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Eletricista instalador predial

Formação continuada – Elétrica

Eletricista instalador predial


Formação continuada – Elétrica

Eletricista instalador predial

© SENAI - SP, 2004

Trabalho editorado pela Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”,


do Departamento Regional de São Paulo.

Coordenação geral Carlos Eduardo Cabanas

Coordenação do projeto João Batista da Silva

Organização do conteúdo Walter Wanderley Teixeira

Editoração Equipe de Material didático da


Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”

S47g SENAI - SP. Eletricista instalador predial . São Paulo,


2004. 184p. il.
Formação continuada – Elétrica.

Apostila técnica.

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”


Rua Teixeira de Melo, 106 – Tatuapé – São Paulo - SP – CEP 03067-000
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www.sp.senai.br/construcaocivil
Sumário

Introdução .................................................................................. 5

Energia e suas formas .............................................................. 7

Teoria eletrônica ...................................................................... 11

Eletricidade estática ................................................................ 14

Fontes de eletricidade ............................................................. 17

Eletricidade dinâmica .............................................................. 30

Grandezas elétricas ................................................................. 32

Corrente alternada (onda senoidal) ....................................... 38

Circuitos elétricos .................................................................... 40

Associação de resistores ........................................................ 42

Lei de Ohm ............................................................................... 45

Lei de kirchhoff ........................................................................ 50

Potência elétrica ...................................................................... 52

Resistividade ............................................................................ 54

Queda de tensão (limites) ....................................................... 62

Magnetismo ............................................................................. 66
Eletromagnetismo ................................................................... 74

Indução magnética .................................................................. 81

Esquemas elétricos ................................................................. 86

Segurança em instalações elétricas ...................................... 90

Proteção em instalações elétricas prediais ........................... 97

Proteção contra choques elétricos e efeitos térmicos ....... 105

Levantamento de carga ........................................................ 117

NR-10 Instalações e serviços em eletricidade ..................... 123

Quadro de distribuição ......................................................... 131

Circuitos terminais ................................................................ 134

Quadro de distribuição de cargas ........................................ 136

Representação de esquemas multifilares ou


unifilares dos quadros terminais e de distribuição ............ 138

Emendas ou conexões em instalações elétricas ................ 140

Olhal ....................................................................................... 155

Isolação .................................................................................. 157

Tarefas .................................................................................... 161

Bibliografia ............................................................................. 184

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Introdução

Esta apostila refere-se ao curso de Eletricista Instalador Predi-


al e visa proporcionar qualificação de nível básico a profissio-
nais que atuarão em instalações de rede elétrica de baixa ten-
são, utilizando vários tipos de materiais, equipamentos, ferra-
mentas e acessórios de acordo com suas características e apli-
cações, desenvolvendo qualidades pessoais e encorajando o
empreendedorismo.

Os conteúdos que serão aqui tratados são:


• Eletrotécnica;
• Simbologia;
• Esquemas elétricos;
• Segurança em instalações elétricas;
• Quadro de distribuição;
• Emendas;
• Isolação;
• Proteção em instalações elétricas prediais;
• Proteção contra choques elétricos e efeitos térmicos.

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Energia e suas formas

Energia é a capacidade que um corpo tem de realizar trabalho.

A energia poderá estar presente num determinado corpo, em


repouso ou em movimento.

Quando ele se encontra em repouso, a energia nele armaze-


nada se chama energia potencial.

Como exemplo disso podemos citar uma mola comprimida;


ou a flecha que ao ser lançada, se utiliza da energia potencial
do arco para atingir o alvo.

Energia cinética

É a energia que surge em conseqüência do movimento de um


corpo.

Exemplo: Um automóvel, em velocidade, poderá utilizar-se


da energia cinética para subir uma ladeira; um martelo que se

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move rapidamente pode exercer uma força num prego e fazê-
lo penetrar numa tábua; um pêndulo mantém-se em movi-
mento durante certo tempo utilizando-se da energia cinética.

A energia potencial da bola em “A” transforma-se em energia


cinética em “B” e, novamente em potencial, em “C”.

Outro exemplo importante e a água represada, que constitui


um enorme reservatório de energia potencial. Quando os re-
gistros forem abertos, essa água descerá em grande velocida-
de pela tubulação, acionando as turbinas e resultando na ener-
gia cinética.

A energia toma as mais variadas formas. As mais comuns são


a energia:
• mecânica;
• térmica ou calor;
• química;
• elétrica.

Energia mecânica
Esta energia se manifesta pela produção de um trabalho me-
cânico, no deslocamento ou deformação de um corpo. Exem-
plo: Um operário empurrando um caixote.

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Energia térmica ou calor
Esta energia se manifesta nos corpos através da elevação de
temperatura. Exemplo: Uma máquina a vapor utiliza o calor
produzido na fornalha, o qual aquece a água formando o va-
por para acionar os pistões no cilindro.

Energia química
Esta energia se manifesta desde que certos corpos sejam pos-
tos em contacto. Numa pilha elétrica, por exemplo, quando
ligamos o pólo positivo com o pólo negativo; através de uma
lâmpada; a energia química no interior da pilha é transforma-
da em energia elétrica que produz luz pela incandescência do
filamento da lâmpada.

Energia elétrica
A energia elétrica se manifesta por seus efeitos: magnéticos
(rotação de um motor); térmicos (aquecimento de um condu-
tor); luminosos (incandescência de uma lâmpada); fisiológi-
cos (choque elétrico)

Transformação da energia e a lei da sua conservação

A lei da conservação da energia – “A energia nunca desapare-


ce. Transforma-se pois ela é indestrutível como a matéria”.
Sendo assim, existem várias formas de transformar energia.

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Para se transformar energia elétrica em mecânica usa-se o
motor elétrico, o qual recebe energia elétrica nas bobinas do
seu enrolamento e a transforma em energia mecânica e em
forma de rotação do seu eixo.

Durante o funcionamento o motor sofre um pequeno aqueci-


mento, que ocasiona alguma perda de energia durante a trans-
formação.

Em uma máquina à vapor, a energia potencial química do gru-


po carbono-oxigênio (combustível, e oxigênio do ar) se trans-
forma em energia térmica que aquece a água formando o va-
por. Este, por sua vez, vai acionar o pistão transformando ener-
gia térmica em energia mecânica, que através do excêntrico
produz movimento de rotação. Colocando-se ali um gerador
elétrico, transforma-se energia mecânica, em energia elétrica.

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Teoria eletrônica

Para entender como a eletricidade “funciona”, é preciso co-


nhecer um pouco sobre as coisas que nos cercam e de que
elas são compostas.

A primeira coisa que é necessário saber é que estamos rodea-


dos de matéria. Mas, o que é matéria? É qualquer coisa ou subs-
tância sólida, líquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço.

Uma quantidade limitada de matéria que possui uma deter-


minada forma chama-se corpo. Exemplo: bloco de cimento,
viga de madeira, gota d’água.

Os corpos podem ser simples ou compostos.

Corpo simples são os corpos constituídos de um só tipo de


elemento. Exemplo: ouro, cobre, hidrogênio.

Corpo composto são os corpos formados pela combinação de


dois ou mais corpos simples. Exemplos: Cloreto de sódio (sal
de cozinha) que é formado pela combinação de cloro e sódio;
a água (H2O) que é formada por duas partes de hidrogênio e
uma parte de oxigênio.

Os corpos podem ser divididos em partes cada vez menores,


podendo, por processos especiais, chegar a partes tão peque-
nas que seria impossível vê-las a olho nu.

A menor partícula em que se pode dividir um corpo chama-se


molécula. A molécula é a menor parte de um corpo que man-
tém características físicas e químicas do corpo que a originou.

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Se formos dividindo uma gota d’água em muitas partes, ela
vai se tornando cada vez menor até chegar à molécula, repre-
sentada na ilustração a seguir.

A menor partícula física em que se pode dividir um elemento


chama-se átomo.

O átomo é formado por inúmeras partículas das quais estu-


daremos apenas as que interessam para explicar teoria da
eletricidade.

O átomo é formado por uma parte central fixa chamada nú-


cleo que é constituído de dois tipos de partículas chamadas
prótons e neutrons.

Os prótons possuem carga elétrica positiva e os neutrons são


partículas eletricamente neutras.

Em torno do núcleo dos átomos giram partículas em alta velo-


cidade, chamadas elétrons.

O elétron possui carga elétrica negativa. Normalmente o nú-


mero de elétrons e prótons em um átomo são iguais.

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Existe uma grande variedade de elementos, cada um com o
seu número de elétrons.

Exemplo:
• Carbono .. 6 elétrons com duas órbitas eletrônicas;
• Silício ....... 14 elétrons com três órbitas eletrônicas;
• Ferro ........ 26 elétrons com quatro órbitas eletrônicas;
• Cobre ....... 29 elétrons com quatro órbitas eletrônicas;
• Zinco ........ 30 elétrons com quatro órbitas eletrônicas;
• Prata ........ 47 elétrons com cinco órbitas eletrônicas;
• Ouro ........ 79 elétrons com seis órbitas eletrônicas;
• Urânio ..... 92 elétrons com sete órbitas eletrônicas.

O que mantém os elétrons em suas órbitas são as forças cen-


trífuga e centrípeta ou de atração que se equilibram.

O número de órbitas de elétrons depende do elemento consi-


derado. Assim, por exemplo, existe elemento que possui uma
só órbita com dois elétrons como é o caso do hélio. O hidro-
gênio, por outro lado, possui uma órbita e um elétron.

O alumínio tem 13 elétrons em três órbitas. O cobre tem 29


elétrons em quatro órbitas e assim por diante.

Os elétrons das órbitas internas são chamados de elétrons


presos e dificilmente são removidos.

Os elétrons das órbitas externas são chamadas elétrons livres,


pois têm uma certa facilidade de se desprenderem de seus
átomos.

É o movimento de elétrons livres que forma uma corrente elé-


trica.

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Eletricidade estática

Dá-se o nome de eletricidade estática às cargas elétricas em


repouso.

Um corpo poderá estar eletrizado positiva ou negativamente.


Quando um corpo recebe elétrons diz-se que ele possui carga
elétrica negativa; se porém um corpo cede elétrons, ele fica
com falta de elétrons, tornando-se carregado positivamente.

Lei de atração e repulsão das cargas elétricas

A lei de atração e repulsão das cargas elétricas diz que car-


gas de nomes iguais se repelem e cargas de nomes contrári-
os se atraem.

Exemplo:

Ao tocarmos um corpo carregado positivamente em outro sem


carga alguns elétrons do corpo neutro passarão para o corpo
positivo devido à lei da atração e da repusão.

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O corpo que estava eletricamente neutro tornou-se carregado
positivamente porque cedeu elétrons; a isto chamamos: trans-
ferência de cargas por contato.

Descargas estáticas

Sempre que dois corpos com cargas contrárias são postos um


próximo do outro, o excesso de elétrons de um deles será atra-
ído na direção daquele que está com falta de elétrons. Se li-
garmos um fio entre eles, esse fio se torna um caminho para
que os elétrons possam se deslocar no sentido do corpo posi-
tivo até que haja um equilíbrio elétrico entre eles. Veja a se-
guir uma representação esquemática desse fenômeno.

Descarga através de um fio

Se aproximarmos dois corpos com cargas opostas bastante


elevadas, os elétrons poderão pular do corpo negativo para o
positivo antes que eles se toquem. Nesse caso, diz-se que a
descarga deu-se por arco voltáico. Veja representação esque-
mática na ilustração a seguir.

Descarga por arco

As grandes descargas elétricas são chamadas raios e a princi-


pal criadora deles é a própria natureza.

Nos dias quentes, é grande a evaporação de umidade. Nas


camadas mais altas e mais frias da atmosfera o vapor d’água
forma gotas que caem devido ao seu peso. Essas gotas caem

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sem atingir o solo porque evaporam-se novamente ao encon-
trar com as correntes ascendentes de ar quente. Pelo atrito
que aí ocorre, são extraídas das moléculas da água os elé-
trons livres a elas aderentes. Esses elétrons acumulam-se nas
nuvens que assim ficam carregadas de eletricidade.

Quando as cargas elétricas atingem um valor muito elevado,


os elétrons saltam em forma de centelha (relâmpagos) para
outras nuvens ou para a terra.

Para que haja uma proteção contra os raios, instala-se um pára-


raio nos pontos mais altos de uma residência, indústria ou
edifício.

O pára-raio é feito de uma haste metálica que termina em vá-


rias pontas revestidas de platina e um cabo metálico muito
bem ligado à terra.

As pequenas descargas elétricas são chamadas faíscas e apa-


recem sempre que haja corpos em atrito. Todos os caminhões-
tanques, que transportam combustível, possuem na parte de
trás uma corrente pendurada, que nas valetas toca a terra, pro-
porcionando assim a descarga da eletricidade estática acumu-
lada no tanque.

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Fontes de eletricidade

A eletricidade pode ser produzida por:


• Atrito ou fricção: eletrização dos corpos;
• Pressão: cristais (microfone);
• Calor: elemento térmico;
• Luz: fotocélula – célula fotoelétrica;
• Ação química: célula primárias e secundárias;
• Magnetismo: princípio do funcionamento dos motores gera-
dores elétricos.

Eletricidade produzida por fricção

A fricção ou atrito é a principal fonte geradora de eletricidade


estática.

Toda vez que atritamos dois corpos diferentes, retira-se alguns


elétrons de um dos corpos, enquanto que o outro corpo apri-
siona estes elétrons.

O corpo que aprisionou elétrons adquiriu uma carga elétrica


negativa, e o corpo que cedeu elétrons adquiriu uma carga
elétrica positiva.

Este deslocamento de elétrons é provocado pelo aquecimen-


to dos corpos durante o atrito, o qual provoca uma aceleração
na velocidade dos elétrons, aumenta a força centrífuga no
núcleo dos átomos o que possibilita a fuga dos elétrons.

Algumas substâncias que facilmente produzem eletricidade


estática são vidro, âmbar, ebonite, ceras, flanelas, sedas, nylon,
rayon, etc.

Quando se esfrega um bastão de ebonite com uma flanela,


esta última perde elétrons para o bastão.

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O bastão fica carregado negativamente e a flanela fica carre-
gada positivamente.

Eletricidade produzida por pressão

As cargas elétricas produzidas por pressão aparecem todas as


vezes que nós falamos ao telefone ou ao microfone, da se-
guinte forma: as ondas sonoras exercem uma pressão sobre
um ímã, gerando assim uma corrente elétrica que é transmiti-
da através de fios até um receptor. Os microfones usados nas
emissoras de rádio e TV, geralmente operam segundo este
princípio. Outros microfones, no entanto, convertem as ondas
de pressão do som diretamente em eletricidade.

O quartzo, a turmalina e os sais de Rochelle, são materiais que


ilustram o princípio da pressão como fonte de eletricidade.

Se um cristal feito de um destes materiais for colocado entre


duas placas metálicas e se uma pressão for aplicada sobre
elas, obtém-se uma carga elétrica produzida por pressão. A
grandeza da carga dependerá da pressão.

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O uso da pressão como fonte de eletricidade é largamente
observado em aparelhos de pequena potência, como por exem-
plo nos toca-discos, os quais usam um cristal no seu braço,
que conforme a pressão recebida nas variações do disco, gera
uma corrente de valores variados, as quais são conduzidas a
um amplificador e depois de amplificadas saem através do
alto-falante em forma de som.

Eletricidade produzida por calor

Outro método de se obter eletricidade, é o de conversão dire-


ta do calor em eletricidade pelo aquecimento de uma junção
de dois metais diferentes.

Se um fio de cobre e outro de ferro forem torcidos juntos de


modo a formar uma junção, e se esta junção for aquecida,
uma carga elétrica será produzida.

A quantidade de corrente obtida dependerá da diferença de


temperatura entre a junção e a outra extremidade dos me-
tais. Quanto maior for a diferença de temperatura, maior será
a carga produzida.

Uma junção desse tipo é denominada elemento térmico e pro-


duzirá eletricidade enquanto o calor estiver sendo aplicado.

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Os elementos térmicos não fornecem grandes quantidades de
carga e assim sendo não podem ser empregados na obtenção
de potência elétrica.

Eles são usados normalmente em combinação com instrumen-


tos termoindicadores para a apresentação visual direta da tem-
peratura em graus.

Sua aplicação maior é nos pirômetros dos fornos de altas tem-


peraturas.

Eletricidade produzida pela luz

Certas substâncias ao serem atingidas pela luz serão capazes


de conduzir, com certa facilidade, as cargas elétricas ou pro-
duzir cargas elétricas.

Em resumo: convertem energia luminosa em cargas elétricas.


Destes efeitos o mais utilizado é o da produção de cargas elé-
tricas pela fotocélula, que ocorrerá quando seu material sen-
sível for exposto à luz.

A fotocélula é um conjunto metálico, composto de três cama-


das de formato circular, sendo uma de ferro, a outra de mate-
rial translúcido ou quase transparente que permita a passa-
gem de luz e a camada do centro, feita de uma liga de selênio.

A luz passa pelo material transparente, atinge o selênio o qual


gera uma corrente elétrica entre as camadas.

Se um medidor for ligado a esse conjunto, será possível me-


dir a corrente produzida.

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O uso mais comum desse tipo de célula é o medidor de luz ou
fotômetro, usado em fotografia para medir a intensidade de
luz em um recinto.

A célula fotoelétrica, comumente chamada de “olho elétrico”


funciona segundo o mesmo princípio da fotocélula. A célula
fotoelétrica, no entanto, depende de uma bateria ou de algu-
ma outra fonte de tensão elétrica para cumprir sua função de
detetar variação de luminosidade.

A célula fotoelétrica tem muitos usos, dentre eles, controle


automático de portas, de máquinas de projeção cinematográ-
ficas, controle automático contra roubos, etc.

Eletricidade produzida por ação química

Uma fonte de eletricidade de uso comum é a ação química


que tem lugar nas pilhas e baterias.

As baterias são usadas com freqüência em situações de emer-


gência e como fonte portátil de eletricidade.

Célula primária
A célula primária se compõe de uma cuba, duas placas metá-
licas diferentes e um líquido chamado eletrólito de solução.

O eletrólito empurra os elétrons de uma placa para outra. Isso


gera um excesso de elétrons ou carga negativa em uma das
placas de modo que um fio ligado a esta placa recebe o nome
de terminal negativo. A outra placa perde elétrons e assim
fica carregada positivamente e se for ligado um fio a ela, rece-
berá o nome de terminal positivo.

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A placa negativa será de zinco e a positiva de cobre.

Com os terminais desligados, os elétrons são empurrados para


a placa negativa até que não haja mais espaço para eles. Des-
se modo, a placa fica com a sua carga máxima.

Ligando-se um fio entre as placas, conforme pode-se obser-


var no desenho anterior, os elétrons deixam o pólo negativo e
caminhando através do fio até o pólo positivo, o qual está com
falta de elétrons. Imediatamente o eletrólito transportará no-
vamente, elétrons para a placa negativa.

Enquanto o eletrólito estiver transportando os elétrons, a pla-


ca negativa vai se consumindo devido à ação química. Na pla-
ca positiva haverá um desprendimento de bolhas de gás.

Chegará um ponto em que a placa negativa se dissolverá com-


pletamente no eletrólito pela ação química e então a célula
estará morta.

A pilha seca, que é a pilha comum usada em rádios portáteis e


lanternas, por exemplo, se compõe de um recipiente de zinco,
que é, ao mesmo tempo, a placa negativa, de um bastão de
carbono servindo como placa positiva suspenso no centro do
recipiente e, finalmente, uma solução pastosa de cloreto de
amônio constituindo o eletrólito.

No fundo do recipiente há um disco de papel alcatroado, cuja


finalidade é impedir que o bastão de carbono toque no zinco.

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Na parte superior, o recipiente contém camadas de serragem,
areia e resina. Estas camadas mantém o cilindro de carvão na
posição correta e impedem vazamento do eletrólito.

Quando uma pilha seca fornece eletricidade, o recipiente de


zinco e o eletrólito são gradualmente consumidos. Após o tér-
mino do zinco e do eletrólito utilizáveis, a pilha não mais for-
nece carga e tem de ser substituída. A pilha seca também cha-
mada Leclanché tem muito pouco peso e é portátil além de
outras propriedades que a tornam praticamente preferida às
demais pilhas primárias.

Veja a seguir a vista, em corte, de uma pilha seca ou Leclanché.

A força eletromotriz (f.e.m.) de uma pilha seca é de 1,5 a 1,6 volts


quando nova, caindo lentamente conforme vai sendo usada.

Célula secundárias
A célula secundária ou pilha secundária, conhecida também
como acumulador se baseia nos mesmos princípios fundamen-
tais da célula primária diferindo da outra na maneira de ser
restaurada.

As células primárias uma vez descarregadas não podem ser


mais usadas. As secundárias, porém, além de fornecerem uma
quantidade de corrente maior, ainda podem ser recarregadas.

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Há somente dois tipos de células usadas comumente como
acumuladores:
• célula chumbo-chumbo ácido;
• célula férro-níquel alcalino.

O funcionamento da célula chumbo-chumbo ácido se baseia


nas reações químicas geradas entre, ácido sulfúrico e o chum-
bo. Isso pode ser ilustrado por meio da seguinte experiência:
duas tiras de chumbo são mergulhadas em um vaso contendo
ácido sulfúrico diluído tendo um peso específico de aproxi-
madamente 1250.

Essas tiras são ligadas a uma fonte de corrente contínua. Quan-


do a corrente circula por esta pilha, formam-se e escapam bo-
lhas de gás em ambas as placas, mas em uma das placas a
formação de bolhas é muito maior que na outra. Depois de
um curto período de tempo vê-se que a coloração de uma das
placas mudou para “chocolate-escuro”. e o chumbo tornou-
se poroso.

Enquanto a pilha estiver carregando, a tensão vai até cerca de


2,5 volts, caindo para 2 volts quando se interrompe a corrente.
Na descarga, a tensão cai lentamente até 1,75 volts. Depois, o
decréscimo se torna mais rápido até chegar a zero.

Quando se faz passar uma corrente nessa célula, o chumbo


metálico da placa positiva é convertido em peróxido de chum-
bo. A placa negativa, por sua vez, não sofre nenhuma altera-
ção química, mas modifica-se de chumbo sólido para chum-
bo esponjoso.

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Quando o elemento é descarregado, o peróxido de chumbo
da placa positiva transforma-se em sulfato de chumbo e o
chumbo esponjoso da placa negativa também converte-se em
sulfato de modo que ambas as placas tendem a igualar-se
eletroquimicamente.

Quando as duas placas são idênticas sob a forma de sulfato


de chumbo, não há diferença de potencial entre elas.

Se as placas estiverem em condições diferentes, a positiva


modificada para peróxido de chumbo e a negativa para chum-
bo esponjoso, uma f.e.m. existe entre elas.

As reações que acontecem no acumulador de chumbo são:

Observe-se que, quando a bateria está sendo carregada, a única


modificação tem lugar no eletrólito com a formação de ácido
sulfúrico. Esta é a razão do aumento do peso específico do
eletrólito.

No momento que o acumulador está recebendo carga, o hi-


drogênio é libertado na placa negativa e o oxigênio na placa
positiva.

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Manutenção do acumulador de chumbo
O acumulador de chumbo requer muitos cuidados para a sua
conservação; quando bem tratado, tem grande durabilidade.

A solução deve ser preparada com ácido sulfúrico puro e água


destilada, sendo uma parte de ácido para 3,5 de água, tendo-
se o cuidado de adicionar lentamente o ácido na água, pois há
grande desenvolvimento de calor na mistura.

As placas devem estar sempre cobertas pela solução que, sem-


pre que necessário deve ser completada com água destilada,
pois devido ao aquecimento há sempre uma perda pela eva-
poração.

A bateria deve sempre receber cargas lentas e freqüentes por-


que cargas rápidas e elevadas danificam suas placas.

Acumulador ferro-níquel alcalino ou acumulador Edison


Este tipo de acumulador foi inventado por Thomas A. Edison
em 1901 quando o amplo uso de baterias para o acionamento
de carros, tratores, locomotivas, assim como para a ilumina-
ção de carro ferroviários de passageiros, reclamava um tipo
leve e durável de acumulador.

A bateria de ferro-níquel é a única de uso comercial nos Esta-


dos Unidos. Seu pouco peso e durabilidade se devem ao em-
prego de aço em sua construção, tanto nas placas como no
invólucro.

A placa positiva é construída de um gradeado de aço-níquel,


suportando também tubos de aço-níquel, nos quais se encon-
tra o material ativo.

Quando introduzido nos tubos, este material ativo está sob a


forma de um hidrato de níquel que se transforma em um óxi-
do de níquel depois do tratamento de formação. Os tubos são
perfurados para dar ao eletrólito facilidade de acesso até o
material ativo.

A placa negativa, geralmente, é de construção similar à placa


positiva com a diferença de que o material ativo usado é cons-

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tituído por óxido de ferro finamente pulverizado e contido em
bolsas perfuradas fabricadas de aço níquel em vez de o serem
em tubos.

Ligam-se em paralelo um certo número de placas para formar


um grupo, dispondo mais uma placa no grupo negativo que
no positivo.

Intercalam-se então os dois grupos de placas, conjuntamente,


separando-se as placas uma das outras por meio de tiras de
ebonite.

O recipiente é de aço laminado a frio e ondulado para dar-lhe


maior resistência. É soldado nas juntas e depois niquelado com
uma espessa camada de níquel como proteção contra a oxida-
ção. A tampa leva dois terminais e tem um orifício que serve ao
mesmo tempo para encher o recipiente e dar saída aos gases.

O eletrólito utilizado se compõe de uma solução de 21% de


potassa em água destilada à qual se adiciona uma pequena
quantidade de óxido de lítio. Deste eletrólito não se despren-
dem gases corrosivos, de modo que não é necessário tomar
nenhuma precaução para montar a unidade.

A finalidade de óxido de lítio é aumentar a duração e a capaci-


dade de acumulador.

O tempo nominal para a carga deste tipo de acumulador é de


7 horas e 5 horas para a descarga com mesma corrente sendo
o seu rendimento de aproximadamente 82%. A temperatura
interna não deve exceder de 45°C

As vantagens do acumulador Edison consistem em ser ele mais


leve e mais forte que o de chumbo, podendo permanecer car-
regado ou descarregado por tempo indefinido sem alterar-se.
Não há desprendimento de gases ácidos, podendo ser coloca-
do em salas onde haja máquinas sem perigo de corrosão.

Para se substituir o eletrólito, o acumulador deverá primeira-


mente ser descarregado por completo até a tensão cair a zero
deixando-o fechado em curto circuito durante duas horas ou
mais. Depois disso, retira-se o eletrólito e imediatamente co-

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loca-se o novo eletrólito. Deve-se manter o nível da solução
completando-o, sempre que necessário, com água destilada
para compensar a porção que se evapora com o tempo.

Quando se desejar guardar o acumulador Edison fora de ser-


viço, deve-se descarregá-lo até chegar a zero, depois fechar
em curto circuito seus bornes e em seguida guardá-lo.

O acumulador Edison não se deteriora por congelamento.

Um contraste notável pode-se observar entre ele e o acumula-


dor de chumbo, pois este deve ser completamente carregado
antes de ser armazenado ao passo que o acumulador Edison,
deve ser completamente descarregado.

As principais desvantagens do acumulador Edison são: custo


elevado, baixo rendimento e grande resistência interna.

Como o acumulador de chumbo é mais barato e tem rendi-


mento maior, ele é o mais usado.

Eletricidade produzida pelo magnetismo

O método mais usual da produção de eletricidade em larga


escala deriva da utilização do magnetismo. A fonte de eletrici-
dade através do magnetismo torna-se mais eficiente porque
permite obter uma potência apreciável.

A eletricidade produzida em grande escala, capaz de mover


grandes máquinas do nosso parque industrial, é conseguida
com o uso do magnetismo.

Isto se verifica nos grandes geradores das usinas de força, as


quais necessitam de uma fonte de movimento constante e efi-
ciente.

Estas fontes de movimentos são conseguidas através da ener-


gia hidráulica, das caldeiras a vapor ou por motores a com-
bustão interna.

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Qualquer que seja a fonte de movimento, a potência elétrica
produzida nos geradores é resultante do corte de condutores
por campos magnéticos.

Quando se desloca um condutor em torno de um ímã ou vice-


versa produz-se eletricidade no condutor devido ao magnetis-
mo do ímã.

Movendo-se o condutor de modo que este corte o campo


magnético do ímã produz-se eletricidade no condutor.

29
Eletricidade dinâmica

Anteriormente, nós estudamos as cargas estáticas, ou seja,


cargas em repouso.

A eletricidade dinâmica se refere aos elétrons em movimento


de um átomo para outro.

Esse movimento é idêntico ao de um trem em movimento,


pois quando a locomotiva se desloca os demais carros a acom-
panham.

Para que haja movimento de elétrons em um circuito, é neces-


sário que alguma força ou pressão apareça para fazer com
que esses elétrons se movimentem. A esta pressão damos o
nome de diferença de potencial (d.d.p.), tensão ou força
eletromotriz (f.e.m.), que nos é dada em volts.

Num circuito onde existe a eletricidade dinâmica, o número


de volts aplicado é que faz com que os elétrons se movimen-
tem formando assim a corrente elétrica.

O circuito elétrico pode ser comparado à água num encana-


mento. Ela não sobe a um determinado reservatório porque
não há pressão suficiente para que isso aconteça. Por isso é
necessário que o reservatório que abastece o local seja colo-
cado numa altura tal que proporcione a pressão desejada.

30
Esta diferença de nível é que proporcionará a pressão hidráu-
lica necessária para que a água possa atingir as torneiras e
reservatórios de nossas casas.

O mesmo ocorre com a eletricidade, porque os elétrons nos


condutores não poderão se movimentar se não houver uma
pressão elétrica ou d.d.p.

31
Grandezas elétricas

O aparelho utilizado para medir a d.d.p. ou tensão chama-se


voltímetro e deve ser ligado conforme o desenho abaixo.

Intensidade de corrente

A intensidade de corrente se refere à quantidade de eletricida-


de que estiver passando num ponto qualquer de um circuito
elétrico.

No caso da água, a corrente é medida em litros por segundo,


ou seja a quantidade de litros que estiver passando num pon-
to do encanamento no tempo de um segundo.

Toda vez que passar uma corrente de elétrons em um circuito


elétrico ela poderá também ser medida.

Quando num ponto qualquer de um circuito elétrico passa


6,25 milhões, de milhões, de milhões de elétrons diz-se que
passou um Coulomb, medida essa utilizada para medir car-
gas elétricas (6,25 x 1018).

32
Unidades de medidas

Porém, se passar num ponto do mesmo circuito um Coulomb de


elétrons no tempo de 1 segundo a corrente será de 1 ampère.

1A = 1 coulomb/seg.

O aparelho utilizado para medir a intensidade de corrente de


um circuito, em ampères, é o amperímetro.

O amperímetro é ligado ao circuito, em série, pois ele registra-


rá a quantidade de eletricidade que estiver passando naquela
parte do circuito. Nos cálculos, a intensidade de corrente é
representada pela letra I. Exemplo I = 15A (ampères).

Diferença entre volt e ampère

O volt representa a d.d.p., tensão ou f.e.m. que é a pressão


que causa o movimento dos elétrons.

33
O ampère representa a quantidade de eletricidade que estiver
passando numa parte do circuito.

Resistência elétrica

Resistência elétrica é a oposição que um condutor oferece a


passagem da corrente elétrica.

No caso da água, pode-se dizer que há também resistências


devido a curvas, cotovelos, luvas, diminuições o que dificulta
a passagem da água opondo-se a sua circulação.

A resistência elétrica nos é dada de acordo com o próprio


material, conforme a facilidade ou não, da movimentação dos
seus elétrons.

A unidade usada para a medição da resistência elétrica é o


ohm que é representado pela letra grega omega.

Nos cálculos a resistência é representada pela letra R. Exem-


plo R = 30W (lê-se 30 ohms).

O aparelho usado para a medição da resistência elétrica é o


ohmímetro.

Para se efetuar a ligação do ohmímetro, deve-se tomar a pre-


caução de desligar a corrente elétrica do circuito a ser medi-
do porque o ohmímetro possui bateria própria para o seu
funcionamento.

34
Os quadros a seguir mostram as grandezas elétricas, suas uni-
dades de medida, seus símbolos, múltiplos e submúltiplos.

Nota:
Na literatura técnica de eletricidade, nas plaquetas de identifi-
cação de aparelhos elétricos e nos cálculos matemáticos nor-
malmente são utilizados os símbolos constantes da coluna de
símbolos convencionais.

Múltiplos e submúltiplos de unidades elétricas

Tensão

Corrente

35
Resistência

Isolante, condutores, resistores e semi-condutores

Isolantes
São materiais que oferecem grande oposição à passagem da
corrente elétrica não permitindo que seus elétrons se libertem
dos seus átomos. Esses materiais são usados para bloquear a
passagem da corrente elétrica. Os mais usados são: louça, vi-
dro, borracha, plásticos, ebonite, celeron, mica, baquelite, fi-
bras, etc.

Condutores
São materiais que facilitam a passagem da corrente elétrica e
são usados para transportá-la de um local para outro. Esses
materiais possuem em suas órbitas grande quantidade de elé-
trons livres, facilmente removíveis. Os metais são os melho-
res condutores de eletricidade; dentre eles o cobre e o alumí-
nio são os mais usados.

O cobre tem tido maior aplicação porque além de ser um bom


condutor, oferece boa resistência mecânica e suas emendas
podem ser facilmente soldadas.

O alumínio é um bom condutor, tem um peso baixo em rela-


ção ao cobre, porém o único inconveniente da sua aplicação é
que ele requer uma solda especial. Ele é muito usado nas li-
nhas de alta tensão.

Resistores
São elementos usados para se introduzir resistência adicio-
nais aos circuitos. Os resistores são confeccionados com ma-

36
teriais maus condutores, ou seja, materiais que permitem a
passagem da corrente elétrica, porém, com certa dificuldade,
oferecendo uma certa oposição a sua passagem. Eles são fei-
tos de fios metálicos, de materiais à base de grafite (carbono)
ou de películas metálicas.

Os resistores podem ser divididos em dois grupos a saber: os


fixos e os variáveis.

Os resistores de fio são normalmente usados para controlar


grandes correntes, enquanto que os de carbono controlam
correntes relativamente pequenas.

Nos lares, os resistores são usados nos chuveiros elétricos,


nos ferros de engomar, nos rádios, televisores, etc.

Na indústria, os resistores têm larga aplicação, tanto nos pai-


néis eletrônicos como nas máquinas elétricas com reostatos.

Semi-condutores
São materiais que tem propriedades intermediárias entre con-
dutores e isolantes.

Os semi-condutores permitem a passagem de corrente num


só sentido, não possibilitando seu retorno. Eles são emprega-
dos na confecção de diodos retificadores, cuja função é con-
verter corrente alternada em corrente contínua.

37
Corrente alternada (onda senoidal)

A corrente alternada caracteriza-se por sua variação, ou seja,


seu sentido de deslocamento se alterna.

Mas, existem outros aspectos importantes a considerar na


corrente alternada, como o estudo das ondas senoidais, por
exemplo, e as formas com que as ondas são representadas
nos gráficos, mostrando suas variações.

Você verá em detalhes, nesta unidade, como se forma a cor-


rente alternada, assim como os cálculos para o valor máximo
e a freqüência da corrente alternada senoidal.

Formação e valores da corrente alternada

A corrente alternada percorre o condutor alternando seu sen-


tido de deslocamento em intervalos regulares denominados
ciclos por segundo.

No primeiro semiciclo, a corrente desloca-se no condutor por


um sentido que chamamos de positivo (+) e, no outro semiciclo,
desloca-se no sentido contrário, que denominamos de negati-
vo (–).

A corrente contínua percorre o condutor em um único senti-


do, do negativo para o positivo (sentido eletrônico).

38
Formas de onda

As formas de ondas são representadas por gráficos que po-


dem mostrar as variações da tensão e o sentido da corrente
em função do tempo.

A amplitude da forma de onda senoidal representa o valor da


corrente.

A ultrapassagem do eixo do tempo (t) no gráfico simboliza a


inversão de sentido da corrente no condutor.

39
Circuitos elétricos

Os circuitos elétricos de um modo geral dividem-se em três


tipos. Conforme suas ligações:
• Série;
• Paralelo;
• Série-paralelo ou misto.

Circuito série

O circuito série é aquele cujos elementos são ligados um após


outro, de modo que um elemento depende do outro.

Esse circuito recebe o nome de dependente porque se um dos


elementos for interrompido, os demais deixarão de funcionar,
uma vez que ele se compõe de um só ramo, ou seja, um só
caminho para a passagem da corrente.

40
Circuito paralelo

O circuito paralelo é aquele em que seus elementos são colo-


cados de modo independente em relaçao ao outro. Isto quer
dizer que se um elemento qualquer deixar de funcionar, isso
não perturbará o funcionamento dos demais.

Circuito série-paralelo ou misto

O circuito série-paralelo é aquele que é formado pela combi-


nação dos dois anteriores pois parte dele está ligado em série
e parte em paralelo.

41
Associação de resistores

Circuito série

A resistência total de um circuito série é igual à soma dos va-


lores de todos os resistores do circuito.

R = R1 + R2 + R3 = 30 + 45 + 15 = 90

Resposta: R = 90 (ohms)

Circuito paralelo

A resistência total de um circuito elétrico ligado em paralelo é


menor que o menor resistor do circuito.

Exemplo:

1º caso – Circuito paralelo com dois resistores.

Para se calcular R neste circuito aplica-se a seguinte fórmula:

42
2º caso – Pode-se aplicar a fórmula anterior em c paralelos
com mais de dois resistores, procedendo como segue:

3º caso – Resistência total do circuito paralelo com resistores


de igual valor. Exemplo:

4º caso – Este é o processo mais usado para circuitos com


mais de dois resistores. Neste sistema, o resultado é mais exato
porque as perdas nas divisões são mínimas. Exemplo:

43
Circuito série-paralelo

Para calcular a resistência total do circuito série-paralelo apli-


ca-se as fórmulas dos circuitos anteriores, ou seja, aplica-se a
fórmula do circuito série na parte série e uma das fórmulas do
paralelo para a parte ligada em paralelo. Em seguida soma-se
os resultados.

O circuito acima resulta no seguinte:

44
Lei de Ohm

A lei de Ohm é a lei básica para os cálculos dos valores da


corrente elétrica. Ela enuncia o seguinte: A corrente de um
circuito é diretamente proporcional à tensão e inversamente
proporcional à resistência. Dela, extrai-se a seguinte fórmula
básica:

Normalmente a lei de Ohm é representada esquematicamente


por um triângulo. As letras são postas de modo a formar a
palavra REI.

45
Exemplos:

46
Circuito série com seus valores

1 Num circuito elétrico ligado em série a resistência total é


igual à soma de todos os resistores do circuito.

R = R1 + R2 + R3

2 A intensidade de corrente de um circuito série é igual em


todas as partes do circuito.

I = I1 = I2 = I3

3 A tensão total aplicada ao circuito série é igual à soma das


quedas de potencial de cada parte do circuito.

E = E1 + E2 + E3

Aplicação da lei de Ohm ao circuito série

Calcule E no circuito a seguir:

R = R1 + R2 + R3 = 12 + 18 + 6 = 36 ohms

E = I x R = 6 x 36 = 216 Volts

Resposta: 216 volts

47
Calcule I no circuito a seguir.

R = R1 + R2 + R3 + R4 = 10 + 15 + 13 + 12 = 50 ohms

2,4 Ampères

Resposta: I = 2,4 Ampères

Dado o circuito a seguir:

Calcular:

E1 = ? E1 = I x R1 = 0,5 x 40 = 20 volts
E2 = ? E2 = I x R2 = 0,5 x 56 = 28 volts
E3 = ? E3 = I x R3 = 0,5 x 74 = 37 volts
ET = ? ET = E1+ E2 + E3 = 20 + 28 + 37 = 85 volts

Circuito paralelo com seus valores

No circuito paralelo a tensão nos circuitos

paralelos é a mesma em todas as partes do circuito.

E = E1 = E2 = E3

A intensidade de corrente nos circuitos paralelos é igual à soma


das intensidades de cada parte do circuito. I = I1 + I2 + I3

48
Aplicação da lei de ohm nos circuitos paralelos

E = 120V

Calcular:

Dado o circuito a seguir:

E = 120V

Calcular:

49
Lei de kirchhoff

Primeira lei de Kirchhoff

A primeira lei de Kirchhoff refere-se à intensidade de corren-


te. Ela diz o seguinte: a corrente que entra numa junção é exa-
tamente igual à corrente que sai dessa junção.

Ilustrando, tem-se:

Através desta lei, é possível determinar o valor de uma cor-


rente que desconhecemos. Exemplo:

Se à esquerda do circuito está entrando 13A, à direita está


saindo 13A.

Se em 12, a corrente é 8A e em 14 é só 6A. Isto quer dizer que a


corrente em 15 é de 2A.

50
Segunda lei de Kirchhoff

A segunda lei se refere à tensão e diz: num circuito fechado, a


soma das quedas de potencial é igual à tensão aplicada ao
circuito.

Exemplo
E1 + E2 = 50 + 70 = 120V

E3 + E4 + E5 =

30 + 55 + 35 = 120V

51
Potência elétrica

Potência é a quantidade de trabalho efetuado na unidade de


tempo. Durante as 24 horas do dia a tensão elétrica está pre-
sente nos circuitos das casas, oficinas, etc, porém não é sem-
pre que a energia é usada.

A iluminação, por exemplo, quase só é usada à noite. Somen-


te quando as lâmpadas são acesas ou qualquer outro apare-
lho elétrico é ligado, é que obtemos um trabalho em forma de
luz, calor, movimento, etc. Esse trabalho representa a potên-
cia elétrica.

A unidade da potência elétrica é o WATT.

Para calcular a potência usa-se um triângulo semelhante ao


da lei de ohm.

De acordo com o triângulo da potência W = E x I. No exercício a


seguir nós não temos I. Portanto, primeiro é preciso encontrar I
em cada ramo do circuito para depois calcular a potência.

52
Calcular:

P1 = 484W

P2 = 440W

P3 = 880W

P = 1804W

I = I + I2 + I3 = 2,2 + 2 + 4 = 8,2A

P1 = E x I1 = 220 x 2,2 = 484W


P2 = E x I2 = 220 x 2 = 440W
P3 = E x I3 = 220 x 4 = 880W
P = E x I = 220 x 8,2 = 1804W

A soma das potências parciais é igual à potência total do circuito.

53
Resistividade

Quando se faz o projeto de uma instalação elétrica, deve-se


levar em consideração o tipo do material e a resistência dos
condutores a serem usados, sem o que graves problemas po-
dem ocorrer.

Por isso, não basta conhecer apenas a tensão, o circuito, os


resistores e as leis da eletricidade, mas deve-se conhecer tam-
bém a resistividade dos materiais e a variação de sua resistên-
cia em função da temperatura.

Neste capítulo, você vai estudar a resistividade e vai aprender


a determinar a seção dos condutores a partir de suas caracte-
rísticas de resistência e comprimento.

Determinação da resistência de um condutor

Embora os condutores permitam a passagem de corrente elé-


trica, oferecem uma certa resistência a essa passagem. A re-
sistência de condutores com as mesmas dimensões varia con-
forme a matéria-prima de cada um.

A resistência de um condutor aumenta à medida que aumen-


ta seu comprimento, conservando-se constante a seção e a
temperatura.

Observe o gráfico a seguir:

54
A resistência de um condutor diminui à medida que aumenta
a sua seção transversal, conservando-se constantes o compri-
mento e a temperatura.

Resistividade de um condutor é a resistência que ele apresen-


ta quando tem 1 metro de comprimento, seção transversal de
1 milímetro quadrado e está à temperatura de 20 graus Celsius.

55
A resistência R de um condutor é expressa em ohms () e
depende:
• de sua resistividade (), em ;

• de seu comprimento L, em metros;


• de sua seção transversal S, em milímetros quadrados.

A resistência de um condutor é expressa pela fórmula ,


em ohms.

Da fórmula acima resultam:

, em mm2; em m; ; em .

A tabela a seguir apresenta alguns materiais com suas carac-


terísticas.

56
57
Observe, na tabela anterior, que um mesmo material que so-
freu um tratamento térmico possui resistividade diferente.

Verifique também que as ligas com ferro em suas composi-


ções apresentam uma resistividade elevada em comparação
com as ligas isentas de ferro em suas composições.

Com a fórmula da resistividade e o auxílio da tabela pode-se


fazer alguns cálculos, lembrando que a temperatura aqui con-
siderada é de 20°C.

Exemplos:

1 Determine o valor da resistência de um fio de alumínio


99,9% com seção de 2mm2 e comprimento de 100m.

Dados:

 = 0,0284

S = 2mm2

L = 100m

R=?

Solução:

Resposta: sua resistência é de 1,42.

58
2 Determine o comprimento de um fio de constantan com
seção transversal de 2mm2 e resistência de 3.

Dados:

 = 0,5

S = 2mm2

R = 3

L=?

Solução:

Resposta: seu comprimento é de 12m.

3 Determine a seção de um fio de cobre com resistência de


2 e comprimento de 100mm.

Dados:

 = 0,0167

R = 2

L = 100m

S=?

Solução:

Resposta: sua seção é de 0,835mm2.

59
4 Determine de que material é constituído um fio, sabendo
que seu comprimento é 150m, a seção é 2mm2 e a resis-
tência é 102,75.

Dados:

S = 2mm2

R = 102,75

L = 105m

=?

Solução:

Resposta: Na tabela encontramos: como do


nicromo.

Variação da resistência em função da temperatura

A resistividade é definida com base na temperatura de 20(C,


pois quando a temperatura de um condutor varia, sua resis-
tência elétrica se altera.

A alteração da resistência elétrica depende do tipo do materi-


al e da variação da temperatura.

A elevação da temperatura eleva a resistência elétrica nos me-


tais e diminui a resistência elétrica nos carvões e nos líquidos.

Há certas ligas metálicas, como o níquel-cromo e o constantan,


cujas resistências permanecem praticamente inalteradas com
a variação da temperatura.

60
A resistência elétrica final de um condutor aquecido resulta na
seguinte fórmula:

Onde:
Rf = resistência final do condutor aquecido;
Ri = resistência inicial do condutor frio;
 = coeficiente de temperatura;
Tf = temperatura final;
Ti = temperatura inicial.

Conforme o valor da resistividade de um material, ele poderá


ser considerado condutor ou isolante.

A figura abaixo mostra os valores aproximados para as resis-


tividades de diversas substâncias à temperatura de 20°C.

Condutores

Alguns materiais permitem que a corrente elétrica os atraves-


se com relativa facilidade. A esses materiais damos o nome
de condutores elétricos.

61
Queda de tensão (limites)

O projeto de uma instalação elétrica é o plano de uma instala-


ção elétrica com todos os seus detalhes de modo que se pos-
sa realizar um trabalho racionalizado, ou seja, seguro, rápido
e estético.

Na realização desse plano, precisa-se determinar, entre ou-


tras coisas, o dimensionamento da fiação a fim de verificar a
queda de tensão máxima permitida no circuito. O quadro a
seguir exemplifica essas quedas.

62
63
Exemplo de cálculo de queda de tensão:

Qual o condutor necessário para se alimentar uma carga com


as características abaixo, sabendo-se que a queda de tensão
admissível é de 3%?

Tensão da rede = 200V

Corrente da carga = 10A

Distância entre o ponto alimentado e a carga = 300m.

Com esses dados, é possível verificar que a queda de tensão


admissível é: 3% de 200V = 6V (V).

Se for utilizado um condutor de 1,5mm2, a resistência ao lon-


go dos 300m será de:

V para 300m

Com condutor 1,5mm2 = R . I = 3,34 x 10 = 33,4V

Sabendo-se que a queda de tensão admissível para o exem-


plo é de 6V, e que a corrente da carga é de 10A, pode-se então
calcular a resistência do condutor a ser utilizado.

Para descobrir o condutor necessário para as condições im-


postas deve-se devemos substituir os valores até aqui encon-
trados e aplicar na fórmula da resistividade para a condição:

Escolhe-se, então, um condutor de valor comercialmente co-


nhecido, atentando para que seu valor seja igual ou superior
ao encontrado nos cálculos. Ex.: 10mm2.

64
Com o valor do condutor adotado, deve-se descobrir o quanto
ele permite de queda de tensão para o exemplo dado.

65
Magnetismo

Dá-se o nome de magnetismo à propriedade que certos cor-


pos possuem de atrair pedaços de materiais ferrosos.

Em épocas bastante remotas os gregos descobriram que um


certo tipo de rocha, encontrada na cidade de Magnésia, na
Ásia Menor, tinha o poder de atrair pequenos pedaços de fer-
ro. A rocha era constituída por um tipo de minério de ferro
chamado de magnetita e por isso o seu poder de atração foi
chamado de magnetismo.

Mais tarde, descobriu-se que prendendo-se um pedaço dessa


rocha ou ímã natural na extremidade de um fio com liberdade
de movimento, ele gira de tal maneira que uma de suas extre-
midades apontará sempre para o norte da terra.

Esses pedaços de rochas, suspensos por um fio receberam o


nome de “pedras-guia” e foram usadas pelos chineses, há 2
mil anos, para viagens no deserto e também pelos marinhei-
ros quando dos primeiros descobrimentos marítimos.

Assim sendo a terra é um grande ímã natural e o giro dos ímãs


em direção ao norte é causado pelo magnetismo da terra.

66
O pólo norte geográfico da terra é na realidade o pólo sul
magnético e o polo sul geográfico é o pólo norte magnético.
Esta é a razão pela qual o pólo norte da agulha de uma bússo-
la aponta sempre para o pólo norte geográfico.

Outras causas do magnetismo terrestre são as correntes elé-


tricas (correntes telúricas) originadas na superfície do globo
em sua rotação do oriente para o ocidente e na posição do
eixo de rotação da terra em relação ao sol.

Ímãs artificiais

Imãs artificiais são aqueles feitos pelo homem.

Quando se imanta uma peça de aço temperado, seja pondo-


a em contato com outro ímã ou pela influência de uma cor-
rente elétrica, observa-se que o aço adquire uma considerá-
vel quantidade de magnetismo e é capaz de retê-lo indefini-
damente. Um imã produzido dessa forma é chamado de imã
artificial permanente.

Este ímã produzido dessa forma é chamado de uma vanta-


gem sobre os imãs naturais, pois além de possuir uma força
de atração maior, pode ser feito de tamanho e forma de acor-
do com as nossas necessidades.

67
As ligas de aço contendo níquel e cobalto constituem os me-
lhores ímãs.

Pólos dos ímãs

Os pólos dos ímãs localizam-se nas suas extremidades, locais


onde há maior concentração de linhas magnéticas.

Eles são chamados de pólo norte e pólo sul.

Pólo magnético é toda superfície nas quais saem ou entram


linhas magnéticas.

Linha neutra

A força magnética não se apresenta uniforme no ímã. Na par-


te central do ímã, há uma linha imaginária perpendicular à
sua linha de centro, chamada linha neutra. Neste ponto do
ímã não há força de atração magnética.

Linhas de força magnética

Linha de força magnética é uma linha invisível que fecha o


circuito magnético de um ímã, passando por seus pólos.

68
Para provar praticamente a existência das linhas de força mag-
nética do ímã podemos fazer a experiência do expectro mag-
nético.

Para tal, coloca-se um ímã sobre uma mesa; sobre o ímã um


vidro plano e, em seguida, são derramadas limalhas de aço,
aos poucos, sobre o vidro. As limalhas se unirão pela atração
do ímã, formando o circuito magnético do ímã sobre o vidro,
mostrando assim as linhas magnéticas.

A linha de força magnética é a unidade do fluxo magnético.

Através do espectro magnético, é possível notar que as linhas


de força magnética caminham dentro do ímã saem por um
dos pólos e entram por outro, formando assim um circuito
magnético.

Observa-se também a grande concentração de linhas nos pó-


los dos ímãs, ou seja, nas suas extremidades.

Sentido das linhas de força de um ímã

O sentido das linhas de força em um ímã é do pólo norte para


o pólo sul, fora do ímã.

69
Fragmentação de um ímã

Se um ímã for quebrado em três partes, por exemplo, cada


uma destas partes constituirá um novo ímã.

Campo magnético do ímã

Damos o nome de campo magnético do ímã ao espaço ocupa-


do por sua linha de força magnética.

Lei de atração e repulsão dos ímãs

No ímã observa-se o mesmo princípio das cargas elétricas.


Ao aproximarmos uns dos outros, pólos de nomes iguais se
repelem e pólos de nomes diferentes se atraem.

Densidade magnética

Densidade magnética é o número de linhas magnéticas ou de


força produzida por um ímã numa unidade de superfície.

A unidade prática da densidade magnética é o gauss. Um gauss


é igual a uma linha/cm2.

70
Relutância magnética

Dá-se o nome de relutância magnética à propriedade de cer-


tas substâncias se oporem à circulação do fluxo magnético.

Pode-se comparar o circuito elétrico à resistência se opondo a


passagem da corrente elétrica.

Teoria molecular da magnetização

Esta teoria ensina que cada molécula de um material magne-


tizável constitui um diminuto ímã cujos eixos encontram-se
desalinhados entre si:

barra de aço não-magnetizada

Colocando-se uma barra de aço não-magnetizada sob os efei-


tos de um campo magnético, as moléculas alinham-se polari-
zando assim a barra.

barra de aço sob ação de um campo magnético

As moléculas se orientam numa só direção.

Permeabilidade magnética

As linhas magnéticas atravessam qualquer substância; não há


isolantes para elas. Existem substâncias que facilitam a pas-
sagem das linhas magnéticas, assim como, existem outras que
dificultam a sua passagem.

71
Permeabilidade magnética é o mesmo que condutibilidade
magnética ou seja, a facilidade que certos materiais oferecem
à passagem das linhas magnéticas. Os metais ferrosos em geral
são bons condutores das linhas magnéticas.

Os materiais magnéticos estão classificados da seguinte ma-


neira:
• paramagnéticos;
• ferromagnéticos;
• diamagnéticos.

Paramagnéticos
São materiais que tem imantação positiva porém, constante
ex.: alumínio, platina e ar.

Ferromagnéticos
São materiais que tem imantação po-
sitiva porém, não constante, a qual
depende do campo indutor. Ex.: ferro,
níquel, cobalto, etc.

O desenho ao lado, demonstra a atra-


ção sofrida pelos corpos ao se aproxi-
marem do ímã.

Diamagnéticos
São materiais que tem imantação ne-
gativa e constante como: bismuto, co-
bre, prata, zinco e alguns outros que
são repelidos para fora do campo
magnético.

Identificação dos pólos de


um ímã

A identificação dos pólos de um ímã se faz com o auxílio de


uma bússola, sendo que a parte da agulha que possui uma
marca, aponta sempre para o pólo norte geográfico, ou seja o
sul magnético.

72
Blindagem magnética

O ferro doce tem uma elevada permeabilidade magnética e


por isso é usado na confecção de blindagens magnéticas.

Esta blindagem consta de um anel de ferro doce em torno da


peça que se deseja isolar de um campo magnético. As linhas
caminharão através do anel isolando assim a peça desejada.

Fluxo magnético

O fluxo de um campo magnético é o número total de linhas de


força que compreende esse campo. Ele é representado pela
letra  (que se pronuncia “fi”).

A unidade de medida do campo magnético é o Maxwell. Um


Maxwell é igual a uma linha de força.

Densidade do fluxo magnético

A densidade magnética representa o número de linhas magné-


ticas por cm2. É representada pela letra B e sua unidade é gauss.

Densidade de fluxo = ou Gauss.

B = densidade do fluxo medido em gauss


 = fluxo magnético total
A = área em cm2

Nota: Para designar a densidade magnética usa-se também o


termo indução magnética.

73
Eletromagnetismo

Formação do campo magnético em um condutor

Corpos com cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e cor-


pos com cargas elétricas de sinal contrário se atraem.

As cargas elétricas possuem, em torno de si, um espaço deno-


minado campo elétrico. Nesse espaço, a força atuante é de
origem elétrica.

O campo eletrostático de uma carga elétrica é a região em


torno da carga onde age seu campo elétrico.

Em um elétron, o campo elétrico pode ser representado por


linhas de força eletrostática que convergem para o elétron no
sentido radial, como se observa no desenho abaixo.

Quando o elétron se movimenta em um


condutor, cria em torno deste um cam-
po magnético. O condutor estará, por-
tanto, sob a ação de dois campos: cam-
po elétrico e campo magnético.

74
O campo magnético é formado por linhas concêntricas que
giram perpendicularmente ao condutor.

O sentido de rotação das linhas de força magnética é determi-


nado segurando-se o condutor com a mão esquerda; o pole-
gar indica o sentido da corrente e a curvatura dos dedos indi-
ca o sentido da rotação das linhas magnéticas.

Para demonstrar-se a existência de um campo magnético


ao redor de um condutor percorrido por corrente, liga-se,
por intermédio de uma chave, um condutor “grosso” a um
acumulador.

O condutor deve ser introduzido em uma placa de acrílico


mantida em posição horizontal e perpendicular a ele.

Com a chave ligada, espalha-se limalha de ferro sobre a placa.


Batendo-se levemente com um lápis na placa de acrílico, nota-
se que a limalha de ferro forma linhas concêntricas em trono
do condutor. A conformação da limalha e ferro é chamada
espectro magnético.

75
Sentido de linha de força segundo Oersted

A experiência de Oersted também demonstra o sentido de


rotação das linhas de força ao redor de um condutor.

Essa experiência é feita com o auxílio de uma agulha imantada


e um condutor por onde circulará uma corrente elétrica.

Coloca-se um condutor sobre uma agulha imantada, obede-


cendo à direção desta. Ao circular corrente pelo condutor, a
agulha deflexionará, acompanhando o sentido de rotação das
linhas magnéticas. O sentido de deflexão da agulha depende
do sentido da corrente que circula no condutor.

Observe a deflexão na ilustração abaixo:

A deflexão da agulha ocorre quando ela toma direção perpen-


dicular ao condutor.

Se a agulha estiver sobre o condutor ou se invertermos o sen-


tido da corrente, o sentido da deflexão será contrário ao apre-
sentado na figura.

O sentido da deflexão da agulha deve-se à interação do cam-


po magnético da agulha com o do condutor.

A interação de campos magnéticos ocorre também entre dois


condutores paralelos quando são percorridos por uma corrente
elétrica.

O campo magnético criado em torno dos condutores desen-


volve uma força que pode ser de atração ou repulsão.

76
Observação:
A atração ocorre quando o sentido da corrente é o mesmo em
dois condutores, estando estes posicionados paralelamente
entre si.

A repulsão ocorre quando o sentido da corrente é contrário


nos condutores, estando estes paralelos entre si.

Se o condutor tomar a forma de anel ou espira, as linhas de


força concêntricas produzirão um campo magnético perpen-
dicular ao plano da espira com polaridade S-N.

A posição dos pólos dependerá do sentido da corrente no con-


dutor, como se observa nos desenhos abaixo.

77
Identificação de polaridade

A identificação de polaridade de uma espira pode ser feita com


a utilização de uma bússola ou através da regra da mão es-
querda.

Utilizando-se bússola, coloca-se esta em posição horizontal e


com a agulha perpendicular ao plano da espira.

O campo magnético da espira atrairá um dos extremos da


agulha e, em conseqüência, repelirá o outro.

O pólo norte da espira atrairá o pólo sul da bússola e repelirá,


conseqüentemente, o pólo norte.

Pode-se usar também a regra da mão esquerda para se deter-


minar a polaridade da espira.

Esta regra considera o sentido eletrônico ou real da corrente,


ou seja, a corrente que flui do pólo negativo para o positivo.

A figura abaixo indica a maneira de se determinar a polarida-


de da espira.

Conforme mostra a ilustração, os dedos seguem o sentido da


corrente e o polegar indica o pólo norte.

Observação:
Pode-se também determinar a polaridade da espira conside-
rando o sentido convencional da corrente, ou seja, a corrente
que flui do pólo positivo para o negativo. Neste caso, porém,
deve-se utilizar a regra da mão direita.

78
Solenóide

O campo magnético produzido por uma única espira é muito


pequeno. Com finalidade de aumentar esse campo magnéti-
co, utiliza-se o solenóide, que é um condutor formado por di-
versas espiras, uma ao lado da outra.

Cada espira contribui com uma parcela para a composição do


campo magnético. Assim, as linhas de força atuarão, no
solenóide, da mesma forma como ocorre com os ímãs.

Solenóide é o conjunto de espiras com uma só camada. As


linhas de força passam por dentro do solenóide e retornam
por fora, formando, assim, um único campo magnético.

A passagem da corrente pelo solenóide cria um campo mag-


nético com as mesmas propriedades do ímã permanente: o
pólo norte de um solenóide repele o pólo norte de outro
solenóide ou de um ímã qualquer, atraindo, conseqüentemen-
te, o pólo sul.

79
O campo magnético de um solenóide está condicionado a di-
versos fatores, pois depende das condições físicas com que
se trabalha, do material, do número de espiras do solenóide e
da corrente que por ele circula.

Força magnetomotriz (fmm)

A força magnetomotriz é calculada multiplicando-se a corren-


te que flui nas espiras pelo número de espiras do solenóide.

O símbolo de força magnetomotriz é fmm.

A força magnetomotriz é representada pela fórmula

Onde:
 = força magnetomotriz, em ampères-espira;
N = número de espiras do solenóide;
I = intensidade da corrente, em ampères.

É possível, portanto, com solenóides diferentes, conseguir-se


a mesma força magnetomotriz.

Exemplos:

1 Qual é o valor da fmm de um solenóide com 100 espiras


quando por ele circula uma corrente de 5 ampères?

2 Qual é o valor da fmm de um solenóide com 1 000 espiras


quando por ele circula uma corrente de 0,5 ampère?

Dois solenóides diferentes podem produzir a mesma fmm. En-


tretanto, a intensidade do campo magnético será maior naque-
le que apresentar menor circuito magnético.

80
Indução magnética

Produção da corrente alternada

A produção da corrente alternada ocorre através da rotação


de uma espira em um campo magnético.

Analisando-se os valores indicados pelos galvanômetros, pode-


se descrever a senóide e estudar seus valores instantâneos.

O gráfico mostra a forma de onda da corrente alternada reco-


lhida nos anéis coletores do gerador de CA (alternador).

A freqüência da corrente é o número de ciclos completos que


ela perfaz em 1 segundo.

A bobina do gerador de corrente alternada de 2 pólos, girando


a 3.600rpm, produz a freqüência de 60 hertz. A freqüência usa-
da em nosso país é de 60Hz.

81
Os valores instantâneos da corrente alternada que mais usa-
mos são o valor eficaz e o valor máximo.

O valor eficaz de uma corrente senoidal é o valor da corrente


alternada que desenvolve, em um resistor, o mesmo calor que
uma corrente contínua de mesmo valor desenvolveria.

Os instrumentos de medição elétrica, como voltímetro, ampe-


rímetro, wattímetro, indicam valores eficazes.

O valor eficaz é obtido da seguinte forma:

valor máximo vezes .

Observação:

é, aproximadamente, igual a 0,707.

Portanto, no caso da corrente, temos:

Ief = Imax . –> lef = Imax . 0,707

Para tensão temos:

Uef = Umax . 0,707

Valor máximo da corrente alternada senoidal

O valor máximo da corrente alternada senoidal corresponde


ao valor eficaz vezes (aproximadamente igual a 1,41).

Para tensão temos:


Umax = Uef . 1,41

O valor máximo é o que se considera para cálculos de isola-


mento.

82
Quadro – Luminária, refletores e lâmpadas

83
Quadro – Tomadas

84
Quadro – Motores e transformadores

85
Esquemas elétricos

Esquema é a representação de uma instalação, ou parte dela,


por meio de símbolos gráficos. Todo ou qualquer projeto será
desenvolvido através de símbolos, e para tanto, serão utiliza-
dos os esquemas unifilar, multifilar e funcional.

Esquema multifilar

Este esquema, como mostra a figura A, representa todo o sis-


tema elétrico, em seus detalhes, com todos os condutores,
sendo que nesta representação, cada traço é um fio que será
utilizado na ligação dos componentes.

Figura A

Figura B

86
Os esquemas das figuras A e B representam exatamente como
a instalação da figura C é executada na prática.

Figura C

Sempre que for representado um símbolo, este estará instala-


do em uma caixa de passagem, quer seja no teto ou parede, e
os condutores sempre estarão passando por dentro dos
eletrodutos, os quais sempre terão origem de um quadro ter-
minal de Luz (QL). Em um projeto, se a sua representação fosse
feita na forma multifilar, cada condutor seria representado por
um traço, saindo do QL, e chegando ao seu destino. Como ob-
servamos na figura B, seria impossível representar um projeto
na forma mutifilar, pois seria tanto os traços, que dificultariam
a sua interpretação. Neste caso, para realizar um projeto com
clareza, e de maneira simplificada, utilizamos a forma unifilar.

Esquema unifilar

O esquema unifilar representa um sistema elétrico simplifica-


do, que identifica o número de condutores e representa seus
trajetos por um único traço.

Geralmente, representa a posição física dos componentes da


instalação, porém não representa com clareza o funcionamento
e seqüência funcional dos circuitos.

87
Na figura a seguir, temos um esquema de um circuito elétrico
composto de interruptor simples, tomada, lâmpadas incandes-
centes, rede de eletrodutos e fiação, todos representados na
forma unifilar.

Esquema funcional

Apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar, com


clareza e rapidez, o funcionamento ou seqüência funcional dos
circuitos. Não se preocupa com a posição física dos compo-
nentes da instalação, pois os caminhos das correntes são re-
presentados por meio de retas, sem cruzamento ou inclinação
na vertical ou horizontal. Neste esquema, mostra-se o equipa-
mento exatamente como ele é encontrado à venda no merca-
do, ou como ele é industrialmente fabricado.

Observação: Basicamente, um esquema é representado com


seus componentes de comando na posição desligada. O es-
quema de distribuição é unifilar, que permite interpretar com
extrema rapidez a distribuição dos circuitos e dispositivos, ou
seja, o funcionamento.

88
Para a execução de uma instalação, dois aspectos são funda-
mentais para o eletricista:
• O primeiro é a localização dos elementos na planta, quantos
fios passarão em determinado eletroduto e qual o trajeto da
instalação;
• O segundo é o funcionamento: distribuição dos circuitos e
dos dispositivos.

Como não é possível representar ao mesmo tempo esses dois


aspectos num único esquema, sem prejudicar a clareza de in-
terpretação de um deles (posição física ou funcionamento), a
instalação é representada por dois esquemas: esquema unifilar
de fiação e de distribuição. Esta é a finalidade de utilização de
tipos diferentes de esquemas.

89
Segurança em instalações elétricas

CUIDADOS COM ENERGIA ELÉTRICA

O assunto sobre segurança que será tratado neste capítulo, é publicado pela COPEL (Com-
panhia Paranaense de Energia) para toda a comunidade, para orientação e cuidados, quan-
do do contato com energia elétrica.

Evite acidentes com energia elétrica

Centenas de pessoas – a maioria crian- Nunca para prejudicar e causar danos…


ças – têm sido vítimas de acidentes, mui-
tas vezes fatais, pelo fato de tocarem im- Nunca suba em postes.
prudentemente em fios elétricos.
Nem nos estais, que são os cabos de aço
É fácil entender: ao tocar nos fios que que seguram os postes.
conduzem eletricidade, você acaba ser-
vindo de caminho para a passagem de E mais. Jamais se aproxime de transfor-
energia elétrica. Quando isso acontece, madores.
a força da eletricidade pode causar gra-
ves queimaduras, ferimentos e até mes- Se for preciso, aja com segurança: chame
mo a morte. a Companhia de Energia de sua cidade.

Não permita que isso aconteça. Em seu


próprio benefício, siga as orientações;
procure conversar e explicar a outras
pessoas – como evitar acidentes por cho-
que elétrico.

A força da eletricidade deve servir para


melhorar as condições de vida das pes-
soas e facilitar o trabalho da sociedade.

90
Nunca tente ligar s chaves elétricas que Não se arrisque. Abaixe as barras do
estão no alto do poste. pulverizador ao passar sob fios de luz.

Este é um serviço que só a Companhia E se você estiver arando ou gradeando a


de Energia de sua cidade pode executar. terra na faixa da rede elétrica, tome cui-
dado também para não danificar os estais.

Não toque em fios caídos no chão.


Evite podar árvores que estejam perto da
O melhor é nem se aproximar porque rede.
toda a terra em volta do fio arrebentado
poderá dar choque. Chame a Companhia O motivo é simples: os galhos podados
de Energia de sua cidade. poderão cair sobre os fios, provocando
curto circuito.

Quando for necessário podar, corte o


perigo: chame a Companhia de Energia
de sua cidade.

91
Não instale antena perto da rede elétrica. Cuidado ao deslocar andaimes próximos
à rede elétrica.
Nenhum tipo de antena pode ficar perto
de fios de luz. Todo cuidado e pouco.

Instale-a sempre a uma distância no mí- Encostar andaime, escada ou outro ma-
nimo igual à altura da antena. terial nos fios elétricos pode ser fatal.

Nunca empine raias ou pipas próximo Não faça construções nem plante árvo-
aos fios de luz. res de grande porte sob os fios da rede
elétrica.
Nem utilize material metálico na confec-
ção das pipas ou raias. Para a sua segurança, a faixa de terreno
embaixo da rede elétrica deve estar sem-
E se o tempo estiver úmido, procure ou- pre limpa e livre.
tra distração.

92
Não faça queimada sob as linhas. Evite fazer manutenção em qualquer
equipamento elétrico quando ele estiver
Nem perto delas. O fogo ou mesmo o ligado à tomada.
excesso de calor danifica os cabos e as
estruturas, causando curto-circuito e in- O choque elétrico é a “mordida da ele-
terrompendo o fornecimento de energia. tricidade”. Que pode ser fatal.

A presença de água aumenta o choque. Não troque lâmpadas penduradas no


teto sem estar bem-amparado e o dis-
Não ligue nem desligue aparelhos elé- juntor desligado.
trico pela tomada, em lugares úmidos,
molhados ou se os pés estiverem mo- Segure a lâmpada sempre pelo bulbo.
lhados.

93
Perigo! Não permita que crianças intro- Nunca entre em subestação.
duzam objetos nas tomadas.
Nas subestações, estão localizados vári-
Metais, corpo humano, solo, ar úmido e os equipamentos energizados, e somen-
água, entre outros, são bons condutores te empregados da Empresa de Energia
de eletricidade. de sua cidade, treinados, ou pessoas au-
torizadas podem entrar nessas áreas.

Não ligue diversos aparelhos elétricos


em uma mesma tomada. O chuveiro elétrico deve ser aterrado.

O uso de “benjamins” pode provocar so- Se o chuveiro não tiver o fio terra, você
brecarga nas tomadas de luz e a conse- corre o risco de tomar choque em vez de
qüência é fogo. Evite incêndios não so- banho. Observe a sua correta ligação e,
brecarregando a instalação elétrica. durante o banho, não mude a posição
da chave verão-inverno.

94
Cercas que passam debaixo da rede têm
de ser seccionadas e aterradas. Para fa-
zer isso, peça instruções à Companhia de
Energia de sua cidade.

Cercas eletrificadas.

Para sua utilização é necessário consultar


a Companhia de Energia de sua cidade.

Sua finalidade é manter animais numa


área determinada (pastagens, curral, etc.)
através de aparelhos eletrificadores.

95
O que é preciso fazer em caso de acidentes com eletricidade

Aja rápido: os primeiros 3 minutos após o 4 Libere a boca da vítima, deixando o ar sair
choque são vitais para o acidentado. livremente. Repita as operações 13 a 16
vezes por minuto.
Antes de qualquer coisa, observe se a rede
elétrica que deu origem ao choque está des-
ligada. Em seguida, utilizando materiais que
não conduzam eletricidade – madeira seca
por exemplo – procure afastar o acidentado
da área eletrificada. Compressão cardíaca
1 Coloque a vítima deitada de costas sobre
Se ele não estiver consciente, inicie imedia- uma superfície plana e dura.
tamente a respiração boca a boca, confor-
me as instruções a seguir. Se for necessá- 2 Coloque as mãos (somente a parte próxi-
rio, faça a compressão cardíaca. ma ao punho) uma sobreposta à outra,
na cavidade da parte média do esterno.
Respiração boca a boca
1 Deite a vítima de costas e incline sua ca- 3 Faça pressão com vigor, mantendo os
beça. braços esticados e usando seu próprio
peso para pressionar. Repita a operação
60 vezes por minuto.
• Se tiver que fazer respiração e compres-
são ao mesmo tempo, para cada 15 com-
pressões, faça 2 respirações;
2 Remova dentaduras ou pontes móveis ou • Se o socorro for em dupla, para cada 5
qualquer outro corpo estranho da boca da pressões, faça uma respiração.
vítima.

3 Feche as narinas da vítima. Coloque sua


boca com firmeza, sobre a boca da víti-
ma. Sopre até o peito da vítima se encher.

96
Proteção em instalações
elétricas prediais

Prescrições fundamentais da Norma NBR 5410

A NBR5410/97, item 1.3, estabelece as prescrições fundamen-


tais destinadas a garantir a segurança de pessoas, de animais
domésticos e de bens, contra os perigos e danos que possam
resultar da utilização das instalações elétricas em condições
que possam ser previstas.

Proteção contra choque elétricos


• Proteção contra contatos diretos.
• Proteção contra contatos indiretos.

Proteção contra efeitos térmicos


• Proteção contra riscos de incêndio de materiais inflamáveis
devido a temperaturas elevadas ou arcos elétricos. Além dis-
so, em condições normais, devem oferecer proteção contra
queimaduras às pessoas e aos animais domésticos.

Proteção contra sobrecorrentes


• Proteção contra correntes de sobrecarga.
• Proteção contra correntes de curto-circuito.

Proteção contra sobretensões


• Sobretensões provenientes de descargas atmosféricas.
• Sobretensões em conseqüência de manobras da instalação
ou do sistema elétrico, etc.

Neste capítulo, estudaremos as proteções contra sobrecor-


rentes, choques elétricos e efeitos térmicos, conforme pres-
crições da norma NBR 5410/97, itens 1.3.3; 1.3.1 e 1.32.

97
Terminologias

Sobrecorrentes
São correntes elétricas cujos valores excedem o valor da cor-
rente nominal. As sobrecorrentes são originadas por:
• Solicitação do circuito acima das características do projeto
(sobrecargas);
• Falta elétrica (curto-circuito).

Correntes de sobrecargas
As correntes de sobrecargas são caracterizadas pelos seguin-
tes fatores:
• Provocam, no circuito, correntes superiores à corrente nomi-
nal;
• Solicitações dos equipamentos acima de suas capacidades
nominais;
• Cargas de potência nominal acima dos valores previstos no
projeto.

As sobrecargas são extremamente prejudiciais ao sistema elé-


trico, que provocam a elevação da corrente do circuito a valo-
res que podem chegar até, no máximo, dez vezes a corrente
nominal, produzindo, com isso, efeitos térmicos altamente da-
nosos aos circuitos.

Corrente de curto-circuito
As correntes de curto-circuitos são provenientes de falhas ou
defeitos graves da instalação, tais como, falha ou rompimen-
to da isolação entre:
• fase e terra;
• fase e neutro;
• fases distintas.

E, como conseqüência, produzem correntes extremamente


elevadas, na ordem de 1 000% a 10 000% do valor da corrente
nominal do circuito.

98
Proteção contra sobrecorrentes (disjuntores termomagnéticos)

Os disjuntores são dispositivos que garantem, simultaneamen-


te, a manobra e a proteção contra correntes de sobrecarga e
contra correntes de curto-circuito.

Numa instalação elétrica, residencial, comercial ou industrial,


o importante é garantir as condições ideais de funcionamento
do sistema sob quaisquer condições de operação, protegen-
do os equipamentos e a rede elétrica de acidentes provoca-
dos por alteração de corrente.

Disjuntor temomagnético UNIC Mini disjuntores sistema N

Em resumo, os disjuntos cumprem três funções básicas:


• Abrir e fechar os circuitos (manobra);
• Proteger a fiação, ou mesmo os aparelhos, contra sobrecar-
ga, através do seu dispositivo térmico;
• Proteger a fiação contra curto-circuito, através do seu dispo-
sitivo magnético.

Vantagem do disjuntor
Permite o religamento sem necessidade de substituição de
componentes.

Característica do disjuntor
Caso o defeito na rede persistir no momento do religamento,
o disjuntor desligará novamente, não devendo ser manobra-
do até que se elimine o problema do circuito.

99
Partes componentes dos disjuntores 9 e 10 Pastilhas de contato em mate-
1 Disparador magnético bobina- rial sinterizado (liga de prata). Apresen-
do. O número de espiras é tanto maior tam elevada resistência às altíssima tem-
quanto menor for a corrente nominal, de peratura alcançadas pelo arco elétrico
modo que o limiar de atuação instantâ- (acima de 3000oC), limitando assim a ero-
nea se mantenha na faixa de 5,5 a 8,3 IN são dos contatos.
para os disjuntores até 60A. 11 e 12 Terminais protegidos com
2 Suporte (mecanismo de dispa- aperto elástico para cabos ou barras. Este
ro independente da alavança). Seja por aperto elástico sobre os condutores fle-
curto-circuito sobrecarga, o disparo é efe- xíveis ou rígidos, compensando sua aco-
tuado pela rotação deste suporte, inde- modação, é uma vantagem exclusiva que
pendentemente da atuação da alavanca evita o perigo de afrouxamento da co-
manual, o que garante a abertura dos nexão. É para barras com largura de até
contatos quando for necessária. 12,7mm (1/2”) e cabos de até 50mm2. Sis-
3 e 4 Elevado. O arcoelétrico, depois tema exclusivo que garante a proteção
de originado entre os contatos, é trans- do usuário contra choques elétricos, uma
ferido para os eletrodos superior e infe- vez que não permite o acesso às partes
rior, levando-o diretamente para a câma- vivas, quando o disjuntor é instalado em
ra de extinção, garantindo assim pouco condições normais de utilização, além de
desgaste dos contatos elétricos. proporcionar que os parafusos sejam
5 Cavalete. Elemento de trans- imperdíveis.
missão do movimento de acionamento/ 13 Câmara de extinção com 9 lâ-
desacionamento da tecla para fechamen- minas de ionizantes. As lâminas em ma-
to/abertura dos contatos elétricos, garan- terial magnético são dispostas de modo
tindo pressão adequada entre eles. a atrair o arco para dentro da câmara e
6 Caixa isolante em poliamida extingui-lo rapidamente, seja pela sua
reforçada. A elevada resistência aos su- subdivisão, seja por resfriamento.
perficiais mantém o eficiente isolamen- 14 Plaqueta de reforço magnéti-
to do dispositivo, mesmo após muitas co. Ou simplesmente “sopro-magnético”
atuações em condições críticas. Garante faz com que a força eletromagnética que
também elevada estabilidade dimensio- se desenvolve no arcoelétrico seja mai-
nal, fazendo com que o mecanismo ope- or, contribuindo assim para diminuir o
re com altíssima precisão, além de per- tempo de extinção do arcoelétrico, e ha-
mitir um excelente acabamento externo. vendo, portanto, menos solicitações tér-
7 Mola de regulagem magnéti- micas no mecanismo.
ca. Permite manter constante atuação do 15 Acoplamento interno nos
disparador magnético. bipolares e tripolares. Garante o desliga-
8 Acelerador. Aumenta a veloci- mento simultâneo em todos os pólos.
dade de abertura no início do disparo, 16 Plaqueta de isolação térmica e
evitando-se assim solicitação térmica da- dietétrica. Protege a base e tampa con-
nosa nos contatos elétricos. tra o efeito traking.

100
17 Identificação idelével. Caracterizados, na tecla, a po-
sição liga-desliga e, no corpo, a corrente nominal e classifica-
ção da faixa de atuação do disparo magnético (tipo C – segun-
do IEC 898).
18 Ponta – etiqueta. Permite identificar a correspondên-
cia entre o disjuntor e a instalação protegida.
19 e 20 Dupla fixação. Permite fixar o disjuntor com garras
(fixação Bolt-On) ou através de trilho (fixação DIN).
21 Mola da alavanca de manobra.
22 Elemento de disparo térmico.

Vista interna e componentes do disjuntor termomagnético.

101
1 Elemento de disparo térmico; 6 Mola para engate rápido;
2 Elemento de disparo magnético; 7 Contatos;
3 Câmara de extinção; 8 Terminais;
4 Acionador; 9 Ajuste do elemento térmico;
5 Mecanismo de disparo; 10 Ajuste do elemento magnético.
Vista interna do minidisjuntor 5SX

Atenção: Os disjuntores termomagnéticos (DTM) devem ser


ligados aos condutores fase dos circuitos.

Funcionamento dos disjuntores


O disjuntor mais utilizado para proteção e manobra de circui-
tos de iluminação e tomadas é o tipo quick-lag”, o qual um
disparador ou dispositivo de proteção térmica funciona de
acordo com o princípio do bimetal, cujo princípio baseia-se na
dilatação de duas lâminas de metais diferentes (aço e latão,
por exemplo), portanto com coeficientes de dilatação distin-
tos, desligando o circuito na eventualidade de uma sobrecar-
ga. No caso de ocorrer um curto-circuito, a proteção far-se-á
através de um disparador magnético bobinado.

A figura a seguir mostra a seqüência de manobra e atuação de


um disjuntor termomagnético.

102
A – Contatos abertos: O contato móvel (4) está fulucrado na alavanca de manobra (1); a
mola de disparo (2) está tracionada. A mola transmite ao contato móvel uma força cujo
conjunto em relação ao fulcro tem sentido anti-horário.
B – Aplicando uma força à alavanca de manobra, desloca-se o fulcro; o contato móvel (4) passa
para a posição fechado quando, superando o ponto morto, inverte-se o sentido do conjugado.
C – O disjuntor está fechado: contato móvel (4) e contato fixo (5) tocam-se. A velocidade de
fechamento não depende da velocidade de acionamento da alavanca de comando.

Seqüência de fechamento manual

A – Contato na posição fechada: a alavanca “foice” (3) está bloqueada na alavanca de


engate (6). Ocorrendo uma sobrecarga, o bimetal (7) se curva até agir sobre a parte final da
alavanca de engate.
B – A rotação da alavanca de engate liberta a alavanca “foice” à qual é fixada a mola. O
contato se abre enquanto o conjugado da força, transmitido pela mola ao contato móvel,
muda de sentido em relação ao fulcro.
C – O contato móvel continua seu movimento até a abertura total, enquanto a alavanca de
manobra passa à posição intermediária, indicando a atuação automática do dispositivo.

Atuação técnica

103
A – Contato na posição fechada: a alavanca “foice” (3) está bloqueada na alavanca de
engate (6). Ocorrendo um curto-circuito, o disparador eletromagnético atrai a alavanaca
de engate, liberando a alavanca foice.
B – O contato se abre. Também nesse caso, a alavanca de manobra passa à posição inter-
mediária, indicando a atuação automática do dispositivo.
C – Novo fechamento do dispositivo. Para fechar novamente o disjuntor, deve-se rearmar
o mecanismo, girando a alavanca de manobra até a posição de abertura; reengatada a
alavanca, pode-se de novo proceder ao fechamento.

Atuação magnética

Características dos disjuntores

Número de pólos:
• Monopolares ou unipolares
• Bipolares
• Tripolares

Quanto à tensão de operação:


• Disjuntores de baixa tensão (tensão nominal até 1000V):
disjuntores em caixa moldada e disjuntores abertos.
• Disjuntores de média e alta tensões (acima de 1000V): Vá-
cuo; Ar comprimido; Óleo; Pequeno volume de óleo (PVO) e
SF6 (Hexafluoreto de enxofre).

Em instalações elétricas prediais de baixa tensão, são mais


utilizados os disjuntores termomagnéticos em caixa moldada.

Os materiais utilizados na sua fabricação são poliéster e


poliamida.

104
Proteção contra choques elétricos
e efeitos térmicos

Disjuntores e interruptores diferenciais residuais (DR)

Os disjuntores diferenciais exercem múltiplas funções, pois,


além de realizarem proteção dos condutores contra sobrecor-
rentes, garantem a proteção das pessoas contra choques elé-
tricos e a proteção dos locais contra incêndios, nas condições
descritas pela Norma Brasileira de Instalações Elétricas, a NBR
5410/97. Além disso, esses disjuntores são ideais para contro-
lar o isolamento da instalação, impedindo o desperdício de
energia por fuga excessiva de corrente e assegurando a quali-
dade da instalação.

Os estudos iniciais sobre proteção por interrupção de corren-


te de fuga começaram na década de 1920. Após muitos testes,
foi admitida em 1958, como medida de proteção contra ten-
sões de contato muito altas, conforme determina a norma VDE
010 – Normas de equipamentos de tensão até 1000V. Já nesse
período se reconheceu o alto valor de proteção da interrupção
da corrente de fuga, que aumentou consideravelmente com a
introdução de interruptores de proteção ou disjuntores dife-
renciais com uma corrente nominal de fuga de 30mA a 500mA.
Com isso, não se consegue somente alta proteção em contato
indireto, mas também alta proteção de vidas humanas em
contato direto com partes que conduzem corrente elétrica.

105
Em caso de defeito na isolação, as correntes de fuga passam à
fonte de tensão (figuras 97, 98 e 99). Os disjuntores ou inter-
ruptores diferenciais percebem ou captam a corrente de fuga
e se desligam, quando ultrapassam a corrente nominal de fuga.
Porém, em caso de defeito nas isolações, não somente pode
aparecer uma tensão de contato excessivamente elevada,
como pode ser provocada por um incêndio através de um arco
voltaico, originado pela corrente do circuito à terra.

A interrupção da corrente de fuga baseia-se em princípio de


“vigiar” os circuitos contra essas correntes indesejáveis e al-
tamente prejudiciais às instalações elétricas, ao patrimônio e
principalmente aos usuários.

Nos sistemas TN e TT, a conexão à terra na cabina favorece recirculação da corrente através do
corpo humano, o que torna indispensável a proteção ativa

106
Exemplos de contatos diretos com partes ativas da instalação

Esquema de princípio: proteção suplementar contra contatos diretos com partes ativas da instalação

Correntes de falta

Se uma pessoa tocar as partes ativas de uma instalação, duas


resistência são fundamentais para a determinação da corren-
te de falta à terra, a resistência interna das pessoas (RM) e a
resistência da ligação à terra (Rst).

Em caso de acidente, a situação mais desfavorável consiste


em considerar nula a resistência de ligação à terra. A resistên-
cia do corpo humano à passagem da corrente elétrica depen-
de do caminho percorrido pela corrente. Dois valores podem
ser considerados: a resistência entre as mãos ou entre a mão
e o pé. O valor médio é de 1000ohms. Para uma tensão de
falha de 220VCA, a corrente que circula através do corpo hu-
mano é de 220mA (110mA em 110VCA).

107
Relações fisiológicas

A figura a seguir mostra as zonas tempo/corrente dos efeitos


da corrente alternada, bem como as reações fisiológicas so-
bre as pessoas.

Como podemos observar, a zona 4, que é a situação mais crí-


tica, corresponde aos valores tempo corrente perigosas, po-
dendo provocar fibrilações cardíacas e, por conseqüência, a
morte. A curva de disparo dos dispositivos DR de IDN = 30mA
também pode ser vista na figura. Analisando cuidadosamente
a figura, observa-se que o dispositivo DR dispara em 30ms, ou
seja, muito antes do tempo determinado pela NBR 5410/97.

Portanto, podemos concluir seguramente, que os dispositivos


DR com corrente de falta nominal de IDN = 30mA seguram a
proteção das pessoas, mesmo quando a corrente elétrica flui
através do corpo humano, devido a um contato direto com
partes ativas da instalação.

Zonas tempo/corrente dos efeitos da corrente alternada sobre as pessoas

Prescrições da NBR 5410/97 sobre o uso de DR’s

A NBR 5410/97 estabelece as prescrições mínimas quanto à apli-


cação dos dispositivos DR. Trata-se de um dispositivo de prote-
ção reconhecidamente mais eficaz na proteção contra choques
elétricos, que além de tornar mais seguras e confiáveis as insta-
lações elétricas de Baixa Tensão, constitui-se também uma ga-
rantia da “qualidade da instalação”, devido ao fato de que os
dispositivos DR’s não admitem correntes de fuga ou de falta ex-
cessivas, contribuindo desta forma, para a redução das perdas
por efeito joule, o que contribui para a conservação de energia.

108
A seguir são indicados os itens da NBR 5410/97 que contêm as
prescrições sobre o uso de dispositivos DR:

1 Recomenda-se o uso de dispositivos DR de alta sensibili-


dade (IDN = 30mA), como medida adicional na proteção
contra contatos diretos.

2 Uso de DR’s na proteção contra contatos indiretos em ins-


talações com esquema TN, quando não puder ser cumpri-
da a condição de proteção.

3 No esquema TN, podem ser usados os seguintes disposi-


tivos na proteção contra contatos indiretos:
• dispositivos de proteção a sobrecorrentes;
• dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual
(dispositivo DR).

4 Recomenda-se a utilização de dispositivos DR de alta sen-


sibilidade IDN = 30mA na proteção de circuitos terminais
que sirvam a: (Instalação TN)
• tomada de corrente em cozinhas, lavanderias, locais com
pisos e/ou revestimentos não isolantes (BC3) e áreas ex-
ternas;
• tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas
internas, possam alimentar equipamentos de uso em
áreas externas;
• aparelhos de iluminação instalados em áreas externas.

Proteção de aparelhos individuais sistemas TT e TN

109
Nota: A proteção dos circuitos terminais pode ser realiza-
da individualmente ou por grupos de circuitos.

5 Obrigatoriedade no uso de DR’s na proteção contra conta-


tos indiretos em instalações TN alimentadas por rede pú-
blica em BT, quando não puder ser garantida a integrida-
de do neutro da concessionária. (5.1.3.1.4-g)

6 Uso preferencial de DR”s na proteção contra contatos in-


diretos em instalações com esquema TT. (5.1.3.1.5-b)

7 Obrigatoriedade no uso de DR’s na proteção contra conta-


tos indiretos em instalações alimentadas por rede pública
em BT. (5.1.3.1.4-e)

8 Uso de DR’s na proteção contra contatos indiretos em ins-


talações com esquema IT. (5.1.3.1.6-f)

9 Uso de DR”s com corrente diferencial - residual nominal


de atuação de, no máximo, IDN = 500mA, para proteção
contra incêndios. (5.8.2.2.10-a)

10 Prescrições relativas ao uso de DR’s nos esquemas TN, TT


e IT. (6.3.3.1)

11 Associação entre dispositivos de proteção a corrente dife-


rencial-residual (DR) e dispositivos de proteção contra so-
brecorrentes. (6.3.7.2)

12 Método de ensaio de DR’s em esquemas TT. (7.3.6.1. - C.1.1


Método 1)

13 Método de ensaio de DR’s em esquemas TN. (7.3.6.1. -


C.1.2 Método 2)

14 Utilização de DR’s de alta sensibilidades (IDN ≤ 30mA) na


proteção de circuitos em eletrodutos metálicos embutidos,
no volume 3 e locais contendo banheira ou chuveiro.

110
Utilização de DR’s na proteção de ambientes especiais

15 No volume 3, são admitidas apenas tomadas de corrente,


desde que elas sejam:
• alimentadas individualmente por um transformador de
separação de acordo com 5.1.3.5;
• ou alimentadas em extra-baixa tensão de segurança
(5.1.1.1);
• ou protegidas por um dispositivo da corrente diferenci-
al-residual (dispositivo DR) de alta sensibilidade (IDN ≤
30mA). (9.1.4.3.2).

16 Utilização de DR’s de alta sensibilidade (IDN ≤ 30mA) na


proteção de aquecedores elétricos classe I, no volume I de
locais contendo banheira ou chuveiro. (9.1.4.4.2. - b)

17 Utilização de DR’s de alta sensibilidade na proteção de


aquecedores de água e luminárias classe I, no volume 2
de locais contendo banheira ou chuveiro. (9.1.4.4.3. - b)

18 Utilização de DR’s de alta sensibilidade (IDN ≤ 30mA) na


proteção de circuitos em eletrodutos metálicos embutidos,
no volume 2 de piscinas. (9.24.2.3. - b)

Proteção em ambientes especiais como piscinas

111
Terminologia

Contato direto
É o contato acidental, seja por falha de isolamento, por ruptu-
ra ou remoção indevida de partes isolantes, ou então, por ati-
tude imprudente de uma pessoa com uma parte elétrica nor-
malmente energizada (parte viva).

Contato
É o contato entre uma pessoa e uma parte metálica de uma
instalação ou componente, normalmente sem tensão, mas que
pode ficar energizada por falha de isolamento ou por uma fa-
lha interna.

Corrente de fuga (de uma instalação ou de parte de uma instalação


Corrente que, na ausência de falha, flui para terra ou para ele-
mentos condutores estranhos à instalação.

112
Funcionamento do dispositivo DR

Funcionamento elétrico
As bobinas principais (P) são enroladas sobre o núcleo mag-
nético de modo a determinar, quando atravessadas pela cor-
rente I, dois fluxos magnéticos iguais e opostos, de modo que,
em condições normais de funcionamento, o fluxo resultante
seja nulo.

A bobina secundária (B) é ligada ao relé polarizado.

Se a corrente diferencia-residual (isto é a corrente que flui para


a terra) for superior ao limiar de atuação IDN, a bobina secun-
dária enviará um sinal suficiente para provocar a abertura do
relé polarizado e, portanto, dos contatos principais.

Para verificar as condições de funcionamento do dispositivo


deve-se acionar o botão de prova (T); assim cria-se um
“desequilíbrio” de corrente tal que provoca a atuação do dis-
positivo diferencial e a conseqüente abertura dos contatos
principais.

Princípio de funcionamento elétrico dos disjuntores e interruptores DR

113
Funcionamento mecânico
Em condições normais de funcionamento do circuito, isto é,
com corrente diferencial-residual insuficiente para acionar o
dispositivo DR, o campo magnético produzido pelo ímã per-
manente (M) é suficiente para manter atraída a parte móvel
do núcleo (N), vencedor a reação da mola (G). A alavanca de
desengate intermediário (L) mantém a alavanca (L1) em posi-
ção por meio do dente de engate (D).

Quando no circuito a corrente diferencial-residual supera o


valor IDN, a bobina secundária do transformador diferencial
envia um sinal (tensão U) à bobina (B), que produz um campo
magnético tal que sature o núcleo. Nessas condições, o cam-
po magnético produzido pelo ímã permanente é reduzido e
então a mola (G) determina a abertura da parte móvel (N),
agindo sobre o pino (P) que desloca a alavanca (L). Inicia-se
assim a fase de abertura.

Posição fechada

114
Início do disparo

Posição aberta após o disparo

115
Resumo quanto à utilização dos DR’s

Os interruptores ou disjuntores diferenciais-residuais devem


ser utilizados para proteção:
• das partes metálicas conectadas à terra que se tornem vivas;
• de pessoas ou animais domésticos contra contatos aciden-
tais com partes vivas da instalação elétrica;
• contra perigos de incêndio devido a faltas à terra;
• contra a presença de faltas à terra provocada por aparelhos
eletrodomésticos ou instalações elétricas em más condições
de conservação;
• em locais de grande concentração de umidade, como por
exemplo banheiros, área de serviço, cozinhas e piscinas, o
perigo de eletrocussão é gravíssimo; de fato, a imersão na
água reduz a resistência que usualmente limita a corrente
que atravessa o corpo humano. Portanto, todo cuidado deve
ser tomado com a proteção nestes ambientes. Toda as toma-
das de corrente devem ser instaladas distantes d’água, e de-
vem ser protegidas com um disjuntor ou interruptor diferen-
cial de alta sensibilidade.

Observação: Torneiras elétricas e chuveiros com carcaça me-


tálica e resistência nua apresentam geralmente fugas de cor-
rente muito elevadas, que não permitem que o DR fique liga-
do. Isto significa que esses equipamentos representam um ris-
co a sua segurança e devem ser substituídos por outros com
carcaça plástica ou com resistência blindada.

116
Levantamento de carga

A NBR 5410/97 estabelece critérios para a iluminação interna


em residências e tomadas.

Iluminação interna em residências

A quantidade mínima de pontos de luz deve atender às se-


guintes condições:
• Prever pelo menos um ponto de luz fixo no teto, em cada cô-
modo ou dependência de unidades como residências, hotéis,
motéis e similares, comandado por interruptor na parede;
• As arandelas de banheiros devem estar a uma distância mí-
nima de 60cm do limite do boxe.

As potências mínimas de iluminação devem atender as se-


guintes condições:
• Para área igual ou inferior a 6m2 deve ser prevista uma carga
mínima de 100VA;
• Para área superior a 6m2 deve ser prevista uma carga míni-
ma de 100VA para os primeiros 6m2, acrescer 60 VA para
cada aumento de 4m2 inteiros.

Nota: A NBR 5410/97 não estabeleceu critérios para ilumina-


ção em áreas externas de residências, ficando a decisão por
conta do projetista e do cliente.

Tomadas

Condições para se estabelecer a quantidade mínima de toma-


das de uso geral (TUG’S):
• Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m2
no mínimo uma tomada.
• Cômodos ou dependências com área superior a 6 m2 no mí-

117
nimo uma tomada a cada 5m de perímetro, instaladas ade-
quadamente quando possível.
• Cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavande-
ria e locais similares uma tomada a cada 3,5m de perímetro,
sendo que em balcão com largura igual ou superior a 0,30m,
deve ser prevista pelo menos uma tomada.
• Halls, corredores, subsolos, garagens, sótãos e varandas pelo
menos uma tomada.
• Banheiros pelo menos uma tomada junto ao lavatório com
uma distância mínima de 60cm do limite do boxe.

Condições para se estabelecer a potência mínima de tomadas


de uso geral (TUG’S):
• Cozinha, copas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de servi-
ço, banheiros e locais semelhantes, atribuir no mínimo de
600VA por tomada, até as três primeiras e 100VA para as
excedentes.
• Demais cômodos ou dependências, atribuir 100VA por to-
mada.

Condições para se estabelecer a quantidade de potência de


tomadas de uso específico (TUG’S):
• A quantidade de TUE’S e estabelecida de acordo com o nú-
mero de aparelhos de utilização, com corrente nominal su-
perior a 10A.
• Atribuir a potência nominal do equipamento a ser alimen-
tado.

A divisão da instalação em circuitos terminais tem os seguin-


tes objetivos:
• Limitar as conseqüências de uma falta, a qual provocará ape-
nas o desligamento do circuito defeituoso;
• Facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção;
• Evitar os perigos que possam resultar da falha de um circui-
to único, como no caso de iluminação;
• Os circuitos terminais devem ser individualizados pela fun-
ção dos equipamentos de utilização que alimentam. Em par-
ticular, devem ser previstos circuitos terminais distintos para
iluminação e tomadas;
• Devem ser previstos circuitos individuais para TUG’S da co-
zinha, copa-cozinha e área de serviço;

118
• Para cada circuito de TUE’S deve ser previsto circuito ex-
clusivo;
• Limitar a 10A (1200VA em 127V ou 2200VA em 220V) a carga
máxima dos circuitos, exceto os circuitos, exceto os circuitos
de TUE’S;
• As cargas devem ser distribuídas entre as fases de modo a
obter-se o maior equilíbrio possível;
• No mínimo um condutor de proteção (PE/TERRA) por eletro-
duto;
• Todo o circuito deve ter seu condutor neutro exclusivo.

Tabelas de dimensionamento

119
120
121
122
NR-10 Instalações e serviços
em eletricidade

10.1 ............ Esta Norma Regulamentadora (NR) fixa as condições


mínimas exigíveis para garantir a segurança dos em-
pregados que trabalham em instalações elétricas, em
suas diversas etapas, incluindo projeto, execução,
operação, manutenção, reforma e ampliação e, ainda,
a segurança de usuários e terceiros.
10.1.1 ......... As prescrições aqui estabelecidas abrangem todos os
que trabalham em eletricidade, em qualquer das fa-
ses de geração, transmissão, distribuição e consumo
de energia elétrica.
10.1.2 ......... Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser
observadas no projeto, execução, operação, manuten-
ção, reforma e ampliação, as normas técnicas oficiais
estabelecidas pelos órgãos competentes e, na falta
destas, as normas internacionais vigentes.

10.2 ............ Instalações.


10.2.1 ......... Proteção contra o risco de contato.
10.2.1.1 ...... Todas as partes das instalações elétricas devem ser
projetadas e executadas de modo que seja possível
prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elé-
trico e todos os outros tipos de acidentes.
10.2.1.2 ...... As partes de instalações elétricas a serem operadas,
ajustadas ou examinadas, devem ser dispostas de
modo a permitir um espaço suficiente para trabalho
seguro.
10.2.1.3 ...... As partes das instalações elétricas, não cobertas por
material isolante, na impossibilidade de se conserva-
rem distâncias que evitem contatos casuais, devem
ser isoladas por obstáculos que ofereçam, de forma
segura, resistência a esforços mecânicos usuais.
10.2.1.4 ...... Toda instalação ou peça condutora que não faça par-
te dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente,

123
possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que
esteja em local acessível a contatos.
10.2.1.5 ...... O aterramento das instalações elétricas deve ser exe-
cutado, obedecido o disposto no subitem 10.1.2.
10.2.1.6 ...... As instalações elétricas, quando a natureza do risco
exigir e sempre que tecnicamente possível, devem ser
providas de proteção complementar, através de con-
trole a distância, manual e/ou automático.
10.2.1.7 ...... As instalações elétricas que estejam em contato dire-
to ou indireto com a água e que possam permitir fuga
de corrente devem ser projetadas e executadas, con-
siderando-se as prescrições previstas no subitem
10.1.2, em especial quanto à blindagem, estanqueida-
de, isolamento e aterramento.
10.2.2 ......... Proteção contra risco de incêndio e explosão.
10.2.2.1 ...... Todas as partes das instalações elétricas devem ser
projetadas, executadas e conservadas de acordo com
as prescrições do subitem 10.1.2, para prevenir os ris-
cos de incêndio e explosão.
10.2.2.2 ...... As instalações elétricas sujeitas a maior risco de in-
cêndio e explosão devem ser projetadas e executadas
com dispositivos automáticos de proteção contra
sobrecorrente e sobretensão, além de outras comple-
mentares, de acordo com as prescrições previstas no
subitem 10.1.2.
10.2.2.3 ...... Os ambientes das instalações elétricas, que contenham
risco de incêndio, devem ter proteção contra fogo, de
acordo com as normas técnicas vigentes no País.
10.2.2.4 ...... As partes das instalações elétricas sujeitas à acumu-
lação de eletricidade estática devem ser aterradas,
seguindo-se as prescrições previstas no subitem
10.1.2.
10.2.3 ......... Componentes das instalações.
10.2.3.1 ...... Os transformadores e capacitores devem ser instala-
dos, consideradas as recomendações do fabricante e
normas específicas, no que se refere à localização, dis-
tância de isolamento e condições de operação, res-
peitando-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2,
em especial, e as prescrições dos subitens 10.2.1.3 e
10.2.1.4.

124
10.2.3.2 ...... Os transformadores e capacitores, localizados no in-
terior de edificações destinadas a trabalho, deverão
ser instalados em locais bem ventilados, construídos
de materiais incombustíveis e providos de portas cor-
ta-fogo, de fechamento automático.
10.2.3.3 ...... Os postos de proteção, transformação e medição de
energia elétrica devem obedecer às prescrições conti-
das no subitem 10.1.2 e, em especial, aquelas referen-
tes a espaço de trabalho, iluminação e isolamento de
ferramentas.
10.2.3.4 ...... Os dispositivos de desligamento e manobra de circui-
tos elétricos devem ser projetados e instalados, con-
siderando-se as prescrições previstas no subitem
10.1.2 e, em especial, as prescrições referentes à loca-
lização, sinalização, comando e identificação.
10.2.3.5 ...... Todas as edificações devem ser protegidas contra
descargas elétricas atmosféricas, segundo as prescri-
ções do subitem 10.1.2 e, em especial, as prescrições
referentes à localização, condições de ligação à terra
e zona de atuação dos pára-raios.
10.2.3.6 ...... Os condutores e suas conexões, condutos e suportes
devem ser projetados e instalados, considerando-se
as prescrições previstas no subitem 10.1.2 e, em es-
pecial, as prescrições referentes a isolamento,
dimensionamento, identificação e aterramento.
10.2.3.7 ...... Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais
como telefonia, sinalização, controle e tração elétrica,
devem ser instalados, observando-se os cuidados es-
peciais quanto à sua separação física e identificação.
10.2.3.8 ...... Os Quadros de Distribuição e Painéis de Controle de-
vem ser projetados, instalados, mantidos e operados,
considerando-se as prescrições previstas nos subitens
10.1.2 e 10.3.2.4 e, em especial, as prescrições refe-
rentes à localização, iluminação, visibilidade, identifi-
cação dos circuitos e aterramento.
10.2.3.9 ...... As baterias fixas de acumuladores devem ser instala-
das em locais ou compartimentos providos de piso
de material resistente a ácidos e dotados de meios
que permitam a exaustão dos gases.
10.2.3.9.1 ... Os locais ou compartimentos referidos no subitem

125
10.2.3.9 devem estar situados à parte do restante das
instalações.
10.2.3.9.2 ... A instalação elétrica dos locais ou compartimentos
referidos no subitem 10.2.3.9.1 devem obedecer às
prescrições previstas no subitem 10.1.2.
10.2.4 ......... Equipamentos de utilização da energia elétrica.
10.2.4.1 ...... As instalações elétricas, destinadas à utilização de ele-
trodomésticos, em locais de trabalho e de ferramen-
tas elétricas portáteis, devem atender às prescrições
dos subitens 10.2.1.4 e 10.2.1.7 e, ainda, quanto à to-
mada de corrente, extensões de circuito, interrupto-
res de correntes, especificação e qualidade dos con-
dutores devem obedecer às prescrições previstas no
subitem 10.1.2.
10.2.4.1.1 ... É proibida a ligação simultânea de mais de um apare-
lho à mesma tomada de corrente, com o emprego de
acessórios que aumentem o número de saídas, salvo
se a instalação for projetada com essa finalidade.
10.2.4.2 ...... As máquinas elétricas girantes devem ser instaladas,
obedecidas as recomendações do fabricante, as nor-
mas específicas no que se refere à localização e con-
dições de operação e, em especial, as prescrições pre-
vistas nos subitens 10.2.1.3 e 10.2.1.4.
10.2.4.3 ...... Todo motor elétrico deve possuir dispositivo que o des-
ligue automaticamente toda vez que, por funcionamen-
to irregular, represente risco iminente de acidente.
10.2.4.4 ...... Os equipamentos de iluminação devem ser especifi-
cados e mantidos durante sua vida útil, de forma a
garantir os níveis de iluminamento contidos na Nor-
ma Regulamentadora - NR 15 e posicionados de for-
ma a garantir condições seguras de manutenção.
10.2.4.5 ...... Os equipamentos de iluminação devem ser de tipo
adequado ao ambiente em que serão instalados e
possuir proteção externa adequada.
10.2.4.6 ...... As lâmpadas elétricas portáteis serão utilizadas uni-
camente onde não possa ser conseguida uma ilumi-
nação direta dentro dos níveis de iluminamento pre-
vistos na NR 15.
10.2.4.7 ...... Os aparelhos portáteis de iluminação devem ser
construídos e utilizados de acordo com o subitem 10.1.2.
10.2.4.8 ...... As tomadas de correntes para instalação no piso de-
vem possuir caixa protetora que impossibilite a entra-

126
da de água ou de objetos estranhos, estando ou não o
pino inserido na tomada.

10.3 ............ Serviços.


10.3.1 ......... Proteção do trabalhador.
10.3.1.1 ...... No desenvolvimento de serviços em instalações elétri-
cas devem ser previstos Sistemas de Proteção Coletiva
– SPC através de isolamento físico de áreas, sinaliza-
ção, aterramento provisório e outros similares, nos tre-
chos onde os serviços estão sendo desenvolvidos.
10.3.1.1.1 ... Quando, no desenvolvimento dos serviços, os siste-
mas de proteção coletiva forem insuficientes para o
controle de todos os riscos de acidentes pessoais,
devem ser utilizados Equipamentos de Proteção Cole-
tiva – EPC e Equipamentos de Proteção Individual –
EPI, tais como varas de manobra, escadas, detectores
de tensão, cintos de segurança, capacetes e luvas, ob-
servadas as prescrições previstas no subitem 10.1.2.
10.3.1.2 ...... As ferramentas manuais utilizadas nos serviços em
instalações elétricas devem ser eletricamente isoladas,
merecendo especiais cuidados as ferramentas e ou-
tros equipamentos destinados a serviços em instala-
ções elétricas sob tensão.
10.3.1.3 ...... Todo equipamento elétrico, tais como motores, trans-
formadores, capacitores, devem conter, nas suas
especificações, o seu espectro sonoro em faixas de
oitava freqüência, para controle do seu nível de pres-
são sonora.
10.3.2 ......... Procedimentos.
10.3.2.1 ...... Durante a construção ou reparo de instalações elétri-
cas ou obras de construção civil, próximas de instala-
ções sob tensão, devem ser tomados cuidados espe-
ciais quanto ao risco de contatos eventuais e de
indução elétrica.
10.3.2.2 ...... Quando forem necessários serviços de manutenção
em instalações elétricas sob tensão, estes deverão ser
planejados e programados, determinando-se todas as
operações que envolvam riscos de acidente, para que
possam ser estabelecidas as medidas preventivas ne-
cessárias.
10.3.2.3 ...... Toda ocorrência, não programada, em instalações elé-
tricas sob tensão deve ser comunicada ao responsá-

127
vel por essas instalações, para que sejam tomadas as
medidas cabíveis.
10.3.2.4 ...... É proibido acesso e permanência de pessoas não au-
torizadas em ambientes próximos a partes das insta-
lações elétricas que ofereçam riscos de danos às pes-
soas e às próprias instalações.
10.3.2.5 ...... Os serviços de manutenção ou reparo em partes de
instalações elétricas que não estejam sob tensão só
podem ser realizados quando as mesmas estiverem
liberadas.
10.3.2.5.1 ... Entende-se por instalação elétrica liberada para es-
tes serviços aquela cuja ausência de tensão pode ser
constatada com dispositivos específicos para esta fi-
nalidade.
10.3.2.5.2 ... Para garantir a ausência de tensão no circuito elétri-
co, durante todo o tempo necessário para o desenvol-
vimento destes serviços, os dispositivos de comando
devem estar sinalizados e bloqueados, bem como o
circuito elétrico aterrado, considerando-se as prescri-
ções previstas no subitem 10.3.1.1.
10.3.2.6 ...... Os serviços de manutenção e/ou reparos em partes
de instalações elétricas, sob tensão, só podem ser
executados por profissionais qualificados, devidamen-
te treinados, em cursos especializados, com emprego
de ferramentas e equipamentos especiais, atendidos
os requisitos tecnológicos e as prescrições previstas
no subitem 10.1.2.
10.3.2.7 ...... As instalações elétricas devem ser inspecionadas por
profissionais qualificados, designados pelo responsá-
vel pelas instalações elétricas nas fases de execução,
operação, manutenção, reforma e ampliação.
10.3.2.7.1 ... Deve ser fornecido um laudo técnico ao final de traba-
lhos de execução, reforma ou ampliação de instala-
ções elétricas, elaborado por profissional devidamen-
te qualificado e que deverá ser apresentado, pela em-
presa, sempre que solicitado pelas autoridades com-
petentes.
10.3.2.8 ...... Nas partes das instalações elétricas sob tensão, sujei-
tas a risco de contato durante os trabalhos de repara-
ção, ou sempre que for julgado necessário à seguran-
ça, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições

128
de advertência, bandeirolas e demais meios de sinali-
zação que chamem a atenção quanto ao risco.
10.3.2.8.1 ... Quando os dispositivos de interrupção ou de coman-
do não puderem ser manobrados, por questão de se-
gurança, principalmente em casos de manutenção,
devem ser cobertos por uma placa indicando a proibi-
ção, com letreiro visível a olho nu, a uma distância
mínima de 5 (cinco) metros e uma etiqueta indicando
o nome da pessoa encarregada de recolocação, em
uso normal, do referido dispositivo.
10.3.2.9 ...... Os espaços dos locais de trabalho situados nas vizi-
nhanças de partes elétricas expostas não devem ser
utilizados como passagem.
10.3.2.10 .... É proibido guardar objetos estranhos à instalação pró-
ximo das partes condutoras da mesma.
10.3.2.11 .... Medidas especiais de segurança devem ser tomadas
nos serviços em circuitos próximos a outros circuitos
com tensões diferentes.
10.3.2.12 .... Quando da realização de serviços em locais úmidos
ou encharcados, bem como quando o piso oferecer
condições propícias para condução de corrente elétri-
ca, devem ser utilizados cordões elétricos alimenta-
dos por transformador de segurança ou por tensão
elétrica não superior a 24 volts.
10.3.3 ......... Situações de emergência.
10.3.3.1 ...... Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar
ou reparar instalações elétricas, deve estar apto a pres-
tar primeiros socorros a acidentados, especialmente
através das técnicas de reanimação cardiorrespiratória.
10.3.3.2 ...... Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar
ou reparar instalações elétricas, deve estar apto a
manusear e operar equipamentos de combate a in-
cêndios utilizados nessas instalações.

10.4 ............ Pessoal.


10.4.1 ......... Autorização para trabalhos em instalações elétricas.
10.4.1.1 ...... Estão autorizados a instalar, operar, inspecionar ou
reparar instalações elétricas, somente os profissionais
qualificados que estiverem instruídos quanto às pre-
cauções relativas ao seu trabalho e apresentarem es-
tado de saúde compatível com as atividades desen-
volvidas no mesmo.

129
10.4.1.1.1 ... Cabe ao Serviço Especializado em Engenharia de Se-
gurança e Medicina do Trabalho – SESMT o estabele-
cimento e avaliação dos procedimentos a serem
adotados pela empresa visando à autorização dos
empregados para trabalhos em instalações elétricas,
conforme o previsto no subitem 10.4.1.1.
10.4.1.2 ...... São considerados profissionais qualificados aqueles
que comprovem, perante o empregador, uma das se-
guintes condições:
a) capacitação, através de curso específico do siste-
ma oficial de ensino;
b) capacitação através de curso especializado minis-
trado por centros de treinamento e reconhecido pelo
sistema oficial de ensino;
c) capacitação através de treinamento na empresa,
conduzido por profissional autorizado.
10.4.1.3 ...... Das instruções relativas às precauções do trabalho,
prescritas no subitem 10.4.1.1., devem constar orien-
tação quanto à identificação e controle dos riscos e
quanto aos primeiros socorros a serem prestados em
casos de acidentes do trabalho.
10.4.1.4 ...... Todo profissional qualificado, autorizado a trabalhar
em instalações elétricas, deve ter esta condição ano-
tada no seu registro do empregado.
10.4.2 ......... Responsabilidade.
10.4.2.1 ...... Todo responsável pelas instalações elétricas e os pro-
fissionais qualificados e autorizados a trabalhar em
instalações elétricas devem zelar pelo cumprimento
desta Norma Regulamentadora.

130
Quadro de distribuição

Tipos de quadros de distribuição quanto à tensão de alimen-


tação:

• Quadro de distribuição monofásico;

131
• Quadro de distribuição bifásico;

• Quadro de distribuição trifásico.

132
Como podemos observar, nos quadros de distribuição são ins-
talados os dispositivos de proteção, que são disjuntores
termomagnéticos (DTM) ou disjuntores diferenciais residuais
(DR), conforme mostra as figuras a seguir.

Tipos de disjuntores termomagnético UNIC

Tipos de disjuntores diferenciais residuais

133
Circuitos terminais

Os circuitos terminais partem do quadro de distribuição e ali-


mentam diretamente lâmpadas, tomadas de uso geral (TUG’s)
e tomadas de uso específico (TUE’s).

Circuito de iluminação (monofásico)

Circuito de tomada de uso geral (TUG’s) (monofásico)

Circuito de tomada de uso específico (TUE’) - 127V

134
Circuito de tomada de uso específico (TUE) - 220V

Circuitos terminais de uma instalação residencial

135
Quadro de distribuição de cargas

Para facilitar a obtenção de informações relativas às cargas


dos circuitos terminais de uma instalação elétrica, elabora-se
um “Quadro de distribuição de cargas”, o qual sintetizará to-
dos os dados, tais como:
• Número e tipo de circuito;
• Tensão;
• Potência nominal;
• Correntes: de projeto e corrigida;
• Dimensionamento: dos condutores e das proteções; e
• Distribuição das cargas por fase.

136
Quadro – Distribuição de cargas - QL-1

137
Representação de esquemas
multifilares ou unifilares dos quadros
terminais e de distribuição

Após a divisão da instalação em circuitos terminais e comple-


tado(s) “Quadro(s) de distribuição de cargas”, elaboram-se os
desenhos esquemáticos, os quais podem ser representados
de duas formas: Esquema multifilar ou Esquema unifilar.

Figura 35 – Diagrama multifilar correspondente ao quadro de distribuição de cargas do item anterior

138
Figura 36 – Esquema unifilar correspondente ao quadro de distribuição de cargas do item anterior.

139
Emendas ou conexões em
instalações elétricas

Nas instalações elétricas em geral, as emendas ou conexões


são, na maioria das vezes, inevitáveis. A sua execução pode
trazer tanto problemas elétricos como mecânicos, por isso,
sempre que possível, devemos evitá-las.

Outro agravante na execução das emendas é a perda em tor-


no de 20% da força de tração e de 20% da capacidade de con-
dução de corrente elétrica.

Por isso, para eliminar os problemas com as emendas ou co-


nexões é necessário executá-las obedecendo a certos critéri-
os, que permitam a passagem da corrente elétrica sem perdas
de energia (perdas por efeito joule) e evitando também, pro-
blemas inerentes à elevada densidade de corrente.

Emendas de condutores em prolongamento

Essa operação consiste em unir condutores, para prolongar


linhas. A sua utilização é recomendada em instalações de li-
nha aberta como mostra a figura a seguir.

Processo de execução de emenda em linha aberta ou externa

1 Remova o isolante, aproximadamente 50 vezes o diâme-


tro (d) do condutor.

140
2 Para remover o isolante proceda como mostra a figura a
seguir.

3 Cruze as pontas, formando um ângulo de 90o a 120o, apro-


ximadamente.

Observações:
• Caso você use o canivete, use-o de forma inclinada para
não danificar o condutor;
• Com o alicate descascador: faça o ajuste necessário para
não danificar o condutor.

Atenção: Cuidado para não se ferir com o canivete.

141
Diâmetro nominal de condutores rígidos e flexíveis (d)

4 Segure os condutores com o alicate e inicie as primeiras


voltas com os dedos.

5 Finalize a primeira parte da emenda com auxílio de outro


alicate.

142
6 Inicie a segunda parte da emenda, segurando a primeira
parte com o alicate.

7 Dê o aperto final com auxílio de dois alicates.

O aspecto final da emenda pode ser visto a seguir.

143
Emenda de condutores em prolongamento dentro de caixas
de derivação ou de passagem

Emenda entre condutores rígidos


Veja a seguir, a seqüência de execução desse tipo de emenda:

1 Remova a isolação, aproximadamente 30 vezes o diâme-


tro (d) do condutor. Em seguida coloque-os um ao lado
do outro.

2 Cruze os condutores, segurando-os com um alicate, fazen-


do com que formem um ângulo de 90o a 120o aproximada-
mente.

3 Continue segurando os condutores com auxílio de um ali-


cate, e inicie as primeiras voltas (espirais) com os dedos.

144
4 Termine a emenda com auxílio de outro alicate.

5 Aspecto final da emenda.

6 O travamento da emenda é dispensável, no entanto pode


ser feito na impossibilidade da soldagem.

145
Emenda entre condutor rígido e flexível
Os passos a seguir indicam a seqüência de execução desse
tipo de emenda:

1 Remova a isolação de ambos os condutores conforme a


figura a seguirl.

2 Cruze os condutores, fazendo com que formem um ângu-


lo de 90o entre si, e que o condutor flexível fique afastado
20d da isolação do condutor rígido.

3 Inicie a emenda pelo condutor flexível fazendo as espiras


até completá-las.

146
4 Com auxílio de um alicate universal, dobre o condutor rí-
gido sobre o flexível.

5 Dobre o condutor rígido como mostra a figura a seguir.

6 Segure o condutor rígido pelo olhal, com auxílio de um


alicate de pressão, fazendo as espiras conforme indicado
na figura a seguir, até a conclusão da emenda.

147
7 Aspecto final da emenda.

Emenda entre condutores flexíveis


As figuras a seguir, indicam a seqüência de execução desse
tipo de emenda.

148
Emendas de condutores em derivação

Esse tipo de emenda tem como objetivo unir o extremo de um


condutor (RAMAL) numa região intermediária (REDE), para
tomar uma alimentação elétrica.

Emenda entre condutores rígidos – derivação simples


As figuras a seguir, apresentam a seqüência de execução des-
se tipo de emenda.

Observação: Deve-se sempre fazer o arremate final da emen-


da com auxílio de dois alicates.

149
Emenda entre condutores rígidos – derivação com trava

150
151
Emenda de um condutor rígido com um flexível

152
Emenda de um condutor flexível com um rígido

153
Recomendações sobre emenda ou conexões:
• Remover a isolação do condutor, de tal forma que seja o su-
ficiente para que, no ato de emendá-los, não ocorra falta e
nem sobra;
• Após remover a isolação, o condutor de cobre deve estar com-
pletamente limpo, isto é, isento de pó, partículas de massa
de reboco, tintas, substâncias oleosas, etc.

Observação: Caso o condutor de cobre possua uma película


ou isolante de verniz, remova-o com auxílio de uma lixa fina.

• As emendas ou conexões devem ser realizada de modo que


a pressão de contato independa do material isolante, ou seja
devem ser bem apertadas, proporcionando ótima resistên-
cia mecânica e ótimo contato elétrico.

154
Olhal

Quando se deseja conectar condutores rígidos e flexíveis dire-


tamente aos bornes de elementos, tais como interruptores,
tomadas, receptáculos, dispositivos de proteção e controle,
barramentos de quadros de luz ou quadros de distribuição e
outros, executa-se essa operação por meio de olhal.

Onde:
l = comprimento da circunferência do
olhal, em mm
Rp = raio do parafuso, em mm
dc = diâmetro do condutor, em mm
␲ = 3,14…

155
Observações:
• O olhal deve ser colocado como indica a figura acima, com a
finalidade de que não se abra ao apertar o parafuso;
• Caso o parafuso seja do tipo não removível ou imperdível,
deve-se elaborar um olhal semifechado de maneira que per-
mita colocá-lo debaixo da cabeça, dando a seguir, o fecha-
mento final do olhal com auxílio de um alicate de bico;
• A fixação de condutores flexíveis a elementos deve ser feita
por meio de terminais apropriados. Na impossibilidade de
se usar terminais, deve-se estanhar o condutor para manter
os fios unidos no momento do aperto do parafuso.

156
Isolação

Consiste em cobrir superfícies de emendas ou conexões ex-


postas, utilizando-se dos materiais isolantes. Essa operação é
executada para restabelecer as condições de isolação dos con-
dutores elétricos.

Isolar com fita isolante

1 Prenda a ponta da fita isolante à isolação do condutor.

2 Inicie a primeira camada enrolando a fita isolante sobre a


emenda, de modo que cada volta cubra metade da volta
anterior.

157
3 Sem cortar a fita, retorne até completar a segunda camada.

4 Aspecto final da isolação com fita isolante.

Atenção: Ao aplicar a fita isolante, certifique-se de que a su-


perfície da emenda ou conexão, a isolação do condutor, bem
com as mãos, estejam perfeitamente limpas.

Observações:
• Uma boa isolação deve conter no mínimo duas camadas de
fita isolante de boa quantidade;
• Deve ser alongada tanto quanto necessário, para permitir uma
boa conformidade;
• Ao término da isolação, evite esticá-la e corte-a com auxílio de
uma lâmina (canivete ou estilete), a fim de evitar o deslizamento
(descolamento da extremidade da fita isolante).

158
Isolar com isolante tubular termocontrátil

1 Introduza o isolante tubular termocontrátil na emenda ou


conexão.

2 Aplicar calor acima de 115oC, até que ocorra a contração


do isolante termocontrátil.

3 Aspecto final da isolação.

159
Isolar com isolante líquido

1 Aplique o isolante líquido com o pincel até formar uma


camada de pelo menos 1mm.

2 Aspecto final da isolação com isolante líquido.

160
Tarefas

161
162
quadro de distribuição

ponto de iluminação

tomada baixa monofásica

interruptor 1 seção

interruptor 2 seção

interruptor paralelo

interruptor intermediário

interruptor bipolar simples

interruptor bipolar paralelo

interruptor dimmer

interruptor automático de presença

caixa de passagem

interruptor minuteria

interruptor campainha/pulsador

cigarra

163
Fluxograma de manutenção Tarefa 1

164
165
Fluxograma de manutenção Tarefa 2

166
167
Fluxograma de manutenção Tarefa 3

168
169
Fluxograma de manutenção Tarefa 4

170
171
Fluxograma de manutenção Tarefa 5

172
173
Fluxograma de manutenção Tarefa 6

174
175
Fluxograma de manutenção Tarefa 7

176
177
Fluxograma de manutenção Tarefa 8

178
179
Fluxograma de manutenção Tarefa 9

180
181
Fluxograma de manutenção Tarefa 10

182
183
Bibliografia

CAVALIN, Geraldo e CERVELIN, Severino. Instalações elétri-


cas prediais. 9ª ed., São Paulo, Érica, 2003.

SENAI-SP-DRD. Eletricista predial – Eletrotécnica. São Paulo,


1999.

SENAI-SP-DRD. Eletricista predial – Tarefas. São Paulo, 1999.

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