaram-se produtos
altamente valorizados. A técnica da tecelagem também possibilitou o surgimento de barcos a vela,
movidos pelo vento.
Cerâmica
Há cerca de 10.000 anos, diferentes povos
agricultores desenvolveram a fabricação de objetos
de cerâmica, produzida a partir da argila assada
primeiramente no fogo e depois em fornos. Cada
povo desenvolveu uma forma característica de
fabricar recipientes para água e armazenamento de
grãos e outros alimentos – como panelas, vasilhas e
caldeirões. A cerâmica/argila também era usada na Mapa do desenvolvimento da cerâmica no Egito e no
Oriente Médio.
fabricação de tijolos.
Os usos da cerâmica
Possivelmente, nunca poderemos determinar como se inventou, ou como surgiu, a cerâmica. Pode ser possível afirmar
que, em algum momento e lugar, os recipientes de madeira ou cestaria foram recobertos com barro e argila, para reforçá-los
e assim colocá-los junto ao fogo.
Mais importantes do que o modo com o qual a cerâmica aparece foram as repercussões de sua utilização. Inicialmente,
possibilitou melhor aproveitamento da variedade de alimentos que existiam no Neolítico, já que, a partir desses alimentos
(caça, pesca, cultivo de cereais), foi possível introduzir importantes variações na dieta. Até então, o pescado e a carne
eram consumidos crus ou assados, as sementes e os tubérculos frescos ou fervidos. A cerâmica permitiu preparar alimentos
refogados e aproveitar carnes mais duras através do lento cozimento.
A cerâmica começou a ser utilizada também com finalidade funerária. Sobre isso leia a frase do arqueólogo Gordon
Childe: “Nas comunidades neolíticas, surgiram as manifestações de culto aos mortos, que eram enterrados com cuidado no
entorno das aldeias e junto deles eram colocados utensílios, como, por exemplo, vasilhas de cerâmica com alimentos”.
(Severiano Montero. Historia de las civilizaciones. Madri: Akal, 1979, p. 33.)
inventar a cerâmica. Os indícios apresentados no material para a dúvida são: os vasos japoneses (página 18) anteriores à agricultura na
região, conforme o mapa da página 6. Então, cabe pensar que a partir do fogo e de alguma sedentarização, mesmo antes do desenvolvimento
agrícola, foi possível para alguns descobrir a fabricação da cerâmica, mesmo que seja mais comum sua ocorrência entre agricultores.
Metalurgia e tecelagem
As técnicas da metalurgia
Ferramentas de pedras lascadas ou polidas continuaram a ser usadas na maioria das tarefas que
exigiam ferramentas afiadas, e os metais só substituíram as pedras no uso cotidiano, na Europa, no
segundo e no primeiro milênios antes de Cristo, 4.000 anos depois da exploração do cobre e do ouro.
Na Europa, o ouro foi trabalhado ao lado do cobre desde o início das práticas da metalurgia, embora o
ouro tivesse pouca aplicação prática e os primeiros objetos de cobre fossem utilizados como ornamentos.
A metalurgia se desenvolveu por volta de 5000 a.C. Alguns arqueólogos definiram o período de uso
dos metais por algumas comunidades humanas como a Idade dos Metais, em oposição à Idade da Pedra,
ou Paleolítico e Neolítico. Esse período, a Idade dos Metais, foi marcado por avanço tecnológico das
comunidades humanas em relação ao período anterior, tornado possível pelo desenvolvimento de fornos
a lenha utilizados na fabricação da cerâmica.
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Foram os fornos que permitiram a descoberta da metalurgia, com o derretimento de metais como
o cobre e o estanho em altas temperaturas. Os metais derretidos e colocados em moldes de barro ou de
gesso tornaram possível moldar objetos de metal, como armas e instrumentos agrícolas. A técnica da
metalurgia estava restrita a alguns artesãos especializados. A metalurgia do ferro só foi desenvolvida
quando foi possível produzir temperaturas de cerca de 1.000°C, numa época em que já havia diversas
cidades e reinos organizados.
A cidade de Jericó é um dos mais antigos sítios arqueológicos que nos permitem o estudo dos
primeiros agrupamentos urbanos. Localiza-se na Palestina, 259 metros abaixo do nível do mar, entre o
deserto e campos agrícolas.
Tem água proveniente de cachoeiras ao seu redor (Wadi al Mafjar) e de pequenos rios. Por volta de
8000 a.C., o povoado de Jericó, cuja origem data de 9000 a.C., já havia crescido. Para maior segurança,
a comunidade de agricultores construiu um muro de pedra com 3 metros de espessura. Esse muro era
reforçado por uma torre de 9 metros de altura, com uma escada interna.
No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
(www.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST6F201
18
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2018_PROF 28/11/17 09:53 Página 19
Jericó é uma cidade situada em local até hoje habitado, porém nosso conhecimento sobre ela só é
possível a partir do trabalho de arqueólogos que, durante todo o século XX, atuaram em escavações, que
continuam a ser exploradas ainda hoje.
Assim como Jericó, em vários locais surgiram cidades, muitas das quais fizeram parte de reinos e
impérios. Observe o mapa abaixo e veja que as cidades se concentraram em alguns locais.
As cidades e as primeiras civilizações
Figura – Objetivo Mídia
Sua criação com a História – Você é o arqueólogo-historiador 6 – Vide orientações didáticas (página V).
Agora, você vai buscar informações sobre algumas dessas cidades ou civilizações, de acordo com a
orientação de seu professor. Você é o arqueólogo-historiador! Para isso, você vai começar a ler em casa,
desde já, os textos entre as páginas 34 e 45 deste Caderno de Atividades. Observe também as imagens!
Você irá descobrir muitas informações sobre o Egito e a Mesopotâmia que complementarão aquelas
sobre a irrigação e a escrita que você investigará juntamente com seu professor.
Depois de ter lido as páginas recomendadas e explorado as imagens, você descobrirá sobre como
as cidades do Egito e da Mesopotâmia se organizaram e dissemiram seus saberes, construindo o que
chamamos de civilizações. Nesse momento, você escolherá uma cidade ou uma construção importante dela
e, como arqueólogo-historiador, você organizará uma pequena exposição para ensinar o que aprendeu.
Siga as instruções do seu professor anotadas na página 55. Você vai descobrir como se organizaram
e se expandiram as comunidades que já conheciam a agricultura, a tecelagem, a cerâmica, a metalurgia
e de que forma elas puderam criar cidades e disseminar sua cultura, construindo o que chamamos de
civilizações.
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20
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Módulo
5
4 Sociedades urbanas e primeiros Estados
No módulo 3, você aprendeu que a O foco de nosso estudo será os povos orientais. Eis
Revolução Agrícola provocou enormes uma cronologia básica dos acontecimentos histó-
mudanças na condição de vida dos povos. ricos abordados no módulo 4.
Foi então que surgiram os primeiros núcleos
Surgimento das primeiras cidades na
urbanos e os primeiros Estados. As primeiras 3500 a.C.
Suméria.
cidades que se conhecem foram datadas em,
aproximadamente, 5.000 anos antes de 3200 a.C. Unificação do Egito sob o faraó Menés.
As primeiras cidades duradouras sur- De 3200 a.C. Primeiro império egípcio, chamado de
a 2300 a.C. Antigo.
giram por volta de 3000 a.C.: Ur, Uruk,
Do séc. VII a.C.
Lagashe, outras cidades da Mesopotâmia e Na Mesopotâmia, hegemonia dos caldeus.
ao séc. VI a.C.
de outros lugares. Nessas cidades dependen-
tes da agricultura e da técnica da cerâmica, 2500 a.C. Surgimento das primeiras cidades na Índia.
21
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Neste momento, você vai pensar sobre o tempo que passou desde o surgimento das primeiras
cidades e sua importância para a vida humana até hoje. O que será que permanece desde os tempos
antigos? O que mudou?
Para começar a pensar no assunto, nada melhor do que uma conversa de toda a classe
organizada pelo professor.
1. Você vive em uma cidade e sabe que, para que ela exista, são necessários recursos naturais e também
muito trabalho. Converse com seus colegas e com seu professor para em conjunto elaborarem uma lista
dos trabalhos sem os quais não é possível viver em uma cidade. Procure relacionar o trabalho às pessoas
que são necessárias a sua realização.
2. Com base na lista que vocês elaboraram, quais são os recursos naturais necessários para a vida na
cidade e como eles podem ser conseguidos?
Os alunos devem identificar os recursos naturais utilizados, como a água, a energia elétrica (mencionando suas fontes), combustíveis,
Agora, leia o texto sobre a cidade de Mari, atual Tell Hariri, na Síria, e observe a sua representação
na figura.
Mari
Figura 2
Na Idade Antiga, Mari teria sido habitada desde 5000 a.C.,
embora os vestígios de seus palácios demonstrem que tenham
sido construídos entre 2900 a.C. e 1800 a.C. Suas ruínas foram
encontradas em 1933, por um beduíno que cavava um túmulo
para enterrar alguém de sua tribo e encontrou uma estátua. As
autoridades locais souberam da notícia e enviaram arqueólogos
do museu do Louvre, na França, país que, na época, governava
a Síria. Eles começaram as escavações em dezembro do mesmo
ano e logo encontraram muito material para pesquisa, como 25
mil tabuletas de argila com inscrições na linguagem do povo
acádio escritas com alfabeto cuneiforme. Grande parte desses
textos é sobre administração, economia e aplicação da justiça. Foi uma cidade rica e desenvolvida, saqueada durante o
governo de um importante rei da Babilônia, Hamurabi.
De 1933 a 2005, 600.000 m2 do sítio arqueológico foram explorados. Resta agora fazer o trabalho de leitura e
interpretação do material encontrado, que revela muito da vida desse local entre 1800 a.C. e 1750 a.C.
Vocabulário
Cuneiforme: os sumérios escreviam sobre tabuletas de barro, o que facilitava a impressão. Logo adotaram
uma ferramenta para imprimir: um estilete de ponta triangular que gravava sinais com a forma de cunhas
22 (cuneiformes).
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3. Quais trabalhos que conhecemos hoje já existiam e permitiram a vida e o crescimento da cidade de
Mari? Quais são as hipóteses da classe? Para responder a essa pergunta, o professor organizará a
conversa da classe para que o maior número de elementos seja encontrado.
O professor deve aceitar as respostas da classe e observar como os alunos exploram as informações do texto e da imagem.
4. A população que habitava essa cidade era bem grande; será que todos realizavam as mesmas
funções? Por quê? Como eles viviam? Elaborem hipóteses de como se organizava essa população, tendo
em vista o que você já estudou e o texto sobre a cidade de Mari.
O professor deve orientar a formulação de hipóteses. Apresentamos algumas possibilidades:
1) O texto sobre Mari menciona textos sobre economia e justiça. Então, devemos considerar que havia quem escrevesse leis, elaborasse
contas e controlasse a produção. 2) A partir do que já foi estudado e das imagens, pode-se pensar que existiam agricultores. 3) A presença
dos muros indica a possibilidade de existirem oleiros. Os alunos poderão sugerir outras possibilidades.
Por que cidades como a apresentada estavam situadas próximo aos rios? Qual é sua hipótese?
Qual teria sido o papel das muralhas da cidade? Qual é sua hipótese?
A cidade tinha uma área rural e uma área urbana. Quais trabalhos eram realizados na área rural
e quais eram realizados na área urbana?
A imagem ajuda a entender a interdependência entre o tipo de atividade e trabalho no campo e na cidade. A cidade apresenta uma vasta
gama de trabalhos especializados que não existem no campo. O campo indica a prática da agricultura e o pastoreio. A cidade é o polo
consumidor da produção do campo, às vezes centro de produção de ferramentas de metal, centro de armazenagem, centro religioso, centro
de produção artesanal e industrial variada, centro de trocas econômicas e sociais. A cidade antiga, com suas muralhas, significou uma
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Técnicas de irrigação
As sociedades que desenvolveram a agricultura próxima aos rios, na Antiguidade Clássica, criaram
técnicas de irrigação bastante sofisticadas, as quais exigiram grande organização e comando dos muitos
trabalhadores necessários para essa tarefa.
3. Quais os benefícios dessas obras para a comunidade que se servia desse rio?
Essas obras permitiam escoamento das águas na época das enchentes, livrando a população da margem dos rios das inundações.
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Vocabulário
Arsenais: depósitos de armas.
Estaleiros: local onde são construídas ou consertadas as embarcações, geralmente de grande porte.
2. O texto informa que os egípcios não armazenavam água. Quais eram os benefícios do sistema de
irrigação deles?
O sistema de irrigação consistia em bacias de inundação para controlar e distribuir as águas das enchentes e depositar o limo no interior
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3. A partir do texto e das imagens, é possível formular uma hipótese para explicar a necessidade do
uso de uma grande quantidade de mão de obra para a agricultura. Formule a hipótese com seu grupo.
O grupo deverá estabelecer uma relação entre as condições concretas da agricultura e a necessidade de mão de obra. O texto explicita que
os egípcios só podiam ter uma colheita anual, por isso era necessário um grande número de trabalhadores.
O crescimento da população
(...) Entre 5000 e 3000 anos antes de nossa Era, isto é, 3000 e 1000 a.C., a população mundial dobrou, passando
de 50 a 100 milhões de indivíduos, aproximadamente. Isso se explica, ainda em certa medida, pela extensão dos cultivos
de derrubada-queimada, mas se explica também pelo grande desenvolvimento das grandes sociedades agrárias dos
hindus, da Mesopotâmia e do Nilo. Certamente, os sistemas de cultivos de vazante e de cultivos irrigados que foram
implantados, então, localmente, nesses vales privilegiados tiveram uma extensão limitada, mas podiam suportar
densidades de população impressionantes, de muitas centenas de habitantes por quilômetro quadrado (...).
No curso dos 2000 anos que se seguiram, entre o ano 1000 a.C. e o ano 1000 d.C., a população mundial mais que
dobrou, passando de 250 milhões de indivíduos, aproximadamente, devido ao desenvolvimento dos sistemas hidráulicos
de rizicultura de várzea dos vales e deltas da China, da Índia, do sudeste asiático e, em menor escala, devido ao
desenvolvimento: dos sistemas de agricultura hidráulica (olmecas, maias, astecas, sociedades pré-incaicas etc.) que
existiram na América durante esse período (...).
Vocabulário
Derrubada-queimada: prática de derrubada de árvores, seguida de sua queima, visando à fertilidade do solo.
Delta: disposição em forma triangular, tomada pelo desaguadouro de um rio, que se abre em muitos braços. Exemplo:
rio Nilo.
Hidráulica: relativo a obras de uso, elevação, canalização, represamento e abastecimento de água.
Rizicultura: cultura ou cultivo do arroz.
Vazante: período em que as águas dos rios ou do mar estão baixas.
1. O texto se refere ao aumento da população entre 3000 e 1000 a.C. Quais foram os fatores que
provocaram esse aumento?
O número de regiões cultivadas, que utilizavam a técnica de derrubada-queimada, e o desenvolvimento de sociedades agrárias com sistemas
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3. Qual a relação entre esse fenômeno e o mapa apresentado na página 19 final do módulo 3?
O crescimento da população ocorreu nos locais sinalizados por cidades que se formaram próximo a rios e deram origem às civilizações
antigas. Embora o mapa se refira apenas à Europa, à Ásia e ao Norte da África, podemos chegar a essa conclusão considerando as
Qual a provável data do início das primeiras civilizações urbanas e onde elas surgiram?
As respostas dos alunos permitirão ao professor mostrar a longa duração desse processo e sua ocorrência em tempos diferentes e locais
distintos. Será importante retomar a periodização da Idade Antiga, na página 21, para mostrar que essa é apenas uma convenção.
A escrita
Em todas as civilizações urbanas que se desenvolveram durante a Idade Antiga, no Oriente, foram
encontrados vestígios de escritas que caíram em desuso e, a partir do século XIX, foram decodificadas.
A invenção que tornou possível a organização das primeiras civilizações foi a escrita, que até hoje é
imprescindível para registrar, transmitir e propiciar a geração de conhecimentos.
Grande parte dos primeiros textos encontrados por aqueólogos e já decifrados, nos trazem muitas
informações sobre as ações dos governantes e sobre a circulação de produtos entre as cidades.
A realização das trocas comerciais não levou ao aparecimento de uma classe de comerciantes, visto tratar-se de
negócios a preços fixos, regulamentados pelo templo ou pelo palácio. De maneira idêntica, quando havia falta de
qualquer material necessário, os governantes da Mesopotâmia ou os faraós do Egito não promoviam expedições
comerciais, mas militares. Um exemplo foram as campanhas militares de Sargão I, fundador de uma importante dinastia
entre os acádios, que teve início em Kish, na direção das montanhas do atual Líbano, ricas em madeiras. Também os
egípcios realizaram incursões militares às minas de cobre do Sinai.
Até hoje não temos provas da existência de um comércio entre o Egito e a Mesopotâmia, mas temos indícios de
relações, ainda que frouxas, entre o vale do Indo e a Mesopotâmia, via Bahrein (na Península Arábica). Haveria entre eles
trocas de óleos e têxteis da Mesopotâmia por tâmaras do Bahrein e pelo cobre da região de Ormuz ou Omã.
(Colin McEvedy. Atlas da História Antiga Colin McEvedy. São Paulo: Verbo e EDUSP. 1969. p. 30.)
Colin Peter McEvedy (1930-2005) foi um professor universitário britânico, especialista em várias áreas, historiador,
demógrafo e autor de diversos atlas históricos entre 1960 e 2000.
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A partir do texto, do mapa e do esquema das primeiras escritas, é possível fazer relações entre
os locais onde surgiu a escrita e o excedente de alguns produtos que poderiam ser utilizados no
comércio.
1. Indique quais eram os produtos que poderiam ser comercializados entre as diferentes regiões,
segundo o mapa de Colin McEvedy?
Cobre, prata, ouro, marfim, granito, madeiras e tâmaras.
2. Os produtos indicados no mapa são apropriados para serem utilizados em quais atividades
artesanais?
Metalurgia e construções (granito e madeira) e joalheria com ouro e marfim.
3. Quais cidades eram importantes passagens das rotas comerciais em 2250 a.C.?
Mênfis, Ur, Lagash, Kish e Umma.
4. Segundo o texto, o que podemos saber sobre o comércio no final do terceiro milênio a.C.?
O comércio era realizado pelos templos ou palácios. Os comerciantes, negociadores de preço, não tinham função naquela época. O acesso à
produtos de outros locais não era feito por meio de ações de comércio, e sim, de ações militares.
A escrita cuneiforme teve origem na Suméria, na forma de pictogramas, e foi sendo aperfeiçoada por outros povos.
Esse sistema desapareceu definitivamente com a invasão da língua árabe na Idade Média, no século VII.
Vale lembrar que os primeiros sistemas de escritas eram pictogramas, ideogramas ou fonogramas.
Pictogramas são representações de palavras utilizando um aspecto pictórico da palavra, como por exemplo, perna.
Ideograma é a utilização de um desenho para representar uma ideia, por exemplo, a perna pode ser um ideograma
de caminhar.
Fonograma é quando se utiliza o som da palavra representada por um pictograma para aplicá-lo em palavra
semelhante.
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Figura 4
Instruções para
tingir lã com as
cores azul e
púrpura,
encontradas em
Sippar, por volta
de 600-500 a.C.
Encontram-se no
Museu Britânico,
Londres.
Os selos cilíndricos
Além das tabuletas de argila, foram encontrados, em vários sítios arqueológicos, selos cilíndricos com inscrições em
pedra para serem impressas em argila. Teriam sido utilizados por volta de 3500 a.C., em Susa, capital do Elan, a sudoeste
do Irã, e no antigo sítio de Uruk, ao sul da Mesopotâmia. Tinham várias funções. Supõe-se que eram usados como
joias, amuletos mágicos e até como ferramentas administrativas. Deixaram de ser usados quando a escrita cuneiforme
foi substituída pelo aramaico, e as tabuletas de argila foram deixadas de lado pelo uso do papiro e do pergaminho.
Figura 5
Cilindro de jaspe com leões monstruosos encontrado em Uruk. Estima-se sua datação
entre 4100 a.C. a 3000 a.C. A impressão em argila é moderna. Encontra-se no Museu
do Louvre, Paris.
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1. As imagens desses documentos escritos na Mesopotâmia nos informam sobre alguns aspectos da
vida naquele tempo. Quais eram esses aspectos?
Atividades de produção de tecidos coloridos, relações entre diferentes Estados, correspondências sobre alianças entre os Estados por meio
Os cilindros demonstram um método mais rápido de escrita, na medida em que as inscrições, por serem impressas, e poderiam ser
reproduzidas em quantidade.
As cartas entre os governantes de Mitani e do Egito demonstram que devia haver intérpretes e pessoas que aprendiam as diferentes
línguas, pois as escritas eram distintas e essas cartas com caracteres cuneiformes foram encontradas em sítio arqueológico no Egito.
A escrita hieroglífica
Figura 6
Os hieróglifos resultam da combinação de ideogramas e
símbolos fonéticos. Esses sinais eram registrados em papiros e,
algumas vezes, em madeira e em pedras recobertas de finas
camadas de tinta.
32
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2017_PROF 22/12/16 10:24 Página 33
Matemática e astronomia
Outros campos de conhecimento desenvolvidos desde a Antiguidade foram o da matemática e o da
astronomia, graças aos diferentes sistemas de numeração, os quais tiveram também muita importância
para as atividades dos governantes dos primeiros Estados da Antiguidade.
bastão 1
Como se pode constatar, os babilônios tinham um
calcanhar 10
sistema de multiplicação mais ágil do que o sistema egípcio.
Os egípcios criaram um sistema decimal: a cada conjunto rolo de corda 100
de 10 marcas, criavam uma nova marca. Assim: |, ||, |||, ||||, |||||,
flor de lótus 1.000
||||||, |||||||, ||||||||, |||||||||.
Quando chegavam a 10, eles trocavam as dez dedo apontando 10.000
homem 1.000.000
Assim como os babilônios, os antigos egípcios utilizavam seus conhecimentos para resolver
problemas, como controle das inundações, construção de sistemas hidráulicos, preparação da terra para
a semeadura, mumificação de cadáveres. Para isso, desenvolveram as quatro operações e as frações. Mas
isso só foi possível na medida em que criaram outra forma de anotação, que não era mais o hieróglifo.
Além dos sistemas de numeração e de operações matemáticas, a exemplo dos mesopotâmicos,
desenvolveram a observação da relação entre a posição dos astros no céu e os acontecimentos na terra,
ou seja, a astronomia, ciência próxima da matemática.
Conclusão: Muitos historiadores estão de acordo em afirmar que a realização de grandes obras de irrigação e
represamento (obras hidráulicas) fortaleceu a autoridade dos governantes ou reis. A partir de então, os camponeses
passaram a pagar impostos, entregando parte de sua produção de alimentos ao rei. Este deveria criar um sistema de
armazenamento dos cereais, mas também de organização e controle das obras. Nessas sociedades, houve uma divisão
do trabalho: a agricultura era realizada por uma parte da sociedade, enquanto a outra parte se ocupava da produção
de ferramentas, da organização de obras de irrigação, da defesa do território, dos ritos fúnebres etc. Essa divisão de
trabalho entre os membros da sociedade resultou na divisão entre cidade e campo e foi fundamental para o surgimento
dos primeiros Estados.
A fim de exercer suas obrigações de chefe, o rei precisava de muitos auxiliares para realizar construções, controlar a
produção e a distribuição e para governar a população. Por isso, outra tecnologia foi fundamental: a escrita e os sistemas
numéricos.
33
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Você estudou anteriormente que uma das consequências da Revolução Agrícola foi o surgimento
da Revolução Urbana. Com o desenvolvimento das antigas aldeias neolíticas em cidades, a divisão de
trabalho se acentuou, pois surgiram novas atribuições ou profissões. Enquanto na aldeia neolítica o
mesmo indivíduo podia ser tanto camponês quanto artesão, nas cidades essa divisão de funções se
acentuava conforme o seu tamanho. Nesses locais, por volta de 3000 a.C., surgiram as atividades
militares e sacerdotais, ligadas a um soberano ou rei da cidade, considerado um deus.
Vamos conhecer algumas das características marcantes dos Estados que se organizaram na Idade
Antiga, localizados no Oriente Médio, na Mesopotâmia e no Norte da África, o atual Egito?
A Mesopotâmia
Em meados do século XIX, foram realizadas escavações arqueológicas na região situada nas
proximidades dos rios Tigre e Eufrates, denominada Mesopotâmia. Essa palavra significa região entre rios.
As pesquisas revelaram a existência de uma importante civilização, sobre a qual se conhecia muito pouco.
As cidades da Mesopotâmia haviam desaparecido por volta do século IV a.C.; permaneceram em partes
submersas pela areia e ficaram esquecidas durante séculos.
Nas proximidades dos rios Tigre (palavra que na língua suméria significava rio veloz) e Eufrates (cujo
significado é cobre), surgiram as primeiras cidades. As águas desses rios, agitadas e violentas em épocas
de enchentes, precisavam ser controladas por meio de canalizações, represas e diques. A realização
dessas obras constituiu a principal tarefa dos reis da Mesopotâmia.
No sul da Mesopotâmia, as primeiras cidades a controlarem os rios formaram a cultura Suméria,
onde cada cidade tinha seu rei: eram cidades-Estados, como Ur, Uruk, Lagash, entre outras. Essas
cidades se formaram antes do terceiro milênio a.C. Mais tarde, por volta do segundo milênio a.C., uma
cidade ao norte, chamada Babilônia, na região de Acad, dominou as cidades da Suméria. Foi o início
do Império Babilônico, também chamado império Acadiano, cujo domínio foi mais tarde substituído por
governantes do norte – da cidade de Nínive, que formou o Império Assírio. Este, por sua vez, foi
dominado, mais tarde, pelos caldeus, ou neobabilônicos.
Após o século VI, a Mesopotâmia foi ocupada por um império do leste, o Império Persa, governado
por Ciro, o Grande. A Pérsia absorveu parte da cultura mesopotâmica, mas a língua e a religião dos
povos da região foram aos poucos se modificando. Atualmente, a cultura da Mesopotâmia está ligada
à língua árabe e à religião islâmica. Os maiores sítios arqueológicos situam-se no atual Iraque.
Vocabulário
Cidades-Estados: cidades com autonomia política e administrativa. Cidades independentes entre si.
No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
(www.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST6F202
34
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2017_PROF 22/12/16 10:24 Página 35
Na realidade, povos de diferentes origens habitaram a Mesopotâmia, entre eles sumérios, elamitas,
amoritas, acadianos, babilônios, caldeus, além de tribos formadas por pastores nômades que transitavam
pela Mesopotâmia, como os hebreus, que estudaremos mais adiante. Era, assim, uma região de encontro
de culturas, marcada por um comércio incipiente, controlado pelos funcionários do rei.
A instabilidade e as mudanças de governo não impediram que algumas das características da cultura
desses Estados fossem semelhantes e se mantivessem até o início de sua dominação pelos persas:
• a escrita cuneiforme, sistema que se originou na Suméria e durou até o domínio árabe;
• o caráter comercial e guerreiro das sociedades da região;
• a hierarquia social, com diversas profissões, divisão social do trabalho, propriedade privada,
diferenças entre ricos e pobres;
• a ligação entre poder do Estado e poder religioso.
35
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2017_PROF 22/12/16 10:24 Página 36
As primeiras cidades foram caracterizadas pela presença de muralhas e templos. Os templos religiosos ocupavam um
lugar central nas cidades e eram sempre construções monumentais, que se destacavam na paisagem. Cada cidade tinha
seu deus especial e pelo menos um templo dedicado a ele.
Na Mesopotâmia, os templos importantes eram acompanhados pelos chamados zigurates, construções feitas de
tijolos de barro e formadas por grandes degraus.
Os zigurates eram muito parecidos com as pirâmides de degraus. Porém, ao contrário delas, não eram túmulos. Eram
lugares de repouso para os deuses quando desciam à terra. Tinham de três a sete níveis, com um espaço sagrado, no alto,
onde o deus podia descansar. Os povos da Mesopotâmia acreditavam que o deus descia do céu, repousava no alto do
zigurate e depois descia para visitar seu templo. No primeiro nível, em um armazém ou silo, em geral, ficavam guardadas
as oferendas feitas aos deuses, geralmente alimentos. Lá também se guardavam ouro, prata e lápis-lazúli. Os zigurates
tinham também escadas comuns, para os sacerdotes, sacerdotisas e servos do templo subirem até o topo. Teriam servido
como observatórios astronômicos a partir dos quais os
sacerdotes, com base nos astros, prediziam o futuro e
elaboravam o calendário.
Essas construções requeriam milhões de tijolos de argila. Às
vezes, os tijolos eram revestidos com tinta ou cerâmica, dando
cores diferentes aos vários níveis.
Imagem do projeto de reconstrução do zigurate de Ur. Plano simplificado de Ur, destacando o complexo
arquitetônico ao qual pertencia o zigurate, que foi
(Hammond. Past worlds: The Time atlas of archaelogy,
ocupado por todos os povos que dominaram a região.
1988, p. 126.)
Os templos eram as mais importantes construções das cidades, ao lado dos Figura 8
palácios do rei: religião e governo estavam ligados, com o rei desempenhando
ao mesmo tempo funções de governo, de líderança religiosa e militares. Eram
também locais de trocas comerciais, muitas vezes sem moeda, ainda.
O caráter monumental, grandioso, das construções antigas mostra a
intenção dos reis que ordenaram sua construção: revelar seu poder e riqueza e,
ao mesmo tempo, manter a população ocupada em louvar as entidades
religiosas, alimentando a fé do povo como forma de sustentar o poder do próprio
rei. Essas construções indicam um excepcional acordo entre a sociedade e seu
soberano: sem a colaboração de um povo religioso, a grandiosidade do rei não
existiria, pois o poder real era associado à fé do povo, isto é, à adoração de um
Tabuleta de Ur-Bau, príncipe de
rei-deus.
Lagash. Lista dos templos construídos
por ele. Aproximadamente 2130 a.C.
Acervo do Museu do Louvre, Paris.
36
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 15/01/16 13:33 Página 37
Figura 9
edificadas basicamente com o uso de argila. Não havia na região outros
materiais, como pedra ou mesmo madeira, os quais vinham de outros
lugares. Por isso, a maior parte de suas construções não chegou aos dias
atuais. Entretanto, já no século VI a.C., no reinado de Nabucodonosor II,
em uma de suas cidades, a Babilônia, foi construída uma das Sete
Maravilhas do Mundo. Dela poucos vestígios chegaram a nós.
Por meio de pesquisas, podemos dizer que a cidade da Babilônia, na
época de Nabucodonosor, quando teve seu apogeu, foi construída
segundo os critérios urbanísticos da região, na Antiguidade. Era cercada
por uma muralha dupla e limitava uma área retangular, atravessada pelo
rio Eufrates. Cada uma de suas portas de entrada era dedicada a um deus,
sendo a mais importante a Porta de Ishtar, da qual saía uma espécie de
avenida que levava ao templo, situado no interior dos muros da cidade.
A cidade teria tido 53 templos e os famosos Jardins Suspensos
constituíam outra importante construção, considerada uma das Sete
Maravilhas da Antiguidade. Esses jardins foram construídos por
Nabucodonosor para agradar sua esposa. O historiador Heródoto, que
escreveu sobre a cidade, registrou que as muralhas tinham 100 portas de Reconstrução da porta de Ishtar no Museu de
bronze, as casas tinham 3 ou 4 andares e as ruas eram retas. Pergamon, em Berlim.
A partir da leitura do texto, a classe vai propor a construção coletiva do desenho da cidade
da Babilônia. Para isso, o professor vai organizar a troca de ideias e o trabalho de um ou
mais desenhistas, na lousa. Vale depois pesquisar na internet e comparar as imagens. Ao
final da aula, ou em casa, cada aluno fará seu registro.
37
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 15/01/16 13:33 Página 38
Podemos dizer que a posição social das pessoas nas cidades da Mesopotâmia obedecia a uma hierarquia, com
diversas profissões, divisão social do trabalho, propriedade privada, divisão entre ricos e pobres.
A mais alta posição social era ocupada pela aristocracia, formada por parentes e amigos do rei. Eram pessoas ligadas
ao palácio e que possuíam grandes propriedades; entre elas, incluíam-se os sacerdotes, administradores dos templos e
estudiosos dos astros.
A mais baixa posição social era ocupada pelos escravos, que, na Suméria, pertenciam à camada mais alta, proprietária
de terras. Sua origem era a escravidão por dívida ou a prisão de guerra. Caso um escravo tivesse bom comportamento,
poderia realizar negócios, fazer empréstimos e comprar sua liberdade.
Na posição intermediária da sociedade, estavam trabalhadores livres, que realizavam várias atividades produtivas.
Eram os arquitetos, escribas, comerciantes, pescadores, agricultores, criadores de gado, carpinteiros, oleiros e ceramistas,
os que fabricavam artefatos de couro, os que fundiam e moldavam metais. Recebiam pelo seu trabalho um pagamento
que podia ser: concessão de pequenos lotes de terra para cultivar, rações de alimentos, ou lã para tecer vestimentas. Ao
vender no mercado, os comerciantes recebiam de acordo com um peso-padrão de prata.
1. Sobre o papel dos sacerdotes e a organização da economia, vamos ler o pequeno texto a seguir,
levantar hipóteses e anotar as conclusões.
O estudo das tabuletas cuneiformes da Suméria encontradas em templos antigos demonstra a
importância da religião entre esses povos e a função dos sacerdotes na organização da economia
da região. Segundo documentos revelados pelo pesquisador Samuel Noah Kramer, em um templo
da Suméria havia os seguintes empregados: 100 pescadores, 90 pastores, 123 marinheiros, pilotos
e remadores, 25 escribas e 20 a 25 artífices de várias categorias.
a) Naquele templo da Suméria, quais eram as atividades que possibilitavam a produção de alimentos? E
quais eram esses alimentos?
Pescaria e pastoreio. Os alimentos eram peixe, leite e seus derivados, a carne dos rebanhos.
38
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 15/01/16 13:33 Página 39
b) Qual atividade permitia o acesso a alimentos não produzidos nas terras do templo?
A navegação, que permitia o acesso a outras regiões (eram 123 marinheiros, pilotos e remadores), e a produção de objetos (artífices de várias
Mitologia da Mesopotâmia
Os mitos e lendas da Suméria devem ser considerados como a mais antiga literatura escrita. Seus temas, seus
personagens e enredos serão depois recontados, revisitados e transformados em histórias de outras mitologias, como
a mitologia hebraica e a grega, por exemplo.
Os sumérios acreditavam na existência de um lugar triste e assustador embaixo da terra, a morada dos demônios
e reino dos mortos. Como outros povos, não acreditavam em uma boa vida após a morte. Além disso, eram politeístas,
acreditavam em inúmeros deuses imortais, entre os quais An (deus do céu) e Ki (deusa da terra), que geraram o deus
Enlil (deus das tempestades e do vento).
Segundo a mitologia suméria, Enlil e a deusa da água, Enki, criaram para os homens bois, carneiros, plantas e
instrumentos agrícolas, como o arado. Até então os homens eram primitivos, pois comiam apenas plantas e bebiam
água de poças, como animais. Assim, Enlil e Enki criaram também com barro os primeiros homens agricultores, que
passaram a utilizar o barro para fazer cerâmica e tijolos. Esse mito representa o surgimento da vida agrícola e o início
da vida urbana.
A mitologia da Suméria também reporta um evento climático extremo, o grande dilúvio, uma chuva torrencial de
6 dias e 6 noites, enviada pelo deus da tempestade, Enlil. Segundo o mito, a chuva teria extinto a humanidade, não
fosse a ação de um homem chamado Utnapishtin (conhecido pelos hebreus como Noé), que construiu um grande
barco onde colocou sua família, animais da região e sementes de todas as criaturas vivas. Com o final da enchente,
Enlil conferiu a Utnapishtin e sua esposa a imortalidade.
Outros povos da Mesopotâmia, como os caldeus e os assírios, eram também politeístas e incorporaram dos
sumérios a descrença em uma vida boa após a morte. Acreditavam, porém, em demônios, ou espíritos malignos, e
praticavam a adivinhação do futuro, por meio de presságios. Com a ascensão de Hamurabi ao trono da Babilônia, os
deuses sumérios foram subordinados a um novo deus, da ordem, da justiça e da luz: o deus Marduk, protetor da
cidade da Babilônia, em constante luta com a deusa dos mares, a serpente Tiamat, deusa da desordem e do mal, a
qual, segundo a mitologia, teria sido derrotada e cortada ao meio. Marduk, então, teria derrotado mais onze monstros
criados por Tiamat. O templo de Marduk era o principal da Babilônia.
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O Egito Antigo
Figura 10
Em torno do rio Nilo, ergueu-se uma
das primeiras civilizações, a egípcia. Esta, de
origem africana, desenvolveu-se de forma
independente da Mesopotâmia, pelo menos
durante os primeiros mil anos de existência.
Hoje, podemos conhecer a civilização
egípcia devido aos estudos dos arqueólogos,
tanto sobre a cultura material quanto sobre
a escrita, presentes nas pirâmides, nas
esculturas e nos muros dos templos. Em
1822, o francês Jean-François Champollion
decifrou a escrita hieróglifa mediante o
estudo da Pedra de Roseta, assim chamada
porque foi encontrada na cidade de Roseta.
Ao analisar as inscrições encontradas nessa
pedra, datada de 196 a.C., Champollion
percebeu que havia inscrições em caracteres
hieroglíficos e em grego e pôde, assim,
encontrar a chave para o entendimento de
outros escritos egípcios. Pedra de Roseta, Museu Britânico, Londres.
O Egito habitado na Antiguidade
Figura – Objetivo Mídia
Por volta de 3200 a.C., os dois reinos formaram um só, unificados por Menés, um nomarca do sul,
que passou a ser o único governante, denominado faraó. Na mesma época, em 3100 a.C., foi inventada
a escrita com hieróglifos.
A partir daí, o Egito foi governado por 31 dinastias, famílias que tentavam se perpetuar no poder
por meio da hereditariedade; por isso, eram comuns os casamentos entre irmãos, pais e filhos, tios e
sobrinhos.
Os historiadores tradicionais dividiram a história do Egito Antigo em três longos períodos, segundo
os fatos mais marcantes do governo dos faraós e as características mais fortes e de maior duração que
persistiram em vários governos:
• Antigo Império (em torno de 3200 a 2300 a.C.)
Construção da capital, Mênfis.
Período da construção das grandes pirâmides: Quéops, Quéfren e Miquerinos e outras construções
grandiosas.
• Médio Império (em torno de 2300 a 1580 a.C.).
O Egito foi invadido e dominado pelos povos hicsos. Após dois séculos de dominação, o faraó Amósis I
liderou as lutas pela expulsão dos hicsos do território egípcio.
• Novo Império (em torno de 1580 a 525 a.C.).
Período de maior desenvolvimento da civilização egípcia. O faraó Ramsés II ampliou as fronteiras do
Egito, conquistando povos e cobrando pesados impostos das regiões dominadas. Esse faraó construiu
os grandes templos de Karnac e Luxor, como símbolos de suas conquistas e feitos.
Nessa fase da história, a hegemonia, ou seja, o predomínio dos egípcios, estendeu-se desde o rio
Eufrates, ao norte, até a Quarta Catarata do Nilo, ao sul, ou seja, ocuparam e dominaram desde o rio
Eufrates, na Mesopotâmia, até a Síria, Palestina e Núbia.
Dos povos conquistados, traziam escravos e riquezas, aumentando o poder do grande império que
formava. Nessa fase, destacam-se os faraós Amenófis IV, Tutancâmon e Ramsés II.
No século VII a.C., já enfraquecido, o Egito foi conquistado pelos assírios. Um século depois, foi
integrado ao Império Persa, em 525 a.C. Em 332 a.C., foi dominado por Alexandre, imperador dos
macedônios e, finalmente, sucumbiu aos romanos em 30 a.C. Chegava ao fim uma das mais brilhantes
civilizações da Antiguidade Oriental.
Atualmente, o Egito é uma república árabe.
Figura 11
No topo da sociedade, encontravam-se o faraó e sua família.
O faraó era a autoridade máxima para os egípcios, considerado um
deus encarnado. As terras e riquezas do Egito pertenciam a ele. Ao
ser coroado, o faraó assumia seu caráter divino. Passava a ser o
responsável pela administração de todos os recursos do reino e Néferkarê-Iymérou,
intermediava as relações entre seus súditos e os deuses. alto funcionário do rei.
Como grupos privilegiados na sociedade, havia os Escultura com 162 cm,
aristocratas, representados pelos sacerdotes e os altos datada de 1725 a.C.,
funcionários que auxiliavam o faraó no governo e controlavam as encontrada em
terras e o trabalho dos camponeses. Karnac. Pertence ao
Os escribas compunham outro grupo de grande destaque na Museu do Louvre.
sociedade egípcia. Seu prestígio se prendia ao fato de que cabia a Figura 12
eles escrever os mais diferentes relatórios, calcular e cobrar os Escultura de escriba
impostos, produzir textos de todo tipo. Usavam uma ponta de sentado, como em
caniço e tinta para registrar, no papiro, textos importantes. Outros tantas outras
materiais, como calcário e tabuletas cobertas de gesso ou cera, representações. Essa
eram usados na escrita diária. peça pertence ao
Na base da sociedade egípcia, havia camponeses, artesãos e Museu do Louvre,
escravos. data de,
Os camponeses ou felás compunham a maioria da população aproximadamente,
egípcia. Viviam em extrema miséria e, ao morrer, nem tinham direito 2500 a.C. É uma peça
a ser enterrados em túmulos. Entretanto, eram a base da civilização de 50 cm de altura.
egípcia. Cultivavam a terra após as cheias, construíam diques e
canais, e também eram recrutados para trabalhar nas grandes obras
em louvor dos governantes, como as pirâmides. Recebiam como
pagamento de seu trabalho apenas o necessário para sobreviver:
um pouco de trigo e óleo e um jarro de cerveja, em dia de festa.
Uma parte do trigo obtido era usada para pagar os impostos.
Quando não conseguiam cumprir esse pagamento, eram
duramente castigados, assim como sua família.
Os artesãos trabalhavam nas aldeias e nas oficinas de templos
e palácios. Havia artesãos especializados nos mais diversos trabalhos,
desde simples objetos de cerâmica até elaboradas peças de
joalheria.
Artífice egípcio
trabalhando numa
esfinge dourada (cerca
de 1380 a.C.). Cópia de
pintura mural em um
túmulo de Tebas, British
Museum, Londres. (E.H.
Gombrich. A História da
Arte. Rio de Janeiro:
LTC, 2012. p. 73.)
A divisão social no Egito Antigo acompanhava as diferentes tarefas no país para sua manutenção e
organização.
Não é difícil concluir que a principal produção econômica era a agricultura. Os cereais, como o trigo
e a cevada, eram os produtos mais importantes. Depois, vinham as frutas e o linho. Assim como os povos
que habitaram a Mesopotâmia, os egípcios também realizavam atividades comerciais, transportando os
produtos por terra ou pelo rio que ligava todas as partes do território do Egito. Enviavam produtos
agrícolas e buscavam madeira na região do atual Líbano, o cobre da Etiópia e o marfim do interior do
continente africano.
Ao concluir o item anterior,
você já pode realizar, em casa, a tarefa 16
“Divisão social e a economia no Egito Antigo”.
A partir da pirâmide social do Egito Antigo, é fácil compreender por que havia diferentes tipos de
moradias.
Os mais ricos moravam em casas espaçosas feitas de tijolos. Essas casas, às vezes, tinham mais de
um andar e uma espécie de terraço em cima do andar superior, onde as pessoas ficavam para fugir do
intenso calor que fazia no interior das residências. Havia inúmeras salas, alojamento de empregados,
jardins, despensas, adegas e várias outras dependências. Tanto os homens quanto as mulheres usavam
perucas e vestiam túnicas longas de linho plissado ou drapeado. As mulheres também se enfeitavam
com joias e pintavam os olhos de preto.
A maioria da população, no entanto, era pobre e vivia em casas construídas com barro, madeira,
palha e junco. A cobertura era feita de folhas de palmeiras, e o chão era de terra batida. Essas casas,
pouco confortáveis, serviam para abrigar as pessoas das tempestades de areia e do sol intenso. Observe
a imagem a seguir.
43
44
Ao observar a representação deste vilarejo de trabalhadores, podemos verificar que a imagem ilustra a frase: “Essas casas
serviam para abrigar as pessoas das tempestades de areia e do sol intenso”.
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teto.
Galeria de deuses (da esquerda para a direita): Hórus, que representa as forças da ordem triunfando contra a desordem, é filho de Osíris
e Ísis; Seth, o deus do caos e da desordem; Thot, deus sábio; Khnum, o deus-carneiro; Hathor, deusa das mulheres, dos céus e da necrópole
de Tebas; Sobek, o deus-crocodilo; Rá, o deus do Sol; Amon, o rei dos deuses; Ptah, deus dos artesãos, patrono das artes; Anúbis, deus
dos mortos; Osíris, irmão de Seth e marido de Ísis, deus do mundo subterrâneo e da agricultura; Ísis, mulher de Osíris e mãe de Hórus,
representa a magia e os mistérios do Egito. (Revista Grandes Impérios, volume I. São Paulo: Abril, p. 45. s/d.)
Além de cultuar seus deuses, os egípcios tinham muitas superstições, adivinhavam sonhos e para
tudo recorriam a magias. Acreditavam que havia dias “nefastos”, que davam azar, nos quais, entre outras
coisas, evitavam sair após anoitecer, não tomavam banho e não comiam carne. Temiam os mortos e
davam grande importância ao luto, que durava 70 dias, enquanto o morto estava aos cuidados do
embalsamador. Durante essa fase, algumas mulheres, chamadas carpideiras, choravam sem parar, os
homens deixavam de se barbear e de cortar o cabelo e as mulheres não se maquiavam. Os egípcios
acreditavam em vida após a morte. Por isso, desenvolveram as técnicas de mumificação, já que para eles
a preservação do corpo era importante para que o espírito pudesse reencarnar. Porém, nem todos eram
mumificados. Os mais pobres recebiam apenas uma vala comum, onde eram depositados. Os mais ricos
encomendavam túmulos de pedra chamados mastabas e contratavam pessoas para nele depositar
alimentos com frequência.
Para alcançar a salvação e a imortalidade da alma, acreditava-se que era preciso passar por um
tribunal presidido por Osíris. As respostas a serem dadas estavam contidas no Livro dos Mortos, que
era incluído entre os vários pertences que a pessoa levava para o túmulo.
Ao concluir o item anterior,
você já pode realizar, em casa, a tarefa 17
“A sociedade egípcia e sua religião”. 45
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 15/01/16 13:33 Página 46
Essa é uma frase clássica dita pelo historiador grego Heródoto e repetida em todos os livros de História.
Agora, a classe orientada pelo professor deverá fazer uma síntese do que já aprendeu para explicar
por que essa é uma frase tão importante. Para essa atividade, a classe deve reunir todas as informações
que tem sobre a relação entre o modo de vida dos egípcios na Antiguidade e o rio Nilo.
Agora, faça uma síntese e registre como as ações dos governantes na Mesopotâmia e no Egito oferecem
elementos que comprovam a afirmação de que havia uma relação entre os reis, os sacerdotes e as cidades
na Mesopotâmia e no Egito.
O(a) professor(a) deverá conduzir a troca de ideias para rever a hierarquia social, as construções de obras de controle ou aproveitamento das
águas, a valorização dos templos como locais de armazenamento de cereais e os sacerdotes como auxiliares do governantes no controle
das obras e no recebimento de mercadorias e, na Mesopotâmia, local de comércio. Como os templos e os palácios situavam-se nas cidades,
elas tinham mais importância para o governo dos reis do que para a produção econômica propriamente dita que era realizada no campo.
2. Reflita sobre a frase do historiador Colin McEvedy: “Civilização é, em todos os sentidos, sinônimo
de urbanização”.
No caso das sociedades que estudamos, faça uma lista dos aspectos da urbanização que levaram à
transformação da cultura da pré-história. Em que medida, na atualidade, essa afirmação continua
verdadeira?
O(a) professor(a) deverá conduzir a troca de ideias na classe a partir da atividade número 1 e indicar o surgimento da escrita, da forte hierarquia
social, do maior controle sobre a produção econômica e sobre o trabalho como elementos fundamentais para a urbanização. A segunda parte
da atividade, a comparação com a atualidade deve ser encarada como uma sondagem de como os alunos se apropriam da história para
46
C2_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF 15/01/16 13:33 Página 47
Muitas plantas que cultivamos hoje foram domesticadas exclusivamente em regiões geográficas
bem definidas e distantes umas das outras. Algumas espécies começaram a ser cultivadas, independen-
temente, em mais de um local, por um processo de domesticação paralelo. Os principais centros de
domesticação de plantas se localizaram na faixa tropical e subtropical dos dois lados do Equador.
Quais foram as plantas e animais domesticados, de maneira independente, em dois locais distintos?
Quinoa – América do Norte (mais ou menos 2000 a.C.), e América do Sul (mais ou menos 4000 a.C.).
Arroz – Oriente Médio (mais ou menos 9000 a.C.), e China (mais ou menos 6500 a.C.).
Porco – Oriente Médio (mais ou menos 9000 a.C.), e Nova Guiné (mais ou menos 9000 a.C.).
1. Quais foram as vantagens buscadas pelo homem ao interferir na produção de espécies diferentes?
O milho maior pode ser mais rendoso, pois produz mais. Já o animal domesticado menor e sem presas torna-se de mais fácil manejo.
– Seus grãos se tornaram mais regulares, de mesmo tamanho. O maior avanço nesse sentido ocorreu entre 5200 a.C e 2300 a.C.
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Jaime Pinsky – Historiador e editor. Professor titular da Unicamp. Concebeu e dirige a Editora Contexto.
3. A invenção da agricultura produziu efeito na população. Qual foi esse efeito e por quê?
A população cresceu, pois estava mais bem alimentada.
4. Quando um grupo de agricultores se dividia? E qual foi seu efeito na propagação da agricultura e
da criação de animais?
Quando a terra deixava de ser fértil o grupo se dividia e fixava moradia em outro local, a fim de recomeçar suas práticas, e assim
sucessivamente, de forma a aumentar a área em que o plantio era cultivado, servido assim para a criação de animais.
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1. De acordo com o texto, o aproveitamento das condições naturais para a agricultura exigiu a
participação do homem? Por quê?
Sim, pois as cheias dos rios precisavam ser controladas para não causar destruição nas margens. Para isso, foi necessário construir valas,
2. De que forma o autor relaciona o surgimento das civilizações com o controle dos rios?
O autor ressalta que, para controlar os rios, ou seja, fazer com que eles pudessem ser utilizados positivamente pelos grupos humanos, foi
necessário desenvolver formas de organização coletiva, que se tornaram as bases das civilizações.
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Vocabulário
Códigos: conjunto de normas de comportamento. Conjunto de regras ou preceitos sobre um determinado assunto.
Contas: registro e cálculo dos valores recebidos e pagos.
Decretos: decisão, imposição. Disposição ou resolução dada por autoridade em assunto de sua competência.
3. Podemos dizer que os povos que inventaram a escrita também conseguiam fazer registros de cálculos
matemáticos?
Sim, o texto revela que em algumas tabuletas foram encontrados cálculos matemáticos.
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Deus(a) Significado
An deus do céu
Ki deusa da terra
3. Como os mesopotâmios criaram os homens agricultores e o que eles fariam, segundo a mitologia
suméria?
Os homens agricultores foram criados por Enlil e Enki e faziam tijolos e cerâmica de barro.
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Leia o texto sobre a divisão social no Egito, na página 42, e responda às perguntas a seguir:
1. A sociedade egípcia na Antiguidade era desigual. Havia diferentes grupos sociais. Qual deles era
responsável pela produção de riquezas e quais eram essas riquezas?
Os grupos sociais responsáveis pela produção de riquezas eram os agricultores, os artesãos e os escravos. Os agricultores eram os respon-
sáveis por toda a produção de alimentos e ainda trabalhavam na construção de obras de irrigação e nos monumentos.
Os artesãos eram os fabricantes de objetos, desde os mais simples, como a cerâmica, até mais luxuosos, como joias.
Os escravos não se diferenciavam dos agricultores e dos artesãos no que diz respeito ao que produziam.
2. O texto fala que, além dos agricultores, artesãos e escravos, havia um grupo privilegiado. Qual era
este e o que fazia?
O grupo privilegiado era composto por sacerdotes e altos funcionários, que auxiliavam o faraó e controlavam o terra e o trabalho dos
camponeses.
4. Entre os diferentes grupos sociais citados, quais deles necessitavam dos textos escritos pelos escribas?
Os altos funcionários e os sacerdotes, que auxiliavam os faraós a controlar as terras e o trabalho dos camponeses.
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A lenda de Osíris
Figura 13
A deusa do céu Nut e seu marido, o deus da terra Geb, eram tão unidos
que nada podia existir entre eles; os filhos de Nut também não podiam nascer.
Então Shu, pai deles, os separou mantendo o corpo de Nut no alto para que as
coisas vivas pudessem existir na terra. Nut deu à luz a dois conjuntos de gêmeos:
Osíris e Ísis, e Seth e Néftis. Ísis e Osíris amavam um ao outro, mas Néftis odiava
Seth; ela também amava Osíris.
No nascimento de Osíris uma voz se ouviu no mundo inteiro, dizendo: “O
senhor de toda a terra nasceu!” Osíris tornou-se rei do Egito e governava
sabiamente, tendo Ísis como sua rainha. Ele estabeleceu as leis, ensinou o povo
como cultivar e como adorar os deuses.
Osíris só tinha um inimigo: seu ciumento irmão Seth. Seth secretamente
mediu o corpo de Osíris, e construiu um caixão no qual ele cabia com exatidão.
Então deu uma festa e convidou seu irmão. Ele exibiu o magnífico caixão e disse
que o daria de presente a quem coubesse nele. Todos os convidados foram se
deitando no caixão, mas eram pequenos demais. Finalmente Osíris deitou-se;
seu corpo cabia perfeitamente. Então Seth e seus amigos puseram a tampa e
Pingente em ouro, lapiz-lazúli e vidro. Peça de
derramaram chumbo derretido por cima, para selar o caixão, e jogaram o caixão joalheria que pertenceu ao faraó Osorkon II
no Rio Nilo. (cerca de 874 a 850 a.C.). Acima do nome de
Quando Ísis soube o que tinha acontecido com seu marido, foi atingida pela Osorkon, escrito em hieróglifos, há a inscrição
tristeza. Cortou seus longos cabelos, vestiu-se de luto e saiu em busca do caixão. “Senhor das duas terras, Alto e Baixo Egito). A
Ninguém a quem perguntava pôde lhe contar o que tinha acontecido; finalmente, peça se encontra no Museu do Louvre.
algumas crianças que brincavam perto do rio lhe contaram onde estava.
Ísis trouxe o caixão de volta para seu palácio, e convocou o deus com cabeça de chacal, Anúbis, para embalsamar o
corpo de Osíris. Mas, antes, ela se transformou em gavião e, pairando em cima de Osíris, abanou respiração para dentro
de seu corpo com as asas. Ela o reviveu o suficiente para conceber um filho, Hórus. Depois escondeu o filho da ira de Seth.
Seth, caçando ao luar, descobriu o caixão aberto e, em sua raiva, despedaçou o corpo de Osíris em quatorze pedaços, que
espalhou pelo país. Ísis viajou por todo o Egito em um barco de junco, reunindo os pedaços do corpo de Osíris e enterrando
cada pedaço onde o encontrava. Osíris foi governar a outra terra, onde julga as almas dos recém-mortos. Mas quando
seu filho Hórus cresceu, Osíris voltou para pedir-lhe que vingasse sua morte. Assim, Hórus e Seth começaram a luta eterna
entre o bem e o mal. Às vezes um parece vencer e às vezes o outro, mas nenhum dos dois pode ser vencido. Diz-se que
quando Hórus finalmente derrotar Seth, Osíris voltará para a terra dos vivos para ser rei novamente.”
(Neil Philip. O livro ilustrado dos mitos, 80 contos e lendas do mundo. São Paulo: Marco Zero, 2000. p. 80-81.)
Tendo lido sobre a religião no Antigo Egito, na página 45, você pode responder as perguntas:
luto por 70 dias com rituais e práticas para a preservação do corpo. Segundo eles, após o julgamento de Osiris, seria possível atingir a
imortalidade.
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2. De que modo as divisões sociais eram reproduzidas nas práticas religiosas de enterramento?
Os mais pobres não eram mumificados e eram depositados em uma vala comum. Somente os mais ricos eram mumificados, enterrados
4. Qual a relação entre o mito de Osíris e o respeito às dinastias, ou seja, a transmissão hereditária do
poder do faraó?
No mito de Osiris, seu filho Hórus foi seu sucessor como governante e na batalha contra Seth. A tarefa de bem governar e guiar o povo
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Figura 1
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Stonehenge#mediaviewer/File:
Stonehenge_vid_midsommar_1700_f_Kr,_Nordisk_familjebok.png>.
Figura 2
Disponível em: <http://earlyworldhistory.blogspot.com.br/2012/03/mari-mesopota-
mian-city.html>.
Figura 3
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:AmarnaLetterOfMarriage
Negotiation-BritishMuseum-August19-08.jpg>.
Figura 4
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Cuneiform_tablets_
with_paragraphing#mediaviewer/File:Cuneiform_tablet_BM62788.jpg>.
Figura 5
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cylinder_seal_lions_Louvre_
MNB1167.jpg>.
Figura 6
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hier%C3%B3glifo#mediaviewer/File:
Maler_der_Grabkammer_der_Nefertari_004.jpg>.
Figura 7
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Babylonian_numerals#
mediaviewer/File:Babylonian_numerals.svg>
Figura 8
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ur_Bau_tablet_AO261_
mp3h9041.jpg>. Acesso em: 4 dez. 2014.
Figura 9
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pergamonmuseum_Babylon_
Ischtar-Tor.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2014.
Figura 10
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Rosetta_Stone#mediaviewer/File:Rosetta
_Stone.JPG>.
Figura 11
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lens_-_Inauguration_du_
Louvre-Lens_le_4_d%C3%A9cembre_2012,_la_Galerie_du_Temps,_n%C2%
B0_028.JPG>.
Figura 12
Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Louvres-anitiquites-egypti
ennes-p1010872.jpg>.
Figura 13
Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/01/Egypte_
louvre_066.jpg>. Acesso em: 16 dez. 2014.
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