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SUMÁRIO
3
5.3. MOTORES DE BUSCA ....................................................................................... 188
5.4. REDES SOCIAIS .................................................................................................. 193
5.5. GEOLOCALIZAÇÃO........................................................................................... 199
5.6. METADADOS ...................................................................................................... 207
CASOS PRÁTICOS SIMULADOS ............................................................................. 210
ABREVIATURAS ....................................................................................................... 212
TERMOS TÉCNICOS ................................................................................................. 219
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 223
4
AULA 1 – HISTÓRICO DA INOVAÇÃO NO PODER
JUDICIÁRIO. DIREITO E SOCIEDADE NA ERA DIGITAL.
1.1 - INTRODUÇÃO
5
com a incorporação da eletricidade e o consumo de derivados de
petróleo.
1
BARRETO, Alexandre G.; WENDT, Emerson. Inteligência e investigação criminal em fontes abertas. 3ª
ed. Rio de Janeiro: Editora Brasport, 2020, p. 29
7
tape disks); dispositivos periféricos (scanner, impressora, secretária-
eletrônica); Smart TV; tablets; leitor de livros digitais (p. ex. Kindle);
aparelhos de telefonia móvel (celulares, smartphones); câmeras,
filmadoras e gravadores de áudio e vídeo digitais, tocadores de áudio
portáteis; circuito fechado de TV (CCTV) e câmeras de monitoramento
e vigilância; consoles de videogame (p. ex. Playstation, Xbox, Nintendo
Switch, PSP); assistentes pessoais digitais (p. ex. Alexa, Siri, Cortana,
Google Assistant, Watson); relógios digitais e smartwatches (p. ex.
Apple Watch, Garmin Forerunner, Samsung Galaxy Watch, Xiaomi Mi
Watch e Amazfit); redes sociais (p. ex. Facebook, Instagram, Twitter,
TikTok, LinkedIn, Youtube); computação em nuvem (p. ex. iCloud,
Google Drive, Dropbox, Onedrive, Mega); plataformas de streaming de
músicas (p. ex. Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music) e de
vídeos (p. ex. Netflix, Amazon Prime Video, Disney+, Telecine, Now,
HBO Max, Globoplay, Youtube); provedores de conexão à internet (p.
ex. Vivo, Oi, Claro, Tim); plataformas de videoconferência (p. ex.
Google Meet, Zoom, Cisco Webex, Microsoft Teams, Skype);
aplicativos de mensageria (p. ex. Whatsapp, Telegram, Messenger,
Hangouts, Skype, Signal); aplicativos de geolocalização (p. ex. Google
Maps, Waze); aplicativos de transporte (p. ex. Uber, 99 Taxi, Cabify);
aplicativos de entrega (p. ex. iFood, Rappi, Uber Eats); aplicativos de
hospedagem (p. ex. Airbnb, Booking, Hoteis.com, Hotel Urbano);
aplicativos de instituições bancárias e afins (internet banking);
aplicativos de compras; aplicativos de órgãos públicos (p. ex. Gov.br,
e-Título, Carteira Digital, IRPF, Meu INSS, Carteira de Trabalho
Digital); aplicativos de viagem (p. ex. Tripadvisor, Decolar); aplicativos
de agendas digitais (p. ex. Google Agenda, Calendar, One Calendar);
aplicativos de pagamentos (p. ex. PagSeguro, PicPay, Marcado Pago,
Pay Pal); correios eletrônicos (p. ex. Gmail, Outlook, Yahoo).
2
Ibidem, p. 28
8
fontes públicas dados e informações disponíveis para produzir
conhecimentos.
3
Ibidem, p. 28
9
credenciamento prévio e que o acesso se dará por meio de login, senha
e/ou certificado digital, o Cadastro Nacional de Informações Sociais
(CNIS), SERASAJUD, o CNIB, INFOSEG etc.
4
Fonte: http://www.biniadvogados.adv.br/wp-content/uploads/2011/11/BOLETIM-INFORMATIVO-
10_2017.pdf. Data de inserção: 01/10/2017. Data de acesso: 08/07/2021.
5
Fonte: https://modeloinicial.com.br/artigos/36/influencia-redes-sociais-deferimento-justica-gratuita. TJ-
RJ. RI nº. 0087.943-96.2013.8.19.0001. Des. Rel.: MARCOS ANTONIO RIBEIRO DE MOURA BRITO.
3ª Turma Recursal. Juizados Especiais Cíveis. DJ: 19/10/2017. Data de inserção: 25/10/2017. Data de
acesso: 08/07/2021.
6
Fonte: https://juristas.com.br/foruns/topic/jurisprudencias-redes-sociais/. TJSP. Recurso de Apelação
Cível nº. 0012518–28.2013.8.26.0176. Des. Rel. Elcio Trujillo. 10ª Câmara de Direito Privado. DJ:
12/06/2018. DJe: 12/06/2018. Data de inserção: 14/07/2018. Data de acesso: 08/07/2021.
10
constantes em redes sociais de pessoas que já faleceram? 7 Como se
operacionaliza isso?
7
CALLEGARI, Marina. Sucessão Digital: a destinação dos perfis em redes sociais após a morte. Fonte:
https://juristas.com.br/2021/02/02/sucessao-digital/. Data de inserção: 02/02/2021. Data de acesso:
08/07/2021.
8
JURISTAS. Fonte: https://juristas.com.br/2020/07/01/redes-sociais/. Data de inserção: 01/07/2020. Data
de acesso: 08/07/2021.
11
Supremo Tribunal Federal (STF), cujas provas digitais foram
devidamente colhidas pela Procuradoria Geral da República, e que
pediu nova prisão dele que foi deferida por ministro da Excelsa
Suprema Corte9.
9
KRUSTY, Ricardo. Ministro Alexandre de Moraes restabelece prisão de Daniel Silveira. Fonte:
https://juristas.com.br/2021/06/24/ministro-alexandre-de-moraes-restabelece-prisao-de-daniel-silveira/.
Data de inserção: 24/06/2021. Data de acesso: 08/07/2021.
10
JURISTAS. Sinais de riqueza nas redes sociais podem influenciar o valor da pensão alimentícia. Fonte:
https://juristas.com.br/2019/07/05/sinais-de-riqueza-nas-redes-sociais/. Data de inserção: 05/07/2019. Data
de acesso: 08/07/2021.
12
riqueza nas redes sociais, fundamentando no sentido de que “o
contexto probatório dos autos é hábil a vulnerar a presunção de
hipossuficiência”, tendo em conta as fotos extraídas das redes sociais,
que demonstravam que o autor vivia com conforto e prosperidade
econômica11.
11
CORREIO FORENSE. Empregado que ostentava riqueza nas redes sociais tem indeferido pedido de
justiça gratuita. Fonte: https://www.correioforense.com.br/dir-processual-trabalhista/empregado-que-
ostentava-riqueza-nas-redes-sociais-tem-indeferido-pedido-de-justica-gratuita/. Inserção: 16/09/2020.
Data de acesso: 08/07/2021.
12
CORREIO FORENSE. Empregado que ostentava riqueza nas redes sociais tem indeferido pedido de
justiça gratuita. Fonte: https://www.correioforense.com.br/dir-processual-trabalhista/empregado-que-
ostentava-riqueza-nas-redes-sociais-tem-indeferido-pedido-de-justica-gratuita/. Inserção: 16/09/2020.
Data de acesso: 08/07/2021.
13
CASTANHO, William. Justiça do Trabalho rastreia celular e redes sociais contra falsos depoimentos em
ações. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/04/justica-trabalhista-rastreia-celular-e-redes-
sociais-contra-falsos-depoimentos-em-acoes.shtml. Inserção: 25/04/2021. Data de acesso: 08/07/2021.
14
SECOM/TST. TRT12 (SC) implanta primeira unidade dedicada a provas digitais na Justiça do Trabalho.
Fonte: https://portal.trt12.jus.br/noticias/pioneirismo-trt-sc-implanta-nucleo-de-provas-digitais. Inserção:
19/05/2021. Data de acesso: 08/07/2021.
13
O Juiz do Trabalho e professor Otávio Calvet, em artigo divulgado
no sítio eletrônico Conjur, intitulado prova testemunhal x provas
digitais: um novo rumo para a Justiça do Trabalho, leciona:
Por sua vez, o TRT Potiguar (TRT21) aceitou como prova lícita
gravação constante em aplicativo de mensagem (WhatsApp) em grupo
de trabalhadores de uma empresa. No caso, consta que gravação de
gerente num grupo de líderes de vendas de uma empresa, resultou no
reconhecimento de vínculo de emprego. A empresa contestou pela
ilegalidade da produção da prova de maneira clandestina. Ocorre que
o Regional compreendeu que a gravação foi equiparada à gravação
ambiental fundamentando no precedente do Supremo Tribunal Federal
que assentou pela “admissibilidade do uso, como meio de prova, de
gravação ambiental realizada por um dos interlocutores.”16.
15
CALVET, Otávio Torres. Prova testemunhal x provas digitais: um novo rumo para a Justiça do Trabalho.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2021-abr-27/trabalho-contemporaneo-prova-testemunhal-digital-rumo-
justica-trabalho. Inserção: 27/04/2021. Data de acesso: 08/07/2021.
16
SECOM/TRT21. TRT–RN aceita como prova gravação de gerente de vendas em grupo de WhatsApp.
Fonte: https://www.trt21.jus.br/noticias/noticia/trt-rn-aceita-como-prova-gravacao-de-gerente-de-vendas-
em-grupo-de-whatapp. Inserção: 04/06/2021. Data de acesso: 09/07/2021.
14
interligados que envolvem todas as estruturas importantes que
mantêm a unidade da sociedade.
15
Nesse contexto, chegou o tempo da inovação, da redução de
custos e, em contrapartida, do aumento da eficiência e transmudação
do modelo tradicional em que os equipamentos outrora ampliados
deixem o palco para a nova conjuntura da realidade virtual, com a
diminuição da estrutura física para que, desta forma, facilite o
deslocamento das unidades jurisdicionais enquanto realidade da nova
gestão judiciária.
16
As amarras conceituais do século passado que prendiam a
unidade jurisdicional a ter que possuir efetivamente um equipamento
público fisicamente instalado perde força ante a atuação do magistrado
digital, em todas as localidades dentro de uma estação de trabalho
remota que pode ser objeto de análise processual no âmbito virtual.
17
eficiente todas as atividades judiciais que impactam os indicadores
estratégicos do Poder Judiciário.
18
O desafio será efetivamente disponibilizar decisões que tenham
a mais ampla efetividade e eficácia seja ela na fase de conhecimento e
principalmente na execução, cuja taxa de congestionamento cresce a
cada dia que se passa, porque ainda que se tenham diversas
ferramentas que colaboram na pesquisa patrimonial, é certo que ainda
há muito que precisa ser feito para que tais processos sigam seu fluxo
sem terem que ser arquivados provisoriamente aguardando a
prescrição intercorrente, porque isso não é o resultado de uma decisão
judicial justa, célere e eficiente.
19
Supremo Tribunal Federal ou terem que andar com notebook, basta
apenas que se tenha uma internet de qualidade para que o ministro
acesse o processo no celular e com a senha criptografada ou biométrica
assine os atos judiciais.
20
mais eficiência na coleta e solução das demandas administrativas e da
atividade-fim do Judiciário.
24
Isso causava um dispêndio de recursos pelas partes, além de
gerar um trabalho hercúleo de juntada de todas as documentações
pelos servidores da secretaria que, além de enumerar cada página à
punho, carimbar, rubricar, perfurar página por página, anexar e fazer
a remessa dos autos conclusos, tinham que muitas vezes tirar cópia
para encaminhar à parte contrária para manifestação por meio de
correio.
Eis que veio a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que dispõe
sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por
pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,
com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de
25
privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa
natural.
26
Pontue-se que o calculista está praticamente com o tempo
estimado de sua retirada de cena porque os novos processos têm que
ingressar liquidados, conforme a reforma trabalhista assim o exigiu. As
sentenças que confirmam os pedidos vindicados praticamente já estão
se tornando uma realidade de serem líquidas em cada tópico decidido.
Logo, a atuação desse servidor especializadíssimo será redirecionada
a outras ações que irão bem desempenhar a fim de tornar mais célere
os processos na fase de execução que são, repita–se, as maiores
dificuldades existentes no Poder Judiciário.
27
Diante dessas sucintas informações, fica claro que a exposição
de pessoas, empresas, produtos, informações, conteúdos diversos está
evidente, circunstância que resulta na quebra do paradigma da
privacidade em que as postagens trazem consigo ‘likes’ e ‘dislikes’,
fomentando discussões e debates acerca de todos os temas que muitos
deles, ainda que tabus, estão trafegando pela internet em alta
velocidade e são devoradas pelos consumidores e processadas numa
escala que não foi pensada dessa maneira, haja vista que a internet
ainda é muito jovem.
17
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/20/eps/1534781175_639404.html. Data de inserção:
26/08/2018. Acesso: 04/05/2021.
28
a cada segundo, reforçando a argumentação de Heráclito sobre o
homem e o rio.
29
AULA 2 – O PODER JUDICIÁRIO DA ERA DIGITAL:
JUSTIÇA 4.0
2.1 – POR QUE PRECISAMOS INOVAR? RAÍZES JURÍDICAS, EXIGÊNCIAS
SOCIAIS, ECONÔMICAS, POLÍTICAS E TECNOLÓGICAS.
Soma-se a esses fatos que o país está vivenciando uma nova era
em que a informatização se espraiou rapidamente, cujos setores de
tecnologia estão se estruturando cada vez mais em prol de implantação
de um sistema que permita eficiência, celeridade, padronização,
automação e, acima disso tudo, segurança digital.
31
Demais disso, observa-se que a legislação avançou
significativamente tocante a utilização de provas obtidas por meios
eletrônicos, conforme se destaca, inicialmente, a Lei Federal nº.
11.419/2006 que trata do Processo Judicial Eletrônico, a qual
expressa claramente no seu art. 11 que os documentos produzidos
eletronicamente e juntados aos processos eletrônicos com garantia da
origem e de seu signatário serão considerados originais para todos os
efeitos legais.
32
precedida de publicação de editais de intimações ou da intimação
pessoal das partes e de seus procuradores, para que, no prazo
preclusivo de 30 (trinta) dias, se manifestem sobre o desejo de
manterem pessoalmente a guarda de algum dos documentos originais.
18
Fonte. Senado. Link: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/512422/001041135.pdf.
Data de inserção: 17/03/2015. Data de acesso: 08/07/2021.
33
Não obstante tais dispositivos e, verificada a possibilidade de se
utilizar a Ata Notarial, esculpida no art. 384 do CPC/15, ao assentar
que a existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados
ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata
lavrada por tabelião. E no seu parágrafo único, o legislador ordinário
fez consignar que os dados representados por imagem ou som
gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
35
O Conselho Nacional de Justiça em 2020 editou a Resolução
Administrativa CNJ nº. 335/2020 que institui política pública para
a governança e a gestão de processo judicial eletrônico. Integra os
tribunais do país com a criação da Plataforma Digital do Poder Judiciário
Brasileiro – PDPJ–Br. Mantém o sistema PJe como sistema de Processo
Eletrônico prioritário do Conselho Nacional de Justiça o qual, em
síntese, pauta os seguintes conceitos que serão utilizados por todos os
Tribunais do país19.
Por sua vez, o art. 818 da CLT que trata do ônus da prova no
Processo do Trabalho se desenvolve com maior tenacidade ao conjugá–
19
Fonte: CNJ. RA CNJ nº. 335/2020. Link: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3496. Data de inserção:
30/09/2020. Data de acesso: 18/05/2021.
36
lo com o art. 373 do CPC/15 e demais dispositivos da norma
processual geral, tendo em conta que muito embora a Consolidação
das Leis do Trabalho tenha sofrido atualizações substanciais que foram
prestigiadas na Lei nº. 13.467/2017, no entanto, não houve
modernização no sentido de se deixar clara a utilização das provas
digitais no processo do trabalho concretamente.
37
lhes dá um relatório contendo todas as movimentações que permitam
uma análise mais acurada para se saber se de fato a parte está (ou
não) falando a verdade ou omitindo informação relevante para a
solução do processo.
20
Fonte. Planalto. Lei Federal nº. 12.965/2014. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l12965.htm. Data de inserção: 23/04/2014. Data de acesso: 18/05/2021.
21
Fonte. Planalto. Lei Geral de Proteção de Dados. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2019/Lei/L13853.htm#art1. Data de inserção: 08/07/2019. Data de acesso: 18/05/2021.
39
magistrados a adotar a melhor maneira de se ter uma prestação
jurisdicional célere, eficaz e sustentável.
40
2.2 – O PODER JUDICIÁRIO DA ERA DIGITAL – O JUDICIÁRIO 4.0 – NOVOS
HORIZONTES?
41
Tais mecanismos subsidiaram o estabelecimento de protocolos,
métodos, procedimentos e análises estatísticas que nortearam todas
as tomadas de decisões no âmbito administrativo da alta administração
do Poder Judiciário que culminou na criação do recente programa Poder
Judiciário 4.0, tendo em conta que a inteligência artificial é uma
realidade vivida por diversas instâncias do Judiciário.
42
balcão virtual, as comunicações, notificações e citações por meio de
Whatsapp, o uso do aplicativo Zoom, o home office da maioria dos
magistrados e servidores, considerando–se, o protocolo de
distanciamento social e retomada ao trabalho presencial, com escalas
de volta gradual e ainda sem uma definição finalizada.
43
problemas internos envolvendo procedimentos que podem ser
efetivados por sistemas automatizados porque, via de regra, busca–se
tornar automático aquelas ações que não necessitam da análise e
interferência humanas.
Por tais questões é que o Poder Judiciário tem que, por meio de
capacitação e sensibilização do seu público interno, instalar uma
política de P&D (Planejamento e Desenvolvimento) que contribuirá no
aumento do nível de soluções, cujas pesquisas devem ser realizadas
pelas escolas judiciais em parceria com os laboratórios de inovação e
desenvolvimento sustentável dos Regionais (LIODS–TRT) e tendo
apoio dos laboratórios das Secretarias de Tecnologia de Informação e
Comunicação, para que se crie ambiente propício para estímulo no
desenvolvimento de inovação tecnológica.
44
Nesse sentido, as pesquisas nesses laboratórios devem pautar
seus processos na vivência no laboratório com construção de soluções
que sejam experimentadas para que saia do campo da teoria e se torne
prática constante, aliando, assim, ciência e tecnologia em que os
pilares sejam sedimentados no desenvolvimento de protocolos de
inovação para que sejam discorridos em artigos científicos, publicados
e colocados em prática.
22
BAPTISTA FILHO, Sílvio Neves. Juízo 100% Digital: Court as a service, not as a place. Link:
https://www.migalhas.com.br/depeso/340346/juizo-100-digital-court-as-a-service-not-as-a-place. Data de
inserção: 15/02/2021. Acesso: 20/07/2021.
45
Tribunais porque o espaço físico cederá lugar ao virtual
inevitavelmente.
46
Isso não comprometerá a independência, a inamovibilidade e a
autonomia do magistrado e nem mesmo da unidade jurisdicional que
está sob a sua gestão processual, administrativa e funcional, mas
permitirá sim que se tenha maior alcance possível do jurisdicionado ao
juiz, e que ele na condição de diretor do processo possa prestigiar
todas as demandas no tempo adequado e esperado pelo texto
constitucional vigente que asseguram a todos a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação,
consoante art. 5º, inciso LXXVIII da CF/88.
[...].
48
XX foi o século do Poder Executivo, o século XXI será o
século do Poder Judiciário23”. (nossos negritos).
[...].
[...].
23
GUNTHER, Luiz Eduardo; GUNTHER, Noeli Gonçalves da Silva. O processo eletrônico e os direitos
fundamentais. Ob. cit., p. 610.
49
Todo esse processo expressa uma realidade. O processo
trabalhista, por sua vez, traz o conflito inerente ao
descumprimento da norma que garante os direitos
trabalhistas, seja ela constitucional ou infraconstitucional.
Nunca é demais relembrar que esses direitos nasceram de
duras realidades de vida e que só foram regulados a partir de
lutas históricas dos trabalhadores24.
[...].
24
ARRUDA, Kátia. A efetividade dos direitos sociais. Cadernos da Amatra IV – nº. 13. ISSN 1981–2590.
Porto Alegre: HS Editora Ltda, 2010, p. 61.
25
CNJ. Relatório CNJ ano base de 2020. Link: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB-
V3-Justi%C3%A7a-em-N%C3%BAmeros-2020-atualizado-em-25-08-2020.pdf. Data de inserção:
25/08/2020. Data de acesso: 30/03/2021.
50
projetar nesse novo milênio com foco em planejamento estratégico
jurisdicional aliado às melhores práticas processuais.
51
Novos desafios são importantes porque promovem
desenvolvimento humano, científico, social, econômico, geopolítico,
ambiental entre outros que se bem utilizados lançam o país para
horizontes mais amplos, criando pontes de conexão entre todos os
atores que juntos terão a força, capacidade e capilaridade de prestar
serviço público de qualidade com alcance cada vez maior, em benefício
da sociedade que espera o melhor.
52
Exemplo claro é o que se tem no Projeto Victor, parceria criada
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a Universidade de Brasília
(UnB), com a finalidade de se criar um software que possua os mais
avançados conceitos de Inteligência Artificial e Aprendizado de
Máquina para análise e processamento de dados, classificação de peças
e classificação de temas de repercussão geral de recursos que se
achegam ao STF.
53
cotidiano laborativo, a partir de metodologias estatísticas
evidentemente (BRAZ et al, 2018).
26
Fonte: STF. Link: https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=388443. Data de
inserção: 30/08/2018. Data de acesso: 31/03/2021.
55
Clara, advindos de uma parceria com a Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. E cada qual executa uma atividade diferente.
27
Fonte: TJAL. Desembargador Klever Loureiro defende ampliação do uso dos robôs para agilizar trâmite
processual. Link: https://www.instagram.com/tv/CLH9bUflkLD/?utm_source=ig_web_copy_link. Data de
inserção: 10/02/2021. Data de acesso: 22/03/2021.
28
NUNES, Dierle; MARQUES, Ana Luiza Pinto Coelho. Inteligência Artificial e Direito Processual:
Vieses Algorítmicos e os Riscos de Atribuição de Função Decisória às Máquinas. Revista dos Tribunais -
Processo, 2018. 285.v. p. 437.
29
FERRARI, Isabela. Op. Cit., p.80.
57
Inclusive, sistemas inteligentes já são realidade em escritórios
de advocacia, a exemplo do sistema “WATSON”, presente em escritório
de advocacia na cidade do Recife-PE para automatizar serviços
repetitivos, aumentando a média de acertos de 75% para 95%, em
relação ao preenchimento de dados30.
30
NUNES, Dierle; MARQUES, Ana Luiza Pinto Coelho. Op. Cit, p. 438.
31
Fonte: TST. Link: http://www.tst.jus.br/web/estatistica/tst/prazos. Data de inserção: 01/01/2020. Data
de acesso: 31/03/2021.
58
considerando–se a taxa de congestionamento existente na Justiça do
Trabalho.
32
Fonte: STF. Link: http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=468567&ori=1.
Data de inserção: 01/07/2021. Data de acesso: 08/07/2021.
59
que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil,
trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza”.
62
primeira é a padronização daquelas ações comumente denominadas de
repetitivas, comuns e do cotidiano do Poder Judiciário.
64
2.6 – AS CONDUTAS DO JUIZ NO PROCESSO JUDICIAL DIGITAL AINDA SERÃO
ANALÓGICAS?
Isso não quer dizer que os processos físicos não possam ser
utilizados, ao contrário, uma vez que eles terão tratamento condizente
com a sua fase processual, tendo em vista todos os atos praticados na
plataforma digital, em que os magistrados terão a oportunidade de
tramitá-los até que estejam aptos ao arquivamento definitivo.
33
FONTE: TRT8. Manual do Sistema Robô CCLE - Cadastro de Conhecimento, Liquidação e Execução.
Link: https://www.trt8.jus.br/sites/portal/files/roles/pje/ccle_mns_roboccle.pdf. Data de inserção:
21/05/2021. Data de acesso: 08/07/2021.
65
no sistema APT. Ou seja, o processo no PJe, em seu estado, fica
idêntico ao processo no APT antes do início da conversão (TRT8, 2020).
34
https://wearesocial.com/blog/2020/01/digital-2020-3-8-billion-people-use-social-media. Acesso em:
21/07/2021
67
• “Globalmente, mais de 5,19 bilhões de pessoas agora usam
telefones celulares, com o número de usuários aumentando
em 124 milhões (2,4 por cento) no ano passado”.
35
https://datareportal.com/reports/digital-2021-brazil. Acesso em: 21/07/2021
68
Da população entre 16 e 64 anos usuários de Internet (145,5
milhões, equivalente a 68,2% da população total):
70
• “150 milhões de usuários acessam redes sociais,
equivalente a 75% da população total”.
2.8 – SEUS DADOS SÃO VOCÊ. QUE INFORMAÇÕES SÃO COLETADAS PELAS
EMPRESAS DE TECNOLOGIA?
71
Segundo a Revista Forbes36, as 5 marcas mais valiosas do mundo
em 2020 eram:
36
https://forbes.com.br/listas/2020/07/as-marcas-mais-valiosas-do-mundo-em-2020/ Acesso em:
21/07/2021
72
Se você não está pagando por um serviço na web, então você é
o produto.
73
AULA 3 – AUDIÊNCIAS VIRTUAIS E NORMATIVIDADE:
AS PROVAS EM REDE
3.1 – ONDE ESTÁ O JUIZ QUANDO CAI A CONEXÃO? O QUE FAZER?
RECOMEÇAR?
74
em razão do distanciamento social, e utilizam do equipamento para
que a audiência se realize normalmente.
37
ALMEIDA, Orlando José de; FURMAN, Bernardo Gasparim. Audiências virtuais ou telepresenciais.
Link: https://www.migalhas.com.br/depeso/329879/audiencias-virtuais-ou-telepresenciais. Data de
inserção: 30/06/2020. Data de acesso: 01/04/2021.
75
se que o mais adequado é o Poder Judiciário implementar recursos e
tecnologia para disponibilizar espaço que se destine a receber as
partes, advogados e testemunhas para a realização da audiência de
instrução, desde que respeitados os protocolos sanitários exigidos,
além de promover ações concretas que assegurem a
incomunicabilidade das partes e das testemunhas.
78
Como se percebe, a legislação deixou diversas lacunas
normativas sobre a prova digital em si, pois a regulamentação
existente, embora tenha estabelecido alguns parâmetros técnicos para
os documentos digitalizados e para os eletrônicos ou digitais natos, não
cuidou de resolver a celeuma doutrinária e jurisprudencial.
38
PINHEIRO, Patricia Peck. Direito Digital. 7ª ed. rev., atual. e ampl., São Paulo, SP: Saraiva, 2021, p. 73
79
Abre-se aqui um parêntese para esclarecer que a expressão em
inglês “evidence”, se traduzida literalmente para o português, resultará
no falso cognato “evidência”.
39
Disponível em https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/evid%C3%AAncia/. Acessado em 19/05/2021, às 14h15 (UTC-4)
40
SANTOS, Agenor S. Dicionário de anglicismos e de palavras inglesas correntes em português. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006.
41
Idem
42
Disponível em https://www.law.cornell.edu/rules/fre. Acessado em 21/05/2021, às 18h54 (UTC-4)
43
Disponível em https://rm.coe.int/0900001680a22757. Acessado em 22/05/2021, às 08h05 (UTC-4)
80
c) Electronic Evidence - a basic guide for First Responders (2014)
- European Union Agency for Network and Information Security
(ENISA)44;
44
Disponível em https://www.enisa.europa.eu/publications/electronic-evidence-a-basic-guide-for-first-
responders. Acessado em 21/05/2021, às 20h16 (UTC-4)
45
Disponível em https://www.justice.gov/sites/default/files/criminal-
ccips/legacy/2015/01/14/ssmanual2009.pdf. Acessado em 21/05/2021, às 19h37 (UTC-4)
46
Idem
47
Disponível em https://www.crime-scene-investigator.net/SeizingElectronicEvidence.pdf. Acessado em
21/05/2021, às 20h10 (UTC-4)
48
Disponível em https://datatracker.ietf.org/doc/html/rfc3227. Acessado em 16/05/2021, às 16h35 (UTC-
4)
49
SANTOS, Milton. Técnica, Espaço, Tempo: Globalização e meio técnico científico e informacional. 5.
ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013, p. 60
81
3.3 – A LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD) E SUA APLICAÇÃO AO
PROCESSO DIGITAL (A PROVA DIGITAL E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
E DA PESSOA JURÍDICA).
82
E a Lei Geral de Proteção de Dados da Lei Federal nº.
13.709/201850 é a norma que objetiva o tratamento de dados
pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa
jurídica de direito público ou privado, com a finalidade de garantir
proteção aos direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o
livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural, conforme
seu art. 1º.
50
Fonte. Planalto. LGPD. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/lei/l13709.htm. Data de inserção: 14/08/2018. Data de acesso: 08/07/2021.
83
Nesse sentido, infere–se da norma que a proteção de dados
pessoais é um direito fundamental indisponível e cláusula pétrea
constitucional, haja vista que o legislador derivado criou instrumento
que instituiu uma política pública de proteção de dados expressamente,
com um modelo de órgão público que chancela essa proteção que é a
ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados.
[...].
[...].
51
ZANON, João Carlos. Direito à Proteção dos Dados Pessoais. São Paulo, Revista dos Tribunais, 2013,
p.71.
84
de qualquer violação que comprometa a intimidade, a honra,
privacidade e a dignidade tanto das pessoas quanto das empresas,
ainda que encerrado o processo com o seu arquivamento definitivo
porque ainda de posse, as provas digitais coletadas e utilizadas no
processo, do Poder Judiciário.
85
constitucionais de um Estado Democrático de Direito e do Estado do
Bem–Estar Social.
52
Fonte: Planalto. Marco Civil da Internet. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l12965.htm. Data de inserção: 23/04/2014. Data de acesso: 08/07/2021.
86
se possa precisamente coletar a prova digital desejada e que terá uso
concreto no processo.
87
Sugere–se que além das 'astreintes' fixadas pelo eventual
descumprimento, o Juízo poderá utilizar o dispositivo do art. 77, § 2º
do CPC/15 c/c art. 769 da CLT e IN nº. 39/2016 do C. CSJT para
aplicar a multa de 20% do valor total da ação em desfavor do
responsável pela guarda e fornecimento de registros de conexão ou de
registros de acesso a aplicações de internet, em decisão motivada por
atentado à dignidade do Poder Judiciário (contempt of court).
88
o delay da razoável duração do processo já apreciado outrora, o melhor
resultado é aquele em que o juiz consiga decidir e que o julgamento
seja mantido pelas instâncias superiores.
53
THAMAY, Renann; TAMER, Maurício. Provas no Direito Digital – Conceito da prova digital,
procedimentos e provas digitais em espécie. São Paulo: RT, 2020.
90
Vale destacar também que ficou demonstrado no decorrer desse
estudo que há diversas normas que tratam da proteção aos dados de
pessoas físicas ou jurídicas que foram construídas dentro de um
cenário democrático e que possuem presunção de constitucionalidade
tendo em conta que ainda não foram experimentadas pelo STF. E por
isso, devem ser o norte a ser seguido pela instrução processual para
que o julgamento possa evoluir para uma decisão estável e que
pacifique o litígio.
93
AULA 4 - PRODUÇÃO DAS PROVAS DIGITAIS
4.1. INTRODUÇÃO
DINAMARCO54 considera a prova como “um dos mais
respeitados postulados inerentes à garantia política do devido processo
legal” e “um dos fundamentais pilares do sistema processual
contemporâneo”, sendo a sua adequada disciplina indispensável à
realização de um processo justo.
54 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 7. ed. São Paulo, SP:
Malheiros, 2017, v. 3, p. 51
55 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Prova. 2. ed. São Paulo, SP: Revista dos
Tribunais, 2011, p. 97
94
subjetivas, a memória dos fatos jurídicos, rendeu-lhes tratamento
especial na legislação brasileira56.
63 “Nas sociedades de controle (...) o essencial não é mais uma assinatura e nem um número, mas uma
cifra: a cifra é uma senha (...) A linguagem numérica do controle é feita de cifras, que marcam o acesso à
informação, ou a rejeição. Os indivíduos tornaram-se ‘dividuais’, divisíveis, e as massas tornaram-se
amostras, dados, mercados ou ‘bancos’”. DELEUZE, Gilles. Post-scriptum sobre as Sociedades de
Controle. Conversações: 1972-1990. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992, p. 219-226. Tradução de Peter Pál
Pelbart
64 “E se tudo isso tem a ver com segurança, outros tipos de vigilância, relativos a compras rotineiras e
comuns, acesso on-line ou participação em mídias sociais, também se tornam cada vez mais onipresentes.
(...) A cada dia o Google anota nossas buscas, estimulando estratégias de marketing customizadas”.
BAUMAN, Zygmunt. Vigilância líquida. Diálogos com David Lyon. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
Traduzido por Carlos Alberto Medeiros
65 NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do processo na Constituição Federal. 10ª ed. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2010.
99
O termo “fato jurídico” trazido no conceito pelo autor como
objeto da prova deve ser entendido como toda manifestação ou
acontecimento que acarreta a criação, modificação ou extinção de
direitos, compreendendo assim todas as suas acepções jurídicas de
fato natural (stricto sensu), ato jurídico (lato sensu) e ato ilícito,
conforme lição de MONTEIRO66.
c) convencimento do juiz.
66 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil. 33. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. V.1., p.
189.
67 ALVIM, Arruda. Manual de direito processual civil: teoria do processo e processo de conhecimento, 17ª
ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017, p. 830.
68 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2004,
p. 359
100
delimitando seus aspectos objetivos (o que e como ele aconteceu) e
subjetivos (quem são os envolvidos), visando a influenciar no
convencimento do juiz.
69 THAMAY, Rennan; TAMER, Mauricio. Provas no Direito Digital: conceito da prova digital,
procedimentos e provas digitais em espécie. São Paulo: Editora Thomson Reuters, Revista dos Tribunais,
2020, p. 33
101
vídeos na internet, movimentações financeiras realizadas pelo internet
banking etc.);
74 REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 315
75 PELLEGRINI, Ada. Teoria Geral do Processo. 25ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 57
104
O Código de Processo Civil de 2015 consagra, ainda, o princípio
da liberdade probatória (art. 369), admitindo a atipicidade dos meios
de prova para permitir o emprego de todos aqueles considerados legais
ou moralmente legítimos para provar a verdade dos fatos e influir
eficazmente na convicção do juiz.
76 Ibidem, p. 50-51
105
acesso à fonte probatória tiver sido obtido de modo ilegal ou quando
a utilização da fonte se fizer por modos ilegais. Ilicitude da prova,
portanto, é ilicitude na obtenção das fontes ou ilicitude na aplicação
dos meios. No sistema do direito probatório, o veto às provas ilícitas
constitui limitação ao direito à prova. No plano constitucional, ele é
instrumento democrático de resguardo à liberdade e à intimidade
das pessoas contra atos arbitrários ou maliciosos.”
81 Ibidem, p. 9
82 Ibidem, p. 10
83 Ibidem, p. 151
84 Idem
85 Texto correspondente à palestra proferida pelo professor Geraldo Prado intitulada “A interface entre o
Direito Digital e o Processo Penal”, no Ciclo Permanente de Palestras com o tema “Consequências do Uso
da Inteligência Artificial no Processo Penal”, oferecido pelo Núcleo de Estudo Luso-Brasileiro da
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (NELB), ao lado da professora Janaina Matida e do
professor Alexandre Morais da Rosa, em 20 de janeiro de 2021, às 13 horas (horário de Brasília),
transmitida pelo aplicativo Zoom. Disponível no link: https://www.conjur.com.br/dl/artigo-geraldo-
prado.pdf. Acessado em 19/05/2021, às 13h46 (UTC-4)
107
No caso brasileiro não cabem quer a regra de exceção, que tornaria
admissível toda prova originalmente ilícita desde que obtida em
determinadas condições (em favor do acusado, por exemplo), quer
juízo de proporcionalidade que autorize o emprego de prova ilícita
em desfavor de alguém”.
108
eletrônicos e digitais, a exemplo da autenticidade, integridade e
preservação dos dados, bem como das informações registradas em
qualquer meio, suporte ou formato.
86 Idem
87 Idem
109
O referido texto normativo menciona, ainda, em diversas
passagens, o respeito à “cadeia de custódia” (chain of custody) na
produção da prova digital como imprescindível a sua validade,
ganhando especial relevância no Cooperation across CSIRTS, LE and
the Judiciary - Handbook, Document for trainers, publicado em 2019
pela agora European Union Agency for Cybersecurity (ENISA)88.
88 Disponível em https://www.enisa.europa.eu/topics/trainings-for-cybersecurity-specialists/online-
training-material/documents/cooperation-across-csirts-and-law-enforcement/support-the-fight-against-
cybercrime-training-material-csirt-le-jud-cooperation-handbook.pdf. Acessado em 22/05/2021, às 09h18
(UTC-4)
89 Disponível em https://www.ojp.gov/pdffiles1/nij/219941.pdf. Acessado em 22/05/2021, às 12h04
(UTC-4)
90 Ibidem, p. vii
91 Idem
92 Disponível em https://datatracker.ietf.org/doc/html/rfc3227#section-2. Acessado em 22/05/2021, às
08h16 (UTC-4)
93 Disponível em https://datatracker.ietf.org/doc/html/rfc3227#section-2.4. Acessado em 22/05/2021, às
08h19 (UTC-4)
110
alguns requisitos para validade desse meio de prova, o qual deve ser
“admissível”, “autêntico”, “completo”, “confiável” e “crível” (tradução
livre).
94 Ibidem, p. 39
111
4.5.1. AUTENTICIDADE DA PROVA DIGITAL
A autenticidade da prova digital deve ser vista sob dois ângulos
complementares, um objetivo, relativo à sua origem, e outro subjetivo,
relacionado à identificação do autor do fato que por meio dela se
pretende provar.
O item 2.4 da RFC 3227 diz que para a prova digital ser
considerada autêntica “deve ser possível vincular positivamente a
prova material ao incidente”95 (tradução livre).
95 Idem
96 Ibidem, p. 9. “Authenticity: The evidence must establish facts in a way that cannot be disputed and is
representative of its original state”
97 Ibidem, p. 151. “Electronic evidence is no different to physical evidence, such as a document recorded
on a piece of paper. It is necessary to ensure that the evidence is authentic”
112
Em tradução livre, a Rule 901(a)98 da Federal Rules of Evidence
(2011) norte-americana estabelece ser ônus da parte que fizer uso de
prova eletrônica ou digital comprovar sua autenticidade, por qualquer
método [Rule 901(b)99], para ser admitida no processo, excetuando
as hipóteses em que aquela é considerada autoautenticada (Rule
902)100.
103 Ibidem, p. 40
114
estratos forem acrescentados, maior a segurança e maiores as chances
de identificação da autoria.
AUTENTICAÇÃO MULTIFATOR
Senha ou PIN
116
probatório do processo, cabendo ao juiz analisá-las à luz das alegações
das partes e do contexto da demanda.
105 Idem
106 Ibidem, p. 6.
107 Ibidem, p. 14
108 Disponível em https://www.ojp.gov/pdffiles1/nij/219941.pdf. Acessado em 21/05/2021, às 20h07
(UTC-4).
109 Ibidem, p. vii e 21
117
No âmbito interno, a norma NBR ISO/IEC 27037:2013 da ABNT
define algumas diretrizes para o tratamento das provas digitais visando
assegurar a sua integridade.
a) Completude
110 Ibidem, p. 45
111 Idem
112 Ibidem, p. 13. “Completeness: The analysis of or any opinion based on the evidence must tell the whole
story and not be tailored to match a more favourable or desired perspective”.
118
prova deve contar toda história e não ser adaptada para corresponder
a uma perspectiva mais favorável ou desejada” (tradução livre).
b) Imutabilidade
113 Ibidem, p. 75
114 Ibidem, p. 85
119
foi coletada, refletindo as mesmas informações e dados relativos ao
fato jurídico desde aquele momento.
c) Temporalidade
115 Ibidem, p. 12. “However, in many ways, electronic evidence is no different from traditional evidence
in that the party introducing it into legal proceedings must be able to demonstrate that it reflects the same
set of circumstances and factual information as it did at the time of the offence. In other words, they must
be able to show that no changes, deletions, additions or other alterations have (or might have) taken place”.
116 Função hash. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Fun%C3%A7%C3%A3o_hash. Acessado em
16/05/2021, às 17h08 (UTC-4)
120
Ocorre que a transformação digital e a globalização modificaram
o conceito de tempo na Sociedade 4.0, conferindo-lhe uma outra
dimensão marcada pela efemeridade temporal.
d) Credibilidade
117 Ibidem, p. 79
118 Idem
119 Ibidem, p. 13. “Believability: The evidence must be persuasive as to the facts it represents and the
finders of fact in the court process must be able to rely on it as the truth.”.
121
processo judicial deve ser capaz de confiar nela como verdade”
(tradução livre).
120 Ibidem, p. 47
121 Idem
122 Ibidem, 7
122
O item 1.7.1 123 do Electronic Evidence Guide - A basic guide
for police officers, prosecutors and judges estabelece que “a pessoa
encarregada de coletar as provas é responsável por manter a
integridade do material recuperado e garantir a sua cadeia de
custódia”.
123 Ibidem, p. 14. “The person in charge of a crime scene or for collecting the evidence is responsible for
maintaining the integrity of the material recovered and for ensuring the forensic chain of custody.
Subsequent custodians of the devices and/or data must assume that responsibility”
124 Ibidem, p. 11
125 PARODI, Lorenzo. A cadeia de custódia da prova digital à luz da lei 13.964/19 (Lei anticrime). Link:
https://www.migalhas.com.br/depeso/320583/a-cadeia-de-custodia-da-prova-digital-a-luz-da-lei-13-964-
19--lei-anticrime. Data de inserção: 17/02/2020. Data de acesso: 03/04/2021.
126 OLIVEIRA, Vinicius Machado de. ISO 27037 Diretrizes para identificação, coleta, aquisição e
preservação de evidência digital. Academia Digital. Link: https://academiadeforensedigital.com.br/iso-
27037-identificacao-coleta-aquisicao-e-preservacao-de-evidencia/. Data de inserção: 16/01/2019. Data
de acesso: 03/04/2021
123
a) Auditabilidade
b) Confiabilidade
127 Ibidem, p. 13. “Believability: The evidence must be persuasive as to the facts it represents and the
finders of fact in the court process must be able to rely on it as the truth.”.
124
O registro da cadeia de custódia deve se mostrar confiável a
ponto de não haver dúvidas sobre a autenticidade e integridade das
provas digitais coletadas.
c) Publicidade
128 Idem
129 Ibidem, p. 13. “Reliability: There must be nothing about the way in which the evidence was collected
and subsequently handled that may cast doubt on its authenticity or veracity.”
125
4.6. PRODUÇÃO DA PROVA DIGITAL
Atualmente é reconhecido às partes o direito subjetivo à prova,
derivado do direito de ação e das garantias constitucionais do
contraditório e da ampla defesa (art. 5º, XXXV e LV, da CRFB), ideia
essa reforçada pelo Código de Processo Civil de 2015 ao permitir o seu
exercício, inclusive, de forma autônoma, por meio da produção
antecipada da prova (art. 381 do CPC).
130 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. O Novo Processo
Civil. Edição 1º, Nova edição. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2015, p. 269
127
autoridade prevista no art. 25 da Lei nº 13.869/2019, porém, nos
dizeres de THEODORO JÚNIOR131:
131 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do Direito
Processual Civil e Processo de Conhecimento. vol. I. 55ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 1431
128
atentando para a observância de todos os requisitos alhures
mencionados a fim de lhe conferir validade e eficácia jurídica.
130
ou restará preclusa a oportunidade e não poderá mais ser discutida a
veracidade do documento digital por meio do incidente (art. 430 do
CPC).
131
a) Distinção entre registro e dado pessoal
132
b) Proteção aos registros, dados pessoais e
comunicações privadas
133
Em relação aos dados pessoais dos usuários, não foi fixado
nenhum prazo específico de guarda, o que autoriza os provedores a
mantê-los até o término do seu tratamento e a conservá-los, mesmo
após, para atender finalidades específicas, conforme disciplinado nos
arts. 15 e 16 da LGPD.
134
verdadeiramente à interceptação do fluxo das comunicações
telefônicas e telemáticas, medida excepcional que recebe especial
proteção do ordenamento jurídico (art. 5º, XII, da CRFB) e somente é
autorizada em investigações criminais e instruções processuais penais
(art. 1º da Lei nº 9.296/1996 e art. 7º, II, da Lei nº 12.965/2014).
135
O crescimento vertiginoso da internet e sua utilização muitas
vezes indevida provocou a edição de normas para disciplinar não
apenas seu uso, mas também preservar a privacidade, intimidade,
honra e vida privada dos seus usuários, surgindo, então, o Marco Civil
da Internet (MCI) - Lei nº 12.965/2014 - e, tempos depois, a Lei Geral
de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) - Lei nº 13.709/2018.
137
Independentemente do resultado do julgamento e do
entendimento a ser firmado acerca do alcance do direito à privacidade
dos titulares dos registros e dados pessoais armazenados, certo é que
não há nenhuma posição contrária ao seu fornecimento mediante
ordem judicial, inclusive em processos de natureza não-penal (arts. 7º,
III, e 22 da Lei nº 12.965/2014).
138
Do mesmo modo, não pode o controlador se recusar a fornecer
os dados produzidos, armazenados ou transmitidos pelos usuários sob
o falso pretexto da proteção dos dados pessoais, pois essa escusa não
se insere em nenhuma das hipóteses previstas no art. 404 do CPC.
140
O Decreto nº 8.771/2016, inclusive, determina a manutenção
dos registros e dados pessoais em formato interoperável e
estruturados para facilitar o acesso decorrente da decisão judicial (art.
15).
132 FREITAS, Cinthia O. A. A obscuridade dos algoritmos. INPD, 2020. Disponível em:
https://www.inpd.com.br/post/a-obscuridade-dos-algoritmos-e-a-lgpd. Acessado em 30/05/2021, às
17h22 (UTC-4)
141
sequência de instruções, raciocínios e/ou operações (de atribuição,
aritméticas, lógicas, relacionais).”
E prossegue FREITAS133:
133 Idem
142
da LGPD) e a obrigação do controlador de fornecer informações claras
e adequadas sobre os critérios e procedimentos utilizados, respeitados
os segredos comercial e industrial (art. 20, § 1º, da LGPD).
143
Preocupado com essa realidade, o legislador determinou a
obrigatoriedade de observância do Marco Civil da Internet “em
qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de
registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de
conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses
atos ocorra em território nacional” (art. 11 da Lei nº 12.965/2014).
144
A nosso sentir, essa imposição é absolutamente descabível
quando:
145
suportarão em caso de não desincumbência. Outro objetivo,
direcionado ao juiz, quando a prova for inexistente, insuficiente ou
“dividida”, para orientar a sua decisão, pois vedado o non liquet.
146
A distribuição dinâmica desse encargo foi expressamente
admitida no direito processual contemporâneo baseada na teoria da
maior aptidão para a prova, podendo o ônus probatório ser atribuído à
parte que, por dever de cooperação, possuir melhores condições de
trazer para o processo elementos relevantes e adequados para
demonstrar a verdade dos fatos e viabilizar um julgamento mais justo
(art. 818, § 1º, da CLT e art. 373, § 1º, do CPC), excetuando-se as
hipóteses em a desincumbência seja impossível ou excessivamente
difícil (art. 373, § 2º, do CPC).
147
presença das pessoas ou órgãos aos quais a lei confere fé pública (art.
405 do CPC).
Destaca ALVIM134:
136 STJ. REsp nº 1.561.021-RJ, 6ª Turma, Relator Ministro Sebastião Reis Junior. Data do Julgamento:
03/12/2015. Data da Publicação: 25/04/2016.
151
motivado, e proferir sua decisão acolhendo ou rejeitando
fundamentadamente os pedidos.
152
AULA 5 - OBTENÇÃO E ANÁLISE DE PROVAS DIGITAIS
EM FONTES ABERTAS E FECHADAS
5.1. INTRODUÇÃO
Se os fatos jurídicos vêm ocorrendo com frequência cada vez
maior no contexto específico e especializado do Mundo Digital e seus
registros já há algum tempo começaram a aparecer nos processos
judiciais, ainda que sem o rigor técnico necessário no momento da sua
coleta até a apresentação nos autos, passou a ser exigido dos
magistrados e magistradas conhecimentos técnicos mínimos da
tecnologia por trás de cada espécie de prova digital, pois é impensável
dissociar a produção, análise e valoração jurídica desse meio atípico de
prova dos aspectos técnicos ínsitos a cada uma delas.
153
5.2. INTERNET
154
foi criada uma rede de 4 nós com a adição da Universidade de Utah e
a Universidade da Califórnia.
155
protocolos de comunicação em rede até hoje utilizados, o TCP e o IP,
conhecidos como TCP/IP.
5.2.2. TCP/IP
O que significa TCP/IP?
156
Com o crescimento exponencial da ARPANET e o aumento do
número de computadores conectados à rede, logo ficou claro que era
necessário estabelecer um padrão que permitisse que computadores
de todos os fabricantes se comunicassem entre si.
O que é um protocolo?
157
comunicação por meio de hardware, software ou por uma combinação
dos dois”137.
• Camada 7: Aplicação;
• Camada 6: Apresentação;
• Camada 5: Sessão;
• Camada 4: Transporte;
• Camada 3: Rede;
• Camada 1: Física.
137 Disponível em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_(ci%C3%AAncia_da_computa%C3%A7%C3%A3o). Acesso em
01/08/2021.
158
Autor desconhecido
E o que é o TCP/IP?
159
Uma das principais funções do TCP/IP é quebrar cada
mensagem em pacotes, que são juntados no destino, evitando assim
que eventual problema no envio exija o reenvio da mensagem inteira
e tornando a transferência mais rápida, pois cada pacote pode chegar
até o outro computador por uma rota diferente caso a primeira não
estiver disponível ou estiver congestionada.
160
• Camada 2: Internet – protocolos que identificam a origem
e o destino da conexão, direcionando o pacote de dados
através dos diversos roteadores existentes na rede até seu
destino (p. ex. ICMP, IGMP etc.);
Disponível em https://www.datarain.com.br/blog/tecnologia-e-inovacao/o-que-e-o-protocolo-tcpip/.
Acesso em 02/08/2021
161
Disponível em https://www.datarain.com.br/blog/qual-diferenca-entre-modelo-osi-e-modelo-tcpip/.
Acesso em 01/08/2021
163
Hum, se existe apenas um único endereço IP para cada
dispositivo conectado a uma rede ou à internet, quem gerencia
isso no Mundo?
164
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Registro_Regional_da_Internet. Acesso
em 01/08/2021
165
política única e clara de roteamento à internet e uso do protocolo
dinâmico BGP (Border Gateway Protocol).
166
• recomendar procedimentos, normas e padrões técnicos
operacionais para a Internet no Brasil;
167
recursos são finitos, a distribuição se dá mediante alocação, que
consiste na atribuição temporária de um bloco de endereços IP ou de
um ASN a uma determinada organização, a qual deverá utilizá-los de
acordo com determinadas regras, sob pena de revogação e devolução
ao estoque do LACNIC.
Oi?
168
como o endereço da sua residência é identificado pelo nome da rua,
número da sua casa e/ou apto, cidade, estado e país. Enquanto seu
endereço residencial é usado para alguém lhe enviar uma carta, o
endereço IP é usado para enviar pacotes de dados que você solicitou.
do serviço contratado.
169
IP dinâmico, como o próprio nome sugere, é um endereço
que pode mudar a qualquer momento. Isto acontece porque a
quantidade de endereços IPv4 existentes são insuficientes para
atender a demanda mundial e o provedor de conexão à internet lhe
fornece, por meio de um servidor DHCP, qualquer endereço IP público
disponível dentre aqueles que foram alocados à empresa sempre que
você liga o modem ou em intervalos de tempo pré-definidos. Na sua
rede doméstica ou comercial, o endereço IP dinâmico dos seus
dispositivos, provavelmente, é atribuído pelo seu roteador de rede.
170
Disponível em http://ipv6.br/. Acesso em 02/08/2021
171
Devido ao esgotamento dos endereçamentos IPv4,
especialista propuseram, na década de 90, uma nova versão do
protocolo, o Protocolo de Internet versão 6, simplesmente denominado
IPv6.
172
A questão técnica não é tão complexa de ser resolvida, pois
embora o IPv4 e o IPv6 sejam incompatíveis e não interoperáveis entre
si, já que este último não foi projetado para ser uma extensão ou
complemento do primeiro, mas sim para substituí-lo, os protocolos
podem funcionar em paralelo nos mesmos equipamentos,
possibilitando a realização de uma transição gradual utilizando técnicas
auxiliares criadas para esse fim.
173
A solução de contorno encontrada até a implantação do IPv6
foi usar a técnica NAT (Network Address Translation) no IPv4.
• provedores de backbone;
• provedores de acesso;
• provedores de hospedagem;
• provedores de conteúdo; e,
• provedores de informação.
176
Os provedores de backbone são os responsáveis por fornecer
a infraestrutura e a conectividade necessárias ao funcionamento da
internet, dividindo-se hierarquicamente em partes menores para
manter sistemas internos com elevado desempenho e evitar lentidão
no tráfego e transmissão de dados. Os backbones de ligação
intercontinental derivam nos backbones internacionais que por sua vez
derivam nos backbones nacionais.
177
AT&T, NTT, UOL Diveo, CTBC, Mundivox do Brasil, Telefonica e TIM
Intelig139.
178
O provedor de informação é aquele que cria, coleta,
mantém e/ou organiza informações de caráter geral ou particular e as
disponibiliza para acesso aos usuários da internet.
179
Para que eu preciso saber disso tudo e qual a sua
importância para as provas digitais?
181
Ouso de qualquer aplicativo de internet registrará o endereço
IP do usuário, data e hora em que a aplicação foi acessada. A primeira
providência é registrar o fato digital de maneira a preservar a sua
materialidade (importante aqui é garantir a integridade da prova
digital). A segunda é requerer mediante ordem judicial do provedor de
acesso a aplicações de internet o fornecimento dos dados cadastrais e
dos registros de acesso da conta do usuário no dia e horário
correspondentes ao fato que se quer provar.
182
disponibilidade na central de distribuição mais próxima e podem mudar
a qualquer tempo. Um único segundo pode levar à pessoa errada.
O que é DNS?
185
hexadecimal (IPv6), foi necessário criar um sistema que associasse
esse protocolo ao nome de domínio e fizesse a tradução da linguagem
natural para a linguagem de máquina, e vice-versa.
O que é URL?
Exemplo:
186
É possível descobrir quem é o responsável por um
determinado site?
• https://registro.br/tecnologia/ferramentas/whois/
• https://www.whois.com/whois
• https://whois.domaintools.com/
• https://lookup.icann.org/
187
5.3. MOTORES DE BUSCA
O que você faz quando está procurando uma informação na
internet? Dá um “Google”? E se você quer saber sobre determinada
doença? Consulta o “Dr. Google”? Se você quer obter algum
conhecimento específico? Pergunta para o “Professor Google”? Se você
quer saber sobre o clima? Checa o serviço de “meteorologia Google”?
Se está procurando uma passagem aérea? Pesquisa na “companhia
aérea Google”? Se quer reservar hospedagem? Entra em contato com
o “hotel Google”? Se precisar agendar todas essas atividades para não
esquecer? Chama a “secretária Google Agenda”?
188
Por meio de softwares chamados “aranhas” (spiders) e “bots”
(web crawlers), os motores de busca percorrem toda a internet
rastreando e coletando informações disponíveis em documentos,
páginas da web e bases de dados, que posteriormente são analisadas,
organizadas, indexadas e armazenadas em um banco de dados para
uso em pesquisar futuras por palavras-chave fornecidas pelo usuário.
1. Google https://www.google.com.br
2. Bing https://www.bing.com
3. Yahoo https://br.yahoo.com
5. Yandex https://yandex.com
6. Ask https://www.ask.com
189
7. AOL https://www.aol.com
9. Gibiru https://gibiru.com
191
Por que muitas vezes o motor de busca acerta “em
cheio” a resposta e em outras, nem tanto?
192
O grande segredo para se obter resultados mais precisos e
próximos do desejado é saber como filtrar e refinar sua pesquisa
utilizando operadores ou realizando uma pesquisa avançada.
194
se chegue até o provedor de conexão e, em seguida, ao cliente titular
do serviço através do qual foi acessada a aplicação, como já vimos nos
capítulos anteriores.
195
Nem todos os dados mencionados estão disponíveis
abertamente nas redes sociais.
196
é possível usar o URL do perfil, da publicação ou do comentário,
lembrando que ele indica o caminho exato de uma página na web.
140 https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/29062021-Autoridade-judicial-
pode-solicitar-informacoes-a-provedores-de-internet-apenas-especificando-o-nome-do-usuario.aspx
197
A título exemplificativo, o Facebook possui dois portais online
para receber e atender pedidos de preservação e requisição dos
registros, um para o próprio aplicativo, para o Instagram e o
Messenger, e o outro para o Whatsapp, todos de sua propriedade,
chamados Sistema de Solicitação Online para Autoridades, que podem
ser acessados nos endereços
https://www.facebook.com/records/login/ e
https://www.whatsapp.com/records/login/?locale=pt_BR.
198
Como posso obter dados publicizados pelo próprio
usuário nas redes sociais?
5.5. GEOLOCALIZAÇÃO
O que é geolocalização?
199
Geolocalização é um recurso tecnológico que possibilita
rastrear e encontrar, por meio de uma conexão remota, um dispositivo
em qualquer lugar da superfície terrestre com base em coordenadas
geográficas (latitude e longitude), que podem ser obtidas por meio de
sinais de GPS, estação rádio base (ERB), Wi-Fi e até Bluetooth.
200
distância do satélite e a circunferência do local onde pode estar o
dispositivo.
201
É aquilo que popularmente chamamos de “antena de celular”.
203
Wi-Fi é um protocolo (802.11) que permite aos dispositivos
conectados a uma rede sem fio (Wireless) se comunicarem pela
internet.
204
piconet, formada por até 8 equipamentos, sendo 1 mestre e os demais
escravos.
Versão Velocidade
141 https://pt.wikipedia.org/wiki/Bluetooth
205
Como são coletados dados de geolocalização?
5.6. METADADOS
O que são metadados?
207
• descritivos, que são usados para descrever um recurso e
sua principal função é permitir a identificação, localização,
recuperação, manipulação e uso;
• administrativos, que são usados para gerenciar, arquivar e
preservar um recurso.
208
Várias informações úteis ao processo podem ser extraídas
dos arquivos originais das fotos, que vão desde a data e horário em
que foi tirada, o equipamento e a lente utilizados, a qualidade e
extensão do arquivo da imagem, até o local exato onde foi batida.
• http://fotoforensics.com/;
• https://www.pic2map.com/;
• https://www.metadata2go.com/;
• http://exif.regex.info/exif.cgi.
209
CASOS PRÁTICOS SIMULADOS
211
ABREVIATURAS
Advanced Encryption
AES Padrão de Criptografia Avançado
Standard
Autonomous System
ASN Número de Sistema Autônomo
Number
212
Digital Evidence First Primeiro Interventor da Evidência
DEFR
Responder Digital
Protocolo de Transferência de
FTP File Transfer Protocol
Arquivos
Protocolo de Transferência de
HTTP Hypertext Transfer Protocol
Hipertexto
213
Internet Message Access Protocolo de Acesso à Mensagem da
IMAP
Protocol Internet
Protocolo de Tunelamento de
L2TP Layer 2 Tunneling Protocol
Camada 2
Message-Digest Algorithm
MD5 Mensagem de Resumo, Algarismo 5
5
214
Multipurpose Internet Mail Extensões Multifunção para
MIME
Extensions Mensagens de Internet
Neighbor Discovery
NDP Protocolo de Descoberta de Vizinhos
Protocol
Network Information
NIC Centro de Informações de Rede
Center
Personal Electronic
PED Dispositivo Eletrônico Pessoal
Device
Personal Identification
PIN Número de Identificação Pessoal
Number
215
Redundant Array of Conjunto Redundante de Discos
RAID
Independent Disks Independentes
Radio-Frequency
RFID Identificação por Radiofrequência
Identification
Resource reSerVation
RSVP Protocolo de Reserva de Recursos
Protocol
Identificador do Conjunto de
SSID Service Set Identifier
Serviços
216
Protocolo de Camada Segura de
SSL Secure Sockets Layer
Soquetes
Terminal Emulation
TELNET Protocolo de Emulação de Terminal
Protocol
Uninterruptible Power
UPS Fonte de Alimentação Ininterrupta
Supply
UV Ultraviolet Ultravioleta
217
WPA Wireless Protected Access Acesso Sem Fio Protegido
218
TERMOS TÉCNICOS
219
Cópia de evidência digital que foi produzida para
manter a confiabilidade da evidência, incluindo
CÓPIA DE EVIDÊNCIA tanto a evidência digital como os meios de
DIGITAL* verificação no qual o método de verificação pode ser
incorporado ou ser independente das ferramentas
utilizadas na verificação
221
Processo para manter e proteger a integridade e/ou
PRESERVAÇÃO*
a condição original da potencial evidência digital
222
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
225
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e
Emoção. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
227