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Universidade Zambeze

Faculdade de ciências e tecnologia

Engenharia civil 20ano laboral

Física das construções

Segurança Contra Incêndio em Edifícios

Grupo: III

Discentes;

Clayton Isidoro Framenga

Fátima Alberto Manuel

Filipe Manuel Armando

Gonçalves Zacarias Magaiza

Guilálea Henriqueta Baleira

Beira, setembro de 2023


Universidade Zambeze

Faculdade de ciências e tecnologia

Engenharia civil 20ano laboral

Física das construções

Segurança Contra Incêndio em Edifícios

Grupo: III

Discentes:

Clayton Isidoro Framenga

Fátima Alberto Manuel

Filipe Manuel Armando

Gonçalves Zacarias Magaiza

Guilálea Henriqueta Baleira

O presente trabalho com o tema Segurança Contra


Incêndio em Edifícios é de carácter avaliativo sob
forma de Seminário. Será apresentado na
UniZambeze – FCT por Estudantes da cadeira de
Física das Construções - Engenharia Civil, sob
supervisão e orientação do Docente: Msc. Eng°
Domingos Mogento.

Beira, setembro de 2023


Índice de ilustrações

Figuras

Figura 1. Triângulo do fogo. ..................................................................................................... 7


Figura 2. Tetraedro do fogo. ..................................................................................................... 7
Figura 3. Imagens respectivamente dos incendios no edificio Joelma (Sao paulo - 1974) e nas
lojas Renner (Rio Grande do Sul - 1976)................................................................................... 8
Figura 4. Transmissão de calor por irradiação. ......................................................................... 9
Figura 5. Transferência de calor por convecção. .................................................................... 10
Figura 6. Transferência de calor por condução....................................................................... 10
Figura 7. Simbologia de classes de incêndios......................................................................... 14
Figura 8. Extintor portátil. ...................................................................................................... 19
Figura 9. Extintor sobre rodas................................................................................................. 19
Figura 10. Hidrantes de combate a incêndio........................................................................... 21
Figura 11. Chuveiro automático. ............................................................................................ 21
Figura 12. Canhão de combate a incêndio.. ............................................................................ 22
Figura 13. Exemplo de escadas de emergência e respectiva sinalização................................ 23
Figura 14. Imagem ilustrativa de uma sinalização de orientação e salvamento.. ................... 24

Tabelas

Tabela 1. Características dos extintores. ................................................................................. 19


Tabela 2. Tipo de extintor a ser utilizado consoante a classe. ................................................ 20
Índice
Capitulo I ................................................................................................................................... 6

1 Introdução ........................................................................................................................... 6

2 Objetivos ............................................................................................................................. 6

2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 6

2.2 Objetivos específicos................................................................................................... 6

3 Metodologia ........................................................................................................................ 6

Capitulo I ................................................................................................................................... 7

4 Revisão bibliográfica .......................................................................................................... 7

5 Segurança Contra Incêndio Em Edifícios ........................................................................... 7

5.1 Definições de fogo ...................................................................................................... 7

5.2 Conceitos de incêndio ................................................................................................. 8

5.2.1 Formas de propagação de incêndio ...................................................................... 9

5.2.2 Principais causas de incêndio............................................................................. 10

5.2.3 Fatores que influenciam no incêndio ................................................................. 11

5.2.4 Métodos de extinção de incêndio ....................................................................... 12

5.3 Classes de incêndio e métodos de extinção ............................................................... 13

5.4 Medidas de prevenção contra incêndio em edifício .................................................. 15

5.5 Agentes extintores ..................................................................................................... 17

5.5.1 Água ................................................................................................................... 17

5.5.2 Pós químicos ...................................................................................................... 17

5.5.3 Dióxido de carbono (CO2)................................................................................. 17

5.5.4 Espumas ............................................................................................................. 18

5.6 Mecanismo de combate contra incêndio ................................................................... 18

5.6.1 Extintores de incêndio........................................................................................ 18

5.6.2 Sistemas de hidrantes ......................................................................................... 20

5.6.3 Sistema de chuveiro automático ........................................................................ 21


5.6.4 Canhões .............................................................................................................. 22

5.7 Mecanismo de segurança contra incêndio em edifícios ............................................ 22

5.7.1 Detecção de incêndio e sistema de alarme ......................................................... 24

5.8 Erros de projectos de segurança contra incêndio em edifícios.................................. 26

5.8.1 Causas de Erros de Projeto: ............................................................................... 26

Capitulo III ............................................................................................................................... 28

6 Conclusão ......................................................................................................................... 28

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 29


Capitulo I

1 Introdução
A segurança contra incêndio em edifícios é uma preocupação fundamental na concepção e
operação de qualquer estrutura. Incêndios podem ter consequências devastadoras, não apenas
em termos de perda de vidas, mas também de danos materiais e impactos econômicos. Garantir
medidas eficazes de prevenção e resposta a incêndios é essencial para proteger a vida humana
e o patrimônio. Portanto, a segurança contra incêndio não é apenas uma obrigação, mas uma
responsabilidade compartilhada por todos os envolvidos no projecto, construção e operação de
estruturas arquitectónicas.

O presente trabalho tem como tema segurança contra incêndio em edifícios, e o trabalho
encontra-se se estruturalmente dividido em três capítulos, onde no primeiro capitulo faz-se a
introdução, o segundo corresponde ao desenvolvimento onde irá se expor os assuntos
relacionados com o tema e por fim o terceiro capitulo onde consta a parte conclusiva.

2 Objetivos
2.1 Objetivo geral

 Adquirir conhecimento a respeito da segurança contra incêndio em edifícios.

2.2 Objetivos específicos

 Apresentar de forma clara Noções gerais de incêndio em edifícios


 Descrever as classes de incêndios e métodos de extinção;
 Apresentar as Medidas de prevenção contra incêndio em edifícios;
 Descrever os Agentes extintores;
 Descrever os mecanismos de combate contra incêndio em edifícios;
 Descrever os mecanismos de segurança contra incêndio
 Descrever os Erros de projectos de segurança contra incêndio.

3 Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho, recorre-se a várias obras bibliográficas, sites de internet
e artigos científicos em busca de assuntos pertinentes com auxílio de alguns métodos, tais
como: análise, debate e elaboração conjunta.

6
Capitulo I

4 Revisão bibliográfica

5 Segurança Contra Incêndio Em Edifícios


5.1 Definições de fogo

A Norma Internacional – ISO 8421-1 define o fogo como um “processo de combustão


caracterizado pela emissão de calor acompanhado de fumaça, chama ou ambos” (SEITO,
2008:35 como citado em MALATE, 2017, P. 8). O fogo pode ainda ser definido no âmbito da
Teoria do fogo, conhecida por Triângulo do fogo, como uma reacção química entre um agente
combustível e um comburente, provocada por uma fonte de ignição.

Figura 1. Triângulo do fogo. Fonte, https://gestaodesegurancaprivada.com.br/teoria-basica-do-fogo/

Actualmente, a literatura sobre os elementos geradores do fogo, faz menção a um elemento


que, não sendo novo, aparecia de forma implícita na definição do fogo. Trata-se da reacção em
cadeia, cuja inclusão na explicação sobre a origem do fogo deu lugar ao chamado Tetraedro
do Fogo (AITA e PEIXOTO, 2012:18 como citado em MALATE, 2017, P. 9).

Figura 2. Tetraedro do fogo. Fonte: https://www.google.co.mz como citado em MALATE (2017, p. 9).

7
O combustível representa toda a substância capaz de queimar, servindo de campo de
propagação do fogo. Existem combustíveis no estado líquido (ex, gasolina, petróleo, óleo, etc.),
sólido (ex, madeira, plástico, fibra, partículas de metal, etc) e gasoso (propano, hidrogénio,
metano, etc.). Por seu turno, o comburente (oxigénio do ar à concentração de 13%) é a
substância em cuja presença o combustível pode arder. A fonte de ignição (calor) constitui a
fonte de calor que fornece a energia de activação necessária para dar início às chamas, podendo
manifestar-se sob a forma de ponta de cigarro incandescente, fósforo aceso, uma faísca elétrica,
o calor gerado pelo atrito de peças metálicas, a chama aberta de um maçarico etc. Por fim, a
reacção em cadeia representa o processo cíclico que se traduz na reacção química entre o calor,
o combustível e o comburente.

5.2 Conceitos de incêndio

O episódio incêndio trata-se de uma ocorrência de fogo não controlado, sendo este nocivo à
saúde de seres vivos e de extrema periculosidade para as estruturas.

Figura 3. Imagens respectivamente dos incendios no edificio Joelma (Sao paulo - 1974) e nas lojas
Renner (Rio Grande do Sul - 1976). Fonte: RODRIGUES, 2016, P. 37.

A NBR 13860 (1997) conceitua o incêndio como: “O fogo fora de controle”. Por outro lado, a
International Organization Standardization n° 8421-1 (ISO) conceitua o incêndio como: “a
combustão rápida disseminando-se de forma descontrolada no tempo e espaço”. Desta forma,

8
observa-se que com o resultado da queima de combustíveis, o incêndio produz gases, chamas,
calor e fumaça.

Todas as substâncias citadas acima são prejudiciais à saúde humana, podendo provocar
queimaduras, irritação nos olhos e lesões ao aparelho respiratório decorrente dos gases
liberados, como por exemplo, o monóxido de carbono.

5.2.1 Formas de propagação de incêndio


Segundo MALATE (2017, p. 10) apostar em medidas de prevenção e de protecção constitui
um factor crítico de sucesso na gestão da segurança contra incêndio sobretudo se se considerar
que um único foco de incêndio, quando não devidamente controlado, pode afectar vários pontos
de um mesmo edifício, mas também de outros contíguos, propagando-se por:

a. Irradiação: quando o calor se transmite de um corpo para o outro, por ondas ou raios
caloríficas através do espaço, sem utilizar qualquer meio material.

Figura 4. Transmissão de calor por irradiação. Fonte: http://www.mais-


seguranca.pt/blog/extintores/extintores-de-incendio.

b. Convecção: quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida, que se


desloca de um local em chamas, levando para outros locais quantidade de calor
suficiente para que os materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de
combustão, originando outro foco de fogo.

9
Figura 5. Transferência de calor por convecção. Fonte: COSTA (2015, p. 15).

c. Condução: forma pela qual o calor se transmite através do próprio material, de


molécula a molécula ou de corpo a corpo.

Figura 6. Transferência de calor por condução. Fonte, COSTA (2015, p. 15).

5.2.2 Principais causas de incêndio


As causas dos incêndios estão relacionadas com uma grande diversidade de situações: causas
naturais, que provocam incêndios sem a intervenção do homem; causas tecnológicas,
originadas por instalações e equipamentos; e, por último, causas sociais/criminosas que
originam incêndios propositados. Contudo, grande parte dos casos resulta da atividade humana,
sendo menos comum as situações de origem natural.

Assim, as fontes de ignição mais comuns são as seguintes:

• Fontes de origem térmica – chama nua, instalações ou equipamentos produtores de


calor dentro do edifício, como por exemplo, caldeiras, trabalhos a quente, entre
outros.

• Fontes de origem elétrica – sobreaquecimento devido ao contato elétrico mal


dimensionado, sobrecarga na rede elétrica ou curto-circuito.

10
• Fontes de origem mecânica – sobreaquecimento devido à fricção mecânica, faíscas
provocadas por movimentação de equipamentos ao longo do edifício.

• Fontes de origem química – reação exotérmica, por exemplo em locais mal


ventilados e com grande produção de calor no seu interior.

Apesar de existirem inúmeras causas, a verdade é que os erros humanos derivados de atos
do quotidiano são os que mais frequentemente conduzem a incêndios. Assim, não podemos
esquecer que é muito comum o desconhecimento funcional dos equipamentos instalados,
por parte dos utilizadores, o que leva a atos negligentes com graves consequências. Isto
reforça, mais uma vez, a ideia de que é fundamental que os trabalhadores possuam formação
sobre estas temáticas, que lhes permitirão agir em conformidade em caso de acidentes,
preservando, não apenas a própria vida, mas também o património.

O incumprimento das medidas de segurança, os descuidos na verificação dos sistemas de


combate a incêndio, o desconhecimento das regras de manuseamento de equipamentos de
primeira intervenção em caso de incêndio e dos aparelhos elétricos presentes no edifício são
as causas que, na maior parte das vezes, conduzem à deflagração de incêndios ou a atrasos
no início do seu combate. O conhecimento destes procedimentos, bem como a sua
verificação periódica contribuem para uma política de segurança profícua, a única que se
espera para se poder preservar o património de uma forma mais eficiente.

A identificação das causas de um incêndio é uma medida de prevenção para evitar ocorrências
semelhantes que possam vir a acontecer. No entanto, a semelhança de casos não significa que
estamos perante incêndios iguais, uma vez que os materiais apesar de terem as mesmas
características, quando ardem, dão origem a fogos diferentes, consoante a sua envolvência,
condições de aplicabilidade e espaço em que se inserem. A diferenciação dos fogos é percetível
pela cor da chama, pela quantidade de calor que libertam e pela facilidade ou dificuldade da
sua extinção. O estudo de diversos tipos de fogos levou à determinação de quais são os
melhores materiais para extinguir cada tipo de fogo, como poderemos verificar no capítulo
seguinte.

5.2.3 Fatores que influenciam no incêndio


São diversos os fatores que influenciam na propagação de um incêndio, contudo, o fogo se
comporta de acordo com o ambiente em que se desenvolve.

11
Neste sentido, corroboram os ensinamentos de SEITO et al. (2008, p. 43) como citado em
CRUZ e SOUZA (2018, p. 20), os quais afirmam:

Não existem dois incêndios iguais, pois são vários os fatores que concorrem
para seu início e desenvolvimento, podendo-se citar: Forma geométrica e
dimensões da sala ou local; Superfície específica dos materiais combustíveis
envolvidos; Distribuição dos materiais combustíveis no local; Quantidade de
material combustível incorporado ou temporário; Características de queima dos
materiais envolvidos; local do início do incêndio no ambiente; Condições
climáticas (temperatura e umidade relativa); Aberturas de ventilação do
ambiente; Aberturas entre ambientes para a propagação do incêndio; Projeto
arquitetônico do ambiente e ou edifício; Medidas de prevenção de incêndio
existentes; Medidas proteção contra incêndios instalados.

A maioria dos incêndios se inicia de forma lenta e seu crescimento dependerá dos materiais
que se encontram no ambiente. Para garantir certa probabilidade de sucesso na extinção do
fogo, é importante combater o incêndio ainda na sua fase inicial.

5.2.4 Métodos de extinção de incêndio


Segundo MAVAIEIE (2022, p. 30) levando-se em conta o tetraedro do fogo e seus
componentes, os métodos de extinção de incêndio baseiam-se na eliminação de um ou mais
dos elementos que compõem o fogo. Se um dos lados do tetraedro for quebrado, eis que a
combustão será extinta.

 Resfriamento: o resfriamento é aplicando o agente extintor (normalmente água) de


forma (jatos) que ele absorva mais calor do que o incêndio é capaz de produzir. É, sem
dúvida, o método mais utilizado de combate a incêndios, dado que o principal agente
extintor utilizado é a água.
 Abafamento: O abafamento consiste na interrupção do fornecimento do comburente
da reacção. Podem ser utilizados inúmeros agentes extintores para este fim, como, por
exemplo, areia, terra, cobertores, vapor de água, espumas, pós, gases especiais, entre
outros.

12
 Isolamento: O isolamento é a retirada do material combustível que ainda não queimou
ou mesmo separá-lo do combustível que ainda queima. Desta forma, sem mais
combustível, a combustão se encerrará por falta do que consumir.
 Quebra da reacção em cadeia: Introduzindo substâncias que inibem a capacidade
reactiva do comburente com o combustível se interrompe a reacção e, assim, não haverá
fogo. Isso é possível utilizando-se certas substâncias que, ao sofrerem acção do calor,
reagem sobre a área das chamas e interrompem a reacção em cadeia, realizando,
portanto, uma extinção química das chamas.

5.3 Classes de incêndio e métodos de extinção

Essa classificação foi elaborada pela Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA


(NFPA) e adotada pelas seguintes instituições: Associação Internacional para o Treinamento
de Bombeiros/EUA (IFSTA); Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR (ABNT) e
Corpos de Bombeiros/BR.

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a
situação em que se encontram. Essa classificação determina a necessidade do agente extintor
adequado.

 Classe “A”:

Fogo em combustíveis sólidos como as madeiras, papel, tecido e borracha por exemplo. É
caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos, sendo que a queima acontece
na superfície e em profundidade (GOMES, 2014 como citado em CRUZ e SOUSA, 2018, p.
20).

Temos o resfriamento como melhor método de extinção e os agentes extintores PQS ABC que
podem ser usados.

 Classe “B”:

Fogo em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, como, por exemplo, a gasolina,
óleo, querosene, gás liquefeito de petróleo (GLP), etc. É caracterizado por não deixar resíduos
e queimar apenas na superfície exposta (GOMES, 2014 como citado em CRUZ e SOUSA,
2018, p. 20). Como método de extinção, não se deve utilizar a água, sendo recomendado neste
caso utilizar a espuma, o PQS BC e o PQS ABC.

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 Classe “C”:

Fogo em materiais e equipamentos energizados, como, por exemplo, motores, transformadores,


geradores, entre outros. É caracterizado pelo risco de vida que oferece, sendo importante nunca
usar extintor de água (GOMES, 2014 como citado em CRUZ e SOUSA, 2018, p. 21). Por se
tratar de equipamentos energizados e que contêm componentes frágeis, como método de
extinção, deve-se fazer o abafamento ou a interrupção em cadeia.

Para isso, pode-se utilizar os extintores de CO2, PQS BC e PQS ABC.

 Classe “D”:

Fogo em metais combustíveis, como, por exemplo, magnésio, selênio, antimônio, lítio,
Potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, entre outros. É caracterizado pela queima
em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns, principalmente os que
contêm água (GOMES, 2014 como citado em CRUZ e SOUSA, 2018, p. 21). Para essa
situação, existe o pó químico seco especial, conhecido como PQSE que é o melhor agente
extintor. O método de extinção é feito pelo abafamento.

 Classe “K”:

Fogo envolvendo óleo vegetal e gordura animal, tanto no estado sólido ou estado líquido, tendo
como exemplo de ambientes, as cozinhas comerciais ou industriais.

A Figura 7 demonstra a simbologia utilizada para cada classe de incêndio.

Figura 7. Simbologia de classes de incêndios. Fonte: CRUZ e SOUSA (2018, p. 21).

14
5.4 Medidas de prevenção contra incêndio em edifício

As medidas de prevenção de incêndios visam limitar os riscos de ocorrência de incêndios. Na


secção 2.1 ficou assente que o fogo, cujo descontrolo origina o incêndio, resulta da conjugação
de quatro elementos que integram o tetraedo do fogo a saber: comburente; a fonte de ignição
(energia de activação ou calor); o combustível e a reacção em cadeia. Neste sentido, qualquer
acção preventiva passaria pela separação de cada um desses elementos ou, no mínimo, evitar
que eles coexistam a uma intensidade suficiente capaz de produzir a ignição. Adiante seguem-
se algumas medidas preventivas tendo em conta cada um dos elementos:

1. Actuação sobre o combustível

É possível prevenir a ocorrência de incêndio, através de algumas das seguintes acções:

 Evitar a presença de resíduos inflamáveis no estabelecimento, devendo assegurar uma


limpeza regular dos mesmos ou conservá-los em recipientes herméticos;
 Evitar a presença de depósitos de produtos inflamáveis, dentro do estabelecimento,
ainda que provisoriamente, devendo manter apenas a quantidade necessária para
actividade programada;
 Evitar o surgimento de fugas perigosas nas condutas de líquidos ou de gases
inflamáveis, através de programas de manutenção periódica;
 Não colocar botijas de gás em compartimentos fechados e sem ventilação (como
armários, gabinetes, vãos de escada, etc.);
 Assegurar a ventilação geral ou a aspiração localizada em locais ou pontos onde haja o
risco de formação acidental de misturas explosivas;

2. Actuação sobre a energia de activação (calor)

A seguir destacamos algumas das intervenções possíveis:

a) Focos térmicos:
 Não foguear ou fumar em certos locais ou zonas de perigo;
 Assegurar a refrigeração ou ventilação de certos ambientes, cujo aquecimento pode
constituir um risco de incêndio;
 Observar rigorosamente as normas para a realização de trabalhos a quente, como por
exemplo a soldadura;

15
 Assegurar o isolamento de tubos de escape.

b) Focos elétricos:
 Fazer um dimensionamento correcto e manutenção das instalações eléctricas, evitando
desse modo a ocorrência de curto-circuítos;
 Observar rigorosamente as normas aplicáveis à segurança de instalações elétricas;
 Ter cuidado ao ligar mais de um aparelho elétrico na mesma tomada, porquanto se a
corrente elétrica estiver acima do que a fiação suporta, pode ocorrer um
superaquecimento dos fios, causando desse modo curto-circuito;
 Não utilizar fios elétricos descascados ou estragados, pois o seu contacto pode provocar
curtos-circuitos e faíscas, capazes de ocasionar incêndio;
 Não fazer ligações improvisadas.

c) Focos mecânicos: lubrificação de equipamentos para evitar o surgimento de atritos


entre corpos.
d) Focos químicos: separação e armazenamento adequado de substâncias reactivas.

3. Actuação sobre o comburente

Embora se considere uma medida pouco generalizada, a actuação sobre o comburente


consistiria na inertização da atmosfera, ou seja, na adição de um gás inerte como por exemplo,
o dióxido de carbono na atmosfera, diminuindo desse modo a proporção de oxigénio. Uma
outra medida consistiria na ventilação geral ou aspiração localizada em locais onde se apresente
o risco de formação de misturas explosivas. Este método consiste na diminuição ou
impedimento do contato de oxigênio com o combustível

4. Actuação sobre a reacção em cadeia

Infelizmente, experiências ou estudos sobre a aplicação desta medida, ainda são escassos. Não
embargo, de acordo com Miguel (2005:135) apud Malate (2017, p. 18) pode-se actuar sobre a
reacção em cadeia mediante a adição de compostos capazes de dificultar ou impedir a
propagação da reacção.

16
5.5 Agentes extintores

Agentes extintores são aqueles elementos, encontrados na natureza ou sintetizados pelo


homem, capazes de extinguir um incêndio pela sua acção em um ou mais dos componentes do
tetraedro do fogo.

Já aparelhos extintores são equipamentos para a utilização humana que contém, em seu interior,
um agente extintor e um método de expedição deste agente de forma a se combater princípios
de incêndio.

5.5.1 Água
A sua facilidade de obtenção e transporte e seu baixo custo fazem da água o agente extintor
mais utilizado e conhecido. Sua indicação principal é para incêndios de classe A e seu método
principal de extinção das chamas é o resfriamento, ou seja, sua acção de retirada do calor da
reacção de combustão.

A água também age, secundariamente, por abafamento.

5.5.2 Pós químicos


Os Pós Químicos são, basicamente, classificados de acordo com as classes de incêndio que
combatem e são destinados à utilização em incêndios de sólidos e líquidos. Os mais comuns,
ainda hoje em dia, são os Pós BC (utilizados para combate a incêndios das classes B e C).

5.5.3 Dióxido de carbono (CO2)


Trata-se de um gás inerte, inodoro, sem cor e não condutor de electricidade, que atua ocupando
o espaço do comburente, ou seja, por abafamento.

Uma de suas vantagens importantes é a de não deixar resíduos, por ser um gás que, portanto,
se dissipará posteriormente.

A maior recomendação de seu uso é para incêndios envolvendo equipamentos e materiais


electrificados ou aqueles em que seja prejudicial que fiquem resíduos do agente extintor. Sua
utilização, embora menos incentivada, estende-se a pequenos focos em líquidos e gases
inflamáveis, o que o torna um agente extintor para as classes B e C.

17
5.5.4 Espumas
A utilização de espuma para o combate a incêndio surgiu para satisfazer a necessidade de se
achar um método mais eficiente que a água para a aplicação em focos ocorridos em líquidos
inflamáveis, uma vez que ela é menos densa e, por isso, tem maior probabilidade de permanecer
na superfície dos líquidos.

A espuma age por abafamento, separando o comburente do líquido que se incendeia pela
formação de uma camada de espuma na superfície do líquido.

Por conter água e, portanto, conduzir electricidade, a utilização de espumas não é indicada para
focos em equipamentos energizados e, por possuir uma pressão de utilização menor, nem para
focos em gases inflamáveis. A espuma, portanto, é de utilização indicada para focos em
líquidos combustíveis e sólidos combustíveis, embora, para este último, represente uma
elevação no custo do combate.

5.6 Mecanismo de combate contra incêndio

Para se combater o fogo numa edificação, devem ser usados os agentes extintores específicos
para os materiais combustíveis existentes na edificação. Os sistemas de combate ao fogo que
podem ser adoptados de acordo com o tipo de material combustível que se quer proteger e o
grau de risco da edificação.

Sistemas de combate a incêndios são necessários para a protecção de equipamentos


potencialmente expostos, por forma a evitar a escalada de incêndios e minimizar os danos
decorrentes do fogo.

5.6.1 Extintores de incêndio


Extintores de incêndio são equipamentos (normalmente na forma de cilindros) que são
utilizados para o combate a princípios de incêndio por conterem pequenas quantidades de
agente extintor sob pressão.

Extintores de incêndio portáteis devem ser localizados de tal forma que um extintor de incêndio
possa ser alcançado sem que seja necessário um deslocamento superior a 15 m.

18
Figura 8. Extintor portátil. Fonte: Mavaieie (2022, p. 34).

Extintores sobre rodas devem ser colocados em locais acessíveis.

Figura 9. Extintor sobre rodas. Fonte: Mavaieie (2022, p. 34).

A localização de extintores de incêndio deve ser identificada de forma clara e permanente por
tintas de fundo luminosas ou caixas/estojos de protecção coloridas adequadas. O topo ou o
pegadouro do extintor não deve ficar a uma altura superior a um metro.

Os extintores de incêndio possuem as seguintes características:

Vantagens Eficácia

Portabilidade

Mobilidade

Classificação Portátil: concebido para ser transportado, com peso inferior a 20kg
Sobre rodas: devido ao seu maior peso e maior quantidade de agente
extintor, deve ter seu peso apoiado em rodas
Tabela 1. Características dos extintores.

19
Os tipos de aparelhos extintores mais comuns e sua relação com as classes de incêndio são
descritos na tabela abaixo:

Tipos mais comuns de Classes de incêndios


extintores A B C D

Água Adequado Proibido Proibido O agente

Espuma Adequado Adequado Proibido extintor


devera ser
CO2 Não recomendado Adequado Adequado
compatível
Pó BC Não recomendado Adequado Adequado
com o metal
Pó ABC Adequado Adequado Adequado
Tabela 2. Tipo de extintor a ser utilizado consoante a classe.

5.6.2 Sistemas de hidrantes


O sistema de combate a incêndios sob comando através de hidrantes é um conjunto de
equipamentos e instalações que permitem acumular, transportar e lançar a água (agente
extintor) sobre os materiais incendiados. O sistema é composto basicamente por reserva de
incêndio, bombas de recalque, rede de tubulação e hidrantes, abrigo para mangueira e
acessórios e registo de recalque. É fundamental, que ao utilizar o sistema, a chave principal de
energia da edificação ou sector seja desligada, a fim de evitar acidentes (ISGOTT, 1995) apud
Mavaieie (2022, p. 35).

Os pontos de hidrantes geralmente consistem de cabeçotes com saídas munidas de válvulas


individuais, instaladas com conectores de mangueira adequados para o tipo de mangueira de
combate a incêndio usado no local.

Os adaptadores para conexão de mangueiras de combate a incêndios devem ser compatíveis


com as das autoridades de incêndio locais ou nacionais. Hidrantes devem ser prontamente
acessíveis a partir de estradas ou rotas de aproximação e localizados ou protegidos de tal forma
que não estejam sujeitos a danos físicos.

20
Figura 10. Hidrantes de combate a incêndio. Fonte: Mavaieie (2022, p. 36).

5.6.3 Sistema de chuveiro automático


O sistema de chuveiros automáticos (“Sprinklers”) é uma instalação hidráulica de combate a
incêndio, que funciona sem a interferência humana, detectando e extinguindo um princípio de
incêndio. É um sistema constituído por um reservatório de água ligado a uma rede de
tubulações fixas nas quais são instalados os chuveiros automáticos convenientemente
espaçados, de forma que, em caso de incêndio, o sistema entre em operação automaticamente,
lançando água sobre o local afectado e, ao mesmo tempo, accionando o seu dispositivo de
alarme.

Seu objectivo consiste extinguir um incêndio no seu início, rápida e automaticamente, evitando
sua propagação. Sua principal vantagem é a de evitar danos em locais não atingidos pelo fogo,
pois só entrarão em funcionamento os chuveiros próximos ao mesmo.

Figura 11. Chuveiro automático. Fonte: Mavaieie (2022, p. 36).

21
5.6.4 Canhões
Os canhões podem ser usados para espuma e para água, apesar de haver tipos específicos
projectados apenas para espuma.

O número e capacidade dos canhões de espuma requeridos depende das circunstâncias e


condições locais, que incluirão a capacidade do sistema de fornecimento de água para combate
a incêndio.

Os canhões devem ser alimentados a partir da tubagem principal de combate a incêndios do


cais e devem ser activados manualmente e de forma individual em cada tubo de subida do
canhão ou remotamente, a partir de uma válvula de isolamento manual ou motorizada, que
controla um grupo de canhões, dependendo do design específico da instalação.

Figura 12. Canhão de combate a incêndio. Fonte: Mavaieie (2022, p. 37).

5.7 Mecanismo de segurança contra incêndio em edifícios

Para Silva (2014) apud RODRIGUES (2016, p. 51), um sistema de segurança contra incêndio
em edificação consiste no conjunto de meios passivos e ativos de proteção, também
denominadas de medidas de SCIE.

Para se alcançar um grau de eficácia contra incêndios, quanto a sua concepção e


operacionalidade, são preconizadas pelas normas técnicas e legislações vigentes medidas de
protecção.

As medidas de protecção podem ser divididas em (ISGOTT, 1995 apud Mavaieie, 2022, p.37):

22
 Passivas ou preventivas: Estas medidas têm por objectivo minimizar as possibilidades
da eclosão de um princípio de fogo, bem com reduzir a probabilidade de seu
alastramento.
 Activas ou de combate: Estas medidas visam agir sobre o fogo já existente, para
extingui-lo ou, então, controlá-lo até à chegada do corpo de bombeiros ao local, criando
facilidades para que este combate seja o mais eficaz possível.

As principais medidas de protecção preventiva ou passiva nas edificações são:

 Saídas de emergência;
 Sistema de controle e detecção de fumaça de incêndio;
 Sistema de detecção de calor;
 Controle de possíveis fontes de incêndio;
 Sistema de protecção contra descargas atmosféricas;
 Acesso de viaturas de corpo de bombeiros junto à edificação;
 Brigada de incêndio;

Figura 13. Exemplo de escadas de emergência e respectiva sinalização. Fonte: Malate (2017, p.29).

As principais medidas de protecção activa ou de combate a focos de fogo são:

 Sistemas de detecção e de alarme de incêndio;


 Sistema de sinalização de emergência;
 Sistema de iluminação de emergência;
 Sistema de extintores de incêndio;
 Sistema de hidrantes ou de mangotinhos;
 Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”);
 Sistema de espuma mecânica para combate em alguns tipos de riscos;

23
 Sistema fixo de gases limpos ou CO2 para combate a incêndios em alguns tipos de
riscos.

Figura 14. Imagem ilustrativa de uma sinalização de orientação e salvamento. Fonte: Malate (2017,
p.35).

5.7.1 Detecção de incêndio e sistema de alarme


Para McGuire and White (2012) apud Mavaieie (2022, p.38) a selecção e instalação de sistemas
de detecção de incêndio e sistemas de alarme num terminal, depende da exposição ao risco
apresentado pelos produtos manuseados, dimensão dos navios e produtividade do terminal.

Em termos gerais, detecção automática de incêndios e sistemas de alarme, têm a finalidade de


alertar ao pessoal e activar um sistema de reposta com o objectivo de reduzir a perda de vidas
e da propriedade, devido a incêndios e as condições de perigo.

Esses sistemas podem ter um ou mais circuitos, aos quais são conectados detectores de
incêndio, MCP, dispositivos de alarme de vazão de água, detectores de gases combustíveis e
outros dispositivos de activação.

Também podem ser equipados com um ou mais circuitos de dispositivos indicadores aos quais
são conectados alarmes de sinais indicadores, como indicadores de painéis de controlo e
lâmpadas de advertência, luzes piscantes externas, campainhas e buzinas.

5.7.1.1 Sistemas automáticos de detecção

Sistemas automáticos de detecção consistem de dispositivos mecânicos, eléctricos ou


electrónicos que detectam mudanças ambientais criadas por incêndios ou pela presença de
gases tóxicos ou de combustíveis. Detectores de incêndios operam em um dos três princípios:
Sensibilidade ao calor; Reacção ao fumo ou produtos gasosos resultantes de combustão; ou
Sensibilidade à radiação de chamas (Simão, 2021 apud Mavaieie, 2022, p.39).

 Detectores de incêndios sensíveis à calor: são mais adequados para detecção de


incêndio em espaços confinados sujeitos à rápida e alta geração de calor, directamente

24
sobre riscos onde são esperados incêndios flamejantes, ou onde a velocidade de
detecção não é o primeiro ponto a considerar.
 Detectores de incêndios sensíveis à fumo: são projectados para sentir fumo produzido
por combustão e operam em vários princípios, incluindo a ionização de partículas do
fumo, obscurecimento fotoeléctrico da luz (ofuscação da luz), variação da resistência
eléctrica numa câmara de ar e varredura óptica de uma câmara de aceleração.
 Detectores de incêndios sensíveis à gases: são projectados para sentir e responder a
um ou mais gases produzidos durante a combustão de substâncias em chamas. Esses
detectores raramente são uma opção preferida, já que testes de incêndio mostraram que
níveis detectáveis de gases são atingidos após níveis de fumaça detectáveis.
 Detectores de incêndios sensíveis à chama: são dispositivos de detecção óptica que
respondem à energia radiante óptica emitida pelo fogo. Estão disponíveis detectores de
chamas responsivos à radiação infravermelha ou ultravioleta, mas detectores sensíveis
à radiação ultravioleta são geralmente os mais preferidos.

Ao planificar um sistema de detecção de incêndio, os detectores devem ser seleccionados com


base nos tipos de incêndio contra os quais irão actuar. Também deve ser levado em conta o tipo
e quantidade de combustível, possíveis fontes de ignição, faixas de condições ambientais e o
valor da propriedade a proteger.

Em geral, detectores de calor têm o menor custo e a menor taxa de falso alarme, mas são os de
resposta mais lenta. Já que o calor gerado por pequenos incêndios tende a se dissipar
relativamente rápido. Para evitar falsos alarmes, a temperatura de accionamento de um detector
de calor deve ser de pelo menos 13ºC acima da temperatura máxima ambiente esperada na área
protegida.

Detectores de fumo respondem mais rápido do que detectores de calor. Detectores de fumo são
mais adequados para a protecção de espaços confinados e devem ser instalados de acordo com
as condições de correntes de ar predominantes ou numa disposição em grade.

Detectores de chamas oferecem resposta extremamente rápida, mas irão accionar com qualquer
fonte de radiação que surja em sua faixa de sensibilidade. Caso sejam aplicados de forma
imprópria, as taxas de alarme falso podem ser altas nesse tipo de detectores. Sua sensibilidade
é uma função do tamanho da chama e da distância do detector. Podem ser usados para proteger
áreas onde existam vapores explosivos ou inflamáveis, já que estão geralmente disponíveis em
estruturas à prova de explosão.

25
A detecção de incêndios em terminais marítimos é geralmente fornecida em instalações
remotas, não guarnecidas (ou com muito pouca presença humana) e de alto risco como estações
de bombagem, salas de controlo e salas de motores/geradores com comutador eléctrico.

Os detectores também podem ser instalados em manifolds de válvulas, braços de carga,


alpendre ou sala de operadores e outros equipamentos ou áreas susceptíveis a fugas e derrames
ou que contenham fontes de ignição.

5.8 Erros de projectos de segurança contra incêndio em edifícios

A segurança contra incêndio é crucial em qualquer edificação, sendo responsabilidade do


projeto prever soluções eficazes para minimizar riscos e garantir a proteção adequada de
pessoas e bens. No entanto, erros de projeto podem comprometer a efetividade das medidas de
segurança contra incêndio, aumentando as chances de ocorrência de acidentes graves. Portanto,
é essencial avaliar os erros comuns a fim de minimizar sua ocorrência e garantir um ambiente
seguro.

5.8.1 Causas de Erros de Projeto:


1. Falta de Conhecimento Normativo: Desconhecimento das regulamentações e normas
de segurança contra incêndio pode resultar em projetos que não atendem aos requisitos
mínimos.

2. Má Avaliação de Riscos: Falha em identificar adequadamente os riscos potenciais de


incêndio, resultando em sistemas inadequados de detecção, alarme e extinção.

3. Saídas de Emergência Insuficientes: Projetar saídas de emergência inadequadas ou


subdimensionadas pode dificultar a evacuação segura dos ocupantes.

4. Materiais de Construção Inadequados: A escolha errada de materiais inflamáveis


pode aumentar a rapidez e a intensidade das chamas.

5. Falta de dimensionamento adequado de rotas de fuga: O dimensionamento correto


das rotas de fuga é essencial para permitir a rápida evacuação do local em caso de
incêndio. A falta de cuidado nesse aspecto pode resultar em corredores estreitos, portas
bloqueadas, saídas insuficientes, entre outros problemas. Essas falhas podem causar
pânico, atrasar a evacuação e aumentar o risco de acidentes graves.

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6. Mau posicionamento de equipamentos de combate a incêndio: A localização
estratégica de equipamentos de combate a incêndio, como extintores, hidrantes e
sprinklers, é primordial para uma resposta rápida em caso de incêndio. Infelizmente,
erros de projetos nem sempre consideram adequadamente a necessidade de distribuição
eficiente desses dispositivos, resultando em áreas desprotegidas ou dificuldades no
acesso aos equipamentos.

7. Ausência ou deficiência de sistemas de detecção de incêndio: A detecção precoce de


incêndios é fundamental para permitir uma resposta rápida e eficaz. Projetos que não
consideram sistemas de detecção adequados, como detectores de fumaça e de calor,
podem atrasar a ativação dos sistemas de combate ao incêndio, resultando em maior
propagação das chamas e dificuldades na evacuação.

8. Falhas na compartimentação de ambientes: A compartimentação eficiente de


ambientes é fundamental para impedir a rápida propagação de incêndios. Erros nesse
aspecto podem resultar em falhas nas portas corta-fogo, fachadas inadequadas e
ausência de barreiras físicas que ajudem a conter o fogo em um espaço limitado. Essas
deficiências aumentam o risco de danos graves e a rápida propagação do fogo.

Os erros nos projetos de segurança contra incêndio podem comprometer seriamente a eficácia
das medidas de proteção, aumentando o risco tanto para as pessoas quanto para o patrimônio.
É fundamental que os profissionais responsáveis pelos projetos estejam cientes desses erros
comuns e adotem as melhores práticas para evitá-los. A importância de um dimensionamento
adequado de rotas de fuga, da localização estratégica de equipamentos, da presença de sistemas
de detecção de incêndio e da correta compartimentação de ambientes são aspectos
fundamentais a serem considerados na elaboração desses projetos.

27
Capitulo III

6 Conclusão
Portanto, chega-se conclusão que a segurança contra incêndio em edifícios é um aspecto
essencial que deve ser devidamente planejado e implementado para garantir a protecção de
todos os ocupantes. Para tal, é necessário seguir uma série de normas e regulamentos
específicos, que incluem a instalação de sistemas de detecção e combate a incêndios, a
existência de rotas de fugas adequadas, a implementação de treinamentos e simuladores de
evacuação, entre outros. Além disso, é fundamental que haja uma manutenção regular dos
sistemas de segurança, garantindo assim o seu pleno funcionamento no momento de um
eventual sinistro.

Assim, é necessário que tanto os projectos de construção de novos edifícios quanto as


edificações já existentes sejam proojectadas e adequadas de acordo com as normas de
segurança contra incêndio,, visando proteger a vida e o patrimônio de todos os envolvidos.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MALATE, Silvestre (2017). Directrizes de um sistema integrado de segurança contra incêndio


em edifícios públicos. Dissertação para obtenção de grau de mestrado em Segurança Laboral,
UEM, Maputo.

“Teoria básica do fogo-conceito e triangulo do fogo”


https://gestaodesegurancaprivada.com.br/teoria-basica-do-fogo/

RODRIGUES, Eduardo (2016). Sistema de Gestão da Segurança Contra Incêndio e Pânico


nas Edificações: Fundamentação para uma regulamentação Nacional. UFRGS. Porto Alegre.

“Extintores de incêndio – descubra 6 maneiras de se proteger” http://www.mais-


seguranca.pt/blog/extintores/extintores-de-incendio.
COSTA, Ricardo (2015). Apostila de prevenção e combate a incêndio e primeiros socorros:
transferência de calor por convicção e condução. IFRS, Porto Alegre.

CRUZ, D. e SOUZA, E. (2018). Elaboração De Um Processo De Segurança Contra Incêndio


E Pânico. Rede de ensino Doctum.

MAVAIEIE, Nélia (2022). Proposta de um sistema de combate a incêndios nos manifolds do


terminal de combustíveis do porto da matola. Trabalho de Licenciatura em Engenharia do
Ambiente, UEM, Maputo.

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