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Geração mais
Transformação
igual a Conservação
de Energia
Ezequiel Burkarter1, Juliana Loch2, Marina de Lurdes Machado3
1Colégio Estadual Milton Carneiro - Curitiba - PR
2Colégio Estadual do Paraná - Curitiba - PR
3Instituto de Educação do Paraná Prof. Erasmo Pilotto - Curitiba - PR
Você já andou de bicicleta?
E já instalou um farol na sua bicicleta?
Você sabe por que a lâmpada acende quando você pedala?
Como começou...
• A utilização da força das águas substituiu a força muscular e a força dos ventos
em torno do século III a.C., e hoje ainda é de grande importância.
• O surgimento da roda d’água horizontal (Nora) possibilitou o uso da energia
hidráulica, a qual foi indispensável para a revolução industrial juntamente com o
surgimento da máquina a vapor, viabilizando a construção de indústrias em locais
com inexistência de queda de água.
• Atualmente, ao invés do uso das máquinas a vapor, as indústrias e a própria
população têm utilizado a energia elétrica em suas atividades.
• Devido às condições atuais, já não conseguimos pensar num mundo sem a
eletricidade, contudo, todos os avanços tecnológicos e o aumento da população
têm desencadeado um significativo aumento no consumo de energia.
• Por incrível que pareça, algumas das tentativas de se amenizar o problema da falta de energia,
do ponto de vista físico, se parece muito com a situação do nosso dínamo.
• No começo do século XIX, a investigação do italiano Alessandro Volta (1745-1827) deu
origem à pilha eletroquímica, que consistia de discos de cobre e discos de zinco empilhados
um sobre o outro e separados entre si por um disco de pano embebido em solução ácida.
• Os discos externos eram ligados por fios condutores, que são os terminais da pilha.
• Esse invento recebeu o nome de “pilha de volta” ou pilha elétrica, pois viabilizou a
transformação de energia química em elétrica.
• Volta descreveu o seu trabalho como sendo a “(...) montagem de um certo número de
bons condutores de diferentes tipos...
• São necessárias 30, 40, 60 ou mais peças (discos) de cobre ou... De prata”. (Rocha,
2002, 207)
• Como se vê, pela descrição anterior, a pilha de Volta não oferece tanta praticidade
quanto às pilhas encapsuladas que temos hoje, contudo, esse invento representa
um marco, pois é a primeira fonte de eletricidade construída pelo homem.
• No começo do século XIX, Alessandro Volta inventou a pilha eletroquímica,
iniciando assim a unificação entre os fenômenos químicos e elétricos, e a
unificação entre o magnetismo e a eletricidade foi iniciada por Hans Christian
Oersted, mostrando a deflexão de uma bússola pela corrente elétrica.
• Logo em seguida, a ação magnética de uma corrente sobre outra foi percebida por
André Marie Ampère.
• Foi, contudo, Michael Faraday quem ampliou a unificação da eletricidade com o
magnetismo, ao descobrir a indução eletromagnética, ou seja, que o movimento de
um ímã pode gerar corrente num circuito condutor (...). (MENEZES, 2005, p. 20-
21)
Usina Hidroelétrica
• Você pode estar pensando o que isso tudo tem a ver com a produção de energia
elétrica.
• Pois saiba que esses estudos e a ampliação da unificação proporcionada por
Michael Faraday (1791-1867) permitiram a construção, em torno de cinqüenta
anos mais tarde, de geradores que são responsáveis pela produção de grandes
quantidades de energia elétrica.
• Essa energia pode ser obtida através de quedas de água nas usinas hidroelétricas,
da queima de carvão nas usinas termoelétricas, dentre outras formas.
• Vamos pensar um pouco no funcionamento de uma usina hidroelétrica.
• Inicialmente, é preciso um rio com grande capacidade e fluxo de água corrente e
quedas d’ água.
• Você já observou que não temos hidroelétricas em regiões de planície, como, por
exemplo, a região do rio Amazonas.
• Pois é, em um rio de planície, a água pode correr para qualquer lugar.
• Dizemos então que esse movimento é caótico.
• É o que achamos que acontece com os elétrons livres em um metal.
• Por isso, os rios mais adequados à construção de usinas localizam-se em regiões
de planalto onde existem as maiores quedas de água.
Como ordenar o movimento da água em um rio utilizando-a para
produção de energia?
• Com alguns materiais fáceis de serem encontrados, você poderá refazer a experiência de
Orsted: pilha, uma bússola, uma lâmpada (do tipo utilizado em pinheiro de natal), uma
chave liga-desliga (se não encontrar, improvise com o próprio fio de ligação) e fios para
ligação.
• Monte o circuito conforme o esquema ao lado.
• 1. Ao fechar o circuito, a lâmpada se acende devido a passagem de uma corrente elétrica.
• O que acontece com a agulha da bússola?
• 2. E se inverter o sentido da corrente elétrica? O que acontece com a agulha
• agora?
• 3. Mantenha a agulha da bússola paralela ao fio. Repita os itens 1 e 2. E
• agora, o que aconteceu?
• Nesta época, influenciados pelas idéias da mecânica de Isaac Newton (1642-
1727), os fenômenos físicos eram explicados por meio de forças.
• A observação do fenômeno da indução mostrava que, quando o circuito era
fechado, a agulha se movimentava até ficar perpendicular ao fio.
• Por outro lado, o mesmo acontecia quando o circuito era fechado, mas o sentido
da corrente elétrica era invertido.
• Nesse caso, o sentido do movimento da agulha se invertia.
• Por isso, Oersted considerou que uma força perpendicular ao fio surgia enquanto
existia corrente elétrica passando por ele.
• Por que o pólo magnético da agulha tendia a girar em torno do fio condutor?
• O que tinha em comum a eletricidade e o magnetismo?
• O que ainda não estava entendido?
• Para realizar o seu experimento Faraday, enrolou fios em dois lados de um núcleo
de ferro doce.
• Em um fio ele ligou uma bateria e, no outro, um galvanômetro, que é um aparelho
usado para detectar e medir correntes elétricas.
• Motivado por outras experiências por ele realizadas e por estudos de outros
cientistas, entre os quais o francês André- Marie Ampére (1775-1836), Faraday
acreditava que a passagem de corrente no fio ligado à bateria induziria uma
corrente que seria detectada no galvanômetro.
• O texto colocado na seqüência, traduzido por Dias (2004), apresenta a descrição
de como Faraday construiu o seu aparato experimental
• Foi feito um anel de ferro [ferro doce] circular, com 7/8 de polegada de espessura e 6 polegadas de
diâmetro externo.
• Várias espiras de fio de cobre foram enroladas ao redor de uma metade do anel, as espiras sendo
separadas por barbante e algodão – existiam três extensões de fio, cada um com aproximadamente
24 pés de comprimento e eles poderiam ser ligados como uma só extensão ou usados como
pedaços separados, cada um isolado do outro.
• Chamarei esse lado do anel de A.
• No outro lado, mas separado por um intervalo, foram enrolados fios em dois pedaços juntos,
contabilizando aproximadamente 60 pés em comprimento, a direção sendo como uma das
primeiras espiras; este lado chamarei B. (FARADAY. Citado por DIAS, 2004, p.44)
• O esquema ao lado representa o aparato experimental utilizado por Faraday.
• Contrariamente ao que ele esperava, Faraday observou que só aparecia algum
efeito no galvanômetro (lado B) quando se abria ou se fechava a chave do circuito
(lado A).
• Faraday realizou outras experiências, mas o resultado era sempre o mesmo: só
aparecia algum efeito no lado B quando a corrente elétrica no lado A era iniciada
ou interrompida, isto é, quando o circuito do lado A era fechado ou aberto.
• Mantendo o circuito fechado, nada se observava no lado B.
• Através de seus experimentos, Faraday, pôde concluir que um campo elétrico é gerado na
região do espaço sempre que houver a variação temporal de um campo magnético nessa
região.
• Logo, a corrente elétrica que surge no circuito fechado ocorre devido ao campo elétrico
criado por um campo magnético variável na região do circuito.
• Um desses experimentos fez com que ele obtivesse corrente elétrica induzida, agora pela
ação de um ímã permanente.
• Para tanto, utilizou- se de um anel triangular de ímãs permanentes.
• Para realizar o experimento Faraday estabelecia o contato físico entre os imãs.
• Depois repetia a operação rompendo o contato.
• Ao realizar os dois procedimentos (encostar ou afastar os ímãs) ocorria uma variação
magnética rápida no cilindro central.
• Faraday já estava ciente de que era possível produzir correntes elétricas tanto a
partir de uma outra corrente elétrica (a indução volta-elétrica) como pela variação
magnética brusca.
• Embora ele já estivesse tentado obter efeitos pela aproximação e afastamento de
ímãs, não tinha obtido resultados, mas tais efeitos deviam existir.
• Por isso ele insistiu e, no dia 17 de outubro de 1831, Faraday realizou o seu
experimento mais conhecido, aquele da indução de corrente, somente
movimentando uma barra magnética dentro de uma bobina
• O experimento consistia de um cilindro de papel oco, coberto por 8 enrolamentos de fio de cobre,
todos com a mesma direção e, separados por algodão.
• Em cada uma das extremidades, juntou os oito enrolamentos formando um feixe.
• Essas duas extremidades foram conectadas a um galvanômetro, através de fios de cobre.
• Um ímã foi inserido dentro da hélice e, em seguida, rapidamente empurrado em todo o seu
comprimento.
• No galvanômetro observava-se o movimento da sua agulha.
• Retirando o ímã para fora, novamente, a agulha movia-se, porém em sentido contrário.
• Faraday sugeriu uma regra para determinar a direção da corrente induzida por ímã, versão hoje
conhecida como regra da mão direita.
• O princípio descoberto era que o movimento de um ímã gera uma corrente elétrica no condutor.
• Este princípio evoluiu, por uma longa história, até chegar aos modernos geradores elétricos.
• O trabalho realizado por Faraday, no final de 1831, complementou a descoberta do
eletromagnetismo por Orsted, mostrando a existência do fenômeno inverso, ou seja, a produção de
efeitos elétricos pelo magnetismo.
• Sua conclusão é conhecida como “Lei de Faraday da Indução Eletromagnética” e se constitui
como uma das quatro leis fundamentais do eletromagnetismo.
• A corrente que surgiu no circuito fechado foi chamada por ele de corrente induzida,
provavelmente, em analogia a eletrização por indução, fenômeno já conhecido na época
• É inquestionável a importância dos trabalhos de Faraday.
• O caminho da sua descoberta, no eletromagnetismo, foi o da experimentação, ou
seja, ele foi levado à teoria pelos experimentos.
• Sua lei da Indução é, antes de tudo, uma lei empírica.
• Seus trabalhos exibiram pouco da Matemática, talvez pela sua precária formação
básica, aprendendo somente o necessário para ler, escrever e um pouco de
Matemática.
• Sua atenção estava quase exclusivamente voltada para os próprios fenômenos e
para sua explicação em termos quase fenomenológicos, sem tentar realizar
grandes vôos teóricos.
• (Adaptado de: DIAS, 2004)
• Colocando de outra forma, quando o ímã era aproximado da espira circular,
aumentava o fluxo magnético aparecendo a corrente induzida, o mesmo acontecia
com o afastamento do ímã, o fluxo diminuía, mas nesse caso o sentido da corrente era
invertido.
• A explicação desse comportamento da corrente induzida surgiu após os trabalhos de
Faraday, com a Lei de Lenz, proposta por Heinrich Friedrich Emil Lenz (1804-1865).
• Segundo esse resultado, o sentido das correntes induzidas se opõe a variação do fluxo
que a provocou.
• Dito de outra forma, no caso da aproximação do ímã, o sentido da corrente parece ser
tal que tenta impedir essa aproximação.
• Quando o ímã é afastado, o sentido da corrente tenta impedir o afastamento.
• Se a corrente não tivesse esse comportamento, o ímã se aproximaria ou se
afastaria indefinidamente (não pararia nunca), aumentando a corrente
infinitamente.
• Assim, o sentido da corrente manifesta a conservação da energia no sistema.
• Do contrário, a aproximação levaria a um aumento da corrente sem uma fonte de
energia para tal.
A “produção” de energia elétrica
• 1. O historiador Hobsbawm (2005) coloca que os homens desta época, entre eles Adam Smith,
realmente acreditavam no progresso da sociedade capitalista e nos benefícios que ela traria para a
humanidade de uma maneira geral.
• 2. Adam Smith acreditava que a origem da divisão social do trabalho estava na própria natureza
humana, naturalmente propensa à troca.
• 3. Podemos dizer que Thomas Edison foi um cientista com tino comercial, pois suas pesquisas
científicas eram direcionadas para aquilo que lhe desse lucro.
• E você, o que pensa sobre isso?
• Discuta com seus colegas.
• Em seguida, escreva um texto procurando relacionar o desenvolvimento capitalista com o
científico, suas relações, seus benefícios e/ ou malefícios à sociedade contemporânea.
• Aqui terminamos essa nossa conversa.
• Você deve ter observado que não usamos equações matemáticas para tratar dos
fenômenos físicos estudados neste Folhas.
• Evidentemente, existem equações matemáticas desenvolvidas pelos cientistas para
descrever esses fenômenos e, certamente, elas serão apresentadas pelo seu
professor ou professora.
• Esperamos ter contribuído para a compreensão do funcionamento do dínamo da
sua bicicleta.
• Mas também da indução eletromagnética, enfim, da importância da energia para a
sociedade atual e seus sistemas produtivos dela dependentes.
Referências