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REDAÇÃO

Educação financeira para crianças e adolescentes:


Desafios para os pais e as escolas brasileiras
A fim de criar uma geração economicamente mais consciente e
que possa ajudar a mudar o futuro de suas famílias, no início
2020, a educação financeira passou a fazer parte da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que orienta a
elaboração de currículos e propostas e ensino de escolas
privadas e públicas de todo o Brasil. Assim como a educação
ambiental ou de trânsito, a educação financeira aparece como
um dos temas transversais contemporâneos indicados a todos os
estudantes brasileiros. Por isso é preciso refletir sobre a
necessidade de inserir a educação monetária desde cedo nas
escolas.

Diante disso, nunca é demais refrescar a memória a respeito


das desigualdades que são marcas deste país. Segundo os
últimos resultados do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), referentes a 2018, dois
terços dos brasileiros de 15 anos sabem menos do que o básico
de matemática. Em leitura, os dados do Brasil apresentam
estagnação nos últimos dez anos, com o país seguindo atrás de
mais de 50 países e regiões econômicas. Com isso fica claro o
tamanho da desinformação econômica, o que demonstra a
necessidade de um ensino financeiro nas escolas com o objetivo
de educar diretamente os jovens e indiretamente os pais.

Assim sendo, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do


Consumidor (Peic) realizada em dezembro de 2020 pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC), mostra que, 66,3% dos consumidores estão endividados,
25,2% possuem conta ou dívidas em atraso e 11,2% não têm
condições de pagá-las. O consumo por impulso leva a uma
necessidade de fontes de crédito de custo mais alto, como
cheque especial e cartão de crédito e a um nível de
comprometimento de renda acima do que é considerado
saudável no mercado brasileiro. Provando que o consumo
consciente e a educação financeira nunca foram tão importantes
para o brasileiro.

Portanto, é necessária a criação de ferramentas de ação estatal


por meio de projetos de lei aprovados por deputados federais e
por senadores, capacitando os docentes que mediam esse
processo de ensino-aprendizagem sobre questões financeiras,
reeducando os jovens e suas famílias, tornando as discussões
sobre dinheiro em assuntos naturais. A implementação do
assunto nas escolas irá ajudar a melhorar a difícil realidade
financeira dos brasileiros, marcada por desigualdade e
endividamento.

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