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A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), é um instrumento de gestão ambiental

com o objetivo de garantir que projetos passíveis de danos ambientais sejam


avaliados de acordo com seus possíveis impactos ambientais. No processo
de Avaliação de Impacto Ambiental os possíveis impactos de um empreendimento
são analisados durante a fase de avaliação para aprovação do empreendimento.

A elaboração de um AIA é amparada em estudos ambientais, os quais são elaborados


por equipes multidisciplinares que apresentam diagnósticos, descrições, análises e
avaliações sobre os possíveis impactos ambientais decorrentes do projeto.

Assim, a Avaliação de Impacto Ambiental pode ser compreendida como um


instrumento de planejamento ambiental, ou como uma atividade técnico-científica
com o objetivo de identificar, prever e interpretar as implicações de um projeto sobre
o meio ambiente.

Meio Ambiente

É o sistema global constituído por elementos naturais e artificiais de natureza física,


química ou biológica, socioculturais e suas interações, em permanente modificação pela
ação humana ou natural e que rege e condiciona a existência e desenvolvimento da vida
em suas múltiplas manifestações (Sánchez, 2008).

Poluição

Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia que possa afetar
negativamente o homem ou outros organismos (Sánchez, 2008).

Degradação ambiental

Qualquer alteração adversa dos processos, funções ou componentes ambientais, ou


alteração adversa da qualidade ambiental (Sánchez, 2008).

Impacto Ambiental

Alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou


sociais provocada por ação humana (Sánchez, 2008).

1. Método Espontâneo (AD HOC)

Surgiu pela necessidade da tomada de decisões no que diz respeito à implantação de


projetos, considerando o parecer de especialistas em cada espécie de impacto resultante
do projeto, além dos pontos econômicos e técnicos. Consiste na formação de grupos de
trabalho multidisciplinares com profissionais qualificados em diferentes áreas de
atuação, apresentando suas impressões baseadas na experiência para elaboração de um
relatório que irá relacionar o projeto a ser implantado com seus possíveis impactos
causados (STAMM, 2003). Esta metodologia quando utilizada isoladamente deve
desenvolver a AIA (Avaliação de Impacto Ambiental) de forma simples, de fácil
interpretação e de maneira dissertativa.

A referida metodologia é adequada às situações com escassez de dados e quando a


avaliação deve ser disponibilizada em um curto espaço de tempo (CARVALHO e
LIMA, 2010). A vantagem desse método, além de ser realizada em curto espaço de
tempo como já mencionado anteriormente, proporciona menores gastos e é facilmente
compreensível pelo público em geral. Por outro lado, exibe um alto grau de
subjetividade, visto que considera a análise qualitativa e deixa de lado o caráter
quantitativo da avaliação, além de ser passível de espacialização via SIG (Sistema de
Informação Geográfica) e utilizar informações que normalmente encontram-se
disponíveis (RANIERI et al., 1998).

As consultas “ad hoc” compõem a maioria dos métodos de AIA, em pelo menos uma de
suas fases (PEREIRA; BORÉM, 2007), porém o método “ad hoc” sozinho não
contempla as exigências da legislação vigente, devendo ser usado como uma etapa
dentro do processo de avaliação e não como método absoluto.

2. Método check-list (listagem)

São instrumentos bastante práticos, fáceis de usar e são uteis em estudos preliminares
para identificação de impactos relevantes (SÁNCHEZ, 2008; TOMASI, 1993).

Segundo Costa et al (2005), a listagem representa um dos métodos mais utilizados em


AIA em fase inicial. Consiste na identificação e enumeração dos impactos, a partir da
diagnose ambiental realizada por especialistas dos meios físico, biótico e
socioeconômico. Os especialistas deverão relacionar os impactos decorrentes das fases
de implantação e operação do empreendimento, categorizados em positivos ou
negativos, conforme o tipo da modificação antrópica que esteja sendo introduzida no
sistema analisado.

Esse método tem como principal vantagem reunir os mais prováveis impactos
associados a um projeto (GALLARDO, 2004). Entretanto, tal metodologia não
identifica impactos diretos, não considera características temporais dos impactos, não
considera a dinâmica dos sistemas ambientais e na maioria dos casos não indica a
magnitude dos impactos, além de obter resultados subjetivos (CARVALHO; LIMA,
2010). Stamm (2003) cita cinco tipos básicos de listagem de controle, que são: simples,
descritivas, escalares, questionários e multiatributos.

Essa metodologia de impacto ambiental tem como principais vantagens à forma concisa,
organizada e compreensiva. Adequado para análises preliminares, indicando a priori os
impactos mais relevantes. Instiga a avaliação das consequências. Pode, de forma
limitada, incorporar escalas de valoração e ponderação. Porém tem como principais
desvantagens o compartimentação e fragmentação; não evidencia inter-relações entre os
fatores ambientais. A identificação dos efeitos é qualitativa e subjetiva. Impossibilidade
de identificar impactos secundários e fazer predições. Não capta valores e conflitos.

3. Métodos de Matrizes de Interação

A matriz de interação refere-se a uma listagem de controle bidimensional que relaciona


os fatores com as ações. Tal método é muito eficiente na identificação de impactos
diretos (alteração do ambiente que entra em contato com a ação transformadora), visto
que tem por objetivo relacionar as interações entre os fatores ambientais e os
componentes do projeto (FINUCCI, 2010). Embora possam incorporar parâmetros de
avaliação são meramente métodos de identificação, importantes em atividades que
possam causar impactos de maior intensidade e, portanto, devem ser monitorados com
bastante atenção (MOTA e AQUINO, 2002).

A metodologia de matriz de interações teve início a partir da tentativa de suprir as falhas


observadas nas listagens (check-list). A Matriz de Leopold, elaborada em 1971, é uma
das mais conhecidas e utilizadas mundialmente, sendo que a mesma foi projetada com o
intuito de avaliar os impactos associados a quase todos os tipos de implantação de
projetos (BECHELLI, 2010). A referida Matriz é baseada em uma lista de 100 ações
com potencial de possíveis provedores de impacto ambiental e 88 características
ambientais (FINUCCI, 2010). Faz-se necessário, inicialmente, assinalar todas as
possíveis interações entre as ações e os fatores, para que posteriormente se estabeleça a
magnitude e a importância de cada impacto em uma escala que varia de 1 a 10. A partir
disto, é possível identificar e avaliar se o impacto em questão se é positivo ou negativo
(OLIVEIRA E MOURA, 2009).

Enquanto o aferimento dos valores da magnitude é relativamente objetivo ou empírico,


referindo-se ao grau de alteração provocado por determinada ação sobre o fator
ambiental, a atribuição da pontuação para a importância de cada impacto é subjetiva ou
normativa, visto que envolve atribuição de peso relativo ao fator afetado no âmbito do
projeto. Além disso, por não estabelecer o princípio da exclusão e tampouco relacionar
os fatores segundo seus efeitos finais, um mesmo impacto pode estar em duplicidade.
Também não há distinção dos efeitos a curto e médio prazos nem se prega atenção em
certos pontos críticos do impacto ambiental (TOMMASI, 1994).

4. Superposição de cartas

Referem-se a métodos cartográficos desenvolvidos no âmbito do planejamento


territorial. Procura-se adaptar as técnicas cartográficas para aplicá-las na avaliação de
impactos ambientais, visando à localização e a identificação da extensão dos efeitos
sobre o meio através do uso de fotografias aéreas sobrepostas (FINUCCI, 2010). A
metodologia consiste na montagem de uma série de mapas temáticos, sendo que em
cada mapa indica-se uma característica cultural, social e física que refletem um impacto.
Esses mapas quando integrados produzem a síntese da situação ambiental de uma
determinada área geográfica, podendo ser elaborados de acordo com os conceitos de
vulnerabilidade ou potencial dos recursos ambientais (conforme a necessidade de
obtenção de cartas de restrição ou de aptidão do solo). Nestes mapas, a intensificação
das cores é entendida como áreas com impactos ambientais mais intensos. O referido
método é de grande utilidade quando se avaliam questões de dimensionamento espacial,
como na comparação entre as alternativas analisadas em um Estudo de Impacto
Ambiental (EIA), sendo este indicado para complementar outra metodologia de AIA
(CARVALHO e LIMA, 2010). Atualmente, com o auxílio de satélites e computação
gráfica, a aplicação deste tem se tornado mais simples e rápida e com precisão
incomparavelmente superior aos métodos anteriores (STAMM, 2003). A metodologia é
vista como uma transcrição mais moderna do método GIS (Geographic Information
System), sendo que a utilização de computadores ampliou sua gama de aplicações e
tornou o método ainda mais exato. Segundo Munn (1979), a aplicação desta permite
repartir a área de um mapa em porções, e cada uma dessas porções armazena uma
grande quantidade de informações.

A superposição de mapas tem como desvantagens a subjetividade dos resultados, a


limitação na quantificação dos impactos e a difícil integração de impactos
socioeconômicos, além de não considerar a dinâmica dos sistemas ambientais e requerer
altas quantias para sua aplicação. Em contrapartida, apresenta visualização espacial e
geográfica dos fatores ambientais, tal como da extensão dos impactos e proporciona
fácil comparação de alternativas. Além disso, com o avanço da informática e o
crescimento dos sistemas de Informação Geográfica e georreferenciamento as operações
com mapas tornam-se extremamente ágeis, favorecendo as possibilidades de utilização
deste método (CARVALHO e LIMA, 2010; SUREHMA/GTZ, 1992).

O QUE É O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Todas as ações do homem podem gerar alguma consequência para o meio ambiente.
Para controlar possíveis danos e garantir a manutenção de um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, foram criadas diversas leis e políticas ambientais. Neste
cenário, um dos instrumentos de controle preventivo de danos ambientais mais
importante é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), relatório técnico que avalia as
consequências ambientais decorrentes de um determinado projeto ou ação.

O QUE É O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL


O Estudo de impacto Ambiental, conforme estabelecido na legislação ambiental
brasileira, é um documento de natureza técnica, que tem como finalidade avaliar os
impactos ambientais gerados por atividades e/ou empreendimentos potencialmente
poluidores ou que possam causar degradação ambiental. Deverá também apresentar
medidas mitigadoras e de controle ambiental, garantindo assim o uso sustentável dos
recursos naturais. Ele é introduzido de forma preventiva para danos ambientais e, ao se
constatado o perigo ao meio ambiente, medidas são tomadas para minimizar ou evitar os
prejuízos ambientais.

ELES SÃO OBRIGATÓRIOS?


Durante a primeira fase do processo de licenciamento ambiental, o empreendimento ou
atividade com significativo potencial de degradação ou poluição ambiental, é obrigado a
elaborar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto
Ambiental (Rima). Estes instrumentos foram normalizados pela Resolução nº 001/86 do
CONAMA e, complementarmente, pela Resolução nº 237/97.

COMO ELE DEVERÁ SER FEITO

 O estudo de impacto ambiental deverá conter as seguintes fases:


Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, contendo descrição dos recursos
ambientais e suas interações, caracterizando as condições ambientais antes da
implantação do projeto. Este diagnóstico deverá contemplar os meios físico, biótico e
socioeconômico.
 Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, por meio de
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes (diretos e indiretos; imediatos e a médio e longo prazo; temporários
e permanentes; seu grau de reversibilidade; a distribuição dos ônus e benefícios sociais).
 Medidas mitigadoras – são aquelas destinadas a corrigir impactos negativos ou a reduzir
sua magnitude. Identificados os impactos, deve-se pesquisar quais os mecanismos
capazes de reduzi-los ou anulá-los.
 Programas de acompanhamento e monitoramento, estabelecidos ainda durante o EIA, de
modo que se possam comparar, durante a implantação e operação da atividade, os
impactos previstos com os que efetivamente ocorreram.

O QUE É RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA).


O RIMA é o documento que reflete as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental. Ele
tem como objetivo informar à sociedade sobre os impactos, medidas mitigadoras e
programas de monitoramento do empreendimento ou atividade.

QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL?


Um Estudo de impacto ambiental permite que as empresas, governos e outras pessoas
envolvidas compreendam todo o espectro de consequências do projeto potencial antes
que ele realmente comece. Ele é essencial para promover a sustentabilidade empresarial
e para preservação do meio ambiente. Um estudo de impacto ambiental não significa
necessariamente que um projeto levará à poluição ou prejudicará o ecossistema, ele
simplesmente estabelece que maneiras a proposta pode interagir com o mundo ao seu
redor. Através do Estudo de Impacto Ambiental é possível garantir a implantação de
obras, construções e o desenvolvimento econômico, aliados a preservação ambiental.

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