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Bancada: 04
Fortaleza
04/06/2019
SUMÁRIO
1. Objetivos ................................................................................................................. 02
2. Introdução ............................................................................................................... 02
5. Conclusão ............................................................................................................... 12
6. Bibliografia ............................................................................................................. 12
1. OBJETIVOS
2. INTRODUÇÃO
Qualquer carga trifásica em que a impedância em uma ou mais fases difere das
outras fases se diz ser desequilibrada. Mesmo que as impedâncias das três fases sejam
idênticas, o sistema também é dito desequilibrado se as tensões aplicadas à carga forem
desbalanceadas diferindo quer em magnitude e/ou ângulo de fase.
Cargas desequilibradas em Δ
𝑍𝑐𝑎 𝑍𝑏𝑐
𝐼Ԧ𝑐𝑎
A
𝐼Ԧ𝑐 𝑐
2
⃗I c= ⃗I ca− ⃗I bc (1)
Logo,
V ab V ca
⃗I a= −
Z ab Z ca
V bc V ab
⃗I b= −
Z bc Z ab
V ca V bc
⃗I c = − (2)
Z ca Z bc
Carga desequilibrada em Y a três condutores
Se as tensões de linha que alimentam os terminais 𝑎, 𝑏 e 𝑐 de uma carga
desequilibrada em 𝑌 são conhecidas, então as correntes de linha ⃗I a, I⃗ b e I⃗ c podem ser
obtidas da mesma forma que em uma carga em Δ desequilibrada, se for realizada a
transformação Δ-Y. A Figura 2 mostra duas cargas trifásicas Y e Δ desequilibradas.
𝑍𝑎 𝑍𝑏 𝑍𝑎𝑏
𝑎 𝑏 𝑎 𝑏
𝑍𝑐 𝑍𝑏𝑐
𝑍𝑐𝑎
𝑐 𝑐
2(a) 2( b)
3
O conhecimento das correntes de linha ⃗I a, ⃗I b e ⃗I c, a partir da representação da
carga em Δ, permite a determinação das tensões entre as fases e o centro-estrela “o” ( ⃗
V
,⃗
a0V b0 e ⃗
V c0) nas três impedâncias.
⃗
V a0 = Z a I a
⃗
V b0 = Z b I b
⃗
V c0 = Z c I c (4)
As tensões 𝑉a0, 𝑉b0 e 𝑉c0 são desequilibradas, no entanto, o diagrama de fasores
⃗ ab , ⃗
de tensões de linha forma um triângulo equilátero, pois V V bc e ⃗
V ca estão
equilibradas. A Figura 3 mostra o diagrama fasorial contendo todos os fasores de
tensão.
4
Potência e fator de potência em sistemas trifásicos desequilibrados
O fator de potência em um circuito monofásico ou em um sistema trifásico de
cargas equilibradas tem um sentido físico definido. É a relação entre os watts por fase e
os volt-ampères, também por fase. Na análise senoidal, o fator de potência é equivalente
ao cosseno do ângulo de defasagem Φ entre tensão de fase e corrente de fase, sendo Φ
também definido como o argumento da impedância complexa por fase da carga.
Em um sistema trifásico desequilibrado, cada fase tem seu próprio fator de
potência. O fator de potência resultante será a relação entre o somatório das potências
ativas por fase, em W, e o módulo do somatório das potências complexas por fase, em
VA. O índice “i” indica cada uma das fases da carga.
P1 + P 2+ P 3
FP3 Φ =
√(P + P + P ) +(Q +Q +Q )
1 2 3
2
1 2 3
2
∑ V I cosθ
i i i
i
FP3 Φ = (7)
√ ( ∑ V i I i cosθi ) +( ∑ V i I i senθ i )
2 2
i i
5
Figura 4. Esquemático do Método dos três Wattímetros com a utilização do Wattímetro MS 300.
Fonte: Roteiro de Aulas Práticas Nº 12.
A potência ativa trifásica 𝑃3Φ é o somatório das três potências por fase indicadas
pelos wattímetros 𝑃1, 𝑃2 e 𝑃3.
𝑃3Φ = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 (8)
Em um sistema trifásico trifilar são necessários apenas dois wattímetros para a
leitura da potência trifásica. Considerando que em um circuito a três fios de uma carga
trifásica, equilibrada ou não, o somatório das correntes de alimentação é igual a zero,
pois não há condutor de retorno, então:
𝑖 𝑎 + 𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 = 0 (9)
A potência média trifásica é dada por:
T
1
𝑃3Φ = ∫ ( v i + v i + v i ) dt
T 0 a a b b c c
T
1
𝑃3Φ = ∫ ( v i + v i −v (i +i )) dt
T 0 a a b b c a b
T
1
𝑃3Φ = ∫¿¿ (10)
T 0
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Figura 5. Esquemático do Método dos dois Wattímetros com a utilização do Wattímetro MS 300.
Fonte: Roteiro de Aulas Práticas Nº 12.
3. MATERIAL UTILIZADO
Variac 0-240VCA.
Banco de Resistores Mod. 111A432 (150Ω ± 10%, 80V)
Banco de Indutores Mod. 111ª434 (1,47 H ± 10%, 220V
Banco de Capacitores Mod. 111A433(9,22μF ± 10%, 220V)
Voltímetro C.A.: 0-250V
Amperímetro C.A.: 0-3 A
Ohmímetro
Wattímetro Mod. MS 300
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4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
1. Montou-se o circuito da Figura 6, com a tensão de linha em 50 V, e considerando 𝑅𝑎,
𝑅𝑏 e 𝑅𝑐 como na Tabela 1.
𝑎
A
𝑅𝑎
Fonte V
Trifásica 𝑏
𝑅𝑏 𝑅𝑐
A 𝑐
o
(a) Foram medidas as tensões de linha 𝑉𝑎𝑏, 𝑉𝑏𝑐, 𝑉𝑐𝑎, as tensões de fase 𝑉𝑎𝑜, 𝑉𝑏𝑜, 𝑉𝑐𝑜 e
a tensão entre o centro-estrela da carga “𝑜” e o neutro da fonte “𝑛”, 𝑉𝑛𝑜; assim como
as correntes 𝐼𝑎, 𝐼𝑏 e 𝐼𝑐. Valores encontram-se na Tabela 1.
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(b) Ligou-se o neutro da fonte ao centro-estrela da carga, por meio de um
amperímetro. Mediu-se a corrente 𝐼𝑛. Com o amperímetro entre os neutros da fonte e
carga, mensurou-se as tensões de fase na carga.
Na primeira configuração o circuito pode ser denominado equilibrado, visto que
possui somente resistências de mesmo valor, os resultados se mostraram um pouco
diferente do esperado pois os resistores possuem uma margem de erro grande, em
torno de 10%. Já nas outras duas configurações o circuito adquire a condição de
desequilíbrio, o que faz com que tenha uma tensão entre o centro-estrela da carga
com o neutro da fonte.
(c) O que aconteceu com as tensões de fase na condição de carga 𝑌 desequilibrada a
três condutores (neutro flutuante) em relação à condição equilibrada?
Como as impedâncias possuem valores diferentes as correntes de linha têm valores
distintos, o que faz com que não sejam defasados de 120º entrei si. Logo, fazendo
com que tivessem tensões diferentes.
(d) O que aconteceu com a corrente de neutro na condição de carga 𝑌 desequilibrada
a quatro condutores (neutro da carga ligado ao neutro da fonte) em relação à
condição equilibrada?
Como a condição de equilíbrio não é mais garantida, os elétrons buscam uma forma
de se deslocar dentro do condutor, assim, surgindo uma corrente no neutro.
(e) Calcular o valor teórico da tensão de deslocamento de neutro 𝑉𝑛𝑜 do circuito em
estrela a três condutores e compare com o valor medido.
Usando a equação 5, temos que o valore teórico para cada configuração será:
50∠ 30 ° 50 ∠ 150° 50∠ 0°
No caso 3R+3R+3R: ⃗ V n0 = 50.( − )– = 0V
150 150 √3
Fazendo as conversões adequadas, de Y para Δ para poder encontrar a corrente
de linha para solucionar analiticamente o problema, vamos que a tensão
esperada será de 0V.
50∠ 30 ° 50 ∠ 150° 50∠ 0°
Para 3R+2R+1R: ⃗ V n0 = 50.( − )– = 8,33∠150°V
150 300 √3
Os valores se mostraram um pouco próximos, como dito anteriormente são
inúmeras as fontes de erro que podem ter causado essa disparidade de valores,
mas o valor teórico foi de 8,33V contra 9,8V do experimental, ou seja, dentro de
uma faixa de tolerância aceitável.
50∠ 30 ° 50 ∠ 150° 50∠ 0°
Para 3R+2R: ⃗ V n0 = 50.( − )– = 21∠-60°V
∞ 50 √3
Os valores se mostraram diferente do esperado, isso de deve ao fato da carga
estar na condição de desequilíbrio e presença de correntes parasitas,
indutância dos fios e perdas por calor.
(f) Determinar o valor teórico da corrente de neutro 𝐼𝑛 no circuito em estrela a
quatro condutores e comparar com o valor medido.
Usando as equações 2 para calcular a corrente de neutro:
No caso 3R+3R+3R: é fácil ver que todos os termos irão se anular e a corrente será de 0A
Para o valor experimental foi possível medir alguma corrente ainda, mas isso se explica pela
não exatidão dos resistores e caráter não ideal dos instrumentos.
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50/ √ 3∠ 0 ° 50 ∠−120 ° 50∠120 °
No caso 3R+2R+1R: ⃗I n = − − = 0,333∠-30°A
50 75 150
Podemos ver que o valor teórico se mostrou muito próximo do experimental, que foi de
0,315A.
50/ √ 3∠ 0 ° 50 ∠−120 °
No caso 3R+2R : ⃗I n = − = 0,509∠-40,9°A
50 75
Mais uma vez os valores se mostraram praticamente iguais, o que demonstra conformidade.
V A
B
Fonte A A
3R 3C
C
W W
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3. No circuito mostrado na Figura 7, realizar a medição utilizando o método dos
dois wattímetros.
(a) Comparar a potência medida pelo método dos dois wattímetros com a soma das
componentes reais das potências complexas individuais da Tabela 2. Analisar o
resultado.
As leituras dos wattímetros foram W1 = 160W e W2 = 50W. Pelo método dos dois
wattímetros temos que a soma das potencias equivale a potência ativa consumida
pelo circuito. Já somando as componentes reais o valor para a potência ativa foi
163W, essa diferença ocorreu por causa de harmônicos na rede, que influenciaram
os componentes com sobre corrente, mas também essa diferença entre valores se
deve ao péssimo estado dos equipamentos e que se encontram com baixa
expectativa de vida.
(b) Determinar o fator de potência e a potência complexa da carga trifásica da Fig.
7.
130+ 33+0
FP3 Φ =
√(130+ 33+0)2+(0+ 44−76 , 5)2
FP3 Φ =¿ 0,9
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6. CONCLUSÃO
7. BIBLIOGRAFIA
[2] DESOER, Charles A.; KUH, Ernest S. Teoria Básica de Circuitos. Rio de
Janeiro: Guanabara, 1988.
[3] CLOSE, Charles M. The Analysis of Linear Circuits. New York: Harcourt,
Brace & World, 1966.
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