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INFLUÊNCIAS SOBRE A QUALIDADE DA DECISÃO

NA TOMADA DE DECISÃO EM GRUPO

Artur Barretti Mascarenhas


Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
arturmascarenhas@usp.br

1. INTRODUÇÃO

Em grande parte das organizações, a tomada de decisão é uma atividade constante,


presente em diversas esferas de sua estrutura e permeando diversos aspectos de suas atividades.
Embora, em muitos aspectos, a tomada de decisão possa parecer uma atividade individual, muitas
das decisões tomadas nas organizações têm componentes coletivos ou sociais. Dessa maneira, os
estudos sobre a efetividade da tomada de decisão em grupo passam a ser de grande importância
para as organizações (BRODBECK et al., 2007), inclusive com maior foco nos componentes
sociais relacionados ao contexto da decisão (TINDALE e WINGET, 2019; TINDALE e
KLUWE, 2015).
Uma das maneiras de avaliar a efetividade ou a qualidade de uma tomada de decisão nas
organizações é por meio da qualidade de seu processoi. Diversos estudos normativos e
prescritivos oferecem orientações sobre etapas pelas quais um processo decisório deve passar a
fim de garantir sua qualidade (McNAMEE e CELONA, 2007; SPETZLER et al., 2016). Dessa
forma, o que caracteriza uma boa decisão não é seu resultado e sim o rigor com que o processo
foi conduzido.
Em relação à qualidade da tomada de decisão nas organizações, pode ser senso comum
esperar que, em princípio, grupos deveriam tomar melhores decisões que indivíduos, uma vez
que o grupo poderia oferecer maior capacidade cognitiva para a tomada de decisão (TINDALE e
WINGET, 2019; TINDALE e KLUWE, 2015). No entanto, em determinados contextos, alguns
vieses individuais podem ser exacerbados de maneira tal a mitigar a superioridade da tomada de
decisão em grupo e tornando a qualidade de sua decisão inferior à tomada de decisão individual
(TINDALE e WINGET, 2019, KERR et al., 1996).
Além disso, é possível identificar, na literatura descritiva de tomada de decisão em grupo,
fenômenos de conformidade, como o groupthink (JANIS, 1972), de assimetria de informações,
como o hidden profile (STASSER e TITUS, 1985) e a polarização de grupo (MYERS, 2010) que
podem levar a decisão de grupo a uma tomada de decisão de qualidade inferior.
Embora seja reconhecido que esses fenômenos que prejudiquem a qualidade da decisão,
poucos trabalhos se aprofundam em investigar as relações entre os problemas na tomada de
decisão em grupo e as etapas do processo decisório e, portanto, em que momento da tomada de
decisão a qualidade da decisão pode ser por eles comprometida. E uma vez que seja possível
identificar relações entre a qualidade da decisão e os problemas na tomada de decisão em grupo,
também parece importante identificar possíveis maneiras de mitigar seus efeitos.
Não obstante, embora a literatura prescritiva ofereça diversas técnicas para melhorar a
qualidade da decisãoii, é possível observar que, em suas atuações profissionais, consultores e
facilitadores podem utilizar diferentes técnicas desenvolvidas por metodologias proprietárias
cujas definições e efetividade não são encontradas na literatura, criando uma lacuna entre teoria e
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prática na tomada de decisão em grupo – uma atividade de importância central na gestão de
organizações.
Como observado por Brown (2006), muitas vezes, consultores e outros praticantes que
não tenham interesse acadêmico raramente publicam seus trabalhos, o que poderia ajudar na
evolução desse conhecimento. Dessa forma, aparentemente, tanto uma parte substancial da
literatura prescritiva não é aplicada na prática quanto grande parte do que é realizado na prática
não chega a integrar estudos acadêmicos. Sendo assim, parece importante buscar um
entendimento sobre como essas técnicas – tanto as contidas na literatura quanto as aplicadas na
prática - podem atuar de maneira efetiva, melhorando a qualidade da decisão nas organizações.
Considerando a lacuna identificada na literatura – a possível diferença entre teoria e
prática no que diz respeito à tomada de decisão em grupo nas organizações – o problema de
pesquisa deste trabalho pode ser definido como: Como os problemas na tomada de decisão em
grupo e as técnicas de grupo oferecidas tanto pela literatura prescritiva quanto por
praticantes afetam a qualidade da decisão?
Para responder o problema de pesquisa deste trabalho, será necessário observar as
relações entre três áreas de conhecimento bem definidas, sob a luz da qualidade da decisão: as
literaturas descritiva e prescritiva sobre tomada de decisão em grupo e as práticas em decisão em
grupo, representadas neste trabalho pela atuação de consultores e facilitadores dentro das
organizações.
Assim, este trabalho busca entender, quais etapas do processo decisório podem estar mais
vulneráveis a problemas na tomada de decisão de grupo, como eles prejudicam a qualidade da
decisão e como determinadas técnicas podem ajudar a contornar esses problemas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Tomada de decisão
Para Simon (1979), tomada de decisão é um processo cognitivo que resulta na seleção de
um curso de ação dentre diversas alternativas. Para Yu (2011), o processo de tomada de decisão
busca atingir resultados associados a cada alternativa, por meio de preferências, que podem
envolver diversos fatores de interesse, como objetivos, desejos, valores e “toda gama de
utilitarismo objetivo ou subjetivo que esteja ligado ao indivíduo ou a grupos nas organizações”.
Dessa forma, pela visão normativa – ou seja, como indivíduos deveriam tomar decisões -
a tomada de decisão deve ser considerada um processo racional, uma vez que o tomador de
decisão deliberadamente busca um objetivo, gera alternativas para atingi-lo, associa cada
alternativa a um possível desfecho e avalia esses desfechos a fim de tomar sua decisão. A partir
da visão normativa da literatura, partem vertentes prescritivas da tomada decisão: uma delas é a
“Análise da Decisão” (“decision analysis”, em tradução livre). Para Raiffa (1968), a tomada de
decisão sob incerteza deve seguir um determinado curso: (i) listar as opções disponíveis e
viáveis; (ii) listar os eventos que podem ocorrer; (iii) organizar em ordem cronológica a
informação que se pode obter e as escolhas que podem ser feitas a medida que o tempo passa;
(iv) decidir o quão desejável são as consequências que resultam de cada possível curso de ação;
(v) julgue quais as chances de que um evento incerto pode ocorrer.
No contexto organizacional, Yu (2011) afirma que tomar decisões é um dos momentos

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mais críticos na administração de qualquer organização, uma vez que a tomada de decisão
envolve alocar recursos de forma irreversível, pois uma vez que se escolhe uma alternativa que
combine os tais recursos e os possíveis caminhos de ação, reverter a decisão sempre envolverá
perdas.
Nesse sentido, é importante entender que a tomada de decisão nem sempre é um
expediente individual. Grupos são uma parte importante da estrutura organizacional (DEVINE et
al., 1999) e podemos afirmar que certos problemas na tomada de decisão vão além do escopo da
tomada de decisão individual, de forma que é fundamental entender a dinâmica da tomada de
decisão em grupo como uma esfera distinta de decisão individual (JONES e ROELOFSMA,
2000).
2.1.1. Tomada de decisão em grupoiii
No contexto organizacional, é possível observar que é crescente a adoção de estruturas
que privilegiem a interdependência e o trabalho em grupo, visando estimular a troca de
informações entre seus colaboradores, disseminando conhecimento e expertise e potencializando
a inovação e decisões em grupo de alta qualidade (JACKSON, 1992).
O que diferencia a decisão de grupo da decisão individual é a existência de mais de uma
fonte de informações, perspectivas, agendas, motivações, opiniões e experiências prévias que
devem ser combinadas para que se tome uma decisão, inseridos em um contexto sob o qual agem
influências cognitivas, sociais e organizacionais (ORASANU e SALAS, 1993; JONES e
ROELOFSMA, 2000; DUFFY, 1993).
Dentro do processo decisório em grupo, Tindale e Winget (2019) identificaram duas
dimensões conceituais na literatura de tomada de decisão em grupo: a intensidade de interação ou
troca de informações que é possível entre os membros do grupo e como a decisão final é atingida.
Em um extremo, uma tomada de decisão em grupo pode ser feita simplesmente agregando-se as
preferências de seus membros, sem qualquer tipo de interação entre eles e sem que os mesmos
tenham controle sobre a decisão final. No outro extremo, é possível que uma tomada de decisão
em grupo possa basear-se em uma intensa interação e troca de informação entre seus membros
até que a decisão final seja atingida por consenso. Dentro desses dois extremos, existem nuances
e variações que implicam em outros tipos de processo decisório de grupo.

2.2 Qualidade da decisão


Para McNamee e Celona (2007), em primeiro lugar, é necessário fazer uma distinção
entre a tomada de decisão e seu resultado. Julgar a qualidade da decisão por seu resultado
significa que se considera apenas a alternativa de curso de ação adotada em detrimento de todas
as alternativas rejeitadas, de forma que não se vê, de fato, se a melhor alternativa foi a escolhida.
Além disso, embora um bom resultado seja o desejo de quem está decidindo, ele pode ser
influenciado pelo acaso.
Dessa forma, é preciso pensar na qualidade da decisão a partir de seu processo,
considerando o cumprimento de suas etapas e consideração adequada de seus elementos, como
informações, alternativas, objetivos e sua lógica. Assim, uma decisão de boa qualidade é a que
maximiza as chances de bons resultados.
Para que seja possível maximizar a qualidade do conteúdo e das pessoas envolvidos no
processo, é importante observar a qualidade de seis elementos envolvidos na tomada de decisão
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em grupo: (i) definição apropriada do problema; (ii) alternativas criativas e factíveis; (iii)
informação confiável e relevante; (iv) objetivos claros e seus tradeoffs; (v) argumentação
logicamente válida e (vi) compromisso para a ação. Uma vez que seja possível obter uma boa
qualidade em cada um desses seis elementos, pode-se dizer que o grupo produziu uma decisão de
boa qualidade, independentemente de seu resultado.
2.3 Problemas na decisão em grupo
Jones e Roelofsma (2000) observam que fenômenos na tomada de decisão em grupo
podem ocorrer, por exemplo, por problemas de coordenação, cooperação e comunicação entre
seus membros e que, portanto, é preciso um melhor entendimento sobre os fenômenos na tomada
de decisão em grupo e os fatores que podem promovê-los. Para os autores, problemas de grupo
podem ser originados por limitações cognitivas individuais, contexto social ou política
organizacional, além do que chamam de vieses de inferência social, originados pela interação de
seus diversos membros, com características individuais imersos em um contexto social
específico.
2.3.1 Groupthink
Entende-se como groupthink o fenômeno em que um grupo suspende seu julgamento
racional em prol da coesão social do grupo (JANIS, 1972; JANIS e MANN, 1977). Para Janis
(1972), o groupthink representa “uma deterioração da eficiência mental, de teste de realidade e de
julgamento moral resultantes de pressões de grupo” (Pág. 9).
Para Jones e Roelofsma (2000), grupos sujeitos ao groupthink tornam-se mais
preocupados em atingir um consenso do que sobre como esse consenso foi alcançado. Esse
fenômeno pode causar no grupo uma sensação de invulnerabilidade; crença na moralidade
inerente do grupo; racionalização coletiva; autocensura; ilusão de unanimidade; autoproclamação
de “guardiões do debate”, que evitam a disseminação de ideias contrárias à ideia vigente; pressão
por conformidade que, por sua vez, pode levar pessoas discordantes a serem estereotipadas de
alguma forma (JANIS, 1991). Em caso de groupthink, é possível observar alguns sintomas na
tomada de decisão como uma etapa de geração de alternativas incompleta, consideração de
poucos objetivos e pobreza na busca por informações (JANIS e MANN, 1977).
2.3.2 Hidden profile
Em 1985, Stasser e Titus publicaram o estudo intitulado “Pooling of unshared
information in group decision making: biased information sampling during discussion” em que
investigavam o efeito da distribuição assimétrica da informação dentre os membros de um grupo
em relação à qualidade da decisão final. Eles observaram que, em situações de decisão em grupo
por consenso, em que os membros interagem e discutem entre si as possíveis alternativas de
resolução de problema até atingir uma decisão, muitas vezes não se troca informação de maneira
adequada para atingir a melhor solução: as informações possuídas por todos os membros do
grupo têm peso muito maior na tomada de decisão do que as informações possuídas apenas por
um de seus membros.
Isso acontece porque as discussões e trocas de informação entre os membros raramente
seguem um método sistemático. Pelo contrário: na maior parte das vezes, o foco está em
informações particulares, visando apoiar um consenso emergente no grupo, ignorando outras
informações que poderiam ir de encontro a tal consenso. Um dos motivos do enviesamento da
discussão na tomada de decisão em grupo é a distribuição de informação entre os membros antes
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de sua interação. A esse tipo de situação, Stasser (1988) atribuiu o termo “hidden profile” (“perfil
oculto”, em tradução livre).
Dessa maneira, pode-se considerar que uma das consequências desse enviesamento na
troca de informações é que, muitas vezes, as informações menos discutidas são fundamentais
para que o grupo tome a melhor decisão e, como há vieses na troca desse tipo de informação, os
grupos tomam decisões de qualidade inferior (SOHRAB et al., 2015; TINDALE e WINGET,
2019).
2.3.3 Polarização de grupo
A observação do fenômeno de polarização de grupo origina-se no trabalho de Stoner
(1961). Esse estudo testava a hipótese de que grupos são mais cautelosos que indivíduos na hora
de tomar decisões – uma crença bastante aceita na época. Para a surpresa de muitos, as decisões
tomadas pelo grupo eram mais arriscadas que as dos indivíduos. Essa descoberta – chamada de
“mudança arriscada” (“risky shift”, em tradução livre) foi posteriormente replicada por diversos
estudos com diferentes tipos de sujeitos experimentais, em diferentes países (MYERS e LAMM,
1976).
Estudos posteriores descobriram que esse fenômeno não se tratava de mudanças na
percepção sobre risco e sim de como discussões em grupo promovem uma forte tendência de
acentuar preferências iniciais, o que levou pesquisadores a propor o fenômeno da polarização de
grupo: discussões em grupo tipicamente reforçam as preferências iniciais de seus membros
(MYERS e LAMM, 1976).
Myers e Lamm (1976) estabelecem que a motivação social – desejo de se perceber e se
apresentar favoravelmente a outros – pode modificar atitudes por meio de processos de
comparação interpessoal mas também pode levar membros de um grupo a se manifestarem
verbalmente com argumentos socialmente desejados pelo grupo. Por sua vez, esse compromisso
verbal influencia os outros membros do grupo, que capturam sua preferência.
Para Sunstein e Hastie (2015), a polarização de grupo é amplificada quando os membros
de um grupo têm senso de identidade em comum ou fazem parte de um grupo mais restrito.
Dessa forma, membros de um grupo tendem a tomar posições mais extremas por buscar entrar
em conformidade com sua percepção sobre as preferências dos outros membros.
2.4 Técnicas para melhorar a qualidade da decisão em grupo
Uma vez que se encontre na literatura descritiva de tomada de decisão em grupo, os
fenômenos que podem prejudicar a qualidade da decisão, passa a ser importante conhecer a
literatura prescritiva a fim de encontrar técnicas, ferramentas e procedimentos – aqui agrupados
todos sob o conceito de “técnicas” – para melhorar a qualidade da decisão.
As técnicas de grupo buscam agir sobre problemas de origem não somente de natureza
cognitiva mas também de natureza social, originados pelas dinâmicas e interações entre
indivíduos dentro do grupo. Parece razoável afirmar que essas técnicas podem ser classificadas
de acordo com quais problemas específicos da tomada de decisão em grupo pretendem atacar.
Algumas técnicas são utilizadas quando se pretende aumentar a criatividade e do grupo – como
brainstorming (OSBORN, 1957), brainwriting (VAN GUNDY, 1984) e nominal group
technique (DELBECQ e VAN DE VEN, 1971) – e outras quando se pretende aumentar a
discussão crítica entre seus membros, como advogado do diabo (COSIER et al., 1978),

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dialectical inquiry (MASON, 1969), minority dissent (NEMETH et al., 2001) e o premortem
(KLEIN, 2007).
Por terem métodos e objetivos específicos, as técnicas têm vantagens e desvantagens. Um
quadro sintético com algumas das principais técnicas de grupo pode ser observado no Quadro 1
abaixo:
Quadro 1 – Quadro sintético com principais técnicas de grupo
Técnicas
Definição Vantagens Desvantagens
de grupo

Quantidade de ideias geradas; ambiente A quantidade de ideias não se traduz


informal, favorecendo o uso da criatividade; diretamente em qualidade de ideias;
Técnica indicada para geração verbal de
possibilidade de realização por meio apropriada somente para as primeiras etapas
ideias por um grupo, permitindo que seus
eletrônico; promove abordagem de de um processo decisório; requer grupo
Brainstorming membros possam contribuir sem medo de ser
conhecimento na organização; consequências pequeno e razoavelmente homogêneo em
criticado por outros. O objetivo é formular o
positivas em termos de bem-estar aos termos de status; normalmente menos efetivo
máximo de ideias criativas possível.
colaboradores; baixo custo e necessidade de que técnicas nominais; sensível a fatores
pouco tempo sociais dentro do grupo

Normalmente, produz mais ideias que o


Técnica que enfatiza a geração de ideias de Para algumas pessoas, escrever as ideias
brainstorming; requer menos facilitadores
forma silenciosa pelo meio da escrita. O pode ser desconfortável; ideal apenas para
Brainwriting para guiar o método; não expõe participantes
objetivo é formular o máximo de ideias grandes grupos; não é ideal para situações
a eventuais constrangimentos por se
criativas possível. em que a interação verbal é necessária;
manifestar verbalmente;

Reduz a relutância dos membros em serem


Combinação de características de criticados por suas ideias; reduz os conflitos Técnica pouco flexível, pois lida com
brainstorming e brainwriting que envolve dentro dos grupos; reduz a diferença entre procedimentos bem definidos; trabalha com
Nominal Group
seis passos, desde a geração silenciosa de membros do grupo; pode ser uma técnica um único problema de cada vez; sua
Technique
ideias e discussão das mesmas seguida por que poupa tempo; ideal para tomadas de preparação leva bastante tempo; reduz a
duas votações decisão de julgamento; promove sensação de espontaneidade do grupo;
encerramento do processo

A maneira como as críticas são apresentadas


Técnica baseada na criação de
pode envolver aspectos emocionais
questionamentos e críticas sobre aspectos da Buscar pontos questionáveis da decisão
Advogado do diabo prejudiciais para o grupo; a técnica pode
decisão recomendada, sem necessariamente recomendada
parecer artificial para o grupo e não provocar
oferecer um plano alternativo
o efeito desejado

Técnica que consiste em criar duas


recomendações diametralmente opostas
Maior eficiência que técnicas de consenso
baseadas nos mesmos dados. As
para atingir decisões de qualidade superior; Pode comprometer a capacidade do grupo
Dialectical Inquiry recomendações são então discutidas por dois
pode criar menor expectativa de tensão do trabalhar junto novamente no futuro
grupos distintos, buscando entender as
que a técnica "Advogado do Diabo"
consequências de cada uma das
recomendações

Promoção da manifestação de indivíduos ou Aumenta a criatividade individual; evita Pode promover conflitos acentuados; pressão
Minority Dissent subgrupos minoritários que podem ser consenso prematuro; promove complexidade interna ao indivíduo ou ao subgrupo
suprimidos na tomada de decisão em grupo cognitiva. dissidente

Técnica utilizada anteriormente à tomada de


decisão, em que o grupo é informado que a
Modera possível excesso de confiança do Utilizar tempo e recursos para pensar em
decisão em questão teve desfecho indesejado.
Premortem grupo, expôe as fraquezas na organização, possíveis erros que podem não acontecer
Em seguida, os membros do grupo são
melhora a inteligência coletiva no grupo pode ser muito custoso para o grupo
convidados a discutir os possíveis motivos
pelos quais a decisão foi ineficaz

fonte: o autor
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3. METODOLOGIA
Uma vez que este trabalho busca estabelecer possíveis relações entre problemas na
decisão em grupo, técnicas de grupo e qualidade da decisão, parte-se para outro de seus objetivos,
que trata de observar se existe consonância nessas relações entre a teoria e a prática.
Uma maneira de investigar essa possível consonância é por meio da observação da prática
de consultores e facilitadores que trabalham diretamente com tomadas de decisão em grupo nas
organizações, de maneira a identificar se o nível de conhecimento dos mesmos sobre a teoria e
também, sobretudo, o quanto das teorias prescritivas são realmente utilizadas na prática. A
escolha metodológica para este trabalho foi por entrevistas semiestruturadas, o que proporciona
ao pesquisador ter um roteiro de perguntas, mas ainda preservar a liberdade de introduzir mais
questões – ou aprofundar-se em algum aspecto de interesse específico – para entendimento mais
detalhado do tema desejado (BRYMAN, 2017).
A amostra obtida neste trabalho pode ser caracterizada como amostra por conveniência.
Os entrevistados foram selecionados e entrevistados pelo pesquisador dentro de sua rede de
relacionamentos, de acordo com pessoas que atendessem a um critério: profissionais que atuam
ou atuaram como consultores em organizações de qualquer natureza em processos de tomada de
decisão em grupo, com experiência complementar em facilitação em dinâmicas de grupo.
Foram realizadas nove entrevistas semiestruturadas com consultores e facilitadores com
experiência na atuação em processos de tomada de decisão em grupo em organizações. As
entrevistas foram realizadas por meio de softwares de videoconferência (Google Meet ou Zoom)
da preferência do entrevistado, com exceção de uma entrevista realizada exclusivamente por
telefone. As entrevistas duraram entre 50 e 90 minutos.

4. ANÁLISE DE RESULTADOS
4.1 Relações entre literatura descritiva de tomada de decisão em grupo e a
Qualidade da Decisão
Inicialmente, buscou-se entender dentro das literaturas descritivas e prescritivas de
tomada de decisão em grupo como os fenômenos e técnicas de grupo encontrados relacionam-se
com as etapas da tomada de decisão em grupo em que podem ocorrer.
De acordo com a literatura de tomada de decisão em grupo, na ocorrência do fenômeno de
groupthink, caracterizado pela obtenção de um consenso precoce pelo grupo, é possível observar
diversos problemas que afetam a qualidade da decisão, em diversas etapas do processo decisório.
Na etapa da geração de alternativas, um consenso precoce pode resultar em dois
problemas diferentes: (i) deixar de considerar diversas alternativas factíveis e (ii) redução da
busca por novas informações que poderiam servir de insumo para novas alternativas (JANIS e
MANN, 1977, ALDAG e FULLER, 1993).
Na etapa de discussão de objetivos, o groupthink pode fazer com que alguns membros não
se manifestem sobre outros objetivos potencialmente importantes para a organização (JANIS e
MANN, 1977, ALDAG e FULLER, 1993).

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Por fim, de forma análoga à etapa de geração de alternativas, na etapa de avaliação de
alternativas, o groupthink pode prejudicar a qualidade da decisão ao encerrar precocemente a
avaliação das alternativas criadas pelo grupo anteriormente, de forma a não considerar possíveis
cursos de ação que poderiam ser importantes para a organização (JANIS e MANN, 1977,
ALDAG e FULLER, 1993).
Segundo estudos como Stasser e Titus (1985), Brodbeck et al. (2007) e Sohrab et al.
(2015), o fenômeno de hidden profile afeta principalmente a etapa de avaliação de alternativas.
Nessa etapa do processo decisório, o hidden profile pode afetar a qualidade da decisão de três
formas: (i) as informações não compartilhadas passam a ser menos discutidas e, portanto, com
menor chance de causar impacto no processo decisório, cuja qualidade pode ser prejudicada por
eventuais falhas em considerar informações potencialmente importantes; (ii) as informações
compartilhadas têm maior chance de serem consideradas como relevantes pelos membros do
grupo em detrimento das informações não compartilhadas; e (iii) enviesar a decisão
favoravelmente a preferências individuais dos membros do grupo antes de sua deliberação.
Por fim, em decisões intelectivas - ou seja, em que exista uma solução demonstravelmente
correta - na etapa da decisão final e, portanto, de obter-se o compromisso do grupo para a ação, o
hidden profile faz com que grupos frequentemente tomem a decisão inferior uma vez que, ao
falhar na troca e no processamento informações adequados, eles ficam sem todos os dados
necessários para chegar-se à decisão correta.
O fenômeno de polarização também pode prejudicar a qualidade da decisão em grupo em
diferentes etapas, como a definição apropriada do problema, uma vez que pode influenciar o
enquadramento apropriado da decisão de forma a favorecer uma ou outra visão.
Na etapa de discussão de objetivos, de maneira análoga, a polarização do grupo pode
acentuar conflitos entre subgrupos com interesses diferentes, de forma que os objetivos
considerados podem favorecer somente uma das partes, não ser definido de forma clara ou que
não sejam apontados de forma correta seus tradeoffs.
Por fim, na fase de avaliação de alternativas, dois problemas podem surgir da polarização
do grupo: critérios de avaliação podem ser alterados, de forma a buscar alternativas de cursos de
ação mais extremos ou divergências entre qual alternativa será selecionada, de acordo com o
curso de ação que cada subgrupo pretende adotar.
4.2 Relações entre a literatura prescritiva de tomada de decisão em grupo e a
Qualidade da Decisão
Analisando como técnicas de grupo podem agir sobre a qualidade da decisão em cada
uma das etapas do processo decisório encontradas na literatura, pode-se observar que, em sua
fase inicial, de definição apropriada do problema, é possível ocorrer problemas na tomada de
decisão em grupo como a polarização do grupo. Para contornar esse problema, a literatura
prescritiva sugere o uso de técnicas como, por exemplo, a análise da hierarquia das decisões.
Na etapa de geração de alternativas por meio da criação de alternativas criativas e
factíveis, a tomada de decisão em grupo está sujeita ao efeito prejudicial do fenômeno do
groupthink, de forma que recomenda-se técnicas que estimulem a criatividade do grupo como
brainstorming, brainwriting e nominal group technique, além de técnicas mais analíticas como a
tabela de estratégias.

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Já na etapa de levantamento, troca e processamento de informações, é possível observar a
presença do fenômeno de hidden profile, que reduz a troca e prejudica o processamento de
informações. Nessa etapa, a literatura prescritiva aponta o uso das técnicas criativas, que
estimulam a participação de todos os membros do grupo, como brainstorming, brainwriting e
nominal group technique, além de técnicas como a árvore de decisão, destinada a observar com
mais clareza as informações necessárias para o problema a ser abordado.
Na etapa de discussão de objetivos e levantamento de tradeoffs, novamente é possível
observar o fenômeno de groupthink encurtando e prejudicando o cumprimento adequado da
etapa. Nesse caso, a literatura prescritiva aponta o uso de técnicas voltadas para a crítica dentro
do grupo como advogado do diabo, dialectical inquiry, o estímulo ao minority dissent e o
premortem, assim como técnicas como o even swap, que ajudam a analisar os tradeoffs da
decisão por meio de equivalências diretas.
Na etapa de avaliação de alternativas, em que se espera que os membros do grupo
participem de argumentações válidas do ponto de vista da lógica, diversos problemas podem
ocorrer, como o groupthink, a polarização e o hidden profile. Mais uma vez, nessa etapa a
literatura sugere o uso de técnicas que estimulem a crítica e dissensão, como advogado do diabo,
dialectical inquiry, o estímulo ao minority dissent e o premortem, além do uso de técnicas
analíticas como diagrama de influência e o diagrama de tornado.
Já na etapa final, em que se busca o compromisso do grupo para a ação, é possível
observar fenômenos como a polarização do grupo e, embora a literatura prescritiva de tomada de
decisão em grupo não ofereça alguma técnica específica para essa finalidade, Spetlzer et al.
(2015) recomendam a busca pelo compromisso por meio da participação do membros, de parte
que sintam-se “donos” da solução encontrada pelo grupo e, por fim, o compromisso formal dos
membros do grupo com as especificações sobre qual o papel de cada membro para que a decisão
seja executada.
Considerando a discussão oferecidas pela literaturas descritiva e prescritiva de tomada de
decisão em grupo, é possível observar quais são as relações de problemas na tomada de decisão
em grupo e técnicas de grupo com a qualidade da decisão, sintetizadas pela figura abaixo:

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Figura 1 - Influências sofridas pela Qualidade da Decisão de acordo com
as literaturas descritivas e prescritivas de tomada de decisão em grupo

fonte : o autor

4.3 Relações entre as práticas descritivas e prescritivas de tomada de decisão em


grupo e a Qualidade da Decisão
Fazendo a análise de contúdo dos dados obtidos por meio das entrevistas com consultores
e facilitadores, é possível fazer inferências a respeito da relação entre os problemas na tomada de
decisão em grupo que encontram, as técnicas de grupo que utilizam e a qualidade da decisão que
participaram.
A Figura 2 abaixo apresenta de forma sintética a relação encontrada ao final das
entrevistas:

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Figura 2 - Influências sofridas pela Qualidade da Decisão de acordo com consultores e facilitadores

fonte: o autor

Pode-se observar que, de acordo com os consultores e facilitadores entrevistados, na fase


de definição apropriada do problema é possível observar a ocorrência prejudicial do fenômeno de
polarização de grupo, porém não utilizam-se de técnicas para mitigar esse problema, fazendo uso
de diferentes procedimentos não encontrados na literatura prescritiva de tomada de decisão em
grupo a fim de melhorar a qualidade dessa etapa.
Na etapa da geração de alternativas, em que é esperado que o grupo crie o máximo de
alternativas criativas e factíveis, o fenômeno do groupthink pode ser observado como prejudicial
à qualidade da decisão, fazendo com que consultores e facilitadores lancem mão de técnicas
como brainstorming e brainwriting, além de outros procedimentos não encontrados na literatura.
Já na etapa de avaliação de alternativas, que requer dos membros do grupo uma
argumentação logicamente válida, os consultores e facilitadores entrevistados observaram a
ocorrência de fenômenos de polarização de grupo e hidden profile. A fim de melhorar a
qualidade da decisão nessa etapa, utilizam-se de técnicas como brainwriting, o estímulo ao
minority dissent, além de outros procedimentos não encontrados na literatura.
Por fim, na etapa em que o grupo toma a decisão final, obtendo o compromisso para a
ação por parte de seus membros, os entrevistados relataram a ocorrência dos fenômenos de
polarização em grupo e de paralisia na decisão e fazem uso de procedimentos que não foram
encontrados na literatura por este estudo.

4.4 Relação entre resultados encontrados na literatura e na prática


Uma representação do que foi encontrado em consonância ou dissonância entre a
literatura e a prática de consultores e facilitadores pode ser encontrada na Figura 3 abaixo, em

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que se apresentam as consonâncias nos quadros destacados em cinza:
Figura 3 - Consonâncias e dissonâncias entre literatura e prática

fonte: o autor

Como pode-se observar pela figura acima, a maior parte da consonância entre a prática e a
literatura de tomada de decisão em grupo se dá em relação à literatura descritiva, uma vez que
consultores reconhecem e vivenciam os problemas por ela apontados mesmo que,
frequentemente, não usem as mesmas nomenclaturas. Outrossim, ainda são muitas as áreas de
dissonância ou falta de contato entre esses dois universos da literatura e da prática nas
organizações. Uma possível consequência dessa lacuna são os problemas na qualidade da
decisão, tanto no reconhecimento de problemas que a afetam quanto, principalmente, no que
pode ser feito para melhorá-la, o que pode ter como implicação diversas decisões de má
qualidade sendo tomadas pelas organizações. Não obstante, as técnicas de grupo para melhoria da
qualidade da decisão existem e podem ser melhor difundidas e aplicadas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inicialmente, por meio de uma revisão de literatura exploratória e não exaustiva, foi
possível observar a possibilidade de problemas na tomada de decisão em grupo em cada uma das
etapas do processo decisório e como eles podem prejudicar a qualidade da decisão, de forma que,
independentemente do resultado obtido, pode-se justificar problemas na tomada de decisão. Foi
possível observar como groupthink, hidden profile e polarização de grupo prejudicam a qualidade
da decisão em cada etapa do processo decisório.
Também foi possível observar, por meio de entrevistas com consultores e facilitadores,
que os problemas reportados pela literatura descritiva, são, de fato, observados em sua prática nas
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organizações e que, portanto, demandam sua atenção e a utilização de meios para mitigar seus
efeitos negativos na qualidade da decisão.
Por fim, por meio das entrevistas com consultores e facilitadores, foi possível observar
uma relativa dissonância entre teoria e prática. Muitas das técnicas prescritas pela literatura de
tomada de decisão em grupo não são de conhecimento de praticantes e, da mesma forma, muitas
das técnicas descritas pelos entrevistados não são encontradas – ou, ao menos, difundidas – pela
literatura prescritiva de tomada de decisão. Esse achado vai ao encontro de Brown (2006), que
observa que, muitas vezes, consultores e facilitadores não publicam seus trabalhos e que nem
sempre o que é encontrado na literatura é utilizado na prática, evidenciando a possibilidade da
existência de uma lacuna entre literatura e a prática nas organizações.
Por partir de uma revisão de literatura não exaustiva, este trabalho apresenta uma
limitação em relação a seu escopo: em relação a problemas na tomada de decisão em grupo, a
revisão de literatura foi concentrada em três problemas específicos. Não obstante, outros
problemas podem se manifestar na tomada de decisão em grupo.
O mesmo raciocínio se aplica para as técnicas de grupo: algumas técnicas presentes na
literatura prescritiva de tomada de decisão em grupo não foram citadas pelos entrevistados, assim
como foi possível observar nas conversas com consultores e facilitadores, algumas das técnicas
utilizadas não advêm da literatura de tomada de decisão em grupo, objeto de estudo deste
trabalho.
Por utilizar-se de uma amostra não probabilística, obtida por conveniência, é possível que
os entrevistados não representem adequadamente o universo de consultores e facilitadores em
que estão inseridos.
Com essa abordagem de “dividir para conquistar”, este trabalho espera que possa
contribuir para um diagnóstico e uma prescrição mais adequados na prática das organizações.
Espera-se também que este trabalho possa contribuir para a literatura de tomada de
decisão em grupo como um passo na integração entre suas literaturas descritivas e prescritivas
agregando-se o conceito de qualidade da decisão. Muitas vezes, os estudos descritivos ocupam-se
de encontrar e descrever fenômenos mas, nem sempre, apontam suas implicações práticas. Da
mesma forma, estudos prescritivos podem ocupar-se de dizer “o que” e “como” fazer, mas nem
sempre preocupam-se com o “quando”. Nesse sentido, este trabalho busca iniciar uma orientação
sobre a relação entre os achados da literatura e a prática nas organizações, buscando tangibilizar
fenômenos e técnicas relacionados à tomada de decisão em grupo. Outrossim, este trabalho busca
contribuir para os praticantes, oferecendo uma revisão das literaturas descritiva e prescritiva da
tomada de decisão em grupo como insumo para a prática.
Por fim, como dito por Brown (2006, p.162):

Muitas pesquisas importantes sobre tomada de decisão estão sendo feitas,


mas não muitas delas têm ajudado para que técnicas na melhoria da
tomada de decisão sejam utilizadas e sejam úteis. Acredito que isso possa
ser mudado, mas não será fácil.

13
Este trabalho pretende então dar um primeiro passo para que futuros trabalhos possam
inverter essa lógica: não será fácil, mas pode ser mudado.

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i
Embora seja possível observar diferenças conceituais entre os termos “tomada de decisão” e “processo decisório”,
nesse trabalho os termos serão usados de maneira intercambiável para benefício da fluidez da leitura.
ii
Desde já, é importante observar que este trabalho utilizará o termo “qualidade da decisão” como o resultado de um
processo decisório que deve obedecer determinadas etapas. Mais sobre isso será tratado na seção de Referencial
Teórico.
iii
Embora alguns artigos como Orasanu e Salas (1993) façam distinção entre “decisão em grupo” e “decisão em
time”, este trabalho segue artigos como Sundsrom et al. (1990), que usam times e grupos como termos
intercambiáveis nesse contexto. Jones e Roelofsma (2000) trazem uma discussão mais aprofundada sobre o tema.

15

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