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Análise: 1º Ten. Ademir Terres – Adm. de Empresas e Espec.

em Gestão Política e de Segurança

Entrevista no UOL com os Pré-candidatos ao governo do RS

13/06/2022, às 10h00, Edegar Pretto (PT).

O pré-candidato do PT ao Governo do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto,


mantém o impasse em torno das candidaturas de esquerda no estado. Diz que
aceita negociar uma composição com os demais partidos, mas reivindica ao PT
"o tamanho que ele tem". Também criticou duramente a renúncia de Eduardo
Leite (PSDB) e duas das suas principais vitórias no Legislativo: a aprovação do
regime de recuperação fiscal e a privatização da estatal de energia CEEE.

Pretto negou que a preferência do ex-presidente do Luiz Inácio Lula da


Silva no Rio Grande do Sul fosse pela candidatura do ex-deputado federal Beto
Albuquerque (PSB). "Eu tive com o presidente Lula em uma reunião de duas
horas e ele nunca pediu para que eu retirasse meu nome. Lula sabe que já
fizemos um amplo diálogo com a nossa base. O primeiro encontro que ele teve
aqui foi com os sete partidos que em nível nacional o estão apoiando. Nessa
semana, PT, PC do B e PV, agora como federação, reabrimos um diálogo com o
PSB que nunca fechou. É mais uma tentativa de entendimento", diz.

A passagem do ex-presidente Lula pelo RS esfriou a candidatura de


Pretto. Em 28 de maio, três dias antes do desembarque de Lula, o deputado
realizou um evento de lançamento da candidatura, com direito a jingle e
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presença de petistas ilustres, como Dilma Rousseff e Tarso Genro. Mas, em vez
de apoiá-lo nominalmente, Lula deixou o estado com repetidos pedidos para
que os partidos de esquerda se entendam e cheguem a um acordo em relação
às candidaturas a governador e senador.

Para reivindicar a cabeça de chapa, Pretto argumenta que o PT tem a


maior bancada da Assembleia Legislativa, com nove deputados, e que trabalha
por sua candidatura desde abril de 2021. Sobre um possível retorno de Leite à
disputa, Pretto criticou o tucano por "dar as costas ao estado" em meio à maior
estiagem em 70 anos. No entendimento do petista, Leite deixou de governar
desde que deu início às aspirações presidenciais.

"Agora a gente consegue compreender o porquê desse desgoverno.


Desde a metade do ano passado, quando ele tomou essa decisão que ele
disputaria as prévias internamente [do PSDB, contra João Doria], ele parou de
governar o estado. Lançou vários programas: ‘avançar’, ‘assistir’ e fugiu", diz
Pretto.

O petista critica ainda Leite por ter formado uma base de apoio
prometendo não concorrer à reeleição: "Ele apresentou como candidato a vez
passada como uma jovem renovação da direita e sempre gera uma expectativa.
E foi uma grande decepção inclusive para este que vos fala. Ele se caracterizou
por faltar com a verdade. As pessoas têm muito dúvida, agora, de escrever o
que ele fala. Ele não compreendeu que para nós, gaúchos, palavra tem um
significado".

O pré-candidato do PT não fala com todas as letras que rejeitaria a


adesão do estado ao regime de recuperação fiscal caso seja eleito, mas diz que
espera que "a adesão não seja formalizada" por considerá-la "um péssimo
negócio".

Nas contas de Pretto, o Rio Grande do Sul já pagou, por uma dívida de
R$ 9 bilhões contraídas em 1996, R$ 37 bilhões e ainda estão pendentes R$ 73
bilhões. O deputado diz ainda que a base do governo Leite foi enganada e votou
pela adesão ao regime considerando um pagamento de R$ 400 milhões em 2023
ao governo federal, sendo que a cifra verdadeira seria de R$ 2 bilhões.

"No apagar das luzes de um governo a que ele renunciou, Leite quis
aprovar um congelamento do nosso orçamento pelos próximos 10 anos",
declara. Pretto promete também um "olhar de lupa" para o contrato de
privatização da CEEE, que, segundo o deputado, foi concedida sem a segurança
de que o serviço seria prestado de forma adequada e com a imediata demissão
de mais de mil servidores.
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"Leite quer apenas comprovar ao Deus mercado que ele é um privatista


competente." Pretto é filho de Adão Pretto, um dos fundadores do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul e deputado
estadual pelo PDT e pelo PT por seis mandatos consecutivos.

Em 2009, Adão morreu vítima de uma pancreatite e Edegar se elegeria


deputado estadual pela primeira vez no ano seguinte. Em 2017, presidiu a
Assembleia do RS. Pela ligação familiar com os movimentos rurais, Pretto foi
questionado se mobilizaria a Brigada Militar para cumprir desapropriações.

"Eu não vou renegar minhas origens. Venho do cabo e de enxada com
muito orgulho. Saí dessa condição aos 15 anos quando meu pai foi escolhido pra
largar uma enxada e pegar uma caneta. (...) O papel das forças de segurança é
cumprir ordem, é cumprir a lei. Obviamente que tem caminhos para se fazer
cumprir a lei. Primeiramente priorizar a negociação. E, segundo, a preservação
da vida."

Por fim, Pretto foi questionado sobre como pretende combater a evasão
escolar. Conforme o Censo Escolar divulgado em maio passado, o RS sofreu uma
evasão de 10,7% dos estudantes da rede pública em 2021, quase o dobro da
média nacional, de 5,6%. O pré-candidato petista focou a resposta em dar maior
infraestrutura.

"Aqui no Rio Grande do Sul, 83% das escolas públicas não têm um pátio
para recreação e 14% não têm banheiro funcionando. Precisamos
imediatamente de investimentos em estrutura para um melhor acolhimento",
declara.

Pretto promete ainda atuação mais ampla em escolas de regiões "mais


deprimidas economicamente" para o combate à fome e à insegurança
alimentar. "As crianças precisam receber um café da manhã ao chegar à escola.
Aquelas que necessitarem terão almoço antes de ir embora, e quem chegar à
tarde também terá uma refeição esperando. Porque nenhuma criança aprende
de barriga vazia."
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13/06/2022, às 16h00, Vieira da Cunha (PDT).

Como de praxe, os entrevistadores iniciaram a entrevista com uma


pergunta em nível nacional. Perguntado se há um risco de golpe, por parte do
presidente da república, caso ele perca a eleição de outubro, respondeu que
esse risco existe, mas que o povo não aceitará e lutará para defender a
democracia. Falou que é de uma geração que sofreu na pele a ditadura e que
repassa aos mais jovens sua experiência, para que esse período danoso de
restrição de liberdade não volte mais.

Defendeu o candidato à presidência do seu partido, Ciro Gomes, que é o


candidato mais preparado nesse momento. Quanto a uma aliança do PDT ao PT
em virtude das pesquisas, disse que é muito cedo ainda e que é possível Ciro
reverter com o início da campanha propriamente dita. Que as propostas de Ciro
Gomes são as melhores para o país.

Secretário estadual da Educação na gestão anterior ao governo Eduardo


Leite (PSDB), o ex-deputado federal Vieira da Cunha (PDT) declarou que teria
vergonha se o seu governo divulgasse um superávit de R$ 4,7 bilhões nos
primeiros quatro meses de 2022, como ocorreu no Rio Grande do Sul.

Ao analisar o último Censo Escolar, em que o RS apresentou um índice


de 10,7% de evasão na rede pública em 2021, quase o dobro da média nacional.
"É uma questão de prioridade de investimentos. Em um debate, o presidente
Fernando Henrique Cardoso perguntou ao Leonel Brizola de onde ele retiraria
dinheiro para implementar escola em tempo integral no Brasil, pois são caras.
Brizola respondeu que cara é a ignorância", declarou Vieira.
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Cabo eleitoral do presidenciável Ciro Gomes no RS, Vieira discordou do


ponto de vista de que Ciro deveria renunciar à sua candidatura para facilitar uma
derrota de Bolsonaro no primeiro turno. Na visão de Vieira, Ciro não pode ser
responsabilizado por Bolsonaro ter mais chance de chegar ao segundo turno.

"O Lula e o PT, sim, prestaram serviço ao bolsonarismo, pois ele se


elegeu em razão do petismo. Ciro Gomes venceria no segundo turno. O único
que está fazendo propostas para o Brasil é o Ciro Gomes e espero que não
percarmos essa nova oportunidade", declara.

Procurador de carreira do Ministério Público, Vieira atribui às ameaças do


governo Bolsonaro à democracia o motivo do seu retorno à política como pré-
candidato ao Governo do Rio Grande do Sul. Vieira estava afastado da política
desde 2016.

"Pertenço a uma geração que lutou contra a ditadura. Minha geração foi
às ruas por anistia, pelas “diretas já”. Não queremos que esse tempo volte.
Muitas pessoas perderam a vida e muitos perderam um tempo precioso de vida
longe do país. Brizola esteve 15 anos no exílio", relembrou o pedetista.

Questionado sobre a descriminalização das drogas, Vieira se disse


favorável. "Esse é um ponto que nós temos que enfrentar. Até há pouco atuei
em uma câmara federal relacionada ao tema. É um flagelo social. Eu estudei esse
assunto profundamente e acho que um parâmetro é a política de drogas de
Portugal, em que há a descriminalização do uso da maconha", diz Vieira.

Não é favorável a uma polícia única (unificação), mas sim, a integração


das polícias. Elogiou os órgãos de segurança, em especial os componentes das
Brigada Militar.
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14/06/2022, às 10h00, Luis Carlos Heinze (PP).

Elogiou, durante a sabatina, o golpe militar de 1964, que impôs uma


ditadura no Brasil marcada por censura, mortes e torturas e que aboliu o voto
direto para presidente até 1989. "O Brasil hoje é outro país depois de 1964. Eu
acho que foi bom, tivemos avanço no Brasil.

O Brasil era um Brasil diferente dos governos dos anos 60, 70, depois do
regime militar. O Brasil avançou. Se você pegar a energia que temos no país hoje,
desenvolvimento da parte Norte do Brasil, da Embrapa [Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária] brasileira, tudo isso começou com os governos
militares", disse o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Afirmou ter críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), assim como


Bolsonaro, e que não enxerga ameaças aos Poderes ou à democracia. "Também
tenho as minhas reservas com as urnas eletrônicas", disse, citando que os
ministros têm posições políticas. "Hoje a sociedade brasileira tem se
posicionado contrariamente às posições que o STF tem adotado. Não vejo
ataque à democracia".

Já havia sido um dos principais defensores das posições do governo


durante a CPI da Covid. Durante a sabatina, manteve os mesmos
posicionamentos sobre a ivermectina e a cloroquina, que já foram estudados e
são ineficazes para combater a covid. Disse que, se "os médicos preconizarem",
vai usar na rede pública. "Eu vou ter um secretário da Saúde médico. Se médicos
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receitarem, eu vou fazer. Eu sei que eu perco votos com essa posição, mas eu
tenho convicção".

Sobre a divisão de votos conservadores entre ele e o ex-ministro Onyx


Lorenzoni (PL), que lidera as pesquisas eleitorais, ele diz não ver problema e que
serão dois palanques para Bolsonaro. "É uma questão de partidos. Eu lancei a
minha pré-candidatura primeiro e já temos uma aliança com o PTB." "Nós temos
hoje dois palanques aqui, e a princípio não tem condições [de apoiarem um ao
outro]. No segundo turno, sim, nós vamos estar juntos de qualquer jeito. Eu
apoiando-o, ou ele me apoiando”.

Disse que tem uma "relação de amizade" com Bolsonaro, com um


histórico desde os anos 1990. "É ruim ele escolher só um candidato. No primeiro
turno, ele não pode fazer diferente. No segundo turno, estaremos todos
juntos." Após o anúncio da pré-candidatura de Eduardo Leite, voltando à
disputa ao governo, ele afirmou que "está se preparando para ganhar".

"A minha bancada estadual ajudou o [Ivo] Sartori [ex-governador do Rio


Grande do Sul] e também o Eduardo Leite [ex-governador e atual adversário].
Se eu quero melhorar o Rio Grande do Sul, eu tenho que fazer melhor que o
Sartori e Leite, e vou fazer", disse.

Também criticou a recuperação fiscal na gestão de Leite e disse que vai


tentar fazer uma nova negociação com o governo federal se for eleito.
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15/06/2022, às 10h00, Beto Albuquerque (PSB).

"O que está sendo pactuado e aguardado é a sanção do presidente Jair


Bolsonaro (PL) ao acordo da dívida, coisa ao redor de R$ 80 bilhões. O Rio
Grande do Sul está confessando que deve R$ 80 bilhões, está ignorando a ação
no STF [Supremo Tribunal Federal], e no pior momento da história da economia
que vivemos recentemente. Você está fazendo acordo com Selic em 12,65%. É o
pior momento para qualquer cidadão, empresário, fazer acordo de dívida com
banco”.

Albuquerque se refere a uma ação da OAB (Ordem dos Advogados do


Brasil) no Supremo que se opõe à cobrança de juros da dívida. A relatoria é da
ministra Rosa Weber, mas ainda não há data para ser votada. "Tem uma tese de
que o Rio Grande do Sul já pagou essa dívida. Legalmente não há condições de
um ente federado cobrar juros de outro ente federado. Se a dívida do Rio
Grande do Sul tivesse iniciado um financiamento do Banco do Brasil, teria juros.
Mas a dívida teve origem em transferência de recursos da União para o estado,
que depois se transformou em dívida e sobre a qual se iniciaram os juros
absurdos ao longo dos anos”.

"Dando prosseguimento à ação da OAB, você praticamente zera a dívida


do Rio Grande do Sul, que vai pagando ao redor de R$ 3 bilhões ao ano. Se você
tiver interpretação mediana do Supremo, vai ter ao redor de R$ 20 bilhões de
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dívida. O que defendo é não fazer acordo nesse momento, porque também é
político. Esperar as eleições terminarem, ainda mais no Rio Grande do Sul, que
estava protegido por uma liminar que facilitou sua vida, que não recolheu a
dívida", acrescentou. "Esse acordo vai impor uma coleira ao governador, que vai
ter de pedir licença para fazer qualquer coisa”.

Sobre a proposta de redução do ICMS para 17% nos combustíveis, ele


defendeu uma mudança de paradigma. "Defendo que o Brasil pare de importar
gasolina e diesel. Não adianta redução do ICMS se continuarmos pagando R$ 5,
essa é uma roda que não vai acabar", afirmou. "Ele [Bolsonaro] está fazendo
demagogia. Não adianta ficar trocando diretoria se não alterar esse alinhamento
de preços internacionais. Não dá para 'esquartejar' a Petrobras, diminuir
produção e importar. Se o presidente Bolsonaro fosse honesto nesse debate,
ele deveria usar 100% dos dividendos que a União apura no lucro da Petrobras
para reduzir o preço dos combustíveis”.

Disse que o governo federal não vai cumprir o acordo de repor as perdas
de arrecadação dos estados. "O problema é que o governo não tem palavra e
não vai repor o que os estados vão perder." Na área de segurança pública,
defendeu que se avalie a necessidade do uso de câmeras nas fardas dos
policiais, porque o Rio Grande do Sul tem "uma realidade muito diferente no que
diz respeito à violência policial contra o cidadão do que o Rio de Janeiro e São
Paulo.

"Não podemos criar regras iguais para levantamentos completamente


diferentes. Não posso tratar a Brigada Militar aqui como tenho que tratar a
polícia em São Paulo. Câmeras são necessárias, mas tem que ser feita com
diálogo e respeito." Ele também se posicionou contra a privatização da Corsan
(Companhia de Saneamento) e do Banrisul, banco do estado. "A área de água e
saneamento básico são dois pilares muito importantes para o desenvolvimento
do estado. Aqui na região metropolitana, as nove cidades fizeram PPP no
governo [Ivo] Sartori, e já estamos com mais de 40% das obras de tratamento
de esgoto prontas. Não precisou vender a Corsan para fazer saneamento",
afirmou.
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15/06/2022, às 16h00, Gabriel Souza (MDB).

O pré-candidato do MDB, Gabriel Souza, promete resistir aos múltiplos


sinais de que seu partido fará uma aliança com o ex-governador Eduardo Leite
do PSDB no Rio Grande do Sul. Além de citar o protagonismo o partido na
história recente do estado, Souza pede que a decisão local do MDB seja
respeitada.
"Sou pré-candidato a governador e pretendo continuar sendo. Sempre
ouvi que quem vai decidir o futuro da pré-candidatura é o MDB do Rio Grande
do Sul, que governou o estado em 4 dos 10 últimos mandatos. Se isso for
verdade, pode ter certeza que ele [o partido] vai querer manter a candidatura
até o final para vencer e governar", declara o emedebista, que é deputado
estadual.

Souza diz ainda que não se importa com a pressão para que abdique das
pretensões eleitorais. "Se eu não estivesse acostumado a lidar com pressão, não
poderia tentar ser governador do Rio Grande do Sul. Não teria sido líder do
governo [José Ivo] Sartori aqui", diz.
Além de congelar gastos de custeio, o governo Sartori parcelou os
salários do funcionalismo estadual por 35 meses consecutivos e aumentou as
alíquotas de ICMS. Como medidas de austeridade, aprovou a Lei de
Responsabilidade Fiscal estadual, extinguiu nove fundações estaduais e
aprovou a criação da previdência complementar do funcionalismo.
Para ser candidato, Souza venceu internamente alas do partido que
preferiam lançar ao cargo o deputado federal Alceu Moreira, o ex-prefeito de
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Santa Maria Cezar Schirmer ou o ex-governador José Ivo Sartori. Com apenas
um ano mais velho do que Leite, de perfil moderado e conciliador, o emedebista
tinha a esperança de ser apontado pelo tucano como seu sucessor, tendo em
vista que o ex-governador afirmava que não concorreria à reeleição.

"Eu não costumo comentar decisões de outros partidos políticos. Vou


dizer é que eu vi o mesmo que todos os gaúchos viram: a declaração várias e
várias vezes de que ele [Leite] não concorreria à reeleição e que o meu nome
seria muito adequado para ser o próximo governador do estado, tanto
tecnicamente quanto politicamente", declara.
Desde que PSDB e MDB passaram a articular uma terceira via nacional,
Souza vinha sendo pressionado a "avançar nas discussões com o PSDB com
vistas à formação de uma aliança estadual e nacional", nas palavras do
presidente do partido, o deputado federal Baleia Rossi (SP). Souza argumenta
ter conversado nesta semana mesmo com Rossi, que teria reforçado que a
decisão final é do partido no RS.

Souza manteve a pré-candidatura mesmo após a aliança nacional entre


PSDB e MDB em torno de Simone Tebet (MDB) divulgada na semana passada.
Em troca do apoio do PSDB a Tebet, o MDB negociou alianças com a sigla em
Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
Na segunda-feira (13), houve novo abalo para Souza com o gesto de
Leite voltar a concorrer. No discurso em que admitiu nova candidatura ao
Palácio Piratini, o ex-governador mencionou MDB e PP como partidos que
poderiam ocupar o posto de vice, embora ambos tenham seus pré-candidatos.
Sobre o desempenho modesto em pesquisas até agora, Souza
argumenta que o eleitorado gaúcho tem tradição em romper polarizações.
"Germano Rigotto (MDB), Yeda Crusius (PSDB), José Ivo Sartori (MDB)
e o próprio Eduardo Leite tinham percentuais semelhantes ao meu nessa época
do ano. Diferentemente da eleição nacional, 84% dos gaúchos ainda não
pararam para conhecer e escolher seus candidatos", afirmou, na sabatina.
Como ex-presidente da Assembleia e deputado estadual, Souza defende
a adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal, que vem sendo
criticado tanto por candidatos da esquerda quanto da direita.
"Meus adversários não estão preocupados com a dívida. Estão
preocupados em aumentar gastos acima da arrecadação", diz Souza.
Ele discorda do argumento de que o estado estaria economizando
recursos ao não pagar a dívida amparado por uma liminar junto ao Supremo
Tribunal Federal.
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Embora afirme que vai honrar o pagamento da dívida, Souza afirma que
isso não impede novas renegociações no futuro para rever juros e o montante
da dívida.
"A dívida do Rio Grande do Sul não é a única de estados e municípios com
o governo federal. Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo também devem.
Periodicamente precisa haver um levante nacional para reavaliar o juro que
incide sobre a dívida. Para que consigamos diminuir o estoque. Isso não tem
nada a ver com revogar o regime de recuperação fiscal como querem os meus
adversários", diz o deputado.
Souza é natural de Tramandaí, é médico veterinário, tem 38 anos, e está
no segundo mandato como deputado pelo MDB. Foi presidente da Assembleia
em 2021.
Perguntado se teria preferência pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) ou pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) em uma eventual disputa
entre ambos, Souza reitera o apoio a Simone Tebet e se nega a escolher entre
um dos dois nomes.
"Que tipo de apoiador ou de eleitor seria eu se já estivesse descartando
a possibilidade ou insinuando uma descrença de que a minha candidata iria para
o segundo turno? O Brasil não pode continuar escolhendo o menos pior, precisa
escolher quem é a melhor", justifica.
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20/06/2022, às 10h00, Ônix Lorenzoni (PL).

Pré-candidato do PL ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni


afirmou que vai manter o acordo de recuperação fiscal que renegociou a dívida
do estado com a União. Entretanto, o ex-ministro de Bolsonaro também disse
que os termos do acordo precisam ser revistos. Durante a sabatina, Lorenzoni
criticou ainda o fato de o acordo ter comprometido as contas do Rio Grande do
Sul pelos próximos sete mandatos de governadores.

"Esse regime de recuperação fiscal tem três níveis. Eu defendia que o


governo do Rio Grande do Sul deveria entrar no primeiro nível, que é o plano de
equilíbrio fiscal, porque ele comprometeria apenas um governo. Mas a forma e
o regime que o Rio Grande do Sul entrou compromete sete governantes, então
não é algo para ser tratado de maneira simplificada e superficial", disse.

"É claro que eu como governador vou respeitar e cumprir [o acordo],


mas isso não vai impedir que de forma inteligente e equilibrada eu busque um
caminho que dê melhores condições de investimento para o futuro governo. As
limitações impostas por esse projeto são absurdas e já começaram a
acontecer", completou. "Tentar renegociar os termos do contrato está na lei".

Ex-ministro de Bolsonaro da Casa Civil, da Cidadania, da Secretaria-Geral


da Presidência e do Trabalho e Previdência, Onyx afirmou que Bolsonaro "nunca
estimulou o desmatamento no Brasil" e culpou a falta de uma regularização
fundiária pelas crises e conflitos na Amazônia. Disse também que não é
necessário demarcar novas terras indígenas, porque o que os indígenas querem
é produzir.
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"Nós [o governo federal] enviamos um projeto de lei para a Câmara dos


Deputados que fazia a regularização fundiária na região e fazia a autorização da
exploração econômica, desde que aceita pelas maiorias dos índios. O senhor
Rodrigo Maia [presidente à época da Câmara] sentou em cima e não deixou isso
prosperar", disse.

Alvo de uma escalada de violência —que culminou com o


desaparecimento e morte do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista
britânico Dom Phillips—, a Amazônia sofre com o agravamento de indicadores
ambientais no governo Bolsonaro. O desmatamento na região em 2021, por
exemplo, foi o pior dos últimos 15 anos.

Ele ainda criticou o uso de câmeras nas fardas policiais e se disse


favorável à proposta de cobrança de mensalidade nas universidades públicas.
"Só tem filhinho de papai com carro no estacionamento".
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20/06/2022, às 16h00, Eduardo Leite (PSDB).

O pré-candidato à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul, Eduardo


Leite (PSDB), disse, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, que Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) são "muito ruins" e que mudou de opinião
em relação a participar do pleito, apesar de ter prometido que não concorreria
novamente, e que vai concorrer para evitar a polarização nacional também no
estado. "Eu mudei de opinião [sobre reeleição], mas não mudei de princípios. A
única razão pela qual admito poder me apresentar para ser governador
novamente é porque deixei o governo. Se estivesse no governo, não teria como
dividir atenção entre governador e candidato", justificou.

"Eu liderei um projeto para o estado, mas não fiz sozinho. Fiz com outras
mãos, com gente que me ajudou e me ajuda, como o governador Ranolfo [Vieira
Júnior]. Não apenas como secretário, mas vice. Então, o governo segue adiante,
o projeto continua em frente, não há abandono nenhum", acrescentou.

Chamou a polarização entre Lula e Bolsonaro de disputa entre um


"passado ruim e um presente que não é bom". "Os dois são muito ruins por
razões diferentes, por conta da economia que não deu certo sob os dois. Lula,
embora tenha terminado seu mandato com crescimento econômico, no final do
primeiro mandato e início do segundo, começou a construção da nova matriz
econômica, que levou o país a quebrar no período Dilma. Sob Bolsonaro,
estamos vendo a inflação corroendo o poder de compra da população e uma
perspectiva ruim para o cenário econômico e ataque às instituições
democráticas. Nenhum dos dois vai curar as feridas, eles vão aprofundar as
feridas”.
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Também disse que tenta fazer "política para construir, e não destruir",
apesar de até agora não ter conseguido fazer decolar a proposta da terceira via
nas pesquisas de intenção de voto. Afirmou que sai candidato novamente
também para evitar essa polarização no estado, entre uma "direita populista
que ataca a renegociação fiscal", e "a esquerda, que tem outro projeto e pouca
responsabilidade com as contas públicas". "O meu partido entendeu que a
minha liderança nesse projeto se faz importante, e eu não vou abandonar. Estou
aqui me apresentando com toda a humildade ao povo gaúcho." Disse que abriu
mão de remuneração de R$ 20 mil, por ter sido governador, após ação do
Partido Novo que contestava esse dinheiro. "Não é antiético, não é ilegal, não é
imoral. Mas, se houver condições, farei o ressarcimento do que já recebi",
afirmou. "Não vou abrir espaço para ataques maliciosos que distorcem a
realidade, confundem a população. O que era disponibilizado era remuneração
pelo período subsequente ao mandato correspondente ao valor do exercício do
mandato”.

Sobre a terceira via, admite que houve problemas nas negociações e que
foi difícil para o PSDB, que sempre teve candidato a presidente da República.
"Mas o partido não existe para atender aspirações individuais”.

Ressaltou que confia "na capacidade de MDB e PSDB conversarem" para


chegarem a um acordo no estado, mas se negou a abrir mão da candidatura
para apoiar Gabriel Souza (MDB). "Mas é legítimo que aspire ter candidaturas ao
governo", disse. "Se o MDB oferecer candidatura que apresente melhores
condições de evitar que os extremos ganhem a eleição no RS, podemos
dialogar, inclusive na lógica do PSDB abrir em favor do MDB, mas não é o que se
apresenta neste momento”.

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