Você está na página 1de 12

Imagem Através da Ressonância

Magnética Nuclear (IRM):


Prémio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2003
CARLOS F. G C . G E R A L D E S*

Introdução muito útil, tem algumas limitações, tais dos anos 1920, Stern e Gerlach verifica-
como: as imagens obtidas, com um ram que um feixe de átomos sujeito a
0 Prémio Nobel de Medicina ou Fisiolo-
contraste que representa únicamente a um campo magnético não-homogéneo
gia de 2003 foi atribuído aos cientistas
densidade electrónica dos vários teci- é desviado de acordo com a orientação
Paul Lauterbur, Professor de Química,
dos, são fundamentalmente anatómi- dos momentos magnéticos com origem
Biofísica, Biologia Computacional e
cas, sem informação sobre o estado fi- nos electrões [1]. Foi Pauli quem suge-
Bioengenharia da Universidade de Illi-
siológico ou funcional dos órgãos riu em 1924 a existência de núcleos
nois, em Urbana, EUA, e Sir Peter
internos; algumas lesões patológicas magnéticos [2], tendo nos anos 1930 o
Mansfield, Professor de Física e Director
têm propriedades de absorção de raios aperfeiçoamento das experiências de
do Centro de Ressonância Magnética da
X muito semelhantes às dos tecidos Stern-Gerlach permitido a determinação
Universidade de Nottingham, Reino
saudáveis circundantes, dificultando a de momentos magnéticos nucleares.
Unido, devido ao seu trabalho e desco-
sua detecção; por último os raios X, Em 1939, o físico I. Rabi [3], da Univer-
bertas pioneiros no uso da Ressonância
mesmo em doses pequenas, têm um sidade da Columbia, Nova Iorque, EUA,
Magnética Nuclear para obter imagens
risco não nulo de provocarem perturba- ao colocar um feixe de moléculas de hi-
de diferentes estruturas, em pa rt icular
ções fisiológicas. Além de utilizar radia- drogénio (em alto vazio) num campo
na visualização do interior do corpo
ções (ondas de rádio) inofensivas, o magnético homogéneo fo rt e, observou
humano. De facto, Paul Lauterbur foi o
contraste das imagens médicas resul- que, quando banhado em ondas de
primeiro a desenvolver um método de
tantes da técnica de IRM, que resulta rádio de uma ce rt a frequência bem de-
obtenção de sinais RMN localizados em da química do corpo humano, contém finida, esses feixe molecular absorvia
cada parte de um objecto, ao passo que uma informação muito mais rica e de- energia e sofria um pequeno desvio.
Sir Peter Mansfield criou técnicas capa- pendente de múltiplos parâmetros. Re- Essa frequência é característica da
zes de utilizar esses sinais para obter presenta não só a densidade de protões substância utilizada, permitindo a sua
rapidamente imagens desse objecto. dos tecidos, que contém uma informa- identificação. Estes resultados foram in-
Hoje a Imagem através da Ressonância ção anatómica muito rica, comparável à
terpretados pela absorção das ondas de
Magnética (IRM) está completamente da TAC, mas também reflecte certos
rádio pelos núcleos atómicos da subs-
estabelecida como uma técnica de Ima- processos dinâmicos da água dos teci-
tância orientados no campo magnético,
gem Médica rápida, eficaz e segura, dos, tais como a sua mobilidade, difu-
alterando essa sua orientação no pro-
presente em inúmeros Centros de Ima- são e fluxo, que contêm informação
cesso. Esta seria, de facto, a primeira
geologia hospitalares ou privados em sobre o estado fisiológico dos tecidos,
observação de ressonância magnética
todo o Mundo. Utiliza ondas de rádio, fornecendo meios para uma discrimina-
nuclear.
campos magnéticos e computadores ção mais sensível entre tecidos saudá-
poderosos, mas exclui radiações ioni- veis e patológicos. A detecção deste fenómeno em amos-
zantes como os raios X, e é capaz de tras líquidas e sólidas só seria realizada
produzir imagens muito detalhadas e em 1945-46, por Felix Bloch da Univer-
Breve História da RMN
com enorme resolução dos tecidos ma- sidade de Stanford e Edward Purcell da
cios e órgãos de qualidade comparável A origem da técnica de IRM, tal como Universidade de Harvard (ambas nos
ou superior à Tomografia Axial Compu- da Espectroscopia RMN, remonta à in- EUA), que, ao procurarem medir mo-
torizada (TAC), sem os seus efeitos se- vestigação fundamental efectuada nas mentos magnéticos nucleares com
cundários potencialmente adversos re- décadas de 1920-30 sobre o comporta- maior precisão, observaram sinais de
sultantes do uso de raios X. Embora a mento de átomos e moléculas na pre- absorção r.f. por parte dos protões da
TAC seja um instrumento de diagnóstico sença de campos magnéticos. No início água e de parafina, respectivamente

* Depa rtamento de Bioquímica e Centro de Neurociências, Universidade de Coimbra


48 QUÍMICA

[4,5], tendo recebido em conjunto o do Prémio Nobel de Química (em parte) imagem bidimensional dessa estrutura
Prémio Nobel de Física em 1952. 0 fe- a Kurt Wüthrich da Universidade de Zu- [10]. Consideremos um exemplo sim-
nómeno de RMN começou a interessar rique, Suíça, pela utilização das técnicas ples para entender o modo como tal ob-
os químicos por volta de 1950-51, RMN multidimensionais para obter uma jectivo foi realizado. Num campo mag-
quando Packard, um colaborador de metodologia capaz de determinar estru- nético uniforme B o , o espectro RMN
Bloch, substituiu a água por etanol turas de proteínas em solução, muito dum amostra homogénea (por exemplo
como amostra [6]. Ao observarem três importante em Proteómica 191. água pura) resultante da aplicação dum
sinais devidos aos protões dessa amos- impulso de 90° não selectivo, excitando
tra, em vez de um só como na água, não selectivamente todos os spins, con-
Desenvolvimento da IRM: o
sentiram-se desapontados, pois a medi- siste num único sinal aguçado. O princí-
papel dos cientistas laureados
da rigorosa de momentos magnéticos pio básico da imagem RMN é o uso dum
nucleares por este método estava defini- A intenção de utilizar a RMN no estudo gradiente de campo magnético controla-
tivamente comprometida. Porém, ao de sistemas vivos surgiu logo após a sua do, de tal modo que a intensidade B do
atribuírem correctamente a ocorrência descoberta, quando Bloch obteve um campo magnético principal passe a ser
desses três sinais à estrutura química da sinal forte de protão localizado no seu uma função linear de uma coordenada
substância, chamando desvio químico dedo colocado na bobina do seu espec- da posição dos spins detectados. Su-
("chemical shift") ao fenómeno, reco- trómetro. Um tal sinal foi também detec- pondo que B actua segundo a direcção
nheceram o enorme potencial da técni- tado pouco depois em objectos de ma- do eixo OZ, sobrepondo a B o um gra-
ca RMN para estudos em Química. deira e em frutos e vegetais. Embora o diente linear segundo o eixo OX (G x )
A partir de 1953, com a produção e sinal da água dos tecidos vivos fosse re- (Fig. 1A), as frequências de ressonância
comercialização do primeiro espectró- lativamente simples de detectar, dada a dos protões da água deixam de ser idên-
metro RMN, já com boa resolução e sua abundância (cerca de 70 %), a rea- ticas nas várias regiões do objecto, tor-
sensibilidade, desenvolveu-se uma vas- lização de tal potencial de aplicação a nado-se uma função linear da sua coor-
tíssima aplicação em variados domínios sistemas biológicos em estudos in vivo denada x, uma vez que o campo

da Química. Os enormes avanços tecno- teve que esperar bastantes anos pela magnético total tem valor B = (B o + G x x)

lógicos entretanto verificados na instru- evolução técnica dos espectrómetros. e e a correspondente frequência angular

mentação, tais como a introdução por é w = yB = y (B o + G x x). No caso de uma


As experiência normais de RMN de alta
volta de 1970 de técnicas de impulsos amostra contínua, o sinal RMN após
resolução exigem a presença de um transformação de Fourier deixa de ser
r.f. aliada à análise matemática baseada
campo magnético B o o mais uniforme um espectro no sentido usual do termo,
em transformações de Fourier [7], bem
possível no qual é colocada a amostra passando a corresponder a uma projec-
como mais recentemente o desenvolvi-
em estudo, de modo a garantir a maior ção unidimensional (1D) da densidade
mento de magnetes supercondutores
resolução experimental possível dos si- de protões sobre o eixo OX (Fig.1B). A
cada vez mais intensos, sensíveis e ho-
nais desse espectro. De facto, se o valor amplitude do espectro em cada ponto A
mogéneos (chegando a frequências de
B o do campo uniforme variar ao longo é proporcional ao número de spins pre-
ressonância protónicas de 900 MHz), o
da amostra, os núcleos situados em par- sentes numa fatia em x A . Este acopla-
desenvolvimento teórico e disponibiliza-
tes distintas dela originarão sinais a fre- mento do campo r.f. com o campo mag-
ção experimental de técnicas multinu-
quências angulares w = yB, (y e a cons- nético estático através dos momentos
cleares e multidimensionais para estudo
tante magnetogírica característica do magnéticos nucleares em estudo suge-
de alta resolução em líquidos e sólidos,
tipo de núcleo detectado) ligeiramente riu a Lauterbur o nome de Zeugmato-
permitiram espectaculares avanços no
diferentes, com o inconveniente de dis- grafia, que deriva da palavra grega
estudo de amostras liquidas ou sólidas,
torcer a linha espectral. "Zeugma" — ÇEuyµa — que significa
cada vez mais diluídas e complexas, em
"aquilo que reúne" [10].
áreas de importância fundamental tais No entanto, é o uso deliberado de um
como Ciências de Materiais, Bioquímica campo magnético não uniforme que Há dois tipos principais de imagens que
Estrutural ou Espectroscopia RMN in pode fornecer discriminação espacial podem ser produzidas para visualizar o
vivo aplicada ao próprio Homem. Estes dos sinais RMN dessa amostra. De interior do corpo humano. A mais sim-
desenvolvimentos teóricos e experimen- facto, no início dos anos 1970, enquan- ples de obter é a imagem projecção, que
tais foram entretanto reconhecidos com to investigava na Universidade Estadual consiste numa sobreposição de estrutu-
a atribuição do Prémio Nobel de Quími- de Nova Iorque em Stonybrook, Lauter- ras a profundidades diferentes, sendo o
ca em 1991 a Richard Ernst, do E.T.H., bur mostrou que, ao sobrepor um ou exemplo mais comum a imagem de
Zurique, Suíça, pelo desenvolvimento da mais gradientes de campo magnético raios-X convencional. Muito melhores
teoria do RMN pulsado que permitiu a fracos e bem calibrados ao campo mag- são os tomogramas ou imagens de
criação de uma grande variedade de po- nético forte uniforme B 0 , podia obter in- corte, muito mais claras na representa-
derosas experiências de impulsos uni- e formação sobre a posição espacial de ção das estruturas internas. A obtenção
multidimensionais com inúmeras aplica- átomos contendo núcleos com um de- de tomogramas por raios-X ou por RMN
ções em Química e Bioquímica Estrutu- terminado spin (por exemplo protões) necessita de uma tecnologia mais avan-
ral [8], e mais recentemente, em 2002, duma estrutura, e a partir daí obter uma çada que a imagem projecção. O méto-
QUÍMICA 49

figura 1 A) Direcção do gradiente de campo


• CO Gx em relação aos vasos de água. B) Espectros
RMN de protão dos dois vasos de água.

plano P A

C^ figura 2 Projecção dum objecto 3D num plano


P p , seguida da projecção deste plano numa
plano P,
projecção 1D linha. O ponto A da linha corresponde ao
plano P A.

impulso rf gaussiano

espectro

objecto

fatia
seleccionada
gradiente de
campo
Gy figura 3 Ilustração da excitação selectiva, tal
com se discute no texto.

do de imagem mais simples, utilizando Para obter uma imagem simples, i.e. do 360°. Uma vez que essa imagem
um só gradiente de campo magnético, uma projecção 2D no plano horizontal projecção é de muito pouca utilidade, é
origina uma projecção 1D segundo uma (Fig. 2) numa matriz N x N (sendo N o possível continuar o processo de projec-
linha duma projecção 2D perpendicular número de elementos de imagem se- ção-reconstrução, combinado N dessas
àquela segundo um plano dum objecto
gundo cada eixo), é necessário recons- projecções 2D com direcções de projec-
3D (Fig. 2). Assim, a intensidade da pro-
trui-la a partir de um grande número N ção diferentes, obtendo uma imagem
jecção 1D no ponto A corresponde à
de projecções 1D segundo diferentes di- 3D completa, e escolhendo uma dada
quantidade total de protões no plano PA.
recções distribuídas igualmente segun- fatia para representar um dado tomogra-
50 QUÍMICA

figura 4. A) Sinais de projecção obtidos de B C


duas amostras cilíndricas de água situadas
num corte segundo XOY. As projecções
segundo X e Y representam a aquisiçãp do
sinal na presençaa de um gradiente G x e G y ,
respectivamente. B) Princípio da reconstrução )

de imagens por retroprojecção. A localização


das duas amostras não pode ser definida
inequivocamente a partir de duas projecções.
C) Usando a retroprojecção de um terceiro
perfil independente, as coordenadas correctas
das duas amostras podem já ser
determinadas. A inclusão de novas projecções
aumenta a definição da imagem. y
Y

figura 5. Relação entre om objecto 3D, a sua


projecção 2D ao longo do eixo OX , e quatro
projecções 1D a 45° no plano XOY. As setas
representam as direcções dos gradientes
(reproduzido de [10])

ma. Porém este processo requer N 2 pro- trada na Fig. 3. Um gradiente forte, G y , A Excitação Selectiva foi combinada
jecções 1D diferentes, e embora Lauter- é aplicado à amostra simultaneamente com a projecção-reconstrução (ou
bur o tenha realizado [11], o tempo de com um impulso r.f. de 90° "talhado" e Zeugmatografia) por Lauterbur [13]. A
aquisição era demasiado longo para ter de fraca intensidade (impulso "talhado" projecção 1D obtida tal como descrito

aplicação clínica. significa que tem um espectro de excita- acima é a duma fatia perpendicular ao
ção com amplitudes em função da fre- gradiente de corte, constituindo uma
Para obter uma imagem tomográfica, técnica de reconstrução de planos. Para
quência previamente escolhido, por
evitando a complicação duma recons- exemplo gaussiano). Só os spins dentro reconstruir agora essa fatia, obtendo
trução 3D total a partir de projecções da fatia sombreada são excitados. Após uma matriz de imagem N x N, é neces-
1D, é fundamental excitar apenas os esta excitação, G y é desligado e um G, é sário obter N projecções 1D perpendi-
spins localizados numa fatia estreita da aplicado durante a aquisição do sinal, culares a OY segundo diferentes direc-
amostra. Isso é conseguido por meio de cuja transformada de Fourier agora re- ções distribuídas igualmente segundo
uma técnica, conhecida por Excitação presenta a variação da densidade de 360°. Uma imagem 128 x 128 demora
Selectiva, devida a Mansfield [12], ilus- spins ao longo da coordenada x da fatia. agora um tempo de aquisição aceitável,
QUÍMICA 151

Y
^
Z
Az
figura 6. Para efectuar uma irradiação
selectiva, os gradientes de campo são
aplicados sucessivamente segundo as
direcções OX, OY e OZ. A rf defi ne o plano de
corte inicial (reproduzido de [15]).

figura 7. Imagem EPI de um anel cheio de óleo


(reproduzido de [16]).

entre dois e cinco minutos. A reconstru- para distinguir entre tecidos com con- cepto os situados na estrita fatia de es-
ção de uma imagem por retroprojecção teúdos de água diferentes. pessura Ax, a qual permanece inaltera-
encontra-se ilustrada esquematicamen- da. Aproveitando o facto dos núcleos
Mansfield desenvolveu um novo método
te na Fig. 4. fora dessa faixa permanecerem efectiva-
de obter sinais de ressonância excitando
mente saturados durante um período de
Os núcleos dos átomos de hidrogénio selectivamente os núcleos numa deter-
tempo T 1 (tempo de relaxação spin-
originam sinais RMN intensos, e uma minada região do corpo, utilizando dum
rede, da ordem de alguns décimos de
das primeiras demonstrações por parte modo distinto de Lauterbur a técnica de
segundo), G, é desligado e é aplicado
de Lauterbur da sua técnica, descrita Excitação Selectiva acima descrita, isto
um gradiente G z e nova sequência de
em 1973 num artigo na Nature [10], é sem usar a projecção-reconstrução
impulsos "talhados", que agora excitam
mostrou a imagem dum tubo de ensaio [14,15]. Nesta técnica de linhas (Fig. 6),
selectivamente os núcleos situados na
cheio de água (Fig. 5). A água é a com- a excitação selectiva na presença do
estria elementar Az, cuja magnetização
ponente mais abundante dos tecidos gradiente de co rt e G x usa um impulso de
roda de 90°. G Z é então desligado e apli-
vivos, dependendo os métodos actuais 90° "talhado" cujo espectro de frequên-
ca-se G y durante a aquisição do sinal,
de IRM dos sinais dos protões da água cias é tal que satura todos os spins ex-
52 I QUÍMICA

n amostras

GZ

Gx

Gy
figura 8 Sequência de gradientes "spin warp".

H O 'H
0 -H
H H/
H
macromolécula
o/ H - 0-H

H- 0
H
H
H^O ^H
. 0 0H H
H-0
H

figura 9 Esquema de hidratação dum tecido


em duas fases. mais imóvel móvel

transformada de Fourier corresponde à riores foram fundamentais para a aquisi- guns anos. Este grupo desenvolveu o
densidade dos spins situados numa ção de imagens de objectos em movi- chamado "método múltiplo dos pontos
linha de elementos definida ao longo de mento, tais como de um coração a bater sensíveis" [ 171.
OY. Deste modo é possível varrer cada ou do fluxo sanguíneo, por exemplo no
Outro investigador, Raymond Damadian,
secção planar que se pretenda. sistema vascular cerebral (ver Fig.15A
trabalhando no Medical Center da Uni-
abaixo).
Mansfield também desenvolveu méto- versidade Estadual de Nova Iorque,
dos experimentais e matemáticos para Os primeiros anos do desenvolvimento também se proclamou inventor do IRM.
transformar os sinais dos spins nuclea- desta área de investigação foram marca- Damadian publicou um a rt igo [181 onde
res com grande rapidez e precisão em dos por fortes rivalidades. Por exemplo, descrevia uma técnica de localização do
imagens úteis na prática clínica. Uma na Universidade de Nottingham havia sinal em pontos precisos do corpo (de-
dessas técnicas rápidas é a Imagem outros grupos de investigação desenvol- signada por FONAR) modificando o
Ecoplanar (EPI) [161. Embora as primei- vendo outros métodos de obtenção de campo B o de modo a torná-lo não ho-
ra imagens tivessem uma resolução es- imagens, tais como os grupos de R. An- mogéneo excepto numa pequena região
pacial baixa (Fig. 7), os avanços poste- drew e W. Moore que faleceram há al- central cujos spins são selectivamente
QUÍMICA 53

90 °18 0°

Excitação
.141nI TI -

nillp•
TE-
TR
• decaimento
Detecção 2
figura 10 Sequência de impulsos de ecos de
spin (SE):

MC

MB

LCR

figura 11 Imagens cerebrais axiais normais:


A) com ponderação T 1 ; B) com ponderação T2.

excitados, pois são os únicos a entrar dos cancerosos não levaram ao IRM que aplicação de um gradiente G„ (gradiente
em ressonância. No entanto, a técnica existe hoje. Estas rivalidades terão atra- de codificação das fases) durante um
usada envolvia a focagem em regiões sado a atribuição deste Nobel em pelo período de evolução t x , seguido do gra-
específicas do corpo obtendo sinais pro- menos dez anos. No entanto, as contri- diente de leitura G y aplicado durante o
venientes dela em vez de criar uma ima- buições de Lauterbur e Mansfield são, tempo de detecção dos sinais, t 5 . Os
gem duma área maior. É pois uma téc- de longe, as mais importantes para o de- dois gradientes alteram as frequências
nica de localização, útil por exemplo em senvolvimento desta técnica, sendo dos sinais dum modo que depende li-
espectroscopia in vivo, mas que não unânime a opinião dos especialistas de nearmente das coordenadas x e y no
constitui de facto uma técnica de ima- que eles são as pessoas certas para re- plano de corte, pois w, = y (B o + G x x) e
-

gem. Damadian publicou também o pri- ceber este prémio. wy = y (B 0 + G y y). Ao passo que o gra-
-

meiro artigo que usou o RMN para ten- diente de leitura permite discriminar se-
tar distinguir entre um tecido saudável e lectivamente as linhas paralelas ao eixo
Progressos mais recentes da
canceroso utilizando a comparação dos IRM OY através das frequências diferentes wy
respectivos tempos de relaxação T 1 geradas, a discriminação espacial ao
[19), mas as conclusões não se revela- Nenhum dos métodos de obtenção de longo da coordenada x em cada uma
ram verdadeiras em todos os casos. imagens descritos atrás acabou por ser dessas linhas é feita através do efeito
adoptado na prática clínica actual, a
que G x tem sobre a velocidade de pre-
Damadian submeteu uma patente da qual utiliza variantes duma técnica, de-
cessão dos núcleos w x , o qual gera ao
sua técnica e fundou uma empresa, signada Tomografia de Fourier [20], na
fim do tempo t, um incremento de ân-
FONAR, que ainda hoje constrói apare- qual é gerado um conjunto de sinais que
gulo de fase 4), proporcional à coordena-
lhos de IRM, a qual porém utiliza o mé- constitui uma matriz 2D que depende
da x, pois (B0+G0x) tx.
todo dos gradientes de Lauterbur. Em- das coordenadas no plano de corte, a 4x=wxtx=y
Assim, o sinal em cada ponto (x, y) é ca-
bora Damadian acredite e continue a qual origina directamente uma projec-
racterizado por um conjunto único de
protestar ruidosamente que deveria ter ção 2D por meio de uma transformada
frequência w, e fase 0, proporcionais à
sido incluido na lista dos agora laurea- de Fourier 2D. Após uma excitação se-
coordenadas desse ponto. Obtém-se um
dos com o Prémio Nobel, a apresenta- lectiva (gradiente G, mais impulso "ta-
conjunto de N sinais, amostrados N
ção que fez de algumas ideias sobre o lhado" de 90°) que define o plano de
vezes durante t y , por variação de tx
método de obtenção de sinais de teci- co rt e XOY, segue-se antes da detecção a
54 I QUÍMICA

a h

figura 12 Imagens cerebrais axiais normais


(A) e B)) e de paciente com esclerose múltipla
(C) e D)), com ponderação T2 (A) e C)) e da
fracção de água associada à mielina (B) e D))
(reproduzido de [22])

figura 13 Imagens cerebrais axiais com


ponderação T 1 na presença de tumor: A) sem e
B) após injecção intravascular de um agente
de contraste (quelato de Gd").

desde 0 até N.4t x , onde 4t, é o incre- tros característicos dos tecidos, tais com elas (Fig. 9). Um aumento do con-
mento temporal. A transformada de como a densidade de protões p„ (que teúdo total de água dum tecido causa
Fourier 2D da matriz de dados N x N ori- depende do conteúdo de água e de gor- um aumento da fracção de água livre e
gina a imagem bidimensional. Uma vez dura), a sua mobilidade, difusão e fluxo dos valores de T 1 e T2. De facto, cada te-
que o tempo de aquisição típico para em vasos sanguíneos. O conteúdo de cido normal e patológico tem os seus va-
cada corte nesta experiência ainda é de água não afecta o contraste em mais de lores característicos de T 1 e T2, o que
cerca de seis minutos, utiliza-se hoje 5 %, pois ele varia pouco (entre cerca
garante muitas vezes um bom contraste.
uma versão mais recente desta técnica, de 70 % e 80 %) entre os tecidos ma-
Esse contraste é conseguido através da
mais rápida, chamada "spin warp" [21] cios (já é só de 10 % no tecido ósseo).
utilização de rotina de uma sequência
(Fig. 8), na qual a discriminação de O sinal da gordura é importante no teci-
de ecos de spin (ES) associada á excita-
do adiposo. Porém a maior fonte (50 %)
fases é feita por aplicação do gradiente ção selectiva, com impulsos "talhados"
do contraste deriva da mobilidade da
G, N vezes com amplitudes diferentes de 90° e 180°, [T R -(90°- T, -180°-T 1 )-
água dos tecidos e do efeito que ela tem
de cada vez durante o mesmo tempo tx ,
eco]n (Fig. 10), onde TR é o tempo de
sobre os seus tempos de relaxação T 1
cada uma das quais origina uma altera-
repetição, T i o intervalo entre os impul-
(spin-rede) e T2 (spin-spin) a uma dada
ção (ou torsão, "warp") de fase diferen-
frequência. A água livre presente nos te- sos de 90° e 180° e TE = 2 T 1 é o tempo
te.
cidos tem valores de T, e T2 muito su- de obtenção do eco. É a amplitude do
Como foi dito anteriormente, a origem periores aos da água de hidratação das sinal eco detectado que determina a in-
do contraste das imagens de protão usa- suas estruturas macromoleculares, tensidade de cada elemento de ima-
das em IRM depende de vários parâme- muito mais imobilizadas pela interacção gem. Uma vez que na prática clínica se
QUÍMICA 55

figura 14 Imagem angiográfica (ARM) dum humano após adição do agente de


contraste MS-325 (reproduzido de [25])

usa TE « TR, a intensidade do eco é entre elas, sendo mesmo possível inver- móvel, com T2 de 70-95 ms e outra
dada por ter o contraste entre tecidos, em pa rt i- componente (15 %) mais imobilizada
cular enter MB e MC. (T 2 de 10-40 ms) associada à hidratação
I pH [1- exp(-T R /T 1 )] exp(-T E/T 2 )
da mielina. Na Fig. 12A mostra-se uma
A maioria das patologias cerebrais têm
Essa intensidade depende pois de parâ- imagem axial com ponderação 12 dum
T 1 e 12 mais longos que o tecido cere-
metros específicos do tecido (aumenta cérebro normal com o respectivo contra-
bral normal, devido ao aumento do con-
se T 1 diminuir e se 12 aumentar), e tam- te, e na Fig. 12B a imagem da fração de
teúdo de água livre, aparecendo a lesão
bém dos parâmetros TR e TE controlados água com 12 curto que representa a
pelo operador (aumenta se TR e T E com contraste negativo nas imagens mielina (15 % na MB e só 4 % na MC).
aumentarem). Assim, se escolhermos com ponderação T i e com contraste po- Numa imagem com ponderação 12 dum
TR » T1, I só depende de p H e de T 2 , O sitivo nas imagens com ponderação 12. paciente com MS (Fig. 12C), as lesões
qual determina o contraste por variação É o caso do edema cerebral resultante na MB aparecem com contraste positi-
adequada de TE (imagem ponderada em duma infecção, enfarte ou tumor. Outras vo, devido ao aumento de p H e 12.
T2 , Fig. 11A), ao passo que para TE « patologias têm T 1 curto e T2 longo, apa- Porém, a desmielinização não ocorre
12, I será independente de T 2 e só de- recendo com contraste positivo na pon- igualmente em todas as lesões, como in-
pende de p H e de T 1 , o qual determina o deração quer em T 1 quer em 12. Esta si- dica o mapa da fracção de T 2 curto da
contraste por variação adequada de TR tuação pode ser devida ao aumento de mielina (Fig. 12D): há desmielinização
(imagem ponderada em T 1 , Fig. 11B). água de hidratação nos tecidos (ex: acu- nas lesões 2 e 3 (de 4 anos), mas não
mulação de soluções proteicas concen- em 1 mais recente (de 2,5 anos) [22].
Os valores típicos de T 1 e T2 (ms) (a 0,15
tradas em abcessds ou tumores necróti-
Tesla) para os principais tecidos cere- Nem todas as patologias têm no entanto
cos) ou á libertação de compostos
brais são: matéria branca (MB) (300, valores de T 1 e 12 diferentes dos tecidos
paramagnéticos (meta-hemoglobina na
95), matéria cinzenta (MC) (475, 120), circundantes, em pa rt icular os tecidos
hemorragia sub-aguda, ou hematoma).
líquido cefalo-raquidiano (LCR) (2000, cancerosos, apesar do que Damadian
O caso da esclerose múltipla (EM) é um
250), que resultam do conteúdo total de proclamou inicialmente [191. De facto,
água, logo a sua mobilidade, variar pela pouco diferente das situações anteriores
estudos sistemáticos mostraram que
ordem LCR » MC > MB. Assim, a ima- [22]. Trata-se de uma patologia auto- não é possível obter um diagnóstico es-
gem ES da Fig. 11A (com ponderação imune, em cujas lesões ocorre numa pecífico do cancro só com base em
T 1 ) mostram uma maior intensidade certa fase uma desmielinização dos axó- IRM, devido algumas sobreposições dos
(mais claro, contraste positivo) pela nios neuronais com a libertação de lípi- valores dos tempos de relaxação em te-
ordem MB > MC > LCR, ao passo que dos livres com 12 cu rt o. Verifica-se que cidos normais e patológicos. Assim, em
na Fig. 11B (com ponderação T2 a a hidratação da MB normal é de facto casos em que a própria visualização
ordem de intensidades é LCR > MC > um pouco mais complexa que o que foi dum tumor cerebral seja difícil (Fig.
MB. Assim, é possível visualizar estas descrito acima, havendo compartimen- 13A), a injecção intravascular de um
regiões com resolução espacial de cerca tação da água numa componente agente de contraste torna-a clara (Fig.
de 1 mm e com um contraste excelente (85 %) citoplásmica e intersticial mais 13B). Os agentes de contraste, introdu-
56 QUÍMICA

figura 15 A) Mapa de activação cerebral (fIRM), mostrando as respostas à


activação visual, sobreposto a uma imagem anatómica de referência (FLASH).
O mapa é obtido por diferença de imagens de densidade de spins com
:•:::••v:•::v:^
^L• • LL.:.^
T2.
ponderação (imagens EPI com ecos de gradientes, resolução espacial 10 15 20 25 30
Time /s
3x 3x 4 mm3). B) Variação da intensidade do sinal IRM BOLD com o tempo
num ciclo de 10 s de excitação visual e 20 s de escuridão (reproduzido de 127]).

zidos em IRM num estudo pioneiro por num vaso sanguíneo presentes na sec- racterizado pelo parâmetro 1- 2 * , que tem
Lauterbur e Mendonça-Dias [23], são ção excitada durante a etapa de excita- certas semelhanças com 1 2 ) mais rápi-
-

em geral pequenos complexos para- ção selectiva, transportam a magnetiza- do do sinal da água do sangue nesse
magnéticos de Gd' (ou Mn 2 1, muito es- ção criada para fora dessa secção local, diminuindo o valor de T2 * . O aflu-
táveis, que diminuem muito o valor de através do fluxo sanguíneo ao longo do xo de sangue oxigenado, diamagnetico,
T 1 da água (embora também haja al- vaso, permitindo a sua detecção poste- com T2 * mais longo, origina um ligeiro
guns que diminuem T2, como é o caso rior e a reconstrução da imagem dos contrate positivo nas áreas do cérebro
de nanopartículas com base em óxidos vasos com um forte contraste positivo activadas. A oxigenação do sangue alte-
de ferro). Injectados intravascularmente, [25]. ra-se pois como resposta fisológica aco-
aqueles quelatos distribuem-se rápida- plada às alterações de actividade neuro-
Mais recentemente, um refinamento da
mente pelo espaço intravascular e in- nal. Este efeito, apelidado de contraste
técnica — IRM funcional (fIRM) — permi-
tersticial, até serem excretados por filtra- BOLD ("blood oxygenation level depen-
tiu obter imagens do fluxo sanguíneo
ção renal ou pela via hepato-biliar, dent) [26], permitiu recentemente obter
originando um contraste positivo nas nas áreas do cérebro activadas por cada dados sobre o funcionamento cerebral
imagens ponderadas em T 1 [24]. Esses função cerebral. De facto, quando uma impensáveis quando os cientistas agora
agentes ao circular pelo espaço vascular dada zona cerebral é activada, o au- laureados fizeram as suas descobertas.
cerebral normal não atravessam a bar- mento local de consumo neuronal de Utilizando protocolos adequados, são
reira hemato-encefálica, excepto na pre- glucose e oxigénio leva ao afluxo a essa obtidas imagens anatómicas do córtex,
sença de patologias (e. g. tumor) que zona de sangue mais oxigenado. Conse- seguidas de imagens rápidas (técnica
quebrem tal barreira, difundindo então quentemente, a percentagem de oxi-he- EPI de Mansfield), antes, durante e após
para o respectivo espaço intersticial e moglobina, diamagnética, no interior um dado tipo de excitação cerebral. As
originando um contraste positivo na dos eritrócitos presentes nesses locais imagens diferença (com e sem excita-
pa rt e não necrótica do tumor (Fig. 13B). aumenta em relação à desoxi-hemoglo- ção) permitem visualizar as zonas do
Há também agentes de contraste ma- bina, paramagnética. Os eritrócitos do córtex activadas, por exemplo, por uma
cromoleculares, que devido às suas di- sangue desoxigenado comportam-se excitação visual (no córtex occipital)
mensões permanecem no espaço intra- dum modo semelhante às nanopartícu- (Fig. 15) [27] ou até as zonas envolvidas
vascular sem migrar para o interstício, las magnéticas acima referidas, e devido em processos emocionais, tais como o
permitindo obter óptimas imagens do ao efeito sobre a susceptibilidade mag- sentimento de exclusão social (nas
sistema vascular (Angiografia por RM, nética do meio circundante causam um zonas do córtex cigulado anterior e pré-
ou ARM) (Fig. 14). Os protões da água decaimento temporal exponencial (ca- frontal ventral direito) (Fig. 16) [28].
QUÍMICA 57

figura 16 Imagens cerebrais fMRI segundo um protocolo de exclusão vs. inclusào social. A) Imagem sagital mostrando o aumento de actividade no córtex
cigulado anterior (CCA); B) Imagem coronal mostrando o aumento de actividade no córtex pré frontal ventral direito (CPVD) (reproduzido de Í28]).

Agradecimentos 8. L. Miller, A. Kumar e R.R. Ernst, J. 20. A. Kumar, D. Welti e R.R. Ernst, J. Magn.
Chem. Phys., 63. 5490 (1975); K. Nagaya- Reson., 18, 69 (1975)
O autor agradece a todas as pessoas ma, A. Kumar, K. Wüthrich e R.R. Ernst, J.
Magn. Reson., 40, 321 (1980); "Principles 21. W.A. Edelstein, J.M.S. Hutchinson, G.
com quem tem colaborado ao longo dos
anos na área de IRM e do uso de agen- of NMR in one and two dimensions", R.R. Johnson e T. Redpath, Phys. Med. Biol.. 25.
Ernst, G. Bodenhausen e A. Wokaum, Cal- 751 (1980).
tes de contraste, em particular a A.
rendon Press, Oxford, 1988.
Dean Sherry (Univ. Texas em Dallas) e 22. A. MacKay, K. Whittal, J. Adler, D. Li, D.
9. K. Wüthrich, G. Wider, G. Wagner e W.
Seymour Koenig (IBM Thomas Watson Paty e D. Graeb, Magn. Reson. Med., 31,
Braun, J. Mol. Biol., 155, 311 (1982); M.P.
Research Center, N.Y.), bem como mais
Williamson, T.F. Havel e K. Wüthrich, J. Mol. 673 (1994).
recentemente aos colegas da Acção
Biol., 182, 295 (1985)
23. P.C. Lauterbur, M.H. Mendonça-Dias e
COST D18 da U.E., em particular J. Pe-
10. P.C. Lauterbur, Nature, 242, 190
ters (TU Delft), André Merbach (EPFL, A.M. Rudin, em "Frontiers of Biological Ener-
(1973).
Lausanne), Robert Muller (Mons) e getics", Eds. P.O. Dutton, J.G. Leigh e A.
11. C.M. Lai e P.C. Lauterbur, Phys. Med.
Silvio Aime (Turim). Scarpa, Academic Press, New York, 1978.
Biol., 26, 851 (1981).

12. A. Garroway, P. Granell e P. Mansfield, J. 24. C.F.G.C. Geraldes, A.D. Sherry, I. Lázár,

Phys., C7, 1456 (1974) A. Miseta, P. Bogner, E. Berenyi, B. Sumegi,

13. P.C. Lauterbur, D.M. Kramer, W.V. Kra- G.E. Kiefer, K. McMillan, F. Maton e R.N.
Referências mer, Jr. e C.N. Chen, J. Am. Chem. Soc., Muller, Magn. Reson. Med., 30, 696 (1993).
97, 6866 (1975).
1. O. Stern, Z. Phys., 7, 249 (1921); W. Ger- 25. R.B. Lauffer, D.J. Parmalee, S.U. Du-
lach e O. Stern, Ann. Phys. Leipzig, 74. 673 14. P. Mansfield. A.A. Maudsley e T. Bains,
J. Phys. E. Sci. Instrum., 9, 2271 (1976) nham, H.S. Ouellet, R.P. Dolan, S. Witte, T.J.
(1924).
McMurry e R.C. Walowitch, Radiology, 207.
2. W. Pauli, Naturwiss., 12, 741 (1924) 15. P. Mansfield, I.L. Pykett, P. Morris e R.
Coupland, Brit. J. Rad., 51, 921 (1978) 529 (1998).
3.1.1. Rabi, S. Millman, P. Kusch e J.R. Za-
16. P. Mansfield, J. Phys., C10, L55 (1977); 26. S. Ogawa, T.M. Lee, A.R. Kay e D.W.
charias, Phys. Rev., 55, 526 (1939); J.M.B.
P. Mansfield e A.A. Maudsley, J. Magn.
Kellogg, I.I. Rabi, N.F. Ramsey e J.R. Zacha- Tank, Proc. Nat. Acad. Sci (USA), 87, 9868
Reson., 27, 101 (1977); P. Mansfield e I.L.
rias, Phys. Rev, 56. 728 (1939) (1990); R. Turner, D. Le Bihar, C.T.W. Moo-
Pykett, J. Magn. Reson., 29, 355 (1978).
4. F. Bloch, W.W. Hansen e M.E. Packard, nen, D. des Pres e J. Frank, Magn. Reson.
17. E.R. Andrew. P.A. Bottomley, W.S. Hins-
Phys. Rev, 69, 127 (1946)
haw, G.N. Holland, W.S. Moore e C. Simaroj, Med., 22, 159 (1991).
5. E.M. Purcell, H.C. Torrey e R.V. Pound, Phys. Med. Biol., 22, 971 (1977).
27. P. Fransom, G. Kruger, K.D. Merboldt e
Phys. Rev, 69, 37 (1946)
18. R. Damadian, L. Minkoff, M. Goldsmith,
J. Frahm, Magn. Reson. Med.. 39. 912
6. J.T. Arnold, S.S. Dharmatti e M.E. Pac- M. Stanford e J. Koutcher, Science, 194,
kard, J. Chem. Phys., 19, 507 (1951) (1998).
1430 (1976)
7. R.R. Ernst e W.A. Anderson, Rev Sci. Ins- 19. R. Damadian, Science. 171. 1151 28. N. Eisenberger, M.D. Lieberman e K.D.
trum., 37, 93 (1966) (1971) Williams, Science, 302, 290 (2003).
Agora em Português!
Um livro de referôncia para todos os 4ufmkos!
Porque é necessário saber identificar uma espécie
química por meio de uma palavra s làrita ou
tUPAC
pronunciada;
International Union or Pure and Applied Chemistry
Sociedade Pormeuesa de Quimica

Para que o leitor, ou simplesmentço ouvinte, pó4sa


deduzir a estrutura a partir do nome, os nomes dos Guia IUPAC para a
compostos devem ter tanta relação quanto
possível com as suas estruturas;
C C
V
omenclatura
E como tudo isto requer um sistema de princípios
e de regras, cuja aplicação dá origem a uma de Compostos
nomenclatura sistemática,

Aparece, agora em PORTUGUÊS, o Guia H


Orgânicos
IUPAC para a Nomenclatura de Compostos
Orgânicos que actualiza o conjunto de regras Tradução Portuguesa
contidas na última edição de Nomenclature of nas Variantes Europeia e Brasileira

Organic Chemistrti' e permite ao utilizador criar


nomes correctos, na nossa língua, adaptados
a cada caso particular.

RESULTADO DE UM EXAUSTIVO
TRABALHO DE CONSULTA

REVISTO POR INLIMER ^

ESPECIALISTAS NACIONAIS

Tradutores
• Ana Cristina Fernandes - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa
• Bernardo Herold - Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa
• Hernâ,j Maia - Universidade do Minho
• Amélia Pilar Rauter - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
• José Augusto Rosário Rodrigues - Universidade Estadual de Campinas do Estado de São Paulo

U N
N C ADAPTADO À LÍNGUA PORTUGUESA
Inclui referência à variante brasileira sempre que esta seja diferente da euro.eia

N N
LIDEL - Edições Técnicas, Lda

H
Www.lidel.pt • E-mail: promocao@lidel.pt
Lisboa: 213541448 • Porto: 22509799315 • Coimbra: 239822486
LIOE

Você também pode gostar