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Resumo de Amiodarona | Ligas


PERC
 6 min • 13 de out. de 2020

 Índice

1. Para que serve o remédio amiodarona?

2. Apresentação da amiodarona

3. Mecanismos de ação da amiodarona

4.Farmacocinética e Farmacodinâmica da
amiodarona

5. Indicações

6. Contraindicações

7. Efeitos adversos

8. Interações medicamentosas

9. Confira o vídeo:

A amiodarona é considerada um antiarrítmico de


classe III pela classificação de Vaughan Williams.
Isso significa que seu principal mecanismo de ação
é pelo bloqueio de canais de potássio em células do
marca-passo cardíaco.

Dessa forma, o fármaco prolonga o período


refratário e o potencial de ação das células auto
excitáveis, o que permite o reestabelecimento do
ritmo normal do coração.

Para que serve o remédio


amiodarona?
Diante disso, esse medicamento é utilizado
principalmente nas emergências cardíacas, como
taquiarritmias supraventriculares e ventriculares.

Esse fármaco apresenta estrutura análoga à


tiroxina e contém iodo na sua formulação. Ele pode
ser encontrado comercialmente como cloridrato
de amiodarona e na forma de comprimidos orais
ou ampolas injetáveis.

Apesar da sua importância terapêutica nas


arritmias, a amiodarona pode apresentar
propriedades pró-arrítmicas quando administrada
com medicamentos que prolongam o intervalo QT.
Dessa maneira, é importante considerar as
interações medicamentosas e as contraindicações
ao utilizar esse fármaco.

Apresentação da amiodarona
A amiodarona pode ser encontrada como
cloridrato de amiodarona e pelos nomes
comerciais: Ancoron®, Atlansil®, Miodon®. Ela
está disponível no mercado na forma de
comprimidos orais (200mg/comprimido) e
ampolas injetáveis (150mg/3ml).

Mecanismos de ação da
amiodarona
A amiodarona é classificada como um antiarrítmico
de classe III. Ela atua bloqueando os canais de
potássio das células auto excitáveis do coração. A
diminuição do efluxo desse íon durante a fase de
repolarização prolonga o período refratário efetivo
e o potencial de ação, o que pode ser observado no
eletrocardiograma pelo alargamento do intervalo
QT. Esse efeito da amiodarona permite que as
células do marca-passo cardíaco sejam capazes de
reestabelecer o ritmo de normal de contração
desse órgão.

Apesar de esse ser o mecanismo de ação


predominante a amiodarona, esse fármaco também
apresenta características de alfa bloqueadores e de
antiarrítmicos de classe I (bloqueadores de canais
de sódio), II (beta bloqueadores) e IV (bloqueadores
de canais de cálcio).

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Farmacocinética e
Farmacodinâmica da amiodarona
A administração da amiodarona pode ser feita pela
via oral ou pela via endovenosa. A via oral possui
absorção incompleta, com biodisponibilidade de
30-70%. Em decorrência dessa característica
farmacológica, pacientes que fizeram uso de
comprimidos orais podem demorar alguns dias
para apresentar seus efeitos.

Além disso, esse fármaco apresenta forte ligação


pelos tecidos e pode ser acumulado nos adipócitos
após uso prolongado. Apresenta meia vida longa e
variável, podendo durar de 10 a 100 dias. Em razão
dessas características, o paciente pode apresentar
efeitos da amiodarona semanas após o seu uso.

A amiodarona sofre biotransformação pela CYP3A4


e pela CYP2C8, sendo a via biliar sua principal
forma de eliminação.

Indicações
A amiodarona é indicada em arritmias associadas à
síndrome de Wolff Parkinson White, em
taquiarritmias ventriculares sintomáticas e
taquiarritmias supraventriculares sintomáticas,
como flutter e fibrilação atrial.

Esse é o principal antiarrítmico indicado em


parada cardiorrespiratória com ritmo chocável e
deve ser administrado após o 3º e o 5º choque.

Contraindicações
A amiodarona é contraindicada em pacientes com
bradicardia sinusal, bloqueio sino-atrial, doença do
nó sinusal e distúrbios de condução
atrioventricular. Esse medicamento não é
recomendado para pacientes com disfunções da
tireoide ou hipersensibilidade a qualquer
composto da sua formulação. Seu uso não é
indicado para gestantes e lactantes.

Além disso, a amiodarona é contraindicada em


associação com fármacos que possuem interação
medicamentosa.

Efeitos adversos
As reações adversas mais comuns da amiodarona
são a formação de depósitos na córnea,
fotossensibilidade cutânea e distúrbios
gastrointestinais, como náusea e vômito.

Outros efeitos comuns são bradicardia moderada,


pigmentação cinza-azulada da pele, fibrose
pulmonar e distúrbios tireoidianos, como
hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Também é possível ocorrer disfunções


neurológicos e hepatotoxicidade.

O aparecimento de arritmias e de torsades de


pointes pode ocorrer, mas é um efeito raro e que
costuma estar relacionado à associação de
amiodarona com fármacos que prolongam o
intervalo QT.

Interações medicamentosas
O uso de amiodarona em conjunto com
medicamentos que também prolongam intervalo
QT aumenta o risco de desenvolvimento de
taquiarritmia ventricular, como torsades de
pointes.

A amiodarona não deve ser utilizada com fármacos


inibidores de CYP3A4 e de CYP2C8. Como essas
enzimas são responsáveis pela biotransformação
desse medicamento, a sua inibição provoca
aumento na biodisponibilidade da amiodarona, o
que potencializa sua ação.

Substratos da CYP1A2, CYP2C9, CYP2D6 e


glicoproteína P também devem ser evitados. Isso é
devido à ação inibidora da amiodarona sobre essas
enzimas. Dessa maneira, a biotransformação
desses substratos é dificultada e a sua
biodisponibilidade no organismo aumenta.

Confira o vídeo:

Entenda: PARADA CARDIORRE…

Autores, revisores e orientadores:

Autor(a): Maria Beatriz Sales Lima –


@beatrizsaless_

Revisor(a): Joyce de Santiago Honorato –


@joycedesantiago

Orientador(a): Sandra Nívea dos Reis Saraiva Falcão

Liga: Programa de Educação em Reanimação


Cardiorrespiratória (PERC) – @perc_ufc

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