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Análise Real I

2021-2022
Ficha de Exercı́cios

João Pedro Ferreira


5. DERIVADAS

85. Determine f ′ em termos de g ′ , sendo g : R → R uma função derivável:

(a) f (x) = g(x + g(0))

f é derivável em R porque é a composta de g, que, por hipótese, é derivável em R, com o polinómio x + g(0).

f ′ (x) = g ′ (x + g(0)) · (x + g(0))′


= g ′ (x + g(0))

(b) f (x) = g(xg(0))

f é derivável em R porque é a composta de g, que, por hipótese, é derivável em R, com o polinómio xg(0).

f ′ (x) = g ′ (xg(0)) · (xg(0))′


= g ′ (xg(0))g(0)

(c) f (x) = g(x + g(x))

f é derivável em R porque é a composta de g, que, por hipótese, é derivável em R, com a soma de um polinómio com
a função contı́nua g, x + g(x).

f ′ (x) = g ′ (x + g(x)) · (x + g(x))′


= g ′ (x + g(x))(1 + g ′ (x))

(d) f (x) = g(xg(x))

f é derivável em R porque é a composta de g, que, por hipótese, é derivável em R, com o produto de um polinómio
com a função contı́nua g, xg(x).

f ′ (x) = g ′ (xg(x)) · (xg(x))′


= g ′ (xg(x))(g(x) + xg ′ (x))

(e) f (x + 3) = g(x2 )

f é derivável em R porque é a composta de g, que, por hipótese, é derivável em R, com o polinómio (x − 3)2 .

t = x + 3 =⇒ f (t) = g((t − 3)2 )


′
f ′ (t) = g ′ ((t − 3)2 ) · (t − 3)2
= g ′ ((t − 3)2 ) · 2(t − 3)

86. Calcule, usando a definição de derivada num ponto:

(c) f ′ (0), se f (x) = x|x|

f (x) − f (0) x2
lim+ = lim+
x→0 x−0 x→0 x
= lim x
x→0+
=0
f (x) − f (0) x2
lim− = lim− −
x→0 x−0 x→0 x
= lim− −x
x→0
=0
f (x) − f (0)
f ′ (0) = lim =0
x→0 x−0

1
87. Calcule os limites das sucessões:

n

(a) limn→+∞ n 3−1
log 3
√  e n −1
n
lim n 3 − 1 = log 3 lim log 3
n→+∞ n→+∞
n
ex − 1
 
log 3
= log 3 lim x= →0
x→0 x n
= log 3
 
1 1
(b) limn→+∞ n2 sin n − n+2

 
2

1 1
 sin 2n2
n(n+2)
lim n2 sin − = lim 2 ×
n→+∞ n n+2 n→+∞ n(n + 2)
n(n+2)
 
sin x 2n 2
= lim × lim x= →0
x→0 x n→+∞ n + 2 n(n + 2)
=1×2
=2
 
(−1)n
(c) limn→+∞ n sin n

Se n par:
sin n1
 
1 sin x
lim n sin = lim 1 = lim =1
n→+∞ n n→+∞
n
x→0 x

Se n ı́mpar:    
1 1
lim n sin − = − lim n sin = −1
n→+∞ n n→+∞ n
 n

Portanto, o limite limn→+∞ n sin (−1)
n não existe.

88. Sejam f : R → R e g : R → R duas funções. Prove que:

(a) Se f e g são contı́nuas em a então max {f, g} e min {f, g} também são.

Definimos h(x) = max {f, g} e i(x) = min {f, g}. Consideramos dois casos.
Caso 1: f (a) = g(a)

lim h(x) = lim max {f (x), g(x)}


x→a x→a
n o
= max lim f (x), lim g(x)
x→a x→a
= max {f (a), g(a)}
= h(a)

Caso 2: f (a) ̸= g(a)


Se f (a) < g(a), então h(a) = max {f (a, g(a)} = g(a).
Como f e g são contı́nuas em a e g(a) > f (a), então a função g − f é contı́nua em a e existe δ > 0 tal que:

a − δ < x < a + δ =⇒ (g − f )(x) tem o sinal de (g − f )(a) > 0

e finalmente temos:
lim h(x) = lim max {f (x), g(x)} = lim g(x) = g(a) = h(a)
x→a x→a x→a

A demonstração para g(a) < f (a) e para i(x) são idênticas.

(b) Se f e g são deriváveis em a e f (a) ̸= g(a) então max {f, g} e min {f, g} também são.

Definimos h(x) = max {f, g} e i(x) = min {f, g}.

2
Se f (a) < g(a), então h(a) = max {f (a), g(a)} = g(a). Como f e g são deriváveis em a, então são contı́nuas em a, logo:
∃δ > 0 : x ∈]a − δ, a + δ[ =⇒ f (x) < g(x) =⇒ h(x) = g(x)
Portanto:
h(x) − h(a) g(x) − g(a)
h′ (a) = lim = lim = g ′ (a)
x→a x−a x→a x−a
A demonstração para f (a) > g(a) e para i(x) são idênticas.

(c) Dê exemplo que confirme que a hipótese f (a) ̸= g(a) é essencial para garantir a afirmação na alı́nea anterior.

Se tivermos f (x) = x e g(x) = −x, então h(x) = max {f (x), g(x)} = |x|, que não é derivável em 0.

91. Determine uma equação da:

1
(b) Reta tangente ao gráfico de f (x) = x + x no ponto (1, 2).

f é derivável em 1, logo existe a reta tangente ao gráfico de f em (1, 2).


1
f ′ (x) = 1 −
x2
f ′ (1) = 0
f (1) = 2
A reta é dada por:
y − f (1) = f ′ (1)(x − 1) ⇔ y = 2
92. Mostre que a reta de equação y = −x é tangente ao gráfico da função x ∈ R 7→ x3 − 6x2 + 8x. Qual é o ponto de
tangência? Essa reta interseta o gráfico noutros pontos?

Procuramos um a ∈ R tal que f ′ (a) = −1. Como f ′ (x) = 3x2 − 12x + 8, então:
3a2 − 12a + 8 = −1 ⇔ 3a2 − 12a + 9 = 0
⇔a=1∨a=3
Como f (1) = 3, então o ponto (1, f (1)) não pertence à reta y = −x. Como f (3) = −3, então o ponto (3, f (3)) pertence à
reta y = −x, logo esta estará tangente ao gráfico de f no ponto (3, −3).
Agora basta resolver a equação f (x) = −x:
f (x) = −x ⇔ x3 − 6x2 + 8x = −x
⇔ x3 − 6x2 + 9x = 0
⇔ x(x2 − 6x + 9) = 0
⇔ x(x − 3)2 = 0
⇔x=0∨x=3
Portanto, a reta também intereseta o gráfico de f em (0, f (0)) = (0, 0).
′ ′
97. Seja f : R → R dada por f (x) = x5 − x2 + x. Calcule f −1 (−3) e f −1 (1).

f ′ (x) = 5x4 − 2x + 1

f (x) = −3 ⇔ x5 − x2 + x = −3
⇔ x5 − x2 + x + 3 = 0
⇔ (x + 1)(x4 − x3 + x2 − 2x + 3) = 0
⇔ x = −1
f (x) = 1 ⇔ x5 − x2 + x = 1
⇔ x5 − x2 + x − 1 = 0
⇔ (x − 1)(x4 + x3 + x2 + 1) = 0
⇔x=1

3
′ 1
f −1 (−3) =
f′ (f −1 (−3))
1
=
f ′ (−1)
1
=
8
′ 1
f −1 (1) =
f ′ (f −1 (1))
1
= ′
f (1)
1
=
4
3
98. Esboce os gráficos das funções f (k) , sendo k um natural qualquer e f : R → R dada por f (x) = |x| .
(
x3 se x ≥ 0
f (x) = 3
−x se x < 0

f (x) − f (0)
f ′ (0) = lim
x→0 x−0
( 3
x
se x > 0
= lim x x3
x→0 − se x < 0
x
=0
(
3x2 se x ≥ 0
f ′ (x) =
−3x2 se x < 0

f ′ (x) − f ′ (0)
f ′′ (0) = lim
x→0 x−0
( 2
3x
x se x > 0
= lim 2
x→0 − 3x se x < 0
x
=0
(
′′ 6x se x ≥ 0
f (x) =
−6x se x < 0

f ′′ (x) − f ′′ (0)
f ′′′ (0) = lim
x→0 x−0
(
6x
se x > 0
= lim x 6x
x→0 − se x<0
x
(
6 se x > 0
= → f ′′′ (0) não existe
−6 se x < 0
(
′′′ 6 se x > 0
f (x) =
−6 se x < 0
f (k) (x) = 0 ∀x ∈ R \ {0} , k ≥ 4

99. Calcule, usando regras de derivação, as derivadas das seguintes funções, cujo domı́nio deve determinar:

1

(a) f (x) = arctan x

Df = {x ∈ R : x ̸= 0} = R \ {0}
Df ′ = {x ∈ Df : f é diferenciável em x} = R \ {0}

4
 ′
′ 1 1
f (x) = ×
1 + x12 x
−1
=
1 + x2
q
1
(c) f (x) = x+ x

x2 + 1
   
1
Df = x ∈ R : x ̸= 0 ∧ x + ≥ 0 = x ∈ R : x ̸= 0 ∧ ≥ 0 =]0, +∞[
x x

"  1 #′
′ 1 2
f (x) = 1+
x
 − 12  
1 1 1
= x+ 1− 2
2 x x
1 − 12
= q x
2 x + x1

Df ′ = {x ∈ Df : f é diferenciável em x} =]0, +∞[


p √
(e) f (x) = 1+ 1+x
 √
Df = x ∈ R : 1 + x ≥ 0 ∧ 1 + 1 + x ≥ 0 = [−1, +∞[

1 √ 1 1 1
f ′ (x) =(1 + 1 + x)− 2 · (1 + x)− 2
2 2
1
= p √ √ ∀x > −1
4 1+ 1+x 1+x

p √
f (x) − f (1) 1+ 1+x−1
lim = lim
x→−1+ x−1 x→−1+ x+1

1+ 1+x−1
= lim p √ 
x→−1+ (x + 1) 1+ 1+x+1
1
= lim √ p √ 
x→−1+ x+1 1+ 1+x+1
1
=√ √
0+ × ( 1 + 0 + 1)
1
=
0+
= +∞

Df ′ = {x ∈ Df : f é diferenciável em x} =] − 1, +∞[

(k) f (x) = arcsin(log x)


 
1
Df = {x ∈ R : x > 0 ∧ −1 ≤ log x ≤ 1} = ,e
e
 
1
Df ′ = {x ∈ Df : f é diferenciável em x} = ,e
e

1
f ′ (x) = p · (log x)′
1 − (log x)2
1
= p
x 1 − (log x)2

5
104. Considere a função x ∈ 0, π2 7→ f (x) = sin x − cos x.
 

(a) Prove que f é injetiva.

f ′ (x) = cos x + sin x


h πi
x ∈ 0, : cos x ≥ 0 ∧ sin x ≥ 0 =⇒ f ′ (x) ≥ 0
2

f ′ (x) = 0 ⇔ cos x + sin x = 0


⇔ cos x = sin(−x)
π 
⇔ sin − x = sin(−x)
2
π π
⇔ − x = −x + 2kπ ∨ − x = π + x + 2kπ
2 2
π
⇔ x = − + kπ, k ∈ Z
4
π
k = 0 =⇒ x = − ∈ / Df
4
3
k = 1 =⇒ x = π ∈ / Df
4
Portanto, f ′ (x) > 0, ∀x ∈ 0, π2 , ou seja, f é monótona, o que significa que f é injetiva.
 

′
(b) Determine f −1 (0).
′ 1
f −1 (0) =
f ′ (f −1 (0))
1
= ′ π
f 4
1
= √ √
2 2
+
√2 2
2
=
2
110.

(a) Determine f : R → R tais que f ′ = f .


f (x)
Consideremos g : R → R tal que g(x) = ex . Então:

f ′ (x)ex − ex f (x) f ′ (x) − f (x)


g ′ (x) = 2x =
e ex
Como f ′ = f , então g ′ (x) = 0, isto é, g é constante, portanto:

f (x)
= C ⇔ f (x) = Cex , C ∈ R
ex
(b) Mostre que se f : R → R é duas vezes derivável e se tem f ′′ + f = 0 e f (0) = 0 = f ′ (0), então f ≡ 0.
 ′ ′
2
Como (f ′ ) = 2f ′ f ′′ e f 2 = 2f f ′ , então:
 ′ ′
(f ) 2 + f 2 = 2f ′ f ′′ + 2f f ′
= 2f ′ [f ′′ + f ]
| {z }
0
=0

Portanto:
2
(f ′ ) + f 2 = C

6
Mas f ′ (0) = 0 = f (0), logo C = 0 e temos:
2 2
(f ′ ) + f 2 = 0 ⇔ (f ′ ) = −f 2
⇔ f′ = f = 0
⇔f ≡0

(c) Prove que se f : R → R é duas vezes derivável e se tem f ′′ + f = 0 e f (0) = a, f ′ (0) = b, então f = a cos +b sin.

Seja g(x) = f (x) − a cos(x) − b sin(x). Então:

g(0) = f (0) − a = a − a = 0
g ′ (x) = f ′ (x) + a sin x − b cos x
g ′ (0) = f ′ (0) − b = b − b = 0
g ′′ (x) = f ′′ (x) + a cos x + b sin x

Como g ′′ (x) + g(x) = f ′′ (x) − f (x) = 0, então, pela alı́nea (b), sabemos que g(x) = 0.
Logo f (x) = a cos x + b sin x.

(e) Deduza as identidades trigonométricas seguintes:

∀x, y ∈ R sin(x + y) = sin x cos y + cos x sin y


∀x, y ∈ R cos(x + y) = cos x cos y − sin x sin y

Seja g(x) = sin(x + y), com y fixo. Então:

g ′ (x) = cos(x + y)
g ′′ (x) = − sin(x + y)
g(0) = sin y = a
g ′ (0) = cos y = b
g ′′ (0) = − sin(x + y)

Portanto, como g + g ′′ = 0, então g(x) = sin y cos x + cos y sin x, logo:

∀x, y ∈ R sin(x + y) = sin x cos y + cos x sin y

Seja h(x) = cos(x + y), com y fixo. Então:

g ′ (x) = − sin(x + y)
g ′′ (x) = − cos(x + y)
g(0) = cos y = a
g ′ (0) = − sin y = b
g ′′ (0) = − cos(x + y)

Portanto, como g + g ′′ = 0, então g(x) = cos y cos x − sin y sin x, logo:

∀x, y ∈ R cos(x + y) = cos x cos y − sin x sin y

112. Determine:
√ √
2− 1+cos x
(a) limx→0 sin2 x
√ √ − sin x
2− 1 + cos x − 2√1+x cos x
lim = lim
x→0 sin2 x x→0 2 sin x cos x
1
= lim √
x→0 4 cos x 1 + cos x
1
= √
4 2

2
=
8

7
√  x1
(b) limx→ 12 5
√  x1 √ 2
lim1 5 = 5
x→ 2

=5

(c) limx→0+ x log x
√ log x
lim+ x log x = lim+
x→0 x→0 √1
x
1
x
= lim
x→0+ − 21 x−3/2
1/2
= lim+ −2x
x→0
=0

113.

(a) Prove que as funções seguintes atinger valores máximos e mı́nimos globais nos intervalos indicados e calcule-os, as-
sim como os pontos onde são atingidos.

(i) f (x) = −x3 + 1 no intervalo [−1, 8]

Como f é contı́nua num intervalo fechado e limitado, então Im f = [m, M ] onde m é o mı́nimo global de f em [−1, 8]
e M é o máximo global de f em [−1, 8]. m e M são atingidos em algum ponto de:
ˆ {−1, 8} f (−1) = 2 f (8) = −511
ˆ {x ∈] − 1, 8[: f ′ (x) = 0} = {0} f (0) = 1
ˆ {x ∈] − 1, 8[: f ′ (x) não existe} = ∅
Logo m = −511 = f (8) e M = 2 = f (−1).

(iii) f (x) = 6x4/3 − 3x1/3 no intervalo [−1, 1].

Como f é contı́nua num intervalo fechado e limitado, então Im f = [m, M ] onde m é o mı́nimo global de f em [−1, 1]
e M é o máximo global de f em [−1, 1]. m e M são atingidos em algum ponto de:
ˆ {−1, 1} f (−1) = 9 f (1) = 3
ˆ {x ∈] − 1, 1[: f ′ (x) = 0} =
1 1
= − 98

8 f 8

ˆ {x ∈] − 1, 1[: f ′ (x) não existe} = {0} f (0) = 0


Logo m = − 89 = f 81 e M = 9 = f (−1).


(b) Verifique ainda quais destas funções admitem máximo e mı́nimo em R.

(i)

lim f (x) = −∞ =⇒ Im f não é minorada, logo f não tem mı́nimo


x→+∞

lim = +∞ =⇒ Im f não é majorado, logo f não tem máximo


x→−∞

(iii)

lim f (x) = +∞ =⇒ Im f não é majorada, logo f não tem máximo


x→+∞

lim f (x) = +∞
x→−∞

Seja δ ≥ 1. Então a função f é contı́nua em [−δ, δ], o que é um intervalo fechado e limitado, logo Im f [−δ,δ]
é também um
intervalo fechado e limitado. Portanto, f admite mı́nimo global α em [−δ, δ].
E α = − 89 , porque o mı́nimo global de f [−δ,δ] está em:

8
ˆ {−δ, δ}

ˆ {x ∈] − δ, δ[: f ′ (x) = 0} =
1 1
= − 89

8 f 8

ˆ {x ∈] − δ, δ[: f ′ (x) não existe} = {0} f (0) = 0

119. Mostre que o polinómio P (x) = x3 − 6x2 + 9x − 1 possui exatamente uma raiz em ]1, 3[.

Como P é uma função contı́nua em [1, 3], P (1) = 3 > 0 e P (3) = −1 < 0, então o TVI garante que ∃c ∈]1, 3[: P (c) = 0.
E este c é o único zero de P em ]1, 3[ porque se existisse d ̸= c tal que P (d) = 0 e d ∈]1, 3[, então, pelo Teorema de Rolle, a
derivada de P teve de se anular entre c e d. Contudo:

P ′ (x) = 3x2 − 12x + 9 = 3(x − 1)(x − 3) =⇒ P ′ (x) = 0 ⇔ x = 1 ∨ x = 3

Portanto, P ′ não se anula em ]1, 3[, logo só tem um único zero neste intervalo.

120. Mostre que, se f é um polinómio com três zeros reais distintos, então existe x0 ∈ R tal que f ′′ (x0 ) = 0.

Sejam a, b, c os zeros de f , então o Teorema de Rolle garante que existem α, β ∈ R tais que a < α < b < β < c e
f ′ (α) = 0 = f ′ (β). Então, o Teorema de Rolle garante que ∃x0 ∈]α, β[: (f ′ )′ (x0 ) = f ′′ (x0 ) = 0.

121. Confirme que as conclusões do Teorema de Lagrange não se verificam para as seguintes funções e intervalos. Ex-
plique, em cada caso, por que razão isso não contradiz o teorema.

(a) f (x) = |x|, x ∈] − 1, 3[


f (3)−f (−1)
O Teorema de Lagrange, se valesse, daria que existe c ∈] − 1, 3[ tal que f ′ (c) = 3−(−1) .
Mas |3|−|−1|
3+1 = 12 ̸= f ′ (c) ∀c ∈] − 1, 3[.
O Teorema de Lagrange não vale, neste acso, porque f não é derivável em todos os pontos de ] − 1, 3[.

122. Deduza do Teorema de Lagrange que:


√ x+1
(a) ∀x ∈ [0, +∞[ x≤ 2

√ 1
x =⇒ f ′ (x) = √
f (x) =
2 x
x+1 1
g(x) = =⇒ g ′ (x) =
2 2
Consideremos o intervalo fechado √
[1, x]. Então, como f é contı́nua em [1, x] e derivável em ]1, x[, o Teorema de Lagrange
x−1
garante que ∃c ∈]1, x[: f ′ (c) = x−1 . Como f ′ (c) = 2√
1
c
1
e c > 1, então 2√ c
< 12 , logo:

x−1 1 √ 1
< ⇔ x − 1 < (x − 1)
x−1 2 2
√ x+1
⇔ x< ∀x > 1
2
Consideremos agora o intervalo fechado

[x,

1]. Então, como f é contı́nua em [x, 1] e derivável em ]x, 1[, o Teorema de Lagrange
1− x x−1
garante que ∃c ∈]x, 1[: f (c) = 1−x = x−1 . Como f ′ (c) = 2√
′ 1
c
e 0 < x < c < 1, então 2√ 1
c
> 12 , logo:

x−1 1 √ 1
> ⇔ x − 1 < (x − 1) (porque x − 1 < 0)
x−1 2 2
√ x+1
⇔ x< ,0<x<1
2

Como g(1) = f (1) = 1 e f (0) = 0 < 21 = g(0), então concluı́mos que x ≤ x+1
2 ∀x ∈ [0, +∞[.

129. Calcule os seguintes limites:

A.

9
x−sin x
(d) limx→0 1−cos x
 
x − sin x 1 − cos x 0
lim = lim → R.H.
x→0 1 − cos x x→0 1 + sin x 0
 
sin x 0
= lim → R.H.
x→0 cos x 0
=0
arctan x
(e) limx→0 arcsin x

1  
arctan x 1+x2 0
lim = lim → R.H.
x→0 arcsin x x→0 √ 1 0
1−x2

1 − x2
= lim
x→0 1 + x2
1
=
1
=1

2x−1
(g) limx→1/2+ log 2x

√ √2
 
2x − 1 2 2x−1 0
lim = lim + 1 → R.H.
x→1/2+ log 2x x→1/2
2x
0
x
= lim √
x→1/2+ 2x − 1
1
2
=
0+
= +∞
1
sin
(j) limx→+∞ 1
x
x

sin x1
 
sin y 1
lim 1 = lim y= →0
x→+∞ y→0 y x
x
=1

(k) limx→+∞ x2 sin x1

1 sin x1
lim x2 sin = lim
x→+∞ x x→+∞ x12
 
sin y 1 +
= lim+ 2 y= →0
y→0 y x
 
cos y 0
= lim → R.H.
y→0+ 2y 0
1
= +
0
= +∞

x2 sin x
1
(l) limx→+∞ x+1

−1
x2 sin x1 2x sin x1 + x2 cos x1 ·
 ∞ 
x2
lim = lim → R.H.
x→+∞ x + 1 x→+∞ 1 ∞
sin x1 1
= 2 lim 1 − lim cos
x→+∞
x
x→+∞ x
=2−1
=1

10
x2 sin x
1
(m)limx→0 x2 +x

x2 sin x1 x sin x1
lim 2
= lim
x→0 x + x x→0 x + 1
 
1 sin y 1 1
= lim × lim y = → +∞ = ×0
x→0 1 + x y→+∞ y x 1
=0

B.
log(x−1)
(d) limx→1+ log(x2 −1)

log(x − 1) log(x − 1)
lim = lim
x→1+ log(x2 − 1) x→1+ log(x − 1) + log(x + 1)
1 ∞ 
x−1
= lim+ 1 1 → R.H.
x→1
x−1 + x+1

1
x−1
= lim+ x+1+x−1
x→1
(x−1)(x+1)
x+1
= lim+
x→1 2
2
=
2
=1
log(x+ex )
(f ) limx→+∞ x

1+ex
log(x + ex ) x+ex
∞ 
lim = lim → R.H.
x→+∞ x x→+∞ 1 ∞
1 + ex
= lim
x→+∞ x + ex
ex ∞ 
= lim → R.H.
x→+∞ 1 + ex ∞
ex ∞ 
= lim x → R.H.
x→+∞ e ∞
= lim 1
x→+∞

=1

C.

11
(a) limx→0+ (sin x)(log x)

sin x
lim (sin x)(log x) = lim 1
x→0+ x→0+
log x
 
cos x 0
= lim+ → R.H.
x→0 − log1 x · 1
x
0
= − lim+ (x log2 x) · lim+ cos x
x→0 x→0
2
= − lim+ x log x
x→0
log2 x
= − lim+ 1
x→0
x
1
2 log x · x
∞ 
= − lim+ → R.H.
x→0 − x12 ∞
= lim+ 2x log x
x→0
log x
= 2 lim 1
x→+∞
x
1 ∞ 
x
= 2 lim+ → R.H.
x→0 − x12 ∞
= −2 lim+ x
x→0
=0

130. Determine f ′ (0) se f : R → R é dada por


(
g(x)
x se x ̸= 0
f (x) =
0 se x = 0

sendo g : R → R uma função tal que g(0) = g ′ (0) = 0 e g ′′ (0) = 17.

g(x)
f (x) − f (0) −0
f ′ (0) = lim = lim x
x→0 x−0 x→0 x − 0
g(x) 0
= lim 2 =
x→0 x 0
g ′ (x)
= lim (porque g é derivável em 0)
x→0 2x
1 g ′ (x) − g ′ (0)
= lim
2 x→0 x−0
1 ′′
= g (0)
2
17
=
2
144.
log x
(a) Esboce o gráfico da função f (x) = x , para x > 0.
1
· x − log x
f ′ (x) = x
x2
1 − log x
=
x2
1
− · x2 − (1 − log x) · 2x
f ′′ (x) = x
x4
x + (2 − 2 log x)x
=−
x4
2 log x − 3
=
x3

12
f ′ (x) = 0 ⇔ 1 − log x = 0
⇔ log x = 1
⇔x=e
f ′′ (x) = 0 ⇔ 3 − 2 log x = 0
3
⇔ log x =
√ 2
⇔x=e e
log x
lim f (x) = lim
x→+∞ x→+∞ x
1
x
= lim
x→+∞ 1
=0
log x
lim+ f (x) = lim+
x→0 x→0 x
−∞
=
0+
= −∞

f ′ (x) > 0 ∀x ∈]0, e[



f (x) < 0 ∀x ∈]e, +∞[
′′

f (x) > 0 ∀x ∈]e e, +∞[

f ′′ (x) < 0 ∀x ∈]0, e e[

0.5

−0.5
0 2 2.72 4 4.48 6 8 10

(b) Qual dos números é maior, eπ ou π e ?

Como f ′ (x) < 0∀x > 0, então f (e) > f (π), logo:

log e log π
f (e) > f (π) ⇔ >
e π
⇔ π log e > e log π
⇔ log eπ > log π e
⇔ eπ > π e porque a função logaritmo é estritamente crescente

150. Determine:

(c) O número real que excede o seu quadrado pelo maior valor.

13
Queremos maximizar a função f (x) = x − x2 com x − x2 ≥ 0 ⇔ 0 ≤ x ≤ 1. Como f ′ (x) = 1 − 2x, então:
1
f ′ (x) = 0 ⇔ x =
2
′ 1
f (x) > 0 ⇔ x <
2
′ 1
f (x) < 0 ⇔ x >
2
Como f é uma função contı́nua definida num intervalo fechado e limitado, então o máximo de f vai ser um dos seguintes
pontos:
ˆ {0, 1} f (0) = 0 f (1) = 0

ˆ {x ∈]0, 1[: f (x) = 0} = 21 1 1


 
f 2 = 2

ˆ {x ∈]0, 1[: f não é derivável} = ∅

Logo, o máximo de f é x = 12 .

156. Um fio de comprimento c é partido em dois; uma parte é dobrada num quadrado, a outra numa circunferência.
Como se deve cortar o fio de modo que a soma das áreas do quadrado e do cı́rculo seja mı́nima?

Suponhamos que o fio é cortado em duas partes, uma de comprimento x e outra de comprimento x − c, em que 0 < x < c.
Suponhamos que o fio de comprimento x é utilizado para formar um quadrado de lado ℓ e o de comprimento c − x é utilizado
para formar uma circunferência de raio r. Então:

x x2
4ℓ = x ⇔ ℓ = ⇔ Aquadrado = ℓ2 =
4 16
x−c (x − c)2
2πr = x − c ⇔ r = ⇔ Acircunferência = πr2 =
2π 4π
Logo, a soma das áreas é dada por:
x2 (x − c)2
A(x) = +
16 4π
Queremos, portanto, minimizar a função A.
x x−c
A′ (x) = +
8 2π

x x−c
A′ (x) = 0 ⇔ + =0
8 2π
πx + 4x − 4c
⇔ =0

4c
⇔x=
π+4
Como
4c
x> =⇒ A′ (x) > 0
π+4
4c
x< =⇒ A′ (x) < 0
π+4
4c
Então x = π+4 dá um mı́nimo relativo de A.

c2 4c2
A(0) =
= > A(c)
4π 16π
c2 πc2
A(c) = = < A(0)
  16 2 16π
4c c
A = < A(c) < A(0)
π+4 16 + 4π
4c
Concluı́mos que x = π+4 dá o mı́nimo global de A.

14

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