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Índice

LISTA DE TABELAS.....................................................................................................................3

LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................................4

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................6

1.1. Introdução.................................................................................................................................6

1.3. Objecto de Estudo.....................................................................................................................6

1.4. Objectivos.................................................................................................................................6

1.4.1. Objectivo Geral......................................................................................................................6

1.4.2. Objectivos Específicos...........................................................................................................7

1.5. Justificativa...............................................................................................................................7

1.6. Definição do Problema.............................................................................................................8

1.7. Questões de Pesquisa................................................................................................................8

1.8. Delimitação do Estudo..............................................................................................................9

1.9. Estrutura do Trabalho...............................................................................................................9

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA............................................................................11

2.1. Contabilidade..........................................................................................................................11

2.1.1. Usuários da Contabilidade...................................................................................................11

2.2. Demostrações Financeiras......................................................................................................12

2.2.1. Balanço Patrimonial.............................................................................................................13

Quadro 1. Balanço patrimonial......................................................................................................14

2.2.1.1. Activo...............................................................................................................................15

2.2.1.1.1. Activo circulante............................................................................................................15

2.2.1.1.2. Activo não circulante.....................................................................................................15

2.2.1.2. Passivo..............................................................................................................................16

2.2.1.2.1. Passivo circulante..........................................................................................................17


2.2.1.2.2. Passivo não circulante....................................................................................................17

2.2.1.3. Património Líquido...........................................................................................................17

2.2.2. Demonstração de Resultados do Exercício..........................................................................18

Quadro 2. Demonstração de resultados do exercício.....................................................................19

2.2.4. Notas explicativas................................................................................................................20

2.3. Análise das Demonstrações Financeiras.................................................................................20

2.4. Análise Financeira no Processo de Tomada de Decisão.........................................................20

2.5. Índices Económico-Financeiros..............................................................................................21

2.5.1. Equilíbrio Financeiro a Curto Prazo....................................................................................23

2.5.1.1. Índices de Liquidez...........................................................................................................23

2.5.1.1.1. Liquidez Geral...............................................................................................................23

2.5.1.1.2. Liquidez Corrente..........................................................................................................24

2.5.1.1.3. Liquidez Seca.................................................................................................................24

2.5.1.1.4. Liquidez Imediata..........................................................................................................25

2.5.2. Equilíbrio Financeiro a Médio e Longo Prazos...................................................................26

2.5.2.1. Solvabilidade....................................................................................................................26

2.5.2.2. Autonomia Financeira.......................................................................................................27

2.5.2.3. Endividamento..................................................................................................................27

2.5.2.3.1. Estrutura do Endividamento...........................................................................................28

2.5.3. Índices de Lucratividade e Rentabilidade............................................................................28

2.5.3.1. Giro do activo...................................................................................................................29

2.5.3.2. Margem líquida.................................................................................................................30

2.5.3.3. Rentabilidade do activo....................................................................................................30

2.5.3.4. Rentabilidade do Património Líquido...............................................................................31

2.5.3.5. Índices de prazos médios..................................................................................................31


2.5.4. Risco Empresarial................................................................................................................33

2.5.4.1. Risco Económico..............................................................................................................34

2.5.4.2. Risco Financeiro...............................................................................................................34

CAPITULO II: METODOLOGIA................................................................................................36

3.1. Método....................................................................................................................................36

3.2. Tipo de estudo.........................................................................................................................36

3.3. Recolha de dados....................................................................................................................37

4. Bibliografia................................................................................................................................38

LISTA DE TABELAS

Quadro 1. Balanço patrimonial..................................................................................................13

Quadro 2. Demonstração de resultados do exercício.................................................................18


LISTA DE ABREVIATURAS

AC – Activo Circulante.

AT – Activo Total.

CMV – Custo de Mercadorias Vendidas.

CMVC – Custo de Mercadorias Vendidas e Consumidas.

DLPA – Demonstracao de Lucros ou Prejuizos Acumulados.

DRE – Demonstracao de Resultados.

GA – Giro do Activo.

GAF – Grau de Alcance financeiro.

GAO – Grau de Alcancance Operacional.

LC – Liquidez Corrente.

LG – Liquidez Geral.

LI – Liquidez Imediata.

LL – Lucro Liquido

LS – Liquidez Seca.

ML – Margem Liquda.

PC – Passivo Circulante.

PL – Patrimonio Liquido.

PMPC – Prazo Medio de Pagamento de Compras.

PMRE – Prazo Medio de Renovacao de Estoques.

PMRV – Prazo Medio de Recebimento das Vendas.


RA – Rentabildade do Activo.

RLP – Rendimento a Longo Prazo

RPL – Rentabilidade do Patrimonio Liquido


CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução.

O presente projecto de pesquisa tem como assunto: Análise das Demonstrações Financeiras
(Balanço e Demonstração de Resultados) na Tomada de decisões. Caso: Universal Trading,
Limiada.

Atualmente presencia-se um contexto de ampla globalização. As organizações buscam meios


para maximizar ganhos e reduzir perdas em um ambiente caracterizado pela diminuição de
fronteiras, aumento de concorrência e avanço tecnológico. Neste conceito, a tomada de decisão
correta e rápida mostra-se como um diferencial competitivo na busca da sobrevivência e
crescimento. Dos instrumentos que podem subsidiar com dados relevantes o processo decisório
do administrador, principalmente o financeiro pode-se usar as demonstrações contábeis.

As demonstrações financeiras, especialmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do


Resultado, servem de fonte principal para obtenção Índices econômico-financeiros.

Segundo MATARAZZO (2003:147): “Um índice é como uma vela acesa em um quarto escuro”.
Segue ele, “A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação
econômica ou financeira da empresa”.

Desta forma, o presente estudo estudo buscará mostrar de que forma a análise de tais índices
contribuem para tomada de decisão na Empresa Universal Trading, Limitada.

Atualmente as empresas precisam tomar decisões rápidas e precisas, pois um dado coletado de
forma errada pode causar grandes prejuízos.

1.3. Objecto de Estudo.

O objecto de estudo são as Demonstrações Financeiras.

1.4. Objectivos.

1.4.1. Objectivo Geral.

Segundo MARCONI & LAKATOS (2003:219) o objectivo geral “está ligado a uma visão
global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e
eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente à própria significação da tese
proposta pelo projecto”.
O objectivo geral do estudo em questão, é de analisar as Demonstrações financeiras através de
Balanço e Demonstrações de Resultados na tomada de decisões na Empresa Universal Trading,
Limiatada nos anos 2020-2022.

1.4.2. Objectivos Específicos

Segundo MARCONI & LAKATOS (2001:102), os objectivos específicos “apresentam carácter


mais concreto. Têm funções intermédias e instrumentais, permitindo de um lado atingir
objectivo geral e, deste modo, aplicar este a situações particulares”.

Portanto a presente pesquisa tem como objectivos específicos:

 Fazer o levantamento bibliográfico relacionado à analise das demonstrações financeiras,


aos índices económico-financeiros.
 Identificar os indices de equilíbrio financeiro de curto e de médio/ longo prazos.
 Identificar os indices de rentabilidade e sustentabilidade.

 Que permita aferir se a empresa está financeiramente equilibrada, se a empresa


se encontra numa posição rentável, se está numa posição estável e sustentada, se
a empresa estudada tem condições de honrar com seus compromissos e se não,
quais devem ser as sugestões para uma melhora.

 Apresentar o Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício,


como principais peças contabilistica na obtenção de dados.

1.5. Justificativa.

Segundo LAKATOS & MARCONI (2001:103) Justificativa “consiste numa deposição sucinta,
porém completa a ordem prática que torna importante a realidade da pesquisa”.

As análises das demonstrações financeiras são ferramentas fundamentais para que uma empresa
possa conhecer sua situação económica e financeira e, portanto, poder tomar decisões e estar de
frente às dificuldades. Também é fundamental para que investidores, governo, clientes e
fornecedores conheçam financeiramente a empresa.

As demonstrações financeiras, especialmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do


Resultado, servem de produto base para obter informações acerca nos Índices económico-
financeiros.
Nesta óptica, o estudo buscará mostrar de que forma a das Análise das Demonstrações
Financeiras (Balanço e Demonstração de Resultados) contribuem na Tomada de decisões.

O estudo é importante para os autores, para adquirir conhecimentos que poderão futuramente ser
aplicados na prática, além de capacitá-lo cientificamente.

1.6. Definição do Problema.

Segundo BOAVENTURA (2009:37) Problema "é uma questão ainda não resolvida, que permite
abordagem metodológica no encaminhamento de resolução".

O presente estudo visa a Análise das Demonstrações Financeiras (Balanço e Demonstração de


Resultados) na Tomada de decisões. Caso: Empresa Universal Trading, Limiada, Nampula.

E tempos de concorrência de mercado, uma análise racional e consciente sobre as reais


condições da empresa é condição essencial ao crescimento e desenvolvimento de uma empresa,
portanto, decisões pautadas no empirismo podem levar a empresa decadência do património da
empresa, podendo passar por dificuldades financeiras e até mesmo a falência.

Nesse sentido, é válido ressaltar as demonstrações financeiras, quando registradas credivelmente,


como uma fonte importante ao gestor para obtenção de informações que influenciem
positivamente na tomada de decisão.

A partir da temática exposta, procura-se investigar o seguinte problema de pesquisa: Como é


feita a análise das Demonstrações Financeiras da empresa em estudo, e quais as projeções futuras
que podem ser feitas quanto ao comportamento da empresa, utilizando os índices econômico-
financeiros? E face ao contexto envolvente, quais as estratégias que podem ser apontadas
como propostas de melhoria dos indicadores estudados?

Optou-se por utilizar os dados dos últimos 2 anos, devido aos anos anteriores a empresa
alterações não significativas na alteração do seu património.

Como índices financeiros decidem-se utilizar: os Índices de equilíbrio financeiro de curto e de


médio/ longo prazos, Índices de Rentabilidade e sustentabilidade, e Índices de Prazos Médios.

1.7. Questões de Pesquisa

De acordo com o exposto anteriormente, as questões que orientara a investigação são as


seguintes:
 Em que medida tem a empresa equilíbrio financeiro de curto e de médio/ longo prazos?
 Em que medida a empresa dispõe dos meios financeiros adequados para
responder às suas necessidades operacionais e às obrigações contraídas?
 A empresa apresenta niveis adequados em rentabilidade e sustentabilidade?
 Qual a sua capacidade para criar valor ou rendimento, para garantir a sua
sustentabilidade a médio/longo prazo e para expandir a sua actividade?
 Face ao contexto envolvente, quais as estratégias que podem ser apontadas como
propostas de melhoria dos indicadores estudados?

1.8. Delimitação do Estudo.

Para MARCONI & LAKATOS (2007), delimitação do tema de pesquisa, significa indicar o
tópico que desperta interesse do pesquisador, com utilidade na comunidade académica e
profissional.

O estudo de caso será realizado no terceiro trimestre do ano 2022, em Moçambique, na provincia
de Nampula, distrito de Nacala, onde se localiza a sede da empresa em estudo, de salientar que o
estudo estará no exercício económico 2020 – 2022.

Numa pesquisa é preciso escolher ou identificar um tema. “Tema é um assunto que se deseja
estudar e pesquisar”. (MARCONI & LAKATOS, 2008:11).

O presente projecto de pesquisa tem como assunto: Análise das Demonstrações Financeiras
(Balanço e Demonstração de Resultados) na Tomada de decisões. Caso: Universal Trading,
Limiada.

1.9. Estrutura do Trabalho.

De acordo com GERHARDT & SILVEIRA (2009) “É apresentação breve e resumida da


composição sequenciada da pesquisa, ou seja, parte do texto que rege e sintetiza o momento
analítico do processo de investigação.” O trabalho apresenta-se estruturado em cinco capítulos e
um anexo que. Cada capítulo contempla os seguintes conteúdos:

No primeiro capítulo, trata-se da introdução, apresentação do tema, objectivos do tema, a


relevância do tema, definição e delimitação do tema, e a estrutura do trabalho.
No segundo capítulo, é feita a revisão de literatura, onde são apresentados os conceitos e teses
acerca do estudo em pesquisa.

No terceiro capítulo, apresenta-se metodologia utilizada ao longo do trabalho o estudo de caso.

O quarto é abordado acerca das análises e interpretação de dados, onde dá-se a conhecer a
empresa em estudo e o desenvolvimento acerca dos dados analisados.

O quinto e último capítulo deste trabalho trata das conclusões e recomendações.


CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Contabilidade

A Contabilidade é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões.
Todas as movimentações possíveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade,
que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos
interessados em conhecer a situação da empresa. Esses interessados, através de relatórios
contábeis, recordam os fatos acontecidos, analisam os resultados obtidos, as causas que levaram
àqueles resultados e tomam decisões em relação ao futuro.

Segundo SÁ (1998): “Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos patrimoniais,


preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação á
eficácia funcional das células sociais”.

Seguindo o pensamento de MARION (2008): “A Contabilidade é um instrumento que fornece o


máximo de informações úteis para a tomada de decisão dentro e fora da empresa”.

2.1.1. Usuários da Contabilidade

Os usuários são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da
empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas.

Os principais interessados nas análises de balanços são: fornecedores, empresas clientes,


intermediários financeiros, acionistas, concorrentes, governo e os próprios administradores.

Segundo ASSAF NETO (2002), os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais
ainda, com interesses de diversificados, razão pela qual as informações geradas pela entidade
devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação
patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de projeções
sobre o seu futuro. ASSAF NETO (2007), os usuários internos incluem:

 Os administradores para a tomada de decisões, os funcionários com o interesse em


pleitear melhorias e a diretoria para a execução de planejamentos organizacionais, estes
usuários se valem de informações mais aprofundadas e específicas acerca da entidade,
notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Através dessas análises, há uma
facilidade em se acompanhar os resultados e auxiliar nas tomadas de decisões.

 Os acionistas buscam informações capazes de identificar o retorno de seus investimentos


na organização, ou seja, a capacidade de gerar lucros e reembolsá-los.

O mesmo autor diz ainda que os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral,
em aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis, dentre estes usuários
podemos elencar alguns como:

 Considerados uns dos principais usuários da análise de balanços, os intermediários


financeiros, são basicamente os bancos comerciais e os de investimento que se mostram
interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão de
financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital emprestado, isto é, para esses,
o que interessa é conhecer sobre o grau de endividamento, solvência, rentabilidade e a
relação com o curto e longo prazo que a empresa trabalha.

 Os concorrentes que estão interessados em conhecer a situação da empresa para poder


atuar no mercado, o governo que necessita obter informações das receitas e as despesas
para poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela de
tributações e planejamento macroeconômico. Estudar a rentabilidade, liquidez,
crescimento de vendas, auxiliam no crescimento das empresas.

 Os fornecedores que estão interessados em conhecer a situação da entidade para poder


continuarem ou não as transações comerciais com a entidade, isto é, à capacidade de
pagamento da empresa, ou seja, sua liquidez e também o nível de endividamento.

 E por fim os clientes que se interessam em medir a integridade da entidade e a garantia


de que seu pedido será entregue nas suas especificações e no tempo acordado.

2.2. Demostrações Financeiras

De acordo com BRIGMAN & HOUSTON (1999), a coleta e registro de dados, assim como
elaboração das demonstrações financeiras é atribuição da contabilidade. Não é objetivo de este
trabalho discutir como são obtidas as demonstrações financeiras, mas sim analisar os dados
apresentados e concluir se a empresa é bem ou mal administrada, se merece ou não crédito, se
tem condições de pagar as suas dívidas, se é lucrativa, se irá continuar investindo e operando no
mercado.

As demonstrações financeiras são úteis, por exemplo, para os bancos que necessitam verificar a
situação da empresa antes de conceder-lhe um empréstimo. Os fornecedores necessitam dos
dados para verificar se o cliente terá condições de pagar pelos produtos/serviços comprados. Os
clientes também analisam os dados para determinar se o seu fornecedor tem condições de
continuar operando no mercado ou se é preferível optar por outro mais sólido economicamente.

De acordo com PADOVEZE & BENEDICTO (2007), o Balanço Patrimonial e a DRE são os
principais demonstrativos para análise financeira, mas existem outros relatórios que os
complementam, sendo eles os inventários, demonstração de mutações do patrimônio líquido,
demonstração do fluxo de caixa, notas explicativas, parecer dos auditores, entre outros.

2.2.1. Balanço Patrimonial

Segundo MATARAZZO (2003), “o Balanço Patrimonial tem por finalidade demonstrar a


situação da empresa no final de um determinado período. O Balanço Patrimonial é a
demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa (activo), e as obrigações
(passivo) em determinada data. A diferença entre activo e passivo é chamada de patrimônio
líquido e representa o capital investido pelos proprietários”.

De acordo com o decreto n.º 70/2009, de 22 de Dezembro, a estrutura do BP deve ser


apresentada conforme a tabela abaixo.
Quadro 1. Balanço patrimonial

ACTIVOS Notas Período n Período n-1


Activos não correntes
Activos tangíveis
Activos tangíveis de investimento
Activos intangíveis
Activos biológicos
Investimentos Financeiros
Outros activos não correntes
Activos correntes
Inventários
Activos biológicos
Clientes
Outros activos correntes
Caixa e bancos
Total dos activos
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVOS
Capital próprio
Capital social
Reservas
Resultados transitados
Resultado líquido do período
Total do capital próprio
Passivos não correntes
Provisões
Empréstimos obtidos
Outros passivos não correntes
Passivos correntes
Provisões
Fornecedores
Empréstimos obtidos
Impostos a pagar
Outros passivos correntes
Total dos passivos

Fonte: SCE.

O balanço patrimonial está estruturado em dois grandes grupos: o activo, o passivo e o capital
próprio (património líquido).
2.2.1.1. Activo

Segundo QUINTANA (2009), “o activo pode ser classificado em dois grandes grupos de contas,
os quais são apresentados em ordem decrescente de grau de liquidez: activo circulante e ativo
não circulante”.

2.2.1.1.1. Activo circulante

Conforme QUINTANA (2009), “o ativo circulante é composto pelos bens e direitos conversíveis
em recursos financeiros até o final do exercício subsequente. Nesse grupo, destacam-se o registro
do caixa, bancos, clientes, estoque, despesas antecipadas, entre outros”.

Conforme TÓFOLI (2008), as contas do Ativo Circulante podem ser agrupadas nos subgrupos:

 Disponibilidades: inclui as contas de maior grau de liquidez do activo, ou seja,


disponibilidades imediatas, como recursos disponíveis em caixa, em bancos ou em
aplicações financeiras de curto prazo disponíveis à empresa e de imediata
conversibilidade em dinheiro;
 Direitos realizáveis em curto prazo: são recursos aplicados em direitos que poderão ser
convertidos em dinheiro no prazo de um ano, tais como vendas a prazo a clientes e os
valores a receber proveniente das demais transações efetuadas pela empresa (títulos e
valores mobiliários, duplicatas descontadas, provisão para devedores duvidosos, impostos
a recuperar, entre outras contas a receber);
 Estoques: são bens agrupados de acordo com sua natureza e finalidade, tais como
mercadorias para revenda, matérias-primas, produtos em elaboração e produtos acabados;
 Despesas Antecipadas: neste grupo encontra-se os recursos aplicados em itens que
proporcionarão serviços ou benefícios durante o exercício seguinte; ou seja; despesas
pagas antecipadamente e ainda não incorridas.

2.2.1.1.2. Activo não circulante

Para TÓFOLI (2008), “No Ativo Não Circulante são agrupadas as contas que representam os
direitos da empresa que serão convertidos em dinheiro, após o término do exercício seguinte, ou
até o final do ciclo operacional, caso seja maior que um ano, tais como depósitos judiciais,
impostos a recuperar em longo prazo, empréstimos concedidos a empresas coligadas ou
controladas”.

O Ativo não Circulante também inclui todos os bens de permanência duradoura (automóveis,
prédios e máquinas, por exemplo), destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu
empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade.

Conforme TÓFOLI (2008), as contas do Ativo Não Circulante podem ser agrupadas nos
subgrupos:

 Ativo Realizável a Longo Prazo: inclui as contas que representam os direitos da


empresa que serão convertidos em dinheiro após o término do exercício seguinte;
 Investimentos: referem-se às contas que não se destinam especificamente às
manutenções operacionais ou a negociações, mas à participação acionária em controladas
e coligadas, terrenos, obras de arte, e outros activos com finalidades não destinadas aos
fins operacionais;
 Imobilizado: é composto dos bens e direitos, necessários a manutenção das atividades da
empresa, tais como: edifícios, instalações, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios,
ferramentas, marcas e patentes;
 Intangível: refere-se aos gastos de implantação, pesquisas e desenvolvimento, gastos de
reorganização, ou seja, são despesas incorridas num exercício que se estenderão por mais
de um exercício social.

2.2.1.2. Passivo

Para SILVA (2010), “passivo, é uma obrigação existente na entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saídas de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos”.

Os recursos do Passivo são classificados como curto prazo e longo prazo, sendo definidos,
respectivamente, como Passivo Circulante e Passivo Não Circulante.
2.2.1.2.1. Passivo circulante

De acordo com TÓFOLI (2008), “No Passivo Circulante estão relacionadas às obrigações a curto
prazo da empresa, cujos vencimentos acontecerão até o final do exercício social seguinte ou até o
final do ciclo operacional, caso seja maior que um ano”.

Conforme TÓFOLI (2008), as contas do Passivo Circulante podem ser agrupadas nos subgrupos:

 Empréstimos e Financiamentos: é composto pelas contas relativas aos financiamentos


bancários, títulos a pagar e empréstimos originalmente tomados a longo prazo que se
transformam em curto prazo a medida que se aproximam dos vencimentos;
 Fornecedores: representam as compras realizadas a prazo pela empresa;
 Outras Obrigações: referem-se a contas como salários a pagar, encargos sociais a
recolher, adiantamentos de clientes, entre outros;
 Provisões: são encargos e riscos que não têm datas de pagamentos fixadas ou com
valores não conhecidos com exatidão, mas que são calculáveis, mesmo que seja por
estimativa, como por exemplo: Dividendos Propostos, Gratificações e Participações de
Administradores e Empregados, Provisão de Férias, Provisão de 13º Salário e outros.

2.2.1.2.2. Passivo não circulante

No Passivo Não Circulante classificam-se todas as obrigações da empresa cujo vencimento


ocorrerá após o término do exercício seguinte ao encerramento do balanço, ou que apresentem
prazo de pagamento superior ao ciclo operacional da empresa, tais como empréstimos e
financiamentos de instituições financeiras, debêntures a pagar, entre outros.

2.2.1.3. Património Líquido

Segundo HOJI (2004), o Patrimônio Líquido representa os recursos próprios da empresa, que
pertencem a seus acionistas ou sócios, sendo constituído pelos seguintes subgrupos:

 Capital Social: representa os valores investidos pelos sócios ou proprietários, ou aqueles


gerados pela própria empresa, e que não foram distribuídos sob a forma de dividendos;
 Reservas de Capital: são os valores recebidos pela empresa que não são receitas e não
são exigíveis, tais como: ágio na emissão de acções, prémio de emissão de debêntures e
valorização do capital, podendo ser utilizadas para o aumento do Capital Social ou
absorção dos prejuízos;
 Reservas de Reavaliação: representam valores gerados pelos aumentos de valor dos
ativos reavaliados com base em laudos técnicos emitidos por profissionais especializados;
 Reservas de Lucros: são constituídas para finalidades específicas, sendo composto por
Reserva Legal (5% do lucro, limitado a 20% do capital); Reservas Estatutárias que são
constituídas de acordo com o estatuto da empresa; Reservas para Contingência que tem a
finalidade de compensar alguma perda ou prejuízo futuro; Reservas para Expansão que
são destinadas para financiar investimentos planeados; e Reservas de Lucros a Realizar
que são lucros já contabilizados, mas ainda não realizados financeiramente, com
realização prevista para longo prazo;
 Lucros ou Prejuízos Acumulados: são resultados remanescentes de determinado
exercício que se acumulam com os resultados provenientes de outros exercícios sociais,
também não apropriados. Poderá ser distribuído aos sócios, destinado às Reservas,
incorporados ao Capital Social ou cobrir prejuízos dos exercícios seguintes. Quando o
prejuízo for maior que o saldo dos lucros acumulados existentes, a conta apresentará um
saldo negativo.

2.2.2. Demonstração de Resultados do Exercício

A Demonstração de Resultados do Exercício é composta pelas receitas e despesas, dessa forma


apresenta os resultados dos lucros ou prejuízos acumulados no período.

Para MARION (2004), “A Demonstração de Resultados do Exercício fornece uma síntese


financeira dos operacionais da empresa durante determinado período, onde são mais comuns
aquelas que cobrem o período de um ano, no final do ano civil”.

Essa demonstração evidencia o resultado que a empresa obteve no desenvolvimento de suas


atividades em um determinado período, sendo elaborada pelo regime de competência.

De acordo com o decreto n.º 70/2009, de 22 de Dezembro, a estrutura da DRE deve ser
apresentada conforme a tabela abaixo.
Quadro 2. Demonstração de resultados do exercício

Descrição Notas Período n Período n-1


Venda de bens e serviços
variação da produção e de trabalhos em curso
Investimentos realizados pela própria empresa
Custo dos inventários vendidos ou consumidos
Custos com o pessoal
Fornecimento e serviços de terceiros
Amortizações
Provisões
Ajustamento de inventários
Ajustamento de contas a receber
Outros ganhos e perdas operacionais

Rendimentos financeiros
Gastos financeiros
Ganhos/perdas imputados de associadas
Resultados antes de impostos
Imposto sobre o rendimento
Resultados líquidos do período
Fonte: SCE
2.2.3. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA

A DLPA é uma demonstração contabilistica destinada a evidenciar em um determinado período


as mutações nos resultados acumulados pela entidade.

Segundo BRAGA & WALTER (1979), a DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da
conta de lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido.

RIBEIRO (2003:289), “evidencia o lucro apurado no exercício e sua destinação, bem como os
eventos que modificaram o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, como, por exemplo,
correção monetária, ajustes e reversões de reservas”.

Segundo MARION (1998) evidencia a distribuição do lucro do período somado com saldos de
lucros anteriores. Quando “há prejuízos sucessivos, estes também são acumulados; daí a
expressão prejuízos acumulados”.
2.2.4. Notas explicativas

Notas explicativas constituem-se em peça importante no que diz respeito a transparência das
operações, dos resultados e da situação de uma instituição, é através delas que se consegue
informações mais completas. Cabe a cada instituição financeira definir informações adicionais a
serem prestadas e atentar para qualidade, visando ao completo esclarecimento do leitor.

2.3. Análise das Demonstrações Financeiras

Para efectuar a análise financeira de uma empresa pode recorrer-se a um conjunto diverso de
métodos e técnicas, de diferentes naturezas e nível de complexidade, que podem ser utilizados de
forma isolada ou, preferencialmente, conjugada (FERNANDES et al, 2012).

Para SILVA (2008), a análise financeira, consiste num exame detalhado dos dados financeiros
que a empresa apresenta, como também das condições exógenas e endógenas que afetam a
empresa. As exógenas são os fatores de ordem política e econômica, a concorrência, entre outros.
Podem-se citar como endógenas, a estrutura organizacional, a capacidade da gerência e o nível
tecnológico da organização.

Para FRANCO (1992) somente analisar não é o bastante, é preciso correta interpretação dos
dados disponibilizados pela análise. Sabe-se que a interpretação, decorre da comparação entre os
elementos do conjunto avaliados. Ainda segundo o autor, a análise e sua devida interpretação,
além de apresentarem a situação da empresa naquele momento, pode também determinar a
potencialidade e as perspectivas futuras da organização.

Para PADOVEZE (2006), a finalidade da análise financeira é identificar os pontos fortes e fracos
da companhia no sentido operacional e financeiro, com a intenção de sugerir mudanças quando
necessário. O autor destaca que, análise quando feita de forma estática, ou seja, de apenas um
período, pouco valor trará para a área gerencial da mesma. É importante que a análise seja um
instrumento que permita comparações entre períodos ou setores por exemplo.

2.4. Análise Financeira no Processo de Tomada de Decisão

Hoje, mais que nunca, a gestão financeira e a gestão estratégica são como as duas faces de uma
moeda. A gestão financeira tem que ser englobada num planeamento estratégico global, que
direccione a organização num caminho que assegure, a médio e longo prazo, vantagens
competitivas, configurando os seus recursos num ambiente de mudança contínua, de modo a
satisfazer as necessidades do mercado e a corresponder às expectativas dos interessados
(proprietários, investidores e parceiros, por exemplo) (SILVA & QUEIRÓS, 2009).

Actualmente, o nível de risco financeiro das empresas é, de uma forma geral, elevado, pelo que a
busca da estabilidade e da sustentabilidade a médio/longo prazo obriga a uma gestão muito
rigorosa, de forma a garantir que os recursos disponíveis são suficientes para atender às
necessidades da organização e financiar as actividades de desenvolvimento e crescimento
(NEVES, 2012).

Por esse motivo, o conhecimento verdadeiro e real da situação financeira da empresa é


fundamental para efectuar as escolhas adequadas, face à conjuntura que se verifica (BESSA,
2008). A Análise Financeira disponibiliza, então, a informação que está na base do processo de
tomada de decisão, conferindo-lhe um carácter racional, sustentado na análise profunda da
informação disponível (MOREIRA, 2001).

No entanto, esta informação não assume todo o seu potencial quando analisada de forma isolada
e fragmentada. É necessário contextualizá-la e interpretá-la num quadro global, de acordo com a
própria dinâmica organizacional interna. Assim, torna- se necessário recorrer, adicionalmente, a
variáveis de carácter qualitativo relativas à gestão da empresa em questão, de forma a consolidar
a informação obtida com base na análise financeira (MENEZES, 2001).

Por outro lado, na análise de uma organização, não deve ser esquecido o contexto específico em
que esta se insere, pelo que se torna essencial explorar as interacções dessa organização com o
meio que a envolve, de forma a perceber as implicações daí decorrentes (NEVES &
RODRIGUES, 2008).

2.5. Índices Económico-Financeiros

Para efectuar a análise financeira de uma empresa pode recorrer-se a um conjunto diverso de
métodos e técnicas, de diferentes naturezas e nível de complexidade, que podem ser utilizados de
forma isolada ou, preferencialmente, conjugada (FERNANDES et al, 2012).

Segundo ATHAR (2005), trata-se de um método analítico onde dois valores patrimoniais são
comparados, dividindo-se um pelo outro. Nesta análise é estabelecida uma relação entre dois
fatores das demonstrações contábeis, que indicam quantas vezes um valor contém o outro, ou a
proporcionalidade de um em relação ao outro.

Para extrair melhores resultados, devemos adotar alguns procedimentos:

a. Se as demonstrações contábeis estão sendo apresentadas em moedas do mesmo poder


aquisitivo;
b. Reclassificar algumas contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado.
A análise de índices é o primeiro passo para uma análise financeira, sendo que eles se
demonstram serem auxiliadores na tomada de decisão, através da verificação das demonstrações
contábeis, condições passadas e antecipação de situações futuras, possibilitando que sejam
tomadas medidas antes dos fatos ocorrerem, proporcionando melhorias no planejamento e
orçamento, refletindo no desempenho da empresa.

Nas palavras de GITMAN (1997), os índices financeiros podem ser divididos em: índices de
liquidez, índices de endividamento e índices de lucratividade. Os índices de liquidez, da
atividade e de endividamento medem, fundamentalmente, risco; os índices de lucratividade
medem retorno. Para prazos curtos, os elementos importantes são a liquidez, a atividade e a
lucratividade, visto que eles fornecem informações que são críticas para as operações de curto
prazo da empresa. Os índices de endividamento são úteis fundamentalmente quando o analista
tem certeza de que a empresa será bem-sucedida no curto prazo.

A existência de equilíbrio financeiro é uma premissa basilar no que respeita à sustentabilidade de


qualquer empresa. SANTOS (1994) afirma que uma empresa está financeiramente equilibrada se
a sua estrutura financeira (incluindo um fundo de maneio adequado) e o seu funcionamento lhe
garantem a cobertura dos riscos inerentes à sua actividade e, também, os meios financeiros
adequados às suas necessidades operacionais.

Num sentido lato, o equilíbrio financeiro consiste na harmonização entre as origens e as


aplicações financeiras, numa perspectiva temporal, que se reflecte na capacidade da empresa em
solver os seus compromissos, quer a curto, quer a médio e longo prazo (FERNANDES et al,
2012).
Deste modo, o equilíbrio financeiro de uma empresa terá que ser analisado de acordo com dois
horizontes temporais específicos: a curto prazo e a médio/longo prazo.

2.5.1. Equilíbrio Financeiro a Curto Prazo

O equilíbrio financeiro a curto prazo traduz-se, de forma concreta, na correcta adequação entre a
liquidibilidade dos elementos do activo e a exigibilidade das dívidas de curto prazo. Esta
concepção corresponde ao conceito de liquidez amplamente referenciado na área financeira
(MENEZES, 2001)

2.5.1.1. Índices de Liquidez

O grupo de índices denominado liquidez mostra a base da situação financeira da empresa. Não se
pode confundir índices de liquidez com índices de capacidade de pagamento. Estes índices não
são extraídos do fluxo de caixa que compara entrada e saída de dinheiro. A partir do confronto
dos Ativos Circulante com as dívidas, procuram medir a base financeira da empresa. Bons
índices podem dar a uma empresa boa capacidade de pagar suas dívidas. Isto não significa que
pagará em dia suas obrigações.

Para BRAGA (2003:154), “a análise interna de liquidez constitui-se num dos mais valiosos
instrumentos de controlo financeiro, especialmente quando realizada em períodos curtos
(semanais, quinzenais, mensais)”.

Mediante SILVA (2010), os índices se dividem em quatro índices de liquidez: liquidez geral,
liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.

2.5.1.1.1. Liquidez Geral

Segundo SILVA (2010), “esse índice possibilitará ver toda a capacidade de pagamento da
empresa a longo prazo, considerando tudo que ela pode converter em dinheiro (a curto e longo
prazo), relacionando-se com tudo que a empresa já assumiu de divida (a curto e longo prazo).

De acordo do MATARAZZO (2003), esse índice indica quanto à empresa possui no Ativo
Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dívida total. Para calcular este índice
utiliza-se a seguinte fórmula:
( AC + RLP )
LG= x 100
( PC + ELP )

Concluindo, a liquidez geral vem mostrar a capacidade de honrar os compromissos financeiros


da empresa em relação a atividades de curto e de longo prazo. Esta ferramenta de mensuração
econômica proporciona uma visão mais clara e objetiva da capacidade de obtenção e pagamento
dos recursos obtidos pela empresa.

2.5.1.1.2. Liquidez Corrente

Para NETO (2002:172), “a liquidez corrente indica o quanto existe de ativo circulante para cada
unidade de dívida a curto prazo.” Observa-se, portanto, que quanto maior for esse índice, melhor
será para a situação financeira da empresa pois dessa forma mostrará que a empresa tem
capacidade de pagar suas dividas a curto prazo. Sua fórmula fica assim representada:

AC
LC=
PC

A liquidez corrente vem mostrar a capacidade de a empresa cumprir seus compromissos, levando
em consideração as contas do ativo circulante, contra as obrigações a curto prazo, ou seja, do
passivo circulante.

2.5.1.1.3. Liquidez Seca

De acordo com MARION (2002:88), “demonstra a capacidade de pagamento no curto prazo sem
considerar os estoques. É útil analisar a capacidade de pagamento quando as vendas são
paralisadas ou os estoques ficam obsoletos”.

BRAGA (2009:164) descreve que,

[...] alguns analistas eliminam os estoques do ativo circulante, a fim de


verificar as possibilidades da empresa no entendimento de suas dívidas a
curto prazo, sem contar com seus estoques. É a verdadeira “prova do
ácido”, como alguns costumam denominar, já que, para muitas empresas,
não é de muita relevância, pela natureza de sua estrutura financeira (maior
volume de vendas a vista, por exemplo). Portanto, este índice mede a
capacidade da empresa para pagar suas obrigações sem ser forçadas a
vender seus estoques, mas, como o quociente de liquidez imediata, ele
deve ser interpretado com bastante prudência.

Esse índice indica quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada unidade de Passivo
Circulante. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:

AC −Estoques
LS=
PC

De acordo com NETO (2008:120) “[...] esse índice indica, o percentual das dividas de curto
prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez”.

Na visão de MATARAZZO (2003), “quanto maior o resultado, melhor, por que significa que a
empresa tem capacidade de cumprir suas obrigações, mesmo quando for baixa a rotação de
estoque”.

2.5.1.1.4. Liquidez Imediata

Este índice mede a capacidade financeira da empresa em pagar imediatamente seus


compromissos.

Para ASSAF NETO (2008:120): “[...] reflete a percentagem das dívidas de curto prazo (PC) que
podem ser saldadas imediatamente pela empresa, por suas disponibilidades de caixa. Dessa
forma quanto maior se apresentar o resultado da LI, maiores serão os recursos disponíveis pela
empresa”.

Conforme SILVA (2010), esse índice indica a capacidade da empresa em quitar suas dividas
imediatamente, considerando apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez
imediata. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:

Disponibilidades
LI =
PC

Com o desenvolvimento do mercado de crédito, esse índice passou a ter pouca relevância na
maior parte das empresas. Nos dias atuais, não é aconselhável manter disponibilidades muito
elevadas, deixando de investir na própria atividade.
Conclui SILVA (2010), “que quanto maior o resultado, melhor, assim terá a evidencia de que a
empresa tem capacidade de saldar suas dividas imediatamente”.

2.5.2. Equilíbrio Financeiro a Médio e Longo Prazos

O equilíbrio financeiro de uma empresa não pode ser estudado apenas numa perspectiva de curto
prazo. É igualmente importante que seja feita uma análise num horizonte temporal de
médio/longo prazo, que permita aferir a capacidade da empresa para manter as condições
necessárias ao seu normal funcionamento, de forma a garantir a sua sustentabilidade no futuro
(MENEZES, 2001).

Nesta perspectiva, é fundamental avaliar a capacidade da empresa em solver os seus


compromissos a médio e longo prazo, e também perceber a origem dos capitais que financiam a
empresa (NEVES, 2012).

2.5.2.1. Solvabilidade

Em sentido lato e numa linguagem empresarial, o termo “solvabilidade” pode definir-se como a
aptidão para liquidar (ou solver) compromissos de carácter financeiro nas respectivas datas de
vencimento (SANTOS, 1994). Como já foi referido, quando se tratam de dívidas de curto
prazo, utiliza-se a expressão “liquidez” (que acaba por traduzir o conceito de solvabilidade a
curto prazo). Na sua utilização mais comum, a solvabilidade determina, então, a capacidade da
empresa para fazer face aos seus compromissos a médio longo prazo.

Este indicador mede a relação entre os capitais próprios e os capitais alheios de uma empresa,
traduzida na seguinte equação:

Capital Próprio
Solvabilidade=
Capital Alheio

A solvabilidade de uma empresa será tanto maior quanto maior for o valor deste rácio. Deste
modo, um valor elevado traduz-se numa perspectiva de sustentabilidade a médio/longo prazo,
enquanto um valor baixo indicia uma elevada fragilidade financeira, que poderá trazer
dificuldades de viabilidade da empresa no futuro (MOREIRA, 2001).
Um grau elevado de solvabilidade permite que a empresa esteja menos dependente
financeiramente dos credores, concedendo-lhe uma maior capacidade de negociação e melhores
perspectivas no que concerne ao acesso a financiamento alheio. Por outro lado, é garantia de
alguma segurança para os credores, uma vez que aumenta as suas possibilidades de recuperação
de créditos, diminuindo o risco a que estes estão sujeitos (NEVES, 2012).

2.5.2.2. Autonomia Financeira

A autonomia financeira de uma empresa traduz-se na capacidade dessa empresa em financiar o


activo através dos seus capitais próprios, sem ter de recorrer a empréstimos (capital alheio). É
um indicador particularmente valorizado pelos analistas de crédito, apoiando a análise do risco
sobre a estrutura financeira da empresa (FERNANDES et al, 2012)

Este rácio mostra, então, a parcela dos activos que é financiada por capital próprio, sendo
calculado através da equação:

Capital Próprio
Autonomia Financeira=
Acitvo Total

De uma forma prática, este rácio reflecte as necessidades de financiamento da empresa através
de capital alheio e, consequentemente, a sua posição de autonomia ou dependência face aos
credores.

Deste modo, quanto mais elevado for o valor deste rácio, maior a autonomia da empresa
relativamente a terceiros, isto é, quanto maior for a proporção de capital próprio no
financiamento, menor é a necessidade de recorrer a capitais alheios, menores os encargos
financeiros e o risco financeiro da empresa.

Por outro lado, uma autonomia financeira baixa implica uma grande dependência em relação aos
credores, um contexto que tem riscos inerentes e coloca a empresa numa posição desvantajosa na
negociação de novos financiamentos (MOREIRA, 2001).
2.5.2.3. Endividamento

O rácio de endividamento é complementar ao de autonomia financeira, uma vez que determina a


dependência da empresa face ao capital alheio, representando, dessa forma, a proporção do
passivo no total das fontes de financiamento da empresa (FERNNANDES et al, 2012).

Capital Alheio
Endividamento=
Capital Total

2.5.2.3.1. Estrutura do Endividamento

A estrutura do endividamento avalia a estrutura temporal do capital alheio, averiguando se o


endividamento da empresa incide, maioritariamente, no curto prazo ou no médio e longo prazo
(Fernandes et al, 2012). A equação seguinte permite o seu cálculo:

Capital Alheio de Curto Prazo


Estrutura de Endividamento=
Capital Alheio

Desta fórmula facilmente se depreende que quanto maior for o valor deste rácio, maior o
endividamento a curto prazo, situação que pode exercer uma grande pressão sobre a tesouraria,
dado que essas obrigações vencem a prazos inferiores a um ano.

Deste modo, quanto maior for o capital alheio de médio e longo prazo (em comparação com o de
curto prazo), tanto melhor para a solidez e o equilíbrio financeiro da empresa (NEVES, 2012).

2.5.3. Índices de Lucratividade e Rentabilidade

Os Índices de Lucratividade e Rentabilidade procuram evidenciar qual foi a rentabilidade dos


capitais investidos, ou seja, os resultados das operações realizadas por uma organização, por isso,
preocupam-se com a situação econômica da empresa.

Quando se trabalha com análise de lucratividade e rentabilidade, é imprescindível que a


verificação dos lucros esteja relacionada com valores que possam expressar a extensão destes
lucros dentro das atividades da organização.

Conforme GITMAN (2004:52),


“Existem inúmeras medições da rentabilidade. Como grupo, essas
medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em
relação a certo nível de vendas, a certo nível de ativos ou ao
volume de capital investido pelos proprietários. Sem lucros, uma
empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários,
credores e administradores preocupam-se muito com o aumento do
lucro, pois isso é visto como algo muito importante no mercado”.

No caso dos índices de lucratividade e rentabilidade, assim como dos demais, dizer que um
indicador encontrado é alto ou baixo vai depender das características do empreendimento, tais
como segmento de mercado, porte, tempo de existência.

Segundo SILVA (2010), “com os índices de rentabilidade é possível avaliar o desempenho


global de uma empresa através do estudo das taxas de retorno. Esta análise busca conhecer o
retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas e o capital próprio, portanto, uma
avaliação não apenas da produtividade, mas, sobretudo, da lucratividade do negócio”.

Conforme MATARAZZO (2003), os índices de rentabilidade são: giro do ativo, margem líquida,
rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido.

2.5.3.1. Giro do activo

BRAGA (2009:170) descreve que,

“O principal instrumento para se medir a eficiência do


investimento total seria com base em sua produtividade –
número de rotações, para se avaliar a capacidade de
recuperação desses investimentos totais – e em sua
rentabilidade – taxa de remuneração do montante de
recursos aplicados pela empresa”.

Para SILVA (2010), este indicador mostra a relação entre as vendas do período e os
investimentos totais efetuados na empresa, evidenciando o nível de eficiência com que são
utilizados os recursos aplicados, ou seja, a produtividade dos investimentos totais (ativo total).
Segundo MATARAZZO (2003:176), “esse índice mede o volume de vendas da empresa em
relação ao capital total investido”. Para calcular esse índice utiliza-se a seguinte fórmula:

Vendas líquidas
GA=
AT

Quanto maior o resultado desse índice, melhor, por que significa que a empresa tem um alto
volume de vendas em relação ao capital investido.

2.5.3.2. Margem líquida

Segundo SILVA (2010), “esse índice compara o Lucro Líquido em relação às Vendas Líquidas
do período, mostrando o percentual de lucratividade gerado”.

Alguns fatores podem influenciar a rentabilidade sobre as vendas, dentre os quais o ramo de
actividade, a rotação dos estoques, mercados, custos de produção, produtividades, dentre outros.
A empresa que actua em um segmento que a margem de lucro é pequena, não consegue
aumentar o lucro através do aumento do preço de venda. Nessa situação o aumento do
facturamento deverá ocorrer através da conquista de novos mercados.

Conforme MATARAZZO (2003), esse índice indica quanto à empresa obtém de lucro para cada
$ 100 vendidos. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:

ML= ¿ x 100
Vendas

Conclui SILVA (2010), que quanto maior o resultado desse índice, melhor, porque maior vai ser
o lucro em relação às vendas.

2.5.3.3. Rentabilidade do activo

SILVA (2010) descreve que,

[...] este indicador tem por objetivo medir a eficiência global da


alta direção da empresa na geração de lucros com seus
investimentos totais. Não havendo variações significativas nos
saldos do Ativo, o analista poderá optar por mediar a relação direta
entre o Lucro Líquido do Exercício e o saldo do Ativo [...]
Conforme MATARAZZO (2003), esse índice indica quanto à empresa obtém de lucro para cada
$ 100 de investimento total. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:

RA= ¿ x 100
AT

Conclui MATARAZZO (2003), que quanto maior o resultado desse índice melhor, pois mostra
quanto à empresa obteve de lucro líquido em relação ao activo.

2.5.3.4. Rentabilidade do Património Líquido

O Índice da Rentabilidade do Patrimônio Líquido tem objetivo de demonstrar o que ele


representa para o acionista, em termos de recursos financeiros adicionais ao seu investimento
inicial.

Para GITMAN (2004:55), “Esse índice mede o retorno obtido no investimento do capital dos
acionistas ordinários da empresa. Em geral, quanto mais alto, melhor para os acionistas”.

De acordo com MATARAZZO (2003), “esse índice indica quanto à empresa obteve de lucro
para cada $ 100 de Capital Próprio investido”. Para calcular este índice utiliza-se a seguinte
fórmula:

RPL= ¿ x 100
PL

É importante observar que o cálculo da Rentabilidade do Patrimônio Líquido permite saber


quanto a administração, através do uso dos ativos, obteve de rendimento com a respectiva
estrutura de despesas financeiras, considerando-se o nível de relacionamento percentual entre o
capital próprio e o de terceiros.

Segundo SILVA (2010), “quanto maior o resultado desse índice, melhor, maior vai ser o lucro
em relação ao capital próprio investido”.

2.5.3.5. Índices de prazos médios

Segundo MATARAZZO (2003), existe três índices de prazos médios que podem ser encontrados
a partir das demonstrações financeiras, sendo Prazo Médio de Recebimento de Vendas, Prazo
Médio de Renovação de Estoque e Prazo Médio de Pagamentos de Compras. A conjugação dos
três índices de prazos médios leva à análise dos ciclos operacional e ciclo de caixa, elementos
fundamentais para a determinação de estratégias empresarias tanto comerciais quanto
financeiras, geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.

1. Prazo Médio de Recebimento das Vendas

Segundo SILVA (2010), “esse indicador mostra quantos dias ou meses, em média, a empresa
leva para receber suas vendas”.

Para calcular esse índice utiliza-se, segundo MATARAZZO (2003), a seguinte fórmula:

Contas a receber
PMRV = x 360
Vendas

De acordo com SILVA (2010), quanto maior o prazo médio de recebimento de vendas pior será
para a empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento, portanto, maior
custo.

2. Prazo Médio de Renovação de Estoques

O Prazo Médio de Renovação de Estoque é o período compreendido entre o tempo em que


permanece armazenado até o momento da venda. O seu volume depende da política de
estocagem e volume de vendas.

Conforme SILVA (2010), “esse indicador mostra em quantos dias ou meses, em média, as
mercadorias ficaram estocados na empresa antes de serem vendidas”.

O ideal é que a empresa tenha um alto índice de rotação de estoques, desde que isso seja o
reflexo do alto grau de comercialização de seus produtos, em decorrência do aumento da
demanda.

Para calcular esse índice utiliza-se, conforme Matarazzo (2003), a seguinte fórmula:

Estoques
PMRE= x 360
CMV

De acordo com SILVA (2010), “alguns pontos devem ser considerados na análise, quando há um
alto índice de rotação, também pode ser sinal de baixo investimento em estoques, o que pode
acarretar a perda de vendas e consequente redução nos lucros. Quando há um baixo índice de
rotação, pode estar sinalizando um investimento excessivo nos estoques, aumentando os custos
de manutenção (armazenagem e seguros)”.

3. Prazo Médio de Pagamento de Compras

O Prazo Médio de Pagamento das Compras é o período compreendido entre o momento em que
foram efetuadas as compras e o momento de seu pagamento.

Conforme PADOVEZE (2008:215), “A finalidade desse indicador é mostrar o prazo médio que a
empresa consegue pagar seus fornecedores de matérias ou serviços. Nesse caso, a empresa é
dependente da política de crédito que os fornecedores conseguem adotar”.

Para calcular esse índice utiliza-se, segundo MATARAZZO (2003), a seguinte fórmula:

Fornecedores
PMPC= x 360
Compras

Conforme SILVA (2010), a determinação do valor das compras em empresas comerciais pode
ser efetuada a partir da seguinte fórmula:

Compras = CMVC+ Estoque Final – Estoque Inicial

De acordo com SILVA (2010), o prazo médio para pagamento das compras deverá ser maior do
que o prazo concedido aos clientes, de forma a permitir a manutenção de um adequado nível de
liquidez.

2.5.4. Risco Empresarial

Os mercados actuais são extremamente incertos e voláteis, colocando inúmeras vezes as


empresas em posição delicada. Neste contexto, segundo NEVES (2012), risco pode ser definido
como a possibilidade de perda. Por esse motivo o risco se associa habitualmente ao conceito de
incerteza, quer relativamente à probabilidade de ocorrência de factores que afectem directa ou
indirectamente a empresa e a sua situação económico-financeira, quer no que respeita ao
momento em que esses factos possam suceder.
Designa-se por risco sistemático o risco de mercado em que a empresa está inserida, que se
relaciona com a incerteza decorrente de possíveis alterações em variáveis que a empresa não
controla, como por exemplo a inflação, as políticas económicas ou outros aspectos conjunturais
(FERNANDES et al, 2012).

Além deste risco de índole macroeconómica, a empresa está susceptível a perdas por risco
específico, que envolve aspectos específicos da empresa e, eventualmente, dos concorrentes
directos. Este risco pode ser reduzido pela diversificação (NEVES, 2012).

De uma forma mais concreta e objectiva, no que concerne às finanças empresariais, o risco
aborda-se no plano económico (operacional), no plano financeiro ou numa perspectiva global (a
conjugação dos dois anteriores).

2.5.4.1. Risco Económico

O risco económico reflecte a probabilidade do resultado operacional não se ajustar aos objectivos
da empresa, isto é, a probabilidade dos rendimentos e ganhos operacionais não serem suficientes
para cobrir os gastos ou perdas operacionais (FERNANDES et al, 2012).

A forma mais usual de avaliação deste risco é o cálculo do Grau de Alavanca Operacional
(GAO). Este indicador procura mediar a volatilidade dos resultados operacionais face a variações
ocorridas no volume de negócios da empresa, ou seja, traduz o impacto que a diminuição do
volume de negócios provoca na empresa (NEVES, 2004).

Quanto maior é o valor deste indicador, maior é o risco operacional associado.

Calcula-se da seguinte forma:

∆ Res . Operacional
Res . O peracional
GAO=
∆ Vol . Negócios
Vol . Negócios

Para facilitar o seu cálculo efectivo, esta fórmula pode ser desenvolvida, obtendo-se a
equação:

Margem de Contribuição
GAO=
Resultado Operacional
*Margem Contribuição = Volume Negócios – Gastos Fixos

Quando o GAO é zero, o risco económico associado é nulo. Quanto maior for o valor absoluto
deste indicador, maior o risco associado, porque indica uma maior sensibilidade dos
resultados operacionais face a variações ocorridas no volume de negócios.

2.5.4.2. Risco Financeiro

O risco financeiro está associado à estrutura financeira e permite analisar o impacto que o
recurso ao endividamento provoca na rendibilidade dos capitais próprios (NEVES, 2004).

De uma forma mais prática, o Grau de Alavanca Financeira (GAF) é um indicador de risco
financeiro que mede a sensibilidade dos resultados líquidos do período face a variações ocorridas
nos resultados operacionais (FERNANDES et al, 2012).

Quanto maior o valor deste indicador, maior o risco financeiro associado.

Calcula-se pela seguinte equação:

∆ Res . Líquido Período


Res . Líquido Período
GAO=
∆ Res . Operacional
Res . Operacional

Também esta fórmula pode ser desenvolvida, obtendo-se a equação:

ResultadoOperacional
GAO=
Resultado Antes do Imposto
CAPITULO II: METODOLOGIA

3.1. Método

A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que foi adotada para tratar o tema e o
problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada será traçado um quadro teórico
e será feita a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da pesquisa.

De acordo com GIL (2002), o método de pesquisa que foi utilizado foi a pesquisa bibliográfica,
em que através de recursos metodológicos adotados, procura-se evidenciar quais os
procedimentos que podem ser adotados por uma empresa para que seja feita uma análise de seus
índices e com isso podendo tomar decisões.

Seguindo, o mesmo autor GIL (2002) afirma que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com
base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a
cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que poderia pesquisar diretamente.

De acordo com SEVERINO (2002), depois de estabelecido e delimitado o tema de trabalho e


formulado o problema, o próximo passo é o levantamento com documentação existente sobre o
assunto. Desencadeia-se, então, uma série de procedimentos para a localização e busca metódica
dos documentos que possam interessar ao tema escolhido

De acordo com os aspectos citados, pode-se dizer que a pesquisa bibliográfica complementada
pelo estudo de caso justifica-se como os melhores métodos de pesquisa para o trabalho desejado.

3.2. Tipo de estudo

A abordagem de investigação consiste num estudo de caso. Este tipo de estudo traduz-se na
exploração intensiva de uma unidade de análise, neste caso concreto, a empresa Universal
Trading, Limitada.

O estudo de caso é uma abordagem metodológica de investigação muito adequada quando


procuramos compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos
quais estão simultaneamente envolvidos diversos factores (FREIXO, 2009).
Segundo PONTE (2006), o estudo de caso é uma investigação que se assume como
particularista, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe
ser única, pelo menos em certos aspectos, procurando analisar afincadamente as suas
características e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de
interesse.

3.3. Recolha de dados

Na empresa Universal Trading, Limitada foram recolhidos dados relativos ao seu período de
actividade (2020 a 2022), englobando:

a) informação contabilístico-financeira (cópias em formato de papel cedidas pela


Administração): balanço, demonstração de resultados e outros documentos que se
considerem pertinentes na aplicação dos diversos instrumentos de análise financeira;
b) informação de carácter qualitativo que se considerou importante à compreensão da
dinâmica interna da organização: dados sobre recursos humanos, informação do
departamento comercial, planos de actividades, entre outros (obtidos a partir da consulta
de documentos).
4. Bibliografia

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um Enfoque


Econômico-Financeiro. 7a. Edição São Paulo: Atlas. 2002.

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico - financeiro.


8a. Edição. São Paulo: Atlas. 2007.

ATHAR, Raimundo Aben. Introdução à Contabilidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2005.

FRANCO, H. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15a. Edição. São Paulo: Atlas.
1992.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7. Edição. São Paulo:


Harbra. 1997.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira. 5a. Edição. São Paulo: Atlas. 2004.

MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis 9a. Edição. São Paulo: Atlas.
2008.

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