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Trabalho de Artes
Trabalho de Artes
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SUMARIO
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A Ditadura Militar no Brasil através da Música Popular Brasileira
Um grupo que se destacou na luta contra a opressão foi o dos artistas: atores,
músicos, cineastas, artistas plásticos, poetas, escritores... Cada um contribuía
com o que melhor sabia fazer, questionando os fatos e informando a população,
apesar de censurados pelos órgãos opressores. E, como bons artistas, os
músicos populares brasileiros descreveram os horrores da ditadura nos mínimos
detalhes. Descrições que perpetuam até os dias atuais, trazendo à tona toda a
covardia aplicada contra nosso povo, e que não nos deixam esquecer todas as
atrocidades cometidas contra nosso país.
Na década de 60, a censura tentou calar quem tinha algo a falar. Mas alguns
músicos acharam uma brecha e deixaram para a posteridade seu pesar. Um dos
mais ilustres artistas militantes foi Chico Buarque. Junto com outro grande
músico, Gilberto Gil, compuseram uma música que reflete bem a situação da
época. “Cálice” traz referências ao Santo Cálice de Cristo e a uma passagem
bíblica (Pai, afasta de mim esse cálice, de vinho tinto de sangue), mas é uma
metáfora com o verbo “calar”. Foi a forma que os músicos acharam de dizer ao
mundo que a liberdade de expressão estava caçada no Brasil.
Outro grande expoente do período foi o músico Geraldo Vandré. Geraldo compôs
“Pra não dizer que não falei das flores”, um hino contra a ditadura. Nessa canção,
Geraldo enfatizava as injustiças (pelos campos há fome em grandes plantações),
destacava a presença do exército nas ruas (Há soldados armados, amados ou
não) e convocava as pessoas para se unirem na luta contra a ditadura (Vem,
vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera
acontecer). Geraldo foi preso, torturado e exilado, mas “Caminhando” (como
ficou popularmente conhecida) é um clássico da música popular brasileira e, com
certeza, deve incomodar até hoje. A “flor” da canção é uma referência ao
movimento “Flower Power” que surgiu nos Estados Unidos. Pregava a não
violência contra os povos e foi teorizado depois da Guerra do Vietnã em 1959.
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Em 1979, João Bosco e Aldir Blanc compuseram “O bêbado e a equilibrista”, que
fala sobre os exilados. É um retrato do Brasil no final do período ditatorial, com
mães chorando (Choram Marias e Clarisses) pela falta de seus filhos, os
“Carlitos” tentando sobreviver (alusão a um personagem de Charles Chaplin.
Representa a população que, mesmo oprimida, ainda consegue manter o bom
humor) e a equilibrista (nossa esperança, se equilibrando e sobrevivendo).
Várias outras músicas também confrontaram o regime militar. “Panis et
Circenses” (de Caetano e Gil), “Apesar de você” (Chico Buarque) e “Cartomante”
(de Ivan Lins e Victor Martins).
Em 1985 foi eleito o primeiro presidente pelo colégio eleitoral. Tancredo Neves
nem chegou a assumir. Em 21 de abril de 1985, faleceu de diverticulite, uma
inflamação dos divertículos presentes no intestino grosso. Há quem diga que
Tancredo foi envenenado por militares, descontentes com o fim da ditadura, mas
é só especulação. Seu vice, José Sarney, assumiu. Depois, em 1989, foi eleito
o primeiro presidente pelo voto popular: Fernando Collor de Melo.
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Musica no Brasil da Ditadura
A partir dos anos 1950, o Brasil passou por uma ebulição musical nunca antes
vista, com um caldeirão de movimentos: bossa nova, jovem guarda, tropicalismo,
música de protesto. Os festivais de música brasileira despertavam paixões no
público, com vaias e aplausos calorosos. Mas, nos rebeldes anos 1960 e 1970,
cantar virou atividade de risco, já que a censura baixava seu carimbo sobre
aqueles que se insurgiam contra o regime.
Alguns dos principais movimentos musicais brasileiros durante a ditadura militar:
A jovem guarda
A Jovem Guarda foi um movimento cultural que surgiu, em 1965, por influência
de um programa musical apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e
Wanderléa. O programa levava o mesmo nome do movimento, influenciado pelo
rock and roll e pelo soul em alta na Europa e América do Norte à época.
A influência do rock and roll na Jovem Guarda fez com que ela fosse conhecida
também como “iê-iê-iê”. Esse nome foi uma adaptação para o português da
expressão “yeah yeah yeah”, presente em uma canção da banda The Beatles,
um dos grandes sucessos no mundo da música durante a década de 1960.
Os adeptos da Jovem Guarda foram muito criticados na sua época por pessoas
da crítica especializada e até mesmo por artistas de outros movimentos culturais.
Essas críticas apontavam a Jovem Guarda como um movimento alienante
porque não era engajado politicamente e tinha canções com letras simples, que
não se enquadravam no que é entendido como arte engajada.
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Tropicalismo
Ambiente de Festival
Caetano Veloso · 1968
Apesar de você
Quarteto em Cy · 2008
Domingo No Parque
Os Mutantes · 2008
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Composições e Musica Sobre a Ditadura Militar no Brasil
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'Opinião', de Zé Keti
inicialmente, nada tinha a ver com o Regime Militar. Composta em 1964 para a
peça teatral homônima, ela era uma crítica ao governo estadual do Rio de
Janeiro que desejava retirar as favelas do morro. Porém, o sucesso da música
na voz da cantora Nara Leão foi tão grande que acabou transcendendo o
problema local e se tornou uma crítica ao governo militar que viria a censurar,
quatro anos depois, a canção de Zé Keti.
Apesar da letra impactante e extremamente forte, é interessante um comentário
do escritor Ruy Castro sobre um dos versos, o trecho “deixa andar/deixa andar”,
no qual o eu - lírico fica conformado com a situação. “Era inacreditável que as
pessoas não se sentissem desconfortáveis na plateia quando Zé Keti continuava
a letra e cantava o trecho que apresenta o mais leso e preguiçoso conformismo,
mas ninguém parecia reparar, afinal”, dizia o escritor.
'O Bêbado e a Equilibrista', de Aldir Blanc e João Bosco
Em 1977, João Bosco fez a melodia, inspirado pela morte de Charlie Chaplin, e
entregou para Aldir Blanc colocar a letra. Alguns anos depois, com o uso de
metáforas, traço característico da obra de Aldir, a música acabou se tornando
um marco da luta contra a ditadura ao criticar a ditadura militar de uma forma
extremamente poética.
A poesia, aliás, começa no título. O bêbado seria a representação de todos os
artistas que lutavam contra o regime. E a equilibrista é a esperança de que dias
com liberdade virão. Além disso, outras referências são feitas. O verso “E
nuvens/ Lá no mata-borrão do céu”, por exemplo, refere-se aos militares
(nuvens, ou seja, inalcançáveis), que ficavam no DOI-CODI (mata-borrão, para
corrigir erros) e que, assim como os militares, ficavam inalcançáveis (céu). Enfim,
O Bêbado e a Equilibrista é genial.
'Ponteio', de Edu Lobo
é uma das músicas mais complicadas de se achar um significado crítico ao
regime militar. Porém, ao se analisar mais profundamente, nota-se que o eu –
lírico mostra um desejo de tocar sua viola, mas é impedido pelo tempo mudado
(ditadura). Por isso, ele teria que procurar um novo lugar para depositar seus
desejos e anseios.
'Eu quero é botar meu bloco na rua', de Sérgio Sampaio
Durante a Ditadura, os militares andavam com tropas pelas ruas para evitar
manifestações populares. Sérgio Sampaio, então, no ano de 1972, lança Eu
quero é botar meu bloco na rua, onde o compositor impõe seu desejo de que as
tropas sejam substituídas pelos blocos (povo). Além disso, refere-se aos
militares como Durango Kid, um durão cowboy dos faroestes americanos.
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Cálice', de Chico Buarque e Gilberto Gil
A música, composta em 1973, só pode ser lançada cinco anos depois, devido à
forte censura. Fazia um inteligentíssimo jogo de palavras entre “cálice” e “cale-
se”. Além disso, faz claras referências ao regime da época em versos fortíssimos
como “quero cheirar fumaça de óleo diesel”, onde faz alusão à prática de tortura
onde o preso era submetido ao processo de inalar fumaça de óleo diesel.
Como Nossos Pais', de Belchior
Como Nossos Pais, do cantor e compositor Belchior e sucesso na voz de Elis
Regina, fala de uma juventude que era reprimida pela ditadura, não
possibilitando que a situação política do país fosse mudada. Ou seja, agíamos
como nossos pais, sem vontade ou sem sentir a necessidade de lutar para mudar
o então quadro político.
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Referências bibliográficas
www.todamateria.com.br
www.esquinadacultura.com.br
www.sabra.org.br
www.memoriasdaditadura.org.br
www.mundoeducacao.uol.com.br
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