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LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

Disciplina: Quimica

Eletroquímica

Joaquim Chure

Maputo, Novembro de 2023


Conteúdo
1 Introdução 1

2 Objectivos 1
2.1 Objectivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

3 Eletroquímica 2
3.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

3.2 Estudo dos conceitos de oxidação e redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

3.3 Construção de pilhas e baterias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

4 Conclusões 7

5 Referências bibliográficas 8

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Lista de Figuras
1 Pilha de Volta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 Pilha de Daniell. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

3 Medida do potencial no estado padrão do zinco usando o eletrodo de referência


de hidrogênio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

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1 Introdução
A eletroquímica é o estudo das reações químicas que ocorrem com a produção ou o consumo de
trabalho elétrico. As reações que envolvem troca de cargas eléctricas são as reações de oxidação
e redução, daí o título eletroquímica, que significa obter eletricidade com a realização de uma
reação química.

2 Objectivos
Este presente trabalho tem como objective geral, estudar a electroquímica.

2.1 Objectivo Geral

ˆ Conhecer os conceitos básicos de oxidação e redução;

ˆ Entender como a reação de oxidação e redução pode ser aproveitada para produzir eletri-
cidade em um dispositivo chamado pilha ou bateria;

ˆ Verificar que apenas as reações espontâneas podem ser usadas em uma pilha;

ˆ Deduzir a equação de Nernst para cálculo da diferença de potencial de uma pilha e co-
nhecer as principais pilhas e baterias comerciais;

ˆ Conhecer a reação de oxidação e redução não espontânea, para execução de uma eletró-
lise; as leis de Faraday e as aplicações da eletrólise.

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3 Eletroquímica
3.1 Histórico

A eletroquímica teve início em 1780, com os estudos do italiano Luigi Galvani sobre a anatomia
dos sapos. Em seus experimentos, o cientista obteve corrente eléctrica no tecido muscular des-
ses anfíbios. Em 1800, o físico italiano Alessandro Volta discordou de Galvani, afirmando que
a eletricidade tinha como fonte os metais. Volta construiu um equipamento capaz de produzir
eletricidade de um modo constante, que foi chamado pilha de Volta. Podemos ver o equipa-
mento na figura 1.

Figura 1: Pilha de Volta.

Devemos observar que esses estudos antecedem ao estudo dos ácidos feito pelo cientista sueco
Svant August Arrhenius, em 1884, que mostrou a dissociação iônica em água; e o estudo do
cientista britânico J.J.Thomson que, em 1897, verifi cou que os raios catódicos eram um feixe
de partículas com carga eléctrica negativa, a qual ele chamou de electrões.
O estudo cronológico é importante para entender a difi culdade que esses cientistas enfrentavam
quando trabalhavam com corrente eléctrica, sem saber a natureza dessa corrente. O desconhe-
cimento originou o erro de utilizar o sentido da corrente de modo contrário ao do movimento
dos electrões, hoje chamado pelos físicos de sentido convencional.

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Em 1822, o físico alemão T. J. Seebeck construiu outra fonte de eletricidade, usando dois me-
tais com as extremidades em temperaturas diferentes; em uma das extremidades, os metais estão
unidos, aparecendo uma diferença de potencial nas extremidades opostas. O par termoelétrico
(usado por Galvani no tecido muscular dos sapos), apesar de não constituir uma maneira de se
obter eletricidade através de uma reação química, serviu para orientar a construção das primei-
ras pilhas com tecnologia diferente da pilha de Volta.
Em 1832, o cientista inglês Michael Faraday iniciou estudos no campo da eletroquímica, com
ênfase na eletrólise.
Em 1836, o cientista inglês John Frederic Daniell construiu a pilha, que foi chamada de pilha
de Daniell, usando a reação de oxidação e redução, sendo o local da oxidação separado do local
da redução, o que permite a transferência de cargas por um condutor e o aproveitamento do
trabalho eléctrico.

3.2 Estudo dos conceitos de oxidação e redução

Ao iniciar o estudo que conceitua a reação química, pode-se usar um exemplo em que co-
locarmos uma barra de zinco em solução de sulfato de cobre e, após decorrido certo tempo,
obtivemos o sulfato de zinco e o cobre metálico.
A equação química que representa a reação deve ser estudada com relação ao modo e local onde
aconteceu:

A reação aconteceu porque o zinco é mais reativo que o cobre, logo o zinco oxidou e o cobre
reduziu. Sobre o local da reação, podemos dizer que foi na superfície da barra de zinco onde as
cargas, oriundas da oxidação, foram utilizadas pelo cobre para sua redução, ou seja, não ocorreu
circulação de cargas ou, melhor dizendo, produção de corrente eléctrica.
A reação ocorreu de modo espontâneo, o que nos leva a afi rmar que a energia livre dos produtos
é menor que a energia livre dos reagentes. A energia produzida se dissipa em forma de calor e
não produz trabalho eléctrico.

3.3 Construção de pilhas e baterias

Em 1836, Daniell, utilizando fundamentos de Volta e do par termoelétrico, colocou em um


recipiente uma barra de cobre em solução de sulfato de cobre e, separadamente, em outro reci-

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piente, uma barra de zinco em solução de sulfato de zinco.
Do estudo da ligação metálica, pudemos concluir que o metal é constituído por cernes de áto-
mos com os eletrões, preenchendo os orbitais formados no nível de valência.
Na prática, o que temos é uma solução com baixa concentração de iões metálicos e, na barra,
alta concentração de cernes metálicos, que são idênticos aos iões em estrutura.
Em estudos posteriores, mostraremos que o metal puro tem potencial químico maior que o po-
tencial do metal em solução, o que justifi ca a passagem de matéria de um potencial maior para
um potencial menor.
Visando igualar as concentrações, os cernes metálicos passam para a solução e deixam seus
eletrões na barra. O processo continua até que a barra fique carregada negativamente, fazendo
com que o cerne, ao tentar sair da barra, seja atraído de volta, criando uma situação de equlíbrio
entre a barra com carga negativa e a solução, agora com excesso de catíons. Idêntico processo
ocorre na outra barra que fica em equlíbrio com sua solução. Como estamos diante de um pro-
cesso de oxidação e redução em equlíbrio.

Como os metais são diferentes em estrutura cristalina, tamanho atômico, eletronegatividade


e níveis energéticos de valência, tudo contribui para que um metal seja mais reativo ou tenha
maior potencial de oxidação que o outro.
Ligando externamente as duas barras, verificamos que os potenciais eléctricos são diferentes,
ou seja, um eletrodo tem mais electrões que o outro, dando origem a uma corrente eléctrica do
elétrodo com maior quantidade de electrões (ânodo) para o eletrodo com menor quantidade de
electrões (cátodo). A corrente retira elétrons do ânodo e transporta para o catodo, alterando o
equilíbrio químico nos dois locais. No ânodo, mais zinco vai oxidar; e no cátodo, mais cobre
vai reduzir.

O processo continua até que a solução onde ocorre a oxidação fi que muito positiva; e a ou-
tra, onde ocorre a redução, fi que muito negativa, paralisando o processo.

Nesse ponto, Daniell entendeu que havia necessidade de uma ponte salina ligando os dois reci-
pientes para fechar o circuito. A ponte salina consiste em um tubo em forma de U que contém
uma solução salina, cujos iões não precipitam os iões das soluções dos recipientes. Vejamos o
dispositivo na figura 2.

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Figura 2: Pilha de Daniell.

A reação química é a mesma estudada anteriormente, na qual o zinco oxida e o cobre reduz.
Podemos estudar a reação, usando duas semirreações.

A diferença de potencial entre os dois eletrodos foi medida e o resultado observado foi de 1,10
volts.
Estudos futuros serão feitos no sentido de entender a influência da ponte salina na diferença de
potencial da pilha, pois, mesmo fechando o circuito, a ponte representa uma resistência adicio-
nal que, dependendo da velocidade de migração dos iões, resulta um valor alto de diferença de
potencial da junção líquida.
Como o potencial do eletrodo é um equlíbrio químico, depende da temperatura, da pressão e da
concentração. Devemos então fi xar valores de temperatura, pressão e concentração para efetuar
medidas e organizar tabelas com os potenciais medidos. A medida de potenciais é feita como
sendo uma diferença entre dois eletrodos; de outro modo entendemos que os valores são então
relativos uns aos outros. Com esse entendimento, um elétrodo deve ser tomado como valor de
referência.

O estado padrão foi escolhido como sendo de pressão igual a uma atmosfera, temperatura 25ºC

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e concentração um molar. O elétrodo de referência escolhido foi o de hidrogênio, pela facili-
dade em reduzir e oxidar para ser confrontado com outros eletrodos. Vamos usar a espécie H+,
já consagrada na literatura, devido aos estudos de Arrhenius, e usada na definição de ácidos:

Ao elétrodo de hidrogénio foi dado o valor zero e todas as medidas foram feitas em relação
a esse potencial. O trabalho de organização das tabelas com os potenciais no estado padrão
consiste em montar pilhas com o elétrodo de referência e o elétrodo que se quer determinar seu
potencial. Vamos observar a figura 3
Como o sentido dos elextrões é do zinco para o hidrogenio, indica que o zinco oxida, e o

Figura 3: Medida do potencial no estado padrão do zinco usando o eletrodo de referência

de hidrogênio.

hidrogénio reduz. A equação da pilha fica:

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4 Conclusões
A eletroquímica é o estudo das reações químicas que ocorrem com a produção ou o consumo
de trabalho eléctrico. As reações que envolvem troca de cargas eléctricas são as reações de
oxidação e redução, daí o título eletroquímica, que significa obter eletricidade com a realização
de uma reação química.

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5 Referências bibliográcas
1. KOTZ, John C.; TREICHEL JÚNIOR, Paul M. Química Geral e reações químicas. Vo-
lume 1. São Paulo: Editora Thomson, 2005, 671 p.

2. MAHAN, Bruce M. e MYERS, Rollie J. Química um curso universitário Tradução da 4ª


edição americana. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 1997.

3. RUSSEL, John Blair. Química Geral. Volume 1. 2 ed. São Paulo: EditoraMakron Books,
1994, 621 p.

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