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GAZA – ISPG
Chókwè – Lionde
Excelências,
Em primeiro lugar gostaria saudar o vosso trabalho e empenho notório nos últimos anos.
Saúdo o quadro docente, CTA e demais pelo carinho que sempre tiveram por mim durante os
7 anos que partilhamos a casa (como estudante, monitor e pesquisador).
Excelências, o país esta evoluindo, as mudanças são notórias e o ISPG não fica de fora.
Porém, desde a tomada de posse do meu pai (carinhosamente o chamo) Prof. Mário
Thauzene (homem de muita bondade, empatia, muito amor no coração e profissionalismo),
as coisas começar a mudar, o notável que muita coisa melhorou e de louvar. Contudo, hoje,
gostaria de destacar aqui dois pontos notórios, que devem servir de reflexão se estamos
evoluindo ou entrando e declino:
Na minha terra, disse-se: quando os filhos começam a sair de casa quando o pai
chega, é sinal que a casa não esta saudável, ou seja, o pai não é bem-vindo na
sua própria casa. O que seria isso? Um sinal de boa gestão? É algo que
precisamos reflectir.
2. O aumento das propinas: dias anteriores circularam nas redes uma proposta do aumento
das propinas no ISPG, colocou-se em debate no grupo de Graduados e ainda esperávamos
documentos oficiais que sustentassem a proposta, porém, 3 dias depois apareceu-nos uma
grande surpresa, o edital-2024 (oficial) com as taxas propostas, sinal de aprovação.
O aumento de propinas nas universidades públicas é algo normal que temos vistos nos últimos
dias, mas para o caso de ISPG o cenário foi assustador. Lembramos ainda quando foi nos
apresentado a necessidade da criação dos Institutos Superiores em Moçambique e como as
comunidades locais (operários) podiam auxiliar na sustentabilidades dos mesmos. Motivo
pelo qual o ISPG, ISPM, ISPT tirem as mesmas taxas (19000/ano). Passaram 17 anos e com
certezas as coisas devem mudar, mas até qual ponto? Verifica-se no edictal um aumento de
cerca de 40% nas propinas de mensalidades da licenciatura (período laboral). Contudo, faltou-
nos a transparência na decisão.
Com quais bases foi tomado a decisão de aumento de cerca de 40% da propina? Seria
realmente sustentável um aumento desses para a classe operária? O que teremos de
novo?
Quais despesas serão cobertas? Será que já não temos apoio do estado?
É correto uma proposta ser colocada a circular em edictal oficial? Ou já foi
aprovada?
Seria justo uma instituição pública competir com uma privada em termos de
mensalidade?
Excelência, é com muita dor ver a instituição na qual cresci entrando em declínio por motivos
que podem muito bem ser cortados pela raiz. Partilhar o edictal do ISPG hoje dá-nos um nó
na garganta. Como recomendar a amigo e familiares olhando para as coisas que estão
acontecendo? Estamos enfrentando uma crise no país (política, economia, saúde, cultura, etc.)
e o ensino não deve passar por isso. Acredito que seja a hora de reorganizarmos a casa.
Será que a voz dos estudantes “não comemos massa por querer” foi realmente
ouvida ou ignorada?
Será que a voz da comunidade local (pais e encarregados de educação – operários) foi
ouvida? Ou simplesmente tomamos a decisão olhando para: “os que não têm
condições, não estudem”?
Ainda estamos realmente diante de uma instituição pública (que tomas as decisões na
base na população local) ou privada (que foca-se somente em busca de lucros)?
Acredito que, essas e mais questões devem ser tomadas em conta antes das decisões.
Lembremos sempre da voz no nosso saudoso presidente,
É necessário fazer da escola uma base para o povo tomar o poder – Samora Machel