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Documento Sem Nome-10bbb
Documento Sem Nome-10bbb
carro finalmente parou. Ela lutou para não deixar um bocejo cansado escapar
pelos lábios. O sono ainda fazia-se presente em si. Observou atentamente
quando Marccus, o seu motorista saiu do veículo e apareceu ao lado de sua
porta. Ele abriu a mesma como de costume e ela sentiu o ar frio do
ar-condicionado fugir.
Amou a sensação do sol das oito queimar sua pele bem cuidada e hidratada.
Ela pegou a bolsa que estava ao seu lado no banco e pois sobre o colo. Tirou
lá de dentro um aparelho celular. O último lançamento da marca amada por
quem trabalha com a internet. Ela precisava sempre estar bem atualizada.
Aquilo fazia parte de seu trabalho. Precisava manter uma boa imagem. Ligou
o aparelho e sua atenção foi atraída na mensagem de sua amiga.
Ligeiramente preocupou-se.
— Imaginei que você não soubesse. Foi uma surpresa para todos. Ele já está
aqui na empresa, chegou a poucos minutos atrás e já quer você na sala dele.
Tentei te ligar, mas você não me atendia. — Suspirou. — Por favor me diga que
você já saiu de casa...
— Certo.
— Tenha um bom dia, senhorita More! — O seu chofer lhe desejou com aquela
voz rouca que ela tanto fantasiava ao ouvir.
Esse não é o momento, Milla! Ela repreendeu a si mesma quando o seu corpo
reagiu ao sua mente fantasiar naquela voz rente a seu ouvido.
Lamar corporation.
Antes que seu corpo passasse a soar pela alta temperatura, ela apressou os
passos para o enorme prédio espelhado. As portas enormes de vidro se
abriram para ela passar e o ar frio do ar-condicionado voltou a lhe tomar. Seus
cabelos que estavam sobre o ombro foram jogados para trás e ela observou
toda a recepção, mas especificamente a ruiva do outro lado do balcão. Milla
sorriu para Emília e a mulher rapidamente fez o mesmo lhe desejando um
"bom dia" silêncioso com os lábios.
Sendo Milla a C.O.O. da empresa, ela não precisava passar por Emília, mas
ainda assim sempre lembrava de comprimetar sua colega. As portas do
elevador se fecharam e longos segundos se passaram até ela abrir
novamente. Quando ele finalmente soou e as portas abriram-se a visão de sua
amiga e secretária tomaram os seus olhos.
Chloe correu até ela com uma prancheta em mãos, quando ela se pôs para
fora do cubículo de metal. — Estava esperando por você!
— Bom, eu estou aqui. — Milla lhe deu um sorriso, mas ele logo morreu ao
lembrar-se do que conversaram antes. — Onde ele está agora?
O alerta da mulher deixou Milla intrigada, fazendo assim ela tirar o óculos
para avistar melhor sua amiga.
— Por que diz isso? Ele gritou novamente com a pobre coitada da secretária
dele? — O tom de Milla saiu quase sarcástico ao lembrar do ocorrido.
— Pior que isso, Milla. Ele não abriu a boca para falar com ninguém, além de
mim. Tem noção de que eu quase tive um infarto quando ele veio até mim
pessoalmente e disse que me queria em sua sala? — Ela respirou fundo. —
Achei que seria despedida e estou tremendo até agora.
— Faça isso. Você é uma verdadeira guerreira por conseguir domar aquela
fera rabugenta.
— Pode deixar! Irei fazer isso agora mesmo. — A mais alta riscou algo em seu
prancheta e direcionou o olhar para Milla. — Prontinho! Sem o velho William
por hoje. — Sorriu. — Irei encontrar a Janet e lhe informar, para assim ela
encaixar isso na agenda da fera rabugenta.
— É meu trabalho. — Piscou, exibida, mas logo riu. — Agora ande, também
estou curiosa para saber o que a fera rabugenta quer.
Milla guardou o óculos na bolsa e voltou a encarar a amiga uma última vez.
Notou em seu olhar um "boa sorte" e se segurou para não rir pela terceira vez,
ao invés disso caminhou até a porta de seu chefe. Deu três batidas com a
mão na enorme porta de madeira e a voz conhecida soou dentro lhe
mandando entrar.
Ela fez.
Fechou a porta atrás de si e direcionou seu olhar para o seu velho amigo
Joseph sentando na poltrona atrás de sua mesa. Ela se aproximou e ele só
lhe encarou quando ela tomou o seu campo de visão. Parecia demasiado
perdido em pensamentos.
— Eu pensei que o prazo de sua viajem fossem até a próxima semana. Por
que não me avisou que voltaria mais cedo? — Milla questionou enquanto
sentava-se em uma das cadeiras de frente para grande mesa escura.
A bolsa dela foi depositada sobre suas coxas e os longos cabelos ajustados
para trás, para assim não bagunçar em seus costa que estão apoadas
confortavelmente na cadeira.
O homem deixou um suspiro cansado sair por suas narinas. — Foi uma
surpresa para mim também.
— E como foi lá? Tudo ocorreu bem? — Ela arqueou uma sobrancelha
aguardando uma resposta, após longos segundos de silêncio.
— Sim. — Foi a única resposta que saiu dos lábios do mais velho.
— Fico feliz. — Ela deixou um riso soprado sair pelos seus lábios. Ele
definitivamente não queria falar muito hoje. — Minha secretária falou que você
queria me ver. O que aconteceu?
— E o que seria essa maldita coisa que te fez querer fechar negócios com os
frios? — O homem deixou um riso soprado e silêncio escapar e então
curvou-se sobre a mesa.
— Exato! — Ele jogou o corpo para trás na poltrona e cruzou os braços sobre o
peito coberto pela terno preto. — Quero investir!
O lábio inferior de Milla foi maltratado por seus dentes. Ela não gostou do que
ouviu.
— Não acho que seja uma boa ideia, Joseph. Nós não trabalhamos com esse
tipo de coisa. — O lembrou.
— Agora iremos! — Um sorriso confiante brotou nos lábios finos do homem.
Inacreditável.
Impossível.
A cabeça de Milla girou com a visão que seus olhos estão a capturar. Meu
Deus, eu preciso urgente de uma câmera para fotografar isso, ela pensou, mas
balançou a cabeça de um lado para o outro na esperança de afastar sua
surpresa. Precisava focar na ideia maluca de seu chefe e não em fotografar o
evento raro que é ele sorrindo. — Cassinos são uma péssima ideia!
— Eu sabia que você diria isso, por esse motivo quero que você vá até lá.
Visite a cidade e tome sua própria conclusão. Tenho certeza que concordará
comigo. Se você não concordar eu abandonarei essa ideia. Sabe que a sua
opinião é muito importante pra mim, Millane.
Ela havia acabado de se mudar para Nova York, deixou o Brasil pois queria
novas experiências e uma vida melhor. Buscou incansavelmente por um
emprego assim que pisou os pés na cidade que nunca dorme, mas acabou por
não conseguir, e quando estava prestes a desistir e retornar para o seu país
de origem, ela conheceu Joseph. Um homem nova-iorquino no qual havia
acabado de abrir a própria firma. Milla foi uma de suas primeiras funcionária e
a sua alta competência lhe fez hoje está ao lado do homem no controle da
grande empresa.
Além da relação profissional de patrão e funcionária, a relação de ambos era
principalmente de uma boa amizade. Enfrentaram muitas dificuldades e
conquistas juntos para hoje confiarem um no outro com suas próprias vidas.
Milla sabia que quando seu amigo colocava algo na cabeça, ele ia até o fim
com a ideia. Joseph parecia bastante confiante do que queria e estava certo
de que ela também concordaria com consigo depois de conhecer a cidade.
Ela voltou o olhar para o homem quando tomou uma decisão. — Fico
lisonjeada pela consideração que tem por mim! Também tenho muita por
você. — Ela sorriu agradecida enquanto Joseph lhe observava atentamente.
Ele deu aceno breve com a cabeça. — É mínimo que posso fazer, Millane.
Você me ajudou a crescer. — Ela sabia que era pura sinceridade o que ele
falou. Sempre fazia questão de lembrá-la o quão importante era e foi para si.
— Então, qual é a sua resposta? Aceitará?
— Tudo bem. — Balançou a cabeça, não desejando está ainda tão incerta. —
Eu irei para o Alasca. Amo o frio, mas em excesso será demais para mim. Não
vai ser uma viajem fácil, mas espero que essa cidade valha apena tanto
quanto você diz.
— Ótimo. Fecharemos negócios assim que você confirmar que gostou. — Ele
sorriu novamente e desfaz o cruzamento dos braços. Levantou-se da poltrona
e caminhou para algum lugar atrás de Milla que tinha a face incrédula.
Ela definitivamente nunca se acostumara em ver Joseph sorrir tanto. Não que
o sorriso de seu chefe fosse algo horrendo, ao contrário disso, era lindo,
assim como ele. Mas definitivamente não era o feitio dele fazer aquilo.
Sempre foi um homem sério e em mais de dez anos de amizade e trabalho
foram raras as vezes que ela viu ele abrir a boca e mostrar os dentes
perfeitamente alinhados.
Algo com certeza aconteceu com ele, ela pensou. Será que encontrou alguém
por quem se interessou nessa viajem? Ou realmente ele só está feliz porque
quer fechar esse negócio com os frios? Ela queria saber de tudo, mas sabia
que se perguntasse ele não iria lhe responder já que não gostava de
compartilhar sobre sua vida pessoal. Por esse motivo apenas seguiu calada
enquanto ouvia o homem despejar bebida em dois copos.
— Você está realmente certo de que vou aceitar isso... — A voz de Milla saiu
alta o suficiente para garantir que o homem escutasse.
— Ele irá conseguir lhe convencer assim como fez comigo. — Milla olhou de
relance para o homem que já possuí fios brancos na cabeça. Ele fechou a
garrafa cara de whisky e se aproximou dela com dois copos cheios. — Aceite.
Ela pegou o copo que lhe foi oferecido e deu um pequeno gole na bebida. A
doce queimação passou por sua garganta e ela lambeu os lábios antes de
subir o olhar para Joseph que já havia voltado a sentar em sua poltrona.
Encantador? Sério? Ele não está nenhum pouco com o pé atrás com essa
ideia maluca?
— Por favor, me diga que esse Sr. Luvier também tem negócios com os
Pattinson's? — A voz de Milla saiu quase como uma súplica.
— Ele possuí, mas não sei te informar quais são. — A mulher sentiu um pouco
de alívio e bebeu outro gole da bebida. — Está desconfiada, não está, Milla?
— Se precisar de mim sabe onde me encontrar. — Ela piscou para ele. — Aliás,
quando quer que eu viaje?
— Gosto dessa sugestão. — Ele digitava algo em seu notebook fazendo Milla
rir soprado.