Você está na página 1de 62

SAÚDE COLETIVA

Prof. Michael Arsenian


Prof. Luiz Felipe Scabar
ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 1
www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
SAÚDE COLETIVA

A Saúde Coletiva contemporânea está alicerçada em três grandes pilares: estudo da cariologia e epidemiologia,
planejamento de estratégias e programas, conhecimento das políticas públicas de atenção relacionadas ao Sistema
Único de Saúde.
A Saúde coletiva clássica, originada dos conceitos de Odontologia preventiva e Social, irá enfatizar a cárie,
níveis de Prevenção e suas características, assim como a Fluorterapia.

Assunto: Seguridade e Seguro Social

Os conhecimentos destes conceitos permitem que o colega entenda a estrutura de saúde vigente no país.
Todas as vezes que as responsabilidades sociais de uma Nação estão sobre a responsabilidade do Estado,
englobamos um Conceito de Seguridade.
Por ex: a vigilância sanitária no Brasil e o próprio Sistema de Saúde são de responsabilidade do Estado (previsto na CF
de 1988).

Já para o conceito de Seguro, imagine o seguro de seu automóvel, aposentadoria ou plano de saúde privado,
isto é, além dos impostos pagos (Seguro obrigatório, taxa de licenciamento, etc.) o colega como usuário do serviço
público recorre a uma seguradora particular. Estamos abordando aí o Conceito de Seguro Social.

Fica claro que o Brasil permite que as duas estruturas (público governamental e privada) convivam em harmonia.
O Brasil, assim como o Canadá, Reino Unido, França e países nórdicos da Europa, são considerados países de
bem-estar social, isto é, o Estado brasileiro, prioriza as ações de sua responsabilidade público governamental, sem abrir
mão dos interesses privados e dos interesses da Sociedade.

Em alguns países como parte da China, Cuba, Coréia do Norte ou a antiga URSS, tomam o Estado com
exclusivo, isto é, não contam com a participação do poder privado. São os países comunistas, derivados de um Estado
Guardião. Nestes países só exite o conceito de Seguridade Social.

O Estados Unidos da América do Norte, por sua vez prioriza as ações privadas. Não quer dizer que o Estado
não influencie a vida das pessoas, mas a responsabilidade, proveniente de aspectos culturais, sociais e históricos deste
país, permite aceitar uma menor influência sobre as responsabilidades do Estado na vida da Sociedade. Por outro lado,
nesta condição alguns princípios, como por exemplo, o direito à saúde fica influenciado sobre as leis de mercado, por
uma influência do modelo de Seguro Social. Este país é apontado como sendo neoliberal.

ATENÇÃO:
O colega erra ao tentar admitir que um modelo é melhor ou mais justo do que o outro, pois muitas vezes um
mesmo modelo apresenta distinções entre os diversos países que adotam políticas de saúde semelhantes.
A melhor forma de avaliar um modelo de saúde é através de indicadores sociais, econômicos e
epidemiológicos resultante das políticas de saúde adotadas.

Modelos de Seguridade

Estado

Incumbências
do Estado

Sociedade
Figura 1: Modelo de Bem-estar social. Enfoque em Seguridade.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 2


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Modelos de Seguridade

Estado

Incumbências
do Estado

Figura 2: Enfoque em Seguridade

Modelos de Seguro

Estado

Sociedade

Figura 3: Enfoque em Seguro Social.

Assunto: Setores Sociais

Para melhor compreender o mundo contemporâneo alguns autores englobam alguns conceitos definidos em
setores sociais. Estes setores são classificados em:

• 1º Setor Social: engloba as ações provenientes do Estado


• 2º Setor Social: engloba as ações provenientes do poder privado (particular, com ou sem fins lucrativos diretos)
• 3º Setor: engloba aas ações de grupos da sociedade que se organizam e exercem influência sobre as tomadas
de decisão dos outros setores.

ATENÇÃO:
Fique atento no 3º setor social, pois ele é o que mais influencia, através de organizações da sociedade, as
regras de ação do mundo contemporâneo.Lembre-se das ONGs.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 3


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Cariologia

Fatores etiológicos da cárie: fatores causadores:

a ) primários ( essenciais): dieta cariogênica, hospedeiro sucetível , microbiota específica e o fator tempo
b) secundários (modificadores): saliva, hábitos, comortamentos, fatores etiológicos.

Assunto: Epidemiologia da cárie

É importante não confundir a Epidemiologia com a etiologia da cárie dentária. A epidemiologia irá abordar o
comportamento da cárie com uma visão coletiva, já a etiologia irá estudar os principais mecanismos (primários e
secundários de origem da cárie).
Portanto a epidemiologia irá abordar ocorrência e magnitude, por ex: se o fenômeno da doença está aumentando,
diminuindo ou está estabilizado.

A palavra epidemiologia pode ser desmembrada em:


Epi =sobre
Demos = população
Logus = estudo

1. Definição:
É o estudo ordenado das causas e efeitos biológicos, sociais e culturais das doenças em populações humanas, tendo a
comunidade e não o indivíduo como unidade de interesse.

2. Tipos: Existem dois tipos de estudos epidemiológicos.

• Descritivo: Informa distribuição e intensidade da doença.


• Analítico: Inclui mecanismos associados com a ocorrência, tratamento e prevenção.

Os dois tipos de estudo são importantes e se complementa em planejamentos de programas coletivos visando
Políticas de Saúde.
Nos estudos descritivos o fenômeno é descrito e a partir dele são iniciados os mecanismos de prevenção,
recuperação e controle.
Por ex: estudos que evidenciam óbito de crianças em creches através da ocorrência de fatores que devem ser evitados
através de métodos preventivos (vacinas, dieta adequada, segurança, instalações físicas adequadas, etc.).

Os estudos descritivos necessitam ser registrados de forma confiável para mensurar o problema e a eficácia das
políticas de saúde. Isto pode ser realizado através de índices.

3. Índice
Definição: é um instrumento quantitativo ou qualitativo que me permite mensurar a doença.

Assunto: Fatores epidemiológicos em relação à cárie:

A cárie dentária, como doença de saúde pública é constantemente analisada e mensurada, o que permite
comentar que os fatores coletivos de risco são bem conhecidos. Alguns autores apresentam fatores de risco que podem
ser considerados válidos para apoiar o planejamento de ações, porém não são estudos conclusivos e estão em desuso.
(verifique o edital de seu concurso, pois ainda são freqüentes questões sobre o assunto).

• Idade
Existe uma correlação positiva entre idade e prevalência da cárie dental, isto é, quanto maior a idade, maior a
ocorrência da doença (a não ser que haja perda patológica do dente ou intervenção externa). Ocorrem períodos de
exacerbação aguda, alternados com períodos de inatividade ou lenta progressão ao longo da vida na população.

• Períodos de exacerbação da doença:

Dos 4 aos 8 anos.


Dos 11 aos 18 anos.
Dos 55 aos 65 anos de idade.

• Gênero (não é um fator confiável para o estudo do comportamento da cárie dentária), porém os resultados
clássicos apontam como:
Existe maior prevalência de cárie no gênero feminino.
Possíveis explicações para este fenômeno:
-Erupção mais cedo
-Diferenças morfológicas

No Brasil, Japão e Colômbia: não há diferenças estatísticas.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 4


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
• Raça (estudos que abordam este fator sempre são passíveis de discussão, portanto não é um fator seguro para
explicar o comportamento de cárie em nível individual ou populacional).

Se aceita que povos tradicionalmente com baixos índices, quando expostos à uma dieta industrializada têm os índices
elevados.

Em Teoria os estudos étnicos apontavam que:


-CPO-D de negros é menor que em brancos (muito provavelmente pelo local de levantamento e registro destes dados).
-Os dentes decíduos apresentam mais cárie em crianças brancas (muito provavelmente pelo local de levantamento e
registro destes dados).

• Nível sócio-econômico
Por si só esse fator não exerce influência sobre a prevalência ou incidência de cárie.

IMPORTANTE: O estudo do nível sócio econômico é um poderoso catalizador da inexistência de cuidados de


saúde bucal e geral nas comunidades de baixa renda.

• Situação geográfica (estudos que abordam este fator sempre são passíveis de discussão, portanto não é um
fator seguro para explicar o comportamento de cárie em nível individual ou populacional)

Se aceita, historicamente, que há menor prevalência de cárie em populações que vivem em áreas com sol
abundante, distantes do mar, baixas latitudes e escassez de água. (Austrália): por favor, verifique que são locais em
que a distribuição populacional é menor.

Em países provenientes de zonas frias ocorrem mais cáries.(Cuidado, pois estes estudos são em condições
aonde Não Há acesso a Políticas Públicas de Saúde). (Portanto NÃO PODEMOS afirmar esta conclusão para países
nórdicos da Europa e o Canadá)

Assunto: História Natural da cárie dentária

O conceito de história natural é muito utilizado por epidemiologistas para compreender em que momento se está
atuando em relação ao comportamento de uma doença. Este conceito se baseia em uma lógica de que toda doença se
não tratada evolui naturalmente apresentando como conseqüências lesões irreversíveis ou óbito dos indivíduos.
Conhecer a história natural da doença permite antever a ocorrência da oportunidade, isto é, se o planejamento
de tratamento frente a uma doença ocorre em momento apropriado ou não.
A história natural de qualquer doença, incluindo aí, obviamente a cárie dentária, significa que iremos
acompanhar o fenômeno de evolução da doença sem nos intrometermos nesta “história”.

Se acompanharmos bem a evolução da cárie dentária, identificaremos alguns momentos precisos:

• Período pré-patogênico: é aquela fase em que a doença não está instalada.


• Período patogênico: ocorre o início de uma desmineralização (perda de cálcio e fosfato) sub-superficial sem sinal
clínico ou sintomas evidentes.
• Evolução do período patogênico: com a evolução da doença ocorre a presença da mancha branca ativa de cárie
(nesta fase passível de remineralização), mas lembre-se, neste conceito não há intervenção..
• Evolução para envolvimento do esmalte, cavitação, contaminação endodôntica, contaminação do periápice
dentário e perda do elemento.
• Período pós-patogênico: conseqüências no aparelho estomatognático.

IMPORTANTE: TODA E QUALQUER INTERVENÇÃO QUE OCORRA NA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA


CARACTERIZARÁ PREVENÇÃO.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 5


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Conceito de Prevenção

Prevenção é a interposição de qualquer barreira na história natural das doenças com o sentido de evitá-las, se
interpostas na fase pré-patogênica. Controlá-las ou eliminá-las, se inseridas na fase patogênica de evolução. Se
interpostas na fase pós-patogênica, no sentido de reabilitar um indivíduo ou tomar o devidos cuidados sanitários após o
seu óbito.

1. Classificação:
• Prevenção primária: é aquela que ocorre antes do advento da doença.
• Prevenção secundária: é aquela que ocorre a partir do momento do início da doença até que a evolução
sacrifique o órgão ou o indivíduo (óbito).
• Prevenção terciária: é aquela que ocorre após o fenômeno da doença. Por exemplo: reabilitação. (perceba que
com este critério Implantes e Próteses tradicionais estão enquadrados no conceito de Prevenção).

ATENÇÃO:
Não confunda prevenção primária com a classificação de atenção primária (básica) de saúde, pois são
conceitos distintos.

A classificação de atenção em primária (básica), secundária e terciária, envolve o nível de complexidade das
ações, por exemplo, atenção básica (saneamento básico) é menos complexa do que a secundária (ações
ambulatoriais) e terciária (ações hospitalares).

Assunto: Níveis de Prevenção de Leavel e Clarck.

Estes dois médicos sanitaristas embasaram uma classificação muito prática do momento da oportunidade de ação,
considerando o conhecimento do processo da história natural da doença.
Esta classificação é muito utilizada, ela não é exclusiva para a área da Odontologia, o que às vezes confunde muito o
colega. A melhor forma de conhecer o assunto é associar o tema ao conceito de prevenção.

CLASSIFICAÇÃO

• 1º NÍVEL: PROMOÇÃO DA SAÚDE:

São todas as ações que ocorrem na fase pré-patogênica da doença, porém possuem como característica a
INESPECIFICIDADE, isto é, são ações que não possuem relação direta entre causa e efeito.
Ex: condições de moradia adequada, condições de lazer, saneamento básico.

• 2º NÍVEL: PROTEÇÃO ESPECÍFICA

São todas as ações que ocorrem na fase pré-patogênica da doença, porém possuem como característica a
ESPECIFICIDADE, isto é, são ações que possuem relação direta entre causa e efeito.

Os exemplos são fáceis.Basta verificar se estamos frente a uma condição de prevenção na ausência de uma doença e
se há relação direta (específica) entre a ação de prevenção e uma doença específica.
Cabem aqui alguns exemplos: Fluoretação, Vacinação, Iodização do sal de cozinha para consumo humano.

• 3º NÍVEL: DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO

Esta é a fase da oportunidade do diagnóstico. Estamos na fase em que a doença está se desenvolvendo em uma fase
inicial, portanto ela já existe e os sinais e sintomas muitas vezes ainda não estão evidentes.
Importante: esta fase corresponde à OPORTUNIDADE do diagnóstico. Cuidado a doença já existe.
Exemplos: exame papanicolau, remineralização de mancha branca por cárie, auto-exame de câncer de mama, achados
laboratoriais ou radiográficos.

• 4º NÍVEL: LIMITAÇÃO DO DANO

Nesta fase não cabe mais o diagnóstico conclusivo e sim a limitação de um processo patológico já instalado que está
na eminência de prejudicar ainda mais o paciente.
São as intervenções Radicais.

Exemplos: amputação de um órgão, endodontias e extração de focos infecciosos.

• 5º NÍVEL: REABILITAÇÃO

Este nível irá corresponder à fase pós-patogênica, isto é ações que permitam que o indivíduo mutilado seja reabilitado:
estética, funcional e socialmente.
Quando existem ações que enfatizam este nível é porque todas as outras oportunidades de políticas de saúde
falharam anteriormente.
A reabilitação envolve ações protéticas.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 6


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Níveis de Aplicação de Mário Chaves.

Este médico e dentista sanitarista desenvolveu uma classificação muito prática e inteligente, pois determina para
as ações de prevenção comentadas acima, níveis de competência e responsabilidade. Portanto estes níveis de Mario
Chaves são complementares aos níveis de prevenção.
Cuidado: O colega dentista deve compreender que são classificações distintas.

• 1º NÍVEL: AÇÃO GOVERNAMENTAL AMPLA.

São as ações de responsabilidade tomadas pela maior instância política de planejamento e execução. Para o nosso
país são ações de saúde de responsabilidade do Ministério da Saúde.
Ações de planejamento e elaboração de recursos para a saúde em Nível Federal.

• 2º NÍVEL: AÇÃO GOVERNAMENTAL RESTRITA.

São as ações de responsabilidade de autoridades sanitárias em nível local (estados e municípios).


Por ex: fluoretação.

• 3º NÍVEL: RELAÇÃO PROFISSIONAL-PACIENTE

São as ações de responsabilidade direta do cirurgião dentista (prestador de serviço) em relação aos seus usuários.

• 4º NÍVEL: RELAÇÃO PROFISSIONAL AUXILIAR-PACIENTE

São as ações em que ocorre uma delegação de função, considerando a racionalidade do trabalho. Trata-se de uma
responsabilidade compartilhada. Um exemplo importante é aquele que trata das ações dos Agentes Comunitários de
Saúde.

• 5º NÍVEL: AÇÃO INDIVIDUAL

São aquelas ações que estão relacionadas ao indivíduo.Em estruturas com baixo acesso à saúde, muitas vezes a ação
individual ocorre sem que haja controle, o que pode acarreta em insucesso de uma ação em saúde. Por exemplo:
automedicação.
A ação individual é desejável a partir do momento em que o indivíduo de forma consciente e motivado exerça ações
individuais que estão relacionadas aos níveis de prevenção, como uso de preservativos, higiene oral correta, tomada de
medicamentos indicados de forma racional, etc.

Assunto: Biossegurança

PORTARIA Nº 2325/GM EM, 08 DE DEZEMBRO DE 2003


Define a relação de doenças de notificação compulsória para todo território nacional. Reza o artigo 8º da Lei n.º 6.259,
de 30 de outubro de 1975, que é dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de fato
comprovado ou presumível de casos de doença transmissível, sendo obrigatória a médicos e outros profissionais de
saúde no exercício de sua profissão, bem como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e
particulares de saúde e de ensino, a notificação de casos suspeitos ou confirmados das doenças de notificação.
(FUNASA, 2002)

A Portaria nº 1943, de 18 de outubro de 2001, definiu a relação de doenças de notificação compulsória para todo o
território nacional e a Portaria nº 33, de 14 de julho de 2005, incluiu mais de quatro doenças à relação de notificação
compulsória, definiu agravos de notificação imediata e a relacionou aos resultados laboratoriais que devem ser
notificados pelos laboratórios de referência nacional. Segue abaixo, lista de agravos de notificação compulsória:

A ocorrência de agravo inusitado à saúde, independentemente de constar da Lista Nacional de Agravos de


Notificação Compulsória, deverá também ser notificado imediatamente às autoridades sanitárias.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 7


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 8
www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
I – Notificação de receita B (receituário azul)

Segundo a Portaria SVS/MS n° 344, de 12 de maio de 1998 - Regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos
sujeitos a controle especial, pertencem a este grupo os medicamentos constantes nas listas B1 (psicotrópicos) e B2
(psicotrópicos anorexígenos). A notificação de receita B (talonário) deverá ser impressa às expensas do profissional ou
instituição interessada. A notificação de receita B poderá conter prescrição de apenas uma substância e terá validade
por um período de trinta dias, contados a partir de sua emissão, e somente dentro da Unidade Federativa que concedeu
a numeração. Poderá conter no máximo cinco ampolas e, para as demais formas farmacêuticas, a quantidade para o
tratamento correspondente a no máximo sessenta dias.

II – Notificação de receitas A receituário amarelo) e C (receituário branco)

As notificações de receitas A (receituário amarelo) e C (receituário branco), em duas vias, devem seguir as orientações
da Portaria SVS/MS n.° 344, de 12 de maio de 1998 - Regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos
a controle especial e suas atualizações, ou a que vier substituí-la.

Imunização dos profissionais de saúde

Os profissionais da área da saúde, por estarem mais expostos, possuem um risco elevado de aquisição de doenças
infecciosas, devendo estar devidamente imunizados. O profissional deve estar atento às características da região e da
população a ser atendida, pois diferentes vacinas podem ser indicadas. Caso haja alguma contra-indicação ao uso das
vacinas disponíveis na rede pública, o profissional poderá recorrer aos Centros de Referência em Imunobiológicos
Especiais. (BRASIL,1999) As vacinas mais importantes para os profissionais da Odontologia são contra hepatite B,
influenza, tríplice viral e dupla tipo adulto. Essas vacinas devem ser preferencialmente administradas nos serviços
públicos de saúde ou na rede credenciada para a garantia do esquema vacinal, do lote e da conservação adequada.

Vacina contra hepatite B

Deve ser feita em três doses, em períodos de zero, um e seis meses de intervalo; dois meses após o esquema vacinal
completo, recomenda-se a realização de testes sorológicos para verificar a soroconversão das pessoas vacinadas.
Doses de reforço não têm sido recomendadas, sendo indicada a realização de testes sorológicos para avaliar a
manutenção da imunidade. Os indivíduos que não responderem ao primeiro esquema vacinal deverão ser submetidos à
revacinação com as três doses da vacina.

Fluxo e Processamento de Artigos

O processamento de artigos compreende a limpeza e a desinfecção e/ou esterilização de artigos. Esses processos
devem seguir o fluxo descrito no quadro abaixo, de modo a evitar o cruzamento de artigos não processados (sujos) com
artigos desinfetados ou esterilizados (limpos). Para facilitar a adequação dos procedimentos e orientar o processamento
dos artigos, adota-se a classificação que leva em consideração o risco potencial de transmissão de infecção. Os artigos
são classificados em críticos, semicríticos e não-críticos.

Artigos críticos: materiais utilizados em procedimentos de alto risco para desenvolvimento de infecções ou que
penetram em tecido conjuntivo ou ósseo (áreas corporais desprovidas de flora própria). Requerem esterilização para
uso (ex.: agulhas, seringas, materiais para os implantes, pinças, instrumentos de corte ou pontiagudos, cinzel, raspador,
cureta e osteótomo, alavancas, broca cirúrgica, instrumentos endodônticos e outros).

Artigos semicríticos: materiais que entram em contato com as membranas mucosas íntegras e pele não-íntegra.
Requerem a desinfecção de alto ou médio nível ou a esterilização para uso (ex.: espelhos clínicos, moldeiras,
condensadores, instrumentais para amálgama e outros).

Artigos não-críticos: materiais utilizados em procedimentos com baixíssimo risco de desenvolvimento de infecção
associada ou que entram em contato apenas com pele íntegra. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio
nível, dependendo do risco de transmissão secundária de microorganismos de importância epidemiológica (ex.:
superfícies do equipo odontológico, placas de vidro e potes de Dappen, mufla, arco de Young e outros).

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 9


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Índice

DEFINIÇÃO:

É um instrumento quantitativo ou qualitativo que me permite mensurar a doença.

Prevalência: é um dado estático que permite identificar o comportamento de determinada doença em um instante fixo
na população.

Incidência: é um dado dinâmico que permite identificar o comportamento de determinada doença em um intervalo de
tempo na população.

O índice mais aplicado para medir as cáries dentárias é o CPO-D.

CPO-D

É o índice que mede a história da cárie dentária em dentes permanentes através dos componentes: C (cariado), P
(perdidos: divididos em E: extraídos e Ei extração indicada) e obturados (componente O).

Componentes que indicam a história da cárie:

Atual: C+Ei
Passada: O + E

Em dentes decíduos utiliza-se o índice ceo.

ATENÇÃO: NÃO EXISTEM dentes extraídos no índice de dentes decíduos.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 10


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Levantamentos Epidemiológicos

Tipos:

Existem vários tipos que diferem em relação às indicações: para pesquisa, exame ambulatorial, necessidades
individuais, comunitárias e principalmente populacionais.

SB Brasil

È o último grande levantamento de cárie realizado no Brasil: traz subsídios para o planejamento de programa conforme
orientações da OMS (verificar Metas da OMS)

Calibração:

Para realização de um exame e para que os resultados sejam confiáveis, com frequencia, em levantamentos
epidemiológicos são utilizados recursos para garantir a diminuição de erros e dúvidas que possam surgir no momento
do exame.
Os erros entre examinadores buscam diminuir as dúvidas entre 2 ou mais examinadores envolvidos com o
Levantamento das doenças.
O erro intra examinador visa diminuir o vício de diagnóstico e de conhecimento de um índice que por ventura um
examinador possa ter.

Assunto: Metas da OMS

São metas (desafios) estabelecidos pela OMS e FDI para os países membros visando a melhoria da condição bucal,
dentro de um contexto de promoção de saúde e qualidade de vida. Irão utilizar índices populacionais consagrados
como: Índice CPO e Índices de fluorose: Dean, TF.
O Levantamento Saúde Bucal 2000 foi realizado, entre outros objetivos para evidenciar a situação de políticas de ação
em saúde coletiva no país.
Temos dois conceitos de metas importantes:

Metas para 2000 ( Saúde para todos no ano 2000) e Metas para 2010, ainda em discussão.

Metas em Saúde Bucal relativas à prevalência da cárie dentária, em diferentes idades, nos anos 2000 e
2010 e resultados obtidos no levantamento epidemiológico “Condições de Saúde Bucal no Estado de São
Paulo em 2002”.

idade 5a6 12 anos 18 anos 35-44 65-74


Metas ano 50 % sem CPO-D < 3 85% com 75% com 50% com
2000 cárie todos os 20 ou mais 20 ou mais
dentária dentes dentes dentes
presentes presentes
Metas ano 90 % sem CPO-D < 1 100% com 90% com Até 5% de
2010 cárie todos os 20 ou mais desdentados
dentária dentes
dentes
presentes
SP 2002 47 % sem CPO-D = 80% com 49% com 64% de
cárie 2,5 todos os 20 ou mais desdentados
dentária dentes
dentes
presentes

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 11


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Diagnóstico do risco de cárie

Conhecendo-se as metas da OMS, o Ministério da Saúde, em seu planejamento de políticas de ação voltadas para
saúde coletiva propõe a estratégia, entre outras medidas, de estabelecer na população um grupo de indivíduos, ou
comunidade, com maior risco de desenvolver a doença cárie, este grupo, considerando como prioritário, deverá receber
maior enfoque nas medidas de prevenção e econtrole da doença.
Para esses grupos fica estabelecido por exemplo, o seguinte método visando programas:

Lesão insipiente de cárie:


Remineralização
Controle dos fatores de risco

Presença de Cavitação inicial:


Aplicação de Selante
Execução de Restaurações atraumáticas (ART:remoção de tecidos cariados contaminados através de curetas)

Lesão tamanho moderado:


Realização de restauração mantendo o máximo de tecido remanescente (filosofia conservadora).

Assunto: Métodos Preventivos

São os méodos preventivos de cárie que possuem como objetivo o controle da doença em nível populacional.

Deve-se conhecer o Metabolismo e Mecanismo de ação do Flúor.

O flúor é o elemento mais eletronegativo da natureza, portanto possui maior capacidade de reação, isto é sempre
aparecerá no formato de um sal.
O metabolismo do flúor irá explicar a forma como o composto é absorvido no organismo: por igestão ou inalação,
distribuído ( cai na corrente sangúinea atingindo ossos e dentes) e eliminado, principalmente pelos rins.
O mecanismo de ação será diferente segundo o método utilizado:
Sistêmico: transformando os cristais de hidroxiapatita em cristais de fluorapatita (apatita fluoretada)
Tópico: formando uma película de fluoreto de Cálcio.

Fluoretação da água

O Flúor na água é o método mais seguro e de maior benefício para a redução dos valores de cárie, sendo eleito o
método prioritário na decisão de sua eleição dentro de políticas de saúde.
Sua descoberta ocorreu na ITÁLIA, através de epidemiologia analítica relacionada a regiões com fluorose endêmica.

Concentração Ideal

É aquela em que há maior benefício com menor risco de provocar fluorose.


–O,7 A 1,2 ppm (mg/L)
Ingestões em excesso, intoxicação aguda provocam: náusea, dor de cabeça, mal estar e cólicas.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 12


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Dosagem:

O cálculo da dosagem ideal leva em conta: a umidade relativa do ar, a média das temperaturas anuais, o consumo
médio de água pela população e a quantidade de flúor natural encontrado na água

O flúor na água possui:

Nível De Prevenção: 2º nível (Proteção específica)


Nível De Aplicação: 2º nível (ação governamental restrita: Estações de Tratamento de Água do Estado de São Paulo).
Poder Preventivo do Método: após 10 anos de uso: 60 a 65%
Nível recomendado para São Paulo: de 0,7 ppm a 1,2 ppm

Custo:

O valor médio é de US$ 0,51 per capita/ano


Custo/benefício: 50 VEZES PARA CADA DÓLAR INVESTIDO

Compostos Utilizados

•Fluossilicato de sódio
•Ácido fluossilícico , é o mais utilizado por ser líquido e ser um sub produto dos fertilizantes, portanto ecologicamente e
economicamente viável.
•Fluoreto de sódio
•Fluoreto de cálcio (fluorita)
Vantagens

• Poder preventivo comprovado: 60% em 10 anos ininterruptos de uso


• baixo custo
• compulsório, alguns apontam como desvantagem

Desvantagens

•Desperdício
•Exige tratamento de água
•Potencial: má chance na associação empregada (risco de fluorose)
Descontinuação De Uso

•Aumento da cárie
•Recomeçar
Lembrar: fluoretação do sal de cozinha para consumo humano

Intoxicação pelo flúor

Para esse assunto alguns conceitos são necessários:


• Conhecer se a intoxicação se deu de forma crônica (fluorose) ou aguda.
•Conhecer as Doses : DCL ( certamente letal) , DPT (provavelmente tóxica)
•Os Sinais clínicos da Fluorose
A fluorose ocorre em dentes homólogos, por ex: sup. direito e superior esquerdo, de forma simétrica e acompanhando o
desenvolvimento do dente, com linhas horizontais predominantes na região incisal.
•O índice de Dean é o mais clássico
•O tratamento se dá de acordo com o desenvolvimento da lesão, do mais conservador (estético) através do uso de
abrasivos, ao realizado com próteses.
•Não se esqueça: Fluorose dental é crônica e de origem sistêmica.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 13


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Principais Problemas Em Odontologia

O conhecimento desse assunto fornece subsídio para a criação de programas, definindo os recursos
necessários,quando existe limitação dos mesmos.

Para que os problemas possam ser discutidos consideram-se os conceitos de saúde e de saúde pública.

Conceito

Definição de Saúde: segundo a Organização Mundial da Saúde, é o completo bem estar físico mental e social do
indivíduo e não apenas a ausência de doença.

Conceito
Quando deve ser considerado um problema em saúde pública?

Sinai, definiu critérios, segundo DANO:


1-constituir causa comum entre morbidade e mortalidade

2- número de pessoas atingidas

3- existência e possibilidade de aplicação de métodos preventivos


adequados

4- aplicação adequada desses métodos pela população

Hierarquização Dos Problemas, Segundo Nº De Pessoas Afetadas

1- cárie 2- doença periodontal 3- mal oclusão 4- fendas 5- câncer bucal 6- outros

Os Principais Problemas podem ser considerados considerando, por exemplo outras hipóteses para que o
encarregado do planejamento de programas possa definir, por exemplo

Quando um problema é prioritário. Entre essas hipóteses tem-se:

1- número de pessoas atingidas

2- seriedade do dano

3- possibilidade de ação eficiente

4- custo per capita

5- grau de interesse da comunidade

Hierarquização de problemas, em relação aos grupos etários:

1- crianças em idade escolar primária, 6 a 14 anos

2- adolescentes, 15 a 19 anos

3- pré-escolares, 2 anos e meio a 5 anos de idade

4- adultos em geral

Conhecer segundo tipos de serviços e nível sócio-econômico

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 14


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assunto: Apresentação do SUS (Sistema Único de Saúde)

O enfoque agora será no modelo brasileiro que é o resultado das aspirações e conquistas de nossa sociedade.
Não se esqueça, todos os dias o colega está usando este modelo, isto é, ele não é exclusivamente assistencialista.

O SUS está intimamente ligado ao Movimento da Reforma Sanitária.


Este Movimento, iniciado na década de 70, é fruto das movimentações sociais enfocando um modelo de saúde
comprometido com os interesses públicos, sem ser excludente (de natureza universal) e descentralizado (apoiado nos
interesses locais: municípios).
Do Movimento da Reforma sanitária até 1988 muitas conquistas foram sedimentadas, o que culminou em um sistema
de saúde em construção. (aberto e sempre em reformas de acordo com os interesses da sociedade).

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Portanto o SUS é o sistema de saúde público vigente no Brasil. Ele decorre de uma conquista do Movimento
Sanitarista brasileiro da década de 70 que propunha a descentralização da saúde (municipalização) no país e
participação da população exigindo o seu direito através de ações democráticas e de cidadania.
Ele propõe alguns princípios que ficaram perpetuados através da Constituição Federal Brasileira de 1988. Entre eles:
universalização, descentralização, regionalização, equidade e integração institucional.

“Saúde é um direito do cidadão, um dever do Estado”: nessa frase está inserido o contexto de Seguridade Social
característico de países como, por exemplo, o Canadá, que possuem como característica o Estado de Bem-estar social
(wellfare state).
Atenção: Em nenhum momento foi afirmado que o dever do estado é exclusivo, isto é, ele não exclui a sociedade na
tomada das decisões.

O que é Descentralização ou Municipalização?

É a ênfase para a municipalização, isto é, o SUS procura dar maior autonomia para que os municípios resolvam a sua
questão relacionada com a saúde.

Assunto: Princípios e Diretrizes do SUS

A partir da CF de 1988 fica instituído que Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido por políticas sociais e
econômicas.
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada (região Federal, Estadual e Municipal)
e hierarquizada (o nível Federal toma decisões que prevalecem sobre o nível estadual e respectivamente sobre o nível
municipal) constituindo um sistema único.

Baseado nos preceitos constitucionais, a construção do SUS norteia-se pelos seguintes princípios doutrinários:

• UNIVERSALIDADE
• EQUIDADE
• INTEGRALIDADE

Os princípios que regem a organização do SUS são:

• REGIONALIZAÇÃO ou HIERARQUIZAÇÃO
• DESCENTRALIZAÇÃO ou MUNICIPALIZAÇÃO
• PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS

Existe uma discussão filosófica que comenta que os princípios são decorrentes de conquistas sociais
irreversíveis na história da humanidade (por exemplo, o direito à vida) e que as diretrizes nada mais são do que os
caminhos (políticas de saúde) que cada Estado adota para atingir estes objetivos.

1. Universalidade

• Preconiza que todas as pessoas têm direito ao atendimento independentemente de cor, raça, religião, local de
moradia, situação de emprego, renda, etc.

• A saúde é direito de cidadania e dever dos governos: municipal, estadual e federal.

2. Equidade

• Preconiza que todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades.
• Deve-se considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, os serviços de saúde
devem trabalhar de acordo com cada necessidade, respeitando esta diferença.
• O SUS deve tratar desigualmente os desiguais.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 15


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
3. Integralidade

• As ações devem ser combinadas e voltadas, ao mesmo tempo, para a prevenção e a cura.

• O atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença.

• É preciso garantir acesso às ações de: Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde.

As ações de Promoção da Saúde: envolvem ações também em outras áreas, como habitação, meio ambiente,
educação.

As ações de Proteção: envolvem Saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e
sanitária, etc.

As ações de Recuperação: envolvem atendimento médico, odontológico, tratamento e reabilitação para os doentes.

4. Regionalização ou Hierarquização

• Propõem a delimitação de Território como unidade de trabalho

• O acesso deve dar-se por intermédio dos serviços do nível primário de atenção, este deve resolver os principais
problemas de demanda. Portanto perceba a forte ênfase à atenção básica de saúde, o que equivale a dizer que as
necessidades da população brasileira serão dadas em razão das Unidades Básicas de Saúde. (UBS).

• Os problemas mais complexos devem ser referenciados. Neste momento deve ser entendido o Sistema de
Referência (quando o paciente é encaminhado através de uma UBS para um serviço em que ocorrerá um atendimento
com maior complexidade) e Contra-Referência (quando o paciente tem alta do serviço de maior complexidade, isto é, o
centro de referência e RETORNA para a UBS de origem para manutenção e controle da necessidade de saúde).

5. Descentralização ou Municipalização

• Propõem que haja racionalização do gerenciamento das ações descentralizando (isto é tirando do poder central:
Ministério da saúde em nível Federal) e delegando as tomadas de decisão para os Municípios.

• Propõe a redistribuição de responsabilidades pelas ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo

• Considera que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto.

• MUNICIPALIZAÇÃO: Ao município cabe a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde,


diretamente voltadas para os seus cidadãos.

6. Participação dos cidadãos

• É a garantia constitucional de que a população poderá participar do processo de formulação das políticas de
saúde e de controle de sua execução em todos os níveis, desde o federal até o loca. l
• Essa participação deve dar-se nos conselhos de saúde.

Lembrar que esta participação será estimulada pela Lei MS-SUS 8080/90 e principalmente pela Lei MS-SUS 8142/90.
Lembrar também que o 3º Setor Social bem organizado irá encontrar nesta estrutura organizacional campo para
exercer o chamado CONTROLE SOCIAL. (controle exercido pelo poder popular).

Assunto: Legislação do SUS

• Lei MS 8080/90 de 19 de Setembro de 1990.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências.

Art. 1º - Esta Lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados, isolada ou
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.

Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu pleno exercício.

§ 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais
que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 16


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por orgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único
de Saúde-SUS.

§ 1º - Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos
para a saúde.
§ 2º - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde-SUS, em caráter complementar.

Art. 5º - Dos objetivos do Sistema Único de Saúde-SUS :


I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto
no §1º do artigo 2º desta Lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde-SUS:


I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - a vigilância nutricional e orientação alimentar;


V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a
saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano;
IX - participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
§ 1º - Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e
de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de
serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as
etapas e processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
§ 2º - Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
§ 3º - Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das
ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim
como visa a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das
condições de trabalho, abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde-SUS, em estudos, pesquisas, avaliação e
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde - SUS, da normatização, fiscalização e controle
das condições de produção, extração,
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que
apresentem riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam á saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e a empresas sobre os riscos de acidente de
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e
empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração, a
colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de
serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
trabalhadores.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 17


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o
Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação
programática;

VIII - participação da comunidade;


IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI - conjugação dos
recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão
Art. 8º - As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde-SUS, seja diretamente ou mediante
participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de
complexidade crescente.
Art. 9º - A direção do Sistema Único de Saúde-SUS é única, de acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição
Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes orgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva secretaria de saúde ou órgão equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva secretaria de saúde ou órgão equivalente.
Art. 10º - Os Municípios poderão constituir consórcios para desenvolver, em conjunto, as ações e os serviços de saúde
que lhes correspondam.
§ 1º - Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única e os respectivos atos
constitutivos disporão sobre sua observância.
§ 2º - No nível municipal, o Sistema Único de Saúde-SUS poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e
articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
Art. 12º - Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde,
integradas pelos ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
Parágrafo único - As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a
saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS.
Art. 13º - A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as
seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - Vigilância Sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.
Art. 14. Deverão ser criadas comissões permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de
ensino profissional e superior.
Parágrafo único - Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a
formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde-SUS, na esfera correspondente,
assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.

CAPÍTULO IV
Da Competência e das Atribuições
SEÇÃO I
das Atribuições Comuns
Art. 15º A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes
atribuições:
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e fiscalização das ações e serviços de saúde;
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais;
IV - organização e coordenação do sistema de informação em saúde;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros de custos que
caracterizam a assistência à saúde;

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 18


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção da saúde do
trabalhador;
VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e colaboração na proteção
e recuperação do meio ambiente;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a
saúde;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde-SUS, de conformidade com o plano de saúde;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância
pública;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente,
de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente
poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos a saúde, saneamento e o meio
ambiente;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde;
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional, e outras entidades representativas
da sociedade civil, para a definição e controle dos padões éticos para a pesquisa, ações e serviços de saúde;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder da política sanitáriaXXI -
fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento emergencial.

Art. 16. À direção nacional do Sistema Único de Saúde-SUS compete:


I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
III - definir e coordenar os sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) de vigilância sanitária.
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgãos afins, de agravos sobre o meio ambiente,
ou deles decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para controle das condições e dos ambientes de trabalho e
coordenar a política de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e
serviços de consumo e uso humano;
IX - promover a articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como com
entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e
equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de
assistência à saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento
da sua atuação institucional.
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde-SUS e os serviços privados
contratados de assistência à saúde;
XV - promover a descentralização, para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde,
respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências Estaduais e
Municipais;
XVIII - elaborar o planejamento estratégico nacional no âmbito do SUS em cooperação técnica com os Estados,
Municípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS, em todo o
território nacional, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais,
como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema
Único de Saúde-SUS ou que representam risco de disseminação nacional.
Art. 17. - À direção estadual do Sistema Único de Saúde-SUS compete:
I - promover a descentralização, para os Municípios, dos serviços e das ações de saúde;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde- SUS.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 19


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V - participar, junto com órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde
humana;
VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
VIII - em caráter suplementar formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a
saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência
estadual e regional;
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros e gerir as unidades que permaneçam em
sua organização administrativa;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e a avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - formular normas estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para
produtos e substâncias de consumo humano;
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.
Art. 18. À direção municipal do Sistema Único de Saúde-SUS, compete:
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de
saúde;
II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de
Saúde-SUS, em articulação com sua direção estadual;
III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d)de saneamento básico;ee) de saúde do trabalhador;

V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;


VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente, que tenham repercussão sobre a saúde humana, e
atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX - colaborar com a União e com os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
X - observado o disposto no artigo 26 desta lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços
privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde:
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
Art.19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.
Do Financiamento

CAPÍTULO I
Dos Recursos
Art. 31. O orçamento da Seguridade Social destinará ao Sistema Único de Saúde-SUS, de acordo com a receita
estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em propostas elaborada pela sua direção
nacional, com a participação dos órgãos de previdência social e da assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de:
II - serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS; e
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
§ 1º Ao sistema Único de Saúde-SUS caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.
§ 2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS serão creditadas diretamente em contas
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
§ 3º As ações de saneamento, que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde-SUS, serão
financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular,
do Sistema Financeiro da Habitação-SFH.
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema
Único de Saúde-SUS, pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e
financiamento ou de origem externa e receita próprias das instituições executoras.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 20


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
CAPÍTULO II
Da Gestão Financeira
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde-SUS serão depositados em conta especial, em cada esfera
de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos conselhos de saúde.
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do orçamento da Seguridade Social, de outros orçamentos
da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
§ 4º - O Ministério da Saúde acompanhará através de seu sistema de auditoria a conformidade à programação
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios; constatada a malversação, desvio ou não
aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente
ao Fundo Nacional de Saúde-FNS, observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros
correspondentes às dotações consignadas no orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem
executados no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS.
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma proporção da
despesa prevista de cada área, do orçamento da Seguridade social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada
a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
I - perfil demográfico da região;
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III- características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo

•Lei 8142/90: estabelece o protocolo de participação popular para garantir e assegurar o acesso da população, dentro
das caracterìsticas democráticas, à saúde.

• NOB 01/96: estabelece o piso de atenção primária e define os tipos de gestão municipal em relação à autonomia e
tomada de decisões. Está dividida em dois tipos: gestão plena de atenção municipal e gestão plena de assistência.
Estabelece, portanto:
•financiamento do SUS
•Tipos de gestão: gestão plena de sáude e gestão plena de atenção básica
•Unidades de Referência e Contra-Referência, fluxo de entrada e de movimenação dos pacientes entre as unidades de
atendimento primário e as unidades especializadas (referência). Após o atendimento do paciente nas unidades de
referência, ele volta para a Unidade Básica de Saúde (UBS). Esse fenômeno caracteriza a contra-referência.

Norma operacional básica 01/96-NOB/SUS:

“ Promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função
de gestor da atenção à saúde de seus municípios”.

•NOAS 01/02: Fornece subsídios para que os municípios entendam a Regionalização.


•Define:
• O acesso aos cidadãos, o mais próximo possível de sua residência, a um conjunto de ações e serviços
vinculados às seguintes responsabilidades mínimas:
- assistência pré-natal, parto e puerpério;
- acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;
- cobertura universal do esquema preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações, para todas as faixas etárias;

- ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;


- tratamento das intercorrências mais comuns na infância;
- atendimento de afecções agudas de maior incidência;
- acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência;
- tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais;
- tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais freqüentes;
- controle das doenças bucais mais comuns;
- suprimento / dispensação dos medicamentos da Farmácia Básica.

• O acesso de todos os cidadãos aos serviços necessários à resolução de seus problemas de saúde, em qualquer
nível de atenção, diretamente ou mediante o estabelecimento de compromissos entre gestores para o atendimento de
referências intermunicipais.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 21


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
A NOAS-SUS 01/01 aponta três grupos de estratégias prioritárias, que de forma articulada visam contribuir para a
organização dos sistemas de saúde:

• Elaboração do Plano Diretor de Regionalização coordenado pelas Secretarias Estaduais de Saúde (SES), envolvendo
o conjunto dos municípios como forma de organização de sistemas funcionais e resolutivos em seus diversos níveis;

• Fortalecimento da capacidade gestora do SUS, voltada para consolidação do caráter público da gestão do sistema;

• Atualização dos critérios e do processo de habilitação de estados e municípios passando do caráter meramente
cartorial para um processo de responsabilização real, com pactuação de compromissos e metas pelos gestores.

A Atenção Básica perpassa todos os grupos de estratégias citados acima, por englobar um conjunto de ações que deve
ser ofertado em todos os municípios do país, independentemente de seu porte.

A experiência em curso, proporcionada pela implantação do Piso da Atenção Básica (PAB), a partir da habilitação dos
municípios na NOB 01/96, possibilitou inquestionável avanço na organização dos serviços em diversos municípios.
Entretanto, persistem problemas em muitos outros que, ao não assumirem suas responsabilidades gestoras e de
prestação de serviços, contribuem para a desorganização do sistema como um todo, transpondo os limites de seu
território municipal.

A proposta de ampliação da Atenção Básica trazida pela NOAS busca definir inequivocamente as responsabilidades e
ações estratégicas mínimas que todos os municípios brasileiros devem desenvolver.

São elas:
Controle da Tuberculose, Eliminação da Hanseníase, Controle da Hipertensão, Controle da Diabetes Melittus, Ações de
Saúde Bucal, Ações de Saúde da Criança e Ações de Saúde da Mulher.

•Cartão SUS: permite o controle dos usuários e de procedimentos no serviços de saúde do SUS.
Processo Saúde-Doença: compreende a importância da relação qualidade/acesso aos serviços de saúde buscando
promoção e qualidade de vida.
Conselho Municipal De Saúde:
Fundamental para compreender a participação popular: reuniões em que a população + técnicos+governo
discutem e decidem a tomada de decisões, em nível municipal à saúde.Conquista da Lei 8142/90.

A 1ª, 2ª e 3ª Conferências Nacional de Saúde representam o empenho da contra-hegemonia aos modelos


tradicionais de saúde, identificando a sintonia com os princípios e diretrizes do SUS, a ênfase a atenção básica e a
constatação da referência e contra-referência na Saúde Bucal.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 22


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

As Conferências Nacionais de Saúde representam a evolução democrática das discussões referentes ao tema
saúde, levando em consideração a participação dos mais diferenciados atores sociais e possibilitando a evolução do
sistema de saúde vigente.
A cada CNS, o SUS está se firmando no processo de construção, ratificando as diretrizes e princípios de saúde.

– Algumas características de destaque para Odontologia Coletiva relacionadas à 11ª e 12ª CNS:
11ª Conferência Nacional de Saúde

- Especificou o controle e necessidade de fluoretação.


- Proposta de criação de uma estratégia exclusiva para a saúde bucal.
- Definiu referência e contra-referência, assim como a necessidade de especificar atenção primária, secundária e
terciária em saúde bucal coletiva.

12ª Conferência Nacional de Saúde

Características principais:

Ampliar e assegurar o acesso às ações integrais de saúde bucal em todo o SUS, estendendo-as a todas as faixas
etárias, segundo a recomendação da OMS, incluindo:
I. atendimento básico, prótese, endodontia, tratamentos correlatos de reabilitação, atenção a pessoas com
necessidades especiais, e outras especialidades;
II. promoção e prevenção à saúde bucal em todas as faixas etárias mediante a orientação para a escovação e para
limpeza da cavidade bucal dos recém-nascidos após a mamada;
III. a ênfase para as crianças e outros grupos de maior risco; IV. a distribuição trimestral gratuita de escova e creme
dental fluoretado em todas as escolas públicas desde a creche até a oitava série do ensino fundamental;
V. as equipes de saúde bucal, que devem incluir um dentista, um técnico em higiene dental (THD) e um atendente de
consultório dentário (ACD), com trabalho em tempo integral, com isonomia salarial, em conformidade com a Norma
Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUS) e realização de concurso público para seleção e
contratação dos profissionais;
VI. a garantia de fornecimento trimestral de kits de higiene bucal para o desenvolvimento de atividades educativas nos
municípios;
VII. a exigência de “escovatórios” próximos aos refeitórios das creches, das escolas de ensino fundamental e nas
unidades básicas
VIII. o fornecimento de orientação alimentar nas creches e escolas, com vistas a uma merenda mais saudável e menos
cariogênica, com recomendação do consumo de alimentos prescritos por nutricionistas e prevenção de doces e
refrigerantes nas cantinas escolares;
IX. a formação de agentes promotores de saúde bucal e educação nutricional nos currículos das 7ª e 8ª séries das
escolas de ensino fundamental para garantir os programas de promoção e prevenção em saúde bucal das crianças na
faixa etária entre 2 e 14 anos;
X. a garantia de aumento do volume de recursos destinados a essas ações e o incentivo financeiro em todas as esferas
de governo destinado às equipes de saúde bucal;
XI. o incentivo à implantação de referência de especialidades definindo no Plano Diretor Regional as responsabilidades
dos gestores que o integram.

PACTO PELA SAÚDE 2006

Consolidação do SUS

O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública que acaba de completar uma década e meia de existência.
Nesses poucos anos, foi construído no Brasil, um sólido sistema de saúde que presta bons serviços à população
brasileira.

O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades ambulatoriais


e de cerca de 6 mil unidades hospitalares, com mais de 440 mil leitos. Sua produção anual é aproximadamente de 12
milhões de internações hospitalares; 1 bilhão de procedimentos de atenção primária à saúde; 150 milhões de consultas
médicas; 2 milhões de partos; 300 milhões de exames laboratoriais; 132 milhões de atendimentos de alta complexidade
e 14 mil transplantes de órgãos. Além de ser o segundo país do mundo em número de transplantes, o Brasil é
reconhecido internacionalmente pelo seu progresso no atendimento universal às Doenças Sexualmente
Transmissíveis/AIDS, na implementação do Programa Nacional de Imunização e no atendimento relativo à Atenção
Básica. O SUS é avaliado positivamente pelos que o utilizam rotineiramente e está presente em todo território nacional.

Ao longo de sua história houve muitos avanços e também desafios permanentes a superar. Isso tem exigido, dos
gestores do SUS, um movimento constante de mudanças, pela via das reformas incrementais. Contudo, esse modelo
parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de imporem-se normas gerais a um país tão grande e desigual; de
outro, pela sua fixação em conteúdos normativos
de caráter técnico-processual, tratados, em geral, com detalhamento excessivo e enorme complexidade.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 23


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do SUS assumem o compromisso público da
construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será anualmente revisado, com base nos princípios constitucionais do
SUS, ênfase nas necessidades de saúde da população e que implicará o exercício simultâneo de definição de
prioridades articuladas e integradas nos três componentes:

Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.

Estas prioridades são expressas em objetivos e metas no Termo de Compromisso de Gestão e estão detalhadas no
documento Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006

I - O PACTO PELA VIDA:

O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos
e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal,
estaduais e municipais. Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em
resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance desses
resultados.

As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:

SAÚDE DO IDOSO:
Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.

CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:


Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.

MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:


Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por pneumonias.

DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE


NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA
Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.

PROMOÇÃO DA SAÚDE:
Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte
da população brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regula,r
alimentação saudável e combate ao tabagismo.

ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE


Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro
ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.

II - O PACTO EM DEFESA DO SUS:

O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de
reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos; e de defender, vigorosamente, os princípios
basilares dessa política pública, inscritos na Constituição Federal.

A concretização desse Pacto passa por um movimento de repolitização da saúde, com uma clara estratégia de
mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada ao
processo de instituição da saúde como direito de cidadania, tendo o financiamento público da saúde como um dos
pontos centrais.

As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:

• Implementar um projeto permanente de mobilização social com a finalidade de:

Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal garantidor desses direitos;

Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional;

Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde.

Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de
cada uma delas.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 24


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
PORTARIA Nº 648, DE 28 DE MARÇO DE 2006

Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da
Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

• A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que
abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e
participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais
assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas
populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de
saúde de maior freqüência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de
saúde.

• Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e


continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social.

• A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção


sócio-cultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de
sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável.

ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS

Definição:

Estabelece o nível de gerenciamento de um país, através de suas instituições para poder fornecer atendimento da
população dentro do contexto de seguridade social.

Como funciona:

No Brasil está estruturado dentro de iniciativas institucionais governamentais, privadas, particulares e públicas.

Envolve os três níveis (setores) de governo: federal, estadual e municipal.


Envolve cada vez mais a participação do terceiro setor: por exemplo ONG.

Resumindo podem ser:


Filantrópico, Patronal e com participação das Forças armadas forças auxiliares (Polícia Militar).

•Organização Pública
•Organização Privada:
–com fins lucrativos
–sem fins lucrativos
•Organização Privatizada: deve-se tomar o cuidado de entender a privatização como sendo um fenômeno que permite
considerar a passagem da instituição, em nível gerencial de governamental para privado com diferentes tipos de
privatização ( diferentes proporções).
•Organização não governamental
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Caracteriza-se por uma forma de organização administrativa que visa o aumento de produtividade ns serviços públicos
sem perder a qualidade e garantindo a relação custo-benefício.

CONCEITOS:
–PRODUTIVIDADE: relação entre o produto final produzido e o tempo.
–RENDIMENTO: quanto mais rápido o produto for produzido, obviamente mantendo a qualidade da linh de produção,
melhor o rendimento.
–RENTABILIDADE : assim como a EFICIÊNCIA, está ligado ao custo.
–INSTRUMENTO: conjunto de recursos necessários para a execução do produto
–CONCENTRAÇÃO: são as repetições involuntárias dentro da linha de produção. Encarecem o produto final. Em
Odontologia define a Hora Clínica.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 25


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
MODELO DE ORGANIZAÇÃO:
Deve-se tentar visualizar a produtividade do serviço odontológico através de:
ENTRADA-PROCESSO-SAÍDA
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO (POP)

•AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE
COMPARAÇÃO DE RESULTADOS
COMPARAÇÃO DE CONSULTÓRIOS

ORGANIZAÇÃO DO PAGAMENTO

Definição: estabelece como as instituições e os profissionais de saúde devem entender o processo de financiamento
da saúde bucal dentro do contexto de saúde pública ou privada.

Está dividida em dois tipos:


–LIBERAL: visa lucro e está influenciada pela a economia de mercado.
–MODIFICADO: consiste na presença do agente intermediário na relação entre o produtor de serviços ( dentistas ou
grupo de profissionais) e consumidores e financiadores do serviço (pacientes ou grupos de pacientes).

Deve-se discutir e entender algumas formas que auxiliam na Organização do pagamento, principalmente considerando
o modelo tradicional liberal de produção de serviços.

•Cartão de crédito
•Notas promissórias
•Recibo
•Cheque de terceiros
•Juros
Deve-se entender como se atinge o nível justo de remuneração calculado através doconhecimento de algumas
variáveis, entre elas:

•Custos Fixos: é o custo que o gerente do serviço (administrador) deve arcar independente de apórtice financeiro. Por
exemplo:taxas, recursos humanos, taxas administrativas, etc.
•Custos Variáveis: : é o custo que o gerente do serviço (administrador) deve arcar quando realiza algum gasto que
não está inserido dentro da rotina frequente do serviço. Por exemplo:taxa de manutenção de equipamentos, materiais
de consumo, etc.
•Custo Direto: está ligado diretamente ao produto final produzido.
•Custo Indireto: não está ligado diretamente ao produto final produzido.
RECURSOS HUMANOS

É importante o conhecimento das etapas de desenvolvimento profissional para poder entender quando o recurso
humano, principalmente o recurso auxiliar, se enquadra:
Ocupação indiferenciada; Ocupação diferenciada; Inicialização profissional; Intermediária e Avançada.

- PESSOAL PROFISSIONAL

- PESSOAL AUXILIAR:

A) que presta serviço ao dentista:


• ACD
• Protético (TPD)

B) que presta serviço ao paciente:


B1) Serviço Preventivo

• THD
• AUXILIAR DE HIGIENE.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 26


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
B2) Serviço Curativo

• Enfermeira dentária escolar


• Licenciados
• ACD

ATENÇÃO:
THD REALIZA ATIVIDADE REVERSÍVEL

C) AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (PACS)

Importantes dentro do contexto de multiplicadores de ação, desenvolvem atendimento de triagem, educação,


supervisão de uma comunidade, participação em levantamentos epidemiológicos de doenças, assim como são
facilitadors da ação dos técnicos de saúde, médicos, enfermeiros e dentistas dentro do PSF.

Políticas de Saúde: Programas Sanitários

Norteiam o Gerenciamento De Ações de políticas de atendimento púbico estando inseridas no momento do


Planejamento.
Deve-se ficar atento, pois hoje existe uma diferenciação importante entre programas (estabelece começo, meio e fim) e
estratégias (possuem abertura para frequentes mudanças e alterações)

•FASES:
–Planejamento
–Elaboração
–Execução
–Avaliação de programas
Para cada fase é importante que o gerente envovido com o programa considere:

•Compreensão da realidade: estimativa de:


–Informações qualitativas, por exemplo o perfil do usuário de serviços de saúde, opinião do mesmo, espectativas, nível
de compreensão do programa.
–Informações quantitativas, por exemplo o número de pessoas, cobertura, idade, gênero, etc.
•Hierarquização Dos Problemas: indispensável para alocar os recursos disponíveis e eleger prioridades. Deve-se
levar em consideração as discussões pertinentes ao capítulo de Principais Problemas em Odontologia.Através dessa
hierarquização critérios são definidos.

•Definição De Recursos: consideram-se os recursos disponíveis e os necessários sob o ponto de vista táico diretivo.
• Elaboração De Programas: é a fase em que o programa sai de um contexto normativo e passa a ser
perpetuado dentro de considerações em busca de parcerias e participações anteriores à execuão propriamente
dita.

PROGRAMA (ESTRATÉGIA) SAÚDE DA FAMÍLIA

• Diretrizes Básicas
Integração institucional: cada instituição mantém a sua independência e orçamento, porém a influência do Nível Federal
prevalece.

Regionalização: estratificar ações da periferia urbana e zona rural até os centros populacionais mais densos.

No caso brasileiro, o Sistema Único de Saúde confere forte ênfase a municipalização.

• Portaria 1444, de 28 de dezembro de 2000, do Ministério da Saúde.

Estabelece incentivo financeiro para a reorganização da atenção à saúde bucal prestada nos municípios por meio do
Programa de Saúde da Família, em vigor desde 01/01/01.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 27


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Estratégia importante para consolidar o SUS.
Amplia o acesso da população brasileira às ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal.

Determina a necessidade de melhorar os índices epidemiológicos da saúde bucal da população.

Art.1- Cria o incentivo de Saúde Bucal para o financiamento de ações e da inserção de profissionais de saúde bucal no
PSF.(trabalho de campo e de núcleo)

Art. 3- Os municípios que se qualificarem às ações receberam incentivo financeiro anual:


Modalidade 1: 1 CD + 1 ACD
Modalidade 2: 1 CD + 1 ACD +1THD

Art.4.
I- Cada equipe de saúde bucal deverá atender, em média, 6900 habitantes;
II- Para cada equipe de saúde bucal a ser implantada, deverão estar implantadas duas equipes de saúde da família;
(atenção hoje esta proporção é de 1:1)
III- Para municípios com menos de 6900 habitantes, poderá ser implantada uma equipe de saúde bucal com uma ou
duas equipes de saúde da família implantadas.

Os municípios estabelecerão as formas de inserção das equipes e das ações de saúde bucal junto ao PSF,
considerando a atual capacidade instalada de equipamentos de Odontologia e as modalidades inovadoras da
reorganização da atenção à saúde bucal.

Bibliografia de apoio:

O conceito de promoção de saúde na construção de sistemas de atenção em saúde bucal coletiva-Samuel Jorge
Moysés in ABOPREV: Promoção de Saúde Bucal (coord. Léo Kriger); Artes Médicas 2ª ed. 1999.

Saúde Bucal Coletiva -Vitor Gomes Pinto 3ª ed, 2000.

Plano de Reorganização das Ações de Saúde Bucal na Atenção Básica, contido na Portaria Nº267, de 06/03/01

Apresenta os seguintes objetivos:


• melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira;
• orientar as práticas de atenção à saúde bucal, consoante ao preconizado pelo PSF;
• assegurar o acesso progressivo de todas as famílias residentes nas áreas cobertas pelas equipes de saúde da
família às ações de promoção e de prevenção, bem como aquelas de caráter curativo-restauradoras de saúde bucal;
• capacitar, formar e educar permanentemente os profissionais de saúde bucal necessários ao PSF, por
intermédio da articulação entre as instituições de ensino superior e as de serviço do SUS;
• avaliar os padrões de qualidade e o impacto das ações de saúde bucal desenvolvidas, de acordo com os
princípios do PSF.

Estratégias. O mesmo Plano estabelece as seguintes estratégias ou condições para alcançar estes objetivos:
• Modalidades de equipes: A inclusão dos profissionais de saúde bucal nas equipes de saúde da família (ESF)
segue duas modalidades: Modalidade I, com um cirurgião dentista (CD) e um atendente de consultório dentário (ACD);
e Modalidade II, que além do CD e do ACD, possui um técnico em higiene dental (THD), todos com carga horária de
trabalho de 40 horas semanais.
• Parâmetros de cobertura: Cada Equipe de Saúde Bucal (ESB) deverá atender, em média, 6.900 habitantes. Isto
significa ESB uma para cada duas ESF, exceto em municípios com 6.900 habitantes, onde a relação pode ser de 1:1.
Instalações: A adequação de espaços para a estruturação dos serviços odontológicos deve levar em conta as
instalações já existentes e as iniciativas locais de organização dos serviços, desde que atendam os critérios de
referência territorial e a facilidade do acesso da população.

• Ações: As ESF executarão integralmente, no âmbito da atenção básica, ações de promoção e de prevenção de
saúde bucal em sua área adscrita, planejadas e desenvolvidas de forma interdisciplinar e segundo os critérios de
territorialização estipulados.

• Atribuições dos profissionais: Todos os membros da ESB possuem atribuições comuns e específicas.

• Referência: As ações especializadas de saúde bucal devem ser referenciadas no próprio território municipal ou
no município sede, conforme o Plano Diretor de Regionalização do SUS.

• Adscrição de clientela: Os profissionais devem ter responsabilidade


sanitária em relação à população adscrita, desenvolvendo ações de prevenção de doenças e agravos e de promoção e
recuperação da saúde.

• Sistema de Informação: O registro das atividades de saúde bucal será feito no Sistema de Informação da
Atenção Básica (SIAB), utilizando instrumento próprio, para fins de planejamento, monitoramento e avaliação das
equipes.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 28


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Agentes Comunitários de Saúde no PSF

•A implementação do PACS é considerada uma estratégia transitória para o estabelecimento de vínculos entre os
serviços de saúde e a população.
•Fica responsável pelo acompanhamento de aproximadamente 150 famílias que vivem no seu território de atuação.
•É necessariamente um morador da localidade onde trabalha e, por isso, está totalmente identificado com a sua
comunidade, com seus valores, seus costumes e sua linguagem.
• Sua capacidade de liderança se converte em ações que melhoram a condição de vida da e de saúde da comunidade.
•Nas áreas onde o PSF não foi implantado, os Agentes Comunitários estão vinculados às unidades básicas tradicionais
e são capacitados e supervisionados por enfermeiros para o desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e
promoção de saúde.
•Segundo, M.S., em outubro de 2002 o país possuía 140 mil Agentes Comunitários de Saúde, localizados em 4 mil
municípios do país, atendendo 80 milhões de pessoas aproximadamente.

Elaboração do PSF

•A implantação deve prever:


–Adequação física.
–Recursos humanos.
–Equipamentos necessários para garantir que a USF possa atuar.
•A implantação deve apontar:
–Referência e contra referência dos usuários.
–Apoio ao diagnóstico laboratorial e de imagem(RX e Ultra-Som).
–Assistência farmacêutica.
–Proposta de gerenciamento do trabalho.

ACS e PSF: cronologia e orientação de atenção básica.

Na segunda metade da década de 90, a política de saúde no Brasil apresentou uma importante e significativa mudança.
Após vários anos privilegiando a atenção hospitalar e a busca de instrumentos orçamentários e mecanismos financeiros
que viabilizassem o pagamento de serviços prestados por hospitais contratados pelo SUS, a Atenção Básica passou a
ser área de concentração de esforços, programas e investimentos, com a criação de incentivos financeiros federais
calculados e transferidos em base per capita.

As iniciativas de caráter nacional fundamentaram-se em experiências estaduais e regionais bem sucedidas.Dentre


estas, referência especial deve ser feita ao Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), desenvolvido no
Estado do Ceará desde 1987. Criado inicialmente como ‘frentes de trabalho’ em uma conjuntura de seca, o programa
estadual, com recursos financeiros dos fundos especiais de emergência destinados pelo governo federal, foi
desenvolvido especialmente por mulheres, que, após treinamento de duas semanas, realizaram ações básicas de
saúde em 118 municípios do sertão cearense.

A partir de setembro de1988, o programa abandonou o caráter emergencial, adquirindo características de extensão de
cobertura e de interiorização das ações de saúde. Os agentes comunitários de saúde passaram a atuar em 45
municípios do interior do estado, para “melhorar a capacidade da comunidade de cuidar de sua própria saúde” por meio
de visitas domiciliares regulares às famílias, sendo cada agente comunitário de saúde (ACS) responsável por 50 a 100
famílias na área rural e por 150 a 250 famílias nas áreas urbanas.

Em 1991, a experiência bem-sucedida do Ceará estimulou o Ministério da Saúde a propor o Programa Nacional de
Agentes Comunitários de Saúde (PNAS), vinculado à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), implantado, inicialmente,
na Região Nordeste e, em seguida, na Região Norte, e “formulado tendo como objetivo central contribuir para a redução
da mortalidade infantil e mortalidade materna” (VIANA e DAL POZ, 1998, p. 19).

Com o PACS, começou-se a enfocar a família como unidade de ação programática de saúde e não o indivíduo, e foi
introduzida a noção de área de cobertura (por família)

Outras experiências como o Programa Médico de Família, desenvolvido a partir de 1992 em Niterói (RJ), influenciaram
a decisão do Ministério da Saúde, em 1993, de criar o
Programa Saúde da Família (PSF).

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 29


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Em setembro de 1994, foi divulgado pelo Ministério da Saúde o primeiro documento sobre o PSF, definindo o convênio
entre o Ministério da Saúde, estados e municípios, com o mecanismo de financiamento, exigências de contrapartidas e
critérios de seleção de municípios. Para assinatura doconvênio, era exigido que estivessem em funcionamento tanto o
Conselho Municipal de Saúde quanto o Fundo Municipal de Saúde.

Nesse período, o PSF não representava uma proposta de substituição do PACS e sua implantação privilegiava áreas
de maior risco social – inicialmente, população residente nas localidades delimitadas no Mapa da Fome do IPEA e,
posteriormente, municípios inseridos no Programa Comunidade Solidária ou no Programa de Redução da Mortalidade
Infantil.

Em janeiro de 1996, o PSF passou a ser remunerado pela tabela de procedimentos do SIA/SUS, porém de forma
diferenciada: “a consulta do PSF equivalia ao dobro da consulta do SUS. Nos documentos de 1997 e 1998, o PSF foi
apresentado como proposta de reorientação do modelo assistencial a partir da Atenção Básica, em conformidade com
os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).

Documento do Ministério da Saúde, de 1997, respondendo às criticas de


focalização, negava que o programa fosse um sistema de saúde pobre para pobres, com utilização de baixa tecnologia,
afirmando o caráter do PSF como “modelo substitutivo da rede básica tradicional”.

Portaria Ministerial, de dezembro de 1997, estabeleceu, no Plano de Metas do Ministério da Saúde, prioridade para o
PACS e PSF e aprovou normas e diretrizes dos programas.

Em 1998, com a implantação da Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – 1996 (NOB-SUS 96),que
estabeleceu o Piso de Atenção Básica (PAB), os programas ganharam novo impulso.

O PAB fixo– recursos per capita/ano para a Atenção Básica – inaugurou a modalidade de transferência, de forma
regular e automática, de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Municipais de Saúde, possibilitando
maior autonomia na gestão municipal e maior responsabilização do dirigente municipal com o atendimento à saúde dos
munícipes.

Em dezembro de 1998, o PSF estava implantado em 1.219 municípios de 24 estados (ausente apenas em Roraima,
Amapá e Distrito Federal), e contava com 3.119 equipes de Saúde da Família (ESF).

Em dezembro de 1999, o PSF estava implantado em 1.870 municípios nas 27 unidades federadas. No entanto, ao
longo de 1999, o Ministério da Saúde diagnosticou que o sucesso da implantação do PSF em grande número de
municípios encobria a baixa cobertura de suas populações.

Diante do risco de pulverização do programa e da criação de espaços privilegiados


de assistência, sem, no entanto, incorporar-se ao sistema como estratégia
substitutiva, e, em conseqüência, com baixa capacidade de provocar impacto nos
indicadores municipais

O Ministério da Saúde, a partir de novembro de 1999, reajustou os valores dos repasses e introduziu uma nova
modalidade para o cálculo dos incentivos financeiros do PAB variável referente ao PSF, remunerando melhor os
municípios com maior cobertura populacional das ESF.

Em maio de 2000, os municípios com cobertura de, no mínimo, 70% de sua população haviam crescido em 42%. Em
dezembro do mesmo ano, o PSF existia em 3.090 municípios e estavam constituídas 10.473 ESF, com uma cobertura
de 22% da população brasileira, e 145.299 agentes comunitários de saúde atuavam em 4.610 municípios, envolvendo
cerca de 51% da população do País.

Em 1998, foi estruturado o Sistema de Informações da Atenção Básica (Siab) para acompanhar a implementação e
monitorar os resultados do PSF. O sistema é utilizado para coletar dados e orientar a avaliação e supervisão das
atividades desenvolvidas.

Dentre as informações do Siab são selecionados indicadores e marcadores de acompanhamento que possibilitam
avaliar a produção e o desempenho das equipes, observando-se as prioridades de intervenção.

A Saúde da Família, desenhada inicialmente como um programa, passou a ser considerada pelo Ministério da Saúde
como uma estratégia estruturante dos sistemas municipais de Saúde, visando à reorientação do modelo de atenção e a
uma nova dinâmica da organização dos serviços e ações de saúde. Tem como objetivo substituir ou converter o modelo
tradicional de assistência à saúde, historicamente caracterizado como atendimento da demanda espontânea,
eminentemente curativo, hospitalocêntrico, de alto custo, sem instituir redes hierarquizadas por complexidade, com
baixa resolutividade e, no qual, a equipe de saúde não estabelece vínculos de cooperação e co-responsabilidade com a
comunidade.

A formulação da Estratégia Saúde da Família incorporou os princípios básicos do SUS –


universalização,descentralização, integralidade e participação da comunidade – desenvolvendo-se apartir da equipe de
Saúde da Família (ESF) que trabalha com definição de território de abrangência, adscrição de clientela, cadastramento
e acompanhamento da população da área.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 30


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
A Unidade de Saúde da Família (USF) é considerada como a porta de entrada e o primeiro nível de atenção, devendo
estar integrada em uma rede de serviços dos diversos níveis de complexidade, estabelecendo um sistema de referência
e contra-referência que garanta resolutividade e possibilite o acompanhamento dos pacientes.

Recomenda- se que cada ESF assista de 600 a 1.000 famílias, o que corresponde de 2.400 a 4.500 habitantes (limite
máximo) e que cada agente comunitário de saúde da equipe acompanhe, aproximadamente, de 200 a 250 famílias,
dependendo da densidade populacional e da facilidade de acesso à USF, responsabilizando-se por uma microárea
onde residem de 440 a 750 pessoas.

No desenvolvimento de suas atividades, a ESF, de característica multiprofissional, deve conhecer as famílias do


território de abrangência, identificar os problemas de saúde e as situações de risco existentes na comunidade, elaborar
um plano e uma programação de atividades para enfrentar os determinantes do processo saúde/doença, desenvolver
ações educativas e intersetoriais relacionadas com os problemas de saúde identificados e prestar assistência integral
às famílias sob sua responsabilidade no âmbito da Atenção Básica.

Atenção Básica foi definida, em documento do Ministério da Saúde (1999), como “um conjunto de ações, de caráter
individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de Saúde, voltadas para a promoção da
saúde, a prevenção dos agravos, o tratamento e a reabilitação”.

Parece ser consensual que o PSF não encontra dificuldades de implementação em municípios de pequeno porte, com
pequena ou nenhuma capacidade instalada, que não dispõem, portanto, de uma rede consolidada de assistência. No
entanto, das avaliações realizadas, bem como da percepção advinda do acompanhamento rotineiro do PSF, foram
detectados três grandes grupos de problemas para a sua implementação: os relacionados à dificuldade de substituir o
modelo e a rede tradicional de atenção à saúde, proposta denominada pelo Ministério da Saúde como de conversão de
modelo; aspectos afetos à inserção e desenvolvimento de recursos humanos; e o monitoramento efetivo do processo e
resultados do PSF, incluindo os instrumentos e estratégias de sua avaliação.

ESTRATÉGIA BRASIL SORRIDENTE

É uma evolução do Saúde da Família, pois se trata de uma estratégia exclusiva odontológica, formada por equipes de
CD, ACD e/ou THD, com ênfase em atendimento de atenção primária, definindo referência e contra-referência e
estabelecendo, conforme as necessidades epidemiológicas, atendimento protético realizado nas unidades básicas de
saúde. A fluoretação compulsória tem destaque nessa estratégia.

POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO: HUMANIZA SUS

POR QUE UMA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO?

Conforme estabelece o documento:


Queremos um SUS com mudanças. Mudanças no modelo de atenção que se farão, a nosso ver, somente com
mudanças no modelo de gestão. Para isso, estamos construindo uma política que nomeamos Política Nacional de
Humanização da atenção e gestão no Sistema Único de Saúde - HumanizaSUS.

Queremos um SUS humanizado. Entendemos que essa tarefa nos convoca a todos: gestores, trabalhadores e usuários.

Queremos um SUS - em todas as suas instâncias, programas e projetos - comprometido com a humanização.

Como entender Humanização

Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores;

Aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;

Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;

Mudança nos modelos de atenção e gestão dos processos de trabalho tendo como foco as necessidades dos cidadãos
e a produção de saúde;

A Humanização do SUS se operacionaliza com:

A troca e a construção de saberes;


O trabalho em rede com equipes multiprofissionais;

O pacto entre os diferentes níveis de gestão do SUS (federal, estadual e municipal), entre as diferentes instâncias de
efetivação das políticas públicas de saúde (instâncias da gestão e da atenção), assim como entre gestores,
trabalhadores e usuários desta rede;

O resgate dos fundamentos básicos que norteiam as práticas de saúde no SUS, reconhecendo os gestores,
trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas das ações de saúde;

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 31


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Princípios básicos da Política de Humanização:

Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o
compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, orientação
sexual e às populações específicas (índios, quilombolas, ribeirinhos, assentados, etc.);

Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, fomentando a transversalidade e a grupalidade;

Fortalecimento do controle social com caráter participativo em todas as instâncias gestoras do SUS;

Compromisso com a democratização das relações de trabalho e valorização dos profissionais de saúde, estimulando
processos de educação permanente.

ESTRATÉGIA BRASIL SORRIDENTE

O Brasil Sorridente é um programa que engloba diversas ações do Ministério da Saúde e busca melhorar as condições
de saúde bucal da população brasileira. Serão investidos aproximadamente R$ 1,3 bilhão até o final de 2006.

Além do atendimento básico, pelo Brasil Sorridente a população passa a ter acesso também a tratamentos
especializados, como canal, doenças da gengiva, cirurgias odontológicas, câncer bucal em estágio mais avançado,
endodontia e ortodontia. Isso será possível com a construção de Centros de Referência. Antes do Brasil Sorridente
apenas 3.3% dos tratamentos especializados eram feitos pelo Sistema Único de Saúde. Dois desses centros já estão
em funcionamento: um em Sobral (CE) e um em Caruaru (PE). Até o final de 2006, 354 centros de referência serão
inaugurados em todo o País, sendo 100 em 2004.

O município deve ter equipes do Programa de Saúde da Família - PSF e poderá implantar o mesmo número de equipes
de Saúde Bucal - SB. O Ministério da Saúde garante o repasse dos incentivos financeiros na relação de uma equipe de
Saúde Bucal para cada equipe do Saúde da Família, de acordo com a Portaria n° 673/GM de 03 de junho de 2003.
Caso o município não possua equipes do Saúde da Família, ele poderá solicitar sua qualificação e implantação. O
processo é semelhante ao descrito para as equipes de Saúde Bucal. O Ministério da Saúde poderá auxiliar o município
por meio da Coordenação de Gestão da Atenção Básica

Outra frente de atuação preventiva do Brasil Sorridente é a garantia da fluoretação da água em 100% dos municípios
com sistema de abastecimento. Atualmente, 60% das cidades têm o serviço. Onde não há flúor na água a incidência
de cáries é 49% maior. Outra ação do Brasil Sorridente é a orientação e a distribuição de kits como pasta e escovas de
dente pelas equipes da saúde bucal para as famílias mais carentes.

O município que implantar equipes de Saúde Bucal na estratégia Saúde da Família receberá, após o processo de
qualificação do município e implantação das equipes, os seguintes recursos da União:

Incentivo financeiro mensal para custeio das ações de saúde bucal no âmbito do Saúde da Família no valor de R$
1.700,00 por equipe, quando o seu cadastramento for do tipo MODALIDADE 1 (equipe composta de 1 Cirurgião-
Dentista - CD e 1 Auxiliar de Consultório Dentário - ACD) e R$ 2.200,00 por equipe, quando o cadastramento for do tipo
MODALIDADE 2 (equipe composta de 1 Cirurgião-Dentista - CD, 1 Auxiliar de Consultório Dentário - ACD e 1 Técnico
em Higiene Dental - THD);

Incentivo financeiro adicional de R$ 6.000,00 por equipe, transferido em parcela única, destinada à compra de
equipamentos e materiais permanentes clínicos, inclusive os utilizados para a confecção de próteses dentárias;

Conjuntos de insumos odontológicos para cada equipe de Saúde Bucal, contendo: 1.000 escovas de dente, 1.000 tubos
de creme dental, 3 caixas de ionômero de vidro (caixa com 10g pó/8ml líquido), 500 saches de 1g de flúor em pó (para
preparo de solução de bochecho semanal) e 6 tubos de flúor-gel acidulado. Estes conjuntos serão incluídos na
Farmácia Básica do Saúde da Família e distribuídos trimestralmente, sendo enviados diretamente aos municípios, para
a realização de procedimentos clínicos restauradores e preventivos, assim como o trabalho de promoção da saúde
junto à comunidade;

Um equipamento odontológico completo (cadeira, equipo de 3 pontas, unidade auxiliar, mocho e refletor) para cada
equipe de Saúde Bucal (MODALIDADE 2) implantada ou que vier a ser implantada. Este equipo será destinado ao
trabalho clínico do Técnico em Higiene Dental— THD.

Até setembro de 2005:


O programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde, expandiu a cobertura à população e habilitou 787 novas equipes
de saúde bucal do Programa Saúde da Família. A medida beneficia pelo menos 2,71 milhões de moradores de 23
estados brasileiros. O governo espera até final do ano o cumprimento das principais metas de saúde bucal
estabelecidas para 2005

Na atenção básica, o objetivo do Ministério da Saúde é implementar 13 mil Equipes de Saúde Bucal. Já existem 11 mil.
Até o fim de 2005 haverá pelo menos 400 Centros de Especialidades implementados. Já estão em funcionamento 168
CEOs e outros 106 receberam recursos do ministério e têm até 90 dias para começar a atender à população.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 32


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
PROGRAMAS PARA CLIENTELAS ESPECÍFICAS

•IDOSOS
•ADOLESCENTES
•GESTANTES
•PACIENTES ESPECIAIS
•PACIENTES INSTITUCIONALIZADOS
–“Na visão generalista, .....
•Em Saúde Pública

SISTEMA INCREMENTAL

•O QUE É?
•TIPOS: AIMORÉS, RICHMOND E FUNDAÇÃO SESP
•CONCEITOS:
–COBERTURA
–CICLO
–NÍVEL DE APLICAÇÃO
–GRAU DE ATENÇÃO
•PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA
•COMO FUNCIONA SISTEMA DE AIMORÉS?

Assunto: Exemplo final: Modelo de saúde de um município.

Apresentaremos um documento que registra muito bem o planejamento e as políticas de aúde contemporâneas, vale
como uma recordação final que sintetizará a apostila.

PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE “SAÚDE MELHOR” de BETIM/MG

A construção do Plano Municipal de Saúde de Betim tem como princípio básico ampliar a qualidade do atendimento aos
usuários do sistema, buscando soluções e alternativas que integrem os anseios e reivindicações da população.

Considerando que o município de Betim terá suas ações voltadas para a transformação do modelo de Atenção Básica,
busca-se constituir as Unidades Básicas de Saúde como a porta de entrada preferencial do sistema, acompanhando
permanentemente os cidadãos e organizando o fluxo entre os serviços, visando a promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação dos agravos à saúde.

EVOLUÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE de BETIM/MG

De acordo com a Organização Mundial de Saúde entende-se por saúde o completo bem estar físico, mental e social, e
não apenas a ausência de doenças. Saúde traz hoje para a população em geral a idéia de ausência de doenças e
apenas isso.

O direito à saúde só passou a ser tratado a partir da Constituição Italiana de 1948. A saúde não é mais concebida
apenas como fator de produtividade, mas como um direito do cidadão.

Entretanto, somente com a publicação da Constituição Brasileira de 1988, é que o direito à saúde passa a ser
garantido. Estabeleceu que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”, que deve implementar políticas
econômicas e sociais que viabilizem esse direito por meio de ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação
da saúde; enumera “participação da comunidade’ como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde. Por sua vez,
constituições estaduais e leis orgânicas municipais têm estabelecido Conselhos que também objetivam garantir os
legítimos direitos do cidadão, tratando de fiscalizar a atenção administrativa”.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 33


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Através da Lei Orgânica da Saúde – Lei 8080/90, fica estabelecida a responsabilidade do poder público sobre a
regulamentação, fiscalização, controle das ações e serviços de saúde, bem como atribuir-se à direção municipal do
SUS: planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde.

O processo de municipalização teve inicio em 1992, marcado pela assinatura do Termo de Adesão ao SUS, com
repasse pelo INAMPS/MS e SES de 4 Unidades de Saúde; em 1994 o município assume a Gestão Semi-Plena do
Sistema, segundo a Norma Operacional Básica - NOB 01/93, implantando ações de Vigilância Sanitária,
Epidemiológica, Controle e Avaliação e Gerência das Unidades de Saúde.
Em 1998, o município aderiu à Gestão Plena do Sistema Municipal, conforme a NOB-SUS / 96. A redefinição do
financiamento, ampliando a transferência de recursos fundo a fundo e a criação do Piso de Atenção Básica Assistencial
– PAB, mudou a lógica do sistema.

Em 2000 a Emenda Constitucional Nº 29 regulamenta o financiamento do SUS nos níveis Federal, Estadual e Municipal
representando um marco histórico.

A Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS 01/2002 – possibilita a conciliação da autonomia dos municípios
com necessidade de articulação e integração dos recursos disponíveis, particularmente nos níveis micro-regionais e
regionais. O município classificado como pólo da micro-região Assistencial II implementa através da Secretaria de
Estado da Saúde - SES o Plano Diretor de Regionalização e participa ativamente do processo de elaboração da
Programação Pactuada Integrada – PPI, , sendo referência para 14 cidades perfazendo um total de 524.649 habitantes.

REORIENTAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO EM BETIM

O conceito fundamental na política municipal de saúde e que garantirá a reorientação do modelo de atenção em Betim
nos próximos anos dar-se-á através do Sistema Integrado de Serviços de Saúde, “no lugar certo, de modo certo e
com custo certo”. Muito além do atendimento à demanda que deve ser realizado sempre com muito respeito e
qualidade, o atendimento humanizado será norteado pelo ‘’Acolhimento’’ em todos os projetos, programas e
instâncias da Secretaria Municipal de Saúde.

Para Merhy ( 1997 )‘’ O acolhimento significa a humanização do atendimento, o que pressupõe a garantia de acesso a
todas as pessoas ( acessibilidade universal ). Diz respeito, ainda, à escuta de problemas de saúde do usuário, de forma
qualificada, dando-lhe sempre uma resposta positiva e responsabilizando com a resolução do seu problema. Por
conseqüência, o Acolhimento deve garantir a resolubilidade que é o objetivo final do trabalho em saúde, resolver
efetivamente o problema do usuário. A responsabilização para com o problema de saúde vai além do atendimento
propriamente dito, diz respeito também ao vínculo necessário entre o serviço e a população usuária.’’

DIRETRIZES DO MODELO ASSISTENCIAL

Integração entre toda rede de saúde garantindo: Programa de ações preventivas; Ações de promoção à saúde na
atenção básica e média complexidade; Acesso de toda população aos atendimentos e ações de saúde; Vínculo das
unidades com a população;

Sistema de informação resolutivo; Capacitação e educação continuada em Recursos Humanos; Disponibilização de


material permanente, consumo e medicamentos; Parcerias com Secretarias, Associações e Fundações do Município.

Avanço do controle social, através de implantação e implementação dos conselhos de saúde locais.

Para garantir a melhoria da Gestão do Acesso e da Qualidade das Ações e Serviços de Saúde, preconizado pela NOAS
01/2002, o Sistema Integrado de Saúde de Betim será operacionalizado por meio de:

GESTÃO DE VIGILÂNCIA À SAÚDE;


GESTÃO DA ATENÇÃO BÁSICA;
GESTÃO DA ATENÇÃO DA MÉDIA COMPLEXIDADE;
GESTÃO DA ATENÇÃO HOSPITALAR;
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.

CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE EM BETIM

Quando a sociedade se organiza visando propor ações, projetos e acompanhar a execução destas propostas, eles
estão efetivando o CONTROLE SOCIAL, que acontece em três instâncias, quais sejam: Município, Estado e Federação.

Temos no município de Betim o Conselho Municipal e os Conselhos Locais de Saúde, que têm acompanhado, avaliado
e fiscalizado visando a melhoria do atendimento aos usuários do Sistema de Saúde.

A participação popular é importante para fazer valer os direitos conquistados e reforçar o projeto de Cidadania.

È através dela que você pode atuar, contribuindo com os rumos que se dá a saúde, na Unidade de seu Bairro e no seu
município. E garantido assim o direito à informação, aos serviços existentes e como utilizá-los.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 34


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Assim deixamos de ser apenas usuários dos Serviços de Saúde e passamos a ser agentes de transformação, da
melhoria da Saúde agarrando a oportunidade de fazer parte da participação popular dentro de um projeto democrático,
onde nós usuários discutimos e opinamos junto ao Governo sobre as ações e as melhorias da Saúde de nosso
município.

O Compromisso do Município de Betim é priorizar na prática a Atenção Básica integrando-a com a média e alta
complexidade, consolidando um modelo assistencial voltado para a humanização do atendimento ao usuário, através
da regulação assistencial e de gestão, garantindo o acesso e aumentando a resolutividade das ações de prevenção,
promoção, recuperação e vigilância a saúde.

Acreditamos que a saúde vista como um bem social e de construção coletiva necessita de formas concretas de
financiamento, com alocação proporcional de mais recursos também por parte das esferas estadual e federal para
atenção básica, pilar de sustentação de todo o Sistema Único de Saúde.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 35


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Odontologia em Saúde Coletiva

Definições:

Saúde

“Estado de completo bem estar físico, mental e social do indivíduo e não apenas ausência de doença”
OMS

“Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda,
meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde.
É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes
desigualdades nos níveis de vida”
8º CNS - Conferência Nacional de Saúde

Saúde Pública

“É a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a saúde, através de medidas de alcance coletivo e de motivação
da população”

“Atividade social destinada a promover e preservar a saúde da população”

Como avaliar se um problema é de Saúde Pública:

Critérios de Sinai

- Constitui causa comum de morbidade ou mortalidade;


- Existem métodos eficazes de prevenção e controle;
- Tais métodos não estão sendo utilizados de modo adequado pela comunidade.

Prioridades

“Prioridade não significa exclusividade e sim ênfase, pressupondo que o grupo ou dano que ficou em posição
secundária vá ser contemplado com um menor volume de recursos ou de tempo e não ser esquecido.”
Vitor Gomes Pinto

Principais critérios para estabelecer prioridades em odontologia

1º número de pessoas atingidas


2º seriedade do dano causado
3º possibilidade de ação eficiente
4º custo per capita
5º grau de interesse da comunidade

- Classicamente os principais problemas, segundo o dano, em odontologia são:

1º- cárie dentária;


2º- doenças periodontais;
3º- maloclusões;
4º- câncer bucal;
5º- fluorose;
6º- lábio leporino e fendas palatinas.

Contudo, esta seqüência pode ser modificada até mesmo de maneira radical ao serem consideradas outras faixas
etárias ou agrupamentos humanos que tenham características distintas - Conhecimento da realidade na comunidade.

Cárie

Cárie (sinal)
Doença multifatorial (transmissível) caracterizada por desmineralização das estruturas dentárias

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 36


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Etiologia da Cárie

Fatores primários, determinantes, causadores

- Dente (hospedeiro) suscetível


- Dieta cariogênica
- Bactérias específicas
- Tempo

Microbiota específica

Fase inicial
streptococcus mutans
Streptococcus sobrinus

Fase avançada
Lactobacillus

Fatores Secundários,Modificadores, Mascaradores

nível sócio econômico


comportamento
atitudes
hábitos
cultura

Esmalte dental

Composição:
–inorgânica: 96% sais de cálcio e fósforo
apatita Ca10(PO4)6
hidroxiapatita Ca10(PO4)6(OH)2

–orgânica: 4%, e desta, 90% é representada por água, assim a fração proteica é representada por 0,4%.

História Natural

É o desenvolvimento de uma doença sem que haja interferência externa, no sentido de coibí-la.

História Natural da Cárie:


Ácidos bacterianos = queda do pH = dissolução dos minerais = Desmineralização sub-superficial

Mancha Branca
Cavidade em esmalte
Cavidade em dentina
Contaminação pulpar
Grande perda estrutural, envolvimento do periodonto
Perda do elemento

Prevenção

Interpor barreiras na história natural da doença

Níveis de Prevenção (N.P.)


Leavell e Clark

1º Promoção da Saúde

2º Proteção Específica

3º Diagnóstico Precoce e
Tratamento Imediato

4º Limitação do Dano

5º Reabilitação

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 37


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Níveis de Aplicação (N.A.) de métodos preventivos
Mário Chaves

1º Ação Governamental Ampla

2º Ação Governamental Restrita

3º Relação Paciente-Profissional

4º Relação Paciente-Pessoal Auxiliar

5º Ação Individual

Epidemiologia

Antigamente, a epidemiologia era direcionada ao estudos das epidemias de doenças transmissíveis.


Hoje, a epidemiologia procura estudar praticamente todos os eventos relacionados com a saúde das populações.

Etimologicamente, epidemiologia significa:


Estudo (=logos) sobre (=epi) população(=demos)

A epidemiologia estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os


fatores determinantes de doenças, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva propondo, de um lado,
medidas específicas de prevenção, de controle e erradicação de doenças e, de outro, fornecendo indicadores que
sirvam de suporte ao planejamento, à administração e à avaliação das ações de saúde.

Epidemia: Surgimento de uma doença infecciosa ou distúrbio que ataca muitas pessoas ao mesmo tempo e na “mesma
área geográfica”.
Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed.

Epidemia: É a manifestação, em uma coletividade ou região, de um grupo de casos de alguma enfermidade que excede
claramente a incidência prevista. O número de casos que indica a existência de uma epidemia varia com o agente
infeccioso, o tamanho e as características da população exposta, sua experiência prévia ou falta de exposição à
enfermidade e o local e a época do ano em que ocorre.
Saúde e Cidadania – Glossário

Endemia: É a presença contínua de uma enfermidade ou de um agente infeccioso dentro de uma zona geográfica
determinada; pode também expressar a prevalência usual de uma doença particular numa zona geográfica.
Saúde e Cidadania – Glossário

Endêmico: Doença que ocorre continuamente em determinada população, mas com baixa taxa de mortalidade, como o
Sarampo.
Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed.

A própria etimologia da palavra endemia denota este atributo. Endemos, em grego clássico, significa "originário de um
país, indígena", "referente a um país", "encontrado entre os habitantes de um mesmo país".
Dicionário etimológico e circunstanciado de biologia, de J. L. Soares: "doença habitualmente comum entre pessoas de
uma região, cuja incidência se prende à ocorrência de determinados fatores locais".

Pandemia: Epidemia que afeta a principal parte da população de uma região.


Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed.

Pandemia: Epidemia de uma doença que afeta pessoas em muitos países e continentes.
Saúde e Cidadania - Glossário

O conceito moderno de pandemia é o de uma epidemia de grandes proporções, que se espalha a vários países e a
mais de um continente. Exemplo tantas vezes citado é o da chamada "gripe espanhola", que se seguiu à la. Guerra
Mundial, nos anos de 1918-1919, e que causou a morte de cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo.

Surto: Aumento súbito na incidência de uma doença ou distúrbio, numa área específica.
Dicionário Médico enciclopédico Taber - 17ºed.

Surto epidêmico: Ocorrência de dois ou mais casos epidemiologicamente relacionados.


Saúde e Cidadania – Glossário

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 38


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Tipos de estudos epidemiológicos

Descritivos

A investigação é do tipo descritiva quando é planejada para colher dados sem o propósito de estabelecer alguma
relação entre eles ou responder a uma determinada questão.
Entre os estudos descritivos destaca-se os Levantamentos Epidemiológicos, nesses estudos os dados são colhidos em
um determinado momento.

Analíticos

Estudos analíticos podem ser produzidos a partir de vários estudos descritivos realizados sob as mesmas condições
durante um determinado intervalo de tempo. A comparação de levantamentos epidemiológicos de cárie pode ser um
estudo descritivo, mas pode ser também analítico no qual pode se verificada a influência de certas variáveis no
fenômeno, alimentação, fluoretação, etc...

Epidemiologia em Saúde Bucal

• Início da década de 30 a odontologia começa a entrar no campo científico;


• Criação do índice CPO;
• Correlação entre teor de flúor na água e os valores de prevalência de cárie e de fluorose dentária;
• A fluorose dentária, antes da cárie dentária, foi o primeiro problema de saúde bucal a ser coletivamente controlado por
meio de medidas sanitárias.
• Estudos Açúcar-Cárie;
• A maioria dos trabalhos de epidemiologia em saúde bucal refere-se a estudos de prevalência. A doença mais
estudada até hoje é a cárie dentária.
• Mais recentemente, o interesse tem-se deslocado para o estudo de outras enfermidades como as doenças
periodontais, a má-oclusão, o câncer bucal e a fluorose.
• As doenças bucais variam de região para região e, em cada uma delas, às vezes, pode ser observada diferenças
intra-regionais significativas.

Fatores Epidemiológicos

• Idade
• Sexo
• Cor da pele / Etnia
• Acesso à informação/educação
• Nível sócio econômico
• Área geográfica

Epidemiologia da Cárie

Idade

Períodos de Exacerbação da Doença:


• Dos 4 aos 8 anos.
• Dos 11 aos 18 anos.
• Dos 55 aos 65 anos.

Sexo

• Existe maior prevalência de cárie no sexo feminino???.


• Possíveis explicações:
• Erupção mais cedo
• Diferenças hormônais
• No Brasil: diferenças estatísticas relacionadas ao acesso à informação

Cor de pele / Etnia

Povos tradicionalmente com baixos índices, quando expostos à uma dieta industrializada têm os índices elevados.

Acesso à Informação / Educação

• Relação acesso à informação com baixo índice de cárie.


• Não depende do nível sócio econômico, pessoas de diferentes níveis expostos ao mesmo acesso à informação tem os
mesmos índices da doença.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 39


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Nível sócio econômico

• Por sí só esse fator não exerce influência sobre a prevalência ou incidência de cárie.
• Poderoso catalizador da inexistência de cuidados de saúde bucal e geral nas comunidades de baixa renda.

Situação geográfica

• Alemanha: 2º guerra
• País / cultura / alimentação
• Brasil: diferenças estatísticas relacionadas ao acesso à informação

Índices de Cárie

“Índice da saúde dental e das cáries com base no número de dentes ou superfícies dentais – índice CPO”
Dicionário Médico Enciclopédico Taber

Instrumento de medida para determinada doença, no caso a doença cárie.

Tipos de Índice
CPO (ou CPOD)
Dentição permanente
Unidade Dente
Componentes : C P(E + Ei) O
Klein & Palmer 1937

CPOS
Dentição permanente
Unidade Superfície
Componentes : C P(E + Ei) O
Adaptação do CPOD

ceo
Dentição temporária
Unidade dente
Componentes : c ei o

ceos
Dentição temporária
Unidade superfície
Componentes : c ei o

Levantamentos ou Estudos Epidemiológicos

- Fornecem um quadro com informações apuradas das condições de saúde bucal e das necessidades de tratamento de
uma população e podem propiciar condições para controlar as mudanças nos níveis ou padrões da doença.
- Pode-se aferir a média de cárie por pessoa na país e com isto avaliar a eficácia dos programas governamentais de
prevenção em saúde bucal e planejar outras ações.

Calibração:

Para realização de um exame e para que os resultados sejam confiáveis, com frequencia, em levantamentos
epidemiológicos são utilizados recursos para garantir a diminuição de erros e dúvidas que possam surgir no momento
do exame.
Os erros entre examinadores buscam diminuir as dúvidas entre 2 ou mais examinadores envolvidos com o
Levantamento das doenças.
O erro intra examinador visa diminuir o vício de diagnóstico e de conhecimento de um índice que por ventura um
examinador possa ter.

As medidas preventivas básicas disseminadas pela OMS e outros diversos organismos internacionais além das
entidades representativas dos profissionais de odontologia e governos de todo o mundo são:

• Auto-cuidados de higiene bucal (escovação adequada);


• Aplicação tópica de flúor feita por profissionais treinados como cirurgiões-dentistas, técnicos em higiene dental (THD)
e auxiliares de consultório dentário (ACD);
• Fluoretação de cremes dentais (dentifrícios);
• Fluoretação da água de consumo público, caixas d´água de escolas, creches e outros estabelecimentos;
• Fluoretação do leite, do sal de cozinha entre outras experiências;
• Dieta alimentar balanceada, reduzindo os alimentos compostos por açucares entre as refeições (conhecido, no meio
odontológico, como "convívio inteligente com o açúcar").

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 40


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Fluorterapia

Características do Flúor

Flúor elemento mais eletronegativo


Só encontrado na forma de compostos

Fonte de obtenção:
Solos, minerais, água e erupções vulcânicas

SISTÊMICO X TÓPICO

A associação dos métodos irá depender do critério do


Risco = chance de ter cárie

SISTÊMICO

INGERIDO ou inalado
(meios naturais)
INGERIDO
(métodos)

TÓPICO
APLICADO SOBRE O DENTE

Métodos Tópicos:

• Flúor atuará diretamente sobre o dente


• Flúor (F -) ligação química com Cálcio (Ca++)
• formação de fluoreto de cálcio (CaF2)
“reservatório de flúor”
• Incorporação de flúor pelo esmalte
• Formação de cristais de apatita fluoretada

Métodos Preventivos

Flúor Sistêmico

• FLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO


• fluoretação escolar
• fluoretação do sal
• fluoretação do leite
• fluoretação do açúcar
• comprimidos / gotas
• gomas de mascar

Fluoretação da água de abastecimento público

“Um dos mais importantes meios de saúde pública, sendo considerado o método de prevenção de cárie mais efetivo em
termos de abrangência coletiva”

Nível de prevenção de Leavell e Clark - 2º nível: proteção específica


Nível de aplicação de Mário Chaves - 2º nível: ação governamental restrita

Histórico

1888 - Kuhns descreveu alterações morfológicas do esmalte


(esmalte mosqueado). Durango, no México.

1901 - Eager verificou em Nápoles, na Itália as mesmas características de dentes mosqueados em pessoas na região,
geograficamente rica em vulcões.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 41


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
1911 - McKay em Colorado Springs, EUA, descreveu a presença de dentes mosqueados, em crianças da área urbana,
fato que não ocorria nas que habitavam a zona rural. Em 1916, juntamente com Black eles relataram que as manchas
estavam relacionadas com alguma substância encontrada na água de abastecimento e relacionadas com o período de
formação dentária.

1928 - Kempf e McKay realizaram estudo em crianças e jovens com idades de 5 a 18 anos após solicitação do Serviço
Publico de Saúde e concluíram haver prevalência muito grande de esmalte mosqueado na região.

1931 - Churchill, analisando quimicamente a água, encontrou concentrações de flúor na ordem de 13,7 ppm,
relacionando esse elemento como agente etiológico das alterações no esmalte.

Tal confirmação ocorreu 10 anos após a mudança de captação de água, portanto em 1938, quando Dean, McKay e
Elvove, ao examinarem as crianças da cidade, costataram a diminuição da prevalência de manchas do esmalte.

1942 - Estudos para buscar qual concentração de flúor na água provocaria manchamento, ao mesmo tempo em que
buscava descobrir concentrações capazesde uma ação preventiva na redução da cárie dentária.
“Estudo das 21 cidades”

1943 - Dean e Arnold chamaram as Manchas de Fluorose dentária.

1945 - Estudos para descobrir níveis de fluoretação artificial das águas de abastecimento público, estudos em torno de
1ppm.

Concentração ideal de Flúor


-
Dosagem ótima: 0,7 a 1,2 mg F /litro ou partes por milhão de flúor (ppm)

A quantidade de Flúor adicionada depende:

• do nível de flúor natural das águas.

• da temperatura média anual e umidade relativa do ar.

Fluoretação no Brasil

1953 - Baixo Guandu, no Espirito Santo, experimentando desde esta data até 1967 uma redução de 65,4% de cárie
dentária em crianças de 6 a 12 anos.

1958 - Curitiba, primeira capital

31 de outubro de 1985, teve inicio oficialmente a fluoretação na capital de São Paulo.

Poder Preventivo

- Redução de cárie em 50 % a 60 % após 10 anos utilizando o método

Legislação Brasileira

• Lei federal 6050, de 24 de maio de 1974 - Dispõe sobre a fluoretação da água em sistemas públicos de
abastecimento, sendo devidamente regulamentada pelo decreto federal 76872 de 22/12/1975.

• Portaria do Ministério da Saúde 635/Bsb, 26/12/1975, aprova e determina normas e padrões a serem seguidos para
correta fluoretação das águas, concentração, médias de temperaturas anuais e compostos recomendados.

• Portarias do Ministério da Saúde 3313 janeiro de 1998 e 1469 dezembro de 2000, estabelecem os procedimentos e
responsabilidades relativas ao controle e à vigilância da qualidade da água para consumo humano.

Requisitos para implantar o método

• Sistema de tratamento de água.


• Levantamento epidemiológico de cárie e fluorose.
• Conhecer o teor natural de flúor na água.
• Implantação de um sistema de vigilância sanitária.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 42


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Produtos Recomendados

• H2SiF6 Ácido Fluossilícico

Subproduto da industria fertilizante, baixo custo, forma líquida, dosificador simples e barato, manejo altamente facilitado
do material.

• NaSiF6 Fluossilicato de SódioPó, requer espaço para armazenamento, produz soluções corrosivas, requer cuidados no manuseio.
• CaF2 Fluoreto de CálcioPó, aplicação juntamente com sulfato de alumínio, baixo custo, cuidados com poeira e respingos.
• NaF Fluoreto de SódioPó ou cristal, manuseio requer pesagem, mistura e medição, custo alto.

Vantagens

• Baixo custo R$ 0,50 a R$ 2,00 per capita (US$0,51).


• Eficiência comprovada.
• Segurança.
• Não exige esforço na cooperação dos indivíduos que dela se beneficiam.

Desvantagens

• Abrange apenas zonas com condições adequadas de saneamento


• Desperdício.

Água mineral

Atenção!!! Lembrar: é um meio natural! Já tem certa quantidade de flúor na composição, não é adicionado flúor.
Deve mostrar a quantidade de Flúor na embalagem (composição química).
Variação na concentração de flúor.

Fluoretação da água de escolas

Medida para uso em locais sem fluoretação da água de abastecimento.


Como o tempo de permanência da criança é menor a concentração de flúor é maior, merecendo cuidados.
Crianças começam a frequentar a escola e ingerir a água após 6 anos de idade. O melhor benefício é quando a água é
consumida desde o nascimento.
Proteção não contínua em períodos de férias e quando a criança deixa a escola.

Fluoretação do Sal

• Início em 1955 na Suíça.


• Opção para forma sistêmica, para locais onde não foi implantado o sistema de fluoretação das águas.
• Adição do flúor no sal em torno de US$ 0,03 (fluoreto de sódio) e US$ 0,01 (fluoreto de cálcio) per capita.
• Semelhante ao flúor na água, apresenta efetividade na prevenção.
• Permite livre escolha.
• Principal dificuldade no controle da dosagem, variação regional do uso do sal, problemas de hipertensão.
• É preciso conhecer se a população possui flúor natural na água.
• Fluoreto de sódio é o mais utilizado, concentração de 250 ppm.
• Ex: Colômbia, México, Espanha, Alemanha e França.

Fluoretação do Sal: No Brasil

• Ao final de 1990, houve uma tentativa, de adicionar flúor no Sal de cozinha das regiões, Norte, Nordeste e parte da
Centro-Oeste (Portaria 1437 do Ministério da Saúde).• OMS reconhece o método como viável, prático, seguro e
eficiente, porém, em termos nacionais, não ocorreu efetivamente um controle adequado do teor de flúor, somado à
suspensão da água fluoretada em municípios onde aconteceu a tentativa de implantar esse novo sistema.•Em 1992, a
Portaria Ministerial 851, revogou definitivamente a fluoretação de Sal no Brasil.

• Lembrar que a iodatação do sal é obrigatória desde 1953, prevenção do bócio endêmico.

Fluoretação do Leite

• O flúor no leite é incompletamente ionizado, provocando efeitos pós-eruptivos inferiores ao método de fluoretação da
água.
• Direito individual da livre escolha.
• Em alguns países como: Bulgária, China, Reino Unido, Chile, 5mg de flúor são adicionados para cada litro de leite,
sendo que cada criança recebe 200 ml a cada dia letivo.
• Redução do consumo de leite com o crescimento das crianças e diversidade de consumos entre diferentes pessoas.
• Estudos ainda não consistentes, e existem outros métodos mais práticos e mais efetivos.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 43


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Fluoretação do Açúcar

• Pesquisas na Finlândia.
• Indicado para grupos alto risco de cárie.
• A partir de 1 ppm de flúor há redução do poder desmineralizante da sacarose.
• Estimulo a utilização do açúcar, prejudicial para cárie.
• Estudos da OMS considerando implicações de ordem econômica, política e de saúde geral, sugerem a realização de
mais estudos .

Comprimidos e gotas

• Em documento sobre as “Recomendações sobre o uso de produtos fluoretados no âmbito do SUS/SP em função do
risco de cárie”, encontramos que:

O uso pré-natal de medicamentos fluoretados (ex: complementos vitamínicos) não se justifica por não causar
nenhum benefício. O uso pós-natal, mesmo em regiões sem água fluoretada, não é recomendado em saúde pública se
a população infantil tem acesso a dentifrícios fluoretados. É uma tendência mundial a afirmação de que experiências em
saúde pública com uso pós-natal de soluções e comprimidos diários não têm mostrado resultados positivos. Mesmo do
ponto de vista individual, sua prescrição seria extremamente limitada.

Gomas de mascar

Flúor: O poder preventivo depende, além da concentração de flúor, da sua efetiva liberação durante a mastigação que
deve ser lenta e metódica, do uso regular, ademais de estar condicionado à capacidade de compra e compreensão do
cliente. Necessita cuidados !!! Atenção a super dosagem de flúor, quando já se utilizam outros métodos.

Controle de cárie pode ser realizado em parte mediante a goma de mascar sem açúcar, ação de limpeza e melhora do
fluxo salivar.
Utilizar gomas de mascar sem sacarose, gomas com adoçantes não cariogênicos. Ex: xilitol, sorbitol

• INDICAÇÃO COMO MEDICAÇÃO:

Aumento do fluxo salivar


alternativa para pacientes com alto risco de cárie.
pacientes com xerostomia.
níveis muito elevados de streptococcus mutans.

Flúor Tópico

• Dentifrício
• Bochecho
• Verniz
• ATFP gel

Dentifrícios

- 1988- foi adicionado flúor no Kolynos Super Branco (hoje- Sorriso). Aproximadamente 50% do mercado de venda.
- 1989- foi fluoretado o Close-up. Aproximadamente 9% de venda.
- Portaria nº22 de 20/12/1989 regulamenta incorporação de flúor nos dentifrícios (sem obrigatoriedade).“flúor solúvel ou
ionizável; mínimo de 1000ppm e máximo 1500ppm. Mínimo de 600ppm após 1 ano e mínimo de 450ppm no restante da
validade.”
- Portaria SNVS nº71, de 29/05/1996 - que teve alguns anexos revogadas pela Resolução nº79, de 28/08/2000 “não há
obrigatoriedade de os dentifrícios comercializados conterem flúor mas, se tiverem, devem obedecer às recomendações
em relação ao tipo e características do composto de flúor.”

Os dentifrícios também são utilizados nas ações coletivas como veículo para flúor tópico durante a escovação
supervisionada. Esta atividade deve ser realizada no mínimo trimestralmente, em todas as pessoas, seja qual for o
grupo de risco em que estejam incluídas.

“Seu uso diário é um dos maiores responsáveis pela redução dos níveis de cárie dentária, devido à ação tópica do flúor
na cavidade bucal.”

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 44


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Componentes (Composição Básica)

“auxilia a remoção da placa”


sabor agradável
máxima ação de limpeza com o mínimo de abrasão
benefício terapêutico

Abrasivo=20-50%
Umectante=20-40%
Água=20-35%
Ligante=1-2%
Detergente =1-3%
Flavolizante=1-2%
Conservante=0,05-0,5%
Preventivo/Terapêuticos=0,4-1%

Componentes - Agentes terapêuticos:

Anticárie
Antiplaca (antisséptico)
Antitártaro (quelantes)
Antinflamatório
Anti-sensibilidade dentinária
Clareadores dentais

Compostos: Flúor = Prevenção da Cárie

MFP - monofluorfosfato de sódio (Na2FPO3)


mais utilizado
compatibilidade com abrasivo, carbonato de cálcio,
menor custo e facilmente encontrado no Brasil.

Fluoreto de sódio (NaF)


não compatível com abrasivo à base de carbonato,
é utilizado abrasivo pirofosfato ou sílica gel, maior custo.

Fluoreto estanoso (SnF2)

Concentrações de Flúor

Hoje estão disponíveis no mercado dentifrícios:

sem Flúor
com 500 ppm
com 1100 ppm
com 1500 ppm

Deglutição

Crianças de 2 a 4 anos deglutem, em média, 50% do dentifrício utilizado na escovação.


Para crianças de 5 a 7 anos, esse percentual é inferior a 25%.
“Isto é um comprovado fator de risco para fluorose dentária.”

Técnicas

Técnica Transversal:
Consiste em, com o tubo do dentifrício em posição perpendicular ao longo eixo da escova, dispensar no centro da ponta
ativa do instrumento, uma quantidade de dentifrício correspondente a metade da sua largura da ponta ativa.
( crianças 5..., adolescentes e adultos)

Técnica da Tampa:
Consiste em, com a bisnaga fechada, pressionar levemente o tubo de modo a que fique retida, na parte interna da
tampa, uma pequena quantidade de pasta. Então abre-se o tubo e pressiona-se a ponta ativa da escova contra a parte
interna da tampa.
( primeiros anos até 4 anos)

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 45


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Poder Preventivo

Redução do CPO-S : 20% à 35%


( média: 25% de redução )
período em torno de 3 anos

Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação

N.P.
2º nível: Proteção Específica

N.A.
2º nível: ação governamental restrita
3º nível: profissional/paciente
4º nível: pessoal auxiliar/paciente
5º nível: ação individual

Bochechos

Indicações

• Crianças e adultos que vivem em comunidades deficientes ou sem fluoretação na água;


• Pacientes com dificuldades motoras para escovação;
• Portadores de aparelhos ortodônticos;
• Função salivar reduzida;
• Pacientes com alto risco de cárie;
• Em Saúde Coletiva, essa indicação deve estar de acordo com o risco/atividade de cárie da população beneficiada.

Contra - Indicações

• Pacientes menores de 6 anos de idade;


• Pacientes impossibilitados de executar o bochecho.

Vantagens

• Poder preventivo comprovado;


• Facilidade de aplicação;
• Custo reduzido;
• Pequena interferência na rotina escolar;
• Aplicação fora do ambiente clínico.

Desvantagens

• Preparação na hora - instável;


• Adição de conservantes;
• Requer continuidade (Desvantagens: Greves, desinteresse dos Professores, férias escolares);
• Restrições a crianças de 6 anos.

Deglutição

As crianças entre 3 e 5 anos de idade ingerem de 10% a 20% da solução de bochecho.


Na faixa etária de 6 anos ou mais, a porcentagem de ingestão é, no máximo, de 10%.
Portanto, estes devem ser feitos apenas após cuidadosa avaliação profissional da necessidade e NÃO são indicados
para crianças menores de 6 anos ou para aquelas que não têm controle de seus reflexos.

Cuidados:
• 6 e 7 anos = utilizar 5 ml
• maiores de 7 anos = utilizar 10ml

Principais Compostos

• Soluções neutras de Fluoreto de Sódio - NaF


diário 0,05% 225 ppm F-
semanal 0,2% 900 ppm F-

• Fluoreto estanhoso - SnF2


semanal 0,1%

• FFA pH próximo a 4,0; em geral uso diário

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 46


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Poder Preventivo – Benefício

Redução do índice de cárie em torno de 40% (média de 25 aplicações por ano)


Diário (0,05%) 50%
Semanal (0,2%) 30%

Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação

N.P.
2º nível: Proteção Específica

N.A.
2º nível: ação governamental restrita
3º nível: profissional/paciente
4º nível: pessoal auxiliar/paciente
5º nível: ação individual

Verniz Fluoretado

Inicialmente empregados na Alemanha em programas preventivos de atenção a escolares.


Hoje - Utilizado tanto em clínica particular quanto em saúde pública.

Material viscoso e aderente aplicado à superfície dental, onde permanece por algum tempo, promovendo uma liberação
lenta e gradativa de flúor.

Indicações

- aplicação tópica - prevenção;


- remineralizações de cáries
- incipientes (manchas brancas);
- sensibilidade dentinária ou de colo dentinário;
- dentes pós erupcionados.

Prevenção - redução do índice de cárie.

OMS: sugere aplicações com intervalos de 03 a 06 meses.A FREQÜÊNCIA DE APLICAÇÃO


DEPENDE DO RISCO DE CÁRIE DO PACIENTE.

Poder Preventivo

Cerca de 40% de redução na prevalência de cáries, com duas aplicações anuais.

Composição

• Fluoreto de Sódio - NaF - 5% 1 ml de verniz contém - 50 mg de NaF - 22,6 mg de flúor ou 2,26%


22,6 mg F- / ml - 22600 mg F- / L - 22600 ppm

Aplicação dos vernizes

Profilaxia;
Lavar e sugar;
Isolamento relativo;
Secagem dos dentes com ar;
Aplicação do verniz (cotonete, pincel ou escovas pequenas);
Gotejar água.

Recomendações:

Alimentação sólida após 2 horas.


Escovação após 12 horas.

Vantagens

aplicação rápida e fácil quando comparada com outros tópicos;


não necessita de campo totalmente seco para aplicação, facilitando o uso em crianças e pacientes com necessidades
especiais;
alta concentração em pequena quantidade de material;
utilização de pessoal auxiliar e ambiente não clínico.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 47


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Desvantagens

hipersensibilidade ao produto;
coloração antiestética;
custo.

Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação

N.P.
2º nível: Proteção Específica
N.A.
3º nível: profissional/paciente
4º nível: pessoal auxiliar/paciente

ATFP – gel

Indicações

• Prevenção de cárie
• Indivíduos que apresentam grande atividade de cárie
• Dentes em erupção
• Indivíduos que apresentam deficiência salivar
• Pacientes especiais
• Pacientes com aparelhos ortodônticos
• Em Saúde Coletiva, essa indicação deve estar de acordo com o risco/atividade de cárie da população beneficiada.

Principais Compostos

Fluoreto de Sódio Neutro 2%


Flúor Fosfato Acidulado (FFA) 1,23%
Fluoreto Estanoso a 8%

Poder Preventivo – Benefício

Redução no índice de cárie em torno de 30 % após aplicações semestrais.

Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação

N.P.
2º nível: Proteção Específica

N.A.
3º nível: profissional/paciente
4º nível: pessoal auxiliar/paciente

Técnicas de Aplicação

- Moldeiras pré-fabricadas ou de cera


- Pincel ou Bolinha de algodão
- Técnica da escova (Ações Coletivas)

Técnica de Aplicação
Moldeiras pré-fabricadas ou de cera

- Profilaxia
- Posicionamento do paciente
- Seleção da moldeira
- Preenchimento da moldeira
- Secagem com jato de ar
- Moldeira em posição
- Sugador
- Espera 1 a 4 minutos
- Retira a moldeira
- Paciente deve cuspir todo excesso

Recomendações:
30 minutos sem beber e comer

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 48


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Técnica de Aplicação
Pincel ou Bolinha de algodão

- Profilaxia
- Posicionamento do paciente
- Isolamento relativo
- Secagem com jato de ar
- Sugador
- Aplicação
- Espera 1 a 4 minutos
- Paciente deve cuspir todo excesso
- Recomendações

Técnica de Aplicação
Técnica da escova (Ações Coletivas)

- Pequena quantidade na escova (menos que 0,5g)


- Friccionar todo arco totalizando 2 minutos
- Cuspir, supervisão e cuidados para não ingerir

Neste momento o objetivo é a aplicação de flúor e não a escovação, portanto, quem aplica o flúor é o agente de ação e
NÃO a criança.

Efeitos Tóxicos do Flúor

Intoxicação Aguda

INGESTÃO DE ALTA DOSE em um CURTO ESPAÇO DE TEMPO


(dose única)

TOXICIDADE AGUDA

Dose Certamente Letal (DCL) : 32 - 64mgF/Kg


Dose Seguramente Tolerada (DST) : 8 - 16mgF/Kg
Dose Provavelmente Tóxica (DPT) : 5mgF/Kg

Exemplo em uma criança de 10 Kg


MÉTODO DPT
Água Fluretada (0,7 ppm) 71 lt
Sal fluoretado (350 mg/Kg) 143 gr.
Bochecho NaF- 0,05 % 215 ml
Bochecho NaF- 0,2 % 55 ml
Dentifrício - MFP 1000 ppm 50 gr.
FFA gel (ATF profissional) 4 ml
comprimidos 1 mgF 50 compr.

Dose Provavelmente Tóxica (DPT)


5 mg de F- / kg de peso corporal

Dose Provavelmente Tóxica (DPT) = mal estar gastro intestinal e náuseas

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 49


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Principais Sinais e Sintomas da Intoxicação Aguda por Fluoretos

SISTEMA ACOMETIDO SINTOMAS

Gastrointestinal Náusea, Vômito, Diarréia, Dor abdominal, cólicas, Úlcera péptica

Neurológico Parestesia, tetania, Depressão do SNC, coma

Cardiovascular Pulsação fraca, hipotensão, choque, arritmias cardíacas, falência cardíaca

Sangue
Acidose, hipocalcemia, hipomagnesemia, hipercalemia

(NEWBRUN, 1987)

Tratamentos de Emergência para diferentes níveis de ingestão excessiva de Fluoretos

Abaixo de 5 mg/Kg Acima de 5 mg/Kg e abaixo de 15 mg/Kg

• Cálcio (leite) via oral e observar por algumas horas • Esvaziar o estômago induzindo o vômito
• Induzir vômito, se necessário • Cálcio solúvel (glucamato de cálcio 5%) via
oral
• Observar paciente em ambiente hospitalar

Acima de 15 mg/Kg

• Esvaziar o estômago induzindo o vômito e levar o paciente para o hospital imediatamente


• Monitorar batimento cardíaco e observar freqüência cardíaca
• Administrar lentamente (via intravenosa) 10ml de glucamato de cálcio 10%. Doses adicionais são
necessárias quando os sinais de tetania persistem. Diuréticos podem ser administrados

(Adaptado de Bayles & Tinanoff, 1985)

Intoxicação Crônica

INGESTÃO DE PEQUENAS DOSES DURANTE LONGO PERÍODO


(período de formação dentária)

DOSE ÓTIMA DIÁRIA


-
0,05-0,07 mg F /kg de. peso corp.

FLUOROSE DENTÁRIA

Fluorose Dentária: distúrbio de natureza sistêmica devido a ingestão crônica de flúor em excesso durante a formação
dental.
Excesso de flúor durante o período de formação dos dentes
Alteração estrutural do esmalte (hipocalcificação)
Variam de linhas opacas brancas e finas cruzando a superfície dentária até perda de estrutura de esmalte
Severidade depende da dose, duração da exposição, estágio da atividade do ameloblasto, idade do indivíduo e
suscetibilidade individual.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 50


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Índices de Fluorose

DEAN (0-5)

0-NORMAL: esmalte translúcido, semi-vítreo, liso, lustroso, branco cremoso pálido


1-QUESTIONÁVEL: esmalte com alterações na translucidez
2-MUITO LEVE: pequenas áreas brancas opacas, envolvendo menos que 25% da superfície
3-LEVE: áreas brancas opacas mais extensas, envolvendo até 50% da superfície
4-MODERADA: todas as superfícies afetadas, com desgaste, aparecendo mancha castanha
5-GRAVE: todas superfícies afetadas, hipoplasia marcante. Manchas castanhas espalhadas, aparência de corrosão

T-F (0-9)

0- translucidez normal do esmalte


1- linhas brancas estreitas
2- linhas mais pronunciadas de opacidade
3- áreas de opacidade fundidas e irregulares
4- opacidade marcada, ou parece branco-calcário
5- marcada opacidade e perda do esmalte < 2mm em profundidade, depressões
6- depressões em faixas horizontais < 2mm em extensão vertical
7- perda de esmalte envolvendo menos da metade da superfície
8- perda de esmalte envolvendo mais da metade da superfície
9- perda do esmalte com mudança da anatomia dentária

TRATAMENTO DA FLUOROSE DENTÁRIA

TÉCNICA: microabrasão, restauração, faceta...

• relacionado à profundidade do esmalte manchado


• manchas superficiais = melhores resultados
• manchas mais profundas = confecção de facetas

O flúor do dentifrício é fundamental para o controle da cárie, no entanto há maior risco de fluorose onde a água é
fluoretada, assim recomenda-se:

- Escovação por crianças pequenas deve ser supervisionada.


- O dentifrício não deve ficar ao alcance de crianças de pequena idade.
- A criança deve ser estimulada a cuspir para adquirir este reflexo o mais cedo possível.
- Os pais ou responsáveis devem ser orientados da importância de usar uma pequena quantidade de dentifrício.

Classificação do risco de cárie e inclusão do indivíduo segundo o risco

Documento:
“Recomendações sobre o uso de produtos fluoretados no âmbito do SUS/SP em função do risco de cárie”

PRINCÍPIOS PARA AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO RISCO DE CÁRIE DENTÁRIA

Saúde e doença são determinadas por fatores sociais, econômicos e psicológicos. Mais importante é a
incorporação das preocupações com a saúde nas discussões e implementações de políticas públicas baseadas num
modelo socioeconômico, objetivando o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis.
Nesse sentido, admite-se que a promoção da saúde bucal é o processo social de produção de condições gerais de
vida e de trabalho favoráveis a um desenvolvimento sadio da boca, compreendida em sua integralidade biológica e
a
social. Portanto, e conforme a 2 Conferência Nacional de Saúde Bucal, (Brasília, 25 a 27 de setembro, 1993) "(...) a
saúde bucal é parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo e está relacionada diretamente com as
condições de saneamento, alimentação, moradia, trabalho, educação, renda, transporte, lazer, liberdade, acesso e
posse da terra, aos serviços de saúde e à informação".
Nestas “Recomendações” admite-se que, para uma avaliação sumária do risco de cárie, são necessárias
informações adicionais às relacionadas às características biológicas individuais e que, em relação a estas, algumas são
suficientes para caracterizar o risco individual. Esta opção visa apenas à simplificação operacional de procedimentos e
não significa que, com outras finalidades, informações adicionais não sejam necessárias.
Uma das características epidemiológicas da cárie dentária é o fenômeno da polarização. Observa-se que, em
situações de baixa prevalência de cárie dentária, cerca de um quarto da população concentra aproximadamente 75%
das necessidades de tratamento decorrentes de cárie. Esta distribuição não uniforme da doença entre os indivíduos faz

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 51


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
com que seja necessário diferenciar as medidas preventivas a serem desenvolvidas junto aos diferentes grupos
populacionais. É indispensável, entretanto, sublinhar que ações preventivas são imprescindíveis para todos e devem ser
realizadas segundo o princípio da universalidade. Reitera-se, portanto, que a polarização não é razão para descontinuar
medidas preventivas dirigidas a toda população, mas justifica a ênfase que deve ser dada às ações direcionadas aos
grupos mais vulneráveis.
Com tal finalidade – avaliação do risco de cárie –, o exame pode ser realizado tanto no ambiente clínico, como em
outros espaços coletivos. Neste caso, o exame será feito com o auxílio de espátula de madeira, consistindo na inspeção
visual dos arcos dentários, sob luz ambiente natural ou artificial, sem secagem dos dentes, a fim de verificar o número e
localização das superfícies dentárias afetadas pela doença cárie – incluindo mancha branca – e placa bacteriana.

a-) Fatores de risco

Alguns fatores têm sido identificados nas pesquisas científicas que abordam o risco de cárie dentária. Eles estão
identificados no Quadro 1.

QUADRO 1 – Fatores associados ao risco de cárie dentária.


FATORES CARACTERIZAÇÃO DO ALTO RISCO DE CÁRIE
Aspectos socioculturais Baixa renda média familiar
Desemprego
Maior concentração populacional nos domicílios
Menor grau de escolaridade materna
Crianças que moram com um dos pais
Idade • Maior risco entre 2 e 16 anos
Experiência prévia de cárie Alta prevalência de cárie nos anteriores superiores
aos 3 anos
Mais de 3 cavidades em superfícies proximais de
decíduos
8 ou mais superfícies com cárie aos 7 anos
Cárie em 1 dente anterior aos 11 anos
Valores do índice CPO-D e CPO-S acima da média
apresentada pelo respectivo grupo
o
Localização da lesão Cárie em superfície proximal de incisivo ou 1 molar
aos 9-10 anos
Lesões em superfícies lisas, principalmente na
bateria labial inferior
Duas ou mais cavidades cariadas em superfícies
interproximais
Atividade de cárie Presença de superfícies cariadas e de manchas
brancas
Lesões incipientes em superfícies lisas
Hábitos Baixa freqüência de escovação
Idade no início de escovação
Placa bacteriana Grande quantidade de placa visível nos dentes 16,
11, 32 e 36

Na possibilidade de investigar aspectos socioculturais e hábitos do indivíduo, estes podem esclarecer a conduta e
a conseqüente condição de saúde bucal encontrada. Isso deve, inclusive, favorecer a orientação para uma mudança
nos hábitos, tentando reverter um quadro desfavorável.
A experiência prévia de cárie é identificada pelos dentes restaurados, cariados e perdidos por cárie.
Quanto à localização da lesão, esta pode indicar uma alta atividade de cárie dentária e com isso, orientar a
conduta terapêutica mais adequada ao paciente, individualmente. No entanto, em ações coletivas, o fato de alguém
apresentar uma lesão de cárie, independentemente de sua localização, já é um indicativo de risco e este deve receber
tratamento.
Tendo em vista a relação existente entre os fatores de risco apresentados no Quadro 1, busca-se uma
classificação clínica que também seja compatível com a operacionalização das ações coletivas em saúde bucal, onde o
exame clínico e a anamnese não são viáveis.

b-) Classificação do risco e inclusão do indivíduo segundo o risco

Com base nos fatores de risco expostos no Quadro 1, cada indivíduo pode ser classificado num dos 3 grupos de
risco apresentados no Quadro 2. Deve-se esclarecer que esta proposta da SES-SP é baseada em várias experiências
municipais realizadas no Estado e, certamente, não é a única forma de classificar os indivíduos com relação ao risco de
cárie.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 52


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
QUADRO 2 – Classes de risco de cárie dentária e critérios para inclusão segundo a situação individual.
CLASSIFICAÇÃO GRUPO SITUAÇÃO INDIVIDUAL
Baixo risco A Ausência de lesão de cárie, sem placa, sem gengivite e/ou sem
mancha branca ativa
B História de dente restaurado, sem placa, sem gengivite e/ou
Risco sem mancha branca ativa
Moderado C Uma ou mais cavidades em situação de lesão de cárie crônica,
mas sem placa, sem gengivite e/ou sem mancha branca ativa
Alto risco D Ausência de lesão de cárie e/ou dente restaurado, mas com
presença de placa, de gengivite e/ou de mancha branca ativa
E Uma ou mais cavidades em situação de lesão de cárie aguda
F Presença de dor e/ou abscesso

A divisão em grupos (A, B, C, D, E, F) é proposta para facilitar a referência dos indivíduos que necessitem de
tratamento odontológico, segundo suas necessidades mais imediatas, para as Unidades Básicas de Saúde, no caso de
ações coletivas. Naqueles que já estão em tratamento na Unidade de Saúde, essa classificação pode orientar um
agendamento mais propício para cada caso, em que os que apresentam um quadro mais grave devem ser atendidos
com maior freqüência.

c-) Exposição a produtos fluorados segundo o grupo de risco

A possibilidade de acesso à água de abastecimento público fluoretada deve ser universal. Entretanto, há situações
em que isto não acontece, seja em comunidades rurais ou mesmo em alguns núcleos urbanos. No Quadro 3 são
apresentadas recomendações para exposição dos indivíduos a diferentes combinações de produtos fluorados, segundo
o grupo de risco, considerando-se a condição de acesso à água fluoretada.
A escolha do produto fluorado dependerá, entre outros aspectos, dos recursos disponíveis, da facilidade de
aplicação da técnica e do grupo populacional – alvo da ação programática.

Quadro 3 – Exposição individual a produtos fluorados segundo o grupo de risco e o acesso à água fluoretada.

GRUPO ACESSO À ÁGUA FLUORETADA


Sim Não
A Dentifrícios Dentifrícios
Bochechos
Dentifrícios Dentifrícios
B, C, D, E, F Géis/Vernizes Bochechos*
Géis/Vernizes

Nota: Embora esta classificação se refira a indivíduos, sua finalidade é auxiliar na tomada de decisão sobre ações
coletivas. Assim, para facilitar a operacionalização das ações, recomenda-se levar em consideração a situação
epidemiológica em cada local onde a ação coletiva será realizada. Dessa forma, a situação epidemiológica deve ser a
base para a tomada de decisão. Por exemplo: mesmo em indivíduos com acesso à água fluoretada, bochechos
fluorados* (desde que realizados semanalmente, totalizando, no mínimo, 25 aplicações durante um ano) podem estar
indicados quando o valor do Índice CPO-D for maior que 3 aos 12 anos; ou se a proporção de indivíduos de 12 anos
com índice CPO-D igual a zero for menor do que 30%.

d-) Freqüência do uso de produtos fluorados

A aplicação do flúor pode ser realizada em espaços coletivos ou nas Unidades Básicas de Saúde, de acordo com
o risco apresentado pelo paciente. O Quadro 4 refere-se à freqüência de aplicação dos diferentes produtos fluorados,
considerando-se a condição de acesso à água fluoretada.

Quadro 4 – Freqüência da aplicação de produtos fluorados segundo o acesso à água fluoretada.

PRODUTO ACESSO À ÁGUA FLUORETADA


Sim Não
DENTIFRÍCIOS Diário Diário
BOCHECHOS Diário na concentração de 0,05% ou
FLUORADOS _ semanal na concentração
de 0,2%
GÉIS/VERNIZES Fluorterapia intensiva, enquanto Fluorterapia intensiva,
FLUORADOS condições de alto risco forem enquanto condições de alto risco
detectadas forem detectadas

Nota: Há várias estratégias e controvérsias em relação à freqüência da fluorterapia intensiva. Levando-se em


consideração a possível influência da ação educativa, medidas intensivas de aplicação de flúor conduzidas durante 4
(quatro) semanas consecutivas são recomendadas, sendo reduzidas gradativamente para 2 (duas) no mês seguinte e
finalmente para 1 (uma) semana no terceiro mês. Flexibilizações nessa freqüência são possíveis em função da
reclassificação do risco do indivíduo. Nesse sentido, a avaliação de sangramento gengival e o índice de placa são

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 53


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
aspectos que podem ser considerados. A ausência de resultados positivos pode estar relacionada a indivíduos que
mereçam avaliação clínica e microbiológica mais detalhada.

Estas recomendações estão baseadas em minuciosa revisão da literatura científica e expressam uma (mas não a
única) possibilidade de consenso sobre o assunto. Dadas as características da produção científica, prevê-se a edição
de novas “Recomendações” no futuro, sendo fundamentais nesse processo dinâmico de aperfeiçoamento, as
contribuições decorrentes das experiências daqueles que estão à frente dos serviços.

O texto de apoio para a elaboração destas Recomendações poderá ser consultado no site www.saude.sp.gov.br

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

O Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira

• Organizado solidamente desde meados dos anos 70


• Inspirado na Reforma Sanitária Italiana
• Participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde e organizações populares e sindicais
• Objetivo: construção de política de saúde efetivamente democrática = reformar o setor

Luta pela garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços

a
8 Conferência Nacional de Saúde - 1986

• Marco do Movimento Sanitário Brasileiro


• Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história dos movimentos sociais
• Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988

• Conceito ampliado da saúde


• Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado
• Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde

Constituição Federal de 1988

Título VIII – DA ORDEM SOCIAL


Capítulo II

Seção II - Da Saúde

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei,
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros
e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. (*) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
Parágrafo único. O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
(*) Emenda Constitucional nº 29, de 2000.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


§ 1 º . As instituições privadas poderão participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem
fins lucrativos.
§ 2 º . É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins
lucrativos.
§ 3 º . É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País,
salvo nos casos previstos em lei.
§ 4 º . A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 54


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para
consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Regulamentação do S.U.S. (Lei Orgânica da Saúde – L.O.S.)

LEI 8.080, de 19 de setembro de 1990: (anexo - texto completo da lei)


Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências.
Brasília: Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, 20/09/90. Brasília: Imprensa Nacional.

Lei 8.142, de 29 de dezembro de 1990: (anexo - texto completo da lei)


Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS – e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde e outras providências.
Brasília: Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, 30/12/90. Brasília: Imprensa Nacional.

Conselhos de Saúde

• Usuários acompanham e fiscalizam a execução da política de saúde e participam da formulação das estratégias do
SUS.
• Participação da comunidade: Garantida a partir da Lei 8142/90
• Instituiu os Conselhos e as Conferências de Saúde como instância de controle social do SUS nas três esferas de
governo.

• 50% da composição das conselhos é formada por representantes de usuários do SUS, 25% por trabalhadores de
saúde e 25% por prestadores e gestores.

• Os conselhos de saúde, nacional, estadual ou municipal têm garantido por lei a paridade entre os usuários do SUS
(50%) e os prestadores de serviços, profissionais de saúde e gestor/governo (50%), independente do número de
conselheiros.

A comunidade, não apenas o governo, deve participar das decisões, propor ações e programas para resolução de seus
problemas de saúde e, principalmente, controlar a qualidade e o modo como está sendo desenvolvida a oferta de
atenção. Deve ainda fiscalizar a aplicação dos recursos públicos destinados à saúde.

Princípios do SUS

Baseado nos preceitos constinucionais, a construção do SUS norteia-se pelos seguintes princípios doutrinários:

• UNIVERSALIDADE
• EQUIDADE
• INTEGRALIDADE

Os princípios que regem a organização do SUS são:

• REGIONALIZAÇÃO ou HIERARQUIZAÇÃO
• DESCENTRALIZAÇÃO ou MUNICIPALIZAÇÃO
• PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS

UNIVERSALIDADE

• Todos as pessoas tem direito ao atendimento independentemente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de
emprego, renda, etc
• A saúde é direito de cidadania e dever dos governos municipal, estadual e federal

EQUIDADE

• Todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme suas necessidades
• Deve-se considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, os serviços de saúde
devem trabalhar de acordo com cada necessidade.
• O SUS deve tratar desigualmente os desiguais

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 55


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
INTEGRALIDADE

• As ações devem ser combinadas e voltadas, ao mesmo tempo, para a prevenção e a cura
• O atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença
• É preciso garantir acesso as ações de:
- Promoção
- Proteção
- Recuperação

• Promoção:
Envolve ações também em outras áreas, como habitação, meio ambiente, educação.
• Proteção:
Saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e sanitária, etc...
• Recuperação:
Atendimento médico, odontológico, tratamento e reabilitação para os doentes.

REGIONALIZAÇÃO ou HIERARQUIZAÇÃO

• Território como unidade de trabalho


• O acesso deve dar-se por intermédio dos serviços do nível primário de atenção, este deve resolver os principais
problemas de demanda
• Os problemas mais complexos devem ser referenciados

DESCENTRALIZAÇÃO

• Redistribuição de responsabilidades pelas ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo
• Quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto
• MUNICIPALIZAÇÃO
• Ao município cabe a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde, diretamente voltadas para os
seus cidadãos

PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS

• Garantia constitucional de que a população poderá participar do processo de formulação das políticas de saúde e de
controle de sua execução em todos os níveis, desde o federal até o local
• Essa participação deve dar-se nos conselhos de saúde

Normas Operacionais Básicas(N.O.B.)

• Normatização do S.U.S.
• “refletem a intenção do Estado em cumprir a Constituição” (Romano, 1998)
• Detalhamento maior da Lei Orgânica

• NOB 01/91 – pagamento por produção = repasse da verba de acordo com os procedimentos realizados no município

• NOB 01/93, portaria 545 – discute teses da descentralização


-gestão municipal incipiente
-gestão municipal parcial
-gestão municipal semi-plena
(de acordo com a capacidade do município)

• NOB 01/96:
• Criação do PAB – valor per capita
• Repasse fundo a fundo (Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Municipais de Saúde)
• Dois tipos de gestão municipal:
-plena da atenção básica
-plena do sistema

11º Conferência Nacional de Saúde

16 a 19 de dezembro de 2000

RELATÓRIO FINAL
Efetivando o SUS:
Acesso, Qualidade e Humanização na Atenção à Saúde, com Controle Social

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 56


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Os participantes da XI CNS entendem que a assistência a saúde bucal é insuficiente e restrita a poucos procedimentos,
ofertados a determinados grupos , o que não contempla as reais necessidades de promoção da saúde bucal da
população brasileira.

Desta forma propõem:


•a) Implementar no SUS um programa de saúde bucal;
•b) Garantir o atendimento médico/odontológico para pacientes especiais;
•c) Promover e fiscalizar a fluoretação da água de todos os sistemas de abastecimento e das pastas de dente
comercializadas no país;
•d) Criar incentivos para a implementação de serviço de saúde bucal (prevenção e tratamento integral) para os
municípios, garantindo a referência e contra-referência no atendimento odontológico.

12º Conferência Nacional de Saúde

07 a 11 de dezembro de 2003

Saúde Bucal: Ampliar e assegurar o acesso às ações integrais de saúde bucal em todo o SUS, estendendo-as a todas
as faixas etárias, segundo a recomendação da OMS, incluindo:

I. atendimento básico, prótese, endodontia, tratamentos correlatos de reabilitação, atenção a pessoas com
necessidades especiais, e outras especialidades;
II. promoção e prevenção à saúde bucal em todas as faixas etárias mediante a orientação para a escovação e para
limpeza da cavidade bucal dos recém-nascidos após a mamada;
III. a ênfase para as crianças e outros grupos de maior risco;
IV. a distribuição trimestral gratuita de escova e creme dental fluoretado em todas as escolas públicas desde a creche
até a oitava série do ensino fundamental;
V. as equipes de saúde bucal, que devem incluir um dentista, um técnico em higiene dental (THD) e um atendente de
consultório dentário (ACD), com trabalho em tempo integral, com isonomia salarial, em conformidade com a Norma
Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUS) e realização de concurso público para seleção e contratação
dos profissionais;
VI. a garantia de fornecimento trimestral de kits de higiene bucal para o desenvolvimento de atividades educativas nos
municípios;
VII. a exigência de “escovatórios” próximos aos refeitórios das creches, das escolas de ensino fundamental e nas
unidades básicas;
VIII. o fornecimento de orientação alimentar nas creches e escolas, com vistas a uma merenda mais saudável e menos
cariogênica, com recomendação do consumo de alimentos prescritos por nutricionistas e prevenção de doces e
refrigerantes nas cantinas escolares;
IX. a formação de agentes promotores de saúde bucal e educação nutricional nos currículos das 7ª e 8ª séries das
escolas de ensino fundamental para garantir os programas de promoção e prevenção em saúde bucal das crianças na
faixa etária entre 2 e 14 anos;
X. a garantia de aumento do volume de recursos destinados a essas
ações e o incentivo financeiro em todas as esferas de governo destinado às equipes de saúde bucal;
XI. o incentivo à implantação de referência de especialidades definindo no Plano Diretor Regional as responsabilidades
dos gestores que o integram.

13º Conferência Nacional de Saúde

14 a 18 de novembro de 2007

“É chegada a hora do momento mais esperado pelos conselheiros de saúde de todo o País, a Conferência Nacional de
Saúde. Após quatro anos da realização da 12ª Conferência Nacional de Saúde, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e
o Poder Executivo irão convocar a 13ª Conferência Nacional para os dias 14 a 18 de novembro de 2007, em Brasília -
DF.”
O tema da Conferência será: Saúde e qualidade de vida: Política de estado e desenvolvimento, esse será o tema da 13ª
Conferência Nacional de Saúde que foi aprovada na reunião ordinária do CNS, nos dia 12 e 13 de fevereiro de 2007.

Calendário da 13ª Conferência Nacional de Saúde


Etapa Municipal – 1ª de abril a 5 de agosto de 2007;
Etapa Estadual – 15 de agosto a 15 de outubro de 2007;
Etapa Nacional – 14 a 18 de novembro de 2007.

Estratégia Saúde da Família PSF

Em 1991 é lançado o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) – Família como unidade de ação
programática.

Com os bons resultados do PACS, principalmente na redução dos índices de mortalidade infantil, buscou-se uma
ampliação e maior resolutividade das ações e, a partir de 1994, começaram a ser formadas as primeiras equipes de
Saúde da Família.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 57


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Programa Saúde da Família foi introduzido, pelo Ministério da Saúde em 1994.

De acordo com o documento oficial do Ministério da Saúde, no qual estão explicitados os princípios do PSF, a
estratégia de Saúde da Família “reafirma e incorpora os princípios básicos do SUS”.

A base operacional desse novo sistema é a Unidade de Saúde da Família (USF), que tem como princípios:
- Caráter substitutivo
- Integralidade e hierarquização
- Territorialização e adscrição da clientela
- Equipe multiprofissional

Caráter substitutivo:
Não significa a criação de novas estruturas de serviços, exceto em áreas desprovidas, e sim a substituição das
práticas convencionais de assistência por um novo processo de trabalho, cujo eixo está centrado na vigilância à saúde;

Integralidade e hierarquização:
A USF está inserida no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de saúde, denominado atenção
básica. Deve estar vinculada à rede de serviços de forma que se garanta atenção integral aos indivíduos e famílias e
seja assegurado a referência e contra-referência para os diversos níveis do sistema, sempre que for requerido maior
complexidade tecnológica para a resolução dos problemas identificados na atenção básica;

Territorialização e adscrição da clientela:


Trabalha com território de abrangência definido e é responsável pelo cadastramento e acompanhamento da
população adscrita a esta área. Recomenda-se que uma equipe seja responsável pelo acompanhamento de, no
máximo, 4.500 pessoas;

Equipe multiprofissional:
A ESF é composta minimamente por 1 médico generalista ou médico de família, 1 enfermeiro, 1 auxiliar em
enfermagem e de 4 a 6 ACS. O número de ACS varia de acordo com o número de pessoas sob a responsabilidade da
equipe – numa proporção média de um agente para 500 pessoas acompanhadas.

A Saúde da Família constitui uma estratégia para a organização e fortalecimento da Atenção Básica como o primeiro
nível de atenção à saúde no SUS
Procura o fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a qualificação e reorientação das práticas de
saúde embasadas na Promoção da Saúde

Responsabilidades da equipe do PSF

Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas de saúde mais comuns e
situações de risco aos quais a população está exposta;
Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância
epidemiológica, nos diversos ciclos da vida;
Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso;
Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, buscando contactos com
indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde por meio da educação sanitária;
Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes na comunidade para o
enfrentamento conjunto dos problemas;
Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos de
saúde e as bases legais que os legitimam;
Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no Conselho Municipal de Saúde.

“A noção de consulta é superada por outra ação de maior amplitude, que passa a ser concebida como cuidado, uma
nova atitude frente aos processos de saúde-doença da comunidade”

Saúde da Família
Equipe de Saúde Bucal

•Portaria-MS 1.444 (28/12/2000)


- modalidade I: CD, ACD
- modalidade II: CD, THD e ACD

•Art.1- Criar o incentivo de Saúde Bucal para o financiamento de ações e da inserção de profissionais de saúde bucal
no PSF.
•Art. 3- Os municípios que se qualificarem às ações receberam incentivo financeiro anual.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 58


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Composição Básica:

• Médico
• Enfermeiro
• Auxiliares de enfermagem
• Agentes comunitários de saúde

• Cirurgião-Dentista
• Auxiliar de consultório dentário e/ou
• Técnico de higiene dental

De acordo com a Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006:

Competências do Cirurgião Dentista:

• I – Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em
saúde bucal
• II – Realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências e
pequenas cirurgias ambulatoriais.
• III – Realizar a atenção integral em saúde bucal (proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva, a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de
acordo com o planejamento local, com resolubilidade.
• IV – Encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência, mantendo sua
responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento.
• V – Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais.
• VI – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe
Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar.
• VII – Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF.
• VIII – Realizar supervisão técnica do THD e ACD.
• IX – Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.

Competências do Técnico em Higiene Dental:

• I – Realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção, assistência e reabilitação) individual e coletiva a
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo programação e de acordo com suas competências
técnicas e legais.
• II – Coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos.
• III – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe
Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar.
• IV – Apoiar as atividades dos ACD e ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal.
• V – Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.

Competências do Auxiliar de Consultório Dentário:

• I – Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante
planejamento local e protocolos de atenção à saúde.
• II – Proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados.
• III – Preparar e organizar instrumental e materiais necessários.
• IV – Instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos.
• V – Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos.
• VI – Organizar a agenda clínica.
• VII – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe
Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar.
• VIII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.

RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS GESTORAS EM ATENÇÃO BÁSICA

Federal
Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica
Co-financiar o sistema de atenção básica
Ordenar a formação de recursos humanos
Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da atenção básica
Manter as bases de dados nacionais

Estadual
Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu território
Regular as relações inter-municipais
Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em seu território
Co-financiar as ações de atenção básica
Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu território.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 59


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Municipal
Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território
Contratualizar o trabalho em atenção básica
Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência)
Co-financiar as ações de atenção básica
Alimentar os sistemas de informação
Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão.

Condições da Saúde Bucal da População Brasileira - SB Brasil

• Exames realizados entre maio de 2002 e outubro de 2003,


(estudo publicado em 2004).
• Equipes com um CD e um auxiliar (anotador).
• Populações urbanas e rurais.
• 250 municípios das 5 regiões do país.
• 108.921 pessoas.
• Faixas etárias
18 a 36 meses / 5 anos / 12 anos / 15 a 19 anos / 35 a 44 anos / 65 a 74 anos.

Foram obtidos dados relativos à:


Cárie Dentária
Doença Periodontal
Edentulismo
Anormalidades dentofaciais
Fluorose
Caracterização Socioeconômica
Acesso a Serviços Odontológicos
Autopercepção em Saúde Bucal

Cárie

Doença Periodontal

Doença Periodontal

Menos de 22% da população adulta e menos de 8% dos idosos apresentam gengivas sadias

• A percentagem de pessoas sem nenhum problema periodontal nas faixas etárias de:
15 a 19 = 46,2%
35 a 44 = 21,9%
65 a 74 = 7,9%

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 60


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
• Quanto a doença periodontal severa (bolsas periodontais), a percentagem de pessoas com bolsas periodontais
maiores que 4mm foi de:
15 a 19 = 1,3%
35 a 44 = 9,9%
65 a 74 = 6,3%

Uma pior condição foi encontrada na Região Sudeste na faixa de 35 a 44 anos e na Região Norte na faixa de 65 a 74
anos.

• Chama atenção o grande número de sextantes excluídos, este fato acaba gerando baixa prevalência de doença
periodontal severa, por exemplo na faixa etária 65 a 74 anos, onde 80% dos sextantes examinados foram excluídos.

Edentulismo

• Diferenças regionais são marcantes no uso e na necessidade de prótese dentária.


• Quanto ao uso, adolescentes das regiões Norte e Nordeste possuem as percentagens maiores de uso de algum tipo
de prótese dentária.
• Para adultos e idosos, um maior uso foi constatado na região Sul.
• As regiões Norte e Nordeste possuem uma maior necessidade de algum tipo de prótese dentária. Estas regiões
também Apresentavam uma maior percentagem de pessoas com necessidade de próteses totais.

Anormalidades Dentofaciais

• Na idade 5 anos, observa-se que a prevalência de problemas oclusais moderador ou severos foi de 14,5% no Brasil,
variando de um mínimo 5,6% na Região Norte e 19,4% na Região Sul.
• A prevalência da condição oclusal muito severa ou incapacitante foi cerca de 21% nas crianças de 12 anos e cerca de
19% em adolescentes de 15 a 19 anos.

Fluorose

• A prevalência de Fluorose foi cerca de 9% em crianças de 12 anos e de 5% em adolescentes de 15 a 19 anos no


Brasil.
• Para idade de 12 anos, os maiores índices foram encontrados nas regiões Sudeste e Sul (em torno de 12%) enquanto
que os menores nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (cerca de 4%).

Caracterização Socioeconômica

•Foram elaboradas perguntas como: Tipo de escola, Moradia, Posse de automóvel.


• Cerca de 74% dos adolescentes examinados frequentavam escola.
• Aproximadamente 93% escolas públicas, pouco mais de 6% escolas privadas.• Quanto à posse de automóvel, um
indicador direto de renda, cerca de 27% dos examinados na faixa etária de 35 a 44 anos possui um ou mais
automóveis.
• Cerca de 80% do total tem moradia própria.

Acesso a Serviços Odontológicos

•14 % de adolescentes nunca foram ao dentista.


- Existem diferenças regionais marcantes, menos de 6% dos adolescentes da região Sul relatam nunca ter ido ao
dentista, enquanto na região Nordeste este número chega a quase 22%.
• 3 % de adultos nunca foram ao dentista.
• 6 % de idosos nunca foram ao dentista.
• O Nordeste apresenta os piores índices.
• O Sul apresenta os melhores índices.
• Incidência de cárie é 49 % maior em regiões sem fluoretação na água.
• Somente 70 milhões são abastecidos por água fluoretada.

Auto percepção em Saúde Bucal

•A percentagem de pessoas relatando uma situação de saúde bucal péssima, ruim ou regular foi de:
15 a 19 anos = 44,7%
35 a 44 anos = 59,2%
65 a 74 anos = 43,6%
• A dificuldade mastigatória (regular/ruim/péssima) foi:
15 a 19 anos = 22,8%
35 a 44 anos = 43,8%
65 a 74 anos = 47,8%
• A prevalência da dor dentária (pouca/média/alta) nos últimos seis meses foi de 35,7% em adolescentes, 34,8% em
adultos e 22,2% em idosos.

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 61


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949
Programa Brasil Sorridente

No dia 17 de março de 2004 foi lançado em Sobral, no Ceará, o primeiro programa criado pelo governo federal voltado
para o setor odontológico.

Principais pontos do Programa:

- Distribuição kits de saúde bucal para alunos da rede pública


- Criação de milhares de empregos diretos para profissionais que trabalharão nos centros odontológicos.
- Construção de centros odontológicos com laboratórios de próteses, em municípios estratégicos, que servirão de
referência para suas regiões.
-Entrega de consultórios odontológicos para equipes de Saúde Bucal do Programa Saúde da Família (PSF).
- Crescimento do número de equipes de Saúde Bucal que atuam no PSF.
- Aumento da verba para custeio de ações em saúde bucal.
- Implantação da fluoretação em municípios que têm estações de tratamento e distribuição de água.
- Produção de próteses dentárias, inclusão de insumos odontológicos na Farmácia do Programa Saúde da Família
- Reorganização da Atenção Básica e Saúde Bucal da Família, implantação de uma política de rede, levantamento das
condições de saúde bucal da população brasileira.
- Formação dos trabalhadores em saúde bucal, parceria com o Ministério da Educação, Plano Nacional de Saúde no
sistema penitenciário, geração de empregos.

CEO – Centro de Especialidade Odontológica

Os Centros de especialidades Odontológicas estão preparados para oferecer à população, no mínimo, os seguintes
serviços:

- Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca.


- Periodontia especializada- Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros
- Endodontia
- Atendimento a portadores de necessidades especiais

• Centros com Prótese e Ortodontia

• Construção de aproximadamente 400 centros odontológicos em municípios estratégicos, que servirão de referência
para as suas regiões.

O tratamento oferecido no CEO é uma continuidade do trabalho realizado pela rede de atenção básica e no caso
dos municípios que estão na Estratégia Saúde da Família, pelas equipes de saúde bucal.

Os profissionais da atenção básica são responsáveis pelo primeiro atendimento ao paciente e pelo
encaminhamento aos centros especializados apenas casos mais complexos.

Para viabilizar a instalação dos CEOs, os incentivos financeiros dependem do tamanho das unidades. Os centros são
organizados conforme três modelos de consultório:

• Tipo I, que possui três cadeiras odontológicas, recebe R$ 40 mil para a aquisição de equipamentos e reforma ou
ampliação. Para a manutenção das atividades, os CEOs Tipo I recebem, mensalmente, um incentivo de R$ 6,6 mil;
• Tipo II possuem, no mínimo, quatro cadeiras odontológicas e recebem até R$ 50 mil. Mensalmente, um incentivo de
R$ 8,8 mil;
• Tipo III apresentam sete ou mais cadeiras e recebem até R$ 80mil reais. Mensalmente, um incentivo de R$ 15 mil.

Além da implantação de CEOs , há também a implantação de Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (


LRPD ) que são unidades próprias do município ou unidades terceirizadas credenciadas para confecção de próteses
totais ou próteses parciais removíveis.

Fases de um Planejamento

Conhecimento da realidade
Conhecimento epidemiológico
Hierarquização dos problemas
Definição de prioridades
Elaboração
Execução
Avaliação

ABITEP – SAÚDE COLETIVA, SUS E LEGISLAÇÃO_ 62


www.concursosdeodontologia.com.br odontologia@abitep.org.br Tel.: 11 3214 - 8949

Você também pode gostar