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Instituto de Física
Licenciatura em Física
NITERÓI-RJ
2022
2
Orientadora:
Dra. Sonia Regina Alves Nogueira de Sá
Niterói, RJ
2022
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CDD -
BANCA EXAMINADORA
Agradecimentos
À Deus, pois é Ele que nos proporciona a vida e conquistas importantes como
esta.
Aos orixás, santos e entidades às quais eu tanto pedi que me ajudassem a
superar esta barreira que parecia intransponível e que certamente também me
ajudaram.
À minha família que tanto amo e sempre me apoiou nos desafios que enfrentei
ao longo da vida.
À professora Sonia e ao DIECI, cujos membros (professoras e licenciandos)
me ajudaram muito, não apenas academicamente com as reuniões, discussões e
trabalhos produzidos, que me proporcionaram as condições necessárias para que eu
pudesse pensar e realizar o presente trabalho monográfico, como também certamente
mudaram a minha vida para melhor, trazendo mais alegria e esperança para o mundo.
Ao meu psicólogo Fabiano, cujas sessões de terapia me ajudaram a superar
aquilo que me impedia de seguir adiante.
Ao Coletivo Negro Minervino de Oliveira de Maringá (PR), cujas reuniões
mensais de leitura e discussão do livro “Dialética Radical do Brasil Negro”, de Clóvis
Moura me ajudaram a aprofundar a minha compreensão acerca da colonização
brasileira.
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Resumo
A colonização é algo que assola o povo brasileiro até hoje. Embora o processo
de subalternização à metrópole tenha chegado ao seu fim, a colonização ainda
permeia as relações sociais e a forma como a vida se produz e reproduz, pois toda a
organização social, jurídica, política, econômica etc. do Brasil contemporâneo foi
construída a partir da estrutura de natureza colonial que vigeu por séculos. Nesse
sentido, as instituições da democracia brasileira de maneira geral obedecem a esta
lógica, uma vez que são elas que promovem a colonialidade, o que nos leva a
problematizar a responsabilidade das instituições educacionais em perpetrar a
opressão desta natureza e, de maneira específica, como o ensino de Física se insere
nesta questão. Compreendendo a demanda de superação da colonialidade por meio
da decolonialidade, o presente trabalho monográfico buscou mapear as produções
acadêmicas na área de ensino de Física que se propõem a aprofundar o tema, de
modo que se logre sucesso com respeito à decolonialidade. Nesse sentido, a partir de
uma revisão integrativa, realizada em 4 bases de dados a partir de 2020, foram pré-
selecionadas 81 publicações, das quais 37 compõem a lista final, em que foram
separadas em 5 categorias: Reflexões teórico-metodológicas (16), Experiências
didático-pedagógicas (10), Formação de professores (7), CTS (2) e Afrocentricidade
(2). A predominância de trabalhos teóricos evidencia a necessidade de aproximação
entre a Física e a Decolonialidade, dada a eurocentricidade da disciplina científica.
Por sua vez, as Experiências didático-pedagógicas representam uma quantidade
também significativa dos textos acadêmicos pesquisados, pois dizem respeito à
realidade imediata da Educação brasileira, de modo a revelar desafios e caminhos
para uma Educação decolonial. Embora crucial, a categoria Formação de professores
não acompanha o número de publicações das duas primeiras categorias, revelando
uma demanda urgente a ser atendida, dada a necessidade de formação de qualidade
dos profissionais de Educação. CTS e Afrocentricidade apresentam uma quantidade
pequena de textos, em que os da primeira buscam reformular a metodologia, a fim de
atender às demandas decoloniais, enquanto os da segunda procuram conceber novas
formas de se estruturar as práticas educacionais que rompam com a eurocentricidade.
Abstract
Colonization is something that plagues the Brazilian people until today. Although
the process of subordination to the metropolis has come to an end, colonization still
permeates social relations and the way life is produced and reproduced, since the
entire social, juridical, political, economic, etc. organization of contemporary Brazil was
built upon the colonial structure that existed for centuries. In this sense, the institutions
of Brazilian democracy, in general, obey this logic, since they are the ones that promote
coloniality, which leads us to question the responsibility of educational institutions in
perpetrating the oppression of this nature and, specifically, how Physics teaching fits
into this issue. Understanding the demand for overcoming coloniality through
decoloniality, this monographic work sought to map the academic productions in the
area of Physics teaching that propose to deepen the theme, so that decoloniality can
be successfully achieved. In this sense, from an integrative review, carried out in 4
databases from 2020, 81 publications were pre-selected, from which 37 make up the
final list, in which they were separated into 5 categories: Theoretical-methodological
reflections (16), Didactic-pedagogical experiences (10), Teacher formation (7), CTS
(2) and Afrocentricity (2). The predominance of theoretical works highlights the need
to bring together Physics and Decoloniality, given the Eurocentricity of the scientific
discipline. In turn, Didactic-pedagogical experiences represent an equally significant
amount of the researched academic texts, as they concern the immediate reality of
Brazilian Education, so as to reveal challenges and paths for a decolonial Education.
Although crucial, the Teacher formation category does not keep up with the number of
publications of the first two categories, revealing an urgent demand to be met, given
the need for quality training of Education professionals. CTS and Afrocentricity present
a small number of texts, in which those of the former seek to reformulate methodology
in order to meet decolonial demands, while those of the latter seek to conceive new
ways of structuring educational practices that break with eurocentricity.
SUMÁRIO
Apresentação, p. 12
1 A Colonialidade e a Decolonialidade, p. 17
2 A Decolonialidade e a Educação brasileira: aspectos gerais, p. 31
2.1 Características coloniais do ensino de Física, p. 36
3 Metodologia, p. 41
4 Resultados e discussão, p. 43
4.1 Publicações na categoria Reflexão teórico-metodológica, p. 48
4.2 Publicações na categoria Experiência didático-pedagógica, p. 56
4.3 Publicações na categoria Formação de professores, p. 61
4.4 Publicações nas categorias CTS e Afrocentricidade, p. 64
4.5 Análise geral, p. 67
5 Considerações finais, p. 72
6 Referências bibliográficas, p. 74
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
APRESENTAÇÃO
1 A Colonialidade e a Decolonialidade
autores adeptos de tal visão, como Ernest Renan, cujos escritos em “A reforma
intelectual e moral” (La Réforme intellectuelle e morale, no original) atesta:
Seja do ponto de vista teológico, jurídico, político etc., a lógica que dita a
superioridade do sujeito branco e a consequente inferioridade do colonizado é de
origem branca. No capítulo quarto de “Pele negra, máscaras brancas”, Frantz Fanon
(2020) discute o dito “complexo de dependência do colonizado”, em que problematiza
1
The European baptizing of the continent drastically modified the heretofore history, plurality, and social,
cultural, economic, spiritual, territorial, and existential foundation of these lands, making it – by naming
it – a singular unit seen and defined from the European gaze.
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Começo a sofrer por não ser um branco na medida em que o homem branco
me impõe uma discriminação, faz de mim um colonizado, extorque de mim
todo o valor, toda a originalidade, diz que eu parasito o mundo, que preciso o
quanto antes acertar o passo com o mundo branco. (Ibid., 2020, p. 82)
colonialmente. É também uma ruptura com a imobilidade diante da opressão, uma vez
que se objetiva o reconhecimento da dinamicidade do oprimido para agir sobre aquilo
que lhe aflige. Nas palavras de Frantz Fanon,
o negro não deve mais se ver colocado diante deste dilema: branquear-se ou
desaparecer, mas deve poder tomar consciência de uma possibilidade de
existir; dito de outra maneira, se a sociedade lhe cria dificuldades em razão
de sua cor, se constato em seus sonhos a expressão de um desejo
inconsciente de mudar de cor, meu objetivo não será dissuadi-lo,
aconselhando-o a “manter distância”; ao contrário, meu objetivo será, uma
vez elucidados os motivos, colocá-lo em condições de escolher a ação (ou a
passividade) diante da verdadeira fonte conflitual – isto é, diante das
estruturas sociais. (FANON, 2020, p. 84)
2
apunta al proyecto de “desligadura (delinking) conceptual” con lo que Aníbal Quijano articuló como el
paquete la colonialidad del poder: control de la tierra y del trabajo (economía); control de la autoridad
(política, Estado, fuerzas armadas); el control del género y del sexo (familia cristiano-burguesa
heterosexual) y control de la subjetividad (el modelo de la subjetividad modelada sobre el ideal de un
hombre blanco, europeo y cristiano) y del conocimiento (de la política teo-lógica del conocimiento a la
política ego-lógica, cuyo centro y fuente de irradiación fue la europea renacentista y de la Ilustración).
3
in the modern/colonial world (i.e., not in the Roman Empire or in the Islamic Caliphate) is written not
by guns and armies, but by the words that justify the use of guns and armies, convincing you that it is
for the good, the salvation and happiness of humanity.”
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4
a set of diverse but coherent narratives since they belong to the same cosmology. That cosmology is
the Western Christian version of humanity, complemented by secular de-Goding narratives of science,
economic progress, political democracy, and lately globalization: Reason displaced God. That narrative
originated during the Eropean Renaissance and manifested itself in two complementary trajectories.
One trajectory narrated the re-naissance of Europe, the colonization of time, and the invention of
Antiquity and the Middle Ages as the two previous periods upon which the rebirth was founded. This
trajectory materialized the explicit celebration of the inward history of Europe.”
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5
a complex structure of management and control composed of domains, levels and flows.
6
Within each domain are different levels of management and control. The rhetoric of modernity is heavily
utilized within these levels, in order to convince the population that such-and-such decision or public
policy is for the betterment (i.e., the happiness and salvation) of everyone.
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7
Nome dado ao continente pelo povo Kuna-Tule, que significa “terra de plena maturidade” (land of full
maturity) ou “terra do sangue vital” (land of vital blood).
8
emerges out of the need to delink from the narratives and promises of modernity – not to resist, but to
re-exist.
26
9
Vincularidad is the awareness of the integral relationand interdependence amongst all living organisms
(in wich humans are only a part) with territory and land and the cosmos. It is a relation and
interdependence in search os balance and Harmony of life in the planet. As such, ad as we propose in
this book and series, vincularidad/relationality unsettles the singular authoriativeness and universal
character typically assumed and protrayed in academic thought. Relationality/vincularidad seeks
connections and correlations.
28
10
theory and praxis are necessarily interrelated. Theory ans práxis are constructions that pressupose
the basic práxis of living. Withoutour daily práxis of living, it would not be possible to make conceptual
and secon-order distinctions between theory ans práxis. Following this line of reasoning, this volume
delinks from the modern concept of theory versus práxis. For us, theory is doing and doing is thinking.
11
Decoloniality denotes ways of thinking, knowing, being, and doing that began with, but also precede,
the colonial enterprise and invasion. It implies the recognition and undoing of the hierarchical structures
of race, gender, heteropatriarchy, and class that continue to control life, knowledge, spirituality, and
thought, structures that are clearly intertwined with and constitutive of global capitalism and Western
modernity.
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12
it points toward the building of radically different societies, of an “other” social ordering, and of
structural economic, social, political, and cultural transformations.
13
It is the same project, framework, and structure that, in the 1990s, began to co-opt and use the term
interculturality in countries where it had been signified by Indigenous movements as a
counterhegemonic project from belowç. Interculturality became part of the language of the World Bank,
especially in its politics and policies (that began soon after the uprising of 1990 in Ecuador) aimed at
Indigenous peoples. Moover, it became part of the state policy and neoliberal Constitutions.
30
14
From the ground up.
31
15
Como o Brasil vive um regime de democracia burguesa, as disputas são caracterizadas pela
desigualdade na correlação de forças, uma vez que as classes dominantes dispõem de grande capital
econômico e, portanto, político, de modo aumentar a probabilidade de ter suas reivindicações
atendidas.
32
acarretar ações que modulem a forma como as instituições passam a operar, como o
caso do artigo 26-A da LDB que torna “obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena” (Brasil, 1996) em estabelecimentos de ensino médio e
fundamental em todo o currículo escolar. Ou o artigo 32, cujo parágrafo terceiro aborda
a regulação acerca da utilização da língua materna em práticas educacionais em
comunidades indígenas.
Percebemos, portanto uma demanda pela superação da colonialidade, isto é,
uma demanda decolonial – conforme discutido no capítulo anterior com base no
escrito de Walter Mignolo e Catherine Walsh – aplicada à Educação.
Podemos citar também o artigo 28 (Ibid., 1996), que trata sobre a educação do
campo e suas adaptações às comunidades rurais tanto em termos de conteúdos
curriculares, quanto sobre a própria organização escolar. A questão agrária também
é importante para se discutir em termos de reminiscência do colonialismo, dada a
estrutura fundiária do Brasil baseada no latifúndio e na monocultura agroexportadora.
A Educação desempenhou e ainda desempenha um papel fundamental na
promoção da lógica colonial no país desde o período de dominação portuguesa, com
as missões jesuíticas. O Estado brasileiro, através do Parecer 14/1999 do Conselho
Nacional de Educação – Câmara de Educação Básica (Brasil, 1999), reconhece esta
prática, uma vez que
16
O documento se refere à metade século XX, dada sua publicação em 1999.
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integracionista (BRASIL, 1999). Esta, por sua vez, remete à lógica levantada por
Frantz Fanon no capítulo anterior (quando aborda a questão do atraso do negro em
relação ao branco), em função de se almejar o fim da diversidade de caráter indígena.
Embora existam experiências de educação formal para povos indígenas, estas
eram desconexas, no sentido de que não existia uma unidade para coordenar os
processos de implementação, de modo que eram responsáveis esferas do poder
público, a iniciativa privada e organizações religiosas. Assim, visando melhor atender
às demandas educacionais das comunidades autóctones,
deve-se ressaltar que, apesar dos pontos de confluência na luta por educação
entre os povos do campo e os quilombolas, há particularidades históricas,
culturais, étnico-raciais, regionais e econômicas que os distinguem entre si,
bem como o tipo de educação escolar por eles demandada. Tais
singularidades exigem dos sistemas de ensino a necessária oferta de uma
educação escolar que garanta uma educação igualitária e que, ao mesmo
tempo, reconheça o direito à diferença aos coletivos sociais diversos que
compõem a nossa sociedade. Incide sobre os quilombolas algo que não é
considerado como uma bandeira de luta dos povos do campo: o direito étnico.
(BRASIL, 2012, p. 22)
3 METODOLOGIA:
realização da análise quantitativa dos dados. Em seguida, foi dado início ao texto da
presente monografia de final de curso.
O desenvolvimento de todo o trabalho foi mediado por reuniões de
acompanhamento semanais com a professora orientadora para avaliação das etapas
realizadas, análise de resultados obtidos, revisão textual e orientação das ações
futuras.
43
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Já na base de dados SCIELO, foi necessário realizar duas buscas, uma para o
campo título e outra para resumo, também empregando o conector E. Contudo, exceto
para a dupla 6) aplicada ao campo resumo, em que foram obtidos dois resultados
(sendo que ambos não correspondiam à área desta pesquisa), todas as outras buscas
encontraram uma quantidade nula de resultados.
A terceira plataforma averiguada foi a Base Digital de Teses e Dissertações,
cuja busca foi realizada para os campos contém todos os termos aplicado a todos os
campos. Em função da quantidade reduzida de publicações, não houve necessidade
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Quadro 1: Quantidade de resultados das buscas por base de dados e dupla de descritores
Base de dados
Duplas de descritores SCIELO Google
CAPES BDTD Total
(resumo) Acadêmico
Ensino de Física e
121 0 9 127 257
Decolonial
Ensino de Física e
48 0 9 63 120
Decolonialidade
Ensino de Física e
170 0 22 160 352
Colonialidade
Ensino de Física e
9 0 0 17 26
Decolonização
Ensino de Física e
381 0 22 308 711
Colonialismo
Ensino de Física e
998 2 24 1300 2324
Colonização
Fonte: elaborado pelo autor
CATEGORIA TÍTULO
A diversidade do conhecimento sobre o céu e o ensino de astronomia:
propostas didáticas e potencialidades da astronomia cultural (Google
Acadêmico - 2015)
Olhares inexplorados sobre a Amazônia no ensino de física: uma
abordagem da história da ciência e da tecnologia na Amazônia com
ênfase nos relatos dos naturalistas (Google Acadêmico - 2018)
O DISCURSO DO LIVRO DIDÁTICO DE FÍSICA: por uma escolha da
diferença (Google Acadêmico - 2018)
Nos becos da Episteme: Caminhos confluentes para uma contra
colonização didática em meio à crise da verdade (Google Acadêmico -
2019)
Educação em Ciências na Escola Democrática e as Relações Étnico-
Raciais (Google Acadêmico - 2019)
Reflexão teórico-metodológica
pedagógica
Experiência didático-pedagógica
(Google Acadêmico - 2019)
Interculturalidade no Ensino de Física na Educação Escolar Indígena: A
Construção do Livro Didático para uma Aprendizagem Significativa
(Google Acadêmico - 2019)
A produção de redes na pesca artesanal como saber estruturante para o
ensino de física escolar: diálogo de saberes no pibid educação do
campo da UFPR litoral (Google Acadêmico - 2020)
Decolonialidade quadrinística na educação em ciências: um olhar para
heróis de histórias em quadrinhos brasileiras (Google Acadêmico - 2020)
O ensino de astronomia indígena para surdos (Google Acadêmico –
2020)
Discursos para Reexistência no Ensino de Ciências: de Baco Exu do
Blues a Malcolm X (Google Acadêmico - 2021)
O ENSINO DE FÍSICA E AS QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS: onde estão
os alunos quilombolas da Amazônia Marajoara? (Google Acadêmico -
2021)
3.100KM ENTRE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
DESCOLONIALIZANTES: EXPERIÊNCIAS DIDÁTICAS NA
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES (Google Acadêmico - 2018)
ENSINO DE FÍSICA PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DO TERCEIRO GRAU INDÍGENA: UMA
EXPERIÊNCIA MULTICULTURAL (Google Acadêmico - 2019)
Formação de professores
- Histórias (in)visíveis nas ciências. I. Cheikh Anta Diop: um corpo negro na Física.
ALVES-BRITO, Alan, et. al. Histórias (in)visíveis nas ciências. I. Cheikh Anta Diop: um corpo
negro na Física. Revista ABPN, v. 12, n. 31, fevereiro, 2020. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/210685. Acesso em: 12 abr. 2022
Essa tese de doutorado tem como objetivo refletir sobre o papel desempenhado
pelo ensino de Física no contexto da escola indígena, bem como a elaboração de um
material didático intercultural. Após um levantamento dos conteúdos utilizados por
uma escola da região sul do estado da Bahia, o autor elaborou um livro didático
juntamente com os professores e alunos, que depois foi utilizado para verificar sua
validade diante do público-alvo. Nesse sentido, Lins aponta a compatibilidade entre o
livro e o contexto local como fator fundamental para a conexão relatada.
A tese foi inserida nas EDP em função de ter se produzido, além de ter sido
utilizado, um material didático, o que configura uma fonte de informações para a
presente monografia a partir das interações produzidas no espaço educacional.
59
Este artigo se trata de uma revisão bibliográfica motivada pela lei 10.639/2003
para averiguar produções com o tema da afrocentricidade. Com relação à Física,
consta como resultado uma pesquisa sobre Currículo afrocentrado no ensino de física.
O trabalho se adequa a categoria AFRO, em função buscar aproximar a
afrocentricidade e o pensamento decolonial, a partir da legislação brasileira.
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Categoria
Base de Reflexão Experiência Formação
dados teórico- didático- de CTS Afrocentricidade
metodológica pedagógica professores
Periódicos
1 1 0 0 0
CAPES
Google
14 10 7 2 2
Acadêmico
Total 15 11 7 2 2
Fonte: elaborado pelo autor
Periódicos
0 0 0 1 0 1 0
CAPES
Google
1 0 0 4 7 15 8
Acadêmico
Total 1 0 0 5 7 16 8
Fonte: elaborado pelo autor
18
16
Quantidade de publicações
14 Afrocentricidade
12
CTS
10
8 Formação de professores
6
Experiência didático-
4 pedagógica
2 Reflexão teórico-
0 metodológica
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Ano
10.639/03 1 0 3 0 1
11.645/08 3 1 3 0 0
Total 4 1 6 0 1
Fonte: Elaborado pelo autor
5 Considerações finais
6 Referências bibliográficas
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=110
91-pceb016-12&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 23 jun.
2022.
CÉSIAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo, Veneta, 2020. 136p.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. São Paulo: Ubuntu, 2020. 296p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
MARX, Karl; ENGELS, Friederich. Manifesto do Partido Comunista. Ed. especial. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 2018. 96 p.
MIGNOLO, Walter. 2005.. In: WALSH, Catherine (org.), Piensamiento crítico y matriz
(de)colonial: Reflexiones latinoamericanas. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2005. 302 p.
Prefácio, p. 7-12
MORIN, Edgard. Os sete saberes necessários para a educação do futuro. 2. ed. rev.
Brasília: CORTEZ EDITORA, 2011. 104p.