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FAVENI

DANILO DE ASSIS SILVA

O ENSINO DE FÍSICA E AS DIFICULDADES DE


ENSINO/APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO MUNICÍPIO
DE JOÃO COSTA – PIAUI E DO BRASIL

JOAO COSTA - PIAUI


2022
FAVENI

DANILO DE ASSIS SILVA

O ENSINO DE FÍSICA E AS DIFICULDADES DE


ENSINO/APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO MUNICÍPIO
DE JOÃO COSTA – PIAUI E DO BRASIL

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à
obtenção do título
especialista em ENSINO
DE FISICA.

JOAO COSTA - PIAUI


2022
O ENSINO DE FÍSICA E AS DIFICULDADES DE
ENSINO/APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO MUNICÍPIO
DE JOÃO COSTA – PIAUI E DO BRASIL
Danilo de Assis Silva1

Declaro que sou autor deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro


também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo
sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de
nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos
civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se
configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª
Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO
Este trabalho que tem o Ensino de Física sob a ótica dos alunos da escola pública de
João Costa - Piauí, e do Brasil, busca discutir com alunos e professores as dificuldades
encontradas na instrução e conhecimento em Física, relacionando as dificuldades no ensino de
Física ofertado aos alunos do ensino médio objetivando examinar o ensino/aprendizagem de
Física para uma descrição detalhada das dificuldades sob o ponto de vista dos professores e
alunos. Por se tratar de uma pesquisa de campo, este estudo é de caráter descritivo e de
abordagem qualitativa. Para sua realização, utilizaram-se procedimentos metodológicos de
observação participativa, pautados em observações da rotina de prática pedagógica dos
docentes em sala de aula, diálogos com alunos e aplicação de questionários, os quais
posteriormente foram analisados, conforme as orientações contidas nos princípios norteadores
do ensino da Física, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio sob o olhar reflexivo a
partir do estudo de textos selecionados por meio de levantamento bibliográfico a respeito do
tema suscitado. Este trabalho mostra os conhecimentos de ensino/aprendizagem de professores
de Física, onde a partir dos dados coletados através das entrevistas. O presente artigo discute o
ensino da física no nível médio ressaltando a necessidade de abordagens de ensino do professor
de Física o qual fuja da mera transmissão de conceitos físicos descontextualizados e do treino
de cálculos matemáticos, e em contrapartida, faça uma ponte entre teoria e prática onde se
perceba a física enquanto ciência viva.

Palavras-chave: Ensino de Física. Formação. Dificuldades.

1
dansilvajc@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

As dificuldades dos alunos no ensino/aprendizagem em Física e dos


professores no ensino de física é um assunto muito discutido no sistema
educacional brasileiro, assim, o objetivo deste artigo é promover uma reflexão
sobre o ensino de física no nível médio.
Sabemos que a física é uma disciplina escolar pouco atraente para a
maioria dos alunos e o desinteresse pelo estudo de física não resulta da falta de
sua aplicação no cotidiano do aluno, pois ela está presente, por exemplo, no
funcionamento de aparelhos eletrônicos existentes na maioria dos lares
brasileiros. Também não se pode alegar que é uma disciplina cujo conteúdo seja
difícil de ensinar e aprender. O desinteresse que se reflete na má qualidade do
ensino brasileiro exige, portanto, revisão das práticas pedagógicas. Entendendo
que ainda existem muitos professores de física sem a formação adequada para
exercer a função.
Esta formação se inicia no curso de licenciatura e prossegue com o
andamento da profissão. Essa discussão ganha um destaque quando as
disciplinas em questão são as de Ciências da natureza e Matemática, isto,
conforme aponta Ramos (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2012):
Hoje, cerca de 60% dos Professores de Física e 44% dos de Química,
no país, não são formados nem na disciplina nem em áreas correlatas.
Nas universidades, os índices de reprovação delas são altíssimos. Os
governos também não se prepararam para a demanda gerada com a
criação de novas disciplinas, como Espanhol, Sociologia e Filosofia. E
até hoje não consegue dar conta de atender a toda a demanda de
disciplinas que exigem maior número de profissionais, como Língua
Portuguesa e Matemática. Sem falar na falta de interesse dos Alunos
em seguir as licenciaturas. Se não houver incentivos à carreira
Docente, vamos continuar sofrendo com falta de profissionais, altos
índices de reprovação em alguns cursos e baixa procura por
licenciatura (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2012).

As grandes invenções tecnológicas que tem sua base na física fazem parte
da vida dos estudantes atualmente. No entanto, os estudantes tem uma
tremenda dificuldade de relacionar seus conhecimentos adquiridos em física
com os avanços tecnológicos onde frequentemente esses conhecimentos são
aplicados. Para que o aluno aprenda, não basta que o professor domine o
conteúdo especifico da disciplina, mas é necessário que ele tenha sólidos
conhecimentos de didática, de psicologia da educação, de currículo e que
domine a pedagogia especifica para ensinar Física (Shulman, 1987).
A formação do professor de física está intrinsecamente ligada a qualidade
de ensino/aprendizagem em física. A Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96
(LDB), de 20 de dezembro de 1996, é o marco que expressa o organizar de uma
formação adequada aos futuros professores tendo em vista as exigências para
a formação docente frente ao atual perfil da sociedade brasileira. Segundo
Mariana Mandelli (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2012):
Entre 2010 e 2011, a proporção de professores com ensino superior
que lecionam na Educação Básica cresceu 7,6%. De acordo com os
dados do Censo Escolar 2011, divulgados na semana passada, os
docentes com formação superior são maioria na Educação Infantil
(56,9%), no Ensino Fundamental I (68,2%), no Ensino Fundamental II
(84,2%) e também no Ensino Médio (94,1%) (TODOS PELA
EDUCAÇÃO, 2012).

O parecer CNE/CP 09/2011 e a resolução que ele fundamenta (Resolução


CNE/CP1/2002), como aponta Souza (2007), tratam das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a formação de professores da educação básica, isto é,
interpretam e normatizam as exigências relativas à formação desses
profissionais, estabelecendo um novo paradigma para essa formação. Neste
mesmo contexto o documento Orientações Curriculares para o Ensino Médio
que a Secretaria de Educação Básica encaminhou aos professores de Ensino
Médio, em 2008, tem o intuito de apresentar um conjunto de reflexões que
alimente a prática docente, a partir das discussões de alguns pontos dos
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCN’s), a fim de atender
as necessidades da escola e dos professores de Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias na estruturação do currículo para o ensino
médio.
Todos os marcos legais mencionados neste trabalho apontam para
dificuldades do ensino /aprendizagem em física e a importância da formação dos
professores na oferta de um ensino da Física contextualizado.
Os Parâmetros curriculares apud Orientações Curriculares para o ensino
médio (2002) sugerem um conjunto de competências a serem alcançadas para
a área das ciências. Tais competências enquadram-se em três áreas:
representação e comunicação; investigação e compreensão; e contextualização
sociocultural, assim, “... o que a física deve buscar no ensino médio é assegurar
que a competência investigativa resgate o espírito questionador, o desejo de
conhecer o mundo em que se habita.” (BRASIL, 2002, p.54).
Neste contexto a Física deixa de ser vista como o estudo de leis e fórmulas
e conforme indica as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, “... passa a
se reconhecer dois aspectos do ensino da física na escola: a Física como cultura
e como possibilidade de compreensão de mundo.” (BRASIL, 2002, p.53).
Existem ainda outros desafios que acarretam e dificultam o
ensino/aprendizagem em física, como a falta de infraestrutura em muitas escolas
para oferecer ambiente adequado às aulas práticas de física; a carência de
oportunidades para treinamento de professores e a dificuldade de acesso de
novas tecnologias para a educação, que é um reflexo das desigualdades sociais
brasileiras. Sem contar que o ensino de Física tem assumido o caráter de
preparação para resolução de exercícios de vestibular, onde podemos
comprovar quando observamos o uso indiscriminado de livros e semelhantes,
recheados de exercícios preparatórios para as provas de vestibular e que, na
sua essência, primam pela memorização e pelas soluções algébricas.
Na perspectiva de Souza (2002 apud Rosa e Rosa 2005, p.2 ): “... os
autores dos livros estariam dando essa ênfase demasiada nos vestibulares,
como forma de mostrar a sua preocupação com o futuro do aluno.”
Neste artigo evidencio, através do uso de questionário, em pesquisa de
campo, como está a realidade do ensino de Física, as dificuldades, e a formação
do professor. Todos os procedimentos e análise são discutidos e, nossas
conclusões refletem a motivação para o estudo deste problema que é mostrada
a seguir.

2 PROBLEMA

A temática explorada neste artigo surgiu por se observar que a formação


universitária quase sempre contempla apenas conteúdos e técnicas de ensino
na qual o licenciado possui inúmeros currículos, e é notória a quantidade de
conhecimentos adquiridos, mas dificilmente conseguem repassar aos seus
alunos. No ensino da Física, principalmente no Ensino Médio das escolas
públicas brasileiras, há inúmeros professores lecionando física sem ter a
formação adequada na área. Em virtude dessa falta de professores licenciados
em Física e à presença constante de profissionais de outra formação que não a
específica, vem mostrando que a dificuldade de ensino/aprendizagem em física
muito tem haver também com a formação desses docentes na área específica
de conhecimento. Observa-se um grande número de alunos que concluem o
ensino médio sem desenvolver as competências e habilidades em física
necessárias para perceber esta disciplina como cultura e o conhecimento físico
na interpretação, no tratamento e na compreensão dos fenômenos da realidade,
e levando a crer que muito ainda se tem o que fazer para que o ensino de física
venha ser um ensino de qualidade.
Este trabalho tem a finalidade de diagnosticar a formação dos professores
que atuam na disciplina de Física no Ensino Médio regular destacando as
dificuldades de ensino/aprendizagem em Física e relacionar esta formação ao
ensino dessa disciplina ofertado. Em João Costa - Piauí, especificamente, existe
uma escola estadual onde é ofertado o ensino de física. Nesta escola atuam dois
professores de física, onde um deles possui Licenciatura em Física e o outro tem
Licenciatura em Matemática. Ambos entrevistados apontam que em grande
parte dos alunos as dificuldades vêm desde o ensino fundamental por não haver
o embasamento teórico/prático na área de física e matemática.
Portanto, procurou-se identificar as dificuldades existentes na oferta da
física no ensino médio especifico em João Costa- Piauí, evidenciando o número
e a formação dos professores que atuam no ensino da Física na escola pública
estadual que oferta o ensino médio regular em João Costa - Piauí, zona urbana,
assim verificando a didática do docente em sala de aula e aplicando questionário
com alguns alunos para verificar quais as dificuldades encontradas no
ensino/aprendizagem em Física.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foi realizado um questionário para identificação dos investigados e outro


referente à didática de ensino/aprendizagem com 06 (seis) perguntas, sendo
quatro abertas e duas fechadas. Os questionários foram aplicados ao professor
de física que leciona no ensino médio regular no turno noturno da escola pública
estadual de João Costa - Piauí. Para analisar o processo de
ensino/aprendizagem também foi aplicado um questionário com 05 (cinco)
perguntas abertas com 10 (dez) alunos do ensino médio regular, os quais foram
escolhidos de forma aleatória, de 1ª a 3ª série do ensino médio turno noturno.
Compreende-se que existem alunos com diferentes necessidades e entende-se
o quanto se nega aos alunos com distintas necessidades quando privados da
interação com os alunos de maior nível de aprendizagem (Vygotsky,1991).
Os resultados da pesquisa de questionários reforçam a ideia que a física
ensinada pouco influencia na formação do aluno, pois os professores não
relacionam teoria e prática. Mostrando que é necessário de acordo com os
alunos que os professores melhorem sua dinâmica em sala, sua prática
pedagógica facilitando a aprendizagem do aluno. Para que não haja essa
dificuldade de ensino/aprendizagem em física, os professores devem ser
qualificados com boa formação, capacitados e instrumentalizados com recurso
e práticas atualizadas, para poderem exercer a função.
Atualmente, poucos profissionais da área de física participam de curso de
capacitação. Muitos se concentram apenas na formação universitária, sendo que
a universidade não detém mais o monopólio de informações, sendo assim o
professor é obrigado a buscar meios de conhecimentos e de uma formação
permanente e atualizada inovando em sala de aula e quebrando paradigmas e
saindo assim, pouco a pouco do método tradicional.
Como técnica de coletas de dados, tendo em vista que se trata de uma
pesquisa que emprega uma metodologia qualitativa optou-se pela aplicação de
questionários com perguntas fechadas e abertas, pois, segundo Pádua:
As perguntas abertas, por exigirem uma resposta pessoal, espontânea,
do informante, trazem dados importantes para uma análise qualitativa,
pois, as alternativas de respostas não são todas previstas, como no
caso das perguntas fechadas. A opção de incluir perguntas abertas em
questionários ou formulários pode ficar a critério do pesquisador,
dependendo do tema e objeto de estudo. (PÁDUA, 2004, p.74.)

A presente pesquisa refere-se às dificuldades no ensino /aprendizagem em


física nas escolas públicas e a formação dos professores de física que lecionam
no ensino médio regular e a prática destes docentes ante o problema do ensino
da física ser reduzido ao estudo de conceitos e cálculos.
Por questões éticas optou-se por omitir os nomes dos professores e dos
alunos que responderam ao questionário. No decorrer da pesquisa quando
necessário eles foram identificados por professor 01 e professor 02.

Tabela 1 – Espaço amostral utilizado na pesquisa.

Número de Escolas Escolas Professor Professo Professores de


escolas com pesquis es de res de Física em %
estaduais Ensino adas Física do Física
médio Ensino pesquisad
regular médio os
regular
01 01 01 02 02 100%
Fonte: Elaborada pelo autor.

4 ANALISE DE QUESTIONARIOS

A seguir são apresentados resultados de algumas questões com as


respectivas análises.
Foram considerados nesta análise os questionários aplicados a todos os
alunos e professores da escola estadual no município de João Costa - Piauí, os
quais lecionam física na modalidade de ensino médio regular, sendo um total de
02 (dois). Um possui graduação completa em Física e o outro em Matemática.
Quando perguntado “Há quanto tempo você leciona física?”, a fig.1 mostra
que todos os docentes lecionam Física no ensino médio regular há mais de
02(dois) anos.
Figura 1- Tempo que os docentes lecionam a disciplina Física.

4
3,5
3 Professor 01
2,5
2
1,5
Professor 02
1
0,5
0
Fonte: elaborado pelo autor.

No que se refere à dificuldade no ensino/aprendizagem na disciplina de


física, os professores pesquisados afirmam que a maior dificuldade é a pouca
motivação dos alunos e não há instrumentalização necessária para que possa
envolver teoria/prática nas aulas de física. O professor 01 relata quanto à
dificuldade de ensino/aprendizagem a estrutura de laboratórios experimentais
que são inexistentes. Enquanto o professor 02 se refere a pouca bagagem
matemática e a capacidade dos alunos de entender a física como ciência
cotidiana e que a física está em todo meio.
Os docentes investigados relataram que em sua didática de ensino
procuram enfocar eixos norteadores para o ensino da física aos alunos
considerados com dificuldades, buscam trabalhar de acordo com estas
dificuldades encontradas na turma, citando como forma de trabalho, atividades
coletivas, as quais aliam os que têm facilidade em aprender física com aqueles
que têm mais dificuldades.
Ao serem questionados a respeito de “A formação do professor pode ser
considerada a principal causa na dificuldade do aluno em aprender”, o professor
01 respondeu que na maioria das vezes sim, pois estes alunos já vêm de escolas
públicas onde os professores normalmente não tem capacitação adequada na
área em que leciona. Ou, quando graduado quase sempre leciona em disciplinas
opostas à sua licenciatura. O professor 02, respondeu que leva em consideração
a natureza da escola, seja pública ou particular, e o tempo de aula disponível
não condiz com a realidade do aluno e do professor, onde seria necessário muito
mais tempo para que possa desempenhar uma melhor metodologia de ensino.
A partir de observações da prática docente e da análise destas respostas
contatou-se que os professores investigados apresentam visão diferente,
revelando que o ensino da física assim como os de outras disciplinas está
relacionado ao currículo oculto e que as dificuldades encontradas são vastas.
Segundo Torres Santomé (1994 apud Revista Pensar a prática, 2006) o
desenvolvimento do currículo oculto funciona de maneira implícita através dos
conteúdos culturais, das rotinas, interações e tarefas escolares; não é fruto de
um planejamento do coletivo docente.
Quando perguntados sobre a utilização do laboratório de física, o uso de
materiais utilizados na aula, todos os professores responderam que usam meios
alternativos nas experiências, pois o laboratório não possui a instrumentalização
necessária para o seu uso. Assim todos recorrem mais ao livro didático, internet
e outras referências para desenvolver os experimentos, como mostra a tab.2.

Tabela 2 – Utilização de material didático na elaboração do Planejamento de ensino.

Professor Livro Apostilas Internet Materiais


didático montadas pelo alternativos
adotado professor para
experimentos
Professor 01 X X X X
Professor 02 X X X X
Fonte: Elaborada pelo autor.
A Lei de diretrizes e Bases Nacional brasileira (Lei 9394/96 LDB), afirma
que a educação básica tem como objetivo principal “desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania e fornece-
lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Assim como em
outras áreas de ensino, a física no ensino médio precisa passar por uma
reestruturação para que possa propiciar uma aprendizagem significativa, usando
métodos como as aulas práticas ou experimentais que são de grande valor
cognitivo.
Segundo Cachapuz (2005), o conhecimento científico é um constante jogo
de hipóteses e expectativas lógicas, um constante “vaivém” entre o que pode e
o que “é”, uma permanente discussão e argumentação/contra argumentação
entre a teoria as observações e as experiências realizadas.
De acordo com a teoria de Vigotski apud Garcia (2005), a atividade
experimental é útil para dar início na mente do aluno, à formação de uma nova
estrutura cognitiva. No entanto, essa formação só vai se completar com o tempo.
Para isso, é preciso que novos conceitos sejam apresentados, discutidos e
trabalhados de forma reiterada, e numa interação social em que o professor é o
parceiro mais capaz. Garcia (2005) afirma que se o procedimento exigido por
uma atividade experimental e o conhecimento objetivado por ela estiverem ao
alcance do aluno, a imitação entendida como um refazer consciente dessa
atividade pode levá-lo a compreender o experimento e as ideias a eles
relacionados.
Neste contexto ao serem perguntados se costumam verificar se os
objetivos dos experimentos estão de acordo com as aulas expostas e a
necessidade do aluno envolver teoria/prática, como visto na tab. 3, todos os
professores pesquisados responderam que sim e que para isto fazem uso de
alguns recursos confeccionados por eles.

Tabela 3 – Recursos usados nas aulas experimentais.

Professor Materiais da Materiais


escola confeccionados
pelo professor
PROFESSOR 01 X X
PROFESSOR 02 X
Fonte: Elaborada pelo autor.

Quando questionados sobre os meios de pesquisa para aperfeiçoar as


técnicas de ensino, O professor 01 respondeu que sempre busca pesquisar em
artigos e periódicos expostos na internet, assim como nas principais revistas
brasileira de física online. O professor 02, respondeu que sempre que possível
também utiliza a internet assim como os livros didáticos ao seu alcance para
aperfeiçoar seus métodos de ensino.
Com a necessidade de se aprofundar melhor na questão que envolve a
dificuldade de ensino/aprendizagem em física foi feita uma investigação com os
alunos a fim de podermos adentrar melhor e entender melhor qual problema leva
a tanta dificuldade no ensino de física.
Quando perguntados se “Os professores relacionam os conteúdos na sala
de aula com a vida cotidiana?”, os alunos responderam que nem sempre os
professores relacionam o conteúdo com a vida cotidiana, deixando assim as
aulas de físicas mais difíceis como mostra a fig.2.
Figura 2- Visão dos discentes a respeito da relação dos conteúdos de Física com o dia a dia
vivenciado por eles.

O PROFESSOR RELACIONA CONTEÚDOS COM


A VIDA COTIDIANA?

SIM
NÃO
AS VEZES

Fonte: elaborada pelo autor.

Para a pergunta “Os professores usam de diferentes artifícios para deixar


as aulas mais adequadas?”, a maioria dos alunos respondeu “as vezes”, mas
apontam a atividades experimentais, as aulas ficam extremamente mais
agradáveis, mas eles sempre utilizam com mais frequência a aplicação de
questionários priorizando cálculos e /ou conceitos físicos, conforme a fig.3.

Figura 3- Visão dos discentes quanto ao uso de diferentes atividades para avaliá-los.

ARTIFÍCIOS PARA DEIXAR A AULA


MAIS ADEQUADA

SIM
AS VEZES
NÃO

Fonte: elaborada pelo autor.


Sobre as aulas de física todos os alunos relatam encontrar dificuldades
nesta ciência e apontam despreparo dos professores em lhe dar com algumas
situações e que os professores deveriam usar novas metodologias para
deixarem as aulas mais dinâmicas.

5 CONCLUSÕES

Nesta perspectiva, diante das dificuldades observadas para com o ensino


de Física no ensino médio, precisa-se rediscutir o ensino de física/aprendizagem
nas escolas públicas estaduais buscando evidenciar a formação continuada do
professor, qual proposta pedagógica adotar para possibilitar uma melhor
compreensão do meio físico. O contexto escolar atual está cada vez mais
associado às incertezas, a diversidade, a heterogeneidade e a novos desafios.
Da escola se exige uma formação compatível com o chamado mundo
contemporâneo, no sentido de assegurar uma preparação para o enfrentamento
do que se espera encontrar depois dela. Os Educadores sabem que não é uma
tarefa fácil, exige muito trabalho e comprometimento de ambas as partes,
(professor, aluno, escola etc.). É importante que todos os setores da educação
participem do processo educativo e que conduzam o desenvolvimento do ensino
em direção ao sucesso.
Portanto é fundamental desenvolver projetos formadores de professores
com metodologias a serem desenvolvidas com vida cotidiana dos alunos. Só
assim o processo de ensino/aprendizagem suprirá as dificuldades encontradas.
Este cenário nos lembra do que a educadora e especialista em Educação
Básica Guiomar Nano de Melo apud Mandelli (TODOS PELA EDUCAÇÃO,
2012) destaca: “O docente precisa aprender a motivar a turma, a lidar com a sala
de aula e a dominar o tempo de classe”.
Pode-se afirmar, neste contexto, que a nova forma de ver e compreender
o ensino da Física seria uma realidade, caso houvesse formação continuada do
professor habilitado na área e a formação inicial para aqueles que não a
possuem, mas que leciona esta disciplina. O professor precisa do conhecimento
para conscientizar-se do problema da produção do fracasso escolar, pois está
na mão do mesmo a possibilidade de tornar mais produtivo o trabalho em sala
de aula.
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, MEC, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais


para o Ensino Médio, Conhecimento de Física – Brasília, 1999.

BRASIL. Conselho Federal de Educação. Lei de diretrizes e bases da educação – lei n.


9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.

ROSA, W.C., Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciências vol.4, Nº1, 2005. SOUZA, T. C.
F., Avaliação do ensino de física: um compromisso com a aprendizagem. Passo Fundo: Ediupf,
2002.

ROSA, Cleci Werner ; ROSA Álvaro Becker. Ensino de Física: objetivos e imposições no
ensino médio. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias Vol. 4 Nº 1 (2005).

_______. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Básica (SEB). Orientações


Curriculares para o ensino médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias.
Vol.2 Brasília, 2008.

_______. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica


(Semtec). PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais - Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, 2002.
Disponível em: < http://www.sbfisica.org.br/ensino/pcn.shtml>. Acesso em: 17 de jun. de 2011.

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2010 e 2011. Disponível em: http://todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-
midia/noticia/22421/proporcao-de- professores-com-nivel-superior-cresce-76-entre-2010-e-
2011. Acesso em: 18 ago.2012.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini. Metodologia da pesquisa: Abordagem teórico-prática.


10 ed. rev.atual. – Campinas, SP: Papirus, 2004.

MOLINA, Vicente ; SANCHOTENE Mônica. Habitus profissional, currículo oculto e cultura


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http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/173/1470>. Acesso em: 25 out. 2012.

TODOS PELA EDUCAÇÃO. Professores: 40% não são formados na área em que ensinam.
Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-
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