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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Objetivo de aprendizagem
Esperamos que neste último módulo você possa:
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INTRODUÇÃO
Apresentaremos neste módulo alguns conceitos centrais acerca da probabilidade
e da estatística. O desafio do professor está em mostrar que na Matemática não há
apenas uma lógica de raciocínio determinista, que busca estabelecer conclusões
precisas e exatas como resultado de um problema estudado, mas também uma
lógica probabilística, a qual permite estabelecer conclusões com diferentes
graus variáveis de probabilidade como resultado de um problema estudado.
Ao longo dos módulos anteriores, buscamos explicitar que a forma pela qual os
princípios e a organização da BNCC podem se materializar nos materiais didáticos
do Sistema de Ensino Poliedro depende predominante da prática docente, ou seja, a
eficiência e a eficácia do ensino dependem da capacidade do docente de explorar as
potencialidades e limitações do material didático, assim como de qualquer outro
recurso didático.
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Nesse módulo, mais uma vez, as reflexões girarão em torno dos
conceitos centrais associados aos objetos de conhecimento presentes nas
habilidades elencadas na unidade temática de Probabilidade e Estatística.
COMPETÊNCIAS
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A MATEMÁTICA É SEMPRE EXATA?
Para iniciar as reflexões, é importante pensar sobre a crença de que a matemática
é sempre exata. A exatidão existe quando se trabalha com modelos matemáticos
determinísticos, no entanto, dentro dessa unidade temática também devem ser
considerados os modelos estatísticos.
Modelo estatístico
Neste modelo são levados em conta os erros
inerentes aos resultados encontrados. O erro, nesse
sentido, não significa que algo foi feito errado, mas
sim que o valor encontrado é uma estimativa,
é o valor provável de acontecer.
Modelo matemático
Neste modelo, um exemplo em que se pergunta
qual é a área máxima de um quadrilátero com
perímetro de 20m, a resposta é 25m² e quando for
construído esse quadrilátero vai se perceber que
ele é um quadrado cujos lados medem 5m e a área
realmente será de 25m². Para se chegar ao
resultado, foi usado um modelo matemático,
também conhecido como modelo determinístico.
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Ao mesmo tempo, se o dado for lançado seis milhões de vezes, é bastante provável
que cada uma das faces aparecerá um valor próximo a um milhão de vezes. Nesse
contexto, deve ser notado que há um cálculo, mas o valor encontrado é uma
estimativa. Nesse caso, o modelo é um modelo estatístico, também conhecido
como modelo estocástico.
Além disso, para se chegar a esta conclusão teria de ser realizado um experimento
aleatório no qual os dados seriam coletados para depois serem organizados,
sistematizados, analisados e apresentados junto com as análises e conclusões.
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HABILIDADES DA UNIDADE TEMÁTICA
Para uma melhor exploração didática de conceitos e procedimentos, neste
texto as habilidades dessa unidade temática foram separadas segundo o vínculo
estabelecido com as duas áreas que dão nome a ela: a probabilidade e a estatística.
Apesar de essa separação não ser adequada, uma vez que muitos testes estatísticos
dependem do conhecimento da probabilidade, ela será admissível devido ao
foco nos objetos de conhecimento dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Objetos do
ANO Habilidades
conhecimento
(EF01MA20) Classificar eventos envolvendo o
acaso, tais como “acontecerá com certeza”, “talvez
1º Noção de acaso
aconteça” e “é impossível acontecer”, em situações
do cotidiano.
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Algumas pesquisas mostram que o baixo desempenho dos alunos nas avaliações
de larga escala, cujos itens se relacionam aos objetos de conhecimento desta unidade
temática, se deve ao fato de que as tarefas não são devidamente exploradas nas aulas e,
quando o são, acabam sendo feitas tarefas que não têm significado para os estudantes.
Nessa perspectiva, os alunos devem perceber e discernir entre os eventos nos quais
podem ocorrer:
Eventos em que
ocorrem fenômenos
Fenômenos casuais causais
Efetivamente aleatórios. Aqueles em que há uma
Exemplo: lançamento relação de causa e efeito.
de uma moeda. Exemplo: verificação se o
dia é ensolarado ou não.
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Esse discernimento é importante para que eles possam construir uma postura
crítica diante dos fenômenos casuísticos, que são aqueles que se apoiam em
inferências falsas, por vezes intencionalmente enganadoras, para sustentar
decisões que levam privilégios para alguns, às custas de prejuízos a outros.
Essa preocupação não está explícita na BNCC, mas uma análise mais
atenta das competências apresentadas no primeiro quadro pode desvelar
sua importância, se forem consideradas a presença desses fenômenos na
veiculação de notícias dos meios de comunicação, em relatórios científicos,
industriais e comerciais.
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Por fim, como foi amplamente sugerido
nos módulos anteriores, trazer o contexto
para a devida exploração dos conceitos e
procedimentos matemáticos, respeitando
a liguagem e a lógica própria dessa
área do conhecimento, é fundamental
para o desenvolvimento das habilidades
e competências propostas na BNCC.
Assim, também nessa parte da unidade temática, deve ser aproveitado o fato da
não percepção, da relevância da aleatoriedade e da probabilidade no cotidiano.
Exceto em situações particulares, é comum haver grande dificuldade em pensar
probabilisticamente e, sobretudo, quantificar a probabilidade.
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Um exemplo para compreender as demandas cognitivas e evidenciar
a exploração de tarefas que parecem não ter qualquer relação com a
probabilidade é o jogo da tartaruga, proposto inicialmente por Borin (1996).
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O quadro a seguir mostra uma forma de representar o espaço amostral desse jogo
para posterior ordenação:
BORIN, Júlia: Jogos e resoluções de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. 4 ed. São Paulo: IME-USP, 1996
Estes são conceitos e procedimentos centrais que devem fazer parte do conhecimento
do professor para que ele seja capaz de propor tarefas para que seus alunos
desenvolvam o pensamento probabilístico.
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ESTATÍSTICA
O quadro que vimos anteriormente com os objetos de conhecimento e habilidades
também traz informações inerentes a essa unidade temática.
Como observamos, uma ampliação proposta pela BNCC, no que se refere à
estatística, é a formação para o desenvolvimento de pesquisa. Antes, as práticas
docentes mais recorrentes se limitavam à elaboração e à interpretação de tabelas
e gráficos. Agora, o documento aponta para a necessidade de desenvolver
habilidades no sentido de pesquisa e da coleta de dados, requerendo dos alunos conhe-
cimento semelhante àqueles necessários nas pesquisas acadêmicas, de desenvolvimento
de produtos e serviços e de opinião pública.
Muitas são as teorias que podem ajudar o professor nesse processo. Uma delas, a
mais difundida no Brasil, é a do Ciclo Investigativo – PPDCA. Veja:
Problema ser investigado. Em geral, o professor deve usar algum pretexto (texto, artigo, vídeo, jogos,
situação-problema etc.) para que em uma roda de conversa com a turma toda seja definido um
tema e seus elementos a serem estudados.
Inclui a definição das ações para a investigação, além de esclarecer as metas e objetivos
pretendidos, definindo o melhor caminho para atingi-los. Nesta fase, o professor deve tornar
Planejamento claro que é preciso definir os objetivos da pesquisa e o caminho metodológico para que eles
possam ser cumpridos. É nesta fase também que ocorre a organização dos trabalhos a serem
produzidos. Dentre esses trabalhos está a definição da população que será investigada e a
forma da coleta, tratamento e registo dos dados.
Dados Inclui o processo de coleta de dados e seu registro. Após a conclusão da coleta, os dados estão
em seu estágio bruto, isto é, sem qualquer tratamento, que será feito na próxima etapa.
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VARIÁVEIS
Outro conhecimento essencial que o professor precisa ter se refere aos tipos de
variáveis, que devem orientar a seleção dos gráficos:
TIPOS DE VARIÁVEIS
Para retirar uma amostra de uma população não basta simplesmente extrair um
número qualquer de elementos, mas sim escolher um método para selecionar os
elementos que irão compor a amostra. O tamanho da amostra depende também do
método escolhido. O importante é que a amostra mantenha proporcionalmente as
características da população.
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FINALIZAÇÃO
Vimos aqui que para desenvolver uma pesquisa com
coleta de dados é de essencial importância manter
a coerência e rigor na definição dos objetivos, na
seleção e desenvolvimento do método escolhido
para a coleta e tratamento dos dados.
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SAIBA MAIS
Livros:
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LOPES, Celi Espasandin. Educação Estatística no Curso
de Licenciatura em Matemática. Bolema. Boletim de
Educação Matemática. UNESP. Rio Claro. Impresso, v.27,
n.47, p. 901-915, 2013.
Leitura Complementar:
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REFERÊNCIAS
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KAPUT, J.; BLANTON, M. Characterizing a classroom
practice that promotes algebraic reasoning. Journal for
Research in Mathematics Education, Boston, v. 36, n. 5, p.
412– 446, 2005.
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A BNCC DE MATEMÁTICA PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
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