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LISTA DE TABELAS.....................................................................................................................3
LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................................4
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................6
1.1. Introdução.................................................................................................................................6
1.4. Objectivos.................................................................................................................................6
1.5. Justificativa...............................................................................................................................7
2.1. Contabilidade..........................................................................................................................11
2.2.1.1. Activo...............................................................................................................................15
2.2.1.2. Passivo..............................................................................................................................16
2.5.2.1. Solvabilidade....................................................................................................................26
2.5.2.3. Endividamento..................................................................................................................27
3.1. Método....................................................................................................................................36
4. Bibliografia................................................................................................................................38
LISTA DE TABELAS
AC – Activo Circulante.
AT – Activo Total.
GA – Giro do Activo.
LC – Liquidez Corrente.
LG – Liquidez Geral.
LI – Liquidez Imediata.
LL – Lucro Liquido
LS – Liquidez Seca.
ML – Margem Liquda.
PC – Passivo Circulante.
PL – Patrimonio Liquido.
1.1. Introdução.
O presente projecto de pesquisa tem como assunto: Análise das Demonstrações Financeiras
(Balanço e Demonstração de Resultados) na Tomada de decisões. Caso: Universal Trading,
Limiada.
Segundo MATARAZZO (2003:147): “Um índice é como uma vela acesa em um quarto escuro”.
Segue ele, “A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação
econômica ou financeira da empresa”.
Desta forma, o presente estudo estudo buscará mostrar de que forma a análise de tais índices
contribuem para tomada de decisão na Empresa Universal Trading, Limitada.
Atualmente as empresas precisam tomar decisões rápidas e precisas, pois um dado coletado de
forma errada pode causar grandes prejuízos.
1.4. Objectivos.
Segundo MARCONI & LAKATOS (2003:219) o objectivo geral “está ligado a uma visão
global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e
eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente à própria significação da tese
proposta pelo projecto”.
O objectivo geral do estudo em questão, é de analisar as Demonstrações financeiras através de
Balanço e Demonstrações de Resultados na tomada de decisões na Empresa Universal Trading,
Limiatada nos anos 2020-2022.
1.5. Justificativa.
Segundo LAKATOS & MARCONI (2001:103) Justificativa “consiste numa deposição sucinta,
porém completa a ordem prática que torna importante a realidade da pesquisa”.
As análises das demonstrações financeiras são ferramentas fundamentais para que uma empresa
possa conhecer sua situação económica e financeira e, portanto, poder tomar decisões e estar de
frente às dificuldades. Também é fundamental para que investidores, governo, clientes e
fornecedores conheçam financeiramente a empresa.
O estudo é importante para os autores, para adquirir conhecimentos que poderão futuramente ser
aplicados na prática, além de capacitá-lo cientificamente.
Segundo BOAVENTURA (2009:37) Problema "é uma questão ainda não resolvida, que permite
abordagem metodológica no encaminhamento de resolução".
Optou-se por utilizar os dados dos últimos 2 anos, devido aos anos anteriores a empresa
alterações não significativas na alteração do seu património.
Para MARCONI & LAKATOS (2007), delimitação do tema de pesquisa, significa indicar o
tópico que desperta interesse do pesquisador, com utilidade na comunidade académica e
profissional.
O estudo de caso será realizado no terceiro trimestre do ano 2022, em Moçambique, na provincia
de Nampula, distrito de Nacala, onde se localiza a sede da empresa em estudo, de salientar que o
estudo estará no exercício económico 2020 – 2022.
Numa pesquisa é preciso escolher ou identificar um tema. “Tema é um assunto que se deseja
estudar e pesquisar”. (MARCONI & LAKATOS, 2008:11).
O presente projecto de pesquisa tem como assunto: Análise das Demonstrações Financeiras
(Balanço e Demonstração de Resultados) na Tomada de decisões. Caso: Universal Trading,
Limiada.
O quarto é abordado acerca das análises e interpretação de dados, onde dá-se a conhecer a
empresa em estudo e o desenvolvimento acerca dos dados analisados.
2.1. Contabilidade
A Contabilidade é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões.
Todas as movimentações possíveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade,
que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos
interessados em conhecer a situação da empresa. Esses interessados, através de relatórios
contábeis, recordam os fatos acontecidos, analisam os resultados obtidos, as causas que levaram
àqueles resultados e tomam decisões em relação ao futuro.
Os usuários são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da
empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas.
Segundo ASSAF NETO (2002), os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais
ainda, com interesses de diversificados, razão pela qual as informações geradas pela entidade
devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação
patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de projeções
sobre o seu futuro. ASSAF NETO (2007), os usuários internos incluem:
O mesmo autor diz ainda que os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral,
em aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis, dentre estes usuários
podemos elencar alguns como:
De acordo com BRIGMAN & HOUSTON (1999), a coleta e registro de dados, assim como
elaboração das demonstrações financeiras é atribuição da contabilidade. Não é objetivo de este
trabalho discutir como são obtidas as demonstrações financeiras, mas sim analisar os dados
apresentados e concluir se a empresa é bem ou mal administrada, se merece ou não crédito, se
tem condições de pagar as suas dívidas, se é lucrativa, se irá continuar investindo e operando no
mercado.
As demonstrações financeiras são úteis, por exemplo, para os bancos que necessitam verificar a
situação da empresa antes de conceder-lhe um empréstimo. Os fornecedores necessitam dos
dados para verificar se o cliente terá condições de pagar pelos produtos/serviços comprados. Os
clientes também analisam os dados para determinar se o seu fornecedor tem condições de
continuar operando no mercado ou se é preferível optar por outro mais sólido economicamente.
De acordo com PADOVEZE & BENEDICTO (2007), o Balanço Patrimonial e a DRE são os
principais demonstrativos para análise financeira, mas existem outros relatórios que os
complementam, sendo eles os inventários, demonstração de mutações do patrimônio líquido,
demonstração do fluxo de caixa, notas explicativas, parecer dos auditores, entre outros.
Fonte: SCE.
O balanço patrimonial está estruturado em dois grandes grupos: o activo, o passivo e o capital
próprio (património líquido).
2.2.1.1. Activo
Segundo QUINTANA (2009), “o activo pode ser classificado em dois grandes grupos de contas,
os quais são apresentados em ordem decrescente de grau de liquidez: activo circulante e ativo
não circulante”.
Conforme QUINTANA (2009), “o ativo circulante é composto pelos bens e direitos conversíveis
em recursos financeiros até o final do exercício subsequente. Nesse grupo, destacam-se o registro
do caixa, bancos, clientes, estoque, despesas antecipadas, entre outros”.
Conforme TÓFOLI (2008), as contas do Ativo Circulante podem ser agrupadas nos subgrupos:
Para TÓFOLI (2008), “No Ativo Não Circulante são agrupadas as contas que representam os
direitos da empresa que serão convertidos em dinheiro, após o término do exercício seguinte, ou
até o final do ciclo operacional, caso seja maior que um ano, tais como depósitos judiciais,
impostos a recuperar em longo prazo, empréstimos concedidos a empresas coligadas ou
controladas”.
O Ativo não Circulante também inclui todos os bens de permanência duradoura (automóveis,
prédios e máquinas, por exemplo), destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu
empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade.
Conforme TÓFOLI (2008), as contas do Ativo Não Circulante podem ser agrupadas nos
subgrupos:
2.2.1.2. Passivo
Para SILVA (2010), “passivo, é uma obrigação existente na entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saídas de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos”.
Os recursos do Passivo são classificados como curto prazo e longo prazo, sendo definidos,
respectivamente, como Passivo Circulante e Passivo Não Circulante.
2.2.1.2.1. Passivo circulante
De acordo com TÓFOLI (2008), “No Passivo Circulante estão relacionadas às obrigações a curto
prazo da empresa, cujos vencimentos acontecerão até o final do exercício social seguinte ou até o
final do ciclo operacional, caso seja maior que um ano”.
Conforme TÓFOLI (2008), as contas do Passivo Circulante podem ser agrupadas nos subgrupos:
Segundo HOJI (2004), o Patrimônio Líquido representa os recursos próprios da empresa, que
pertencem a seus acionistas ou sócios, sendo constituído pelos seguintes subgrupos:
De acordo com o decreto n.º 70/2009, de 22 de Dezembro, a estrutura da DRE deve ser
apresentada conforme a tabela abaixo.
Quadro 2. Demonstração de resultados do exercício
Rendimentos financeiros
Gastos financeiros
Ganhos/perdas imputados de associadas
Resultados antes de impostos
Imposto sobre o rendimento
Resultados líquidos do período
Fonte: SCE
2.2.3. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA
Segundo BRAGA & WALTER (1979), a DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da
conta de lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido.
RIBEIRO (2003:289), “evidencia o lucro apurado no exercício e sua destinação, bem como os
eventos que modificaram o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, como, por exemplo,
correção monetária, ajustes e reversões de reservas”.
Segundo MARION (1998) evidencia a distribuição do lucro do período somado com saldos de
lucros anteriores. Quando “há prejuízos sucessivos, estes também são acumulados; daí a
expressão prejuízos acumulados”.
2.2.4. Notas explicativas
Notas explicativas constituem-se em peça importante no que diz respeito a transparência das
operações, dos resultados e da situação de uma instituição, é através delas que se consegue
informações mais completas. Cabe a cada instituição financeira definir informações adicionais a
serem prestadas e atentar para qualidade, visando ao completo esclarecimento do leitor.
Para efectuar a análise financeira de uma empresa pode recorrer-se a um conjunto diverso de
métodos e técnicas, de diferentes naturezas e nível de complexidade, que podem ser utilizados de
forma isolada ou, preferencialmente, conjugada (FERNANDES et al, 2012).
Para SILVA (2008), a análise financeira, consiste num exame detalhado dos dados financeiros
que a empresa apresenta, como também das condições exógenas e endógenas que afetam a
empresa. As exógenas são os fatores de ordem política e econômica, a concorrência, entre outros.
Podem-se citar como endógenas, a estrutura organizacional, a capacidade da gerência e o nível
tecnológico da organização.
Para FRANCO (1992) somente analisar não é o bastante, é preciso correta interpretação dos
dados disponibilizados pela análise. Sabe-se que a interpretação, decorre da comparação entre os
elementos do conjunto avaliados. Ainda segundo o autor, a análise e sua devida interpretação,
além de apresentarem a situação da empresa naquele momento, pode também determinar a
potencialidade e as perspectivas futuras da organização.
Para PADOVEZE (2006), a finalidade da análise financeira é identificar os pontos fortes e fracos
da companhia no sentido operacional e financeiro, com a intenção de sugerir mudanças quando
necessário. O autor destaca que, análise quando feita de forma estática, ou seja, de apenas um
período, pouco valor trará para a área gerencial da mesma. É importante que a análise seja um
instrumento que permita comparações entre períodos ou setores por exemplo.
Hoje, mais que nunca, a gestão financeira e a gestão estratégica são como as duas faces de uma
moeda. A gestão financeira tem que ser englobada num planeamento estratégico global, que
direccione a organização num caminho que assegure, a médio e longo prazo, vantagens
competitivas, configurando os seus recursos num ambiente de mudança contínua, de modo a
satisfazer as necessidades do mercado e a corresponder às expectativas dos interessados
(proprietários, investidores e parceiros, por exemplo) (SILVA & QUEIRÓS, 2009).
Actualmente, o nível de risco financeiro das empresas é, de uma forma geral, elevado, pelo que a
busca da estabilidade e da sustentabilidade a médio/longo prazo obriga a uma gestão muito
rigorosa, de forma a garantir que os recursos disponíveis são suficientes para atender às
necessidades da organização e financiar as actividades de desenvolvimento e crescimento
(NEVES, 2012).
No entanto, esta informação não assume todo o seu potencial quando analisada de forma isolada
e fragmentada. É necessário contextualizá-la e interpretá-la num quadro global, de acordo com a
própria dinâmica organizacional interna. Assim, torna- se necessário recorrer, adicionalmente, a
variáveis de carácter qualitativo relativas à gestão da empresa em questão, de forma a consolidar
a informação obtida com base na análise financeira (MENEZES, 2001).
Por outro lado, na análise de uma organização, não deve ser esquecido o contexto específico em
que esta se insere, pelo que se torna essencial explorar as interacções dessa organização com o
meio que a envolve, de forma a perceber as implicações daí decorrentes (NEVES &
RODRIGUES, 2008).
Para efectuar a análise financeira de uma empresa pode recorrer-se a um conjunto diverso de
métodos e técnicas, de diferentes naturezas e nível de complexidade, que podem ser utilizados de
forma isolada ou, preferencialmente, conjugada (FERNANDES et al, 2012).
Segundo ATHAR (2005), trata-se de um método analítico onde dois valores patrimoniais são
comparados, dividindo-se um pelo outro. Nesta análise é estabelecida uma relação entre dois
fatores das demonstrações contábeis, que indicam quantas vezes um valor contém o outro, ou a
proporcionalidade de um em relação ao outro.
Nas palavras de GITMAN (1997), os índices financeiros podem ser divididos em: índices de
liquidez, índices de endividamento e índices de lucratividade. Os índices de liquidez, da
atividade e de endividamento medem, fundamentalmente, risco; os índices de lucratividade
medem retorno. Para prazos curtos, os elementos importantes são a liquidez, a atividade e a
lucratividade, visto que eles fornecem informações que são críticas para as operações de curto
prazo da empresa. Os índices de endividamento são úteis fundamentalmente quando o analista
tem certeza de que a empresa será bem-sucedida no curto prazo.
O equilíbrio financeiro a curto prazo traduz-se, de forma concreta, na correcta adequação entre a
liquidibilidade dos elementos do activo e a exigibilidade das dívidas de curto prazo. Esta
concepção corresponde ao conceito de liquidez amplamente referenciado na área financeira
(MENEZES, 2001)
O grupo de índices denominado liquidez mostra a base da situação financeira da empresa. Não se
pode confundir índices de liquidez com índices de capacidade de pagamento. Estes índices não
são extraídos do fluxo de caixa que compara entrada e saída de dinheiro. A partir do confronto
dos Ativos Circulante com as dívidas, procuram medir a base financeira da empresa. Bons
índices podem dar a uma empresa boa capacidade de pagar suas dívidas. Isto não significa que
pagará em dia suas obrigações.
Para BRAGA (2003:154), “a análise interna de liquidez constitui-se num dos mais valiosos
instrumentos de controlo financeiro, especialmente quando realizada em períodos curtos
(semanais, quinzenais, mensais)”.
Mediante SILVA (2010), os índices se dividem em quatro índices de liquidez: liquidez geral,
liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.
Segundo SILVA (2010), “esse índice possibilitará ver toda a capacidade de pagamento da
empresa a longo prazo, considerando tudo que ela pode converter em dinheiro (a curto e longo
prazo), relacionando-se com tudo que a empresa já assumiu de divida (a curto e longo prazo).
De acordo do MATARAZZO (2003), esse índice indica quanto à empresa possui no Ativo
Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dívida total. Para calcular este índice
utiliza-se a seguinte fórmula:
( AC + RLP )
LG= x 100
( PC + ELP )
Para NETO (2002:172), “a liquidez corrente indica o quanto existe de ativo circulante para cada
unidade de dívida a curto prazo.” Observa-se, portanto, que quanto maior for esse índice, melhor
será para a situação financeira da empresa pois dessa forma mostrará que a empresa tem
capacidade de pagar suas dividas a curto prazo. Sua fórmula fica assim representada:
AC
LC=
PC
A liquidez corrente vem mostrar a capacidade de a empresa cumprir seus compromissos, levando
em consideração as contas do ativo circulante, contra as obrigações a curto prazo, ou seja, do
passivo circulante.
De acordo com MARION (2002:88), “demonstra a capacidade de pagamento no curto prazo sem
considerar os estoques. É útil analisar a capacidade de pagamento quando as vendas são
paralisadas ou os estoques ficam obsoletos”.
Esse índice indica quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada unidade de Passivo
Circulante. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:
AC −Estoques
LS=
PC
De acordo com NETO (2008:120) “[...] esse índice indica, o percentual das dividas de curto
prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez”.
Na visão de MATARAZZO (2003), “quanto maior o resultado, melhor, por que significa que a
empresa tem capacidade de cumprir suas obrigações, mesmo quando for baixa a rotação de
estoque”.
Para ASSAF NETO (2008:120): “[...] reflete a percentagem das dívidas de curto prazo (PC) que
podem ser saldadas imediatamente pela empresa, por suas disponibilidades de caixa. Dessa
forma quanto maior se apresentar o resultado da LI, maiores serão os recursos disponíveis pela
empresa”.
Conforme SILVA (2010), esse índice indica a capacidade da empresa em quitar suas dividas
imediatamente, considerando apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez
imediata. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:
Disponibilidades
LI =
PC
Com o desenvolvimento do mercado de crédito, esse índice passou a ter pouca relevância na
maior parte das empresas. Nos dias atuais, não é aconselhável manter disponibilidades muito
elevadas, deixando de investir na própria atividade.
Conclui SILVA (2010), “que quanto maior o resultado, melhor, assim terá a evidencia de que a
empresa tem capacidade de saldar suas dividas imediatamente”.
O equilíbrio financeiro de uma empresa não pode ser estudado apenas numa perspectiva de curto
prazo. É igualmente importante que seja feita uma análise num horizonte temporal de
médio/longo prazo, que permita aferir a capacidade da empresa para manter as condições
necessárias ao seu normal funcionamento, de forma a garantir a sua sustentabilidade no futuro
(MENEZES, 2001).
2.5.2.1. Solvabilidade
Em sentido lato e numa linguagem empresarial, o termo “solvabilidade” pode definir-se como a
aptidão para liquidar (ou solver) compromissos de carácter financeiro nas respectivas datas de
vencimento (SANTOS, 1994). Como já foi referido, quando se tratam de dívidas de curto
prazo, utiliza-se a expressão “liquidez” (que acaba por traduzir o conceito de solvabilidade a
curto prazo). Na sua utilização mais comum, a solvabilidade determina, então, a capacidade da
empresa para fazer face aos seus compromissos a médio longo prazo.
Este indicador mede a relação entre os capitais próprios e os capitais alheios de uma empresa,
traduzida na seguinte equação:
Capital Próprio
Solvabilidade=
Capital Alheio
A solvabilidade de uma empresa será tanto maior quanto maior for o valor deste rácio. Deste
modo, um valor elevado traduz-se numa perspectiva de sustentabilidade a médio/longo prazo,
enquanto um valor baixo indicia uma elevada fragilidade financeira, que poderá trazer
dificuldades de viabilidade da empresa no futuro (MOREIRA, 2001).
Um grau elevado de solvabilidade permite que a empresa esteja menos dependente
financeiramente dos credores, concedendo-lhe uma maior capacidade de negociação e melhores
perspectivas no que concerne ao acesso a financiamento alheio. Por outro lado, é garantia de
alguma segurança para os credores, uma vez que aumenta as suas possibilidades de recuperação
de créditos, diminuindo o risco a que estes estão sujeitos (NEVES, 2012).
Este rácio mostra, então, a parcela dos activos que é financiada por capital próprio, sendo
calculado através da equação:
Capital Próprio
Autonomia Financeira=
Acitvo Total
De uma forma prática, este rácio reflecte as necessidades de financiamento da empresa através
de capital alheio e, consequentemente, a sua posição de autonomia ou dependência face aos
credores.
Deste modo, quanto mais elevado for o valor deste rácio, maior a autonomia da empresa
relativamente a terceiros, isto é, quanto maior for a proporção de capital próprio no
financiamento, menor é a necessidade de recorrer a capitais alheios, menores os encargos
financeiros e o risco financeiro da empresa.
Por outro lado, uma autonomia financeira baixa implica uma grande dependência em relação aos
credores, um contexto que tem riscos inerentes e coloca a empresa numa posição desvantajosa na
negociação de novos financiamentos (MOREIRA, 2001).
2.5.2.3. Endividamento
Capital Alheio
Endividamento=
Capital Total
Desta fórmula facilmente se depreende que quanto maior for o valor deste rácio, maior o
endividamento a curto prazo, situação que pode exercer uma grande pressão sobre a tesouraria,
dado que essas obrigações vencem a prazos inferiores a um ano.
Deste modo, quanto maior for o capital alheio de médio e longo prazo (em comparação com o de
curto prazo), tanto melhor para a solidez e o equilíbrio financeiro da empresa (NEVES, 2012).
No caso dos índices de lucratividade e rentabilidade, assim como dos demais, dizer que um
indicador encontrado é alto ou baixo vai depender das características do empreendimento, tais
como segmento de mercado, porte, tempo de existência.
Conforme MATARAZZO (2003), os índices de rentabilidade são: giro do ativo, margem líquida,
rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido.
Para SILVA (2010), este indicador mostra a relação entre as vendas do período e os
investimentos totais efetuados na empresa, evidenciando o nível de eficiência com que são
utilizados os recursos aplicados, ou seja, a produtividade dos investimentos totais (ativo total).
Segundo MATARAZZO (2003:176), “esse índice mede o volume de vendas da empresa em
relação ao capital total investido”. Para calcular esse índice utiliza-se a seguinte fórmula:
Vendas líquidas
GA=
AT
Quanto maior o resultado desse índice, melhor, por que significa que a empresa tem um alto
volume de vendas em relação ao capital investido.
Segundo SILVA (2010), “esse índice compara o Lucro Líquido em relação às Vendas Líquidas
do período, mostrando o percentual de lucratividade gerado”.
Alguns fatores podem influenciar a rentabilidade sobre as vendas, dentre os quais o ramo de
actividade, a rotação dos estoques, mercados, custos de produção, produtividades, dentre outros.
A empresa que actua em um segmento que a margem de lucro é pequena, não consegue
aumentar o lucro através do aumento do preço de venda. Nessa situação o aumento do
facturamento deverá ocorrer através da conquista de novos mercados.
Conforme MATARAZZO (2003), esse índice indica quanto à empresa obtém de lucro para cada
$ 100 vendidos. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:
ML= ¿ x 100
Vendas
Conclui SILVA (2010), que quanto maior o resultado desse índice, melhor, porque maior vai ser
o lucro em relação às vendas.
RA= ¿ x 100
AT
Conclui MATARAZZO (2003), que quanto maior o resultado desse índice melhor, pois mostra
quanto à empresa obteve de lucro líquido em relação ao activo.
Para GITMAN (2004:55), “Esse índice mede o retorno obtido no investimento do capital dos
acionistas ordinários da empresa. Em geral, quanto mais alto, melhor para os acionistas”.
De acordo com MATARAZZO (2003), “esse índice indica quanto à empresa obteve de lucro
para cada $ 100 de Capital Próprio investido”. Para calcular este índice utiliza-se a seguinte
fórmula:
RPL= ¿ x 100
PL
Segundo SILVA (2010), “quanto maior o resultado desse índice, melhor, maior vai ser o lucro
em relação ao capital próprio investido”.
Segundo MATARAZZO (2003), existe três índices de prazos médios que podem ser encontrados
a partir das demonstrações financeiras, sendo Prazo Médio de Recebimento de Vendas, Prazo
Médio de Renovação de Estoque e Prazo Médio de Pagamentos de Compras. A conjugação dos
três índices de prazos médios leva à análise dos ciclos operacional e ciclo de caixa, elementos
fundamentais para a determinação de estratégias empresarias tanto comerciais quanto
financeiras, geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.
Segundo SILVA (2010), “esse indicador mostra quantos dias ou meses, em média, a empresa
leva para receber suas vendas”.
Para calcular esse índice utiliza-se, segundo MATARAZZO (2003), a seguinte fórmula:
Contas a receber
PMRV = x 360
Vendas
De acordo com SILVA (2010), quanto maior o prazo médio de recebimento de vendas pior será
para a empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento, portanto, maior
custo.
Conforme SILVA (2010), “esse indicador mostra em quantos dias ou meses, em média, as
mercadorias ficaram estocados na empresa antes de serem vendidas”.
O ideal é que a empresa tenha um alto índice de rotação de estoques, desde que isso seja o
reflexo do alto grau de comercialização de seus produtos, em decorrência do aumento da
demanda.
Para calcular esse índice utiliza-se, conforme Matarazzo (2003), a seguinte fórmula:
Estoques
PMRE= x 360
CMV
De acordo com SILVA (2010), “alguns pontos devem ser considerados na análise, quando há um
alto índice de rotação, também pode ser sinal de baixo investimento em estoques, o que pode
acarretar a perda de vendas e consequente redução nos lucros. Quando há um baixo índice de
rotação, pode estar sinalizando um investimento excessivo nos estoques, aumentando os custos
de manutenção (armazenagem e seguros)”.
O Prazo Médio de Pagamento das Compras é o período compreendido entre o momento em que
foram efetuadas as compras e o momento de seu pagamento.
Conforme PADOVEZE (2008:215), “A finalidade desse indicador é mostrar o prazo médio que a
empresa consegue pagar seus fornecedores de matérias ou serviços. Nesse caso, a empresa é
dependente da política de crédito que os fornecedores conseguem adotar”.
Para calcular esse índice utiliza-se, segundo MATARAZZO (2003), a seguinte fórmula:
Fornecedores
PMPC= x 360
Compras
Conforme SILVA (2010), a determinação do valor das compras em empresas comerciais pode
ser efetuada a partir da seguinte fórmula:
De acordo com SILVA (2010), o prazo médio para pagamento das compras deverá ser maior do
que o prazo concedido aos clientes, de forma a permitir a manutenção de um adequado nível de
liquidez.
Além deste risco de índole macroeconómica, a empresa está susceptível a perdas por risco
específico, que envolve aspectos específicos da empresa e, eventualmente, dos concorrentes
directos. Este risco pode ser reduzido pela diversificação (NEVES, 2012).
De uma forma mais concreta e objectiva, no que concerne às finanças empresariais, o risco
aborda-se no plano económico (operacional), no plano financeiro ou numa perspectiva global (a
conjugação dos dois anteriores).
O risco económico reflecte a probabilidade do resultado operacional não se ajustar aos objectivos
da empresa, isto é, a probabilidade dos rendimentos e ganhos operacionais não serem suficientes
para cobrir os gastos ou perdas operacionais (FERNANDES et al, 2012).
A forma mais usual de avaliação deste risco é o cálculo do Grau de Alavanca Operacional
(GAO). Este indicador procura mediar a volatilidade dos resultados operacionais face a variações
ocorridas no volume de negócios da empresa, ou seja, traduz o impacto que a diminuição do
volume de negócios provoca na empresa (NEVES, 2004).
∆ Res . Operacional
Res . O peracional
GAO=
∆ Vol . Negócios
Vol . Negócios
Para facilitar o seu cálculo efectivo, esta fórmula pode ser desenvolvida, obtendo-se a
equação:
Margem de Contribuição
GAO=
Resultado Operacional
*Margem Contribuição = Volume Negócios – Gastos Fixos
Quando o GAO é zero, o risco económico associado é nulo. Quanto maior for o valor absoluto
deste indicador, maior o risco associado, porque indica uma maior sensibilidade dos
resultados operacionais face a variações ocorridas no volume de negócios.
O risco financeiro está associado à estrutura financeira e permite analisar o impacto que o
recurso ao endividamento provoca na rendibilidade dos capitais próprios (NEVES, 2004).
De uma forma mais prática, o Grau de Alavanca Financeira (GAF) é um indicador de risco
financeiro que mede a sensibilidade dos resultados líquidos do período face a variações ocorridas
nos resultados operacionais (FERNANDES et al, 2012).
ResultadoOperacional
GAO=
Resultado Antes do Imposto
CAPITULO II: METODOLOGIA
3.1. Método
A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que foi adotada para tratar o tema e o
problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada será traçado um quadro teórico
e será feita a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da pesquisa.
De acordo com GIL (2002), o método de pesquisa que foi utilizado foi a pesquisa bibliográfica,
em que através de recursos metodológicos adotados, procura-se evidenciar quais os
procedimentos que podem ser adotados por uma empresa para que seja feita uma análise de seus
índices e com isso podendo tomar decisões.
Seguindo, o mesmo autor GIL (2002) afirma que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com
base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a
cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que poderia pesquisar diretamente.
De acordo com os aspectos citados, pode-se dizer que a pesquisa bibliográfica complementada
pelo estudo de caso justifica-se como os melhores métodos de pesquisa para o trabalho desejado.
A abordagem de investigação consiste num estudo de caso. Este tipo de estudo traduz-se na
exploração intensiva de uma unidade de análise, neste caso concreto, a empresa Universal
Trading, Limitada.
Na empresa Universal Trading, Limitada foram recolhidos dados relativos ao seu período de
actividade (2020 a 2022), englobando:
ATHAR, Raimundo Aben. Introdução à Contabilidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2005.
FRANCO, H. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15a. Edição. São Paulo: Atlas.
1992.
HOJI, Masakazu. Administração Financeira. 5a. Edição. São Paulo: Atlas. 2004.
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis 9a. Edição. São Paulo: Atlas.
2008.
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 2a. Edição. São Paulo: Atlas.
2002.
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 7a. Edição. São Paulo: Atlas. 2004.
MENEZES, H. Princípios de Gestão financeira. Editorial Presença. 11ª Edição. Lisboa. 2001.
NEVES, João Carvalho. Análise Financeira – Técnicas Fundamentais. Texto Editora. Lisboa.
2001.
NEVES, João Carvalho. Análise Financeira – Técnicas Fundamentais. Texto Editora. Lisboa.
2004.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Comercial Fácil. 15a. Edição. São Paulo: Saraiva.
2003.
SÁ, António Lopes de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas. 1998.
SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 9a. Edição. São Paulo: Atlas. 2008.
SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. São Paulo: Atlas. 2010.
WALTER, Milton Augusto; BRAGA, Hugo Rocha. Uma iniciação à análise das demonstrações
contábeis. Rio de Janeiro: Assemp. 1979.