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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA JUNTO AO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA
AGRÁRIA - SEDE
COORDENAÇÃO-GERAL AGRÁRIA

PARECER DE FORÇA EXECUTÓRIA n. 00002/2016/CGA/PFE-INCRA-SEDE/PGF/AGU

PROCESSO: REPRESENTAÇÃO/TCU TC.000517/2016-0

NUP: 00845.000364/2016-23
INTERESSADOS: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - TCU
ASSUNTOS: FISCALIZAÇÃO

1. Servimo-nos do presente expediente para exarar parecer de força executória do Acórdão n. 2451/2016 TCU-
Plenário, prolatado pelo Tribunal de Contas da União, no âmbito da Representação TC n. 000517/2016-0, em revisão parcial da
medida cautelar concedida no Acórdão n. 775/2016 TCU- Plenário quanto à apuração de indícios de irregularidades na seleção e
manutenção de beneficiários do Programa Nacional da Reforma Agrária.

2. Segue em anexo inteiro teor do Acórdão.

3. Não consta data de intimação do INCRA, tendo sido o Acórdão noticiado obtido diretamente junto ao site do
TCU e, considerando a relevância do caso, desde logo exarado o presente Parecer. De todo modo, especialmente quanto aos
prazos fixados, recomenda-se atenção à data de intimação da decisão, que será a data em que for recebido Ofício de notificação, o
que deve ser monitorado pelos setores competentes do GAB/Incra.

4. O Acórdão n. 2451/2016-TCU-Plenário acolhe, em parte, pleito do INCRA de revisão parcial dos itens 9.2.3,
9.2.5 e 9.2.6.1 da medida cautelar concedida no Acórdão n. 775/2016 TCU- Plenário, além de estipular outras providências para
orientar o cumprimento.

5. Rememore-se que o Acórdão n. 775/2016 TCU- Plenário deferiu medida cautelar pleiteada pela
Secex/Ambiental/TCU para, à luz dos achados de auditoria de indícios de irregularidade em listas de beneficiários do Programa de
Reforma Agrária e dos fundamentos jurídicos então arrolados:

9.2. determinar cautelarmente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, com
fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal, 45 da Lei 8.443/1992 e 276, caput, do
Regimento Interno/TCU, que suspenda, até deliberação de mérito deste Tribunal sobre a matéria
tratada nestes autos:
9.2.1. os processos de seleção de novos beneficiários para a reforma agrária;
9.2.2. os processos de assentamento de novos beneficiários já selecionados;
9.2.3. os processos de novos pagamentos de créditos da reforma agrária para os beneficiários com
indícios de irregularidade apontados nas planilhas eletrônicas constantes em itens não digitalizáveis da
peça 25 deste processo, com os ajustes indicados nos subitens 9.3.1 e 9.3.2 deste acórdão;
9.2.4. a remissão dos créditos da reforma agrária a que se refere o art. 3º da Lei 13.001/2014 para os
beneficiários com indícios de irregularidade apontados nas planilhas eletrônicas constantes em itens não
digitalizáveis da peça 25 deste processo, com os ajustes indicados nos subitens 9.3.1 e 9.3.2 deste acórdão;
9.2.5. o acesso a outros benefícios e políticas públicas concedidos em função de o beneficiário fazer
parte do PNRA, como o Garantia Safra, o Minha Casa Minha Vida – Habitação Rural, o Programa
de Aquisição de Alimentos, Bolsa Verde, Pronera e Programa de Assistência Técnica e Extensão
Rural, entre outros, para os casos com indícios de irregularidade apontados nos arquivos Excel
constantes em itens não digitalizáveis da peça 25, com os ajustes indicados nos subitens 9.3.1 e 9.3.2 deste

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acórdão;
9.2.6. o acesso aos serviços de assistência técnica e extensão rural:
9.2.6.1. aos 84.711 beneficiários que atestaram irregularmente serviços de assistência técnica,
conforme relação indicada no levantamento efetuado nesta representação, constante dos arquivos em Excel
que fazem parte dos itens não digitalizáveis da peça 25 (5.971 beneficiários constantes da planilha
“Receberam assistência técnica em PAs e não fazem parte da RB.xlxs” e 78.740 beneficiários constantes da
planilha “Receberam assistência técnica em PAs do qual não fazem parte.xlsx”) bem como o acesso deles
aos demais benefícios de natureza creditícia ou outros decorrentes do PNRA, seja em nome próprio
ou mediante instrumentos procuratórios passados pelos beneficiários originais;
9.2.6.2. a quaisquer pessoas que não correspondam ao efetivo beneficiário do Projeto de
Assentamento objeto da assistência técnica a ser prestada, limitando-se à prestação da assistência às
situações em que o ateste possa ser realizado pelo beneficiário da reforma agrária assistido e devidamente
identificado no projeto de assentamento para o qual foi contemplado, nos termos do art. 23, incisos I e VII,
da Lei 12.188/2010;

6. O Acórdão n. 775/2016 TCU- Plenário data de 06/04/2016 e o INCRA foi notificado em 13/04/2016.
7. O INCRA apresentou embargos de declaração ao Acórdão n. 775/2016 TCU- Plenário bem como defesa de
mérito em abril/2016. Julgados os embargos de declaração pelo Acórdão n. 775/2016 TCU- Plenário de 04/05/2016.
Esclarecimentos complementares à defesa, à luz do recém editado Decreto nº 8.738/2016, foram apresentados pelo INCRA em
junho/2016. Também a Casa Civil apesentou manifestação no processo transmitindo a Nota Jurídica nº 00001/2016/CGA/PFE-
INCRA-SEDE/PGF/AGU quanto aos fundamentos de legalidade do Decreto nº 8.738/2016.
8. A despeito de, desde os embargos de declaração, passando pela defesa de mérito e pela manifestação
complementar, o INCRA já ter requerido a revisão da medida cautelar concedida, total ou parcialmente a partir de juízo de
invalidade dos indícios encontrados, a partir de reuniões junto ao TCU novos pedidos de revisão parcial foram requeridos,
conforme peticionamentos apresentados em 31/08/2016, 02/09/2016 e 14/09/2016.
9. No requerimento de 02/09/2016 o INCRA apresentou esboço de Plano de Providências e quadro-resumo de
requerimento de desbloqueio de indícios. Já na petição de 14/09/2016 foi apresentado documento complementar ao apresentado
em reunião de 08/09/2016, sob quadro “Indícios de irregularidades – Solicitação de Desbloqueio ao TCU”, revisando alguns dos
requerimentos de desbloqueio.
10. Daí o Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário, ora apresentado, que acolhe em parte os requerimentos do INCRA
para autorizar o desbloqueio de parte dos beneficiários indicados nos indícios de irregularidade apontados no Acórdão n.
775/2016 TCU- Plenário, sob os seguintes termos, no que concerne ao INCRA:

9.1. suspender, pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias, a medida cautelar adotada nos subitens 9.2.3 e
9.2.5 do Acórdão 775/2016 – Plenário, em atendimento ao pleito formulado pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária – Incra, para a adoção das medidas indicadas por aquela autarquia com
vistas à imediata depuração dos indícios de irregularidades apontados, no referido prazo, conforme
encetado nas providências indicadas pelo Instituto na tabela “Indícios de Irregularidades – Solicitação de
Desbloqueio ao TCU” de peça 99 dos autos, relativamente aos indícios de irregularidades abaixo indicados,
também extraídos da referida tabela, com respectiva consequência de desbloqueio temporário dos
beneficiários, restando a medida cautelar automaticamente restabelecida ao término do referido
prazo, sem prejuízo das medidas de retorno ao bloqueio, indicadas na referida tabela, a serem realizadas
pela referida autarquia ao término do prazo, ou quando confirmadas as irregularidades, apontadas
inconsistências nas informações ou verificado o não comparecimento do beneficiário ao chamamento a que
se pretende fazer:
9.1.1. indício 01 – “beneficiários contemplados mais de uma vez no PNRA”: com desbloqueio do acesso
aos processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas públicas mencionadas nos
referidos subitens, relativamente aos 23.197 beneficiários apontados como irregulares (sem indicação de
data) na tabela 1 do item 18 do voto condutor do Acórdão 775/2016 – Plenário;
9.1.2. indício 04 – “beneficiários contemplados na RB – Cargos Públicos”: com desbloqueio do acesso aos
processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas públicas mencionadas nos
referidos subitens, relativamente aos 104.344 beneficiários apontados como irregulares (ocorrência depois
da data de homologação) na tabela 1 do item 18 do voto condutor do Acórdão 775/2016 – Plenário,
mantendo-se o bloqueio quanto aos demais que se enquadrem antes da homologação (40.008 ) ou sem
informação de data (269);
9.1.3. indício 05 – “Beneficiários contemplados na RB – Empresários”: com desbloqueio do acesso aos
processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas públicas mencionadas nos
referidos subitens, relativamente aos 45.942 beneficiários apontados como irregulares (ocorrência depois da
data de homologação) na tabela 1 do item 18 do voto condutor do Acórdão 775/2016 – Plenário,
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mantendo-se o bloqueio quanto aos demais que se enquadrem antes da homologação (16.022) ou sem
informação de data (1);
9.1.4. indício 07 – “Beneficiários contemplados na RB – Aposentados por invalidez”: com desbloqueio do
acesso aos processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas públicas
mencionadas nos referidos subitens, relativamente aos 9.874 beneficiários apontados como irregulares na
tabela 1 do voto condutor do Acórdão 775/2016 – Plenário;
9.1.5. indício 09 – “Beneficiários contemplados na RB – Mandato eletivo”: com desbloqueio do acesso aos
processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas públicas mencionadas nos
referidos subitens, relativamente aos 1.012 beneficiários apontados como irregulares (ocorrência depois da
data de homologação, e mandatos encerrados/encerrando neste exercício) de um total de 1.017
beneficiários na tabela 1 do item 18 do voto condutor do Acórdão 775/2016 – Plenário, mantendo-se o
bloqueio quanto aos demais 5 enquadrados antes da homologação;
9.1.6. indício 11 – “Beneficiários contemplados na RB – Renda Superior a 3 Salários Mínimos”: com
desbloqueio do acesso aos processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas
públicas mencionadas nos referidos subitens, relativamente aos 20.374 beneficiários apontados como
irregulares (ocorrência depois da data de homologação) na tabela 1 do item 18 do voto condutor do
Acórdão 775/2016 – Plenário, mantendo-se o bloqueio quanto aos demais que se enquadrem antes da
homologação ou sem informação de data;
9.1.7. indício 12 – “Beneficiários contemplados na RB – Deficiência física/mental”: com desbloqueio do
acesso aos processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas públicas
mencionadas nos referidos subitens, relativamente aos 10.579 beneficiários apontados como irregulares
(ocorrência antes e depois da data de homologação) na tabela 1 do item 18 do voto condutor do Acórdão
775/2016 – Plenário;
9.1.8. indício 13 – “Beneficiários contemplados na RB que possuem local da residência diferente”: com
desbloqueio do acesso aos processos de pagamento de novos créditos da reforma agrária e às políticas
públicas mencionadas nos referidos subitens, relativamente aos 301.616 beneficiários apontados como
irregulares (ocorrência depois da data de homologação) na tabela 1 do item 18 do voto condutor do
Acórdão 775/2016 – Plenário, mantendo-se o bloqueio quanto aos demais 61.495 que se enquadrem na
situação “Local do lote fora do Estado de Residência”;
9.2.. suspender, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a medida cautelar adotada no subitem 9.6.1 do
Acórdão 775/2016 – Plenário, em atendimento ao pleito formulado pelo Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária – Incra, para a adoção das medidas indicadas por aquela autarquia com vistas à imediata
depuração dos indícios de irregularidades apontados, no referido prazo, conforme encetado nas
providências indicadas pelo Instituto na tabela “Indícios de Irregularidades – Solicitação de Desbloqueio ao
TCU” de peça 99 dos autos, relativamente ao indício de irregularidade abaixo indicado, também extraído
da referida tabela, com respectiva consequência de desbloqueio temporário dos beneficiários, restando a
medida cautelar automaticamente restabelecida ao término do referido prazo, sem prejuízo das medidas de
retorno ao bloqueio, indicadas na referida tabela, a serem realizadas pela referida autarquia ao término do
prazo, ou quando confirmadas as irregularidades, apontadas inconsistências nas informações ou verificado
o não comparecimento do beneficiário ao chamamento a que se pretende fazer:
9.2.1. indício 15 – “Indivíduos que deram ateste em recebimento de ATER sem fazer parte da RB”: com
desbloqueio do acesso aos serviços de assistência técnica e extensão rural aos 79.561 beneficiários
apontados como irregulares na tabela 1 do item 18 voto condutor do Acórdão 775/2016 – Plenário,
reportados na tabela de peça 99 pelo Incra;
9.3. determinar ao Incra que:
9.3.1. no exame das irregularidades apontadas por este Tribunal no Acórdão 775/2016 – Plenário, dentro
de seu plano de providências imediatas e mediatas, dê prioridade aos casos em que os beneficiários se
encontram enquadrados em mais de um indício de irregularidade, visando à confirmação ou não da efetiva
regularidade do beneficiário perante o PNRA;
9.3.2. durante o prazo de suspensão da cautelar ora determinada, e por ocasião do comparecimento à
autarquia para fins de elaboração de projeto ou proposta simplificada com vistas ao acesso ao Pronaf
A, exija dos beneficiários a documentação necessária para comprovação da regularidade para com o
programa como requisito para a concessão do projeto ou proposta simplificada e, caso não seja
atendido ou verificada eventual incompatibilidade com o PNRA, restabeleça o bloqueio do acesso do
beneficiário porventura irregular, restabelecendo, para esses casos, os efeitos pretendidos pela cautelar
anteriormente adotada por este Tribunal;
9.3.3. encaminhe a este Tribunal relatório mensal atualizado das providências adotadas e dos resultados
porventura alcançados, durante a vigência da suspensão da medida cautelar;

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11. Os demais itens do Acórdão n. 2451/2016-TCU-Plenário não se referem à atuação do INCRA: item 9.4 à Secex
para autuação de processo de monitoramento em apartado; 9.5 determinação de ciência do acórdão ao ao Incra, à Secretaria
Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da Presidência da República e à Procuradoria-Geral
da República e 9.6 posterga decisão sobre medida preliminar de realização de audiências das autoridades administrativas arroladas
pela SecexAmbiental.

12. O pedido central do INCRA foi de que o TCU autorizasse, desde logo e em larga escala, a suspensão da medida
cautelar restritiva ao acesso de políticas públicas da reforma agrária (itens 9.2.3, 9.2.5 e 9.2.6.1 do Acórdão n. 775/2016-
TCU-Plenário) quanto a uma série de indícios, considerados fundamentos de baixo risco de confirmação das irregularidades e
perigo na demora fundamentado na necessidade de imediatos investimentos na produção, em aproximação do período agrícola de
plantio, sob pena de comprometimento da produção dos beneficiários da reforma agrária e, em consequência da segurança
alimentar dos assentados.

13. Reitere-se, como pontuado ao longo do relatório e do voto do Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário que nas
petições do INCRA de 02/09 e 14/09, e na reunião INCRA/TCU de 08/09 foram apresentadas planilhas diversas, quanto aos
indícios cujo desbloqueio o INCRA requeria, quantitativo de desbloqueio, providências e prazos de atuação propostos.

14. No entanto, como indicado no voto do Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário, tomou-se em consideração a


planilha final que acompanhou a petição de 14/09/2016 e que apresentou o quadro “Indícios de irregularidades – Solicitação de
Desbloqueio ao TCU”.

15. Indique-se, por oportuno, que as planilhas foram elaboradas pelos setores técnicos competentes, DT e
DD/INCRA, sob monitoramento do GAB/INCRA e acompanhamento desta PFE/INCRA, e que, de fato, divergem entre si entre
vários pontos. As divergências parecem justificadas pelo aprimoramento interno das discussões. No entanto, é de se ressaltar, as
planilhas ainda contêm dados cujo detalhamento operacional deve ser melhor equacionado, pois constituem apenas uma síntese de
providências a serem adotadas, sem nível de operacionalização. Nem mesmo o esboço de Plano de Providências juntado em 02/09
dispunha sobre detalhamento das ações e prazos indicados no quadro.

16. De todo modo, o Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário superou as divergências, proferindo decisão que, em
verdade, deferiu desbloqueio de indícios de irregularidade em quantitativo superior ao pleiteado no quadro “Indícios de
irregularidades – Solicitação de Desbloqueio ao TCU”, mas com estipulação expressa de prazo de desbloqueio, o que não havia
sido requerido pelo INCRA.

17. Com efeito, os prazos apresentados no quadro “Indícios de irregularidades – Solicitação de Desbloqueio ao TCU”
referiam-se a propostas de atuação do INCRA combinando medidas de convocação de beneficiários, recepção de documentos e
análise preliminar dessa documentação para deferir desbloqueio ou efetuar novo bloqueio, remetendo-se para fase posterior
questões relacionadas à supervisão ocupacional. Os prazos indicados pelo INCRA, em regra, foram de 120 dias para medidas de
comunicação, 180 dias para análise preliminar de documentação. Não foram apresentados prazos para saneamento definitivo dos
indícios ou para conclusão de supervisão ocupacional.

18. A questão da sucessão de prazos foi bem apreendida na manifestação da Secex/Ambiental, conforme §§ 50, 58,
60, 64, 67, 75 e 114 do relatório.

19. No entanto, o voto condutor do Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário entendeu pelo deferimento do desbloqueio
dos indícios de irregularidade pelo prazo fixo de 120 dias, tomado, assim, o prazo inicial de atuação proposto pelo INCRA como
prazo de desbloqueio temporário. Exceção quanto ao indicio 15 referente aos identificados como prestação irregular de ATER, em
que concedido prazo de 180 dias).

20. Registre-se, ainda, que o voto do Ministro Relator não acolheu várias das proposições restritivas do relatório e
manifestação da SecexAmbiental que examinou o pedido do INCRA de desbloqueio parcial. Por exemplo, não foi acolhido o
prazo limitado de desbloqueio de 60 dias, nem a limitação do desbloqueio a beneficiário que tivesse um único indicio de
irregularidade, nem as propostas de condicionamento de liberação de cada uma das políticas públicas usufruídas pelos
beneficiários (PRONAF, PAA, Garantia Safra, créditos-instalação, PRONERA, MCMV – Habitação rural).

21. Assim resumida a tramitação do feito junto ao TCU, sintetiza-se, quanto à cada indício de irregularidade cujo
desbloqueio foi imediatamente deferido:

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22. Os mesmos itens expressamente indicam os indícios que devem ser mantidos bloqueados, por exclusão.

23. As quantidades e indicação precisa dos beneficiários enquadrados em cada uma das situações de desbloqueio deve
ser conferida junto às planilhas excel que instruíram o Acórdão nº 775/2016-TCU-Plenário.

24. A partir do quadro-resumo acima de desbloqueio conforme Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário e com amparo
nos demais itens do acordão, aponta-se, por relevantes, os critérios abaixo transcritos que devem ser adotados no cumprimento do
Acórdão pelas Diretorias responsáveis – DD, DT, DF e DE – e sob coordenação que se entende, pela relevância da matéria, deve
ser desenvolvida pelo GAB/INCRA:

Caráter temporário da suspensão. Itens 9.1 e 9.2 do Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário

- autoriza no item o “desbloqueio temporário dos beneficiários, restando a medida cautelar automaticamente
restabelecida ao término do referido prazo, sem prejuízo das medidas de retorno ao bloqueio, indicadas na referida tabela, a serem
realizadas pela referida autarquia ao término do prazo, ou quando confirmadas as irregularidades, apontadas inconsistências nas
informações ou verificado o não comparecimento do beneficiário ao chamamento”

Necessidade de manutenção do registro do indício no SIPRA.

- o requerimento do INCRA foi de que fosse alterado “o status dos “indícios de irregularidade” para que, ainda
que reconhecidos como “indícios”, registrados no histórico dos beneficiários a demandarem oportuna conferência/revisão por
parte do Incra, não enseje suspensão do acesso aos benefícios e políticas públicas concedidos em razão de sua condição de
beneficiários do PNRA”;
- pleito acolhido no § 41 do voto: “Após o período de suspensão da cautelar haverá automaticamente novo
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bloqueio. Em todo o caso, conforme já sinalizado pelo Incra em sua petição, não se pretende a exclusão de qualquer beneficiário
do quadro de indícios, sem uma análise e verificação pormenorizada. Os indícios permanecerão como indicativos a serem
investigados pelo Incra”;
- Necessidade de adequação de ferramentas de tecnologia para que o SIPRA esteja apto a operacionalizar o
desbloqueio parcial requerido, de modo que o indício de irregularidade não seja simplesmente “apagado”, mas que fique
constando, sem empecilho ao acesso às políticas públicas.

Critério de prioridade – item 9.3.1 do Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário

- impõe ao INCRA “dentro de seu plano de providências imediatas e mediatas, dê prioridade aos casos em que os
beneficiários se encontram enquadrados em mais de um indício de irregularidade, visando à confirmação ou não da efetiva
regularidade do beneficiário perante o PNRA”

Prestação de contas mensal ao TCU – item 9.3.3 do Acórdão nº 2451/2016-TCU-Plenário

- encaminhamento de relatório mensal ao TCU “das providências adotadas e dos resultados porventura
alcançados, durante a vigência da suspensão da medida cautelar”
- não exclui a determinação de comunicação de desbloqueio definitivo já constante do item 9.4 do Acórdão nº
775/2016-TCU-Plenário

Desbloqueio abrange crédito e todas políticas públicas. Peculiaridade quanto ao PRONAF.

- o defere o desbloqueio do indício de irregularidade com vista ao acesso a todas políticas públicas decorrentes do
PNRA – v. itens 9.1.1, 9.1.2, 9.1.3, 9.1.4,
- quanto à emissão de documento para acesso ao PRONAF A – item 9.3.2 impõe ao INCRA “por ocasião do
comparecimento à autarquia para fins de elaboração de projeto ou proposta simplificada com vistas ao acesso ao Pronaf A, exija
dos beneficiários a documentação necessária para comprovação da regularidade para com o programa como requisito para a
concessão do projeto ou proposta simplificada e, caso não seja atendido ou verificada eventual incompatibilidade com o PNRA,
restabeleça o bloqueio do acesso do beneficiário porventura irregular”

Reiteração da autorização de desbloqueio definitivo, desde logo, acaso comprovadamente afastado o


indício – § 43 do voto

- reiteração da plena aplicação do item 9.4 e 9.5 do Acórdão nº 775/2016-TCU-Plenário, que já autorizava ao
INCRA realizar o saneamento dos indícios e desbloquear o beneficiário, apenas com comunicação posterior ao TCU;

Desbloqueio não é um acolhimento das razões jurídicas pela legalidade de não se cobrar condições de
elegibilidade pós homologação – não autoriza imediata aplicação do Decreto nº 8.738/2016 (art. 7ª, § 2º)

- consoante § 26 do voto: “os pedidos do Incra compreendem não só o desbloqueio temporário, como também a
revisão dos marcos adotados na deliberação adotada pelo Tribunal, considerando a situação após a data de homologação (aqueles
que se tornaram servidores, empresários ou detentores de mandatos eletivos, após a homologação). (...) deixo para me pronunciar
a respeito no momento oportuno para tanto, ocasião em que o exame da matéria poderá se dar de maneira aprofundada, sendo este
o raciocínio para todas as revisões de marcos legais pleiteadas pela autarquia no presente momento.”
- o desbloqueio definitivo deve adotar os critérios interpretativos do Acórdão nº 775/2016-TCU-Plenário,
conforme indicado seu item 9.4;
- o desbloqueio dispensa análise jurídica prévia individualizada, sendo ato administrativo;
- os setores competentes devem buscar orientações gerais para análise da documentação apresentada,
possibilitando maior eficácia dos desbloqueios temporários.

25. À luz das determinações postas, qualquer Plano de Providências a ser elaborados para o saneamento deve se
adequar ao quanto determinado, especialmente quanto aos itens 9.3.1 (critério de prioridade) e 9.3.3 (relatórios mensais). Assim,
desde logo, indica-se ao GAB/INCRA adequação do esboço de Plano de Providencias

26. Sendo assim, interpretando-se o ACÓRDÃO em toda a sua plenitude, é de se concluir que a partir da data de sua
intimação, a ser conferida pelo GAB/INCRA e comunicada a todos os interessados, TEM FORÇA EXECUTÓRIA, e
complementa o Acórdão nº 775/2016-TCU-Plenário devendo ser imediatamente cumprido pelo INCRA, inclusive quanto
aos prazos fixados.

27. Sugere-se a expedição de memorando, em meio físico, com o presente parecer de força executória, constando em
anexo a íntegra do referido Acórdão n. 2451/2016 – TCU Plenário e, ao Gabinete do INCRA e a todas as Diretorias do
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INCRA/sede, para ciência e cumprimento.

28. Dê-se ciência via SAPIENS a todas Procuradorias Regionais da PFE-INCRA, para conhecimento e eventuais
comunicações no âmbito das SRs/INCRA.

Brasília, 27 de setembro de 2016.

DAYSEANNE MOREIRA SANTOS


PROCURADORA FEDERAL
COORDENADORA-GERAL AGRÁRIA - CGA/PFE/INCRA

RENATA SILVA PIRES DE CARVALHO


SUBPROCURADORA CHEFE
PFE/INCRA

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento


do Número Único de Protocolo (NUP) 00845000364201623 e da chave de acesso 49a7bfc8

Documento assinado eletronicamente por DAYSEANNE MOREIRA SANTOS, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A
conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 11543459 no endereço eletrônico
http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): DAYSEANNE MOREIRA SANTOS. Data e Hora: 27-09-2016
18:19. Número de Série: 2833112231863627073. Emissor: AC CAIXA PF v2.

Documento assinado eletronicamente por RENATA SILVA PIRES DE CARVALHO, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 11543459 no endereço eletrônico
http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): RENATA SILVA PIRES DE CARVALHO. Data e Hora:
27-09-2016 18:45. Número de Série: 1227095. Emissor: Autoridade Certificadora do SERPRO Final v4.

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