Você está na página 1de 11

SISTEMAS DE REGULAÇÃO E COMANDO

Introdução

Uma das maiores preocupações com os Sistemas de Comando e Regulação, é garantir a qualidade e a
continuidade de serviços dentro das necessidades de diferentes utilizadores, domésticos ou industriais. Isto
pode ser conseguido fazendo um controlo permanente as instalações eléctricas e eliminando defeitos num
curto espaço de tempo possível através de dispositivos ou aparelhos de corte, manobra e protecção, e tendo
em conta o tipo de operação a executar a sua sequência.

Objecto dos Sistemas de Regulação e Comando

Os Sistemas de Comando e Regulação existem por 4 razões, nomeadamente:

1. Amplificação de potência
2. Controlo
3. Conveniência da forma de entrada
4. Compensação de perturbações

Os Sistemas regulam processos caracterizados por mudanças frequentes ao longo do tempo e dependendo
dos elementos que os compõem. São por isso controlados pelo tempo e pelos eventos.

Composição

Um sistema de controlo consiste em subsistemas e processos dispostos com o proposito de ter como
produto final, uma resposta ou desempenho desejado.

A disposição entre esses subsistemas pode ser físico, biológico ou económico dando origem a outras
denominações, controlo e controlador.

Controlador é o dispositivo com a função de se obter o controlo de um sistema.

Sistema de controlo

Conjunto formado pelo sistema a ser controlado e o controlador.

Sistema de controlo em malha aberta

É aquele em que a saída ou resposta não possui nenhuma influência sobre a entrada.

1
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
Sistema de controlo em malha fechada

É aquele em que a saída ou resposta influencia a entrada do sistema.

Teoria dos Sistemas de Comando

1. Um sistema é estável se a resposta natural tende a zero à medida que o tempo tende a infinito.

T1 T2

2. Um sistema é instável se a resposta natural tende a infinito à medida que o tempo tende a infinito.

T1 T2

3. Um sistema é marginalmente estável se a resposta natural não decair nem crescer, mas permanecer
constante ou oscilar.

0
T1 T2

2
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
 Uma condição suficiente para que um sistema seja instável é que nem todos os sinais dos coeficientes
do denominador da função de transferência em malha fechada sejam iguais. Se potências de s estiverem em
falta, o sistema é instável ou, na melhor das hipóteses, marginalmente estável. Infelizmente, se todos os
coeficientes do denominador estiverem presentes e forem positivos, não há informações definitivas sobre
as posições dos pólos do sistema.

Teoria dos Sistemas de Comando ou Critério de Estabilidade de Routh-Hurwitz

Esta teoria estabelece que o número de raízes do polinómio que estão no semiplano direito é igual ao
número de mudanças de sinal na primeira coluna.

Se a função de transferência em malha fechada possui todos os pólos na metade esquerda do plano s, o
sistema é estável. Assim, um sistema é estável se não houver mudança de sinal na primeira coluna da tabela
de Routh.

Exemplo:

O sistema é instável, porque possui dois pólos no semiplano da direita.

Basicamente, o método requer dois passos:

(1) Gerar uma tabela de dados designada tabela de Routh .

(2) Interpretar a tabela de Routh para dizer quantos pólos do sistema em malha fechada estão no semiplano
esquerdo, no semiplano direito e sobre o eixo jω.

Casos especiais do Critério de Estabilidade de Routh-Hurwitz

(1) A tabela de Routh algumas vezes terá um zero apenas na primeira coluna de uma linha.

(2) A tabela de Routh algumas vezes terá uma linha inteira que consiste em zeros.

(3) Pólos do sistema em malha fechada estão sobre o eixo jω.

3
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
Soluções:

Zero Apenas na Primeira Coluna

Caso o primeiro elemento de uma linha seja zero, uma divisão por zero seria necessária para formar a
próxima linha. Para evitar esse fenómeno, um épsilon é designado para substituir o zero na primeira
coluna. O valor é então feito tender a zero pelo lado positivo ou pelo lado negativo, após o que os sinais
dos elementos na primeira coluna podem ser determinados.

Linha inteira de zeros

Primeiro, retornamos à linha imediatamente acima da linha de zeros e construímos um polinómio auxiliar,
utilizando os elementos desta linha como coeficientes. O polinómio começará com a potência de s da
coluna de rótulo correspondente e continuará pulando sempre uma potência de s.

Pólos do sistema em malha fechada estão sobre o eixo jω

Probabilidades de um Sistema marginalmente estável.

CONSIDERAÇÕES GERAIS RELATIVAS AOS DISPOSITIVOS DE REGULAÇÃO E COMANDO

Principais Componentes electromecânicos

Os componentes eléctricos são constituídos de peças ou partes mecânicas (pecas móveis), implicando o
envolvimento de movimento mecânico no seu funcionamento. Por esta razão, estes apresentam as seguintes
desvantagens:

1. Possuem vida útil limitada (sofrem desgaste)


2. Quebram mais facilmente, por causa da fadiga e desgaste
3. São pouco confiáveis (Por poder sofrer encravamentos)
4. Produzem ruído quando mudam o estado
5. São relativamente lentas comparadas com as operações puramente electrónicas
6. Podem estar sob efeito de humidade ou impurezas que atrapalham o seu funcionamento
7. Seu funcionamento pode ser influenciado por vibração e choques mecânicos
Os principais componentes electromecânicos são: chaves electromecânicas (on-off, botoeira, chave
selectora), Chaves automáticas (pressostato, termostato, vazão, nível, limite ou do fim de curso),
solenóides, relés, temporizadores, contactores, fusíveis e disjuntores.

Chaves electromecânicas

São componentes electromecânicos usados para ligar, desligar ou direccionar a corrente eléctrica, através
de um accionamento mecânico manual ou automático. São componentes binários de circuito simples e
fundamental, com uma entrada e uma saída, sendo que a saída é alta quando a entrada é alta e baixa quando
a entrada é baixa.

A entrada da chave é uma força mecânica e a saída é uma tensão eléctrica.

4
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
As características desejáveis de uma chave: Fiabilidade, baixo consumo, entrada e saída eléctricas, alta
velocidade e baixo custo.

* Chave on-off (toggle) é um componente que possui uma alavanca que se move através de um pequeno
arco fazendo os contactos de um circuito abrirem ou fecharem repentinamente. O facto de o contacto abrir
ou fechar muito rapidamente reduz o arco voltaico e garante um curto-circuito seguro. O seu accionamento
é através de um movimento mecânico e os contactos permanecem na posição alterada, até que a chave seja
accionada no sentido contrário. O eixo toggle é empurrado para cima ou para baixo para produzir o
chaveamento.

Tais chaves são tipicamente usadas em pequenos equipamentos com pouco espaço disponível no painel.

*Botoeira é projectada para abrir ou fechar um circuito quando accionada e retornar à sua posição normal,
quando desactivada. O contacto só permanece na posição alterada enquanto a chave estiver accionada e
volta a posição normal quando se tira a pressão da chave.

O contacto é momentâneo e o seu retorno é causado por uma mola. Normalmente aberto ou normalmente
fechado significa que os contactos estão em uma posição de repouso, mantidos por uma mola e não estão
sujeitos a nenhuma força externa mecânica ou eléctrica.

A botoeira normal tem retorno de mola, de modo que ela não é sustentável. A botoeira mais usada é do tipo
SPDT (É de accionamento duplo com um circuito com um contacto NAF e um polo). Quando a botoeira é
apertada, o circuito entre 1-2 é aberto e 3-4 é fechado. Quando ela é solta, fecha 1-2 e abre 3-4
electricamente. Algumas botoeiras podem ter três, quatro ou mais pólos, aumentando sua capacidade de
chaveamento.

A botoeira é usada para controlar motores ( na partida ou paragem, inversão e acelerar da rotação do
motor). A chave botoeira é usada tipicamente em chaves de accionamento de campainha e chave de
segurança de motores.

*Chave selectora ou rotacional fecha e abre circuitos quando é girada entre posições. Elas utilizam
contactos NA ou NF e têm a mesma funcionalidade que as botoeiras. Um contacto fixo ao eixo gira por
meio de um botão (selector) ligado à outra extremidade do eixo. O contacto move-se ao longo de um
circulo de material isolante que possui tiras de material condutor colocadas ao longo da circunferência.
Quando o eixo gira de uma posição para a posição seguinte, o contacto rotativo faz a ligação para as tiras
condutoras. Isso fecha e abre contactos desejados.

A chave selectora é usada para seleccionar duas, três, dez ou mais posições. É tipicamente usada para
seleccionar diferentes faixas de medição de instrumentos, seleccionar canais da televisão, seleccionar
funções de um amplificador.

Chaves automáticas

São chaves cuja operação é determinada pela posição de algum dispositivo ou pelo valor de alguma
quantidade física. Sistemas mais complexos podem ter chaves ligadas de um modo intertravado, tal que a
operação final de uma ou mais chaves depende da posição das outras chaves individuais.

* Pressostato é uma chave comandada pela pressão. Muda os estados dos seus contactos quando a pressão
atinge determinados valores críticos. O pressostato é um modo simples e barato de executar o controlo on-

5
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
off de protecção de um sistema de controlo de pressão. O pressostato protege o sistema de pressão
desligando um motor eléctrico que faz a pressão subir.

* Termostato é uma chave comandada pela temperatura. Muda os estados dos seus contactos quando a
temperatura atinge determinados valores críticos. O termostato é um modo simples e barato de executar o
controlo on-off de processos envolvendo temperatura. O termostato também pode servir de protecção de
um sistema de controlo de temperatura. Os termostatos são comuns em condicionadores de ar, geladeiras e
motores.

*Chave de vazão (flow switch) é uma chave comandada pela vazão. Muda o estado dos seus contactos
quando a vazão de um fluido atinge determinados valores críticos. Por exemplo, por segurança, um sistema
de lubrificação com óleo pode ser desligado por uma chave de vazão, quando a vazão do lubrificante ficar
menor que um valor critico ajustado na chave. Ajustes convenientes na chave de vazão permitem que o
sistema de lubrificação opere de modo seguro acima de um valor crítico da vazão do lubrificante.
A chave de vazão também pode servir de protecção de um sistema de controlo de vazão. Um controlador
convencional fornece uma vazão constante, dentro da banda proporcional. Quando, por algum problema do
controlador ou do sistema, o controlador perde o controlo e a vazão tende para valores perigosos muito
baixo ou muito alto, a chave de vazão desliga o sistema.

*Chave de nível (float switch) é uma chave comandada pelo nível. Uma chave eléctrica muda os estados
dos seus contactos quando o nível de um líquido atinge determinados valores críticos.

A chave de nível é um modo simples e barato de executar o controlo on-off de processos envolvendo nível
de líquido. A chave geralmente liga ou desliga motores de bombas quando o nível do líquido atinge valores
críticos.

A chave de nível também pode servir de protecção de um sistema de controlo de nível.

* Chave limite ou de fim de curso é accionada automaticamente pelo movimento de alguma maquina ou
dispositivo. Ela deve ter uma resposta instantânea e ser confiável. A sua operação inicia quando uma peça
em movimento bate numa alavanca que actua na chave. Quando accionada, a chave muda os seus
contactos.

O tamanho, força de operação, percurso e modo de montagem são os parâmetros críticos na instalação da
chave fim de curso. As especificações eléctricas da chave devem estar de conformidade com a carga a ser
accionada.

As chaves fim de curso podem ser usadas como piloto em circuitos de controlo de motores, como
protecção ou emergências para evitar o funcionamento impróprio de máquinas.

Solenóide

É um dispositivo usado para transladar sinais eléctricos on/off em movimentos mecânicos on/off.

No solenóide, uma haste é mantida na posição superior através de uma mola, enquanto o solenóide estiver
desligado electricamente (desenergizada). Quando a bobina for percorrida por uma determinada corrente,
cria-se um campo magnético dentro do núcleo da bobina. Este campo magnético resultante age na haste,
empurrando-a para baixo contra a pressão da mola. A haste do solenóide tem uma projecção externa que é
fixada ao equipamento mecânico a ser operado.

6
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
As válvulas solenóides podem ser classificadas em vários tipos, em função de sua acção, número de vias e
corrente.

O solenóide pode ser de única acção ou de dupla acção. As válvulas solenóides de dupla acção são usadas
em sistemas hidráulicos.

As válvulas solenóides podem ter duas ou três ou quatro vias. As válvulas de duas vias são as mais
comuns: elas possuem uma entrada e uma saída. As válvulas de três vias podem ter duas entradas e uma
saída ou podem ter uma entrada e duas saídas. As válvulas de quatro vias são usadas em controlo de
cilindro de dupla acção.

Na escolha do solenóide para uma aplicação, devem ser considerados os seguintes factores:
1. Tamanho da carga mecânica a ser movida
2. Distância do percurso (stroke)
3. Ambiente de operação
4. Tipo da ligação eléctrica
5. Tensão e tipo da corrente, ca ou cc
6. Valor da corrente (manutenção e transitória)
7. Vida útil, expressa em actuações por minuto

O tamanho da carga mecânica a ser accionada pelo solenóide é expresso em gramas, variando de entre
alguns gramas até 30 kg. A força deve ser maior que a carga por, no mínimo, 25%. Quanto maior a carga a
ser accionada, maior o tamanho e o custo do solenóide.

Relés

São chaves comandadas por uma bobina. São chaves porque ligam e desligam circuitos eléctricos,
permitindo a passagem da corrente eléctrica como o resultado do fecho de contacto ou impedindo a
passagem da corrente durante o estado de contacto aberto. O relé é geralmente usado para aumentar a
capacidade dos contactos ou multiplicar as funções de chaveamento de um dispositivo piloto adicionando
mais contactos ao circuito. Sob o ponto de vista de entrada-saída, o relé pode também ser considerado
como amplificador e controlador. Ele tem um ganho de potência, que é a relação da potência manipulada
na saída sobre a potência de entrada.

Os relés controlam a corrente eléctrica por meio de contactos que podem ser abertos ou fechados. Os
contactos apresentam altíssima resistência quando abertos e baixíssima resistência quando fechados.

*Relé electromecânico (EMR) é um dispositivo que inicia a sua acção num circuito, em resposta a alguma
mudança nas condições deste circuito ou de algum outro circuito. Combina os princípios de chaveamento
mecânico com a actuação do solenóide eléctrica. Existem disponíveis em variadas faixas de arranjos de
contactos e usam um relé a semicondutor como auxiliar.

As vantagens do relé eletromecânico sobre o relé a semicondutor são :

1. Baixa resistência e portanto baixa queda de tensão quando fechados e alta resistência quando abertos
(fornecem boa isolação entre o circuito controlado de alta energia com o circuito de baixa energia)

2. Manipulação de altas tensões e correntes, em larga faixa de freqüências.

3. Operação em condições ambientais adversas.

7
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
4. Tamanho pequeno, baixo custo e simplicidade.

5. Memória funcional que não é perdida pela ausência da alimentação.

As desvantagens do relé electromecânico:

1. São mais lentos

2. São sensíveis às vibrações

3. São mais volumosos

4. Os relés especiais mais comuns são:

5. Contadores sequenciais com contactos de transmissão

6. Relés electro-ópticos (acoplamento entre actuador e circuito de fechamento e raio de luz)

7. Relés de medição com sensibilidade de 20 mW

8. Relés de medição com 2 ou mais valores de actuação.

9. Relés reed ressonantes para chaveamento com controle remoto.

*Relé electromagnético é actuado por força electromagnética produzida pela corrente eléctrica fluindo
através da bobina. A força magnética move uma armadura de ferro, noutros casos especialmente em relés
de medição, a bobina é que se move no campo magnético. Quando não há corrente na bobina, a armadura é
mantida afastada do núcleo da bobina por uma mola. Quando há corrente na bobina, o campo magnético
produzido atrai a armadura para o núcleo da bobina.

*Reed rele é o mais rápido relé electromagnético/electromecânico, operam com menos de 500
microssegundos. Eles são disponíveis em várias configurações de contactos. Tem vantagens por ser rápido,
compacto, baixa potência, alta confiabilidade e durável.

*Relé a estado sólido (SSR) substitui o relé electromecânico em várias aplicações. O relé a estado sólido
não possui peças móveis. O chaveamento liga e desliga é conseguido electronicamente.

O relé a estado sólido pode ser usado para controlar cargas cc ou ca. Se o relé é projectado para controlar
uma carga cc, um transistor de potência é usado para ligar a carga à linha.

Alguns relés a estado sólido usam um conjunto de contactos reed para o seu accionamento.

*Relé temporizado é útilizado para provocar uma acção atrasada por um breve período após uma outra
acção, em casos onde o período de tempo é crítico. O relé temporizado é similar aos outros relés de
controlo que usam uma bobina para controlar a operação dos contactos. A diferença entre um relé de
controlo e um relé de atraso é que os contactos do relé temporizado demoram um determinado tempo
ajustável para alterar seus contactos quando a bobina é energizada ou desenergizada.

O relé temporizado ou relé de atraso de tempo pode ser classificado em relé de on-delay ou de off-delay.
Quando a bobina de um relé temporizado on-delay é energizada, os contactos mudam os estados depois de
um determinado atraso. Por exemplo, o timer foi ajustado para 10 segundos e o contato é NA. Quando a
bobina é energizada no relé on- delay, o contacto continua aberto durante 10 segundos e depois fecha.

8
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
Quando a bobina for desligada, o contacto volta imediatamente para a posição NA. A operação do timer
off-delay é oposta a do timer on-delay. Para o exemplo do timer ajustado para 10 segundos e para o contato
NA, quando a bobina do relé off- delay for energizada, o contato imediatamente muda para fechado.
Quando a bobina for desenergizada, porém, o contato permanece fechado por 10 segundos e depois abre.

Outras funções/aplicações de reles:

1. Ligar e desligar correntes ou tensões em ambientes hostis, no espaço sideral ou em processos industriais
onde a temperatura pode ser extremamente alta ou baixa e perigosa à saúde humana.

2. Monitorar altas correntes e tensões de modo automático ou manual e em condições perigosas

3. Operar simultaneamente vários circuitos ou equipamentos em altas velocidades

4. ligar e desligar equipamentos em sistemas lógicos de intertravamento, só permitindo a operação de um


equipamento quando algum evento tenha ocorrido

5. Proteger equipamentos de sobrecarga ou sob carga, quando a tensão, corrente, temperatura, pressão,
vazão, nível ou qualquer outra variável do processo varie além dos limites máximos e mínimos
estabelecidos

6. Evitar a aplicação de tensão por um determinado intervalo de tempo em sistema de protecção com purga
ou pressurização ou permitir que certos componentes se aqueçam antes de operar, através de atrasos
predeterminados

7. Bloquear, sincronizar, variar taxas, detectar frequências, detectar diferenças de percentagens em


aplicações especiais.

Factores a ter em conta na escolha de um relé

Custo, tamanho, velocidade e energia requerida. Outros parâmetros mais restritivos: limitações de
montagem, contactos selados ou abertos, protecção contra geração de faíscas, protecção contra condições
ambientais desfavoráveis.

Para que os relés sejam aplicados correctamente, as funções dos relés devem ser claramente entendidas, as
características devem ser definidas, o relé deve ser escolhido para satisfazer a necessidade e o circuito deve
ser projectado para casar correctamente o relé com o resto do sistema. Assim, devem ser definidos.

1. A energia a ser controlada

2. O sinal de controle disponível

3. A quantidade de contactos necessária

4. As condições ambientais

5. Necessidade de relés selados

6. Espaço disponível para o uso do relé

7. Vibração, ruídos e temperatura

9
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
8. Protecção dos contactos contra arcos voltaicos, faíscas e solda por derretimento

9. Manutenção dos contactos sempre limpos, principalmente para baixas correntes

Temporizador

É um dispositivo lógico que permite o sistema automático activar equipamentos de saída, durante um
estágio específico na operação do processo. É usado para atrasar ciclos de partida e parada, intervalos de
controlo, ciclos operacionais repetitivos e tem a capacidade de rearmar o sistema ao fim destes ciclos.

O temporizador pode ser disponível em lógica de relé (electrônico ou electromecânico) ou como função
lógica do Controlador Lógico Programável.

Os temporizadores pneumático e mecânico possuem a mesma aparência, com um dial para ajustar o tempo
de atraso desejado. A bobina ou motor temporizado é usado para rodar o intervalo de tempo ajustado. No
fim do intervalo predeterminado, os contactos eléctricos mudam de estado, de aberto para fechado ou de
fechado para aberto.

Contador

Podem ser mecânico, eléctrico ou electrônico. Um contador não reseta automaticamente quando a sua
bobina é desenergizada, como faz o temporizador. O contador necessita de um dispositivo ou ligação
separada para resetá-lo. Os contador pode ser crescente (a contagem sobe continuamente) ou decrescente (a
contagem desce continuamente).

A função de contador (do CLP) opera de modo semelhante à função do temporizador. Quando a linha
enable - reset está ligada, o contador conta uma vez cada momento que a linha de contagem é ligada.
Quando uma contagem predeterminada é atingida, a saída fica ligada. A contagem predeterminada pode ser
uma constante, como mostrada, ou pode ser contida em um registro, como na função temporizador do CLP.
Quando a linha enable - reset é desligada, o contador reseta para zero.

Fusível

Basicamente um pedaço de fio fino projectado para se aquecer e derreter quando for percorrido por uma
corrente maior do que a especificada. O fusível é colocado em série com o circuito a ser protegido. O
fusível deve ser colocado na linha quente ou na fase e não na linha neutra ou de terra. Quando o fusível é
colocado na linha neutra, o circuito electrificado poderia permanecer no potencial da linha quente, mesmo
com o fusível queimado.

O fusível destrói uma parte do caminho de condução da corrente, se derretendo, quando a corrente que flui
por ele excede um valor predeterminado. A queima do fusível interrompe a corrente no resto do circuito. A
interrupção deve ser muito rápida, para que os componentes em série sejam protegidos.

Há aplicações que requerem a acção retardada do fusível. Alguns circuitos podem suportar grandes picos
de corrente de curta duração mas devem ser protegidos contra picos de corrente de longa duração. Devem
ser usados fusíveis de acção retardada ou de queima lenta (slow blow). Um fusível de acção retardada
resiste a altas correntes de curta duração. Porém, se a sobrecarga ou curto-circuito persiste por longo
período, este fusível também deve se abrir. Aplicações típicas de fusíveis com retardo se referem a

10
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024
protecção de motores eléctricos. A corrente de partida do motor é momentaneamente alta e a corrente de
regime é muito menor. O fusível deve permitir a partida do motor e deve protege-lo contra alta corrente de
regime permanente.

A queima de um fusível é uma indicação que houve (ou ainda há) um defeito dentro do circuito que o
fusível está protegendo. Antes de substituir o fusível por um novo, é aconselhável analisar o circuito para
verificar se há algum defeito permanente.

Cada tipo, disponível em diferentes capacidades de corrente, protege o circuito electrônico se o tempo de
interrupção do fusível é suficientemente rápido.

O fusível térmico é destruído principalmente pela temperatura e não apenas pela corrente que circula por
ele. Ele pode suportar grandes correntes, porém se queima quando a temperatura do componente que ele
protege atinge temperatura critica. Ele se queima com a alta temperatura, mesmo que a corrente que circula
por ele seja pequena. Ele é usado principalmente para estabelecer a classe de temperatura de equipamentos
eléctricos. Geralmente este fusível é enrolado (wrap in) no circuito e não soldado, pois a temperatura da
solda o romperia.

Todos os fusíveis têm especificações de tensão, corrente e queima. Todas as especificações se aplicam aos
tipos acção lenta, acção normal e acção rápida, independente do tamanho.

O disjuntor

O disjuntor é um equipamento de protecção que também abre um circuito quando há uma sobrecarga
aplicada nele. Diferente do fusível que se destrói, o disjuntor apenas se desarma.

O disjuntor geralmente consiste de uma chave que é mantida fechada por uma trava. Para abrir o circuito, a
saliência é liberada. Basicamente, há dois mecanismos para actuar e desactivar o disjuntor:

1. Electromagnético

2. Térmico

Quando a corrente excede o valor critico na bobina electromagnética, o campo magnético acciona uma
barra metálica colocada dentro do seu campo e a trava do disjuntor é liberada. No mecanismo térmico, uma
tira bimetálica é aquecida pela corrente que passa por ela e produz um pequeno movimento. Quando a
corrente excede o valor critico, a tira bimetálica acciona a trava, abrindo o circuito. Em ambos os
mecanismos electromagnético e térmico, há uma mola e um dispositivo para rearme do disjuntor. Quando a
causa do excesso de corrente é localizada e removida, o disjuntor pode ser rearmado (reset) para sua
posição de condução por uma botoeira ou chave. Por causa desta chave, o disjuntor pode também ser usado
para liga-desliga.

O circuito electrónico com disjuntor com rearme manual ou automático possibilita uma economia de tempo
e de componente, pois o dispositivo protector não precisa ser substituído. O disjuntor é um dispositivo
protectordo circuito eléctrico que não se danifica irremediavelmente quando opera. O disjuntor pode
possuir capacidades definidas da corrente de regime permanente, a corrente de desligamento e a corrente de
manutenção. A corrente de desligamento descreve o valor da corrente que irá desligar o disjuntor,
protegendo o circuito de correntes maiores que a nominal. A corrente de manutenção indica a mínima
corrente permissível para o disjuntor particular.

11
CDJ SISTEMAS DE COMANDO E REGULAÇÃO 2024

Você também pode gostar