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SUMÁRIO

CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL.................................................................... 3


LEI COMPLEMENTAR Nº 94/1998 ................................................................................................................ 3
LEGISLAÇÃO ....................................................................................................................... 4
LEI Nº 8.112/1990 ......................................................................................................................................... 4
LEI Nº 4.878/1965 ....................................................................................................................................... 40
DECRETO-LEI Nº 2.266/1985 ...................................................................................................................... 51
LEI Nº 9.264/1996 ...................................................................................................................................... 54
DECRETO Nº 30.490/2009 .......................................................................................................................... 57
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL – Cap. V, Seção I........................................................................... 113
LEI Nº 13.869/2019 ................................................................................................................................... 114
LEI Nº 8.429/1992 .................................................................................................................................... 119

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................. 126


LEI Nº 8.112/1990 ..................................................................................................................................... 126
LEI Nº 8.666/1993 – art. 1 ao 53 ................................................................................................................. 162
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - art. 37 ao 41 ...............................................................................................187

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................ 194


CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 – Título II e V, Cap. III .................................................................................. 194

NOÇÕES DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL ........................................................... 203


CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 .................................................................................................................. 203
CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI Nº 2.848/40) ........................................................................................... 205
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI 3.689/41) ......................................................................... 229
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS – ART. 7, 7 e 8, 2 (g) ................................................ 245
LEI Nº 9.099/1995 .................................................................................................................................... 246

NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS...................................................................................... 256


CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 .................................................................................................................. 256
DECRETO Nº 7.037/2009 .......................................................................................................................... 265
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - RESOLUÇÃO 217-A ........................................... 324
PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA ..................................................................................................... 327
DECRETO Nº 591/1992 ............................................................................................................................. 341

CONTABILIDADE .............................................................................................................. 348


LEI N° 6.404/76 ........................................................................................................................................ 348
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – 23/09/16 ...............................................................................357
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 3º Consideram-se de interesse da RIDE os


Conhecimentos sobre o serviços públicos comuns ao Distrito Federal e aos
Distrito Federal Municípios que a integram, especialmente aqueles
relacionados às áreas de infra-estrutura e de geração
LEI COMPLEMENTAR Nº 94/1998
de empregos.
Autoriza o Poder Executivo a criar a Região Art. 4º É o Poder Executivo autorizado a instituir o
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Programa Especial de Desenvolvimento do Entorno
Federal e Entorno - (Ride) e instituir o do Distrito Federal.
Programa Especial de Desenvolvimento do Parágrafo único. O Programa Especial de
Entorno do Distrito Federal, e dá outras Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal,
providências. ouvidos os órgãos competentes, estabelecerá,
Art. 1º É o Poder Executivo autorizado a criar, para mediante convênio, normas e critérios para
efeitos de articulação da ação administrativa da unificação de procedimentos relativos aos serviços
União, dos Estados de Goiás e Minas Gerais e do públicos, abrangidos tanto os federais e aqueles de
Distrito Federal, conforme previsto nos arts. 21, responsabilidade de entes federais, como aqueles de
inciso IX, 43 e 48, inciso IV, da Constituição Federal, a responsabilidade dos entes federados referidos no
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito art. 1º especialmente em relação a:
Federal e Entorno - RIDE. I - tarifas, fretes e seguros, ouvido o Ministério da
§ 1º A Região Administrativa de que trata este artigo Fazenda;
é constituída pelo Distrito Federal, pelos Municípios II - linhas de crédito especiais para atividades
de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de prioritárias;
Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do III - isenções e incentivos fiscais, em caráter
Norte, Barro Alto, Cabeceiras, Cavalcante, Cidade temporário, de fomento a atividades produtivas em
Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, programas de geração de empregos e fixação de
Cristalina, Flores de Goiás, Formosa, Goianésia, mão-de-obra.
Luziânia, Mimoso de Goiás, Niquelândia, Novo Art. 5º Os programas e projetos prioritários para a
Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, região, com especial ênfase para os relativos à infra-
Santo Antônio do Descoberto, São João d'Aliança, estrutura básica e geração de empregos, serão
Simolândia, Valparaíso de Goiás, Vila Boa e Vila financiados com recursos:
Propício, no Estado de Goiás, e de Arinos, Buritis, I - de natureza orçamentária, que lhe forem
Cabeceira Grande e Unaí, no Estado de Minas Gerais. destinados pela União, na forma da lei;
§ 2º Os Municípios que vierem a ser constituídos a II - de natureza orçamentária que lhe forem
partir de desmembramento de território de destinados pelo Distrito Federal, pelos Estados de
Município citado no § 1º deste artigo passarão a Goiás e de Minas Gerais, e pelos Municípios
compor, automaticamente, a Região Integrada de abrangidos pela Região Integrada de que trata esta
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. Lei Complementar;
Art. 2º É o Poder Executivo autorizado a criar um III - de operações de crédito externas e internas.
Conselho Administrativo para coordenar as Art. 6º A União poderá firmar convênios com o
atividades a serem desenvolvidas na Região Distrito Federal, os Estados de Goiás e de Minas
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Gerais, e os Municípios referidos no § 1º do art. 1º,
Entorno. com a finalidade de atender o disposto nesta Lei
Parágrafo único. As atribuições e a composição do Complementar.
Conselho de que trata este artigo serão definidas em Art. 7º Esta Lei Complementar entra em vigor na
regulamento, dele participando representantes dos data de sua publicação (19/02/1998).
Estados e Municípios abrangidos pela RIDE.

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§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é


Legislação assegurado o direito de se inscrever em concurso
LEI Nº 8.112/1990 público para provimento de cargo cujas atribuições
sejam compatíveis com a deficiência de que são
Dispõe sobre o Regime Jurídico dos
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até
Servidores Públicos Civis da União, das
20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no
autarquias e das fundações públicas federais.
concurso.
TÍTULO I § 3º As universidades e instituições de pesquisa
CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES científica e tecnológica federais poderão prover seus
PRELIMINARES cargos com professores, técnicos e cientistas
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos estrangeiros, de acordo com as normas e os
Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, procedimentos desta Lei. (acrescido pela Lei nº 9.515, de
inclusive as em regime especial, e das fundações 20/11/1997).

públicas federais. Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á


Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa mediante ato da autoridade competente de cada
legalmente investida em cargo público. Poder.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com
responsabilidades previstas na estrutura a posse.
organizacional que devem ser cometidas a um Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
servidor. I - nomeação;
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a II - promoção;
todos os brasileiros, são criados por lei, com III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
denominação própria e vencimento pago pelos IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
cofres públicos, para provimento em caráter efetivo V - readaptação;
ou em comissão. VI - reversão;
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, VII - aproveitamento;
salvo os casos previstos em lei. VIII - reintegração;
IX - recondução.
TÍTULO II - DO PROVIMENTO, VACÂNCIA,
SEÇÃO II - Da Nomeação
REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Art. 9º A nomeação far-se-á:
CAPÍTULO I - DO PROVIMENTO I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
SEÇÃO I - Disposições Gerais isolado de provimento efetivo ou de carreira;
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em II - em comissão, inclusive na condição de interino,
cargo público: para cargos de confiança vagos. (redação dada pela Lei nº
I - a nacionalidade brasileira; 9.527, de 10/12/1997)
II - o gozo dos direitos políticos; Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em
III - a quitação com as obrigações militares e comissão ou de natureza especial poderá ser
eleitorais; nomeado para ter exercício, interinamente, em outro
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
do cargo; que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
V - a idade mínima de dezoito anos; optar pela remuneração de um deles durante o
VI - aptidão física e mental. período da interinidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a 10/12/1997).

exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo
isolado de provimento efetivo depende de prévia

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habilitação em concurso público de provas ou de § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração


provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação específica.
e o prazo de sua validade. § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de
Parágrafo único. Os demais requisitos para o cargo por nomeação. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, 10/12/1997)

mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que § 5º No ato da posse, o servidor apresentará
fixar as diretrizes do sistema de carreira na declaração de bens e valores que constituem seu
Administração Pública Federal e seus regulamentos. patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) de outro cargo, emprego ou função pública.
SEÇÃO III - Do Concurso Público § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste
títulos, podendo ser realizado em duas etapas, artigo.
conforme dispuserem a lei e o regulamento do Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição prévia inspeção médica oficial.
do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as que for julgado apto física e mentalmente para o
hipóteses de isenção nele expressamente previstas. exercício do cargo.
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 atribuições do cargo público ou da função de
(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, confiança. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
por igual período. § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições empossado em cargo público entrar em exercício,
de sua realização serão fixados em edital, que será contados da data da posse. (redação dada pela Lei nº 9.527,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de 10/12/1997)
de grande circulação. § 2º O servidor será exonerado do cargo ou será
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver tornado sem efeito o ato de sua designação para
candidato aprovado em concurso anterior com prazo função de confiança, se não entrar em exercício nos
de validade não expirado. prazos previstos neste artigo, observado o disposto
SEÇÃO IV - Da Posse e do Exercício no art. 18. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do § 3º À autoridade competente do órgão ou entidade
respectivo termo, no qual deverão constar as para onde for nomeado ou designado o servidor
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os compete dar-lhe exercício. (redação dada pela Lei nº 9.527,
direitos inerentes ao cargo ocupado, que não de 10/12/1997)

poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer § 4º O início do exercício de função de confiança
das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em coincidirá com a data de publicação do ato de
lei. designação, salvo quando o servidor estiver em
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados licença ou afastado por qualquer outro motivo legal,
da publicação do ato de provimento. (redação dada pela hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) término do impedimento, que não poderá exceder a
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de trinta dias da publicação. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
publicação do ato de provimento, em licença prevista 10/12/1997).

nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o
hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas a, b, d, e e reinício do exercício serão registrados no
f, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término assentamento individual do servidor.
do impedimento. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)

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Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor cargo, observados os seguinte fatores: (Vide art. 6º da
apresentará ao órgão competente os elementos Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

necessários ao seu assentamento individual. I - assiduidade;


Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de II - disciplina;
exercício, que é contado no novo posicionamento na III - capacidade de iniciativa;
carreira a partir da data de publicação do ato que IV - produtividade;
promover o servidor. (redação dada pela Lei nº 9.527, de V- responsabilidade.
10/12/1997). § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro estágio probatório, será submetida à homologação
município em razão de ter sido removido, da autoridade competente a avaliação do
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em desempenho do servidor, realizada por comissão
exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no constituída para essa finalidade, de acordo com o que
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira
do ato, para a retomada do efetivo desempenho das ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput
necessário para o deslocamento para a nova sede. deste artigo. (redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
licença ou afastado legalmente, o prazo a que se anteriormente ocupado, observado o disposto no
refere este artigo será contado a partir do término do parágrafo único do art. 29.
impedimento. (Parágrafo único transformado em § 1º e com § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
nova redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
quaisquer cargos de provimento em comissão ou
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos
funções de direção, chefia ou assessoramento no
estabelecidos no caput. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser
10/12/1997).
cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
de Natureza Especial, cargos de provimento em
fixada em razão das atribuições pertinentes aos
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
respectivos cargos, respeitada a duração máxima do
Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
trabalho semanal de quarenta horas e observados os
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente
diárias, respectivamente. (redação dada pela Lei nº 8.270,
poderão ser concedidas as licenças e os
de 17/12/1991)
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94,
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de
95 e 96, bem assim afastamento para participar de
confiança submete-se a regime de integral
curso de formação decorrente de aprovação em
dedicação ao serviço, observado o disposto no art.
concurso para outro cargo na Administração Pública
120, podendo ser convocado sempre que houver
Federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
interesse da Administração. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
de trabalho estabelecida em leis especiais. (acrescido § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991). em curso de formação, e será retomado a partir do
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado término do impedimento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a 10/12/1997)

estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) SEÇÃO V - Da Estabilidade


meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
serão objeto de avaliação para o desempenho do empossado em cargo de provimento efetivo

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adquirirá estabilidade no serviço público ao proventos da aposentadoria, a remuneração do


completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (Vide art. cargo que voltar a exercer, inclusive com as
6º da Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998) vantagens de natureza pessoal que percebia
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em anteriormente à aposentadoria.
virtude de sentença judicial transitada em julgado ou § 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá
de processo administrativo disciplinar no qual lhe os proventos calculados com base nas regras atuais
seja assegurada ampla defesa. se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
SEÇÃO VI - Da Transferência § 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) neste artigo. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45,
SEÇÃO VII - Da Readaptação de 4/9/2001)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de
cargo de atribuições e responsabilidades 4/9/2001)

compatíveis com a limitação que tenha sofrido em Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já
sua capacidade física ou mental verificada em tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
inspeção médica. SEÇÃO IX - Da Reintegração
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
readaptando será aposentado. estável no cargo anteriormente ocupado, ou no
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de cargo resultante de sua transformação, quando
atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, invalidada a sua demissão por decisão administrativa
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos ou judicial, com ressarcimento de todas as
e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o vantagens.
servidor exercerá suas atribuições como excedente, § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
até a ocorrência de vaga. (redação dada pela Lei nº 9.527, de ficará em disponibilidade, observado o disposto nos
10/12/1997) arts. 30 e 31.
SEÇÃO VIII - Da Reversão § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
aposentado: direito à indenização ou aproveitado em outro cargo,
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar ou, ainda, posto em disponibilidade.
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou SEÇÃO X - Da Recondução
II - no interesse da administração, desde que: Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável
a) tenha solicitado a reversão; ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro
c) estável quando na atividade; cargo;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos II - reintegração do anterior ocupante.
anteriores à solicitação; Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de
e) haja cargo vago. origem, o servidor será aproveitado em outro,
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo observado o disposto no art. 30.
resultante de sua transformação. SEÇÃO XI - Da Disponibilidade e do
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício Aproveitamento
será considerado para concessão da aposentadoria. Art. 30. O retorno à atividade de servidor em
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
cargo, o servidor exercerá suas atribuições como obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
excedente, até a ocorrência de vaga. compatíveis com o anteriormente ocupado.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
da administração perceberá, em substituição aos determinará o imediato aproveitamento de servidor

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em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
órgãos ou entidades da Administração Pública entende-se por modalidades de remoção: (redação
Federal. dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. I - de ofício, no interesse da Administração; (acrescido


pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser
II - a pedido, a critério da Administração; (acrescido pela
mantido sob responsabilidade do órgão central do
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal -
III - a pedido, para outra localidade,
SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro
independentemente do interesse da Administração:
órgão ou entidade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
10/12/1997).
também servidor público civil ou militar, de qualquer
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada
interesse da Administração;
por junta médica oficial.
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
CAPÍTULO II - DA VACÂNCIA companheiro ou dependente que viva às suas
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: expensas e conste do seu assentamento funcional,
I - exoneração; condicionada à comprovação por junta médica
II - demissão; oficial;
III - promoção; c) em virtude de processo seletivo promovido, na
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) hipótese em que o número de interessados for
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) superior ao número de vagas, de acordo com normas
VI - readaptação; preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
VII - aposentadoria; aqueles estejam lotados. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
VIII - posse em outro cargo inacumulável; 10/12/1997)
IX - falecimento. SEÇÃO II - Da Redistribuição
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
pedido do servidor, ou de ofício. provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
I - quando não satisfeitas as condições do estágio entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do
probatório; órgão central do SIPEC, observados os seguintes
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não preceitos: (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
entrar em exercício no prazo estabelecido. I - interesse da administração; (acrescido pela Lei nº 9.527,
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a de 10/12/1997)

dispensa de função de confiança dar-se-á: (redação II - equivalência de vencimentos; (acrescido pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
I - a juízo da autoridade competente; III - manutenção da essência das atribuições do
II - a pedido do próprio servidor. cargo; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
CAPÍTULO III - DA REMOÇÃO E DA complexidade das atividades; (acrescido pela Lei nº 9.527,
REDISTRIBUIÇÃO de 10/12/1997)
SEÇÃO I - Da Remoção V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a habilitação profissional; (acrescido pela Lei nº 9.527, de
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, 10/12/1997)
com ou sem mudança de sede.

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VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e impedimentos legais do titular, superiores a trinta


as finalidades institucionais do órgão ou entidade. dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) efetiva substituição, que excederem o referido
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para período. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
ajustamento de lotação e da força de trabalho às Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos
necessidades dos serviços, inclusive nos casos de titulares de unidades administrativas organizadas
reorganização, extinção ou criação de órgão ou em nível de assessoria.
entidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
TÍTULO III - DOS DIREITOS E VANTAGENS
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
mediante ato conjunto entre o órgão central do CAPÍTULO I - DO VENCIMENTO E DA
SIPEC e os órgãos e entidades da Administração REMUNERAÇÃO
Pública Federal envolvidos. (acrescido pela Lei nº 9.527, de Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
10/12/1997) exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor permanentes estabelecidas em lei.
estável que não for redistribuído será colocado em § 1º A remuneração do servidor investido em função
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma ou cargo em comissão será paga na forma prevista no
dos arts. 30 e 31. (Primitivo § 2º renumerado e com nova art. 62.
redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O servidor investido em cargo em comissão de
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá
em disponibilidade poderá ser mantido sob a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º
responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter do art. 93.
exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
seu adequado aproveitamento. (acrescido pela Lei nº vantagens de caráter permanente, é irredutível.
9.527, de 10/12/1997)
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
CAPÍTULO IV - DA SUBSTITUIÇÃO cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes,
de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
Natureza Especial terão substitutos indicados no relativas à natureza ou ao local de trabalho.
regimento interno ou, no caso de omissão, § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior
previamente designados pelo dirigente máximo do ao salário mínimo. (acrescido pela Medida Provisória nº 431,
de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
órgão ou entidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,
§ 1º O substituto assumirá automática e mensalmente, a título de remuneração, importância
cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, superior à soma dos valores percebidos como
o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e remuneração, em espécie, a qualquer título, no
os de Natureza Especial, nos afastamentos, âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de
impedimentos legais ou regulamentares do titular e Estado, por membros do Congresso Nacional e
na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar Ministros do Supremo Tribunal Federal.
pela remuneração de um deles durante o respectivo Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração
período. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2/4/1998)
do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo Art. 44. O servidor perderá:
de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou

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VADE MECUM – Agente da PCDF

I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem § 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido
motivo justificado; (redação dada pela Lei nº 9.527, de no mês anterior ao do processamento da folha, a
10/12/1997) reposição será feita imediatamente, em uma única
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos parcela.
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as § 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência
concessões de que trata o art. 97, e saídas de cumprimento a decisão liminar, a tutela
antecipadas, salvo na hipótese de compensação de antecipada ou a sentença que venha a ser revogada
horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ou rescindida, serão eles atualizados até a data da
ser estabelecida pela chefia imediata. (redação dada pela reposição. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) 4/9/2001)
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
caso fortuito ou de força maior poderão ser demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria
compensadas a critério da chefia imediata, sendo ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta
assim consideradas como efetivo exercício. (acrescido dias para quitar o débito.
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
remuneração ou provento. Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora,
consignação em folha de pagamento em favor de exceto nos casos de prestação de alimentos
terceiros, a critério da administração e com reposição resultante de decisão judicial.
de custos, na forma definida em regulamento.
(Parágrafo único transformado em § 1º e com redação dada pela CAPÍTULO II - DAS VANTAGENS
Medida Provisória nº 681, de 10/7/2015, convertida na Lei nº 13.172, Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
de 21/10/2015) servidor as seguintes vantagens:
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata I - indenizações;
o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) II - gratificações;
da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) III - adicionais.
reservados exclusivamente para: (acrescido pela Medida § 1º As indenizações não se incorporam ao
Provisória nº 681, de 10/7/2015, com redação dada pela Lei nº
vencimento ou provento para qualquer efeito.
13.172, de 21/10/2015)
I - a amortização de despesas contraídas por meio de § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
cartão de crédito; ou (acrescido pela Lei nº 13.172, de vencimento ou provento, nos casos e condições
21/10/2015) indicados em lei.
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão
cartão de crédito. (acrescido pela Lei nº 13.172, de 21/10/2015) computadas, nem acumuladas, para efeito de
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, concessão de quaisquer outros acréscimos
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
previamente comunicadas ao servidor ativo, idêntico fundamento.
aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no SEÇÃO I - Das Indenizações
prazo máximo de trinta dias, podendo ser Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
parceladas, a pedido do interessado. I - ajuda de custo;
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao II - diárias;
correspondente a dez por cento da remuneração, III - transporte; (redação dada pela Lei nº 11.355, de
provento ou pensão. 19/10/2006)
IV – auxílio-moradia. (acrescido pela Medida Provisória nº
301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas do território nacional ou para o exterior, fará jus a
nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições passagens e diárias destinadas a indenizar as
para a sua concessão, serão estabelecidos em parcelas de despesas extraordinária com pousada,
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.355, de 19/10/2006) alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser
Subseção I - Da Ajuda de Custo em regulamento. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as 10/12/1997)

despesas de instalação do servidor que, no interesse § 1º A diária será concedida por dia de afastamento,
do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com sendo devida pela metade quando o deslocamento
mudança de domicílio em caráter permanente, não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
vedado o duplo pagamento de indenização, a custear, por meio diverso, as despesas
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou extraordinárias cobertas por diárias. (redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
companheiro que detenha também a condição de
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede
servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) constituir exigência permanente do cargo, o servidor
§ 1º Correm por conta da administração as despesas não fará jus a diárias.
de transporte do servidor e de sua família, § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se
compreendendo passagem, bagagem e bens deslocar dentro da mesma região metropolitana,
pessoais. aglomeração urbana ou microrregião, constituídas
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
são assegurados ajuda de custo e transporte para a ou em áreas de controle integrado mantidas com
localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos
contado do óbito. órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede,
de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as
único do art. 36. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória fixadas para os afastamentos dentro do território
nº 632, de 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014) nacional. (Parágrafo acrescido dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a 10/12/1997).

remuneração do servidor, conforme se dispuser em Art. 59. O servidor que receber diárias e não se
regulamento, não podendo exceder a importância afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a
correspondente a 3 (três) meses. restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à
servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em sede em prazo menor do que o previsto para o seu
virtude de mandato eletivo. afastamento, restituirá as diárias recebidas em
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, excesso, no prazo previsto no caput.
não sendo servidor da União, for nomeado para Subseção III - Da Indenização de Transporte
cargo em comissão, com mudança de domicílio. Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I servidor que realizar despesas com a utilização de
do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão meio próprio de locomoção para a execução de
cessionário, quando cabível. serviços externos, por força das atribuições próprias
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
de custo quando, injustificadamente, não se Subseção IV - Do Auxílio-Moradia
apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no
Subseção II - Das Diárias ressarcimento das despesas comprovadamente
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou
em caráter eventual ou transitório para outro ponto com meio de hospedagem administrado por

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VADE MECUM – Agente da PCDF

empresa hoteleira, no prazo de um mês após a efetivo; e(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
comprovação da despesa pelo servidor. (acrescido pela convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho
11.355, de 19/10/2006) de 2006. (acrescido pela Medida Provisória nº 341, de
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor 29/12/2006, convertida na Lei nº 11.490, de 20/6/2007)
se atendidos os seguintes requisitos: (acrescido pela Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº considerado o prazo no qual o servidor estava
11.355, de 19/10/2006)
ocupando outro cargo em comissão relacionado no
I - não exista imóvel funcional disponível para uso
inciso V. (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
pelo servidor; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Art. 60-C. (Revogado pela Medida Provisória nº 632, de
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
imóvel funcional; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não
cargo em comissão, função comissionada ou cargo
seja ou tenha sido proprietário, promitente
de Ministro de Estado ocupado. ("Caput" do artigo
comprador, cessionário ou promitente cessionário acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida
de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, na Lei nº 11.355, de 19/10/2006 e com nova redação dada pela Lei
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação nº 11.784, de 22/9/2008)

de construção, nos doze meses que antecederem a § 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar
sua nomeação; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) Ministro de Estado. (acrescido pela Medida Provisória nº 431,
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)

receba auxílio-moradia; (acrescido pela Medida Provisória nº § 2º Independentemente do valor do cargo em


301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) comissão ou função comissionada, fica garantido a
V - o servidor tenha se mudado do local de residência todos os que preencherem os requisitos o
para ocupar cargo em comissão ou função de ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e
confiança do Grupo-Direção e Assessoramento oitocentos reais). (acrescido pela Medida Provisória nº 431, de
Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)

Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,


(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida colocação de imóvel funcional à disposição do
na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão continuará sendo pago por um mês. (acrescido pela
ou função de confiança não se enquadre nas Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº
hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de 11.355, de 19/10/2006)

residência ou domicílio do servidor; (acrescido pela SEÇÃO II - Das Gratificações e Adicionais


Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº Art. 61. Além do vencimento e das vantagens
11.355, de 19/10/2006) previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
residido no Município, nos últimos doze meses, (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
aonde for exercer o cargo em comissão ou função de I - retribuição pelo exercício de função de direção,
confiança, desconsiderando-se prazo inferior a chefia e assessoramento; (redação dada pela Lei nº 9.527,
sessenta dias dentro desse período; (acrescido pela de 10/12/1997)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº II - gratificação natalina;
11.355, de 19/10/2006) III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
alteração de lotação ou nomeação para cargo perigosas ou penosas;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

V - adicional pela prestação de serviço Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
extraordinário; para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
VI - adicional noturno; Subseção III - Do Adicional por Tempo de Serviço
VII - adicional de férias; Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do 4/9/2001)

trabalho. Subseção IV - Dos Adicionais de Insalubridade,


IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. Periculosidade ou Atividades Penosas
(acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida Art. 68. Os servidores que trabalhem com
na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) habitualidade em locais insalubres ou em contato
Subseção I - Da Retribuição pelo Exercício de permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou
Função de Direção, Chefia e Assessoramento com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo vencimento do cargo efetivo.
investido em função de direção, chefia ou § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de
assessoramento, cargo de provimento em comissão insalubridade e de periculosidade deverá optar por
ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu um deles.
exercício. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O direito ao adicional de insalubridade ou
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a periculosidade cessa com a eliminação das condições
remuneração dos cargos em comissão de que trata o ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
inciso II do art. 9º. (redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
10/12/1997)
servidores em operações ou locais considerados
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
penosos, insalubres ou perigosos.
Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante
retribuição pelo exercício de função de direção,
será afastada, enquanto durar a gestação e a
chefia ou assessoramento, cargo de provimento em
lactação, das operações e locais previstos neste
comissão ou de Natureza Especial a que se referem
artigo, exercendo suas atividades em local salubre e
os arts. 3º e 10 da Lei nº 8.911, de 11 de julho de 1994,
em serviço não penoso e não perigoso.
e o art. 3º da Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de
observadas as situações estabelecidas em legislação
remuneração dos servidores públicos federais.
específica.
(acrescido pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
Subseção II - Da Gratificação Natalina
aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12
em localidades cujas condições de vida o justifiquem,
(um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer
nos termos, condições e limites fixados em
jus no mês de dezembro, por mês de exercício no
regulamento.
respectivo ano.
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
operam com Raios X ou substâncias radioativas serão
(quinze) dias será considerada como mês integral.
mantidos sob controle permanente, de modo que as
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte)
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
do mês de dezembro de cada ano.
máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. (VETADO).
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua
artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
gratificação natalina, proporcionalmente aos meses
(seis) meses.
de exercício, calculada sobre a remuneração do mês
da exoneração.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Subseção V - Do Adicional por Serviço Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
3/7/2006)
Extraordinário
III - participar da logística de preparação e de
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
realização de concurso público envolvendo
com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em
atividades de planejamento, coordenação,
relação à hora normal de trabalho.
supervisão, execução e avaliação de resultado,
Art. 74. Somente será permitido serviço
quando tais atividades não estiverem incluídas entre
extraordinário para atender a situações excepcionais
as suas atribuições permanentes; (acrescido pela Lei nº
e temporárias, respeitado o limite máximo de 2
11.314, de 3/7/2006)
(duas) horas por jornada.
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
Subseção VI - Do Adicional Noturno
provas de exame vestibular ou de concurso público
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
ou supervisionar essas atividades. (acrescido pela Lei nº
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um 11.314, de 3/7/2006)
dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora § 1º Os critérios de concessão e os limites da
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), gratificação de que trata este artigo serão fixados em
computando-se cada hora como cinqüenta e dois regulamento, observados os seguintes parâmetros:
minutos e trinta segundos. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida
Parágrafo único. Em se tratando de serviço na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo I - o valor da gratificação será calculado em horas,
incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73. observadas a natureza e a complexidade da atividade
Subseção VII - Do Adicional de Férias exercida; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
Art. 76. Independentemente de solicitação, será 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)

pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional II - a retribuição não poderá ser superior ao
correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho
período das férias. anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer devidamente justificada e previamente aprovada
função de direção, chefia ou assessoramento, ou pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que
ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e
será considerada no cálculo do adicional de que trata vinte) horas de trabalho anuais; (acrescido pela Medida
Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
este artigo.
3/7/2006)
Subseção VIII - Da Gratificação por Encargo de
III - o valor máximo da hora trabalhada
Curso ou Concurso
corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou
sobre o maior vencimento básico da administração
Concurso é devida ao servidor que, em caráter
pública federal: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
eventual: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do
desenvolvimento ou de treinamento regularmente
caput deste artigo; (Alínea acrescida pela Medida Provisória
instituído no âmbito da administração pública nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
federal; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
II - participar de banca examinadora ou de comissão tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do
para exames orais, para análise curricular, para caput deste artigo. (Alínea acrescida pela Medida Provisória
correção de provas discursivas, para elaboração de nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
questões de provas ou para julgamento de recursos com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)

intentados por candidatos; (acrescido pela Medida

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso § 4º A indenização será calculada com base na
somente será paga se as atividades referidas nos remuneração do mês em que for publicado o ato
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem exoneratório. (acrescido pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
for titular, devendo ser objeto de compensação de valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da
carga horária quando desempenhadas durante a Constituição Federal quando da utilização do
jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta primeiro período. (acrescido pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997).
Lei. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, Art. 79. O servidor que opera direta e
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) permanentemente com Raios X ou substâncias
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de
não se incorpora ao vencimento ou salário do férias, por semestre de atividade profissional,
servidor para qualquer efeito e não poderá ser proibida em qualquer hipótese a acumulação.
utilizada como base de cálculo para quaisquer outras Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
vantagens, inclusive para fins de cálculo dos por motivo de calamidade pública, comoção interna,
proventos da aposentadoria e das pensões. (acrescido convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº
por necessidade do serviço declarada pela
11.314, de 3/7/2006)
autoridade máxima do órgão ou entidade. (redação
CAPÍTULO III - DAS FÉRIAS dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que Parágrafo único. O restante do período interrompido
podem ser acumuladas, até o máximo de dois será gozado de uma só vez, observado o disposto no
períodos, no caso de necessidade do serviço, art. 77. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação CAPÍTULO IV - DAS LICENÇAS
específica. (redação dada pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997)
SEÇÃO I - Disposições gerais
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
I - por motivo de doença em pessoa da família;
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
serviço.
companheiro;
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três
III - para o serviço militar;
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
IV - para atividade política;
no interesse da administração pública. (acrescido pela Lei
V - para capacitação; (redação dada pela Lei nº 9.527, de
nº 9.525, de 3/121997).
10/12/1997)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias
VI - para tratar de interesses particulares;
será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
VII - para desempenho de mandato classista.
respectivo período, observando-se o disposto no § 1º
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
deste artigo.
bem como cada uma de suas prorrogações serão
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
precedidas de exame por perícia médica oficial,
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
observado o disposto no art. 204 desta Lei. (redação
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
comissão, perceberá indenização relativa ao período § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
das férias a que tiver direito e ao incompleto, na § 3º É vedado o exercício de atividade remunerada
proporção de um doze avos por mês de efetivo durante o período da licença prevista no inciso I deste
exercício, ou fração superior a quatorze dias. (acrescido artigo.
pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta)
dias do término de outra da mesma espécie será
considerada como prorrogação.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

SEÇÃO II - Da Licença por Motivo de Doença em Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá
Pessoa da Família haver exercício provisório em órgão ou entidade da
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por Administração Federal direta, autárquica ou
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos fundacional, desde que para o exercício de atividade
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, compatível com o seu cargo. (redação dada pela Lei nº
ou dependente que viva a suas expensas e conste do 9.527, de 10/12/1997)

seu assentamento funcional, mediante comprovação SEÇÃO IV - Da Licença para o Serviço Militar
por perícia médica oficial. (redação dada pela Lei nº 11.907, Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
de 2/2/2009) será concedida licença, na forma e condições
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência previstas na legislação específica.
direta do servidor for indispensável e não puder ser Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o
prestada simultaneamente com o exercício do cargo servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração
ou mediante compensação de horário, na forma do para reassumir o exercício do cargo.
disposto no inciso II do art. 44. (redação dada pela Lei nº SEÇÃO V - Da Licença para Atividade Política
9.527, de 10/12/1997) Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as remuneração, durante o período que mediar entre a
prorrogações, poderá ser concedida a cada período sua escolha em convenção partidária, como
de doze meses nas seguintes condições: candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
mantida a remuneração do servidor; e § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, localidade onde desempenha suas funções e que
sem remuneração. (redação dada pela Medida Provisória nº exerça cargo de direção, chefia, assessoramento,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será
partir do dia imediato ao do registro de sua
contado a partir da data do deferimento da primeira
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo
licença concedida. (redação dada pela Medida Provisória nº
dia seguinte ao do pleito. (redação dada pela Lei nº 9.527,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
de 10/12/1997)
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo
não remuneradas, incluídas as respectivas
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
prorrogações, concedidas em um mesmo período de
licença, assegurados os vencimentos do cargo
12 (doze) meses, observado o disposto no § 3º, não
efetivo, somente pelo período de três meses. (redação
poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
incisos I e II do § 2º.(redação dada pela Medida Provisória nº SEÇÃO VI - Da Licença para Capacitação
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
SEÇÃO III - Da Licença por Motivo de Afastamento
servidor poderá, no interesse da Administração,
do Cônjuge
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor
respectiva remuneração, por até três meses, para
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
participar de curso de capacitação profissional.
deslocado para outro ponto do território nacional,
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata
para o exterior ou para o exercício de mandato
o caput não são acumuláveis. (redação dada pela Lei nº
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
remuneração. Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou Art. 90. (VETADO).
companheiro também seja servidor público, civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos

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VADE MECUM – Agente da PCDF

SEÇÃO VII - Da Licença para Tratar de Interesses I - para exercício de cargo em comissão ou função de
Particulares confiança; (redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser II - em casos previstos em leis específicas. (redação dada
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)

desde que não esteja em estágio probatório, licenças § 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para
para o trato de assuntos particulares pelo prazo de órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal
até três anos consecutivos, sem remuneração. ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse o cedente nos demais casos. (redação dada pela Lei nº
8.270, de 17/12/1991)
do serviço. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de
4/9/2001) § 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa
SEÇÃO VIII - Da Licença para o Desempenho de pública ou sociedade de economia mista, nos termos
Mandato Classista das respectivas normas, optar pela remuneração do
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo
sem remuneração para o desempenho de mandato acrescida de percentual da retribuição do cargo em
em confederação, federação, associação de classe de comissão, a entidade cessionária efetuará o
âmbito nacional, sindicato representativo da reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, entidade de origem. (redação dada pela Lei nº 11.355, de
19/10/2006)
ainda, para participar de gerência ou administração
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no
em sociedade cooperativa constituída por servidores
Diário Oficial da União. (redação dada pela Lei nº 8.270, de
públicos para prestar serviços a seus membros,
17/12/1991)
observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art.
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da
102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter
observados os seguintes limites:
exercício em outro órgão da Administração Federal
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil)
direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para
associados, 2 (dois) servidores;
fim determinado e a prazo certo. (acrescido pela Lei nº
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 8.270, de 17/12/1991)
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; § 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§
associados, 8 (oito) servidores. 1º e 2º deste artigo. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores e com nova redação dada pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
eleitos para cargos de direção ou de representação § 6º As cessões de empregados de empresa pública
nas referidas entidades, desde que cadastradas no ou de sociedade de economia mista, que receba
órgão competente. recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, parcial da sua folha de pagamento de pessoal,
podendo ser renovada, no caso de reeleição. independem das disposições contidas nos incisos I e
II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do
CAPÍTULO V - DOS AFASTAMENTOS
empregado cedido condicionado a autorização
SEÇÃO I - Do Afastamento para Servir a Outro
específica do Ministério do Planejamento,
Órgão ou Entidade
Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação
Art. 93 O servidor poderá ser cedido para ter
de cargo em comissão ou função gratificada. (acrescido
exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da
pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos § 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e
Municípios, nas seguintes hipóteses: (redação dada pela Gestão, com a finalidade de promover a composição
Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
da força de trabalho dos órgãos e entidades da

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Administração Pública Federal, poderá determinar a § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos
lotação ou o exercício de empregado ou servidor, servidores da carreira diplomática.
independentemente da observância do constante no § 4º As hipóteses, condições e formas para a
inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (acrescido pela Lei nº autorização de que trata este artigo, inclusive no que
10.470, de 25/6/2002) se refere à remuneração do servidor, serão
SEÇÃO II - Do Afastamento para Exercício de disciplinadas em regulamento. (acrescido pela Lei nº 9.527,
Mandato Eletivo de 10/12/1997).
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
aplicam-se as seguintes disposições: organismo internacional de que o Brasil participe ou
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da
distrital, ficará afastado do cargo; remuneração.
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado SEÇÃO IV - Do Afastamento para Participação em
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
remuneração; Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da
III - investido no mandato de vereador: Administração, e desde que a participação não possa
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da ou mediante compensação de horário, afastar-se do
remuneração do cargo eletivo; exercício do cargo efetivo, com a respectiva
b) não havendo compatibilidade de horário, será remuneração, para participar em programa de pós-
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela graduação stricto sensu em instituição de ensino
sua remuneração. superior no País. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

contribuirá para a seguridade social como se em § 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
exercício estivesse. definirá, em conformidade com a legislação vigente,
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou os programas de capacitação e os critérios para
classista não poderá ser removido ou redistribuído de participação em programas de pós-graduação no
ofício para localidade diversa daquela onde exerce o País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
mandato. avaliados por um comitê constituído para este fim.
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
SEÇÃO III - Do Afastamento para Estudo ou Missão
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
no Exterior
§ 2º Os afastamentos para realização de programas
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País
de mestrado e doutorado somente serão concedidos
para estudo ou missão oficial, sem autorização do
aos servidores titulares de cargos efetivos no
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do
respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três)
Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal
anos para mestrado e 4 (quatro) anos para
Federal.
doutorado, incluído o período de estágio probatório,
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e
que não tenham se afastado por licença para tratar
finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
de assuntos particulares para gozo de licença
período, será permitida nova ausência.
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste
(dois) anos anteriores à data da solicitação de
artigo não será concedida exoneração ou licença para
afastamento. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
tratar de interesse particular antes de decorrido 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
período igual ao do afastamento, ressalvada a § 3º Os afastamentos para realização de programas
hipótese de ressarcimento da despesa havida com de pós-doutorado somente serão concedidos aos
seu afastamento. servidores titulares de cargos efetivo no respectivo
órgão ou entidade há pelo menos quatro anos,

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VADE MECUM – Agente da PCDF

incluído o período de estágio probatório, e que não b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
tenham se afastado por licença para tratar de madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
assuntos particulares ou com fundamento neste guarda ou tutela e irmãos.
artigo, nos quatro anos anteriores à data da Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor
solicitação de afastamento. (acrescido pela Medida estudante, quando comprovada a incompatibilidade
Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de entre o horário escolar e o da repartição, sem
2/2/2009, com redação dada pela Medida Provisória nº 479, de
prejuízo do exercício do cargo.
30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos
a compensação de horário no órgão ou entidade que
previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que
tiver exercício, respeitada a duração semanal do
permanecer no exercício de suas funções, após o seu
trabalho. (Parágrafo único transformado em § 1º com nova
retorno, por um período igual ao do afastamento
redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
concedido. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
§ 2º Também será concedido horário especial ao
29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
servidor portador de deficiência, quando
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
comprovada a necessidade por junta médica oficial,
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o
independentemente de compensação de horário.
período de permanência previsto no § 4º deste
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas
forma do art. 47 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente
de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.
com deficiência. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997,
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
com redação dada pela Lei nº 13.370, de 12/12/2016)
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
§ 4º Será igualmente concedido horário especial,
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
vinculado à compensação de horário a ser efetivada
justificou seu afastamento no período previsto,
no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que
aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo na
desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
hipótese comprovada de força maior ou de caso
caput do art. 76-A desta Lei. (Parágrafo acrescido pela
fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou
Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº
entidade. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 11.314, de 3/7/2006 e com nova redação dada pela Lei nº 11.501,
29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009) de 11/7/2007)
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós- Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. interesse da administração é assegurada, na
95 desta Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo. localidade da nova residência ou na mais próxima,
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
matrícula em instituição de ensino congênere, em
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
qualquer época, independentemente de vaga.
CAPÍTULO VI - DAS CONCESSÕES Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados
ausentar-se do serviço: do servidor que vivam na sua companhia, bem como
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; aos menores sob sua guarda, com autorização
II - pelo período comprovadamente necessário para judicial.
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado,
CAPÍTULO VII - DO TEMPO DE SERVIÇO
em qualquer caso, a 2 (dois) dias; e (redação dada pela
Medida Provisória nº 632, de 24/12/2013, convertida na Lei nº Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de
12.998, de 18/6/2014, retificada no DOU de 25/6/2014) serviço público federal, inclusive o prestado às Forças
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : Armadas.
a) casamento;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita X - participação em competição desportiva nacional
em dias, que serão convertidos em anos, considerado ou convocação para integrar representação
o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no disposto em lei específica;
art. 97, são considerados como de efetivo exercício XI - afastamento para servir em organismo
os afastamentos em virtude de: internacional de que o Brasil participe ou com o qual
I - férias; coopere. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de
em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos aposentadoria e disponibilidade:
Estados, Municípios e Distrito Federal; I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
III - exercício de cargo ou função de governo ou Municípios e Distrito Federal;
administração, em qualquer parte do território II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
nacional, por nomeação do Presidente da República; família do servidor, com remuneração, que exceder a
IV - participação em programa de treinamento 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.
regularmente instituído ou em programa de pós- (redação dada pela Medida Provisória nº 479, de 30/12/2009,
convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o
III - a licença para atividade política, no caso do art.
regulamento; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.907, de
2/2/2009) 86, § 2º;
V - desempenho de mandato eletivo federal, IV - o tempo correspondente ao desempenho de
estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto mandato eletivo federal, estadual, municipal ou
para promoção por merecimento; distrital, anterior ao ingresso no serviço público
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; federal;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado V - o tempo de serviço em atividade privada,
o afastamento, conforme dispuser o regulamento; vinculada à Previdência Social;
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VIII - licença: VII - o tempo de licença para tratamento da própria
a) à gestante, à adotante e à paternidade; saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea b
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de do inciso VIII do art. 102. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo 10/12/1997)

de serviço público prestado à União, em cargo de § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado
provimento efetivo; (redação dada pela Lei nº 9.527, de será contado apenas para nova aposentadoria.
10/12/1997) § 2º Será contado em dobro o tempo de serviço
c) para o desempenho de mandato classista ou prestado às Forças Armadas em operações de
participação de gerência ou administração em guerra.
sociedade cooperativa constituída por servidores § 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de
para prestar serviços a seus membros, exceto para serviço prestado concomitantemente em mais de um
efeito de promoção por merecimento; (redação dada cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
pela Lei nº 11.094, de 13/1/2005) da União, Estado, Distrito Federal e Município,
d) por motivo de acidente em serviço ou doença autarquia, fundação pública, sociedade de economia
profissional; mista e empresa pública.
e) para capacitação, conforme dispuser o
CAPÍTULO VIII - DO DIREITO DE PETIÇÃO
regulamento; (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
f) por convocação para o serviço militar; Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito
18; ou interesse legítimo.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não
competente para decidi-lo e encaminhado por podendo ser relevada pela administração.
intermédio daquela a que estiver imediatamente Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é
subordinado o requerente. assegurada vista do processo ou documento, na
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à repartição, ao servidor ou a procurador por ele
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a constituído.
primeira decisão, não podendo ser renovado. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
reconsideração de que tratam os artigos anteriores Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos
deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força
decididos dentro de 30 (trinta) dias. maior.
Art. 107. Caberá recurso:
TÍTULO IV - DO REGIME DISCIPLINAR
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente CAPÍTULO I - DOS DEVERES
interpostos. Art. 116. São deveres do servidor:
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
imediatamente superior à que tiver expedido o ato cargo;
ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala II - ser leal às instituições a que servir;
ascendente, às demais autoridades. III - observar as normas legais e regulamentares;
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
autoridade a que estiver imediatamente manifestamente ilegais;
subordinado o requerente. V - atender com presteza:
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de a) ao público em geral, prestando as informações
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
da decisão recorrida. direito ou esclarecimento de situações de interesse
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito pessoal;
suspensivo, a juízo da autoridade competente. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
de reconsideração ou do recurso, os efeitos da razão do cargo ao conhecimento da autoridade
decisão retroagirão à data do ato impugnado. superior ou, quando houver suspeita de
Art. 110. O direito de requerer prescreve: envolvimento desta, ao conhecimento de outra
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e autoridade competente para apuração; (redação dada
pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011, publicada no DOU Edição Extra
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
de 18/11/2011, em vigor 180 dias após a publicação)
que afetem interesse patrimonial e créditos
VII - zelar pela economia do material e a conservação
resultantes das relações de trabalho;
do patrimônio público;
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
salvo quando outro prazo for fixado em lei.
IX - manter conduta compatível com a moralidade
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado
administrativa;
da data da publicação do ato impugnado ou da data
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
da ciência pelo interessado, quando o ato não for
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
publicado.
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
abuso de poder.
quando cabíveis, interrompem a prescrição.

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Parágrafo único. A representação de que trata o XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e estrangeiro;
apreciada pela autoridade superior àquela contra a XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
qual é formulada, assegurando-se ao representando XV - proceder de forma desidiosa;
ampla defesa. XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares;
CAPÍTULO II - DAS PROIBIÇÕES
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
Art. 117. Ao servidor é proibido:
ao cargo que ocupa, exceto em situações de
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
emergência e transitórias;
prévia autorização do chefe imediato;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
competente, qualquer documento ou objeto da
com o horário de trabalho;
repartição;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
III - recusar fé a documentos públicos;
quando solicitado. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - opor resistência injustificada ao andamento de
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
documento e processo ou execução de serviço;
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
V - promover manifestação de apreço ou desapreço
I - participação nos conselhos de administração e
no recinto da repartição;
fiscal de empresas ou entidades em que a União
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
detenha, direta ou indiretamente, participação no
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
capital social ou em sociedade cooperativa
que seja de sua responsabilidade ou de seu
constituída para prestar serviços a seus membros; e
subordinado;
II - gozo de licença para o trato de interesses
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada
filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a
a legislação sobre conflito de interesses. (Parágrafo
partido político; único acrescido pela Medida Provisória nº 431, de 14/5/2008,
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
função de confiança, cônjuge, companheiro ou
CAPÍTULO III - DA ACUMULAÇÃO
parente até o segundo grau civil;
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
de outrem, em detrimento da dignidade da função
cargos públicos.
pública;
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
X - participar de gerência ou administração de
empregos e funções em autarquias, fundações
sociedade privada, personificada ou não
públicas, empresas públicas, sociedades de
personificada, exercer o comércio, exceto na
economia mista da União, do Distrito Federal, dos
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
(redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008) Estados, dos Territórios e dos Municípios.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
repartições públicas, salvo quando se tratar de condicionada à comprovação da compatibilidade de
benefícios previdenciários ou assistenciais de horários.
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção
companheiro; de vencimento de cargo ou emprego público efetivo
XII - receber propina, comissão, presente ou com proventos da inatividade, salvo quando os
vantagem de qualquer espécie, em razão de suas cargos de que decorram essas remunerações forem
atribuições; acumuláveis na atividade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
cargo em comissão, exceto no caso previsto no resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela desempenho do cargo ou função.
participação em órgão de deliberação coletiva. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se Art. 126. A responsabilidade administrativa do
aplica à remuneração devida pela participação em servidor será afastada no caso de absolvição criminal
conselhos de administração e fiscal das empresas que negue a existência do fato ou sua autoria.
públicas e sociedades de economia mista, suas Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer responsabilizado civil, penal ou administrativamente
empresas ou entidades em que a União, direta ou por dar ciência à autoridade superior ou, quando
indiretamente, detenha participação no capital houver suspeita de envolvimento desta, a outra
social, observado o que, a respeito, dispuser autoridade competente para apuração de
legislação específica. (acrescido pela Lei nº 9.292, de informação concernente à prática de crimes ou
12/7/1996 e com nova redação dada pela Medida Provisória nº
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
2225-45, de 4/9/2001)
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
função pública. (acrescido pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011,
que acumular licitamente dois cargos efetivos,
publicada no DOU Edição Extra de 18/11/2011, em vigor 180 dias
quando investido em cargo de provimento em após a publicação)
comissão, ficará afastado de ambos os cargos
CAPÍTULO V - DAS PENALIDADES
efetivos, salvo na hipótese em que houver
compatibilidade de horário e local com o exercício de Art. 127. São penalidades disciplinares:
um deles, declarada pelas autoridades máximas dos I - advertência;
órgãos ou entidades envolvidos. (redação dada pela Lei nº II - suspensão;
9.527, de 10/12/1997) III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
CAPÍTULO IV - DAS RESPONSABILIDADES
V - destituição de cargo em comissão;
Art. 121. O servidor responde civil, penal e
VI - destituição de função comissionada.
administrativamente pelo exercício irregular de suas
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão
atribuições.
consideradas a natureza e a gravidade da infração
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
cometida, os danos que dela provierem para o
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
serviço público, as circunstâncias agravantes ou
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
atenuantes e os antecedentes funcionais.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
ao erário somente será liquidada na forma prevista
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da
no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
sanção disciplinar. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
execução do débito pela via judicial.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros,
casos de violação de proibição constante do art. 117,
responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
ação regressiva.
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
interna, que não justifique imposição de penalidade
sucessores e contra eles será executada, até o limite
mais grave. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
do valor da herança recebida.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes
reincidência das faltas punidas com advertência e de
e contravenções imputadas ao servidor, nessa
violação das demais proibições que não tipifiquem
qualidade.

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infração sujeita a penalidade de demissão, não dias, contados da data da ciência e, na hipótese de
podendo exceder de 90 (noventa) dias. omissão, adotará procedimento sumário para a sua
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) apuração e regularização imediata, cujo processo
dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a administrativo disciplinar se desenvolverá nas
ser submetido a inspeção médica determinada pela seguintes fases: (redação dada pela Lei nº 9.527, de
autoridade competente, cessando os efeitos da 10/12/1997)

penalidade uma vez cumprida a determinação. I - instauração, com a publicação do ato que
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a constituir a comissão, a ser composta por dois
penalidade de suspensão poderá ser convertida em servidores estáveis, e simultaneamente indicar a
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia autoria e a materialidade da transgressão objeto da
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor apuração; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
obrigado a permanecer em serviço. II - instrução sumária, que compreende indiciação,
Art. 131. As penalidades de advertência e de defesa e relatório; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
suspensão terão seus registros cancelados, após o III - julgamento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a
nesse período, praticado nova infração disciplinar. materialidade pela descrição dos cargos, empregos
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não ou funções públicas em situação de acumulação
surtirá efeitos retroativos. ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes datas de ingresso, do horário de trabalho e do
casos: correspondente regime jurídico. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
I - crime contra a administração pública;
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a
II - abandono de cargo;
publicação do ato que a constituiu, termo de
III - inassiduidade habitual;
indiciação em que serão transcritas as informações
IV - improbidade administrativa;
de que trata o parágrafo anterior, bem como
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado,
repartição;
ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no
VI - insubordinação grave em serviço;
prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita,
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
particular, salvo em legítima defesa própria ou de
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (redação dada
outrem;
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
relatório conclusivo quanto à inocência ou à
razão do cargo;
responsabilidade do servidor, em que resumirá as
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da
patrimônio nacional;
acumulação em exame, indicará o respectivo
XI - corrupção;
dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou
instauradora, para julgamento. (acrescido pela Lei nº
funções públicas; 9.527, de 10/12/1997)
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto
autoridade a que se refere o art. 143 notificará o no § 3º do art. 167. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo
apresentar opção no prazo improrrogável de dez para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que

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se converterá automaticamente em pedido de destituído do cargo em comissão por infringência do


exoneração do outro cargo. (acrescido pela Lei nº 9.527, de art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
10/12/1997) Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a intencional do servidor ao serviço por mais de trinta
má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição dias consecutivos.
ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a
relação aos cargos, empregos ou funções públicas falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta
em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os dias, interpoladamente, durante o período de doze
órgãos ou entidades de vinculação serão meses.
comunicados. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou
§ 7º O prazo para a conclusão do processo inassiduidade habitual, também será adotado o
administrativo disciplinar submetido ao rito sumário procedimento sumário a que se refere o art. 133,
não excederá trinta dias, contados da data de observando-se especialmente que: (redação dada pela
publicação do ato que constituir a comissão, Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
admitida a sua prorrogação por até quinze dias, I - a indicação da materialidade dar-se-á:
quando as circunstâncias o exigirem. (acrescido pela Lei a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
nº 9.527, de 10/12/1997) precisa do período de ausência intencional do
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas servidor ao serviço superior a trinta dias;
disposições deste artigo, observando-se, no que lhe b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por
Títulos IV e V desta Lei. (acrescido pela Lei nº 9.527, de período igual ou superior a sessenta dias
10/12/1997).
interpoladamente, durante o período de doze meses;
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
disponibilidade do inativo que houver praticado, na II - após a apresentação da defesa a comissão
atividade, falta punível com a demissão. elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou
Art. 135. A destituição de cargo em comissão à responsabilidade do servidor, em que resumirá as
exercido por não ocupante de cargo efetivo será peças principais dos autos, indicará o respectivo
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
de suspensão e de demissão. de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à
este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. autoridade instauradora para julgamento. (acrescido
35 será convertida em destituição de cargo em pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
comissão. Art. 141. As penalidades disciplinares serão
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em aplicadas:
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
132, implica a indisponibilidade dos bens e o das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal Federais e pelo Procurador-Geral da República,
cabível. quando se tratar de demissão e cassação de
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em aposentadoria ou disponibilidade de servidor
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) imediatamente inferior àquelas mencionadas no
anos. inciso anterior quando se tratar de suspensão
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço superior a 30 (trinta) dias;
público federal o servidor que for demitido ou

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VADE MECUM – Agente da PCDF

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as
forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, competências para o julgamento que se seguir à
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 apuração. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
(trinta) dias; Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, objeto de apuração, desde que contenham a
quando se tratar de destituição de cargo em identificação e o endereço do denunciante e sejam
comissão. formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Parágrafo único. Quando o fato narrado não
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
com demissão, cassação de aposentadoria ou penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
disponibilidade e destituição de cargo em comissão; Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; I - arquivamento do processo;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á II - aplicação de penalidade de advertência ou
advertência. suspensão de até 30 (trinta) dias;
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data III - instauração de processo disciplinar.
em que o fato se tornou conhecido. Parágrafo único. O prazo para conclusão da
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas ser prorrogado por igual período, a critério da
também como crime. autoridade superior.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
decisão final proferida por autoridade competente. mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
começará a correr a partir do dia em que cessar a cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
interrupção. processo disciplinar.
TÍTULO V - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CAPÍTULO II - DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
DISCIPLINAR
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS servidor não venha a influir na apuração da
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade, a autoridade instauradora do
irregularidade no serviço público é obrigada a processo disciplinar poderá determinar o seu
promover a sua apuração imediata, mediante afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até
sindicância ou processo administrativo disciplinar, 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
assegurada ao acusado ampla defesa. Parágrafo único. O afastamento poderá ser
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação
CAPÍTULO III - DO PROCESSO DISCIPLINAR
da autoridade a que se refere, poderá ser promovida
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento
por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele
destinado a apurar responsabilidade de servidor por
em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante
infração praticada no exercício de suas atribuições,
competência específica para tal finalidade, delegada
ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
em caráter permanente ou temporário pelo
que se encontre investido.
Presidente da República, pelos presidentes das Casas
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
comissão composta de três servidores estáveis
Procurador-Geral da República, no âmbito do
designados pela autoridade competente, observado

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VADE MECUM – Agente da PCDF

o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da
eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de sindicância concluir que a infração está capitulada
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível como ilícito penal, a autoridade competente
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) independentemente da imediata instauração do
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor processo disciplinar.
designado pelo seu presidente, podendo a indicação Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá
recair em um de seus membros. a tomada de depoimentos, acareações,
§ 2º Não poderá participar de comissão de investigações e diligências cabíveis, objetivando a
sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em técnicos e peritos, de modo a permitir a completa
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. elucidação dos fatos.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo acompanhar o processo pessoalmente ou por
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
interesse da administração. testemunhas, produzir provas e contraprovas e
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
comissões terão caráter reservado. § 1º O presidente da comissão poderá denegar
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas pedidos considerados impertinentes, meramente
seguintes fases: protelatórios, ou de nenhum interesse para o
I - instauração, com a publicação do ato que esclarecimento dos fatos.
constituir a comissão; § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial,
II - inquérito administrativo, que compreende quando a comprovação do fato independer de
instrução, defesa e relatório; conhecimento especial de perito.
III - julgamento. Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo mediante mandado expedido pelo presidente da
disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados comissão, devendo a segunda via, com o ciente do
da data de publicação do ato que constituir a interessado, ser anexado aos autos.
comissão, admitida a sua prorrogação por igual Parágrafo único. Se a testemunha for servidor
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. público, a expedição do mandado será
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará imediatamente comunicada ao chefe da repartição
tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus onde serve, com a indicação do dia e hora marcados
membros dispensados do ponto, até a entrega do para inquirição.
relatório final. Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha
atas que deverão detalhar as deliberações adotadas. trazê-lo por escrito.
SEÇÃO I - Do Inquérito § 1º As testemunhas serão inquiridas
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao separadamente.
princípio do contraditório, assegurada ao acusado § 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os
admitidos em direito. depoentes.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a
processo disciplinar, como peça informativa da comissão promoverá o interrogatório do acusado,
instrução. observados os procedimentos previstos nos arts. 157
e 158.

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§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo
será ouvido separadamente, e sempre que para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última
divergirem em suas declarações sobre fatos ou publicação do edital.
circunstâncias, será promovida a acareação entre Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
eles. regularmente citado, não apresentar defesa no prazo
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao legal.
interrogatório, bem como à inquirição das § 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas processo e devolverá o prazo para a defesa.
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade
reinquiri-las, por intermédio do presidente da instauradora do processo designará um servidor
comissão. como defensor dativo, que deverá ser ocupante de
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
competente que ele seja submetido a exame por (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).

junta médica oficial, da qual participe pelo menos um Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
médico psiquiatra. relatório minucioso, onde resumirá as peças
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental principais dos autos e mencionará as provas em que
será processado em auto apartado e apenso ao se baseou para formar a sua convicção.
processo principal, após a expedição do laudo § 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à
pericial. inocência ou à responsabilidade do servidor.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
formulada a indiciação do servidor, com a comissão indicará o dispositivo legal ou
especificação dos fatos a ele imputados e das regulamentar transgredido, bem como as
respectivas provas. circunstâncias agravantes ou atenuantes.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da
pelo presidente da comissão para apresentar defesa comissão, será remetido à autoridade que
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe determinou a sua instauração, para julgamento.
vista do processo na repartição. SEÇÃO II - Do Julgamento
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
comum e de 20 (vinte) dias. recebimento do processo, a autoridade julgadora
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo proferirá a sua decisão.
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente da autoridade instauradora do processo, este será
na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á encaminhado à autoridade competente, que decidirá
da data declarada, em termo próprio, pelo membro em igual prazo.
da comissão que fez a citação, com a assinatura de § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
(2) duas testemunhas. sanções, o julgamento caberá à autoridade
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica competente para a imposição da pena mais grave.
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou
poderá ser encontrado. cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e julgamento caberá às autoridades de que trata o
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário inciso I do art. 141.
Oficial da União e em jornal de grande circulação na § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do
localidade do último domicílio conhecido, para servidor, a autoridade instauradora do processo
apresentar defesa. determinará o seu arquivamento, salvo se

28
VADE MECUM – Agente da PCDF

flagrantemente contrária à prova dos autos. (acrescido para a realização de missão essencial ao
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). esclarecimento dos fatos.
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da SEÇÃO III - Da Revisão do Processo
comissão, salvo quando contrário às provas dos Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
autos. qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis
contrariar as provas dos autos, a autoridade de justificar a inocência do punido ou a inadequação
julgadora poderá, motivadamente, agravar a da penalidade aplicada.
penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o § 1º Em caso de falecimento, ausência ou
servidor de responsabilidade. desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a família poderá requerer a revisão do processo.
autoridade que determinou a instauração do § 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a
processo ou outra de hierarquia superior declarará a revisão será requerida pelo respectivo curador.
sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova
ato, a constituição de outra comissão para cabe ao requerente.
instauração de novo processo. (redação dada pela Lei nº Art. 176. A simples alegação de injustiça da
9.527, de 10/12/1997)
penalidade não constitui fundamento para a revisão,
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica
que requer elementos novos, ainda não apreciados
nulidade do processo.
no processo originário.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será
prescrição de que trata o art. 142, § 2º, será
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade
responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título
equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará
IV.
o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a
originou o processo disciplinar.
autoridade julgadora determinará o registro do fato
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade
nos assentamentos individuais do servidor.
competente providenciará a constituição de
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como
comissão, na forma do art. 149.
crime, o processo disciplinar será remetido ao
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo
Ministério Público para instauração da ação penal,
originário.
ficando trasladado na repartição.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente
Art. 172. O servidor que responder a processo
pedirá dia e hora para a produção de provas e
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
inquirição das testemunhas que arrolar.
aposentado voluntariamente, após a conclusão do
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias
processo e o cumprimento da penalidade, acaso
para a conclusão dos trabalhos.
aplicada.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata
revisora, no que couber, as normas e procedimentos
o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será
próprios da comissão do processo disciplinar.
convertido em demissão, se for o caso.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
I - ao servidor convocado para prestar depoimento
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
fora da sede de sua repartição, na condição de
(vinte) dias, contados do recebimento do processo,
testemunha, denunciado ou indiciado;
no curso do qual a autoridade julgadora poderá
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
determinar diligências.
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
declarada sem efeito a penalidade aplicada,

29
VADE MECUM – Agente da PCDF

restabelecendo-se todos os direitos do servidor, não recolhidas na data de vencimento. (acrescido pela
exceto em relação à destituição do cargo em Lei nº 10.667, de 14/5/2003)

comissão, que será convertida em exoneração. Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e
resultar agravamento de penalidade. sua família, e compreende um conjunto de benefícios
e ações que atendam às seguintes finalidades:
TÍTULO VI - DA SEGURIDADE SOCIAL DO
I - garantir meios de subsistência nos eventos de
SERVIDOR
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço,
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS inatividade, falecimento e reclusão;
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade II - proteção à maternidade, à adoção e à
Social para o servidor e sua família. paternidade;
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que III - assistência à saúde.
não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
emprego efetivo na administração pública direta, termos e condições definidos em regulamento,
autárquica e fundacional, não terá direito aos observadas as disposições desta Lei.
benefícios do Plano de Seguridade Social, com Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade
exceção da assistência à saúde. (acrescido pela Lei nº Social do servidor compreendem:
8.647, de 13/4/1993 e transformado em § 1º pela Lei nº 10.667, de
I - quanto ao servidor:
14/5/2003)
a) aposentadoria;
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo
b) auxílio-natalidade;
efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para
c) salário-família;
servir em organismo oficial internacional do qual o
d) licença para tratamento de saúde;
Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere,
e) licença à gestante, à adotante e licença-
ainda que contribua para regime de previdência
paternidade;
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o
f) licença por acidente em serviço;
regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
g) assistência à saúde;
Público enquanto durar o afastamento ou a licença,
h) garantia de condições individuais e ambientais de
não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
trabalho satisfatórias;
mencionado regime de previdência. (acrescido pela Lei nº
10.667, de 14/5/2003)
II - quanto ao dependente:
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou a) pensão vitalícia e temporária;
afastado sem remuneração a manutenção da b) auxílio-funeral;
vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social c) auxílio-reclusão;
do Servidor Público, mediante o recolhimento d) assistência à saúde.
mensal da respectiva contribuição, no mesmo § 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e
percentual devido pelos servidores em atividade, mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se
incidente sobre a remuneração total do cargo a que encontram vinculados os servidores, observado o
faz jus no exercício de suas atribuições, computando- disposto nos arts. 189 e 224.
se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. § 2º O recebimento indevido de benefícios havidos
(acrescido pela Lei nº 10.667, de 14/5/2003) por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal
efetuado até o segundo dia útil após a data do cabível.
pagamento das remunerações dos servidores
CAPÍTULO II - DOS BENEFÍCIOS
públicos, aplicando-se os procedimentos de
SEÇÃO I - Da Aposentadoria
cobrança e execução dos tributos federais quando
Art. 186. O servidor será aposentado:

30
VADE MECUM – Agente da PCDF

I - por invalidez permanente, sendo os proventos atingir a idade-limite de permanência no serviço


integrais quando decorrente de acidente em serviço, ativo.
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez
incurável, especificada em lei, e proporcionais nos vigorará a partir da data da publicação do respectivo
demais casos; ato.
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, § 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de
com proventos proporcionais ao tempo de serviço; licença para tratamento de saúde, por período não
III - voluntariamente: excedente a 24 (vinte e quatro) meses.
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, § 2º Expirado o período de licença e não estando em
e aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; condições de reassumir o cargo ou de ser
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções readaptado, o servidor será aposentado.
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se § 3º O lapso de tempo compreendido entre o término
professora, com proventos integrais; da licença e a publicação do ato da aposentadoria
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 será considerado como de prorrogação da licença.
(vinte e cinco) se mulher, com proventos § 4º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo,
proporcionais a esse tempo; serão consideradas apenas as licenças motivadas
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, pela enfermidade ensejadora da invalidez ou
e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos doenças correlacionadas. (acrescido pela Medida Provisória
proporcionais ao tempo de serviço. nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou § 5º A critério da Administração, o servidor em


incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, licença para tratamento de saúde ou aposentado por
tuberculose ativa, alienação mental, esclerose invalidez poderá ser convocado a qualquer
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao momento, para avaliação das condições que
ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
incapacitante, espondiloartrose anquilosante,
Art. 189. O provento da aposentadoria será
nefropatia grave, estados avançados do mal de
calculado com observância do disposto no § 3º do art.
Paget (osteíte deformante), Síndrome de
41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que
Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei
se modificar a remuneração dos servidores em
indicar, com base na medicina especializada.
atividade.
§ 2º Nos casos de exercício de atividades
Parágrafo único. São estendidos aos inativos
consideradas insalubres ou perigosas, bem como nas
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que
concedidas aos servidores em atividade, inclusive
trata o inciso III, a e c, observará o disposto em lei
quando decorrentes de transformação ou
específica.
reclassificação do cargo ou função em que se deu a
§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido
aposentadoria.
à junta médica oficial, que atestará a invalidez
Art. 190. O servidor aposentado com provento
quando caracterizada a incapacidade para o
proporcional ao tempo de serviço se acometido de
desempenho das atribuições do cargo ou a
qualquer das moléstias especificadas no § 1º do art.
impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24.
186 desta Lei e, por esse motivo, for considerado
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
inválido por junta médica oficial passará a perceber
Art. 187. A aposentadoria compulsória será
provento integral, calculado com base no
automática, e declarada por ato, com vigência a
fundamento legal de concessão da aposentadoria.
partir do dia imediato àquele em que o servidor
(redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

31
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores
o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da públicos e viverem em comum, o salário-família será
remuneração da atividade. pago a um deles; quando separados, será pago a um
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). e outro, de acordo com a distribuição dos
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). dependentes.
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o
gratificação natalina, até o dia vinte do mês de padrasto, a madrasta e, na falta destes, os
dezembro, em valor equivalente ao respectivo representantes legais dos incapazes.
provento, deduzido o adiantamento recebido. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente tributo, nem servirá de base para qualquer
participado de operações bélicas, durante a Segunda contribuição, inclusive para a Previdência Social.
Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem
setembro de 1967, será concedida aposentadoria remuneração, não acarreta a suspensão do
com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de pagamento do salário-família.
serviço efetivo. SEÇÃO IV - Da Licença para Tratamento de Saúde
SEÇÃO II - Do Auxílio-Natalidade Art. 202. Será concedida ao servidor licença para
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
por motivo de nascimento de filho, em quantia em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a
equivalente ao menor vencimento do serviço que fizer jus.
público, inclusive no caso de natimorto. Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será será concedida com base em perícia oficial. (redação
acrescido de 50% (cinqüenta por cento), por dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

nascituro. § 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será


§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro realizada na residência do servidor ou no
servidor público, quando a parturiente não for estabelecimento hospitalar onde se encontrar
servidora. internado.
SEÇÃO III - Do Salário-Família § 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo onde se encontra ou tenha exercício em caráter
ou ao inativo, por dependente econômico. permanente o servidor, e não se configurando as
Parágrafo único. Consideram-se dependentes hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será
econômicos para efeito de percepção do salário- aceito atestado passado por médico particular.
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
família:
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado somente
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
produzirá efeitos depois de recepcionado pela
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.
estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se
(redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
inválido, de qualquer idade;
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante
vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do
autorização judicial, viver na companhia e às
primeiro dia de afastamento será concedida
expensas do servidor, ou do inativo;
mediante avaliação por junta médica oficial. (acrescido
III - a mãe e o pai sem economia própria. pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 e com nova redação dada pela Lei
Art. 198. Não se configura a dependência econômica nº 11.907, de 2/2/2009)
quando o beneficiário do salário-família perceber § 5º A perícia oficial para concessão da licença de que
rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, trata o caput deste artigo, bem como nos demais
inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será
valor igual ou superior ao salário-mínimo. efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em

32
VADE MECUM – Agente da PCDF

que abranger o campo de atuação da odontologia. § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá
(acrescido pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) início a partir do parto.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias
a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser do evento, a servidora será submetida a exame
dispensada de perícia oficial, na forma definida em médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo remunerado.
quando se tratar de lesões produzidas por acidente Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o
em serviço, doença profissional ou qualquer das servidor terá direito à licença-paternidade de 5
doenças especificadas no art. 186, § 1º. (cinco) dias consecutivos.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção de seis meses, a servidora lactante terá direito,
médica. durante a jornada de trabalho, a uma hora de
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos
médicos periódicos, nos termos e condições de meia hora.
definidos em regulamento. (acrescido pela Medida Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda
Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de
judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
2/2/2009)
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda
União e suas entidades autárquicas e fundacionais
judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade,
poderão:
o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta)
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente
dias.
pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado
SEÇÃO VI - Da Licença por Acidente em Serviço
o servidor;
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral,
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação
o servidor acidentado em serviço.
ou parceria com os órgãos e entidades da
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico
administração direta, suas autarquias e fundações;
ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione,
III - celebrar convênios com operadoras de plano de
mediata ou imediatamente, com as atribuições do
assistência à saúde, organizadas na modalidade de
cargo exercido.
autogestão, que possuam autorização de
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço
funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
o dano:
230; ou
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante
pelo servidor no exercício do cargo;
contrato administrativo, observado o disposto na Lei
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas
e vice-versa.
pertinentes. (acrescido pela Medida Provisória nº 632, de
24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014,
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que
SEÇÃO V - Da Licença à Gestante, à Adotante e da necessite de tratamento especializado poderá ser
Licença-Paternidade tratado em instituição privada, à conta de recursos
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante públicos.
por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem Parágrafo único. O tratamento recomendado por
prejuízo da remuneração. junta médica oficial constitui medida de exceção e
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do somente será admissível quando inexistirem meios e
nono mês de gestação, salvo antecipação por recursos adequados em instituição pública.
prescrição médica.

33
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de V - a mãe e o pai que comprovem dependência
10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o econômica do servidor; e (acrescido pela Medida Provisória
exigirem. nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de
30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à
SEÇÃO VII - Da Pensão
data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
Art. 215. Por morte do servidor, os seus
VI - o irmão de qualquer condição que comprove
dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à
dependência econômica do servidor e atenda a um
pensão por morte, observados os limites
dos requisitos previstos no inciso IV; (acrescido pela
estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
Constituição Federal e no art. 2º da Lei nº 10.887, de Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro
18 de junho de 2004. (redação dada pela Medida Provisória nº mês subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela
871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
13.846, de 18/6/2019) § 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários
30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de 30/12/2014, em referidos nos incisos V e VI. (redação dada pela Medida
vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à data de sua
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
Art. 217. São beneficiários das pensões: subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
I - o cônjuge; (redação dada pela Medida Provisória nº 664, de de 17/6/2015)
30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de 30/12/2014, em § 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que
vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à data de sua trata o inciso V do caput exclui o beneficiário referido
publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
no inciso VI. (redação dada pela Medida Provisória nº 664, de
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente
30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de 30/12/2014, em
ou de fato, com percepção de pensão alimentícia vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à data de sua
estabelecida judicialmente; (redação dada pela Medida publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do § 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês filho mediante declaração do servidor e desde que
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
comprovada dependência econômica, na forma
de 17/6/2015)
III - o companheiro ou companheira que comprove estabelecida em regulamento. (acrescido pela Medida
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
união estável como entidade familiar; (acrescido pela
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
subsequente à data de sua publicação, renumerado e com redação
Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro
dada pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
mês subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº
§ 4º (VETADO na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
13.135, de 17/6/2015)
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à
seguintes requisitos: (acrescido pela Medida Provisória nº pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais
664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de entre os beneficiários habilitados. (redação dada pela
30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
data de sua publicação, com redação dada pela Lei nº 13.135, de Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro
17/6/2015) mês subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (acrescida pela Lei 13.135, de 17/6/2015)

nº 13.135, de 17/6/2015) Art. 219. A pensão por morte será devida ao


b) seja inválido; (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
c) tenha deficiência grave; ou (acrescida pela Lei nº 13.135, aposentado ou não, a contar da data: (redação dada pela
de 17/6/2015, publicada no DOU de 18/6/2015, em vigor dois anos Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
após a publicação) 13.846, de 18/6/2019)
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (acrescida I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e
pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015, e com redação dada pela Lei nº oitenta dias) após o óbito, para os filhos menores de
13.846, de 18/6/2019) 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após

34
VADE MECUM – Agente da PCDF

o óbito, para os demais dependentes; (acrescido pela 18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de
Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº 18/6/2019)
13.846, de 18/6/2019) § 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão
II - do requerimento, quando requerida após o prazo concessor da pensão por morte a cobrança dos
previsto no inciso I do caput deste artigo; ou (acrescido valores indevidamente pagos em função de nova
pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº habilitação. (acrescido pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
13.846, de 18/6/2019)
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (redação
III - da decisão judicial, na hipótese de morte dada pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
presumida. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de I - após o trânsito em julgado, o beneficiário
18/1/2019, convertida na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
condenado pela prática de crime de que tenha
§ 1º A concessão da pensão por morte não será
dolosamente resultado a morte do servidor; (acrescido
protelada pela falta de habilitação de outro possível pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
dependente e a habilitação posterior que importe em II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se
exclusão ou inclusão de dependente só produzirá comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude
efeito a partir da data da publicação da portaria de no casamento ou na união estável, ou a formalização
concessão da pensão ao dependente habilitado. desses com o fim exclusivo de constituir benefício
(Parágrafo único transformado em § 1º, com redação dada pela
previdenciário, apuradas em processo judicial no qual
Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
13.846, de 18/6/2019)
será assegurado o direito ao contraditório e à ampla
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da defesa. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
condição de dependente, este poderá requerer a sua Art. 221. Será concedida pensão provisória por
habilitação provisória ao benefício de pensão por morte presumida do servidor, nos seguintes casos:
morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
com outros dependentes, vedado o pagamento da competente;
respectiva cota até o trânsito em julgado da II - desaparecimento em desabamento, inundação,
respectiva ação, ressalvada a existência de decisão incêndio ou acidente não caracterizado como em
judicial em contrário. (Parágrafo acrescido pela Medida serviço;
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada III - desaparecimento no desempenho das
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019) atribuições do cargo ou em missão de segurança.
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público Parágrafo único. A pensão provisória será
responsável pela concessão da pensão por morte, transformada em vitalícia ou temporária, conforme o
este poderá proceder de ofício à habilitação caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência,
excepcional da referida pensão, apenas para efeitos ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
de rateio, descontando-se os valores referentes a hipótese em que o benefício será automaticamente
esta habilitação das demais cotas, vedado o cancelado.
pagamento da respectiva cota até o trânsito em Art. 222. Acarreta perda da qualidade de
julgado da respectiva ação, ressalvada a existência beneficiário:
de decisão judicial em contrário. (acrescido pela Medida I - o seu falecimento;
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada II - a anulação do casamento, quando a decisão
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou
III - a cessação da invalidez, em se tratando de
§ 3º deste artigo, o valor retido será corrigido pelos
beneficiário inválido, ou o afastamento da
índices legais de reajustamento e será pago de forma
deficiência, em se tratando de beneficiário com
proporcional aos demais dependentes, de acordo
deficiência, respeitados os períodos mínimos
com as suas cotas e o tempo de duração de seus
decorrentes da aplicação das alíneas a e b do inciso
benefícios. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de
VII do caput deste artigo; (redação dada pela Lei nº 13.846,
de 18/6/2019)

35
VADE MECUM – Agente da PCDF

IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, § 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra
pelo filho ou irmão; (redação dada pela Lei nº 13.135, de contida no inciso III ou os prazos previstos na alínea
17/6/2015) "b" do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; servidor decorrer de acidente de qualquer natureza
VI - a renúncia expressa; e (redação dada pela Medida ou de doença profissional ou do trabalho,
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
independentemente do recolhimento de 18 (dezoito)
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois)
de 17/6/2015) anos de casamento ou de união estável. (acrescido pela
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os Lei nº 13.135, de 17/6/2015)

incisos I a III do caput do art. 217: (acrescido pela Medida § 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do desde que nesse período se verifique o incremento
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês mínimo de um ano inteiro na média nacional única,
subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela Lei para ambos os sexos, correspondente à expectativa
nº 13.135, de 17/6/2015)
de sobrevida da população brasileira ao nascer,
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer
poderão ser fixadas, em números inteiros, novas
sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito)
idades para os fins previstos na alínea "b" do inciso VII
contribuições mensais ou se o casamento ou a união
do caput, em ato do Ministro de Estado do
estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois)
Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o
anos antes do óbito do servidor; (acrescida pela Lei nº
acréscimo na comparação com as idades anteriores
13.135, de 17/6/2015)
ao referido incremento. (acrescido pela Lei nº 13.135, de
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos
17/6/2015)
de acordo com a idade do pensionista na data de
§ 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de
óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito)
Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos
Previdência Social (RGPS) será considerado na
após o início do casamento ou da união estável:
contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos
referidas nas alíneas "a" e "b" do inciso VII do caput.
de idade; (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) § 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data
anos de idade; de seu falecimento, obrigado por determinação
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge,
nove) anos de idade; ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) morte será devida pelo prazo remanescente na data
anos de idade; do óbito, caso não incida outra hipótese de
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 cancelamento anterior do benefício. (acrescido pela
(quarenta e três) anos de idade; Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos 13.846, de 18/6/2019)
de idade. (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) § 6º O beneficiário que não atender à convocação de
§ 1º A critério da administração, o beneficiário de que trata o § 1º deste artigo terá o benefício
pensão cuja preservação seja motivada por invalidez, suspenso, observado o disposto nos incisos I e II do
por incapacidade ou por deficiência poderá ser caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
convocado a qualquer momento para avaliação das 2015. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019,
referidas condições. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009, § 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive
transformado em § 1º e com redação dada pela Lei nº 13.135, de na condição de microempreendedor individual, não
17/6/2015) impede a concessão ou manutenção da cota da
pensão de dependente com deficiência intelectual ou

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VADE MECUM – Agente da PCDF

mental ou com deficiência grave. (acrescido pela Lei nº à conta de recursos da União, autarquia ou fundação
13.846, de 18/6/2019) pública.
§ 8º No ato de requerimento de benefícios SEÇÃO IX - Do Auxílio-Reclusão
previdenciários, não será exigida apresentação de Art. 229. À família do servidor ativo é devido o
termo de curatela de titular ou de beneficiário com auxílio-reclusão, nos seguintes valores:
deficiência, observados os procedimentos a serem I - dois terços da remuneração, quando afastado por
estabelecidos em regulamento. (acrescido pela Lei nº motivo de prisão, em flagrante ou preventiva,
13.846, de 18/6/2019)
determinada pela autoridade competente, enquanto
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de
perdurar a prisão;
beneficiário, a respectiva cota reverterá para os
II - metade da remuneração, durante o afastamento,
cobeneficiários. (redação dada pela Medida Provisória nº 664,
em virtude de condenação, por sentença definitiva, a
de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de 30/12/2014,
em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à data de sua
pena que não determine a perda de cargo.
publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015) § 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o
Art. 224. As pensões serão automaticamente servidor terá direito à integralização da
atualizadas na mesma data e na mesma proporção remuneração, desde que absolvido.
dos reajustes dos vencimentos dos servidores, § 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir
aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. do dia imediato àquele em que o servidor for posto
189. em liberdade, ainda que condicional.
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a § 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-
percepção cumulativa de pensão deixada por mais de reclusão será devido, nas mesmas condições da
um cônjuge ou companheiro ou companheira e de pensão por morte, aos dependentes do segurado
mais de 2 (duas) pensões. (redação dada pela Medida recolhido à prisão. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
CAPÍTULO III - DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
de 17/6/2015) inativo, e de sua família compreende assistência
SEÇÃO VIII - Do Auxílio-Funeral médica, hospitalar, odontológica, psicológica e
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do farmacêutica, terá como diretriz básica o
servidor falecido na atividade ou aposentado, em implemento de ações preventivas voltadas para a
valor equivalente a um mês da remuneração ou promoção da saúde e será prestada pelo Sistema
provento. Único de Saúde - SUS, diretamente pelo órgão ou
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou
será pago somente em razão do cargo de maior mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma
remuneração. de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor
§ 2º (VETADO). despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, privados de assistência à saúde, na forma
à pessoa da família que houver custeado o funeral. estabelecida em regulamento. (redação dada pela Lei nº
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este 11.302, de 10/5/2006)
será indenizado, observado o disposto no artigo § 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja
anterior. exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em ausência de médico ou junta médica oficial, para a
serviço fora do local de trabalho, inclusive no sua realização o órgão ou entidade celebrará,
exterior, as despesas de transporte do corpo correrão preferencialmente, convênio com unidades de
atendimento do sistema público de saúde, entidades

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VADE MECUM – Agente da PCDF

sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, TÍTULO VII


ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. CAPÍTULO ÚNICO - DA CONTRATAÇÃO
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE
§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da PÚBLICO
aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993).
ou entidade promoverá a contratação da prestação Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993).
de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993).
médica especificamente para esses fins, indicando os Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993).
nomes e especialidades dos seus integrantes, com a
TÍTULO VIII
comprovação de suas habilitações e de que não
estejam respondendo a processo disciplinar junto à CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
entidade fiscalizadora da profissão. (acrescido pela Lei nº Art. 236. O Dia do Servidor Público será
9.527, de 10/12/1997) comemorado a vinte e oito de outubro.
§ 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo, Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos
ficam a União e suas entidades autárquicas e Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os
fundacionais autorizadas a: (acrescido pela Lei nº 11.302, de seguintes incentivos funcionais, além daqueles já
10/5/2006)
previstos nos respectivos planos de carreira:
I - celebrar convênios exclusivamente para a
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou
prestação de serviços de assistência à saúde para os
trabalhos que favoreçam o aumento de
seus servidores ou empregados ativos, aposentados,
produtividade e a redução dos custos operacionais;
pensionistas, bem como para seus respectivos
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao
grupos familiares definidos, com entidades de
mérito, condecoração e elogio.
autogestão por elas patrocinadas por meio de
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão
instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e
contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando
possuam autorização de funcionamento do órgão
prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo
regulador, sendo certo que os convênios celebrados
vencido em dia em que não haja expediente.
depois dessa data somente poderão sê-lo na forma
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de
da regulamentação específica sobre patrocínio de
convicção filosófica ou política, o servidor não poderá
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão
ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer
regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da
discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se
vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis
do cumprimento de seus deveres.
aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006;
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006)
termos da Constituição Federal, o direito à livre
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei nº
associação sindical e os seguintes direitos, entre
8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos
outros, dela decorrentes:
e seguros privados de assistência à saúde que
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
possuam autorização de funcionamento do órgão
substituto processual;
regulador; (acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006)
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.302, de 10/5/2006)
ano após o final do mandato, exceto se a pedido;
§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade
despendido pelo servidor ou pensionista civil com
sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e
plano ou seguro privado de assistência à saúde.
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006)
contribuições definidas em assembleia geral da
categoria.
d) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

e) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além estabilidade no serviço público, enquanto não
do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a
suas expensas e constem do seu assentamento integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou
individual. entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a planos de carreira aos quais se encontrem vinculados
companheira ou companheiro, que comprove união os empregos.
estável como entidade familiar. § 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das
município onde a repartição estiver instalada e onde Disposições Constitucionais Transitórias, poderão,
o servidor tiver exercício, em caráter permanente. no interesse da Administração e conforme critérios
estabelecidos em regulamento, ser exonerados
TÍTULO IX
mediante indenização de um mês de remuneração
CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES por ano de efetivo exercício no serviço público
TRANSITÓRIAS E FINAIS
federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico
§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na
instituído por esta Lei, na qualidade de servidores
fonte e na declaração de rendimentos, serão
públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-
considerados como indenizações isentas os
Territórios, das autarquias, inclusive as em regime
pagamentos efetuados a título de indenização
especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei
prevista no parágrafo anterior. (acrescido pela Lei nº 9.527,
nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos de 10/12/1997)
Funcionários Públicos Civis da União, ou pela § 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo disposto no § 7º poderão ser extintos pelo Poder
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto Executivo quando considerados desnecessários.
os contratados por prazo determinado, cujos (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
contratos não poderão ser prorrogados após o Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já
vencimento do prazo de prorrogação. concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei,
§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores ficam transformados em anuênio.
incluídos no regime instituído por esta Lei ficam Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116
transformados em cargos, na data de sua publicação. da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal,
§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas fica transformada em licença-prêmio por
não integrantes de tabela permanente do órgão ou assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
entidade onde têm exercício ficam transformadas Art. 246. (VETADO).
em cargos em comissão, e mantidas enquanto não Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta
for implantado o plano de cargos dos órgãos ou Lei, haverá ajuste de contas com a Previdência
entidades na forma da lei. Social, correspondente ao período de contribuição
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo
exercidas por servidor integrante de quadro ou art. 243. (redação dada pela Lei nº 8.162, de 8/1/1991).
tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a
desta Lei. vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão
§ 4º (VETADO). ou entidade de origem do servidor.
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art.
serventuários da Justiça, remunerados com recursos 231, os servidores abrangidos por esta Lei
da União, no que couber. contribuirão na forma e nos percentuais atualmente

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VADE MECUM – Agente da PCDF

estabelecidos para o servidor civil da União conforme atividade. (Artigo com redação dada pelo Decreto-Lei nº 247, de
regulamento próprio. 28/2/1967)

Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a Art. 5º A precedência entre os integrantes das
satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições classes e séries de classes do Serviço de Polícia
necessárias para a aposentadoria nos termos do Federal e do Serviço Policial Metropolitano, se
inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos estabelece básica e primordialmente pela
Funcionários Públicos Civis da União, Lei nº 1.711, de subordinação funcional.
28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a CAPÍTULO II - DAS DISPOSIÇÕES PECULIARES
vantagem prevista naquele dispositivo. (vetado pelo
Art. 6º A nomeação será feita exclusivamente: (Artigo
Presidente da República e mantido pelo Congresso Nacional, em
com redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 2/3/1970)
19/04/1991).
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
Art. 251. (pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
integrante de classe singular ou inicial de série de
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua
classes condicionada à anterior aprovação em curso
publicação, com efeitos financeiros a partir do
específico da Academia Nacional de Polícia; (Inciso com
primeiro dia do mês subsequente.
redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 2/3/1970)
II - em comissão, quando se tratar de cargo isolado
que em virtude de lei, assim deva ser provido. (Inciso
com redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 2/3/1970)
Art. 7º A nomeação obedecerá a rigorosa ordem de
LEI Nº 4.878/1965 classificação dos candidatos habilitados em curso a
Dispõe sobre o regime jurídico peculiar aos que se tenham submetido na Academia Nacional de
funcionários policiais civis da União e do Polícia.
Distrito Federal. Art. 8º A Academia Nacional de Polícia manterá,
permanentemente, cursos de formação profissional
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
dos candidatos ao ingresso no Departamento
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre as peculiaridades do Federal de Segurança Pública e na Polícia do Distrito
regime jurídico dos funcionários públicos civis da Federal.
União e do Distrito Federal, ocupantes de cargos de Art. 9º São requisitos para matrícula na Academia
atividade policial. Nacional de Polícia:
Art. 2º São policiais civis abrangidos por esta Lei os I - ser brasileiro;
brasileiros legalmente investidos em cargos do II - ter completado dezoito anos de idade;
Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial III - estar no gozo dos direitos políticos;
Metropolitano, previsto no Sistema de Classificação IV - estar quite com as obrigações militares;
de Cargos aprovado pela Lei nº 4.483, de 16 de V - ter procedimento irrepreensível e idoneidade
novembro de 1964, com as alterações constantes da moral inatacável, avaliados segundo normas
Lei nº 4.813, de 25 de outubro de 1965. baixadas pela Direção Geral do Departamento de
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, é Polícia Federal. (Inciso com redação dada pela Lei nº 6.974, de
considerado funcionário policial o ocupante de cargo 14/12/1981)
em comissão ou função gratificada com atribuições e VI - gozar de boa saúde, física e psíquica,
responsabilidades de natureza policial. comprovada em inspeção médica;
Art. 3º O exercício de cargos de natureza policial é VII - possuir temperamento adequado ao exercício da
privativo dos funcionários abrangidos por esta Lei. função policial, apurado em exame psicotécnico
Art. 4º A função policial, fundada na hierarquia e na realizado pela Academia Nacional de Polícia;
disciplina, é incompatível com qualquer outra VIII - ter sido habilitado previamente em concurso
público de provas ou de provas e títulos.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 1º A prova da condição prevista no item IV deste encaminhará ao órgão de pessoal relatório sucinto
artigo não será exigida da candidata ao ingresso na sobre o comportamento do estagiário.
Polícia Feminina. Art. 14. Sem prejuízo da remessa prevista no
§ 2º Será demitido, mediante processo disciplinar parágrafo único do artigo anterior, o responsável
regular, o funcionário policial que, para ingressar no pela repartição ou serviço em que sirva funcionário
Departamento Federal de Segurança Pública e na policial sujeito a estágio probatório, seis meses antes
Polícia do Distrito Federal, omitiu fato que da terminação deste, informará reservadamente ao
impossibilitaria a sua matrícula na Academia órgão de pessoal sobre o funcionário, tendo em vista
Nacional de Polícia. os requisitos previstos em lei.
Art. 10. São competentes para dar posse: Art. 15. As promoções serão realizadas em 21 de abril
I - o Diretor-Geral do Departamento Federal de e 28 de outubro de cada ano, desde que verificada a
Segurança Pública, ao Chefe de seu Gabinete, ao existência de vaga e haja funcionários em condições
Corregedor, aos Delegados Regionais e aos diretores de a ela concorrer.
e chefes de serviço que lhe sejam subordinados; Art. 16. Para a promoção por merecimento é
II - o Diretor da Divisão de Administração do mesmo requisito necessário a aprovação em curso da
Departamento, nos demais casos; Academia Nacional de Polícia correspondente à
III - o Secretário de Segurança Pública do Distrito classe imediatamente superior àquela a que pertence
Federal, ao Chefe de seu Gabinete e aos Diretores o funcionário.
que lhe sejam subordinados; Art. 17. O órgão competente organizará para cada
IV - o Diretor da Divisão de Serviços Gerais da Polícia vaga a ser provida por merecimento uma lista não
do Distrito Federal, nos demais casos. excedente de três candidatos.
Parágrafo único. O Diretor-Geral do Departamento Art. 18. O funcionário policial, ocupante de cargo de
Federal de Segurança Pública, o Secretário de classe singular ou final de série de classes, poderá ter
Segurança Pública do Distrito Federal e o Diretor da acesso à classe inicial de séries afins, de nível mais
Divisão de Administração do referido Departamento elevado, de atribuições correlatas porém mais
poderão delegar competência para dar posse. complexas.
Art. 11. O funcionário policial não poderá afastar-se § 1º A nomeação por acesso, além das exigências
de sua repartição para ter exercício em outra ou legais e das qualificações em cada caso, obedecerá a
prestar serviços ao Poder Legislativo ou a qualquer provas práticas que compreendam tarefas típicas
Estado da Federação, salvo quando se tratar de relativas ao exercício do novo cargo e, quando
atribuição inerente à do seu cargo efetivo e mediante couber, à ordem de classificação em concurso de
expressa autorização do Presidente da República ou títulos que aprecie a experiência profissional, ou em
do Prefeito do Distrito Federal, quando integrante da curso específico de formação profissional, ambos
Polícia do Distrito Federal. realizados pela Academia Nacional de Polícia.
Art. 12. A frequência aos cursos de formação § 2º As linhas de acesso estão previstas nos Anexos IV
profissional da Academia Nacional de Polícia para dos Quadros de Pessoal do Departamento Federal de
primeira investidura em cargo de atividade policial é Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal,
considerada de efetivo exercício para fins de aprovados pela Lei nº 4.483, de 16 de novembro de
aposentadoria. 1964.
Art. 13. Estágio probatório é o período de dois anos Art. 19. As nomeações por acesso abrangerão
de efetivo exercício do funcionário policial, durante o metade das vagas existentes na respectiva classe,
qual se apurarão os requisitos previstos em lei. ficando a outra metade reservada aos provimentos
Parágrafo único. Mensalmente, o responsável pela na forma prevista no artigo 6º desta Lei. (“Caput” do
repartição ou serviço, em que esteja lotado artigo com redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 2/3/1970)

funcionário policial sujeito a estágio probatório, Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 5.800, de 1/9/1972)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 20. O funcionário policial que, § 3º Ressalvado o magistério na Academia Nacional


comprovadamente, se revelar inapto para o exercício de Polícia e a prática profissional em
da função policial, sem causa que justifique a sua estabelecimento hospitalar, para os ocupantes de
demissão ou aposentadoria, será readaptado em cargos da série de classes de Médicos Legistas, ao
outro cargo mais compatível com a sua capacidade, funcionário policial é vedado exercer outra atividade,
sem decesso nem aumento de vencimento. qualquer que seja a forma de admissão, remunerada
Parágrafo único. A readaptação far-se-á mediante a ou não, em entidade pública ou empresa privada.
transformação do cargo exercido em outro mais (Parágrafo acrescido pela Lei nº 5.640, de 3/12/1970)

compatível com a capacidade física ou intelectual e Art. 24. O regime de dedicação integral obriga o
vocação. funcionário policial à prestação, no mínimo, de 200
Art. 21. O funcionário policial não poderá ser (duzentas) horas mensais de trabalho.
obrigado a interromper as suas férias, a não ser em Art. 25. A gratificação de função policial não será
virtude de emergente necessidade da segurança paga enquanto o funcionário policial deixar de
nacional ou manutenção da ordem, mediante perceber o vencimento do cargo em virtude de
convocação da autoridade competente. licença ou outro afastamento, salvo quando
§ 1º Na hipótese prevista neste artigo, in fine, o investido em cargo em comissão ou função
funcionário terá direito a gozar o período restante gratificada com atribuições e responsabilidades de
das férias em época oportuna. natureza policial, hipótese em que continuará a
§ 2º Ao entrar em férias, o funcionário comunicará ao perceber a gratificação na base do vencimento do
chefe imediato o seu provável endereço, dando-lhe cargo efetivo.
ciência, durante o período, de suas eventuais Art. 26. A gratificação de função policial incorporar-
mudanças. se-á aos proventos da aposentadoria à razão de 1/30
(um trinta avos) do seu valor por ano de efetivo
CAPÍTULO III - DAS VANTAGENS ESPECÍFICAS
exercício de atividade estritamente policial.
Art. 22. O funcionário policial fará jus ainda às Parágrafo único. Para os efeitos da incorporação de
seguintes vantagens: que trata este artigo, levar-se-á em conta também o
I - Gratificação de função policial; tempo de efetivo exercício em atividade
II - Auxílio para moradia. estritamente policial, anterior à data da concessão ao
Art. 23. O policial fará jus à gratificação de função funcionário da vantagem prevista no artigo 23.
policial por ficar, compulsoriamente, (Parágrafo acrescido pelo Decreto-Lei nº 475, de 24/2/1969)
incompatibilizado para o desempenho de qualquer Art. 27. O funcionário policial casado, quando lotado
outra atividade, pública ou privada, e em razão dos em Delegacia Regional, terá direito a auxílio para
riscos à que está sujeito. (“Caput” do artigo com redação moradia correspondente a 10% (dez por cento) do
dada pela Lei nº 5.640, de 3/12/1970) seu vencimento mensal.
§ 1º A gratificação a que se refere este artigo será Parágrafo único. O auxílio previsto neste artigo será
calculada, percentualmente, sobre o vencimento do pago ao funcionário policial até completar 5 (cinco)
cargo efetivo do policial, na forma a ser fixada pelo anos na localidade em que, por necessidade de
Presidente da República. (Parágrafo com redação dada pela serviço, nela deva residir, e desde que não disponha
Lei nº 5.640, de 3/12/1970)
de moradia própria.
§ 2º Quando se tratar de ocupante de cargo ou
Art. 28. Quando o funcionário policial, de que trata o
função de direção, chefia ou assessoramento com
artigo anterior, ocupar imóvel sob a responsabilidade
atribuições e responsabilidades de natureza policial,
do órgão em que servir, 20% (vinte por cento) do
a gratificação será calculada sobre o valor do símbolo
valor do auxílio previsto no artigo anterior serão
do cargo em comissão ou da função gratificada.
recolhidos como receita da União e o restante,
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 5.640, de 3/12/1970)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

empregado conforme for estabelecido pelo referido e artigos correlatos, não se beneficiarão de reduções,
órgão de acordo com as suas peculiaridades. devendo ser feitas pelo justo valor do material
Art. 29. Quando o funcionário policial ocupar imóvel aplicado ou da peça fornecida.
de outra entidade, a importância referida no artigo Art. 35. Para os efeitos da prestação de assistência
28 terá o seguinte destino: médico-hospitalar, consideram-se pessoas da família
a) a importância correspondente ao aluguel, do funcionário policial, desde que vivam às suas
recolhida ao órgão responsável pelo imóvel; expensas e em sua companhia:
b) o restante, empregado na forma estabelecida no a) o cônjuge;
artigo anterior, in fine. b) os filhos solteiros, menores de dezoito anos ou
Art. 30. Esgotado o prazo previsto no parágrafo inválidos e, bem assim, as filhas ou enteadas,
único do artigo 27, o funcionário que continuar solteiras, viúvas ou desquitadas;
ocupando imóvel de responsabilidade da repartição c) os descendentes órfãos, menores ou inválidos;
em que servir indenizá-la-á da importância d) os ascendentes sem economia própria;
correspondente ao auxílio para moradia. e) os menores que, em virtude de decisão judicial,
Parágrafo único. Se a ocupação for de imóvel forem entregues à sua guarda;
pertencente a outro órgão o funcionário indeniza-la- f) os irmãos menores e órfãos, sem arrimo.
á pelo aluguel correspondente. Parágrafo único. Continuarão compreendidos nas
disposições deste capítulo a viúva do policial,
CAPÍTULO IV - DA ASSISTÊNCIA MÉDICO-
HOSPITALAR enquanto perdurar a viuvez, e os demais
dependentes mencionados nas letras "b" a "f", desde
Art. 31. A assistência médico-hospitalar
que vivam sob a responsabilidade legal da viúva.
compreenderá:
Art. 36. Os recursos para a assistência de que trata
a) assistência médica contínua, dia e noite, ao policial
este capítulo provirão das dotações consignadas no
enfermo, acidentado ou ferido, que se encontre
Orçamento Geral da União e do pagamento das
hospitalizado;
indenizações referidas no artigo 34.
b) assistência médica ao policial ou sua família,
através de laboratórios, policlínicas, gabinetes CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
odontológicos, pronto-socorro e outros serviços SOBRE APOSENTADORIA
assistenciais. Art. 37. O funcionário policial será aposentado
Art. 32. A assistência médico-hospitalar será compulsoriamente aos 65 (sessenta e cinco) anos de
prestada pelos serviços médicos dos órgãos a que idade, qualquer que seja a natureza dos serviços
pertença ou tenha pertencido o policial, dentro dos prestados.
recursos próprios colocados à disposição deles. Art. 38. O provento do policial inativo será revisto
Art. 33. O funcionário policial terá hospitalização e sempre que ocorrer:
tratamento por conta do Estado quando acidentado a) modificação geral dos vencimentos dos
em serviço ou acometido de doença profissional. funcionários policiais civis em atividade; ou
Art. 34. O funcionário policial em atividade, b) reclassificação do cargo que o funcionário policial
excetuado o disposto no artigo anterior, o inativo ocupava ao aposentar-se.
aposentado e, bem assim, as pessoas de sua família, Art. 39. O funcionário policial, quando aposentado
indenizarão, no todo ou em parte, a assistência em virtude de acidente em serviço ou doença
médico-hospitalar que lhes for prestada, de acordo profissional, ou quando acometido das doenças
com as normas e tabelas que forem aprovadas. especificadas no artigo 178, item III, da Lei nº 1.711,
Parágrafo único. As indenizações por trabalhos de de 28 de outubro de 1952, incorporará aos proventos
prótese dentária, ortodontia, obturações, bem como de inatividade a gratificação de função policial no
pelo fornecimento de aparelhos ortopédicos, óculos valor que percebia ao aposentar-se.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

pena de repreensão, agravada em caso de


reincidência.
CAPÍTULO VI - DA PRISÃO ESPECIAL
Art. 43. São transgressões disciplinares:
Art. 40. Preso preventivamente, em flagrante ou em
I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e
virtude de pronúncia, o funcionário policial,
atos da administração pública, qualquer que seja o
enquanto não perder a condição de funcionário,
meio empregado para esse fim;
permanecerá em prisão especial, durante o curso da
II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou
ação penal e até que a sentença transite em julgado.
televisionada, fatos ocorridos na repartição,
§ 1º O funcionário policial nas condições deste artigo
propiciar-lhes a divulgação, bem como referir-se
ficará recolhido a sala especial da repartição em que
desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e
sirva, sob a responsabilidade do seu dirigente, sendo-
atos da administração;
lhe defeso exercer qualquer atividade funcional, ou
III - promover manifestação contra atos da
sair da repartição sem expressa autorização do Juízo
administração ou movimentos de apreço ou
a cuja disposição se encontre.
desapreço a quaisquer autoridades;
§ 2º Publicado no Diário Oficial o decreto de
IV - indispor funcionários contra os seus superiores
demissão, será o ex-funcionário encaminhado, desde
hierárquicos ou provocar, velada ou ostensivamente,
logo, a estabelecimento penal, onde permanecerá
animosidade entre os funcionários;
em sala especial, sem qualquer contato com os
V - deixar de pagar, com regularidade, as pensões a
demais presos não sujeitos ao mesmo regime, e, uma
que esteja obrigado em virtude de decisão judicial;
vez condenado, cumprirá a pena que lhe tenha sido
VI - deixar, habitualmente, de saldar dívidas
imposta, nas condições previstas no parágrafo
legítimas;
seguinte.
VII - manter relações de amizade ou exibir-se em
§ 3º Transitada em julgado a sentença condenatória,
público com pessoas de notórios e desabonadores
será o funcionário encaminhado a estabelecimento
antecedentes criminais, sem razão de serviço;
penal, onde cumprirá a pena em dependência isolada
VIII - praticar ato que importe em escândalo ou que
dos demais presos não abrangidos por esse regime,
concorra para comprometer a função policial;
mas sujeito, como eles, ao mesmo sistema disciplinar
IX - receber propinas, comissões, presentes ou auferir
e penitenciário.
vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie
§ 4º Ainda que o funcionário seja condenado às penas
e, sob qualquer pretexto, em razão das atribuições
acessórias dos itens I e II do Artigo 68 do Código
que exerce;
Penal, cumprirá a pena em dependência isolada dos
X - retirar, sem prévia autorização da autoridade
demais presos, na forma do parágrafo anterior.
competente, qualquer documento ou objeto da
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.364, de 4/10/1976)
repartição;
CAPÍTULO VII - DOS DEVERES E DAS XI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
TRANSGRESSÕES casos previstos em lei, o desempenho de encargo
Art. 41. Além do enumerado no artigo 194 da Lei nº que lhe competir ou aos seus subordinados;
1.711, de 28 de outubro de 1952, é dever do XII - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado,
funcionário policial frequentar com assiduidade, para de obter proveito de natureza político-partidária,
fins de aperfeiçoamento e atualização de para si ou terceiros;
conhecimentos profissionais, curso instituído XIII - participar da gerência ou administração de
periodicamente pela Academia Nacional de Polícia, empresa, qualquer que seja a sua natureza;
em que seja compulsoriamente matriculado. XIV - exercer o comércio ou participar de sociedade
Art. 42. Por desobediência ou falta de cumprimento comercial, salvo como acionista, cotista ou
dos deveres o funcionário policial será punido com a comanditário;
XV - praticar a usura em qualquer de suas formas;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XVI - pleitear, como procurador ou intermediário, XXXII - abandonar o serviço para o qual tenha sido
junto a repartições públicas, salvo quando se tratar designado;
de percepção de vencimentos, vantagens e XXXIII - não se apresentar, sem motivo justo, ao fim
proventos de parentes até segundo grau civil; de licença, para o trato de interesses particulares,
XVII - faltar à verdade no exercício de suas funções, férias ou dispensa de serviço, ou, ainda, depois de
por malícia ou má-fé; saber que qualquer delas foi interrompida por ordem
XVIII - utilizar-se do anonimato para qualquer fim; superior;
XIX - deixar de comunicar, imediatamente, à XXXIV - atribuir-se a qualidade de representante de
autoridade competente faltas ou irregularidades que qualquer repartição do Departamento Federal de
haja presenciado ou de que haja tido ciência; Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal, ou
XX - deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de seus dirigentes, sem estar expressamente
de suas atribuições, as leis e os regulamentos; autorizado;
XXI - deixar de comunicar à autoridade competente, XXXV - contrair dívida ou assumir compromisso
ou a quem a esteja substituindo, informação que superior às suas possibilidades financeiras,
tiver sobre iminente perturbação da ordem pública, comprometendo o bom nome da repartição;
ou da boa marcha de serviço, tão logo disso tenha XXXVI - frequentar, sem razão de serviço, lugares
conhecimento; incompatíveis com o decoro da função policial;
XXII - deixar de informar com presteza os processos XXXVII - fazer uso indevido da arma que lhe haja sido
que lhe forem encaminhados; confiada para o serviço;
XXIII - dificultar ou deixar de levar ao conhecimento XXXVIII - maltratar preso sob sua guarda ou usar de
de autoridade competente, por via hierárquica e em violência desnecessária no exercício da função
24 (vinte e quatro) horas, parte, queixa, policial;
representação, petição, recurso ou documento que XXXIX - permitir que presos conservem em seu poder
houver recebido, se não estiver na sua alçada resolvê- instrumentos com que possam causar danos nas
lo; dependências a que estejam recolhidos, ou produzir
XXIV - negligenciar ou descumprir a execução de lesões em terceiros;
qualquer ordem legítima; XL - omitir-se no zelo da integridade física ou moral
XXV - apresentar maliciosamente, parte, queixa ou dos presos sob a sua guarda;
representação; XLI - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de
XXVI - aconselhar ou concorrer para não ser decisão ou ordem judicial, bem como criticá-las;
cumprida qualquer ordem de autoridade XLII - dirigir-se ou referir-se a superior hierárquico de
competente, ou para que seja retardada a sua modo desrespeitoso;
execução; XLIII - publicar, sem ordem expressa da autoridade
XXVII - simular doença para esquivar-se ao competente, documentos oficiais, embora não
cumprimento de obrigação; reservados, ou ensejar a divulgação do seu conteúdo,
XXVIII - provocar a paralisação, total ou parcial, do no todo ou em parte;
serviço policial, ou dela participar; XLIV - dar-se ao vício da embriaguez;
XXIX - trabalhar mal, intencionalmente ou por XLV - acumular cargos públicos, ressalvadas as
negligência; exceções previstas na Constituição;
XXX - faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar XLVI - deixar, sem justa causa, de submeter-se a
de participar, com antecedência, à autoridade a que inspeção médica determinada por lei ou pela
estiver subordinado, a impossibilidade de autoridade competente;
comparecer à repartição, salvo motivo justo; XLVII - deixar de concluir, nos prazos legais, sem
XXXI - permutar o serviço sem expressa permissão da motivo justo, inquéritos policiais ou disciplinares, ou,
autoridade competente; quanto a estes últimos, como membro da respectiva

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VADE MECUM – Agente da PCDF

comissão, negligenciar no cumprimento das LXIII - atentar, com abuso de autoridade ou


obrigações que lhe são inerentes; prevalecendo-se dela, contra a inviolabilidade de
XLVIII - prevalecer-se, abusivamente, da condição de domicílio.
funcionário policial;
CAPÍTULO VIII - DAS PENAS DISCIPLINARES
XLIX - negligenciar a guarda de objetos pertencentes
Art. 44. São penas disciplinares:
à repartição e que, em decorrência da função ou para
I - repreensão;
o seu exercício, lhe tenham sido confiados,
II - suspensão;
possibilitando que se danifiquem ou extraviem;
III - multa;
L - dar causa, intencionalmente, ao extravio ou
IV - detenção disciplinar;
danificação de objetos pertencentes à repartição e
V - destituição de função;
que, para os fins mencionados no item anterior,
VI - demissão;
estejam confiados à sua guarda;
VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
LI - entregar-se à prática de vícios ou atos
Art. 45. Na aplicação das penas disciplinares serão
atentatórios aos bons costumes;
considerados:
LII - indicar ou insinuar nome de advogado para
I - a natureza da transgressão, sua gravidade e as
assistir pessoa que se encontre respondendo a
circunstâncias em que foi praticada;
processo ou inquérito policial;
II - os danos dela decorrentes para o serviço público;
LIII - exercer, a qualquer título, atividade pública ou
III - a repercussão do fato;
privada, profissional ou liberal, estranha à de seu
IV - os antecedentes do funcionário;
cargo;
V - a reincidência.
LIV - lançar em livros oficiais de registro anotações,
Parágrafo único. É causa agravante da falta
queixas, reivindicações ou quaisquer outras matérias
disciplinar o haver sido praticada em concurso com
estranhas à finalidade deles;
dois ou mais funcionários.
LV - adquirir, para revenda, de associações de classe
Art. 46. A pena de repreensão será sempre aplicada
ou entidades beneficentes em geral, gêneros ou
por escrito nos casos em que, a critério da
quaisquer mercadorias;
Administração, a transgressão seja considerada de
LVI - impedir ou tornar impraticável, por qualquer
natureza leve, e deverá constar do assentamento
meio, na fase do inquérito policial e durante o
individual do funcionário.
interrogatório do indiciado, mesmo ocorrendo
Parágrafo único. Serão punidas com a pena de
incomunicabilidade, a presença de seu advogado;
repreensão as transgressões disciplinares previstas
LVII - ordenar ou executar medida privativa da
nos itens V, XVII, XIX, XXII, XXIII, XXIV, XXV, XLIX e
liberdade individual, sem as formalidades legais, ou
LIV do artigo 43 desta Lei.
com abuso de poder;
Art. 47. A pena de suspensão, que não excederá de
LVIII - submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a
noventa dias, será aplicada em caso de falta grave ou
vexame ou constrangimento não autorizado em lei;
reincidência.
LIX - deixar de comunicar imediatamente ao Juiz
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, são de
competente a prisão em flagrante de qualquer
natureza grave as transgressões disciplinares
pessoa;
previstas nos itens I, II, III, VI, VII, VIII, X, XVIII, XX, XXI,
LX - levar à prisão e nela conservar quem quer que se
XXVI, XXVII, XXIX, XXX, XXXI XXXII, XXXIII, XXXIV,
proponha a prestar fiança permitida em lei;
XXXV, XXXVII, XXXIX, XLI, XLII, XLVI, XLVII, LVI, LVII,
LXI - cobrar carceragem, custas, emolumentos ou
LIX, LX e LXIII do art. 43 desta Lei.
qualquer outra despesa que não tenha apoio em lei;
Art. 48. A pena de demissão, além dos casos
LXII - praticar ato lesivo da honra ou do patrimônio
previstos na Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952,
da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio
será também aplicada quando se caracterizar:
de poder, ou sem competência legal;

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I - crimes contra os costumes e contra o patrimônio, I - o Presidente da República, nos casos de demissão
que, por sua natureza e configuração, sejam e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de
considerados como infamantes, de modo a funcionário policial do Departamento Federal de
incompatibilizar o servidor para o exercício da função Segurança Pública;
policial. II - o Prefeito do Distrito Federal, nos casos previstos
II - transgressão dos itens IV, IX, XI, XII, XIII, XIV, XV, no item anterior quando se tratar de funcionário
XVI, XXVIII, XXXVI, XXXVIII, XL, XLIII, XLIV, XLV, policial da Polícia do Distrito Federal;
XLVIII, L, LI, LII, LIII, LV, LVIII, LXI e LXII do art. 43 III - o Ministro da Justiça e Negócios Interiores ou o
desta Lei. Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal,
§ 1º Poderá ser, ainda, aplicada a pena de demissão, respectivamente, nos casos de suspensão até
ocorrendo contumácia na prática de transgressões noventa dias;
disciplinares. IV - o Diretor-Geral do Departamento Federal de
§ 2º A aplicação de penalidades pelas transgressões Segurança Pública, no caso de suspensão até
disciplinares constantes desta Lei não exime o sessenta dias;
funcionário da obrigação de indenizar a União pelos V - os diretores dos órgãos centrais do Departamento
prejuízos causados. Federal de Segurança Pública e da Polícia do Distrito
Art. 49. Tendo em vista a natureza da transgressão e Federal, os Delegados Regionais e os titulares das
o interesse do Serviço Púbico, a pena de suspensão Zonas Policiais, no caso de suspensão até trinta dias;
até 30 (trinta) dias poderá ser convertida em VI - os diretores de Divisões e Serviços do
detenção disciplinar até 20 (vinte) dias, mediante Departamento Federal de Segurança Pública e da
ordem por escrito do Diretor-Geral do Departamento Polícia do Distrito Federal, no caso de suspensão até
Federal de Segurança Pública ou dos Delegados dez dias;
Regionais, nas respectivas jurisdições, ou do VII - a autoridade competente para a designação, no
Secretário de Segurança Pública, na Polícia do caso de destituição de função;
Distrito Federal. VIII - as autoridades referidas nos itens III a VII, no
Parágrafo único. A detenção disciplinar, que não caso de repreensão.
acarreta a perda dos vencimentos, será cumprida:
CAPÍTULO X - DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
I - na residência do funcionário, quando não exceder
Art. 51. A suspensão preventiva, que não excederá
de 48 (quarenta e oito) horas;
de noventa dias, será ordenada pelo Diretor-Geral do
II - em sala especial, na sede do Departamento
Departamento Federal de Segurança Pública ou pelo
Federal de Segurança Pública ou na Polícia do
Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal,
Distrito Federal, quando se tratar de ocupante de
conforme o caso, desde que o afastamento do
cargo em comissão ou função gratificada ou
funcionário policial seja necessário, para que este
funcionário ocupante de cargo para cujo ingresso ou
não venha a influir na apuração da transgressão
desempenho seja exigido diploma de nível
disciplinar.
universitário;
Parágrafo único. Nas faltas em que a pena aplicável
III - em sala especial na Delegacia Regional, quando
seja a de demissão, o funcionário poderá ser afastado
se tratar de funcionário nela lotado;
do exercício de seu cargo, em qualquer fase do
IV - em sala especial da repartição, nos demais casos.
processo disciplinar, até decisão final.
CAPÍTULO IX - DA COMPETÊNCIA PARA
IMPOSIÇÃO DE PENALIDADES CAPÍTULO XI - DO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 50. Para imposição de pena disciplinar são Art. 52. A autoridade que tiver ciência de qualquer
competentes: irregularidade ou transgressão a preceitos
disciplinares é obrigada a providenciar a imediata

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apuração em processo disciplinar, no qual será § 1º Os membros das Comissões Permanentes de


assegurada ampla defesa. Disciplina terão o mandato de seis meses,
Art. 53. Ressalvada a iniciativa das autoridades que prorrogável pelo tempo necessário à ultimação dos
lhe são hierarquicamente superiores, compete ao processos disciplinares que se encontrem em fase de
Diretor-Geral do Departamento Federal de indiciação, cabendo o estudo dos demais aos novos
Segurança Pública, ao Secretário de Segurança membros que foram designados.
Pública do Distrito Federal e aos Delegados § 2º O disposto no parágrafo anterior não constitui
Regionais nos Estados, a instauração do processo impedimento para a recondução de membro de
disciplinar. Comissão Permanente de Disciplina.
§ 1º Promoverá o processo disciplinar uma Comissão Art. 56. A publicação da portaria de instauração do
Permanente de Disciplina, composta de três processo disciplinar em Boletim de Serviço, quando
membros de preferência bacharéis em Direito, indicar o funcionário que praticou a transgressão
designada pelo Diretor-Geral do Departamento sujeita a apuração, importará na sua notificação para
Federal de Segurança Pública ou pelo Secretário de acompanhar o processo em todos os seus trâmites,
Segurança Pública do Distrito Federal, conforme o por si ou por defensor constituído, se assim o
caso. entender.
§ 2º Haverá até três Comissões Permanentes de Art. 57. Na hipótese de autuação em flagrante do
Disciplina na sede do Departamento Federal de funcionário policial como incurso em qualquer dos
Segurança Pública e na da Polícia do Distrito Federal crimes referidos no artigo 48 e seu item I, a
e uma em cada Delegacia Regional. autoridade que presidir o ato encaminhará, dentro de
§ 3º Caberá ao Diretor-Geral do Departamento vinte e quatro horas, à autoridade competente para
Federal de Segurança Pública a designação dos determinar a instauração do processo disciplinar,
membros das Comissões Permanentes de Disciplina traslado das peças comprovadoras da materialidade
na sede da repartição e nas Delegacias Regionais do fato e sua autoria.
mediante indicação dos respectivos Delegados § 1º Recebidas as peças de que trata este artigo, a
Regionais. autoridade procederá na forma prevista no art. 54,
§ 4º Ao Secretário de Segurança Pública do Distrito item I, desta Lei. (Parágrafo único transformado em § 1º com
Federal compete designar as Comissões redação dada pela Medida Provisória nº 2.184-23, de 24/8/2001)

Permanentes de Disciplina da Polícia do Distrito § 2º As sanções civis, penais e disciplinares poderão


Federal. cumular-se, sendo independentes entre si. (Parágrafo
acrescido pela Medida Provisória nº 2.184-23, de 24/8/2001)
Art. 54. A autoridade competente para determinar a
§ 3º A responsabilidade administrativa do servidor
instauração de processo disciplinar:
será afastada no caso de absolvição criminal que
I - remeterá, em três vias, com o respectivo ato, à
negue a existência do fato ou sua autoria. (Parágrafo
Comissão Permanente de Disciplina de que trata o §
acrescido pela Medida Provisória nº 2.184-23, de 24/8/2001)
1º do artigo anterior, os elementos que
§ 4º A suspensão preventiva de que trata o parágrafo
fundamentaram a decisão;
único do art. 51 é obrigatória quando se tratar de
II - providenciará a instauração do inquérito policial
transgressões aos incisos IX, XII, XVI, XXVIII, XXXVIII,
quando o fato possa ser configurado como ilícito
XL, XLVIII, LI, LVIII e LXII do art. 43, ou no caso de
penal.
recebimento de denúncia pelos crimes previstos nos
Art. 55. Enquanto integrarem as Comissões
arts. 312, caput , 313, 316, 317 e seu § 1º, e 318 do
Permanentes de Disciplina, seus membros ficarão à
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
disposição do respectivo Conselho de Polícia e
(Código Penal). (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº
dispensados do exercício das atribuições e 2.184-23, de 24/8/2001)
responsabilidades de seus cargos.
CAPÍTULO XII - DOS CONSELHOS DE POLÍCIA

48
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 58. Os Conselhos de Polícia, levando em conta a Art. 64. Os funcionários do Quadro de Pessoal do
repercussão do fato, ou suas circunstâncias, poderão, Departamento Federal de Segurança Pública
por convocação de seu Presidente, apreciar as ocupantes de cargos não incluídos no Serviço de
transgressões disciplinares passíveis de punição com Polícia Federal, quando removidos ex officio, farão jus
as penas de repreensão, suspensão até trinta dias e ao auxílio previsto no art. 22, item II, nas mesmas
detenção disciplinar até vinte dias. bases e condições fixadas para o funcionário policial
Parágrafo único. No ato de convocação, o Presidente civil.
do Conselho designará um de seus membros para Art. 65. O disposto no Capítulo IV desta Lei é
relator da matéria. extensivo a todos os funcionários do Quadro de
Art. 59. O funcionário policial será convocado, Pessoal do Departamento Federal de Segurança
através do Boletim de Serviço, a comparecer perante Pública e respectivas famílias.
o Conselho para, em dia e hora previamente Art. 66. É vedada a remoção ex officio do funcionário
designados e após a leitura do relatório, apresentar policial que esteja cursando a Academia Nacional de
razões de defesa. Polícia, desde que a sua movimentação impossibilite
Art. 60. Após ouvir as razões do funcionário, o a frequência no curso em que esteja matriculado.
Conselho, pela maioria ou totalidade de seus Art. 67. O funcionário policial poderá ser removido:
membros, concluirá pela procedência ou não da I - Ex officio;
transgressão, deliberará sobre a penalidade a ser II - A pedido;
aplicada e, finalmente, o Presidente proferirá a III - Por conveniência da disciplina.
decisão final. § 1º Nas hipóteses previstas nos itens II e III deste
Parágrafo único. Votará em primeiro lugar o relator artigo, o funcionário não fará jus a ajuda de custo.
do processo e por último o Presidente do órgão, § 2º A remoção ex officio do funcionário policial, salvo
assegurado a este o direito de veto às deliberações imperiosa necessidade do serviço devidamente
do Conselho. justificada, só poderá efetivar-se após dois anos, no
mínimo, de exercício em cada localidade.
CAPÍTULO XIII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 68. Não são considerados herança os
Art. 61. O dia 21 de abril será consagrado ao
vencimentos e vantagens devidos ao funcionário
Funcionário Policial Civil.
falecido, os quais serão pagos, independentemente
Art. 62. Aos funcionários do Serviço de Polícia
de ordem judicial, à viúva ou, na sua falta, aos
Federal e do Serviço Policial Metropolitano aplicam-
legítimos herdeiros daquele.
se as disposições da legislação relativa ao
Art. 69. Será concedido transporte à família do
funcionalismo civil da União no que não colidirem
funcionário policial falecido no desempenho de
com as desta Lei.
serviço fora da sede de sua repartição.
Parágrafo único. Os funcionários dos quadros de
Parágrafo único. A família do funcionário falecido em
pessoal do Departamento Federal de Segurança
serviço na sede de sua repartição terá direito, dentro
Pública e da Polícia do Distrito Federal ocupantes de
de seis meses após o óbito, a transporte para a
cargos não integrantes do Serviço de Polícia Federal
localidade do território nacional em que fixar
e do Serviço Policial Metropolitano, continuarão
residência.
subordinados integralmente ao regime jurídico
instituído pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952. CAPÍTULO XIV - DAS DISPOSIÇÕES
Art. 63. O disposto nesta Lei aplica-se aos TRANSITÓRIAS
funcionários que, enquadrados no Serviço Policial de Art. 70. A competência atribuída por esta Lei ao
que trata a Lei nº 3.780, de 10 de julho de 1960 e Prefeito do Distrito Federal e ao Secretário de
transferidos para a Administração do Estado da Segurança Pública do Distrito Federal será exercida,
Guanabara, retornaram ao Serviço Público Federal. em relação à Polícia do Distrito Federal,

49
VADE MECUM – Agente da PCDF

respectivamente, pelo Presidente da República e


pelo Chefe de Polícia do Distrito Federal, até 31 de
janeiro de 1966.
Art. 71. Ressalvado o disposto no art. 11 desta Lei, os
funcionários do Departamento Federal de Segurança
Pública e da Polícia do Distrito Federal, que se
encontrem à disposição de outros órgãos, deverão
retornar ao exercício de seus cargos no prazo
máximo de trinta dias, contados da publicação desta
Lei.
Art. 72. O Poder Executivo, no prazo de noventa dias,
contados da publicação desta Lei, baixará por
decreto o Regulamento-Geral do Pessoal do
Departamento Federal de Segurança Pública,
consolidando as disposições desta Lei com as da Lei
número 1.711, de 28 de outubro de 1952, e legislação
posterior relativa a pessoal.
Art. 73. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação (03/12/1965).

50
VADE MECUM – Agente da PCDF

DECRETO-LEI Nº 2.266/1985 § 2º Os atuais ocupantes da classe especial das


Dispõe sobre a criação da Carreira Policial categorias funcionais de nível superior e médio serão
Civil do Distrito Federal e seus cargos, fixa os matriculados nos referidos cursos, por ordem de
valores de seus vencimentos e dá outras antiguidade.
Art. 8º Ao servidor que completar com
providências.
Art. 1º Fica criada, no Quadro de Pessoal do Distrito aproveitamento os cursos de formação profissional e
os mencionados no artigo precedente, realizados
Federal, a Carreira Policial Civil, composta de cargos
de Delegado de Polícia, Médico-Legista, Perito pela Academia de Polícia Civil da Secretaria de
Criminal, Escrivão de Polícia, Agente de Polícia, Segurança Pública do Distrito Federal, será atribuída
Datiloscopista Policial e Agente Penitenciário, Indenização de Habilitação Policial Civil, com os
conforme o Anexo I deste Decreto-Lei com os percentuais calculados sobre o vencimento básico
correspondente, na forma seguinte:
encargos previstos em legislação específica.
Art. 2º As atuais classes integrantes das categorias I - 10% (dez por cento) - Curso de Formação Policial
Profissional;
funcionais do Grupo Polícia Civil do Distrito Federal
(PC-200) existentes ficam transformadas nas II - 20% (vinte por cento) - Curso Especial de Polícia;
III - 20% (vinte por cento) - curso Superior de Polícia.
seguintes: Segunda Classe, Primeira Classe e Classe
Especial. § 1º Na ocorrência de mais de um curso, será
Art. 3º Os ocupantes dos cargos das atuais atribuída somente a indenização de maior valor
percentual.
categorias funcionais do Grupo PC-200 serão
transpostos, na forma do Anexo II, para a carreira a § 2º A indenização de Habilitação Policial Civil será
incorporada aos proventos da aposentadoria do
que se refere o artigo 1º deste Decreto-Lei.
Parágrafo único. Ficam extintos os cargos das servidor.
§ 3º O policial civil que já tiver concluído os Cursos de
categorias designadas pelos Códigos PC-201, PC-
202, PC-203, PC-204, PC-205, PC-206 e PC-207. Formação Profissional e Curso Superior de Polícia,
Art. 4º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.229-43, de fará jus à indenização referida neste artigo.
6/9/2001) Art. 9º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.229-43/01)
Art. 5º A progressão funcional será feita na Art. 10. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.229-43/01)
conformidade do que dispõem a Lei nº 5.920, de 19 Art. 11. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.229-43/01)
de setembro de 1973, e o Decreto-Lei nº 1.462, de 29 Art. 12. Considerado o interesse da Administração
de abril de 1976, e suas modificações subsequentes. em aperfeiçoar o contingente de recursos humanos
Art. 6º Não haverá transferência nem ascensão da Polícia Civil do Distrito Federal, o Governador do
funcional para a Carreira Policial Civil do Distrito Distrito Federal poderá autorizar, assegurados todos
Federal. os direitos e vantagens, inclusive o tempo de serviço,
Art. 7º Constitui requisito básico para a progressão à o afastamento de funcionários para cursos de pós-
Classe Especial das categorias funcionais de nível graduação, especialização e extensão, no País ou no
superior e médio, a conclusão, com aproveitamento, exterior.
respectivamente, do Curso superior de Polícia e Art. 13. A despesa com a execução deste Decreto-Lei
Curso Especial de Polícia. correrá à conta das dotações consignadas no
§ 1º Os cursos referidos neste artigo destinam-se ao Orçamento do Distrito Federal.
aperfeiçoamento dos servidores policiais civis que se Art. 14. Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de
encontrem no Padrão final da Primeira Classe das sua publicação (12/03/1985), inclusive quanto a seus
categorias funcionais de nível superior e médio, efeitos financeiros, revogadas as disposições em
obedecidos os critérios estabelecidos nos referidos contrário.
cursos, por ordem de antiguidade.

51
VADE MECUM – Agente da PCDF

ANEXO II

52
VADE MECUM – Agente da PCDF

ANEXO III

53
VADE MECUM – Agente da PCDF

LEI Nº 9.264/1996 § 4º O servidor de que trata o § 3º deverá, no


Dispõe sobre o desmembramento e a momento de seu retorno à atividade, apresentar-se
reorganização da Carreira Policial Civil do ao Diretor-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal.
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.064, de 30/12/2014)
Distrito Federal, fixa remuneração de seus
Art. 4º As atuais classes dos cargos de que trata esta
cargos e dá outras providências.
Lei ficam transformadas nas seguintes: segunda
Art. 1º A Carreira Policial Civil do Distrito Federal,
classe, primeira classe e classe especial, na forma dos
criada pelo Decreto-lei nº 2.266, de 12 de marco de
Anexos I e II.
1985, fica desmembrada em Carreira de Delegado de
Art. 5º O ingresso nos cargos das carreiras de que
Polícia do Distrito Federal e Carreira de Polícia Civil
trata esta Lei dar-se-á sempre na 3ª (terceira) classe,
do Distrito Federal.
mediante concurso público, exigido curso superior
Art. 2º A Carreira de Delegado de Polícia do Distrito
completo, observados os requisitos previstos na
Federal, de natureza jurídica e policial, é constituída
legislação pertinente. (dada pela Lei nº 11.134/2005)
do cargo de Delegado de Polícia. (dada pela nº 13.047/14)
§ 1º O ingresso na Carreira de Delegado de Polícia do
Art. 3º A Carreira de Polícia Civil do Distrito Federal é
Distrito Federal dar-se-á mediante concurso público
de nível superior e compõe-se dos cargos de Perito
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Criminal, Perito Médico-Legista, Agente de Polícia,
Advogados do Brasil, exigindo-se diploma de
Escrivão de Polícia, Papiloscopista Policial e Agente
Bacharel em Direito e, no mínimo, 3 (três) anos de
Policial de Custódia. (redação dada pela Lei nº 13.197/15)
atividade jurídica ou policial, comprovados no ato da
Parágrafo único. O ingresso na Carreira referida no
posse. (acrescido pela Lei nº 11.134/05 redação pela nº 13.047/14)
caput deste artigo ocorrerá sempre na terceira classe,
§ 2º Será exigido para o ingresso na Carreira de Perito
mediante concurso público de provas ou de provas e
Criminal da Polícia Civil do Distrito Federal o diploma
títulos, exigido o nível superior completo, em nível de
de Física, Química, Ciências Biológicas, Ciências
graduação, e observados os requisitos fixados na
Contábeis, Ciência da Computação, Informática,
legislação pertinente. (acrescido pela Lei nº 13.197/15)
Geologia, Odontologia, Farmácia, Bioquímica,
Art. 3º-A. Os servidores ocupantes dos cargos de
Mineralogia ou Engenharia. (acrescido pela Lei 11.134/05)
Agente Policial de Custódia passam a ter lotação e
§ 3º Será exigido para o ingresso na Carreira de Perito
exercício nas unidades que compõem a estrutura
Médico-Legista da Polícia Civil do Distrito Federal o
orgânica da Polícia Civil do Distrito Federal,
diploma de Medicina. (acrescido pela Lei nº 11.134/05)
mediante designação de seu Diretor-Geral.
§ 4º O Poder Executivo disporá, em regulamento,
§ 1º Para os fins do disposto no caput, a apresentação
quanto aos requisitos e condições de progressão nos
dos servidores ao Diretor-Geral da Polícia Civil do
cargos das carreiras.
Distrito Federal deverá ocorrer no prazo de 180
Art. 6º ao 8º (Revogados pela Lei nº 11.361/06)
(cento e oitenta) dias, contado da data de publicação
Art. 9º O enquadramento nas tabelas de que tratam
desta Lei.
os Anexos I, II e III far-se-á mediante requerimento do
§ 2º As atividades dos servidores ocupantes dos
servidor, em caráter irrevogável e irretratável, a ser
cargos de Agente Policial de Custódia, no âmbito da
apresentado no prazo de sessenta dias contado da
Polícia Civil do Distrito Federal, deverão estar
data da publicação desta Lei.
relacionadas às atribuições daquele cargo público.
Parágrafo único. O requerimento a que alude este
§ 3º No caso de servidores afastados ou licenciados,
artigo conterá, obrigatoriamente, expressa renúncia
no momento da publicação desta Lei, por período
do interessado relativamente a parcelas
superior ao estabelecido no § 1º, as lotações serão
remuneratórias eventualmente deferidas às
alteradas automaticamente pela unidade
Carreiras de Delegado de Polícia do Distrito Federal
administrativa competente.
e de Polícia Civil do Distrito Federal decorrentes de
lei, ato administrativo ou decisão judicial.

54
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 10. A não apresentação do requerimento nas remuneração seja igual ou superior à de cargo DAS-
condições previstas no artigo anterior presumirá 101.4 ou equivalente; (acrescido pela Lei nº 13.690/18)
renúncia ao direito de enquadramento nas tabelas de VI - Governadoria e Vice-Governadoria do Distrito
que tratam os Anexos I, II e III, às gratificações Federal, para o exercício de cargo em comissão; (Inciso
referidas no caput do art. 7º e aos percentuais fixados acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018)

no art. 8º desta Lei. VI-A - Estados, para o exercício de cargo de


Art. 11. O disposto nesta Lei aplica-se aos inativos e Secretário de Estado ou cargo equivalente ao
pensionistas de servidores das Carreiras de Delegado segundo na hierarquia da Secretaria de Estado; (Inciso
acrescido pela Medida Provisória nº 971, de 26/5/2020)
de Polícia Civil do Distrito Federal ou de Polícia Civil
VII - Secretaria de Estado da Segurança Pública e da
do Distrito Federal.
Paz Social do Distrito Federal, para o exercício de
Art. 12. As carreiras de que trata esta Lei são
cargo em comissão ou função de confiança; e (Inciso
consideradas típicas de Estado.
acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018)
Art. 12-A. O cargo de Diretor-Geral, nomeado pelo
VIII - demais órgãos da administração pública do
Governador do Distrito Federal, é privativo de
Distrito Federal considerados estratégicos, a critério
delegado de polícia do Distrito Federal integrante da
do Governador do Distrito Federal, para o exercício
classe especial. (acrescido pela Lei nº 13.047, de 2/12/2014)
de cargo em comissão cuja remuneração seja igual
Art. 12-B. A cessão dos integrantes das carreiras de
ou superior à de cargo DAS-101.4 ou equivalente.
que trata esta Lei somente será autorizada para: (Inciso acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018)
(“Caput” do artigo acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018)
IX - (VETADO na Lei nº 13.996, de 5/5/2020)
I - Presidência e Vice-Presidência da República, para
§ 1º É vedada a cessão de servidor que não tenha
o exercício de cargo em comissão ou função de
cumprido o estágio probatório de que trata o art. 41
confiança ou para a ocupação de Gratificação de
da Constituição Federal; (acrescido pela Lei nº 13.690/18)
Representação da Presidência da República; (Inciso
§ 2º É obrigatório o ressarcimento ao órgão cedente
acrescido pela Lei nº 13.690/18, e com nova redação dada pela
Medida Provisória nº 971, de 26/5/2020) do valor correspondente à remuneração do servidor
II - Ministério ou órgão equivalente, para o exercício cedido, salvo quando a cessão ocorrer para órgão da
de cargo em comissão ou função de confiança; (Inciso União, Governadoria e Vice-Governadoria do Distrito
acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018) Federal, ou Secretaria de Estado da Segurança
III - Tribunais Superiores, órgãos do Tribunal Pública e da Paz Social do Distrito Federal; (Parágrafo
Regional Federal da 1ª Região situados no Distrito acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018)

Federal, Tribunal Regional Eleitoral do Distrito § 3º A cessão à Presidência e Vice-Presidência da


Federal, órgãos do Tribunal Regional do Trabalho da República, ao Gabinete de Segurança Institucional da
10ª Região situados no Distrito Federal e Tribunal de Presidência da República, ao Ministério da Justiça, ao
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, para o Ministério da Segurança Pública, à Presidência do
exercício de cargo em comissão cuja remuneração Supremo Tribunal Federal, à Presidência do Tribunal
seja igual ou superior à de cargo DAS-101.4 ou de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, à
equivalente; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018) Governadoria e Vice-Governadoria do Distrito
IV - órgãos do Ministério Público da União situados Federal, à Secretaria de Estado da Segurança Pública
no Distrito Federal, para o exercício de cargo em e da Paz Social do Distrito Federal e às unidades de
comissão cuja remuneração seja igual ou superior à inteligência da administração pública federal e
de cargo DAS-101.4 ou equivalente; (Inciso acrescido pela distrital e dos Tribunais de Contas da União e do
Lei nº 13.690, de 10/7/2018) Distrito Federal é considerada de interesse policial
V - órgãos do Tribunal de Contas da União situados civil, resguardados todos os direitos e vantagens da
no Distrito Federal e Tribunal de Contas do Distrito carreira policial. (acrescido pela Lei nº 13.690, de 10/7/2018)
Federal, para o exercício de cargo em comissão cuja Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação (07/03/1996).

55
VADE MECUM – Agente da PCDF

ANEXO I
SITUAÇÃO ANTERIOR SITUAÇÃO NOVA
CARGO CLASSE PADRÃO CLASSE CARGO
A III
II Especial
I
B VI
V
IV
Delegado de III Primeira Delegado de
Polícia II Polícia
I
C VI
V
D V
IV
III Segunda
II
I

ANEXO II
SITUAÇÃO ANTERIOR SITUAÇÃO NOVA
CARGO CLASSE PADRÃO CLASSE CARGO
A III
II Especial
I
B VI
V
Perito Criminal IV Perito Criminal
Perito Médico-Legista III Primeira Perito Médico-Legista
Agente de Polícia II Agente de Polícia
Escrivão de Polícia I Escrivão de Polícia
Papiloscopista Policial C VI Papiloscopista Policial
Agente Penitenciário V Agente Penitenciário
C IV
III
II Segunda
I
D V
IV
III
II
I

56
VADE MECUM – Agente da PCDF

DECRETO Nº 30.490/2009 II - Organizar, executar e manter serviços de controle


Aprova o Regimento Interno da Polícia Civil e fiscalização de armas, munições e explosivos, na
do Distrito Federal e dá outras providências. forma da legislação pertinente;
Art. 1º. Fica aprovado o Regimento Interno da Polícia III - Zelar pela ordem e segurança pública,
promovendo e participando de medidas de proteção
Civil do Distrito Federal que, assinado pelo Diretor-
Geral da Instituição, acompanha este Decreto. à sociedade;
IV - Promover o intercâmbio policial com
Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação. organizações congêneres;
V - Colaborar na execução de serviços policiais
REGIMENTO INTERNO DA POLÍCIA CIVIL DO relacionados com a prevenção e a repressão da
DISTRITO FEDERAL criminalidade interestadual;
TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS E VI - Executar as atividades de perícia criminal,
DA ESTRUTURA ORGÂNICA médico-legal e papiloscópica;
CAPÍTULO I- DAS DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS VII - Realizar as identificações civis e criminais;
Seção I – Da natureza VIII - Cooperar com as autoridades administrativas e
Art.1º. A Polícia Civil do Distrito Federal, instituição judiciárias no tocante à aplicação de medidas legais e
permanente da administração direta, essencial à regulamentares;
função jurisdicional e vinculada ao Gabinete do IX - Cooperar com os demais órgãos de segurança
Governador do Distrito Federal, é dirigida por pública.
delegado de polícia de carreira e tem relativa CAPÍTULO II - DA ESTRUTURA ORGÂNICA
autonomia administrativa e financeira.
Art. 5º. A Polícia Civil do Distrito Federal, para o
Seção II – Da missão
cumprimento de suas atribuições legais e a execução
Art.2º. A Polícia Civil do Distrito Federal tem como
de suas atividades, compõe-se da seguinte estrutura
missão institucional promover, integrada às
administrativa:
instituições congêneres, a segurança pública,
1. DIREÇÃO-GERAL DA POLÍCIA CIVIL
visando à preservação da ordem pública e à
1.1. Assessoria da Direção Geral da Polícia Civil
incolumidade das pessoas, por meio da apuração de
1.2. Secretaria Executiva da Direção Geral da Polícia
delitos, da elaboração de procedimentos formais
Civil
destinados à ação penal e da adoção de ações
1.3. Assessoria para Assuntos Institucionais da Polícia
técnico-policiais, com a preservação dos direitos e
Civil
garantias individuais.
2. CORREGEDORIA GERAL DE POLÍCIA CIVIL
Seção III – Dos princípios institucionais
2.1. Ouvidoria
Art.3º. São princípios institucionais da Polícia Civil do
2.2. Comissão Permanente de Disciplina
Distrito Federal a hierarquia, a disciplina, a unidade,
2.3. Divisão de Investigação
a indivisibilidade, a autonomia funcional, a
2.4. Divisão de Correição
legalidade, a moralidade, a impessoalidade, a
2.5. Divisão de Registros Criminais e Controle de
participação comunitária e a unidade de doutrina e
Procedimentos
de procedimentos.
2.6. Divisão de Tramitação de Autos
Seção IV - Das funções essenciais
2.7. Divisão de Procedimentos Administrativos
Art. 4º. São funções essenciais da Polícia Civil do
Disciplinares
Distrito Federal:
3. DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL
I - Ressalvada a competência da União, executar as
3.1. Divisão de Planejamento Administrativo
funções de polícia judiciária do Distrito Federal e a
3.2. Divisão de Recursos Humanos
apuração de infrações penais, exceto as militares e
3.3. Divisão de Orçamento e Finanças
eleitorais;

57
VADE MECUM – Agente da PCDF

3.4. Divisão de Transportes 6.4. Divisão de Operações Aéreas


3.5. Divisão de Informática 6.5. Divisão de Controle de Armas, Munições e
3.6. Divisão de Telecomunicações Explosivos
3.7. Divisão de Recursos Materiais 6.6. Divisão de Controle de Denúncias e Ocorrências
3.8. Divisão de Apoio e Serviços Gerais Eletrônicas
3.9. Divisão de Arquitetura e Engenharia 6.7. Divisão de Estatística e Planejamento
3.10. Policlínica Operacional
3.11. Comissão Permanente de Licitação 6.8. Divisão de Inteligência Policial
3.12. Comissão Permanente de Tomada de Contas 6.9. Divisão de Repressão ao Crime Organizado
Especial 6.10. Divisão de Repressão aos Crimes de Alta
4. DEPARTAMENTO DE POLÍCIA Tecnologia
CIRCUNSCRICIONAL 6.11. Divisão Especial de Repressão aos Crimes
4.1. Delegacias de Polícia Circunscricionais Contra a Administração Pública
5. DEPARTAMENTO DE POLÍCIA ESPECIALIZADA 6.12. Divisão de Comunicação
5.1. Coordenação de Repressão às Drogas 7. DEPARTAMENTO DE POLÍCIA TÉCNICA
5.1.1. Divisão de Coleta, Análise e Difusão de 7.1. Instituto de Criminalística
Informações 7.1.1. Divisão Administrativa
5.1.2. Divisão de Repressão às Drogas I 7.1.2. Divisão de Perícias Externas
5.1.3. Divisão de Repressão às Drogas II 7.1.3. Divisão de Perícias Internas
5.1.4. Divisão de Repressão às Drogas III 7.1.4. Divisão de Perícias em Laboratórios
5.2. Coordenação de Investigação de Crimes Contra 7.2. Instituto de Identificação
a Vida 7.2.1. Divisão Administrativa
5.2.1. Divisão de Homicídios I 7.2.2. Divisão de Processamento e Arquivos Técnicos
5.2.2. Divisão de Homicídios II 7.2.3. Divisão de Identificação
5.3. Divisão de Controle e Custódia de Presos 7.2.4. Divisão de Perícias de Exames Técnicos em
5.4. Divisão de Cadastro de Roubos e Furtos de Papiloscópica
Veículos 7.3. Instituto de Medicina Legal
5.5. Delegacia da Criança e do Adolescente I 7.3.1. Divisão Administrativa
5.6. Delegacia de Capturas e Polícia Interestadual 7.3.2. Divisão de Perícia no Vivo
5.7. Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 7.3.3. Divisão de Tanatologia Forense
5.8. Delegacia de Defesa do Consumidor 7.3.4. Divisão de Exames Técnicos Médicos Legais
5.9. Delegacia de Falsificações e Defraudações 7.4. Instituto de Pesquisa de DNA Forense
5.10. Delegacia Especial do Meio Ambiente 8. ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
5.11. Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária 8.1. Divisão Técnica de Ensino
5.12. Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao 8.2. Divisão de Apoio ao Ensino
Adolescente 8.3. Divisão de Gerência de Concursos
5.13. Delegacia de Repressão a Furtos 8.4. Divisão de Polícia Comunitária
5.14. Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos 9. CONSELHO SUPERIOR DA POLÍCIA CIVIL
5.15. Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações
5.16. Delegacia de Repressão a Roubos
5.17. Delegacia da Criança e do Adolescente II
6. DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES ESPECIAIS
6.1. Divisão de Apoio Logístico Operacional
6.2. Divisão de Repressão a Sequestros
6.3. Divisão Operações Especiais

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TÍTULO II - DAS ATRIBUIÇÕES ORGÂNICAS DA IV - Realizar estudos e pesquisas para dirimir dúvidas
POLÍCIA CIVIL acerca das atribuições institucionais da Polícia Civil;
CAPÍTULO I - DA DIREÇÃO-GERAL DE POLÍCIA V - Coligir e catalogar legislações, decisões,
CIVIL pareceres, julgados e jurisprudências de interesse da
Art.6º. A Direção-Geral de Polícia Civil do Distrito Polícia Civil, divulgando-os internamente, quando
Federal, órgão de direção superior, dirigido pelo for o caso;
Diretor-Geral de Polícia Civil, tem como atribuições: VI - Acompanhar projetos e processos em tramitação
I - Exercer e coordenar as funções institucionais no Judiciário, Procuradoria Geral do Distrito Federal
descritas no art. 4º deste Regimento; e em outras unidades públicas, que tratam direta ou
II - Celebrar contratos, acordos e convênios, nos indiretamente de assuntos de interesse da Polícia
termos da legislação em vigor; Civil do Distrito Federal;
III - Propor a nomeação, exoneração, demissão ou VII - Elaborar ou revisar minutas de atos
reintegração de servidores do seu quadro de pessoal; administrativos a serem praticados ou editados pela
IV - Praticar atos de administração relativos ao Direção-Geral;
regime jurídico de pessoal, nos termos da legislação VIII - Minutar informações em ações de mandado de
específica; segurança, habeas data e habeas corpus impetrados
V - Encaminhar a proposta orçamentária da contra ato do Diretor-Geral, do Diretor-Geral
Instituição; Adjunto e por outras autoridades administrativas em
VI - Propor a criação e extinção de cargos e funções; questões que sejam de relevância para a Instituição;
VII - Propor a criação de unidades policiais; IX - Providenciar as avaliações de desempenho
VIII - Com o auxílio dos respectivos Diretores dos funcional e de estágio probatório dos servidores da
Departamentos e dos demais órgãos de direção Unidade;
superior, planejar, normatizar, dirigir, supervisionar, X - Assessorar a Direção-Geral na gestão do
fiscalizar, administrar, coordenar, executar, planejamento estratégico;
controlar e avaliar as ações de polícia XI - Colaborar com as demais unidades orgânicas na
circunscricional, de polícia especializada, de polícia elaboração dos planos de ações, projetos e
técnico-científica, de atividades especiais, de ensino programas que deverão integrar o planejamento
e treinamento e de correição; estratégico;
IX - Praticar outros atos próprios de gestão conforme XII - Avaliar e emitir parecer técnico sobre a
previsto na legislação em vigor. implantação e gestão do planejamento estratégico;
XIII - Desempenhar outras tarefas que lhe forem
CAPÍTULO II - DA ASSESSORIA DA DIREÇÃO-
atribuídas pela Direção-Geral.
GERAL DA POLÍCIA CIVIL
Art.7º. A Assessoria da Direção-Geral da Polícia Civil, CAPÍTULO III - DA SECRETARIA EXECUTIVA
unidade orgânica de assessoramento, diretamente Art.8º. A Secretaria Executiva da Direção-Geral da
subordinada à Direção-Geral de Polícia, tem como Polícia Civil, unidade orgânica de execução e
atribuições: assessoramento, diretamente subordinada ao
I - Assessorar o Diretor-Geral mediante a execução Diretor-Geral Adjunto de Polícia, tem como
das atividades de consultoria e assessoramento atribuições:
técnico; I - Executar os serviços de assistência à Direção-Geral
II - Fixar, através de notas técnicas, a interpretação Adjunta de Polícia;
de dispositivos legais e de atos normativos a ser II - Executar as atividades de administração de
seguida uniformemente; pessoal, de material, de transporte e de
III - Emitir nota técnica sobre assuntos de interesse da comunicações de todo o Gabinete do Diretor-Geral,
Polícia Civil do Distrito Federal;

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mantendo sistemas de arquivos e controles I - Supervisionar e orientar os procedimentos formais


específicos; relativos às funções de polícia judiciária e de
III - Prover a segurança pessoal do Diretor-Geral e do investigação de infrações penais da Polícia Civil;
Diretor-Geral Adjunto; II - Realizar correição nos procedimentos penais e
IV - Executar medidas de segurança física e administrativos;
manutenção do prédio-sede da Polícia Civil; III - Controlar a permanência e a tramitação de autos
V - Providenciar as avaliações de desempenho de procedimentos penais e disciplinares;
funcional e de estágio probatório dos servidores IV - Controlar os registros de procedimentos penais;
lotados na Unidade; V - Expedir, com exclusividade, certidões de registros
VI - Elaborar e controlar as escalas de serviços, folhas criminais na Polícia Civil;
de ponto e plano de chamada da Unidade; VI - Avocar inquéritos e demais procedimentos
VII - Encaminhar, mensalmente, à Direção Geral policiais;
Adjunta, relatório das atividades desenvolvidas; VII - Expedir orientações e normas de serviços sobre
VIII - Desempenhar outras atividades que se procedimentos específicos da atividade de apuração
enquadrem no âmbito de suas atribuições. de infrações penais;
VIII - Executar, com exclusividade, o cancelamento
CAPÍTULO IV - DA ASSESSORIA PARA
ASSUNTOS INSTITUCIONAIS DA POLÍCIA CIVIL de registros criminais por ordem judicial;
IX - Controlar os registros de procedimentos
Art.9º. A Assessoria para Assuntos Institucionais da
administrativos disciplinares e criminais instaurados
Polícia Civil, unidade orgânica de assessoramento,
contra policiais civis;
diretamente subordinada a Direção-Geral de Polícia,
X - Apurar, com exclusividade, infrações penais cuja
tem como atribuições:
autoria seja imputada a policial civil ou funcionários
I - Assessorar diretamente o Diretor-Geral nos
que exerçam suas atividades no âmbito da Polícia
assuntos de interesse da Instituição, perante os
Civil;
organismos externos;
XI - Instaurar e julgar sindicâncias objetivando a
II - Emitir, quando solicitada, pareceres sobre matéria
apuração de responsabilidade funcional de policial
de interesse institucional;
civil e demais servidores que exerçam suas atividades
III - Acompanhar os trabalhos parlamentares
no âmbito da Polícia Civil, os licenciados para
relativos à Polícia Civil, na Câmara Legislativa e no
mandatos classistas ou cedidos para outras unidades
Congresso Nacional, informando a Direção-Geral:
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com
IV - Oferecer subsídios aos trabalhos parlamentares
exceção daqueles servidores que exercem suas
no interesse institucional;
atividades junto à Secretaria de Estado de Segurança
V - Acompanhar o Diretor-Geral, quando solicitado,
Pública;
para tratar de interesses institucionais;
XII - Requisitar informações ou documentos a todas
VI - Acompanhar a tramitação de projetos,
as unidades da Polícia Civil;
programas, acordos, convênios e demais processos
XIII - Certificar-se dos casos de contumácia, na forma
que tratem de matéria de interesse institucional;
da legislação em vigor, dando conhecimento ao
VII - Executar outras atividades que lhe forem
Diretor-Geral de Polícia;
cometidas pela Direção-Geral da Polícia Civil.
XIV - Redistribuir procedimentos penais e autos de
CAPÍTULO V - DA CORREGEDORIA-GERAL DE inquérito policial;
POLÍCIA CIVIL XV - Promover a padronização de sistemas
Art.10. A Corregedoria-Geral de Polícia Civil, órgão eletrônicos, formulários, livros e documentos
de direção superior e de controle interno da atividade diversos destinados ao registro e controle dos atos
policial civil, diretamente subordinada à Direção- cartorários relacionados com apuração de infrações
Geral de Polícia Civil, tem como atribuições: penais, em conjunto com os demais órgãos;

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XVI - Coordenar e executar a investigação ética social VII - Remeter, mensalmente, ao Serviço de
dos candidatos aos cargos das carreiras pertencentes Planejamento, Estatística e Informática as
ao quadro de pessoal da Polícia Civil do Distrito informações necessárias ao desempenho das
Federal; atividades daquele Serviço;
XVII - Articular-se com a Magistratura, o Ministério VIII - Avaliar o desempenho funcional dos servidores
Público, a Ordem dos Advogados e outras lotados na Ouvidoria;
instituições afins, visando à eficiência da atividade IX - Desempenhar outras atividades que se
Policial; enquadrem no âmbito de suas atribuições.
XVIII - Receber, manifestar e despachar requisições Seção II- Da Comissão Permanente de Disciplina
do Poder Judiciário e do Ministério Público nos casos Art.12. A Comissão Permanente de Disciplina,
atinentes a infrações penais ou administrativas, bem unidade orgânica de execução, diretamente
como no fornecimento de informações acerca de subordinada à Corregedoria-Geral da Polícia Civil, é
dados pessoais de posse desta Instituição; incumbida de promover o processo administrativo
XIX - Exercer rigoroso controle dos servidores em disciplinar no âmbito da Polícia Civil do Distrito
estágio probatório e avaliar o desempenho funcional Federal.
dos demais servidores; Art.13. A Comissão exercerá suas atividades com
XX - Desempenhar outras atividades que se independência e imparcialidade, assegurado o sigilo
enquadrem no âmbito de suas atribuições. necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo
Seção I – Da Ouvidoria interesse da Administração, sendo suas audiências e
Art.11. A Ouvidoria da Polícia Civil do Distrito reuniões realizadas em caráter reservado. A função
Federal, subordinada à Corregedoria-Geral de de cada membro da Comissão é considerada de
Polícia, tem como atribuições: interesse relevante para a administração.
I - Receber, processar, controlar e encaminhar à Art.14. O Secretário da Comissão será indicado pelo
unidade competente as denúncias contra atos Presidente, recaindo a escolha preferencialmente
irregulares de servidores da Polícia Civil, servidores em integrante do cargo de Escrivão de Polícia.
requisitados e terceirizados, e as reclamações contra Art.15. A Comissão Permanente de Disciplina tem
serviços prestados pelas unidades orgânicas; como atribuições:
II - Receber, processar e encaminhar sugestões I - Promover o processo administrativo disciplinar,
ofertadas sobre o funcionamento dos serviços com vista à apuração de transgressões disciplinares
prestados pela Polícia Civil; imputadas a policiais civis e demais servidores do
III - Solicitar informações sobre o andamento das Quadro de Pessoal da Polícia Civil do Distrito Federal,
apurações referentes às denúncias e reclamações na forma prevista na legislação em vigor.
encaminhadas pela ouvidoria, visando responder ao II - Realizar, em procedimento próprio, a revisão de
cidadão no prazo regulamentar estipulado; processo disciplinar, quando deferida pela
IV - Verificar, de forma sumária, a procedência das autoridade competente;
denúncias e reclamações, antes de encaminhá-las ao III - Solicitar ao Diretor-Geral, fundamentadamente,
Corregedor-Geral de Polícia, sugerindo, se for o caso, a prorrogação dos prazos previstos em lei para
arquivamento ou instauração de procedimento conclusão dos processos;
administrativo e/ou criminal; IV - Dar conhecimento à autoridade competente dos
V - Propor ao Corregedor-Geral, recomendações aos fatos que chegaram ao seu conhecimento no curso
dirigentes de unidades, de providências necessárias da instrução processual, que devam também ser
ao aperfeiçoamento, racionalização e melhoria dos apurados em procedimento diverso;
serviços públicos prestados pela Polícia Civil do V - Solicitar perícias, laudos, pareceres e outras
Distrito Federal; informações necessárias ao bom desempenho das
VI - Elaborar relatório das atividades desenvolvidas; atividades da Comissão;

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VI - Proceder às diligências que julgar conveniente à VII - Auxiliar as demais autoridades policiais da
produção da prova, deslocando-se sempre que Corregedoria-Geral de Polícia, nos procedimentos
necessário para qualquer ponto do território sob suas responsabilidades, seja fornecendo-lhes
nacional, recorrendo inclusive a técnicos ou peritos informações, seja apoiando-as operacionalmente;
de outras unidades especializadas do serviço público; VIII - Consultar os cadastros especializados de
VII - Encaminhar, mensalmente, ou quando pessoas, veículos e telefones, envolvidos em
solicitado, à Direção-Geral da Polícia Civil, relatório infrações penais ou administrativas com notícia de
das atividades desenvolvidas; participação de integrantes da Polícia Civil do Distrito
VIII - Providenciar as avaliações de desempenho Federal;
funcional e de estágio probatório dos servidores IX - Analisar as informações emitidas pelos bancos de
lotados na Comissão; dados, existentes em autos e arquivos ou recebidas,
IX - Certificar-se dos casos de contumácia, na forma em forma de laudos, listagens ou outros registros,
da Lei, dando conhecimento ao Diretor-Geral da visando à obtenção de indícios de prática de
Polícia Civil; infrações em apuração na Corregedoria-Geral de
X - Proceder ao arquivamento dos processos Polícia;
disciplinares e sindicâncias; X - Manter permanente contato com a Divisão de
XI - Desempenhar outras atividades que se Inteligência Policial e congêneres, para a busca de
enquadrem no âmbito de suas atribuições. informações que auxiliem as investigações
Seção III – Da Divisão de Investigação desenvolvidas pela Corregedoria-Geral de Polícia;
Art.16. A Divisão de Investigação, unidade orgânica XI - Apresentar, mensalmente, relatório
de execução, diretamente subordinada à circunstanciado sobre os trabalhos desenvolvidos,
Corregedoria-Geral de Polícia, tem como sugerindo a adoção de medidas que visem melhor
atribuições: desempenho do serviço;
I - Realizar investigações destinadas à apuração de XII - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas
infrações penais com notícia de participação de estatísticos das atividades desenvolvidas;
integrantes da Polícia Civil do Distrito Federal; XIII - Remeter, mensalmente, ao Serviço de
II - Organizar e manter em cadastro, registros de Planejamento, Estatística e Informática as
ocorrências, de qualquer origem, que noticiem o informações necessárias ao desempenho das
envolvimento de integrantes da Polícia Civil do atividades daquele Serviço;
Distrito Federal em infrações penais ou XIV - Avaliar o desempenho funcional dos servidores
administrativas; lotados na Divisão;
III - Acompanhar, em outras unidades policiais, XV - Desempenhar outras atividades que se
investigações de interesse da Corregedoria Geral de enquadrem no âmbito de suas atribuições.
Polícia; Seção IV – Da Divisão de Correição
IV - Organizar e manter atualizado arquivo Art.17. A Divisão de Correição, unidade orgânica de
fotográfico e dados dos integrantes da Polícia Civil execução, diretamente subordinada à Corregedoria-
do Distrito Federal; Geral de Polícia, tem como atribuições:
V - Comparecer a locais onde haja ocorrido infração I - Realizar, por ordem e sob orientação da
penal com indícios de autoria ou participação de Corregedoria-Geral de Polícia, correições ordinárias
integrantes da Polícia Civil do Distrito Federal; e extraordinárias nas Unidades Policiais e em outras
VI - Conduzir procedimentos apuratórios de unidades orgânicas da Polícia Civil;
infrações penais, especialmente as funcionais, II - Executar correições nos autos de inquéritos
envolvendo integrante da Polícia Civil do Distrito policiais e termos circunstanciados antes da remessa
Federal; ao Judiciário, zelando pela fiel observância das
normas processuais e administrativas;

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III - Receber e controlar as comunicações de prisão IX - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas
em flagrante; estatísticos das atividades desenvolvidas;
IV - Propor normas de padronização de formulários, X - Avaliar o desempenho funcional dos servidores
sistemas eletrônicos, livros e documentos diversos lotados na Divisão;
relativos às atividades de apuração de infrações XI - Remeter, mensalmente, ao Serviço de
penais e disciplinares na Polícia Civil; Planejamento, Estatística e Informática as
V - Analisar as solicitações de redistribuição de autos informações necessárias ao desempenho das
de inquéritos policiais feitas pelas Unidades Policiais; atividades daquele Serviço;
VI - Avaliar o desempenho funcional dos servidores XII - Desempenhar outras atividades que se
lotados na Divisão; enquadrem no âmbito de suas atribuições.
VII - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas Seção VI – Da Divisão de Tramitação de Autos
estatísticos das atividades desenvolvidas; Art.19. A Divisão de Tramitação de Autos, unidade
VIII - Remeter, mensalmente, ao Serviço de orgânica de execução, diretamente subordinada à
Planejamento, Estatística e Informática as Corregedoria-Geral de Polícia, tem como
informações necessárias ao desempenho das atribuições:
atividades daquele Serviço; I - Controlar e fiscalizar a remessa de autos ao
IX - Desempenhar outras atividades que se judiciário, às unidades policiais e aos demais órgãos
enquadrem no âmbito de suas atribuições. interessados;
Seção V – Da Divisão de Registros Criminais e II - Controlar e fiscalizar o encaminhamento ao
Controle de Procedimentos judiciário de peças e objetos vinculados a
Art.18. A Divisão de Registros Criminais e Controle procedimentos policiais quando relatado;
de Procedimentos, unidade orgânica de execução, III - Controlar os prazos de tramitação de autos de
diretamente subordinada à Corregedoria-Geral de inquéritos policiais e termos circunstanciados no
Polícia, tem como atribuições: âmbito da Polícia Civil;
I - Homologar e controlar os registros criminais IV - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas
decorrentes da instauração de inquéritos policiais e estatísticos das atividades desenvolvidas;
termos circunstanciados no âmbito da Polícia Civil; V - Avaliar o desempenho funcional dos servidores
II - Controlar o registro de tramitação de inquéritos lotados na Divisão;
policiais e termos circunstanciados no âmbito da VI - Remeter, mensalmente, ao Serviço de
Polícia Civil; Planejamento, Estatística e Informática as
III - Expedir certidões sobre registros criminais na informações necessárias ao desempenho das
Polícia Civil do Distrito Federal; atividades daquele Serviço;
IV - Fazer anotações das decisões judiciais relativas a VII - Desempenhar outras atividades que se
processos criminais originários de procedimento enquadrem no âmbito de suas atribuições.
policial; Seção VII – Da Divisão de Procedimentos
V - Atualizar e cadastrar dados de indiciados com Administrativos Disciplinares
base nas informações prestadas pelo judiciário; Art.20. A Divisão de Procedimentos Administrativos
VI - Executar, mediante determinação judicial, o Disciplinares, unidade orgânica de execução,
cancelamento de registros criminais; diretamente subordinada à Corregedoria-Geral de
VII - Promover as anotações e eventuais retificações Polícia, tem como atribuições:
relativas a indiciados, denunciados ou condenados I - Promover as sindicâncias administrativas
recolhidos nos estabelecimentos prisionais; disciplinares, com vista à apuração de transgressões
VIII - Acompanhar a instauração e analisar disciplinares imputadas a policiais civis e demais
estatisticamente o resultado dos procedimentos servidores do Quadro de Pessoal da Polícia Civil do
policiais instaurados;

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Distrito Federal, na forma prevista na legislação em Seção I - Da Divisão de Planejamento


vigor. Administrativo
II - Certificar-se dos casos de contumácia, na forma Art. 22. A Divisão de Planejamento Administrativo,
da Lei, dando conhecimento ao Corregedor Geral de unidade orgânica de execução, diretamente
Polícia; subordinada ao Departamento de Administração
III - Remeter as Sindicâncias Administrativas Geral, tem como atribuições:
instauradas no âmbito da Polícia Civil à Comissão I - Realizar estudos a respeito das necessidades de
Permanente de Disciplina para fins de arquivamento. recursos humanos, material de consumo e
IV - Emitir relatórios mensais e anuais com mapas permanente, viaturas policiais, armamentos e
estatísticos das atividades desenvolvidas; demais equipamentos para a Polícia Civil;
V - Avaliar o desempenho funcional dos servidores II - Promover estudos voltados à distribuição de
lotados na Divisão; servidores policiais às diversas Unidades integrantes
VI - Remeter, mensalmente, ao Serviço de da Polícia Civil;
Planejamento, Estatística e Informática as III - Elaborar o plano plurianual de investimentos da
informações necessárias ao desempenho das Polícia Civil em articulação com a Divisão de
atividades daquele Serviço; Orçamento e Finanças;
VII - Desempenhar outras atividades que se IV - Manter mapa anual de gastos realizados pela
enquadrem no âmbito de suas atribuições. Polícia Civil com a receita oriunda de fundos
específicos;
CAPÍTULO VI - DO DEPARTAMENTO DE
ADMINISTRAÇÃO GERAL V - Desenvolver estudos destinados ao contínuo
aperfeiçoamento da Polícia Civil, propondo a
Art. 21. O Departamento de Administração Geral,
reformulação, manutenção e investimentos nas suas
órgão de direção superior, diretamente subordinado
estruturas, equipamentos, armamentos, viaturas e
à Direção-Geral da Polícia Civil, tem como
materiais em geral;
atribuições:
VI - Promover estudos quanto às necessidades para o
I - Dirigir, coordenar, planejar e controlar a execução
suprimento logístico das unidades móveis da Polícia
de atividades de recursos humanos, orçamento,
Civil;
finanças, contabilidade, planejamento
VII - Promover estudos com o fim de definir a
administrativo, recursos materiais, patrimônio,
periodicidade de manutenção de máquinas e
transporte, serviços gerais, informática,
equipamentos;
telecomunicações, projetos de obras e reformas,
VIII - Coletar dados estatísticos e elaborar
edificações, reformas de imóveis, saúde do servidor,
documentos para subsidiar decisões do Diretor do
tramitação de documentos, processos e arquivo;
Departamento;
II - Propor normas relativas à sua área de atuação;
IX - Elaborar a prestação de contas anual do
III - Implementar ações de organização e
Ordenador de Despesas, mediante a consolidação
modernização administrativa;
dos dados fornecidos pelas unidades subordinadas
IV - Promover licitação para execução de obras e
ao Departamento de Administração Geral;
serviços de engenharia e concessões e permissões
X - Elaborar o Relatório Anual das Atividades da
para ocupação de áreas públicas, bem como para
Polícia Civil;
outros objetos que venham a ser definidos por
XI - Providenciar as avaliações de desempenho
legislação específica;
funcional e de estágio probatório dos servidores da
V - Acompanhar os procedimentos licitatórios;
Divisão;
VI - Desempenhar outras atividades que lhes forem
XII - Elaborar e controlar escalas de serviço, folhas de
atribuídas ou delegadas pela Direção-Geral.
ponto, licença de pessoal, planos de chamada e de
férias;

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XIII - Emitir relatório das atividades mensais e anuais I - Planejar, executar e controlar as atividades de
da Divisão; administração orçamentária, financeira e contábil da
XIV - Desempenhar outras atividades que se Polícia Civil do Distrito Federal;
enquadrem no âmbito de suas atribuições. II - Colaborar na elaboração do Plano Plurianual de
Seção II – Da Divisão de Recursos Humanos investimento da Polícia Civil;
Art.23. A Divisão de Recursos Humanos, unidade III - Elaborar a proposta orçamentária da Polícia Civil
orgânica de execução, diretamente subordinada ao do Distrito Federal;
Departamento de Administração Geral, tem como IV - Coordenar e controlar a celebração dos contratos
atribuições: e convênios da Polícia Civil;
I - Registrar e controlar os dados e informações V - Emitir e anular notas de empenho;
funcionais e financeiras dos servidores lotados e em VI - Controlar a execução da contabilidade da Polícia
exercício na Polícia Civil, bem como dos servidores Civil;
cedidos, aposentados e pensionistas; VII - Articular-se com a unidade de gestão
II - Executar as atividades de administração de orçamentária, financeira e contábil do Governo do
recursos humanos, obedecidas as normas legais Distrito Federal;
pertinentes, com observância das diretrizes das VIII - Propor a elaboração de normas e
unidades centrais; procedimentos relativos à sua área de atuação;
III - Registrar e controlar pagamentos, descontos, IX - Colaborar na elaboração da prestação de contas
consignações, empréstimos e transferências anual do ordenador de despesas da Polícia Civil nos
funcionais e financeiras dos servidores quer sejam termos da legislação vigente;
ativos, aposentados e pensionistas; X - Desempenhar outras atividades que se
IV - Cumprir a legislação e as normas expedidas sobre enquadrem no âmbito de suas atribuições.
recursos humanos; Seção IV – Da Divisão de Transportes
V - Propor a elaboração de normas relativas à sua Art.25. A Divisão de Transportes, unidade orgânica
área de atuação; de execução, diretamente subordinada ao
VI - Executar as ações relativas à revisão de Departamento de Administração Geral, tem como
aposentadorias e pensões; atribuições:
VII - Manter atualizado o cadastro de servidores I - Executar as atividades de transporte, de
ativos, aposentados e pensionistas; equipamentos motorizados, de controle,
VIII - Elaborar documentos e coletar dados manutenção e abastecimento de combustíveis;
estatísticos para subsidiar decisões superiores; II - Propor normas relativas ao transporte e
IX - Controlar o Plano Anual de Férias das unidades equipamentos motorizados, acompanhando sua
orgânicas da Polícia Civil; execução;
X - Organizar e apurar os resultados das avaliações de III - Cadastrar, manter, avaliar e propor a renovação
desempenho funcional do estágio probatório dos da frota de veículos da Polícia Civil do Distrito
servidores da Polícia Civil; Federal;
XI - Desempenhar outras atividades que se IV - Manter o registro e controle de componentes e
enquadrem no âmbito de suas atribuições. peças para manutenção dos veículos;
Seção III – Da Divisão de Orçamento e Finanças V - Propor a aquisição, locação e alienação de
Art.24. A Divisão de Orçamento e Finanças, unidade veículos oficiais;
orgânica de execução, diretamente subordinada ao VI - Proceder ao recebimento, registro, distribuição e
Departamento de Administração Geral, tem como regularização da documentação de veículos e
atribuições: equipamentos motorizados pertencentes à própria
frota ou terceirizados;

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VII - Supervisionar e providenciar a baixa ou XXIV - Desempenhar outras atividades que se


transferência de propriedade de veículos; enquadrem no âmbito de suas atribuições.
VIII - Comunicar ao Departamento de Administração Seção V – Da Divisão de Informática
Geral a constatação de dano em veículos da frota da Art.26. A Divisão de Informática, unidade orgânica
Polícia Civil, decorrentes de acidentes ou uso de execução, diretamente subordinada ao
indevido; Departamento de Administração Geral, tem como
IX - Providenciar o licenciamento e emplacamento de atribuições:
veículos da Polícia Civil; I - Coordenar, fiscalizar, orientar e controlar as
X - Providenciar o recolhimento de multas e guarda atividades de informática da Polícia Civil do Distrito
da documentação dos veículos; Federal;
XI - Executar vistoria em veículos para II - Propor normas e procedimentos para utilização e
remanejamento entre unidades usuárias; conservação dos equipamentos de informática;
XII - Coordenar a execução das atividades de controle III - Elaborar o Plano Diretor de Informática da
e manutenção da frota de veículos da Polícia Civil; Instituição, que deverá ser atualizado de acordo com
XIII - Promover a vistoria, a revisão preventiva e a as necessidades e evolução tecnológica;
recuperação mecânica dos veículos; IV - Manter articulação permanente com outras
XIV - Executar serviços de lanternagem, capotaria e unidades de informática, objetivando o
pintura de veículos; aprimoramento tecnológico e o intercâmbio
XV - Confeccionar peças e artefatos de metal, eletrônico de dados de interesse da Polícia Civil;
ferramentas e aparelhos para recuperação de V - Elaborar programas e promover cursos na área de
veículos; informática, em articulação com a Academia da
XVI - Propor o recolhimento de veículos Polícia Civil do Distrito Federal;
antieconômicos para fins de alienação; VI - Avaliar, propor, desenvolver e implementar
XVII - Propor critério de avaliação de veículo, para soluções que objetivem a automação e otimização de
alienação; rotinas da instituição, observando as normas de
XVIII - Vistoriar, avaliar e opinar acerca do controle de segurança e auditoria dos sistemas;
recebimento de veículos a título de doação ou VII - Participar do desenvolvimento e implantação de
utilização de veículos apreendidos; programas de melhoria de gestão dos sistemas
XIX - Desenvolver e executar as atividades típicas de informatizados das unidades orgânicas da Polícia
borracharia, abastecimento, lavagem e lubrificação Civil;
de veículos; VIII - Elaborar estudos, relatórios e projetos, além do
XX - Propor a fixação de critérios para abastecimento apoio técnico, para subsidiar decisões dos superiores
de veículos, controlando o fornecimento e consumo hierárquicos;
de combustíveis, lubrificantes, pneus, dentre outros IX - Planejar, orientar e coordenar, em articulação
componentes; com a Divisão de Arquitetura e Engenharia, os
XXI - Promover com antecedência o levantamento serviços de instalações lógicas e elétricas de
das necessidades de peças, acessórios, lubrificantes, implantação, expansão de sistemas ou subsistemas
combustíveis e pneus, dentre outros componentes, de rede de comunicação de dados nas unidades da
com vistas à aquisição; Polícia Civil;
XXII - Elaborar estudos, relatórios e projetos para X - Prestar apoio logístico de informática a todos os
divulgação e aprimoramento das atividades da segmentos operacionais e administrativos da
Unidade; Instituição;
XXIII - Registrar a produção diária de serviços e XI - Elaborar projetos básicos, com especificações
expedir relatórios estatísticos das atividades técnicas da área de informática, objetivando a
executadas; aquisição de recursos tecnológicos;

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XII - Avaliar, inspecionar e emitir parecer técnico Seção VII – Da Divisão de Recursos Materiais
acerca do recebimento de equipamentos de Art.28. A Divisão de Recursos Materiais, unidade
informática pela Polícia Civil, a título de doação; orgânica de execução, diretamente subordinada ao
XIII - Propor estratégias que maximizem o valor da Departamento de Administração Geral, tem como
informática como incremento das atividades atribuições:
desenvolvidas pelas unidades da Polícia Civil; I - Planejar, executar e controlar as atividades de
XIV - Planejar e orientar a operação de administração de material e patrimônio, móvel e
computadores, dispositivos e acessórios; imóvel;
XV - Desempenhar outras atividades que se II - Prever e prover a Polícia Civil do Distrito Federal
enquadrem no âmbito de suas atribuições. dos recursos materiais necessários à execução das
Seção VI – Da Divisão de Telecomunicações suas atribuições;
Art.27. A Divisão de Telecomunicações, unidade III - Elaborar relatórios semestrais referentes à
orgânica de execução, diretamente subordinada ao aquisição de materiais;
Departamento de Administração Geral, tem como IV - Propor normas e rotinas para a aquisição,
atribuições: distribuição, solicitação, utilização e conservação de
I - Executar, orientar e controlar as atividades de materiais;
telecomunicações e radiocomunicações da Polícia V - Coordenar, organizar e acompanhar a execução
Civil do Distrito Federal; das requisições de material de consumo, com o
II - Supervisionar e fiscalizar o cumprimento da controle do estoque;
legislação pertinente às telecomunicações; VI - Realizar pesquisa de preços de materiais, bem
III - Coordenar e executar serviços de instalação, como especificar, codificar e catalogar as mesmas;
manutenção, conserto e remoção de equipamentos VII - Proceder à realização dos inventários anuais;
e aparelhos de telecomunicações e VIII - Executar as atividades pertinentes ao
radiocomunicações; recebimento, conferência, guarda e distribuição de
IV - Orientar os usuários quanto à adequada material;
utilização dos equipamentos de telecomunicações; IX - Zelar pela manutenção dos bens móveis da
V - Manter contato com as unidades da Polícia Civil, Polícia Civil;
com o objetivo de coletar, processar, disseminar, X - Proceder ao recolhimento de bens móveis
padronizar e integrar os dados necessários ao considerados inservíveis, antieconômicos ou ociosos,
desempenho das atividades de telecomunicações; objetivando a alienação, recuperação ou
VI - Manter contato com empresas de telefonia e redistribuição;
radiocomunicação, com vistas à atualização em XI - Desempenhar outras atividades que se
novas tecnologias; enquadrem no âmbito de suas atribuições.
VII - Promover o controle de gastos das ligações Seção VIII – Da Divisão de Apoio e Serviços Gerais
telefônicas locais, interestaduais e internacionais; Art.29. A Divisão de Apoio e Serviços Gerais, unidade
VIII - Manter atualizada a lista dos telefones internos orgânica de execução, diretamente subordinada ao
da Polícia Civil do Distrito Federal e colaborar na Departamento de Administração Geral, tem como
confecção do catálogo telefônico; atribuições:
IX - Elaborar estudos, relatórios, projetos e mapas I - Executar e fiscalizar os serviços relativos alvenaria,
estatísticos, para divulgação e aprimoramento das carpintaria, marcenaria, serralheria e instalações
atividades da Unidade; hidráulicas, hidrosanitárias e elétricas de interesse da
X - Elaborar projetos técnicos para aquisição de Polícia Civil;
equipamentos; II - Receber solicitações de serviço e providenciar o
XI - Desempenhar outras atividades que se atendimento de acordo com as prioridades;
enquadrem no âmbito de suas atribuições.

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III - Promover a manutenção, recuperação e VII - Estabelecer as medidas necessárias para a


conservação de paredes em alvenaria, recuperação e preservação do meio ambiente nas áreas sob a
instalação de revestimentos de forros, pisos e administração da Polícia Civil;
paredes, chumbamentos e colocação de vidros, VIII - Coordenar, controlar e avaliar o atendimento
espelhos e esquadrias, serviços de pintura, dentre das solicitações de serviços de engenharia das
outros; unidades da Polícia Civil do Distrito Federal;
IV - Realizar pequenas reformas nas edificações da IX - Conferir a realização de serviços por terceiros e
Polícia Civil do Distrito Federal, em articulação com a atestar as notas fiscais pertinentes;
Divisão de Arquitetura e Engenharia; X - Acompanhar a execução dos contratos
V - Efetuar revisões periódicas e preventivas dos pertinentes à sua área de atuação;
sistemas elétrico, hidrosanitário, contra incêndios, XI - Manter organizados e atualizados os
telhados e calhas; documentos da unidade, em suporte eletrônico ou
VI - Conferir a realização de serviços por terceiros e em papel;
atestar as notas fiscais pertinentes, correlacionados XII - Promover a especificação de materiais e serviços
à sua área de atuação; relativos à construção ou reparos de imóveis da
VII - Levantar custos de mão-de-obra e materiais Polícia Civil;
para subsidiar os orçamentos de obras e serviços; XIII - Desempenhar outras atividades que se
VIII - Desempenhar outras atividades que se enquadrem no âmbito de suas atribuições.
enquadrem no âmbito de suas atribuições. Seção X - Da Policlínica
Seção IX – Da Divisão de Arquitetura e Engenharia Art.31. A Policlínica, unidade orgânica de execução,
Art.30. A Divisão de Arquitetura e Engenharia, diretamente subordinada ao Departamento de
unidade orgânica de execução, diretamente Administração Geral, tem como atribuições:
subordinada ao Departamento de Administração I - Prestar atendimento na área de saúde para os
Geral, tem como atribuições: policiais civis;
I - Planejar, dirigir, organizar, orientar, controlar e II - Gerenciar assistência médica, psicológica,
avaliar a execução das atividades relacionadas a fisioterápica, odontológica, farmacêutica,
obras e serviços de engenharia; fonoaudiológica, laboratorial e enfermagem,
II - Avaliar as necessidades de construção, preventiva e curativa prestada aos policiais civis;
conservação e reparo dos imóveis da Polícia Civil do III - Coordenar, participar ou implementar, isolada ou
Distrito Federal; associadamente a outras unidades ou instituições de
III - Analisar projetos de fundações, cálculos saúde, mediante convênios, programas de
estruturais, pavimentação e drenagem, bem como prevenção de agravos à saúde, tratamento de
das instalações elétricas, hidrosanitárias, telefônicas doenças e melhoria da qualidade de vida;
e de combate a incêndio; IV - Realizar atividades de medicina do trabalho;
IV - Analisar projetos de arquitetura para construção V - Analisar, visando homologação, laudos e
ou reforma de prédios próprios ou locados à Polícia atestados médicos fornecidos por terceiros, para
Civil do Distrito Federal; efeito de concessão de licenças médicas ou abonos
V - Zelar dos bens imóveis da Polícia Civil, atentando de faltas ao serviço;
pela sua correta utilização; VI - Manter atualizados e de modo uniforme os
VI - Vistoriar imóveis próprios ou locados pela Polícia prontuários das áreas médica, odontológica,
Civil do Distrito Federal, apresentando relatório psicológica e fisioterápica, e os registros de controle
técnico sobre as necessidades de execução de de tempo das licenças concedidas aos servidores, por
reparos e manutenções; motivo de doença ou tratamento de saúde;
VII - Proceder a perícias médicas nas áreas
administrativa e trabalhista dos servidores, com

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vistas a exames admissionais, demissionais, III - Organizar e controlar o cronograma de realização


periódicos, de verificação de capacidade laborativa, de licitações;
física e sanidade mental e outros exames da esfera IV - Providenciar a publicação, na Imprensa Oficial e
trabalhista; em Jornal de grande circulação, de avisos de
VIII - Realizar exames clínicos, diagnóstico e licitação, de resultado de habilitação, de julgamento,
tratamento de doenças ou outros distúrbios de adiamento, de revogação e de anulação;
orgânicos, bem como orientar e encaminhar V - Acompanhar os prazos de impugnações dos
pacientes para tratamento especializado; editais e recursos interpostos contra decisões
IX - Solicitar, realizar, analisar e interpretar relativas à habilitação, inabilitação e julgamento e os
resultados de exames complementares de prazos mínimos de publicações de editais;
laboratório e exames radiológicos; VI - Analisar e responder as impugnações e recursos
X - Emitir laudos relativos à saúde do servidor em seu referentes a editais e convites;
ambiente de trabalho e em relação às atividades VII - Desempenhar outras atividades que se
exercidas; enquadrem no âmbito de suas atribuições.
XI - Propor normas, rotinas e procedimentos para as Seção XII - Da Comissão Permanente de Tomada
atividades médico-periciais, trabalhista e de Contas Especial
administrativa; Art.33. A Comissão Permanente de Tomada de
XII - Estudar as causas médicas do absenteísmo Contas Especial, unidade orgânica de execução,
propondo medidas de caráter preventivo; diretamente subordinada ao Departamento de
XIII - Desenvolver e executar programas de Administração Geral, composta de um presidente,
prevenção e de tratamento de dependentes dois membros e um secretário, todos designados
químicos e alcoólicos, integrantes do quadro da pelo Diretor-Geral da Polícia Civil, tem como
Polícia Civil do Distrito Federal; atribuições:
XIV - Elaborar estudos, relatórios e projetos para I - Controlar, coordenar e executar as atividades
divulgação e aprimoramento das atividades da formais de apuração de tomada de contas especiais
Policlínica; instauradas no âmbito da Polícia Civil, de acordo com
XV - Estabelecer cronograma de inspeção de saúde e as normas estabelecidas pelo Tribunal de Contas do
psicológica dos policiais civis, os quais deverão ser Distrito Federal e outros órgãos de controle;
submetidos a exames uma vez a cada quatro anos, II - Controlar a tramitação e os prazos dos
cujas convocações serão realizadas pela própria procedimentos de Tomadas de Contas Especiais;
Policlínica; III - Expedir e controlar intimações e ordens de
XVI - Desempenhar outras atividades que se serviços, bem como realizar todas as diligências
enquadrem no âmbito de suas atribuições. inerentes aos processos de Tomada de Contas
Seção XI - Da Comissão Permanente de Licitação Especiais;
Art.32. A Comissão Permanente de Licitação, IV - Articular-se com o Tribunal de Contas do Distrito
unidade orgânica de execução, diretamente Federal e com a Corregedoria do Distrito Federal
subordinada ao Departamento de Administração para a execução de suas atribuições;
Geral, tem como atribuições: V - Encaminhar, mensalmente, à Direção-Geral da
I - Planejar, coordenar, implementar, acompanhar, Polícia Civil, relatório das atividades desenvolvidas;
supervisionar e orientar as atividades de licitações, VI - Elaborar e controlar as folhas de ponto, licença de
referentes a Obras e Serviços de Engenharia, pessoal, planos de chamada e de férias dos
Concessões e Permissões; servidores da Comissão;
II - Elaborar minutas de editais, convites e seus VII - Providenciar as avaliações de desempenho
anexos, visando à formalização e à instrução funcional e de estágio probatório dos servidores da
adequada dos processos de licitação; Comissão;

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VIII - Desempenhar outras atividades que se a) Receber, cadastrar, controlar e investigar,


enquadrem no âmbito de suas atribuições. preliminarmente, as notícias de práticas de infrações
penais;
CAPÍTULO VII - DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA
CIRCUNSCRICIONAL b) Registrar em boletins de ocorrência devidamente
fundamentados, as notícias de práticas de infrações
Art.34. O Departamento de Polícia Circunscricional,
penais, a exceção dos requerimentos,
unidade central de coordenação técnica e
representações e requisições que contenham
operacional, diretamente subordinado à Direção-
elementos suficientes ao início da apuração;
Geral da Polícia Civil, tem como atribuição:
c) Lavrar autos de prisão em flagrante e termo
I - Planejar, coordenar, supervisionar e orientar a
circunstanciado;
execução das atividades das Delegacias
d) Promover rondas no âmbito de sua circunscrição;
Circunscricionais;
e) Comparecer ao local de práticas delituosas
II - Propor políticas e normas de prevenção e
promovendo o isolamento, preservação e auxílio
repressão à prática de infrações penais;
para a realização do exame pericial, bem como
III - Prestar apoio operacional a todas as unidades
diligenciar visando à colheita de prova testemunhal;
subordinadas à Polícia Civil do Distrito Federal;
f) Promover apoio operacional a qualquer atividade
IV - Desempenhar outras atividades que se
policial regular que esteja ocorrendo na
enquadrem no âmbito de suas atribuições.
circunscrição;
Seção I - Das Delegacias de Polícia
g) Promover o apoio operacional policial requisitado
Circunscricionais
por autoridade competente;
Art.35. As Delegacias de Polícia Circunscricionais,
h) Promover o controle e identificação das pessoas
unidades orgânicas de execução técnica e
que compareçam à delegacia, fazendo seu
operacional, subordinadas diretamente ao
encaminhamento ao devido setor;
Departamento de Polícia Circunscricional, têm como
i) Promover o atendimento, com celeridade e
atribuições:
presteza, de todas as pessoas que busquem auxílio
I - Planejar, coordenar e executar as atividades de
policial;
polícia judiciária, de apuração das infrações penais
j) Zelar pela segurança, vigilância e conservação das
ocorridas nos limites de suas circunscrições, bem
instalações físicas da unidade e de todos os bens ali
como promover a fiscalização e vistoria de locais,
existentes;
produtos e serviços, no âmbito legal de sua atuação;
k) Cadastrar, guardar e zelar por todo e qualquer
II - Planejar, coordenar e executar atividades
objeto, valores e documentos arrecadados ou
operacionais de prevenção e repressão à prática de
apreendidos durante o serviço de plantão;
infrações no âmbito das suas circunscrições;
l) Cuidar da guarda, segurança, visitas, vigilância e
III - Prestar apoio operacional a qualquer outra
alimentação das pessoas presas ou apreendidas na
unidade da Policia Civil no âmbito de sua atuação e
unidade orgânica;
circunscrição;
m) Promover consulta aos cadastros de pessoas e
IV - Manter o funcionamento da delegacia em regime
veículos envolvidos ou não em ocorrência policial;
de expediente e plantão, cujos horários de trabalho e
n) Manter o Delegado-Chefe da unidade e o
folga serão estabelecidos pela Direção-Geral;
Supervisor-de-Dia da Polícia Civil informados sobre
V - Desempenhar outras atividades que se
ocorrências de repercussão;
enquadrem no âmbito de suas atribuições.
o) Promover atendimento prioritário às gestantes,
§1º São atividades a serem executadas em regime de
idosos e pessoas com necessidades especiais;
plantão nas Delegacias de Polícia Circunscricionais:
p) Desempenhar outras tarefas que se enquadrem no
âmbito de suas atribuições.

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§2º São atribuições do delegado responsável pelo Circunscricionais, além das previstas no art. 95 e seus
plantão das Delegacias Circunscricionais, além das incisos:
previstas no art. 95 e seus incisos: a) Supervisionar, coordenar, controlar e executar as
a) Coordenar as atividades da equipe de plantão, atividades específicas de polícia civil ou de interesse
descritas no parágrafo anterior; da segurança pública;
b) Presidir inquérito policial, inclusive auto de prisão b) Estudar e propor medidas destinadas a simplificar
em flagrante, adotando as medidas necessárias ao o trabalho e a redução dos custos das operações
fiel esclarecimento dos fatos e suas circunstâncias policiais;
até relatório final; c) Elaborar planos de estudos de situação de busca de
c) Lavrar termo circunstanciado; informações e de operações policiais;
d) Presidir outros procedimentos administrativos; d) Proceder à análise de dados e elaborar
e) Comparecer aos locais de crime, priorizando os de informações no âmbito das atribuições da Polícia
morte violenta, a fim de orientar os trabalhos Civil;
periciais e as diligências a serem realizadas; e) Participar de estudos e pesquisas de natureza
f) Determinar o encaminhamento de vítimas ao técnica sobre administração policial;
Instituto Médico Legal para realização dos exames f) Representar à autoridade competente sobre
necessários ao esclarecimento do fato; questões de natureza penal, processual penal e
g) Formalizar termo de representação nas administrativa;
ocorrências alusivas aos crimes contra os costumes g) Planejar operações de segurança e de
ou quaisquer outros de ação pública condicionada, investigações;
verificada qualquer hipótese prevista no art. 39, 1º do h) Supervisionar ou executar operações de caráter
Código de Processo Penal; sigiloso;
h) Determinar a realização de rondas na circunscrição i) Presidir inquéritos policiais e termos
da delegacia, supervisionando a sua realização; circunstanciados;
i) Dar expressa destinação aos bens apreendidos ou j) Presidir sindicâncias e outros procedimentos
arrecadados durante o plantão; administrativos;
j) Zelar pelo uso das viaturas destinadas ao serviço de k) Proceder com todos os atos e formalidades
plantão, providenciando a sua regular vistoria no necessários para a instrução do inquérito policial e
início e ao final do serviço, consignando as eventuais outros procedimentos de natureza criminal ou
irregularidades; administrativa;
k) Cientificar-se, ao assumir o serviço, acerca das l) Instruir e orientar pessoal sob sua coordenação
pessoas eventualmente custodiadas na delegacia, da visando estabelecer novas técnicas e procedimentos
condição das viaturas, dos armamentos, da munição de trabalho;
e dos demais objetos de carga específica do plantão; m) Substituir o Delegado de Plantão quando
l) Promover a verificação e controle das viaturas em determinado, em seus afastamentos legais e
pernoite na delegacia, consignando as eventuais impedimentos eventuais;
irregularidades; n) Elaborar pareceres em expedientes criminais e
m) Substituir o Delegado de Expediente quando administrativos;
determinado, em seus afastamentos legais e o) Acompanhar e fiscalizar as atividades cartorárias
impedimentos eventuais; da delegacia, orientando os Escrivães de Polícia;
n) Desempenhar outras atividades que se p) Cumprir e fazer cumprir o presente regimento,
enquadrem no âmbito de suas atribuições. regulamentos administrativos e leis em vigor;
§3º São atribuições do delegado responsável pelo q) Desempenhar outras atividades e funções que se
expediente ordinário das Delegacias enquadrem no âmbito de suas atribuições;

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CAPÍTULO VIII - DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA dinheiro e à aquisição, posse e propriedade de bens


ESPECIALIZADA adquiridos por meio de recursos financeiros ou
Art.36. O Departamento de Polícia Especializada, vantagens obtidas por meio dessa atividade
órgão central de coordenação técnica e operacional, criminosa;
diretamente subordinado a Direção-Geral, tem como V - Manter interação com os órgãos judiciais e
atribuições: promotorias especializadas, com o Ministério da
I - Planejar, coordenar, supervisionar e orientar a Justiça, com o Departamento de Polícia Federal e
execução de todas atividades das unidades com os demais órgãos afins integrantes do Sistema
subordinadas; Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas–
II - Propor políticas e normas de prevenção e SISNAD, visando a otimização e a celeridade das
repressão a pratica de infrações penais; investigações e procedimentos policiais e de polícia
III - Prestar apoio operacional a todas as unidades da judiciária e o intercâmbio de informações;
Polícia Civil do Distrito Federal, quando solicitado; VI - Manter interação com os demais órgãos policiais,
IV - Organizar, manter e disponibilizar bancos de de inteligência e com outros responsáveis pela
dados de roubo e furto de veículos; prevenção ou repressão ao tráfico ilícito de drogas ou
V - Executar a vistoria preventiva e repressiva em pela fiscalização e controle do emprego e uso clínico
veículos automotores; de drogas;
VI - Coordenar e controlar a custódia e VII - Incinerar periodicamente, na forma da lei,
movimentação de pessoas presas provisoriamente mediante autorização judicial, as drogas guardadas
no âmbito da Polícia Civil; sob sua responsabilidade;
VII - Desempenhar outras atividades que se VIII - A guarda e o depósito de todas as drogas
enquadrem no âmbito de suas atribuições. apreendidas por quaisquer unidades da Polícia Civil
Seção I - Da Coordenação de Repressão às Drogas do Distrito Federal.
Art.37. A Coordenação de Repressão às Drogas – Subseção I - Da Divisão de Coleta, Análise e
CORD, unidade orgânica de coordenação Difusão de Informações
diretamente subordinada ao Departamento de Art. 38. À Divisão de Coleta, Análise e Difusão de
Polícia Especializada, tem como atribuições: Informações, unidade policial diretamente
I - Planejar, coordenar e executar, em todo o Distrito subordinada à Coordenação de Repressão às Drogas
Federal, medidas para a repressão ao uso indevido, à – CORD, tem como atribuições:
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas I - Produzir conhecimento, por meio da coleta, busca,
por meio de investigação criminal e do exercício das processamento e análise, e realizar a difusão de
atividades de polícia judiciária, na forma da lei em informações que possam auxiliar as Divisões da
vigor e em observância às diretrizes, princípios e Coordenação de Repressão às Drogas em suas
objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas atividades de investigação e apuração de crimes de
sobre Drogas– SISNAD; tráfico ou consumo de drogas;
II - Reprimir a semeadura, cultivo e a colheita de II - Assistir e informar o Coordenador acerca de
plantas que se constituam matéria-prima para a informações de interesse relacionadas ao âmbito de
preparação de drogas, com a destruição imediata de atuação da Coordenação de Repressão às Drogas;
plantações ilícitas, com o recolhimento de III - Desenvolver atividades de inteligência, contra-
quantidade suficiente para exame pericial e a adoção inteligência e operações de inteligência policial em
de medidas necessárias à preservação da prova; investigações de repressão ao tráfico e consumo
III - Reprimir as atividades das associações criminosas ilícito de drogas;
voltadas ao tráfico ilícito de drogas; IV - Elaborar relatórios analíticos e de inteligência
IV - Reprimir o financiamento e o custeio da prática policial voltados à investigação e à repressão ao
do tráfico ilícito de drogas, bem como à lavagem de

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VADE MECUM – Agente da PCDF

tráfico de drogas, subsidiando e abastecendo de II - Investigar, em todo o Distrito Federal, os mesmos


informes as Divisões de Repressão às Drogas; delitos, independentemente de ter autoria ou não,
V - Acompanhar e gerenciar os trabalhos policiais em excepcionalmente, em face de decisão
andamento nas Divisões de Repressão às Drogas no fundamentada e por conveniência administrativa, da
intuito de se evitar a sobreposição ou concorrência Direção-Geral e da Corregedoria Geral de Polícia;
de investigações; III - Prestar auxílio técnico, por meio de recursos
VI - Apoiar as investigações das Divisões de materiais e humanos, excepcionalmente e sempre
Repressão às Drogas nas análises de informações que possível, às delegacias circunscricionais, quando
complexas; houver determinação do Departamento de Polícia
VII - Analisar, sintetizar e interpretar informações Especializada ou da Direção-Geral;
com o objetivo de formalizar e difundir o IV - Coordenar a elaboração de planos e projetos de
conhecimento produzido por meio de relatórios de combate aos crimes dolosos contra a vida, visando
inteligência. aprimorar a qualidade e eficiência da investigação;
Subseção II - Das Divisões de Repressão às Drogas V - Coordenar as atividades de polícia civil e polícia
Art. 39. Às Divisões de Repressão às Drogas I, II e III, judiciária, que sejam afetas à sua competência.
unidades policiais diretamente subordinadas à Subseção I - Das Divisões De Homicídios
Coordenação de Repressão às Drogas, têm como Art.41. Às Divisões de Homicídios I e II, unidades
atribuições: policiais diretamente subordinadas à Coordenação
I - Planejar, coordenar, executar, controlar e de Investigação de Crimes Contra a Vida, têm como
supervisionar as atividades de natureza policial, atribuições:
administrativa e judiciária, concernentes à apuração I - Planejar, coordenar, executar, controlar e
de crimes e à execução de investigações e operações supervisionar as atividades de natureza policial,
relacionadas à repressão ao tráfico e consumo ilícito administrativa e judiciária, concernentes à apuração
de drogas na sua área de atuação, definida pelo de crimes e à execução de investigações e operações
Coordenador; relacionadas à repressão dos crimes contra à vida na
II - Suprir a DCADI com informações e cópias de sua área de atuação, definida pelo Coordenador;
relatórios de investigações a serem iniciadas ou em II - Integrar-se com os organismos policiais dos
andamento, com a finalidade de que esta Estados e Territórios, assim como os municípios
acompanhe e previna a sobreposição ou circunvizinhos, objetivando a troca de informações
concorrência dos trabalhos desenvolvidos pelas destinadas a reprimir e investigar crimes de
unidades orgânicas da Coordenação. homicídios, emprestando-lhes ampla colaboração;
Seção II - Da Coordenação de Investigação de III - Determinar o comparecimento de equipes de
Crimes Contra a Vida investigação, a locais de crimes contra a vida, quando
Art. 40. A Coordenação de Investigação de Crimes designados pela Coordenação, orientando os
Contra a Vida – CORVIDA, unidade orgânica de agentes investigadores à entrevistar moradores,
Coordenação Direta subordinada ao Departamento arrolar testemunhas, identificar vítimas, autores,
de Polícia Especializada, tem como atribuições: amigos e familiares, qualificando-os, com seus
I - Promover investigação, em todo o Distrito respectivo endereços, locais de trabalho, e-mail,
Federal, dos crimes dolosos contra a vida, em suas telefones, assim como descrever com minúcias, em
formas consumada e tentada, que permanecerem informação elaborada pelos policiais, o local onde se
sem autoria por trinta dias, cujos inquéritos tenham deu o crime, com todas as suas características,
sido instaurados nas delegacias circunscricionais, elaborando, inclusive, croqui ilustrativo.
mediante redistribuição da Corregedoria Geral de
Polícia;

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Seção III - Da Divisão de Controle e Custódia de e) Controlar, cadastrar, fiscalizar e executar a entrega
Presos de medicamentos aos presos e receber a receita
Art.42. A Divisão de Controle e Custódia de Presos, médica;
unidade orgânica de execução, diretamente f) Executar a vigilância e segurança dos presos nas
subordinada ao Departamento de Polícia celas, no banho de sol, nas movimentações em áreas
Especializada, tem como atribuições: internas e durante as visitas;
I - Controlar, orientar e fiscalizar a execução das g) Liberar os presos que trabalham nos serviços
atividades administrativas, no que se refere a internos e externos;
expediente, material, transporte, comunicações, h) Controlar os horários de saída e retorno de presos;
expedição, recebimento e tramitação de i) Executar revistas periódicas nas celas;
documentos, conservação, limpeza, e ainda, j) Executar a conferência dos presos em cada cela,
recepção, liberação, vigilância, alimentação, escolta nos horários estabelecidos;
e disciplina de presos; k) Efetuar rondas na área da Divisão, de acordo com
II - Coordenar, controlar e fiscalizar os servidores escalas pré-estabelecidas;
escalados em regime de plantão; l) Conduzir presos à presença de autoridades e outros
III - Receber, cadastrar e controlar todos os profissionais;
documentos dos presos; m) Recolher, guardar e controlar objetos pessoais de
IV - Organizar e manter o cadastro dos internos; presos;
V - Receber, controlar e cadastrar alvarás de soltura; n) Adotar medidas necessárias dos alvarás de soltura,
VI - Executar todas as atividades para liberação de nos dias de semana e finais de semana em tempo
presos como a elaboração da documentação, integral;
pesquisas de cadastros nas seções e unidades o) Executar todas as atividades relativas à guarda
orgânicas pertinentes e encaminhamento ao plantão interna da Divisão, de pessoas custodiadas e outras
para liberação; de natureza similar.
VII - Minutar e digitar ofícios de comunicação de §2º Ao servidor encarregado de coordenar as
liberação de preso ao Juiz competente e à Delegacia atividades de plantão, tem como atribuições:
de Capturas e Polícia Interestadual; a) Orientar os demais plantonistas no desempenho
VIII - Fornecer informações sobre presos e consultar de suas funções;
bancos de dados especializados; b) Manter o Diretor da Divisão informado das
IX - Desempenhar outras atividades que se ocorrências de repercussão;
enquadrem no âmbito de suas atribuições. c) Zelar pelo cumprimento das atividades a serem
§1º São atividades desenvolvidas em regime de desempenhadas pelo plantão;
plantão: d) Desempenhar outras atividades que se
a) Executar as atividades relativas à segurança das enquadrem no âmbito de suas atribuições.
instalações físicas da Divisão, onde se encontram Seção IV - Da Divisão de Cadastro de Roubos e
recolhidas presos; Furtos de Veículos
b) Exercer a vigilância dos presos recolhidos na Art.43. A Divisão de Cadastro de Roubos e Furtos de
Divisão; Veículos, unidade orgânica de execução,
c) Receber presos oriundos de outras unidades diretamente subordinada ao Departamento de
orgânicas; Polícia Especializada, tem como atribuições:
d) Executar a revista geral do preso procedente de I - Planejar, coordenar, controlar e executar os
outra unidade para recolhimento na Divisão ou após serviços de identificação de veículos automotores e
a ocorrência de qualquer atividade interna ou de cadastro de roubos e furtos de veículos e
externa, como trabalho, banho de sol e visita; respectivos agregados;

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II - Registrar e controlar em banco de dados, f) Controlar, identificar e fiscalizar a movimentação


informações sobre roubo e furtos e restrições de pessoas nas instalações da Especializada;
administrativas de veículos automotores; g) Zelar pela segurança de pessoas, vigilância e
III - Executar a baixa de registros de roubo, furto e conservação das instalações da unidade orgânica e
restrições administrativas, constantes no cadastro de de todos os bens públicos ali existentes;
veículos automotores, referentes aos fatos ocorridos h) Cadastrar, autuar, controlar e zelar por todo e
no Distrito Federal; qualquer objeto, valor e documento arrecadados ou
IV - Elaborar relatório mensal de arrecadação de apreendidos durante o serviço de plantão;
taxas na execução dos serviços de suas atribuições. i) Cuidar da guarda, segurança e vigilância das
Seção V – Das Delegacias da Criança e do pessoas apreendidas e acauteladas na unidade
Adolescente orgânica;
Art.44. As Delegacias da Criança e do Adolescente, j) Desempenhar outras atividades que se enquadrem
unidades orgânicas de execução técnica e no âmbito de suas atribuições.
operacional, subordinada diretamente ao §2º São atribuições do Delegado responsável pelo
Departamento de Polícia Especializada, tem como plantão das Delegacias da Criança e do Adolescente,
atribuições: além das previstas no art. 95 e seus incisos:
I - Prevenir, reprimir e investigar a prática de atos a) Coordenar as atividades da equipe de plantão,
infracionais, na forma do Estatuto da Criança e do descritas no parágrafo anterior;
Adolescente na circunscrição do Distrito Federal; b) Presidir procedimentos de apuração de atos
II - Manter o controle das ocorrências policiais infracionais, adotando todas as medidas necessárias
envolvendo criança e adolescente como autores de ao pleno esclarecimento dos fatos em apuração até
Atos Infracionais; relatório final;
III - Manter o funcionamento da Delegacia em regime c) Determinar o encaminhamento de vítimas aos
de expediente e plantão, cujo horário de trabalho e Institutos para realização dos exames periciais
folga será estabelecido pela Direção-Geral; necessários ao esclarecimento do fato.
IV - Desempenhar outras atividades que se Seção VI - Da Delegacia de Capturas e Polícia
enquadrem no âmbito de suas atribuições, em cada Interestadual
área de atuação definida pelo Departamento de Art.45. A Delegacia de Capturas e Polícia
Polícia Especializada. Interestadual, unidade orgânica de execução técnica
§1º São atividades desenvolvidas em regime de e operacional, subordinada diretamente ao
plantão nessa Delegacia: Departamento de Polícia Especializada, tem como
a) Registrar, em boletins de ocorrência policial todas atribuições:
as notícias de Atos Infracionais, para que sejam I - Planejar, coordenar, controlar e executar as
devidamente apurados; atividades de recebimento, cadastramento,
b) Lavrar os procedimentos de apuração dos atos controle, divulgação, encaminhamento e
infracionais; cumprimento de cartas precatórias e mandados de
c) Realizar trabalhos preventivos e repressivos, prisão, recambiamento de presos, troca de
visando coibir a pratica de Atos Infracionais; informações com Polícias de outras unidades da
d) Auxiliar as Delegacias Circunscricionais e as Federação, localização e captura de pessoas
demais Especializadas na investigação de crimes procuradas pela Polícia e pela Justiça;
praticados em concurso com atos infracionais, na II - Receber, controlar e dar cumprimento a
forma do Estatuto da Criança e do Adolescente; mandados de prisão oriundos de outras unidades da
e) Promover o necessário auxílio na realização do federação e deprecados à justiça do Distrito Federal;
exame pericial no local de prática de ato infracional;

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III - Coordenar, controlar e executar o V - Manter o funcionamento da Delegacia em regime


encaminhamento e a busca de presos em outras de expediente e plantão, cujos horários de trabalho e
unidades da federação; folga serão estabelecidos pela Direção-Geral.
IV - Coordenar, controlar e executar os pedidos de §1º São atividades desenvolvidas em regime de
localização de pessoas, feitos por polícias de outras plantão na Especializada:
unidades da federação; a) Receber e registrar, em boletins de ocorrência
V - Organizar e manter arquivos e bancos de dados devidamente fundamentados, as notícias de práticas
com informações sobre antecedentes criminais, de infrações penais contra a mulher;
mandados de prisão e pessoas procuradas; b) Lavrar os termos circunstanciados;
VI - Prestar informações às unidades policiais, de c) Presidir auto de prisão em flagrante e inquérito
acordo com normas regulamentares; dele originado, adotando as medidas necessárias ao
VII - Articular-se com delegacias congêneres das fiel esclarecimento dos fatos e suas circunstâncias
outras unidades da federação, órgãos similares do até relatório final;
Governo Federal e com a INTERPOL, com o fim de d) Promover o necessário auxílio ao serviço de
trocar informações necessárias à execução e investigação pericial no local de prática delituosa;
aperfeiçoamento das atividades de sua competência; e) Promover o controle e identificação das pessoas
VIII - Difundir, no Distrito Federal e em outras que compareçam na Delegacia, fazendo seu
unidades da federação, mandados de prisão, bem encaminhamento ao devido setor;
como fotografias e individuais datiloscópicas de f) Zelar pela segurança, vigilância e conservação das
criminosos procurados; instalações da unidade orgânica e de todos os bens
IX - Manter controle cadastral e fiscalizar, na forma públicos ali existentes;
das normas regulamentares, as atividades de hotéis g) Cadastrar, autuar, controlar e zelar por todo e
e similares. qualquer objeto, valor e documento arrecadados ou
Seção VII – Da Delegacia Especial de Atendimento apreendidos durante o serviço de plantão;
À Mulher h) Cuidar da guarda, segurança e vigilância das
Art.46. A Delegacia Especial de Atendimento à pessoas conduzidas à Delegacia em situação de
Mulher, unidade orgânica de execução técnica e flagrante delito;
operacional, diretamente subordinada ao i) Promover consulta aos cadastros especializados,
Departamento de Polícia Especializada, tem como de todas as pessoas envolvidas em ocorrência
atribuições: policial.
I - Prevenir, reprimir e investigar os crimes praticados §2º São atribuições do Delegado responsável pelo
contra a mulher em todo o Distrito Federal, sem plantão da Delegacia, além das previstas no art. 95 e
prejuízo das providências a serem adotadas pelas seus incisos:
Delegacias Circunscricionais; a) Coordenar as atividades da equipe de plantão,
II - Prestar apoio operacional às Delegacias descritas no parágrafo anterior;
Circunscricionais nas ações de prevenção e repressão b) Presidir autos de prisão em flagrante, termo
às infrações penais de sua competência; circunstanciado e inquéritos daí originados,
III - Articular-se com as demais delegacias policiais adotando todas as medidas necessárias ao fiel
objetivando troca de informações necessárias ao esclarecimento dos fatos em apuração até relatório
desempenho de suas atividades; final;
IV - Programar e realizar operações policiais em c) Comparecer aos locais de morte violenta,
conjunto com outras delegacias, visando inibir os orientando pessoalmente os trabalhos periciais e as
crimes contra os costumes nos locais de maior diligências a serem efetivadas, dando atendimento
incidência, especialmente o estupro; prioritário às ocorrências desta natureza;

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d) Determinar o encaminhamento de vítimas aos I - Prevenir, reprimir e apurar os crimes ambientais,


Institutos para realização dos exames periciais inclusive o parcelamento irregular do solo,
necessários ao esclarecimento do fato; objetivando a proteção do solo, subsolo, água e ar;
e) Zelar pelo cumprimento das atividades a serem II - Planejar, coordenar e executar atividades
desempenhadas pelo plantão; operacionais de prevenção e repressão à prática das
f) Desempenhar outras atividades que se enquadrem infrações penais de sua competência.
no âmbito de suas atribuições. Seção XI – Da Delegacia de Crimes Contra a Ordem
Seção VIII – Da Delegacia de Defesa do Tributária
Consumidor Art.50. A Delegacia de Crimes Contra a Ordem
Art.47. A Delegacia de Defesa do Consumidor, Tributária, unidade orgânica de execução técnica e
unidade orgânica de execução técnica e operacional, operacional, diretamente subordinada ao
diretamente subordinada ao Departamento de Departamento de Polícia Especializada, tem como
Polícia Especializada, tem como atribuições: atribuições:
I - Prevenir, reprimir e apurar as infrações penais I - Prevenir, reprimir e apurar os crimes praticados
praticadas contra a relação de consumo, saúde contra a ordem tributária e demais crimes conexos;
pública, economia popular e a ordem econômica; II - Acompanhar a Administração Fazendária nas
II - Fiscalizar os comércios e indústrias no Distrito ações de combate à sonegação fiscal, bem como
Federal, quer seja na zona urbana, expansão urbana quando por ela for solicitado apoio policial;
ou rural, podendo para tanto, requisitar o concurso III - Planejar, coordenar e executar, com apoio da
dos demais órgãos especializados; Administração Fazendária, atividades operacionais
III - Promover campanhas educativas conjuntas sobre de prevenção e repressão à prática das infrações
os direitos e mecanismos de defesa do consumidor. penais de sua atribuição.
Seção IX – Da Delegacia de Falsificações e Seção XII – Da Delegacia Especial de Proteção à
Defraudações Criança e ao Adolescente
Art.48. A Delegacia de Falsificações e Defraudações, Art.51. A Delegacia Especial de Proteção à Criança e
unidade orgânica de execução técnica e operacional, ao Adolescente, unidade orgânica de execução
diretamente subordinada ao Departamento de técnica e operacional, diretamente subordinada ao
Polícia Especializada, tem como atribuições: Departamento de Polícia Especializada, tem como
I - Planejar, coordenar e executar as investigações atribuições:
relacionadas aos crimes praticados por meio de I - Fiscalizar, investigar e instaurar inquérito policial
falsificações e fraudes de autoria ignorada em todo o no caso de infração penal praticada contra criança e
Distrito Federal, sem prejuízo das providências adolescente;
adotadas pelas Delegacias Circunscricionais; II - Desenvolver estratégias, continuadas de
II - Planejar, coordenar e executar atividades investigação e repressão em locais públicos e
operacionais de prevenção e repressão à prática das privados;
infrações penais de sua competência; III - Desenvolver estratégias continuadas de
III - Promover campanhas educativas conjuntas de investigação e repressão de forma a romper com o
como evitar a vitimização ante fraudes. ciclo de impunidade dos agressores;
Seção X– Da Delegacia Especial do Meio Ambiente IV - Prestar informações ao Conselho da Criança e do
Art.49. A Delegacia Especial do Meio Ambiente, Adolescente, quando solicitadas.
unidade orgânica de execução técnica e operacional, Seção XIII – Da Delegacia de Repressão a Furtos
diretamente subordinada ao Departamento de Art.52. A Delegacia de Repressão a Furtos, unidade
Polícia Especializada, tem como atribuições: orgânica de execução técnica e operacional,
diretamente subordinada ao Departamento de
Polícia Especializada, tem como atribuições:

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I - Prevenir, reprimir e investigar os crimes de furtos, Seção XV – Da Delegacia de Repressão a Pequenas


de autoria desconhecida, em todo o Distrito Federal, Infrações
sem prejuízo das providências a serem adotadas Art.54. A Delegacia de Repressão a Pequenas
pelas Delegacias Circunscricionais; Infrações, unidade orgânica de execução técnica e
II - Prestar apoio operacional às Delegacias operacional, diretamente subordinada ao
Circunscricionais nas ações de prevenção e repressão Departamento de Polícia Especializada, tem como
às infrações penais de sua competência; atribuições:
III - Articular-se com as demais delegacias policiais I - Prevenir, reprimir e investigar as infrações penais
objetivando troca de informações necessárias ao de menor potencial ofensivo, ocorridas em todo o
desempenho de suas atividades; Distrito Federal e que estejam em situação de
IV - Executar outras atividades que se enquadrem no flagrante, à exceção daquelas em concurso com
âmbito de suas atribuições. outros delitos;
Seção XIV – Da Delegacia de Roubos e Furtos de II - Promover a autuação em flagrante nos casos
Veículos previstos em lei, quando da prática de infração penal
Art.53. A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, de menor potencial ofensivo e de outros delitos caso
unidade orgânica de execução técnica e operacional, tenha ocorrido no interior da Delegacia;
diretamente subordinada ao Departamento de III - Prestar apoio operacional as Delegacias
Polícia Especializada, tem como atribuições: Circunscricionais nas ações de prevenção e repressão
I - Prevenir, reprimir e investigar os crimes de roubos, às infrações penais de sua competência;
furtos e receptação de veículos automotores, de IV - Manter o funcionamento da Delegacia em
autoria desconhecida, sem prejuízo das providências regime de expediente e plantão, cujo horário de
a serem adotadas pelas Delegacias Circunscricionais; trabalho e folga será estabelecido pela Direção-
II - Prestar apoio operacional às Delegacias Geral;
Circunscricionais nas ações de prevenção e repressão V - Executar outras atividades que se enquadrem no
às infrações penais de sua competência; âmbito de suas atribuições.
III - Articular-se com as demais delegacias policiais e §1º São atividades desenvolvidas em regime de
congêneres, objetivando troca de informações e plantão na Especializada:
apoio operacional necessários ao desempenho de a) Receber, cadastrar, controlar e investigar,
suas atividades; preliminarmente, as notícias de práticas de infrações
IV - Emitir Carta Precatória referente a penais de menor potencial ofensivo que forem
procedimentos policiais relacionados com sua noticiadas à Delegacia;
competência; b) Registrar, em boletins de ocorrência devidamente
V - Zelar pela guarda e conservação de veículos, fundamentados, as notícias de práticas de infrações
peças ou acessórios, apreendidos ou arrecadados, penais, à exceção dos requerimentos,
mantendo rigoroso controle de sua procedência e representações e requisições que contenham
destinação; elementos suficientes ao início da apuração;
VI - Executar outras atividades que se enquadrem no c) Lavrar os termos circunstanciados de apuração de
âmbito de suas atribuições; infrações penais de menor potencial ofensivo, na
VII - Manter o funcionamento do depósito de veículos forma da lei;
da Delegacia em regime de plantão. d) Promover o controle e identificação das pessoas
§1º São atividades desenvolvidas em regime de que compareçam na Delegacia, fazendo seu
plantão no depósito de veículos apreendidos: encaminhamento ao devido setor;
a) Zelar pela guarda, identificação e conservação dos e) Zelar pela segurança, vigilância e conservação das
veículos, peças ou acessórios, apreendidos ou instalações da unidade orgânica e de todos os bens
arrecadados. públicos ali existentes;

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f) Cadastrar, autuar, controlar e zelar por todo e diretamente subordinado à Direção-Geral da Polícia
qualquer objeto, valor e documento arrecadados ou Civil, tem como atribuições:
apreendidos durante o serviço de plantão; I - Dirigir, coordenar, orientar e controlar a execução
g) Cumprir ordens de missão e mandados; de todas as atividades que lhe estão subordinadas;
h) Promover consulta junto à Divisão de Controle de II - Assessorar o Diretor-Geral de Polícia Civil nos
Denúncias e Ocorrências Eletrônicas e ao Centro assuntos de planejamento operacional,
Integrado de Atendimento e Despacho da Secretaria gerenciamento de situações críticas e atividade de
de Segurança Pública, de todos os veículos inteligência policial;
automotores envolvidos em ocorrência policial. III - Propor políticas e normas de prevenção e
§2º São atribuições do Delegado responsável pelo repressão à prática de infrações penais;
plantão da Delegacia Especializada, além das IV - Gerenciar, no âmbito de suas atribuições,
previstas no art. 95 e seus incisos: situações críticas de motins, rebeliões e tentativas de
a) Coordenar atividades da equipe de plantão, invasão em órgãos da Polícia Civil do Distrito Federal;
descritas no parágrafo anterior; V - Coordenar e supervisionar as operações técnicas
b) Presidir autos de prisão em flagrante, termo de interceptação de comunicação telefônica no
circunstanciado e inquéritos daí originados, âmbito da Polícia Civil do Distrito Federal;
adotando todas as medidas necessárias ao fiel VI - Acompanhar as investigações dos crimes que
esclarecimento dos fatos em apuração até relatório sejam ou tenham sido alvo de investigação por
final; Comissão Parlamentar de Inquérito, em matéria de
c) Determinar o encaminhamento de vítimas e atribuições da Polícia Civil;
objetos aos Institutos para realização dos exames VII - Desenvolver programas de estudo, pesquisa,
periciais necessários ao esclarecimento do fato. compartilhamento e transferência de
Seção XVI – Da Delegacia de Repressão a Roubos conhecimentos de assuntos específicos atinentes ao
Art.55. A Delegacia de Repressão a Roubos, unidade exercício das atividades do Departamento;
orgânica de execução técnica e operacional, VIII - Prestar apoio às unidades da Polícia Civil acerca
diretamente subordinada ao Departamento de de investigações, cumprimento de mandados de
Polícia Especializada, tem como atribuições: prisão e localização de pessoas procuradas pela
I - Prevenir, reprimir e investigar os crimes de roubo Justiça;
e latrocínio, de autoria desconhecida, sem prejuízo IX - Dar proteção a policiais civis e autoridades dos
das providências a serem adotadas pelas Delegacias órgãos do Distrito Federal e União, que estejam
Circunscricionais; sendo coagidas ou expostas à grave ameaça, quando
II - Prestar apoio operacional às Delegacias determinado pelo Diretor-Geral de Polícia;
Circunscricionais nas ações de prevenção e repressão X - Dar proteção a vítimas ou testemunhas de crimes
às infrações penais de sua competência; que estejam sendo coagidas ou expostas à grave
III - Articular-se com as demais delegacias policiais e ameaça em razão de colaborarem com a
congêneres, objetivando troca de informações e investigação ou processo criminal;
apoio operacional necessários ao desempenho de XI - Elaborar Planos de Segurança Orgânica da Polícia
suas atividades; Civil;
IV - Executar outras atividades que se enquadrem no XII - Elaborar e supervisionar as Ordens de Missão
âmbito de suas atribuições. expedidas pelo Diretor-Geral de Polícia, de acordo
com as diretrizes da Secretaria de Estado de
CAPÍTULO IX - DO DEPARTAMENTO DE
ATIVIDADES ESPECIAIS Segurança Pública do Distrito Federal;
XIII - Elaborar e expedir projetos, planos de trabalho
Art.56. O Departamento de Atividades Especiais,
e normas para a execução das atividades das
órgão de coordenação técnica e operacional,
unidades policiais subordinadas e;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XIV - Executar outras atividades que se enquadrem Art.58. A Divisão de Repressão a Sequestros,
no âmbito de suas atribuições. unidade orgânica de execução e apoio técnico-
Seção I – Da Divisão de Apoio Logístico operacional, diretamente subordinada ao
Operacional Departamento de Atividades Especiais, tem como
Art.57. A Divisão de Apoio Logístico Operacional, atribuições:
unidade orgânica de execução e apoio técnico- I - Planejar, coordenar e executar, em todo o Distrito
operacional, diretamente subordinada ao Federal, as atividades de polícia judiciária e de
Departamento de Atividades Especiais, tem como apuração, tão logo tenha conhecimento, das
atribuições: infrações penais de sequestro e cárcere privado,
I - Desenvolver as atividades administrativas no roubo com restrição de liberdade da vítima em
âmbito do Departamento; concurso com extorsão, extorsão, extorsão mediante
II - Coletar, processar e controlar dados de produção sequestro, subtração de incapazes e
das unidades orgânicas do Departamento, para fins desaparecimento de pessoas, quando houver indício
de estatística e planejamento estratégico das da prática de qualquer um dos delitos anteriormente
atividades operacionais; referidos, sem prejuízo das providências preliminares
III - Elaborar as ordens de serviço, emitidas pelo efetivadas pelas Delegacias Circunscricionais onde
Diretor do Departamento visando o cumprimento e houver ocorrido a conduta delituosa;
execução de missões operacionais determinadas II - Planejar, coordenar e executar as atividades
pela Direção-Geral da Polícia Civil; operacionais de repressão à prática de delitos de sua
IV - Assessorar o Diretor do Departamento no competência;
desenvolvimento de medidas que objetivem o III - Participar, quando determinado por autoridade
planejamento técnico operacional e estatístico das superior competente, de atividades policiais que
Divisões subordinadas ao Departamento; visem à proteção da incolumidade das pessoas e do
V - Elaborar, sob orientação e controle do Diretor, o patrimônio, relacionados aos crimes de sua
planejamento estratégico operacional do competência;
Departamento; IV - Participar, com autorização de autoridade
VI - Realizar estudos e levantamento das superior competente, de atividades policiais
necessidades de recursos humanos, material de desenvolvidas por instituições policiais de outras
consumo e permanente, viaturas policiais, unidades da federação, que visem à prevenção ou
armamentos e demais equipamentos necessários ao repressão a delitos de sua competência;
suporte logístico das unidades vinculadas ao V - Articular-se com as demais unidades policiais
Departamento; congêneres, objetivando troca de informações,
VII - Desenvolver e controlar programas destinados apoio operacional necessários ao desempenho de
ao contínuo aperfeiçoamento das unidades suas atividades e aperfeiçoamento dos métodos e
vinculadas ao Departamento, propondo a técnicas aplicadas no exercício de suas atividades;
reformulação, manutenção e investimentos nas suas VI - Executar outras atividades que se enquadrem no
estruturas, equipamentos, armamentos, viaturas, âmbito de suas atribuições.
capacitação profissional e materiais em geral; Seção III - Da Divisão de Operações Especiais
VIII - Desenvolver atividade logística em operações Art.59. A Divisão de Operações Especiais, unidade
policiais, mediante execução de procedimentos orgânica de execução e apoio técnico e tático
administrativos e técnicos de apoio às unidades da operacional, diretamente subordinada ao
Polícia Civil do Distrito Federal; Departamento de Atividades Especiais tem como
IX - Desempenhar outras atividades que se atribuições:
enquadrem no âmbito de suas atribuições. I - Planejar, coordenar e executar as atividades da
Seção II – Da Divisão de Repressão a Sequestro Polícia Civil do Distrito Federal que exijam o controle

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e a resolução de situações policiais críticas e de alto Seção IV – Da Divisão de Operações Aéreas


risco e complexidade; Art.60. A Divisão de Operações Aéreas, unidade
II - Executar operações e missões especiais orgânica de execução e apoio técnico-operacional,
desenvolvidas, planejadas e coordenadas pelo diretamente subordinada ao Departamento de
Departamento de Atividades Especiais da Polícia Atividades Especiais, tem como atribuições:
Civil do Distrito Federal; I - Planejar, coordenar e executar as atividades de
III - Prestar apoio, quando solicitado, às demais policiamento aéreo em apoio às unidades da Polícia
unidades da Polícia Civil do Distrito Federal, no Civil, na prevenção e repressão da prática de
âmbito das suas atribuições; infrações penais, obedecidas as normas e
IV - Executar atividades de segurança das instalações regulamentos próprios da Aviação Civil;
e do patrimônio das unidades orgânicas do Governo II - Planejar, coordenar e executar atividades de apoio
do Distrito Federal, quando solicitado, sempre que a outras unidades de segurança pública do Distrito
estas estejam ameaçadas de invasão, depredação ou Federal e da União, quando autorizado pela Direção
qualquer outra conduta que ponha em risco essa Geral da Polícia Civil ou pelo Diretor do
segurança, garantindo a manutenção ou restauração Departamento de Atividades Especiais;
do seu normal funcionamento; III - Planejar, coordenar e executar atividades de
V - Prestar apoio a policial civil do Distrito Federal que padronização das instruções de pilotos e tripulantes
esteja em situação justificável de risco e grave operacionais e dos procedimentos operacionais com
ameaça; aeronaves;
VI - Prestar apoio à Divisão de Controle e Custódia de IV - Planejar, coordenar e executar atividades que
Presos do Departamento de Polícia Especializada, às garantam o suprimento, manutenção e segurança
Delegacias de Polícia Circunscricionais e ao Sistema das aeronaves;
Penitenciário, visando à prevenção, repressão à fuga, V - Executar outras atividades que se enquadrem no
recaptura de presos e a restauração da ordem interna âmbito de suas atribuições.
e proteção dos equipamentos e instalações; Seção V – Da Divisão de Controle de Armas,
VII - Prestar apoio nas escoltas de presos em Munições e Explosivos
deslocamentos diversos, cabendo ao seu Diretor, a Art.61. A Divisão de Controle de Armas, Munições e
avaliação técnica da necessidade do apoio solicitado; Explosivos, unidade orgânica de execução e apoio
VIII - Executar, por determinação do Diretor desta técnico-operacional, diretamente subordinada ao
Divisão ou de autoridade superior competente, Departamento de Atividades Especiais, tem como
atividades relacionadas à proteção e segurança de atribuições:
pessoas que estejam em situação de risco; I - Planejar, coordenar e executar ações de
IX - Articular-se com outros órgãos policiais fiscalização das atividades relacionadas à
objetivando o aperfeiçoamento dos métodos, comercialização e manuseio de fogos de artifícios e
técnicas e táticas aplicadas no exercício de suas artefatos pirotécnicos, e o uso e manuseio de
funções específicas; explosivos no âmbito do Distrito Federal de acordo
X - Administrar e executar as atividades ligadas ao com as normas específicas;
treinamento e utilização de cães no âmbito da Polícia II - Receber, guardar e controlar, para fins de
Civil do Distrito Federal; recolhimento junto ao órgão competente, todas as
XI - Coordenar os atos necessários aos cerimoniais armas de fogo, armas brancas, munições, explosivos
fúnebres de Policiais Civis mortos em serviço; e acessórios de explosivos apreendidos pelas
XII - Executar outras atividades que se enquadrem no unidades policiais, vinculadas ou não a ilícito penal;
âmbito de suas atribuições; III - Receber, guardar e controlar fogos de artifício e
artefatos pirotécnicos apreendidos e não vinculados
a ilícito penal, e encaminhar, quando for o caso, ao

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VADE MECUM – Agente da PCDF

setor competente do Ministério da Defesa/Exército Polícia Civil do Distrito Federal, efetuando registros,
Brasileiro; análises, correções, difusões e acompanhamento de
IV - Receber, guardar e controlar, para fins de resultados das denúncias recebidas;
recolhimento junto ao órgão competente, todas as II - Realizar monitoramento, análise, controle,
armas de fogo, armas brancas, munições e tramitação, autenticação e envio de ocorrências
explosivos vinculados ou não a ilícito penal; criminais registradas via internet, procedendo à
V - Receber, guardar e controlar para devidos fins as difusão para as Unidades competentes pela
armas institucionais da PCDF, bem como as armas de apuração;
uso restrito, tipo pistolas .40 adquiridas por policiais III - Realizar o registro e gravação das comunicações
civis do DF; operacionais de rádio afetas a PCDF;
VI - Elaborar e processar a autorização para conservar IV - Manter atualizado plano de chamada das equipes
o porte de arma de fogo do servidor Policial Civil de sobreaviso da Polícia Civil do Distrito Federal, para
aposentado; acionamento em situações de emergência;
VII - Expedir licença para o desempenho das V - Prestar informações aos dirigentes das unidades
atividades do encarregado de fogo (Bláster); da PCDF sobre investigações em andamento;
VIII - Expedir licença para o comércio e a queima de VI - Prestar apoio em operações policiais, repassando
fogos de artifício e artefatos pirotécnicos; denúncias e informações contidas nos sistemas
IX - Fiscalizar e acompanhar as demolições com corporativos;
explosivos de acordo com as normas específicas; VII - Executar outras atividades que se enquadrem no
X - Manter permanentemente atualizados os âmbito de suas atribuições;
cadastros de registro e controle de armas de fogo §1º São atividades a serem executadas em regime de
junto ao SINARM / DPF; plantão na referida Divisão:
XI - Propor a execução de operações policiais a) Realizar o tele-atendimento e gravação do sistema
objetivando reprimir a comercialização ilegal de de acesso, garantindo o anonimato do denunciante;
fogos de artifícios e artefatos pirotécnicos no Distrito b) Registrar, as denúncias anônimas recebidas;
Federal; c) Realizar monitoramento e correção das
XII - Apoiar as unidades da Polícia Civil do Distrito ocorrências recebidas via INTERNET;
Federal nas investigações criminais de tráfico, d) Contatar as equipes de sobreaviso e de plantão dos
contrabando e descaminho de armas de fogo e segmentos da PCDF, quando necessário;
explosivos; e) Registrar e gravar as comunicações de rádio da
XIII - Articular-se com órgãos congêneres e PCDF;
fabricantes de armas, munições e explosivos para f) Prestar suporte investigativo ao policial em
troca de informações, com a finalidade de verificar a atividade operacional, com informações eletrônicas
origem de produtos apreendidos e arrecadados; das atividades da Divisão;
XIV - Executar outras atividades que se enquadrem g) Prestar suporte geral às autoridades policiais, com
no âmbito de suas atribuições. informações eletrônicas das atividades da Divisão;
Seção VI – Da Divisão de Controle de Denúncias e h) Executar outras atividades que se enquadrem no
Ocorrências Eletrônicas âmbito de suas atribuições;
Art.62. A Divisão de Controle de Denúncias e Seção VII - Divisão de Estatística e Planejamento
Ocorrências Eletrônicas, unidade orgânica de Operacional
execução e apoio técnico-operacional, diretamente Art.63. A Divisão de Estatística e Planejamento
subordinada ao Departamento de Atividades Operacional, unidade orgânica de execução e apoio
Especiais, tem como atribuições: técnico-operacional, diretamente subordinada ao
I - Coordenar e executar o tele-atendimento do Departamento de Atividades Especiais, tem como
sistema de acesso telefônico de utilidade pública da atribuições:

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I - Elaborar e propor diretrizes para o planejamento II - Auxiliar a Direção-Geral da Polícia Civil na gestão
operacional da Polícia Civil, respeitando as da atividade de polícia judiciária e na proposição de
competências específicas e as regras estabelecidas políticas e estratégias para a Segurança Pública, por
no sistema de segurança pública do Distrito Federal; meio de diagnósticos, prognósticos e apreciações;
II - Prestar apoio técnico às unidades orgânicas da III - Produzir conhecimento por meio de relatórios de
Polícia Civil, na elaboração de planos operacionais inteligência, com o objetivo de assessorar e antecipar
setorizados, relatórios estatísticos de índices a tomada de decisão pelas autoridades policiais no
criminais e levantamentos de áreas críticas; exercício das atividades administrativas,
III - Elaborar o planejamento de atividades operacionais e investigativas;
operacionais que envolvam as unidades orgânicas da IV - Difundir na Polícia Civil do Distrito Federal os
Polícia Civil; métodos de análise e técnicas operacionais de
IV - Elaborar as Ordens de Missão e escalas de serviço inteligência, proporcionando um processo interativo
editadas pelo Diretor-Geral de Polícia Civil, que entre policiais e profissionais de inteligência para
visem à execução de atividades operacionais; produzir efeitos cumulativos de conhecimentos,
V - Supervisionar, orientar e avaliar o desempenho e visando aumentar a eficiência e eficácia das unidades
o resultado das unidades orgânicas envolvidas nas policiais;
Ordens de Missão e planos operacionais da Polícia V - Produzir conhecimento por meio do processo de
Civil; coleta, busca e análise de dados e informações
VI - Coletar, processar, interpretar e avaliar dados obtidas de fontes humanas, tecnológicas e de
estatísticos, administrativos e investigativos, conteúdo, visando subsidiar as unidades policiais no
desenvolvendo análise criminal, por prospecção e planejamento e execução de ações repressivas, na
avaliação de tendências; apuração de infrações penais e em operações
VII - Desenvolver metodologias para as atividades de policiais;
planejamento operacional e coleta de dados VI - Produzir e difundir conhecimento de contra-
estatísticos, no âmbito da Polícia Civil; inteligência que viabilizem a prevenção, detecção,
VIII - Desenvolver diagnóstico da criminalidade, neutralização e obstrução de ações adversas que
propondo medidas de prevenção e repressão, para comprometam a infra-estrutura, a imagem, os
difusão a órgãos integrantes do Sistema de servidores e os valores institucionais da Polícia Civil
Segurança Pública; do Distrito Federal;
IX - Representar a Polícia Civil junto aos órgãos de VII - Realizar, com exclusividade, e na forma da lei, o
segurança pública e demais órgãos governamentais, gerenciamento, fiscalização e suporte técnico na
em reuniões de planejamento operacional; execução de interceptações de comunicações
X - Executar outras atividades que se enquadrem no telefônicas, ambientais, em sistemas de informática
âmbito de suas atribuições. e telemática, para prova na instrução criminal e
Seção VIII – Da Divisão de Inteligência Policial processual penal, provendo as instruções e os
Art.64. A Divisão de Inteligência Policial, unidade recursos tecnológicos necessários para que as
orgânica de execução e apoio técnico-operacional, unidades policiais tenham acesso ao conteúdo
diretamente subordinada ao Departamento de interceptado e a compilação dos dados obtidos para
Atividades Especiais, tem como atribuições: análise;
I - Planejar, coordenar e executar as atividades de VIII - Assessorar a direção da Polícia Civil do Distrito
inteligência e contra-inteligência no âmbito da Federal na pesquisa e avaliação referentes a
Polícia Civil do Distrito Federal em consonância aos aquisição e utilização de tecnologias modernas na
princípios doutrinários do Subsistema de Inteligência atividade de inteligência policial e na investigação
de Segurança Pública; criminal;

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IX - Articular-se com órgãos congêneres para o Seção X – Da Divisão de Repressão aos Crimes de
intercâmbio, produção e difusão de conhecimentos, Alta Tecnologia
bem como para o aperfeiçoamento da doutrina de Art.66. A Divisão de Repressão aos Crimes de Alta
inteligência; Tecnologia, unidade orgânica de execução e apoio
X - Difundir e fomentar a atividade de inteligência no técnico-operacional, diretamente subordinada ao
âmbito da Segurança Pública do Distrito Federal; Departamento de Atividades Especiais, tem como
XI - Desempenhar outras atividades que se atribuições:
enquadrem no âmbito de suas atribuições. I - Assessorar e prestar apoio técnico às unidades da
Seção IX – Da Divisão Especial de Repressão ao Polícia Civil do Distrito Federal, nas ações de
Crime Organizado prevenção e investigação de infrações penais
Art.65. A Divisão Especial de Repressão ao Crime praticadas por meio de informática, internet e outros
Organizado, unidade orgânica de execução e apoio recursos de alta tecnologia;
técnico-operacional, diretamente subordinada ao II - Produzir relatórios de conhecimento sobre
Departamento de Atividades Especiais, tem como atividades criminosas com atuação em rede de
atribuições: computadores e outros meios tecnológicos;
I - Planejar, coordenar e executar, em todo o Distrito III - Articular-se com órgãos congêneres e entidades
Federal, as atividades de polícia judiciária e de afins, para compartilhamento de informações e
apuração das infrações penais praticadas por apoio operacional, com vistas ao aperfeiçoamento
quadrilhas especializadas e organizações criminosas; de suas atividades;
II - Planejar, coordenar e executar atividades IV - Atuar em conjunto com a Divisão de Informática
operacionais de prevenção e repressão a delitos da Polícia Civil, com o objetivo de implementar
praticados por organizações criminosas em conjunto soluções de comunicação e segurança da rede
com as demais unidades policiais do Distrito Federal; corporativa, e possibilitar a proteção da informação;
III - Apurar os crimes que sejam ou tenham sido V - Propor ao Diretor do Departamento a contratação
objeto de investigação por Comissão Parlamentar de de cursos e treinamentos específicos e aquisição de
Inquérito, em matéria de atribuição da Polícia Civil e equipamentos e ferramentas tecnológicas;
que seja praticada por organização criminosa, após VI - Promover orientação técnica sobre prevenção e
avaliação da Direção-Geral da Polícia; repressão de crimes cometidos com emprego de alta
IV - Participar e apoiar, com autorização do Diretor tecnologia;
do Departamento de Atividades Especiais, de VII - Realizar sistematicamente a monitoração de
atividades policiais e investigações desenvolvidas fontes abertas com o objetivo de trazer
por instituições policiais de outras unidades da conhecimento pertinente à ação policial;
federação, que visem à neutralização e repressão de VIII - Executar outras atividades que se enquadrem
quadrilhas especializadas e organizações criminosas no âmbito de suas atribuições.
de qualquer natureza; Seção XI – Da Divisão Especial de Repressão aos
V - Articular-se com as demais unidades policiais Crimes contra a Administração Pública
congêneres, objetivando troca de informações, Art.67. A Divisão Especial de Repressão aos Crimes
apoio operacional necessários ao desempenho de contra a Administração Pública, unidade orgânica de
suas atividades e aperfeiçoamento dos métodos e execução e apoio técnico-operacional, diretamente
técnicas aplicadas no exercício de suas atividades; subordinada ao Departamento de Atividades
VI - Executar outras atividades que se enquadrem no Especiais, tem como atribuições:
âmbito de suas atribuições; I - Planejar, coordenar e executar, em todo o Distrito
Federal as atividades de polícia judiciária e de
apuração das infrações penais praticadas contra a
Administração Pública, e crimes conexos, de maior

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complexidade ou por tratar-se de criminalidade informado sobre publicações e fatos que interessem
organizada, sobretudo aqueles causadores de à Instituição;
consideráveis danos ao erário e que envolvam desvio IV - Promover o relacionamento com instituições,
de recursos públicos, fraudes à licitação, corrupção órgãos e veículos de comunicação para divulgar atos,
de autoridades públicas e/ou lavagem de dinheiro, ações e eventos de interesse da Polícia Civil;
que demandem atividades de análise criminal, V - Acompanhar matérias jornalísticas relativas à
contábil, financeira e de movimentação bancária, área de atuação da Instituição;
sem prejuízo das providências preliminares VI - Coordenar e supervisionar procedimentos de
efetivadas pelas demais unidades policiais do Distrito apresentação de eventos que envolvam a Polícia
Federal; Civil;
II - Planejar, coordenar e executar as atividades VII - Manter relacionamento com assessorias
operacionais de prevenção e repressão a delitos congêneres dos demais órgãos;
praticados contra a administração pública em VIII - Centralizar a divulgação de matérias
conjunto com as demais unidades policiais do jornalísticas e promover o agendamento junto à
Distrito Federal; imprensa de entrevistas de dirigentes das unidades
III - Apurar os crimes que sejam ou tenham sido da Polícia Civil;
objeto de investigação por Comissão Parlamentar de IX - Coordenar, controlar e fiscalizar a utilização,
Inquérito, em matéria de atribuição da Polícia Civil, manutenção e conservação das instalações, viaturas,
após avaliação da Direção-Geral da Polícia; material e demais equipamentos à disposição da
IV - Participar e apoiar, com autorização do Diretor Divisão;
do Departamento de Atividades Especiais, as X - Elaborar e controlar as escalas de serviços, folhas
atividades policiais e investigações desenvolvidas de ponto e planos de chamada dos servidores lotados
por instituições policiais de outras unidades da na Divisão;
federação, que visem à neutralização e repressão de XI - Providenciar as avaliações de desempenho
infrações penais contra a administração pública e funcional e de estágio probatório dos servidores da
questões conexas; Divisão;
V - Articular-se com as demais unidades policiais XII - Desempenhar outras atividades que se
congêneres, objetivando troca de informações, enquadrem no âmbito de suas atribuições.
apoio operacional necessários ao desempenho de
CAPÍTULO X - DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA
suas atividades e aperfeiçoamento dos métodos e TÉCNICA
técnicas aplicadas no exercício de suas atividades;
Art.69. O Departamento de Polícia Técnica, órgão
VI - Executar outras atividades que se enquadrem no
central de coordenação das perícias
âmbito de suas atribuições.
técnicocientíficas, diretamente subordinado à
Seção XII – Da Divisão de Comunicação
Direção-Geral da Polícia Civil, tem como atribuições:
Art.68. A Divisão de Comunicação, unidade orgânica
I - Planejar, coordenar, orientar, controlar e fiscalizar
de execução e assessoramento, subordinada
a execução das atribuições das unidades de polícia
diretamente ao Diretor do Departamento de
técnica que lhe são diretamente subordinadas;
Atividades Especiais, tem como atribuições:
II - Elaborar e propor a programação anual de
I - Exercer, por meio de seu Diretor, a função de
trabalho das unidades de polícia técnica que lhe são
porta-voz da Direção-Geral da Polícia Civil;
diretamente subordinadas;
II - Planejar, coordenar e orientar a política de
III - Inspecionar as unidades sob sua subordinação, do
comunicação interna e externa da Polícia Civil;
ponto de vista administrativo, técnicocientífico e de
III - Assistir o Diretor-Geral nos assuntos de
polícia judiciária, verificando a regularidade do
comunicação social e mantê-lo devidamente

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VADE MECUM – Agente da PCDF

serviço e o cumprimento das diretrizes emanadas programas de estrutura e pesquisa, objetivando


pela Direção-Geral da Polícia Civil; aperfeiçoar e criar novas técnicas de acordo com o
IV - Autorizar o deslocamento de viaturas e desenvolvimento tecnológico e científico;
servidores para municípios circunvizinhos com III - Propor normas sobre perícias criminais ou sobre
objetivo de serviço, desde que não importe em atividades a ela relacionadas;
despesa; IV - Analisar os resultados das atividades de perícias
V - Fazer a lotação de servidores quando a criminais, propondo medidas de aperfeiçoamento
movimentação ocorrer no âmbito do Departamento; dos métodos e técnicas;
VI - Propor políticas e normas para a execução das V - Atualizar, ampliar e desdobrar funções, no campo
atividades de suas atribuições; da Criminalística, sempre que a estrutura jurídica ou
VII - Articular-se com outras unidades de polícia a necessidade de melhor desenvolver o trabalho o
técnico-científica buscando o intercâmbio de exigir;
informações e experiências, visando o VI - Elaborar laudos e emitir pareceres técnicos;
aperfeiçoamento de suas atividades; VII - Articular-se com órgãos ou entidades
VIII - Promover a articulação dos institutos dentre si congêneres buscando o intercâmbio de informações
e com os demais órgãos de investigação da Polícia e o aperfeiçoamento de suas atividades;
Civil, visando à integração da atividade fim de VIII - Manter o funcionamento do Instituto em regime
apuração das infrações penais; de expediente e plantão, cujo horário de trabalho e
IX - Fomentar estudos e pesquisas científicas no folga será estabelecido pela Direção-Geral da Polícia
âmbito do Departamento, visando o Civil;
aperfeiçoamento da investigação criminal técnico- IX - Articular-se com os demais órgãos de
científica e da identificação civil e criminal; investigação criminal da Polícia Civil, visando o
X - Elaborar, analisar e consolidar os relatórios das intercâmbio de informações necessário à unidade da
atividades das unidades que lhe são subordinadas; apuração das infrações penais;
XI - Expedir normas de caráter técnico-científico X - Encaminhar, quando solicitados pelos demais
visando disciplinar as atividades das unidades institutos de Polícia Técnica, cópia de laudos ou
subordinadas; pareceres técnicos, em especial dos casos vinculados
XII - Desempenhar outras atividades que se a perícias executadas pela unidade requerente;
enquadrem no âmbito de suas atribuições. XI - Desempenhar outras atividades que se
Seção I – Do Instituto de Criminalística enquadrem no âmbito de suas atribuições.
Art.70. O Instituto de Criminalística, unidade Subseção I – Da Divisão Administrativa
orgânica de execução técnica e operacional, Art.71. A Divisão Administrativa, unidade orgânica
subordinada diretamente ao Departamento de de execução, diretamente subordinado à Direção do
Polícia Técnica, tem como atribuições: Instituto de Criminalística, tem como atribuições:
I - Dirigir, coordenar, controlar, fiscalizar, avaliar e I - Controlar, orientar e fiscalizar a execução das
executar perícias criminais em locais de crime, bem atividades de administração, no que se refere a
como em objetos e substâncias a eles relacionadas, pessoal, material, limpeza, transporte,
necessárias à apuração de infrações penais, comunicações, preparação e expedição de
mediante requisição de autoridade policial da Polícia documentos, protocolo e arquivo, no Instituto de
Civil do Distrito Federal, judiciária, do Ministério Criminalística;
Público e de Presidente de Inquérito Policial Militar - II - Elaborar relatório mensal da arrecadação de taxas
IPM; de pagamento das atividades de suas atribuições;
II - Fomentar a pesquisa no campo da Criminalística III - Elaborar relatórios mensais das atividades
voltada para a investigação criminal desenvolvidas pelas seções subordinadas;
técnicocientífica, desenvolvendo projetos e

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IV - Orientar e fiscalizar as atividades de segurança i) Realizar os exames preliminares em tóxicos,


das instalações físicas do Instituto de Criminalística; quando ausente a equipe pericial responsável por
V - Controlar a temporalidade de guarda de referido exame;
documentos; j) Realizar os exames em veículos encaminhados para
VI - Executar outras atividades que se enquadrem no serem periciados, quando ausente a equipe pericial
âmbito de suas atribuições. responsável pelos exames;
Subseção II – Da Divisão de Perícia Externas k) Acompanhar a imprensa, nas dependências e
Art.72. A Divisão de Perícias Externas, unidade imediações do instituto ou do complexo de polícia
orgânica de execução, diretamente subordinada ao civil, quando autorizada pelas autoridades
Diretor do Instituto de Criminalística, tem como competentes.
atribuições: l) Desempenhar outras atividades que se enquadrem
I - Supervisionar, controlar, orientar e fiscalizar a no âmbito de suas atribuições.
execução das atividades de perícias externas feita §2º. São atribuições dos Peritos Criminais escalados
pelas seções sob seu controle; para a atividade de plantão da Divisão de Perícias
II - Indicar o coordenador das equipes de plantão e Externas, além daquelas previstas no art.96:
supervisionar as atividades dos servidores da Divisão, a) Desenvolver a atividade pericial externa,
quando em escala de plantão; coordenando a atuação dos demais policiais
III - Desempenhar outras atividades que se incumbidos do levantamento do local;
enquadrem no âmbito de suas atribuições. b) Conferir e inspecionar o material a ser utilizado,
§1º. São atribuições do coordenador das equipes de providenciando, quando necessário, sua reposição;
plantão: c) Realizar os exames em veículos envolvidos em
a) Coordenar e fiscalizar as atividades de perícia infrações penais;
externa sob a responsabilidade das equipes que d) Em face de solicitações simultâneas, atender
compõem o plantão do Instituto de Criminalística; sempre que possível, aos locais mais próximos de
b) Registrar as alterações administrativas ocorridas onde se encontrar a equipe;
durante o plantão; e) Observar, no local de exame, as condições de
c) Comunicar, imediatamente, ao superior isolamento e preservação, reorientando-as, quando
hierárquico, os eventos fora de rotina, os de maior necessário, a fim de evitar o agravamento da
gravidade ou de repercussão; ocorrência ou a perda de vestígios;
d) Cientificar-se dos locais realizados, dos pendentes, f) Efetuar o levantamento do local, mesmo quando o
das prioridades e dos casos de repercussão; isolamento e a preservação tenham sido
e) Orientar os peritos plantonistas com relação a prejudicados, devendo, em tais circunstâncias,
deslocamentos e exames periciais; registrar, no laudo, as alterações e discutir as suas
f) Cumprir e fazer cumprir as normas e regulamentos consequências na dinâmica do fato;
em vigor; g) Comunicar, imediatamente, à chefia superior, as
g) Zelar pela segurança das instalações físicas e faltas ou irregularidades que tenham conhecimento,
objetos durante o plantão; os eventos fora de rotina, os de maior gravidade e os
h) Articular-se com as Autoridades Policiais e de repercussão;
coordenar os atendimentos das requisições de h) Manter sigilo sobre o resultado do trabalho
perícias externas, podendo determinar a qualquer realizado;
das equipes o atendimento preliminar de locais i) Registrar as coletas e exames realizados em local
emergenciais, até a chegada da equipe de perícia de crime, consignando os dados sobre armas e outros
com atribuições específicas para a realização dos objetos arrecadados para exames internos,
exames; permanecendo em disponibilidade no Instituto de
Criminalística;

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j) Realizar, quando entender necessário, o I - Controlar, orientar e fiscalizar a execução das


levantamento fotográfico de vestígios materiais no atividades periciais laboratoriais de competência das
local de crime; unidades sob sua subordinação;
k) Proceder ao exame preliminar em substâncias II - Desempenhar outras atividades que se
entorpecentes, emitindo o respectivo laudo. enquadrem no âmbito de suas atribuições.
l) Desempenhar outras atividades que se enquadrem Seção II – Do Instituto de Identificação
no âmbito de suas atribuições. Art.75. Ao Instituto de Identificação, unidade
§3º. São atribuições dos demais servidores escalados orgânica de execução técnica-científica, subordinada
para a atividade de plantão do Instituto de diretamente ao Departamento de Polícia Técnica,
Criminalística: tem como atribuições:
a) Desempenhar atividades inerentes a sua área de I - Dirigir, planejar, coordenar, supervisionar e
atuação e outras necessárias à consecução da controlar a execução das atribuições específicas e
atividade pericial; genéricas das unidades de identificação
b) Receber as requisições periciais e proceder ao subordinadas;
acionamento da equipe responsável pelos exames; II - Propor normas, elaborar pareceres e notas
c) Proceder a registros sobre controle de técnicas, sobre identificação civil e criminal,
atendimento das requisições periciais; monodactilar e necropapiloscópica, de
d) Operar os sistemas de comunicações; representação facial humana (no âmbito de sua
e) Controlar a entrada de pessoas na unidade, competência) e retrato falado;
conduzindo-as pessoalmente até o setor de destino; III - Proceder à identificação civil e criminal expedindo
f) Zelar pela segurança física das instalações, o documento de identificação civil, com base no
comunicando ao chefe imediato as alterações, sistema datiloscópico, e o registro monodactilar
porventura verificadas durante o serviço; quando da identificação criminal;
g) O condutor de veículos oficiais de plantão tem IV - Planejar, supervisionar e realizar, por solicitação
como atribuições receber as viaturas e proceder a sua de autoridade competente, a execução de trabalhos
respectiva vistoria, comunicando as irregularidades periciais papiloscópicos e necropapiloscópicos
detectadas e, ainda, zelar pela segurança pessoal e relativos ao levantamento, coleta, análise,
patrimonial da equipe, bem como auxiliar os peritos codificação, decodificação e pesquisa de padrões e
em suas atividades; vestígios papilares, trabalhos periciais de
h) Desempenhar outras atividades que se prosopografia (no âmbito de sua competência),
enquadrem no âmbito de suas atribuições. envelhecimento, rejuvenescimento, retrato falado e
Subseção III – Da Divisão de Perícias Internas de representação facial humana, expedindo os
Art.73. A Divisão de Perícias Internas, unidade respectivos laudos;
orgânica de execução, diretamente subordinada ao V - Realizar estudos e pesquisas técnico-científicas
Instituto de Criminalística, tem como atribuições: visando o aperfeiçoamento da identificação humana
I - Coordenar, controlar, orientar e fiscalizar a papiloscópica, bem como, manter intercâmbio
execução das atividades periciais internas de institucional e profissional com organizações
competência das unidades sob sua subordinação; congêneres nacionais e internacionais;
II - Desempenhar outras atividades que se VI - Encaminhar, quando solicitado pelos demais
enquadrem no âmbito de suas atribuições. Institutos de Polícia Técnica, cópia de laudos ou
Subseção IV – Divisão de Perícias em Laboratórios pareceres papiloscópicos e necropapiloscópicos, em
Art.74. A Divisão de Perícias em Laboratórios, especial dos casos vinculados a perícias executadas
unidade orgânica de execução, diretamente pela unidade requerente, devendo ser restritas ao
subordinada ao Instituto de Criminalística, tem como Instituto de Identificação, as informações relativas à
atribuições:

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confirmação de identidades advindas de pesquisas e diretamente subordinada ao Instituto de


confrontos de padrões papilares, Identificação, tem como atribuições:
VII - Encaminhar, por empréstimo ao Instituto de I - Controlar, fiscalizar e inspecionar a execução das
Criminalística, prontuário civil e individual atribuições específicas e genéricas das seções que lhe
datiloscópica, quando necessário à complementação são subordinadas;
de exames grafotécnicos em carteiras de identidade; II - Elaborar relatório mensal das atividades
VIII - desenvolver e explorar o serviço de conferência desenvolvidas pelas Seções subordinadas;
biométrica online, bem como fornecer informações III - Desempenhar outras atividades que se
contidas em arquivos às unidades e entidades enquadrem no âmbito de suas atribuições.
credenciadas pela Direção Geral da Polícia Civil do Subseção III – Da Divisão de Identificação
Distrito Federal; (alterado(a) pelo(a) Decreto 37219 de Art.78. A Divisão de Identificação, unidade orgânica
30/03/2016) de execução, diretamente subordinada ao Instituto
IX - Prestar auxílio técnico aos serviços de acesso dos de Identificação, tem como atribuições:
visitantes junto às unidades prisionais do Distrito I - Controlar, fiscalizar e inspecionar a execução de
Federal, através do método do confronto todas as atribuições dos Postos de Identificação e das
datiloscópico. seções que lhe são subordinadas;
X - Autorizar as solicitações de atendimentos II - Elaborar relatórios mensais das atividades
externos; desenvolvidas pelos Postos e Seções subordinados;
XI - Desempenhar outras atividades que se III - Executar e controlar a emissão das carteiras
enquadrem no âmbito de suas atribuições. funcionais;
Subseção I – Da Divisão Administrativa IV - Realizar a identificação civil de pessoas enviadas
Art.76. A Divisão Administrativa, unidade orgânica pela Direção do Instituto de Identificação;
de execução, diretamente subordinada ao Instituto V - Executar outras atividades que se enquadrem no
de Identificação, tem como atribuições: âmbito de suas atribuições.
I - Controlar, orientar e fiscalizar a execução das Subseção IV – Da Divisão de Perícias e Exames
atividades de administração, no que se refere a Técnicos em Papiloscopia
pessoal, material, limpeza, transporte, Art.79. A Divisão de Perícias e Exames Técnicos em
comunicações, preparação e expedição de Papiloscopia, unidade orgânica de execução
documentos, protocolo, arquivo; diretamente subordinada ao Instituto de
II - Elaborar relatórios mensais das atividades Identificação, tem como atribuições:
desenvolvidas pelas seções subordinadas; I - Controlar, fiscalizar e inspecionar a execução das
III - Orientar e fiscalizar as atividades de segurança atribuições específicas e genéricas das seções que lhe
das instalações físicas do Instituto de Identificação e são subordinadas;
seus respectivos Postos; II - Fazer a numeração e o encaminhamento dos
IV - Controlar a temporalidade de guarda de laudos datiloscópicos, papiloscópicos e
documentos; necropapiloscópicos, mantendo o arquivamento da
V - Supervisionar as atividades das empresas segunda via;
prestadoras de serviços no âmbito do Instituto; III - Elaborar relatórios mensais das atividades
VI - Executar outras atividades que se enquadrem no desenvolvidas pelas seções subordinadas;
âmbito de suas atribuições. IV - Manter o funcionamento da Divisão em regime
Subseção II – Da Divisão de Processamento e de expediente e plantão, cujos horários de trabalho e
Arquivos Técnicos folga serão estabelecidos pela Direção-Geral da
Art.77. A Divisão de Processamento e Arquivos Polícia Civil;
Técnicos, unidade orgânica de execução,

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V - Coordenar as atividades de plantão, realizadas p) Prestar informações sobre indivíduos identificados


pelas Equipes escaladas no Instituto de Identificação civilmente, criminalmente ou no arquivo
e no Instituto de Criminalística; monodactilar, às autoridades competentes e demais
VI - Desempenhar outras atividades que se órgãos autorizados pela Direção-Geral da Polícia
enquadrem no âmbito de suas atribuições. Civil;
§1º. São atribuições das equipes de plantão criminal q) Auxiliar na identificação civil de pessoas enviadas
junto ao Instituto de Identificação: pela Direção do Instituto de Identificação;
a) Proceder à identificação criminal e monodactilar r) Apoiar o plantão junto ao Instituto de
dos indivíduos envolvidos em práticas delituosas, Criminalística, sempre que necessário;
mediante requisição de autoridade competente; s) Desempenhar outras atividades que se enquadrem
b) Receber, conferir e preencher, no que couber, os no âmbito de suas atribuições.
prontuários de identificação criminal e monodactilar; §2º. São atribuições das equipes de plantão junto ao
c) Relacionar diariamente os prontuários de Instituto de Criminalística, alem daquelas previstas
identificação criminal e monodactilar referentes às no art.98:
pessoas atendidas durante o período de serviço, a) Realizar perícia papiloscópica em locais de crime;
encaminhando-os à Seção pertinente; b) Descrever com precisão os locais onde foram
d) Fotografar os indiciados ou acusados; colhidos fragmentos, preenchendo corretamente a
e) Coletar as impressões digitais, palmares e ficha suporte secundário.
plantares, conforme o caso, dos indiciados ou c) Descrever no relatório do plantão o motivo do não
acusados; levantamento de fragmentos, tais como:
f) Classificar as individuais datiloscópicas inadequação do suporte primário, condições
decadactilares; climáticas e outros fatores.
g) Informar à Autoridade Policial competente d) Comunicar, imediatamente, à Direção do Instituto
acusado que se recusar a ser identificado; de Identificação, por meio de relatório, os fatos de
h) Expedir declaração sobre as pessoas civilmente maior gravidade ou repercussões ocorridos durante o
identificadas neste Instituto; plantão.
i) Zelar pela conservação e adequada utilização do e) Conferir e inspecionar o material a ser utilizado,
material permanente e de consumo, bem como pela providenciando, quando necessário sua reposição.
segurança das instalações; f) Proceder à coleta de impressões papiloscópica em
j) Impedir o acesso das pessoas estranhas à unidade, veículos envolvidos em crimes;
quando for o caso; g) Disponibilizar, diariamente, via Intranet, dados
k) Conferir e inspecionar o material a ser utilizado, relativos às perícias realizadas nos locais de crime, o
providenciando, quando necessário, sua reposição; suporte e o local onde foram coletados os
l) Comunicar, imediatamente, à Direção do Instituto fragmentos de impressões digitais;
de Identificação os fatos de maior gravidade ou h) Apresentar ao Perito Criminal responsável pela
repercussões ocorridas durante o plantão; perícia em local de crime ou em veículos, quando
m) Cientificar-se, ao assumir o plantão, da existência solicitado, relatório padronizado sobre os pontos e
e condição de utilização de equipamentos e materiais suportes onde foram coletadas impressões
necessários para o desempenho das atividades; papiloscópicas, a fim de possibilitar a correlação do
n) Registrar em livro próprio os prontuários de resultado do laudo papiloscópico do local ao laudo
identificação criminal ou fazer relatório de qualquer pericial criminal;
alteração ocorrida durante o plantão; i) Realizar, quando necessário, fotografias do local
o) Manter sigilo sobre o resultado dos trabalhos periciado;
realizados; j) Desempenhar outras atividades que se enquadrem
no âmbito de suas atribuições.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Seção III – Do Instituto de Medicina Legal XIII - Desempenhar outras atividades no âmbito de
Art.80. Ao Instituto de Medicina Legal, unidade suas atribuições.
orgânica de execução técnica-científica, subordinada §1º. São atribuições do coordenador das equipes de
diretamente ao Departamento de Polícia Técnica, plantão:
tem como atribuições: a) Controlar e fiscalizar as atividades de perícia sob a
I - Dirigir, controlar, fiscalizar, avaliar e executar os responsabilidade da equipe de plantão do Instituto
exames médicos legais necessários à apuração de de Medicina Legal;
infrações penais, mediante requisição da autoridade b) Registrar as alterações administrativas ocorridas
competente; durante o plantão;
II - Fomentar a pesquisa no campo da medicina legal c) Comunicar, imediatamente, ao Diretor do
voltada para a investigação criminal Instituto, os eventos fora de rotina, os de maior
técnicocientífica, desenvolvendo projetos e gravidade ou de repercussão;
programas de estrutura e pesquisa, objetivando d) Cientificar-se dos casos pendentes, das
aperfeiçoar e criar novas técnicas de acordo com o prioridades e dos casos de repercussão;
desenvolvimento tecnológico e científico; e) Orientar os plantonistas com relação a
III - Propor normas sobre perícias médico-legais ou deslocamentos;
sobre atividades a ela relacionadas; f) Cumprir e fazer cumprir as normas em vigor;
IV - Analisar os resultados das atividades de g) Zelar pela segurança das instalações físicas e
investigação médico-legal, propondo medidas de objetos durante o plantão;
aperfeiçoamento dos métodos e técnicas; h) Articular-se com as Autoridades Policiais e
V - Atualizar, ampliar e desdobrar funções, no campo coordenar os atendimentos das requisições de
da medicina legal, sempre que a estrutura jurídica ou perícias;
a necessidade de melhor desenvolver o trabalho o i) Acompanhar a imprensa, nas dependências e
exigir; imediações do instituto ou do complexo de polícia
VI - Elaborar laudos e emitir pareceres técnicos; civil, quando autorizada pelas autoridades
VII - Articular-se com órgãos ou entidades competentes.
congêneres buscando o intercâmbio de informações j) Desempenhar outras atividades que se enquadrem
e o aperfeiçoamento de suas atividades; no âmbito de suas atribuições.
VIII - Articular-se com os demais órgãos de §2º. São atribuições dos Peritos Médico-Legistas
investigação criminal da Polícia Civil, visando o escalados para as atividades de plantão, alem
intercâmbio de informações necessárias à unidade daquelas previstas no art.97:
da apuração das infrações penais; a) Desenvolver a atividade pericial;
IX - Manter o funcionamento do Instituto em regime b) Conferir e inspecionar o material a ser utilizado
de expediente e plantão, cujo horário de trabalho e para perícia médica, providenciando, quando
folga será estabelecido pela Direção-Geral da Polícia necessário, sua reposição;
Civil; c) Realizar, preferencialmente à luz solar os exames
X - Encaminhar, quando solicitados pelos demais médicos legais;
institutos de Polícia Técnica, cópia de laudos ou d) Em face de solicitações simultâneas, atender
pareceres técnicos, em especial dos casos vinculados prioritariamente aos periciandos escoltados e às
a perícias executadas pela unidade requerente; demais prioridades estabelecidas em lei;
XI - Manter intercâmbio técnico-científico com as e) Comunicar, imediatamente, à chefia superior, as
universidades; faltas ou irregularidades que tenha conhecimento, os
XII - Escolher os coordenadores das equipes de eventos fora de rotina, os de maior gravidade e os de
plantão; repercussão;

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f) Manter sigilo sobre o resultado do trabalho Subseção I – Da Divisão de Administração


realizado; Art.81. A Divisão de Administração, unidade
g) Registrar, os exames realizados; orgânica de execução, diretamente subordinada ao
h) Coordenar os trabalhos relacionados à execução Instituto de Medicina Legal, tem como atribuições:
da perícia médica; I - Coordenar, controlar, orientar e fiscalizar a
i) Proceder ao exame preliminar, emitindo o execução das atividades de administração, no que se
respectivo laudo, quando previsto em legislação refere a pessoal, material, limpeza, transporte,
pertinente e solicitado por autoridade competente; comunicações, preparação e expedição de
j) Comparecer ao local de crime e a hospitais quando documentos, protocolo e arquivo, no Instituto de
necessário; Medicina Legal;
k) Desempenhar outras atividades que se enquadrem II - Elaborar relatórios mensais das atividades
no âmbito de suas atribuições. desenvolvidas pelas seções subordinadas;
§3º. São atribuições dos demais servidores escalados III - Coordenar, orientar e fiscalizar as atividades de
para as atividades de plantão: segurança das instalações físicas do Instituto de
a) Receber as requisições periciais, dar abertura ao Medicina Legal;
laudo pericial e proceder ao acionamento da equipe IV - Controlar a temporalidade de guarda de
responsável pelos exames; documentos;
b) Proceder a registros no sistema informatizado do V - Elaborar e controlar as escalas de serviço, folhas
Instituto de Medicina Legal e/ou formulário próprio, de ponto, licença de pessoal, planos de chamada e de
sobre controle de atendimento das requisições férias;
periciais e saídas de rabecões; VI - Coordenar e fiscalizar a limpeza e conservação
c) Proceder à identificação do periciando; das instalações físicas do Instituto de Medicina Legal;
d) Operar o sistema de telecomunicações; VII - Manter cadastro atualizado dos servidores que
e) Controlar a entrada de pessoas na unidade, se encontrem afastados do serviço por qualquer
conduzindo-as pessoalmente até o setor de destino; motivo;
f) Fornecer atestado de comparecimento; VIII - Supervisionar as atividades das empresas
g) Zelar pela segurança física das instalações, prestadoras de serviços no âmbito do Instituto;
comunicando ao chefe imediato as alterações, IX - Controlar e encaminhar os processos de
porventura verificadas durante o serviço; acompanhamento do desempenho funcional dos
h) Aos condutores de veículos oficiais de plantão servidores em estágio probatório;
compete receber as viaturas e proceder a sua X - Organizar e manter arquivo dos documentos
respectiva vistoria, preenchendo-se a Ficha de oficiais;
Vistoria Diária das Viaturas, encaminhando-a a XI - Elaborar, controlar e encaminhar ao setor
Seção de Material, Patrimônio e Transporte, competente, os despachos com decisões emanadas
comunicando as irregularidades detectadas. da Direção do Instituto;
i) Impedir que haja venda, comércio, agenciamento XII - Organizar e manter o acervo documental e
de serviços ou qualquer outra atividade comercial no bibliográfico de interesse específico do Instituto de
Instituto ou nas suas imediações, em especial Medicina Legal, coletando, registrando,
providenciar a retirada, das dependências do classificando e arquivando atos oficiais, documentos
Complexo de Polícia Civil, de funcionários de e publicações;
agências funerárias ou seus prepostos. XIII - Executar outras atividades que se enquadrem
j) Desempenhar atividades inerentes a sua área de no âmbito de suas atribuições.
atuação e outras necessárias a consecução das Subseção II – Da Divisão de Perícia no Vivo
atividades do Instituto;

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Art.82. A Divisão de Perícia no Vivo, diretamente I - Coordenar, controlar, orientar e fiscalizar a


subordinada ao Instituto de Medicina Legal, tem execução das atividades periciais internas de
como atribuições: competência das unidades sob sua subordinação,
I - Coordenar, controlar, orientar e fiscalizar a realizando todos os exames laboratoriais necessários
execução das atividades periciais internas de à complementação das perícias;
competência das unidades sob sua subordinação; II - Elaborar relatórios mensais das atividades
II - Elaborar relatórios mensais das atividades desenvolvidas pelas unidades sob seu controle;
desenvolvidas pelas unidades sob seu controle; III - Controlar o intervalo de tempo entre a realização
III - Controlar o intervalo de tempo entre a realização do exame laboratorial e de entrega dos resultados
da perícia e de entrega dos laudos conclusos, conclusos, realizados pelos peritos médicos legistas
realizados pelos peritos médicos legistas designados, com o auxílio da Seção de Informática
designados, com o auxílio da Seção de Informática Planejamento e Estatística e tomar as providências
Planejamento e Estatística e tomar as providências cabíveis nos casos de atrasos de entregas;
cabíveis nos casos de atrasos de entregas; IV - Distribuir as solicitações de perícias, exames e os
IV - Distribuir as solicitações de perícias e os processos às Seções subordinadas;
processos às Seções subordinadas; V - Propor ao Diretor o remanejamento de pessoal
V - Propor ao Diretor o remanejamento de pessoal entre os setores;
entre os setores; VI - Receber material para exame laboratorial,
VI - Desempenhar outras atividades que se verificando anotações pertinentes e encaminhar às
enquadrem no âmbito de suas atribuições. Seções ou aos institutos competentes;
Subseção III – Da Divisão de Tanatologia Forense VII - Encaminhar o resultado dos exames
Art.83. A Divisão de Tanatologia Forense, laboratoriais realizados.
diretamente subordinada ao Instituto de Medicina VIII - Desempenhar outras atividades que se
Legal, tem como atribuições: enquadrem no âmbito de suas atribuições.
I - Coordenar, controlar, orientar e fiscalizar a Seção IV – Instituto de Pesquisa de DNA Forense
execução das atividades periciais internas de Art.85. Ao Instituto de Pesquisa de DNA Forense,
competência das unidades sob sua subordinação; unidade orgânica de execução técnica-científica,
II - Elaborar relatórios mensais das atividades subordinada diretamente ao Departamento de
desenvolvidas pelas unidades sob seu controle; Polícia Técnica, tem como atribuições:
III - Controlar o intervalo de tempo entre a realização I - Realizar perícias na área da genética forense,
da perícia e de entrega dos laudos conclusos, mediante comparação de amostras colhidas,
realizados pelos peritos médicos legistas solicitadas por autoridades competentes;
designados, com o auxílio da Seção de Informática II - Realizar exames genéticos de DNA
Planejamento e Estatística e tomar as providências complementares a perícias realizadas pelos demais
cabíveis nos casos de atrasos de entregas; institutos do Departamento de Polícia Técnica, para
IV - Distribuir as solicitações de perícias e os fins de investigação criminal;
processos às Seções subordinadas; III - Realizar ou acompanhar autoridades em
V - Desempenhar outras atividades que se exumações para fins de perícia para identificação
enquadrem no âmbito de suas atribuições. após a morte, por meio de exames genéticos de
Subseção IV – Da Divisão de Exames Técnicos DNA;
Médicos Legais IV - Elaborar os Laudos técnico-periciais e emitir
Art.84. A Divisão de Exames Técnicos Médicos pareceres técnicos;
Legais, unidade orgânica de execução, diretamente V - Realizar pesquisa científica na área de genética
subordinada ao Instituto de Medicina Legal tem forense, mediante a elaboração de projetos de
como atribuições: pesquisa que visem aperfeiçoar os conhecimentos

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VADE MECUM – Agente da PCDF

técnico-científicos voltados para a investigação promover as solenidades póstumas, quando


criminal; determinadas pela Direção-Geral da PCDF;
VI - Incentivar o intercâmbio com outras instituições XI - Promover a conscientização e incentivar o
com vistas a aprimorar o conhecimento na área de condicionamento físico dos policiais civis e demais
atuação; servidores, fomentando a integração desportiva;
VII - Manter articulação com as demais unidades XII - Executar outras atividades que se enquadrem no
técnicas e de investigação que compõem a Polícia âmbito de suas atribuições.
Civil, visando maximizar a qualidade da atividade Parágrafo único: São atividades desenvolvidas em
pericial; regime de plantão na Academia de Polícia Civil:
VIII - Desempenhar outras atividades que se a) Zelar pela segurança, vigilância e conservação das
enquadrem no âmbito de suas atribuições. instalações da unidade orgânica e do patrimônio
público;
CAPÍTULO XI - DA ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
b) Proceder à recepção, à identificação, e ao
Art.86. A Academia de Polícia Civil, unidade
encaminhamento das pessoas que ingressem nas
orgânica de formação e capacitação profissional
dependências da Academia de Polícia Civil;
policial, diretamente subordinada à Direção Geral da
c) Proceder à guarda e posterior devolução das armas
Polícia Civil, tem como atribuições:
portadas por visitantes e alunos que ingressem no
I - Planejar, organizar, coordenar, controlar e
prédio;
executar a política de seleção, formação e
d) Efetuar o registro de todas as ocorrências
capacitação dos recursos humanos da Polícia Civil;
disciplinares e administrativas;
II - Planejar, orientar e coordenar o processo seletivo
e) Realizar, diariamente, o hasteamento e o
de pessoal para as carreiras da Polícia Civil;
arriamento das bandeiras, e zelar pela sua guarda e
III - Produzir pesquisa que vise à atualização e ao
conservação;
aperfeiçoamento da formação e capacitação do
f) Controlar a utilização dos estandes de tiro, nos dias
policial civil e a dar uniformidade à doutrina de
não úteis e nos horários fora do expediente normal,
procedimentos policiais;
observando o cumprimento das normas;
IV - Coordenar a realização de concursos públicos, no
g) Controlar, o horário de acesso e saída de alunos na
âmbito da Polícia Civil do Distrito Federal, bem como
Academia, observando as normas internas relativas
firmar regras editalícias e demais atos relativos à
ao uso de arma de fogo e de uniforme;
espécie;
h) Prestar auxílio aos alunos, aos visitantes e aos
V - Propor medidas de atualização e de
servidores que necessitem de socorro médico
aperfeiçoamento dos cursos de formação e de
durante as atividades desenvolvidas na Academia de
capacitação do policial civil;
Polícia Civil;
VI - Produzir e difundir conhecimentos que visem ao
i) Cumprir e zelar pelo cumprimento das normas
aperfeiçoamento da atividade policial civil;
disciplinares, escolares e administrativas no âmbito
VII - Manter intercâmbio cultural com outras
da Academia de Polícia Civil;
instituições de ensino policial visando ao
j) Executar outras atividades que se enquadrem no
aperfeiçoamento e à adequação das práticas e das
âmbito de suas atribuições.
orientações pedagógicas às necessidades da
Seção I – Da Divisão Técnica de Ensino
atividade policial;
Art.87. A Divisão Técnica de Ensino, unidade
VIII - Elaborar e executar, anualmente, o Plano Geral
orgânica de execução, diretamente subordinada à
de Ensino e Cultural;
Academia de Polícia, tem como atribuições:
IX - Propor o Regimento Escolar da Academia;
I - Coordenar, controlar e fiscalizar todas as
X - Manter organizada e atualizada a Galeria de
atribuições das seções que lhe são subordinadas;
Fotografias de Policiais Mortos em serviço e

94
VADE MECUM – Agente da PCDF

II - Traçar e fixar as diretrizes básicas das atividades VII - Cumprir e fazer cumprir as normas disciplinares,
didáticas e pedagógicas, visando à formação, ao escolares e administrativas no âmbito da Academia
aperfeiçoamento e especialização do Policial Civil; de Polícia Civil;
III - Submeter à aprovação superior, planos, VIII - Desenvolver outras atividades que se
programas e projetos relativos a processos de enquadrem no âmbito de suas atribuições.
formação e aperfeiçoamento dos recursos humanos Seção III – Da Divisão de Gerência de Concursos
da Polícia Civil e de conveniados, sugerindo os Art.89. A Divisão de Gerência de Concursos, unidade
recursos financeiros e materiais necessários ao seu orgânica de execução, diretamente subordinada à
desenvolvimento; Academia de Polícia Civil, tem como atribuições:
IV - Elaborar pareceres sobre o desempenho dos I - Propor a seleção dos recursos humanos e a
corpos docente e discente da Academia de Polícia realização de concursos públicos da Polícia Civil;
Civil; II - Colaborar na elaboração de minutas de regras
V - Processar e controlar a expedição de certificados editalícias e dos demais atos relativos ao processo de
de conclusão de cursos; seleção de recursos humanos;
VI - Propor diretrizes pedagógicas necessárias ao III - Acompanhar os processos e as atividades
aperfeiçoamento do ensino na Academia; relativas à seleção de pessoal;
VII - Consignar, no Livro de Ocorrências Escolares, os IV - Analisar propostas, acompanhar e fiscalizar os
fatos dessa natureza, submetendo-o à Direção da processos que envolvam terceirização de concurso
Academia a cada lançamento; público e as diversas etapas da seleção de pessoal;
VIII - Cumprir e fazer cumprir as normas disciplinares, V - Manter atualizado cadastro geral de candidatos
escolares e administrativas no âmbito da Academia inscritos em concurso público para os cargos da
de Polícia Civil; Polícia Civil do Distrito Federal, com informações
IX - Desempenhar outras atividades que se referentes a conhecimentos, a habilidades e a
enquadrem no âmbito de suas atribuições. aptidões;
Seção II – Da Divisão de Apoio ao Ensino VI - Realizar estudos e pesquisas relacionados à
Art.88. A Divisão de Apoio ao Ensino, unidade seleção de pessoal;
orgânica de execução, diretamente subordinada à VII - Monitorar e assessorar o sistema de cargos da
Academia de Polícia Civil, tem como atribuições: PCDF;
I - Coordenar, controlar e fiscalizar todas as VIII - Realizar levantamento de dados referentes ao
atribuições das seções que lhe são subordinadas; quantitativo de servidores da PCDF;
II - Planejar, gerenciar e executar as atividades de IX - Elaborar estimativas e projeções da necessidade
apoio logístico ao ensino praticado na Academia de de servidores para a PCDF;
Polícia Civil; X - Analisar dados estatísticos da realidade do DF que
III - Acompanhar o desenvolvimento tecnológico, subsidiem as estimativas e projeções de
visando à aquisição e à utilização de novos necessidades de servidores para a PCDF;
equipamentos de apoio ao ensino; XI - Propor cronogramas de processos seletivos para
IV - Minutar editais, avisos e ordens de serviço os cargos da PCDF;
referentes à execução de cursos de formação e XII - Acompanhar alterações na legislação que
aperfeiçoamento; impactem as necessidades de provimento de cargos
V - Realizar treinamento de instrutores para a área de da PCDF;
formação e aperfeiçoamento policial; XIII - Cumprir e fazer cumprir as normas disciplinares,
VI - Revisar apostilas para cursos e outros trabalhos escolares e administrativas no âmbito da Academia
necessários às atividades pedagógicas da Academia; de Polícia Civil;
XIV - Desenvolver outras atividades que se
enquadrem no âmbito de suas atribuições.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Seção IV – Da Divisão de Polícia Comunitária comunidades com foco na filosofia de Segurança


Art.90. A Divisão de Polícia Comunitária, unidade Comunitária;
orgânica de execução e assessoramento, XII - Coordenar e acompanhar projetos comunitários
diretamente subordinada à Academia de Polícia Civil, desenvolvidos nas áreas dos Conselhos de
tem como atribuições: Segurança;
I - Elaborar o planejamento estratégico para XIII - Identificar as áreas prioritárias para
sedimentação das ações do Programa de Segurança implementação de projetos sociais que visem
Comunitária no âmbito da Polícia Civil; redução da criminalidade; no sentido de promover
II - Implantar e Implementar ações que visem à desenvolvimento de programas de inclusão social
participação da comunidade junto às unidades da nas áreas das delegacias circunscricionais, em locais
Polícia Civil; onde se constatam altos índices de criminalidade;
III - Coordenar projetos, programas e atividades de XIV - Fomentar o envolvimento de ONGs, e outras
segurança comunitária, que visem à prevenção de entidades civis, em projetos conjuntos com a PCDF.
crimes, em apoio às Delegacias Circunscricionais;
TÍTULO III - DA COMPOSIÇÃO ORGÂNICA DAS
IV - Propor convênios, contratos, ajustes e demais ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO SUPERIOR DA
instrumentos necessários à implantação, POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL
manutenção de Projetos ou Programas e melhoria Art.91. O Conselho Superior da Polícia Civil do
das atividades de Segurança Comunitária, Distrito Federal, com atribuições consultivas,
desenvolvimento de pesquisas e estatísticas; opinativa, normativa, de deliberação colegiada,
V - Apoiar as Delegacias Circunscricionais e presidido pelo Diretor-Geral da Polícia Civil tem a
Especializadas, no desenvolvimento de ações que seguinte composição:
visem à melhoria do atendimento público, a I - Membros natos:
prevenção de crimes, redução da criminalidade e a) Diretor-Geral da Polícia Civil;
combate à impunidade; b) Diretor-Geral Adjunto da Polícia Civil;
VI - Promover um amplo programa de integração c) Corregedor-Geral de Polícia Civil;
com os conselhos comunitários de Segurança d) Diretor do Departamento de Polícia Especializada;
Pública e as demais unidades da Polícia Civil; e) Diretor do Departamento de Polícia
VII - Buscar junto aos órgãos públicos, do Distrito Circunscricional;
Federal e/ou Federal, apoio e recursos para os f) Diretor do Departamento de Polícia Técnica;
projetos de cunho preventivo, de interesse da g) Diretor do Departamento de Atividades Especiais;
comunidade e da Polícia Civil; h) Diretor do Departamento de Administração Geral;
VIII - Elaborar relatórios técnicos objetivando o i) Diretor da Academia de Polícia Civil;
aprimoramento das atividades de segurança j) Ex-Diretor-Geral da Polícia Civil;
comunitária; k) Ex-Corregedor Geral de Polícia Civil.
IX - Coordenar eventos relacionados com a filosofia II- Membros escolhidos:
de Segurança Comunitária a serem realizados pela a) Um Delegado de Polícia da classe especial;
Polícia Civil; b) Um Perito Médico Legista da classe especial;
X - Estimular as iniciativas de profissionais de c) Um Perito Criminal da classe especial;
segurança em trabalhos de Programa Segurança d) Um Papiloscopista da classe especial;
Comunitária, sugerindo premiações e o e) Um Agente de Polícia da classe especial;
reconhecimento institucional desses profissionais; f) Um Escrivão de Polícia da classe especial;
XI - Propor programas de ensino, treinamento e g) Um Agente Penitenciário da classe especial.
seminários, objetivando a formação e o §1º. Os membros natos de que tratam as alíneas “j” e
aprimoramento dos policiais civis como das “k” do inciso I, farão parte do Conselho até que
completem o tempo regular para a aposentadoria.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§2º. Os membros de que tratam as alíneas “a” à “g” XV - Propor ao Diretor-Geral de Polícia outras
do inciso II, serão escolhidos em listas sêxtuplas na providências que visem a recompor a ordem
forma do Decreto Distrital nº 23.291, do dia 18 de disciplinar e administrativa das atividades da Polícia
outubro de 2002 e suas alterações. Civil;
§3º. Os membros de que tratam as alíneas “a” à “g” XVI - Formular moções sobre assuntos relevantes de
do inciso II serão substituídos pelo primeiro suplente interesse da Polícia Civil do Distrito Federal;
nos casos de ausência ou impedimento e, por decisão XVII - Opinar sobre temas relativos à interpretação
do Diretor-Geral de Polícia Civil, até o final do de normas disciplinares, administrativas e penais no
respectivo mandato, no caso de vacância. exercício das atividades da Polícia Civil;
§4º. Qualquer um dos membros escolhidos poderá XVIII - Opinar sobre a movimentação de dirigente de
desistir de sua participação no Conselho Superior de unidade orgânica da Polícia Civil;
Polícia Civil. XIX - Deliberar sobre fato de relevância que envolva
Art.92. Ao Conselho Superior da Polícia Civil do os interesses da Polícia Civil do Distrito Federal.
Distrito Federal, tem como atribuições: Art.93. As decisões do Conselho Superior da Polícia
I - Conhecer as representações contra membros do Civil do Distrito Federal serão tomadas por maioria
Conselho, encaminhado-as, com parecer, ao Diretor- absoluta de votos dos seus membros, mediante
Geral de Polícia Civil; resoluções, cabendo ao seu Presidente o voto de
II - Opinar sobre as diretrizes básicas dos concursos qualidade.
públicos para ingresso nas carreiras da Polícia Civil do
TÍTULO IV - DAS ATRIBUIÇÕES FUNCIONAIS
Distrito Federal; DOS CARGOS EFETIVOS E COMISSIONADOS
III - Opinar quanto à formação, especialização,
Art.94. O quadro funcional da Polícia Civil do Distrito
treinamento e aperfeiçoamento dos servidores
Federal é composto pela Carreira de Delegado de
policiais civis;
Polícia do Distrito Federal e a Carreira de Polícia Civil
IV - Opinar quanto à concessão de comendas e outras
do Distrito Federal.
honrarias da Polícia Civil para policiais civis e
§ 1º. A Carreira de Delegado de Polícia do Distrito
membros da comunidade;
Federal é composta pelos cargos de Delegado de
V - Opinar sobre a proposta Orçamentária da Policia
Polícia.
Civil do Distrito Federal;
§2º. A Carreira de Polícia Civil do Distrito Federal é
VI - Funcionar como Conselho de Ética;
composta pelos cargos de Perito Criminal, Perito
VII - Opinar sobre pedidos de anistia;
Médico Legista, Agente de Polícia, Escrivão de
VIII - Aprovar medidas que visem ao
Polícia, Perito Papiloscopista Policial e Agente
aperfeiçoamento profissional e dos serviços
Penitenciário.
prestados pela Polícia Civil do Distrito Federal;
IX - Opinar sobre propostas de alterações na CAPÍTULO I - ATRIBUIÇÕES FUNCIONAIS DOS
estrutura orgânica e no quadro funcional da Polícia CARGOS EFETIVOS
Civil; Seção I - Do Delegado de Polícia
X - Opinar em planos de aplicação de recursos; Art.95. São atribuições do Delegado de Polícia:
XI - Elaborar e aprovar regimento interno próprio; I - Supervisionar, coordenar, controlar e executar as
XII - Aprovar normas regimentais da Polícia Civil; atividades específicas de polícia civil ou de interesse
XIII - Propor normas gerais de procedimentos de da segurança pública;
apuração de infrações penais e de gestão da Polícia II - Desenvolver estudos e pesquisas com vistas à
Civil do Distrito Federal; preservação da segurança pública;
XIV - Aprovar normas gerais de procedimentos para III - Estudar e propor medidas destinadas a simplificar
apuração do estágio probatório; o trabalho e a redução dos custos das operações
policiais;

97
VADE MECUM – Agente da PCDF

IV - Elaborar planos de estudos de situação de busca III - Realizar exames periciais em locais de infração
de informações e de operações policiais; penal, suicídios e acidentes com vítimas;
V - Proceder à análise de dados e elaborar IV - Realizar exames em armas e instrumentos
informações no âmbito da Polícia Civil; utilizados ou presumivelmente utilizados na prática
VI - Participar de estudos e pesquisas de natureza de infrações penais;
técnica sobre administração policial; V - Efetuar exames documentos cópicos e
VII - Representar à autoridade competente sobre grafotécnicos;
questões de natureza penal; VI - Realizar perícias contábeis;
VIII - Planejar operações de segurança e de VII - Proceder a pesquisas e perícias microscópicas e
investigações; identificação veicular;
IX - Supervisionar ou executar operações de caráter VIII - Realizar coleta de elementos necessários à
sigiloso; complementação dos exames periciais;
X - Instaurar e presidir inquéritos policiais e termos IX - Realizar perícias e análises laboratoriais, no ramo
circunstanciados; da biologia, física e química;
XI - Presidir sindicâncias e outros procedimentos X - Elaborar a perícia merceológica;
administrativos; XI - Proceder a exames de balística forense;
XII - Presidir audiências e lavratura do respectivo XII - Proceder a exames periciais de informática;
termo; XIII - Proceder a exames periciais na área de
XIII - Proceder com todos os atos e formalidades engenharia legal e de meio ambiente;
necessários para a instrução do inquérito policial e XIV - Proceder às periciais audiovisuais;
outros procedimentos de natureza criminal ou XV - Proceder a exames e emitir laudos e pareceres
administrativa; em todos os assuntos de criminalística e da sua
XIV - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando especialidade;
estabelecer novas técnicas e procedimentos de XVI - Efetuar trabalhos fotográficos para instruir
trabalho; laudos periciais;
XV - Executar outras atividades decorrentes de sua XVII - Orientar servidores visando ao
lotação; desenvolvimento técnico das atividades voltadas à
XVI - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, perícia criminalística;
regulamentos administrativos e leis em vigor; XVIII - Presidir sindicâncias e outros procedimentos
XVII - desempenhar outras atividades que se administrativos;
enquadrem no âmbito de suas atribuições, inclusive XIX - Executar outras atividades decorrentes de sua
executar operações e ações de natureza policial ou lotação;
de interesse da segurança pública, ou determinadas XX - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento,
por superior hierárquico e inerentes à atividade regulamentos administrativos e leis em vigor;
policial. (Inciso alterado(a) pelo(a) Decreto 35082 de XXI - desempenhar outras atividades que se
16/01/2014) enquadrem no âmbito de suas atribuições, inclusive
Seção II - Do Perito Criminal executar operações e ações de natureza policial ou
Art.96. São atribuições do Perito Criminal: de interesse da segurança pública, ou determinadas
I - Planejar, coordenar e executar estudos e projetos por superior hierárquico e inerentes à atividade
de pesquisa, visando ao estabelecimento de novos policial. (Inciso alterado(a) pelo(a) Decreto 35082 de
métodos e técnicas no campo da Criminalística; 16/01/2014)
II - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando Seção III - Do Perito Médico Legista
estabelecer novas técnicas e procedimentos de Art.97. São atribuições do Perito Médico Legista:
trabalho; I - Supervisionar, coordenar e executar os trabalhos
de perícias laboratoriais, toxicológicas, exames

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VADE MECUM – Agente da PCDF

radiológicos e outros de mesma natureza, visando à buscando novas tecnologias que possam agilizar e
elucidação de infrações penais, suicídios e melhorar os resultados dos procedimentos periciais.
ocorrências de natureza acidental; III - Planejar, coordenar e controlar a realização de
II - Executar e complementar perícia médico-legal, no captura e pesquisa em sistemas automatizados de
vivo e no morto; leitura, comparação e identificação de impressões
III - Proceder a exames e emitir laudos e pareceres em papilares.
todos os assuntos de medicina legal e da sua IV - Realizar pesquisas laboratoriais com reagentes
especialidade; para revelação de impressões e fragmentos, bem
IV - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando como para regeneração de tecidos papilares.
estabelecer novas técnicas e procedimentos de V - Coordenar, supervisionar e elaborar os laudos
trabalho; periciais atinentes ao cargo, com base em estudos
V - Planejar, desenvolver e executar estudos e técnico-científicos;
projetos de pesquisa, visando ao estabelecimento de VI - Planejar e coordenar programas na área de
novos métodos e técnicas no campo da medicina identificação civil e projetos de atendimento à
legal; comunidade, visando assegurar o exercício pleno da
VI - Estudar e propor medidas destinadas a cidadania.
simplificar o trabalho e a redução dos custos, das VII - Realizar perícia papiloscópica em local de crime,
atividades periciais; em veículos e em materiais.
VII - Instruir e orientar pessoal sob sua chefia visando VIII - Realizar perícia necropapiloscópica em
estabelecer novas técnicas e procedimentos de cadáveres com estágios diferenciados de
trabalho; decomposição e condição de morte, com a finalidade
VIII - Executar necropsias, exames clínicos e outros de de estabelecer a identificação.
mesma natureza, visando à elucidação de infrações IX - Realizar perícia em vestígios papiloscópicos,
penais, suicídios e ocorrências de natureza acidental; efetuando análise técnico-científica de impressões e
IX - Executar perícias na área da psiquiatria forense; fragmentos papilares coletados em local de crime,
X - Efetuar trabalhos fotográficos para instruir laudos tomando por base todas as minúcias presentes.
periciais; X - Coordenar e executar o processo de identificação
XI - Presidir sindicâncias e outros procedimentos papiloscópica e antropológica civil e criminal.
administrativos; XI - Realizar perícia papiloscópica em documentos,
XII - Executar outras atividades decorrentes de sua efetuando análise e pesquisa de dados de
lotação; identificação e de padrões papilares.
XIII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, XII - Realizar perícia poroscópica, objetivando a
regulamentos administrativos e leis em vigor; identificação humana.
XIV - desempenhar outras atividades que se XIII - Realizar, no âmbito de sua competência, perícia
enquadrem no âmbito de suas atribuições, inclusive de representação facial humana, a partir de descrição
executar operações e ações de natureza policial ou de caracteres somatoscópicos distintivos da face.
de interesse da segurança pública, ou determinadas XIV - Efetuar a coleta, análise, codificação e
por superior hierárquico e inerentes à atividade decodificação de padrões papiloscópicos, visando
policial. (alterado(a) pelo(a) Decreto 35082 de 16/01/2014) possibilitar o acesso sistematizado.
Seção IV - Do Papiloscopista Policial XV - Realizar perícia de reconstituição facial humana,
Art.98. São atribuições do Papiloscopista Policial: no âmbito de sua competência, com a finalidade de
I - Planejar, coordenar, supervisionar, organizar e recompor caracteres somatoscópicos do cadáver que
realizar todas as perícias atinentes ao cargo. apresenta lesões prejudiciais à sua identificação
II - Desenvolver, no âmbito de sua competência, visual.
pesquisas visando aprimorar as técnicas existentes

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XVI - Realizar perícias de projeção de VI - desempenhar outras atividades que se


envelhecimento e rejuvenescimento facial humano enquadrem no âmbito de suas atribuições, ou
para fins de identificação. determinadas por superior hierárquico e inerentes à
XVII - Realizar captura e pesquisa em sistemas atividade policial; (alterado(a) pelo(a) Decreto 35082 de
automatizados de leitura, comparação e 16/01/2014)

identificação de impressões papilares. VII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento,


XVIII - Realizar pesquisas nos acervos decadactilar, regulamentos administrativos e leis em vigor.
monodactilar, quiroscópico, podoscópico e Seção VI - Do Escrivão de Polícia
fotográfico, bem como a organização sistematizada Art.100. São atribuições do Escrivão de Polícia:
dos mesmos. I - Planejar, controlar e executar todas as atividades
XIX - Realizar perícia prosopográfica humana, no específicas de cartório;
âmbito de sua competência, visando estabelecer a II - Providenciar o recolhimento das fianças
identificação da pessoa, com base na comparação de prestadas;
pontos característicos do rosto. III - Certificar as atividades cartorárias realizadas;
XX - Supervisionar, elaborar e assinar laudos periciais IV - Acompanhar a autoridade policial nas diligências
papiloscópicos, necropapiloscópicos, poroscópicos e externas, quando necessário ao desenvolvimento de
outros atinentes ao cargo. atividades cartoriais;
XXI - Realizar pesquisas laboratoriais com reagentes V - Executar os registros das atividades cartorárias;
para revelação de impressões e fragmentos, bem VI - Prestar contas ao chefe imediato do valor das
como para regeneração de tecidos papilares. fianças recebidas e custas depositadas, bem como
XXII - Efetuar trabalhos técnicos fotográficos e acautelar objetos e valores ausentes;
macrofotográficos para instruir laudos periciais. VII - Atuar em processos de natureza administrativa;
XXIII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, VIII - Executar outras atividades decorrentes de sua
regulamentos administrativos e leis em vigor. lotação;
XXIV - desempenhar outras atividades que se IX - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento,
enquadrem no âmbito de suas atribuições, inclusive regulamentos administrativos e leis em vigor.
executar operações e ações de natureza policial ou X - desempenhar outras atividades que se
de interesse da segurança pública, ou determinadas enquadrem no âmbito de suas atribuições, inclusive
por superior hierárquico e inerentes à atividade executar operações e ações de natureza policial ou
policial. (Inciso alterado(a) pelo(a) Decreto 35082 de de interesse da segurança pública, ou determinadas
16/01/2014) por superior hierárquico e inerentes à atividade
Seção V - Do Agente de Polícia policial. (alterado(a) pelo(a) Decreto 35082 de 16/01/2014)
Art.99. São atribuições do Agente de Polícia: Seção VII - Do Agente Penitenciário
I - Investigar atos ou fatos que caracterizem ou Art. 101. São atribuições do Agente
possam caracterizar infrações penais; Penitenciário: (alterado(a) pelo(a) Decreto 33661 de
II - Assistir a autoridade policial no cumprimento das 15/05/2012)

atividades de Polícia Civil; I – executar atividades de atendimento, serviço de


III - Coordenar ou executar operações e ações de vigilância, custódia, escolta, revista pessoal e em
natureza policial ou de interesse de segurança objetos, guarda, assistência e orientação de pessoas
pública; recolhidas na Divisão de Controle e Custódia de
IV - Executar intimações, notificações ou quaisquer Presos, do Departamento de Polícia Especializada,
outras atividades julgadas necessárias ao da Polícia Civil do Distrito Federal, ou que estejam
esclarecimento de atos ou fatos sob investigações; nas demais unidades policiais da Polícia Civil do
V - Dirigir veículos automotores em serviços, ações e Distrito Federal aguardando recolhimento àquela
operações policiais. Divisão; (alterado(a) pelo(a) Decreto 33661 de 15/05/2012)

100
VADE MECUM – Agente da PCDF

II – desempenhar atividades de custódia e guarda II - Despachar, pessoalmente, com o Governador e o


provisória de presos sob a responsabilidade da Secretário de Estado de Segurança Pública;
Polícia Civil do Distrito Federal; (alterado(a) pelo(a) III - Representar a Polícia Civil junto aos Poderes
Decreto 33661 de 15/05/2012) Executivo, Legislativo e Judiciário;
III – executar escoltas judiciais; (alterado(a) pelo(a) IV - Decidir os assuntos atinentes aos objetivos e
Decreto 33661 de 15/05/2012)
metas da Instituição;
IV – executar a escolta de presos em ambientes
V - Propor a nomeação, exoneração, demissão ou
hospitalares; (alterado(a) pelo(a) Decreto 33661 de 15/05/12)
reintegração de servidores de seu quadro de pessoal;
V – executar a escolta de presos sob a
VI - Propor nomeação ou designação de servidor para
responsabilidade da Polícia Civil do Distrito Federal
provimento de cargo ou função em comissão, bem
para apresentação ao Instituto de Medicinal Legal,
como exoneração ou dispensa;
ao Instituto de Criminalística e ao Instituto de
VII - Lotar e remanejar servidores, pertencentes ao
Identificação, bem como para apresentação desses
quadro da Polícia Civil do Distrito Federal;
presos a outras instituições congêneres; (Inciso
VIII - Determinar a instauração de procedimentos de
acrescido(a) pelo(a) Decreto 33661 de 15/05/2012)
natureza policial ou administrativo;
VI – executar a escolta de viaturas no transporte de
IX - Avocar procedimento instaurado e redistribuí-lo,
presos sob a responsabilidade da Polícia Civil do
se for o caso;
Distrito Federal; (acrescido(a) pelo(a) Decreto 33661/12)
X - Expedir normas e regulamentos necessários ao
VII – atuar nas atividades de inteligência voltadas
funcionamento da Polícia Civil;
para segurança da custódia de presos sob a
XI - Dirimir conflitos de atribuições entre as unidades
responsabilidade da Polícia Civil do Distrito
integrantes da Polícia Civil;
Federal; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto 33661 de 15/05/12)
XII - Prestar esclarecimentos ao Tribunal de Constas
VIII - atuar na recaptura de foragidos da Justiça; (Inciso
acrescido(a) pelo(a) Decreto 33661 de 15/05/2012)
do Distrito Federal, quando solicitado;
IX – efetuar o recambiamento de presos de outros XIII - Manter o Secretário de Estado de Segurança
estados da federação; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto Pública e o Chefe do Poder Executivo informados
33661 de 15/05/2012) sobre os eventos de grande repercussão social;
X – escoltar e conduzir adolescentes infratores a XIV - Assinar os atos de natureza administrativa na
delegacias e demais órgãos especializados, nos esfera de suas atribuições ou por delegação;
termos da lei; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto 33661/12) XV - Promover o relacionamento entre a Polícia e a
XI – participar de operações policiais; (Inciso acrescido(a) comunidade, procurando canalizar os benefícios
pelo(a) Decreto 33661 de 15/05/2012) deste relacionamento para a consecução dos
XII - desempenhar outras atividades que se objetivos finalísticos da instituição policial civil;
enquadrem no âmbito de suas atribuições, inclusive XVI - Instaurar processo administrativo disciplinar;
executar operações e ações de natureza policial ou XVII - Determinar o afastamento preventivo do
de interesse da segurança pública, ou determinadas exercício de suas funções, os policiais civis e demais
por superior hierárquico e inerentes à atividade servidores que exerçam suas atividades funcionais no
policial. (alterado(a) pelo(a) Decreto 35082 de 16/01/2014) quadro da Polícia Civil, quando indiciado ou acusado
em processo administrativo disciplinar;
CAPÍTULO II - DAS ATRIBUIÇÕES FUNCIONAIS
DOS CARGOS COMISSIONADOS XVIII - Zelar pelo cumprimento da hierarquia e
Seção I - Do Diretor-Geral da Polícia Civil disciplina no seio da Polícia Civil;
Art.102. São atribuições do Diretor-Geral da Polícia XIX - Aplicar ou agravar pena disciplinar, observada
Civil: as atribuições legais;
I - Praticar atos de gestão, administrativa, financeira XX - Autorizar o deslocamento de servidores e
e de pessoal; viaturas para outras unidades da Federação, em
razão de serviço;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XXI - Presidir as reuniões do Conselho Superior de medidas com vistas ao remanejamento de pessoal
Polícia; entre as suas diversas unidades;
XXII - Exercer outras atribuições, bem como praticar XII - Desempenhar outras atividades que se
os demais atos necessários à consecução das enquadrem no âmbito de suas atribuições;
finalidades da Polícia Civil, na forma da legislação em XIII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento,
vigor; regulamentos administrativos e leis em vigor.
XXIII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, Seção III - Do Corregedor-Geral de Polícia
regulamentos administrativos e leis em vigor. Art.104. São atribuições do Corregedor-Geral de
Seção II - Do Diretor-Geral Adjunto da Polícia Civil Polícia Civil:
Art.103. São atribuições do Diretor-Geral Adjunto da I - Planejar, coordenar, fiscalizar e controlar as
Polícia Civil: atividades da Corregedoria Geral de Polícia;
I - Dirigir, coordenar e controlar a execução de II - Apoiar, orientar e facilitar o acesso das
atividades das unidades subordinadas a Direção- Autoridades Policiais na esfera Judicial, durante as
Geral da Polícia Civil; representações de conveniência de decretação de
II - Assistir o Diretor-Geral de Polícia no cumprimento prisão preventiva ou temporária e busca e apreensão;
de suas atribuições; III - Promover o bom relacionamento entre a Polícia
III - Propor normas que visem o aperfeiçoamento da Judiciária, Magistratura, Ministério Público e Ordem
execução das atividades das unidades que lhe são dos Advogados;
subordinados; IV - Despachar as requisições de abertura de
IV - Sugerir a designação ou dispensa dos ocupantes inquéritos policiais e termos circunstanciados dos
de cargos ou funções de confiança que lhe sejam representantes do Ministério Público e das
subordinados; Autoridades Judiciárias;
V - Despachar o expediente do Diretor-Geral da V - Despachar nos autos de inquérito policial e termos
Polícia Civil; circunstanciados em correição;
VI - Substituir o Diretor-Geral da Polícia Civil no VI - Instaurar e julgar sindicâncias no âmbito da
desempenho de suas funções, nos seus Polícia Civil;
impedimentos e ausências; VII - Notificar os servidores policiais sobre as
VII - Despachar as ocorrências lavradas pelo convocações para depor em juízo;
Supervisor de Dia, levando, de imediato, ao VIII - Controlar o quadro anual de férias da
conhecimento do Diretor-Geral da Polícia Civil, todas Corregedoria de Polícia Civil, atentando-se para o
aquelas em que há indícios de transgressão cumprimento das normas regulamentares
disciplinar ou que possam causar repercussão; pertinentes;
VIII - Controlar, fiscalizar e supervisionar a execução IX - Fazer remanejamento de servidores, quando a
da escala e atividades do Supervisor de Dia da Polícia movimentação ocorrer no âmbito da Corregedoria;
Civil; X - Manter o Diretor-Geral da Polícia Civil informado
IX - Controlar e opinar acerca da conveniência de sobre o andamento e conclusão de apurações em
concessão de licença para o trato de interesses expedientes de interesse da instituição;
particulares; XI - Programar, acompanhar e coordenar as
X - Manter o controle da frota geral da Polícia Civil, atividades de correições ordinárias e extraordinárias
bem como promover estudos com vistas à nas unidades da Polícia Civil;
distribuição de veículos novos e remanejamento de XII - Requisitar inspeções médicas para servidores
usados; lotados na unidade sob sua subordinação;
XI - Manter o controle de lotação do efetivo da Polícia XIII - Autorizar o deslocamento de servidores e
Civil, promovendo a distribuição eqüitativa e propor viaturas para municípios circunvizinhos, em razão de
serviço;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XIV - Sugerir ao Diretor-Geral da PCDF, a remoção e XI - Requisitar inspeções médicas para servidores
lotação de servidores; lotados na unidade sob sua subordinação;
XV - Expedir atos necessários ao pleno exercício de XII - Autorizar o deslocamento de servidores e
suas atribuições; viaturas para municípios circunvizinhos, em razão de
XVI - Conhecer das estatísticas das atividades das serviço;
unidades sob sua subordinação, submetendo-as à XIII - Conhecer de irregularidades ocorridas na esfera
apreciação do Diretor-Geral da Polícia Civil; de suas atribuições, e, após previamente instruído
XVII - Desempenhar outras atividades que se dos elementos necessários à instauração de
enquadrem no âmbito de suas atribuições; sindicância, deverá o feito ser encaminhado à
XVIII - Cumprir e fazer cumprir o presente regimento, corregedoria-geral de Polícia para as providências
regulamentos administrativos e leis em vigor. legais;
Seção IV - Dos Diretores de Departamentos e da XIV - Conhecer das estatísticas das atividades das
Academia de Polícia Civil unidades sob sua subordinação, submetendo-as à
Art.105. Respeitadas as atribuições da unidade de apreciação do Diretor-Geral da Polícia Civil;
lotação, são atribuições dos Diretores dos XV - Inteirar-se e dar ciência ao Diretor-Geral da
Departamentos e da Academia de Polícia Civil: Polícia Civil dos principais eventos ocorridos no
I - Dirigir, coordenar e controlar a execução das âmbito das unidades sob sua subordinação;
atividades das unidades orgânicas sob sua XVI - Fazer remanejamento de servidores, quando a
responsabilidade executiva; movimentação ocorrer no âmbito da Academia de
II - Despachar e prestar informações necessárias ao Polícia ou do próprio Departamento;
assessoramento do Diretor-Geral Adjunto de Polícia XVII - Exercer rigoroso controle dos servidores em
Civil e ao Diretor-Geral da Polícia Civil; estágio probatório e avaliar o desempenho funcional
III - Expedir atos necessários ao pleno exercício de dos demais servidores lotados nos órgãos
suas atribuições; subordinados;
IV - Expedir normas e outros regulamentos que XVIII - Fazer cumprir os horários estabelecidos para
versem sobre o funcionamento interno das unidades início e término do expediente e plantão;
orgânicas sob sua responsabilidade executiva, XIX - Controlar o uso das viaturas policiais,
respeitada a orientação definida pela Direção-Geral promovendo, mensalmente, minuciosa vistoria do
da Polícia Civil; seu estado de conservação;
V - Propor a programação e supervisionar a execução XX - Controlar a observância do quadro anual de
dos trabalhos das unidades que lhe são diretamente férias, atentando-se para o cumprimento das normas
subordinados; regulamentares pertinentes;
VI - Propor e promover a realização de eventos, XXI - Cumprir outras atividades no âmbito de suas
visando o aperfeiçoamento das atividades das atribuições;
unidades que lhe são diretamente subordinados; XXII - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento,
VII - Indicar o seu substituto eventual; regulamentos administrativos e leis em vigor.
VIII - Encaminhar anualmente ao Diretor-Geral da Seção V - Dos Coordenadores
Polícia Civil, minucioso relatório das atividades Art. 106 São atribuições dos Coordenadores da
realizadas pelas unidades sob sua subordinação; Coordenação de Investigações de Crimes contra a
IX - Praticar atos de gestão administrativa, na medida vida e da Coordenação de Repressão às Drogas:
de suas atribuições; I - Coordenar e orientar as atividades das
X - Verificar, mediante inspeções periódicas, a Coordenações e Divisões, bem como dos serviços
regularidade do desenvolvimento das atividades das que lhe são diretamente subordinados;
unidades sob sua subordinação e o cumprimento das II - Coordenar, administrar e distribuir os recursos
diretrizes estabelecidas; humanos e materiais disponíveis empregados nas

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VADE MECUM – Agente da PCDF

atividades de investigação, acautelados à X - Despachar as ocorrências registradas e quaisquer


Coordenação; outros documentos;
III - Transmitir ordens e recomendações emanadas XI - Instaurar inquérito policial fazendo-o de forma
do Diretor do Departamento e Diretor-Geral da imediata nas ocorrências que versarem sobre morte
PCDF; violenta e nas requisições do Ministério Público ou de
IV - Conhecer de irregularidades ocorridas na esfera Autoridade Judiciária;
de sua competência, promover-lhes a apuração e XII - Encaminhar cópia das ocorrências policiais à
aplicar a sanção cabível, ou encaminhar o expediente Delegacia Especializada competente quando a
a quem couber aplicá-la; autoria for ignorada;
V - Coordenar a elaboração de planos e projetos de XIII - Comunicar ao órgão público competente sobre
combate aos crimes dolosos contra a vida; as ocorrências de acidente de trânsito relacionado
VI - Inteirar-se e dar ciência ao Diretor do com veículo oficial ou outro bem público;
Departamento dos principais eventos ocorridos no XIV - Planejar e realizar operações policiais
âmbito de competência dos órgãos integrantes da destinadas ao combate da criminalidade em pontos
Coordenação; críticos da circunscrição;
VII - Disciplinar por meio de Ordem de Serviços XV - Comunicar, com antecedência, ao
atribuições dos órgãos e autoridades subordinadas. Departamento a que estiver subordinado sobre as
Seção VI - Dos Delegados-Chefes operações que serão desencadeadas;
Art.107. Respeitadas as atribuições da unidade de XVI - Comunicar ao Departamento a que estiver
lotação, são atribuições dos Delegados-Chefes: subordinado acerca de transgressão disciplinar que
I - Dirigir, coordenar e controlar a execução das tiver conhecimento;
atividades das unidades que lhe são subordinados; XVII - Comunicar e encaminhar à Divisão de Armas,
II - Despachar, ordinariamente, com o Diretor do Munições e explosivos, cópia de todas as ocorrências
Departamento a que estiver subordinado e, que envolvam arma de fogo, munições e explosivos;
extraordinariamente, com qualquer outra XVIII - Encaminhar à Divisão de Armas, Munições e
autoridade; Explosivos, armas, munições e explosivos
III - Propor a designação de servidor para provimento apreendidos ou arrecadados que não seja objeto de
de função em comissão, bem como sua dispensa; crime ou vinculado a procedimento de natureza
IV - Exarar despachos em quaisquer feitos que criminal;
tramitem na Delegacia Policial respectiva; XIX - Comunicar e encaminhar à Divisão de Recursos
V - Adotar providências necessárias às apurações das Materiais do Departamento de Administração Geral,
infrações penais de responsabilidade da unidade, cópia de todas as ocorrências que envolvam extravio,
orientando os policiais sobre a forma de proceder; dano ou subtração de armas de fogo e outros bens da
VI - Encaminhar, mensalmente, ao Departamento a Polícia Civil;
que estiver subordinado, relatório das atividades XX - Manifestar-se sobre a conveniência de
desenvolvidas pela Delegacia de Polícia; funcionamento de empresas que explorem o ramo
VII - Exercer rigoroso controle dos servidores em de diversões públicas em sua circunscrição, nos
estágio probatório e avaliar o desempenho funcional termos da legislação em vigor;
dos servidores; XXI - Promover a fiscalização das casas de diversões
VIII - Fazer cumprir os horários estabelecidos para públicas, no âmbito de suas atribuições, adotando-se
início e término do expediente e plantão; as providências cabíveis, quando constatada
IX - Controlar o uso das viaturas policiais, qualquer irregularidade;
procedendo, mensalmente, minuciosa vistoria do XXII - Prestar irrestrito apoio às fiscalizações
seu estado de conservação; promovidas pelas unidades públicas competentes;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XXIII - Propor à Corregedoria-Geral de Polícia a V - Controlar a execução das atividades inerentes à


redistribuição de inquérito policial à delegacia limpeza, manutenção, conservação e uso de bens
especializada competente; móveis e imóveis pertinentes ou a disposição da
XXIV - Solicitar à Corregedoria-Geral de Polícia, Unidade Orgânica.
quando da primeira remessa ao Judiciário, a VI - Cumprir outras atividades que se enquadrem no
redistribuição de inquérito policial instaurado para âmbito de suas atribuições;
apurar crime de autoria ignorada a Delegacia VII - Cumprir e fazer cumprir, na esfera de suas
Especializada competente; atribuições, o presente Regimento, as normas e leis
XXV - Realizar correições periódicas nas unidades em vigor.
orgânicas que lhe são subordinadas; Parágrafo Único: Aos demais assessores da Direção-
XXVI - Instruir e remeter ao Departamento que Geral da Polícia Civil, além das atividades específicas
estiver subordinado as ocorrências de acidente em da unidade, competem ainda, desempenhar as
serviço, com vistas à instauração de processo seguintes atribuições:
especial; a) Emitir pareceres ou proferir despachos
XXVII - Zelar pela integridade física, moral e psíquica interlocutórios ou decisórios da unidade;
de indiciados, testemunhas e vítimas, bem como b) Assistir o Diretor-Geral no controle interno da
daqueles que, por quaisquer motivos, se encontrem legalidade administrativa dos atos a serem por ele
na unidade; praticados ou já efetivados;
XXVIII - Elaborar e controlar o quadro anual de férias c) Assessorar o Diretor-Geral mediante a execução
dos servidores, das respectivas unidades, atentando- das atividades de consultoria e assessoramento
se para o cumprimento das normas regulamentares técnico;
pertinentes; d) Cumprir e fazer cumprir, na esfera de suas
XXIX - Cumprir e fazer cumprir o presente atribuições, o presente Regimento, as normas e leis
Regimento, os Regulamentos administrativos e leis em vigor.
em vigor. e) Cumprir outras atividades que se enquadrem no
XXX - Desempenhar outras atividades que se âmbito de suas atribuições;
enquadrem no âmbito de suas atribuições; Seção VIII- Dos Assessores da Corregedoria-Geral
Seção VII - Do Chefe da Assessoria da Direção- de Polícia, dos Departamentos, dos Institutos e da
Geral da Polícia Civil Academia de Polícia Civil
Art.108. Ao Chefe da Assessoria da Direção-Geral da Art.109. Aos assessores da Corregedoria-Geral de
Polícia Civil, além das atividades específicas da Polícia, dos Departamentos, dos Institutos e da
unidade, compete ainda, desempenhar as seguintes Academia de Polícia Civil respeitadas as atribuições
atribuições: específicas de sua unidade orgânica, competem:
I - Planejar, orientar, coordenar e controlar as I - Assessorar e assistir o Chefe imediato no que
atividades técnicas e administrativas inerentes às couber;
atribuições da unidade; II - Substituir o Chefe imediato, quando por este
II - Assessorar o Diretor-Geral mediante a execução indicado, em suas ausências e impedimentos
das atividades de consultoria e assessoramento funcionais;
técnico; III - Elaborar ou rever minutas de despachos, ordens
III - Assistir o Diretor-Geral no controle interno da de serviço, portarias e de outros atos administrativos
legalidade administrativa dos atos a serem por ele próprios da chefia;
praticados ou já efetivados; IV - Analisar dados e informações de interesse das
IV - Exercer rigoroso controle dos servidores de sua unidades subordinadas;
lotação, em estágio probatório e avaliar o V - Realizar estudos técnicos e emitir parecer de
desempenho funcional dos demais servidores; interesse da unidade;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

VI - Transmitir, acompanhar e orientar o IV - Desenvolver projetos, programas e pesquisas na


cumprimento das instruções emanadas da chefia a área de atuação da unidade sob sua subordinação,
que estiverem subordinados; objetivando aperfeiçoar, criar e implementar novas
VII - Executar outras atividades que lhes forem técnicas, de acordo com o desenvolvimento
atribuídas; tecnológico e científico;
VIII - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento, V - Analisar os resultados das atividades da unidade
regulamentos administrativos e leis em vigor. sob sua subordinação e adotar ou propor medidas
Seção IX - Dos Delegados Adjuntos visando o seu aperfeiçoamento;
Art.110. Respeitadas as atribuições da unidade de VI - Atualizar, ampliar e desdobrar funções, no
lotação, são atribuições dos Delegados Adjuntos das campo de atuação da unidade sob sua
Delegacias: responsabilidade executiva, sempre que a estrutura
I - Colaborar com o Dirigente da unidade orgânica no jurídica ou a necessidade de melhor desenvolver o
exercício de suas funções e substituí-lo em suas trabalho o exigir;
ausências ou impedimentos eventuais; VII - Propor a nomeação ou designação de servidor
II - Presidir inquéritos policiais, sindicâncias, para provimento de cargo ou função em comissão,
processos especiais e outros procedimentos de bem como a exoneração ou dispensa;
acordo com as atribuições da unidade orgânica; VIII - Prestar assistência ao Diretor do Departamento
III - Zelar pela disciplina da unidade; de Polícia Técnica e, quando solicitado, ao
IV - Elaborar minutas de documentos próprios da Corregedor-Geral de Polícia, ao Diretor-Geral
chefia da unidade; Adjunto da Polícia Civil e ao Diretor-Geral da Polícia
V - Orientar e fiscalizar seus subordinados, quanto ao Civil em assuntos relativos à área de atuação da
cumprimento das determinações verbais ou emitidas unidade sob sua responsabilidade;
em despacho e das atividades inerentes ao cargo ou IX - Determinar o registro de ocorrência de
função; transgressão disciplinar cometida por policial civil ou
VI - Acompanhar e controlar os planos de servidor administrativo no âmbito de sua unidade,
policiamento semanal; remetendo o registro ao Departamento de Polícia
VII - Controlar as escalas de serviço, promovendo as Técnica, para as providências cabíveis;
alterações que se fizerem necessárias; X - Promover a distribuição de funcionários nos
VIII - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento, diversos setores da unidade, fazendo as
os regulamentos administrativos e leis em vigor; movimentações que julgarem necessárias;
IX - Desempenhar outras atividades que se XI - Encaminhar, mensalmente e anualmente, ao
enquadrem no âmbito de suas atribuições; Departamento de Polícia Técnica, minucioso
Seção X - Dos Diretores dos Institutos de Polícia relatório das atividades realizadas na unidade;
Técnica XII - Exercer rigoroso controle dos servidores em
Art.111. Respeitadas as atribuições da unidade de estágio probatório e avaliar o desempenho funcional
lotação, são atribuições dos Diretores dos Institutos dos servidores;
de Polícia Técnica: XIII - Fazer cumprir os horários estabelecidos para
I - Dirigir, coordenar e controlar a execução de todas início e término do expediente e plantão;
as atividades das unidades que lhe são subordinados; XIV - Controlar o uso das viaturas policiais,
II - Designar peritos para realização de perícias e procedendo, mensalmente, minuciosa vistoria do
elaboração de laudos e pareceres técnicos; seu estado de conservação;
III - Expedir normas técnicas, estabelecendo os XV - Providenciar a lavratura de ocorrência, alusiva,
protocolos mínimos a serem observados quando das em tese, a acidente em serviço, instruí-la e
realizações dos exames periciais de atribuição das encaminhá-la à Direção-Geral da Polícia Civil, via
unidades sob sua subordinação;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Departamento de Polícia Técnica, com vista à VIII - Controlar o uso das viaturas policiais,
instauração de processo especial; procedendo, mensalmente, minuciosa vistoria do
XVI - Indicar seu substituto eventual; seu estado de conservação;
XVII - Elaborar e controlar o plano anual de férias IX - Propor projetos de pesquisa e medidas, na área
atentando-se para o cumprimento das normas de suas atribuições, com vista ao aprimoramento e
regulamentares pertinentes; desenvolvimento das atividades da unidade sob sua
XVIII - Cumprir e fazer cumprir o presente responsabilidade executiva;
Regimento, os regulamentos administrativos e leis X - Elaborar relatórios mensais e anuais das
em vigor. atividades realizadas pela divisão ou Seção;
XIX - Desempenhar outras atividades que se XI - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento,
enquadrem no âmbito de suas atribuições; os regulamentos administrativos e leis em vigor;
Seção XI - Do Secretário Executivo XII - Desempenhar outras atividades que se
Art.112. São atribuições do Secretário Executivo da enquadrem no âmbito de suas atribuições.
Direção-Geral da Polícia Civil: Parágrafo Único: Aos Diretores das Divisões dos
I - Manter atualizada a agenda do Diretor-Geral; institutos de Polícia Técnica compete ainda,
II - Preparar documentos a serem assinados pelo proceder com a revisão técnica e de correção na
Diretor-Geral da Polícia Civil e Diretor-Geral Adjunto linguagem dos laudos periciais e demais documentos
da Polícia Civil; técnicos expedidos pelos peritos lotados nas
III - Secretariar reuniões e lavrar as respectivas atas; unidades que lhe são subordinadas;
IV - Prestar assistência administrativa ao Diretor- Seção XIII - Dos Diretores Adjuntos e Assistentes
Geral da Polícia Civil e ao Diretor-Geral Adjunto da Art.114. Respeitadas as atribuições da unidade de
Polícia Civil; lotação, são atribuições dos Diretores Adjuntos e
V - Cumprir e fazer cumprir as normas Assistentes:
administrativas e determinações superiores; I - Assessorar e assistir o chefe imediato em assunto
VI - Orientar e fiscalizar a execução das tarefas de natureza técnica ou administrativa;
distribuídas aos seus auxiliares diretos; II - Substituir o Chefe imediato em suas ausências e
VII - Desempenhar outras atividades que se impedimentos funcionais;
enquadrem no âmbito de suas atribuições. III - Transmitir, acompanhar e orientar o
Seção XII - Dos Chefes e Diretores de Divisão cumprimento das instruções emanadas da chefia a
Art.113. Respeitadas as atribuições da unidade de que estiverem subordinados;
lotação, são atribuições dos Diretores de Divisões: IV - Elaborar projetos referentes às atribuições da
I - Planejar, dirigir e coordenar as atividades dos unidade;
setores que lhe são subordinados; V - Elaborar ou rever minutas de despachos, ordens
II - Despachar as ocorrências administrativas de sua de serviço, portarias e de outros atos administrativos
atribuição; próprios da chefia;
III - Elaborar as escalas de serviço dos setores sob sua VI - Realizar estudos técnicos e emitir parecer de
responsabilidade executiva; interesse da unidade;
IV - Propor remanejamento de pessoal entre os VII - Executar tarefas técnicas e outras atribuições
setores; que lhe forem confiadas do interesse da unidade
V - Propor a indicação de seu substituto; orgânica em que estiver lotado.
VI - Exercer rigoroso controle dos servidores de sua VIII - Cumprir outras atividades que lhes forem
lotação, em estágio probatório e avaliar o respectivo atribuídas;
desempenho funcional; IX - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento,
VII - Fazer cumprir os horários estabelecidos para os regulamentos administrativos e leis em vigor.
início e término do expediente e plantão; Seção XIV - Dos Chefes de Serviço, Núcleo e Seção

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art.115. Respeitadas as atribuições da unidade de I - Presidir todos os atos inerentes à Comissão,


lotação, são atribuições dos Chefes de: Serviços, zelando pelos processos de sua responsabilidade;
Núcleos e Seção: II - Solicitar das unidades competentes perícias,
I - Planejar, orientar, coordenar e controlar as laudos, pareceres e outras informações necessárias
atividades técnicas e administrativas da unidade; ao bom desempenho das atividades da Comissão;
II - Distribuir, orientar, supervisionar e controlar a III - Coordenar todas as ações dos integrantes da
execução dos serviços sob a responsabilidade da sua Comissão e fiscalizar o correto desempenho de suas
unidade orgânica; atribuições;
III - Propor ao superior hierárquico imediato, medidas IV - Solicitar à Direção-Geral, quando necessário e
corretivas diante de quaisquer deficiências ou fundamentadamente, a prorrogação dos prazos
ocorrências relativas aos trabalhos sob sua previstos para conclusão dos trabalhos da Comissão;
responsabilidade, quando a solução extrapolar sua V - Estudar a legislação pertinente ao processo de
esfera de atribuição funcional. Tomada de Contas Especiais e verificar a ocorrência
IV - Propor a indicação de seu substituto; de alterações legais principalmente junto ao Tribunal
V - Exercer rigoroso controle dos servidores em de Contas do Distrito Federal e Secretaria de Estado,
estágio probatório e avaliar o desempenho funcional Fazenda e Planejamento;
dos demais servidores; VI - Prestar informações sempre que solicitadas pela
VI - Controlar a execução das atividades inerentes à Direção-Geral ou pelo Tribunal de Contas do Distrito
limpeza, manutenção, conservação e uso de bens Federal.
móveis e imóveis à disposição da unidade orgânica. VII - Propor ao Diretor-Geral a indicação de seu
VII - Cumprir outras atividades que lhes forem substituto;
atribuídas; VIII - Exercer rigoroso controle dos servidores em
VIII - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento, estágio probatório e avaliar o desempenho funcional
os regulamentos administrativos e leis em vigor. dos servidores;
Seção XV - Dos Secretários Administrativos IX - Fazer cumprir os horários estabelecidos para
Art.116. São atribuições dos Secretários início e término do expediente;
Administrativos: X - Controlar o uso das viaturas policiais, procedendo,
I - Receber e transmitir informações administrativas, mensalmente, minuciosa vistoria do seu estado de
bem como realizar o encaminhamento de pessoas no conservação;
âmbito da unidade; XI - Propor projetos de pesquisa e medidas, na área
II - Executar serviços de digitação, revisão de textos, de sua atribuição, com vista ao aprimoramento e
telefonia e mecanografia; desenvolvimento das atividades da unidade sob sua
III - Exercer as rotinas dos setores que estiverem responsabilidade executiva;
lotados; XII - Elaborar relatórios mensais e anuais das
IV - Organizar agendas e preparar locais de reuniões; atividades realizadas pela Comissão;
V - Cumprir outras atividades que lhe for atribuída; XIII - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento,
VI - Cumprir o presente Regimento, regulamentos os regulamentos administrativos e leis em vigor.
administrativos e leis em vigor. XIV - Desempenhar outras atividades que se
VII - Desempenhar outras atividades que se enquadrem no âmbito de suas atribuições.
enquadrem no âmbito de suas atribuições. Seção XVII – Do Superior-de-Dia
Seção XVI - Do Presidente da Comissão Art.118. São atribuições do Superior-de-Dia:
Permanente de Tomada de Contas Especial I - Contatar com o Diretor-Geral Adjunto da Polícia
Art.117. São atribuições do Presidente da Comissão Civil às dezenove horas nos dias úteis, relatando as
Permanente de Tomada de Contas especial: alterações verificadas durante o serviço e recebendo

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ou entregando o livro próprio, conforme esteja a) Crimes, acidentes e qualquer outro incidente
iniciando ou concluindo o cumprimento da missão; envolvendo autoridades federais, locais e membros
II - Tomar conhecimento de todas as ordens em do Corpo Diplomático;
vigor, assim que assumir o serviço, as quais serão b) Motins e evasão de presos;
mantidas em coletânea especial, na sequência c) Incêndios e desabamentos em áreas densamente
cronológica e permanente, devidamente povoadas;
atualizadas; d) Acidentes aéreos, rodoviários, ferroviários ou
III - Registrar, no livro próprio, as alterações lacustres;
verificadas durante o serviço e sugerir, se for o caso, e) Sequestro de repercussão;
as medidas pertinentes; f) Roubos em estabelecimentos bancários ou
IV - Manter contato permanente com o Centro empresas de transporte de valores;
Integrado de Atendimento e Despacho, mesmo g) Assalto com reféns;
durante as refeições ou atendimento às ocorrências, h) Ocorrência de morte ou de lesão corporal de
fornecendo o prefixo da viatura policial em que se natureza grave em que figure como vítima servidor
encontrar e o número do telefone onde possa ser da Secretaria de Estado de Segurança Pública ou
localizado; órgãos vinculados, desde que no cumprimento do
V - Visitar as Delegacias, Institutos e demais unidades dever;
da Polícia Civil, conforme escala prévia ou sempre i) Outros eventos de grande repercussão.
que necessário, verificando detalhadamente a Seção XVIII - Dos Membros da Comissão
regularidade dos serviços; Permanente de Tomada de Contas Especial
VI - Prestar apoio técnico e jurídico aos Delegados de Art.119. São atribuições dos membros da Comissão
Plantão, sempre que solicitado; Permanente da Tomada de Contas Especial:
VII - Comunicar ao Diretor-Geral ou, em sua ausência, I - Assessorar o Presidente da Comissão no
ao Diretor-Geral Adjunto os fatos de natureza grave desempenho de suas funções;
e/ou relevante ocorridos durante o serviço; II - Verificar a necessidade de formalização dos
VIII - Acompanhar e inteirar-se de ocorrências dossiês em Processos de Tomada de Contas
envolvendo policiais civis; Especiais;
IX - Manter contato com outras autoridades, sempre III - Numerar e rubricar todas as folhas dos Processos
que necessário ao serviço; de Tomada de Contas Especiais, verificando sua
X - Acompanhar e supervisionar as ordens emanadas correta numeração;
da Direção-Geral para cumprimento de planos de IV - Relatar os processos de Tomada de Contas
operações policiais; Especiais, atentando para a observância do seu
XI - Supervisionar os serviços de plantão realizados conteúdo mínimo;
no Complexo da Polícia Civil; V - Analisar de forma clara e objetiva, juntamente
XII - Exercer outras tarefas expressamente com o Presidente, a dinâmica dos fatos que façam
determinadas pelo Diretor-Geral ou pelo Diretor- referência unicamente a Tomada de Contas
Geral Adjunto da Polícia Civil; Especiais, com apoio nas provas materiais e
XIII - Comunicar os fatos de natureza grave e/ou depoimentos coligidos, bem como todos os
relevantes às autoridades que deles devam tomar elementos que permitam formar juízo acerca da
conhecimento, tendo em vista a natureza, materialidade dos fatos e responsabilidade pelo
localização e repercussão. prejuízo;
Parágrafo Único – São consideradas ocorrências de VI - Preparar o Pronunciamento, com a especificação
natureza grave: das providências adotadas para resguardar o
interesse público e evitar repetição do ocorrido;

109
VADE MECUM – Agente da PCDF

VII - Cumprir o presente Regimento, regulamentos Seção XX - Do Presidente da Comissão


administrativos e leis em vigor. Permanente de Disciplina
VIII - Desempenhar outras atividades que se Art.121. São atribuições do Presidente da Comissão
enquadrem no âmbito de suas atribuições. Permanente de Disciplina:
Seção XIX - Do Secretário Executivo da Comissão I - Dirigir, coordenar e controlar a execução das
Permanente da Tomada de Contas Especial atividades das Seções que lhe são subordinadas;
Art.120. São atribuições do Secretário Executivo da II - Presidir audiências e administrar os trabalhos
Comissão Permanente da Tomada de Contas inerentes à Comissão, zelando pelos processos e
Especial, tem como atribuição: expedientes em tramitação;
I - Controlar a entrada e saída de todo o expediente III - Autorizar a extração de cópias de processos
da Comissão Permanente da Tomada de Contas arquivados na comissão;
Especial e ainda, receber os dossiês, verificando seu IV - Expedir síntese das atividades desenvolvidas pela
transcurso; Comissão;
II - Controlar a formalização de dossiês em processos V - Solicitar das unidades competentes perícias,
de Tomada de Contas Especiais; laudos, pareceres e outras informações necessárias
III - Juntar os documentos em processos de Tomada ao bom desempenho das atividades da Comissão;
de Contas Especiais; VI - Propor a designação ou dispensa dos ocupantes
IV - Proceder com todos os atos formais e informais de função comissionada;
das Tomada de Contas Especiais, quando VII - Autorizar, no curso do processo, o afastamento
determinado pela Comissão ou resultante dos do acusado quando este tiver que ausentar por mais
trabalhos realizados; de três dias do Distrito Federal;
V - Lavrar os termos de depoimentos que devem ser VIII - Apresentar à Direção-Geral relatório conclusivo
assinados pelos depoentes e integrantes da dos trabalhos da Comissão;
comissão; IX - Propor a indicação de seu substituto;
VI - Controlar os prazos e elaborar a Ata de X - Exercer rigoroso controle dos servidores lotados
Encerramento dos processos; na comissão, em estágio probatório e avaliar o
VII - Elaborar a estatística dos trabalhos da Comissão; respectivo desempenho funcional;
VIII - Controlar as folhas de ponto, férias, licenças, XI - Fazer cumprir os horários estabelecidos para
abonos, estágio probatório do pessoal da Comissão, início e término do expediente;
assim como confeccionar os mapas de ligações XII - Controlar o uso das viaturas policiais da carga da
telefônicas; comissão, promovendo mensalmente, minuciosa
IX - Controlar a movimentação de viatura, vistoria do seu estado de conservação;
promovendo sua manutenção; XIII - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento,
X - Expedir memorandos e ofícios relativos ao regulamentos administrativos e leis em vigor;
expediente administrativo; XIV - Desempenhar outras atividades que se
XI - Controlar o patrimônio distribuído à Comissão; enquadrem no âmbito de suas atribuições.
XII - Controlar o material de expediente promovendo Seção XXI - Dos Vogais da Comissão Permanente
sua reposição quando necessário; de Disciplina
XIII - Cumprir o presente Regimento, regulamentos Art.122. São atribuições dos Vogais da Comissão
administrativos e leis em vigor; Permanente de Disciplina:
XIV - Desempenhar outras atividades que se I - Assessorar o Presidente da Comissão no
enquadrem no âmbito de suas atribuições. desempenho de suas funções administrativas;
II - Participar de todos os atos praticados no
andamento do processo;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

III - Controlar os prazos dos processos e sugerir TÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
diligências para elucidação do fato; Art.124. As unidades da Polícia Civil funcionarão em
IV - Substituir o Presidente durante os períodos de regime de mútua colaboração, respeitadas as
férias e eventuais licenças; atribuições específicas de cada uma.
V - Atender as determinações do Presidente; Art.125. Mediante proposta das unidades,
VI - Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento, supervisionada pelos respectivos Departamentos ou
regulamentos administrativos e leis em vigor. órgãos de igual hierarquia, a Direção-Geral da Polícia
VII - Desempenhar outras atividades que se Civil estabelecerá regras de funcionamento interno
enquadrem no âmbito de suas atribuições; de cada unidade.
Seção XXII - Do Secretário da Comissão Art.126. A subordinação hierárquica das unidades da
Art.123. São atribuições do Secretário da Comissão: Polícia Civil é definida no enunciado de suas
I - Preparar autos de processos disciplinares; atribuições.
II - Lavrar os termos de inquirição e as atas relativas Art.127. O Diretor-Geral da Polícia Civil é substituído
aos trabalhos da comissão; em suas ausências e impedimentos eventuais pelo
III - Secretariar e acompanhar a Comissão nos Diretor-Geral Adjunto da Polícia Civil e, na falta
deslocamentos a outras Unidades da Federação, deste, pelo Corregedor Geral de Polícia.
com o objetivo de inquirir testemunhas; Art.128. Os Delegados de Polícia deverão
IV - Controlar os processos disciplinares, fixando a comparecer ao serviço trajando passeio completo,
pauta de audiências com prévia anuência do enquanto os demais servidores deverão fazê-lo em
Colegiado; traje condigno com a função.
V - Manter atualizados os registros de processos Art.129. Os padrões das edificações, mobiliários e
disciplinares e suas anotações e averbações, com viaturas serão estabelecidos pelo Departamento de
clareza, objetividade e fidelidade; Administração Geral com a finalidade de uniformizar
VI - Observar os prazos previstos em lei; seus aspectos no âmbito da Polícia Civil.
VII - Impedir que pessoas estranhas à Comissão Art.130. Os servidores pertencentes ao quadro de
tenham acesso aos autos, a não ser com a permissão pessoal da Polícia Civil deverão fixar residência no
da autoridade competente; Distrito Federal ou cidades do entorno, face ao
VIII - Prestar informações às partes interessadas regime de dedicação integral e exclusiva inerente à
sobre o andamento do processo, quando autorizado; função policial.
IX - Elaborar a correspondência pertinente aos feitos Art.131. É vedado o uso de bens pertencentes à
disciplinares; carga patrimonial da Polícia Civil para fins diversos da
X - Manter sob sua custódia os objetos arrecadados e atividade policial.
apreendidos, devidamente etiquetados, de forma a Art.132. Para fins do presente regimento, considera-
serem facilmente relacionados com os autos do se Supervisor de Dia o servidor escalado para
Processo Disciplinar, enquanto permanecerem na representar o Diretor-Geral da PCDF no controle,
Comissão; supervisão, avaliação e acompanhamento das
XI - Autenticar fotocópias de procedimentos atividades da Polícia Civil do Distrito Federal, de
disciplinares e documentos diversos, solicitados por acordo com o planejamento previamente elaborado
outras unidades ou partes interessadas; pela unidade, zelando pelo fiel cumprimento das
XII - Realizar o controle interno de dados dos normas legais e regulamentares.
Processos Disciplinares; Art.133. Aos servidores lotados na Academia de
XIII - Desempenhar outras atividades que se Polícia Civil incumbe o dever de coordenar cursos,
enquadrem no âmbito de suas atribuições. seminários, palestras e outros similares, ministrados
naquele órgão ou sob sua responsabilidade.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art.134. Ao servidor policial incumbe o dever de


desempenhar o magistério na Academia de Polícia
Civil, quando indicado para compor o corpo docente
de cursos, seminários, palestras e outros similares, a
fim de contribuir com seus conhecimentos
adquiridos na Instituição para a formação e
aperfeiçoamento dos demais servidores.

TÍTULO VI - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art.136. Às autoridades policiais e aos demais
dirigentes das unidades da Polícia Civil incumbem
zelar pelo fiel cumprimento das disposições
constantes do presente Regimento.
Art.137. O presente regimento somente poderá ser
alterado mediante ato do Governador do Distrito
Federal.
Art.138. Os casos omissos e as dúvidas surgidas na
implantação e execução deste Regimento serão
dirimidos pelo Diretor-Geral da Polícia Civil.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL – Cap. antes da realização do concurso, que confirme a
V, Seção I existência de disponibilidade orçamentária para
cobrir as despesas com o provimento dos cargos.
CAPÍTULO V - DA SEGURANÇA PÚBLICA
§ 12. É assegurado, pelo menos 1 vez ao ano ou
SEÇÃO I - Da Polícia Civil quando da nomeação por concurso público, o
Art. 119. À Polícia Civil, órgão permanente dirigido concurso de remoção interno, na hipótese em que o
por delegado de polícia de carreira, incumbe, número de interessados seja superior ao número de
ressalvada a competência da União, as funções de vagas, com critérios objetivos, pretéritos e
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, determinados na Polícia Civil do Distrito Federal para
exceto as militares. todos os cargos e carreiras.
§ 1º São princípios institucionais da Polícia Civil § 13. O concurso de remoção de que trata o § 12
unidade, indivisibilidade, legalidade, moralidade, abrange todas as unidades e seções da Polícia Civil do
impessoalidade, hierarquia funcional, disciplina e Distrito Federal, excetuando-se apenas as funções
unidade de doutrina e de procedimentos. comissionadas.
§ 2º e 3º - REVOGADOS § 14. É obrigatória a comprovação dos pré-requisitos
§ 4º Aos integrantes da categoria de delegado de objetivos e determinados exigidos de cada função
polícia é garantida independência funcional no para lotação pelo concurso de remoção.
exercício das atribuições de Polícia Judiciária. § 15. Aos integrantes das categorias de agente de
§ 5º Os Institutos de Criminalística, de Medicina Legal polícia, agente policial de custódia e escrivão de
e de Identificação compõem a estrutura polícia é garantida a independência funcional na
administrativa da Polícia Civil, devendo seus elaboração e no conteúdo dos atos legais delegados
dirigentes ser escolhidos entre os integrantes do ou próprios sob sua responsabilidade.
quadro funcional do respectivo instituto. § 16. A Polícia Civil do Distrito Federal pode dispor de
§ 6º A função de policial civil é considerada técnica. unidade especializada na custódia de presos
§ 7º O ingresso na carreira de policial civil do Distrito provisórios e bens apreendidos, devendo seu
Federal é feito na forma da lei. dirigente ser escolhido entre os integrantes da
§ 8º As atividades desenvolvidas nos Institutos de categoria funcional de Agente Policial de Custódia.
Criminalística, de Medicina Legal e de Identificação Art. 119-A. Lei disporá sobre normas específicas e
são considerados de natureza técnico-científica. suplementará as normas federais sobre a
§ 9º Aos integrantes das categorias de perito organização da Polícia Civil do Distrito Federal e
criminal, médico legista e perito papiloscopista é sobre direitos, garantias e deveres de seus
garantida a independência funcional na elaboração integrantes, nos termos do art. 24, XVI, e § 1º, da
dos laudos periciais. Constituição Federal e do art. 17, XVI, desta Lei
§ 10. Compete ao Diretor-Geral da Polícia Civil do Orgânica, sendo-lhes devido, sem prejuízo do
Distrito Federal, por delegação, autorizar a subsídio e de outras verbas de natureza
realização de concursos públicos para o provimento indenizatória, auxílio-moradia, auxílio-uniforme e
de cargos das carreiras da Polícia Civil, o que ocorre auxílio-alimentação, na forma do regulamento.
sempre que as vagas excedam a 5% dos respectivos Parágrafo único. Aplica-se aos integrantes das
cargos ou, com menor número, de acordo com a carreiras de Delegado de Polícia do Distrito Federal e
necessidade, bem como decidir sobre o provimento de Polícia Civil do Distrito Federal, no que couber, a
dos cargos e expedir normas complementares lei que trata de direitos e garantias dos servidores
necessárias aos referidos fins. públicos civis do Distrito Federal.
§ 11. A delegação de que trata o § 10 exige prévia
manifestação da Secretaria de Estado de
Planejamento e Orçamento do Distrito Federal,

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LEI Nº 13.869/2019 cargo, emprego ou função em órgão ou entidade


Dispõe sobre os crimes de abuso de abrangidos pelo caput deste artigo.
autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de CAPÍTULO III - DA AÇÃO PENAL
dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação
julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho penal pública incondicionada.
de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de § 1º Será admitida ação privada se a ação penal
1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao
dezembro de 1965, e dispositivos do Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os
1940 (Código Penal). termos do processo, fornecer elementos de prova,
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de negligência do querelante, retomar a ação como
parte principal.
autoridade, cometidos por agente público, servidor
ou não, que, no exercício de suas funções ou a § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo
pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar
sido atribuído. o prazo para oferecimento da denúncia. (vetado pelo
Presidente da República, mantido pelo Congresso Nacional e
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime
publicado no DOU de 30/9/2019)
de abuso de autoridade quando praticadas pelo
agente com a finalidade específica de prejudicar CAPÍTULO IV - DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou,
ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. SEÇÃO I - Dos Efeitos da Condenação
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na Art. 4º São efeitos da condenação:
avaliação de fatos e provas não configura abuso de I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano
autoridade. causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento
do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para
CAPÍTULO II - DOS SUJEITOS DO CRIME reparação dos danos causados pela infração,
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de considerando os prejuízos por ele sofridos;
autoridade qualquer agente público, servidor ou não, II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato
da administração direta, indireta ou fundacional de ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco)
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do anos;
Distrito Federal, dos Municípios e de Território, III - a perda do cargo, do mandato ou da função
compreendendo, mas não se limitando a: pública.
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e
equiparadas; III do caput deste artigo são condicionados à
II - membros do Poder Legislativo; ocorrência de reincidência em crime de abuso de
III - membros do Poder Executivo; autoridade e não são automáticos, devendo ser
IV - membros do Poder Judiciário; declarados motivadamente na sentença.
V - membros do Ministério Público; SEÇÃO II - Das Penas Restritivas de Direitos
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, públicas;
nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato,

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VADE MECUM – Agente da PCDF

II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do descabida ou sem prévia intimação de


mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com comparecimento ao juízo:
a perda dos vencimentos e das vantagens; Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
III - (VETADO). Art. 11. (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar
podem ser aplicadas autônoma ou prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo
cumulativamente. legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
CAPÍTULO V - DAS SANÇÕES DE NATUREZA
CIVIL E ADMINISTRATIVA multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução
independentemente das sanções de natureza civil ou
de prisão temporária ou preventiva à autoridade
administrativa cabíveis.
judiciária que a decretou;
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de
nesta Lei que descreverem falta funcional serão
qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua
informadas à autoridade competente com vistas à
família ou à pessoa por ela indicada;
apuração.
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são
e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela
independentes da criminal, não se podendo mais
autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do
questionar sobre a existência ou a autoria do fato
condutor e das testemunhas;
quando essas questões tenham sido decididas no
IV - prolonga a execução de pena privativa de
juízo criminal.
liberdade, de prisão temporária, de prisão
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim
preventiva, de medida de segurança ou de
como no administrativo-disciplinar, a sentença penal
internação, deixando, sem motivo justo e
que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
necessidade, em legítima defesa, em estrito
imediatamente após recebido ou de promover a
cumprimento de dever legal ou no exercício regular
soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
de direito.
legal.
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em violência, grave ameaça ou redução de sua
manifesta desconformidade com as hipóteses legais: capacidade de resistência, a:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a curiosidade pública;
autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, II - submeter-se a situação vexatória ou a
deixar de: constrangimento não autorizado em lei;
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; III - produzir prova contra si mesmo ou contra
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar terceiro: (Inciso vetado pelo Presidente da República, mantido
diversa ou de conceder liberdade provisória, quando pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)

manifestamente cabível; Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,


III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, sem prejuízo da pena cominada à violência. (Artigo
retificado no DOU de 18/9/2019)
quando manifestamente cabível. (Artigo vetado pelo
Presidente da República, mantido pelo Congresso Nacional e Art. 14. (VETADO).
publicado no DOU de 30/9/2019) Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão,
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
testemunha ou investigado manifestamente profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de
prossegue com o interrogatório: entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de
silêncio; ou audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
advogado ou defensor público, sem a presença de de interrogatório ou no caso de audiência realizada
seu patrono. (Parágrafo único vetado pelo Presidente da por videoconferência. (Artigo vetado pelo Presidente da
República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU
de 30/9/2019) de 30/9/2019)
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma
falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou cela ou espaço de confinamento:
quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
multa. mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, companhia de maior de idade ou em ambiente
como responsável por interrogatório em sede de inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de
procedimento investigatório de infração penal, deixa 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa Adolescente).
identidade, cargo ou função. (Artigo vetado pelo Presidente Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou
da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no astuciosamente, ou à revelia da vontade do
DOU de 30/9/2019)
ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou
Art. 17. (VETADO).
nele permanecer nas mesmas condições, sem
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial
determinação judicial ou fora das condições
durante o período de repouso noturno, salvo se
estabelecidas em lei:
capturado em flagrante delito ou se ele,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
devidamente assistido, consentir em prestar
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no
declarações:
caput deste artigo, quem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
I - coage alguém, mediante violência ou grave
multa.
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o
dependências;
envio de pleito de preso à autoridade judiciária
II - (VETADO);
competente para a apreciação da legalidade de sua
III - cumpre mandado de busca e apreensão
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
das 5h (cinco horas).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar
magistrado que, ciente do impedimento ou da
socorro, ou quando houver fundados indícios que
demora, deixa de tomar as providências tendentes a
indiquem a necessidade do ingresso em razão de
saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre
situação de flagrante delito ou de desastre.
a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de
judiciária que o seja.
diligência, de investigação ou de processo, o estado
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-
pessoal e reservada do preso com seu advogado:
se de responsabilidade ou de responsabilizar
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
criminalmente alguém ou agravar-lhe a
multa.
responsabilidade:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem multa.
pratica a conduta com o intuito de: Parágrafo único. (VETADO).
I - eximir-se de responsabilidade civil ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal,
administrativa por excesso praticado no curso de civil ou administrativa sem justa causa
diligência; fundamentada ou contra quem sabe inocente:
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
informações incompletos para desviar o curso da (Artigo vetado pelo Presidente da República, mantido pelo
Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)
investigação, da diligência ou do processo.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça,
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
funcionário ou empregado de instituição hospitalar
fiscalizado:
pública ou privada a admitir para tratamento pessoa
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar
multa.
local ou momento de crime, prejudicando sua
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
apuração:
inexistindo prazo para execução ou conclusão de
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
procedimento, o estende de forma imotivada,
além da pena correspondente à violência.
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
fiscalizado.
procedimento de investigação ou fiscalização, por
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou
meio manifestamente ilícito:
advogado acesso aos autos de investigação
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz
a qualquer outro procedimento investigatório de
uso de prova, em desfavor do investigado ou
infração penal, civil ou administrativa, assim como
fiscalizado, com prévio conhecimento de sua
impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
ilicitude.
peças relativas a diligências em curso, ou que
Art. 26. (VETADO).
indiquem a realização de diligências futuras, cujo
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar
sigilo seja imprescindível:
procedimento investigatório de infração penal ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de
multa. (Artigo vetado pelo Presidente da República, mantido pelo
qualquer indício da prática de crime, de ilícito
Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)
funcional ou de infração administrativa:
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer,
multa.
sem expresso amparo legal:
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
sindicância ou investigação preliminar sumária,
multa.
devidamente justificada.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação
utiliza de cargo ou função pública ou invoca a
sem relação com a prova que se pretenda produzir,
condição de agente público para se eximir de
expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a
obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio
honra ou a imagem do investigado ou acusado:
indevido.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 34. (VETADO).
Art. 29. Prestar informação falsa sobre
Art. 35. (VETADO).
procedimento judicial, policial, fiscal ou
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
administrativo com o fim de prejudicar interesse de
indisponibilidade de ativos financeiros em quantia
investigado:

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que extrapole exacerbadamente o valor estimado


para a satisfação da dívida da parte e, ante a
demonstração, pela parte, da excessividade da
medida, deixar de corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no
exame de processo de que tenha requerido vista em
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu
andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações,
por meio de comunicação, inclusive rede social,
atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações
e formalizada a acusação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. (Artigo vetado pelo Presidente da República, mantido pelo
Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)

CAPÍTULO VII - DO PROCEDIMENTO


Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos
delitos previstos nesta Lei, no que couber, as
disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº
9.099, de 26 de setembro de 1995.

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LEI Nº 8.429/1992 impessoalidade, moralidade e publicidade no trato


Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos dos assuntos que lhe são afetos.
agentes públicos nos casos de Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por
enriquecimento ilícito no exercício de ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou
fundacional e dá outras providências.
valores acrescidos ao seu patrimônio.
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
qualquer agente público, servidor ou não, contra a caberá a autoridade administrativa responsável pelo
administração direta, indireta ou fundacional de inquérito representar ao Ministério Público, para a
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do indisponibilidade dos bens do indiciado.
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o
empresa incorporada ao patrimônio público ou de caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja o integral ressarcimento do dano, ou sobre o
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento
cento do patrimônio ou da receita anual, serão ilícito.
punidos na forma desta Lei. Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao
Parágrafo único. Estão também sujeitos às patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
penalidades desta Lei os atos de improbidade sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor
praticados contra o patrimônio de entidade que da herança.
receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
CAPÍTULO II - DOS ATOS DE IMPROBIDADE
creditício, de órgão público bem como daquelas para
ADMINISTRATIVA
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
SEÇÃO I - Dos Atos de Improbidade Administrativa
concorra com menos de cinquenta por cento do
que Importam Enriquecimento Ilícito
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer
sobre a contribuição dos cofres públicos.
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
Lei, e notadamente:
nomeação, designação, contratação ou qualquer
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
cargo, emprego ou função nas entidades
econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
mencionadas no artigo anterior.
percentagem, gratificação ou presente de quem
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
couber, àquele que, mesmo não sendo agente
atingido ou amparado por ação ou omissão
público, induza ou concorra para a prática do ato de
decorrente das atribuições do agente público;
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
direta ou indireta.
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
hierarquia são obrigados a velar pela estrita
entidades referidas no art. 1º por preço superior ao
observância dos princípios de legalidade,
valor de mercado;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

III - perceber vantagem econômica, direta ou integrantes do acervo patrimonial das entidades
indireta, para facilitar a alienação, permuta ou mencionadas no art. 1º desta Lei;
locação de bem público ou o fornecimento de serviço XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas
por ente estatal por preço inferior ao valor de ou valores integrantes do acervo patrimonial das
mercado; entidades mencionadas no art. 1º desta Lei.
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, SEÇÃO II - Dos Atos de Improbidade
máquinas, equipamentos ou material de qualquer Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
natureza, de propriedade ou à disposição de Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
Lei, bem como o trabalho de servidores públicos, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
empregados ou terceiros contratados por essas desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
entidades; dos bens ou haveres das entidades referidas no art.
V - receber vantagem econômica de qualquer 1º desta Lei, e notadamente:
natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a
ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de incorporação ao patrimônio particular, de pessoa
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores
qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa integrantes do acervo patrimonial das entidades
de tal vantagem; mencionadas no art. 1º desta Lei;
VI - receber vantagem econômica de qualquer II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou
natureza, direta ou indireta, para fazer declaração jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas valores integrantes do acervo patrimonial das
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, entidades mencionadas no art. 1º desta Lei, sem a
peso, medida, qualidade ou característica de observância das formalidades legais ou
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das regulamentares aplicáveis à espécie;
entidades mencionadas no art. 1º desta Lei; III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à patrimônio de qualquer das entidades mencionadas
evolução do patrimônio ou à renda do agente no art. 1º desta Lei, sem observância das
público; formalidades legais e regulamentares aplicáveis à
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade espécie;
de consultoria ou assessoramento para pessoa física IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser locação de bem integrante do patrimônio de
atingido ou amparado por ação ou omissão qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei,
decorrente das atribuições do agente público, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por
durante a atividade; preço inferior ao de mercado;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer locação de bem ou serviço por preço superior ao de
natureza; mercado;
X - receber vantagem econômica de qualquer VI - realizar operação financeira sem observância das
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
ofício, providência ou declaração a que esteja insuficiente ou inidônea;
obrigado; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu a observância das formalidades legais ou
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores regulamentares aplicáveis à espécie;

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VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de Lei nº 13.019/14, publicada no DOU de 1/8/2014, em vigor 540 dias
após a publicação)
processo seletivo para celebração de parcerias com
XVIII - celebrar parcerias da administração pública
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
com entidades privadas sem a observância das
indevidamente; (redação dada pela Lei nº 13.019/14, publicada
no DOU de 1/8/2014, em vigor 540 dias após a publicação) formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não espécie; (acrescido pela Lei nº 13.019/14, publicada no DOU de
1/8/2014, em vigor 540 dias após a publicação)
autorizadas em lei ou regulamento;
XIX - agir negligentemente na celebração,
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo
fiscalização e análise das prestações de contas de
ou renda, bem como no que diz respeito à
parcerias firmadas pela administração pública com
conservação do patrimônio público;
entidades privadas; (acrescido pela Lei nº 13.019/14,
XI - liberar verba pública sem a estrita observância
publicada no DOU de 1/8/2014, em vigor 540 dias após a
das normas pertinentes ou influir de qualquer forma publicação, com redação dada pela Lei nº 13.204, de 14/12/2015)
para a sua aplicação irregular; XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro administração pública com entidades privadas sem a
se enriqueça ilicitamente; estrita observância das normas pertinentes ou influir
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou (Inciso acrescido pela Lei nº 13.019/14, publicada no DOU de
material de qualquer natureza, de propriedade ou à 1/8/2014, em vigor 540 dias após a publicação, com redação dada
disposição de qualquer das entidades mencionadas pela Lei nº 13.204, de 14/12/2015)

no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidor XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela
público, empregados ou terceiros contratados por administração pública com entidades privadas sem a
essas entidades. estrita observância das normas pertinentes ou influir
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento que de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.019, de 31/7/2014, publicada no
tenha por objeto a prestação de serviços públicos por
DOU de 1/8/2014, em vigor 540 dias após a publicação)
meio da gestão associada sem observar as
SEÇÃO II-A - Dos Atos de Improbidade
formalidades previstas na lei; (acrescido pela Lei 11.107/05)
Administrativa Decorrentes de Concessão ou
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio público
Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou
Tributário
sem observar as formalidades previstas na lei. (Inciso
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade
acrescido pela Lei nº 11.107, de 6/4/2005)
administrativa qualquer ação ou omissão para
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou
a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa
tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores
do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de
públicos transferidos pela administração pública a
julho de 2003. (acrescido pela LC nº 157/16, só produzindo
entidades privadas mediante celebração de
efeitos após o decurso do prazo referido no art. 6º da referida Lei)
parcerias, sem a observância das formalidades legais
SEÇÃO III - Dos Atos de Improbidade
ou regulamentares aplicáveis à espécie; (acrescido Lei nº
Administrativa que Atentam Contra os Princípios
13.019/14, publicada no DOU de 1/8/2014, em vigor 540 dias após
a publicação)
da Administração Pública
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou que atenta contra os princípios da administração
valores públicos transferidos pela administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
pública a entidade privada mediante celebração de deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade,
parcerias, sem a observância das formalidades legais e lealdade às instituições, e notadamente:
ou regulamentares aplicáveis à espécie; (acrescido pela

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I - praticar ato visando fim proibido em lei ou contratar com o Poder Público ou receber benefícios
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
competência; indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
de ofício; dez anos;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do
em razão das atribuições e que deva permanecer em dano, perda dos bens ou valores acrescidos
segredo; ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
IV - negar publicidade aos atos oficiais; circunstância, perda da função pública, suspensão
V - frustrar a licitude de concurso público; dos direitos políticos de cinco a oito anos,
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado pagamento de multa civil de até duas vezes o valor
a fazê-lo; do dano e proibição de contratar com o Poder
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
teor de medida política ou econômica capaz de afetar intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
o preço de mercadoria, bem ou serviço; majoritário, pelo prazo de cinco anos;
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
fiscalização e aprovação de contas de parcerias dano, se houver, perda da função pública, suspensão
firmadas pela administração pública com entidades dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento
privadas; (acrescido pela Lei nº 13.019/14, publicada no DOU de de multa civil de até cem vezes o valor da
1/8/2014, em vigor 540 dias após a publicação) remuneração percebida pelo agente e proibição de
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
acessibilidade previstos na legislação; (acrescido pela ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
Lei nº 13.146/15, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
180 dias após sua publicação)
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da
três anos.
prestação de serviços na área de saúde sem a prévia
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas
celebração de contrato, convênio ou instrumento
nesta Lei o juiz levará em conta a extensão do dano
congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24
causado, assim como o proveito patrimonial obtido
da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Inciso
pelo agente.
acrescido pela Lei nº 13.650, de 11/4/2018)
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função
CAPÍTULO III - DAS PENAS pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco)
Art. 12. Independentemente das sanções penais, a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor
civis e administrativas previstas na legislação do benefício financeiro ou tributário concedido. (Inciso
específica, está o responsável pelo ato de acrescido pela Lei complementar nº 157/16, somente produzindo
efeitos após o decurso do prazo referido no art. 6º da referida Lei)
improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de CAPÍTULO IV - DA DECLARAÇÃO DE BENS
acordo com a gravidade do fato: ("Caput" do artigo com Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
redação dada pela Lei nº 12.120, de 15/12/2009)
condicionados à apresentação de declaração dos
I - na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores
bens e valores que compõem o seu patrimônio
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
integral do dano, quando houver, perda da função
competente.
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis,
anos, pagamento de multa civil de até três vezes o
semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer
valor do acréscimo patrimonial e proibição de
outra espécie de bens e valores patrimoniais,

122
VADE MECUM – Agente da PCDF

localizado no País ou no exterior, e, quando for o tratando de servidor militar, de acordo com os
caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do respectivos regulamentos disciplinares.
cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras Art. 15. A comissão processante dará conhecimento
pessoas que vivam sob a dependência econômica do ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de
declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios Contas da existência de procedimento
de uso doméstico. administrativo para apurar a prática de ato de
§ 2º A declaração de bens será anualmente improbidade.
atualizada e na data em que o agente público deixar Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou
o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. Conselho de Contas poderá, a requerimento,
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do designar representante para acompanhar o
serviço público, sem prejuízo de outras sanções procedimento administrativo.
cabíveis, o agente público que se recusar a prestar Art. 16. Havendo fundados indícios de
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, responsabilidade, a comissão representará ao
ou que a prestar falsa. Ministério Público ou à procuradoria do órgão para
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar que requeira ao juízo competente a decretação do
cópia da declaração anual de bens apresentada à sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha
Delegacia da Receita Federal na conformidade da enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de patrimônio público.
qualquer natureza, com as necessárias atualizações, § 1º O pedido de sequestro será processado de
para suprir a exigência contida no caput e no § 2º acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código
deste artigo. de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a
CAPÍTULO V - DO PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à
indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
autoridade administrativa competente para que seja
internacionais
instaurada investigação destinada a apurar a prática
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário,
de ato de improbidade.
será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a
jurídica interessada, dentro de trinta dias da
termo e assinada, conterá a qualificação do
efetivação da medida cautelar.
representante, as informações sobre o fato e sua
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a
autoria e a indicação das provas de que tenha
celebração de acordo de não persecução cível, nos
conhecimento.
termos desta Lei. (redação pela Lei 13.964/19, publicada na
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a
Edição Extra DOU de 24/12/19, em vigor 30 dias após a publicação)
representação, em despacho fundamentado, se esta
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso,
não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º
promoverá as ações necessárias à complementação
deste artigo. A rejeição não impede a representação
do ressarcimento do patrimônio público.
ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo
Lei.
Ministério Público, aplica-se, no que couber, o
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a
disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de
autoridade determinará a imediata apuração dos
junho de 1965. (redação dada pela Lei nº 9.366, de 16/12/1996)
fatos que, em se tratando de servidores federais, será
§ 4º O Ministério Público, se não intervier no processo
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da
como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se
lei, sob pena de nulidade.

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§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do § 13. Para os efeitos deste artigo, também se
juízo para todas as ações posteriormente intentadas considera pessoa jurídica interessada o ente
que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo tributante que figurar no polo ativo da obrigação
objeto. (acrescido pela Medida Provisória nº 2.180-35/01) tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A
§ 6º A ação será instruída com documentos ou da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
justificação que contenham indícios suficientes da (acrescido pela LC nº 157/16, somente produzindo efeitos após o
decurso do prazo referido no art. 6º da referida Lei Complementar)
existência do ato de improbidade ou com razões
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil
fundamentadas da impossibilidade de apresentação
de reparação de dano ou decretar a perda dos bens
de qualquer dessas provas, observada a legislação
havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a
vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16
reversão dos bens, conforme o caso, em favor da
a 18 do Código de Processo Civil. (Parágrafo acrescido pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001) pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz CAPÍTULO VI - DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
mandará autuá-la e ordenará a notificação do
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
requerido, para oferecer manifestação por escrito,
improbidade contra agente público ou terceiro
que poderá ser instruída com documentos e
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
justificações, dentro do prazo de quinze dias.
inocente.
(Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4/9/2001)
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de Parágrafo único: Além da sanção penal, o
trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
ação, se convencido da inexistência do ato de pelos danos materiais, morais ou à imagem que
improbidade, da improcedência da ação ou da houver provocado.
inadequação da via eleita. (acrescido pela Medida Provisória Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos
nº 2.225-45, de 4/9/2001) direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para julgado da sentença condenatória.
apresentar contestação. (acrescido pela Medida Provisória Parágrafo único. A autoridade judicial ou
nº 2.225-45, de 4/9/2001) administrativa competente poderá determinar o
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá afastamento do agente público do exercício do
agravo de instrumento. (acrescido pela Medida Provisória nº cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
2.225-45, de 4/9/2001) remuneração, quando a medida se fizer necessária à
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução instrução processual.
consensual, poderão as partes requerer ao juiz a Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta Lei
interrupção do prazo para a contestação, por prazo independe:
não superior a 90 (noventa) dias. (acrescido pela Lei nº I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
13.964/19, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Inciso
vigor 30 dias após a publicação)
com redação dada pela Lei nº 12.120, de 15/12/2009)
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
inadequação da ação de improbidade, o juiz
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
Contas.
(acrescido pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta
realizadas nos processos regidos por esta Lei o Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de autoridade administrativa ou mediante
Processo Penal. (acrescido por Medida Provisória 2.225-45/01) representação formulada de acordo com o disposto
no art. 14, poderá requisitar a instauração de
inquérito policial ou procedimento administrativo.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

CAPÍTULO VII - DA PRESCRIÇÃO


Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as
sanções previstas nesta Lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de
mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei
específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à
administração pública da prestação de contas final
pelas entidades referidas no parágrafo único do art.
1º desta Lei. (acrescido pela Lei nº 13.019, de 31/7/14, publicada
no DOU de 1/8/2014, em vigor 540 dias após a publicação, com a
alteração promovida pela Lei nº 13.204, de 14/12/2015)

CAPÍTULO VIII - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação (02/06/1992).

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§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é


Noções de Direito assegurado o direito de se inscrever em concurso
Administrativo público para provimento de cargo cujas atribuições
sejam compatíveis com a deficiência de que são
LEI Nº 8.112/1990
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até
Dispõe sobre o Regime Jurídico dos 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no
Servidores Públicos Civis da União, das concurso.
autarquias e das fundações públicas federais. § 3º As universidades e instituições de pesquisa
TÍTULO I científica e tecnológica federais poderão prover seus
cargos com professores, técnicos e cientistas
CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES
PRELIMINARES estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei. (acrescido pela Lei nº 9.515, de
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos
20/11/1997).
Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á
inclusive as em regime especial, e das fundações
mediante ato da autoridade competente de cada
públicas federais.
Poder.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com
legalmente investida em cargo público.
a posse.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e
Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
responsabilidades previstas na estrutura
I - nomeação;
organizacional que devem ser cometidas a um
II - promoção;
servidor.
III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
todos os brasileiros, são criados por lei, com
V - readaptação;
denominação própria e vencimento pago pelos
VI - reversão;
cofres públicos, para provimento em caráter efetivo
VII - aproveitamento;
ou em comissão.
VIII - reintegração;
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos,
IX - recondução.
salvo os casos previstos em lei.
SEÇÃO II - Da Nomeação
TÍTULO II - DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, Art. 9º A nomeação far-se-á:
REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
CAPÍTULO I - DO PROVIMENTO isolado de provimento efetivo ou de carreira;
SEÇÃO I - Disposições Gerais II - em comissão, inclusive na condição de interino,
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em para cargos de confiança vagos. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
cargo público:
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em
I - a nacionalidade brasileira;
comissão ou de natureza especial poderá ser
II - o gozo dos direitos políticos;
nomeado para ter exercício, interinamente, em outro
III - a quitação com as obrigações militares e
cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
eleitorais;
que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
optar pela remuneração de um deles durante o
do cargo;
período da interinidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
V - a idade mínima de dezoito anos;
10/12/1997).
VI - aptidão física e mental.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a
isolado de provimento efetivo depende de prévia
exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.

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habilitação em concurso público de provas ou de § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração


provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação específica.
e o prazo de sua validade. § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de
Parágrafo único. Os demais requisitos para o cargo por nomeação. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, 10/12/1997)

mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que § 5º No ato da posse, o servidor apresentará
fixar as diretrizes do sistema de carreira na declaração de bens e valores que constituem seu
Administração Pública Federal e seus regulamentos. patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) de outro cargo, emprego ou função pública.
SEÇÃO III - Do Concurso Público § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste
títulos, podendo ser realizado em duas etapas, artigo.
conforme dispuserem a lei e o regulamento do Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição prévia inspeção médica oficial.
do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as que for julgado apto física e mentalmente para o
hipóteses de isenção nele expressamente previstas. exercício do cargo.
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 atribuições do cargo público ou da função de
(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, confiança. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
por igual período. § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições empossado em cargo público entrar em exercício,
de sua realização serão fixados em edital, que será contados da data da posse. (redação dada pela Lei nº 9.527,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de 10/12/1997)
de grande circulação. § 2º O servidor será exonerado do cargo ou será
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver tornado sem efeito o ato de sua designação para
candidato aprovado em concurso anterior com prazo função de confiança, se não entrar em exercício nos
de validade não expirado. prazos previstos neste artigo, observado o disposto
SEÇÃO IV - Da Posse e do Exercício no art. 18. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do § 3º À autoridade competente do órgão ou entidade
respectivo termo, no qual deverão constar as para onde for nomeado ou designado o servidor
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os compete dar-lhe exercício. (redação dada pela Lei nº 9.527,
direitos inerentes ao cargo ocupado, que não de 10/12/1997)

poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer § 4º O início do exercício de função de confiança
das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em coincidirá com a data de publicação do ato de
lei. designação, salvo quando o servidor estiver em
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados licença ou afastado por qualquer outro motivo legal,
da publicação do ato de provimento. (redação dada pela hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) término do impedimento, que não poderá exceder a
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de trinta dias da publicação. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
publicação do ato de provimento, em licença prevista 10/12/1997).

nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o
hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas a, b, d, e e reinício do exercício serão registrados no
f, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término assentamento individual do servidor.
do impedimento. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)

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Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor cargo, observados os seguinte fatores: (Vide art. 6º da
apresentará ao órgão competente os elementos Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)

necessários ao seu assentamento individual. I - assiduidade;


Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de II - disciplina;
exercício, que é contado no novo posicionamento na III - capacidade de iniciativa;
carreira a partir da data de publicação do ato que IV - produtividade;
promover o servidor. (redação dada pela Lei nº 9.527, de V- responsabilidade.
10/12/1997). § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro estágio probatório, será submetida à homologação
município em razão de ter sido removido, da autoridade competente a avaliação do
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em desempenho do servidor, realizada por comissão
exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no constituída para essa finalidade, de acordo com o que
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira
do ato, para a retomada do efetivo desempenho das ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput
necessário para o deslocamento para a nova sede. deste artigo. (redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
licença ou afastado legalmente, o prazo a que se anteriormente ocupado, observado o disposto no
refere este artigo será contado a partir do término do parágrafo único do art. 29.
impedimento. (Parágrafo único transformado em § 1º e com § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
nova redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
quaisquer cargos de provimento em comissão ou
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos
funções de direção, chefia ou assessoramento no
estabelecidos no caput. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser
10/12/1997).
cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
de Natureza Especial, cargos de provimento em
fixada em razão das atribuições pertinentes aos
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
respectivos cargos, respeitada a duração máxima do
Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
trabalho semanal de quarenta horas e observados os
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente
diárias, respectivamente. (redação dada pela Lei nº 8.270,
poderão ser concedidas as licenças e os
de 17/12/1991)
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94,
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de
95 e 96, bem assim afastamento para participar de
confiança submete-se a regime de integral
curso de formação decorrente de aprovação em
dedicação ao serviço, observado o disposto no art.
concurso para outro cargo na Administração Pública
120, podendo ser convocado sempre que houver
Federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
interesse da Administração. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
de trabalho estabelecida em leis especiais. (acrescido § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991). em curso de formação, e será retomado a partir do
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado término do impedimento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a 10/12/1997)

estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) SEÇÃO V - Da Estabilidade


meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
serão objeto de avaliação para o desempenho do empossado em cargo de provimento efetivo

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adquirirá estabilidade no serviço público ao proventos da aposentadoria, a remuneração do


completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (Vide art. cargo que voltar a exercer, inclusive com as
6º da Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998) vantagens de natureza pessoal que percebia
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em anteriormente à aposentadoria.
virtude de sentença judicial transitada em julgado ou § 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá
de processo administrativo disciplinar no qual lhe os proventos calculados com base nas regras atuais
seja assegurada ampla defesa. se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
SEÇÃO VI - Da Transferência § 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) neste artigo. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45,
SEÇÃO VII - Da Readaptação de 4/9/2001)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de
cargo de atribuições e responsabilidades 4/9/2001)

compatíveis com a limitação que tenha sofrido em Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já
sua capacidade física ou mental verificada em tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
inspeção médica. SEÇÃO IX - Da Reintegração
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
readaptando será aposentado. estável no cargo anteriormente ocupado, ou no
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de cargo resultante de sua transformação, quando
atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, invalidada a sua demissão por decisão administrativa
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos ou judicial, com ressarcimento de todas as
e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o vantagens.
servidor exercerá suas atribuições como excedente, § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
até a ocorrência de vaga. (redação dada pela Lei nº 9.527, de ficará em disponibilidade, observado o disposto nos
10/12/1997) arts. 30 e 31.
SEÇÃO VIII - Da Reversão § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
aposentado: direito à indenização ou aproveitado em outro cargo,
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar ou, ainda, posto em disponibilidade.
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou SEÇÃO X - Da Recondução
II - no interesse da administração, desde que: Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável
a) tenha solicitado a reversão; ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro
c) estável quando na atividade; cargo;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos II - reintegração do anterior ocupante.
anteriores à solicitação; Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de
e) haja cargo vago. origem, o servidor será aproveitado em outro,
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo observado o disposto no art. 30.
resultante de sua transformação. SEÇÃO XI - Da Disponibilidade e do
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício Aproveitamento
será considerado para concessão da aposentadoria. Art. 30. O retorno à atividade de servidor em
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
cargo, o servidor exercerá suas atribuições como obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
excedente, até a ocorrência de vaga. compatíveis com o anteriormente ocupado.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
da administração perceberá, em substituição aos determinará o imediato aproveitamento de servidor

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VADE MECUM – Agente da PCDF

em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
órgãos ou entidades da Administração Pública entende-se por modalidades de remoção: (redação
Federal. dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. I - de ofício, no interesse da Administração; (acrescido


pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser
II - a pedido, a critério da Administração; (acrescido pela
mantido sob responsabilidade do órgão central do
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal -
III - a pedido, para outra localidade,
SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro
independentemente do interesse da Administração:
órgão ou entidade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
10/12/1997).
também servidor público civil ou militar, de qualquer
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada
interesse da Administração;
por junta médica oficial.
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
CAPÍTULO II - DA VACÂNCIA companheiro ou dependente que viva às suas
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: expensas e conste do seu assentamento funcional,
I - exoneração; condicionada à comprovação por junta médica
II - demissão; oficial;
III - promoção; c) em virtude de processo seletivo promovido, na
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) hipótese em que o número de interessados for
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) superior ao número de vagas, de acordo com normas
VI - readaptação; preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
VII - aposentadoria; aqueles estejam lotados. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
VIII - posse em outro cargo inacumulável; 10/12/1997)
IX - falecimento. SEÇÃO II - Da Redistribuição
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
pedido do servidor, ou de ofício. provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
I - quando não satisfeitas as condições do estágio entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do
probatório; órgão central do SIPEC, observados os seguintes
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não preceitos: (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
entrar em exercício no prazo estabelecido. I - interesse da administração; (acrescido pela Lei nº 9.527,
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a de 10/12/1997)

dispensa de função de confiança dar-se-á: (redação II - equivalência de vencimentos; (acrescido pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
I - a juízo da autoridade competente; III - manutenção da essência das atribuições do
II - a pedido do próprio servidor. cargo; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
CAPÍTULO III - DA REMOÇÃO E DA complexidade das atividades; (acrescido pela Lei nº 9.527,
REDISTRIBUIÇÃO de 10/12/1997)
SEÇÃO I - Da Remoção V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a habilitação profissional; (acrescido pela Lei nº 9.527, de
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, 10/12/1997)
com ou sem mudança de sede.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e impedimentos legais do titular, superiores a trinta


as finalidades institucionais do órgão ou entidade. dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) efetiva substituição, que excederem o referido
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para período. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
ajustamento de lotação e da força de trabalho às Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos
necessidades dos serviços, inclusive nos casos de titulares de unidades administrativas organizadas
reorganização, extinção ou criação de órgão ou em nível de assessoria.
entidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
TÍTULO III - DOS DIREITOS E VANTAGENS
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
mediante ato conjunto entre o órgão central do CAPÍTULO I - DO VENCIMENTO E DA
SIPEC e os órgãos e entidades da Administração REMUNERAÇÃO
Pública Federal envolvidos. (acrescido pela Lei nº 9.527, de Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
10/12/1997) exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor permanentes estabelecidas em lei.
estável que não for redistribuído será colocado em § 1º A remuneração do servidor investido em função
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma ou cargo em comissão será paga na forma prevista no
dos arts. 30 e 31. (Primitivo § 2º renumerado e com nova art. 62.
redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O servidor investido em cargo em comissão de
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá
em disponibilidade poderá ser mantido sob a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º
responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter do art. 93.
exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
seu adequado aproveitamento. (acrescido pela Lei nº vantagens de caráter permanente, é irredutível.
9.527, de 10/12/1997)
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
CAPÍTULO IV - DA SUBSTITUIÇÃO cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes,
de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
Natureza Especial terão substitutos indicados no relativas à natureza ou ao local de trabalho.
regimento interno ou, no caso de omissão, § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior
previamente designados pelo dirigente máximo do ao salário mínimo. (acrescido pela Medida Provisória nº 431,
de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
órgão ou entidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,
§ 1º O substituto assumirá automática e mensalmente, a título de remuneração, importância
cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, superior à soma dos valores percebidos como
o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e remuneração, em espécie, a qualquer título, no
os de Natureza Especial, nos afastamentos, âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de
impedimentos legais ou regulamentares do titular e Estado, por membros do Congresso Nacional e
na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar Ministros do Supremo Tribunal Federal.
pela remuneração de um deles durante o respectivo Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração
período. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2/4/1998)
do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo Art. 44. O servidor perderá:
de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou

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VADE MECUM – Agente da PCDF

I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem § 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido
motivo justificado; (redação dada pela Lei nº 9.527, de no mês anterior ao do processamento da folha, a
10/12/1997) reposição será feita imediatamente, em uma única
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos parcela.
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as § 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência
concessões de que trata o art. 97, e saídas de cumprimento a decisão liminar, a tutela
antecipadas, salvo na hipótese de compensação de antecipada ou a sentença que venha a ser revogada
horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ou rescindida, serão eles atualizados até a data da
ser estabelecida pela chefia imediata. (redação dada pela reposição. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) 4/9/2001)
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
caso fortuito ou de força maior poderão ser demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria
compensadas a critério da chefia imediata, sendo ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta
assim consideradas como efetivo exercício. (acrescido dias para quitar o débito.
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
remuneração ou provento. Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora,
consignação em folha de pagamento em favor de exceto nos casos de prestação de alimentos
terceiros, a critério da administração e com reposição resultante de decisão judicial.
de custos, na forma definida em regulamento.
(Parágrafo único transformado em § 1º e com redação dada pela CAPÍTULO II - DAS VANTAGENS
Medida Provisória nº 681, de 10/7/2015, convertida na Lei nº 13.172, Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
de 21/10/2015) servidor as seguintes vantagens:
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata I - indenizações;
o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) II - gratificações;
da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) III - adicionais.
reservados exclusivamente para: (acrescido pela Medida § 1º As indenizações não se incorporam ao
Provisória nº 681, de 10/7/2015, com redação dada pela Lei nº
vencimento ou provento para qualquer efeito.
13.172, de 21/10/2015)
I - a amortização de despesas contraídas por meio de § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
cartão de crédito; ou (acrescido pela Lei nº 13.172, de vencimento ou provento, nos casos e condições
21/10/2015) indicados em lei.
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão
cartão de crédito. (acrescido pela Lei nº 13.172, de 21/10/2015) computadas, nem acumuladas, para efeito de
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, concessão de quaisquer outros acréscimos
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
previamente comunicadas ao servidor ativo, idêntico fundamento.
aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no SEÇÃO I - Das Indenizações
prazo máximo de trinta dias, podendo ser Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
parceladas, a pedido do interessado. I - ajuda de custo;
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao II - diárias;
correspondente a dez por cento da remuneração, III - transporte; (redação dada pela Lei nº 11.355, de
provento ou pensão. 19/10/2006)
IV – auxílio-moradia. (acrescido pela Medida Provisória nº
301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas do território nacional ou para o exterior, fará jus a
nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições passagens e diárias destinadas a indenizar as
para a sua concessão, serão estabelecidos em parcelas de despesas extraordinária com pousada,
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.355, de 19/10/2006) alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser
Subseção I - Da Ajuda de Custo em regulamento. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as 10/12/1997)

despesas de instalação do servidor que, no interesse § 1º A diária será concedida por dia de afastamento,
do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com sendo devida pela metade quando o deslocamento
mudança de domicílio em caráter permanente, não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
vedado o duplo pagamento de indenização, a custear, por meio diverso, as despesas
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou extraordinárias cobertas por diárias. (redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
companheiro que detenha também a condição de
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede
servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) constituir exigência permanente do cargo, o servidor
§ 1º Correm por conta da administração as despesas não fará jus a diárias.
de transporte do servidor e de sua família, § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se
compreendendo passagem, bagagem e bens deslocar dentro da mesma região metropolitana,
pessoais. aglomeração urbana ou microrregião, constituídas
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
são assegurados ajuda de custo e transporte para a ou em áreas de controle integrado mantidas com
localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos
contado do óbito. órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede,
de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as
único do art. 36. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória fixadas para os afastamentos dentro do território
nº 632, de 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014) nacional. (Parágrafo acrescido dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a 10/12/1997).

remuneração do servidor, conforme se dispuser em Art. 59. O servidor que receber diárias e não se
regulamento, não podendo exceder a importância afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a
correspondente a 3 (três) meses. restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à
servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em sede em prazo menor do que o previsto para o seu
virtude de mandato eletivo. afastamento, restituirá as diárias recebidas em
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, excesso, no prazo previsto no caput.
não sendo servidor da União, for nomeado para Subseção III - Da Indenização de Transporte
cargo em comissão, com mudança de domicílio. Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I servidor que realizar despesas com a utilização de
do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão meio próprio de locomoção para a execução de
cessionário, quando cabível. serviços externos, por força das atribuições próprias
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
de custo quando, injustificadamente, não se Subseção IV - Do Auxílio-Moradia
apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no
Subseção II - Das Diárias ressarcimento das despesas comprovadamente
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou
em caráter eventual ou transitório para outro ponto com meio de hospedagem administrado por

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VADE MECUM – Agente da PCDF

empresa hoteleira, no prazo de um mês após a efetivo; e(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
comprovação da despesa pelo servidor. (acrescido pela convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho
11.355, de 19/10/2006) de 2006. (acrescido pela Medida Provisória nº 341, de
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor 29/12/2006, convertida na Lei nº 11.490, de 20/6/2007)
se atendidos os seguintes requisitos: (acrescido pela Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº considerado o prazo no qual o servidor estava
11.355, de 19/10/2006)
ocupando outro cargo em comissão relacionado no
I - não exista imóvel funcional disponível para uso
inciso V. (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
pelo servidor; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Art. 60-C. (Revogado pela Medida Provisória nº 632, de
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
imóvel funcional; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não
cargo em comissão, função comissionada ou cargo
seja ou tenha sido proprietário, promitente
de Ministro de Estado ocupado. ("Caput" do artigo
comprador, cessionário ou promitente cessionário acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida
de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, na Lei nº 11.355, de 19/10/2006 e com nova redação dada pela Lei
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação nº 11.784, de 22/9/2008)

de construção, nos doze meses que antecederem a § 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar
sua nomeação; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) Ministro de Estado. (acrescido pela Medida Provisória nº 431,
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)

receba auxílio-moradia; (acrescido pela Medida Provisória nº § 2º Independentemente do valor do cargo em


301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) comissão ou função comissionada, fica garantido a
V - o servidor tenha se mudado do local de residência todos os que preencherem os requisitos o
para ocupar cargo em comissão ou função de ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e
confiança do Grupo-Direção e Assessoramento oitocentos reais). (acrescido pela Medida Provisória nº 431, de
Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)

Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,


(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida colocação de imóvel funcional à disposição do
na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão continuará sendo pago por um mês. (acrescido pela
ou função de confiança não se enquadre nas Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº
hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de 11.355, de 19/10/2006)

residência ou domicílio do servidor; (acrescido pela SEÇÃO II - Das Gratificações e Adicionais


Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº Art. 61. Além do vencimento e das vantagens
11.355, de 19/10/2006) previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
residido no Município, nos últimos doze meses, (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
aonde for exercer o cargo em comissão ou função de I - retribuição pelo exercício de função de direção,
confiança, desconsiderando-se prazo inferior a chefia e assessoramento; (redação dada pela Lei nº 9.527,
sessenta dias dentro desse período; (acrescido pela de 10/12/1997)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº II - gratificação natalina;
11.355, de 19/10/2006) III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
alteração de lotação ou nomeação para cargo perigosas ou penosas;

134
VADE MECUM – Agente da PCDF

V - adicional pela prestação de serviço Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
extraordinário; para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
VI - adicional noturno; Subseção III - Do Adicional por Tempo de Serviço
VII - adicional de férias; Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do 4/9/2001)

trabalho. Subseção IV - Dos Adicionais de Insalubridade,


IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. Periculosidade ou Atividades Penosas
(acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida Art. 68. Os servidores que trabalhem com
na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) habitualidade em locais insalubres ou em contato
Subseção I - Da Retribuição pelo Exercício de permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou
Função de Direção, Chefia e Assessoramento com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo vencimento do cargo efetivo.
investido em função de direção, chefia ou § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de
assessoramento, cargo de provimento em comissão insalubridade e de periculosidade deverá optar por
ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu um deles.
exercício. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O direito ao adicional de insalubridade ou
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a periculosidade cessa com a eliminação das condições
remuneração dos cargos em comissão de que trata o ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
inciso II do art. 9º. (redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
10/12/1997)
servidores em operações ou locais considerados
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
penosos, insalubres ou perigosos.
Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante
retribuição pelo exercício de função de direção,
será afastada, enquanto durar a gestação e a
chefia ou assessoramento, cargo de provimento em
lactação, das operações e locais previstos neste
comissão ou de Natureza Especial a que se referem
artigo, exercendo suas atividades em local salubre e
os arts. 3º e 10 da Lei nº 8.911, de 11 de julho de 1994,
em serviço não penoso e não perigoso.
e o art. 3º da Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de
observadas as situações estabelecidas em legislação
remuneração dos servidores públicos federais.
específica.
(acrescido pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
Subseção II - Da Gratificação Natalina
aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12
em localidades cujas condições de vida o justifiquem,
(um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer
nos termos, condições e limites fixados em
jus no mês de dezembro, por mês de exercício no
regulamento.
respectivo ano.
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
operam com Raios X ou substâncias radioativas serão
(quinze) dias será considerada como mês integral.
mantidos sob controle permanente, de modo que as
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte)
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
do mês de dezembro de cada ano.
máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. (VETADO).
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua
artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
gratificação natalina, proporcionalmente aos meses
(seis) meses.
de exercício, calculada sobre a remuneração do mês
da exoneração.

135
VADE MECUM – Agente da PCDF

Subseção V - Do Adicional por Serviço Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
3/7/2006)
Extraordinário
III - participar da logística de preparação e de
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
realização de concurso público envolvendo
com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em
atividades de planejamento, coordenação,
relação à hora normal de trabalho.
supervisão, execução e avaliação de resultado,
Art. 74. Somente será permitido serviço
quando tais atividades não estiverem incluídas entre
extraordinário para atender a situações excepcionais
as suas atribuições permanentes; (acrescido pela Lei nº
e temporárias, respeitado o limite máximo de 2
11.314, de 3/7/2006)
(duas) horas por jornada.
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
Subseção VI - Do Adicional Noturno
provas de exame vestibular ou de concurso público
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
ou supervisionar essas atividades. (acrescido pela Lei nº
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um 11.314, de 3/7/2006)
dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora § 1º Os critérios de concessão e os limites da
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), gratificação de que trata este artigo serão fixados em
computando-se cada hora como cinquenta e dois regulamento, observados os seguintes parâmetros:
minutos e trinta segundos. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida
Parágrafo único. Em se tratando de serviço na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo I - o valor da gratificação será calculado em horas,
incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73. observadas a natureza e a complexidade da atividade
Subseção VII - Do Adicional de Férias exercida; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
Art. 76. Independentemente de solicitação, será 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)

pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional II - a retribuição não poderá ser superior ao
correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho
período das férias. anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer devidamente justificada e previamente aprovada
função de direção, chefia ou assessoramento, ou pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que
ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e
será considerada no cálculo do adicional de que trata vinte) horas de trabalho anuais; (acrescido pela Medida
Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
este artigo.
3/7/2006)
Subseção VIII - Da Gratificação por Encargo de
III - o valor máximo da hora trabalhada
Curso ou Concurso
corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou
sobre o maior vencimento básico da administração
Concurso é devida ao servidor que, em caráter
pública federal: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
eventual: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do
desenvolvimento ou de treinamento regularmente
caput deste artigo; (Alínea acrescida pela Medida Provisória
instituído no âmbito da administração pública nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
federal; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
II - participar de banca examinadora ou de comissão tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do
para exames orais, para análise curricular, para caput deste artigo. (Alínea acrescida pela Medida Provisória
correção de provas discursivas, para elaboração de nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
questões de provas ou para julgamento de recursos com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)

intentados por candidatos; (acrescido pela Medida

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso § 4º A indenização será calculada com base na
somente será paga se as atividades referidas nos remuneração do mês em que for publicado o ato
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem exoneratório. (acrescido pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
for titular, devendo ser objeto de compensação de valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da
carga horária quando desempenhadas durante a Constituição Federal quando da utilização do
jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta primeiro período. (acrescido pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997).
Lei. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, Art. 79. O servidor que opera direta e
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) permanentemente com Raios X ou substâncias
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de
não se incorpora ao vencimento ou salário do férias, por semestre de atividade profissional,
servidor para qualquer efeito e não poderá ser proibida em qualquer hipótese a acumulação.
utilizada como base de cálculo para quaisquer outras Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
vantagens, inclusive para fins de cálculo dos por motivo de calamidade pública, comoção interna,
proventos da aposentadoria e das pensões. (acrescido convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº
por necessidade do serviço declarada pela
11.314, de 3/7/2006)
autoridade máxima do órgão ou entidade. (redação
CAPÍTULO III - DAS FÉRIAS dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que Parágrafo único. O restante do período interrompido
podem ser acumuladas, até o máximo de dois será gozado de uma só vez, observado o disposto no
períodos, no caso de necessidade do serviço, art. 77. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação CAPÍTULO IV - DAS LICENÇAS
específica. (redação dada pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997)
SEÇÃO I - Disposições gerais
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
I - por motivo de doença em pessoa da família;
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
serviço.
companheiro;
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três
III - para o serviço militar;
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
IV - para atividade política;
no interesse da administração pública. (acrescido pela Lei
V - para capacitação; (redação dada pela Lei nº 9.527, de
nº 9.525, de 3/121997).
10/12/1997)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias
VI - para tratar de interesses particulares;
será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
VII - para desempenho de mandato classista.
respectivo período, observando-se o disposto no § 1º
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
deste artigo.
bem como cada uma de suas prorrogações serão
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
precedidas de exame por perícia médica oficial,
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
observado o disposto no art. 204 desta Lei. (redação
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
comissão, perceberá indenização relativa ao período § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
das férias a que tiver direito e ao incompleto, na § 3º É vedado o exercício de atividade remunerada
proporção de um doze avos por mês de efetivo durante o período da licença prevista no inciso I deste
exercício, ou fração superior a quatorze dias. (acrescido artigo.
pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta)
dias do término de outra da mesma espécie será
considerada como prorrogação.

137
VADE MECUM – Agente da PCDF

SEÇÃO II - Da Licença por Motivo de Doença em Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá
Pessoa da Família haver exercício provisório em órgão ou entidade da
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por Administração Federal direta, autárquica ou
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos fundacional, desde que para o exercício de atividade
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, compatível com o seu cargo. (redação dada pela Lei nº
ou dependente que viva a suas expensas e conste do 9.527, de 10/12/1997)

seu assentamento funcional, mediante comprovação SEÇÃO IV - Da Licença para o Serviço Militar
por perícia médica oficial. (redação dada pela Lei nº 11.907, Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
de 2/2/2009) será concedida licença, na forma e condições
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência previstas na legislação específica.
direta do servidor for indispensável e não puder ser Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o
prestada simultaneamente com o exercício do cargo servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração
ou mediante compensação de horário, na forma do para reassumir o exercício do cargo.
disposto no inciso II do art. 44. (redação dada pela Lei nº SEÇÃO V - Da Licença para Atividade Política
9.527, de 10/12/1997) Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as remuneração, durante o período que mediar entre a
prorrogações, poderá ser concedida a cada período sua escolha em convenção partidária, como
de doze meses nas seguintes condições: candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
mantida a remuneração do servidor; e § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, localidade onde desempenha suas funções e que
sem remuneração. (redação dada pela Medida Provisória nº exerça cargo de direção, chefia, assessoramento,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será
partir do dia imediato ao do registro de sua
contado a partir da data do deferimento da primeira
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo
licença concedida. (redação dada pela Medida Provisória nº
dia seguinte ao do pleito. (redação dada pela Lei nº 9.527,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
de 10/12/1997)
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo
não remuneradas, incluídas as respectivas
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
prorrogações, concedidas em um mesmo período de
licença, assegurados os vencimentos do cargo
12 (doze) meses, observado o disposto no § 3º, não
efetivo, somente pelo período de três meses. (redação
poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
incisos I e II do § 2º.(redação dada pela Medida Provisória nº SEÇÃO VI - Da Licença para Capacitação
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
SEÇÃO III - Da Licença por Motivo de Afastamento
servidor poderá, no interesse da Administração,
do Cônjuge
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor
respectiva remuneração, por até três meses, para
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
participar de curso de capacitação profissional.
deslocado para outro ponto do território nacional,
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata
para o exterior ou para o exercício de mandato
o caput não são acumuláveis. (redação dada pela Lei nº
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
remuneração. Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou Art. 90. (VETADO).
companheiro também seja servidor público, civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos

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VADE MECUM – Agente da PCDF

SEÇÃO VII - Da Licença para Tratar de Interesses União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Particulares Municípios, nas seguintes hipóteses: (redação dada pela
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser Lei nº 8.270, de 17/12/1991)

concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, I - para exercício de cargo em comissão ou função de
desde que não esteja em estágio probatório, licenças confiança; (redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
para o trato de assuntos particulares pelo prazo de II - em casos previstos em leis específicas. (redação dada
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
até três anos consecutivos, sem remuneração.
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida,
a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal
interesse do serviço. (dada pela Medida Provisória 2225/01) ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do
SEÇÃO VIII - Da Licença para o Desempenho de órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para
Mandato Classista o cedente nos demais casos. (redação dada pela Lei nº
8.270, de 17/12/1991)
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa
sem remuneração para o desempenho de mandato
pública ou sociedade de economia mista, nos termos
em confederação, federação, associação de classe de
das respectivas normas, optar pela remuneração do
âmbito nacional, sindicato representativo da
cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
acrescida de percentual da retribuição do cargo em
ainda, para participar de gerência ou administração
comissão, a entidade cessionária efetuará o
em sociedade cooperativa constituída por servidores
reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou
públicos para prestar serviços a seus membros,
entidade de origem. (redação dada pela Lei nº 11.355, de
observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art.
19/10/2006)
102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no
observados os seguintes limites: (redação dada pela Lei nº
Diário Oficial da União. (redação dada pela Lei nº 8.270, de
11.094, de 13/1/2005)
17/12/1991)
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil)
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da
associados, 2 (dois) servidores; (acrescido pela Lei nº 9.527,
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter
de 10/12/1997, com redação dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
exercício em outro órgão da Administração Federal
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (acrescido
pela Lei nº 9.527/97, com redação dada pela Lei nº 12.998/14)
fim determinado e a prazo certo. (acrescido pela Lei nº
8.270, de 17/12/1991)
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil)
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado
associados, 8 (oito) servidores. (acrescido pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997, com redação dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014))
ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores 1º e 2º deste artigo. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997
e com nova redação dada pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
eleitos para cargos de direção ou de representação
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública
nas referidas entidades, desde que cadastradas no
ou de sociedade de economia mista, que receba
órgão competente. (redação dada pela Lei nº 12.998/14)
recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato,
parcial da sua folha de pagamento de pessoal,
podendo ser renovada, no caso de reeleição. (redação
dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
independem das disposições contidas nos incisos I e
II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do
CAPÍTULO V - DOS AFASTAMENTOS empregado cedido condicionado a autorização
SEÇÃO I - Do Afastamento para Servir a Outro específica do Ministério do Planejamento,
Órgão ou Entidade Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação
Art. 93 O servidor poderá ser cedido para ter de cargo em comissão ou função gratificada. (acrescido
exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e hipótese de ressarcimento da despesa havida com


Gestão, com a finalidade de promover a composição seu afastamento.
da força de trabalho dos órgãos e entidades da § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos
Administração Pública Federal, poderá determinar a servidores da carreira diplomática.
lotação ou o exercício de empregado ou servidor, § 4º As hipóteses, condições e formas para a
independentemente da observância do constante no autorização de que trata este artigo, inclusive no que
inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (acrescido pela Lei nº se refere à remuneração do servidor, serão
10.470, de 25/6/2002) disciplinadas em regulamento. (acrescido pela Lei nº 9.527,
SEÇÃO II - Do Afastamento para Exercício de de 10/12/1997).
Mandato Eletivo Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo organismo internacional de que o Brasil participe ou
aplicam-se as seguintes disposições: com o qual coopere dar-se-á com perda total da
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou remuneração.
distrital, ficará afastado do cargo; SEÇÃO IV - Do Afastamento para Participação em
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da
remuneração; Administração, e desde que a participação não possa
III - investido no mandato de vereador: ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as ou mediante compensação de horário, afastar-se do
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração do cargo eletivo; remuneração, para participar em programa de pós-
b) não havendo compatibilidade de horário, será graduação stricto sensu em instituição de ensino
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela superior no País. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
sua remuneração. 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor § 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade


contribuirá para a seguridade social como se em definirá, em conformidade com a legislação vigente,
exercício estivesse. os programas de capacitação e os critérios para
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou participação em programas de pós-graduação no
classista não poderá ser removido ou redistribuído de País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
ofício para localidade diversa daquela onde exerce o avaliados por um comitê constituído para este fim.
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
mandato.
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
SEÇÃO III - Do Afastamento para Estudo ou Missão
§ 2º Os afastamentos para realização de programas
no Exterior
de mestrado e doutorado somente serão concedidos
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País
aos servidores titulares de cargos efetivos no
para estudo ou missão oficial, sem autorização do
respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três)
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do
anos para mestrado e 4 (quatro) anos para
Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal
doutorado, incluído o período de estágio probatório,
Federal.
que não tenham se afastado por licença para tratar
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e
de assuntos particulares para gozo de licença
finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2
período, será permitida nova ausência.
(dois) anos anteriores à data da solicitação de
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste
afastamento. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
artigo não será concedida exoneração ou licença para 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
tratar de interesse particular antes de decorrido § 3º Os afastamentos para realização de programas
período igual ao do afastamento, ressalvada a de pós-doutorado somente serão concedidos aos

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VADE MECUM – Agente da PCDF

servidores titulares de cargos efetivo no respectivo a) casamento;


órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
incluído o período de estágio probatório, e que não madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
tenham se afastado por licença para tratar de guarda ou tutela e irmãos.
assuntos particulares ou com fundamento neste Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor
artigo, nos quatro anos anteriores à data da estudante, quando comprovada a incompatibilidade
solicitação de afastamento. (acrescido pela Medida entre o horário escolar e o da repartição, sem
Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de prejuízo do exercício do cargo.
2/2/2009, com redação dada pela Medida Provisória nº 479, de
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida
30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
a compensação de horário no órgão ou entidade que
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos
tiver exercício, respeitada a duração semanal do
previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que
trabalho. (Parágrafo único transformado em § 1º com nova
permanecer no exercício de suas funções, após o seu
redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
retorno, por um período igual ao do afastamento
§ 2º Também será concedido horário especial ao
concedido. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
servidor portador de deficiência, quando
29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
comprovada a necessidade por junta médica oficial,
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
independentemente de compensação de horário.
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
período de permanência previsto no § 4º deste
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas
artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente
forma do art. 47 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
com deficiência. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997,
de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. com redação dada pela Lei nº 13.370, de 12/12/2016)
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
§ 4º Será igualmente concedido horário especial,
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
vinculado à compensação de horário a ser efetivada
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que
justificou seu afastamento no período previsto,
desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo na
caput do art. 76-A desta Lei. (Parágrafo acrescido pela
hipótese comprovada de força maior ou de caso
Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº
fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou 11.314, de 3/7/2006 e com nova redação dada pela Lei nº 11.501,
entidade. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de de 11/7/2007)
29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009) Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós- interesse da administração é assegurada, na
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. localidade da nova residência ou na mais próxima,
95 desta Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo. matrícula em instituição de ensino congênere, em
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
qualquer época, independentemente de vaga.
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se
CAPÍTULO VI - DAS CONCESSÕES ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor do servidor que vivam na sua companhia, bem como
ausentar-se do serviço: aos menores sob sua guarda, com autorização
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; judicial.
II - pelo período comprovadamente necessário para
CAPÍTULO VII - DO TEMPO DE SERVIÇO
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado,
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de
em qualquer caso, a 2 (dois) dias; e (redação dada pela
Medida Provisória nº 632, de 24/12/2013, convertida na Lei nº serviço público federal, inclusive o prestado às Forças
12.998, de 18/6/2014, retificada no DOU de 25/6/2014) Armadas.
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita X - participação em competição desportiva nacional
em dias, que serão convertidos em anos, considerado ou convocação para integrar representação
o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no disposto em lei específica;
art. 97, são considerados como de efetivo exercício XI - afastamento para servir em organismo
os afastamentos em virtude de: internacional de que o Brasil participe ou com o qual
I - férias; coopere. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de
em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos aposentadoria e disponibilidade:
Estados, Municípios e Distrito Federal; I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
III - exercício de cargo ou função de governo ou Municípios e Distrito Federal;
administração, em qualquer parte do território II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
nacional, por nomeação do Presidente da República; família do servidor, com remuneração, que exceder a
IV - participação em programa de treinamento 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.
regularmente instituído ou em programa de pós- (redação dada pela Medida Provisória nº 479, de 30/12/2009,
convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o
III - a licença para atividade política, no caso do art.
regulamento; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.907, de
2/2/2009) 86, § 2º;
V - desempenho de mandato eletivo federal, IV - o tempo correspondente ao desempenho de
estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto mandato eletivo federal, estadual, municipal ou
para promoção por merecimento; distrital, anterior ao ingresso no serviço público
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; federal;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado V - o tempo de serviço em atividade privada,
o afastamento, conforme dispuser o regulamento; vinculada à Previdência Social;
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VIII - licença: VII - o tempo de licença para tratamento da própria
a) à gestante, à adotante e à paternidade; saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea b
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de do inciso VIII do art. 102. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo 10/12/1997)

de serviço público prestado à União, em cargo de § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado
provimento efetivo; (redação dada pela Lei nº 9.527, de será contado apenas para nova aposentadoria.
10/12/1997) § 2º Será contado em dobro o tempo de serviço
c) para o desempenho de mandato classista ou prestado às Forças Armadas em operações de
participação de gerência ou administração em guerra.
sociedade cooperativa constituída por servidores § 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de
para prestar serviços a seus membros, exceto para serviço prestado concomitantemente em mais de um
efeito de promoção por merecimento; (redação dada cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
pela Lei nº 11.094, de 13/1/2005) da União, Estado, Distrito Federal e Município,
d) por motivo de acidente em serviço ou doença autarquia, fundação pública, sociedade de economia
profissional; mista e empresa pública.
e) para capacitação, conforme dispuser o
CAPÍTULO VIII - DO DIREITO DE PETIÇÃO
regulamento; (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
f) por convocação para o serviço militar; Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito
18; ou interesse legítimo.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não
competente para decidi-lo e encaminhado por podendo ser relevada pela administração.
intermédio daquela a que estiver imediatamente Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é
subordinado o requerente. assegurada vista do processo ou documento, na
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à repartição, ao servidor ou a procurador por ele
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a constituído.
primeira decisão, não podendo ser renovado. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
reconsideração de que tratam os artigos anteriores Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos
deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força
decididos dentro de 30 (trinta) dias. maior.
Art. 107. Caberá recurso:
TÍTULO IV - DO REGIME DISCIPLINAR
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente CAPÍTULO I - DOS DEVERES
interpostos. Art. 116. São deveres do servidor:
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
imediatamente superior à que tiver expedido o ato cargo;
ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala II - ser leal às instituições a que servir;
ascendente, às demais autoridades. III - observar as normas legais e regulamentares;
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
autoridade a que estiver imediatamente manifestamente ilegais;
subordinado o requerente. V - atender com presteza:
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de a) ao público em geral, prestando as informações
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
da decisão recorrida. direito ou esclarecimento de situações de interesse
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito pessoal;
suspensivo, a juízo da autoridade competente. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
de reconsideração ou do recurso, os efeitos da razão do cargo ao conhecimento da autoridade
decisão retroagirão à data do ato impugnado. superior ou, quando houver suspeita de
Art. 110. O direito de requerer prescreve: envolvimento desta, ao conhecimento de outra
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e autoridade competente para apuração; (redação dada
pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011, publicada no DOU Edição Extra
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
de 18/11/2011, em vigor 180 dias após a publicação)
que afetem interesse patrimonial e créditos
VII - zelar pela economia do material e a conservação
resultantes das relações de trabalho;
do patrimônio público;
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
salvo quando outro prazo for fixado em lei.
IX - manter conduta compatível com a moralidade
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado
administrativa;
da data da publicação do ato impugnado ou da data
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
da ciência pelo interessado, quando o ato não for
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
publicado.
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
abuso de poder.
quando cabíveis, interrompem a prescrição.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Parágrafo único. A representação de que trata o XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e estrangeiro;
apreciada pela autoridade superior àquela contra a XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
qual é formulada, assegurando-se ao representando XV - proceder de forma desidiosa;
ampla defesa. XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares;
CAPÍTULO II - DAS PROIBIÇÕES
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
Art. 117. Ao servidor é proibido:
ao cargo que ocupa, exceto em situações de
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
emergência e transitórias;
prévia autorização do chefe imediato;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
competente, qualquer documento ou objeto da
com o horário de trabalho;
repartição;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
III - recusar fé a documentos públicos;
quando solicitado. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - opor resistência injustificada ao andamento de
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
documento e processo ou execução de serviço;
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
V - promover manifestação de apreço ou desapreço
I - participação nos conselhos de administração e
no recinto da repartição;
fiscal de empresas ou entidades em que a União
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
detenha, direta ou indiretamente, participação no
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
capital social ou em sociedade cooperativa
que seja de sua responsabilidade ou de seu
constituída para prestar serviços a seus membros; e
subordinado;
II - gozo de licença para o trato de interesses
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada
filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a
a legislação sobre conflito de interesses. (Parágrafo
partido político; único acrescido pela Medida Provisória nº 431, de 14/5/2008,
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
função de confiança, cônjuge, companheiro ou
CAPÍTULO III - DA ACUMULAÇÃO
parente até o segundo grau civil;
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
de outrem, em detrimento da dignidade da função
cargos públicos.
pública;
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
X - participar de gerência ou administração de
empregos e funções em autarquias, fundações
sociedade privada, personificada ou não
públicas, empresas públicas, sociedades de
personificada, exercer o comércio, exceto na
economia mista da União, do Distrito Federal, dos
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
(redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008) Estados, dos Territórios e dos Municípios.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
repartições públicas, salvo quando se tratar de condicionada à comprovação da compatibilidade de
benefícios previdenciários ou assistenciais de horários.
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção
companheiro; de vencimento de cargo ou emprego público efetivo
XII - receber propina, comissão, presente ou com proventos da inatividade, salvo quando os
vantagem de qualquer espécie, em razão de suas cargos de que decorram essas remunerações forem
atribuições; acumuláveis na atividade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
cargo em comissão, exceto no caso previsto no resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela desempenho do cargo ou função.
participação em órgão de deliberação coletiva. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se Art. 126. A responsabilidade administrativa do
aplica à remuneração devida pela participação em servidor será afastada no caso de absolvição criminal
conselhos de administração e fiscal das empresas que negue a existência do fato ou sua autoria.
públicas e sociedades de economia mista, suas Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer responsabilizado civil, penal ou administrativamente
empresas ou entidades em que a União, direta ou por dar ciência à autoridade superior ou, quando
indiretamente, detenha participação no capital houver suspeita de envolvimento desta, a outra
social, observado o que, a respeito, dispuser autoridade competente para apuração de
legislação específica. (acrescido pela Lei nº 9.292, de informação concernente à prática de crimes ou
12/7/1996 e com nova redação dada pela Medida Provisória nº
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
2225-45, de 4/9/2001)
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
função pública. (acrescido pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011,
que acumular licitamente dois cargos efetivos,
publicada no DOU Edição Extra de 18/11/2011, em vigor 180 dias
quando investido em cargo de provimento em após a publicação)
comissão, ficará afastado de ambos os cargos
CAPÍTULO V - DAS PENALIDADES
efetivos, salvo na hipótese em que houver
compatibilidade de horário e local com o exercício de Art. 127. São penalidades disciplinares:
um deles, declarada pelas autoridades máximas dos I - advertência;
órgãos ou entidades envolvidos. (redação dada pela Lei nº II - suspensão;
9.527, de 10/12/1997) III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
CAPÍTULO IV - DAS RESPONSABILIDADES
V - destituição de cargo em comissão;
Art. 121. O servidor responde civil, penal e
VI - destituição de função comissionada.
administrativamente pelo exercício irregular de suas
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão
atribuições.
consideradas a natureza e a gravidade da infração
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
cometida, os danos que dela provierem para o
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
serviço público, as circunstâncias agravantes ou
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
atenuantes e os antecedentes funcionais.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
ao erário somente será liquidada na forma prevista
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da
no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
sanção disciplinar. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
execução do débito pela via judicial.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros,
casos de violação de proibição constante do art. 117,
responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
ação regressiva.
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
interna, que não justifique imposição de penalidade
sucessores e contra eles será executada, até o limite
mais grave. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
do valor da herança recebida.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes
reincidência das faltas punidas com advertência e de
e contravenções imputadas ao servidor, nessa
violação das demais proibições que não tipifiquem
qualidade.

145
VADE MECUM – Agente da PCDF

infração sujeita a penalidade de demissão, não dias, contados da data da ciência e, na hipótese de
podendo exceder de 90 (noventa) dias. omissão, adotará procedimento sumário para a sua
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) apuração e regularização imediata, cujo processo
dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a administrativo disciplinar se desenvolverá nas
ser submetido a inspeção médica determinada pela seguintes fases: (redação dada pela Lei nº 9.527, de
autoridade competente, cessando os efeitos da 10/12/1997)

penalidade uma vez cumprida a determinação. I - instauração, com a publicação do ato que
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a constituir a comissão, a ser composta por dois
penalidade de suspensão poderá ser convertida em servidores estáveis, e simultaneamente indicar a
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia autoria e a materialidade da transgressão objeto da
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor apuração; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
obrigado a permanecer em serviço. II - instrução sumária, que compreende indiciação,
Art. 131. As penalidades de advertência e de defesa e relatório; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
suspensão terão seus registros cancelados, após o III - julgamento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a
nesse período, praticado nova infração disciplinar. materialidade pela descrição dos cargos, empregos
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não ou funções públicas em situação de acumulação
surtirá efeitos retroativos. ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes datas de ingresso, do horário de trabalho e do
casos: correspondente regime jurídico. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
I - crime contra a administração pública;
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a
II - abandono de cargo;
publicação do ato que a constituiu, termo de
III - inassiduidade habitual;
indiciação em que serão transcritas as informações
IV - improbidade administrativa;
de que trata o parágrafo anterior, bem como
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado,
repartição;
ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no
VI - insubordinação grave em serviço;
prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita,
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
particular, salvo em legítima defesa própria ou de
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (redação dada
outrem;
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
relatório conclusivo quanto à inocência ou à
razão do cargo;
responsabilidade do servidor, em que resumirá as
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da
patrimônio nacional;
acumulação em exame, indicará o respectivo
XI - corrupção;
dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou
instauradora, para julgamento. (acrescido pela Lei nº
funções públicas; 9.527, de 10/12/1997)
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto
autoridade a que se refere o art. 143 notificará o no § 3º do art. 167. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo
apresentar opção no prazo improrrogável de dez para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que

146
VADE MECUM – Agente da PCDF

se converterá automaticamente em pedido de destituído do cargo em comissão por infringência do


exoneração do outro cargo. (acrescido pela Lei nº 9.527, de art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
10/12/1997) Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a intencional do servidor ao serviço por mais de trinta
má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição dias consecutivos.
ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a
relação aos cargos, empregos ou funções públicas falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta
em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os dias, interpoladamente, durante o período de doze
órgãos ou entidades de vinculação serão meses.
comunicados. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou
§ 7º O prazo para a conclusão do processo inassiduidade habitual, também será adotado o
administrativo disciplinar submetido ao rito sumário procedimento sumário a que se refere o art. 133,
não excederá trinta dias, contados da data de observando-se especialmente que: (redação dada pela
publicação do ato que constituir a comissão, Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
admitida a sua prorrogação por até quinze dias, I - a indicação da materialidade dar-se-á:
quando as circunstâncias o exigirem. (acrescido pela Lei a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
nº 9.527, de 10/12/1997) precisa do período de ausência intencional do
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas servidor ao serviço superior a trinta dias;
disposições deste artigo, observando-se, no que lhe b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por
Títulos IV e V desta Lei. (acrescido pela Lei nº 9.527, de período igual ou superior a sessenta dias
10/12/1997).
interpoladamente, durante o período de doze meses;
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
disponibilidade do inativo que houver praticado, na II - após a apresentação da defesa a comissão
atividade, falta punível com a demissão. elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou
Art. 135. A destituição de cargo em comissão à responsabilidade do servidor, em que resumirá as
exercido por não ocupante de cargo efetivo será peças principais dos autos, indicará o respectivo
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
de suspensão e de demissão. de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à
este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. autoridade instauradora para julgamento. (acrescido
35 será convertida em destituição de cargo em pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
comissão. Art. 141. As penalidades disciplinares serão
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em aplicadas:
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
132, implica a indisponibilidade dos bens e o das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal Federais e pelo Procurador-Geral da República,
cabível. quando se tratar de demissão e cassação de
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em aposentadoria ou disponibilidade de servidor
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) imediatamente inferior àquelas mencionadas no
anos. inciso anterior quando se tratar de suspensão
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço superior a 30 (trinta) dias;
público federal o servidor que for demitido ou

147
VADE MECUM – Agente da PCDF

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as
forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, competências para o julgamento que se seguir à
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 apuração. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
(trinta) dias; Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, objeto de apuração, desde que contenham a
quando se tratar de destituição de cargo em identificação e o endereço do denunciante e sejam
comissão. formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Parágrafo único. Quando o fato narrado não
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
com demissão, cassação de aposentadoria ou penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
disponibilidade e destituição de cargo em comissão; Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; I - arquivamento do processo;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á II - aplicação de penalidade de advertência ou
advertência. suspensão de até 30 (trinta) dias;
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data III - instauração de processo disciplinar.
em que o fato se tornou conhecido. Parágrafo único. O prazo para conclusão da
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas ser prorrogado por igual período, a critério da
também como crime. autoridade superior.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
decisão final proferida por autoridade competente. mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
começará a correr a partir do dia em que cessar a cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
interrupção. processo disciplinar.
TÍTULO V - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CAPÍTULO II - DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
DISCIPLINAR
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS servidor não venha a influir na apuração da
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade, a autoridade instauradora do
irregularidade no serviço público é obrigada a processo disciplinar poderá determinar o seu
promover a sua apuração imediata, mediante afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até
sindicância ou processo administrativo disciplinar, 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
assegurada ao acusado ampla defesa. Parágrafo único. O afastamento poderá ser
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação
CAPÍTULO III - DO PROCESSO DISCIPLINAR
da autoridade a que se refere, poderá ser promovida
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento
por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele
destinado a apurar responsabilidade de servidor por
em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante
infração praticada no exercício de suas atribuições,
competência específica para tal finalidade, delegada
ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
em caráter permanente ou temporário pelo
que se encontre investido.
Presidente da República, pelos presidentes das Casas
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
comissão composta de três servidores estáveis
Procurador-Geral da República, no âmbito do
designados pela autoridade competente, observado

148
VADE MECUM – Agente da PCDF

o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da
eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de sindicância concluir que a infração está capitulada
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível como ilícito penal, a autoridade competente
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) independentemente da imediata instauração do
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor processo disciplinar.
designado pelo seu presidente, podendo a indicação Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá
recair em um de seus membros. a tomada de depoimentos, acareações,
§ 2º Não poderá participar de comissão de investigações e diligências cabíveis, objetivando a
sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em técnicos e peritos, de modo a permitir a completa
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. elucidação dos fatos.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo acompanhar o processo pessoalmente ou por
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
interesse da administração. testemunhas, produzir provas e contraprovas e
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
comissões terão caráter reservado. § 1º O presidente da comissão poderá denegar
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas pedidos considerados impertinentes, meramente
seguintes fases: protelatórios, ou de nenhum interesse para o
I - instauração, com a publicação do ato que esclarecimento dos fatos.
constituir a comissão; § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial,
II - inquérito administrativo, que compreende quando a comprovação do fato independer de
instrução, defesa e relatório; conhecimento especial de perito.
III - julgamento. Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo mediante mandado expedido pelo presidente da
disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados comissão, devendo a segunda via, com o ciente do
da data de publicação do ato que constituir a interessado, ser anexado aos autos.
comissão, admitida a sua prorrogação por igual Parágrafo único. Se a testemunha for servidor
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. público, a expedição do mandado será
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará imediatamente comunicada ao chefe da repartição
tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus onde serve, com a indicação do dia e hora marcados
membros dispensados do ponto, até a entrega do para inquirição.
relatório final. Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha
atas que deverão detalhar as deliberações adotadas. trazê-lo por escrito.
SEÇÃO I - Do Inquérito § 1º As testemunhas serão inquiridas
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao separadamente.
princípio do contraditório, assegurada ao acusado § 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os
admitidos em direito. depoentes.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a
processo disciplinar, como peça informativa da comissão promoverá o interrogatório do acusado,
instrução. observados os procedimentos previstos nos arts. 157
e 158.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo
será ouvido separadamente, e sempre que para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última
divergirem em suas declarações sobre fatos ou publicação do edital.
circunstâncias, será promovida a acareação entre Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
eles. regularmente citado, não apresentar defesa no prazo
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao legal.
interrogatório, bem como à inquirição das § 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas processo e devolverá o prazo para a defesa.
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade
reinquiri-las, por intermédio do presidente da instauradora do processo designará um servidor
comissão. como defensor dativo, que deverá ser ocupante de
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
competente que ele seja submetido a exame por (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).

junta médica oficial, da qual participe pelo menos um Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
médico psiquiatra. relatório minucioso, onde resumirá as peças
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental principais dos autos e mencionará as provas em que
será processado em auto apartado e apenso ao se baseou para formar a sua convicção.
processo principal, após a expedição do laudo § 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à
pericial. inocência ou à responsabilidade do servidor.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
formulada a indiciação do servidor, com a comissão indicará o dispositivo legal ou
especificação dos fatos a ele imputados e das regulamentar transgredido, bem como as
respectivas provas. circunstâncias agravantes ou atenuantes.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da
pelo presidente da comissão para apresentar defesa comissão, será remetido à autoridade que
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe determinou a sua instauração, para julgamento.
vista do processo na repartição. SEÇÃO II - Do Julgamento
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
comum e de 20 (vinte) dias. recebimento do processo, a autoridade julgadora
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo proferirá a sua decisão.
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente da autoridade instauradora do processo, este será
na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á encaminhado à autoridade competente, que decidirá
da data declarada, em termo próprio, pelo membro em igual prazo.
da comissão que fez a citação, com a assinatura de § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
(2) duas testemunhas. sanções, o julgamento caberá à autoridade
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica competente para a imposição da pena mais grave.
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou
poderá ser encontrado. cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e julgamento caberá às autoridades de que trata o
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário inciso I do art. 141.
Oficial da União e em jornal de grande circulação na § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do
localidade do último domicílio conhecido, para servidor, a autoridade instauradora do processo
apresentar defesa. determinará o seu arquivamento, salvo se

150
VADE MECUM – Agente da PCDF

flagrantemente contrária à prova dos autos. (acrescido para a realização de missão essencial ao
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). esclarecimento dos fatos.
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da SEÇÃO III - Da Revisão do Processo
comissão, salvo quando contrário às provas dos Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
autos. qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis
contrariar as provas dos autos, a autoridade de justificar a inocência do punido ou a inadequação
julgadora poderá, motivadamente, agravar a da penalidade aplicada.
penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o § 1º Em caso de falecimento, ausência ou
servidor de responsabilidade. desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a família poderá requerer a revisão do processo.
autoridade que determinou a instauração do § 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a
processo ou outra de hierarquia superior declarará a revisão será requerida pelo respectivo curador.
sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova
ato, a constituição de outra comissão para cabe ao requerente.
instauração de novo processo. (redação dada pela Lei nº Art. 176. A simples alegação de injustiça da
9.527, de 10/12/1997)
penalidade não constitui fundamento para a revisão,
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica
que requer elementos novos, ainda não apreciados
nulidade do processo.
no processo originário.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será
prescrição de que trata o art. 142, § 2º, será
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade
responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título
equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará
IV.
o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a
originou o processo disciplinar.
autoridade julgadora determinará o registro do fato
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade
nos assentamentos individuais do servidor.
competente providenciará a constituição de
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como
comissão, na forma do art. 149.
crime, o processo disciplinar será remetido ao
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo
Ministério Público para instauração da ação penal,
originário.
ficando trasladado na repartição.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente
Art. 172. O servidor que responder a processo
pedirá dia e hora para a produção de provas e
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
inquirição das testemunhas que arrolar.
aposentado voluntariamente, após a conclusão do
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias
processo e o cumprimento da penalidade, acaso
para a conclusão dos trabalhos.
aplicada.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata
revisora, no que couber, as normas e procedimentos
o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será
próprios da comissão do processo disciplinar.
convertido em demissão, se for o caso.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
I - ao servidor convocado para prestar depoimento
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
fora da sede de sua repartição, na condição de
(vinte) dias, contados do recebimento do processo,
testemunha, denunciado ou indiciado;
no curso do qual a autoridade julgadora poderá
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
determinar diligências.
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
declarada sem efeito a penalidade aplicada,

151
VADE MECUM – Agente da PCDF

restabelecendo-se todos os direitos do servidor, não recolhidas na data de vencimento. (acrescido pela
exceto em relação à destituição do cargo em Lei nº 10.667, de 14/5/2003)

comissão, que será convertida em exoneração. Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e
resultar agravamento de penalidade. sua família, e compreende um conjunto de benefícios
e ações que atendam às seguintes finalidades:
TÍTULO VI - DA SEGURIDADE SOCIAL DO
I - garantir meios de subsistência nos eventos de
SERVIDOR
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço,
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS inatividade, falecimento e reclusão;
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade II - proteção à maternidade, à adoção e à
Social para o servidor e sua família. paternidade;
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que III - assistência à saúde.
não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
emprego efetivo na administração pública direta, termos e condições definidos em regulamento,
autárquica e fundacional, não terá direito aos observadas as disposições desta Lei.
benefícios do Plano de Seguridade Social, com Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade
exceção da assistência à saúde. (acrescido pela Lei nº Social do servidor compreendem:
8.647, de 13/4/1993 e transformado em § 1º pela Lei nº 10.667, de
I - quanto ao servidor:
14/5/2003)
a) aposentadoria;
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo
b) auxílio-natalidade;
efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para
c) salário-família;
servir em organismo oficial internacional do qual o
d) licença para tratamento de saúde;
Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere,
e) licença à gestante, à adotante e licença-
ainda que contribua para regime de previdência
paternidade;
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o
f) licença por acidente em serviço;
regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
g) assistência à saúde;
Público enquanto durar o afastamento ou a licença,
h) garantia de condições individuais e ambientais de
não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
trabalho satisfatórias;
mencionado regime de previdência. (acrescido pela Lei nº
10.667, de 14/5/2003)
II - quanto ao dependente:
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou a) pensão vitalícia e temporária;
afastado sem remuneração a manutenção da b) auxílio-funeral;
vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social c) auxílio-reclusão;
do Servidor Público, mediante o recolhimento d) assistência à saúde.
mensal da respectiva contribuição, no mesmo § 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e
percentual devido pelos servidores em atividade, mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se
incidente sobre a remuneração total do cargo a que encontram vinculados os servidores, observado o
faz jus no exercício de suas atribuições, computando- disposto nos arts. 189 e 224.
se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. § 2º O recebimento indevido de benefícios havidos
(acrescido pela Lei nº 10.667, de 14/5/2003) por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal
efetuado até o segundo dia útil após a data do cabível.
pagamento das remunerações dos servidores
CAPÍTULO II - DOS BENEFÍCIOS
públicos, aplicando-se os procedimentos de
SEÇÃO I - Da Aposentadoria
cobrança e execução dos tributos federais quando
Art. 186. O servidor será aposentado:

152
VADE MECUM – Agente da PCDF

I - por invalidez permanente, sendo os proventos atingir a idade-limite de permanência no serviço


integrais quando decorrente de acidente em serviço, ativo.
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez
incurável, especificada em lei, e proporcionais nos vigorará a partir da data da publicação do respectivo
demais casos; ato.
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, § 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de
com proventos proporcionais ao tempo de serviço; licença para tratamento de saúde, por período não
III - voluntariamente: excedente a 24 (vinte e quatro) meses.
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, § 2º Expirado o período de licença e não estando em
e aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; condições de reassumir o cargo ou de ser
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções readaptado, o servidor será aposentado.
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se § 3º O lapso de tempo compreendido entre o término
professora, com proventos integrais; da licença e a publicação do ato da aposentadoria
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 será considerado como de prorrogação da licença.
(vinte e cinco) se mulher, com proventos § 4º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo,
proporcionais a esse tempo; serão consideradas apenas as licenças motivadas
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, pela enfermidade ensejadora da invalidez ou
e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos doenças correlacionadas. (acrescido pela Medida Provisória
proporcionais ao tempo de serviço. nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou § 5º A critério da Administração, o servidor em


incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, licença para tratamento de saúde ou aposentado por
tuberculose ativa, alienação mental, esclerose invalidez poderá ser convocado a qualquer
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao momento, para avaliação das condições que
ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
incapacitante, espondiloartrose anquilosante,
Art. 189. O provento da aposentadoria será
nefropatia grave, estados avançados do mal de
calculado com observância do disposto no § 3º do art.
Paget (osteíte deformante), Síndrome de
41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que
Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei
se modificar a remuneração dos servidores em
indicar, com base na medicina especializada.
atividade.
§ 2º Nos casos de exercício de atividades
Parágrafo único. São estendidos aos inativos
consideradas insalubres ou perigosas, bem como nas
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que
concedidas aos servidores em atividade, inclusive
trata o inciso III, a e c, observará o disposto em lei
quando decorrentes de transformação ou
específica.
reclassificação do cargo ou função em que se deu a
§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido
aposentadoria.
à junta médica oficial, que atestará a invalidez
Art. 190. O servidor aposentado com provento
quando caracterizada a incapacidade para o
proporcional ao tempo de serviço se acometido de
desempenho das atribuições do cargo ou a
qualquer das moléstias especificadas no § 1º do art.
impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24.
186 desta Lei e, por esse motivo, for considerado
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
inválido por junta médica oficial passará a perceber
Art. 187. A aposentadoria compulsória será
provento integral, calculado com base no
automática, e declarada por ato, com vigência a
fundamento legal de concessão da aposentadoria.
partir do dia imediato àquele em que o servidor
(redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

153
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores
o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da públicos e viverem em comum, o salário-família será
remuneração da atividade. pago a um deles; quando separados, será pago a um
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). e outro, de acordo com a distribuição dos
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). dependentes.
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o
gratificação natalina, até o dia vinte do mês de padrasto, a madrasta e, na falta destes, os
dezembro, em valor equivalente ao respectivo representantes legais dos incapazes.
provento, deduzido o adiantamento recebido. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente tributo, nem servirá de base para qualquer
participado de operações bélicas, durante a Segunda contribuição, inclusive para a Previdência Social.
Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem
setembro de 1967, será concedida aposentadoria remuneração, não acarreta a suspensão do
com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de pagamento do salário-família.
serviço efetivo. SEÇÃO IV - Da Licença para Tratamento de Saúde
SEÇÃO II - Do Auxílio-Natalidade Art. 202. Será concedida ao servidor licença para
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
por motivo de nascimento de filho, em quantia em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a
equivalente ao menor vencimento do serviço que fizer jus.
público, inclusive no caso de natimorto. Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será será concedida com base em perícia oficial. (redação
acrescido de 50% (cinqüenta por cento), por dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

nascituro. § 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será


§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro realizada na residência do servidor ou no
servidor público, quando a parturiente não for estabelecimento hospitalar onde se encontrar
servidora. internado.
SEÇÃO III - Do Salário-Família § 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo onde se encontra ou tenha exercício em caráter
ou ao inativo, por dependente econômico. permanente o servidor, e não se configurando as
Parágrafo único. Consideram-se dependentes hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será
econômicos para efeito de percepção do salário- aceito atestado passado por médico particular.
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
família:
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado somente
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
produzirá efeitos depois de recepcionado pela
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.
estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se
(redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
inválido, de qualquer idade;
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante
vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do
autorização judicial, viver na companhia e às
primeiro dia de afastamento será concedida
expensas do servidor, ou do inativo;
mediante avaliação por junta médica oficial. (acrescido
III - a mãe e o pai sem economia própria. pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 e com nova redação dada pela Lei
Art. 198. Não se configura a dependência econômica nº 11.907, de 2/2/2009)
quando o beneficiário do salário-família perceber § 5º A perícia oficial para concessão da licença de que
rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, trata o caput deste artigo, bem como nos demais
inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será
valor igual ou superior ao salário-mínimo. efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em

154
VADE MECUM – Agente da PCDF

que abranger o campo de atuação da odontologia. § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá
(acrescido pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) início a partir do parto.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias
a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser do evento, a servidora será submetida a exame
dispensada de perícia oficial, na forma definida em médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo remunerado.
quando se tratar de lesões produzidas por acidente Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o
em serviço, doença profissional ou qualquer das servidor terá direito à licença-paternidade de 5
doenças especificadas no art. 186, § 1º. (cinco) dias consecutivos.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção de seis meses, a servidora lactante terá direito,
médica. durante a jornada de trabalho, a uma hora de
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos
médicos periódicos, nos termos e condições de meia hora.
definidos em regulamento. (acrescido pela Medida Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda
Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de
judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
2/2/2009)
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda
União e suas entidades autárquicas e fundacionais
judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade,
poderão:
o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta)
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente
dias.
pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado
SEÇÃO VI - Da Licença por Acidente em Serviço
o servidor;
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral,
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação
o servidor acidentado em serviço.
ou parceria com os órgãos e entidades da
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico
administração direta, suas autarquias e fundações;
ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione,
III - celebrar convênios com operadoras de plano de
mediata ou imediatamente, com as atribuições do
assistência à saúde, organizadas na modalidade de
cargo exercido.
autogestão, que possuam autorização de
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço
funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
o dano:
230; ou
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante
pelo servidor no exercício do cargo;
contrato administrativo, observado o disposto na Lei
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas
e vice-versa.
pertinentes. (acrescido pela Medida Provisória nº 632, de
24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014,
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que
SEÇÃO V - Da Licença à Gestante, à Adotante e da necessite de tratamento especializado poderá ser
Licença-Paternidade tratado em instituição privada, à conta de recursos
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante públicos.
por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem Parágrafo único. O tratamento recomendado por
prejuízo da remuneração. junta médica oficial constitui medida de exceção e
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do somente será admissível quando inexistirem meios e
nono mês de gestação, salvo antecipação por recursos adequados em instituição pública.
prescrição médica.

155
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de referidos nos incisos V e VI. (redação dada pela Medida
10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
exigirem.
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
SEÇÃO VII - Da Pensão de 17/6/2015)
Art. 215. Por morte do servidor, os seus § 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que
dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à trata o inciso V do caput exclui o beneficiário referido
pensão por morte, observados os limites no inciso VI. ((redação dada pela Medida Provisória nº 664/14),
estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da § 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a
Constituição Federal e no art. 2º da Lei nº 10.887, de filho mediante declaração do servidor e desde que
18 de junho de 2004. (redação dada pela Medida Provisória nº comprovada dependência econômica, na forma
871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº
estabelecida em regulamento. (acrescido pela Medida
13.846, de 18/6/2019)
Provisória nº 664/14),
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 30/12/14)
§ 4º (VETADO na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
Art. 217. São beneficiários das pensões:
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à
I - o cônjuge; (redação dada pela Medida Provisória nº 664/14),
pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente
entre os beneficiários habilitados. (redação dada pela
ou de fato, com percepção de pensão alimentícia
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
estabelecida judicialmente; (redação dada pela Medida Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro
Provisória nº 664/14), mês subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº
III - o companheiro ou companheira que comprove 13.135, de 17/6/2015)
união estável como entidade familiar; (acrescido pela Art. 219. A pensão por morte será devida ao
Medida Provisória nº 664/14), conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos aposentado ou não, a contar da data: (redação dada pela
seguintes requisitos: (acrescido pela Medida Provisória nº Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
664/14), 13.846, de 18/6/2019)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (acrescida pela Lei I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e
nº 13.135, de 17/6/2015) oitenta dias) após o óbito, para os filhos menores de
b) seja inválido; (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após
c) tenha deficiência grave; ou (acrescida pela Lei nº 13.135, o óbito, para os demais dependentes; (acrescido pela
de 17/6/2015, publicada no DOU de 18/6/2015, em vigor dois anos Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
após a publicação) 13.846, de 18/6/2019)
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (acrescida II - do requerimento, quando requerida após o prazo
pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015, e com redação dada pela Lei nº previsto no inciso I do caput deste artigo; ou (acrescido
13.846, de 18/6/2019)
pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
V - a mãe e o pai que comprovem dependência 13.846, de 18/6/2019)
econômica do servidor; e (acrescido pela Medida Provisória III - da decisão judicial, na hipótese de morte
nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de presumida. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de
30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à
18/1/2019, convertida na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
§ 1º A concessão da pensão por morte não será
VI - o irmão de qualquer condição que comprove
protelada pela falta de habilitação de outro possível
dependência econômica do servidor e atenda a um
dependente e a habilitação posterior que importe em
dos requisitos previstos no inciso IV; (acrescido pela
exclusão ou inclusão de dependente só produzirá
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro efeito a partir da data da publicação da portaria de
mês subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela concessão da pensão ao dependente habilitado.
Lei nº 13.135, de 17/6/2015) (Parágrafo único transformado em § 1º, com redação dada pela
§ 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários 13.846, de 18/6/2019)

156
VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da Art. 221. Será concedida pensão provisória por
condição de dependente, este poderá requerer a sua morte presumida do servidor, nos seguintes casos:
habilitação provisória ao benefício de pensão por I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores competente;
com outros dependentes, vedado o pagamento da II - desaparecimento em desabamento, inundação,
respectiva cota até o trânsito em julgado da incêndio ou acidente não caracterizado como em
respectiva ação, ressalvada a existência de decisão serviço;
judicial em contrário. (Parágrafo acrescido pela Medida III - desaparecimento no desempenho das
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada atribuições do cargo ou em missão de segurança.
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
Parágrafo único. A pensão provisória será
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público
transformada em vitalícia ou temporária, conforme o
responsável pela concessão da pensão por morte,
caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência,
este poderá proceder de ofício à habilitação
ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
excepcional da referida pensão, apenas para efeitos
hipótese em que o benefício será automaticamente
de rateio, descontando-se os valores referentes a
cancelado.
esta habilitação das demais cotas, vedado o
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de
pagamento da respectiva cota até o trânsito em
beneficiário:
julgado da respectiva ação, ressalvada a existência
I - o seu falecimento;
de decisão judicial em contrário. (acrescido pela Medida
II - a anulação do casamento, quando a decisão
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou III - a cessação da invalidez, em se tratando de
§ 3º deste artigo, o valor retido será corrigido pelos beneficiário inválido, ou o afastamento da
índices legais de reajustamento e será pago de forma deficiência, em se tratando de beneficiário com
proporcional aos demais dependentes, de acordo deficiência, respeitados os períodos mínimos
com as suas cotas e o tempo de duração de seus decorrentes da aplicação das alíneas a e b do inciso
benefícios. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de VII do caput deste artigo; (redação dada pela Lei nº 13.846,
18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de de 18/6/2019)
18/6/2019) IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos,
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão pelo filho ou irmão; (redação dada pela Lei nº 13.135, de
concessor da pensão por morte a cobrança dos 17/6/2015)

valores indevidamente pagos em função de nova V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
habilitação. (acrescido pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019) VI - a renúncia expressa; e (redação dada pela Medida
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (redação
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
dada pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário de 17/6/2015)
condenado pela prática de crime de que tenha VII - em relação aos beneficiários de que tratam os
dolosamente resultado a morte do servidor; (acrescido incisos I a III do caput do art. 217: (acrescido pela Medida
pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela Lei
nº 13.135, de 17/6/2015)
no casamento ou na união estável, ou a formalização
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer
desses com o fim exclusivo de constituir benefício
sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito)
previdenciário, apuradas em processo judicial no qual
contribuições mensais ou se o casamento ou a união
será assegurado o direito ao contraditório e à ampla
estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois)
defesa. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)

157
VADE MECUM – Agente da PCDF

anos antes do óbito do servidor; (acrescida pela Lei nº ao referido incremento. (acrescido pela Lei nº 13.135, de
13.135, de 17/6/2015) 17/6/2015)
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos § 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de
de acordo com a idade do pensionista na data de Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de
óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) Previdência Social (RGPS) será considerado na
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
após o início do casamento ou da união estável: referidas nas alíneas "a" e "b" do inciso VII do caput.
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)

de idade; § 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data


2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) de seu falecimento, obrigado por determinação
anos de idade; judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge,
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por
nove) anos de idade; morte será devida pelo prazo remanescente na data
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) do óbito, caso não incida outra hipótese de
anos de idade; cancelamento anterior do benefício. (acrescido pela
Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43
13.846, de 18/6/2019)
(quarenta e três) anos de idade;
§ 6º O beneficiário que não atender à convocação de
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
que trata o § 1º deste artigo terá o benefício
de idade. (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
suspenso, observado o disposto nos incisos I e II do
§ 1º A critério da administração, o beneficiário de
caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
pensão cuja preservação seja motivada por invalidez,
2015. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019,
por incapacidade ou por deficiência poderá ser convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
convocado a qualquer momento para avaliação das § 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive
referidas condições. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, na condição de microempreendedor individual, não
de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009,
impede a concessão ou manutenção da cota da
transformado em § 1º e com redação dada pela Lei nº 13.135, de
17/6/2015) pensão de dependente com deficiência intelectual ou
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra mental ou com deficiência grave. (acrescido pela Lei nº
13.846, de 18/6/2019)
contida no inciso III ou os prazos previstos na alínea
§ 8º No ato de requerimento de benefícios
"b" do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do
previdenciários, não será exigida apresentação de
servidor decorrer de acidente de qualquer natureza
termo de curatela de titular ou de beneficiário com
ou de doença profissional ou do trabalho,
deficiência, observados os procedimentos a serem
independentemente do recolhimento de 18 (dezoito)
estabelecidos em regulamento. (acrescido pela Lei nº
contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois)
13.846, de 18/6/2019)
anos de casamento ou de união estável. (acrescido pela
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de
Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
beneficiário, a respectiva cota reverterá para os
§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
cobeneficiários. (redação dada pela Medida Provisória nº 664,
desde que nesse período se verifique o incremento
de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de 30/12/2014,
mínimo de um ano inteiro na média nacional única, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à data de sua
para ambos os sexos, correspondente à expectativa publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
de sobrevida da população brasileira ao nascer, Art. 224. As pensões serão automaticamente
poderão ser fixadas, em números inteiros, novas atualizadas na mesma data e na mesma proporção
idades para os fins previstos na alínea "b" do inciso VII dos reajustes dos vencimentos dos servidores,
do caput, em ato do Ministro de Estado do aplicando-se o disposto no parágrafo único do art.
Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o 189.
acréscimo na comparação com as idades anteriores

158
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a pensão por morte, aos dependentes do segurado
percepção cumulativa de pensão deixada por mais de recolhido à prisão. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
um cônjuge ou companheiro ou companheira e de
CAPÍTULO III - DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
mais de 2 (duas) pensões. (redação dada pela Medida
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês inativo, e de sua família compreende assistência
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, médica, hospitalar, odontológica, psicológica e
de 17/6/2015) farmacêutica, terá como diretriz básica o
SEÇÃO VIII - Do Auxílio-Funeral implemento de ações preventivas voltadas para a
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do promoção da saúde e será prestada pelo Sistema
servidor falecido na atividade ou aposentado, em Único de Saúde - SUS, diretamente pelo órgão ou
valor equivalente a um mês da remuneração ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou
provento. mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor
será pago somente em razão do cargo de maior despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus
remuneração. dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
§ 2º (VETADO). privados de assistência à saúde, na forma
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e estabelecida em regulamento. (redação dada pela Lei nº
oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, 11.302, de 10/5/2006)
à pessoa da família que houver custeado o funeral. § 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na
será indenizado, observado o disposto no artigo ausência de médico ou junta médica oficial, para a
anterior. sua realização o órgão ou entidade celebrará,
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em preferencialmente, convênio com unidades de
serviço fora do local de trabalho, inclusive no atendimento do sistema público de saúde, entidades
exterior, as despesas de transporte do corpo correrão sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública,
à conta de recursos da União, autarquia ou fundação ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.
pública. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
SEÇÃO IX - Do Auxílio-Reclusão § 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão
auxílio-reclusão, nos seguintes valores: ou entidade promoverá a contratação da prestação
I - dois terços da remuneração, quando afastado por de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta
motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, médica especificamente para esses fins, indicando os
determinada pela autoridade competente, enquanto nomes e especialidades dos seus integrantes, com a
perdurar a prisão; comprovação de suas habilitações e de que não
II - metade da remuneração, durante o afastamento, estejam respondendo a processo disciplinar junto à
em virtude de condenação, por sentença definitiva, a entidade fiscalizadora da profissão. (acrescido pela Lei nº
pena que não determine a perda de cargo. 9.527, de 10/12/1997)

§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o § 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo,
servidor terá direito à integralização da ficam a União e suas entidades autárquicas e
remuneração, desde que absolvido. fundacionais autorizadas a: (acrescido pela Lei nº 11.302, de
10/5/2006)
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir
I - celebrar convênios exclusivamente para a
do dia imediato àquele em que o servidor for posto
prestação de serviços de assistência à saúde para os
em liberdade, ainda que condicional.
seus servidores ou empregados ativos, aposentados,
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-
pensionistas, bem como para seus respectivos
reclusão será devido, nas mesmas condições da

159
VADE MECUM – Agente da PCDF

grupos familiares definidos, com entidades de Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão
autogestão por elas patrocinadas por meio de contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e começo e incluindo-se o do vencimento, ficando
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo
possuam autorização de funcionamento do órgão vencido em dia em que não haja expediente.
regulador, sendo certo que os convênios celebrados Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de
depois dessa data somente poderão sê-lo na forma convicção filosófica ou política, o servidor não poderá
da regulamentação específica sobre patrocínio de ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se
regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da do cumprimento de seus deveres.
vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos
aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006; termos da Constituição Federal, o direito à livre
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006) associação sindical e os seguintes direitos, entre
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei nº outros, dela decorrentes:
8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
e seguros privados de assistência à saúde que substituto processual;
possuam autorização de funcionamento do órgão b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um
regulador; (acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006) ano após o final do mandato, exceto se a pedido;
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.302, de 10/5/2006) c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade
§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e
despendido pelo servidor ou pensionista civil com contribuições definidas em assembleia geral da
plano ou seguro privado de assistência à saúde. categoria.
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006)
d) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
TÍTULO VII e) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
CAPÍTULO ÚNICO - DA CONTRATAÇÃO Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além
TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às
PÚBLICO suas expensas e constem do seu assentamento
Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993). individual.
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993). Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a
Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993). companheira ou companheiro, que comprove união
Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993). estável como entidade familiar.
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
TÍTULO VIII
município onde a repartição estiver instalada e onde
CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS o servidor tiver exercício, em caráter permanente.
Art. 236. O Dia do Servidor Público será
TÍTULO IX
comemorado a vinte e oito de outubro.
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES
TRANSITÓRIAS E FINAIS
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os
seguintes incentivos funcionais, além daqueles já Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico
previstos nos respectivos planos de carreira: instituído por esta Lei, na qualidade de servidores
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-
trabalhos que favoreçam o aumento de Territórios, das autarquias, inclusive as em regime
produtividade e a redução dos custos operacionais; especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos
mérito, condecoração e elogio. Funcionários Públicos Civis da União, ou pela

160
VADE MECUM – Agente da PCDF

Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Executivo quando considerados desnecessários.
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).

os contratados por prazo determinado, cujos Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já
contratos não poderão ser prorrogados após o concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei,
vencimento do prazo de prorrogação. ficam transformados em anuênio.
§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116
incluídos no regime instituído por esta Lei ficam da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal,
transformados em cargos, na data de sua publicação. fica transformada em licença-prêmio por
§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
não integrantes de tabela permanente do órgão ou Art. 246. (VETADO).
entidade onde têm exercício ficam transformadas Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta
em cargos em comissão, e mantidas enquanto não Lei, haverá ajuste de contas com a Previdência
for implantado o plano de cargos dos órgãos ou Social, correspondente ao período de contribuição
entidades na forma da lei. por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, art. 243. (redação dada pela Lei nº 8.162, de 8/1/1991).
exercidas por servidor integrante de quadro ou Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a
tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão
desta Lei. ou entidade de origem do servidor.
§ 4º (VETADO). Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art.
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos 231, os servidores abrangidos por esta Lei
serventuários da Justiça, remunerados com recursos contribuirão na forma e nos percentuais atualmente
da União, no que couber. estabelecidos para o servidor civil da União conforme
§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com regulamento próprio.
estabilidade no serviço público, enquanto não Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a
adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições
integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou necessárias para a aposentadoria nos termos do
entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos
planos de carreira aos quais se encontrem vinculados Funcionários Públicos Civis da União, Lei nº 1.711, de
os empregos. 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a
§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste vantagem prevista naquele dispositivo. (vetado pelo
Presidente da República e mantido pelo Congresso Nacional, em
artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das
19/04/1991).
Disposições Constitucionais Transitórias, poderão,
Art. 251. (pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
no interesse da Administração e conforme critérios
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua
estabelecidos em regulamento, ser exonerados
publicação, com efeitos financeiros a partir do
mediante indenização de um mês de remuneração
primeiro dia do mês subsequente.
por ano de efetivo exercício no serviço público
federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na
fonte e na declaração de rendimentos, serão
considerados como indenizações isentas os
pagamentos efetuados a título de indenização
prevista no parágrafo anterior. (acrescido pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997)
§ 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
disposto no § 7º poderão ser extintos pelo Poder

161
VADE MECUM – Agente da PCDF

LEI Nº 8.666/1993 – art. 1 ao 53 cooperativas, e estabeleçam preferências ou


distinções em razão da naturalidade, da sede ou
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
SEÇÃO I - Dos Princípios circunstância impertinente ou irrelevante para o
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre específico objeto do contrato, ressalvado o disposto
licitações e contratos administrativos pertinentes a nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei nº 8.248,
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, de 23 de outubro de 1991; (Inciso com redação dada pela
alienações e locações no âmbito dos Poderes da Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza
Municípios. comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, qualquer outra, entre empresas brasileiras e
além dos órgãos da Administração direta, os fundos estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as modalidade e local de pagamentos, mesmo quando
empresas públicas, as sociedades de economia mista envolvidos financiamentos de agências
e demais entidades controladas direta ou internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e seguinte e no art. 3° da Lei n° 8.248, de 23 de outubro
Municípios. de 1991.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, § 2º Em igualdade de condições, como critério de
compras, alienações, concessões, permissões e desempate, será assegurada preferência,
locações da Administração Pública, quando sucessivamente, aos bens e serviços:
contratadas com terceiros, serão necessariamente I – (Revogado pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses II - produzidos no País;
previstas nesta Lei. III - produzidos ou prestados por empresas
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se brasileiras;
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou IV - produzidos ou prestados por empresas que
entidades da Administração Pública e particulares, invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
em que haja um acordo de vontade para a formação tecnologia no País; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, 21/11/2005)
seja qual for a denominação utilizada. V - produzidos ou prestados por empresas que
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância comprovem cumprimento de reserva de cargos
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
proposta mais vantajosa para a administração e a reabilitado da Previdência Social e que atendam às
promoção do desenvolvimento nacional sustentável regras de acessibilidade previstas na legislação. (Inciso
e será processada e julgada em estrita conformidade acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
com os princípios básicos da legalidade, da
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
publicidade, da probidade administrativa, da
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
vinculação ao instrumento convocatório, do
respectiva abertura.
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.349, de § 4º (VETADO na Lei nº 8.883, de 8/6/1994)
15/12/2010) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser
§ 1º É vedado aos agentes públicos: estabelecida margem de preferência para: (Parágrafo
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de acrescido pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010,
convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010 e com redação dada
convocação, cláusulas ou condições que
pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter em vigor 180 dias após sua publicação)
competitivo, inclusive nos casos de sociedades

162
VADE MECUM – Agente da PCDF

I - produtos manufaturados e para serviços nacionais serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido pela Medida
que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Inciso Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de
acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 15/12/2010)
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) § 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste
II - bens e serviços produzidos ou prestados por artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja
empresas que comprovem cumprimento de reserva capacidade de produção ou prestação no País seja
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência inferior: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.349, de
ou para reabilitado da Previdência Social e que 15/12/2010)

atendam às regras de acessibilidade previstas na I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou


(Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
legislação. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015,
publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do
publicação) art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Inciso acrescido pela
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será Lei nº 12.349, de 15/12/2010)

estabelecida com base em estudos revistos § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos
anos, que levem em consideração: (Parágrafo com bens e serviços originários dos Estados Partes do
redação dada pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010) Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Parágrafo acrescido
I - geração de emprego e renda; (Inciso acrescido pela Lei pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
nº 12.349, de 15/12/2010) 12.349, de 15/12/2010)

II - efeito na arrecadação de tributos federais, § 11. Os editais de licitação para a contratação de


estaduais e municipais; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, bens, serviços e obras poderão, mediante prévia
de 15/12/2010) justificativa da autoridade competente, exigir que o
III - desenvolvimento e inovação tecnológica contratado promova, em favor de órgão ou entidade
realizados no País; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de integrante da administração pública ou daqueles por
15/12/2010) ela indicados a partir de processo isonômico,
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Inciso medidas de compensação comercial, industrial,
acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
tecnológica ou acesso a condições vantajosas de
V - em suas revisões, análise retrospectiva de
financiamento, cumulativamente ou não, na forma
resultados (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Parágrafo
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços acrescido pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010,
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
tecnológica realizados no País, poderá ser § 12. Nas contratações destinadas à implantação,
estabelecido margem de preferência adicional manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
àquela prevista no § 5º: (Parágrafo com redação dada pela tecnologia de informação e comunicação,
Lei nº 12.349, de 15/12/2010) considerados estratégicos em ato do Poder
I - geração de emprego e renda; Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a
II - efeito na arrecadação de tributos federais, bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País
estaduais e municipais; e e produzidos de acordo com o processo produtivo
III - desenvolvimento e inovação tecnológica básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro
realizados no País. (Inciso acrescido pela Medida Provisória de 2001. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 495,
nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010) de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se financeiro, a relação de empresas favorecidas em
referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste
Executivo federal, não podendo a soma delas artigo, com indicação do volume de recursos
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por destinados a cada uma delas. (Parágrafo acrescido pela Lei
cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e nº 12.349, de 15/12/2010)

163
VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas § 3º Observado o disposto no caput, os pagamentos
demais normas de licitação e contratos devem decorrentes de despesas cujos valores não
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24,
microempresas e empresas de pequeno porte na sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único,
forma da lei. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias
147, de 7/8/2014) úteis, contados da apresentação da fatura. (Parágrafo
§ 15. As preferências dispostas neste artigo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
prevalecem sobre as demais preferências previstas Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem
na legislação quando estas forem aplicadas sobre privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
produtos ou serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido microempresas e empresas de pequeno porte na
pela Lei Complementar nº 147, de 7/8/2014) forma da lei. (Artigo acrescido pela Lei Complementar nº 147,
§ 16. (VETADO na Lei nº 13.097, de 19/1/2015) de 7/8/2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação SEÇÃO II - Das Definições
promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
o art. 1° têm direito público subjetivo à fiel I - Obra - toda construção, reforma, fabricação,
observância do pertinente procedimento recuperação ou ampliação, realizada por execução
estabelecido nesta Lei, podendo qualquer cidadão direta ou indireta;
acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não II - Serviço - toda atividade destinada a obter
interfira de modo a perturbar ou impedir a realização determinada utilidade de interesse para a
dos trabalhos. Administração, tais como: demolição, conserto,
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto instalação, montagem, operação, conservação,
nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja reparação, adaptação, manutenção, transporte,
ele praticado em qualquer esfera da Administração locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos
Pública. técnico-profissionais;
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados III - Compra - toda aquisição remunerada de bens
nas licitações terão como expressão monetária a para fornecimento de uma só vez ou
moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no parceladamente;
art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da IV - Alienação - toda transferência de domínio de
Administração, no pagamento das obrigações bens a terceiros;
relativas ao fornecimento de bens, locações, V - Obras, serviços e compras de grande vulto -
realização de obras e prestação de serviços, aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte
obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea c do
a estrita ordem cronológica das datas de suas inciso I do art. 23 desta Lei;
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel
razões de interesse público e mediante prévia cumprimento das obrigações assumidas por
justificativa da autoridade competente, empresas em licitações e contratos;
devidamente publicada. VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e
§ 1º Os créditos a que se referem este artigo terão entidades da Administração, pelos próprios meios;
seus valores corrigidos por critérios previstos no ato VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade
convocatório e que lhes preservem o valor. contrata com terceiros, sob qualquer dos seguintes
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior, cujo regimes:
pagamento será feito junto com o principal, correrá à a) empreitada por preço global - quando se contrata
conta das mesmas dotações orçamentárias que a execução da obra ou do serviço por preço certo e
atenderam aos créditos a que se referem. total;

164
VADE MECUM – Agente da PCDF

b) empreitada por preço unitário - quando se sem frustrar o caráter competitivo para a sua
contrata a execução da obra ou do serviço por preço execução;
certo de unidades determinadas; e) subsídios para montagem do plano de licitação e
c) (VETADO) gestão da obra, compreendendo a sua programação,
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para a estratégia de suprimentos, as normas de
pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fiscalização e outros dados necessários em cada
fornecimento de materiais; caso;
e) empreitada integral - quando se contrata um f) orçamento detalhado do custo global da obra,
empreendimento em sua integralidade, fundamentado em quantitativos de serviços e
compreendendo todas as etapas das obras, serviços fornecimentos propriamente avaliados;
e instalações necessárias, sob inteira X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao necessários e suficientes à execução completa da
contratante em condições de entrada em operação, obra, de acordo com as normas pertinentes da
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
utilização em condições de segurança estrutural e XI - Administração Pública - a Administração direta e
operacional e com as características adequadas às indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
finalidades para que foi contratada; dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos com personalidade jurídica de direito privado sob
necessários e suficientes, com nível de precisão controle do poder público e das fundações por ele
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou instituídas ou mantidas;
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
elaborado com base nas indicações dos estudos administrativa pela qual a Administração Pública
técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade opera e atua concretamente;
técnica e o adequado tratamento do impacto XIII - Imprensa oficial - veículo oficial de divulgação
ambiental do empreendimento, e que possibilite a da Administração Pública, sendo para a União o
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito
e do prazo de execução, devendo conter os seguintes Federal e os Municípios, o que for definido nas
elementos: respectivas leis;
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária
fornecer visão global da obra e identificar todos os do instrumento contratual;
seus elementos constitutivos com clareza; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária
b) soluções técnicas globais e localizadas, de contrato com a Administração Pública;
suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial,
necessidade de reformulação ou de variantes criada pela Administração com a função de receber,
durante as fases de elaboração do projeto executivo examinar e julgar todos os documentos e
e de realização das obras e montagem; procedimentos relativos às licitações e ao
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de cadastramento de licitantes.
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
como suas especificações que assegurem os manufaturados, produzidos no território nacional de
melhores resultados para o empreendimento, sem acordo com o processo produtivo básico ou com as
frustrar o caráter competitivo para a sua execução; regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo
d) informações que possibilitem o estudo e a federal; (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 495, de
dedução de métodos construtivos, instalações 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)

provisórias e condições organizacionais para a obra, XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País,
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo

165
VADE MECUM – Agente da PCDF

federal; (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 495, de IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010) metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata
XIX - sistemas de tecnologia de informação e o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
comunicação estratégicos - bens e serviços de § 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
tecnologia da informação e comunicação cuja de recursos financeiros para sua execução, qualquer
descontinuidade provoque dano significativo à que seja a sua origem, exceto nos casos de
administração pública e que envolvam pelo menos empreendimentos executados e explorados sob o
um dos seguintes requisitos relacionados às regime de concessão, nos termos da legislação
informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, específica.
segurança e confidencialidade. (Inciso acrescido pela § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da
Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
licitação, de fornecimento de materiais e serviços
12.349, de 15/12/2010)
sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento -
não correspondam às previsões reais do projeto
bens, insumos, serviços e obras necessários para
básico ou executivo.
atividade de pesquisa científica e tecnológica,
§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto
desenvolvimento de tecnologia ou inovação
inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa
características e especificações exclusivas, salvo nos
aprovado pela instituição contratante. (Inciso acrescido
pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016)
casos em que for tecnicamente justificável ou ainda
SEÇÃO III - Das Obras e Serviços quando o fornecimento de tais materiais e serviços
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para for feito sob o regime de Administração contratada,
a prestação de serviços obedecerão ao disposto previsto e discriminado no ato convocatório.
neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: § 6º A infringência do disposto neste artigo implica a
I - projeto básico; nulidade dos atos ou contratos realizados e a
II - projeto executivo; responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
III - execução das obras e serviços. § 7º Não será ainda computado como valor da obra
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente ou serviço, para fins de julgamento das propostas de
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade preços, a atualização monetária das obrigações de
competente, dos trabalhos relativos às etapas pagamento, desde a data final de cada período de
anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual aferição até a do respectivo pagamento, que será
poderá ser desenvolvido concomitantemente com a calculada pelos mesmos critérios estabelecidos
execução das obras e serviços, desde que também obrigatoriamente no ato convocatório.
autorizado pela Administração. § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser Administração Pública os quantitativos das obras e
licitados quando: preços unitários de determinada obra executada.
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no
competente e disponível para exame dos que couber, aos casos de dispensa e de
interessados em participar do processo licitatório; inexigibilidade de licitação.
II - existir orçamento detalhado em planilhas que Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve
expressem a composição de todos os seus custos programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos
unitários; seus custos atual e final e considerados os prazos de
III - houver previsão de recursos orçamentários que sua execução.
assegurem o pagamento das obrigações decorrentes Parágrafo único. É proibido o retardamento
de obras ou serviços a serem executados no exercício imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas
financeiro em curso, de acordo com o respectivo parcelas, se existente previsão orçamentária para sua
cronograma; execução total, salvo insuficiência financeira ou

166
VADE MECUM – Agente da PCDF

comprovado motivo de ordem técnica, justificados d) tarefa;


em despacho circunstanciado da autoridade a que se e) empreitada integral.
refere o art. 26 desta Lei. Parágrafo único. (VETADO)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos
indiretamente, da licitação ou da execução de obra fins terão projetos padronizados por tipos,
ou serviço e do fornecimento de bens a eles categorias ou classes, exceto quando o projeto-
necessários: padrão não atender às condições peculiares do local
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa ou às exigências específicas do empreendimento.
física ou jurídica; Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, de obras e serviços serão considerados
responsável pela elaboração do projeto básico ou principalmente os seguintes requisitos:
executivo ou da qual o autor do projeto seja I - segurança;
dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou III - economia na execução, conservação e operação;
controlador, responsável técnico ou subcontratado; IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra,
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade materiais, tecnologia e matérias-primas existentes
contratante ou responsável pela licitação. no local para execução, conservação e operação;
§1º É permitida a participação do autor do projeto ou V - facilidade na execução, conservação e operação,
da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
licitação de obra ou serviço, ou na execução, como VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de
consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, segurança do trabalho adequadas;
supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a VII - impacto ambiental.
serviço da Administração interessada. SEÇÃO IV - Dos Serviços Técnicos Profissionais
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou Especializados
contratação de obra ou serviço que inclua a Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se
elaboração de projeto executivo como encargo do serviços técnicos profissionais especializados os
contratado ou pelo preço previamente fixado pela trabalhos relativos a:
Administração. I - estudos técnicos, planejamentos e projetos
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do básicos ou executivos;
disposto neste artigo, a existência de qualquer II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, financeiras ou tributárias;
pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de
pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se obras ou serviços;
os fornecimentos de bens e serviços a estes V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
necessários. administrativas;
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
membros da comissão de licitação. VII - restauração de obras de arte e bens de valor
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados histórico;
nas seguintes formas: VIII - (VETADO)
I - execução direta; § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de
II - execução indireta, nos seguintes regimes: licitação, os contratos para a prestação de serviços
a) empreitada por preço global; técnicos profissionais especializados deverão,
b) empreitada por preço unitário; preferencialmente, ser celebrados mediante a
c) (VETADO)

167
VADE MECUM – Agente da PCDF

realização de concurso, com estipulação prévia de III - validade do registro não superior a um ano.
prêmio ou remuneração. § 4º A existência de preços registrados não obriga a
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo Administração a firmar as contratações que deles
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
Lei. outros meios, respeitada a legislação relativa às
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos licitações, sendo assegurado ao beneficiário do
especializados que apresente relação de integrantes registro preferência em igualdade de condições.
de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou § 5º O sistema de controle originado no quadro geral
como elemento de justificação de dispensa ou de preços, quando possível, deverá ser
inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir informatizado.
que os referidos integrantes realizem pessoal e § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para
diretamente os serviços objeto do contrato. impugnar preço constante do quadro geral em razão
SEÇÃO V - Das Compras de incompatibilidade desse com o preço vigente no
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada mercado.
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
orçamentários para seu pagamento, sob pena de I - a especificação completa do bem a ser adquirido
nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver sem indicação de marca;
dado causa. II - a definição das unidades e das quantidades a
Art. 15. As compras, sempre que possível deverão: serem adquiridas em função do consumo e utilização
I - atender ao princípio da padronização, que prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que
imponha compatibilidade de especificações técnicas possível, mediante adequadas técnicas quantitativas
e de desempenho, observadas, quando for o caso, as de estimação;
condições de manutenção, assistência técnica e III - as condições de guarda e armazenamento que
garantia oferecidas; não permitam a deterioração do material.
II - ser processadas através de sistema de registro de § 8º O recebimento de material de valor superior ao
preços; limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a
III - submeter-se às condições de aquisição e modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
pagamento semelhantes às do setor privado; comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em
necessárias para aproveitar as peculiaridades do órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos
mercado, visando economicidade; de amplo acesso público, à relação de todas as
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos compras feitas pela Administração direta ou indireta,
órgãos e entidades da Administração Pública. de maneira a clarificar a identificação do bem
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla comprado, seu preço unitário, a quantidade
pesquisa de mercado. adquirida, o nome do vendedor e o valor total da
§ 2º Os preços registrados serão publicados operação, podendo ser aglutinadas por itens as
trimestralmente para orientação da Administração, compras feitas com dispensa e inexigibilidade de
na imprensa oficial. licitação.
§ 3º O sistema de registro de preços será Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
regulamentado por decreto, atendidas as aplica aos casos de dispensa de licitação previstos no
peculiaridades regionais, observadas as seguintes inciso IX do art. 24.
condições; SEÇÃO VI - Das Alienações
I - seleção feita mediante concorrência; Art. 17. A alienação de bens da Administração
II - estipulação prévia do sistema de controle e Pública, subordinada à existência de interesse
atualização dos preços registrados;

168
VADE MECUM – Agente da PCDF

público devidamente justificado, será precedida de limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952,
avaliação e obedecerá às seguintes normas: de 25 de junho de 2009, para fins de regularização
I - quando imóveis, dependerá de autorização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Alínea
legislativa para órgãos da Administração direta e acrescida pela Medida Provisória nº 458, de 10/2/2009,
convertida na Lei nº 11.952, de 25/6/2009, com redação dada
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
pela Lei nº 13.465, de 11/7/2017)
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
II - quando móveis dependerá de avaliação prévia e
avaliação prévia e de licitação na modalidade de
de licitação, dispensada esta nos seguintes casos;
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
a) dação em pagamento;
de interesse social, após avaliação de sua
b) doação, permitida exclusivamente para outro
oportunidade e conveniência sócio-econômica,
órgão ou entidade da administração pública, de
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos
nas alíneas f, h e i; (Alínea com redação dada pela Lei nº
ou entidades da Administração Pública;
11.952, de 25/6/2009)
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos
bolsa, observada a legislação específica;
requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) venda de títulos, na forma da legislação
d) investidura;
pertinente;
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração
e) venda de bens produzidos ou comercializados por
pública, de qualquer esfera de governo;
órgãos ou entidades da Administração Pública, em
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
virtude de suas finalidades;
concessão de direito real de uso, locação ou
f) venda de materiais e equipamentos para outros
permissão de uso de bens imóveis residenciais
órgãos ou entidades da Administração Pública, sem
construídos, destinados ou efetivamente utilizados
utilização previsível por quem deles dispõe.
no âmbito de programas habitacionais ou de
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea b do inciso
regularização fundiária de interesse social
I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a
desenvolvidos por órgãos ou entidades da
sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa
administração pública; (Alínea com redação dada pela Lei
nº 11.481, de 31/5/2007) jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo
g) procedimentos de legitimação de posse de que beneficiário.
trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de § 2º A Administração também poderá conceder título
1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da de propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
Administração Pública em cuja competência legal dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
inclua-se tal atribuição; (Alínea acrescida pela Lei nº 11.196, I - a outro órgão ou entidade da Administração
de 21/11/2005) Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, II - a pessoa natural que, nos termos de lei,
concessão de direito real de uso, locação ou regulamento ou ato normativo do órgão
permissão de uso de bens imóveis de uso comercial competente, haja implementado os requisitos
de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e
cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito exploração direta sobre área rural, observado o limite
de programas de regularização fundiária de interesse de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da de junho de 2009; (Inciso com redação dada pela Lei nº
administração pública; (Alínea acrescida pela Lei nº 11.481, 13.465, de 11/7/2017)
de 31/05/2007) § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam
i) alienação e concessão de direito real de uso, dispensadas de autorização legislativa, porém
gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da submetem-se aos seguintes condicionamentos:
União e do Incra, onde incidam ocupações até o ("Caput" do parágrafo acrescido pela Lei nº 11.196, de

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VADE MECUM – Agente da PCDF

21/11/2005, e com nova redação dada pela Lei nº 11.952, de valor constante da alínea a do inciso II do art. 23 desta
25/6/2009)
Lei;
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou,
detenção por particular seja comprovadamente
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
anterior a 5 de maio de 2014; (Inciso acrescido pela Lei nº
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos
11.196, de 21/11/2005, e com nova redação dada pela Medida
Provisória nº 910, de 10/12/2019)
a usinas hidrelétricas, desde que considerados
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos dispensáveis na fase de operação dessas unidades e
do regime legal e administrativo da destinação e da não integrem a categoria de bens reversíveis ao final
regularização fundiária de terras públicas; (Inciso da concessão. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.648,
acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) de 27/5/1998)

III - vedação de concessões para hipóteses de § 4º A doação com encargo será licitada e de seu
exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis instrumento constarão obrigatoriamente os
de destinação de terras públicas, ou nas normas encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de
legais ou administrativas de zoneamento ecológico- reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
econômico; e (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de dispensada a licitação no caso de interesse público
21/11/2005) devidamente justificado.
IV - previsão de rescisão automática da concessão, § 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o
dispensada notificação, em caso de declaração de donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de
utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. financiamento, a cláusula de reversão e demais
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) obrigações serão garantidas por hipoteca em 2° grau
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: em favor do doador.
(“Caput” do parágrafo acrescido pela Lei nº 11.196, de § 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada
21/11/2005)
ou globalmente, em quantia não superior ao limite
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não
previsto no art. 23, inciso II, alínea "b ", desta Lei, a
sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a
Administração poderá permitir o leilão.
sua exploração mediante atividades agropecuárias;
§ 7º (VETADO na Lei nº 11.481, de 31/5/2007)
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens
II - fica limitada às áreas de até dois mil e quinhentos
imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à
hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas
comprovação do recolhimento de quantia
superiores a esse limite; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196,
de 21/11/2005, e com nova redação dada pela Medida Provisória correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.
nº 910, de 10/12/2019) Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública,
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área cuja aquisição haja derivado de procedimentos
decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso alienados por ato da autoridade competente,
II deste parágrafo. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de observadas as seguintes regras:
21/11/2005) I - avaliação dos bens alienáveis;
IV - (VETADO na Lei nº 11.763, de 1/8/2008) II - comprovação da necessidade ou utilidade da
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta alienação;
Lei: III - adoção do procedimento licitatório, sob a
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros modalidade de concorrência ou leilão.
de área remanescente ou resultante de obra pública,
área esta que se tornar inaproveitável isoladamente,
por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que
esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do

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VADE MECUM – Agente da PCDF

CAPÍTULO II - DA LICITAÇÃO b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo


SEÇÃO I - Das Modalidades, Limites e Dispensa "melhor técnica" ou "técnica e preço".
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde III - quinze dias para tomada de preços, nos casos não
se situar a repartição interessada, salvo por motivo especificados na alínea b do inciso anterior, ou leilão;
de interesse público, devidamente justificado. IV - cinco dias úteis para convite.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior
impedirá a habilitação de interessados residentes ou serão contados a partir da última publicação do edital
sediados em outros locais. resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais efetiva disponibilidade do edital ou do convite e
das concorrências e das tomadas de preços, dos respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer
concursos e dos leilões, embora realizadas no local da mais tarde.
repartição interessada, deverão ser publicados com § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação
antecedência, no mínimo, por uma vez; pela mesma forma que se deu o texto original,
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido,
licitação feita por órgão ou entidade da exceto quando, inquestionavelmente, a alteração
Administração Pública Federal e, ainda, quando se não afetar a formulação das propostas.
tratar de obras financiadas parcial ou totalmente Art. 22. São modalidades de licitação:
com recursos federais ou garantidas por instituições I - concorrência;
federais; II - tomada de preços;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal, III - convite;
quando se tratar respectivamente, de licitação feita IV - concurso;
por órgão ou entidade da Administração Pública V - leilão;
Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e quaisquer interessados que, na fase inicial de
também, se houver, em jornal de circulação no habilitação preliminar, comprovem possuir os
Município ou na região onde será realizada a obra, requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o para execução de seu objeto.
bem, podendo, ainda, a Administração, conforme o § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação
vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de entre interessados devidamente cadastrados ou que
divulgação para ampliar a área de competição. atenderem a todas as condições exigidas para
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
que os interessados poderão ler e obter o texto recebimento das propostas, observada a necessária
integral do edital e todas as informações sobre a qualificação.
licitação. § 3º Convite é a modalidade de licitação entre
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
propostas ou da realização do evento será: cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
I - quarenta e cinco dias para: número mínimo e 3 (três), pela unidade
a) concurso; administrativa, a qual afixará, em local apropriado,
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos
contemplar o regime de empreitada integral ou demais cadastrados na correspondente
quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou especialidade que manifestarem seu interesse com
"técnica e preço"; antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
II - trinta dias para: apresentação das propostas.
a) concorrência, nos casos não especificados na § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre
alínea b do inciso anterior; quaisquer interessados para escolha de trabalho

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VADE MECUM – Agente da PCDF

técnico, científico ou artístico, mediante a instituição c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um


de prêmios ou remuneração aos vencedores, milhão e quinhentos mil reais); (Inciso com redação dada
conforme critérios constantes de edital publicado na pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) (Valor atualizado para R$
3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) pelo Decreto nº
imprensa oficial com antecedência mínima de 45
9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30
(quarenta e cinco) dias. dias após a publicação)
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre II - para compras e serviços não referidos no inciso
quaisquer interessados para a venda de bens móveis anterior:
inservíveis para a Administração ou de produtos a) convite: até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Valor
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a atualizado para R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais)
alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem pelo Decreto nº 9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da 19/6/2018, em vigor 30 dias após a publicação)

avaliação. b) tomada de preços: até R$ 650.000,00 (seiscentos e


§ 6º Na hipótese do § 3° deste artigo, existindo na cinquenta mil reais); (Valor atualizado para R$ 1.430.000,00
(um milhão, quatrocentos e trinta mil reais) pelo Decreto nº
praça mais de três possíveis interessados, a cada
9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30
novo convite, realizado para objeto idêntico ou dias após a publicação)
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, c) concorrência: acima de R$ 650.000,00 (seiscentos
mais um interessado, enquanto existirem e cinquenta mil reais). (Inciso com redação dada pela Lei nº
cadastrados não convidados nas últimas licitações. 9.648, de 27/5/1998) (Valor atualizado para R$ 1.430.000,00 (um
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou milhão, quatrocentos e trinta mil reais) pelo Decreto nº 9.412, de
18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30 dias após
manifesto desinteresse dos convidados, for
a publicação)
impossível a obtenção do número mínimo de
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela
licitantes exigidos no § 3° deste artigo, essas
Administração serão divididas em tantas parcelas
circunstâncias deverão ser devidamente justificadas
quantas se comprovarem técnica e economicamente
no processo, sob pena de repetição do convite.
viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de
melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no
licitação ou a combinação das referidas neste artigo.
mercado e à ampliação da competitividade sem
§ 9º Na hipótese do § 2° deste artigo, a Administração
perda da economia de escala.
somente poderá exigir do licitante não cadastrado os
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras
documentos previstos nos arts. 27 a 31, que
de bens, parceladas nos termos do parágrafo
comprovem habilitação compatível com o objeto da
anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra,
licitação, nos termos do edital.
serviço ou compra há de corresponder licitação
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem
distinta, preservada a modalidade pertinente para a
os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas
execução do objeto em licitação.
em função dos seguintes limites, tendo em vista o
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação
valor estimado da contratação:
cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto
I - para obras e serviços de engenharia:
na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado
a) convite: até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
o disposto no art. 19, como nas concessões de direito
reais); (Valor atualizado para R$ 330.000,00 (trezentos e trinta
real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-
mil reais) pelo Decreto nº 9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU
de 19/6/2018, em vigor 30 dias após a publicação) se neste último caso, observados os limites deste
b) tomada de preços: até R$ 1.500.000,00 (um milhão artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou
e quinhentos mil reais); (Valor atualizado para R$ entidade dispuser de cadastro internacional de
3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) pelo Decreto nº fornecedores ou o convite, quando não houver
9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30 fornecedor do bem ou serviço no País.
dias após a publicação)

172
VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 4º Nos casos em que couber convite, a II - para outros serviços e compras de valor até 10%
Administração poderá utilizar a tomada de preços e, (dez por cento) do limite previsto na alínea a do inciso
em qualquer caso, a concorrência. II do artigo anterior e para alienações, nos casos
§ 5º É vedada a utilização da modalidade convite ou previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
tomada de preços, conforme o caso, para parcelas de parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
serviços da mesma natureza e no mesmo local que (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)

possam ser realizadas conjunta e III - nos casos de guerra ou grave perturbação da
concomitantemente, sempre que o somatório de ordem;
seus valores caracterizar o caso de tomada de preços IV - nos casos de emergência ou de calamidade
ou concorrência, respectivamente, nos termos deste pública, quando caracterizada urgência de
artigo, exceto para as parcelas de natureza específica atendimento de situação que possa ocasionar
que possam ser executadas por pessoas ou empresas prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas,
de especialidade diversa daquele do executor da obra obras, serviços, equipamentos e outros bens,
ou serviço. públicos ou particulares, e somente para os bens
§ 6º As organizações industriais da Administração necessários ao atendimento da situação emergencial
Federal direta, em face de suas peculiaridades, ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I que possam ser concluídas no prazo máximo de 180
deste artigo também para suas compras e serviços (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
em geral, desde que para a aquisição de materiais contados da ocorrência da emergência ou
aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
fabricação de meios operacionais bélicos contratos;
pertencentes à União. V - quando não acudirem interessados à licitação
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde anterior e esta, justificadamente, não puder ser
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, repetida sem prejuízo para a Administração,
é permitida a cotação de quantidade inferior à mantidas, neste caso, todas as condições
demandada na licitação, com vistas a ampliação da preestabelecidas;
competitividade, podendo o edital fixar quantitativo VI - quando a União tiver que intervir no domínio
mínimo para preservar a economia de escala. econômico para regular preços ou normalizar o
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) abastecimento;
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o VII - quando as propostas apresentadas consignarem
dobro dos valores mencionados no caput deste preços manifestamente superiores aos praticados no
artigo quando formado por até 3 (três) entes da mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
Federação, e o triplo, quando formado por maior fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
número. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.107, de 6/4/2005) que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei
Art. 24. É dispensável a licitação: e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
I - para obras e serviços de engenharia de valor até direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea a do constante do registro de preços, ou dos serviços;
inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda público interno, de bens produzidos ou serviços
para obras e serviços da mesma natureza e no prestados por órgão ou entidade que integre a
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e Administração Pública e que tenha sido criado para
concomitantemente; (Inciso com redação dada pela Lei nº esse fim específico em data anterior à vigência desta
9.648, de 27/5/1998) Lei, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado;

173
VADE MECUM – Agente da PCDF

IX - quando houver possibilidade de XVII - para a aquisição de componentes ou peças de


comprometimento da segurança nacional, nos casos origem nacional ou estrangeira, necessários à
estabelecidos em decreto do Presidente da manutenção de equipamentos durante o período de
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
X - para compra ou locação de imóvel destinado ao equipamentos, quando tal condição de exclusividade
atendimento das finalidades precípuas da for indispensável para a vigência da garantia;
Administração, cujas necessidades de instalação e XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
localização condicionem a sua escolha, desde que o o abastecimento de navios, embarcações, unidades
preço seja compatível com o valor de mercado, aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento,
segundo avaliação prévia. quando em estada eventual de curta duração em
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
ou fornecimento, em consequência de rescisão sedes, por motivo de movimentação operacional ou
contratual, desde que atendida a ordem de de adestramento, quando a exiguidade dos prazos
classificação da licitação anterior e aceitas as legais puder comprometer a normalidade e os
mesmas condições oferecidas pelo licitante propósitos das operações e desde que seu valor não
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente exceda ao limite previsto na alínea a do inciso II do
corrigido; art. 23 desta Lei;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros XIX - para as compras de materiais de uso pelas
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
realização dos processos licitatórios pessoal e administrativo, quando houver
correspondentes, realizadas diretamente com base necessidade de manter a padronização requerida
no preço do dia; pela estrutura de apoio logístico dos meios navais,
XIII - na contratação de instituição brasileira aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
incumbida regimental ou estatutariamente da instituída por decreto;
pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento XX - na contratação de associação de portadores de
institucional, ou de instituição dedicada à deficiência física, sem fins lucrativos e de
recuperação social do preso, desde que a contratada comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da
detenha inquestionável reputação ético-profissional Administração Pública, para a prestação de serviços
e não tenha fins lucrativos; ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos contratado seja compatível com o praticado no
de acordo internacional específico aprovado pelo mercado.
Congresso Nacional, quando as condições ofertadas XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
forem manifestamente vantajosas para o Poder pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de
Público; obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte cento) do valor de que trata a alínea "b" do inciso I do
e objetos históricos, de autenticidade certificada, caput do art. 23; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.648, de
desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do 27/5/1998, e com redação dada pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016)

órgão ou entidade; XXII - na contratação do fornecimento ou suprimento


XVI - para a impressão dos diários oficiais, de de energia elétrica e gás natural com concessionário,
formulários padronizados de uso da Administração, permissionário ou autorizado, segundo as normas da
e de edições técnicas oficiais, bem como para a legislação específica; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.648, de
27/5/1998, e com nova redação dada pela Lei nº 10.438, de
prestação de serviços de informática a pessoa
26/4/2002)
jurídica de direito público interno, por órgãos ou
XXIII - na contratação realizada por empresa pública
entidades que integrem a Administração Pública,
ou sociedade de economia mista com suas
criados para esse fim específico;

174
VADE MECUM – Agente da PCDF

subsidiárias e controladas, para a aquisição ou ratificadas pelo Comandante da Força. (Inciso acrescido
alienação de bens, prestação ou obtenção de pela Lei nº 11.783, de 17/9/2008)

serviços, desde que o preço contratado seja XXX - na contratação de instituição ou organização,
compatível com o praticado no mercado; (Inciso pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) prestação de serviços de assistência técnica e
XXIV - para a celebração de contratos de prestação extensão rural no âmbito do Programa Nacional de
de serviços com as organizações sociais, qualificadas Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
no âmbito das respectivas esferas de governo, para Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei
atividades contempladas no contrato de gestão. federal. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.188, de 11/1/2010,
(Inciso acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) (Vide ADIN nº publicada no DOU de 12/1/2010, em vigor 30 ( trinta) dias após a
1.923/1998) publicação )
XXV - na contratação realizada por Instituição XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2
fomento para a transferência de tecnologia e para o de dezembro de 2004, observados os princípios
licenciamento de direito de uso ou de exploração de gerais de contratação dela constantes. (Inciso acrescido
criação protegida. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.973, de pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
2/12/2004) 12.349, de 15/12/2010)

XXVI - na celebração de contrato de programa com XXXII - na contratação em que houver transferência
ente da Federação ou com entidade de sua de tecnologia de produtos estratégicos para o
Administração indireta, para a prestação de serviços Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº
públicos de forma associada nos termos do 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
autorizado em contrato de consórcio público ou em elencados em ato da direção nacional do SUS,
convênio de cooperação. (Inciso acrescido pela Lei nº inclusive por ocasião da aquisição destes produtos
11.107, de 6/4/2005) durante as etapas de absorção tecnológica. (Inciso
XXVII - na contratação da coleta, processamento e acrescido pela Lei nº 12.715, de 17/9/2012)

comercialização de resíduos sólidos urbanos XXXIII - na contratação de entidades privadas sem


recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou outras tecnologias sociais de acesso à água para
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas consumo humano e produção de alimentos, para
físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas
público como catadores de materiais recicláveis, com pela seca ou falta regular de água. (Inciso acrescido pela
Medida Provisória nº 619, de 6/6/2013, convertida na Lei nº
o uso de equipamentos compatíveis com as normas
12.873, de 24/10/2013)
técnicas, ambientais e de saúde pública. (Inciso
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito
acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005 e com nova redação
dada pela Lei nº 11.445, de 5/1/2007) público interno de insumos estratégicos para a saúde
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou distribuídos por fundação que,
produzidos ou prestados no País, que envolvam, regimental ou estatutariamente, tenha por
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e finalidade apoiar órgão da administração pública
defesa nacional, mediante parecer de comissão direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
especialmente designada pela autoridade máxima ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
do órgão. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.484, de 31/5/2007) institucional, científico e tecnológico e estímulo à
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços inovação, inclusive na gestão administrativa e
para atender aos contingentes militares das Forças financeira necessária à execução desses projetos, ou
Singulares brasileiras empregadas em operações de em parcerias que envolvam transferência de
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e Único de Saúde - SUS, nos termos do inciso XXXII

175
VADE MECUM – Agente da PCDF

deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
específico em data anterior à vigência desta Lei, equivalentes.
desde que o preço contratado seja compatível com o II - para a contratação de serviços técnicos
praticado no mercado. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.204, enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza
de 14/12/2015) singular, com profissionais ou empresas de notória
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o especialização, vedada a inexigibilidade para
aprimoramento de estabelecimentos penais, desde serviços de publicidade e divulgação;
que configurada situação de grave e iminente risco à III - para contratação de profissional de qualquer
segurança pública. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.500, de setor artístico, diretamente ou através de empresário
26/10/2017)
exclusivo, desde que consagrado pela crítica
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
especializada ou pela opinião pública.
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
§ 1º Considera-se de notória especialização o
compras, obras e serviços contratados por
profissional ou empresa, cujo conceito no campo de
consórcios públicos, sociedade de economia mista,
sua especialidade, decorrente de desempenho
empresa pública e por autarquia ou fundação
anterior, estudos, experiências, publicações,
qualificadas, na forma da lei, como Agências
organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de
Executivas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.648, de
outros requisitos relacionados com suas atividades,
27/5/1998, transformado em §1º e com nova redação dada pela
Lei nº 12.715, de 17/9/2012)
permita inferir que o seu trabalho é essencial e
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou indiscutivelmente o mais adequado à plena
entidade que integre a administração pública satisfação do objeto do contrato.
estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
se aplica aos órgãos ou entidades que produzem de dispensa, se comprovado superfaturamento,
produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei respondem solidariamente pelo dano causado à
nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de
elencados em ato da direção nacional do SUS. serviços e o agente público responsável, sem prejuízo
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.715, de 17/9/2012) de outras sanções legais cabíveis.
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art.
caput, quando aplicada a obras e serviços de 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
engenharia, seguirá procedimentos especiais inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
instituídos em regulamentação específica. (Parágrafo justificadas, e o retardamento previsto no final do
acrescido pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016) parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade
caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do superior, para ratificação e publicação na imprensa
caput. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016) oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver para a eficácia dos atos. (“Caput” do artigo com redação
inviabilidade de competição, em especial: dada pela Lei nº 11.107, de 6/4/2005)
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou Parágrafo único. O processo de dispensa, de
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste
empresa ou representante comercial exclusivo, artigo, será instruído, no que couber, com os
vedada a preferência de marca, devendo a seguintes elementos:
comprovação de exclusividade ser feita através de I - caracterização da situação emergencial,
atestado fornecido pelo órgão de registro do calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança
comércio do local em que se realizaria a licitação ou pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.500, de 26/10/2017)
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

176
VADE MECUM – Agente da PCDF

III - justificativa do preço. ramo de atividade e compatível com o objeto


IV - documento de aprovação dos projetos de contratual;
pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Inciso III - prova de regularidade para a Fazenda Federal,
acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) Estadual e Municipal do domicílio ou sede do
SEÇÃO II - Da Habilitação licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á IV - prova de regularidade relativa à Seguridade
dos interessados, exclusivamente, documentação Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
relativa a: (FGTS), demonstrando situação regular no
I - habilitação jurídica; cumprimento dos encargos sociais instituídos por
II - qualificação técnica; Lei.
III - qualificação econômico-financeira; V - prova de inexistência de débitos inadimplidos
IV - regularidade fiscal e trabalhista; (Inciso com redação perante a Justiça do Trabalho, mediante a
dada pela Lei nº 12.440, de 7/7/2011, publicada no DOU de
apresentação de certidão negativa, nos termos do
8/7/2011, em vigor 180 (cento oitenta) dias após a publicação)
Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho,
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art.
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
7º da Constituição Federal. (Inciso acrescido pela Lei nº
9.854, de 27/10/1999)
1943. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.440, de 7/7/2011, publicada
no DOU de 8/7/2011, em vigor 180 (cento oitenta) dias após a
Art. 28. A documentação relativa à habilitação
publicação)
jurídica, conforme o caso, consistirá em:
Art. 30. A documentação relativa à qualificação
I - cédula de identidade;
técnica limitar-se-á a:
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
I - registro ou inscrição na entidade profissional
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em
competente;
vigor, devidamente registrado, em se tratando de
II - comprovação de aptidão para desempenho de
sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por
atividade pertinente e compatível em características,
ações, acompanhado de documentos de eleição de
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e
seus administradores;
indicação das instalações e do aparelhamento e do
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de
pessoal técnico adequados e disponíveis para a
sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria
realização do objeto da licitação, bem como da
em exercício;
qualificação de cada um dos membros da equipe
V - decreto de autorização, em se tratando de
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
empresa ou sociedade estrangeira em
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de
funcionamento no País, e ato de registro ou
que recebeu os documentos, e, quando exigido, de
autorização para funcionamento expedido pelo
que tomou conhecimento de todas as informações e
órgão competente, quando a atividade assim o
das condições locais para o cumprimento das
exigir.
obrigações objeto da licitação;
Art. 29. A documentação relativa à regularidade
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em
fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá em:
lei especial, quando for o caso.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.440, de
7/7/2011, publicada no DOU de 8/7/2011, em vigor 180 (cento
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
oitenta) dias após a publicação) caput deste artigo, no caso das licitações pertinentes
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes devidamente registrados nas entidades profissionais
estadual ou municipal, se houver, relativo ao competentes, limitadas as exigências a:
domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
licitante de possuir em seu quadro permanente, na

177
VADE MECUM – Agente da PCDF

data prevista para entrega da proposta, profissional preços e será efetuada exclusivamente por critérios
de nível superior ou outro devidamente reconhecido objetivos.
pela entidade competente, detentor de atestado de § 9º Entende-se por licitação de alta complexidade
responsabilidade técnica por execução de obra ou técnica aquela que envolva alta especialização, como
serviço de características semelhantes, limitadas fator de extrema relevância para garantir a execução
estas exclusivamente às parcelas de maior relevância do objeto a ser contratado, ou que possa
e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as comprometer a continuidade da prestação de
exigências de quantidades mínimas ou prazo serviços públicos essenciais.
máximos; § 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins
II - (VETADO) de comprovação da capacitação técnico-operacional
a) (VETADO) de que trata o inciso I do § 1° deste artigo deverão
b) (VETADO) participar da obra ou serviço objeto da licitação,
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor admitindo-se a substituição por profissionais de
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, experiência equivalente ou superior, desde que
serão definidas no instrumento convocatório. aprovada pela Administração.
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão § 11. (VETADO)
através de certidões ou atestados de obras ou § 12. (VETADO)
serviços similares de complexidade tecnológica e Art. 31. A documentação relativa à qualificação
operacional equivalente ou superior. econômico-financeira limitar-se-á a:
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis
comprovação de aptidão, quando for o caso, será do último exercício social, já exigíveis e apresentados
feita através de atestados fornecidos por pessoa na forma da lei, que comprovem a boa situação
jurídica de direito público ou privado. financeira da empresa, vedada a sua substituição por
§ 5º É vedada a exigência de comprovação de balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou atualizados por índices oficiais quando encerrado há
de época ou ainda em locais específicos, ou mais de 3 (três) meses da data de apresentação da
quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam proposta;
a participação na licitação. II - certidão negativa de falência ou concordata
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica,
canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal ou de execução patrimonial, expedida no domicílio
técnico especializado, considerados essenciais para o da pessoa física;
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios
mediante a apresentação de relação explícita e da previstos no caput e § 1° do art. 56 desta Lei, limitada
declaração formal da sua disponibilidade, sob as a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade contratação.
e de localização prévia. § 1º A exigência de índices limitar-se-á à
§ 7º (VETADO) demonstração da capacidade financeira do licitante
I - (VETADO) com vistas aos compromissos que terá que assumir
II - (VETADO) caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande exigência de valores mínimos de faturamento
vulto, de alta complexidade técnica, poderá a anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.
Administração exigir dos licitantes a metodologia de § 2º Administração, nas compras para entrega futura
execução, cuja avaliação, para efeito de sua e na execução de obras e serviços, poderá
aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos estabelecer, no instrumento convocatório da
licitação, a exigência de capital mínimo ou de

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VADE MECUM – Agente da PCDF

patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias superveniência de fato impeditivo da habilitação.


previstas no § 1° do art. 56 desta Lei, como dado (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)

objetivo de comprovação da qualificação § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser


econômico-financeira dos licitantes e para efeito de substituída por registro cadastral emitido por órgão
garantia ao adimplemento do contrato a ser ou entidade pública, desde que previsto no edital e o
ulteriormente celebrado. registro tenha sido feito em obediência ao disposto
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido nesta Lei.
a que se refere o parágrafo anterior, não poderá § 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no
exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações
contratação, devendo a comprovação ser feita internacionais, às exigências dos parágrafos
relativamente à data da apresentação da proposta, anteriores mediante documentos equivalentes,
na forma da lei, admitida a atualização para esta data autenticados pelos respectivos consulados e
através de índices oficiais. traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos representação legal no Brasil com poderes expressos
compromissos assumidos pelo licitante que para receber citação e responder administrativa ou
importem diminuição da capacidade operativa ou judicialmente.
absorção de disponibilidade financeira, calculada § 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata
esta em função do patrimônio líquido atualizado e este artigo, prévio recolhimento de taxas ou
sua capacidade de rotação. emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do
§ 5º A comprovação da boa situação financeira da edital, quando solicitado, com os seus elementos
empresa será feita de forma objetiva, através do constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de
cálculo de índices contábeis previstos no edital e reprodução gráfica da documentação fornecida.
devidamente justificados no processo administrativo § 6º O disposto no § 4° deste artigo, no § 1° do art. 33
da licitação que tenha dado início ao certame e no § 2° do art. 55 não se aplica às licitações
licitatório, vedada a exigência de índices e valores internacionais para a aquisição de bens e serviços
não usualmente adotados para a correta avaliação de cujo pagamento seja feito com o produto de
situação financeira suficiente ao cumprimento das financiamento concedido por organismo financeiro
obrigações decorrentes da licitação. internacional de que o Brasil faça parte, ou por
§ 6º (VETADO) agência estrangeira de cooperação, nem nos casos
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação de contratação com empresa estrangeira, para a
poderão ser apresentados em original, por qualquer compra de equipamentos fabricados e entregues no
processo de cópia autenticada por cartório exterior, desde que para este caso tenha havido
competente ou por servidor da Administração ou prévia autorização do Chefe do Poder Executivo,
publicação em órgão da imprensa oficial. nem nos casos de aquisição de bens e serviços
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 realizada por unidades administrativas com sede no
desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em exterior.
parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento § 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e
de bens para pronta entrega e leilão. este artigo poderá ser dispensada, nos termos de
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere regulamento, no todo ou em parte, para a
o § 1º do art. 36, substitui os documentos contratação de produto para pesquisa e
enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou
disponibilizadas em sistema informatizado de até o valor previsto na alínea "a" do inciso II do caput
consulta direta indicado no edital, obrigando-se a do art. 23. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.243, de
11/1/2016)
parte a declarar, sob as penalidades legais, a

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação responsável a proceder, no mínimo anualmente,
de empresas em consórcio, observar-se-ão as através da imprensa oficial e de jornal diário, a
seguintes normas: chamamento público para a atualização dos registros
I - comprovação do compromisso público ou existentes e para o ingresso de novos interessados.
particular de constituição de consórcio, subscrito § 2º É facultado às unidades administrativas
pelos consorciados; utilizarem-se de registros cadastrais de outros
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio órgãos ou entidades da Administração Pública.
que deverá atender às condições de liderança, Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou
obrigatoriamente fixadas no edital; atualização deste, a qualquer tempo, o interessado
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. fornecerá os elementos necessários à satisfação das
28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, exigências do art. 27 desta Lei.
admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o Art. 36. Os inscritos serão classificados por
somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, categorias, tendo-se em vista sua especialização,
para efeito de qualificação econômico-financeira, o subdivididas em grupos, segundo a qualificação
somatório dos valores de cada consorciado, na técnica e econômica avaliada pelos elementos
proporção de sua respectiva participação, podendo a constantes da documentação relacionada nos arts.
Administração estabelecer, para o consórcio, um 30 e 31 desta Lei.
acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores § 1º Aos inscritos será fornecido certificado,
exigidos para licitante individual, inexigível este renovável sempre que atualizarem o registro.
acréscimo para os consórcios compostos, em sua § 2º A atuação do licitante no cumprimento de
totalidade, por micro e pequenas empresas assim obrigações assumidas será anotada no respectivo
definidas em Lei; registro cadastral.
IV - impedimento de participação de empresa Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,
consorciada, na mesma licitação, através de mais de suspenso ou cancelado o registro do inscrito que
um consórcio ou isoladamente; deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta lei,
V - responsabilidade dos integrantes pelos atos ou as estabelecidas para classificação cadastral.
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação SEÇÃO IV - Do Procedimento e Julgamento
quanto na de execução do contrato. Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e com a abertura de processo administrativo,
estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à devidamente autuado, protocolado e numerado,
empresa brasileira, observado o disposto no inciso II contendo a autorização respectiva, a indicação
deste artigo. sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
antes da celebração do contrato, a constituição e o I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for
registro do consórcio, nos termos do compromisso o caso;
referido no inciso I deste artigo. II - comprovante das publicações do edital resumido,
SEÇÃO III - Dos Registros Cadastrais na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do
Art. 34. Para os fins desta lei, os órgãos e entidades convite;
da Administração Pública que realizem III - ato de designação da comissão de licitação, do
frequentemente licitações manterão registros leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável
cadastrais para efeito de habilitação, na forma pelo convite;
regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. IV - original das propostas e dos documentos que as
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente instruírem;
divulgado e deverá estar permanentemente aberto V - atas, relatórios e deliberações da Comissão
aos interessados, obrigando-se a unidade por ele Julgadora;

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VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a como para início da abertura dos envelopes, e
licitação, dispensa ou inexigibilidade; indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
sua homologação; II - prazo e condições para assinatura do contrato ou
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64
licitantes e respectivas manifestações e decisões; desta Lei, para execução do contrato e para entrega
IX - despacho de anulação ou de revogação da do objeto da licitação;
licitação, quando for o caso, fundamentado III - sanções para o caso de inadimplemento;
cicunstanciadamente; IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, projeto básico;
conforme o caso; V - se há projeto executivo disponível na data da
XI - outros comprovantes de publicações; publicação do edital de licitação e o local onde possa
XII - demais documentos relativos à licitação. ser examinado e adquirido;
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, VI - condições para participação na licitação, em
bem como as dos contratos, acordos, convênios ou conformidade com os arts. 27 a 31 desta lei, e forma
ajustes devem ser previamente examinadas e de apresentação das propostas;
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. VII - critério para julgamento, com disposições claras
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma e parâmetros objetivos;
licitação ou para um conjunto de licitações VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios
simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) de comunicação à distância em que serão fornecidos
vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" elementos, informações e esclarecimentos relativos
desta Lei, o processo licitatório será iniciado, à licitação e às condições para atendimento das
obrigatoriamente, com uma audiência pública obrigações necessárias ao cumprimento de seu
concedida pela autoridade responsável com objeto;
antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da IX - condições equivalentes de pagamento entre
data prevista para a publicação do edital, e empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de
divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) licitações internacionais;
dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e
previstos para a publicidade da licitação, à qual terão global, conforme o caso, permitida a fixação de
acesso e direito a todas as informações pertinentes e preços máximos e vedados a fixação de preços
a se manifestar todos os interessados. mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, em relação a preços de referência, ressalvado o
consideram-se licitações simultâneas aquelas com disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48. (Inciso com
objetos similares e com realização prevista para redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)

intervalos são superiores a trinta dias, e licitações XI - critério de reajuste, que deverá retratar a
sucessivas aquelas em que, também com objetos variação efetiva do custo de produção, admitida a
similares, o edital subsequente tenha uma data adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
anterior a cento e vinte dias após o término do data prevista para apresentação da proposta, ou do
contrato resultante da licitação antecedente. orçamento a que essa proposta se referir, até a data
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de do adimplemento de cada parcela;
ordem em série anual, o nome da repartição XII - (VETADO)
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime XIII - limites, para pagamento de instalação e
de execução e o tipo da licitação, a menção de que mobilização para execução de obras ou serviços que
será regida por esta Lei, o local, dia e hora para serão obrigatoriamente previstos em separado das
recebimento da documentação e proposta, bem demais parcelas, etapas ou tarefas;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XIV - condições de pagamento, prevendo: dias da data prevista para apresentação da proposta,
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, poderão ser dispensados:
contado a partir da data final do período de I - o disposto no inciso XI deste artigo;
adimplemento de cada parcela; II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c"
b) cronograma de desembolso máximo por período, do inciso XIV deste artigo, correspondente ao
em conformidade com a disponibilidade de recursos período compreendido entre as datas do
financeiros; adimplemento e a prevista para o pagamento, desde
c) critério de atualização financeira dos valores a que não superior a quinze dias.
serem pagos, desde a data final do período de § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de
adimplemento de cada parcela até a data do efetivo licitação para a contratação de serviços, exigir da
pagamento; contratada que um percentual mínimo de sua mão de
d) compensações financeiras e penalizações, por obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional,
eventuais atrasos, e descontos, por eventuais com a finalidade de ressocialização do reeducando,
antecipações de pagamentos; na forma estabelecida em regulamento. (Parágrafo
e) exigência de seguros, quando for o caso; acrescido pela Lei nº 13.500, de 26/10/2017)

XV - instruções e normas para os recursos previstos Art. 41. A Administração não pode descumprir as
nesta Lei; normas e condições do edital, ao qual se acha
XVI - condições de recebimento do objeto da estritamente vinculada.
licitação; § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da edital de licitação por irregularidade na aplicação
licitação. desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco)
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado dias úteis antes da data fixada para a abertura dos
em todas as folhas e assinado pela autoridade que o envelopes de habilitação, devendo a Administração
expedir, permanecendo no processo de licitação, e julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias
dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1° do
sua divulgação e fornecimento aos interessados. art. 113.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte § 2º Decairá do direito de impugnar os termos do
integrante: edital de licitação perante a Administração o licitante
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder
partes, desenhos, especificações e outros a abertura dos envelopes de habilitação em
complementos; concorrência, a abertura dos envelopes com as
II - orçamento estimado em planilhas de propostas em convite, tomada de preços ou
quantitativos e preços unitários; concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a irregularidades que viciariam esse edital, hipótese
Administração e o licitante vencedor; em que tal comunicação não terá efeito de recurso.
IV - as especificações complementares e as normas § 3º A impugnação feita tempestivamente pelo
de execução pertinentes à licitação. licitante não o impedirá de participar do processo
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela
como adimplemento da obrigação contratual a pertinente.
prestação do serviço, a realização da obra, a entrega § 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do
do bem ou de parcela destes, bem como qualquer seu direito de participar das fases subsequentes.
outro evento contratual a cuja ocorrência esteja Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional o
vinculada a emissão de documento de cobrança. edital deverá ajustar-se às diretrizes da política
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim monetária e do comércio exterior e atender às
entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta exigências dos órgãos competentes.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro propostas, desde que não tenha havido recurso ou
cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o após sua denegação;
poderá fazer o licitante brasileiro. III - abertura dos envelopes contendo as propostas
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido
eventualmente contratado em virtude da licitação de o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
que trata o parágrafo anterior será efetuado em desistência expressa, ou após o julgamento dos
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil recursos interpostos;
imediatamente anterior à data do efetivo IV - verificação da conformidade de cada proposta
pagamento. com os requisitos do edital e, conforme o caso, com
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro os preços correntes no mercado ou fixados por órgão
serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante oficial competente, ou ainda com os constantes do
estrangeiro. sistema de registro de preços, os quais deverão ser
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas devidamente registrados na ata de julgamento,
apresentadas por licitantes estrangeiros serão promovendo-se a desclassificação das propostas
acrescidas dos gravames consequentes dos mesmos desconformes ou incompatíveis;
tributos que oneram exclusivamente os licitantes V - julgamento e classificação das propostas de
brasileiros quanto à operação final de venda. acordo com os critérios de avaliação constantes do
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços edital;
ou aquisição de bens com recursos provenientes de VI - deliberação da autoridade competente quanto à
financiamento ou doação oriundos de agência oficial homologação e adjudicação do objeto da licitação.
de cooperação estrangeira ou organismo financeiro § 1º A abertura dos envelopes contendo a
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser documentação para habilitação e as propostas será
admitidas, na respectiva licitação, as condições realizada sempre em ato público previamente
decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou designado, do qual se lavrará ata circunstanciada,
tratados internacionais, aprovados pelo Congresso assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
Nacional, bem como as normas e procedimentos § 2º Todos os documentos e propostas serão
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de rubricados pelos licitantes presentes e pela
seleção da proposta mais vantajosa para a Comissão.
Administração, o qual poderá contemplar, além do § 3º É facultada à comissão ou autoridade superior,
preço, outros fatores de avaliação desde que por elas em qualquer fase da licitação, a promoção de
exigidos para a obtenção do financiamento ou da diligência destinada a esclarecer ou a complementar
doação, e que também não conflitem com o princípio a instrução do processo, vedada a inclusão posterior
do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho de documento ou informação que deveria constar
motivado do órgão executor do contrato, despacho originariamente da proposta.
esse ratificado pela autoridade imediatamente § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência
superior. e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para preços e ao convite.
entrega no mesmo local de destino. § 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos
Art. 43. A licitação será processada e julgada com concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas
observância dos seguintes procedimentos: (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relacionado com a habilitação, salvo em razão de
relativa à habilitação dos concorrentes, e sua fatos supervenientes ou só conhecidos após o
apreciação; julgamento.
II - devolução dos envelopes fechados aos
concorrentes inabilitados, contendo as respectivas

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência II - a de melhor técnica;


de proposta, salvo por motivo justo decorrente de III - a de técnica e preço;
fato superveniente e aceito pela Comissão. IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de
Art. 44. No julgamento das propostas, a comissão alienação de bens ou concessão de direito real de
levará em consideração os critérios objetivos uso.
definidos no edital ou convite, os quais não devem § 2º No caso de empate entre duas ou mais
contrariar as normas e princípios estabelecidos por propostas, e após obedecido o disposto no § 2° do
esta Lei. art. 3° desta Lei, a classificação se fará,
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para
critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou o qual todos os licitantes serão convocados, vedado
reservado que possa ainda que indiretamente elidir o qualquer outro processo.
princípio da igualdade entre os licitantes. § 3º No caso da licitação do tipo menor preço, entre
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem os licitantes considerados qualificados a classificação
não prevista no edital ou no convite, inclusive se dará pela ordem crescente dos preços propostos,
financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o
preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais critério previsto no parágrafo anterior.
licitantes. § 4º Para a contratação de bens e serviços de
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços informática, a Administração observará o disposto
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor no art. 3° da Lei n° 8.248, de 23 de outubro de 1991,
zero, incompatíveis com os preços dos insumos e levando em conta os fatores especificados em seu §
salários de mercado, acrescidos dos respectivos 2° e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação
encargos, ainda que o ato convocatório da licitação “técnica e preço”, permitido o emprego de outro tipo
não tenha estabelecido limites mínimos, exceto de licitação nos casos indicados em decreto do Poder
quando se referirem a materiais e instalações de Executivo.
propriedade do próprio licitante, para os quais ele § 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação
renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. não previstos neste artigo.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior se aplica § 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão
também às propostas que incluam mão-de-obra selecionadas tantas propostas quantas necessárias
estrangeira ou importações de qualquer natureza. até que se atinja a quantidade demandada na
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, licitação. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
devendo a Comissão de licitação ou o responsável Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou
pelo convite realizá-lo em conformidade com os "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente
tipos de licitação, os critérios previamente para serviços de natureza predominantemente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com intelectual, em especial na elaboração de projetos,
os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e
a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos de engenharia consultiva em geral, e, em particular,
órgãos de controle. para a elaboração de estudos técnicos preliminares e
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto
licitação, exceto na modalidade concurso. no § 4° do artigo anterior.
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da § 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será
proposta mais vantajosa para a Administração adotado o seguinte procedimento claramente
determinar que será vencedor o licitante que explicitado no instrumento convocatório, o qual
apresentar a proposta de acordo com as fixará o preço máximo que a Administração se
especificações do edital ou convite e ofertar o menor propõe a pagar:
preço;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

I - serão abertos os envelopes contendo as propostas § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos


técnicas exclusivamente dos licitantes previamente neste artigo poderão ser adotados, por autorização
qualificados e feita então a avaliação e classificação expressa e mediante justificativa circunstanciada da
destas propostas de acordo com os critérios maior autoridade da Administração promotora
pertinentes e adequados a objeto licitado, definidos constante do ato convocatório, para fornecimento
com clareza e objetividade no instrumento de bens e execução de obras ou prestação de serviços
convocatório e que considerem a capacitação e a de grande vulto majoritariamente dependentes de
experiência do proponente, a qualidade técnica da tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio
proposta, compreendendo metodologia, restrito, atestado por autoridades técnicas de
organização, tecnologias e recursos materiais a reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto
serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das pretendido admitir soluções alternativas e variações
equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua de execução, com repercussões significativas sobre
execução; sua qualidade, produtividade, rendimento e
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, durabilidade concretamente mensuráveis, e estas
proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes,
licitantes que tenham atingido a valorização mínima na conformidade dos critérios objetivamente fixados
estabelecida no instrumento convocatório e à no ato convocatório.
negociação das condições propostas, com a § 4º (VETADO)
proponente melhor classificada, com base nos Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e
orçamentos detalhados apresentados e respectivos serviços, quando for adotada a modalidade de
preços unitários e tendo como referência o limite execução de empreitada por preço global, a
representado pela proposta de menor preço entre os Administração deverá fornecer obrigatoriamente,
licitantes que obtiveram a valorização mínima; junto com o edital, todos os elementos e
III - no caso de impasse na negociação anterior, informações necessárias para que os licitantes
procedimento idêntico será adotado, possam elaborar suas propostas de preços com total
sucessivamente, com os demais proponentes, pela e completo conhecimento do objeto da licitação .
ordem de classificação, até a consecução de acordo Art. 48. Serão desclassificadas:
para a contratação; I - as propostas que não atendam às exigências do ato
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas convocatório da licitação;
aos licitantes que não forem preliminarmente II - propostas com valor global superior ao limite
habilitados ou que não obtiverem a valorização estabelecido ou com preços manifestamente
mínima estabelecida para a proposta técnica. inexequíveis, assim considerados aqueles que não
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será venham a ter demonstrada sua viabilidade através de
adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo documentação que comprove que os custos dos
anterior, o seguinte procedimento claramente insumos são coerentes com os de mercado e que os
explicitado no instrumento convocatório: coeficientes de produtividade são compatíveis com a
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas execução do objeto do contrato, condições estas
de preços, de acordo com critérios objetivos necessariamente especificadas no ato convocatório
preestabelecidos no instrumento convocatório; da licitação.
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste
com a média ponderada das valorizações das artigo, consideram-se manifestamente inexequíveis,
propostas técnicas e de preço, de acordo com os no caso de licitações de menor preço para obras e
pesos preestabelecidos no instrumento serviços de engenharia, as propostas cujos valores
convocatório. sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor
dos seguintes valores:

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VADE MECUM – Agente da PCDF

a) média aritmética dos valores das propostas das propostas ou com terceiros estranhos ao
superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
orçado pela Administração, ou Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em
b) valor orçado pela Administração. (Parágrafo acrescido registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento,
pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) e as propostas serão processadas e julgadas por
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3
parágrafo anterior cujo valor global da proposta for (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a servidores qualificados pertencentes aos quadros
que se referem as alíneas a e b, será exigida, para a permanentes dos órgãos da Administração
assinatura do contrato, prestação de garantia responsáveis pela licitação.
adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do § 1º No caso de convite, a comissão de licitação,
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do excepcionalmente, nas pequenas unidades
parágrafo anterior e o valor da correspondente administrativas e em face da exiguidade de pessoal
proposta. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) disponível, poderá ser substituída por servidor
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou formalmente designado pela autoridade
todas as propostas forem desclassificadas, a competente.
Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de § 2º A comissão para julgamento dos pedidos de
oito dias úteis para a apresentação de nova inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
documentação ou de outras propostas escoimadas cancelamento, será integrada por profissionais
das causas referidas neste artigo, facultada, no caso legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. aquisição de equipamentos.
(Parágrafo único transformado em § 3º pela Lei nº 9.648, de
§ 3º Os membros das comissões de licitação
27/5/1998)
responderão solidariamente por todos os atos
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação
praticados pela comissão, salvo se posição individual
do procedimento somente poderá revogar a licitação
divergente estiver devidamente fundamentada e
por razões de interesse público decorrente de fato
registrada em ata lavrada na reunião em que tiver
superveniente devidamente comprovado,
sido tomada a decisão.
pertinente e suficiente para justificar tal conduta,
§ 4º A investidura dos membros das Comissões
devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a
provocação de terceiros, mediante parecer escrito e
recondução da totalidade de seus membros para a
devidamente fundamentado.
mesma comissão no período subsequente.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
motivo de ilegalidade não gera obrigação de
uma comissão especial integrada por pessoas de
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da
do art. 59 desta Lei.
matéria em exame, servidores públicos ou não.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4° do art. 22
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único
desta Lei deve ser precedido de regulamento
do art. 59 desta Lei.
próprio, a ser obtido pelos interessados no local
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório,
indicado no edital.
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos
I - a qualificação exigida dos participantes;
aplicam-se aos atos do procedimento de dispensa e
II - as diretrizes e a forma de apresentação do
de inexigibilidade de licitação.
trabalho;
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o
III - as condições de realização do concurso e os
contrato com preterição da ordem de classificação
prêmios a serem concedidos.

186
VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá de provas ou de provas e títulos, de acordo com a


autorizar a Administração a executá-lo quando julgar natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
conveniente. forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial para cargo em comissão declarado em lei de livre
ou a servidor designado pela Administração, nomeação e exoneração; (Inciso com redação dada pela
procedendo-se na forma da legislação pertinente. Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente III - o prazo de validade do concurso público será de
avaliado pela Administração para fixação do preço até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
mínimo de arrematação. período;
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% de convocação, aquele aprovado em concurso
(cinco por cento), e, após a assinatura da respectiva público de provas ou de provas e títulos será
ata lavrada no local do leilão, imediatamente convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira;
entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao
V - as funções de confiança, exercidas
pagamento do restante no prazo estipulado no edital
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
de convocação, sob pena de perder em favor da
efetivo, e os cargos em comissão, a serem
Administração o valor já recolhido.
preenchidos por servidores de carreira nos casos,
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da
condições e percentuais mínimos previstos em lei,
parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
horas.
e assessoramento; (Inciso com redação dada pela Emenda
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente
Constitucional nº 19, de 1998)
divulgado principalmente no município em que se
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
realizará.
livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica; (Inciso com redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - art. 37 ao 41 VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
CAPÍTULO VII - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
SEÇÃO I - Disposições Gerais
tempo determinado para atender a necessidade
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
temporária de excepcional interesse público;
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
X - a remuneração dos servidores públicos e o
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
princípios de legalidade, impessoalidade,
poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
observada a iniciativa privativa em cada caso,
seguinte: (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
Constitucional nº 19, de 1998)
data e sem distinção de índices; (Inciso com redação dada
I - os cargos, empregos e funções públicas são
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
acessíveis aos brasileiros que preencham os
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
cargos, funções e empregos públicos da
estrangeiros, na forma da lei; (Inciso com redação dada
administração direta, autárquica e fundacional, dos
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
membros de qualquer dos Poderes da União, dos
II - a investidura em cargo ou emprego público
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
depende de aprovação prévia em concurso público
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes

187
VADE MECUM – Agente da PCDF

políticos e os proventos, pensões ou outra espécie regulamentadas; (Alínea com redação dada pela Emenda
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, Constitucional nº 34, de 2001)

incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra XVII - a proibição de acumular estende-se a


natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, empregos e funções e abrange autarquias,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal fundações, empresas públicas, sociedades de
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito público; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
XVIII - a administração fazendária e seus servidores
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
jurisdição, precedência sobre os demais setores
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
administrativos, na forma da lei;
centésimos por cento do subsídio mensal, em
XIX - somente por lei específica poderá ser criada
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
autarquia e autorizada a instituição de empresa
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
pública, de sociedade de economia mista e de
aos membros do Ministério Público, aos
fundação, cabendo à lei complementar, neste último
Procuradores e aos Defensores Públicos; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003) caso, definir as áreas de sua atuação; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
XX - depende de autorização legislativa, em cada
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
caso, a criação de subsidiárias das entidades
pagos pelo Poder Executivo;
mencionadas no inciso anterior, assim como a
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
participação de qualquer delas em empresa privada;
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
XXI - ressalvados os casos especificados na
remuneração de pessoal do serviço público; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) legislação, as obras, serviços, compras e alienações
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por serão contratados mediante processo de licitação
servidor público não serão computados nem pública que assegure igualdade de condições a todos
acumulados para fins de concessão de acréscimos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
ulteriores; (Inciso com redação dada pela Emenda obrigações de pagamento, mantidas as condições
Constitucional nº 19, de 1998) efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de somente permitirá as exigências de qualificação
cargos e empregos públicos são irredutíveis, técnica e econômica indispensáveis à garantia do
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo cumprimento das obrigações.
e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Inciso XXII - as administrações tributárias da União, dos
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de exercidas por servidores de carreiras específicas,
horários, observado em qualquer caso o disposto no terão recursos prioritários para a realização de suas
inciso XI: (“Caput” do inciso com redação dada pela Emenda atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
Constitucional nº 19, de 1998)
com o compartilhamento de cadastros e de
a) a de dois cargos de professor;
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003)
científico; § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
c) a de dois cargos ou empregos privativos de serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
profissionais de saúde, com profissões caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou

188
VADE MECUM – Agente da PCDF

imagens que caracterizem promoção pessoal de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
autoridades ou servidores públicos. cabendo à lei dispor sobre:
§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III I - o prazo de duração do contrato;
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade II - os controles e critérios de avaliação de
responsável, nos termos da lei. desempenho, direitos, obrigações e
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do responsabilidade dos dirigentes;
usuário na administração pública direta e indireta, III - a remuneração do pessoal. (Parágrafo acrescido pela
regulando especialmente: Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas


públicos em geral, asseguradas a manutenção de públicas e às sociedades de economia mista, e suas
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
periódica, externa e interna, da qualidade dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
serviços; pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
II - o acesso dos usuários a registros administrativos geral. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19,
e a informações sobre atos de governo, observado o de 1998)
disposto no art. 5º, X e XXXIII; § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos
III - a disciplina da representação contra o exercício de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
na administração pública. (Parágrafo com redação dada função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) forma desta Constituição, os cargos eletivos e os
§ 4º Os atos de improbidade administrativa cargos em comissão declarados em lei de livre
importarão a suspensão dos direitos políticos, a nomeação e exoneração. (Parágrafo acrescido pela
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou previstas em lei. (Parágrafo acrescido pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento. § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito limite único, o subsídio mensal dos
de regresso contra o responsável nos casos de dolo Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
ou culpa. limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao por cento do subsídio mensal dos Ministros do
ocupante de cargo ou emprego da administração Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
disposto neste parágrafo aos subsídios dos
direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas. (Parágrafo acrescido pela Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e
financeira dos órgãos e entidades da administração poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
direta e indireta poderá ser ampliada mediante atribuições e responsabilidades sejam compatíveis
contrato, a ser firmado entre seus administradores e com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
o poder público, que tenha por objeto a fixação de física ou mental, enquanto permanecer nesta
condição, desde que possua a habilitação e o nível de

189
VADE MECUM – Agente da PCDF

escolaridade exigidos para o cargo de destino, competência, regime jurídico único e planos de
mantida a remuneração do cargo de origem. carreira para os servidores da administração pública
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide
2019) ADIN nº 2.135-4)
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
tempo de contribuição decorrente de cargo, demais componentes do sistema remuneratório
emprego ou função pública, inclusive do Regime observará:
Geral de Previdência Social, acarretará o I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo complexidade dos cargos componentes de cada
de contribuição. (Parágrafo acrescido pela Emenda carreira;
Constitucional nº 103, de 2019)
II - os requisitos para a investidura;
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias
III - as peculiaridades dos cargos. (Parágrafo com redação
de servidores públicos e de pensões por morte a seus dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
dependentes que não seja decorrente do disposto § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em manterão escolas de governo para a formação e o
lei que extinga regime próprio de previdência social. aperfeiçoamento dos servidores públicos,
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de
constituindo-se a participação nos cursos um dos
2019)
requisitos para a promoção na carreira, facultada,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
para isso, a celebração de convênios ou contratos
autárquica e fundacional, no exercício de mandato
entre os entes federados. (Parágrafo com redação dada
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (“Caput”
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
função; estabelecer requisitos diferenciados de admissão
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado quando a natureza do cargo o exigir. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
optar pela sua remuneração;
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
III - investido no mandato de Vereador, havendo
Estaduais e Municipais serão remunerados
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
outra espécie remuneratória, obedecido, em
anterior;
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Parágrafo
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
será contado para todos os efeitos legais, exceto para
dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
promoção por merecimento;
maior e a menor remuneração dos servidores
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
previdência social, permanecerá filiado a esse
art. 37, XI. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
regime, no ente federativo de origem. (Inciso com 19, de 1998)
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
SEÇÃO II - Dos Servidores Públicos
publicarão anualmente os valores do subsídio e da
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
remuneração dos cargos e empregos públicos.
Municípios instituirão, no âmbito de sua (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

190
VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos estabelecida mediante emenda às respectivas
orçamentários provenientes da economia com Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo
despesas correntes em cada órgão, autarquia e de contribuição e os demais requisitos estabelecidos
fundação, para aplicação no desenvolvimento de em lei complementar do respectivo ente federativo.
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
programas de qualidade e produtividade,
2019)
treinamento e desenvolvimento, modernização,
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido
produtividade. (Parágrafo acrescido pela Emenda para o Regime Geral de Previdência Social,
Constitucional nº 19, de 1998)
observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Parágrafo com
§ 8º A remuneração dos servidores públicos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
organizados em carreira poderá ser fixada nos § 3º As regras para cálculo de proventos de
termos do § 4º. (Parágrafo acrescido pela Emenda aposentadoria serão disciplinadas em lei do
Constitucional nº 19, de 1998) respectivo ente federativo. (Parágrafo com redação dada
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
temporário ou vinculadas ao exercício de função de § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
confiança ou de cargo em comissão à remuneração diferenciados para concessão de benefícios em
do cargo efetivo. (Parágrafo acrescido pela Emenda regime próprio de previdência social, ressalvado o
Constitucional nº 103, de 2019) disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Parágrafo com
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei
contributivo e solidário, mediante contribuição do complementar do respectivo ente federativo idade e
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de tempo de contribuição diferenciados para
aposentados e de pensionistas, observados critérios aposentadoria de servidores com deficiência,
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
(“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda realizada por equipe multiprofissional e
Constitucional nº 103, de 2019) interdisciplinar. (Parágrafo acrescido pela Emenda
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de Constitucional nº 103, de 2019)
previdência social será aposentado: (Parágrafo com § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) complementar do respectivo ente federativo idade e
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no tempo de contribuição diferenciados para
cargo em que estiver investido, quando insuscetível aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
de readaptação, hipótese em que será obrigatória a penitenciário, de agente socioeducativo ou de
realização de avaliações periódicas para verificação policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput
da continuidade das condições que ensejaram a do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos
concessão da aposentadoria, na forma de lei do I a IV do caput do art. 144. (Parágrafo acrescido pela
respectivo ente federativo; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais complementar do respectivo ente federativo idade e
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de tempo de contribuição diferenciados para
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
forma de lei complementar; (Inciso com redação dada pela exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
Emenda Constitucional nº 88, de 2015) físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos associação desses agentes, vedada a caracterização
de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos por categoria profissional ou ocupação. (Parágrafo
de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade proventos de inatividade com remuneração de cargo
mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às acumulável na forma desta Constituição, cargo em
idades decorrentes da aplicação do disposto no comissão declarado em lei de livre nomeação e
inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de exoneração, e de cargo eletivo. (Parágrafo com redação
efetivo exercício das funções de magistério na dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
educação infantil e no ensino fundamental e médio § 12. Além do disposto neste artigo, serão
fixado em lei complementar do respectivo ente observados, em regime próprio de previdência social,
federativo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Constitucional nº 103, de 2019) Regime Geral de Previdência Social. (Parágrafo com
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é § 13. Aplica-se ao agente público ocupante,
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
conta de regime próprio de previdência social, lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
aplicando-se outras vedações, regras e condições temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
para a acumulação de benefícios previdenciários emprego público, o Regime Geral de Previdência
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. Social. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº Constitucional nº 103, de 2019)
103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando Municípios instituirão, por lei de iniciativa do
se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo respectivo Poder Executivo, regime de previdência
dependente, o benefício de pensão por morte será complementar para servidores públicos ocupantes
concedido nos termos de lei do respectivo ente de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a benefícios do Regime Geral de Previdência Social
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º- para o valor das aposentadorias e das pensões em
B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em regime próprio de previdência social, ressalvado o
razão da função. (Parágrafo com redação dada pela Emenda disposto no § 16. (Parágrafo com redação dada pela
Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios § 15. O regime de previdência complementar de que
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
real, conforme critérios estabelecidos em lei. modalidade contribuição definida, observará o
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio
de 2003)
de entidade fechada de previdência complementar
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual,
ou de entidade aberta de previdência complementar.
distrital ou municipal será contado para fins de (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º- 103, de 2019)
A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente § 16. Somente mediante sua prévia e expressa
será contado para fins de disponibilidade. (Parágrafo opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ao servidor que tiver ingressado no serviço público
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de até a data da publicação do ato de instituição do
contagem de tempo de contribuição fictício. correspondente regime de previdência
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
complementar. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
de 1998)
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados
total dos proventos de inatividade, inclusive quando
para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
devidamente atualizados, na forma da lei. (Parágrafo
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)
contribuição para o regime geral de previdência § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
social, e ao montante resultante da adição de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime

192
VADE MECUM – Agente da PCDF

de que trata este artigo que superem o limite contribuições e dos bens, direitos e ativos de
máximo estabelecido para os benefícios do regime qualquer natureza;
geral de previdência social de que trata o art. 201, VI - mecanismos de equacionamento do déficit
com percentual igual ao estabelecido para os atuarial;
servidores titulares de cargos efetivos. (Parágrafo VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)
regime, observados os princípios relacionados com
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em
governança, controle interno e transparência;
lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de
VIII - condições e hipóteses para responsabilização
cargo efetivo que tenha completado as exigências
daqueles que desempenhem atribuições
para a aposentadoria voluntária e que opte por
relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão
permanecer em atividade poderá fazer jus a um
do regime;
abono de permanência equivalente, no máximo, ao
valor da sua contribuição previdenciária, até IX - condições para adesão a consórcio público;
completar a idade para aposentadoria compulsória. X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, definição de alíquota de contribuições ordinárias e
e com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de extraordinárias. (Parágrafo acrescido pela Emenda
2019) Constitucional nº 103, de 2019)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
próprio de previdência social e de mais de um órgão exercício os servidores nomeados para cargo de
ou entidade gestora desse regime em cada ente provimento efetivo em virtude de concurso público.
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda
entidades autárquicas e fundacionais, que serão Constitucional nº 19, de 1998)
responsáveis pelo seu financiamento, observados os § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica I - em virtude de sentença judicial transitada em
definidos na lei complementar de que trata o § 22. julgado;
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, II - mediante processo administrativo em que lhe seja
e com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de assegurada ampla defesa;
2019)
III - mediante procedimento de avaliação periódica
§ 21. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 47, de
de desempenho, na forma de lei complementar,
2005, e revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
assegurada ampla defesa. (Parágrafo com redação dada
(Vide inciso II do art. 36 da Emenda Constitucional nº 103, de
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
2019)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
de previdência social, lei complementar federal
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais
de origem, sem direito a indenização, aproveitado
de organização, de funcionamento e de
em outro cargo ou posto em disponibilidade com
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
outros aspectos, sobre: (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
I - requisitos para sua extinção e consequente de 1998)
migração para o Regime Geral de Previdência Social; § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de desnecessidade, o servidor estável ficará em
utilização dos recursos; disponibilidade, com remuneração proporcional ao
III - fiscalização pela União e controle externo e tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
social; em outro cargo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
V - condições para instituição do fundo com
é obrigatória a avaliação especial de desempenho
finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e
por comissão instituída para essa finalidade.
para vinculação a ele dos recursos provenientes de (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém


Noções de Direito nela podendo penetrar sem consentimento do
Constitucional morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 – Título II e V,
por determinação judicial;
Cap. III
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS comunicações telegráficas, de dados e das
FUNDAMENTAIS comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
INDIVIDUAIS E COLETIVOS estabelecer para fins de investigação criminal ou
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção instrução processual penal;
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade profissão, atendidas as qualificações profissionais
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à que a lei estabelecer;
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
I - homens e mulheres são iguais em direitos e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
obrigações, nos termos desta Constituição; exercício profissional;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer XV - é livre a locomoção no território nacional em
alguma coisa senão em virtude de lei; tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
III - ninguém será submetido a tortura nem a da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
tratamento desumano ou degradante; bens;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
vedado o anonimato; armas, em locais abertos ao público,
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional independentemente de autorização, desde que não
ao agravo, além da indenização por dano material, frustrem outra reunião anteriormente convocada
moral ou à imagem; para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de aviso à autoridade competente;
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos XVII - é plena a liberdade de associação para fins
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
locais de culto e a suas liturgias; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de de cooperativas independem de autorização, sendo
assistência religiosa nas entidades civis e militares de vedada a interferência estatal em seu
internação coletiva; funcionamento;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de XIX - as associações só poderão ser
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação primeiro caso, o trânsito em julgado;
alternativa, fixada em lei; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, a permanecer associado;
artística, científica e de comunicação, XXI - as entidades associativas, quando
independentemente de censura ou licença; expressamente autorizadas, têm legitimidade para
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a representar seus filiados judicial ou
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito extrajudicialmente;
a indenização pelo dano material ou moral XXII - é garantido o direito de propriedade;
decorrente de sua violação; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

194
VADE MECUM – Agente da PCDF

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, segurança da sociedade e do Estado;
ou por interesse social, mediante justa e prévia XXXIV - são a todos assegurados,
indenização em dinheiro, ressalvados os casos independentemente do pagamento de taxas:
previstos nesta Constituição; a) o direito de petição aos poderes públicos em
XXV - no caso de iminente perigo público, a defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
autoridade competente poderá usar de propriedade poder;
particular, assegurada ao proprietário indenização b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
ulterior, se houver dano; para defesa de direitos e esclarecimento de situações
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida de interesse pessoal;
em lei, desde que trabalhada pela família, não será XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
objeto de penhora para pagamento de débitos Judiciário lesão ou ameaça a direito;
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
lei sobre os meios de financiar o seu jurídico perfeito e a coisa julgada;
desenvolvimento; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, organização que lhe der a lei, assegurados:
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; a) a plenitude de defesa;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: b) o sigilo das votações;
a) a proteção às participações individuais em obras c) a soberania dos veredictos;
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, d) a competência para o julgamento dos crimes
inclusive nas atividades desportivas; dolosos contra a vida;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
econômico das obras que criarem ou de que nem pena sem prévia cominação legal;
participarem aos criadores, aos intérpretes e às XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
respectivas representações sindicais e associativas; réu;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
industriais privilégio temporário para sua utilização, dos direitos e liberdades fundamentais;
bem como proteção às criações industriais, à XLII - a prática do racismo constitui crime
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse reclusão, nos termos da lei;
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
do País; insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
XXX - é garantido o direito de herança; o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
País será regulada pela lei brasileira em benefício do por eles respondendo os mandantes, os executores e
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não os que, podendo evitá-los, se omitirem;
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
do consumidor; ordem constitucional e o Estado democrático;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
públicos informações de seu interesse particular, ou condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no e a decretação do perdimento de bens ser, nos
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles

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VADE MECUM – Agente da PCDF

executadas, até o limite do valor do patrimônio LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
transferido; identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e em lei;
adotará, entre outras, as seguintes: LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
a) privação ou restrição da liberdade; pública, se esta não for intentada no prazo legal;
b) perda de bens; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
c) multa; processuais quando a defesa da intimidade ou o
d) prestação social alternativa; interesse social o exigirem;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
XLVII - não haverá penas: ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos judiciária competente, salvo nos casos de
termos do art. 84, XIX; transgressão militar ou crime propriamente militar,
b) de caráter perpétuo; definidos em lei;
c) de trabalhos forçados; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
d) de banimento; encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
e) cruéis; competente e à família do preso ou à pessoa por ele
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos indicada;
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre
e o sexo do apenado; os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à assegurada a assistência da família e de advogado;
integridade física e moral; LXIV - o preso tem direito à identificação dos
L - às presidiárias serão asseguradas condições para responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
que possam permanecer com seus filhos durante o policial;
período de amamentação; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o pela autoridade judiciária;
naturalizado, em caso de crime comum, praticado LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido
antes da naturalização, ou de comprovado quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e sem fiança;
drogas afins, na forma da lei; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por responsável pelo inadimplemento voluntário e
crime político ou de opinião; inescusável de obrigação alimentícia e a do
LIII - ninguém será processado nem sentenciado depositário infiel;
senão pela autoridade competente; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
bens sem o devido processo legal; violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
LV - aos litigantes, em processo judicial ou por ilegalidade ou abuso de poder;
administrativo, e aos acusados em geral são LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com proteger direito líquido e certo, não amparado por
os meios e recursos a ela inerentes; habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
obtidas por meios ilícitos; pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
LVII - ninguém será considerado culpado até o atribuições do poder público;
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por:

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VADE MECUM – Agente da PCDF

a) partido político com representação no Congresso § 2º Os direitos e garantias expressos nesta


Nacional; Constituição não excluem outros decorrentes do
b) organização sindical, entidade de classe ou regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
associação legalmente constituída e em tratados internacionais em que a República
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa Federativa do Brasil seja parte.
dos interesses de seus membros ou associados; § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre direitos humanos que forem aprovados, em cada
que a falta de norma regulamentadora torne inviável Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e quintos dos votos dos respectivos membros, serão
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à equivalentes às emendas constitucionais. (Parágrafo
soberania e à cidadania; acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

LXXII - conceder-se-á habeas data: § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal


a) para assegurar o conhecimento de informações Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
relativas à pessoa do impetrante, constantes de adesão. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS
b) para a retificação de dados, quando não se prefira Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
administrativo; lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor maternidade e à infância, a assistência aos
ação popular que vise a anular ato lesivo ao desamparados, na forma desta Constituição. (Artigo
patrimônio público ou de entidade de que o Estado com redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
participe, à moralidade administrativa, ao meio Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de condição social:
custas judiciais e do ônus da sucumbência; I - relação de emprego protegida contra despedida
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de complementar, que preverá indenização
recursos; compensatória, dentre outros direitos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
judiciário, assim como o que ficar preso além do involuntário;
tempo fixado na sentença; III - fundo de garantia do tempo de serviço;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
pobres, na forma da lei: unificado, capaz de atender às suas necessidades
a) o registro civil de nascimento; vitais básicas e às de sua família com moradia,
b) a certidão de óbito; alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e higiene, transporte e previdência social, com
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários reajustes periódicos que lhe preservem o poder
ao exercício da cidadania. aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, qualquer fim;
são assegurados a razoável duração do processo e os V - piso salarial proporcional à extensão e à
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. complexidade do trabalho;
(Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias convenção ou acordo coletivo;
fundamentais têm aplicação imediata.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
para os que percebem remuneração variável; coletivos de trabalho;
VIII - décimo terceiro salário com base na XXVII - proteção em face da automação, na forma da
remuneração integral ou no valor da aposentadoria; lei;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
diurno; do empregador, sem excluir a indenização a que este
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
crime sua retenção dolosa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
XI - participação nos lucros, ou resultados, relações de trabalho, com prazo prescricional de
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
participação na gestão da empresa, conforme até o limite de dois anos após a extinção do contrato
definido em lei; de trabalho; (Inciso com redação dada pela Emenda
XII - salário-família pago em razão do dependente do Constitucional nº 28, de 2000)

trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Inciso a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada de funções e de critério de admissão por motivo de
a compensação de horários e a redução da jornada, sexo, idade, cor ou estado civil;
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XXXI - proibição de qualquer discriminação no
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado tocante a salário e critérios de admissão do
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo trabalhador portador de deficiência;
negociação coletiva; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
XV - repouso semanal remunerado, técnico e intelectual ou entre os profissionais
preferencialmente aos domingos; respectivos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do insalubre a menores de dezoito e de qualquer
normal; trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
menos, um terço a mais do que o salário normal; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
do salário, com a duração de cento e vinte dias;
com vínculo empregatício permanente e o
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
trabalhador avulso.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
as condições estabelecidas em lei e observada a
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
simplificação do cumprimento das obrigações
XXIII - adicional de remuneração para as atividades
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
relação de trabalho e suas peculiaridades, os
XXIV - aposentadoria;
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
como a sua integração à previdência social. (Parágrafo
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
único com redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de
creches e pré-escolas; (Inciso com redação dada pela 2013)
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, Art. 10. É assegurada a participação dos
observado o seguinte: trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para órgãos públicos em que seus interesses profissionais
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no ou previdenciários sejam objeto de discussão e
órgão competente, vedadas ao poder público a deliberação.
interferência e a intervenção na organização sindical; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
II - é vedada a criação de mais de uma organização empregados, é assegurada a eleição de um
sindical, em qualquer grau, representativa de representante destes com a finalidade exclusiva de
categoria profissional ou econômica, na mesma base promover-lhes o entendimento direto com os
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores.
empregadores interessados, não podendo ser
CAPÍTULO III - DA NACIONALIDADE
inferior à área de um Município;
Art. 12. São brasileiros:
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
I - natos:
interesses coletivos ou individuais da categoria,
a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em
estejam a serviço de seu país;
se tratando de categoria profissional, será
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de
descontada em folha, para custeio do sistema
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
confederativo da representação sindical respectiva,
serviço da República Federativa do Brasil;
independentemente da contribuição prevista em lei;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
mãe brasileira, desde que sejam registrados em
filiado a sindicato;
repartição brasileira competente ou venham a residir
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
na República Federativa do Brasil e optem, em
negociações coletivas de trabalho;
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
pela nacionalidade brasileira; (Alínea com redação dada
votado nas organizações sindicais;
pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
VIII - é vedada a dispensa do empregado
II - naturalizados:
sindicalizado a partir do registro da candidatura a
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
cargo de direção ou representação sindical e, se
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
portuguesa apenas residência por um ano
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da
ininterrupto e idoneidade moral;
lei.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade
Parágrafo único. As disposições deste artigo
residentes na República Federativa do Brasil há mais
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
colônias de pescadores, atendidas as condições que
penal, desde que requeiram a nacionalidade
a lei estabelecer.
brasileira. (Alínea com redação dada pela Emenda
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de § 1º Aos portugueses com residência permanente no
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio País, se houver reciprocidade em favor dos
dele defender. brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais brasileiro, salvo os casos previstos nesta
e disporá sobre o atendimento das necessidades Constituição. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
inadiáveis da comunidade. Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
às penas da lei.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre a) os analfabetos;


brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos b) os maiores de setenta anos;
previstos nesta Constituição. c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: anos.
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; § 2º Não podem alistar-se como eleitores os
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; estrangeiros e, durante o período do serviço militar
III - de Presidente do Senado Federal; obrigatório, os conscritos.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
V - da carreira diplomática; I - a nacionalidade brasileira;
VI - de oficial das Forças Armadas; II - o pleno exercício dos direitos políticos;
VII - de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido III - o alistamento eleitoral;
pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do V - a filiação partidária;
brasileiro que: VI - a idade mínima de:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse Presidente da República e Senador;
nacional; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: Estado e do Distrito Federal;
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional de
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Revisão nº 3, de 1994)
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
paz;
pela lei estrangeira; (Alínea acrescida pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
d) dezoito anos para Vereador.
b) de imposição de naturalização, pela norma § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
estrangeira, ao brasileiro residente em Estado § 5º O Presidente da República, os Governadores de
estrangeiro, como condição para permanência em Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
seu território ou para o exercício de direitos civis; houver sucedido ou substituído no curso dos
(Alínea acrescida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de mandatos poderão ser reeleitos para um único
1994) período subsequente. (Parágrafo com redação dada pela
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
República Federativa do Brasil. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a da República, os Governadores de Estado e do
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
poderão ter símbolos próprios. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
CAPÍTULO IV - DOS DIREITOS POLÍTICOS
afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo Presidente da República, de Governador de Estado
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: quem os haja substituído dentro dos seis meses
I - plebiscito; anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
II - referendo; eletivo e candidato à reeleição.
III - iniciativa popular. § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: seguintes condições:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
II - facultativos para: afastar-se da atividade;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

II - se contar mais de dez anos de serviço, será II - proibição de recebimento de recursos financeiros
agregado pela autoridade superior e, se eleito, de entidade ou governo estrangeiros ou de
passará automaticamente, no ato da diplomação, subordinação a estes;
para a inatividade. III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
proteger a probidade administrativa, a moralidade para definir sua estrutura interna e estabelecer
para o exercício do mandato, considerada a vida regras sobre escolha, formação e duração de seus
pregressa do candidato, e a normalidade e órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
legitimidade das eleições contra a influência do organização e funcionamento e para adotar os
poder econômico ou o abuso do exercício de função, critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
cargo ou emprego na administração direta ou eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
indireta. (redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
nº 4/94) vinculação entre as candidaturas em âmbito
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso fidelidade partidária. (redação dada pela Emenda
do poder econômico, corrupção ou fraude. Constitucional nº 97/17)
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
em segredo de justiça, respondendo o autor, na personalidade jurídica, na forma da lei civil,
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, Eleitoral.
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: § 3º Somente terão direito a recursos do fundo
I - cancelamento da naturalização por sentença partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
transitada em julgado; forma da lei, os partidos políticos que
II - incapacidade civil absoluta; alternativamente: (redação dada pela Emenda
III - condenação criminal transitada em julgado, Constitucional nº 97/17)

enquanto durarem seus efeitos; I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
V - improbidade administrativa, nos termos do art. unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
37, § 4º. por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
(Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
à eleição que ocorra até um ano da data de sua
unidades da Federação. (acrescido pela Emenda
vigência.
Constitucional nº 97, de 2017)
CAPÍTULO V - DOS PARTIDOS POLÍTICOS § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e organização paramilitar.
extinção de partidos políticos, resguardados a § 5º Ao eleito por partido que não preencher os
soberania nacional, o regime democrático, o requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da o mandato e facultada a filiação, sem perda do
pessoa humana e observados os seguintes preceitos: mandato, a outro partido que os tenha atingido, não
I - caráter nacional; sendo essa filiação considerada para fins de
distribuição dos recursos do fundo partidário e de
acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

201
VADE MECUM – Agente da PCDF

TÍTULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.


INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS (redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

CAPÍTULO III - DA SEGURANÇA PÚBLICA § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de


polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
competência da União, as funções de polícia
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
preservação da ordem pública e da incolumidade das
militares.
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e
órgãos:
a preservação da ordem pública; aos corpos de
I - polícia federal;
bombeiros militares, além das atribuições definidas
II - polícia rodoviária federal;
em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
III - polícia ferroviária federal;
civil.
IV - polícias civis;
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares;
administrador do sistema penal da unidade
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Inciso
acrescido pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão estabelecimentos penais. (Parágrafo acrescido pela
Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
permanente, organizado e mantido pela União e
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros
estruturado em carreira, destina-se a: (redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
militares, forças auxiliares e reserva do Exército
I - apurar infrações penais contra a ordem política e subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as
social ou em detrimento de bens, serviços e polícias penais estaduais e distrital, aos
interesses da União ou de suas entidades autárquicas Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
e empresas públicas, assim como outras infrações Territórios. (redação dada pela Emenda Constitucional 104/19)
cuja prática tenha repercussão interestadual ou § 7º A lei disciplinará a organização e o
internacional e exija repressão uniforme, segundo se funcionamento dos órgãos responsáveis pela
dispuser em lei; segurança pública, de maneira a garantir a eficiência
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de de suas atividades.
entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o § 8º Os Municípios poderão constituir guardas
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de municipais destinadas à proteção de seus bens,
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
competência; § 9º A remuneração dos servidores policiais
III - exercer as funções de polícia marítima, integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
aeroportuária e de fronteiras; (redação dada pela Emenda será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Parágrafo
Constitucional nº 19, de 1998) acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia § 10. A segurança viária, exercida para a preservação
judiciária da União. da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, seu patrimônio nas vias públicas:
organizado e mantido pela União e estruturado em I - compreende a educação, engenharia e fiscalização
carreira, destina-se, na forma da lei, ao de trânsito, além de outras atividades previstas em
patrulhamento ostensivo das rodovias federais. lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade
(redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) urbana eficiente; e
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito
organizado e mantido pela União e estruturado em Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
carreira, destina-se, na forma da lei, ao entidades executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

202
VADE MECUM – Agente da PCDF

LVII - ninguém será considerado culpado até o


Noções de Direito Penal trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
e Processual Penal LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
interesse social o exigirem;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
INDIVIDUAIS E COLETIVOS judiciária competente, salvo nos casos de
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção transgressão militar ou crime propriamente militar,
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e definidos em lei;
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à responsável pelo inadimplemento voluntário e
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: inescusável de obrigação alimentícia e a do
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém depositário infiel;
nela podendo penetrar sem consentimento do LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
morador, salvo em caso de flagrante delito ou são assegurados a razoável duração do processo e os
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
(Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
por determinação judicial;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, CAPÍTULO II - DA UNIÃO
nem pena sem prévia cominação legal;
Art. 22. Compete privativamente à União legislar
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
sobre:
réu;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
trabalho;
e a decretação do perdimento de bens ser, nos
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
os Estados a legislar sobre questões específicas das
executadas, até o limite do valor do patrimônio
matérias relacionadas neste artigo.
transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e CAPÍTULO III - DOS ESTADOS FEDERADOS
adotará, entre outras, as seguintes: Art. 27. § 1º Será de quatro anos o mandato dos
a) privação ou restrição da liberdade; Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras
b) perda de bens; desta Constituição sobre sistema eleitoral,
c) multa; inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
d) prestação social alternativa; mandato, licença, impedimentos e incorporação às
e) suspensão ou interdição de direitos; Forças Armadas.
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
crime político ou de opinião;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou CAPÍTULO I - DO PODER LEGISLATIVO
administrativo, e aos acusados em geral são SEÇÃO IV - Do Senado Federal
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
os meios e recursos a ela inerentes; I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas da República nos crimes de responsabilidade, bem
obtidas por meios ilícitos; como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da

203
VADE MECUM – Agente da PCDF

mesma natureza conexos com aqueles; (Inciso com DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIO
II - processar e julgar os Ministros do Supremo
SEÇÃO I - Disposições Gerais
Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Público, o Procurador-Geral da República e o
Magistratura, observados os seguintes princípios:
Advogado-Geral da União nos crimes de
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder
responsabilidade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal
e a seus advogados, ou somente a estes, em casos
Federal, limitando-se a condenação, que somente
nos quais a preservação do direito à intimidade do
será proferida por dois terços dos votos do Senado
interessado no sigilo não prejudique o interesse
Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
público à informação; (Inciso com redação dada pela
anos, para o exercício de função pública, sem Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de
CAPÍTULO II - DO PODER EXECUTIVO ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões
SEÇÃO III - Da Responsabilidade do Presidente da
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
República
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
República, por dois terços da Câmara dos Deputados,
Poder Judiciário e à administração pública direta e
será ele submetido a julgamento perante o Supremo
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou bem como proceder à sua revisão ou cancelamento,
perante o Senado Federal, nos crimes de na forma estabelecida em lei.
responsabilidade. § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: interpretação e a eficácia de normas determinadas,
I - nas infrações penais comuns, se recebida a acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal judiciários ou entre esses e a administração pública
Federal; que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
II - nos crimes de responsabilidade, após a multiplicação de processos sobre questão idêntica.
instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
julgamento não estiver concluído, cessará o poderá ser provocada por aqueles que podem propor
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular a ação direta de inconstitucionalidade.
prosseguimento do processo. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
nas infrações comuns, o Presidente da República não a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal
estará sujeito a prisão. Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu administrativo ou cassará a decisão judicial
mandato, não pode ser responsabilizado por atos reclamada, e determinará que outra seja proferida
estranhos ao exercício de suas funções. com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
(Artigo acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

204
VADE MECUM – Agente da PCDF

CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI Nº 2.848/40) aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no


espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou
PARTE GERAL
mar territorial do Brasil. (Artigo com redação dada pela Lei
TÍTULO I - DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL nº 7.209, de 11/7/1984)
Anterioridade da lei Lugar do crime
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em
Não há pena sem prévia cominação legal. (Artigo com que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
Lei penal no tempo resultado. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei 11/7/1984)
posterior deixa de considerar crime, cessando em Extraterritorialidade
virtude dela a execução e os efeitos penais da Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
sentença condenatória. cometidos no estrangeiro:
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer I - os crimes:
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
anteriores, ainda que decididos por sentença República;
condenatória transitada em julgado. (Artigo com redação b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Lei excepcional ou temporária Município, de empresa pública, sociedade de
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora economia mista, autarquia ou fundação instituída
decorrido o período de sua duração ou cessadas as pelo Poder Público;
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato c) contra a administração pública, por quem está a
praticado durante sua vigência. (Artigo com redação dada seu serviço;
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
Tempo do crime domiciliado no Brasil;
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento II - os crimes:
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou
do resultado. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de a reprimir;
11/7/1984)
b) praticados por brasileiro;
Territorialidade
c) praticados em aeronaves ou embarcações
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
convenções, tratados e regras de direito
quando em território estrangeiro e aí não sejam
internacional, ao crime cometido no território
julgados.
nacional.
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
extensão do território nacional as embarcações e
estrangeiro.
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
serviço do governo brasileiro, onde quer que se
depende do concurso das seguintes condições:
encontrem, bem como as aeronaves e as
a) entrar o agente no território nacional;
embarcações brasileiras, mercantes ou de
b) ser o fato punível também no país em que foi
propriedade privada, que se achem,
praticado;
respectivamente, no espaço aéreo correspondente
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
ou em alto-mar.
lei brasileira autoriza a extradição;
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
não ter aí cumprido a pena;
estrangeiras de propriedade privada, achando-se

205
VADE MECUM – Agente da PCDF

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, TÍTULO II - DO CRIME


por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, Relação de causalidade
segundo a lei mais favorável. Art. 13. O resultado, de que depende a existência do
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
Brasil, se, reunidas as condições previstas no resultado não teria ocorrido.
parágrafo anterior: Superveniência de causa independente
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; § 1º A superveniência de causa relativamente
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Artigo com independente exclui a imputação quando, por si só,
redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
Pena cumprida no estrangeiro
imputam-se a quem os praticou.
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a
Relevância da omissão
pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
(Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
dever de agir incumbe a quem:
Eficácia de sentença estrangeira
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação
vigilância;
da lei brasileira produz na espécie as mesmas
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:
impedir o resultado;
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
restituições e a outros efeitos civis;
ocorrência do resultado. (redação dada pela Lei nº 7.209/84)
II - sujeitá-lo à medida de segurança.
Art. 14. Diz-se o crime:
Parágrafo único. A homologação depende:
Crime consumado
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da
I - consumado, quando nele se reúnem todos os
parte interessada;
elementos de sua definição legal;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
Tentativa
extradição com o país de cuja autoridade judiciária
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
consuma por circunstâncias alheias à vontade do
requisição do Ministro da Justiça. (Artigo com redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
agente.
Contagem de prazo Pena da tentativa
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do Parágrafo único. Salvo disposição em contrário,
prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo pune-se a tentativa com a pena correspondente ao
calendário comum. (Artigo com redação dada pela Lei nº crime consumado, diminuída de um a dois terços.
7.209, de 11/7/1984) (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)

Frações não computáveis da pena Desistência voluntária e arrependimento eficaz


Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Artigo produza, só responde pelos atos já praticados. (Artigo
com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)

Legislação especial Arrependimento posterior


Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou
fatos incriminados por lei especial, se esta não grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
dispuser de modo diverso. (Artigo com redação dada pela restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou
Lei nº 7.209, de 11/7/1984) da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços. (dada pela Lei nº 7.209/84)

206
VADE MECUM – Agente da PCDF

Crime impossível Feminicídio


Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta feminino; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts.
o crime. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
11/7/1984) sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Art. 18. Diz-se o crime: Pública, no exercício da função ou em decorrência
Crime doloso dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, condição: (Inciso acrescido pela Lei nº 13.142, de 6/7/2015)
de 11.7.1984)
VIII - (VETADO na Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
Crime culposo
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado
§ 2º-A. Considera-se que há razões de condição de
por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído
sexo feminino quando o crime envolve:
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - violência doméstica e familiar;
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei,
II - menosprezo ou discriminação à condição de
ninguém pode ser punido por fato previsto como
mulher. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
PARTE ESPECIAL Pena - detenção, de um a três anos.
TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA Aumento de pena
CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém: regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
Caso de diminuição de pena não procura diminuir as consequências do seu ato, ou
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio
de violenta emoção, logo em seguida a injusta o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Parágrafo
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
com redação dada pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no
um sexto a um terço.
DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Homicídio qualificado § 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá
§ 2º Se o homicídio é cometido: deixar de aplicar a pena, se as consequências da
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou infração atingiram o próprio agente de forma tão
por outro motivo torpe; grave que a sanção penal se torne desnecessária.
II - por motivo fútil; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que metade se o crime for praticado por milícia privada,
possa resultar perigo comum; sob o pretexto de prestação de serviço de segurança,
IV - à traição, de emboscada, ou mediante ou por grupo de extermínio. (Parágrafo acrescido pela Lei
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne nº 12.720, de 27/9/2012)
impossível a defesa do ofendido; § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
V - para assegurar a execução, a ocultação, a terço) até a metade se o crime for praticado: (Parágrafo
impunidade ou vantagem de outro crime; acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)

207
VADE MECUM – Agente da PCDF

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é


posteriores ao parto; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
9/3/2015) (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta
de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora em lesão corporal de natureza gravíssima e é
de doenças degenerativas que acarretem condição cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; contra quem, por enfermidade ou deficiência mental,
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015, e com redação não tem o necessário discernimento para a prática do
dada pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
III - na presença física ou virtual de descendente ou de
oferecer resistência, responde o agente pelo crime
ascendente da vítima; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de
descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (Parágrafo
9/3/2015, e com redação dada pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é
urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Inciso
contra quem não tem o necessário discernimento
acrescido pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a
causa, não pode oferecer resistência, responde o
automutilação
agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a
121 deste Código. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.968, de
praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio
26/12/2019)
material para que o faça: (“Caput” do artigo com redação
Infanticídio
dada pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal,
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Pena
com redação dada pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
o próprio filho, durante o parto ou logo após:
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio Pena - detenção, de dois a seis anos.
resulta lesão corporal de natureza grave ou Aborto provocado pela gestante ou com seu
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 consentimento
deste Código: Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Parágrafo que outrem lho provoque: (Vide ADPF nº 54/2004)
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação Aborto provocado por terceiro
resulta morte: Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Parágrafo gestante:
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) Pena - reclusão, de três a dez anos.
§ 3º A pena é duplicada: Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe gestante: (Vide ADPF nº 54/2004)
ou fútil; Pena - reclusão, de um a quatro anos.
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
qualquer causa, a capacidade de resistência. (Parágrafo se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é
único transformado em § 3º e com redação dada pela Lei nº 13.968, alienada ou débil mental, ou se o consentimento é
de 26/12/2019)
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é
Forma qualificada
realizada por meio da rede de computadores, de rede
Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos
social ou transmitida em tempo real. (Parágrafo
anteriores são aumentadas de um terço, se, em
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
conseqüência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de

208
VADE MECUM – Agente da PCDF

natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer § 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
dessas causas, lhe sobrevem a morte. substituir a pena de detenção pela de multa:
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
Aborto necessário anterior;
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se as lesões são recíprocas.
(Vide ADPF nº 54/2004) Lesão corporal culposa
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro § 6º Se a lesão é culposa:
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é Pena - detenção, de dois meses a um ano.
precedido de consentimento da gestante ou, quando Aumento de pena
incapaz, de seu representante legal. (Vide ADPF nº § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
54/2004)
qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste
CAPÍTULO II - DAS LESÕES CORPORAIS Código. (redação dada pela Lei nº 12.720, de 27/9/2012)
Lesão corporal § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde art. 121. (acrescido pela Lei nº 6.416/1977, e com redação dada
pela Lei nº 8.069//1990, publicada no DOU de 16/7/199o)
de outrem:
Violência Doméstica
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente,
Lesão corporal de natureza grave
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
§ 1º Se resulta:
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
prevalecendo-se o agente das relações domésticas,
mais de trinta dias;
de coabitação ou de hospitalidade:
II - perigo de vida;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.886, de 17/7/2004, e com
função; redação dada pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, publicada no DOU de
IV - aceleração de parto: 8/8/2006, em vigor 45 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo,
§ 2º Se resulta: se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste
I - Incapacidade permanente para o trabalho; artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
II - enfermidade incurável; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.886, de 17/7/2004)
III- perda ou inutilização de membro, sentido ou § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será
função; (Retificado no DOU de 3/1/1941) aumentada de um terço se o crime for cometido
IV - deformidade permanente; contra pessoa portadora de deficiência. (Parágrafo
V - aborto: acrescido pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, publicada no DOU de
8/8/2006, em vigor 45 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
Lesão corporal seguida de morte
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o
Nacional de Segurança Pública, no exercício da
risco de produzi-lo:
função ou em decorrência dela, ou contra seu
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
Diminuição de pena
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo
aumentada de um a dois terços. (Parágrafo acrescido pela
de relevante valor social ou moral ou sob o domínio
Lei nº 13.142, de 6/7/2015)
de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.
Substituição da pena

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CAPÍTULO III - DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Inciso
SAÚDE acrescido pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU de
3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Perigo de contágio venéreo
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais
Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para
ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia
ocultar desonra própria:
venérea, de que sabe ou deve saber que está
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
contaminado:
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
grave:
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena - detenção, de um a três anos.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º Se resulta a morte:
§ 2º Somente se procede mediante representação.
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Perigo de contágio de moléstia grave
Omissão de socorro
Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz
possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança
de produzir o contágio:
abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo;
Perigo para a vida ou saúde de outrem
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
pública:
direto e iminente:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se
não constitui crime mais grave.
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave,
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a
e triplicada, se resulta a morte.
um terço se a exposição da vida ou da saúde de
Condicionamento de atendimento médico-
outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
hospitalar emergencial
para a prestação de serviços em estabelecimentos de
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória
qualquer natureza, em desacordo com as normas
ou qualquer garantia, bem como o preenchimento
legais. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.777, de
29/12/1998) prévio de formulários administrativos, como
Abandono de incapaz condição para o atendimento médico-hospitalar
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu emergencial:
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos multa.
resultantes do abandono: Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se
Pena - detenção, de seis meses a três anos. da negativa de atendimento resulta lesão corporal de
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Artigo
acrescido pela Lei nº 12.653, de 28/5/2012)
natureza grave:
Maus tratos
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa
§ 2º Se resulta a morte:
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
Aumento de pena
privando-a de alimentação ou cuidados
§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho
de um terço:
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
de correção ou disciplina:
II - se o agente é ascendente ou descendente,
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima;

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§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza Injúria


grave: Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
Pena - reclusão, de um a quatro anos. ou o decoro:
§ 2º Se resulta a morte: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
praticado contra pessoa menor de catorze anos. diretamente a injúria;
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.069, de 13/7/1990, publicada no II - no caso de retorsão imediata, que consista em
DOU de 16/7/1990, em vigor 90 dias após a publicação)
outra injúria.
CAPÍTULO IV - DA RIXA § 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
Rixa que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os considerem aviltantes:
contendores: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa,
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou além da pena correspondente à violência.
multa. § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
de natureza grave, aplica-se, pelo fato da condição de pessoa idosa ou portadora de
participação na rixa, a pena de detenção, de seis deficiência: (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.459, de
13/5/1997, e com redação dada pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003,
meses a dois anos.
publicada no DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a
CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA A HONRA publicação)

Calúnia Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Pena


acrescida pela Lei nº 9.459, de 13/5/1997)
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe
Disposições comuns
falsamente fato definido como crime:
Art. 141. As penas cominadas neste capítulo
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
cometido:
imputação, a propala ou divulga.
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.
de governo estrangeiro;
Exceção da verdade
II - contra funcionário público, em razão de suas
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:
funções;
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
privada, o ofendido não foi condenado por sentença
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
irrecorrível;
injúria;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
indicadas no nº I do art. 141;
portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
(Inciso acrescido pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Difamação § 1º Se o crime é cometido mediante paga ou
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato promessa de recompensa, aplica-se a pena em
ofensivo à sua reputação: dobro. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 13.964,
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. de 24/12/2019)
Exceção da verdade § 2º (VETADO na Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa
é relativa ao exercício de suas funções.

211
VADE MECUM – Agente da PCDF

Exclusão do crime Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou


Art. 142. Não constituem injúria ou difamação grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
punível: qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não
pela parte ou por seu procurador; manda:
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de Aumento de pena
injuriar ou difamar; § 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem
público, em apreciação ou informação que preste no mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
cumprimento de dever do ofício. § 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde correspondentes à violência.
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá § 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:
publicidade. I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o
Retratação consentimento do paciente ou de seu representante
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se legal, se justificada por iminente perigo de vida;
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica II - a coação exercida para impedir suicídio.
isento de pena. Ameaça
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou
tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando- gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-
se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, lhe mal injusto e grave:
se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
que se praticou a ofensa. (Parágrafo único acrescido pela Lei Parágrafo único. Somente se procede mediante
nº 13.188, de 11/11/2015) representação.
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se Sequestro e cárcere privado
infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele seqüestro ou cárcere privado:
que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá Pena - reclusão, de um a três anos.
satisfatórias, responde pela ofensa. § 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
Art. 145. Nos crimes previstos neste capítulo I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
somente se procede mediante queixa, salvo, quando companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão anos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
corporal. II - se o crime é praticado mediante internação da
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do vítima em casa de saúde ou hospital;
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do III - se a privação da liberdade dura mais de quinze
art. 141 deste Código, e mediante representação do dias;
ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem IV - se o crime é praticado contra menor de 18
como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. (dezoito) anos; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.106, de
(Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 12.033, de 28/3/2005)
29/09/2009)
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (Inciso
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A acrescido pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
LIBERDADE INDIVIDUAL § 2º Se resulta à vítima, em razão de maus tratos ou
SEÇÃO I - Dos crimes contra a liberdade pessoal da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou
Constrangimento ilegal moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

212
VADE MECUM – Agente da PCDF

Redução a condição análoga à de escravo superioridade hierárquica inerente ao exercício de


Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de emprego, cargo ou função; ou
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do
a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições território nacional.
degradantes de trabalho, quer restringindo, por § 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida for primário e não integrar organização criminosa.
contraída com o empregador ou preposto: (Artigo acrescido pela Lei nº 13.344, de 6/10/2016, publicada no
DOU de 7/10/2016, em vigor 45 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
SEÇÃO II - Dos crimes contra a inviolabilidade do
pena correspondente à violência. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei nº 10.803, de 11/12/2003) domicílio
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: Violação de domicílio
I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
trabalho; tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho dependências:
ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de § 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em
trabalho. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.803, de 11/12/2003) lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é arma, ou por duas ou mais pessoas:
cometido: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
I - contra criança ou adolescente; pena correspondente à violência.
II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, § 2º (Revogado pela Lei nº 13.869, de 5/9/2019, publicada no DOU
Edição Extra de 5/9/2019, em vigor 120 dias após a publicação)
religião ou origem. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.803, de
11/12/2003) § 3º Não constitui crime a entrada ou permanência
Tráfico de pessoas em casa alheia ou em suas dependências:
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, I - durante o dia, com observância das formalidades
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum
abuso, com a finalidade de: crime está sendo ali praticado ou na iminência de o
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; ser.
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de § 4º A expressão "casa" compreende:
escravo; I - qualquer compartimento habitado;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; II - aposento ocupado de habitação coletiva;
IV - adoção ilegal; ou III - compartimento não aberto ao público, onde
V - exploração sexual. alguém exerce profissão ou atividade.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 5º Não se compreendem na expressão "casa":
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra
se: habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a
I - o crime for cometido por funcionário público no restrição do nº II do parágrafo anterior;
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
II - o crime for cometido contra criança, adolescente SEÇÃO III - Dos crimes contra a inviolabilidade de
ou pessoa idosa ou com deficiência; correspondência
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, Violação de correspondência
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de
dependência econômica, de autoridade ou de correspondência fechada, dirigida a outrem:

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após
a publicação)
Sonegação ou destruição de correspondência
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações
§ 1º Na mesma pena incorre:
sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
I - quem se apossa indevidamente de
contidas ou não nos sistemas de informações ou
correspondência alheia, embora não fechada e, no
banco de dados da Administração Pública.
todo ou em parte, a sonega ou destrói;
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no
ou telefônica DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem § 2º Quando resultar prejuízo para a Administração
ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou Pública, a ação penal será incondicionada. (Parágrafo
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de
telefônica entre outras pessoas; 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
III - quem impede a comunicação ou a conversação Violação do segredo profissional
referidas no número anterior; Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo,
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho de que tem ciência em razão de função, ministério,
radioelétrico, sem observância de disposição legal. ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano dano a outrem:
para outrem. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 3º Se o agente comete o crime, com abuso de Parágrafo único. Somente se procede mediante
função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico representação.
ou telefônico: Invasão de dispositivo informático
Pena - detenção, de um a três anos. Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio,
§ 4º Somente se procede mediante representação, conectado ou não à rede de computadores,
salvo nos casos do § 1º, nº IV, e do § 3º. mediante violação indevida de mecanismo de
Correspondência comercial segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir
Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado dados ou informações sem autorização expressa ou
de estabelecimento comercial ou industrial para, no tácita do titular do dispositivo ou instalar
todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
suprimir correspondência, ou revelar a estranho o Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
seu conteúdo: multa.
Pena - detenção, de três meses a dois anos. § 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
Parágrafo único. Somente se procede mediante distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa
representação. de computador com o intuito de permitir a prática da
SEÇÃO IV - Dos crimes contra a inviolabilidade dos conduta definida no caput.
segredos § 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
Divulgação de segredo invasão resulta prejuízo econômico.
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, § 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo
conteúdo de documento particular ou de de comunicações eletrônicas privadas, segredos
correspondência confidencial, de que é destinatário comerciais ou industriais, informações sigilosas,
ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a assim definidas em lei, ou o controle remoto não
outrem: autorizado do dispositivo invadido:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
§ 1º Somente se procede mediante representação. multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
(Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 9.983, de § 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a
dois terços se houver divulgação, comercialização ou

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VADE MECUM – Agente da PCDF

transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados III - com emprego de chave falsa;
ou informações obtidos. IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o § 4º-A. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)
crime for praticado contra: anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; artefato análogo que cause perigo comum. (Parágrafo
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado § 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a
Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da subtração for de veículo automotor que venha a ser
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara transportado para outro Estado ou para o exterior.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Municipal; ou
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos
IV - dirigente máximo da administração direta e
se a subtração for de semovente domesticável de
indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
produção, ainda que abatido ou dividido em partes
Federal. (acrescido pela Lei nº 12.737, de 30/11/2012, publicada
no DOU de 3/12/2012, em vigor 120 dias após a publicação) no local da subtração. (acrescido pela Lei nº 13.330/2016)
Ação penal § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, e multa, se a subtração for de substâncias explosivas
somente se procede mediante representação, salvo ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
se o crime é cometido contra a administração pública possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)
direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
Furto de coisa comum
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra
Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou
empresas concessionárias de serviços públicos.
(acrescido pela Lei nº 12.737, de 30/11/2012, publicada no DOU de sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente
3/12/2012, em vigor 120 dias após a publicação) a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O
PATRIMÔNIO § 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum
CAPÍTULO I - DO FURTO
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
Furto
direito o agente.
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa
alheia móvel: CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Roubo
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
praticado durante o repouso noturno. outrem, mediante grave ameaça ou violência a
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reduzido à impossibilidade de resistência:
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa
qualquer outra que tenha valor econômico. ou grave ameaça, afim de assegurar a impunidade do
Furto qualificado crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
se o crime é cometido: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à I - (Revogado pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)


subtração da coisa; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, III - se a vítima está em serviço de transporte de
escalada ou destreza; valores e o agente conhece tal circunstância;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

IV - se a subtração for de veículo automotor que de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da
venha a ser transportado para outro Estado ou para multa; se resulta lesão corporal grave ou morte,
o exterior; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º,
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, respectivamente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.923, de
restringindo sua liberdade; (acrescido pela Lei nº 17/4/2009)
9.426/1996) Extorsão mediante sequestro
VI - se a subtração for de substâncias explosivas ou de Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para
acessórios que, conjunta ou isoladamente, si ou para outrem, qualquer vantagem, como
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego; condição ou preço do resgate:
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018) Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Pena com
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com redação dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990)
emprego de arma branca; (acrescido pela Lei nº § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
13.964/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou
§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego cometido por bando ou quadrilha. (Parágrafo com
de arma de fogo; redação dada pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU
II - se há destruição ou rompimento de obstáculo de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)

mediante o emprego de explosivo ou de artefato Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Pena com redação
dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990)
análogo que cause perigo comum. (acrescido pela Lei nº
13.654, de 23/4/2018) § 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida grave:
com emprego de arma de fogo de uso restrito ou Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990)
proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput
§ 3º Se resulta a morte:
deste artigo. (acrescido pela Lei nº 13.96/2019, publicada na
Edição Extra do DOU de 24/12/2019) Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Pena
com redação dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990)
§ 3º Se da violência resulta: (redação dada pela Lei nº
13.654, de 23/4/2018) § 4º Se o crime é cometido em concurso, o
I - lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 concorrente que o denunciar à autoridade,
(sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (acrescido pela Lei nº facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua
13.654, de 23/4/2018) pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo acrescido
II - morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990, e com redação dada pela Lei nº
9.269, de 2/4/1996)
(trinta) anos, e multa. (acrescido pela Lei nº 13.654/2018)
Extorsão indireta
Extorsão
Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida,
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou
abusando da situação de alguém, documento que
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou
pode dar causa a procedimento criminal contra a
para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
vítima ou contra terceiro:
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, CAPÍTULO III - DA USURPAÇÃO
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um Alteração de limites
terço até metade. Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para
violência o disposto no § 3º do artigo anterior. apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da alheia:
liberdade da vítima, e essa condição é necessária Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é § 1º Na mesma pena incorre quem:

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Usurpação de águas Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou


I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de histórico
outrem, águas alheias; Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
Esbulho possessório tombada pela autoridade competente em virtude de
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, valor artístico, arqueológico ou histórico:
ou mediante concurso de mais de duas pessoas, Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho Alteração de local especialmente protegido
possessório. Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na competente, o aspecto de local especialmente
pena a esta cominada. protegido por lei:
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
de violência, somente se procede mediante queixa. Ação penal
Supressão ou alteração de marca em animais Art. 167. Nos casos do art. 163, do n. IV do seu
Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em parágrafo e do art. 164, somente se procede
gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de mediante queixa.
propriedade:
CAPÍTULO V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Apropriação indébita
CAPÍTULO IV - DO DANO Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
Dano tem a posse ou a detenção:
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
alheia: Aumento de pena
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º A pena é aumentada de um terço, quando o
Dano qualificado agente recebeu a coisa:
Parágrafo único. Se o crime é cometido: I - em depósito necessário;
I - com violência a pessoa ou grave ameaça; II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
II - com emprego de substância inflamável ou liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; depositário judicial;
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Distrito Federal, de Município ou de autarquia, Apropriação indébita previdenciária
fundação pública, empresa pública, sociedade de Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
economia mista ou empresa concessionária de contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo
serviços públicos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.531, e forma legal ou convencional:
de 7/12/2017) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo (“Caput” do artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000,
considerável para a vítima: publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a
publicação)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
além da pena correspondente à violência.
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra
Introdução ou abandono de animais em
importância destinada à previdência social que tenha
propriedade alheia
sido descontada de pagamento efetuado a
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em
segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
propriedade alheia, sem consentimento de quem de
II - recolher contribuições devidas à previdência
direito, desde que do fato resulte prejuízo:
social que tenham integrado despesas contábeis ou
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou
custos relativos à venda de produtos ou à prestação
multa.
de serviços;

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VADE MECUM – Agente da PCDF

III - pagar benefício devido a segurado, quando as Apropriação de coisa achada


respectivas cotas ou valores já tiverem sido II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
reembolsados à empresa pela previdência social. total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
autoridade competente, dentro do prazo de quinze
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente,
dias.
espontaneamente, declara, confessa e efetua o
Art. 170. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-
pagamento das contribuições, importâncias ou
se o disposto no art. 155, § 2º.
valores e presta as informações devidas à previdência
social, na forma definida em lei ou regulamento, CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS
FRAUDES
antes do início da ação fiscal. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor Estelionato
90 dias após a publicação) Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
aplicar somente a de multa se o agente for primário alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
e de bons antecedentes, desde que: qualquer outro meio fraudulento:
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
antes de oferecida a denúncia, o pagamento da § 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor
contribuição social previdenciária, inclusive o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o
acessórios; ou disposto no art. 155, § 2º.
II - o valor das contribuições devidas, inclusive § 2º Nas mesmas penas incorre quem:
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido Disposição de coisa alheia como própria
pela previdência social, administrativamente, como I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas em garantia coisa alheia como própria;
execuções fiscais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de Alienação ou oneração fraudulenta de coisa
14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após própria
a publicação)
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se
garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus
aplica aos casos de parcelamento de contribuições
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a
cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior
terceiro, mediante pagamento em prestações,
àquele estabelecido, administrativamente, como
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
Defraudação de penhor
execuções fiscais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.606, de
III - defrauda, mediante alienação não consentida
9/1/2018)
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito pelo credor ou por outro modo, a garantia
ou força da natureza pignoratícia, quando tem a posse do objeto
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda empenhado;
ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da Fraude na entrega de coisa
natureza: IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. coisa que deve entregar a alguém;
Parágrafo único. Na mesma pena incorre: Fraude para recebimento de indenização ou valor
Apropriação de tesouro de seguro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
no todo ou em parte, da quota a que tem direito o própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava
proprietário do prédio; as consequências da lesão ou doença, com o intuito
de haver indenização ou valor de seguro;

218
VADE MECUM – Agente da PCDF

Fraude no pagamento por meio de cheque aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias,
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é Fraude no comércio
cometido em detrimento de entidade de direito Art. 175. Enganar, no exercício de atividade
público ou de instituto de economia popular, comercial, o adquirente ou consumidor:
assistência social ou beneficência. I - vendendo, como verdadeira ou perfeita,
Estelionato contra idoso mercadoria falsificada ou deteriorada;
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for II - entregando uma mercadoria por outra:
cometido contra idoso. (Parágrafo acrescido pela Lei nº Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
13.228, de 28/12/2015) § 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a
§ 5º Somente se procede mediante representação, qualidade ou o peso de metal ou substituir, no
salvo se a vítima for: mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra
I - a Administração Pública, direta ou indireta; de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira;
II - criança ou adolescente; vender, como precioso, metal de outra qualidade:
III - pessoa com deficiência mental; ou Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. § 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
Outras fraudes
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
publicação)
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se
Duplicata simulada em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda dispor de recursos para efetuar o pagamento:
que não corresponda à mercadoria vendida, em Pena - detenção de quinze dias a dois meses, ou
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. multa.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 8.137, de Parágrafo único. Somente se procede mediante
27/12/1990) representação, e o juiz pode, conforme as
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
multa. (Pena com redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990) Fraudes e abusos na fundação ou administração de
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele sociedade por ações
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Art. 177. Promover a fundação de sociedade por
Registro de Duplicatas. (Parágrafo único acrescido pela Lei ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação
nº 5.474, de 18/7/1968, publicada no DOU de 19/7/1968, em vigor ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
30 dias após a publicação)
constituição da sociedade, ou ocultando
Abuso de incapazes
fraudulentamente fato a ela relativo:
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou
fato não constitui crime contra a economia popular.
da alienação ou debilidade mental de outrem,
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível
crime contra a economia popular:
de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
terceiro:
ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
ou comunicação ao público ou à assembleia, faz
Induzimento a especulação
afirmação falsa sobre as condições econômicas da
Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade
em parte, fato a elas relativo;
mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou

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VADE MECUM – Agente da PCDF

II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
outros títulos da sociedade; Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (“Caput”
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à do artigo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)

sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, Receptação qualificada


dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização § 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
da assembleia geral; ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar,
conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo em proveito próprio ou alheio, no exercício de
quando a lei o permite; atividade comercial ou industrial, coisa que deve
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de saber ser produto de crime:
crédito social, aceita em penhor ou em caução ações Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Parágrafo
com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
da própria sociedade;
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço,
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
em desacordo com este, ou mediante balanço falso,
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
distribui lucros ou dividendos fictícios;
residência. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.426, de
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por
24/12/1996)
interposta pessoa, ou conluiado com acionista,
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
consegue a aprovação de conta ou parecer;
ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
condição de quem a oferece, deve presumir-se
IX - o representante da sociedade anônima
obtida por meio criminoso:
estrangeira, autorizada a funcionar no país, que
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou
pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
ambas as penas. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº
informação ao Governo. 9.426, de 24/12/1996)
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois § 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido
anos, e multa, o acionista que, afim de obter ou isento de pena o autor do crime de que proveio a
vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas coisa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 5.346, de 3/11/1967, com
deliberações de assembleia geral. redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou § 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
"warrant" pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa
warrant, em desacordo com disposição legal: aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Parágrafo
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Fraude à execução § 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
destruindo ou danificando bens, ou simulando autarquia, fundação pública, empresa pública,
dívidas: sociedade de economia mista ou empresa
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. concessionária de serviços públicos, aplica-se em
Parágrafo único. Somente se procede mediante dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Parágrafo
queixa. acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996, e com redação dada
pela Lei nº 13.531, de 7/12/2017)
CAPÍTULO VII - DA RECEPTAÇÃO Receptação de animal
Receptação Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe de produção ou de comercialização, semovente

220
VADE MECUM – Agente da PCDF

domesticável de produção, ainda que abatido ou Peculato culposo


dividido em partes, que deve saber ser produto de § 2º Se o funcionário concorre culposamente para o
crime: crime de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano.
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.330, de 2/8/2016) § 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do
CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS dano, se precede a sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer
pena imposta.
dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
Peculato mediante erro de outrem
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
de outrem:
Art. 182. Somente se procede mediante
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
representação, se o crime previsto neste título é
Inserção de dados falsos em sistema de
cometido em prejuízo:
informações
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos
informatizados ou bancos de dados da
anteriores:
Administração Pública com o fim de obter vantagem
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
indevida para si ou para outrem ou para causar dano;
quando haja emprego de grave ameaça ou violência
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
a pessoa;
(Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU
II - ao estranho que participa do crime; de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade Modificação ou alteração não autorizada de
igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Inciso acrescido sistema de informações
pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU de 3/10/2003,
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
em vigor 90 dias após a publicação)
sistema de informações ou programa de informática
TÍTULO XI - DOS CRIMES CONTRA A sem autorização ou solicitação de autoridade
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
competente:
CAPÍTULO I - DOS CRIMES PRATICADOS POR Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A multa.
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
Peculato terço até a metade se da modificação ou alteração
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de resulta dano para a Administração Pública ou para o
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público administrado. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000,
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: publicação)
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário documento
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
funcionário. constitui crime mais grave.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Prevaricação


Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação Art. 319. Retardar ou deixar de praticar,
diversa da estabelecida em lei: indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. disposição expressa de lei, para satisfazer interesse
Concussão ou sentimento pessoal:
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
(Pena com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, similar, que permita a comunicação com outros
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias
presos ou com o ambiente externo:
após a publicação)
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Artigo
Excesso de exação
acrescido pela Lei nº 11.466, de 28/3/2007)
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição
Condescendência criminosa
social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
responsabilizar subordinado que cometeu infração
ou gravoso, que a lei não autoriza:
no exercício do cargo ou, quando lhe falte
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
competência, não levar o fato ao conhecimento da
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)
autoridade competente:
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
de outrem, o que recebeu indevidamente para
Advocacia administrativa
recolher aos cofres públicos:
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente,
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
interesse privado perante a administração pública,
Corrupção passiva
valendo-se da qualidade de funcionário:
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
Pena - detenção de um a três meses, ou multa.
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
Pena - detenção de três meses a um ano, além da
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Pena com redação dada pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003)
Violência arbitrária
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou
conseqüência da vantagem ou promessa, o a pretexto de exercê-la:
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. pena correspondente à violência.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou Abandono de função
retarda ato de ofício, com infração de dever Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: permitidos em lei:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho § 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
prática de contrabando ou descaminho (art. 334): § 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. de fronteira:
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 8.137, de Pena - detenção de um a três anos, e multa.
27/12/1990)

222
VADE MECUM – Agente da PCDF

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou § 2º A pena será aumentada da terça parte quando os
prolongado autores dos crimes previstos neste capítulo forem
Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes ocupantes de cargos em comissão ou de função de
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a direção ou assessoramento de órgão da
exercê-la, sem autorização, depois de saber administração direta, sociedade de economia mista,
oficialmente que foi exonerado, removido, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
substituído ou suspenso: público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980)
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
CAPÍTULO II - DOS CRIMES PRATICADOS POR
Violação de sigilo funcional PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão GERAL
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou Usurpação de função pública
facilitar-lhe a revelação: Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. Se do fato o agente aufere
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: vantagem:
I - permite ou facilita, mediante atribuição, Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer Resistência
outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante
sistemas de informações ou banco de dados da violência ou ameaça a funcionário competente para
Administração Pública; executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
Administração Pública ou a outrem:
das correspondentes à violência.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no Desobediência
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação) Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário
Violação do sigilo de proposta de concorrência público:
Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e
concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o multa.
ensejo de devassá-lo: Desacato
Pena - detenção, de três meses um ano, e multa. Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício
Funcionário público da função ou em razão dela:
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou Tráfico de influência
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
pública. para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce pretexto de influir em ato praticado por funcionário
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, público no exercício da função.
e quem trabalha para empresa prestadora de serviço Pena - Reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
contratada ou conveniada para a execução de Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
atividade típica da Administração Pública. (Parágrafo o agente alega ou insinua que a vantagem é também
único transformado em § 1º pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980, e com destinada ao funcionário. (Artigo com redação dada pela Lei
nova redação dada pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no nº 9.127, de 16/11/1995)
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Corrupção ativa marítimo ou fluvial. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 4.729, de


Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a 14/7/1965, e com redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)

funcionário público, para determiná-lo a praticar, Contrabando


omitir ou retardar ato de ofício: Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. proibida:
(Pena com redação dada pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, § 1º Incorre na mesma pena quem:
se, em razão da vantagem ou promessa, o I - pratica fato assimilado, em lei especial, a
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o contrabando;
pratica infringindo dever funcional. II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria
Descaminho que dependa de registro, análise ou autorização de
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento órgão público competente;
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída III - reinsere no território nacional mercadoria
ou pelo consumo de mercadoria: brasileira destinada à exportação;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (“Caput” IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
do artigo com redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014) de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Parágrafo com alheio, no exercício de atividade comercial ou
redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
permitidos em lei; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de
alheio, no exercício de atividade comercial ou
26/6/2014)
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os
descaminho; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
inclusive o exercido em residências.
alheio, no exercício de atividade comercial ou
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de
industrial, mercadoria de procedência estrangeira
contrabando é praticado em transporte aéreo,
que introduziu clandestinamente no País ou
marítimo ou fluvial. (acrescido pela Lei nº 13.008/14)
importou fraudulentamente ou que sabe ser produto
Impedimento, perturbação ou fraude de
de introdução clandestina no território nacional ou
concorrência
de importação fraudulenta por parte de outrem;
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou pública ou venda em hasta pública, promovida pela
alheio, no exercício de atividade comercial ou administração federal, estadual ou municipal, ou por
industrial, mercadoria de procedência estrangeira, entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
desacompanhada de documentação legal ou concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
acompanhada de documentos que sabe serem ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
falsos. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os além da pena correspondente à violência.
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, abstém de concorrer ou licitar, em razão da
inclusive o exercido em residências. (Parágrafo com vantagem oferecida.
redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014) Inutilização de edital ou de sinal
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma inutilizar ou
descaminho é praticado em transporte aéreo, conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado,

224
VADE MECUM – Agente da PCDF

por determinação legal ou por ordem de funcionário (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir
público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. de multa.
Subtração ou inutilização de livro ou documento § 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices
parcialmente, livro oficial, processo ou documento do reajuste dos benefícios da previdência social.
confiado à custódia de funcionário, em razão de (Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU
de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
ofício, ou de particular em serviço público:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não CAPÍTULO II-A - DOS CRIMES PRATICADOS POR
constitui crime grave. PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
Sonegação de contribuição previdenciária PÚBLICA ESTRANGEIRA
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social Corrupção ativa em transação comercial
previdenciária e qualquer acessório, mediante as internacional
seguintes condutas: Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de indiretamente, vantagem indevida a funcionário
documento de informações previsto pela legislação público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para
previdenciária segurados empregado, empresário, determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a ofício relacionado à transação comercial
este equiparado que lhe prestem serviços; internacional:
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
da contabilidade da empresa as quantias Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um
descontadas dos segurados ou as devidas pelo terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o
empregador ou pelo tomador de serviços; funcionário público estrangeiro retarda ou omite o
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e (Artigo acrescido pela Lei nº 10.467, de 11/6/2002)

demais fatos geradores de contribuições sociais Tráfico de influência em transação comercial


previdenciárias: internacional
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem
espontaneamente, declara e confessa as ou promessa de vantagem a pretexto de influir em
contribuições, importâncias ou valores e presta as ato praticado por funcionário público estrangeiro no
informações devidas à previdência social, na forma exercício de suas funções, relacionado a transação
definida em lei ou regulamento, antes do início da comercial internacional:
ação fiscal. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
aplicar somente a de multa se o agente for primário o agente alega ou insinua que a vantagem é também
e de bons antecedentes, desde que: destinada a funcionário estrangeiro. (Artigo acrescido
pela Lei nº 10.467, de 11/6/2002)
I - (VETADO)
Funcionário público estrangeiro
II - o valor das contribuições devidas, inclusive
Art. 337-D. Considera-se funcionário público
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que
pela previdência social administrativamente, como
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
emprego ou função pública em entidades estatais ou
execuções fiscais.
em representações diplomáticas de país estrangeiro.
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha
de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público na Edição Extra do DOU de 5/8/2013, em vigor 45 dias após a
publicação)
estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço,
em empresas controladas, diretamente ou
se o crime é praticado mediante suborno ou se
indiretamente, pelo Poder Público de país
cometido com o fim de obter prova destinada a
estrangeiro ou em organizações públicas
produzir efeito em processo penal, ou em processo
internacionais. (Artigo acrescido pela Lei nº 10.467, de
11/6/2002) civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Parágrafo com redação dada
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A pela Lei nº 10.268, de 28/8/2001)
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença
Reingresso de estrangeiro expulso no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se
Art. 338. Reingressar no território nacional o retrata ou declara a verdade. (Parágrafo com redação dada
estrangeiro que dele foi expulso: pela Lei nº 10.268, de 28/8/2001)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou
de nova expulsão após o cumprimento da pena. qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
Denunciação caluniosa contador, tradutor ou intérprete, para fazer
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
policial, de processo judicial, instauração de depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
investigação administrativa, inquérito civil ou ação interpretação:
de improbidade administrativa contra alguém, Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (“Caput” Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto
do artigo com redação dada pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000) a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. prova destinada a produzir efeito em processo penal
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente ou em processo civil em que for parte entidade da
se serve de anonimato ou de nome suposto. administração pública direta ou indireta. (Artigo com
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é redação dada pela Lei nº 10.268, de 28/8/2001)
de prática de contravenção. Coação no curso do processo
Comunicação falsa de crime ou de contravenção Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o
Art. 340. Provocar a ação de autoridade, fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
contravenção que sabe não se ter verificado: funciona ou é chamada a intervir em processo
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. judicial, policial ou administrativo, ou em juízo
Auto-acusação falsa arbitral:
Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além
inexistente ou praticado por outrem: da pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Exercício arbitrário das próprias razões
Falso testemunho ou falsa perícia Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando
verdade, como testemunha, perito, contador, a lei o permite:
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
administrativo, inquérito policial, ou em juízo além da pena correspondente à violência.
arbitral: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 10.268, Parágrafo único. Se não há emprego de violência,
de 28/8/2001) somente se procede mediante queixa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa
(Pena com redação dada pela Lei nº 12.850, de 2/8/2013, publicada
própria, que se acha em poder de terceiro por
determinação judicial ou convenção:

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 2º Se há emprego de violência contra pessoa,
Fraude processual aplica-se também a pena correspondente à violência.
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de § 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz guarda está o preso ou o internado.
ou o perito: § 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir três meses a um ano, ou multa.
efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as Evasão mediante violência contra a pessoa
penas aplicam-se em dobro. Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o
Favorecimento pessoal indivíduo submetido a medida de segurança
Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade detentiva, usando de violência contra a pessoa:
pública autor de crime a que é cominada pena de Pena - detenção de três meses a um ano, além da
reclusão: pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Arrebatamento de preso
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Art. 353. Arrebatar preso, afim de maltratá-lo, do
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, correspondente à violência.
descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica Motim de presos
isento de pena. Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a
Favorecimento real ordem ou disciplina da prisão:
Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de co- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar pena correspondente à violência.
seguro o proveito do crime: Patrocínio infiel
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar procurador, o dever profissional, prejudicando
ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
comunicação móvel, de rádio ou similar, sem Pena - detenção, de seis meses a três anos e multa.
autorização legal, em estabelecimento prisional. Patrocínio simultâneo ou tergiversação
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Artigo Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o
acrescido pela Lei nº 12.012, de 6/8/2009) advogado ou procurador judicial que defende na
Exercício arbitrário ou abuso de poder mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
Art. 350. (Revogado pela Lei nº 13.869, de 5/9/2019, publicada contrárias.
no DOU Edição Extra de 5/9/2019, em vigor 120 dias após a
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
publicação)
Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
de restituir autos, documento ou objeto de valor
segurança
probatório, que recebeu na qualidade de advogado
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa
ou procurador:
legalmente presa ou submetida a medida de
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
segurança detentiva:
Exploração de prestígio
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
§ 1º Se o crime é praticado à mão armada, ou por
outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a
órgão do ministério público, funcionário de justiça,
pena é de reclusão, de dois a seis anos.
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

227
VADE MECUM – Agente da PCDF

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último
terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não
utilidade também se destina a qualquer das pessoas possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou,
referidas neste artigo. caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte,
Violência ou fraude em arrematação judicial que não tenha contrapartida suficiente de
Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação disponibilidade de caixa:
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
licitante, por meio de violência, grave ameaça, acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)

fraude ou oferecimento de vantagem: Ordenação de despesa não autorizada


Pena - detenção de dois meses a um ano, ou multa, Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
além da pena correspondente à violência. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
Prestação de garantia graciosa
suspensão de direito
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito
Art. 359. Exercer função, atividade, direito,
sem que tenha sido constituída contragarantia em
autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado
valor igual ou superior ao valor da garantia prestada,
por decisão judicial:
na forma da lei:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Pena - detenção, de 3(três) meses a 1 (um) ano. (Artigo
CAPÍTULO IV - DOS CRIMES CONTRA AS acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
FINANÇAS PÚBLICAS Não cancelamento de restos a pagar
Contratação de operação de crédito Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação promover o cancelamento do montante de restos a
de crédito, interno ou externo, sem prévia pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:
autorização legislativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem Aumento de despesa total com pessoal no último
ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, ano do mandato ou legislatura
interno ou externo: Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
I - com inobservância de limite, condição ou acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
montante estabelecido em lei ou em resolução do cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato
Senado Federal; ou da legislatura:
II - quando o montante da dívida consolidada Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)

acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000) Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Inscrição de despesas não empenhadas em restos Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
a pagar pública ou a colocação no mercado financeiro de
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em títulos da dívida pública sem que tenham sido criados
restos a pagar, de despesa que não tenha sido por lei ou sem que estejam registrados em sistema
previamente empenhada ou que exceda limite centralizado de liquidação e de custódia:
estabelecido em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)

(Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)


Assunção de obrigação no último ano do mandato
ou legislatura

228
VADE MECUM – Agente da PCDF

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO- disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº
LEI 3.689/41) 13.964, de 2019)
III - zelar pela observância dos direitos do preso,
LIVRO I – DO PROCESSO EM GERAL podendo determinar que este seja conduzido à sua
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer
território brasileiro, por este Código, ressalvados:
investigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - os tratados, as convenções e regras de direito
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória
internacional;
ou outra medida cautelar, observado o disposto no §
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
República, dos ministros de Estado, nos crimes
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida
conexos com os do Presidente da República, e dos
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes
assegurado, no primeiro caso, o exercício do
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
contraditório em audiência pública e oral, na forma
III - os processos da competência da Justiça Militar;
do disposto neste Código ou em legislação especial
IV - os processos da competência do tribunal especial
(Constituição, art. 122, no 17); pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº VII - decidir sobre o requerimento de produção
130) antecipada de provas consideradas urgentes e não
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
Código aos processos referidos nos nos. IV e V, defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº
quando as leis especiais que os regulam não 13.964, de 2019)

dispuserem de modo diverso. VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito,


Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, estando o investigado preso, em vista das razões
sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a apresentadas pela autoridade policial e observado o
vigência da lei anterior. disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação
IX - determinar o trancamento do inquérito policial
extensiva e aplicação analógica, bem como o
quando não houver fundamento razoável para sua
suplemento dos princípios gerais de direito.
instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura
13.964, de 2019)
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
X - requisitar documentos, laudos e informações ao
investigação e a substituição da atuação probatória
delegado de polícia sobre o andamento da
do órgão de acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo
XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei
controle da legalidade da investigação criminal e pela nº 13.964, de 2019)
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia a) interceptação telefônica, do fluxo de
tenha sido reservada à autorização prévia do Poder comunicações em sistemas de informática e
Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído telemática ou de outras formas de comunicação;
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados
termos do inciso LXII do caput do art. 5º da e telefônico; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº
II - receber o auto da prisão em flagrante para o 13.964, de 2019)
controle da legalidade da prisão, observado o d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

229
VADE MECUM – Agente da PCDF

e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não
direitos fundamentais do investigado; (Incluído pela Lei vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após
nº 13.964, de 2019) o recebimento da denúncia ou queixa, deverá
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do reexaminar a necessidade das medidas cautelares
oferecimento da denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído
2019) pela Lei nº 13.964, de 2019)
XIII - determinar a instauração de incidente de § 3º Os autos que compõem as matérias de
insanidade mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) competência do juiz das garantias ficarão
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído Ministério Público e da defesa, e não serão
pela Lei nº 13.964, de 2019)
apensados aos autos do processo enviados ao juiz da
XV - assegurar prontamente, quando se fizer
instrução e julgamento, ressalvados os documentos
necessário, o direito outorgado ao investigado e ao
relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção
seu defensor de acesso a todos os elementos
de provas ou de antecipação de provas, que deverão
informativos e provas produzidos no âmbito da
ser remetidos para apensamento em apartado.
investigação criminal, salvo no que concerne, (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
estritamente, às diligências em andamento; (Incluído § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos
pela Lei nº 13.964, de 2019)
autos acautelados na secretaria do juízo das
XVI - deferir pedido de admissão de assistente
garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
técnico para acompanhar a produção da perícia;
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
praticar qualquer ato incluído nas competências dos
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não
arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
persecução penal ou os de colaboração premiada,
funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
quando formalizados durante a investigação; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
definidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº rodízio de magistrados, a fim de atender às
13.964, de 2019) disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 2019)

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
garantias poderá, mediante representação da conforme as normas de organização judiciária da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por critérios objetivos a serem periodicamente
até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
investigação não for concluída, a prisão será
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o
imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
cumprimento das regras para o tratamento dos
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
abrange todas as infrações penais, exceto as de autoridade com órgãos da imprensa para explorar a
menor potencial ofensivo, e cessa com o imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e
oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre
julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a realização da prisão e a identidade do preso serão,
de modo padronizado e respeitada a programação

230
VADE MECUM – Agente da PCDF

normativa aludida no caput deste artigo, Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da
transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade infração penal, a autoridade policial deverá:
da persecução penal, o direito à informação e a I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se
dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela alterem o estado e conservação das coisas, até a
Lei nº 13.964, de 2019) chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº
8.862, de 28.3.1994)
DO INQUÉRITO POLICIAL
II - apreender os objetos que tiverem relação com o
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação
autoridades policiais no território de suas respectivas dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações III - colher todas as provas que servirem para o
penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
9.5.1995)
IV - ouvir o ofendido;
Parágrafo único. A competência definida neste
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
artigo não excluirá a de autoridades administrativas,
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
a quem por lei seja cometida a mesma função.
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a
será iniciado:
leitura;
I - de ofício;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou
a acareações;
do Ministério Público, ou a requerimento do
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame
ofendido ou de quem tiver qualidade para
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
representá-lo.
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos
sempre que possível:
autos sua folha de antecedentes;
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
b) a individualização do indiciado ou seus sinais
ponto de vista individual, familiar e social, sua
característicos e as razões de convicção ou de
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo
presunção de ser ele o autor da infração, ou os
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
motivos de impossibilidade de o fazer;
outros elementos que contribuírem para a
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de
apreciação do seu temperamento e caráter.
sua profissão e residência.
X - colher informações sobre a existência de filhos,
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de
respectivas idades e se possuem alguma deficiência
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
e o nome e o contato de eventual responsável pelos
Polícia.
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
conhecimento da existência de infração penal em Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por infração sido praticada de determinado modo, a
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, autoridade policial poderá proceder à reprodução
verificada a procedência das informações, mandará simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
instaurar inquérito. moralidade ou a ordem pública.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será
depender de representação, não poderá sem ela ser observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste
iniciado. Livro.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão,
somente poderá proceder a inquérito a requerimento num só processado, reduzidas a escrito ou
de quem tenha qualidade para intentá-la.

231
VADE MECUM – Agente da PCDF

datilografadas e, neste caso, rubricadas pela Parágrafo único. A requisição, que será atendida no
autoridade. prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
estiver preso preventivamente, contado o prazo,
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
13.344, de 2016) (Vigência)
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
III - a identificação da unidade de polícia judiciária
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344,
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que de 2016) (Vigência)
tiver sido apurado e enviará autos ao juiz Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão
competente. dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar membro do Ministério Público ou o delegado de
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, polícia poderão requisitar, mediante autorização
mencionando o lugar onde possam ser encontradas. judicial, às empresas prestadoras de serviço de
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o telecomunicações e/ou telemática que
indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer disponibilizem imediatamente os meios técnicos
ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores adequados – como sinais, informações e outros – que
diligências, que serão realizadas no prazo marcado permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
pelo juiz. delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os (Vigência)
objetos que interessarem à prova, acompanharão os § 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa
autos do inquérito. posicionamento da estação de cobertura,
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído
denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
ou outra. § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

I - fornecer às autoridades judiciárias as informações I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação


necessárias à instrução e julgamento dos processos; de qualquer natureza, que dependerá de autorização
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016) (Vigência)
pelo Ministério Público;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas
móvel celular por período não superior a 30 (trinta)
autoridades judiciárias;
dias, renovável por uma única vez, por igual período;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts.
III - para períodos superiores àquele de que trata o
148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do
inciso II, será necessária a apresentação de ordem
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72
o membro do Ministério Público ou o delegado de
(setenta e duas) horas, contado do registro da
polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do
respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344,
poder público ou de empresas da iniciativa privada, de 2016) (Vigência)
dados e informações cadastrais da vítima ou de § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de
suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará
às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que

232
VADE MECUM – Agente da PCDF

disponibilizem imediatamente os meios técnicos Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
adequados – como sinais, informações e outros – que devolução do inquérito à autoridade policial, senão
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do para novas diligências, imprescindíveis ao
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. oferecimento da denúncia.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o arquivar autos de inquérito.
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
será realizada, ou não, a juízo da autoridade. inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às para a denúncia, a autoridade policial poderá
instituições dispostas no art. 144 da Constituição proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
Federal figurarem como investigados em inquéritos notícia.
policiais, inquéritos policiais militares e demais Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública,
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
investigação de fatos relacionados ao uso da força competente, onde aguardarão a iniciativa do
letal praticados no exercício profissional, de forma ofendido ou de seu representante legal, ou serão
consumada ou tentada, incluindo as situações entregues ao requerente, se o pedir, mediante
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de traslado.
dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o
poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
2019)
interesse da sociedade.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que
investigado deverá ser citado da instauração do
lhe forem solicitados, a autoridade policial não
procedimento investigatório, podendo constituir
poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
instauração de inquérito contra os requerentes.
contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)
13.964, de 2019)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo
dependerá sempre de despacho nos autos e somente
com ausência de nomeação de defensor pelo
será permitida quando o interesse da sociedade ou a
investigado, a autoridade responsável pela
conveniência da investigação o exigir.
investigação deverá intimar a instituição a que estava
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não
vinculado o investigado à época da ocorrência dos
excederá de três dias, será decretada por despacho
fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito)
fundamentado do Juiz, a requerimento da
horas, indique defensor para a representação do
autoridade policial, ou do órgão do Ministério
investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Público, respeitado, em qualquer hipótese, o
§ 3º (VETADO).
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da
§ 4º (VETADO).
Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27
§ 5º (VETADO).
de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de
§ 6º As disposições constantes deste artigo se 30.5.1966)
aplicam aos servidores militares vinculados às Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
instituições dispostas no art. 142 da Constituição houver mais de uma circunscrição policial, a
Federal, desde que os fatos investigados digam autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
diligências em circunscrição de outra,
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado
independentemente de precatórias ou requisições, e
curador pela autoridade policial.
bem assim providenciará, até que compareça a

233
VADE MECUM – Agente da PCDF

autoridade competente, sobre qualquer fato que por decisão judicial, facultado às partes acompanhar
ocorra em sua presença, noutra circunscrição. o incidente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após
a publicação)
juiz competente, a autoridade policial oficiará ao
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.690, de 9/6/2008)
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova
congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
declarada inadmissível não poderá proferir a
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
sentença ou acórdão. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
pessoa do indiciado.
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
TÍTULO VII - DA PROVA 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS


Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.690, de Art. 282. As medidas cautelares previstas neste
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após
Título deverão ser aplicadas observando-se a: (“Caput”
a publicação)
do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
produção antecipada de provas consideradas publicação)
urgentes e relevantes, observando a necessidade, I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
adequação e proporcionalidade da medida; (Inciso investigação ou a instrução criminal e, nos casos
acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de expressamente previstos, para evitar a prática de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
infrações penais; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
proferir sentença, a realização de diligências para publicação)
dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Inciso acrescido II - adequação da medida à gravidade do crime,
pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, circunstâncias do fato e condições pessoais do
em vigor 60 dias após a publicação)
indiciado ou acusado. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403,
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser
de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim a publicação)
entendidas as obtidas em violação a normas § 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas
constitucionais ou legais. (“Caput” do artigo com redação isolada ou cumulativamente. (Parágrafo acrescido pela Lei
dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/200) nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas 60 dias após a publicação)
das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz
causalidade entre umas e outras, ou quando as a requerimento das partes ou, quando no curso da
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte investigação criminal, por representação da
independente das primeiras. (Parágrafo acrescido pela Lei autoridade policial ou mediante requerimento do
nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403,
60 dias após a publicação) de 4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, em vigor 30 dias após a publicação)

próprios da investigação ou instrução criminal, seria § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de


capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Parágrafo ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de
acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de medida cautelar, determinará a intimação da parte
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação) contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da dias, acompanhada de cópia do requerimento e das
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada peças necessárias, permanecendo os autos em juízo,

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e os casos de urgência ou de perigo deverão ser 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
dias após a publicação)
justificados e fundamentados em decisão que
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
contenha elementos do caso concreto que
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
justifiquem essa medida excepcional. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, e com nova redação inviolabilidade do domicílio. (Parágrafo acrescido pela Lei
dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) 60 dias após a publicação)

§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das Art. 284. Não será permitido o emprego de força,
obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento salvo a indispensável no caso de resistência ou de
do Ministério Público, de seu assistente ou do tentativa de fuga do preso.
querelante, poderá substituir a medida, impor outra Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará
em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão expedir o respectivo mandado.
preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 Parágrafo único. O mandado de prisão:
deste Código. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403, de a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela
4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de autoridade;
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu
em vigor 30 dias após a publicação)
nome, alcunha ou sinais característicos;
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando
verificar a falta de motivo para que subsista, bem
afiançável a infração;
como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe
a justifiquem. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403, de
execução.
4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o
em vigor 30 dias após a publicação) executor entregará ao preso, logo depois da prisão,
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada um dos exemplares com declaração do dia, hora e
quando não for cabível a sua substituição por outra lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou
e o não cabimento da substituição por outra medida não puder escrever, o fato será mencionado em
cautelar deverá ser justificado de forma declaração, assinada por duas testemunhas.
fundamentada nos elementos presentes do caso Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de
concreto, de forma individualizada. (Parágrafo acrescido exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso,
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz
nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de que tiver expedido o mandado, para a realização de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
audiência de custódia. (Artigo com redação dada pela Lei nº
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
flagrante delito ou por ordem escrita e 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
fundamentada da autoridade judiciária competente, Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que
em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou
condenação criminal transitada em julgado. (“Caput” carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo
do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, executor ou apresentada a guia expedida pela
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
autoridade competente, devendo ser passado recibo
dias após a publicação)
da entrega do preso, com declaração de dia e hora.
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no
se aplicam à infração a que não for isolada,
próprio exemplar do mandado, se este for o
cumulativa ou alternativamente cominada pena
documento exibido.
privativa de liberdade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº

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Art. 289. Quando o acusado estiver no território § 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a
nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será legitimidade da pessoa do executor ou sobre a
deprecada a sua prisão, devendo constar da identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do
precatória o inteiro teor do mandado. (“Caput” do artigo art. 290 deste Código.
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no § 6° O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
registro do mandado de prisão a que se refere o caput
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a
deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
prisão por qualquer meio de comunicação, do qual publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor publicação)
da fiança se arbitrada. (Parágrafo único transformado em § Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao
1º e com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada território de outro município ou comarca, o executor
no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar,
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará
apresentando-o imediatamente à autoridade local,
as precauções necessárias para averiguar a
que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de
autenticidade da comunicação. (Parágrafo acrescido pela
flagrante, providenciará para a remoção do preso.
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
(“Caput” do artigo retificado no DOU de 24/10/1941)
vigor 60 dias após a publicação)
§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a
do réu, quando:
remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta)
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem
dias, contados da efetivação da medida. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas,
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou
imediato registro do mandado de prisão em banco de qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu
dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça encalço.
para essa finalidade. § 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão razões para duvidar da legitimidade da pessoa do
determinada no mandado de prisão registrado no executor ou da legalidade do mandado que
Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que
competência territorial do juiz que o expediu. fique esclarecida a dúvida.
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-
decretada, ainda que sem registro no Conselho se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer
Nacional de Justiça, adotando as precauções do réu, lhe apresente o mandado e o intime a
necessárias para averiguar a autenticidade do acompanhá-lo.
mandado e comunicando ao juiz que a decretou, Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
devendo este providenciar, em seguida, o registro do resistência à prisão em flagrante ou à determinada
mandado na forma do caput deste artigo. por autoridade competente, o executor e as pessoas
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários
do local de cumprimento da medida o qual para defender-se ou para vencer a resistência, do que
providenciará a certidão extraída do registro do tudo se lavrará auto subscrito também por duas
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo testemunhas.
que a decretou. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos mulheres grávidas durante os atos médico-
termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição hospitalares preparatórios para a realização do parto
Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu e durante o trabalho de parto, bem como em
advogado, será comunicado à Defensoria Pública. mulheres durante o período de puerpério imediato.
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 13.434, de 12/4/2017)

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Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos
segurança, que o réu entrou ou se encontra em Estados e Territórios, ativos ou inativos. (Inciso
alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, acrescido pela Lei nº 4.760, de 23/8/1965, e com redação dada
pela Lei nº 5.126, de 29/9/1966)
à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em
imediatamente, o executor convocará duas
outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento
testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
em local distinto da prisão comum. (Parágrafo acrescido
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o
pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
executor, depois da intimação ao morador, se não for
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o
atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a
preso especial, este será recolhido em cela distinta
casa incomunicável, e, logo que amanheça,
do mesmo estabelecimento. (Parágrafo acrescido pela Lei
arrombará as portas e efetuará a prisão. nº 10.258, de 11/7/2001)
Parágrafo único. O morador que se recusar a § 3º A cela especial poderá consistir em alojamento
entregar o réu oculto em sua casa será levado à coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do
presença da autoridade, para que se proceda contra ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração,
ele como for de direito. insolação e condicionamento térmico adequados à
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar- existência humana. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.258,
se-á o disposto no artigo anterior, no que for de 11/7/2001)
aplicável. § 4º O preso especial não será transportado
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão juntamente com o preso comum. (Parágrafo acrescido
especial, à disposição da autoridade competente, pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
quando sujeitos a prisão antes de condenação § 5º Os demais direitos e deveres do preso especial
definitiva: serão os mesmos do preso comum. (Parágrafo acrescido
I - os ministros de Estado; pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)

II - os governadores ou interventores de Estados e Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for
Territórios, o Prefeito do Distrito Federal, seus possível, serão recolhidos à prisão, em
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os estabelecimentos militares, de acordo com os
vereadores e chefes de Polícia; (Inciso com redação dada respectivos regulamentos.
pela Lei nº 3.181, de 11/6/1957) Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido
III - os membros do Parlamento Nacional, do pela autoridade judiciária, a autoridade policial
Conselho de Economia Nacional e das Assembleias poderá expedir tantos outros quantos necessários às
Legislativas dos Estados; diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; o teor do mandado original.
V - os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Inciso no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
com redação dada pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001) Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
VI - os magistrados; mandado judicial, por qualquer meio de
VII - os diplomados por qualquer das faculdades comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se
superiores da República; fizer a requisição, as precauções necessárias para
VIII - os ministros de confissão religiosa; averiguar a autenticidade desta. (Artigo com redação
IX - os ministros do Tribunal de Contas; dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
a função de jurado, salvo quando excluídos da lista
separadas das que já estiverem definitivamente
por motivo de incapacidade para o exercício daquela
condenadas, nos termos da lei de execução penal.
função;
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de

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4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a pessoas que hajam testemunhado a apresentação do
publicação)
preso à autoridade.
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não
após a lavratura dos procedimentos legais, será
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em
recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
flagrante será assinado por duas testemunhas, que
onde ficará preso à disposição das autoridades
tenham ouvido sua leitura na presença deste.
competentes. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403, de (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.113, de 13/5/2005)
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante
publicação)
deverá constar a informação sobre a existência de
CAPÍTULO II - DA PRISÃO EM FLAGRANTE filhos, respectivas idades e se possuem alguma
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades deficiência e o nome e o contato de eventual
policiais e seus agentes deverão prender quem quer responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
que seja encontrado em flagrante delito. pessoa presa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 8/3/2016)

I - está cometendo a infração penal; Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,


II - acaba de cometê-la; qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo auto, depois de prestado o compromisso legal.
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde
faça presumir ser autor da infração; se encontre serão comunicados imediatamente ao
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, juiz competente, ao Ministério Público e à família do
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele preso ou à pessoa por ele indicada. (“Caput” do artigo
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
autor da infração.
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização
agente em flagrante delito enquanto não cessar a
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o
permanência.
auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
informe o nome de seu advogado, cópia integral para
competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
a Defensoria Pública. (Parágrafo único transformado em §
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do 1º pela Lei nº 11.449, de 15/1/2007, e com redação dada pela Lei
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
procederá à oitiva das testemunhas que o 60 dias após a publicação)
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre § 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso,
a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
autoridade, afinal, o auto. (“Caput” do artigo com redação condutor e os das testemunhas. (Parágrafo acrescido pela
dada pela Lei nº 11.113, de 13/5/2005) Lei nº 11.449, de 15/1/2007, e com redação dada pela Lei nº
§ 1º Resultando das respostas fundada suspeita 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
dias após a publicação)
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença
à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de
da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas
prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou
funções, constarão do auto a narração desse fato, a
processo, se para isso for competente; se não o for,
voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os
enviará os autos à autoridade que o seja.
depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá
pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e
o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com
remetido imediatamente ao juiz a quem couber
o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas
tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a
autoridade que houver presidido o auto.

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Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que medidas cautelares. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964,
se tiver efetuado a prisão, o preso será logo de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
em vigor 30 dias após a publicação)
apresentado à do lugar mais próximo.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
idônea, à não realização da audiência de custódia no
liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em
prazo estabelecido no caput deste artigo responderá
flagrante.
administrativa, civil e penalmente pela omissão.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
após a realização da prisão, o juiz deverá promover publicação)
audiência de custódia com a presença do acusado, § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o
seu advogado constituído ou membro da Defensoria decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo,
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa a não realização de audiência de custódia sem
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: motivação idônea ensejará também a ilegalidade da
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de prisão, a ser relaxada pela autoridade competente,
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
sem prejuízo da possibilidade de imediata
em vigor 30 dias após a publicação)
decretação de prisão preventiva. (Parágrafo acrescido
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Inciso acrescido pela Lei nº
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
dias após a publicação)
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, CAPÍTULO III - DA PRISÃO PREVENTIVA
quando presentes os requisitos constantes do art. Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
insuficientes as medidas cautelares diversas da decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério
prisão; ou (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, Público, do querelante ou do assistente, ou por
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
representação da autoridade policial. (Artigo com
publicação)
redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na
III - conceder liberdade provisória, com ou sem Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
fiança. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicação)
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
publicação)
como garantia da ordem pública, da ordem
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em
econômica, por conveniência da instrução criminal
flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
das condições constantes dos incisos I, II ou III do
houver prova da existência do crime e indício
caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
de liberdade do imputado. (“Caput” do artigo com redação
fundamentadamente, conceder ao acusado dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra
liberdade provisória, mediante termo de do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
comparecimento obrigatório a todos os atos § 1º A prisão preventiva também poderá ser
processuais, sob pena de revogação. (Parágrafo único decretada em caso de descumprimento de qualquer
acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977, transformado em § 1º das obrigações impostas por força de outras medidas
e com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
cautelares (art. 282, § 4º). (Parágrafo único acrescido pela
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, transformado em § 1º pela Lei nº
publicação)
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
que integra organização criminosa armada ou § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem existência concreta de fatos novos ou

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VADE MECUM – Agente da PCDF

contemporâneos que justifiquem a aplicação da Código Penal. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403,
medida adotada. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, a publicação)
em vigor 30 dias após a publicação) Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será denegar a prisão preventiva será sempre motivada e
admitida a decretação da prisão preventiva: (“Caput” fundamentada. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei
do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
publicação) § 1º Na motivação da decretação da prisão
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Inciso deverá indicar concretamente a existência de fatos
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
novos ou contemporâneos que justifiquem a
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
aplicação da medida adotada. (Parágrafo acrescido pela
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso,
Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU
em sentença transitada em julgado, ressalvado o de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto- § 2º Não se considera fundamentada qualquer
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
Penal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, acórdão, que:
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase
publicação)
de ato normativo, sem explicar sua relação com a
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
causa ou a questão decidida;
contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
execução das medidas protetivas de urgência; (Inciso
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
caso;
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) III - invocar motivos que se prestariam a justificar
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva qualquer outra decisão;
quando houver dúvida sobre a identidade civil da IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
pessoa ou quando esta não fornecer elementos processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser adotada pelo julgador;
colocado imediatamente em liberdade após a V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a súmula, sem identificar seus fundamentos
manutenção da medida. (Parágrafo único acrescido pela determinantes nem demonstrar que o caso sob
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, transformado em § 1º pela Lei nº julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão
sem demonstrar a existência de distinção no caso em
preventiva com a finalidade de antecipação de
julgamento ou a superação do entendimento.
cumprimento de pena ou como decorrência imediata (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
de investigação criminal ou da apresentação ou na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
recebimento de denúncia. (Parágrafo acrescido pela Lei nº publicação)
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será investigação ou do processo, verificar a falta de
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes motivo para que ela subsista, bem como novamente
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -

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VADE MECUM – Agente da PCDF

24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, I - não tenha cometido crime com violência ou grave
em vigor 30 dias após a publicação)
ameaça a pessoa;
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou
deverá o órgão emissor da decisão revisar a
dependente. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.769, de
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) 19/12/2018)
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318
pena de tornar a prisão ilegal. (Parágrafo único acrescido e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
aplicação concomitante das medidas alternativas
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
previstas no art. 319 deste Código. (Artigo acrescido pela
CAPÍTULO IV - DA PRISÃO DOMICILIAR Lei nº 13.769, de 19/12/2018)

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no CAPÍTULO V - DAS OUTRAS MEDIDAS


recolhimento do indiciado ou acusado em sua CAUTELARES
residência, só podendo dela ausentar-se com Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
autorização judicial. (Artigo com redação dada pela Lei nº (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
dias após a publicação) publicação)
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e
pela domiciliar quando o agente for: (“Caput” do artigo nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no justificar atividades; (Inciso com redação dada pela Lei nº
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Inciso acrescido pela Lei nº dias após a publicação)
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 II - proibição de acesso ou frequência a determinados
dias após a publicação)
lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao
II - extremamente debilitado por motivo de doença
fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
grave; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
distante desses locais para evitar o risco de novas
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)
infrações; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
publicação)
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
III - proibição de manter contato com pessoa
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
determinada quando, por circunstâncias
IV - gestante; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
e com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) dela permanecer distante; (Inciso com redação dada pela
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
vigor 60 dias após a publicação)
incompletos; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
VI - homem, caso seja o único responsável pelos
permanência seja conveniente ou necessária para a
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
investigação ou instrução; (Inciso acrescido pela Lei nº
incompletos. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá dias após a publicação)
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos
artigo. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.403, de dias de folga quando o investigado ou acusado tenha
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
residência e trabalho fixos; (Inciso acrescido pela Lei nº
publicação)
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher dias após a publicação)
gestante ou que for mãe ou responsável por crianças VI - suspensão do exercício de função pública ou de
ou pessoas com deficiência será substituída por atividade de natureza econômica ou financeira
prisão domiciliar, desde que: quando houver justo receio de sua utilização para a

241
VADE MECUM – Agente da PCDF

prática de infrações penais; (Inciso acrescido pela Lei nº Art. 322. A autoridade policial somente poderá
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 conceder fiança nos casos de infração cuja pena
dias após a publicação)
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses
(quatro) anos. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei
de crimes praticados com violência ou grave ameaça, nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
quando os peritos concluírem ser inimputável ou 60 dias após a publicação)
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será
risco de reiteração; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a oito) horas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 6.416, de
publicação) 24/5/1977, e com redação da Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
assegurar o comparecimento a atos do processo, Art. 323. Não será concedida fiança: (“Caput” do artigo
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
resistência injustificada à ordem judicial; (Inciso
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de I - nos crimes de racismo; (Inciso com redação dada pela Lei
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
60 dias após a publicação)
IX - monitoração eletrônica. (Inciso acrescido pela Lei nº
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de
dias após a publicação) entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no definidos como crimes hediondos; (Inciso com redação
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no ou militares, contra a ordem constitucional e o
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) Estado Democrático; (Inciso com redação dada pela Lei nº
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser dias após a publicação)

cumulada com outras medidas cautelares. (Parágrafo Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de
fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-
motivo justo, qualquer das obrigações a que se
se o indiciado ou acusado para entregar o
referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Inciso com
passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
(Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação) II - em caso de prisão civil ou militar; (Inciso com redação
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
CAPÍTULO VI - DA LIBERDADE PROVISÓRIA, 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
COM OU SEM FIANÇA III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá IV - quando presentes os motivos que autorizam a
conceder liberdade provisória, impondo, se for o decretação da prisão preventiva (art. 312). (Inciso
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977, e com redação dada
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
deste Código e observados os critérios constantes do
em vigor 60 dias após a publicação)
art. 282 deste Código. (“Caput” do artigo com redação dada Art. 325. O valor da fiança será fixado pela
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
autoridade que a conceder nos seguintes limites:
em vigor 60 dias após a publicação)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia,
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
haverá um livro especial, com termos de abertura e
publicação)
de encerramento, numerado e rubricado em todas as
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se
suas folhas pela autoridade, destinado
tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no
especialmente aos termos de fiança. O termo será
grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, para juntar-se aos autos.
quando o máximo da pena privativa de liberdade Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão
cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Inciso pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) autos.
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva,
preso, a fiança poderá ser: (Parágrafo único transformado consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos
em § 1º pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação dada pela
ou metais preciosos, títulos da dívida pública,
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
vigor 60 dias após a publicação) federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; inscrita em primeiro lugar.
(Inciso acrescido pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação § 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de metais preciosos será feita imediatamente por perito
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
nomeado pela autoridade.
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos
(Inciso acrescido pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
da dívida pública, o valor será determinado pela sua
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Inciso prova de que se acham livres de ônus.
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de Art. 331. O valor em que consistir a fiança será
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) recolhido à repartição arrecadadora federal ou
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a estadual, ou entregue ao depositário público,
autoridade terá em consideração a natureza da juntando-se aos autos os respectivos
infração, as condições pessoais de fortuna e vida conhecimentos.
pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não
de sua periculosidade, bem como a importância se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao
provável das custas do processo, até final escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade,
julgamento. e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o lhe assina este artigo, o que tudo constará do termo
afiançado a comparecer perante a autoridade, todas de fiança.
as vezes que for intimado para atos do inquérito e da Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será
instrução criminal e para julgamento. Quando o réu competente para conceder a fiança a autoridade que
não comparecer, a fiança será havida como presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por
quebrada. mandado, o juiz que o houver expedido, ou a
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido
quebramento da fiança, mudar de residência, sem requisitada a prisão.
prévia permissão da autoridade processante, ou Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será
ausentar-se por mais de oito dias de sua residência, concedida independentemente de audiência do
sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será Ministério Público, este terá vista do processo a fim
encontrado. de requerer o que julgar conveniente.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
dias após a publicação)
transitar em julgado a sentença condenatória. (Artigo
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no I - regularmente intimado para ato do processo,
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) deixar de comparecer, sem motivo justo; (Inciso
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
andamento do processo; (Inciso acrescido pela Lei nº
perante o juiz competente, que decidirá em 48
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
(quarenta e oito) horas. (Artigo com redação dada pela Lei dias após a publicação)
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
III - descumprir medida cautelar imposta
60 dias após a publicação)
cumulativamente com a fiança; (Inciso acrescido pela Lei
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
servirão ao pagamento das custas, da indenização do 60 dias após a publicação)
dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Inciso
condenado. acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
no caso da prescrição depois da sentença V - praticar nova infração penal dolosa. (Inciso acrescido
condenatória (art. 110 do Código Penal). (Artigo com pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU em vigor 60 dias após a publicação)
de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em
passar em julgado sentença que houver absolvido o todos os seus efeitos.
acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
que a constituir, atualizado, será restituído sem importará na perda de metade do seu valor, cabendo
desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas
336 deste Código. (Artigo com redação dada pela Lei nº cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 preventiva. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
dias após a publicação) 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível publicação)
na espécie será cassada em qualquer fase do Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o
processo. valor da fiança, se, condenado, o acusado não se
Art. 339. Será também cassada a fiança quando apresentar para o início do cumprimento da pena
reconhecida a existência de delito inafiançável, no definitivamente imposta. (Artigo com redação dada pela
caso de inovação na classificação do delito. Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
vigor 60 dias após a publicação)
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor,
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança
deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado
insuficiente;
estiver obrigado, será recolhido ao fundo
II - quando houver depreciação material ou
penitenciário, na forma da lei. (Artigo com redação dada
perecimento dos bens hipotecados ou caucionados,
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; em vigor 60 dias após a publicação)
III - quando for inovada a classificação do delito. Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu as deduções previstas no art. 345 deste Código, o
será recolhido à prisão, quando, na conformidade valor restante será recolhido ao fundo penitenciário,
deste artigo, não for reforçada. na forma da lei. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403,
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
acusado: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº a publicação)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS
saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, HUMANOS – ART. 7, 7 e 8, 2 (g)
depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver
PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS
obrigado.
PROTEGIDOS
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido
prestada por meio de hipoteca, a execução será CAPÍTULO II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
Público. 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou não limita os mandados de autoridade judiciária
metais preciosos, o juiz determinará a venda por competente expedidos em virtude de
leiloeiro ou corretor. inadimplemento de obrigação alimentar.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, Artigo 8º - Garantias judiciais
verificando a situação econômica do preso, poderá 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às que se presuma sua inocência, enquanto não for
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste legalmente comprovada sua culpa. Durante o
Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. processo, toda pessoa tem direito, em plena
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem igualdade, às seguintes garantias mínimas:
motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas g) direito de não ser obrigada a depor contra si
impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 mesma, nem a confessar-se culpada.
deste Código. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403,
de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
a publicação)

TÍTULO XII - DA SENTENÇA


Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a
causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou
isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º
do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se
houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação
dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

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VADE MECUM – Agente da PCDF

LEI Nº 9.099/1995 I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local


onde aquele exerça atividades profissionais ou
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,
e dá outras providências.
agência, sucursal ou escritório;
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato,
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais,
nas ações para reparação de dano de qualquer
órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União,
natureza.
no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados,
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a
para conciliação, processo, julgamento e execução,
ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste
nas causas de sua competência.
artigo.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da
SEÇÃO II - Do Juiz, dos conciliadores e dos Juízes
oralidade, simplicidade, informalidade, economia
leigos
processual e celeridade, buscando, sempre que
Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para
possível, a conciliação ou a transação.
determinar as provas a serem produzidas, para
CAPÍTULO II - DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS apreciá-las e para dar especial valor às regras de
SEÇÃO I - Da competência experiência comum ou técnica.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que
para conciliação, processo e julgamento das causas reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
cíveis de menor complexidade, assim consideradas: sociais da lei e às exigências do bem comum.
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares
salário mínimo; da Justiça, recrutados, os primeiros,
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os
Processo Civil; segundos, entre advogados com mais de cinco anos
III - a ação de despejo para uso próprio; de experiência.
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos
não excedente ao fixado no inciso I deste artigo. de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais,
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a enquanto no desempenho de suas funções.
execução: SEÇÃO III - Das partes
I - dos seus julgados; Art. 8º Não poderão ser partes, no processo
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas
até quarenta vezes o salário mínimo, observado o jurídicas de direito público, as empresas públicas da
disposto no § 1º do art. 8º desta Lei. União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado § 1º Somente serão admitidas a propor ação perante
Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, o Juizado Especial: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº
12.126, de 16/12/2009)
fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as
I - as pessoas físicas capazes, excluídos os
relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao
cessionários de direito de pessoas jurídicas; (Inciso
estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho
acrescido pela Lei nº 12.126, de 16/12/2009)
patrimonial. II - as pessoas enquadradas como
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei microempreendedores individuais, microempresas e
importará em renúncia ao crédito excedente ao empresas de pequeno porte na forma da Lei
limite estabelecido neste artigo, excetuada a Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006;
hipótese de conciliação. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.126, de 16/12/2009, e com nova
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 7/8/2014)
Lei, o Juizado do foro: III - as pessoas jurídicas qualificadas como
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,

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VADE MECUM – Agente da PCDF

nos termos da Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999; realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.126, de 16/12/2009) desta Lei.
IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
nos termos do art. 1º da Lei nº 10.194, de 14 de tenha havido prejuízo.
fevereiro de 2001. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.126, de § 2º A prática de atos processuais em outras
16/12/2009)
comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor,
idôneo de comunicação.
independentemente de assistência, inclusive para
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
fins de conciliação.
registrados resumidamente, em notas manuscritas,
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários
datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os
mínimos, as partes comparecerão pessoalmente,
demais atos poderão ser gravados em fita magnética
podendo ser assistidas por advogado; nas de valor
ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito
superior, a assistência é obrigatória.
em julgado da decisão.
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação
partes comparecer assistida por advogado, ou se o
das peças do processo e demais documentos que o
réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a
instruem.
outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada
SEÇÃO V - Do pedido
por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a
forma da lei local.
apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do
do Juizado.
patrocínio por advogado, quando a causa o
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em
recomendar.
linguagem acessível:
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
quanto aos poderes especiais.
II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma
III - o objeto e seu valor.
individual, poderá ser representado por preposto
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for
credenciado, munido de carta de preposição com
possível determinar, desde logo, a extensão da
poderes para transigir, sem haver necessidade de
obrigação.
vínculo empregatício. (Parágrafo com redação dada pela Lei
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela
nº 12.137, de 18/12/2009)
Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer
sistema de fichas ou formulários impressos.
forma de intervenção de terceiro nem de assistência.
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei
Admitir-se-á o litisconsórcio.
poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos
hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse
previstos em lei.
o limite fixado naquele dispositivo.
SEÇÃO IV - Dos atos processuais
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão
distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado
realizar-se em horário noturno, conforme
designará a sessão de conciliação, a realizar-se no
dispuserem as normas de organização judiciária.
prazo de quinze dias.
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias,
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as
estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de
partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de
qualquer ato processual, inclusive para a interposição
conciliação, dispensados o registro prévio de pedido
de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis.
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.728, de 31/10/2018)
e a citação.
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos,
que preencherem as finalidades para as quais forem poderá ser dispensada a contestação formal e ambos
serão apreciados na mesma sentença.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

SEÇÃO VI - Das citações e intimações Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz
Art. 18. A citação far-se-á: togado proferirá sentença.
I - por correspondência, com aviso de recebimento Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão
em mão própria; optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, prevista nesta Lei.
mediante entrega ao encarregado da recepção, que § 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado,
será obrigatoriamente identificado; independentemente de termo de compromisso, com
III - sendo necessário, por oficial de justiça, a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver
independentemente de mandado ou carta presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de
precatória. imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e § 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
hora para comparecimento do citando e advertência Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os
de que, não comparecendo este, considerar-se-ão mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º
verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido desta Lei, podendo decidir por equidade.
julgamento, de plano. Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias
§ 2º Não se fará citação por edital. subsequentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou togado para homologação por sentença irrecorrível.
nulidade da citação. SEÇÃO IX - Da instrução e julgamento
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á
para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de imediatamente à audiência de instrução e
comunicação. julgamento, desde que não resulte prejuízo para a
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se- defesa.
ão desde logo cientes as partes. Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de imediata, será a audiência designada para um dos
endereço ocorridas no curso do processo, reputando- quinze dias subsequentes, cientes, desde logo, as
se eficazes as intimações enviadas ao local partes e testemunhas eventualmente presentes.
anteriormente indicado, na ausência da Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento
comunicação. serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em
SEÇÃO VII - Da revelia seguida, proferida a sentença.
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes
de conciliação ou à audiência de instrução e que possam interferir no regular prosseguimento da
julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos audiência. As demais questões serão decididas na
alegados no pedido inicial, salvo se o contrário sentença.
resultar da convicção do Juiz. Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados
SEÇÃO VIII - Da conciliação e do juízo arbitral por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo a parte contrária, sem interrupção da audiência.
esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens SEÇÃO X - Da resposta do réu
da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita,
consequências do litígio, especialmente quanto ao conterá toda matéria de defesa, exceto arguição de
disposto no § 3º do art. 3º desta Lei. suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz na forma da legislação em vigor.
togado ou leigo ou por conciliador sob sua Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao
orientação. réu, na contestação, formular pedido em seu favor,
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado
reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado, nos mesmos fatos que constituem objeto da
mediante sentença com eficácia de título executivo. controvérsia.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Parágrafo único. O autor poderá responder ao Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte
pedido do réu na própria audiência ou requerer a que exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
designação da nova data, que será desde logo fixada, Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução
cientes todos os presentes. proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá
SEÇÃO XI - Das provas ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente outra em substituição ou, antes de se manifestar,
legítimos, ainda que não especificados em lei, são determinar a realização de atos probatórios
hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados indispensáveis.
pelas partes. Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o
audiência de instrução e julgamento, ainda que não próprio Juizado.
requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou § 1º O recurso será julgado por uma turma composta
excluir as que considerar excessivas, impertinentes por três Juízes togados, em exercício no primeiro
ou protelatórias. grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente
cada parte, comparecerão à audiência de instrução e representadas por advogado.
julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez
independentemente de intimação, ou mediante dias, contados da ciência da sentença, por petição
esta, se assim for requerido. escrita, da qual constarão as razões e o pedido do
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas recorrente.
será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias § 1º O preparo será feito, independentemente de
antes da audiência de instrução e julgamento. intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o interposição, sob pena de deserção.
Juiz poderá determinar sua imediata condução, § 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido
valendo-se, se necessário, do concurso da força para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
pública. Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo,
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar
inquirir técnicos de sua confiança, permitida às dano irreparável para a parte.
partes a apresentação de parecer técnico. Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art.
Juiz, de ofício ou a requerimento das partes, realizar 13 desta Lei, correndo por conta do requerente as
inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que o despesas respectivas.
faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão
informalmente o verificado. de julgamento.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, Art. 46. O julgamento em segunda instância
devendo a sentença referir, no essencial, os informes constará apenas da ata, com a indicação suficiente
trazidos nos depoimentos. do processo, fundamentação sucinta e parte
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos
sob a supervisão de Juiz togado. próprios fundamentos, a súmula do julgamento
SEÇÃO XII - Da sentença servirá de acórdão.
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de Art. 47. (VETADO)
convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos SEÇÃO XIII - Dos embargos de declaração
relevantes ocorridos em audiência, dispensado o Art. 48. Caberão embargos de declaração contra
relatório. sentença ou acórdão nos casos previstos no Código
Parágrafo único. Não se admitirá sentença de Processo Civil. (“Caput” do artigo com redação dada pela
condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico Lei nº 13.105, de 16/3/2015, publicada no DOU de 17/3/2015, em
vigor 1 ano após a publicação)
o pedido.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Parágrafo único. Os erros materiais podem ser Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a
corrigidos de ofício. sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e
Art. 49. Os embargos de declaração serão advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso
interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de V);
cinco dias, contados da ciência da decisão. IV - não cumprida voluntariamente a sentença
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o transitada em julgado, e tendo havido solicitação do
prazo para a interposição de recurso. (Artigo com redação interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á
dada pela Lei nº 13.105, de 16/3/2015, publicada no DOU de desde logo à execução, dispensada nova citação;
17/3/2015, em vigor 1 ano após a publicação)
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou
SEÇÃO XIV - Da extinção do processo sem
de não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de
julgamento do mérito
execução, cominará multa diária, arbitrada de
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos
acordo com as condições econômicas do devedor,
previstos em lei:
para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer
obrigação, o credor poderá requerer a elevação da
das audiências do processo;
multa ou a transformação da condenação em perdas
II - quando inadmissível o procedimento instituído
e danos, que o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-
por esta Lei ou seu prosseguimento, após a
se a execução por quantia certa, incluída a multa
conciliação;
vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a
III - quando for reconhecida a incompetência
malícia do devedor na execução do julgado;
territorial;
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos
cumprimento por outrem, fixado o valor que o
previstos no art. 8º desta Lei;
devedor deve depositar para as despesas, sob pena
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender
de multa diária;
de sentença ou não se der no prazo de trinta dias;
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a
autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa
citação dos sucessores no prazo de trinta dias da
idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a
ciência do fato.
qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a
§ 1º A extinção do processo independerá, em
praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da
qualquer hipótese, de prévia intimação pessoal das
avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento
partes.
não for à vista, será oferecida caução idônea, nos
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando
casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o
comprovar que a ausência decorre de força maior, a
imóvel;
parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais,
das custas.
quando se tratar de alienação de bens de pequeno
SEÇÃO XV - Da execução
valor;
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos
próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o
da execução, versando sobre:
disposto no Código de Processo Civil, com as
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele
seguintes alterações:
correu à revelia;
I - as sentenças serão necessariamente líquidas,
b) manifesto excesso de execução;
contendo a conversão em Bônus do Tesouro
c) erro de cálculo;
Nacional - BTN ou índice equivalente;
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários,
obrigação, superveniente à sentença.
de juros e de outras parcelas serão efetuados por
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial,
servidor judicial;
no valor de até quarenta salários mínimos,
III - a intimação da sentença será feita, sempre que
obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil,
possível, na própria audiência em que for proferida.
com as modificações introduzidas por esta Lei.

250
VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a competente, independentemente de termo, valendo


comparecer à audiência de conciliação, quando a sentença como título executivo judicial.
poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o
verbalmente. acordo celebrado pelas partes, por instrumento
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e escrito, referendado pelo órgão competente do
eficaz para a solução do litígio, se possível com Ministério Público.
dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador Art. 58. As normas de organização judiciária local
propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22
do débito a prazo ou a prestação, a dação em e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.
pagamento ou a imediata adjudicação do bem Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas
penhorado. sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou
julgados improcedentes, qualquer das partes poderá CAPÍTULO III - DOS JUIZADOS ESPECIAIS
requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do CRIMINAIS
parágrafo anterior. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por
penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, juízes togados ou togados e leigos, tem competência
devolvendo-se os documentos ao autor. para a conciliação, o julgamento e a execução das
SEÇÃO XVI - Das despesas infrações penais de menor potencial ofensivo,
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, respeitadas as regras de conexão e continência.
em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.313, de
28/6/2006)
custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do §
juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da
1º do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as
aplicação das regras de conexão e continência,
despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas
observar-se-ão os institutos da transação penal e da
em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese
composição dos danos civis. (Parágrafo único acrescido
de assistência judiciária gratuita.
pela Lei nº 11.313, de 28/6/2006)
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor
o vencido em custas e honorários de advogado,
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em
contravenções penais e os crimes a que a lei comine
segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
custas e honorários de advogado, que serão fixados
ou não com multa. (Artigo com redação dada pela Lei nº
entre dez por cento e vinte por cento do valor de 11.313, de 28/6/2006)
condenação ou, não havendo condenação, do valor Art. 62. O processo perante o Juizado Especial
corrigido da causa. orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
Parágrafo único. Na execução não serão contadas simplicidade, informalidade, economia processual e
custas, salvo quando: celeridade, objetivando, sempre que possível, a
I - reconhecida a litigância de má-fé; reparação dos danos sofridos pela vítima e a
II - improcedentes os embargos do devedor; aplicação de pena não privativa de liberdade. (Artigo
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido com redação dada pela Lei nº 13.603, de 9/1/2018)
objeto de recurso improvido do devedor. SEÇÃO I - Da competência e dos atos processuais
SEÇÃO XVII - Disposições finais Art. 63. A competência do Juizado será determinada
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
implantadas as curadorias necessárias e o serviço de Art. 64. Os atos processuais serão públicos e
assistência judiciária. poderão realizar-se em horário noturno e em
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza qualquer dia da semana, conforme dispuserem as
ou valor, poderá ser homologado, no juízo normas de organização judiciária.

251
VADE MECUM – Agente da PCDF

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
que preencherem as finalidades para as quais foram afastamento do lar, domicílio ou local de convivência
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 com a vítima. (Parágrafo único com redação dada pela Lei nº
desta Lei. 10.455, de 13/5/2002, publicado no DOU de 14/5/2002, em vigor 45
dias após a publicação)
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e
tenha havido prejuízo.
não sendo possível a realização imediata da
§ 2º A prática de atos processuais em outras
audiência preliminar, será designada data próxima,
comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
da qual ambos sairão cientes.
hábil de comunicação.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação
os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em
e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos
audiência de instrução e julgamento poderão ser
arts. 67 e 68 desta Lei.
gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio
representante do Ministério Público, o autor do fato
Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
e a vítima e, se possível, o responsável civil,
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser
acompanhados por seus advogados, o Juiz
citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao
esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos
Juízo comum para adoção do procedimento previsto
danos e da aceitação da proposta de aplicação
em lei.
imediata de pena não privativa de liberdade.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência,
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de
conciliador sob sua orientação.
pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da
ao encarregado da recepção, que será
Justiça, recrutados, na forma da lei local,
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário,
preferentemente entre bacharéis em Direito,
por oficial de justiça, independentemente de
excluídos os que exerçam funções na administração
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer
da Justiça Criminal.
meio idôneo de comunicação.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência
a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no
interessados e defensores.
juízo civil competente.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de
mandado de citação do acusado, constará a
iniciativa privada ou de ação penal pública
necessidade de seu comparecimento acompanhado
condicionada à representação, o acordo
de advogado, com a advertência de que, na sua falta,
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa
ser-lhe-á designado defensor público.
ou representação.
SEÇÃO II - Da fase preliminar
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis,
Art. 69. A autoridade policial que tomar
será dada imediatamente ao ofendido a
conhecimento da ocorrência lavrará termo
oportunidade de exercer o direito de representação
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao
verbal, que será reduzida a termo.
Juizado, com o autor do fato e a vítima,
Parágrafo único. O não oferecimento da
providenciando-se as requisições dos exames
representação na audiência preliminar não implica
periciais necessários.
decadência do direito, que poderá ser exercido no
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a
prazo previsto em lei.
lavratura do termo, for imediatamente encaminhado
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de
ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
crime de ação penal pública incondicionada, não
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o

252
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poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva das peças existentes, na forma do parágrafo único do
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. art. 66 desta Lei.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única § 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: a complexidade e as circunstâncias do caso
I - ter sido o autor da infração condenado, pela determinam a adoção das providências previstas no
prática de crime, à pena privativa de liberdade, por parágrafo único do art. 66 desta Lei.
sentença definitiva; Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado,
prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva que com ela ficará citado e imediatamente
ou multa, nos termos deste artigo; cientificado da designação de dia e hora para a
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social audiência de instrução e julgamento, da qual
e a personalidade do agente, bem como os motivos e também tomarão ciência o Ministério Público, o
as circunstâncias, ser necessária e suficiente a ofendido, o responsável civil e seus advogados.
adoção da medida. § 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da
defensor, será submetida à apreciação do Juiz. data da audiência de instrução e julgamento,
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar
aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena requerimento para intimação, no mínimo cinco dias
restritiva de direitos ou multa, que não importará em antes de sua realização.
reincidência, sendo registrada apenas para impedir § 2º Não estando presentes o ofendido e o
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco responsável civil, serão intimados nos termos do art.
anos. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior instrução e julgamento.
caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. § 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste forma prevista no art. 67 desta Lei.
artigo não constará de certidão de antecedentes Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo instrução e julgamento, se na fase preliminar não
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação
interessados propor ação cabível no juízo cível. e de oferecimento de proposta pelo Ministério
SEÇÃO III - Do procedimento sumariíssimo Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando e 75 desta Lei.
não houver aplicação de pena, pela ausência do autor Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o
do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva
no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao de quem deva comparecer.
Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao
necessidade de diligências imprescindíveis. defensor para responder à acusação, após o que o
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo
elaborada com base no termo de ocorrência referido recebimento, serão ouvidas a vítima e as
no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se
policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito a seguir o acusado, se presente, passando-se
quando a materialidade do crime estiver aferida por imediatamente aos debates orais e à prolação da
boletim médico ou prova equivalente. sentença.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não § 1º Todas as provas serão produzidas na audiência
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou
Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento excluir as que considerar excessivas, impertinentes
ou protelatórias.

253
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§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será
termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo feita a conversão em pena privativa da liberdade, ou
breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.
audiência e a sentença. Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com
os elementos de convicção do Juiz. estas, será processada perante o órgão competente,
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa nos termos da lei.
e da sentença caberá apelação, que poderá ser SEÇÃO V - Das despesas processuais
julgada por turma composta de três Juízes em Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na aplicação de pena restritiva de direitos ou multa
sede do Juizado. (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais serão
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, reduzidas, conforme dispuser lei estadual.
contados da ciência da sentença pelo Ministério SEÇÃO VI - Disposições finais
Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da
da qual constarão as razões e o pedido do recorrente. legislação especial, dependerá de representação a
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta ação penal relativa aos crimes de lesões corporais
escrita no prazo de dez dias. leves e lesões culposas.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada
gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por
65 desta Lei. esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de poderá propor a suspensão do processo, por dois a
julgamento pela imprensa. quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios processado ou não tenha sido condenado por outro
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de crime, presentes os demais requisitos que
acórdão. autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em do Código Penal).
sentença ou acórdão, houver obscuridade, § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor,
contradição ou omissão. (“Caput” do artigo com redação na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia,
dada pela Lei nº 13.105, de 16/3/2015, publicada no DOU de poderá suspender o processo, submetendo o
17/3/2015, em vigor 1 ano após a publicação)
acusado a período de prova, sob as seguintes
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por
condições:
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-
contados da ciência da decisão.
lo;
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o
II - proibição de frequentar determinados lugares;
prazo para a interposição de recurso. (Parágrafo com
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
redação dada pela Lei nº 13.105, de 16/3/2015, publicada no DOU
de 17/3/2015, em vigor 1 ano após a publicação)
sem autorização do Juiz;
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
ofício. mensalmente, para informar e justificar suas
SEÇÃO IV - Da execução atividades.
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que
cumprimento far-se-á mediante pagamento na fica subordinada a suspensão, desde que adequadas
Secretaria do Juizado. ao fato e à situação pessoal do acusado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo,
declarará extinta a punibilidade, determinando que a o beneficiário vier a ser processado por outro crime
condenação não fique constando dos registros ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação
criminais, exceto para fins de requisição judicial. do dano.

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§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril
vier a ser processado, no curso do prazo, por de 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.
contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará
extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de
suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista
neste artigo, o processo prosseguirá em seus
ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos
processos penais cuja instrução já estiver iniciada.
(Vide ADI nº 1.719)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no
âmbito da Justiça Militar. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.839,
de 27/9/1999)
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir
representação para a propositura da ação penal
pública, o ofendido ou seu representante legal será
intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob
pena de decadência.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições
dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não
forem incompatíveis com esta Lei.
CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de
Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua
organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser
prestados, e as audiências realizadas fora da sede da
Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes,
ocupando instalações de prédios públicos, de acordo
com audiências previamente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios
criarão e instalarão os Juizados Especiais no prazo de
seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado
da publicação desta Lei, serão criados e instalados os
Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir,
prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas
rurais ou nos locais de menor concentração
populacional. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.726, de
16/10/2012)
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta
dias após a sua publicação.

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do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à


Noções de Direitos segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Humanos I - homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS alguma coisa senão em virtude de lei;
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada III - ninguém será submetido a tortura nem a
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do tratamento desumano ou degradante;
Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
de direito e tem como fundamentos: vedado o anonimato;
I - a soberania; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
II - a cidadania; ao agravo, além da indenização por dano material,
III - a dignidade da pessoa humana; moral ou à imagem;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
V - o pluralismo político. crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
exerce por meio de representantes eleitos ou locais de culto e a suas liturgias;
diretamente, nos termos desta Constituição. VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas
internação coletiva;
suas relações internacionais pelos seguintes
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
princípios:
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
I - independência nacional;
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
II - prevalência dos direitos humanos;
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
III - autodeterminação dos povos;
alternativa, fixada em lei;
IV - não-intervenção;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
V - igualdade entre os Estados;
artística, científica e de comunicação,
VI - defesa da paz;
independentemente de censura ou licença;
VII - solução pacífica dos conflitos;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
a indenização pelo dano material ou moral
humanidade;
decorrente de sua violação;
X - concessão de asilo político.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil
nela podendo penetrar sem consentimento do
buscará a integração econômica, política, social e
morador, salvo em caso de flagrante delito ou
cultural dos povos da América Latina, visando à
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
formação de uma comunidade latino-americana de
por determinação judicial;
nações.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS comunicações telegráficas, de dados e das
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
INDIVIDUAIS E COLETIVOS ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção estabelecer para fins de investigação criminal ou
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e instrução processual penal;
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade

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VADE MECUM – Agente da PCDF

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou objeto de penhora para pagamento de débitos
profissão, atendidas as qualificações profissionais decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a
que a lei estabelecer; lei sobre os meios de financiar o seu
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e desenvolvimento;
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
exercício profissional; utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
XV - é livre a locomoção no território nacional em transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus a) a proteção às participações individuais em obras
bens; coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem inclusive nas atividades desportivas;
armas, em locais abertos ao público, b) o direito de fiscalização do aproveitamento
independentemente de autorização, desde que não econômico das obras que criarem ou de que
frustrem outra reunião anteriormente convocada participarem aos criadores, aos intérpretes e às
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio respectivas representações sindicais e associativas;
aviso à autoridade competente; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
XVII - é plena a liberdade de associação para fins industriais privilégio temporário para sua utilização,
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; bem como proteção às criações industriais, à
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
de cooperativas independem de autorização, sendo outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
vedada a interferência estatal em seu social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
funcionamento; do País;
XIX - as associações só poderão ser XXX - é garantido o direito de herança;
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
primeiro caso, o trânsito em julgado; cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
a permanecer associado; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
XXI - as entidades associativas, quando do consumidor;
expressamente autorizadas, têm legitimidade para XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
representar seus filiados judicial ou públicos informações de seu interesse particular, ou
extrajudicialmente; de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
XXII - é garantido o direito de propriedade; prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para segurança da sociedade e do Estado;
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, XXXIV - são a todos assegurados,
ou por interesse social, mediante justa e prévia independentemente do pagamento de taxas:
indenização em dinheiro, ressalvados os casos a) o direito de petição aos poderes públicos em
previstos nesta Constituição; defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
XXV - no caso de iminente perigo público, a poder;
autoridade competente poderá usar de propriedade b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
particular, assegurada ao proprietário indenização para defesa de direitos e esclarecimento de situações
ulterior, se houver dano; de interesse pessoal;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
em lei, desde que trabalhada pela família, não será Judiciário lesão ou ameaça a direito;

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XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato c) de trabalhos forçados;


jurídico perfeito e a coisa julgada; d) de banimento;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; e) cruéis;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
organização que lhe der a lei, assegurados: distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
a) a plenitude de defesa; e o sexo do apenado;
b) o sigilo das votações; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
c) a soberania dos veredictos; integridade física e moral;
d) a competência para o julgamento dos crimes L - às presidiárias serão asseguradas condições para
dolosos contra a vida; que possam permanecer com seus filhos durante o
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, período de amamentação;
nem pena sem prévia cominação legal; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
réu; antes da naturalização, ou de comprovado
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
dos direitos e liberdades fundamentais; drogas afins, na forma da lei;
XLII - a prática do racismo constitui crime LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de crime político ou de opinião;
reclusão, nos termos da lei; LIII - ninguém será processado nem sentenciado
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e senão pela autoridade competente;
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o bens sem o devido processo legal;
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, LV - aos litigantes, em processo judicial ou
por eles respondendo os mandantes, os executores e administrativo, e aos acusados em geral são
os que, podendo evitá-los, se omitirem; assegurados o contraditório e a ampla defesa, com
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a os meios e recursos a ela inerentes;
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
ordem constitucional e o Estado democrático; obtidas por meios ilícitos;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do LVII - ninguém será considerado culpado até o
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
e a decretação do perdimento de bens ser, nos LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
executadas, até o limite do valor do patrimônio em lei;
transferido; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e pública, se esta não for intentada no prazo legal;
adotará, entre outras, as seguintes: LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
a) privação ou restrição da liberdade; processuais quando a defesa da intimidade ou o
b) perda de bens; interesse social o exigirem;
c) multa; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
d) prestação social alternativa; ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
e) suspensão ou interdição de direitos; judiciária competente, salvo nos casos de
XLVII - não haverá penas: transgressão militar ou crime propriamente militar,
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos definidos em lei;
termos do art. 84, XIX; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
b) de caráter perpétuo; encontre serão comunicados imediatamente ao juiz

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competente e à família do preso ou à pessoa por ele b) para a retificação de dados, quando não se prefira
indicada; fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre administrativo;
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
assegurada a assistência da família e de advogado; ação popular que vise a anular ato lesivo ao
LXIV - o preso tem direito à identificação dos patrimônio público ou de entidade de que o Estado
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório participe, à moralidade administrativa, ao meio
policial; ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
pela autoridade judiciária; custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
sem fiança; recursos;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
responsável pelo inadimplemento voluntário e judiciário, assim como o que ficar preso além do
inescusável de obrigação alimentícia e a do tempo fixado na sentença;
depositário infiel; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que pobres, na forma da lei:
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer a) o registro civil de nascimento;
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, b) a certidão de óbito;
por ilegalidade ou abuso de poder; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários
proteger direito líquido e certo, não amparado por ao exercício da cidadania.
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade são assegurados a razoável duração do processo e os
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
atribuições do poder público; (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
impetrado por: fundamentais têm aplicação imediata.
a) partido político com representação no Congresso § 2º Os direitos e garantias expressos nesta
Nacional; Constituição não excluem outros decorrentes do
b) organização sindical, entidade de classe ou regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
associação legalmente constituída e em tratados internacionais em que a República
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa Federativa do Brasil seja parte.
dos interesses de seus membros ou associados; § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre direitos humanos que forem aprovados, em cada
que a falta de norma regulamentadora torne inviável Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e quintos dos votos dos respectivos membros, serão
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à equivalentes às emendas constitucionais. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
soberania e à cidadania;
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
LXXII - conceder-se-á habeas data:
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
a) para assegurar o conhecimento de informações
adesão. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
relativas à pessoa do impetrante, constantes de
45, de 2004)
registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

259
VADE MECUM – Agente da PCDF

CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o a compensação de horários e a redução da jornada,
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
maternidade e à infância, a assistência aos XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
desamparados, na forma desta Constituição. (Artigo em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) negociação coletiva;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e XV - repouso semanal remunerado,
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua preferencialmente aos domingos;
condição social: XVI - remuneração do serviço extraordinário
I - relação de emprego protegida contra despedida superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei normal;
complementar, que preverá indenização XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
compensatória, dentre outros direitos; menos, um terço a mais do que o salário normal;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
involuntário; do salário, com a duração de cento e vinte dias;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
unificado, capaz de atender às suas necessidades mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
vitais básicas e às de sua família com moradia, XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
higiene, transporte e previdência social, com XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
reajustes periódicos que lhe preservem o poder meio de normas de saúde, higiene e segurança;
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para XXIII - adicional de remuneração para as atividades
qualquer fim; penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
V - piso salarial proporcional à extensão e à XXIV - aposentadoria;
complexidade do trabalho; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
convenção ou acordo coletivo; creches e pré-escolas; (Inciso com redação dada pela
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

para os que percebem remuneração variável; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
VIII - décimo terceiro salário com base na coletivos de trabalho;
remuneração integral ou no valor da aposentadoria; XXVII - proteção em face da automação, na forma da
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do lei;
diurno; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo do empregador, sem excluir a indenização a que este
crime sua retenção dolosa; está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, relações de trabalho, com prazo prescricional de
participação na gestão da empresa, conforme cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
definido em lei; até o limite de dois anos após a extinção do contrato
XII - salário-família pago em razão do dependente do de trabalho; (Inciso com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 28, de 2000)
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Inciso
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

260
VADE MECUM – Agente da PCDF

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em
de funções e de critério de admissão por motivo de se tratando de categoria profissional, será
sexo, idade, cor ou estado civil; descontada em folha, para custeio do sistema
XXXI - proibição de qualquer discriminação no confederativo da representação sindical respectiva,
tocante a salário e critérios de admissão do independentemente da contribuição prevista em lei;
trabalhador portador de deficiência; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, filiado a sindicato;
técnico e intelectual ou entre os profissionais VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
respectivos; negociações coletivas de trabalho;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
insalubre a menores de dezoito e de qualquer votado nas organizações sindicais;
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na VIII - é vedada a dispensa do empregado
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; sindicalizado a partir do registro da candidatura a
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de cargo de direção ou representação sindical e, se
1998)
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da
com vínculo empregatício permanente e o
lei.
trabalhador avulso.
Parágrafo único. As disposições deste artigo
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
colônias de pescadores, atendidas as condições que
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
a lei estabelecer.
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
as condições estabelecidas em lei e observada a
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
simplificação do cumprimento das obrigações
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
dele defender.
relação de trabalho e suas peculiaridades, os
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
e disporá sobre o atendimento das necessidades
como a sua integração à previdência social. (Parágrafo
inadiáveis da comunidade.
único com redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de
2013)
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, às penas da lei.
observado o seguinte: Art. 10. É assegurada a participação dos
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgãos públicos em que seus interesses profissionais
órgão competente, vedadas ao poder público a ou previdenciários sejam objeto de discussão e
interferência e a intervenção na organização sindical; deliberação.
II - é vedada a criação de mais de uma organização Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
sindical, em qualquer grau, representativa de empregados, é assegurada a eleição de um
categoria profissional ou econômica, na mesma base representante destes com a finalidade exclusiva de
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores interessados, não podendo ser empregadores.
inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;

261
VADE MECUM – Agente da PCDF

CAPÍTULO III - DA NACIONALIDADE § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do


Art. 12. São brasileiros: brasileiro que:
I - natos: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não nacional;
estejam a serviço de seu país; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional de
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de
Revisão nº 3, de 1994)
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
serviço da República Federativa do Brasil;
pela lei estrangeira; (Alínea acrescida pela Emenda
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
mãe brasileira, desde que sejam registrados em b) de imposição de naturalização, pela norma
repartição brasileira competente ou venham a residir estrangeira, ao brasileiro residente em Estado
na República Federativa do Brasil e optem, em estrangeiro, como condição para permanência em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, seu território ou para o exercício de direitos civis;
pela nacionalidade brasileira; (Alínea com redação dada (Alínea acrescida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) 1994)
II - naturalizados: Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade República Federativa do Brasil.
brasileira, exigidas aos originários de países de língua § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
portuguesa apenas residência por um ano bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
ininterrupto e idoneidade moral; § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade poderão ter símbolos próprios.
residentes na República Federativa do Brasil há mais
CAPÍTULO IV - DOS DIREITOS POLÍTICOS
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo
penal, desde que requeiram a nacionalidade
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
brasileira. (Alínea com redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no I - plebiscito;
País, se houver reciprocidade em favor dos II - referendo;
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao III - iniciativa popular.
brasileiro, salvo os casos previstos nesta § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
Constituição. (Parágrafo com redação dada pela Emenda I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) II - facultativos para:
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre a) os analfabetos;
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos b) os maiores de setenta anos;
previstos nesta Constituição. c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: anos.
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; § 2º Não podem alistar-se como eleitores os
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; estrangeiros e, durante o período do serviço militar
III - de Presidente do Senado Federal; obrigatório, os conscritos.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
V - da carreira diplomática; I - a nacionalidade brasileira;
VI - de oficial das Forças Armadas; II - o pleno exercício dos direitos políticos;
VII - de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido III - o alistamento eleitoral;
pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

262
VADE MECUM – Agente da PCDF

V - a filiação partidária; indireta. (Parágrafo com redação dada pela Emenda


VI - a idade mínima de: Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
Presidente da República e Senador; a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de da diplomação, instruída a ação com provas de abuso
Estado e do Distrito Federal; do poder econômico, corrupção ou fraude.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de em segredo de justiça, respondendo o autor, na
paz; forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
d) dezoito anos para Vereador. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos,
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de I - cancelamento da naturalização por sentença
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os transitada em julgado;
houver sucedido ou substituído no curso dos II - incapacidade civil absoluta;
mandatos poderão ser reeleitos para um único III - condenação criminal transitada em julgado,
período subsequente. (Parágrafo com redação dada pela enquanto durarem seus efeitos;
Emenda Constitucional nº 16, de 1997) IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
da República, os Governadores de Estado e do V - improbidade administrativa, nos termos do art.
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos 37, § 4º.
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
CAPÍTULO I - DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
ADMINISTRATIVA
afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Art. 22. Compete privativamente à União legislar
Presidente da República, de Governador de Estado
sobre:
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
quem os haja substituído dentro dos seis meses
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
expulsão de estrangeiros;
eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
seguintes condições: CAPÍTULO I - DO PODER LEGISLATIVO
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso
afastar-se da atividade;
Nacional:
II - se contar mais de dez anos de serviço, será
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos
agregado pela autoridade superior e, se eleito,
ou atos internacionais que acarretem encargos ou
passará automaticamente, no ato da diplomação,
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de CAPÍTULO II - DO PODER EXECUTIVO
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de SEÇÃO I - Do Presidente e do Vice-Presidente da
proteger a probidade administrativa, a moralidade República
para o exercício do mandato, considerada a vida Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
pregressa do candidato, e a normalidade e República:
legitimidade das eleições contra a influência do VIII - celebrar tratados, convenções e atos
poder econômico ou o abuso do exercício de função, internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
cargo ou emprego na administração direta ou Nacional;

263
VADE MECUM – Agente da PCDF

DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES


CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIO
SEÇÃO III - Do Superior Tribunal de Justiça
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a
concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Alínea
acrescida pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
SEÇÃO IV - Dos Tribunais Regionais Federais e dos
Juízes Federais
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e
julgar:
V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se
refere o § 5º deste artigo; (Inciso acrescido pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos
humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte,
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a
Justiça Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
SEÇÃO IV - Da Defensoria Pública
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a
promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º
desta Constituição Federal. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

264
VADE MECUM – Agente da PCDF

DECRETO Nº 7.037/2009 interdependente, assegurando a cidadania


plena;
Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos -
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças
PNDH-3 e dá outras providências.
e adolescentes para o seu desenvolvimento
Art. 1º Fica aprovado o Programa Nacional de
integral, de forma não discriminatória,
Direitos Humanos - PNDH-3, em consonância com as
assegurando seu direito de opinião e
diretrizes, objetivos estratégicos e ações
participação;
programáticas estabelecidos, na forma do Anexo
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades
deste Decreto. estruturais; e
Art. 2º O PNDH-3 será implementado de acordo com d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na
os seguintes eixos orientadores e suas respectivas diversidade;
diretrizes: IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à
I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Justiça e Combate à Violência:
Estado e sociedade civil: a) Diretriz 11: Democratização e modernização
a) Diretriz 1: Interação democrática entre do sistema de segurança pública;
Estado e sociedade civil como instrumento b) Diretriz 12: Transparência e participação
de fortalecimento da democracia popular no sistema de segurança pública e
participativa; justiça criminal;
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da
Humanos como instrumento transversal das criminalidade e profissionalização da
políticas públicas e de interação investigação de atos criminosos;
democrática; e d) Diretriz 14: Combate à violência
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos institucional, com ênfase na erradicação da
sistemas de informações em Direitos tortura e na redução da letalidade policial e
Humanos e construção de mecanismos de carcerária;
avaliação e monitoramento de sua e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas
efetivação; de crimes e de proteção das pessoas
II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos ameaçadas;
Humanos: f) Diretriz 16: Modernização da política de
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de execução penal, priorizando a aplicação de
desenvolvimento sustentável, com inclusão penas e medidas alternativas à privação de
social e econômica, ambientalmente liberdade e melhoria do sistema
equilibrado e tecnologicamente responsável, penitenciário; e
cultural e regionalmente diverso, g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça
participativo e não discriminatório; mais acessível, ágil e efetivo, para o
b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana conhecimento, a garantia e a defesa de
como sujeito central do processo de direitos;
desenvolvimento; e V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos Direitos Humanos:
ambientais como Direitos Humanos, a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos
incluindo as gerações futuras como sujeitos princípios da política nacional de educação
de direitos; em Direitos Humanos para fortalecer uma
III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um cultura de direitos;
contexto de desigualdades: b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de democracia e dos Direitos Humanos nos
forma universal, indivisível e sistemas de educação básica, nas

265
VADE MECUM – Agente da PCDF

instituições de ensino superior e nas ANEXO


instituições formadoras;
EIXO ORIENTADOR I: INTERAÇÃO DEMOCRÁTICA
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL
não formal como espaço de defesa e
A partir da metade dos anos 1970, começam a
promoção dos Direitos Humanos;
ressurgir no Brasil iniciativas de rearticulação dos
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em
movimentos sociais, a despeito da repressão política
Direitos Humanos no serviço público; e
e da ausência de canais democráticos de
e) Diretriz 22: Garantia do direito à
participação. Fortes protestos e a luta pela
comunicação democrática e ao acesso à
democracia marcaram esse período. Paralelamente,
informação para consolidação de uma
cultura em Direitos Humanos; e surgiram iniciativas populares nos bairros
VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à reivindicando direitos básicos como saúde,
Verdade: transporte, moradia e controle do custo de vida. Em
a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e um primeiro momento, eram iniciativas atomizadas,
da verdade como Direito Humano da buscando conquistas parciais, mas que ao longo dos
cidadania e dever do Estado; anos foram se caracterizando como movimentos
b) Diretriz 24: Preservação da memória sociais organizados.
histórica e construção pública da verdade; e Com o avanço da democratização do País, os
c) Diretriz 25: Modernização da legislação movimentos sociais multiplicaram-se. Alguns deles
relacionada com promoção do direito à institucionalizaram-se e passaram a ter expressão
memória e à verdade, fortalecendo a política. Os movimentos populares e sindicatos
democracia. foram, no caso brasileiro, os principais promotores
Parágrafo único. A implementação do PNDH-3, além da mudança e da ruptura política em diversas épocas
dos responsáveis nele indicados, envolve parcerias e contextos históricos. Com efeito, durante a etapa
com outros órgãos federais relacionados com os de elaboração da Constituição Cidadã de 1988, esses
temas tratados nos eixos orientadores e suas segmentos atuaram de forma especialmente
diretrizes. articulada, afirmando-se como um dos pilares da
Art. 3º As metas, prazos e recursos necessários para democracia e influenciando diretamente os rumos
a implementação do PNDH-3 serão definidos e do País.
aprovados em Planos de Ação de Direitos Humanos Nos anos que se seguiram, os movimentos passaram
bianuais. a se consolidar por meio de redes com abrangência
Art. 4º (Declarado revogado pelo Decreto nº 10.087, de regional ou nacional, firmando-se como sujeitos na
5/11/2019, publicado no DOU de 6/11/2019, em vigor 30 dias após formulação e monitoramento das políticas públicas.
a publicação)
Nos anos 1990, desempenharam papel fundamental
Art. 5º Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
na resistência a todas as orientações do
e os órgãos do Poder Legislativo, do Poder Judiciário
neoliberalismo de flexibilização dos direitos sociais,
e do Ministério Público, serão convidados a aderir ao
privatizações, dogmatismo do mercado e
PNDH-3.
enfraquecimento do Estado. Nesse mesmo período,
Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua
multiplicaram-se pelo País experiências de gestão
publicação (21/12/2009).
estadual e municipal em que lideranças desses
Art. 7º Fica revogado o Decreto nº 4.229, de 13 de
movimentos, em larga escala, passaram a
maio de 2002.
desempenhar funções de gestores públicos.
Com as eleições de 2002, alguns dos setores mais
organizados da sociedade trouxeram reivindicações
históricas acumuladas, passando a influenciar

266
VADE MECUM – Agente da PCDF

diretamente a atuação do governo e vivendo de O Poder Executivo tem papel protagonista na


perto suas contradições internas. coordenação e implementação do PNDH-3, mas faz-
Nesse novo cenário, o diálogo entre Estado e se necessária a definição de responsabilidades
sociedade civil assumiu especial relevo, com a compartilhadas entre a União, Estados, Municípios e
compreensão e a preservação do distinto papel de do Distrito Federal na execução de políticas públicas,
cada um dos segmentos no processo de gestão. A tanto quanto a criação de espaços de participação e
interação é desenhada por acordos e dissensos, controle social nos Poderes Judiciário e Legislativo,
debates de idéias e pela deliberação em torno de no Ministério Público e nas Defensorias, em
propostas. Esses requisitos são imprescindíveis ao ambiente de respeito, proteção e efetivação dos
pleno exercício da democracia, cabendo à sociedade Direitos Humanos. O conjunto dos órgãos do Estado
civil exigir, pressionar, cobrar, criticar, propor e – não apenas no âmbito do Executivo Federal – deve
fiscalizar as ações do Estado. estar comprometido com a implementação e
Essa concepção de interação democrática construída monitoramento do PNDH-3.
entre os diversos órgãos do Estado e a sociedade civil Aperfeiçoar a interlocução entre Estado e sociedade
trouxe consigo resultados práticos em termos de civil depende da implementação de medidas que
políticas públicas e avanços na interlocução de garantam à sociedade maior participação no
setores do poder público com toda a diversidade acompanhamento e monitoramento das políticas
social, cultural, étnica e regional que caracteriza os públicas em Direitos Humanos, num diálogo plural e
movimentos sociais em nosso País. Avançou-se transversal entre os vários atores sociais e deles com
fundamentalmente na compreensão de que os o Estado. Ampliar o controle externo dos órgãos
Direitos Humanos constituem condição para a públicos por meio de ouvidorias, monitorar os
prevalência da dignidade humana, e que devem ser compromissos internacionais assumidos pelo Estado
promovidos e protegidos por meio do esforço brasileiro, realizar conferências periódicas sobre a
conjunto do Estado e da sociedade civil. temática, fortalecer e apoiar a criação de conselhos
Uma das finalidades do PNDH-3 é dar continuidade à nacional, distrital, estaduais e municipais de Direitos
integração e ao aprimoramento dos mecanismos de Humanos, garantindo-lhes eficiência, autonomia e
participação existentes, bem como criar novos meios independência são algumas das formas de assegurar
de construção e monitoramento das políticas o aperfeiçoamento das políticas públicas por meio de
públicas sobre Direitos Humanos no Brasil. diálogo, de mecanismos de controle e das ações
No âmbito institucional o PNDH-3, amplia as contínuas da sociedade civil. Fortalecer as
conquistas na área dos direitos e garantias informações em Direitos Humanos com produção e
fundamentais, pois internaliza a diretriz segundo a seleção de indicadores para mensurar demandas,
qual a primazia dos Direitos Humanos constitui monitorar, avaliar, reformular e propor ações
princípio transversal a ser considerado em todas as efetivas, garante e consolida o controle social e a
políticas públicas. transparência das ações governamentais.
As diretrizes deste capítulo discorrem sobre a A adoção de tais medidas fortalecerá a democracia
importância de fortalecer a garantia e os participativa, na qual o Estado atua como instância
instrumentos de participação social, o caráter republicana da promoção e defesa dos Direitos
transversal dos Direitos Humanos e a construção de Humanos e a sociedade civil como agente ativo –
mecanismos de avaliação e monitoramento de sua propositivo e reativo – de sua implementação.
efetivação. Isso inclui a construção de sistema de
DIRETRIZ 1: Interação democrática entre Estado e
indicadores de Direitos Humanos e a articulação das
sociedade civil como instrumento de
políticas e instrumentos de monitoramento
fortalecimento da democracia participativa.
existentes.

267
VADE MECUM – Agente da PCDF

Objetivo estratégico I: Garantia da participação e f) Estimular o debate sobre a regulamentação e


do controle social das políticas públicas em efetividade dos instrumentos de participação social e
Direitos Humanos, em diálogo plural e transversal consulta popular, tais como lei de iniciativa popular,
entre os vários atores sociais. referendo, veto popular e plebiscito.
Ações programáticas: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
a) Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a instituição do Humanos da Presidência da República; Secretaria-
Conselho Nacional dos Direitos Humanos, dotado de Geral da Presidência da República
recursos humanos, materiais e orçamentários para o g) Assegurar a realização periódica de conferências
seu pleno funcionamento, e efetuar seu de Direitos Humanos, fortalecendo a interação entre
credenciamento junto ao Escritório do Alto a sociedade civil e o poder público.
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos como "Instituição Nacional Brasileira", Humanos da Presidência da República
como primeiro passo rumo à adoção plena dos Objetivo estratégico II: Ampliação do controle
"Princípios de Paris". externo dos órgãos públicos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Ações programáticas:
Humanos da Presidência da República; Ministério a) Ampliar a divulgação dos serviços públicos
das Relações Exteriores voltados para a efetivação dos Direitos Humanos, em
b) Fomentar a criação e o fortalecimento dos especial nos canais de transparência.
conselhos de Direitos Humanos em todos os Estados Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
e Municípios e no Distrito Federal, bem como a Humanos da Presidência da República
criação de programas estaduais de Direitos b) Propor a instituição da Ouvidoria Nacional dos
Humanos. Direitos Humanos, em substituição à Ouvidoria-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Geral da Cidadania, com independência e autonomia
Humanos da Presidência da República política, com mandato e indicação pelo Conselho
c) Criar mecanismos que permitam ação coordenada Nacional dos Direitos Humanos, assegurando
entre os diversos conselhos de direitos, nas três recursos humanos, materiais e financeiros para seu
esferas da Federação, visando a criação de agenda pleno funcionamento.
comum para a implementação de políticas públicas Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
de Direitos Humanos. Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos c) Fortalecer a estrutura da Ouvidoria Agrária
Humanos da Presidência da República, Secretaria- Nacional.
Geral da Presidência da República Responsável: Ministério do Desenvolvimento
d) Criar base de dados dos conselhos nacionais, Agrário
estaduais, distrital e municipais, garantindo seu
DIRETRIZ 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos
acesso ao público em geral.
como instrumento transversal das políticas
Responsáveis: Secretaria-Geral da Presidência da
públicas e de interação democrática.
República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Objetivo estratégico I: Promoção dos Direitos
da Presidência da República
Humanos como princípios orientadores das
e) Apoiar fóruns, redes e ações da sociedade civil que
políticas públicas e das relações internacionais.
fazem acompanhamento, controle social e
Ações programáticas:
monitoramento das políticas públicas de Direitos
a) Considerar as diretrizes e objetivos estratégicos do
Humanos.
PNDH-3 nos instrumentos de planejamento do
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Estado, em especial no Plano Plurianual, na Lei de
Humanos da Presidência da República; Secretaria-
Geral da Presidência da República

268
VADE MECUM – Agente da PCDF

Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos


Anual. Humanos da Presidência da República; Ministério
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos das Relações Exteriores
Humanos da Presidência da República; Secretaria- c) Criar selo nacional "Direitos Humanos", a ser
Geral da Presidência da República; Ministério do concedido às entidades públicas e privadas que
Planejamento, Orçamento e Gestão comprovem atuação destacada na defesa e
b) Propor e articular o reconhecimento do status promoção dos direitos fundamentais.
constitucional de instrumentos internacionais de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Direitos Humanos novos ou já existentes ainda não Humanos da Presidência da República; Ministério da
ratificados. Justiça
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
DIRETRIZ 3: Integração e ampliação dos sistemas
Humanos da Presidência da República; Ministério da
de informação em Direitos Humanos e construção
Justiça; Secretaria de Relações Institucionais da
de mecanismos de avaliação e monitoramento de
Presidência da República
sua efetivação.
c) Construir e aprofundar agenda de cooperação
Objetivo estratégico I: Desenvolvimento de
multilateral em Direitos Humanos que contemple
mecanismos de controle social das políticas
prioritariamente o Haiti, os países lusófonos do
públicas de Direitos Humanos, garantindo o
continente africano e o Timor-Leste.
monitoramento e a transparência das ações
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
governamentais.
Humanos da Presidência da República; Ministério
Ações programáticas:
das Relações Exteriores
a) Instituir e manter sistema nacional de indicadores
d) Aprofundar a agenda Sul-Sul de cooperação
em Direitos Humanos, de forma articulada com os
bilateral em Direitos Humanos que contemple
órgãos públicos e a sociedade civil.
prioritariamente os países lusófonos do continente
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
africano, o Timor-Leste, Caribe e a América Latina.
Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
b) Integrar os sistemas nacionais de informações
Humanos da Presidência da República; Ministério
para elaboração de quadro geral sobre a
das Relações Exteriores
implementação de políticas públicas e violações aos
Objetivo estratégico II: Fortalecimento dos
Direitos Humanos.
instrumentos de interação democrática para a
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
promoção dos Direitos Humanos.
Humanos da Presidência da República
Ações programáticas:
c) Articular a criação de base de dados com temas
a) Criar o Observatório Nacional dos Direitos
relacionados aos Direitos Humanos.
Humanos para subsidiar, com dados e informações,
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
o trabalho de monitoramento das políticas públicas e
Humanos da Presidência da República
de gestão governamental e sistematizar a
d) Utilizar indicadores em Direitos Humanos para
documentação e legislação, nacionais e
mensurar demandas, monitorar, avaliar, reformular
internacionais, sobre Direitos Humanos.
e propor ações efetivas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República
Humanos da Presidência da República; Secretaria
b) Estimular e reconhecer pessoas e entidades com
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
destaque na luta pelos Direitos Humanos na
da República; Secretaria Especial de Políticas de
sociedade brasileira e internacional, com a concessão
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
de premiação, bolsas e outros incentivos, na forma
República; Ministério da Saúde; Ministério do
da legislação aplicável.

269
VADE MECUM – Agente da PCDF

Desenvolvimento Social e Combate à Fome; de Direitos Humanos da ONU e dos comitês de


Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; tratados.
Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Cultura; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Ministério do Turismo; Ministério do Esporte; Humanos da Presidência da República; Ministério
Ministério do Desenvolvimento Agrário das Relações Exteriores
e) Propor estudos visando a criação de linha de e) Definir e institucionalizar fluxo de informações,
financiamento para a implementação de institutos com responsáveis em cada órgão do governo federal,
de pesquisa e produção de estatísticas em Direitos referentes aos relatórios da Comissão
Humanos nos Estados. Interamericana de Direitos Humanos e às decisões da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Humanos da Presidência da República Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Objetivo estratégico II: Monitoramento dos Humanos da Presidência da República; Ministério
compromissos internacionais assumidos pelo das Relações Exteriores
Estado brasileiro em matéria de Direitos Humanos. f) Criar banco de dados público sobre todas as
Ações programáticas: recomendações dos sistemas ONU e OEA feitas ao
a) Elaborar relatório anual sobre a situação dos Brasil, contendo as medidas adotadas pelos diversos
Direitos Humanos no Brasil, em diálogo participativo órgãos públicos para seu cumprimento.
com a sociedade civil. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério
Humanos da Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
das Relações Exteriores
EIXO ORIENTADOR II: DESENVOLVIMENTO E
b) Elaborar relatórios periódicos para os órgãos de DIREITOS HUMANOS
tratados da ONU, no prazo por eles estabelecidos,
O tema "desenvolvimento" tem sido amplamente
com base em fluxo de informações com órgãos do
debatido por ser um conceito complexo e
governo federal e com unidades da Federação.
multidisciplinar. Não existe modelo único e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
preestabelecido de desenvolvimento, porém,
Humanos da Presidência da República; Ministério
pressupõe-se que ele deva garantir a livre
das Relações Exteriores
determinação dos povos, o reconhecimento de
c) Elaborar relatório de acompanhamento das
soberania sobre seus recursos e riquezas naturais,
relações entre o Brasil e o sistema ONU que
respeito pleno à sua identidade cultural e a busca de
contenha, entre outras, as seguintes informações:
equidade na distribuição das riquezas.
- Recomendações advindas de relatores
Durante muitos anos, o crescimento econômico,
especiais do Conselho de Direitos Humanos
medido pela variação anual do Produto Interno Bruto
da ONU;
(PIB), foi usado como indicador relevante para medir
- Recomendações advindas dos comitês de
o avanço de um país. Acreditava-se que, uma vez
tratados do Mecanismo de Revisão
garantido o aumento de bens e serviços, sua
Periódica;
distribuição ocorreria de forma a satisfazer as
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
necessidades de todas as pessoas. Constatou-se,
Humanos da Presidência da República; Ministério
porém, que, embora importante, o crescimento do
das Relações Exteriores
PIB não é suficiente para causar, automaticamente,
d) Definir e institucionalizar fluxo de informações,
melhoria do bem estar para todas as camadas
com responsáveis em cada órgão do governo federal
sociais. Por isso, o conceito de desenvolvimento foi
e unidades da Federação, referentes aos relatórios
adotado por ser mais abrangente e refletir, de fato,
internacionais de Direitos Humanos e às
melhorias nas condições de vida dos indivíduos.
recomendações dos relatores especiais do Conselho

270
VADE MECUM – Agente da PCDF

A teoria predominante de desenvolvimento de aperfeiçoar os mecanismos de distribuição de


econômico o define como um processo que faz renda e de oportunidades para todos os brasileiros,
aumentar as possibilidades de acesso das pessoas a bem como incorpore os valores de preservação
bens e serviços, propiciadas pela expansão da ambiental. Os debates sobre as mudanças climáticas
capacidade e do âmbito das atividades econômicas. e o aquecimento global, gerados pela preocupação
O desenvolvimento seria a medida qualitativa do com a maneira com que os países vêm explorando os
progresso da economia de um país, refletindo recursos naturais e direcionando o progresso
transições de estágios mais baixos para estágios mais civilizatório, está na agenda do dia. Esta discussão
altos, por meio da adoção de novas tecnologias que coloca em questão os investimentos em
permitem e favorecem essa transição. Cresce nos infraestrutura e modelos de desenvolvimento
últimos anos a assimilação das idéias desenvolvidas econômico na área rural, baseados, em grande parte,
por Amartya Sem, que abordam o desenvolvimento no agronegócio, sem a preocupação com a potencial
como liberdade e seus resultados centrados no bem violação dos direitos de pequenos e médios
estar social e, por conseguinte, nos direitos do ser agricultores e das populações tradicionais.
humano. O desenvolvimento pode ser garantido se as pessoas
São essenciais para o desenvolvimento as liberdades forem protagonistas do processo, pressupondo a
e os direitos básicos como alimentação, saúde e garantia de acesso de todos os indivíduos aos direitos
educação. As privações das liberdades não são econômicos, sociais, culturais e ambientais, e
apenas resultantes da escassez de recursos, mas sim incorporando a preocupação com a preservação e a
das desigualdades inerentes aos mecanismos de sustentabilidade como eixos estruturantes de
distribuição, da ausência de serviços públicos e de proposta renovada de progresso. Esses direitos têm
assistência do Estado para a expansão das escolhas como foco a distribuição da riqueza, dos bens e
individuais. Este conceito de desenvolvimento serviços.
reconhece seu caráter pluralista e a tese de que a Todo esse debate traz desafios para a conceituação
expansão das liberdades não representa somente um sobre os Direitos Humanos no sentido de incorporar
fim, mas também o meio para seu alcance. Em o desenvolvimento como exigência fundamental. A
consequência, a sociedade deve pactuar as políticas perspectiva dos Direitos Humanos contribui para
sociais e os direitos coletivos de acesso e uso dos redimensionar o desenvolvimento. Motiva a passar
recursos. A partir daí, a medição de um índice de da consideração de problemas individuais a questões
desenvolvimento humano veio substituir a medição de interesse comum, de bem-estar coletivo, o que
de aumento do PIB, uma vez que o Índice de alude novamente o Estado e o chama à
Desenvolvimento Humano (IDH) combina a riqueza corresponsabilidade social e à solidariedade.
per capita indicada pelo PIB aos aspectos de Ressaltamos que a noção de desenvolvimento está
educação e expectativa de vida, permitindo, pela sendo amadurecida como parte de um debate em
primeira vez, uma avaliação de aspectos sociais não curso na sociedade e no governo, incorporando a
mensurados pelos padrões econométricos. relação entre os direitos econômicos, sociais,
No caso do Brasil, por muitos anos o crescimento culturais e ambientais, buscando a garantia do
econômico não levou à distribuição justa de renda e acesso ao trabalho, à saúde, à educação, à
riqueza, mantendo-se elevados índices de alimentação, à vida cultural, à moradia adequada, à
desigualdade. As ações de Estado voltadas para a previdência, à assistência social e a um meio
conquista da igualdade socioeconômica requerem ambiente sustentável. A inclusão do tema
ainda políticas permanentes, de longa duração, para Desenvolvimento e Direitos Humanos na 11a
que se verifique a plena proteção e promoção dos Conferência Nacional reforçou as estratégias
Direitos Humanos. É necessário que o modelo de governamentais em sua proposta de
desenvolvimento econômico tenha a preocupação desenvolvimento.

271
VADE MECUM – Agente da PCDF

Assim, este capítulo do PNDH-3 propõe tecnologicamente responsável, cultural e


instrumentos de avanço e reforça propostas para regionalmente diverso, participativo e não
políticas públicas de redução das desigualdades discriminatório.
sociais concretizadas por meio de ações de Objetivo estratégico I: Implementação de políticas
transferência de renda, incentivo à economia públicas de desenvolvimento com inclusão social.
solidária e ao cooperativismo, à expansão da reforma Ações programáticas:
agrária, ao fomento da aquicultura, da pesca e do a) Ampliar e fortalecer as políticas de
extrativismo e da promoção do turismo sustentável. desenvolvimento social e de combate à fome,
O PNDH-3 inova ao incorporar o meio ambiente visando a inclusão e a promoção da cidadania,
saudável e as cidades sustentáveis como Direitos garantindo a segurança alimentar e nutricional,
Humanos, propõe a inclusão do item "direitos renda mínima e assistência integral às famílias.
ambientais" nos relatórios de monitoramento sobre Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
Direitos Humanos e do item "Direitos Humanos" nos e Combate à Fome
relatórios ambientais, assim como fomenta b) Expandir políticas públicas de geração e
pesquisas de tecnologias socialmente inclusivas. transferência de renda para erradicação da extrema
Nos projetos e empreendimentos com grande pobreza e redução da pobreza.
impacto socioambiental, o PNDH-3 garante a Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
participação efetiva das populações atingidas, assim e Combate à Fome
como prevê ações mitigatórias e compensatórias. c) Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável
Considera fundamental fiscalizar o respeito aos local para redução das desigualdades inter e
Direitos Humanos nos projetos implementados pelas intrarregionais e o aumento da autonomia e
empresas transnacionais, bem como seus impactos sustentabilidade de espaços sub-regionais.
na manipulação das políticas de desenvolvimento. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Nesse sentido, avalia como importante mensurar o Humanos da Presidência da República; Ministério do
impacto da biotecnologia aplicada aos alimentos, da Desenvolvimento Agrário
nanotecnologia, dos poluentes orgânicos d) Avançar na implantação da reforma agrária, como
persistentes, metais pesados e outros poluentes forma de inclusão social e acesso aos direitos básicos,
inorgânicos em relação aos Direitos Humanos. de forma articulada com as políticas de saúde,
Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos educação, meio ambiente e fomento à produção
é capacitar as pessoas e as comunidades a exercerem alimentar.
a cidadania, com direitos e responsabilidades. É Responsável: Ministério do Desenvolvimento
incorporar, nos projetos, a própria população Agrário
brasileira, por meio de participação ativa nas e) Incentivar as políticas públicas de economia
decisões que afetam diretamente suas vidas. É solidária, de cooperativismo e associativismo e de
assegurar a transparência dos grandes projetos de fomento a pequenas e micro empresas.
desenvolvimento econômico e mecanismos de Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
compensação para a garantia dos Direitos Humanos Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
das populações diretamente atingidas. das Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e
Por fim, este PNDH-3 reforça o papel da equidade no Combate à Fome
Plano Plurianual, como instrumento de garantia de f) Fortalecer políticas públicas de apoio ao
priorização orçamentária de programas sociais. extrativismo e ao manejo florestal comunitário
ambientalmente sustentáveis.
DIRETRIZ 4: Efetivação de modelo de
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente;
desenvolvimento sustentável, com inclusão social
Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
e econômica, ambientalmente equilibrado e
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

272
VADE MECUM – Agente da PCDF

g) Fomentar o debate sobre a expansão de plantios especial de catadores de materiais recicláveis e


de monoculturas que geram impacto no meio população em situação de rua.
ambiente e na cultura dos povos e comunidades Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
tradicionais, tais como eucalipto, cana-de-açúcar, Ministério do Meio Ambiente; Ministério do
soja, e sobre o manejo florestal, a grande pecuária, Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
mineração, turismo e pesca. Ministério das Cidades; Secretaria dos Direitos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Humanos da Presidência da República l) Fortalecer políticas públicas de fomento à
h) Erradicar o trabalho infantil, bem como todas as aquicultura e à pesca sustentáveis, com foco nos
formas de violência e exploração sexual de crianças e povos e comunidades tradicionais de baixa renda,
adolescentes nas cadeias produtivas, com base em contribuindo para a segurança alimentar e a inclusão
códigos de conduta e no Estatuto da Criança e do social, mediante a criação e geração de trabalho e
Adolescente. renda alternativos e inserção no mercado de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos trabalho.
Humanos da Presidência da República; Ministério do Responsáveis: Ministério da Pesca e Aquicultura;
Turismo Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
i) Garantir que os grandes empreendimentos e Desenvolvimento Social e Combate à Fome
projetos de infraestrutura resguardem os direitos dos m) Promover o turismo sustentável com geração de
povos indígenas e de comunidades quilombolas e trabalho e renda, respeito à cultura local,
tradicionais, conforme previsto na Constituição e nos participação e inclusão dos povos e das comunidades
tratados e convenções internacionais. nos benefícios advindos da atividade turística.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério dos Responsáveis: Ministério do Turismo; Ministério do
Transportes; Ministério da Integração Nacional; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Ministério de Minas e Energia; Secretaria Especial de Objetivo estratégico II: Fortalecimento de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da modelos de agricultura familiar e agroecológica.
Presidência da República; Ministério do Meio Ações programáticas:
Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e a) Garantir que nos projetos de reforma agrária e
Combate à Fome; Ministério da Pesca e Aquicultura; agricultura familiar sejam incentivados os modelos
Secretaria Especial de Portos da Presidência da de produção agroecológica e a inserção produtiva
República nos mercados formais.
j) Integrar políticas de geração de emprego e renda e Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento
políticas sociais para o combate à pobreza rural dos Agrário; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
agricultores familiares, assentados da reforma Comércio Exterior
agrária, quilombolas, indígenas, famílias de b) Fortalecer a agricultura familiar camponesa e a
pescadores e comunidades tradicionais. pesca artesanal, com ampliação do crédito, do
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento seguro, da assistência técnica, extensão rural e da
Social e Combate à Fome; Ministério da Integração infraestrutura para comercialização.
Nacional; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Agrário; Ministério da Pesca e Aquicultura
Justiça; Secretaria Especial de Políticas de Promoção c) Garantir pesquisa e programas voltados à
da Igualdade Racial da Presidência da República; agricultura familiar e pesca artesanal, com base nos
Ministério da Cultura; Ministério da Pesca e princípios da agroecologia.
Aquicultura Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento
k) Integrar políticas sociais e de geração de emprego Agrário; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da
e renda para o combate à pobreza urbana, em Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério da

273
VADE MECUM – Agente da PCDF

Pesca e Aquicultura; Ministério do Desenvolvimento, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e


Indústria e Comércio Exterior Comércio Exterior
d) Fortalecer a legislação e a fiscalização para evitar d) Fomentar tecnologias de gerenciamento de
a contaminação dos alimentos e danos à saúde e ao resíduos sólidos e emissões atmosféricas para
meio ambiente causados pelos agrotóxicos. minimizar impactos à saúde e ao meio ambiente.
Responsáveis: Ministério da Agricultura, Pecuária e Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia;
Abastecimento; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde;
Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento Ministério das Cidades
Agrário e) Desenvolver e divulgar pesquisas públicas para
e) Promover o debate com as instituições de ensino diagnosticar os impactos da biotecnologia e da
superior e a sociedade civil para a implementação de nanotecnologia em temas de Direitos Humanos.
cursos e realização de pesquisas tecnológicas Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
voltados à temática socioambiental, agroecologia e Humanos da Presidência da República; Ministério da
produção orgânica, respeitando as especificidades Saúde; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da
de cada região. Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério de
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Ciência e Tecnologia
Desenvolvimento Agrário f) Produzir, sistematizar e divulgar pesquisas
Objetivo estratégico III: Fomento à pesquisa e à econômicas e metodologias de cálculo de custos
implementação de políticas para o socioambientais de projetos de infraestrutura, de
desenvolvimento de tecnologias socialmente energia e de mineração que sirvam como parâmetro
inclusivas, emancipatórias e ambientalmente para o controle dos impactos de grandes projetos.
sustentáveis. Responsáveis: Ministério da Ciência e Tecnologia;
Ações programáticas: Ministério de Minas e Energia; Ministério do Meio
a) Adotar tecnologias sociais de baixo custo e fácil Ambiente; Secretaria de Assuntos Estratégicos da
aplicabilidade nas políticas e ações públicas para a Presidência da República; Ministério da Integração
geração de renda e para a solução de problemas Nacional
socioambientais e de saúde pública. Objetivo estratégico IV: Garantia do direito a
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; cidades inclusivas e sustentáveis.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Ações programáticas:
Fome; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do a) Apoiar ações que tenham como princípio o direito
Desenvolvimento Agrário; Ministério da Saúde a cidades inclusivas e acessíveis como elemento
b) Garantir a aplicação do princípio da precaução na fundamental da implementação de políticas
proteção da agrobiodiversidade e da saúde, urbanas.
realizando pesquisas que avaliem os impactos dos Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria
transgênicos no meio ambiente e na saúde. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do República; Ministério do Desenvolvimento, Indústria
Meio Ambiente; Ministério de Ciência e Tecnologia e Comércio Exterior
c) Fomentar tecnologias alternativas para substituir b) Fortalecer espaços institucionais democráticos,
o uso de substâncias danosas à saúde e ao meio participativos e de apoio aos Municípios para a
ambiente, como poluentes orgânicos persistentes, implementação de planos diretores que atendam aos
metais pesados e outros poluentes inorgânicos. preceitos da política urbana estabelecidos no
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Estatuto da Cidade.
Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Responsável: Ministério das Cidades
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; c) Fomentar políticas públicas de apoio aos Estados,
Distrito Federal e Municípios em ações sustentáveis

274
VADE MECUM – Agente da PCDF

de urbanização e regularização fundiária dos implementação de hortas, viveiros, pomares,


assentamentos de população de baixa renda, canteiros de ervas medicinais, criação de pequenos
comunidades pesqueiras e de provisão habitacional animais, unidades de processamento e
de interesse social, materializando a função social da beneficiamento agroalimentar, feiras e mercados
propriedade. públicos populares.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento
Meio Ambiente; Ministério da Pesca e Aquicultura Social e Combate à Fome; Ministério da Agricultura,
d) Fortalecer a articulação entre os órgãos de Pecuária e Abastecimento
governo e os consórcios municipais para atuar na
DIRETRIZ 5: Valorização da pessoa humana como
política de saneamento ambiental, com participação
sujeito central do processo de desenvolvimento.
da sociedade civil.
Objetivo estratégico I: Garantia da participação e
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
do controle social nas políticas públicas de
Meio Ambiente; Secretaria de Relações
desenvolvimento com grande impacto
Institucionais da Presidência da República
socioambiental.
e) Fortalecer a política de coleta, reaproveitamento,
Ações programáticas:
triagem, reciclagem e a destinação seletiva de
a) Fortalecer ações que valorizem a pessoa humana
resíduos sólidos e líquidos, com a organização de
como sujeito central do desenvolvimento,
cooperativas de reciclagem, que beneficiem as
enfrentando o quadro atual de injustiça ambiental
famílias dos catadores.
que atinge principalmente as populações mais
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
pobres.
Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Social e Combate à Fome; Ministério do Meio
Humanos da Presidência da República; Ministério do
Ambiente
Meio Ambiente
f) Fomentar políticas e ações públicas voltadas à
b) Assegurar participação efetiva da população na
mobilidade urbana sustentável.
elaboração dos instrumentos de gestão territorial e
Responsável: Ministério das Cidades
na análise e controle dos processos de licenciamento
g) Considerar na elaboração de políticas públicas de
urbanístico e ambiental de empreendimentos de
desenvolvimento urbano os impactos na saúde
impacto, especialmente na definição das ações
pública.
mitigadoras e compensatórias por impactos sociais e
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério das
ambientais.
Cidades
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente;
h) Fomentar políticas públicas de apoio às
Ministério das Cidades
organizações de catadores de materiais recicláveis,
c) Fomentar a elaboração do Zoneamento Ecológico
visando à disponibilização de áreas e prédios
Econômico (ZEE), incorporando o sócio e
desocupados pertencentes à União, a fim de serem
etnozoneamento.
transformados em infraestrutura produtiva para
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
essas organizações.
Meio Ambiente
Responsáveis: Ministério do Planejamento,
d) Assegurar a transparência dos projetos realizados,
Orçamento e Gestão; Ministério das Cidades;
em todas as suas etapas, e dos recursos utilizados
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
nos grandes projetos econômicos, para viabilizar o
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
controle social.
i) Estimular a produção de alimentos de forma
Responsáveis: Ministério dos Transportes;
comunitária, com uso de tecnologias de bases
Ministério da Integração Nacional; Ministério de
agroecológicas, em espaços urbanos e periurbanos
ociosos e fomentar a mobilização comunitária para a

275
VADE MECUM – Agente da PCDF

Minas e Energia; Secretaria Especial dos Direitos da programação orçamentária de ação ou


Humanos da Presidência da República autorização de gastos.
e) Garantir a exigência de capacitação qualificada e Responsável: Ministério do Planejamento,
participativa das comunidades afetadas nos projetos Orçamento e Gestão
básicos de obras e empreendimentos com impactos c) Instituir código de conduta em Direitos Humanos
sociais e ambientais. para ser considerado no âmbito do poder público
Responsáveis: Ministério da Integração Nacional; como critério para a contratação e financiamento de
Ministério de Minas e Energia; Secretaria Especial empresas.
dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
f) Definir mecanismos para a garantia dos Direitos Humanos da Presidência da República
Humanos das populações diretamente atingidas e d) Regulamentar a taxação do imposto sobre
vizinhas aos empreendimentos de impactos sociais e grandes fortunas previsto na Constituição.
ambientais. Responsáveis: Ministério da Fazenda; Secretaria
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Humanos da Presidência da República República
g) Apoiar a incorporação dos sindicatos de e) Ampliar a adesão de empresas ao compromisso de
trabalhadores e centrais sindicais nos processos de responsabilidade social e Direitos Humanos.
licenciamento ambiental de empresas, de forma a Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
garantir o direito à saúde do trabalhador. Humanos da Presidência da República; Ministério do
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Objetivo estratégico III: Fortalecimento dos
Saúde direitos econômicos por meio de políticas públicas
h) Promover e fortalecer ações de proteção às de defesa da concorrência e de proteção do
populações mais pobres da convivência com áreas consumidor.
contaminadas, resguardando-as contra essa ameaça
e assegurando-lhes seus direitos fundamentais. Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; a) Garantir o acesso universal a serviços públicos
Ministério das Cidades; Ministério do essenciais de qualidade.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da
Ministério da Saúde Educação; Ministério de Minas e Energia; Ministério
Objetivo estratégico II: Afirmação dos princípios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
da dignidade humana e da equidade como Ministério das Cidades
fundamentos do processo de desenvolvimento b) Fortalecer o sistema brasileiro de defesa da
nacional. concorrência para coibir condutas anticompetitivas e
Ações programáticas: concentradoras de renda.
a) Reforçar o papel do Plano Plurianual como Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
instrumento de consolidação dos Direitos Humanos Fazenda
e de enfrentamento da concentração de renda e c) Garantir o direito à informação do consumidor,
riqueza e de promoção da inclusão da população de fortalecendo as ações de acompanhamento de
baixa renda. mercado, inclusive a rotulagem dos transgênicos.
Responsável: Ministério do Planejamento, Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
Orçamento e Gestão Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
b) Reforçar os critérios da equidade e da prevalência Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
dos Direitos Humanos como prioritários na avaliação d) Fortalecer o combate à fraude e a avaliação da
conformidade dos produtos e serviços no mercado.

276
VADE MECUM – Agente da PCDF

Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos


Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Humanos da Presidência da República; Ministério do
Trabalho e Emprego; Ministério do Meio Ambiente
DIRETRIZ 6: Promover e proteger os direitos
ambientais como Direitos Humanos, incluindo as EIXO ORIENTADOR III: UNIVERSALIZAR
gerações futuras como sujeitos de direitos. DIREITOS EM UM CONTEXTO DE
Objetivo estratégico I: Afirmação dos direitos DESIGUALDADES
ambientais como Direitos Humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma
Ações programáticas: em seu preâmbulo que o "reconhecimento da
a) Incluir o item Direito Ambiental nos relatórios de dignidade inerente a todos os membros da família
monitoramento dos Direitos Humanos. humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
Humanos da Presidência da República; Ministério do mundo". No entanto, nas vicissitudes ocorridas no
Meio Ambiente cumprimento da Declaração pelos Estados
b) Incluir o tema dos Direitos Humanos nos signatários, identificou-se a necessidade de
instrumentos e relatórios dos órgãos ambientais. reconhecer as diversidades e diferenças para
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos concretização do princípio da igualdade.
Humanos da Presidência da República; Ministério do No Brasil, ao longo das últimas décadas, os Direitos
Meio Ambiente Humanos passaram a ocupar uma posição de
c) Assegurar a proteção dos direitos ambientais e dos destaque no ordenamento jurídico. O País avançou
Direitos Humanos no Código Florestal. decisivamente na proteção e promoção do direito às
Responsável: Ministério do Meio Ambiente diferenças. Porém, o peso negativo do passado
d) Implementar e ampliar políticas públicas voltadas continua a projetar no presente uma situação de
para a recuperação de áreas degradadas e áreas de profunda iniquidade social.
desmatamento nas zonas urbanas e rurais. O acesso aos direitos fundamentais continua
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; enfrentando barreiras estruturais, resquícios de um
Ministério das Cidades processo histórico, até secular, marcado pelo
e) Fortalecer ações que estabilizem a concentração genocídio indígena, pela escravidão e por períodos
de gases de efeito estufa em nível que permita a ditatoriais, práticas que continuam a ecoar em
adaptação natural dos ecossistemas à mudança do comportamentos, leis e na realidade social.
clima, controlando a interferência das atividades O PNDH-3 assimila os grandes avanços conquistados
humanas (antrópicas) no sistema climático. ao longo destes últimos anos, tanto nas políticas de
Responsável: Ministério do Meio Ambiente erradicação da miséria e da fome, quanto na
f) Garantir o efetivo acesso a informação sobre a preocupação com a moradia e saúde, e aponta para a
degradação e os riscos ambientais, e ampliar e continuidade e ampliação do acesso a tais políticas,
articular as bases de informações dos entes fundamentais para garantir o respeito à dignidade
federados e produzir informativos em linguagem humana.
acessível. Os objetivos estratégicos direcionados à promoção
Responsável: Ministério do Meio Ambiente da cidadania plena preconizam a universalidade,
g) Integrar os atores envolvidos no combate ao indivisibilidade e interdependência dos Direitos
trabalho escravo nas operações correntes de Humanos, condições para sua efetivação integral e
fiscalização ao desmatamento e ao corte ilegal de igualitária. O acesso aos direitos de registro civil,
madeira. alimentação adequada, terra e moradia, trabalho
decente, educação, participação política, cultura,
lazer, esporte e saúde, deve considerar a pessoa

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humana em suas múltiplas dimensões de ator social brasileira para estabelecer acesso igualitário aos
e sujeito de cidadania. direitos fundamentais. Trata-se de reforçar os
À luz da história dos movimentos sociais e de programas de governo e as resoluções pactuadas nas
programas de governo, o PNDH-3 orienta-se pela diversas conferências nacionais temáticas, sempre
transversalidade, para que a implementação dos sob o foco dos Direitos Humanos, com a
direitos civis e políticos transitem pelas diversas preocupação de assegurar o respeito às diferenças e
dimensões dos direitos econômicos, sociais, culturais o combate às desigualdades, para o efetivo acesso
e ambientais. Caso contrário, grupos sociais afetados aos direitos.
pela pobreza, pelo racismo estrutural e pela Por fim, em respeito à primazia constitucional de
discriminação dificilmente terão acesso a tais proteção e promoção da infância, do adolescente e
direitos. da juventude, o capítulo aponta suas diretrizes para
As ações programáticas formuladas visam enfrentar o respeito e a garantia das gerações futuras. Como
o desafio de eliminar as desigualdades, levando em sujeitos de direitos, as crianças, os adolescentes e os
conta as dimensões de gênero e raça nas políticas jovens são frequentemente subestimadas em sua
públicas, desde o planejamento até a sua participação política e em sua capacidade decisória.
concretização e avaliação. Há, neste sentido, Preconiza-se o dever de assegurar-lhes, desde cedo,
propostas de criação de indicadores que possam o direito de opinião e participação.
mensurar a efetivação progressiva dos direitos. Marcadas pelas diferenças e por sua fragilidade
Às desigualdades soma-se a persistência da temporal, as crianças, os adolescentes e os jovens
discriminação, que muitas vezes se manifesta sob a estão sujeitos a discriminações e violências. As ações
forma de violência contra sujeitos que são histórica e programáticas promovem a garantia de espaços e
estruturalmente vulnerabilizados. investimentos que assegurem proteção contra
O combate à discriminação mostra-se necessário, qualquer forma de violência e discriminação, bem
mas insuficiente enquanto medida isolada. Os pactos como a promoção da articulação entre família,
e convenções que integram o sistema regional e sociedade e Estado para fortalecer a rede social de
internacional de proteção dos Direitos Humanos proteção que garante a efetividade de seus direitos.
apontam para a necessidade de combinar estas Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de
medidas com políticas compensatórias que acelerem forma universal, indivisível e interdependente,
a construção da igualdade, como forma capaz de assegurando a cidadania plena.
estimular a inclusão de grupos socialmente Objetivo estratégico I: Universalização do registro
vulneráveis. Além disso, as ações afirmativas civil de nascimento e ampliação do acesso à
constituem medidas especiais e temporárias que documentação básica.
buscam remediar um passado discriminatório. No rol Ações programáticas:
de movimentos e grupos sociais que demandam a) Ampliar e reestruturar a rede de atendimento para
políticas de inclusão social encontram-se crianças, a emissão do registro civil de nascimento visando a
adolescentes, mulheres, pessoas idosas, lésbicas, sua universalização.
gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas com - Interligar maternidades e unidades de
deficiência, pessoas moradoras de rua, povos saúde aos cartórios, por meio de sistema
indígenas, populações negras e quilombolas, manual ou informatizado, para emissão de
ciganos, ribeirinhos, varzanteiros e pescadores, entre registro civil de nascimento logo após o
outros. parto, garantindo ao recém nascido a
Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas que certidão de nascimento antes da alta médica.
devem ser efetivadas para reconhecer e proteger os - Fortalecer a Declaração de Nascido Vivo
indivíduos como iguais na diferença, ou seja, para (DNV) , emitida pelo Sistema Único de Saúde
valorizar a diversidade presente na população , como mecanismo de acesso ao registro civil

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de nascimento, contemplando a diversidade Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da


na emissão pelos estabelecimentos de saúde Presidência da República
e pelas parteiras. c) Criar bases normativas e gerenciais para garantia
- Realizar orientação sobre a importância do da universalização do acesso ao registro civil de
registro civil de nascimento para a cidadania nascimento e à documentação básica.
por meio da rede de atendimento (saúde, - Implantar sistema nacional de registro civil
educação e assistência social) e pelo sistema para interligação das informações de
de Justiça e de segurança pública. estimativas de nascimentos, de nascidos
- Aperfeiçoar as normas e o serviço público vivos e do registro civil, a fim de viabilizar a
notarial e de registro, em articulação com o busca ativa dos nascidos não registrados e
Conselho Nacional de Justiça, para garantia aperfeiçoar os indicadores para subsidiar
da gratuidade e da cobertura do serviço de políticas públicas.
registro civil em âmbito nacional. - Desenvolver estudo e revisão da legislação
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do para garantir o acesso do cidadão ao registro
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; civil de nascimento em todo o território
Ministério da Previdência Social; Ministério da nacional.
Justiça; Ministério do Planejamento, Orçamento e - Realizar estudo de sustentabilidade do
Gestão; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da serviço notarial e de registro no País.
Presidência da República - Desenvolver a padronização do registro civil
b) Promover a mobilização nacional com intuito de (certidão de nascimento, de casamento e de
reduzir o número de pessoas sem registro civil de óbito) em território nacional.
nascimento e documentação básica. - Garantir a emissão gratuita de Registro
- Instituir comitês gestores estaduais, Geral e Cadastro de Pessoa Física aos
distrital e municipais com o objetivo de reconhecidamente pobres.
articular as instituições públicas e as - Desenvolver estudo sobre a política
entidades da sociedade civil para a nacional de documentação civil básica.
implantação de ações que visem à ampliação Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do
do acesso à documentação básica. Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
- Realizar campanhas para orientação e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
conscientização da população e dos agentes Ministério da Fazenda; Ministério da Justiça;
responsáveis pela articulação e pela garantia Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da
do acesso aos serviços de emissão de registro Previdência Social; Secretaria Especial dos Direitos
civil de nascimento e de documentação Humanos da Presidência da República
básica. d) Incluir no questionário do censo demográfico
- Realizar mutirões para emissão de registro perguntas para identificar a ausência de documentos
civil de nascimento e documentação básica, civis na população.
com foco nas regiões de difícil acesso e no Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
atendimento às populações específicas Humanos da Presidência da República
como os povos indígenas, quilombolas,
ciganos, pessoas em situação de rua, Objetivo estratégico II: Acesso à alimentação
institucionalizadas e às trabalhadoras rurais. adequada por meio de políticas estruturantes.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Ações programáticas:
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; a) Ampliar o acesso aos alimentos por meio de
Ministério da Defesa; Ministério da Fazenda; programas e ações de geração e transferência de
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da

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renda, com ênfase na participação das mulheres Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
como potenciais beneficiárias. e Combate à Fome
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento g) Realizar pesquisas científicas que promovam
Social e Combate à Fome; Secretaria Especial de ganhos de produtividade na agricultura familiar e
Políticas para as Mulheres da Presidência da assegurar estoques reguladores.
República Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento
b) Vincular programas de transferência de renda à Social e Combate à Fome; Ministério do
garantia da segurança alimentar da criança, por meio Desenvolvimento Agrário; Ministério da Agricultura,
do acompanhamento da saúde e nutrição e do Pecuária e Abastecimento
estímulo de hábitos alimentares saudáveis, com o Objetivo estratégico III: Garantia do acesso à terra
objetivo de erradicar a desnutrição infantil. e à moradia para a população de baixa renda e
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento grupos sociais vulnerabilizados.
Social e Combate à Fome; Ministério da Educação; Ações programáticas:
Ministério da Saúde a) Fortalecer a reforma agrária com prioridade à
c) Fortalecer a agricultura familiar e camponesa no implementação e recuperação de assentamentos, à
desenvolvimento de ações específicas que regularização do crédito fundiário e à assistência
promovam a geração de renda no campo e o técnica aos assentados, atualização dos índices Grau
aumento da produção de alimentos agroecológicos de Utilização da Terra (GUT) e Grau de Eficiência na
para o autoconsumo e para o mercado local. Exploração (GEE) , conforme padrões atuais e
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento regulamentação da desapropriação de áreas pelo
Agrário; Ministério do Desenvolvimento Social e descumprimento da função social plena.
Combate à Fome Responsável: Ministério do Desenvolvimento
d) Ampliar o abastecimento alimentar, com maior Agrário; Ministério da Agricultura, Pecuária e
autonomia e fortalecimento da economia local, Abastecimento
associado a programas de informação, de educação b) Integrar as ações de mapeamento das terras
alimentar, de capacitação, de geração de ocupações públicas da União.
produtivas, de agricultura familiar camponesa e de Responsável: Ministério do Planejamento,
agricultura urbana. Orçamento e Gestão
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento c) Estimular o saneamento dos serviços notariais de
Social e Combate à Fome; Ministério da Agricultura, registros imobiliários, possibilitando o bloqueio ou o
Pecuária e Abastecimento; Ministério do cancelamento administrativo dos títulos das terras e
Desenvolvimento Agrário registros irregulares.
e) Promover a implantação de equipamentos Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
públicos de segurança alimentar e nutricional, com Desenvolvimento Agrário
vistas a ampliar o acesso à alimentação saudável de d) Garantir demarcação, homologação,
baixo custo, valorizar as culturas alimentares regularização e desintrusão das terras indígenas, em
regionais, estimular o aproveitamento integral dos harmonia com os projetos de futuro de cada povo
alimentos, evitar o desperdício e contribuir para a indígena, assegurando seu etnodesenvolvimento e
recuperação social e de saúde da sociedade. sua autonomia produtiva.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social Responsável: Ministério da Justiça
e Combate à Fome e) Assegurar às comunidades quilombolas a posse
f) Garantir que os hábitos e contextos regionais dos seus territórios, acelerando a identificação, o
sejam incorporados nos modelos de segurança reconhecimento, a demarcação e a titulação desses
alimentar como fatores da produção sustentável de territórios, respeitando e preservando os sítios de
alimentos. valor simbólico e histórico.

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Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Objetivo estratégico IV: Ampliação do acesso


Promoção da Igualdade Racial da Presidência da universal a sistema de saúde de qualidade.
República; Ministério da Cultura; Ministério do Ações programáticas:
Desenvolvimento Agrário a) Expandir e consolidar programas de serviços
f) Garantir o acesso a terra às populações ribeirinhas, básicos de saúde e de atendimento domiciliar para a
varzanteiras e pescadoras, assegurando acesso aos população de baixa renda, com enfoque na
recursos naturais que tradicionalmente utilizam para prevenção e diagnóstico prévio de doenças e
sua reprodução física, cultural e econômica. deficiências, com apoio diferenciado às pessoas
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento idosas, indígenas, negros e comunidades
Agrário; Ministério do Meio Ambiente quilombolas, pessoas com deficiência, pessoas em
g) Garantir que nos programas habitacionais do situação de rua, lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
governo sejam priorizadas as populações de baixa transexuais, crianças e adolescentes, mulheres,
renda, a população em situação de rua e grupos pescadores artesanais e população de baixa renda.
sociais em situação de vulnerabilidade no espaço Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
urbano e rural, considerando os princípios da Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
moradia digna, do desenho universal e os critérios de Racial da Presidência da República; Secretaria
acessibilidade nos projetos. Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do da República; Ministério da Pesca e Aquicultura
Desenvolvimento Social e Combate à Fome b) Criar programas de pesquisa e divulgação sobre
h) Promover a destinação das glebas e edifícios tratamentos alternativos à medicina tradicional no
vazios ou subutilizados pertencentes à União, para a sistema de saúde.
população de baixa renda, reduzindo o déficit Responsável: Ministério da Saúde
habitacional. c) Reformular o marco regulatório dos planos de
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do saúde, de modo a diminuir os custos para a pessoa
Planejamento, Orçamento e Gestão idosa e fortalecer o pacto intergeracional,
i) Estabelecer que a garantia da qualidade de abrigos estimulando a adoção de medidas de capitalização
e albergues, bem como seu caráter inclusivo e de para gastos futuros pelos planos de saúde.
resgate da cidadania à população em situação de rua, Responsável: Ministério da Saúde
estejam entre os critérios de concessão de recursos d) Reconhecer as parteiras como agentes
para novas construções e manutenção dos comunitárias de saúde.
existentes. Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Desenvolvimento Social e Combate à Fome da República
j) Apoiar o monitoramento de políticas de habitação e) Aperfeiçoar o programa de saúde para
de interesse social pelos conselhos municipais de adolescentes, especificamente quanto à saúde de
habitação, garantindo às cooperativas e associações gênero, à educação sexual e reprodutiva e à saúde
habitacionais acesso às informações. mental.
Responsável: Ministério das Cidades Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
k) Garantir as condições para a realização de Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
acampamentos ciganos em todo o território da República; Secretaria Especial dos Direitos
nacional, visando a preservação de suas tradições, Humanos da Presidência da República
práticas e patrimônio cultural. f) Criar campanhas e material técnico, instrucional e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos educativo sobre planejamento reprodutivo que
Humanos da Presidência da República; Ministério respeite os direitos sexuais e reprodutivos,
das Cidades contemplando a elaboração de materiais específicos

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para a população jovem e adolescente e para pessoas l) Ampliar a oferta de medicamentos de uso
com deficiência. contínuo, especiais e excepcionais, para a pessoa
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria idosa.
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência Responsável: Ministério da Saúde
da República; Secretaria Especial dos Direitos m) Realizar campanhas de diagnóstico precoce e
Humanos da Presidência da República tratamento adequado às pessoas que vivem com
g) Estimular programas de atenção integral à saúde HIV/AIDS para evitar o estágio grave da doença e
das mulheres, considerando suas especificidades prevenir sua expansão e disseminação.
étnico-raciais, geracionais, regionais, de orientação Responsável: Ministério da Saúde
sexual, de pessoa com deficiência, priorizando as n) Proporcionar às pessoas que vivem com HIV/AIDS
moradoras do campo, da floresta e em situação de programas de atenção no âmbito da saúde sexual e
rua. reprodutiva.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
da República; Secretaria Especial de Políticas de da República
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da o) Capacitar os agentes comunitários de saúde que
República; Ministério do Desenvolvimento Social e realizam a triagem e a captação nas hemorredes para
Combate à Fome praticarem abordagens sem preconceito e sem
h) Ampliar e disseminar políticas de saúde pré e discriminação.
neonatal, com inclusão de campanhas educacionais Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
de esclarecimento, visando à prevenção do Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
surgimento ou do agravamento de deficiências. República
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria p) Garantir o acompanhamento multiprofissional a
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência pessoas transexuais que fazem parte do processo
da República; Secretaria Especial dos Direitos transexualizador no Sistema Único de Saúde e de
Humanos da Presidência da República suas famílias.
i) Expandir a assistência pré-natal e pós-natal por Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
meio de programas de visitas domiciliares para Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
acompanhamento das crianças na primeira infância. República
Responsável: Ministério da Saúde q) Apoiar o acesso a programas de saúde preventiva
j) Apoiar e financiar a realização de pesquisas e e de proteção à saúde para profissionais do sexo.
intervenções sobre a mortalidade materna, Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
contemplando o recorte étnico-racial e regional. Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria da República
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência r) Apoiar a implementação de espaços essenciais
da República para higiene pessoal e centros de referência para a
k) Assegurar o acesso a laqueaduras e vasectomias população em situação de rua.
ou reversão desses procedimentos no sistema Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
público de saúde, com garantia de acesso a Humanos da Presidência da República; Ministério do
informações sobre as escolhas individuais. Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria s) Investir na política de reforma psiquiátrica
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência fomentando programas de tratamentos
da República substitutivos à internação, que garantam às pessoas
com transtorno mental a possibilidade de escolha

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autônoma de tratamento, com convivência familiar e b) Assegurar a qualidade do ensino formal público
acesso aos recursos psiquiátricos e farmacológicos. com seu monitoramento contínuo e atualização
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria curricular.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria
República; Ministério da Cultura Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
t) Implementar medidas destinadas a República
desburocratizar os serviços do Instituto Nacional de c) Desenvolver programas para a reestruturação das
Seguro Social para a concessão de aposentadorias e escolas como pólos de integração de políticas
benefícios. educacionais, culturais e de esporte e lazer.
Responsável: Ministério da Previdência Social Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da
u) Estimular a incorporação do trabalhador urbano e Cultura; Ministério do Esporte
rural ao regime geral da previdência social. d) Apoiar projetos e experiências de integração da
Responsável: Ministério da Previdência Social escola com a comunidade que utilizem sistema de
v) Assegurar a inserção social das pessoas atingidas alternância.
pela hanseníase isoladas e internadas em hospitais- Responsável: Ministério da Educação
colônias. e) Adequar o currículo escolar, inserindo conteúdos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos que valorizem as diversidades, as práticas artísticas,
Humanos da Presidência da República; Ministério da a necessidade de alimentação adequada e saudável e
Saúde as atividades físicas e esportivas.
w) Reconhecer, pelo Estado brasileiro, as violações Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da
de direitos às pessoas atingidas pela hanseníase no Cultura; Ministério do Esporte; Ministério da Saúde
período da internação e do isolamento compulsórios, f) Integrar os programas de alfabetização de jovens e
apoiando iniciativas para agilizar as reparações com adultos aos programas de qualificação profissional e
a concessão de pensão especial prevista na Lei no educação cidadã, apoiando e incentivando a
11.520/2007. utilização de metodologias adequadas às realidades
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos dos povos e comunidades tradicionais.
Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do
x) Proporcionar as condições necessárias para Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
conclusão do trabalho da Comissão Interministerial Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da
de Avaliação para análise dos requerimentos de Pesca e Aquicultura
pensão especial das pessoas atingidas pela g) Estimular e financiar programas de extensão
hanseníase, que foram internadas e isoladas universitária como forma de integrar o estudante à
compulsoriamente em hospitais-colônia até 31 de realidade social.
dezembro de 1986. Responsável: Ministério da Educação
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos h) Fomentar as ações afirmativas para o ingresso das
Humanos da Presidência da República populações negra, indígena e de baixa renda no
Objetivo estratégico V: Acesso à educação de ensino superior.
qualidade e garantia de permanência na escola. Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria
Ações programáticas: Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
a) Ampliar o acesso a educação básica, a Racial da Presidência da República; Ministério da
permanência na escola e a universalização do ensino Justiça
no atendimento à educação infantil. i) Ampliar o ensino superior público de qualidade por
Responsável: Ministério da Educação meio da criação permanente de universidades
federais, cursos e vagas para docentes e discentes.
Responsável: Ministério da Educação

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j) Fortalecer as iniciativas de educação popular por d) Criar programas de formação, qualificação e


meio da valorização da arte e da cultura, apoiando a inserção profissional e de geração de emprego e
realização de festivais nas comunidades tradicionais renda para jovens, população em situação de rua e
e valorizando as diversas expressões artísticas nas população de baixa renda.
escolas e nas comunidades. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Cultura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Fome; Ministério da Educação
Presidência da República e) Integrar as ações de qualificação profissional às
k) Ampliar o acesso a programas de inclusão digital atividades produtivas executadas com recursos
para populações de baixa renda em espaços públicos, públicos, como forma de garantir a inserção no
especialmente escolas, bibliotecas e centros mercado de trabalho.
comunitários. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Cultura; Ministério da Ciência e Tecnologia; Fome
Ministério da Pesca e Aquicultura f) Criar programas de formação e qualificação
l) Fortalecer programas de educação no campo e nas profissional para pescadores artesanais, industriais e
comunidades pesqueiras que estimulem a aquicultores familiares.
permanência dos estudantes na comunidade e que Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
sejam adequados às respectivas culturas e Ministério da Pesca e Aquicultura
identidades. g) Combater as desigualdades salariais baseadas em
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do diferenças de gênero, raça, etnia e das pessoas com
Desenvolvimento Agrário; Ministério da Pesca e deficiência.
Aquicultura Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Objetivo estratégico VI: Garantia do trabalho Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
decente, adequadamente remunerado, exercido Presidência da República
em condições de equidade e segurança. h) Acompanhar a implementação do Programa
Ações programáticas: Nacional de Ações Afirmativas, instituído pelo
a) Apoiar a agenda nacional de trabalho decente por Decreto no 4.228/2002, no âmbito da administração
meio do fortalecimento do seu comitê executivo e da pública federal, direta e indireta, com vistas à
efetivação de suas ações. realização de metas percentuais da ocupação de
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego cargos comissionados pelas mulheres, população
b) Fortalecer programas de geração de emprego, negra e pessoas com deficiência.
ampliando progressivamente o nível de ocupação e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
priorizando a população de baixa renda e os Estados Humanos da Presidência da República
com elevados índices de emigração. i) Realizar campanhas envolvendo a sociedade civil
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego organizada sobre paternidade responsável, bem
c) Ampliar programas de economia solidária, como ampliar a licença-paternidade, como forma de
mediante políticas integradas, como alternativa de contribuir para a corresponsabilidade e para o
geração de trabalho e renda, e de inclusão social, combate ao preconceito quanto à inserção das
priorizando os jovens das famílias beneficiárias do mulheres no mercado de trabalho.
Programa Bolsa Família. Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; as Mulheres da Presidência da República; Ministério
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à do Trabalho e Emprego
Fome j) Elaborar diagnósticos com base em ações judiciais
que envolvam atos de assédio moral, sexual e

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VADE MECUM – Agente da PCDF

psicológico, com apuração de denúncias de c) Monitorar e articular o trabalho das comissões


desrespeito aos direitos das trabalhadoras e estaduais, distrital e municipais para a erradicação do
trabalhadores, visando orientar ações de combate à trabalho escravo.
discriminação e abuso nas relações de trabalho. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Presidência da República
Igualdade Racial da Presidência da República; d) Apoiar a alteração da Constituição para prever a
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da expropriação dos imóveis rurais e urbanos nos quais
Presidência da República; Secretaria Especial dos forem encontrados trabalhadores reduzidos à
Direitos Humanos da Presidência da República condição análoga a de escravos.
k) Garantir a igualdade de direitos das trabalhadoras Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
e trabalhadores domésticos com os dos demais Secretaria de Relações Institucionais da Presidência
trabalhadores. da República; Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Humanos da Presidência da República
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da e) Identificar periodicamente as atividades
Presidência da República; Ministério da Previdência produtivas em que há ocorrência de trabalho escravo
Social adulto e infantil.
l) Promover incentivos a empresas para que Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
empreguem os egressos do sistema penitenciário. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Ministério do Presidência da República
Trabalho e Emprego; Ministério da Justiça f) Propor marco legal e ações repressivas para
m) Criar cadastro nacional e relatório periódico de erradicar a intermediação ilegal de mão de obra.
empregabilidade de egressos do sistema Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
penitenciário. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Ministério da Justiça Presidência da República; Secretaria Especial de
n) Garantir os direitos trabalhistas e previdenciários Políticas de Promoção da Igualdade Racial
de profissionais do sexo por meio da regulamentação g) Promover a destinação de recursos do Fundo de
de sua profissão. Amparo ao Trabalhador (FAT) para capacitação
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; técnica e profissionalizante de trabalhadores rurais e
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da de povos e comunidades tradicionais, como medida
Presidência da República. preventiva ao trabalho escravo, assim como para
Objetivo estratégico VII: Combate e prevenção ao implementação de política de reinserção social dos
trabalho escravo. libertados da condição de trabalho escravo.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
a) Promover a efetivação do Plano Nacional para Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Erradicação do Trabalho Escravo. Presidência da República
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; h) Atualizar e divulgar semestralmente o cadastro de
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da empregadores que utilizaram mão-de-obra escrava.
Presidência da República Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
b) Apoiar a coordenação e implementação de planos Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
estaduais, distrital e municipais para erradicação do Presidência da República
trabalho escravo. Objetivo estratégico VIII: Promoção do direito à
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos cultura, lazer e esporte como elementos
Humanos da Presidência da República formadores de cidadania.
Ações programáticas:

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a) Ampliar programas de cultura que tenham por j) Potencializar ações de incentivo ao turismo para
finalidade planejar e implementar políticas públicas pessoas idosas.
para a proteção e promoção da diversidade cultural Responsáveis: Ministério do Turismo; Secretaria
brasileira, em formatos acessíveis. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do República
Esporte Objetivo estratégico IX: Garantia da participação
b) Elaborar programas e ações de cultura que igualitária e acessível na vida política.
considerem os formatos acessíveis, as demandas e as Ações programáticas:
características específicas das diferentes faixas a) Apoiar campanhas para promover a ampla
etárias e dos grupos sociais. divulgação do direito ao voto e participação política
Responsável: Ministério da Cultura de homens e mulheres, por meio de campanhas
c) Fomentar políticas públicas de esporte e lazer, informativas que garantam a escolha livre e
considerando as diversidades locais, de forma a consciente.
atender a todas as faixas etárias e aos grupos sociais. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Responsável: Ministério do Esporte Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
d) Elaborar inventário das línguas faladas no Brasil. da República
Responsável: Ministério da Cultura b) Apoiar o combate ao crime de captação ilícita de
e) Ampliar e desconcentrar os pólos culturais e sufrágio, inclusive com campanhas de
pontos de cultura para garantir o acesso das esclarecimento e conscientização dos eleitores.
populações de regiões periféricas e de baixa renda. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Cultura c) Apoiar os projetos legislativos para o
f) Fomentar políticas públicas de formação em financiamento público de campanhas eleitorais.
esporte e lazer, com foco na intersetorialidade, na Responsável: Ministério da Justiça
ação comunitária na intergeracionalidade e na d) Garantir acesso irrestrito às zonas eleitorais por
diversidade cultural. meio de transporte público e acessível e apoiar a
Responsável: Ministério do Esporte criação de zonas eleitorais em áreas de difícil acesso.
g) Ampliar o desenvolvimento de programas de Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das
produção audiovisual, musical e artesanal dos povos Cidades
indígenas. e) Promover junto aos povos indígenas ações de
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da educação e capacitação sobre o sistema político
Justiça brasileiro.
h) Assegurar o direito das pessoas com deficiência e Responsável: Ministério da Justiça
em sofrimento mental de participarem da vida f) Apoiar ações de formação política das mulheres em
cultural em igualdade de oportunidade com as sua diversidade étnico-racial, estimulando
demais, e de desenvolver e utilizar o seu potencial candidaturas e votos de mulheres em todos os níveis.
criativo, artístico e intelectual. Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as
Responsáveis: Ministério do Esporte; Ministério da Mulheres da Presidência da República
Cultura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da g) Garantir e estimular a plena participação das
Presidência da República pessoas com deficiência no ato do sufrágio, seja
i) Fortalecer e ampliar programas que contemplem como eleitor ou candidato, assegurando os
participação dos idosos nas atividades de esporte e mecanismos de acessibilidade necessários, inclusive
lazer. a modalidade do voto assistido.
Responsáveis: Ministério do Esporte; Secretaria Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Humanos da Presidência da República
República

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DIRETRIZ 8: Promoção dos direitos de crianças e conferências dos direitos das crianças e dos
adolescentes para o seu desenvolvimento integral, adolescentes.
de forma não discriminatória, assegurando seu Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
direito de opinião e participação. Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico I: Proteger e garantir os Objetivo estratégico II: Consolidar o Sistema de
direitos de crianças e adolescentes por meio da Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes,
consolidação das diretrizes nacionais do ECA, da com o fortalecimento do papel dos Conselhos
Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa Tutelares e de Direitos.
dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Ações programáticas:
Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. a) Apoiar a universalização dos Conselhos Tutelares
Ações programáticas: e de Direitos em todos os Municípios e no Distrito
a) Formular plano de médio prazo e decenal para a Federal, e instituir parâmetros nacionais que
política nacional de promoção, proteção e defesa dos orientem o seu funcionamento.
direitos da criança e do adolescente. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Humanos da Presidência da República b) Implantar escolas de conselhos nos Estados e no
b) Desenvolver e implementar metodologias de Distrito Federal, com vistas a apoiar a estruturação e
acompanhamento e avaliação das políticas e planos qualificação da ação dos Conselhos Tutelares e de
nacionais referentes aos direitos de crianças e Direitos.
adolescentes. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Humanos da Presidência da República c) Apoiar a capacitação dos operadores do sistema de
c) Elaborar e implantar sistema de coordenação da garantia dos direitos para a proteção dos direitos e
política dos direitos da criança e do adolescente em promoção do modo de vida das crianças e
todos os níveis de governo, para atender às adolescentes indígenas, afrodescendentes e
recomendações do Comitê sobre Direitos da Criança, comunidades tradicionais, contemplando ainda as
dos relatores especiais e do Comitê sobre Direitos especificidades da população infanto-juvenil com
Econômicos, Sociais e Culturais da ONU. deficiência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério Humanos da Presidência da República; Ministério da
das Relações Exteriores Justiça
d) Criar sistema nacional de coleta de dados e d) Fomentar a criação de instâncias especializadas e
monitoramento junto aos Municípios, Estados e regionalizadas do sistema de justiça, de segurança e
Distrito Federal acerca do cumprimento das defensorias públicas, para atendimento de crianças e
obrigações da Convenção dos Direitos da Criança da adolescentes vítimas e autores de violência.
ONU. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
Humanos da Presidência da República Justiça
e) Assegurar a opinião das crianças e dos e) Desenvolver mecanismos que viabilizem a
adolescentes que estiverem capacitados a formular participação de crianças e adolescentes no processo
seus próprios juízos, conforme o disposto no artigo das conferências dos direitos, nos conselhos de
12 da Convenção sobre os Direitos da Criança, na direitos, bem como nas escolas, nos tribunais e nos
formulação das políticas públicas voltadas para estes procedimentos judiciais e administrativos que os
segmentos, garantindo sua participação nas afetem.

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Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República Humanos da Presidência da República; Ministério da
f) Estimular a informação às crianças e aos Justiça; Ministério do Esporte; Ministério do Turismo
adolescentes sobre seus direitos, por meio de f) Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa
esforços conjuntos na escola, na mídia impressa, na permanência de crianças e adolescentes em
televisão, no rádio e na Internet. abrigamento, adequando os serviços de acolhimento
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos aos parâmetros aprovados pelo CONANDA e CNAS.
Humanos da Presidência da República; Ministério da Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
Educação e Combate à Fome
Objetivo estratégico III: Proteger e defender os g) Fortalecer as políticas de apoio às famílias para a
direitos de crianças e adolescentes com maior redução dos índices de abandono e
vulnerabilidade. institucionalização, com prioridade aos grupos
Ações programáticas: familiares de crianças com deficiências.
a) Promover ações educativas para erradicação da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
violência na família, na escola, nas instituições e na Humanos da Presidência da República; Ministério do
comunidade em geral, implementando as Desenvolvimento Social e Combate à Fome
recomendações expressas no Relatório Mundial de h) Ampliar a oferta de programas de famílias
Violência contra a Criança da ONU. acolhedoras para crianças e adolescentes em
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos situação de violência, com o objetivo de garantir que
Humanos da Presidência da República esta seja a única opção para crianças retiradas do
b) Desenvolver programas nas redes de assistência convívio com sua família de origem na primeira
social, de educação e de saúde para o fortalecimento infância.
do papel das famílias em relação ao desenvolvimento Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
infantil e à disciplina não violenta. e Combate à Fome
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos i) Estruturar programas de moradia coletivas para
Humanos da Presidência da República; Ministério da adolescentes e jovens egressos de abrigos
Educação; Ministério do Desenvolvimento Social e institucionais.
Combate à Fome; Ministério da Saúde Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
c) Propor marco legal para a abolição das práticas de e Combate à Fome
castigos físicos e corporais contra crianças e j) Fomentar a adoção legal, por meio de campanhas
adolescentes. educativas, em consonância com o ECA e com
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos acordos internacionais.
Humanos da Presidência da República; Ministério da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Justiça Humanos da Presidência da República; Ministério
d) Implantar sistema nacional de registro de das Relações Exteriores
ocorrência de violência escolar, incluindo as práticas k) Criar serviços e aprimorar metodologias para
de violência gratuita e reiterada entre estudantes identificação e localização de crianças e adolescentes
(bullying) , adotando formulário unificado de registro desaparecidos.
a ser utilizado por todas as escolas. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Responsável: Ministério da Educação Humanos da Presidência da República
e) Apoiar iniciativas comunitárias de mobilização de l) Exigir em todos os projetos financiados pelo
crianças e adolescentes em estratégias preventivas, Governo Federal a adoção de estratégias de não
com vistas a minimizar sua vulnerabilidade em discriminação de crianças e adolescentes em razão
contextos de violência. de classe, raça, etnia, crença, gênero, orientação

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sexual, identidade de gênero, deficiência, prática de Combate à Fome; Secretaria Especial de Políticas
ato infracional e origem. para as Mulheres da Presidência da República
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos d) Desenvolver ações específicas para combate à
Humanos da Presidência da República violência e à exploração sexual de crianças e
m) Reforçar e centralizar os mecanismos de coleta e adolescentes em situação de rua.
análise sistemática de dados desagregados da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
infância e adolescência, especialmente sobre os Humanos da Presidência da República; Ministério do
grupos em situação de vulnerabilidade, Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
historicamente vulnerabilizados, vítimas de e) Estimular a responsabilidade social das empresas
discriminação, de abuso e de negligência. para ações de enfrentamento da exploração sexual e
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos de combate ao trabalho infantil em suas
Humanos da Presidência da República organizações e cadeias produtivas.
n) Estruturar rede de canais de denúncias (Disques) Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
de violência contra crianças e adolescentes, Humanos da Presidência da República; Ministério do
integrada aos Conselhos Tutelares. Trabalho e Emprego; Ministério do Turismo;
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos f) Combater a pornografia infanto-juvenil na
Humanos da Presidência da República Internet, por meio do fortalecimento do Hot Line
o) Estabelecer instrumentos para combater a Federal e da difusão de procedimentos de navegação
discriminação religiosa sofrida por crianças e segura para crianças, adolescentes, famílias e
adolescentes. educadores.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Humanos da Presidência da República Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Objetivo estratégico IV: Enfrentamento da República; Ministério da Educação
violência sexual contra crianças e adolescentes. Objetivo estratégico V: Garantir o atendimento
Ações programáticas: especializado a crianças e adolescentes em
a) Revisar o Plano Nacional de Enfrentamento à sofrimento psíquico e dependência química.
Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, em Ações programáticas:
consonância com as recomendações do III Congresso a) Universalizar o acesso a serviços de saúde mental
Mundial sobre o tema. para crianças e adolescentes em cidades de grande e
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos médio porte, incluindo a garantia de retaguarda para
Humanos da Presidência da República as unidades de internação socioeducativa.
b) Ampliar o acesso e qualificar os programas Responsável: Ministério da Saúde
especializados em saúde, educação e assistência b) Fortalecer políticas de saúde que contemplem
social, no atendimento a crianças e adolescentes programas de desintoxicação e redução de danos em
vítimas de violência sexual e de suas famílias casos de dependência química.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Responsável: Ministério da Saúde
Educação; Ministério do Desenvolvimento Social e Objetivo estratégico VI: Erradicação do trabalho
Combate à Fome; Secretaria Especial dos Direitos infantil em todo o território nacional.
Humanos da Presidência da República Ações programáticas:
c) Desenvolver protocolos unificados de a) Erradicar o trabalho infantil, por meio das ações
atendimento psicossocial e jurídico a vítimas de intersetoriais no Governo Federal, com ênfase no
violência sexual. apoio às famílias e educação em tempo integral.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Humanos da Presidência da República; Ministério da Ministério da Educação; Secretaria Especial dos
Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Direitos Humanos da Presidência da República

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b) Fomentar a implantação da Lei de Aprendizagem d) Desenvolver estratégias conjuntas com o sistema


(Lei no 10.097/2000) , mobilizando empregadores, de justiça, com vistas ao estabelecimento de regras
organizações de trabalhadores, inspetores de específicas para a aplicação da medida de privação
trabalho, Judiciário, organismos internacionais e de liberdade em caráter excepcional e de pouca
organizações não governamentais. duração.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
c) Desenvolver pesquisas, campanhas e relatórios Humanos da Presidência da República
periódicos sobre o trabalho infantil, com foco em e) Apoiar a expansão de programas municipais de
temas e públicos que requerem abordagens atendimento socioeducativo em meio aberto.
específicas, tais como agricultura familiar, trabalho Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento
doméstico, trabalho de rua. Social e Combate à Fome; Secretaria Especial dos
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Direitos Humanos da Presidência da República
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da f) Apoiar os Estados e o Distrito Federal na
Presidência da República; Ministério do implementação de programas de atendimento ao
Desenvolvimento Agrário; Secretaria Especial dos adolescente em privação de liberdade, com garantia
Direitos Humanos da Presidência da República; de escolarização, atendimento em saúde, esporte,
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à cultura e educação para o trabalho, condicionando a
Fome; Ministério da Justiça transferência voluntária de verbas federais à
Objetivo estratégico VII: Implementação do observância das diretrizes do plano nacional.
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
(SINASE) . Humanos da Presidência da República; Ministério da
Ações programáticas: Educação; Ministério da Saúde; Ministério do
a) Elaborar e implementar um plano nacional Esporte; Ministério da Cultura; Ministério do
socioeducativo e sistema de avaliação da execução Trabalho e Emprego
das medidas daquele sistema, com divulgação anual g) Garantir aos adolescentes privados de liberdade e
de seus resultados e estabelecimento de metas, de suas famílias informação sobre sua situação legal,
acordo com o estabelecido no ECA. bem como acesso à defesa técnica durante todo o
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos período de cumprimento da medida socioeducativa.
Humanos da Presidência da República Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
b) Implantar módulo específico de informações para Humanos da Presidência da República; Ministério da
o sistema nacional de atendimento educativo junto Justiça
ao Sistema de Informação para a Infância e h) Promover a transparência das unidades de
Adolescência, criando base de dados unificada que internação de adolescentes em conflito com a lei,
inclua as varas da infância e juventude, as unidades garantindo o contato com a família e a criação de
de internação e os programas municipais em meio comissões mistas de inspeção e supervisão.
aberto. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Humanos da Presidência da República i) Fomentar a desativação dos grandes complexos de
c) Implantar centros de formação continuada para os unidades de internação, por meio do apoio à reforma
operadores do sistema socioeducativo em todos os e construção de novas unidades alinhadas aos
Estados e no Distrito Federal. parâmetros estabelecidos no SINASE e no ECA, em
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos especial na observância da separação por sexo, faixa
Humanos da Presidência da República; Ministério da etária e compleição física.
Educação; Ministério do Desenvolvimento Social e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Combate à Fome Humanos da Presidência da República

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j) Desenvolver campanhas de informação sobre o discriminação racial, contendo, entre outras,


adolescente em conflito com a lei, defendendo a não informações sobre inclusão no sistema de ensino
redução da maioridade penal. (básico e superior) , inclusão no mercado de trabalho,
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos assistência integrada à saúde, número de violações
Humanos da Presidência da República registradas e apuradas, recorrências de violações, e
k) Estabelecer parâmetros nacionais para a apuração dados populacionais e de renda.
administrativa de possíveis violações dos direitos e Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
casos de tortura em adolescentes privados de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
liberdade, por meio de sistema independente e de República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos
tramitação ágil. da Presidência da República
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos e) Analisar periodicamente os indicadores que
Humanos da Presidência da República apontam desigualdades visando à formulação e
implementação de políticas públicas afirmativas que
DIRETRIZ 9: Combate às desigualdades
valorizem a promoção da igualdade racial.
estruturais.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
Objetivo estratégico I: Igualdade e proteção dos
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
direitos das populações negras, historicamente
República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos
afetadas pela discriminação e outras formas de
da Presidência da República; Ministério da Educação;
intolerância.
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
Ações programáticas:
Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
a) Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a aprovação do
Ministério da Saúde
Estatuto da Igualdade Racial.
f) Fortalecer a integração das políticas públicas em
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
todas as comunidades remanescentes de quilombos
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
localizadas no território brasileiro.
República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
da Presidência da República
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
b) Promover ações articuladas entre as políticas de
República; Ministério da Cultura
educação, cultura, saúde e de geração de emprego e
g) Fortalecer os mecanismos existentes de
renda, visando incidir diretamente na qualidade de
reconhecimento das comunidades quilombolas
vida da população negra e no combate à violência
como garantia dos seus direitos específicos.
racial.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
Agrário; Ministério da Cultura; Secretaria Especial de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Política de Promoção da Igualdade Racial da
República; Ministério da Educação; Ministério do
Presidência da República
Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento
h) Fomentar programas de valorização do
Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
patrimônio cultural das populações negras.
c) Elaborar programas de combate ao racismo
Responsável: Ministério da Cultura; Secretaria
institucional e estrutural, implementando normas
Especial de Promoção da Igualdade Racial da
administrativas e legislação nacional e internacional.
Presidência da República
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de
i) Assegurar o resgate da memória das populações
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
negras, mediante a publicação da história de
República
resistência e resgate de tradições das populações das
d) Realizar levantamento de informações para
diásporas.
produção de relatórios periódicos de
acompanhamento das políticas contra a

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Responsável: Secretaria Especial de Políticas de i) Promover ações culturais para o fortalecimento da


Promoção da Igualdade Racial da Presidência da educação escolar dos povos indígenas, estimulando
República a valorização de suas próprias formas de produção do
Objetivo estratégico II: Garantia aos povos conhecimento.
indígenas da manutenção e resgate das condições Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da
de reprodução, assegurando seus modos de vida. Justiça
Ações programáticas: j) Garantir o acesso à educação formal pelos povos
a) Assegurar a integridade das terras indígenas para indígenas, bilíngues e com adequação curricular
proteger e promover o modo de vida dos povos formulada com a participação de representantes das
indígenas. etnias indigenistas e especialistas em educação.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
b) Proteger os povos indígenas isolados e de recente Educação
contato para garantir sua reprodução cultural e k) Assegurar o acesso e permanência da população
etnoambiental. indígena no ensino superior, por meio de ações
Responsável: Ministério da Justiça afirmativas e respeito à diversidade étnica e cultural.
c) Aplicar os saberes dos povos indígenas e das Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
comunidades tradicionais na elaboração de políticas Educação
públicas, respeitando a Convenção no 169 da OIT. l) Adotar medidas de proteção dos direitos das
Responsável: Ministério da Justiça crianças indígenas nas redes de ensino, saúde e
d) Apoiar projetos de lei com objetivo de revisar o assistência social, em consonância com a promoção
Estatuto do Índio com base no texto constitucional dos seus modos de vida.
de 1988 e na Convenção no 169 da OIT. Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da
Responsável: Ministério da Justiça Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e
e) Elaborar relatório periódico de acompanhamento Combate à Fome; Secretaria Especial dos Direitos
das políticas indigenistas que contemple dados sobre Humanos da Presidência da República
os processos de demarcações das terras indígenas, Objetivo estratégico III: Garantia dos direitos das
dados sobre intrusões e conflitos territoriais, inclusão mulheres para o estabelecimento das condições
no sistema de ensino (básico e superior), assistência necessárias para sua plena cidadania.
integrada à saúde, número de violações registradas e Ações programáticas:
apuradas, recorrências de violações e dados a) Desenvolver ações afirmativas que permitam
populacionais. incluir plenamente as mulheres no processo de
Responsável: Ministério da Justiça desenvolvimento do País, por meio da promoção da
f) Proteger e promover os conhecimentos sua autonomia econômica e de iniciativas produtivas
tradicionais e medicinais dos povos indígenas. que garantam sua independência.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as
Saúde Mulheres da Presidência da República
g) Implementar políticas de proteção do patrimônio b) Incentivar políticas públicas e ações afirmativas
dos povos indígenas, por meio dos registros material para a participação igualitária, plural e multirracial
e imaterial, mapeando os sítios históricos e das mulheres nos espaços de poder e decisão.
arqueológicos, a cultura, as línguas e a arte. Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Mulheres da Presidência da República
Justiça c) Elaborar relatório periódico de acompanhamento
h) Promover projetos e pesquisas para resgatar a das políticas para mulheres com recorte étnico-
história dos povos indígenas. racial, que contenha dados sobre renda, jornada e
Responsável: Ministério da Justiça ambiente de trabalho, ocorrências de assédio moral,

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sexual e psicológico, ocorrências de violências contra diferenças étnico-raciais, etárias, de identidade e


a mulher, assistência à saúde integral, dados orientação sexual, de pessoas com deficiência, ou
reprodutivos, mortalidade materna e escolarização. segmentos profissionais socialmente discriminados.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Mulheres da Presidência da República Humanos da Presidência da República; Secretaria
d) Divulgar os instrumentos legais de proteção às Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
mulheres, nacionais e internacionais, incluindo sua Racial da Presidência da República; Secretaria
publicação em formatos acessíveis, como braile, CD Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
de áudio e demais tecnologias assistivas. da República; Ministério da Cultura
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as b) Incentivar e promover a realização de atividades
Mulheres da Presidência da República de valorização da cultura das comunidades
e) Ampliar o financiamento de abrigos para mulheres tradicionais, entre elas ribeirinhos, extrativistas,
em situação de vulnerabilidade, garantindo plena quebradeiras de coco, pescadores artesanais,
acessibilidade. seringueiros, geraizeiros, varzanteiros, pantaneiros,
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para comunidades de fundo de pasto, caiçaras e
as Mulheres da Presidência da República; Ministério faxinalenses.
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do
f) Propor tratamento preferencial de atendimento às Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
mulheres em situação de violência doméstica e Ministério do Esporte
familiar nos Conselhos Gestores do Fundo Nacional c) Fomentar a formação e capacitação em Direitos
de Habitação de Interesse Social e junto ao Fundo de Humanos, como meio de resgatar a autoestima e a
Desenvolvimento Social. dignidade das comunidades tradicionais, rurais e
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para urbanas.
as Mulheres da Presidência da República; Ministério Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
das Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Combate à Fome República; Ministério da Justiça; Ministério da
g) Considerar o aborto como tema de saúde pública, Cultura
com a garantia do acesso aos serviços de saúde. (Ação d) Apoiar políticas de acesso a direitos para a
programática com redação dada pelo Decreto nº 7.177, de população cigana, valorizando seus conhecimentos e
12/5/2010)
cultura.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
e Combate à Fome
da República; Ministério da Justiça
e) Apoiar e valorizar a associação das mulheres
h) Realizar campanhas e ações educativas para
quebradeiras de coco, protegendo e promovendo a
desconstruir os estereótipos relativos às profissionais
continuidade de seu trabalho extrativista.
do sexo.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as
e Combate à Fome
Mulheres da Presidência da República
f) Elaborar relatórios periódicos de
DIRETRIZ 10: Garantia da igualdade na acompanhamento das políticas direcionadas às
diversidade. populações e comunidades tradicionais, que
Objetivo estratégico I: Afirmação da diversidade contenham, entre outras, informações sobre
para construção de uma sociedade igualitária. população estimada, assistência integrada à saúde,
Ações programáticas: número de violações registradas e apuradas,
a) Realizar campanhas e ações educativas para recorrência de violações, lideranças ameaçadas,
desconstrução de estereótipos relacionados com

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dados sobre acesso à moradia, terra e território e possibilitando sua participação ativa na construção
conflitos existentes. de uma nova percepção intergeracional.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Saúde; Secretaria Especial de Políticas de Promoção Humanos da Presidência da República
da Igualdade Racial da Presidência da República; e) Potencializar ações com ênfase no diálogo
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da intergeracional, valorizando o conhecimento
Presidência da República acumulado das pessoas idosas.
Objetivo estratégico II: Proteção e promoção da Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
diversidade das expressões culturais como Direito Humanos da Presidência da República
Humano. f) Desenvolver ações intersetoriais para capacitação
Ações programáticas: continuada de cuidadores de pessoas idosas.
a) Promover ações de afirmação do direito à Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da
diversidade das expressões culturais, garantindo Cultura
igual dignidade e respeito para todas as culturas. g) Desenvolver política de humanização do
Responsável: Ministério da Cultura atendimento ao idoso, principalmente em
b) Incluir nos instrumentos e relatórios de políticas instituições de longa permanência.
culturais a temática dos Direitos Humanos. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Responsável: Ministério da Cultura Humanos da Presidência da República; Ministério da
Objetivo estratégico III: Valorização da pessoa Cultura
idosa e promoção de sua participação na h) Elaborar programas de capacitação para os
sociedade. operadores dos direitos da pessoa idosa.
Ações programáticas: Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
a) Promover a inserção, a qualidade de vida e a Humanos da Presidência da República.
prevenção de agravos aos idosos, por meio de i) Elaborar relatório periódico de acompanhamento
programas que fortaleçam o convívio familiar e das políticas para pessoas idosas que contenha
comunitário, garantindo o acesso a serviços, ao lazer, informações sobre os Centros Integrados de Atenção
à cultura e à atividade física, de acordo com sua a Prevenção à Violência, tais como: quantidade
capacidade funcional. existente; sua participação no financiamento
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos público; sua inclusão nos sistemas de atendimento;
Humanos da Presidência da República; Ministério da número de profissionais capacitados; pessoas idosas
Cultura; Ministério do Esporte atendidas; proporção dos casos com resoluções; taxa
b) Apoiar a criação de centros de convivência e de reincidência; pessoas idosas seguradas e
desenvolver ações de valorização e socialização da aposentadas; famílias providas por pessoas idosas;
pessoa idosa nas zonas urbanas e rurais. pessoas idosas em abrigos; pessoas idosas em
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos situação de rua; principal fonte de renda dos idosos;
Humanos da Presidência da República; Ministério da pessoas idosas atendidas, internadas e mortas por
Cultura violência ou maus-tratos.
c) Fomentar programas de voluntariado de pessoas Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
idosas, visando valorizar e reconhecer sua Humanos da Presidência da República; Ministério da
contribuição para o desenvolvimento e bem-estar da Saúde; Ministério da Previdência Social; Ministério
comunidade. da Justiça; Ministério do Desenvolvimento Social e
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Combate à Fome
Humanos da Presidência da República Objetivo estratégico IV: Promoção e proteção dos
d) Desenvolver ações que contribuam para o direitos das pessoas com deficiência e garantia da
protagonismo da pessoa idosa na escola, acessibilidade igualitária.

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Ações programáticas: monitoramento do cumprimento e implementação


a) Garantir às pessoas com deficiência igual e efetiva da legislação de acessibilidade.
proteção legal contra a discriminação. Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Humanos da Presidência da República; Ministério da República
Justiça Objetivo estratégico V: Garantia do respeito à livre
b) Garantir salvaguardas apropriadas e efetivas para orientação sexual e identidade de gênero.
prevenir abusos a pessoas com deficiência e pessoas Ações programáticas:
idosas. a) Desenvolver políticas afirmativas e de promoção
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos de cultura de respeito à livre orientação sexual e
Humanos da Presidência da República identidade de gênero, favorecendo a visibilidade e o
c) Assegurar o cumprimento do Decreto de reconhecimento social.
Acessibilidade (Decreto no 5.296/2004) , que garante Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
a acessibilidade pela adequação das vias e passeios Humanos da Presidência da República
públicos, semáforos, mobiliários, habitações, b) Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união
espaços de lazer, transportes, prédios públicos, civil entre pessoas do mesmo sexo.
inclusive instituições de ensino, e outros itens de uso Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
individual e coletivo. Humanos da Presidência da República; Ministério da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Justiça
Humanos da Presidência da República; Ministério do c) Promover ações voltadas à garantia do direito de
Trabalho e Emprego; Ministério das Cidades adoção por casais homoafetivos.
d) Garantir recursos didáticos e pedagógicos para Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
atender às necessidades educativas especiais. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsável: Ministério da Educação República; Secretaria Especial de Políticas para as
e) Disseminar a utilização dos sistemas braile, Mulheres da Presidência da República
tadoma, escrita de sinais e libras tátil para inclusão d) Reconhecer e incluir nos sistemas de informação
das pessoas com deficiência em todo o sistema de do serviço público todas as configurações familiares
ensino. constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos transexuais, com base na desconstrução da
Humanos da Presidência da República; Ministério da heteronormatividade.
Educação Responsável: Ministério do Planejamento,
f) Instituir e implementar o ensino da Língua Orçamento e Gestão
Brasileira de Sinais como disciplina curricular e) Desenvolver meios para garantir o uso do nome
facultativa. social de travestis e transexuais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério da Humanos da Presidência da República
Educação f) Acrescentar campo para informações sobre a
g) Propor a regulamentação das profissões relativas identidade de gênero dos pacientes nos prontuários
à implementação da acessibilidade, tais como: do sistema de saúde.
instrutor de Libras, guia-intérprete, tradutor- Responsável: Ministério da Saúde
intérprete, transcritor, revisor e ledor da escrita braile g) Fomentar a criação de redes de proteção dos
e treinadores de cães-guia. Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego Travestis e Transexuais (LGBT), principalmente a
h) Elaborar relatórios sobre os Municípios que partir do apoio à implementação de Centros de
possuam frota adaptada para subsidiar o processo de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e

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Combate à Homofobia e de núcleos de pesquisa e e) Realizar relatório sobre pesquisas populacionais


promoção da cidadania daquele segmento em relativas a práticas religiosas, que contenha, entre
universidades públicas. outras, informações sobre número de religiões
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos praticadas, proporção de pessoas distribuídas entre
Humanos da Presidência da República as religiões, proporção de pessoas que já trocaram de
h) Realizar relatório periódico de acompanhamento religião, número de pessoas religiosas não
das políticas contra discriminação à população LGBT, praticantes e número de pessoas sem religião.
que contenha, entre outras, informações sobre Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
inclusão no mercado de trabalho, assistência à saúde Humanos da Presidência da República
integral, número de violações registradas e
EIXO ORIENTADOR IV: SEGURANÇA PÚBLICA,
apuradas, recorrências de violações, dados ACESSO À JUSTIÇA E COMBATE À VIOLÊNCIA
populacionais, de renda e conjugais.
Por muito tempo, alguns segmentos da militância
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
em Direitos Humanos mantiveram-se distantes do
Humanos da Presidência da República
debate sobre as políticas públicas de segurança no
Objetivo estratégico VI: Respeito às diferentes
Brasil. No processo de consolidação da democracia,
crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade
por diferentes razões, movimentos sociais e
do Estado.
entidades manifestaram dificuldade no tratamento
Ações programáticas:
do tema. Na base dessa dificuldade, estavam a
a) Instituir mecanismos que assegurem o livre
memória dos enfrentamentos com o aparato
exercício das diversas práticas religiosas,
repressivo ao longo de duas décadas de regime
assegurando a proteção do seu espaço físico e
ditatorial, a postura violenta vigente, muitas vezes,
coibindo manifestações de intolerância religiosa.
em órgãos de segurança pública, a percepção do
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
crime e da violência como meros subprodutos de
Cultura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
uma ordem social injusta a ser transformada em seus
Presidência da República
próprios fundamentos.
b) Promover campanhas de divulgação sobre a
Distanciamento análogo ocorreu nas universidades,
diversidade religiosa para disseminar cultura da paz
que, com poucas exceções, não se debruçaram sobre
e de respeito às diferentes crenças.
o modelo de polícia legado ou sobre os desafios da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
segurança pública. As polícias brasileiras, nos termos
Humanos da Presidência da República; Ministério da
de sua tradição institucional, pouco aproveitaram da
Cultura; Secretaria Especial de Políticas de
reflexão teórica e dos aportes oferecidos pela
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
criminologia moderna e demais ciências sociais, já
República
disponíveis há algumas décadas às polícias e aos
c) (Ação programática revogada pelo Decreto nº 7.177, de
gestores de países desenvolvidos. A cultura
12/5/2010)
arraigada de rejeitar as evidências acumuladas pela
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
pesquisa e pela experiência de reforma das polícias
Humanos da Presidência da República
no mundo era a mesma que expressava nostalgia de
d) Estabelecer o ensino da diversidade e história das
um passado de ausência de garantias individuais, e
religiões, inclusive as derivadas de matriz africana, na
que identificava na idéia dos Direitos Humanos não a
rede pública de ensino, com ênfase no
mais generosa entre as promessas construídas pela
reconhecimento das diferenças culturais, promoção
modernidade, mas uma verdadeira ameaça.
da tolerância e na afirmação da laicidade do Estado.
Estavam postas as condições históricas, políticas e
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria
culturais para que houvesse um fosso
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
República

296
VADE MECUM – Agente da PCDF

aparentemente intransponível entre os temas da consagração de privilégios dentro das instituições, as


segurança pública e os Direitos Humanos. práticas de abuso de autoridade e de violência
Nos últimos anos, contudo, esse processo de policial contra grupos vulneráveis e a corrupção dos
estranhamento mútuo passou a ser questionado. De agentes de segurança pública, demandam reformas
um lado, articulações na sociedade civil assumiram o tão urgentes quanto profundas.
desafio de repensar a segurança pública a partir de As propostas sistematizadas no PNDH-3 agregam,
diálogos com especialistas na área, policiais e nesse contexto, as contribuições oferecidas pelo
gestores. De outro, começaram a ser implantadas as processo da 11ª Conferência Nacional dos Direitos
primeiras políticas públicas buscando caminhos Humanos e avançam também sobre temas que não
alternativos de redução do crime e da violência, a foram objeto de debate, trazendo para o PNDH-3
partir de projetos centrados na prevenção e parte do acúmulo crítico que tem sido proposto ao
influenciados pela cultura de paz. País pelos especialistas e pesquisadores da área.
A proposição do Sistema Único de Segurança Em linhas gerais, o PNDH-3 aponta para a
Pública, a modernização de parte das nossas necessidade de ampla reforma no modelo de polícia
estruturas policiais e a aprovação de novos e propõe o aprofundamento do debate sobre a
regimentos e leis orgânicas das polícias, a implantação do ciclo completo de policiamento às
consciência crescente de que políticas de segurança corporações estaduais. Prioriza transparência e
pública são realidades mais amplas e complexas do participação popular, instando ao aperfeiçoamento
que as iniciativas possíveis às chamadas "forças da das estatísticas e à publicação de dados, assim como
segurança", o surgimento de nova geração de à reformulação do Conselho Nacional de Segurança
policiais, disposta a repensar práticas e dogmas e, Pública. Contempla a prevenção da violência e da
sobretudo, a cobrança da opinião pública e a maior criminalidade como diretriz, ampliando o controle
fiscalização sobre o Estado, resultante do processo sobre armas de fogo e indicando a necessidade de
de democratização, têm tornado possível a profissionalização da investigação criminal.
construção de agenda de reformas na área. Com ênfase na erradicação da tortura e na redução
O Programa Nacional de Segurança Pública com da letalidade policial e carcerária, confere atenção
Cidadania (Pronasci) e os investimentos já realizados especial ao estabelecimento de procedimentos
pelo Governo Federal na montagem de rede nacional operacionais padronizados, que previnam as
de altos estudos em segurança pública, que têm ocorrências de abuso de autoridade e de violência
beneficiado milhares de policiais em cada Estado, institucional, e confiram maior segurança a policiais
simbolizam, ao lado do processo de debates da 1ª e agentes penitenciários. Reafirma a necessidade de
Conferência Nacional de Segurança Pública, criação de ouvidorias independentes em âmbito
acúmulos históricos significativos, que apontam para federal e, inspirado em tendências mais modernas de
novas e mais importantes mudanças. policiamento, estimula as iniciativas orientadas por
As propostas elencadas neste eixo orientador do resultados, o desenvolvimento do policiamento
PNDH-3 articulam-se com tal processo histórico de comunitário e voltado para a solução de problemas,
transformação e exigem muito mais do que já foi elencando medidas que promovam a valorização dos
alcançado. Para tanto, parte-se do pressuposto de trabalhadores em segurança pública. Contempla,
que a realidade brasileira segue sendo gravemente ainda, a criação de sistema federal que integre os
marcada pela violência e por severos impasses atuais sistemas de proteção a vítimas e testemunhas,
estruturais na área da segurança pública. defensores de Direitos Humanos e crianças e
Problemas antigos, como a ausência de diagnósticos, adolescentes ameaçados de morte.
de planejamento e de definição formal de metas, a Também como diretriz, o PNDH-3 propõe profunda
desvalorização profissional dos policiais e dos reforma da Lei de Execução Penal que introduza
agentes penitenciários, o desperdício de recursos e a garantias fundamentais e novos regramentos para

297
VADE MECUM – Agente da PCDF

superar as práticas abusivas, hoje comuns. E trata as Responsável: Ministério da Justiça


penas privativas de liberdade como última c) Propor a criação obrigatória de ouvidorias de
alternativa, propondo a redução da demanda por polícias independentes nos Estados e no Distrito
encarceramento e estimulando novas formas de Federal, com ouvidores protegidos por mandato e
tratamento dos conflitos, como as sugeridas pelo escolhidos com participação da sociedade.
mecanismo da Justiça Restaurativa. Responsável: Ministério da Justiça
Reafirma-se a centralidade do direito universal de d) Assegurar a autonomia funcional dos peritos e a
acesso à Justiça, com a possibilidade de acesso aos modernização dos órgãos periciais oficiais, como
tribunais por toda a população, com o fortalecimento forma de incrementar sua estruturação, assegurando
das defensorias públicas e a modernização da gestão a produção isenta e qualificada da prova material,
judicial, de modo a garantir respostas judiciais mais bem como o princípio da ampla defesa e do
céleres e eficazes. Destacam-se, ainda, o direito de contraditório e o respeito aos Direitos Humanos.
acesso à Justiça em matéria de conflitos agrários e Responsável: Ministério da Justiça
urbanos e o necessário estímulo aos meios de e) Promover o aprofundamento do debate sobre a
soluções pacíficas de controvérsias. instituição do ciclo completo da atividade policial,
O PNDH-3 apresenta neste eixo, fundamentalmente, com competências repartidas pelas polícias, a partir
propostas para que o Poder Público se aperfeiçoe no da natureza e da gravidade dos delitos.
desenvolvimento de políticas públicas de prevenção Responsável: Ministério da Justiça
ao crime e à violência, reforçando a noção de acesso f) Apoiar a aprovação do Projeto de Lei no
universal à Justiça como direito fundamental, e 1.937/2007, que dispõe sobre o Sistema Único de
sustentando que a democracia, os processos de Segurança Pública.
participação e transparência, aliados ao uso de Responsável: Ministério da Justiça
ferramentas científicas e à profissionalização das Objetivo estratégico II: Modernização da gestão
instituições e trabalhadores da segurança, assinalam do sistema de segurança pública.
os roteiros mais promissores para que o Brasil possa Ações programáticas:
avançar no caminho da paz pública. a) Condicionar o repasse de verbas federais à
elaboração e revisão periódica de planos estaduais,
DIRETRIZ 11: Democratização e modernização do
distrital e municipais de segurança pública que se
sistema de segurança pública
pautem pela integração e pela responsabilização
Objetivo estratégico I: Modernização do marco
territorial da gestão dos programas e ações.
normativo do sistema de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça
Ações programáticas:
b) Criar base de dados unificada que permita o fluxo
a) Propor alteração do texto constitucional, de modo
de informações entre os diversos componentes do
a considerar as polícias militares não mais como
sistema de segurança pública e a Justiça criminal.
forças auxiliares do Exército, mantendo-as apenas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
como força reserva.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsável: Ministério da Justiça
República
b) Propor a revisão da estrutura, treinamento,
c) Redefinir as competências e o funcionamento da
controle, emprego e regimentos disciplinares dos
Inspetoria-Geral das Polícias Militares e Corpos de
órgãos de segurança pública, de forma a
Bombeiros Militares.
potencializar as suas funções de combate ao crime e
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
proteção dos direitos de cidadania, bem como
Defesa
garantir que seus órgãos corregedores disponham de
Objetivo estratégico III: Promoção dos Direitos
carreira própria, sem subordinação à direção das
Humanos dos profissionais do sistema de
instituições policiais.
segurança pública, assegurando sua formação

298
VADE MECUM – Agente da PCDF

continuada e compatível com as atividades que - Presos provisórios e condenados sob custódia do
exercem. sistema penitenciário federal e quantidade de presos
Ações programáticas: trabalhando e estudando por sexo, idade e raça ou
a) Proporcionar equipamentos para proteção etnia;
individual efetiva para os profissionais do sistema - Vitimização de policiais federais, policiais
federal de segurança pública. rodoviários federais, membros da Força Nacional de
Responsável: Ministério da Justiça Segurança Pública e agentes penitenciários federais;
b) Condicionar o repasse de verbas federais aos - Quantidade e tipos de laudos produzidos pelos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, à órgãos federais de perícia oficial.
garantia da efetiva disponibilização de Responsável: Ministério da Justiça
equipamentos de proteção individual aos Objetivo estratégico II: Consolidação de
profissionais do sistema nacional de segurança mecanismos de participação popular na
pública. elaboração das políticas públicas de segurança.
Responsável: Ministério da Justiça Ações programáticas:
c) Fomentar o acompanhamento permanente da a) Reformular o Conselho Nacional de Segurança
saúde mental dos profissionais do sistema de Pública, assegurando a participação da sociedade
segurança pública, mediante serviços especializados civil organizada em sua composição e garantindo sua
do sistema de saúde pública. articulação com o Conselho Nacional de Política
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Criminal e Penitenciária.
Saúde Responsável: Ministério da Justiça
d) Propor projeto de lei instituindo seguro para casos b) Fomentar mecanismos de gestão participativa das
de acidentes incapacitantes ou morte em serviço políticas públicas de segurança, como conselhos e
para os profissionais do sistema de segurança conferências, ampliando a Conferência Nacional de
pública. Segurança Pública.
Responsável: Ministério da Justiça; Responsável: Ministério da Justiça
e) Garantir a reabilitação e reintegração ao trabalho
DIRETRIZ 13: Prevenção da violência e da
dos profissionais do sistema de segurança pública
criminalidade e profissionalização da investigação
federal, nos casos de deficiência adquirida no
de atos criminosos.
exercício da função.
Objetivo estratégico I: Ampliação do controle de
Responsável: Ministério da Justiça;
armas de fogo em circulação no País.
DIRETRIZ 12: Transparência e participação popular
Ações programáticas:
no sistema de segurança pública e justiça criminal.
a) Realizar ações permanentes de estímulo ao
Objetivo estratégico I: Publicação de dados do
desarmamento da população.
sistema federal de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça
Ação programática
b) Propor reforma da legislação para ampliar as
a) Publicar trimestralmente estatísticas sobre:
restrições e os requisitos para aquisição de armas de
- Crimes registrados, inquéritos instaurados e
fogo por particulares e empresas de segurança
concluídos, prisões efetuadas, flagrantes
privada.
registrados, operações realizadas, armas e
Responsável: Ministério da Justiça
entorpecentes apreendidos pela Polícia Federal em
c) Propor alteração da legislação para garantir que as
cada Estado da Federação;
armas apreendidas em crimes que não envolvam
- Veículos abordados, armas e entorpecentes
disparo sejam inutilizadas imediatamente após a
apreendidos e prisões efetuadas pela Polícia
perícia.
Rodoviária Federal em cada Estado da Federação;
Responsável: Ministério da Justiça

299
VADE MECUM – Agente da PCDF

d) Registrar no Sistema Nacional de Armas todas as e) Fomentar parcerias com universidades para
armas de fogo destruídas. pesquisa e desenvolvimento de novas metodologias
Responsável: Ministério da Defesa a serem implantadas nas unidades periciais.
Objetivo estratégico II: Qualificação da Responsável: Ministério da Justiça
investigação criminal. f) Promover e apoiar a educação continuada dos
Ações programáticas: profissionais da perícia oficial, em todas as áreas,
a) Propor projeto de lei para alterar o procedimento para a formação técnica e em Direitos Humanos.
do inquérito policial, de modo a admitir Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
procedimentos orais gravados e transformar em Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
peça ágil e eficiente de investigação criminal voltada República
à coleta de evidências. Objetivo estratégico IV: Fortalecimento dos
Responsável: Ministério da Justiça instrumentos de prevenção à violência.
b) Fomentar o debate com o objetivo de unificar os Ações programáticas:
meios de investigação e obtenção de provas e a) Elaborar diretrizes para as políticas de prevenção à
padronizar procedimentos de investigação criminal. violência com o objetivo de assegurar o
Responsável: Ministério da Justiça reconhecimento das diferenças geracionais, de
c) Promover a capacitação técnica em investigação gênero, étnico-racial e de orientação sexual.
criminal para os profissionais dos sistemas estaduais Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
de segurança pública. Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Responsável: Ministério da Justiça da República; Secretaria Especial de Políticas de
d) Realizar pesquisas para qualificação dos estudos Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
sobre técnicas de investigação criminal. República
Responsável: Ministério da Justiça b) Realizar anualmente pesquisas nacionais de
Objetivo estratégico III: Produção de prova pericial vitimização.
com celeridade e procedimento padronizado. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Ações programáticas: Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
a) Propor regulamentação da perícia oficial. República
Responsável: Ministério da Justiça c) Fortalecer mecanismos que possibilitem a efetiva
b) Propor projeto de lei para proporcionar autonomia fiscalização de empresas de segurança privada e a
administrativa e funcional dos órgãos periciais investigação e responsabilização de policiais que
federais. delas participem de forma direta ou indireta.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
c) Propor padronização de procedimentos e Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
equipamentos a serem utilizados pelas unidades República
periciais oficiais em todos os exames periciais d) Desenvolver normas de conduta e fiscalização dos
criminalísticos e médico-legais. serviços de segurança privados que atuam na área
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria rural.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsável: Ministério da Justiça
República e) Elaborar diretrizes para atividades de
d) Desenvolver sistema de dados nacional policiamento comunitário e policiamento orientado
informatizado para monitoramento da produção e para a solução de problemas, bem como catalogar e
da qualidade dos laudos produzidos nos órgãos divulgar boas práticas dessas atividades.
periciais. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça

300
VADE MECUM – Agente da PCDF

f) Elaborar diretrizes para atuação conjunta entre os com deficiência, idosos, mulheres, indígenas,
órgãos de trânsito e os de segurança pública para negros, crianças, adolescentes, lésbicas, gays,
reduzir a violência no trânsito. bissexuais, transexuais, travestis e pessoas em
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das situação de rua.
Cidades Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
g) Realizar debate sobre o atual modelo de repressão Humanos da Presidência da República; Ministério do
e estimular a discussão sobre modelos alternativos Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
de tratamento do uso e tráfico de drogas, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
considerando o paradigma da redução de danos. Igualdade Racial da Presidência da República;
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Presidência da República; Ministério da Justiça;
República; Gabinete de Segurança Institucional; Ministério do Turismo; Ministério do Esporte
Ministério da Saúde e) Fortalecer unidade especializada em conflitos
Objetivo estratégico V: Redução da violência indígenas na Polícia Federal e garantir sua atuação
motivada por diferenças de gênero, raça ou etnia, conjunta com a FUNAI, em especial nos processos
idade, orientação sexual e situação de conflituosos de demarcação.
vulnerabilidade. Responsável: Ministério da Justiça
Ações programáticas: f) Fomentar cursos de qualificação e capacitação
a) Fortalecer a atuação da Polícia Federal no combate sobre aspectos da cultura tradicional dos povos
e na apuração de crimes contra os Direitos Humanos. indígenas e sobre legislação indigenista para todas as
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria corporações policiais, principalmente para as polícias
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da militares e civis especialmente nos Estados e
República Municípios em que as aldeias indígenas estejam
b) Garantir aos grupos em situação de localizadas nas proximidades dos centros urbanos.
vulnerabilidade o conhecimento sobre serviços de Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
atendimento, atividades desenvolvidas pelos órgãos Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
e instituições de segurança e mecanismos de República
denúncia, bem como a forma de acioná-los. g) Fortalecer mecanismos para combater a violência
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria contra a população indígena, em especial para as
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da mulheres indígenas vítimas de casos de violência
República; Secretaria Especial de Políticas para as psicológica, sexual e de assédio moral.
Mulheres da Presidência da República; Secretaria Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as
Racial da Presidência da República Mulheres da Presidência da República
c) Desenvolver e implantar sistema nacional h) Apoiar a implementação do pacto nacional de
integrado das redes de saúde, de assistência social e enfrentamento à violência contra as mulheres de
educação para a notificação de violência. forma articulada com os planos estaduais de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos segurança pública e em conformidade com a Lei
Humanos da Presidência da República; Ministério da Maria da Penha (Lei no 11.340/2006).
Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Combate à Fome; Ministério da Educação; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade da República; Ministério da Saúde; Secretaria
Racial da Presidência da República Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
d) Promover campanhas educativas e pesquisas República
voltadas à prevenção da violência contra pessoas

301
VADE MECUM – Agente da PCDF

i) Avaliar o cumprimento da Lei Maria da Penha com Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
base nos dados sobre tipos de violência, agressor e Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
vítima. República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Objetivo estratégico VI: Enfrentamento ao tráfico
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência de pessoas.
da República Ações programáticas:
j) Fortalecer ações estratégicas de prevenção à a) Desenvolver metodologia de monitoramento,
violência contra jovens negros. disseminação e avaliação das metas do Plano
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas,
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da bem como construir e implementar o II Plano
República; Ministério da Justiça Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
k) Estabelecer política de prevenção de violência Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
contra a população em situação de rua, incluindo Turismo; Secretaria Especial de Políticas para as
ações de capacitação de policiais em Direitos Mulheres da Presidência da República; Ministério do
Humanos. Trabalho e Emprego; Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Humanos da Presidência da República
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da b) Estruturar, a partir de serviços existentes, sistema
República nacional de atendimento às vítimas do tráfico de
l) Promover a articulação institucional, em conjunto pessoas, de reintegração e diminuição da
com a sociedade civil, para implementar o Plano de vulnerabilidade, especialmente de crianças,
Ação para o Enfrentamento da Violência contra a adolescentes, mulheres, transexuais e travestis.
Pessoa Idosa. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria
Humanos da Presidência da República; Ministério da Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Justiça; Ministério do Desenvolvimento Social e da República; Ministério da Justiça
Combate à Fome; Ministério da Saúde c) Implementar as ações referentes a crianças e
m) Fomentar a implantação do serviço de adolescentes previstas na Política e no Plano
recebimento e encaminhamento de denúncias de Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
violência contra a pessoa idosa em todas as unidades Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
da Federação. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos República
Humanos da Presidência da República d) Consolidar fluxos de encaminhamento e
n) Capacitar profissionais de educação e saúde para monitoramento de denúncias de casos de tráfico de
identificar e notificar crimes e casos de violência crianças e adolescentes.
contra a pessoa idosa e contra a pessoa com Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
deficiência. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos República; Secretaria Especial de Políticas para as
Humanos da Presidência da República; Ministério da Mulheres da Presidência da República
Saúde; Ministério da Educação e) Revisar e disseminar metodologia para
o) Implementar ações de promoção da cidadania e atendimento de crianças e adolescentes vítimas de
Direitos Humanos das lésbicas, gays, bissexuais, tráfico.
transexuais e travestis, com foco na prevenção à Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
violência, garantindo redes integradas de atenção. Humanos da Presidência da República
f) Fomentar a capacitação de técnicos da gestão
pública, organizações não governamentais e

302
VADE MECUM – Agente da PCDF

representantes das cadeias produtivas para o mandato, escolhidos com participação da sociedade
enfrentamento ao tráfico de pessoas. civil e com independência para sua atuação.
Responsável: Ministério do Turismo Responsável: Ministério da Justiça
g) Desenvolver metodologia e material didático para d) Elaborar projeto de lei para aperfeiçoamento da
capacitar agentes públicos no enfrentamento ao legislação processual penal, visando padronizar os
tráfico de pessoas. procedimentos da investigação de ações policiais
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos com resultado letal.
Humanos da Presidência da República; Ministério do Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria
Turismo; Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
República e) Dotar as Corregedorias da Polícia Federal, da
h) Realizar estudos e pesquisas sobre o tráfico de Polícia Rodoviária Federal e do Departamento
pessoas, inclusive sobre exploração sexual de Penitenciário Nacional de recursos humanos e
crianças e adolescentes. materiais suficientes para o desempenho de suas
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos atividades, ampliando sua autonomia funcional.
Humanos da Presidência da República; Ministério do Responsável: Ministério da Justiça
Turismo; Ministério da Justiça; Secretaria Especial de f) Fortalecer a inspetoria da Força Nacional de
Políticas para as Mulheres da Presidência da Segurança Pública e tornar obrigatória a publicação
República trimestral de estatísticas sobre procedimentos
instaurados e concluídos e sobre o número de
DIRETRIZ 14: Combate à violência institucional,
policiais desmobilizados.
com ênfase na erradicação da tortura e na redução
Responsável: Ministério da Justiça
da letalidade policial e carcerária.
g) Publicar trimestralmente estatísticas sobre
Objetivo estratégico I: Fortalecimento dos
procedimentos instaurados e concluídos pelas
mecanismos de controle do sistema de segurança
Corregedorias da Polícia Federal e da Polícia
pública.
Rodoviária Federal, e sobre a quantidade de policiais
Ações programáticas:
infratores e condenados, por cargo e tipo de punição
a) Criar ouvidoria de polícia com independência para
aplicada.
exercer controle externo das atividades das Polícias
Responsável: Ministério da Justiça
Federais e da Força Nacional de Segurança Pública,
h) Publicar trimestralmente informações sobre
coordenada por um ouvidor com mandato.
pessoas mortas e feridas em ações da Polícia Federal,
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Segurança Pública.
República
Responsável: Ministério da Justiça
b) Fortalecer a Ouvidoria do Departamento
i) Criar sistema de rastreamento de armas e de
Penitenciário Nacional, dotando-a de recursos
veículos usados pela Polícia Federal, Polícia
humanos e materiais necessários ao desempenho de
Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança
suas atividades, propondo sua autonomia funcional.
Pública, e fomentar a criação de sistema semelhante
Responsável: Ministério da Justiça
nos Estados e no Distrito Federal.
c) Condicionar a transferência voluntária de recursos
Responsável: Ministério da Justiça
federais aos Estados e ao Distrito Federal ao plano de
Objetivo estratégico II: Padronização de
implementação ou à existência de ouvidorias de
procedimentos e equipamentos do sistema de
polícia e do sistema penitenciário, que atendam aos
segurança pública.
requisitos de coordenação por ouvidor com
Ações programáticas:

303
VADE MECUM – Agente da PCDF

a) Elaborar procedimentos operacionais outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou


padronizados para as forças policiais federais, com degradantes.
respeito aos Direitos Humanos. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores;
República b) Instituir grupo de trabalho para discutir e propor
b) Elaborar procedimentos operacionais atualização e aperfeiçoamento da Lei no 9.455/1997,
padronizados sobre revistas aos visitantes de que define os crimes de tortura, de forma a atualizar
estabelecimentos prisionais, respeitando os os tipos penais, instituir sistema nacional de combate
preceitos dos Direitos Humanos. à tortura, estipular marco legal para a definição de
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria regras unificadas de exame médico-legal, bem como
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da estipular ações preventivas obrigatórias como
República; Secretaria Especial de Políticas para as formação específica das forças policiais e
Mulheres da Presidência da República capacitação de agentes para a identificação da
c) Elaborar diretrizes nacionais sobre uso da força e tortura.
de armas de fogo pelas instituições policiais e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
agentes do sistema penitenciário. Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria c) Promover o fortalecimento, a criação e a
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da reativação dos comitês estaduais de combate à
República tortura.
d) Padronizar equipamentos, armas, munições e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
veículos apropriados à atividade policial a serem Humanos da Presidência da República
utilizados pelas forças policiais da União, bem como d) Propor projeto de lei para tornar obrigatória a
aqueles financiados com recursos federais nos filmagem dos interrogatórios ou audiogravações
Estados, no Distrito Federal e nos Municípios. realizadas durante as investigações policiais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
República República
e) Disponibilizar para a Polícia Federal, a Polícia e) Estabelecer protocolo para a padronização de
Rodoviária Federal e para a Força Nacional de procedimentos a serem realizados nas perícias
Segurança Pública munição, tecnologias e armas de destinadas a averiguar alegações de tortura.
menor potencial ofensivo. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Responsável: Ministério da Justiça Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Objetivo estratégico III: Consolidação de política República
nacional visando à erradicação da tortura e de f) Elaborar matriz curricular e capacitar os
outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos operadores do sistema de segurança pública e justiça
ou degradantes. criminal para o combate à tortura.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
a) Elaborar projeto de lei visando a instituir o Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Mecanismo Preventivo Nacional, sistema de República
inspeção aos locais de detenção para o g) Capacitar e apoiar a qualificação dos agentes da
monitoramento regular e periódico dos centros de perícia oficial, bem como de agentes públicos de
privação de liberdade, nos termos do protocolo saúde, para a identificação de tortura.
facultativo à convenção da ONU contra a tortura e

304
VADE MECUM – Agente da PCDF

Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria a) Propor projeto de lei para integração, de forma
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da sistêmica, dos programas de proteção a vítimas e
República testemunhas ameaçadas, defensores de Direitos
h) Incluir na formação de agentes penitenciários Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de
federais curso com conteúdos relativos ao combate à morte.
tortura e sobre a importância dos Direitos Humanos. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Humanos da Presidência da República
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da b) Desenvolver sistema nacional que integre as
República informações das ações de proteção às pessoas
i) Realizar campanhas de prevenção e combate à ameaçadas.
tortura nos meios de comunicação para a população Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
em geral, além de campanhas específicas voltadas às Humanos da Presidência da República
forças de segurança pública, bem como divulgar os c) Ampliar os programas de proteção a vítimas e
parâmetros internacionais de combate às práticas de testemunhas ameaçadas, defensores dos Direitos
tortura. Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos morte para os Estados em que o índice de violência
Humanos da Presidência da República aponte a criação de programas locais.
j) Estabelecer procedimento para a produção de Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
relatórios anuais, contendo informações sobre o Humanos da Presidência da República
número de casos de torturas e de tratamentos d) Garantir a formação de agentes da Polícia Federal
desumanos ou degradantes levados às autoridades, para a proteção das pessoas incluídas nos programas
número de perpetradores e de sentenças judiciais. de proteção de pessoas ameaçadas, observadas suas
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos diretrizes.
Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Objetivo estratégico IV: Combate às execuções Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
extrajudiciais realizadas por agentes do Estado. República
Ações programáticas: e) Propor ampliação os recursos orçamentários para
a) Fortalecer ações de combate às execuções a realização das ações dos programas de proteção a
extrajudiciais realizadas por agentes do Estado, vítimas e testemunhas ameaçadas, defensores dos
assegurando a investigação dessas violações. Direitos Humanos e crianças e adolescentes
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria ameaçados de morte.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
República Humanos da Presidência da República
b) Desenvolver e apoiar ações específicas para Objetivo estratégico II: Consolidação da política de
investigação e combate à atuação de milícias e assistência a vítimas e a testemunhas ameaçadas.
grupos de extermínio. Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria a) Propor projeto de lei para aperfeiçoar o marco
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da legal do Programa Federal de Assistência a Vítimas e
República Testemunhas Ameaçadas, ampliando a proteção de
escolta policial para as equipes técnicas do
DIRETRIZ 15: Garantia dos direitos das vítimas de
programa, e criar sistema de apoio à reinserção social
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas.
dos usuários do programa.
Objetivo estratégico I: Instituição de sistema
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
federal que integre os programas de proteção.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Ações programáticas:
República

305
VADE MECUM – Agente da PCDF

b) Regulamentar procedimentos e competências c) Desenvolver e aperfeiçoar os indicadores de morte


para a execução do Programa Federal de Assistência violenta de crianças e adolescentes, assegurando
a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, em especial publicação anual dos dados.
para a realização de escolta de seus usuários. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Humanos da Presidência da República; Ministério da
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Saúde
República d) Desenvolver programas de enfrentamento da
c) Fomentar a criação de centros de atendimento a violência letal contra crianças e adolescentes e
vítimas de crimes e a seus familiares, com estrutura divulgar as experiências bem sucedidas.
adequada e capaz de garantir o acompanhamento Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
psicossocial e jurídico dos usuários, com especial Humanos da Presidência da República; Ministério da
atenção a grupos sociais mais vulneráveis, Justiça
assegurando o exercício de seus direitos. Objetivo estratégico IV: Garantia de proteção dos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos defensores dos Direitos Humanos e de suas
Humanos da Presidência da República; Secretaria atividades.
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência Ações programáticas:
da República a) Fortalecer a execução do Programa Nacional de
d) Incentivar a criação de unidades especializadas do Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos,
Serviço de Proteção ao Depoente Especial da Polícia garantindo segurança nos casos de violência,
Federal nos Estados e no Distrito Federal. ameaça, retaliação, pressão ou ação arbitrária, e a
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria defesa em ações judiciais de má-fé, em decorrência
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da de suas atividades.
República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
e) Garantir recursos orçamentários e de Humanos da Presidência da República
infraestrutura ao Serviço de Proteção ao Depoente b) Articular com os órgãos de segurança pública de
Especial da Polícia Federal, necessários ao Direitos Humanos nos Estados para garantir a
atendimento pleno, imediato e de qualidade aos segurança dos defensores dos Direitos Humanos.
depoentes especiais e a seus familiares, bem como o Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
atendimento às demandas de inclusão provisória no Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
programa federal. República
Responsável: Ministério da Justiça c) Capacitar os operadores do sistema de segurança
Objetivo estratégico III: Garantia da proteção de pública e de justiça sobre o trabalho dos defensores
crianças e adolescentes ameaçados de morte. dos Direitos Humanos.
Ações programáticas: Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
a) Ampliar a atuação federal no âmbito do Programa Humanos da Presidência da República
de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados d) Fomentar parcerias com as Defensorias Públicas
de Morte nas unidades da Federação com maiores dos Estados e da União para a defesa judicial dos
taxas de homicídio nessa faixa etária. defensores dos Direitos Humanos nos processos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos abertos contra eles.
Humanos da Presidência da República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
b) Formular política nacional de enfrentamento da Humanos da Presidência da República
violência letal contra crianças e adolescentes. e) Divulgar em âmbito nacional a atuação dos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos defensores e militantes dos Direitos Humanos,
Humanos da Presidência da República fomentando cultura de respeito e valorização de seus
papéis na sociedade.

306
VADE MECUM – Agente da PCDF

Responsável: Secretaria Especial dos Direitos c) Fomentar a realização de revisões periódicas


Humanos da Presidência da República processuais dos processos de execução penal da
população carcerária.
DIRETRIZ 16: Modernização da política de
Responsável: Ministério da Justiça
execução penal, priorizando a aplicação de penas e
d) Vincular o repasse de recursos federais para
medidas alternativas à privação de liberdade e
construção de estabelecimentos prisionais nos
melhoria do sistema penitenciário.
Estados e no Distrito Federal ao atendimento das
Objetivo estratégico I: Reestruturação do sistema
diretrizes arquitetônicas que contemplem a
penitenciário.
existência de alas específicas para presas grávidas e
Ações programáticas:
requisitos de acessibilidade.
a) Elaborar projeto de reforma da Lei de Execução
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Penal (Lei no 7.210/1984) , com o propósito de:
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
- Adotar mecanismos tecnológicos para coibir a
da República
entrada de substâncias e materiais proibidos,
e) Aplicar a Política Nacional de Saúde Mental e a
eliminando a prática de revista íntima nos familiares
Política para a Atenção Integral a Usuários de Álcool
de presos;
e outras Drogas no sistema penitenciário.
- Aplicar a Lei de Execução Penal também a presas e
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
presos provisórios e aos sentenciados pela Justiça
Saúde
Especial;
f) Aplicar a Política Nacional de Atenção Integral à
- Vedar a divulgação pública de informações sobre
Saúde da Mulher no contexto prisional,
perfil psicológico do preso e eventuais diagnósticos
regulamentando a assistência pré-natal, a existência
psiquiátricos feitos nos estabelecimentos prisionais;
de celas específicas e período de permanência com
- Instituir a obrigatoriedade da oferta de ensino pelos
seus filhos para aleitamento.
estabelecimentos penais e a remição de pena por
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
estudo;
Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as
- Estabelecer que a perda de direitos ou a redução de
Mulheres da Presidência da República
acesso a qualquer direito ocorrerá apenas como
g) Implantar e implementar as ações de atenção
consequência de faltas de natureza grave;
integral aos presos previstas no Plano Nacional de
- Estabelecer critérios objetivos para isolamento de
Saúde no Sistema Penitenciário.
presos e presas no regime disciplinar diferenciado;
Responsável: Ministério da Justiça; Ministério da
- Configurar nulidade absoluta dos procedimentos
Saúde
disciplinares quando não houver intimação do
h) Promover estudo sobre a viabilidade de criação,
defensor do preso;
em âmbito federal, da carreira de oficial de
- Estabelecer o regime de condenação como limite
condicional, trabalho externo e penas alternativas,
para casos de regressão de regime;
para acompanhar os condenados em liberdade
- Assegurar e regulamentar as visitas íntimas para a
condicional, os presos em trabalho externo, em
população carcerária LGBT.
qualquer regime de execução, e os condenados a
Responsável: Ministério da Justiça
penas alternativas à prisão.
b) Elaborar decretos extraordinários de indulto a
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
condenados por crimes sem violência real, que
Planejamento, Orçamento e Gestão
reduzam substancialmente a população carcerária
i) Avançar na implementação do Sistema de
brasileira.
Informações Penitenciárias (InfoPen), financiando a
Responsável: Ministério da Justiça
inclusão dos estabelecimentos prisionais dos Estados
e do Distrito Federal e condicionando os repasses de
recursos federais à sua efetiva integração ao sistema.

307
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Responsável: Ministério da Justiça a) Estabelecer diretrizes que garantam tratamento


j) Ampliar campanhas de sensibilização para inclusão adequado às pessoas com transtornos mentais, em
social de egressos do sistema prisional. consonância com o princípio de
Responsável: Ministério da Justiça desinstitucionalização.
k) Estabelecer diretrizes na política penitenciária Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
nacional que fortaleçam o processo de reintegração Saúde
social dos presos, internados e egressos, com sua b) Propor projeto de lei para alterar o Código Penal,
efetiva inclusão nas políticas públicas sociais. prevendo que o período de cumprimento de medidas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do de segurança não deve ultrapassar o da pena prevista
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; para o crime praticado, e estabelecendo a
Ministério da Saúde; Ministério da Educação; continuidade do tratamento fora do sistema
Ministério do Esporte penitenciário quando necessário.
l) Debater, por meio de grupo de trabalho Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
interministerial, ações e estratégias que visem Saúde
assegurar o encaminhamento para o presídio c) Estabelecer mecanismos para a reintegração social
feminino de mulheres transexuais e travestis que dos internados em medida de segurança quando da
estejam em regime de reclusão. extinção desta, mediante aplicação dos benefícios
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria sociais correspondentes.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
República; Secretaria Especial de Políticas para as Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e
Mulheres da Presidência da República Combate à Fome
Objetivo estratégico II: Limitação do uso dos Objetivo estratégico IV: Ampliação da aplicação de
institutos de prisão cautelar. penas e medidas alternativas.
Ações programáticas: Ações programáticas:
a) Propor projeto de lei para alterar o Código de a) Desenvolver instrumentos de gestão que
Processo Penal, com o objetivo de: assegurem a sustentabilidade das políticas públicas
- Estabelecer requisitos objetivos para de aplicação de penas e medidas alternativas.
decretação de prisões preventivas que Responsáveis: Ministério da Justiça
consagrem sua excepcionalidade; b) Incentivar a criação de varas especializadas e de
- Vedar a decretação de prisão preventiva em centrais de monitoramento do cumprimento de
casos que envolvam crimes com pena penas e medidas alternativas.
máxima inferior a quatro anos, excetuando Responsável: Ministério da Justiça
crimes graves como formação de quadrilha e c) Desenvolver modelos de penas e medidas
peculato; alternativas que associem seu cumprimento ao ilícito
- Estabelecer o prazo máximo de oitenta e praticado, com projetos temáticos que estimulem a
um dias para prisão provisória. capacitação do cumpridor, bem como penas de
Responsável: Ministério da Justiça restrição de direitos com controle de frequência.
b) Alterar a legislação sobre abuso de autoridade, Responsável: Ministério da Justiça
tipificando de modo específico as condutas puníveis. d) Desenvolver programas-piloto com foco na
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria educação, para aplicação da pena de limitação de
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da final de semana.
República Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
Objetivo estratégico III: Tratamento adequado de Educação
pessoas com transtornos mentais.
Ações programáticas:

308
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DIRETRIZ 17: Promoção de sistema de justiça mais c) Ampliar equipes de fiscalização sobre violações
acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a dos Direitos Humanos, em parceria com a sociedade
garantia e a defesa dos direitos. civil.
Objetivo estratégico I: Acesso da população à Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
informação sobre seus direitos e sobre como Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
garanti-los. República
Ações programáticas: d) Propor projeto de lei buscando ampliar a utilização
a) Difundir o conhecimento sobre os Direitos das ações coletivas para proteção dos interesses
Humanos e sobre a legislação pertinente com difusos, coletivos e individuais homogêneos,
publicações em linguagem e formatos acessíveis. garantindo a consolidação de instrumentos coletivos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria de resolução de conflitos.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsável: Ministério da Justiça
República e) Propor projetos de lei para simplificar o
b) Fortalecer as redes de canais de denúncia (disque- processamento e julgamento das ações judiciais;
denúncia) e sua articulação com instituições de coibir os atos protelatórios; restringir as hipóteses de
Direitos Humanos. recurso ex officio e reduzir recursos e desjudicializar
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos conflitos.
Humanos da Presidência da República Responsável: Ministério da Justiça
c) Incentivar a criação de centros integrados de f) Aperfeiçoar a legislação trabalhista, visando
serviços públicos para prestação de atendimento ágil ampliar novas tutelas de proteção das relações do
à população, inclusive com unidades itinerantes para trabalho e as medidas de combate à discriminação e
obtenção de documentação básica. ao abuso moral no trabalho.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Humanos da Presidência da República; Ministério da Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas
Justiça para as Mulheres da Presidência da República
d) Fortalecer o governo eletrônico com a ampliação g) Implementar mecanismos de monitoramento dos
da disponibilização de informações e serviços para a serviços de atendimento ao aborto legalmente
população via Internet, em formato acessível. autorizado, garantindo seu cumprimento e facilidade
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos de acesso.
Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria
Objetivo estratégico II: Garantia do Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
aperfeiçoamento e monitoramento das normas da República
jurídicas para proteção dos Direitos Humanos. Objetivo estratégico III: Utilização de modelos
Ações programáticas: alternativos de solução de conflitos.
a) Implementar o Observatório da Justiça Brasileira, Ações programáticas:
em parceria com a sociedade civil. a) Fomentar iniciativas de mediação e conciliação,
Responsável: Ministério da Justiça estimulando a resolução de conflitos por meios
b) Aperfeiçoar o sistema de fiscalização de violações autocompositivos, voltados à maior pacificação
aos Direitos Humanos, por meio do aprimoramento social e menor judicialização.
do arcabouço de sanções administrativas. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Desenvolvimento Agrário; Ministério das Cidades
Humanos da Presidência da República; Ministério da b) Fortalecer a criação de núcleos de justiça
Saúde; Ministério da Justiça; Ministério do Trabalho comunitária, em articulação com os Estados, o
e Emprego Distrito Federal e os Municípios, e apoiar o
financiamento de infraestrutura e de capacitação.

309
VADE MECUM – Agente da PCDF

Responsável: Ministério da Justiça d) Dialogar com o Poder Judiciário para assegurar o


c) Capacitar lideranças comunitárias sobre efetivo acesso das pessoas com deficiência à justiça,
instrumentos e técnicas de mediação comunitária, em igualdade de condições com as demais pessoas.
incentivando a resolução de conflitos nas próprias Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
comunidades. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria República
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da e) Apoiar os movimentos sociais e a Defensoria
República Pública na obtenção da gratuidade das perícias para
d) Incentivar projetos pilotos de Justiça Restaurativa, as demandas judiciais, individuais e coletivas, e
como forma de analisar seu impacto e sua relacionadas a violações de Direitos Humanos.
aplicabilidade no sistema jurídico brasileiro. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça Objetivo estratégico V: Modernização da gestão e
e) Estimular e ampliar experiências voltadas para a agilização do funcionamento do sistema de justiça.
solução de conflitos por meio da mediação Ações programáticas:
comunitária e dos Centros de Referência em Direitos a) Propor legislação de revisão e modernização dos
Humanos, especialmente em áreas de baixo Índice serviços notariais e de registro.
de Desenvolvimento Humano (IDH) e com Responsável: Ministério da Justiça
dificuldades de acesso a serviços públicos. b) Desenvolver sistema integrado de informações do
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Poder Executivo e Judiciário e disponibilizar seu
Humanos da Presidência da República; Ministério da acesso à sociedade.
Justiça Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico IV: Garantia de acesso Objetivo estratégico VI: Acesso à Justiça no campo
universal ao sistema judiciário. e na cidade.
Ações programáticas:
a) Propor a ampliação da atuação da Defensoria Ações programáticas:
Pública da União. a) Assegurar a criação de marco legal para a
Responsável: Ministério da Justiça prevenção e mediação de conflitos fundiários
b) Fomentar parcerias entre Municípios e entidades urbanos, garantindo o devido processo legal e a
de proteção dos Direitos Humanos para atendimento função social da propriedade.
da população com dificuldade de acesso ao sistema Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das
de justiça, com base no mapeamento das principais Cidades
demandas da população local e no estabelecimento b) Propor projeto de lei voltado a regulamentar o
de estratégias para atendimento e ações educativas cumprimento de mandados de reintegração de
e informativas. posse ou correlatos, garantindo a observância do
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria respeito aos Direitos Humanos.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das
República Cidades; Ministério do Desenvolvimento Agrário
c) Apoiar a capacitação periódica e constante dos c) Promover o diálogo com o Poder Judiciário para a
operadores do Direito e servidores da Justiça na elaboração de procedimento para o enfrentamento
aplicação dos Direitos Humanos voltada para a de casos de conflitos fundiários coletivos urbanos e
composição de conflitos. rurais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério da
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Justiça; Ministério do Desenvolvimento Agrário
República d) Propor projeto de lei para institucionalizar a
utilização da mediação nas demandas de conflitos

310
VADE MECUM – Agente da PCDF

coletivos agrários e urbanos, priorizando a oitiva do O PNEDH, refletido neste programa, se desdobra em
INCRA, institutos de terras estaduais, Ministério cinco grandes áreas:
Público e outros órgãos públicos especializados, sem Na educação básica, a ênfase do PNDH-3 é
prejuízo de outros meios institucionais para solução possibilitar, desde a infância, a formação de sujeitos
de conflitos. (Ação programática com redação dada pelo de direito, priorizando as populações historicamente
Decreto nº 7.177, de 12/5/2010) vulnerabilizadas. A troca de experiências entre
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento crianças de diferentes raças e etnias, imigrantes, com
Agrário; Ministério da Justiça deficiência física ou mental, fortalece, desde cedo,
EIXO ORIENTADOR V: EDUCAÇÃO E CULTURA sentimento de convivência pacífica. Conhecer o
EM DIREITOS HUMANOS diferente, desde a mais tenra idade, é perder o medo
A educação e a cultura em Direitos Humanos visam à do desconhecido, formar opinião respeitosa e
formação de nova mentalidade coletiva para o combater o preconceito, às vezes arraigado na
exercício da solidariedade, do respeito às própria família.
diversidades e da tolerância. Como processo No PNDH-3, essa concepção se traduz em propostas
sistemático e multidimensional que orienta a de mudanças curriculares, incluindo a educação
formação do sujeito de direitos, seu objetivo é transversal e permanente nos temas ligados aos
combater o preconceito, a discriminação e a Direitos Humanos e, mais especificamente, o estudo
violência, promovendo a adoção de novos valores de da temática de gênero e orientação sexual, das
liberdade, justiça e igualdade. culturas indígena e afro-brasileira entre as disciplinas
A educação em Direitos Humanos, como canal do ensino fundamental e médio.
estratégico capaz de produzir uma sociedade No ensino superior, as metas previstas visam a incluir
igualitária, extrapola o direito à educação os Direitos Humanos, por meio de diferentes
permanente e de qualidade. Trata-se de mecanismo modalidades como disciplinas, linhas de pesquisa,
que articula, entre outros elementos: a) a apreensão áreas de concentração, transversalização incluída
de conhecimentos historicamente construídos sobre nos projetos acadêmicos dos diferentes cursos de
Direitos Humanos e a sua relação com os contextos graduação e pós-graduação, bem como em
internacional, regional, nacional e local; b) a programas e projetos de extensão.
afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que A educação não formal em Direitos Humanos é
expressem a cultura dos Direitos Humanos em todos orientada pelos princípios da emancipação e da
os espaços da sociedade; c) a formação de autonomia, configurando-se como processo de
consciência cidadã capaz de se fazer presente nos sensibilização e formação da consciência crítica.
níveis cognitivo, social, ético e político; d) o Desta forma, o PNDH-3 propõe inclusão da temática
desenvolvimento de processos metodológicos de Educação em Direitos Humanos nos programas
participativos e de construção coletiva, utilizando de capacitação de lideranças comunitárias e nos
linguagens e materiais didáticos contextualizados; e) programas de qualificação profissional,
o fortalecimento de políticas que gerem ações e alfabetização de jovens e adultos, entre outros.
instrumentos em favor da promoção, da proteção e Volta-se, especialmente, para o estabelecimento de
da defesa dos Direitos Humanos, bem como da diálogo e parcerias permanentes como o vasto leque
reparação das violações. brasileiro de movimentos populares, sindicatos,
O PNDH-3 dialoga com o Plano Nacional de igrejas, ONGs, clubes, entidades empresariais e toda
Educação em Direitos Humanos (PNEDH) como sorte de agrupamentos da sociedade civil que
referência para a política nacional de Educação e desenvolvem atividades formativas em seu
Cultura em Direitos Humanos, estabelecendo os cotidiano.
alicerces a serem adotados nos âmbitos nacional, A formação e a educação continuada em Direitos
estadual, distrital e municipal. Humanos, com recortes de gênero, relações étnico-

311
VADE MECUM – Agente da PCDF

raciais e de orientação sexual, em todo o serviço Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
público, especialmente entre os agentes do sistema Humanos da Presidência da República; Ministério da
de Justiça de segurança pública, são fundamentais Educação; Ministério da Justiça
para consolidar o Estado Democrático e a proteção d) Apoiar técnica e financeiramente iniciativas em
do direito à vida e à dignidade, garantindo educação em Direitos Humanos, que estejam em
tratamento igual a todas as pessoas e o consonância com o PNEDH.
funcionamento de sistemas de Justiça que Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
promovam os Direitos Humanos. Humanos da Presidência da República; Ministério da
Por fim, aborda-se o papel estratégico dos meios de Educação; Ministério da Justiça
comunicação de massa, no sentido de construir ou e) Incentivar a criação e investir no fortalecimento
desconstruir ambiente nacional e cultura social de dos comitês de educação em Direitos Humanos em
respeito e proteção aos Direitos Humanos. Daí a todos os Estados e no Distrito Federal, como órgãos
importância primordial de introduzir mudanças que consultivos e propositivos da política de educação
assegurem ampla democratização desses meios, em Direitos Humanos.
bem como de atuar permanentemente junto a todos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
os profissionais e empresas do setor (seminários, Humanos da Presidência da República; Ministério da
debates, reportagens, pesquisas e conferências) , Justiça
buscando sensibilizar e conquistar seu compromisso Objetivo Estratégico II: Ampliação de mecanismos
ético com a afirmação histórica dos Direitos e produção de materiais pedagógicos e didáticos
Humanos. para Educação em Direitos Humanos.
Ações programáticas:
DIRETRIZ 18: Efetivação das diretrizes e dos
a) Incentivar a criação de programa nacional de
princípios da política nacional de educação em
formação em educação em Direitos Humanos.
Direitos Humanos para fortalecer cultura de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
direitos.
Humanos da Presidência da República; Ministério da
Objetivo estratégico I: Implementação do Plano
Educação; Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Nacional de Educação em Direitos Humanos -
de Políticas para as Mulheres da Presidência da
PNEDH
República
b) Estimular a temática dos Direitos Humanos nos
Ações programáticas:
editais de avaliação e seleção de obras didáticas do
a) Desenvolver ações programáticas e promover
sistema de ensino.
articulação que viabilizem a implantação e a
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
implementação do PNEDH.
Humanos da Presidência da República; Ministério da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Educação;
Humanos da Presidência da República; Ministério da
c) Estabelecer critérios e indicadores de avaliação de
Educação; Ministério da Justiça
publicações na temática de Direitos Humanos para o
b) Implantar mecanismos e instrumentos de
monitoramento da escolha de livros didáticos no
monitoramento, avaliação e atualização do PNEDH,
sistema de ensino.
em processos articulados de mobilização nacional.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério da
Humanos da Presidência da República; Ministério da
Educação
Educação; Ministério da Justiça
d) Atribuir premiação anual de educação em Direitos
c) Fomentar e apoiar a elaboração de planos
Humanos, como forma de incentivar a prática de
estaduais e municipais de educação em Direitos
ações e projetos de educação e cultura em Direitos
Humanos.
Humanos.

312
VADE MECUM – Agente da PCDF

Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Ações Programáticas:


Humanos da Presidência da República; Ministério da a) Estabelecer diretrizes curriculares para todos os
Educação níveis e modalidades de ensino da educação básica
e) Garantir a continuidade da "Mostra Cinema e para a inclusão da temática de educação e cultura em
Direitos Humanos na América do Sul" e o "Festival Direitos Humanos, promovendo o reconhecimento e
dos Direitos Humanos" como atividades culturais o respeito das diversidades de gênero, orientação
para difusão dos Direitos Humanos. sexual, identidade de gênero, geracional, étnico-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos racial, religiosa, com educação igualitária, não
Humanos da Presidência da República discriminatória e democrática.
f) Consolidar a revista "Direitos Humanos" como Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
instrumento de educação e cultura em Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
Humanos, garantindo o caráter representativo e Educação; Secretaria Especial de Políticas para as
plural em seu conselho editorial. Mulheres da Presidência da República
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos b) Promover a inserção da educação em Direitos
Humanos da Presidência da República Humanos nos processos de formação inicial e
g) Produzir recursos pedagógicos e didáticos continuada de todos os profissionais da educação,
especializados e adquirir materiais e equipamentos que atuam nas redes de ensino e nas unidades
em formato acessível para a educação em Direitos responsáveis por execução de medidas
Humanos, para todos os níveis de ensino. socioeducativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério da Humanos da Presidência da República; Ministério da
Educação Educação
h) Publicar materiais pedagógicos e didáticos para a c) Incluir, nos programas educativos, o direito ao
educação em Direitos Humanos em formato meio ambiente como Direito Humano.
acessível para as pessoas com deficiência, bem como Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente;
promover o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
em eventos ou divulgação em mídia. Presidência da República; Ministério da Educação
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos d) Incluir conteúdos, recursos, metodologias e
Humanos da Presidência da República; Ministério da formas de avaliação da educação em Direitos
Educação. Humanos nos sistemas de ensino da educação
i) Fomentar o acesso de estudantes, professores e básica.
demais profissionais da educação às tecnologias da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
informação e comunicação. Humanos da Presidência da República; Ministério da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Educação
Humanos da Presidência da República; Ministério da e) Desenvolver ações nacionais de elaboração de
Educação estratégias de mediação de conflitos e de Justiça
Restaurativa nas escolas, e outras instituições
DIRETRIZ 19: Fortalecimento dos princípios da
formadoras e instituições de ensino superior,
democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas
inclusive promovendo a capacitação de docentes
de educação básica, nas instituições de ensino
para a identificação de violência e abusos contra
superior e outras instituições formadoras.
crianças e adolescentes, seu encaminhamento
Objetivo Estratégico I: Inclusão da temática de
adequado e a reconstrução das relações no âmbito
Educação e Cultura em Direitos Humanos nas
escolar.
escolas de educação básica e em outras
instituições formadoras.

313
VADE MECUM – Agente da PCDF

Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos interdisciplinar para a educação em Direitos


Humanos da Presidência da República; Ministério da Humanos nas Instituições de Ensino Superior.
Educação; Ministério da Justiça Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
f) Publicar relatório periódico de acompanhamento Humanos da Presidência da República; Ministério da
da inclusão da temática dos Direitos Humanos na Educação
educação formal que contenha, pelo menos, as c) Elaborar relatórios sobre a inclusão da temática
seguintes informações: dos Direitos Humanos no ensino superior, contendo
- Número de Estados e Municípios que informações sobre a existência de ouvidorias e sobre
possuem planos de educação em Direitos o número de:
Humanos; - cursos de pós-graduação com áreas de
- Existência de normas que incorporam a concentração em Direitos Humanos;
temática de Direitos Humanos nos currículos - grupos de pesquisa em Direitos Humanos;
escolares; - cursos com a transversalização dos Direitos
- Documentos que atestem a existência de Humanos nos projetos políticos
comitês de educação em Direitos Humanos; pedagógicos;
- Documentos que atestem a existência de - disciplinas em Direitos Humanos;
órgãos governamentais especializados em - teses e dissertações defendidas;
educação em Direitos Humanos. - associações e instituições dedicadas ao
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos tema e com as quais os docentes e
Humanos da Presidência da República pesquisadores tenham vínculo;
g) Desenvolver e estimular ações de enfrentamento - núcleos e comissões que atuam em Direitos
ao bullying e ao cyberbulling. Humanos;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos - educadores com ações no tema Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério da Humanos;
Educação - projetos de extensão em Direitos Humanos;
h) Implementar e acompanhar a aplicação das leis Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria
que dispõem sobre a inclusão da história e cultura Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
afro-brasileira e dos povos indígenas em todos os República
níveis e modalidades da educação básica. d) Fomentar a realização de estudos, pesquisas e a
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos implementação de projetos de extensão sobre o
Humanos da Presidência da República; Ministério da período do regime 1964-1985, bem como apoiar a
Educação produção de material didático, a organização de
Objetivo Estratégico II: Inclusão da temática da acervos históricos e a criação de centros de
Educação em Direitos Humanos nos cursos das referências.
Instituições de Ensino Superior. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Ações Programáticas: Humanos da Presidência da República; Ministério da
a) Propor a inclusão da temática da educação em Educação; Ministério da Justiça
Direitos Humanos nas diretrizes curriculares e) Incentivar a realização de estudos, pesquisas e
nacionais dos cursos de graduação. produção bibliográfica sobre a história e a presença
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos das populações tradicionais.
Humanos da Presidência da República; Ministério da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Educação Humanos da Presidência da República; Ministério da
b) Incentivar a elaboração de metodologias Educação; Secretaria Especial de Políticas de
pedagógicas de caráter transdisciplinar e Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
República; Ministério da Justiça

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Objetivo Estratégico III: Incentivo à Objetivo Estratégico I: Inclusão da temática da


transdisciplinariedade e transversalidade nas educação em Direitos Humanos na educação não
atividades acadêmicas em Direitos Humanos. formal.
Ações Programáticas: Ações programáticas:
a) Incentivar o desenvolvimento de cursos de a) Fomentar a inclusão da temática de Direitos
graduação, de formação continuada e programas de Humanos na educação não formal, nos programas de
pós-graduação em Direitos Humanos. qualificação profissional, alfabetização de jovens e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos adultos, extensão rural, educação social comunitária
Humanos da Presidência da República; Ministério da e de cultura popular.
Educação; Secretaria Especial de Políticas de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Humanos da Presidência da República; Ministério do
República; Secretaria Especial de Políticas para as Desenvolvimento Agrário; Secretaria Especial de
Mulheres da Presidência da República Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
b) Fomentar núcleos de pesquisa de educação em Presidência da República; Ministério da Cultura;
Direitos Humanos em instituições de ensino superior Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
e escolas públicas e privadas, estruturando-as com Presidência da República
equipamentos e materiais didáticos. b) Apoiar iniciativas de educação popular em Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos desenvolvidas por organizações
Humanos da Presidência da República; Ministério da comunitárias, movimentos sociais, organizações não
Educação; Ministério da Ciência e Tecnologia governamentais e outros agentes organizados da
c) Fomentar e apoiar, no Conselho Nacional de sociedade civil.
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Humanos da Presidência da República; Secretaria
Nível Superior (Capes) , a criação da área "Direitos Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Humanos" como campo de conhecimento Racial da Presidência da República; Secretaria
transdisciplinar e recomendar às agências de Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
fomento que abram linhas de financiamento para da República; Ministério da Cultura; Ministério da
atividades de ensino, pesquisa e extensão em Justiça
Direitos Humanos. c) Apoiar e promover a capacitação de agentes
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos multiplicadores para atuarem em projetos de
Humanos da Presidência da República; Ministério da educação em Direitos Humanos.
Educação; Ministério da Fazenda Responsável: Secretaria Especial dos Direitos
d) Implementar programas e ações de fomento à Humanos da Presidência da República
extensão universitária em direitos humanos, para d) Apoiar e desenvolver programas de formação em
promoção e defesa dos Direitos Humanos e o comunicação e Direitos Humanos para
desenvolvimento da cultura e educação em Direitos comunicadores comunitários.
Humanos. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério
Humanos da Presidência da República; Ministério da das Comunicações; Ministério da Cultura
Educação e) Desenvolver iniciativas que levem a incorporar a
temática da educação em Direitos Humanos nos
DIRETRIZ 20: Reconhecimento da educação não
programas de inclusão digital e de educação à
formal como espaço de defesa e promoção dos
distância.
Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério da

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Educação; Ministério das Comunicações; Ministério a) Apoiar e desenvolver atividades de formação e


de Ciência e Tecnologia capacitação continuadas interdisciplinares em
f) Apoiar a incorporação da temática da educação em Direitos Humanos para servidores públicos.
Direitos Humanos nos programas e projetos de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
esporte, lazer e cultura como instrumentos de Humanos da Presidência da República; Ministério da
inclusão social. Educação; Ministério da Justiça; Ministério da Saúde;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
Humanos da Presidência da República; Ministério da Ministério das Relações Exteriores
Educação; Ministério da Cultura; Ministério do b) Incentivar a inserção da temática dos Direitos
Esporte Humanos nos programas das escolas de formação de
g) Fortalecer experiências alternativas de educação servidores vinculados aos órgãos públicos federais.
para os adolescentes, bem como para monitores e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
profissionais do sistema de execução de medidas Humanos da Presidência da República; Secretaria
socioeducativas. Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos da República; Secretaria Especial de Políticas de
Humanos da Presidência da República; Ministério da Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Educação; Ministério da Justiça República
Objetivo estratégico II: Resgate da memória por c) Publicar materiais didático-pedagógicos sobre
meio da reconstrução da história dos movimentos Direitos Humanos e função pública, desdobrando
sociais. temas e aspectos adequados ao diálogo com as
Ações programáticas: várias áreas de atuação dos servidores públicos.
a) Promover campanhas e pesquisas sobre a história Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
dos movimentos de grupos historicamente Humanos da Presidência da República; Ministério do
vulnerabilizados, tais como o segmento LGBT, Planejamento, Orçamento e Gestão
movimentos de mulheres, quebradeiras de coco, Objetivo Estratégico II: Formação adequada e
castanheiras, ciganos, entre outros. qualificada dos profissionais do sistema de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos segurança pública.
Humanos da Presidência da República; Secretaria Ações programáticas:
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência a) Oferecer, continuamente e permanentemente,
da República cursos em Direitos Humanos para os profissionais do
b) Apoiar iniciativas para a criação de museus sistema de segurança pública e justiça criminal.
voltados ao resgate da cultura e da história dos Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
movimentos sociais. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Cultura; Secretaria República; Secretaria Especial de Políticas para as
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Mulheres da Presidência da República; Secretaria
República Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial da Presidência da República
DIRETRIZ 21: Promoção da Educação em Direitos
b) Oferecer permanentemente cursos de
Humanos no serviço público.
especialização aos gestores, policiais e demais
Objetivo Estratégico I: Formação e capacitação
profissionais do sistema de segurança pública.
continuada dos servidores públicos em Direitos
Responsável: Ministério da Justiça
Humanos, em todas as esferas de governo.
c) Publicar materiais didático-pedagógicos sobre
Ações programáticas:
segurança pública e Direitos Humanos.

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Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria programação e publicidade atentatórias aos Direitos


Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Humanos.
República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
d) Incentivar a inserção da temática dos Direitos Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Humanos nos programas das escolas de formação República
inicial e continuada dos membros das Forças c) Suspender patrocínio e publicidade oficial em
Armadas. meios que veiculam programações atentatórias aos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Direitos Humanos.
Humanos da Presidência da República; Ministério da Responsáveis: Ministério das Comunicações;
Defesa Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
e) Criar escola nacional de polícia para educação Presidência da República; Ministério da Justiça
continuada dos profissionais do sistema de d) (Ação programática revogada pelo Decreto nº 7.177, de
segurança pública, com enfoque prático. 12/5/2010)

Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério das Comunicações;


f) Apoiar a capacitação de policiais em direitos das Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
crianças, em aspectos básicos do desenvolvimento Presidência da República; Secretaria Especial de
infantil e em maneiras de lidar com grupos em Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
situação de vulnerabilidade, como crianças e Presidência da República; Secretaria Especial de
adolescentes em situação de rua, vítimas de Políticas para as Mulheres da Presidência da
exploração sexual e em conflito com a lei. República; Ministério da Cultura; Ministério da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Justiça
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da e) Desenvolver programas de formação nos meios de
República comunicação públicos como instrumento de
informação e transparência das políticas públicas, de
DIRETRIZ 22: Garantia do direito à comunicação
inclusão digital e de acessibilidade.
democrática e ao acesso à informação para
Responsáveis: Ministério das Comunicações;
consolidação de uma cultura em Direitos
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Humanos.
Presidência da República; Ministério da Cultura;
Objetivo Estratégico I: Promover o respeito aos
Ministério da Justiça
Direitos Humanos nos meios de comunicação e o
f) Avançar na regularização das rádios comunitárias e
cumprimento de seu papel na promoção da cultura
promover incentivos para que se afirmem como
em Direitos Humanos.
instrumentos permanentes de diálogo com as
Ações Programáticas:
comunidades locais.
a) Propor a criação de marco legal, nos termos do art.
Responsáveis: Ministério das Comunicações;
221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio
Presidência da República; Ministério da Cultura;
e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados.
Ministério da Justiça
(Ação programática com redação dada pelo Decreto nº 7.177, de
12/5/2010) g) Promover a eliminação das barreiras que impedem
Responsáveis: Ministério das Comunicações; o acesso de pessoas com deficiência sensorial à
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da programação em todos os meios de comunicação e
Presidência da República; Ministério da Justiça; informação, em conformidade com o Decreto no
Ministério da Cultura 5.296/2004, bem como acesso a novos sistemas e
b) Promover diálogo com o Ministério Público para tecnologias, incluindo Internet.
proposição de ações objetivando a suspensão de

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Responsáveis: Ministério das Comunicações; relacionados aos crimes praticados e não permite à
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da sociedade elaborar seus próprios conceitos sobre
Presidência da República; Ministério da Justiça aquele período.
A história que não é transmitida de geração a
Objetivo Estratégico II: Garantia do direito à geração torna-se esquecida e silenciada. O silêncio e
comunicação democrática e ao acesso à o esquecimento das barbáries geram graves lacunas
informação. na experiência coletiva de construção da identidade
Ações Programáticas: nacional. Resgatando a memória e a verdade, o País
a) Promover parcerias com entidades associativas de adquire consciência superior sobre sua própria
mídia, profissionais de comunicação, entidades identidade, a democracia se fortalece. As tentações
sindicais e populares para a produção e divulgação de totalitárias são neutralizadas e crescem as
materiais sobre Direitos Humanos. possibilidades de erradicação definitiva de alguns
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos resquícios daquele período sombrio, como a tortura,
Humanos da Presidência da República; Ministério da por exemplo, ainda persistente no cotidiano
Cultura; Ministério das Comunicações brasileiro.
b) Incentivar pesquisas regulares que possam O trabalho de reconstituir a memória exige revisitar
identificar formas, circunstâncias e características de o passado e compartilhar experiências de dor,
violações dos Direitos Humanos na mídia. violência e mortes. Somente depois de lembrá-las e
Responsáveis: Ministério das Comunicações; fazer seu luto, será possível superar o trauma
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da histórico e seguir adiante. A vivência do sofrimento e
Presidência da República das perdas não pode ser reduzida a conflito privado e
c) Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e subjetivo, uma vez que se inscreveu num contexto
similares, voltada para a educação em Direitos social, e não individual.
Humanos e que reconstrua a história recente do A compreensão do passado por intermédio da
autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas narrativa da herança histórica e pelo reconhecimento
populares de organização e de resistência. oficial dos acontecimentos possibilita aos cidadãos
Responsáveis: Ministério das Comunicações; construírem os valores que indicarão sua atuação no
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da presente. O acesso a todos os arquivos e documentos
Presidência da República; Ministério da Cultura; produzidos durante o regime militar é fundamental
Ministério da Justiça no âmbito das políticas de proteção dos Direitos
Humanos.
EIXO ORIENTADOR VI: DIREITO À MEMÓRIA E À
VERDADE Desde os anos 1990, a persistência de familiares de
mortos e desaparecidos vem obtendo vitórias
A investigação do passado é fundamental para a
significativas nessa luta, com abertura de
construção da cidadania. Estudar o passado, resgatar
importantes arquivos estaduais sobre a repressão
sua verdade e trazer à tona seus acontecimentos
política do regime ditatorial. Em dezembro de 1995,
caracterizam forma de transmissão de experiência
coroando difícil e delicado processo de discussão
histórica, que é essencial para a constituição da
entre esses familiares, o Ministério da Justiça e o
memória individual e coletiva.
Poder Legislativo Federal, foi aprovada a Lei no
O Brasil ainda processa com dificuldades o resgate da
9.140/95, que reconheceu a responsabilidade do
memória e da verdade sobre o que ocorreu com as
Estado brasileiro pela morte de opositores ao regime
vítimas atingidas pela repressão política durante o
de 1964.
regime de 1964. A impossibilidade de acesso a todas
Essa Lei instituiu Comissão Especial com poderes
as informações oficiais impede que familiares de
para deferir pedidos de indenização das famílias de
mortos e desaparecidos possam conhecer os fatos
uma lista inicial de 136 pessoas e julgar outros casos

318
VADE MECUM – Agente da PCDF

apresentados para seu exame. No art. 4o, inciso II, a no Brasil", que discutiu a interpretação da Lei de
Lei conferiu à Comissão Especial também a Anistia de 1979 no que se refere à controvérsia
incumbência de envidar esforços para a localização jurídica e política, envolvendo a prescrição ou
dos corpos de pessoas desaparecidas no caso de imprescritibilidade dos crimes de tortura.
existência de indícios quanto ao local em que possam A Comissão de Anistia já realizou setecentas sessões
estar depositados. de julgamento e promoveu, desde 2008, trinta
Em 24 de agosto de 2001, foi criada, pela Medida caravanas, possibilitando a participação da
Provisória no 2151-3, a Comissão de Anistia do sociedade nas discussões, e contribuindo para a
Ministério da Justiça. Esse marco legal foi reeditado divulgação do tema no País. Até 1o de novembro de
pela Medida Provisória no 65, de 28 de agosto de 2009, já haviam sido apreciados por essa Comissão
2002, e finalmente convertido na Lei no 10.559, de 13 mais de cinquenta e dois mil pedidos de concessão de
de novembro de 2002. Essa norma regulamentou o anistia, dos quais quase trinta e cinco mil foram
art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais deferidos e cerca de dezessete mil, indeferidos.
Transitórias (ADCT) da Constituição de 1988, que Outros doze mil pedidos aguardavam julgamento,
previa a concessão de anistia aos que foram sendo possível, ainda, a apresentação de novas
perseguidos em decorrência de sua oposição política. solicitações. Em julho de 2009, em Belo Horizonte, o
Em dezembro de 2005, o Governo Federal Ministro de Estado da Justiça realizou audiência
determinou que os três arquivos da Agência pública de apresentação do projeto Memorial da
Brasileira de Inteligência (ABIN) fossem entregues ao Anistia Política do Brasil, envolvendo a remodelação
Arquivo Nacional, subordinado à Casa Civil, onde e construção de novo edifício junto ao antigo
passaram a ser organizados e digitalizados. "Coleginho" da Universidade Federal de Minas Gerais
Em agosto de 2007, em ato oficial coordenado pelo (UFMG) , onde estará disponível para pesquisas todo
Presidente da República, foi lançado, pela Secretaria o acervo da Comissão de Anistia.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da No âmbito da sociedade civil, foram levadas ao Poder
República e pela Comissão Especial sobre Mortos e Judiciário importantes ações que provocaram debate
Desaparecidos Políticos, o livro-relatório "Direito à sobre a interpretação das leis e a apuração de
Memória e à Verdade", registrando os onze anos de responsabilidades. Em 1982, um grupo de familiares
trabalho daquela Comissão e resumindo a história entrou com ação na Justiça Federal para a abertura
das vítimas da ditadura no Brasil. de arquivos e localização dos restos mortais dos
A trajetória de estudantes, profissionais liberais, mortos e desaparecidos políticos no episódio
trabalhadores e camponeses que se engajaram no conhecido como "Guerrilha do Araguaia". Em 2003,
combate ao regime militar aparece como foi proferida sentença condenando a União, que
documento oficial do Estado brasileiro. O Ministério recorreu e, posteriormente, criou Comissão
da Educação e a Secretaria Especial dos Direitos Interministerial pelo Decreto no 4.850, de 2 de
Humanos formularam parceria para criar portal que outubro de 2003, com a finalidade de obter
incluirá o livro-relatório, ampliado com abordagem informações que levassem à localização dos restos
que apresenta o ambiente político, econômico, social mortais de participantes da "Guerrilha do Araguaia".
e principalmente os aspectos culturais do período. Os trabalhos da Comissão Interministerial
Serão distribuídas milhares de cópias desse material encerraram-se em março de 2007, com a divulgação
em mídia digital para estudantes de todo o País. de seu relatório final.
Em julho de 2008, o Ministério da Justiça e a Em agosto de 1995, o Centro de Estudos para a
Comissão de Anistia promoveram audiência pública Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e a Human
sobre "Limites e Possibilidades para a Rights Watch/América (HRWA) , em nome de um
Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores grupo de familiares, apresentaram petição à
de Direitos Humanos durante o Estado de Exceção Comissão Interamericana de Direitos Humanos

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VADE MECUM – Agente da PCDF

(CIDH) , denunciando o desaparecimento de Em maio de 2009, o Presidente da República


integrantes da "Guerrilha do Araguaia". Em 31 de coordenou o ato de lançamento do projeto Memórias
outubro de 2008, a CIDH expediu o Relatório de Reveladas, sob responsabilidade da Casa Civil, que
Mérito no 91/08, onde fez recomendações ao Estado interliga digitalmente o acervo recolhido ao Arquivo
brasileiro. Em 26 de março de 2009, a CIDH Nacional após dezembro de 2005, com vários outros
submeteu o caso à Corte Interamericana de Direitos arquivos federais sobre a repressão política e com
Humanos, requerendo declaração de arquivos estaduais de quinze unidades da federação,
responsabilidade do Estado brasileiro sobre superando cinco milhões de páginas de documentos
violações de direitos humanos ocorridas durante as (www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br) .
operações de repressão àquele movimento. Cabe, agora, completar esse processo mediante
Em 2005 e 2008, duas famílias iniciaram, na Justiça recolhimento ao Arquivo Nacional de todo e
Civil, ações declaratórias para o reconhecimento das qualquer documento indevidamente retido ou
torturas sofridas por seus membros, indicando o ocultado, nos termos da Portaria Interministerial
responsável pelas sevícias. Ainda em 2008, o assinada na mesma data daquele lançamento. Cabe
Ministério Público Federal em São Paulo propôs Ação também sensibilizar o Legislativo pela aprovação do
Civil Pública contra dois oficiais do exército acusados Projeto de Lei no 5.228/2009, assinado pelo
de determinarem prisão ilegal, tortura, homicídio e Presidente da República, que introduz avanços
desaparecimento forçado de dezenas de cidadãos. democratizantes nas normas reguladoras do direito
Tramita também, no âmbito do Supremo Tribunal de acesso à informação.
Federal, Arguição de Descumprimento de Preceito Iimportância superior nesse resgate da história
Fundamental, proposta pelo Conselho Federal da nacional está no imperativo de localizar os restos
Ordem dos Advogados do Brasil, que solicita a mais mortais de pelo menos cento e quarenta brasileiros e
alta corte brasileira posicionamento formal para brasileiras que foram mortos pelo aparelho de
saber se, em 1979, houve ou não anistia dos agentes repressão do regime ditatorial. A partir de junho de
públicos responsáveis pela prática de tortura, 2009, a Secretaria de Comunicação Social da
homicídio, desaparecimento forçado, abuso de Presidência da República planejou, concebeu e
autoridade, lesões corporais e estupro contra veiculou abrangente campanha publicitária de
opositores políticos, considerando, sobretudo, os televisão, internet, rádio, jornais e revistas de todo o
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e Brasil buscando sensibilizar os cidadãos sobre essa
a insuscetibilidade de graça ou anistia do crime de questão. As mensagens solicitavam que informações
tortura. sobre a localização de restos mortais ou sobre
Em abril de 2009, o Ministério da Defesa, no contexto qualquer documento e arquivos envolvendo assuntos
da decisão transitada em julgado da referida ação da repressão política entre 1964 e 1985 sejam
judicial de 1982, criou Grupo de Trabalho para encaminhados ao Memórias Reveladas. Seu
realizar buscas de restos mortais na região do propósito é assegurar às famílias o exercício do
Araguaia, sendo que, por ordem expressa do direito sagrado de prantear seus entes queridos e
Presidente da República, foi instituído Comitê promover os ritos funerais, sem os quais desaparece
Interinstitucional de Supervisão, com representação a certeza da morte e se perpetua angústia que
dos familiares de mortos e desaparecidos políticos, equivale a nova forma de tortura.
para o acompanhamento e orientação dos trabalhos. As violações sistemáticas dos Direitos Humanos pelo
Após três meses de buscas intensas, sem que tenham Estado durante o regime ditatorial são
sido encontrados restos mortais, os trabalhos foram desconhecidas pela maioria da população, em
temporariamente suspensos devido às chuvas na especial pelos jovens. A radiografia dos atingidos
região, prevendo-se sua retomada ao final do pela repressão política ainda está longe de ser
primeiro trimestre de 2010. concluída, mas calcula-se que pelo menos cinquenta

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VADE MECUM – Agente da PCDF

mil pessoas foram presas somente nos primeiros do Ministério da Defesa, da Secretaria Especial dos
meses de 1964; cerca de vinte mil brasileiros foram Direitos Humanos da Presidência da República, do
submetidos a torturas e cerca de quatrocentos presidente da Comissão Especial sobre Mortos e
cidadãos foram mortos ou estão desaparecidos. Desaparecidos Políticos, criada pela Lei no 9.140/95
Ocorreram milhares de prisões políticas não e de representante da sociedade civil, indicado por
registradas, cento e trinta banimentos, quatro mil, esta Comissão Especial;
oitocentos e sessenta e duas cassações de mandatos - Com o objetivo de promover o maior intercâmbio
políticos, uma cifra incalculável de exílios e de informações e a proteção mais eficiente dos
refugiados políticos. Direitos Humanos, a Comissão Nacional da Verdade
As ações programáticas deste eixo orientador têm estabelecerá coordenação com as atividades
como finalidade assegurar o processamento desenvolvidas pelos seguintes órgãos:
democrático e republicano de todo esse período da - Arquivo Nacional, vinculado à Casa Civil da
história brasileira, para que se viabilize o desejável Presidência da República;
sentimento de reconciliação nacional. E para se - Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da
construir consenso amplo no sentido de que as Justiça;
violações sistemáticas de Direitos Humanos - Comissão Especial criada pela Lei no 9.140/95,
registradas entre 1964 e 1985, bem como no período vinculada à Secretaria Especial dos Direitos
do Estado Novo, não voltem a ocorrer em nosso País, Humanos da Presidência da República;
nunca mais. - Comitê Interinstitucional de Supervisão instituído
pelo Decreto Presidencial de 17 de julho de 2009;
DIRETRIZ 23: Reconhecimento da memória e da
- Grupo de Trabalho instituído pela Portaria no
verdade como Direito Humano da cidadania e
567/MD, de 29 de abril de 2009, do Ministro de
dever do Estado.
Estado da Defesa;
Objetivo Estratégico I: Promover a apuração e o
- No exercício de suas atribuições, a Comissão
esclarecimento público das violações de Direitos
Nacional da Verdade poderá realizar as seguintes
Humanos praticadas no contexto da repressão
atividades:
política ocorrida no Brasil no período fixado pelo
- requisitar documentos públicos, com a colaboração
art. 8o do ADCT da Constituição, a fim de efetivar
das respectivas autoridades, bem como requerer ao
o direito à memória e à verdade histórica e
Judiciário o acesso a documentos privados;
promover a reconciliação nacional.
- colaborar com todas as instâncias do Poder Público
Ação Programática:
para a apuração de violações de Direitos Humanos,
a) Designar grupo de trabalho composto por
observadas as disposições da Lei no 6.683, de 28 de
representantes da Casa Civil, do Ministério da
agosto de 1979;
Justiça, do Ministério da Defesa e da Secretaria
- promover, com base em seus informes, a
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
reconstrução da história dos casos de violação de
República, para elaborar, até abril de 2010, projeto de
Direitos Humanos, bem como a assistência às vítimas
lei que institua Comissão Nacional da Verdade,
de tais violações;
composta de forma plural e suprapartidária, com
- promover, com base no acesso às informações, os
mandato e prazo definidos, para examinar as
meios e recursos necessários para a localização e
violações de Direitos Humanos praticadas no
identificação de corpos e restos mortais de
contexto da repressão política no período
desaparecidos políticos;
mencionado, observado o seguinte:
- identificar e tornar públicas as estruturas utilizadas
- O grupo de trabalho será formado por
para a prática de violações de Direitos Humanos,
representantes da Casa Civil da Presidência da
suas ramificações nos diversos aparelhos do Estado e
República, que o presidirá, do Ministério da Justiça,
em outras instâncias da sociedade;

321
VADE MECUM – Agente da PCDF

- registrar e divulgar seus procedimentos oficiais, a c) Identificar e tornar públicos as estruturas, os locais,
fim de garantir o esclarecimento circunstanciado de as instituições e as circunstâncias relacionados à
torturas, mortes e desaparecimentos, devendo-se prática de violações de direitos humanos, suas
discriminá-los e encaminhá-los aos órgãos eventuais ramificações nos diversos aparelhos
competentes; estatais e na sociedade, bem como promover, com
- apresentar recomendações para promover a efetiva base no acesso às informações, os meios e recursos
reconciliação nacional e prevenir no sentido da não necessários para a localização e identificação de
repetição de violações de Direitos Humanos. corpos e restos mortais de desaparecidos políticos.
- A Comissão Nacional da Verdade deverá (Ação programática com redação dada pelo Decreto nº 7.177, de
12/5/2010)
apresentar, anualmente, relatório circunstanciado
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
que exponha as atividades realizadas e as respectivas
Humanos da Presidência da República; Casa Civil da
conclusões, com base em informações colhidas ou
Presidência da República; Ministério da Justiça;
recebidas em decorrência do exercício de suas
Secretaria de Relações Institucionais da Presidência
atribuições.
da República
DIRETRIZ 24: Preservação da memória histórica e d) Criar e manter museus, memoriais e centros de
construção pública da verdade. documentação sobre a resistência à ditadura.
Objetivo Estratégico I: Incentivar iniciativas de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
preservação da memória histórica e de construção Humanos da Presidência da República; Ministério da
pública da verdade sobre períodos autoritários. Justiça; Ministério da Cultura; Secretaria de Relações
Ações programáticas: Institucionais da Presidência da República
a) Disponibilizar linhas de financiamento para a e) Apoiar técnica e financeiramente a criação de
criação de centros de memória sobre a repressão observatórios do Direito à Memória e à Verdade nas
política, em todos os Estados, com projetos de universidades e em organizações da sociedade civil.
valorização da história cultural e de socialização do Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
conhecimento por diversos meios de difusão. Humanos da Presidência da República; Ministério da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Educação
Humanos da Presidência da República; Ministério da f) Desenvolver programas e ações educativas,
Justiça; Ministério da Cultura; Ministério da inclusive a produção de material didático-
Educação pedagógico para ser utilizado pelos sistemas de
b) Criar comissão específica, em conjunto com educação básica e superior sobre graves violações de
departamentos de História e centros de pesquisa, direitos humanos ocorridas no período fixado no art.
para reconstituir a história da repressão ilegal 8º do Ato das Disposições Constitucionais
relacionada ao Estado Novo (1937-1945) . Essa Transitórias da Constituição de 1988. (Ação programática
comissão deverá publicar relatório contendo os com redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 12/5/2010)
documentos que fundamentaram essa repressão, a Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
descrição do funcionamento da justiça de exceção, Humanos da Presidência da República; Ministério da
os responsáveis diretos no governo ditatorial, Educação; Ministério da Justiça; Ministério da
registros das violações, bem como dos autores e das Cultura; Ministério de Ciência e Tecnologia
vítimas.
Diretriz 25: Modernização da legislação
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
relacionada com promoção do direito à memória e
Humanos da Presidência da República; Ministério da
à verdade, fortalecendo a democracia.
Educação; Ministério da Justiça; Ministério da
Objetivo Estratégico I: Suprimir do ordenamento
Cultura
jurídico brasileiro eventuais normas
remanescentes de períodos de exceção que

322
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afrontem os compromissos internacionais e os Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos


preceitos constitucionais sobre Direitos Humanos. Humanos da Presidência da República; Ministério da
Ações Programáticas: Justiça
a) Criar grupo de trabalho para acompanhar, discutir
e articular, com o Congresso Nacional, iniciativas de
legislação propondo:
- revogação de leis remanescentes do período 1964-
1985 que sejam contrárias à garantia dos Direitos
Humanos ou tenham dado sustentação a graves
violações;
- revisão de propostas legislativas envolvendo
retrocessos na garantia dos Direitos Humanos em
geral e no direito à memória e à verdade.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério da
Justiça; Secretaria de Relações Institucionais da
Presidência da República
b) Propor e articular o reconhecimento do status
constitucional de instrumentos internacionais de
Direitos Humanos novos ou já existentes ainda não
ratificados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República; Ministério da
Justiça; Secretaria de Relações Institucionais da
Presidência da República; Ministério das Relações
Exteriores
c) Fomentar debates e divulgar informações no
sentido de que logradouros, atos e próprios nacionais
ou prédios públicos não recebam nomes de pessoas
identificadas reconhecidamente como torturadores.
(Ação programática com redação dada pelo Decreto nº 7.177, de
12/5/2010)
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
República; Casa Civil da Presidência da República;
Secretaria de Relações Institucionais da Presidência
da República
d) Acompanhar e monitorar a tramitação judicial dos
processos de responsabilização civil sobre casos que
envolvam graves violações de direitos humanos
praticadas no período fixado no art. 8º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição de 1988. (Ação programática com redação dada
pelo Decreto nº 7.177, de 12/5/2010)

323
VADE MECUM – Agente da PCDF

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS povos e todas as nações, com o objetivo de que cada
HUMANOS - RESOLUÇÃO 217-A indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre
em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do
OBSERVAÇÃO: este documento não está previsto
ensino e da educação, por promover o respeito a
de forma expressa no edital do concurso de Agente
esses direitos e liberdades, e, pela adoção de
da PCDF. No entanto, é utilizado no estudo do tópico
medidas progressivas de caráter nacional e
“Teoria Geral dos Direitos Humanos”.
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e
PREÂMBULO a sua observância universais e efetivos, tanto entre
Considerando que o reconhecimento da dignidade os povos dos próprios Países-Membros quanto entre
inerente a todos os membros da família humana e de os povos dos territórios sob sua jurisdição.
seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da ARTIGO 1
liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos
dignidade e direitos. São dotados de razão e
direitos humanos resultaram em atos bárbaros que
consciência e devem agir em relação uns aos outros
ultrajaram a consciência da humanidade e que o
com espírito de fraternidade.
advento de um mundo em que mulheres e homens
gozem de liberdade de palavra, de crença e da ARTIGO 2
liberdade de viverem a salvo do temor e da 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os
necessidade foi proclamado como a mais alta direitos e as liberdades estabelecidos nesta
aspiração do ser humano comum, Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja
Considerando ser essencial que os direitos humanos de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou
sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser de outra natureza, origem nacional ou social,
humano não seja compelido, como último recurso, à riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
rebelião contra a tirania e a opressão, 2. Não será também feita nenhuma distinção
Considerando ser essencial promover o fundada na condição política, jurídica ou
desenvolvimento de relações amistosas entre as internacional do país ou território a que pertença
nações, uma pessoa, quer se trate de um território
Considerando que os povos das Nações Unidas independente, sob tutela, sem governo próprio, quer
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
fundamentais do ser humano, na dignidade e no
ARTIGO 3
valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à
homem e da mulher e que decidiram promover o
segurança pessoal.
progresso social e melhores condições de vida em
uma liberdade mais ampla, ARTIGO 4
Considerando que os Países-Membros se Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a
comprometeram a promover, em cooperação com as escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e todas as suas formas.
liberdades fundamentais do ser humano e a
ARTIGO 5
observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses Ninguém será submetido à tortura, nem a
direitos e liberdades é da mais alta importância para tratamento ou castigo cruel, desumano ou
o pleno cumprimento desse compromisso, degradante.
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a ARTIGO 6
presente Declaração Universal dos Direitos Humanos Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os
como o ideal comum a ser atingido por todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

324
VADE MECUM – Agente da PCDF

ARTIGO 7 ARTIGO 13
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de
qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm locomoção e residência dentro das fronteiras de cada
direito a igual proteção contra qualquer Estado.
discriminação que viole a presente Declaração e 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer
contra qualquer incitamento a tal discriminação. país, inclusive o próprio e a esse regressar.

ARTIGO 8 ARTIGO 14
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o
nacionais competentes remédio efetivo para os atos direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
que violem os direitos fundamentais que lhe sejam 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de
reconhecidos pela constituição ou pela lei. perseguição legitimamente motivada por crimes de
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e
ARTIGO 9
princípios das Nações Unidas.
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou
exilado. ARTIGO 15
1. Todo ser humano tem direito a uma
ARTIGO 10
nacionalidade.
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
uma justa e pública audiência por parte de um
nacionalidade, nem do direito de mudar de
tribunal independente e imparcial, para decidir seus
nacionalidade.
direitos e deveres ou fundamento de qualquer
acusação criminal contra ele. ARTIGO 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem
ARTIGO 11
qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião,
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem
têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma
o direito de ser presumido inocente até que a sua
família. Gozam de iguais direitos em relação ao
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a
casamento, sua duração e sua dissolução.
lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
2. O casamento não será válido senão com o livre e
asseguradas todas as garantias necessárias à sua
pleno consentimento dos nubentes.
defesa.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou
sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do
omissão que, no momento, não constituíam delito
Estado.
perante o direito nacional ou internacional. Também
não será imposta pena mais forte de que aquela que, ARTIGO 17
no momento da prática, era aplicável ao ato 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou
delituoso. em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
ARTIGO 12
propriedade.
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida
privada, na sua família, no seu lar ou na sua ARTIGO 18
correspondência, nem a ataque à sua honra e Todo ser humano tem direito à liberdade de
reputação. Todo ser humano tem direito à proteção pensamento, consciência e religião; esse direito
da lei contra tais interferências ou ataques. inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo
ensino, pela prática, pelo culto em público ou em
particular.

325
VADE MECUM – Agente da PCDF

ARTIGO 19 4. Todo ser humano tem direito a organizar


Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interesses.
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e ARTIGO 24
transmitir informações e idéias por quaisquer meios
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer,
e independentemente de fronteiras.
inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e
ARTIGO 20 a férias remuneradas periódicas.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de ARTIGO 25
reunião e associação pacífica.
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-
associação.
estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
ARTIGO 21 cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no e direito à segurança em caso de desemprego,
governo de seu país diretamente ou por intermédio doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
de representantes livremente escolhidos. perda dos meios de subsistência em circunstâncias
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao fora de seu controle.
serviço público do seu país. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados
3. A vontade do povo será a base da autoridade do e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
governo; essa vontade será expressa em eleições dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por proteção social.
voto secreto ou processo equivalente que assegure a ARTIGO 26
liberdade de voto.
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A
ARTIGO 22 instrução será gratuita, pelo menos nos graus
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem elementares e fundamentais. A instrução elementar
direito à segurança social, à realização pelo esforço será obrigatória. A instrução técnico-profissional
nacional, pela cooperação internacional e de acordo será acessível a todos, bem como a instrução
com a organização e recursos de cada Estado, dos superior, esta baseada no mérito.
direitos econômicos, sociais e culturais 2. A instrução será orientada no sentido do pleno
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da personalidade humana e do
desenvolvimento da sua personalidade. fortalecimento do respeito pelos direitos do ser
humano e pelas liberdades fundamentais. A
ARTIGO 23 instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
escolha de emprego, a condições justas e favoráveis religiosos e coadjuvará as atividades das Nações
de trabalho e à proteção contra o desemprego. Unidas em prol da manutenção da paz.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do
direito a igual remuneração por igual trabalho. gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma
remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, ARTIGO 27
assim como à sua família, uma existência compatível 1. Todo ser humano tem o direito de participar
com a dignidade humana e a que se acrescentarão, livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
se necessário, outros meios de proteção social. as artes e de participar do progresso científico e de
seus benefícios.

326
VADE MECUM – Agente da PCDF

2. Todo ser humano tem direito à proteção dos PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA
interesses morais e materiais decorrentes de
OBSERVAÇÃO: este documento não está previsto
qualquer produção científica literária ou artística da
de forma expressa no edital do concurso de Agente
qual seja autor.
da PCDF. No entanto, é utilizado no estudo do tópico
ARTIGO 28 “Teoria Geral dos Direitos Humanos”.
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e PREÂMBULO
internacional em que os direitos e liberdades
Os Estados Americanos signatários da presente
estabelecidos na presente Declaração possam ser
Convenção,
plenamente realizados.
Reafirmando seu propósito de consolidar neste
ARTIGO 29 Continente, dentro do quadro das instituições
1. Todo ser humano tem deveres para com a democráticas, um regime de liberdade pessoal e de
comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento justiça social, fundado no respeito dos direitos
de sua personalidade é possível. humanos essenciais;
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa
humano estará sujeito apenas às limitações humana não derivam do fato de ser ela nacional de
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de determinado Estado, mas sim do fato de ter como
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos fundamento os atributos da pessoa humana, razão
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as por que justificam uma proteção internacional, de
justas exigências da moral, da ordem pública e do natureza convencional, coadjuvante ou
bem-estar de uma sociedade democrática. complementar da que oferece o direito interno dos
3. Esses direitos e liberdades não podem, em Estados americanos;
hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos Considerando que esses princípios foram
objetivos e princípios das Nações Unidas. consagrados na Carta da Organização dos Estados
Americanos, na Declaração Americana dos Direitos e
ARTIGO 30
Deveres do Homem e na Declaração Universal dos
Nenhuma disposição da presente Declaração poder
Direitos do Homem, e que foram reafirmados e
ser interpretada como o reconhecimento a qualquer
desenvolvidos em outros instrumentos
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer
internacionais, tanto de âmbito mundial como
qualquer atividade ou praticar qualquer ato
regional;
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e
Reiterando que, de acordo com a Declaração
liberdades aqui estabelecidos.
Universal dos Direitos Humanos, só pode ser
realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor
e da miséria, se forem criadas condições que
permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos
econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus
direitos civis e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência
Interamericana Extraordinária (Buenos Aires, 1967)
aprovou a incorporação à própria Carta da
Organização de normas mais amplas sobre os
direitos econômicos, sociais e educacionais e
resolveu que uma Convenção Interamericana sobre
Direitos Humanos determinasse a estrutura,

327
VADE MECUM – Agente da PCDF

competência e processo dos órgãos encarregados o delito sido cometido. Tampouco se estenderá sua
dessa matéria; aplicação a delitos aos quais não se aplique
Convieram no seguinte: atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos
PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS
PROTEGIDOS Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser
CAPÍTULO I - ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
aplicada a delitos políticos, nem a delitos comuns
Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos
conexos com delitos políticos.
1. Os Estados-partes nesta Convenção
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que,
comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades
no momento da perpetração do delito, for menor de
nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno
dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua
mulher em estado de gravidez.
jurisdição, sem discriminação alguma, por motivo de
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a
raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou
solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os
de qualquer outra natureza, origem nacional ou
quais podem ser concedidos em todos os casos. Não
social, posição econômica, nascimento ou qualquer
se pode executar a pena de morte enquanto o pedido
outra condição social.
estiver pendente de decisão ante a autoridade
2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser
competente.
humano.
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
Artigo 2º - Dever de adotar disposições de direito
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua
interno
integridade física, psíquica e moral.
Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a
no artigo 1 ainda não estiver garantido por
penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes.
disposições legislativas ou de outra natureza, os
Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada
Estados-partes comprometem-se a adotar, de
com o respeito devido à dignidade inerente ao ser
acordo com as suas normas constitucionais e com as
humano.
disposições desta Convenção, as medidas
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
legislativas ou de outra natureza que forem
4. Os processados devem ficar separados dos
necessárias para tornar efetivos tais direitos e
condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e
liberdades.
devem ser submetidos a tratamento adequado à sua
CAPÍTULO II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS condição de pessoas não condenadas.
Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da 5. Os menores, quando puderem ser processados,
personalidade jurídica devem ser separados dos adultos e conduzidos a
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua tribunal especializado, com a maior rapidez possível,
personalidade jurídica. para seu tratamento.
Artigo 4º - Direito à vida 6. As penas privativas de liberdade devem ter por
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua finalidade essencial a reforma e a readaptação social
vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em dos condenados.
geral, desde o momento da concepção. Ninguém Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão
pode ser privado da vida arbitrariamente. 1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou
2. Nos países que não houverem abolido a pena de servidão e tanto estas como o tráfico de escravos e o
morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas
graves, em cumprimento de sentença final de formas.
tribunal competente e em conformidade com a lei 2. Ninguém deve ser constrangido a executar
que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que

328
VADE MECUM – Agente da PCDF

se prescreve, para certos delitos, pena privativa de condicionada a garantias que assegurem o seu
liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta comparecimento em juízo.
disposição não pode ser interpretada no sentido de 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a
proibir o cumprimento da dita pena, imposta por um recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de
juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não que este decida, sem demora, sobre a legalidade de
deve afetar a dignidade, nem a capacidade física e sua prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a
intelectual do recluso. prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-
3. Não constituem trabalhos forçados ou partes cujas leis preveem que toda pessoa que se vir
obrigatórios para os efeitos deste artigo: ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de
pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal
resolução formal expedida pela autoridade judiciária recurso não pode ser restringido nem abolido. O
competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou
executados sob a vigilância e controle das por outra pessoa.
autoridades públicas, e os indivíduos que os 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio
executarem não devem ser postos à disposição de não limita os mandados de autoridade judiciária
particulares, companhias ou pessoas jurídicas de competente expedidos em virtude de
caráter privado; inadimplemento de obrigação alimentar.
b) serviço militar e, nos países em que se admite a Artigo 8º - Garantias judiciais
isenção por motivo de consciência, qualquer serviço 1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as
nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de um juiz ou Tribunal competente, independente e
calamidade que ameacem a existência ou o bem- imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
estar da comunidade; apuração de qualquer acusação penal formulada
d) o trabalho ou serviço que faça parte das contra ela, ou na determinação de seus direitos e
obrigações cívicas normais. obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal qualquer outra natureza.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a
pessoais. que se presuma sua inocência, enquanto não for
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, legalmente comprovada sua culpa. Durante o
salvo pelas causas e nas condições previamente processo, toda pessoa tem direito, em plena
fixadas pelas Constituições políticas dos Estados- igualdade, às seguintes garantias mínimas:
partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou por um tradutor ou intérprete, caso não compreenda
encarceramento arbitrários. ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado
das razões da detenção e notificada, sem demora, da da acusação formulada;
acusação ou das acusações formuladas contra ela. c) concessão ao acusado do tempo e dos meios
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser necessários à preparação de sua defesa;
conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou d) direito do acusado de defender-se pessoalmente
outra autoridade autorizada por lei a exercer funções ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e
judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo de comunicar-se, livremente e em particular, com
razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo seu defensor;
de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser e) direito irrenunciável de ser assistido por um
defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou

329
VADE MECUM – Agente da PCDF

não, segundo a legislação interna, se o acusado não de religião ou de crenças, bem como a liberdade de
se defender ele próprio, nem nomear defensor professar e divulgar sua religião ou suas crenças,
dentro do prazo estabelecido pela lei; individual ou coletivamente, tanto em público como
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas em privado.
presentes no Tribunal e de obter o comparecimento, 2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas
como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que que possam limitar sua liberdade de conservar sua
possam lançar luz sobre os fatos; religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou
g) direito de não ser obrigada a depor contra si de crenças.
mesma, nem a confessar-se culpada; e 3. A liberdade de manifestar a própria religião e as
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal próprias crenças está sujeita apenas às limitações
superior. previstas em lei e que se façam necessárias para
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral
coação de nenhuma natureza. públicas ou os direitos e as liberdades das demais
4. O acusado absolvido por sentença transitada em pessoas.
julgado não poderá ser submetido a novo processo 4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito
pelos mesmos fatos. a que seus filhos e pupilos recebam a educação
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for religiosa e moral que esteja de acordo com suas
necessário para preservar os interesses da justiça. próprias convicções.
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão
Ninguém poderá ser condenado por atos ou 1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de
omissões que, no momento em que foram pensamento e de expressão. Esse direito inclui a
cometidos, não constituam delito, de acordo com o liberdade de procurar, receber e difundir
direito aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena informações e ideias de qualquer natureza, sem
mais grave do que a aplicável no momento da considerações de fronteiras, verbalmente ou por
ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por
delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, qualquer meio de sua escolha.
o delinquente deverá dela beneficiar-se. 2. O exercício do direito previsto no inciso
Artigo 10 - Direito à indenização precedente não pode estar sujeito à censura prévia,
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser
a lei, no caso de haver sido condenada em sentença expressamente previstas em lei e que se façam
transitada em julgado, por erro judiciário. necessárias para assegurar:
Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade a) o respeito dos direitos e da reputação das demais
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e pessoas;
ao reconhecimento de sua dignidade. b) a proteção da segurança nacional, da ordem
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências pública, ou da saúde ou da moral públicas.
arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua 3. Não se pode restringir o direito de expressão por
família, em seu domicílio ou em sua vias e meios indiretos, tais como o abuso de controles
correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra oficiais ou particulares de papel de imprensa, de
ou reputação. frequências radioelétricas ou de equipamentos e
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra aparelhos usados na difusão de informação, nem por
tais ingerências ou tais ofensas. quaisquer outros meios destinados a obstar a
Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião comunicação e a circulação de ideias e opiniões.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a
e de religião. Esse direito implica a liberdade de censura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o
conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar

330
VADE MECUM – Agente da PCDF

acesso a eles, para proteção moral da infância e da direito de associação, aos membros das forças
adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2. armadas e da polícia.
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da Artigo 17 - Proteção da família
guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, 1. A família é o núcleo natural e fundamental da
racial ou religioso que constitua incitamento à sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo
discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. Estado.
Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de
1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou contraírem casamento e de constituírem uma
ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de família, se tiverem a idade e as condições para isso
difusão legalmente regulamentados e que se dirijam exigidas pelas leis internas, na medida em que não
ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo afetem estas o princípio da não-discriminação
órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas estabelecido nesta Convenção.
condições que estabeleça a lei. 3. O casamento não pode ser celebrado sem o
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta consentimento livre e pleno dos contraentes.
eximirão das outras responsabilidades legais em que 4. Os Estados-partes devem adotar as medidas
se houver incorrido. apropriadas para assegurar a igualdade de direitos e
3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, a adequada equivalência de responsabilidades dos
toda publicação ou empresa jornalística, cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e
cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma por ocasião de sua dissolução. Em caso de
pessoa responsável, que não seja protegida por dissolução, serão adotadas as disposições que
imunidades, nem goze de foro especial. assegurem a proteção necessária aos filhos, com
Artigo 15 - Direito de reunião base unicamente no interesse e conveniência dos
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem mesmos.
armas. O exercício desse direito só pode estar sujeito 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos
às restrições previstas em lei e que se façam filhos nascidos fora do casamento, como aos
necessárias, em uma sociedade democrática, ao nascidos dentro do casamento.
interesse da segurança nacional, da segurança ou Artigo 18 - Direito ao nome
ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes
públicas ou os direitos e as liberdades das demais de seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a
pessoas. forma de assegurar a todos esse direito, mediante
Artigo 16 - Liberdade de associação nomes fictícios, se for necessário.
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se Artigo 19 - Direitos da criança
livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos, Toda criança terá direito às medidas de proteção que
econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, a sua condição de menor requer, por parte da sua
desportivos ou de qualquer outra natureza. família, da sociedade e do Estado.
2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às Artigo 20 - Direito à nacionalidade
restrições previstas em lei e que se façam 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
necessárias, em uma sociedade democrática, ao 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado
interesse da segurança nacional, da segurança e da em cujo território houver nascido, se não tiver direito
ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral a outra.
públicas ou os direitos e as liberdades das demais 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua
pessoas. nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
3. O presente artigo não impede a imposição de Artigo 21 - Direito à propriedade privada
restrições legais, e mesmo a privação do exercício do

331
VADE MECUM – Agente da PCDF

1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus nacionalidade, religião, condição social ou de suas
bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao opiniões políticas.
interesse social. 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, Artigo 23 - Direitos políticos
salvo mediante o pagamento de indenização justa, 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes
por motivo de utilidade pública ou de interesse social direitos e oportunidades:
e nos casos e na forma estabelecidos pela lei. a) de participar da condução dos assuntos públicos,
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de diretamente ou por meio de representantes
exploração do homem pelo homem, devem ser livremente eleitos;
reprimidas pela lei. b) de votar e ser eleito em eleições periódicas,
Artigo 22 - Direito de circulação e de residência autênticas, realizadas por sufrágio universal e
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no igualitário e por voto secreto, que garantam a livre
território de um Estado tem o direito de nele expressão da vontade dos eleitores; e
livremente circular e de nele residir, em c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade,
conformidade com as disposições legais. às funções públicas de seu país.
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e
qualquer país, inclusive de seu próprio país. oportunidades, a que se refere o inciso anterior,
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
restringido, senão em virtude de lei, na medida residência, idioma, instrução, capacidade civil ou
indispensável, em uma sociedade democrática, para mental, ou condenação, por juiz competente, em
prevenir infrações penais ou para proteger a processo penal.
segurança nacional, a segurança ou a ordem Artigo 24 - Igualdade perante a lei
públicas, a moral ou a saúde públicas, ou os direitos e Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por
liberdades das demais pessoas. conseguinte, têm direito, sem discriminação alguma,
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 à igual proteção da lei.
pode também ser restringido pela lei, em zonas Artigo 25 - Proteção judicial
determinadas, por motivo de interesse público. 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante
do qual for nacional e nem ser privado do direito de os juízes ou tribunais competentes, que a proteja
nele entrar. contra atos que violem seus direitos fundamentais
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no reconhecidos pela Constituição, pela lei ou pela
território de um Estado-parte na presente presente Convenção, mesmo quando tal violação
Convenção só poderá dele ser expulso em seja cometida por pessoas que estejam atuando no
decorrência de decisão adotada em conformidade exercício de suas funções oficiais.
com a lei. 2. Os Estados-partes comprometem-se:
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo a) a assegurar que a autoridade competente prevista
em território estrangeiro, em caso de perseguição pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos
por delitos políticos ou comuns conexos com delitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;
políticos, de acordo com a legislação de cada Estado b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial;
e com as Convenções internacionais. e
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades
ou entregue a outro país, seja ou não de origem, onde competentes, de toda decisão em que se tenha
seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em considerado procedente o recurso.
risco de violação em virtude de sua raça,

332
VADE MECUM – Agente da PCDF

CAPÍTULO III - DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS disposições cuja aplicação haja suspendido, os
E CULTURAIS motivos determinantes da suspensão e a data em
Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo que haja dado por terminada tal suspensão.
Os Estados-partes comprometem-se a adotar as Artigo 28 - Cláusula federal
providências, tanto no âmbito interno, como 1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído
mediante cooperação internacional, especialmente como Estado federal, o governo nacional do aludido
econômica e técnica, a fim de conseguir Estado-parte cumprirá todas as disposições da
progressivamente a plena efetividade dos direitos presente Convenção, relacionadas com as matérias
que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre as quais exerce competência legislativa e
sobre educação, ciência e cultura, constantes da judicial.
Carta da Organização dos Estados Americanos, 2. No tocante às disposições relativas às matérias que
reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na correspondem à competência das entidades
medida dos recursos disponíveis, por via legislativa componentes da federação, o governo nacional deve
ou por outros meios apropriados. tomar imediatamente as medidas pertinentes, em
conformidade com sua Constituição e com suas leis,
CAPÍTULO IV - SUSPENSÃO DE GARANTIAS,
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO a fim de que as autoridades competentes das
referidas entidades possam adotar as disposições
Artigo 27 - Suspensão de garantias
cabíveis para o cumprimento desta Convenção.
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem
emergência que ameace a independência ou
constituir entre eles uma federação ou outro tipo de
segurança do Estado-parte, este poderá adotar as
associação, diligenciarão no sentido de que o pacto
disposições que, na medida e pelo tempo
comunitário respectivo contenha as disposições
estritamente limitados às exigências da situação,
necessárias para que continuem sendo efetivas no
suspendam as obrigações contraídas em virtude
novo Estado, assim organizado, as normas da
desta Convenção, desde que tais disposições não
presente Convenção.
sejam incompatíveis com as demais obrigações que
Artigo 29 - Normas de interpretação
lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem
Nenhuma disposição da presente Convenção pode
discriminação alguma fundada em motivos de raça,
ser interpretada no sentido de:
cor, sexo, idioma, religião ou origem social.
a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão
indivíduo, suprimir o gozo e o exercício dos direitos e
dos direitos determinados nos seguintes artigos: 3
liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los
(direito ao reconhecimento da personalidade
em maior medida do que a nela prevista;
jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou
pessoal), 6 (proibição da escravidão e da servidão), 9
liberdade que possam ser reconhecidos em virtude
(princípio da legalidade e da retroatividade), 12
de leis de qualquer dos Estados-partes ou em virtude
(liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da
de Convenções em que seja parte um dos referidos
família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança),
Estados;
20 (direito à nacionalidade) e 23 (direitos políticos),
c) excluir outros direitos e garantias que são
nem das garantias indispensáveis para a proteção de
inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma
tais direitos.
democrática representativa de governo;
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a
do direito de suspensão deverá comunicar
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
imediatamente aos outros Estados-partes na
Homem e outros atos internacionais da mesma
presente Convenção, por intermédio do Secretário
natureza.
Geral da Organização dos Estados Americanos, as
Artigo 30 - Alcance das restrições

333
VADE MECUM – Agente da PCDF

As restrições permitidas, de acordo com esta 2. Cada um dos referidos governos pode propor até
Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e três candidatos, nacionais do Estado que os propuser
liberdades nela reconhecidos, não podem ser ou de qualquer outro Estado-membro da
aplicadas senão de acordo com leis que forem Organização dos Estados Americanos. Quando for
promulgadas por motivo de interesse geral e com o proposta uma lista de três candidatos, pelo menos
propósito para o qual houverem sido estabelecidas. um deles deverá ser nacional de Estado diferente do
Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos proponente.
Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta Artigo 37 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos
Convenção, outros direitos e liberdades que forem por quatro anos e só poderão ser reeleitos um vez,
reconhecidos de acordo com os processos porém o mandato de três dos membros designados
estabelecidos nos artigo 69 e 70. na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos.
Logo depois da referida eleição, serão determinados
CAPÍTULO V - DEVERES DAS PESSOAS
por sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desses
Artigo 32 - Correlação entre deveres e direitos
três membros.
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um
comunidade e a humanidade.
nacional de um mesmo país.
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos
Artigo 38 - As vagas que ocorrerem na Comissão,
direitos dos demais, pela segurança de todos e pelas
que não se devam à expiração normal do mandato,
justas exigências do bem comum, em uma sociedade
serão preenchidas pelo Conselho Permanente da
democrática.
Organização, de acordo com o que dispuser o
PARTE II - MEIOS DE PROTEÇÃO Estatuto da Comissão.
CAPÍTULO VI - ÓRGÃOS COMPETENTES Artigo 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e
submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e
Artigo 33 - São competentes para conhecer de
expedirá seu próprio Regulamento.
assuntos relacionados com o cumprimento dos
Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Comissão
compromissos assumidos pelos Estados-partes
devem ser desempenhados pela unidade funcional
nesta Convenção:
especializada que faz parte da Secretaria Geral da
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
Organização e deve dispor dos recursos necessários
doravante denominada a Comissão; e
para cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela
b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos,
Comissão.
doravante denominada a Corte.
Seção 2 - Funções
CAPÍTULO VII - COMISSÃO INTERAMERICANA DE Artigo 41 - A Comissão tem a função principal de
DIREITOS HUMANOS
promover a observância e a defesa dos direitos
Seção 1 - Organização humanos e, no exercício de seu mandato, tem as
Artigo 34 - A Comissão Interamericana de Direitos seguintes funções e atribuições:
Humanos compor-se-á de sete membros, que a) estimular a consciência dos direitos humanos nos
deverão ser pessoas de alta autoridade moral e de povos da América;
reconhecido saber em matéria de direitos humanos. b) formular recomendações aos governos dos
Artigo 35 - A Comissão representa todos os Estados-membros, quando considerar conveniente,
Membros da Organização dos Estados Americanos. no sentido de que adotem medidas progressivas em
Artigo 36 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis
a título pessoal, pela Assembleia Geral da internas e seus preceitos constitucionais, bem como
Organização, a partir de uma lista de candidatos disposições apropriadas para promover o devido
propostos pelos governos dos Estados-membros. respeito a esses direitos;

334
VADE MECUM – Agente da PCDF

c) preparar estudos ou relatórios que considerar as comunicações em que um Estado-parte alegue


convenientes para o desempenho de suas funções; haver outro Estado-parte incorrido em violações dos
d) solicitar aos governos dos Estados-membros que direitos humanos estabelecidos nesta Convenção.
lhe proporcionem informações sobre as medidas que 2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só
adotarem em matéria de direitos humanos; podem ser admitidas e examinadas se forem
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria apresentadas por um Estado-parte que haja feito
Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe uma declaração pela qual reconheça a referida
formularem os Estados-membros sobre questões competência da Comissão. A Comissão não admitirá
relacionadas com os direitos humanos e, dentro de nenhuma comunicação contra um Estado-parte que
suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento não haja feito tal declaração.
que lhes solicitarem; 3. As declarações sobre reconhecimento de
f) atuar com respeito às petições e outras competência podem ser feitas para que esta vigore
comunicações, no exercício de sua autoridade, de por tempo indefinido, por período determinado ou
conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 para casos específicos.
desta Convenção; e 4. As declarações serão depositadas na Secretaria
g) apresentar um relatório anual à Assembleia Geral Geral da Organização dos Estados Americanos, a
da Organização dos Estados Americanos. qual encaminhará cópia das mesmas aos Estados-
Artigo 42 - Os Estados-partes devem submeter à membros da referida Organização.
Comissão cópia dos relatórios e estudos que, em seus Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação
respectivos campos, submetem anualmente às apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja
Comissões Executivas do Conselho Interamericano admitida pela Comissão, será necessário:
Econômico e Social e do Conselho Interamericano de a) que hajam sido interpostos e esgotados os
Educação, Ciência e Cultura, a fim de que aquela zele recursos da jurisdição interna, de acordo com os
para que se promovam os direitos decorrentes das princípios de Direito Internacional geralmente
normas econômicas, sociais e sobre educação, reconhecidos;
ciência e cultura, constantes da Carta da b) que seja apresentada dentro do prazo de seis
Organização dos Estados Americanos, reformada meses, a partir da data em que o presumido
pelo Protocolo de Buenos Aires. prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da
Artigo 43 - Os Estados-partes obrigam-se a decisão definitiva;
proporcionar à Comissão as informações que esta c) que a matéria da petição ou comunicação não
lhes solicitar sobre a maneira pela qual seu direito esteja pendente de outro processo de solução
interno assegura a aplicação efetiva de quaisquer internacional; e
disposições desta Convenção. d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o
Seção 3 - Competência nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a
Artigo 44 - Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante
entidade não-governamental legalmente legal da entidade que submeter a petição.
reconhecida em um ou mais Estados-membros da 2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1
Organização, pode apresentar à Comissão petições deste artigo não se aplicarão quando:
que contenham denúncias ou queixas de violação a) não existir, na legislação interna do Estado de que
desta Convenção por um Estado-parte. se tratar, o devido processo legal para a proteção do
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento direito ou direitos que se alegue tenham sido
do depósito do seu instrumento de ratificação desta violados;
Convenção, ou de adesão a ela, ou em qualquer b) não se houver permitido ao presumido
momento posterior, declarar que reconhece a prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da
competência da Comissão para receber e examinar

335
VADE MECUM – Agente da PCDF

jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de uma investigação para cuja eficaz realização
esgotá-los; e solicitará, e os Estados interessados lhe
c) houver demora injustificada na decisão sobre os proporcionarão, todas as facilidades necessárias;
mencionados recursos. e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer
Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissível toda informação pertinente e receberá, se isso for
petição ou comunicação apresentada de acordo com solicitado, as exposições verbais ou escritas que
os artigos 44 ou 45 quando: apresentarem os interessados; e
a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim
no artigo 46; de chegar a uma solução amistosa do assunto,
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos fundada no respeito aos direitos reconhecidos nesta
direitos garantidos por esta Convenção; Convenção.
c) pela exposição do próprio peticionário ou do 2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser
Estado, for manifestamente infundada a petição ou realizada uma investigação, mediante prévio
comunicação ou for evidente sua total consentimento do Estado em cujo território se
improcedência; ou alegue houver sido cometida a violação, tão somente
d) for substancialmente reprodução de petição ou com a apresentação de uma petição ou comunicação
comunicação anterior, já examinada pela Comissão que reúna todos os requisitos formais de
ou por outro organismo internacional. admissibilidade.
Seção 4 - Processo Artigo 49 - Se se houver chegado a uma solução
Artigo 48 - 1. A Comissão, ao receber uma petição ou amistosa de acordo com as disposições do inciso 1,
comunicação na qual se alegue a violação de "f", do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório
qualquer dos direitos consagrados nesta Convenção, que será encaminhado ao peticionário e aos Estados-
procederá da seguinte maneira: partes nesta Convenção e posteriormente
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou transmitido, para sua publicação, ao Secretário Geral
comunicação, solicitará informações ao Governo do da Organização dos Estados Americanos. O referido
Estado ao qual pertença a autoridade apontada relatório conterá uma breve exposição dos fatos e da
como responsável pela violação alegada e solução alcançada. Se qualquer das partes no caso o
transcreverá as partes pertinentes da petição ou solicitar, ser-lhe-á proporcionada a mais ampla
comunicação. As referidas informações devem ser informação possível.
enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela Artigo 50 - 1. Se não se chegar a uma solução, e
Comissão ao considerar as circunstâncias de cada dentro do prazo que for fixado pelo Estatuto da
caso; Comissão, esta redigirá um relatório no qual exporá
b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo os fatos e suas conclusões. Se o relatório não
fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se representar, no todo ou em parte, o acordo unânime
existem ou subsistem os motivos da petição ou dos membros da Comissão, qualquer deles poderá
comunicação. No caso de não existirem ou não agregar ao referido relatório seu voto em separado.
subsistirem, mandará arquivar o expediente; Também se agregarão ao relatório as exposições
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a verbais ou escritas que houverem sido feitas pelos
improcedência da petição ou comunicação, com interessados em virtude do inciso 1, "e", do artigo 48.
base em informação ou prova supervenientes; 2. O relatório será encaminhado aos Estados
d) se o expediente não houver sido arquivado, e com interessados, aos quais não será facultado publicá-lo.
o fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode
com conhecimento das partes, a um exame do formular as proposições e recomendações que julgar
assunto exposto na petição ou comunicação. Se for adequadas.
necessário e conveniente, a Comissão procederá a

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Artigo 51 - 1. Se no prazo de três meses, a partir da vez. O mandato de três dos juízes designados na
remessa aos Estados interessados do relatório da primeira eleição expirará ao cabo de três anos.
Comissão, o assunto não houver sido solucionado ou Imediatamente depois da referida eleição,
submetido à decisão da Corte pela Comissão ou pelo determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia Geral,
Estado interessado, aceitando sua competência, a os nomes desse três juízes.
Comissão poderá emitir, pelo voto da maioria 2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato
absoluta dos seus membros, sua opinião e não haja expirado, completará o período deste.
conclusões sobre a questão submetida à sua 3. Os juízes permanecerão em suas funções até o
consideração. término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e funcionando nos casos de que já houverem tomado
fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar conhecimento e que se encontrem em fase de
as medidas que lhe competir para remediar a sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos
situação examinada. pelos novos juízes eleitos.
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, Artigo 55 - 1. O juiz, que for nacional de algum dos
pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, se Estados-partes em caso submetido à Corte,
o Estado tomou ou não as medidas adequadas e se conservará o seu direito de conhecer do mesmo.
publica ou não seu relatório. 2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for
de nacionalidade de um dos Estados-partes, outro
CAPÍTULO VIII - CORTE INTERAMERICANA DE
DIREITOS HUMANOS Estado-parte no caso poderá designar uma pessoa de
sua escolha para integrar a Corte, na qualidade de
Seção 1 - Organização
juiz ad hoc.
Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete juízes,
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso,
nacionais dos Estados-membros da Organização,
nenhum for da nacionalidade dos Estados-partes,
eleitos a título pessoal dentre juristas da mais alta
cada um destes poderá designar um juiz ad hoc.
autoridade moral, de reconhecida competência em
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no
matéria de direitos humanos, que reúnam as
artigo 52.
condições requeridas para o exercício das mais
5. Se vários Estados-partes na Convenção tiverem o
elevadas funções judiciais, de acordo com a lei do
mesmo interesse no caso, serão considerados como
Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os
uma só parte, para os fins das disposições anteriores.
propuser como candidatos.
Em caso de dúvida, a Corte decidirá.
2. Não deve haver dois juízes da mesma
Artigo 56 - O quórum para as deliberações da Corte
nacionalidade.
é constituído por cinco juízes.
Artigo 53 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em
Artigo 57 - A Comissão comparecerá em todos os
votação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos
casos perante a Corte.
Estados-partes na Convenção, na Assembleia Geral
Artigo 58 - 1. A Corte terá sua sede no lugar que for
da Organização, a partir de uma lista de candidatos
determinado, na Assembleia Geral da Organização,
propostos pelos mesmos Estados.
pelos Estados-partes na Convenção, mas poderá
2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três
realizar reuniões no território de qualquer Estado-
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou
membro da Organização dos Estados Americanos
de qualquer outro Estado-membro da Organização
em que considerar conveniente, pela maioria dos
dos Estados Americanos. Quando se propuser um
seus membros e mediante prévia aquiescência do
lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá
Estado respectivo. Os Estados-partes na Convenção
ser nacional do Estado diferente do proponente.
podem, na Assembleia Geral, por dois terços dos
Artigo 54 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um
seus votos, mudar a sede da Corte.
período de seis anos e só poderão ser reeleitos uma
2. A Corte designará seu Secretário.

337
VADE MECUM – Agente da PCDF

3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá Determinará também, se isso for procedente, que
assistir às reuniões que ela realizar fora da mesma. sejam reparadas as consequências da medida ou
Artigo 59 - A Secretaria da Corte será por esta situação que haja configurado a violação desses
estabelecida e funcionará sob a direção do Secretário direitos, bem como o pagamento de indenização
Geral da Organização em tudo o que não for justa à parte lesada.
incompatível com a independência da Corte. Seus 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e
funcionários serão nomeados pelo Secretário Geral quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis
da Organização, em consulta com o Secretário da às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver
Corte. conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias
Artigo 60 - A Corte elaborará seu Estatuto e que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos
submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e que ainda não estiverem submetidos ao seu
expedirá seu Regimento. conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
Seção 2 - Competência e funções Artigo 64 - 1. Os Estados-membros da Organização
Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a poderão consultar a Corte sobre a interpretação
Comissão têm direito de submeter um caso à decisão desta Convenção ou de outros tratados concernentes
da Corte. à proteção dos direitos humanos nos Estados
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, americanos. Também poderão consultá-la, no que
é necessário que sejam esgotados os processos lhes compete, os órgãos enumerados no capítulo X
previstos nos artigos 48 a 50. da Carta da Organização dos Estados Americanos,
Artigo 62 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
do depósito do seu instrumento de ratificação desta 2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da
Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer Organização, poderá emitir pareceres sobre a
momento posterior, declarar que reconhece como compatibilidade entre qualquer de suas leis internas
obrigatória, de pleno direito e sem convenção e os mencionados instrumentos internacionais.
especial, a competência da Corte em todos os casos Artigo 65 - A Corte submeterá à consideração da
relativos à interpretação ou aplicação desta Assembleia Geral da Organização, em cada período
Convenção. ordinário de sessões, um relatório sobre as suas
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, atividades no ano anterior. De maneira especial, e
ou sob condição de reciprocidade, por prazo com as recomendações pertinentes, indicará os
determinado ou para casos específicos. Deverá ser casos em que um Estado não tenha dado
apresentada ao Secretário Geral da Organização, cumprimento a suas sentenças.
que encaminhará cópias da mesma a outros Estados- Seção 3 - Processo
membros da Organização e ao Secretário da Corte. Artigo 66 - 1. A sentença da Corte deve ser
3. A Corte tem competência para conhecer de fundamentada.
qualquer caso, relativo à interpretação e aplicação 2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a
das disposições desta Convenção, que lhe seja opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá
submetido, desde que os Estados-partes no caso direito a que se agregue à sentença o seu voto
tenham reconhecido ou reconheçam a referida dissidente ou individual.
competência, seja por declaração especial, como Artigo 67 - A sentença da Corte será definitiva e
preveem os incisos anteriores, seja por convenção inapelável. Em caso de divergência sobre o sentido
especial. ou alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a
Artigo 63 - 1. Quando decidir que houve violação de pedido de qualquer das partes, desde que o pedido
um direito ou liberdade protegidos nesta Convenção, seja apresentado dentro de noventa dias a partir da
a Corte determinará que se assegure ao prejudicado data da notificação da sentença.
o gozo do seu direito ou liberdade violados.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Artigo 68 - 1. Os Estados-partes na Convenção incorrerem nos casos previstos nos respectivos


comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em Estatutos. Para expedir uma resolução, será
todo caso em que forem partes. necessária maioria de dois terços dos votos dos
2. A parte da sentença que determinar indenização Estados-membros da Organização, no caso dos
compensatória poderá ser executada no país membros da Comissão; e, além disso, de dois terços
respectivo pelo processo interno vigente para a dos votos dos Estados-partes na Convenção, se se
execução de sentenças contra o Estado. tratar dos juízes da Corte.
Artigo 69 - A sentença da Corte deve ser notificada
PARTE III - DISPOSIÇÕES GERAIS E
às partes no caso e transmitida aos Estados-partes na TRANSITÓRIAS
Convenção.
CAPÍTULO X - ASSINATURA, RATIFICAÇÃO,
CAPÍTULO IX - DISPOSIÇÕES COMUNS RESERVA, EMENDA, PROTOCOLO E DENÚNCIA
Artigo 70 - 1. Os juízes da Corte e os membros da Artigo 74 - 1. Esta Convenção está aberta à
Comissão gozam, desde o momento da eleição e assinatura e à ratificação de todos os Estados-
enquanto durar o seu mandato, das imunidades membros da Organização dos Estados Americanos.
reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito 2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela
Internacional. Durante o exercício dos seus cargos efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento
gozam, além disso, dos privilégios diplomáticos de ratificação ou adesão na Secretaria Geral da
necessários para o desempenho de suas funções. Organização dos Estados Americanos. Esta
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo Convenção entrará em vigor logo que onze Estados
algum dos juízes da Corte, nem dos membros da houverem depositado os seus respectivos
Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício instrumentos de ratificação ou de adesão. Com
de suas funções. referência a qualquer outro Estado que a ratificar ou
Artigo 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de membro que a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará
da Comissão são incompatíveis com outras em vigor na data do depósito do seu instrumento de
atividades que possam afetar sua independência ou ratificação ou adesão.
imparcialidade, conforme o que for determinado nos 3. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-
respectivos Estatutos. membros da Organização sobre a entrada em vigor
Artigo 72 - Os juízes da Corte e os membros da da Convenção.
Comissão perceberão honorários e despesas de Artigo 75 - Esta Convenção só pode ser objeto de
viagem na forma e nas condições que determinarem reservas em conformidade com as disposições da
os seus Estatutos, levando em conta a importância e Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados,
independência de suas funções. Tais honorários e assinada em 23 de maio de 1969.
despesas de viagem serão fixados no orçamento- Artigo 76 - 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e
programa da Organização dos Estados Americanos, a Comissão e a Corte, por intermédio do Secretário
no qual devem ser incluídas, além disso, as despesas Geral, podem submeter à Assembleia Geral, para o
da Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte que julgarem conveniente, proposta de emendas a
elaborará o seu próprio projeto de orçamento e esta Convenção.
submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral, por 2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados
intermédio da Secretaria Geral. Esta última não que as ratificarem, na data em que houver sido
poderá nele introduzir modificações. depositado o respectivo instrumento de ratificação,
Artigo 73 - Somente por solicitação da Comissão ou por dois terços dos Estados-partes nesta Convenção.
da Corte, conforme o caso, cabe à Assembleia Geral Quanto aos outros Estados-partes, entrarão em
da Organização resolver sobre as sanções aplicáveis vigor na data em que eles depositarem os seus
aos membros da Comissão ou aos juízes da Corte que respectivos instrumentos de ratificação.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

Artigo 77 - 1. De acordo com a faculdade votações, serão eliminados sucessivamente, na


estabelecida no artigo 31, qualquer Estado-parte e a forma que for determinada pela Assembleia Geral, os
Comissão podem submeter à consideração dos candidatos que receberem maior número de votos.
Estados-partes reunidos por ocasião da Assembleia Seção 2 - Corte Interamericana de Direitos
Geral projetos de Protocolos adicionais a esta Humanos
Convenção, com a finalidade de incluir Artigo 81 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o
progressivamente, no regime de proteção da Secretário Geral pedirá a cada Estado-parte que
mesma, outros direitos e liberdades. apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades candidatos a juiz da Corte Interamericana de Direitos
de sua entrada em vigor e será aplicado somente Humanos. O Secretário Geral preparará uma lista por
entre os Estados-partes no mesmo. ordem alfabética dos candidatos apresentados e a
Artigo 78 - 1. Os Estados-partes poderão denunciar encaminhará aos Estados-partes pelo menos trinta
esta Convenção depois de expirado o prazo de cinco dias antes da Assembleia Geral seguinte.
anos, a partir da data em vigor da mesma e mediante Artigo 82 - A eleição dos juízes da Corte far-se-á
aviso prévio de um ano, notificando o Secretário dentre os candidatos que figurem na lista a que se
Geral da Organização, o qual deve informar as outras refere o artigo 81, por votação secreta dos Estados-
partes. partes, na Assembleia Geral, e serão declarados
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado- eleitos os candidatos que obtiverem o maior número
parte interessado das obrigações contidas nesta de votos e a maioria absoluta dos votos dos
Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que, representantes dos Estados-partes. Se, para eleger
podendo constituir violação dessas obrigações, todos os juízes da Corte, for necessário realizar várias
houver sido cometido por ele anteriormente à data votações, serão eliminados sucessivamente, na
na qual a denúncia produzir efeito. forma que for determinada pelos Estados-partes, os
candidatos que receberem menor número de votos.
CAPÍTULO XI - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Seção 1 - Comissão Interamericana de Direitos
Humanos
Artigo 79 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o
Secretário Geral pedirá por escrito a cada Estado-
membro da Organização que apresente, dentro de
um prazo de noventa dias, seus candidatos a
membro da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos. O Secretário Geral preparará uma lista por
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a
encaminhará aos Estados-membros da Organização,
pelo menos trinta dias antes da Assembléia Geral
seguinte.
Artigo 80 - A eleição dos membros da Comissão far-
se-á dentre os candidatos que figurem na lista a que
se refere o artigo 79, por votação secreta da
Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os
candidatos que obtiverem maior número de votos e
a maioria absoluta dos votos dos representantes dos
Estados-membros. Se, para eleger todos os
membros da Comissão, for necessário realizar várias

340
VADE MECUM – Agente da PCDF

DECRETO Nº 591/1992 PARTE I


OBSERVAÇÃO: este documento não está previsto ARTIGO 1º
de forma expressa no edital do concurso de Agente 1. Todos os povos têm direito a autodeterminação.
da PCDF. No entanto, é utilizado no estudo do tópico Em virtude desse direito, determinam livremente seu
“Teoria Geral dos Direitos Humanos”. estatuto político e asseguram livremente seu
Atos Internacionais. Pacto desenvolvimento econômico, social e cultural.
Internacional sobre Direitos 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os
Econômicos, Sociais e Culturais. povos podem dispor livremente de suas riquezas e de
Promulgação. seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações
Art. 1° O Pacto Internacional sobre Direitos decorrentes da cooperação econômica
Econômicos, Sociais e Culturais, apenso por cópia ao internacional, baseada no princípio do proveito
presente decreto, será executado e cumprido tão mútuo, e do Direito Internacional. Em caso algum,
inteiramente como nele se contém. poderá um povo ser privado de seus próprios meios
Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua de subsistência.
publicação (06/07/1992) 3. Os Estados Partes do Presente Pacto, inclusive
aqueles que tenham a responsabilidade de
PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS administrar territórios não-autônomos e territórios
ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS sob tutela, deverão promover o exercício do direito à
PREÂMBULO autodeterminação e respeitar esse direito, em
Os Estados Partes do presente Pacto, conformidade com as disposições da Carta das
Considerando que, em conformidade com os Nações Unidas.
princípios proclamados na Carta das Nações Unidas,
PARTE II
o relacionamento da dignidade inerente a todos os
ARTIGO 2º
membros da família humana e dos seus direitos
1. Cada Estado Parte do presente Pacto
iguais e inalienáveis constitui o fundamento da
compromete-se a adotar medidas, tanto por esforço
liberdade, da justiça e da paz no mundo,
próprio como pela assistência e cooperação
Reconhecendo que esses direitos decorrem da
internacionais, principalmente nos planos
dignidade inerente à pessoa humana,
econômico e técnico, até o máximo de seus recursos
Reconhecendo que, em conformidade com a
disponíveis, que visem a assegurar,
Declaração Universal dos Direitos do Homem. O
progressivamente, por todos os meios apropriados, o
ideal do ser humano livre, liberto do temor e da
pleno exercício dos direitos reconhecidos no
miséria. Não pode ser realizado a menos que se criem
presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de
condições que permitam a cada um gozar de seus
medidas legislativas.
direitos econômicos, sociais e culturais, assim como
2. Os Estados Partes do presente Pacto
de seus direitos civis e políticos,
comprometem-se a garantir que os direitos nele
Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe
enunciados e exercerão em discriminação alguma
aos Estados a obrigação de promover o respeito
por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
universal e efetivo dos direitos e das liberdades do
política ou de outra natureza, origem nacional ou
homem,
social, situação econômica, nascimento ou qualquer
Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres
outra situação.
para com seus semelhantes e para com a
3. Os países em desenvolvimento, levando
coletividade a que pertence, tem a obrigação de lutar
devidamente em consideração os direitos humanos e
pela promoção e observância dos direitos
a situação econômica nacional, poderão determinar
reconhecidos no presente Pacto,
em que garantirão os direitos econômicos
Acordam o seguinte:

341
VADE MECUM – Agente da PCDF

reconhecidos no presente Pacto àqueles que não assegurar um desenvolvimento econômico, social e
sejam seus nacionais. cultural constante e o pleno emprego produtivo em
ARTIGO 3º condições que salvaguardem aos indivíduos o gozo
Os Estados Partes do presente Pacto comprometem- das liberdades políticas e econômicas fundamentais.
se a assegurar a homens e mulheres igualdade no ARTIGO 7º
gozo de todos os direitos econômicos, sociais e Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o
culturais enumerados no presente Pacto. direito de toda pessoa de gozar de condições de
ARTIGO 4º trabalho justas e favoráveis, que assegurem
Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem especialmente:
que, no exercício dos direitos assegurados em a) Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a
conformidade com presente Pacto pelo Estado, este todos os trabalhadores:
poderá submeter tais direitos unicamente às i) Um salário eqüitativo e uma remuneração igual por
limitações estabelecidas em lei, somente na medida um trabalho de igual valor, sem qualquer distinção;
compatível com a natureza desses direitos e em particular, as mulheres deverão ter a garantia de
exclusivamente com o objetivo de favorecer o bem- condições de trabalho não inferiores às dos homens
estar geral em uma sociedade democrática. e perceber a mesma remuneração que eles por
ARTIGO 5º trabalho igual;
1. Nenhuma das disposições do presente Pacto ii) Uma existência decente para eles e suas famílias,
poderá ser interpretada no sentido de reconhecer a em conformidade com as disposições do presente
um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de Pacto;
dedicar-se a quaisquer atividades ou de praticar b) À segurança e a higiene no trabalho;
quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os c) Igual oportunidade para todos de serem
direitos ou liberdades reconhecidos no presente promovidos, em seu trabalho, à categoria superior
Pacto ou impor-lhe limitações mais amplas do que que lhes corresponda, sem outras considerações que
aquelas nele previstas. as de tempo de trabalho e capacidade;
2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão d) O descanso, o lazer, a limitação razoável das horas
dos direitos humanos fundamentais reconhecidos ou de trabalho e férias periódicas remuneradas, assim
vigentes em qualquer país em virtude de leis, como a remuneração dos feridos.
convenções, regulamentos ou costumes, sob ARTIGO 8º
pretexto de que o presente Pacto não os reconheça 1. Os Estados Partes do presente Pacto
ou os reconheça em menor grau. comprometem-se a garantir:
a) O direito de toda pessoa de fundar com outras,
PARTE III
sindicatos e de filiar-se ao sindicato de escolha,
ARTIGO 6º
sujeitando-se unicamente aos estatutos da
1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem
organização interessada, com o objetivo de
o direito ao trabalho, que compreende o direito de
promover e de proteger seus interesses econômicos
toda pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida
e sociais. O exercício desse direito só poderá ser
mediante um trabalho livremente escolhido ou
objeto das restrições previstas em lei e que sejam
aceito, e tomarão medidas apropriadas para
necessárias, em uma sociedade democrática, no
salvaguardar esse direito.
interesse da segurança nacional ou da ordem pública,
2. As medidas que cada Estado Parte do presente
ou para proteger os direitos e as liberdades alheias;
Pacto tomará a fim de assegurar o pleno exercício
b) O direito dos sindicatos de formar federações ou
desse direito deverão incluir a orientação e a
confederações nacionais e o direito destas de formar
formação técnica e profissional, a elaboração de
organizações sindicais internacionais ou de filiar-se
programas, normas e técnicas apropriadas para
às mesmas.

342
VADE MECUM – Agente da PCDF

c) O direito dos sindicatos de exercer livremente suas crianças e adolescentes em trabalhos que lhes sejam
atividades, sem quaisquer limitações além daquelas nocivos à moral e à saúde ou que lhes façam correr
previstas em lei e que sejam necessárias, em uma perigo de vida, ou ainda que lhes venham a prejudicar
sociedade democrática, no interesse da segurança o desenvolvimento norma, será punido por lei.
nacional ou da ordem pública, ou para proteger os Os Estados devem também estabelecer limites de
direitos e as liberdades das demais pessoas: idade sob os quais fique proibido e punido por lei o
d) O direito de greve, exercido de conformidade com emprego assalariado da mão-de-obra infantil.
as leis de cada país. ARTIGO 11
2. O presente artigo não impedirá que se submeta a 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem
restrições legais o exercício desses direitos pelos o direito de toda pessoa a um nível de vida
membros das forças armadas, da política ou da adequando para si próprio e sua família, inclusive à
administração pública. alimentação, vestimenta e moradia adequadas,
3. Nenhuma das disposições do presente artigo assim como a uma melhoria continua de suas
permitirá que os Estados Partes da Convenção de condições de vida. Os Estados Partes tomarão
1948 da Organização Internacional do Trabalho, medidas apropriadas para assegurar a consecução
relativa à liberdade sindical e à proteção do direito desse direito, reconhecendo, nesse sentido, a
sindical, venham a adotar medidas legislativas que importância essencial da cooperação internacional
restrinjam - ou a aplicar a lei de maneira a restringir fundada no livre consentimento.
as garantias previstas na referida Convenção. 2. Os Estados Partes do presente Pacto,
ARTIGO 9º reconhecendo o direito fundamental de toda pessoa
Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o de estar protegida contra a fome, adotarão,
direito de toda pessoa à previdência social, inclusive individualmente e mediante cooperação
ao seguro social. internacional, as medidas, inclusive programas
ARTIGO 10 concretos, que se façam necessárias para:
Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem a) Melhorar os métodos de produção, conservação e
que: distribuição de gêneros alimentícios pela plena
1. Deve-se conceder à família, que é o elemento utilização dos conhecimentos técnicos e científicos,
natural e fundamental da sociedade, as mais amplas pela difusão de princípios de educação nutricional e
proteção e assistência possíveis, especialmente para pelo aperfeiçoamento ou reforma dos regimes
a sua constituição e enquanto ele for responsável agrários, de maneira que se assegurem a exploração
pela criação e educação dos filhos. O matrimonio e a utilização mais eficazes dos recursos naturais;
deve ser contraído com o livre consentimento dos b) Assegurar uma repartição equitativa dos recursos
futuros cônjuges. alimentícios mundiais em relação às necessidades,
2. Deve-se conceder proteção especial às mães por levando-se em conta os problemas tanto dos países
um período de tempo razoável antes e depois do importadores quanto dos exportadores de gêneros
parto. Durante esse período, deve-se conceder às alimentícios.
mães que trabalham licença remunerada ou licença ARTIGO 12
acompanhada de benefícios previdenciários 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem
adequados. o direito de toda pessoa de desfrutar o mais elevado
3. Devem-se adotar medidas especiais de proteção e nível possível de saúde física e mental.
de assistência em prol de todas as crianças e 2. As medidas que os Estados Partes do presente
adolescentes, sem distinção alguma por motivo de Pacto deverão adotar com o fim de assegurar o pleno
filiação ou qualquer outra condição. Devem-se exercício desse direito incluirão as medidas que se
proteger as crianças e adolescentes contra a façam necessárias para assegurar:
exploração econômica e social. O emprego de

343
VADE MECUM – Agente da PCDF

a) A diminuição da mortinatalidade e da mortalidade e) Será preciso prosseguir ativamente o


infantil, bem como o desenvolvimento é das desenvolvimento de uma rede escolar em todos os
crianças; níveis de ensino, implementar-se um sistema
b) A melhoria de todos os aspectos de higiene do adequado de bolsas de estudo e melhorar
trabalho e do meio ambiente; continuamente as condições materiais do corpo
c) A prevenção e o tratamento das doenças docente.
epidêmicas, endêmicas, profissionais e outras, bem 1. Os Estados Partes do presente Pacto
como a luta contra essas doenças; comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais e,
d) A criação de condições que assegurem a todos quando for o caso, dos tutores legais de escolher para
assistência médica e serviços médicos em caso de seus filhos escolas distintas daquelas criadas pelas
enfermidade. autoridades públicas, sempre que atendam aos
ARTIGO 13 padrões mínimos de ensino prescritos ou aprovados
1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem pelo Estado, e de fazer com que seus filhos venham a
o direito de toda pessoa à educação. Concordam em receber educação religiosa ou moral que esteja de
que a educação deverá visar ao pleno acordo com suas próprias convicções.
desenvolvimento da personalidade humana e do 2.Nenhuma das disposições do presente artigo
sentido de sua dignidade e fortalecer o respeito pelos poderá ser interpretada no sentido de restringir a
direitos humanos e liberdades fundamentais. liberdade de indivíduos e de entidades de criar e
Concordam ainda em que a educação deverá dirigir instituições de ensino, desde que respeitados
capacitar todas as pessoas a participar efetivamente os princípios enunciados no parágrafo 1 do presente
de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a artigo e que essas instituições observem os padrões
tolerância e a amizade entre todas as nações e entre mínimos prescritos pelo Estado.
todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e ARTIGO 14
promover as atividades das Nações Unidas em prol Todo Estado Parte do presente pacto que, no
da manutenção da paz. momento em que se tornar Parte, ainda não tenha
2. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem garantido em seu próprio território ou territórios sob
que, com o objetivo de assegurar o pleno exercício sua jurisdição a obrigatoriedade e a gratuidade da
desse direito: educação primária, se compromete a elaborar e a
a) A educação primaria deverá ser obrigatória e adotar, dentro de um prazo de dois anos, um plano
acessível gratuitamente a todos; de ação detalhado destinado à implementação
b) A educação secundária em suas diferentes formas, progressiva, dentro de um número razoável de anos
inclusive a educação secundária técnica e estabelecidos no próprio plano, do princípio da
profissional, deverá ser generalizada e torna-se educação primária obrigatória e gratuita para todos.
acessível a todos, por todos os meios apropriados e, ARTIGO 15
principalmente, pela implementação progressiva do 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem
ensino gratuito; a cada indivíduo o direito de:
c) A educação de nível superior deverá igualmente a) Participar da vida cultural;
torna-se acessível a todos, com base na capacidade b) Desfrutar o processo cientifico e suas aplicações;
de cada um, por todos os meios apropriados e, c) Beneficiar-se da proteção dos interesses morais e
principalmente, pela implementação progressiva do materiais decorrentes de toda a produção cientifica,
ensino gratuito; literária ou artística de que seja autor.
d) Dever-se-á fomentar e intensificar, na medida do 2. As Medidas que os Estados Partes do Presente
possível, a educação de base para aquelas pessoas Pacto deverão adotar com a finalidade de assegurar
que não receberam educação primaria ou não o pleno exercício desse direito incluirão aquelas
concluíram o ciclo completo de educação primária;

344
VADE MECUM – Agente da PCDF

necessárias à convenção, ao desenvolvimento e à 3. Caso as informações pertinentes já tenham sido


difusão da ciência e da cultura. encaminhadas à Organização das Nações Unidas ou
3.Os Estados Partes do presente Pacto a uma agência especializada por um Estado Parte,
comprometem-se a respeitar a liberdade não será necessário reproduzir as referidas
indispensável à pesquisa cientifica e à atividade informações, sendo suficiente uma referência
criadora. precisa às mesmas.
4. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem ARTIGO 18
os benefícios que derivam do fomento e do Em virtude das responsabilidades que lhe são
desenvolvimento da cooperação e das relações conferidas pela Carta das Nações Unidas no domínio
internacionais no domínio da ciência e da cultura. dos direitos humanos e das liberdades fundamentais,
o Conselho Econômico e Social poderá concluir
PARTE IV
acordos com as agências especializadas sobre a
ARTIGO 16
apresentação, por estas, de relatórios relativos aos
1. Os Estados Partes do presente Pacto
progressos realizados quanto ao cumprimento das
comprometem-se a apresentar, de acordo com as
disposições do presente Pacto que correspondam ao
disposições da presente parte do Pacto, relatórios
seu campo de atividades. Os relatórios poderão,
sobre as medidas que tenham adotado e sobre o
incluir dados sobre as decisões e recomendações
progresso realizado com o objetivo de assegurar a
referentes ao cumprimento das disposições do
observância dos direitos reconhecidos no Pacto.
presente Pacto adotadas pelos órgãos competentes
2. a) Todos os relatórios deverão ser encaminhados
das agências especializadas.
ao Secretário-Geral da Organização das Nações
ARTIGO 19
Unidas, o qual enviará cópias dos mesmos ao
O Conselho Econômico e Social poderá encaminhar
Conselho Econômico e Social, para exame, de acordo
à Comissão de Direitos Humanos, para fins de estudo
com as disposições do presente Pacto.
e de recomendação de ordem geral, ou para
b) O Secretário-Geral da Organização das Nações
informação, caso julgue apropriado, os relatórios
Unidas encaminhará também às agências
concernentes aos direitos humanos que
especializadas cópias dos relatórios - ou de todas as
apresentarem os Estados nos termos dos artigos 16 e
partes pertinentes dos mesmos enviados pelos
17 e aqueles concernentes aos direitos humanos que
Estados Partes do presente Pacto que sejam
apresentarem as agências especializadas nos termos
igualmente membros das referidas agências
do artigo 18.
especializadas, na medida em que os relatórios, ou
ARTIGO 20
partes deles, guardem relação com questão que
Os Estados Partes do presente Pacto e as agências
sejam da competência de tais agências, nos termos
especializadas interessadas poderão encaminhar ao
de seus respectivos instrumentos constitutivos.
Conselho Econômico e Social comentários sobre
ARTIGO 17
qualquer recomendação de ordem geral feita em
1. Os Estados Partes do presente Pacto apresentarão
virtude do artigo 19 ou sobre qualquer referencia a
seus relatórios por etapas, segundo um programa a
uma recomendação de ordem geral que venha a
ser estabelecido pelo Conselho Econômico e Social
constar de relatório da Comissão de Direitos
no prazo de um ano a contar da data da entrada em
Humanos ou de qualquer documento mencionado no
vigor do presente Pacto, após consulta aos Estados
referido relatório.
Partes e às agências especializadas interessadas.
ARTIGO 21
2. Os relatórios poderão indicar os fatores e as
O Conselho Econômico e Social poderá apresentar
dificuldades que prejudiquem o pleno cumprimento
ocasionalmente à Assembléia-Geral relatórios que
das obrigações previstas no presente Pacto.
contenham recomendações de caráter geral bem
como resumo das informações recebidas dos

345
VADE MECUM – Agente da PCDF

Estados Partes do presente Pacto e das agências PARTE V


especializadas sobre as medidas adotadas e o ARTIGO 26
progresso realizado com a finalidade de assegurar a 1. O presente Pacto está aberto à assinatura de todos
observância geral dos direitos reconhecidos no os Estados membros da Organização das Nações
presente Pacto. Unidas ou membros de qualquer de suas agências
ARTIGO 22 especializadas, de todo Estado Parte do Estatuto da
O Conselho Econômico e Social poderá levar ao Corte internacional de Justiça, bem como de
conhecimento de outros órgãos da Organização das qualquer outro Estado convidado pela Assembléia-
Nações Unidas, de seus órgãos subsidiários e das Geral das Nações Unidas a torna-se Parte do
agências especializadas interessadas, às quais presente Pacto.
incumba a prestação de assistência técnica, 2. O presente Pacto está sujeito à ratificação. Os
quaisquer questões suscitadas nos relatórios instrumentos de ratificação serão depositados junto
mencionados nesta parte do presente Pacto que ao Secretário-Geral da Organização das Nações
possam ajudar essas entidades a pronunciar-se, cada Unidas.
uma dentro de sua esfera de competência, sobre a 3. O presente Pacto está aberto à adesão de qualquer
conveniência de medidas internacionais que possam dos Estados mencionados no parágrafo 1 do
contribuir para a implementação efetiva e presente artigo.
progressiva do presente Pacto. 4. Far-se-á a adesão mediante depósito do
ARTIGO 23 instrumento de adesão junto ao Secretário-Geral da
Os Estados Partes do presente Pacto concordam em Organização das Nações Unidas.
que as medidas de ordem internacional destinada a 5. O Secretário-Geral da Organização das Nações
tornar efetivos os direitos reconhecidos no referido Unidas informará todos os Estados que hajam
Pacto incluem, sobretudo, a conclusão de assinado o presente Pacto ou a ele aderido, do
convenções, a adoção de recomendações, a depósito de cada instrumento de ratificação ou de
prestação de assistência técnica e a organização, em adesão.
conjunto com os governos interessados, e no intuito ARTIGO 27
de efetuar consultas e realizar estudos, de reuniões 1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após
regionais e de reuniões técnicas. a data do depósito, junto ao Secretário-Geral da
ARTIGO 24 Organização das Nações Unidas, do trigésimo-
Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá quinto instrumento de ratificação ou de adesão.
ser interpretada em detrimento das disposições da 2. Para os Estados que vierem a ratificar o presente
Carta das Nações Unidas ou das constituições das Pacto ou a ele aderir após o depósito do trigésimo-
agências especializadas, as quais definem as quinto instrumento de ratificação ou de adesão, o
responsabilidades respectivas dos diversos órgãos da presente Pacto entrará em vigor três meses após a
Organização das Nações Unidas e agências data do depósito, pelo Estado em questão, de seu
especializadas relativamente às matérias tratadas no instrumento de ratificação ou de adesão.
presente Pacto. ARTIGO 28
ARTIGO 25 Aplicar-se-ão as disposições do presente Pacto, sem
Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá qualquer limitação ou exceção, a todas as unidades
ser interpretada em detrimento do direito inerente a constitutivas dos Estados Federativos.
todos os povos de desfrutar e utilizar plena e ARTIGO 29
livremente suas riquezas e seus recursos naturais. 1. Qualquer Estado Parte do presente Pacto poderá
propor emendas e depositá-las junto ao Secretário-
Geral da Organização das Nações Unidas. O
Secretário-Geral comunicará todas as propostas de

346
VADE MECUM – Agente da PCDF

emenda aos Estados Partes do presente Pacto, assinaram o presente Pacto, aberto à assinatura em
pedindo-lhes que o notifiquem se desejam que se Nova York, aos 19 dias no mês de dezembro do ano
convoque uma conferência dos Estados Partes de mil novecentos e sessenta e seis.
destinada a examinar as propostas e submetê-las à
votação. Se pelo menos um terço dos Estados Partes
se manifestar a favor da referida convocação, o
Secretário-Geral convocará a conferência sob os
auspícios da Organização das Nações Unidas.
Qualquer emenda adotada pela maioria dos Estados
Partes presentes e votantes na conferência será
submetida à aprovação da Assembleia-Geral das
Nações Unidas.
2. Tais emendas entrarão em vigor quando
aprovadas pela Assembleia-Geral das Nações Unidas
e aceitas, em conformidade com seus respectivos
procedimentos constitucionais, por uma maioria de
dois terços dos Estados Partes no presente Pacto.
3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão
obrigatórias para os Estados Partes que as
aceitaram, ao passo que os demais Estados Partes
permanecem obrigatórios pelas disposições do
presente Pacto e pelas emendas anteriores por eles
aceitas.
ARTIGO 30
Independentemente das notificações previstas no
parágrafo 5 do artigo 26, o Secretário-Geral da
Organização das Nações Unidas comunicará a todos
os Estados mencionados no parágrafo 1 do referido
artigo:
a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em
conformidade com o artigo 26;
b) a data de entrada em vigor do Pacto, nos termos
do artigo 27, e a data de entrada em vigor de
quaisquer emendas, nos termos do artigo 29.
ARTIGO 31
1. O presente Pacto, cujos textos em chinês,
espanhol, francês, inglês e russo são igualmente
autênticos, será depositado nos arquivos da
Organização das Nações Unidas.
2. O Secretário-Geral da Organização das Nações
Unidas encaminhará cópias autenticadas do
presente Pacto a todos os Estados mencionados no
artigo 26.
Em fé do quê, os abaixo-assinados, devidamente
autorizados por seus respectivos Governos,

347
VADE MECUM – Agente da PCDF

demonstrações contábeis necessários para


Contabilidade esclarecimento da situação patrimonial e dos
LEI N° 6.404/76 resultados do exercício.
§ 5º As notas explicativas devem:
CAPÍTULO XV - EXERCÍCIO SOCIAL E
I - apresentar informações sobre a base de
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
preparação das demonstrações financeiras e das
SEÇÃO I - Exercício Social
práticas contábeis específicas selecionadas e
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um)
aplicadas para negócios e eventos significativos;
ano e a data do término será fixada no estatuto.
II - divulgar as informações exigidas pelas práticas
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos
contábeis adotadas no Brasil que não estejam
casos de alteração estatutária o exercício social
apresentadas em nenhuma outra parte das
poderá ter duração diversa.
demonstrações financeiras;
SEÇÃO II - Demonstrações Financeiras
III - fornecer informações adicionais não indicadas
Disposições Gerais
nas próprias demonstrações financeiras e
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria
consideradas necessárias para uma apresentação
fará elaborar, com base na escrituração mercantil da
adequada; e
companhia, as seguintes demonstrações financeiras,
IV - indicar:
que deverão exprimir com clareza a situação do
a) os principais critérios de avaliação dos elementos
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas
patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos
no exercício:
de depreciação, amortização e exaustão, de
I - balanço patrimonial;
constituição de provisões para encargos ou riscos, e
II - demonstração dos lucros ou prejuízos
dos ajustes para atender a perdas prováveis na
acumulados;
realização de elementos do ativo;
III - demonstração do resultado do exercício; e
b) os investimentos em outras sociedades, quando
IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Inciso com
relevantes (art. 247, parágrafo único);
redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
c) o aumento de valor de elementos do ativo
V - se companhia aberta, demonstração do valor
resultante de novas avaliações (art. 182, § 3º );
adicionado. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão
ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
publicadas com a indicação dos valores
responsabilidades eventuais ou contingentes;
correspondentes das demonstrações do exercício
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as
anterior.
garantias das obrigações a longo prazo;
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes
f) o número, espécies e classes das ações do capital
poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão
social;
ser agregados, desde que indicada a sua natureza e
g) as opções de compra de ações outorgadas e
não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do
exercidas no exercício;
respectivo grupo de contas; mas é vedada a
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1º); e
utilização de designações genéricas, como "diversas
i) os eventos subsequentes à data de encerramento
contas" ou "contas-correntes".
do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a
relevante sobre a situação financeira e os resultados
destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos
futuros da companhia. (Parágrafo com redação dada pela Lei
da administração, no pressuposto de sua aprovação
nº 11.941, de 27/5/2009)
pela assembleia-geral.
§ 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na
§ 4º As demonstrações serão complementadas por
data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois
notas explicativas e outros quadros analíticos ou
milhões de reais) não será obrigada à elaboração e

348
VADE MECUM – Agente da PCDF

publicação da demonstração dos fluxos de caixa. principais mercados de valores mobiliários. (Parágrafo
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
§ 7º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu § 6º As companhias fechadas poderão optar por
critério, disciplinar de forma diversa o registro de que observar as normas sobre demonstrações financeiras
trata o § 3º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Medida expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para
Provisória nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de as companhias abertas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
27/5/2009) 11.638, de 28/12/2007)
Escrituração § 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
em registros permanentes, com obediência aos SEÇÃO III - Balanço Patrimonial
preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos Grupo de Contas
princípios de contabilidade geralmente aceitos, Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
devendo observar métodos ou critérios contábeis segundo os elementos do patrimônio que registrem,
uniformes no tempo e registrar as mutações e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
patrimoniais segundo o regime de competência. análise da situação financeira da companhia.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem
que houver modificação de métodos ou critérios decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la registrados, nos seguintes grupos:
em nota e ressaltar esses efeitos. I - ativo circulante; e (Inciso acrescido pela Medida Provisória
§ 2º A companhia observará exclusivamente em nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)

livros ou registros auxiliares, sem qualquer II - ativo não circulante, composto por ativo realizável
modificação da escrituração mercantil e das a longo prazo, investimentos, imobilizado e
demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições intangível. (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 449, de
3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
da lei tributária, ou de legislação especial sobre a
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos
atividade que constitui seu objeto, que prescrevam,
seguintes grupos:
conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou
I - passivo circulante; (Inciso acrescido pela Medida Provisória
critérios contábeis diferentes ou determinem
nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de
II - passivo não circulante; e (Inciso acrescido pela Medida
outras demonstrações financeiras. Provisória nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de
I - (revogado); 27/5/2009)
II - (revogado). (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941, III - patrimônio líquido, dividido em capital social,
de 27/5/2009) reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
§ 3º As demonstrações financeiras das companhias reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela acumulados. (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 449, de
Comissão de Valores Mobiliários e serão 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
obrigatoriamente submetidas a auditoria por § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia
auditores independentes nela registrados. (Parágrafo não tiver direito de compensar serão classificados
com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) separadamente.
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas Ativo
pelos administradores e por contabilistas legalmente Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte
habilitados. modo:
§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos
Mobiliários a que se refere o § 3º deste artigo deverão realizáveis no curso do exercício social subsequente e
ser elaboradas em consonância com os padrões as aplicações de recursos em despesas do exercício
internacionais de contabilidade adotados nos seguinte;

349
VADE MECUM – Agente da PCDF

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos Patrimônio Líquido


realizáveis após o término do exercício seguinte, Art. 182. A conta do capital social discriminará o
assim como os derivados de vendas, adiantamentos montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda
ou empréstimos a sociedades coligadas ou não realizada.
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou § 1º Serão classificadas como reservas de capital as
participantes no lucro da companhia, que não contas que registrarem:
constituírem negócios usuais na exploração do a) a contribuição do subscritor de ações que
objeto da companhia; ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de
III - em investimentos: as participações permanentes emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar
em outras sociedades e os direitos de qualquer a importância destinada à formação do capital social,
natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que inclusive nos casos de conversão em ações de
não se destinem à manutenção da atividade da debêntures ou partes beneficiárias;
companhia ou da empresa; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por bônus de subscrição;
objeto bens corpóreos destinados à manutenção das § 2°. Será ainda registrado como reserva de capital o
atividades da companhia ou da empresa ou exercidos resultado da correção monetária do capital realizado,
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de enquanto não-capitalizado.
operações que transfiram à companhia os benefícios, § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação
riscos e controle desses bens; (Inciso com redação dada patrimonial, enquanto não computadas no resultado
pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) do exercício em obediência ao regime de
V - (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008, competência, as contrapartidas de aumentos ou
convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo
VI - no intangível: os direitos que tenham por objeto
e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor
bens incorpóreos destinados à manutenção da
justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
companhia ou exercidos com essa finalidade,
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários,
inclusive o fundo de comércio adquirido. (Inciso
com base na competência conferida pelo § 3º do art.
acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
177 desta Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941,
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo
de 27/5/2009)
operacional da empresa tiver duração maior que o
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as
exercício social, a classificação no circulante ou longo
contas constituídas pela apropriação de lucros da
prazo terá por base o prazo desse ciclo.
companhia.
Passivo Exigível
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive
no balanço como dedução da conta do patrimônio
financiamentos para aquisição de direitos do ativo
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados
não circulante, serão classificadas no passivo
na sua aquisição.
circulante, quando se vencerem no exercício
Critérios de Avaliação do Ativo
seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
vencimento em prazo maior, observado o disposto
avaliados segundo os seguintes critérios:
no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Artigo com
I - as aplicações em instrumentos financeiros,
redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
inclusive derivativos, e em direitos e títulos de
Resultados de Exercícios Futuros
créditos, classificados no ativo circulante ou no
Art. 181. (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de
3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
realizável a longo prazo: (“Caput” do inciso com redação
dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)

350
VADE MECUM – Agente da PCDF

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço
destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e líquido de realização mediante venda no mercado,
(Alínea com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) deduzidos os impostos e demais despesas
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de necessárias para a venda, e a margem de lucro;
emissão, atualizado conforme disposições legais ou c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual
contratuais, ajustado ao valor provável de realização, possam ser alienados a terceiros.
quando este for inferior, no caso das demais d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se
aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Alínea obter em um mercado ativo, decorrente de
acrescida pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
transação não compulsória realizada entre partes
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e
independentes; e, na ausência de um mercado ativo
produtos do comércio da companhia, assim como
para um determinado instrumento financeiro:
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em (“Caput” da alínea acrescida pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de com a negociação de outro instrumento financeiro
mercado, quando este for inferior; de natureza, prazo e risco similares; (Item acrescido pela
III - os investimentos em participação no capital Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
social de outras sociedades, ressalvado o disposto 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros
nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, para instrumentos financeiros de natureza, prazo e
deduzido de provisão para perdas prováveis na risco similares; ou (Item acrescido pela Lei nº 11.638, de
realização do seu valor, quando essa perda estiver 28/12/2007)

comprovada como permanente, e que não será 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-
modificado em razão do recebimento, sem custo estatísticos de precificação de instrumentos
para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; financeiros. (Item acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
IV - os demais investimentos, pelo custo de § 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos
aquisição, deduzido de provisão para atender às imobilizado e intangível será registrada
perdas prováveis na realização do seu valor, ou para periodicamente nas contas de: ("Caput" do parágrafo com
redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
redução do custo de aquisição ao valor de mercado,
a) depreciação, quando corresponder à perda do
quando este for inferior;
valor dos direitos que têm por objeto bens físicos
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso,
de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta
ação da natureza ou obsolescência;
de depreciação, amortização ou exaustão;
b) amortização, quando corresponder à perda do
VI - (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009) valor do capital aplicado na aquisição de direitos da
VII - os direitos classificados no intangível, pelo custo propriedade industrial ou comercial e quaisquer
incorrido na aquisição deduzido do saldo da outros com existência ou exercício de duração
respectiva conta de amortização; (Inciso acrescido pela Lei limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por
nº 11.638, de 28/12/2007) prazo legal ou contratualmente limitado;
VIII - os elementos do ativo decorrentes de operações c) exaustão, quando corresponder à perda do valor,
de longo prazo serão ajustados a valor presente, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto
sendo os demais ajustados quando houver efeito sejam recursos minerais ou florestais, ou bens
relevante. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) aplicados nessa exploração.
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera- § 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente,
se valor justo: (redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) análise sobre a recuperação dos valores registrados
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam:
o preço pelo qual possam ser repostos, mediante ("Caput" do parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941, de
27/5/2009)
compra no mercado;

351
VADE MECUM – Agente da PCDF

I - registradas as perdas de valor do capital aplicado I - o saldo do início do período, os ajustes de


quando houver decisão de interromper os exercícios anteriores e a correção monetária do saldo
empreendimentos ou atividades a que se destinavam inicial;
ou quando comprovado que não poderão produzir II - as reversões de reservas e o lucro líquido do
resultados suficientes para recuperação desse valor; exercício;
ou (Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) III - as transferências para reservas, os dividendos, a
II - revisados e ajustados os critérios utilizados para parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao
determinação da vida útil econômica estimada e para fim do período.
cálculo da depreciação, exaustão e amortização. § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) considerados apenas os decorrentes de efeitos da
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis mudança de critério contábil, ou da retificação de
destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor erro imputável a determinado exercício anterior, e
de mercado, quando esse for o costume mercantil que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
aceito pela técnica contábil. § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos
Critérios de Avaliação do Passivo acumulados deverá indicar o montante do dividendo
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão por ação do capital social e poderá ser incluída na
avaliados de acordo com os seguintes critérios: demonstração das mutações do patrimônio líquido,
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou se elaborada e publicada pela companhia.
calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar SEÇÃO V - Demonstração do Resultado do
com base no resultado do exercício, serão Exercício
computados pelo valor atualizado até a data do Art. 187. A demonstração do resultado do exercício
balanço; discriminará:
II - as obrigações em moeda estrangeira, com I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções
cláusula de paridade cambial, serão convertidas em das vendas, os abatimentos e os impostos;
moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das
do balanço; mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III - as obrigações, os encargos e os riscos III - as despesas com as vendas, as despesas
classificados no passivo não circulante serão financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
ajustados ao seu valor presente, sendo os demais gerais e administrativas, e outras despesas
ajustados quando houver efeito relevante. (Inciso com operacionais;
redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas
Critérios de Avaliação em Operações Societárias
e as outras despesas; (Inciso com redação dada pela Lei nº
Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários 11.941, de 27/5/2009)
estabelecerá, com base na competência conferida V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a
pelo § 3º do art. 177 desta Lei, normas especiais de Renda e a provisão para o imposto;
avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de VI - as participações de debêntures, empregados,
controle, participações societárias ou negócios. administradores e partes beneficiárias, mesmo na
(Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
forma de instrumentos financeiros, e de instituições
convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
ou fundos de assistência ou previdência de
Correção Monetária
empregados, que não se caracterizem como
Art. 185. (Revogado pela Lei nº 7.730, de 31/1/1989)
despesa; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.941, de
SEÇÃO IV - Demonstração de Lucros ou Prejuízos
27/5/2009)
Acumulados
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos
montante por ação do capital social.
acumulados discriminará:

352
VADE MECUM – Agente da PCDF

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão Parágrafo único. o prejuízo do exercício será


computados: obrigatoriamente absorvido pelos lucros
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva
independentemente da sua realização em moeda; e legal, nessa ordem.
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou
incorridos, correspondentes a essas receitas e Participações
rendimentos. Art. 190. As participações estatutárias de
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) empregados, administradores e partes beneficiárias
SEÇÃO VI - Demonstrações dos Fluxos de Caixa e serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem,
do Valor Adicionado com base nos lucros que remanescerem depois de
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e deduzida a participação anteriormente calculada.
V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.638, de participações dos administradores e das partes
28/12/2007)
beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201.
I - demonstração dos fluxos de caixa - as alterações
Lucro Líquido
ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e
Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do
equivalentes de caixa, segregando-se essas
exercício que remanescer depois de deduzidas as
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (“Caput” do
participações de que trata o artigo 190.
inciso com redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
Proposta de Destinação do Lucro
a) das operações; (Alínea com redação dada pela Lei nº 11.638,
de 28/12/2007)
Art. 192. Juntamente com as demonstrações
b) dos financiamentos; e (Alínea com redação dada pela Lei financeiras do exercício, os órgãos da administração
nº 11.638, de 28/12/2007) da companhia apresentarão à assembleia-geral
c) dos investimentos; (Alínea com redação dada pela Lei nº ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203
11.638, de 28/12/2007) e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada
II - demonstração do valor adicionado - o valor da ao lucro líquido do exercício.
riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição SEÇÃO II - Reservas e Retenção de Lucros
entre os elementos que contribuíram para a geração Reserva Legal
dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por
acionistas, governo e outros, bem como a parcela da cento) serão aplicados, antes de qualquer outra
riqueza não distribuída. (“Caput” do inciso com redação dada destinação, na constituição da reserva legal, que não
pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.
a) dividendos distribuídos; § 1º A companhia poderá deixar de constituir a
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; reserva legal no exercício em que o saldo dessa
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos reserva, acrescido do montante das reservas de
investimentos e do ativo diferido; capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de
d) redução do passivo exigível a longo prazo; 30% (trinta por cento) do capital social.
CAPÍTULO XVI - LUCRO, RESERVAS E § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a
DIVIDENDOS integridade do capital social e somente poderá ser
SEÇÃO I - Lucro utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda capital.
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, Reservas Estatutárias
antes de qualquer participação, os prejuízos Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que,
acumulados e a provisão para o Imposto sobre a para cada uma:
Renda. I - indique, de modo preciso e completo, a sua
finalidade;

353
VADE MECUM – Agente da PCDF

II - fixe os critérios para determinar a parcela anual Reserva de Lucros a Realizar


dos lucros líquidos que serão destinados à sua Art. 197. No exercício em que o montante do
constituição; e dividendo obrigatório, calculado nos termos do
III - estabeleça o limite máximo da reserva. estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela
Reservas para Contingências realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-
Art. 195. A assembleia-geral poderá, por proposta geral poderá, por proposta dos órgãos de
dos órgãos da administração, destinar parte do lucro administração, destinar o excesso à constituição de
líquido à formação de reserva com a finalidade de reserva de lucros a realizar. (“Caput” do artigo com redação
compensar, em exercício futuro, a diminuição do dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)

lucro decorrente de perda julgada provável, cujo § 1º Para os efeitos deste artigo, considera-se
valor possa ser estimado. realizada a parcela do lucro líquido do exercício que
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá exceder da soma dos seguintes valores: (Parágrafo único
transformado em § 1º pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
indicar a causa da perda prevista e justificar, com as
I - o resultado líquido positivo da equivalência
razões de prudência que a recomendem, a
patrimonial (art. 248); e (Inciso acrescido pela Lei nº 10.303,
constituição da reserva.
de 31/10/2001)
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que
II - o lucro, rendimento ou ganho líquidos em
deixarem de existir as razões que justificaram a sua
operações ou contabilização de ativo e passivo pelo
constituição ou em que ocorrer a perda.
valor de mercado, cujo prazo de realização financeira
Reserva de Incentivos Fiscais
ocorra após o término do exercício social seguinte.
Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta (Inciso acrescido pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001 e com nova
dos órgãos de administração, destinar para a reserva redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido § 2º A reserva de lucros a realizar somente poderá ser
decorrente de doações ou subvenções utilizada para pagamento do dividendo obrigatório
governamentais para investimentos, que poderá ser e, para efeito do inciso III do art. 202, serão
excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório considerados como integrantes da reserva os lucros
(inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Artigo acrescido a realizar de cada exercício que forem os primeiros a
pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) serem realizados em dinheiro. (Parágrafo acrescido pela
Retenção de Lucros Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta Limite da Constituição de Reservas e Retenção de
dos órgãos da administração, deliberar reter parcela Lucros
do lucro líquido do exercício prevista em orçamento Art. 198. A destinação dos lucros para constituição
de capital por ela previamente aprovado. das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas,
administração com a justificação da retenção de em cada exercício, em prejuízo da distribuição do
lucros proposta, deverá compreender todas as fontes dividendo obrigatório (artigo 202).
de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, Limite do Saldo das Reservas de Lucro
e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as
salvo no caso de execução, por prazo maior, de para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a
projeto de investimento. realizar, não poderá ultrapassar o capital social.
§ 2º O orçamento poderá ser aprovado pela Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre
assembleia-geral ordinária que deliberar sobre o aplicação do excesso na integralização ou no
balanço do exercício e revisado anualmente, quando aumento do capital social ou na distribuição de
tiver duração superior a um exercício social. (Parágrafo dividendos. (Artigo com redação dada pela Lei nº 11.638, de
com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001) 28/12/2007)

354
VADE MECUM – Agente da PCDF

Reserva de Capital b) importância destinada à formação da reserva para


Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva
utilizadas para: formada em exercícios anteriores; (Alínea acrescida pela
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros Lei nº 10.303, de 31/10/2001)

acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, II - o pagamento do dividendo determinado nos


parágrafo único); termos do inciso I poderá ser limitado ao montante
II - resgate, reembolso ou compra de ações; do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado,
III - resgate de partes beneficiárias; desde que a diferença seja registrada como reserva
IV - incorporação ao capital social; de lucros a realizar (art. 197); (Inciso com redação dada pela
Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais,
III - os lucros registrados na reserva de lucros a
quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo
realizar, quando realizados e se não tiverem sido
17, § 5º).
absorvidos por prejuízos em exercícios
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto
subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro
da venda de partes beneficiárias poderá ser
dividendo declarado após a realização. (Inciso com
destinada ao resgate desses títulos.
redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
SEÇÃO III - Dividendos
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como
Origem
porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar
Art. 201. A companhia somente pode pagar
outros critérios para determiná-lo, desde que sejam
dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de
regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os
lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta
acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de
de reserva de capital, no caso das ações preferenciais
administração ou da maioria.
de que trata o § 5º do artigo 17.
§ 2º Quando o estatuto for omisso e a assembleia-
§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância
geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre
do disposto neste artigo implica responsabilidade
a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser
solidária dos administradores e fiscais, que deverão
inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro
repor à caixa social a importância distribuída, sem
líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo.
prejuízo da ação penal que no caso couber. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os § 3º A assembleia-geral pode, desde que não haja
dividendos que em boa-fé tenham recebido. oposição de qualquer acionista presente, deliberar a
Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos
distribuídos sem o levantamento do balanço ou em termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro
desacordo com os resultados deste. líquido, nas seguintes sociedades: ("Caput" do parágrafo
Dividendo Obrigatório com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como I - companhias abertas exclusivamente para a
dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela captação de recursos por debêntures não
dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for conversíveis em ações; (Inciso acrescido pela Lei nº 10.303,
omisso, a importância determinada de acordo com de 31/10/2001)
as seguintes normas: (“Caput” do artigo com redação dada II - companhias fechadas, exceto nas controladas por
pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001) companhias abertas que não se enquadrem na
I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou condição prevista no inciso I. (Inciso acrescido pela Lei nº
acrescido dos seguintes valores: (“Caput” do inciso 10.303, de 31/10/2001)
com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001) § 4º O dividendo previsto neste artigo não será
a) importância destinada à constituição da reserva obrigatório no exercício social em que os órgãos da
legal (art. 193); e (Alínea acrescida pela Lei nº 10.303, de administração informarem à assembleia-geral
31/10/2001) ordinária ser ele incompatível com a situação

355
VADE MECUM – Agente da PCDF

financeira da companhia. O conselho fiscal, se em § 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque
funcionamento, deverá dar parecer sobre essa nominativo remetido por via postal para o endereço
informação e, na companhia aberta, seus comunicado pelo acionista à companhia, ou
administradores encaminharão à Comissão de mediante crédito em conta-corrente bancária aberta
Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da em nome do acionista.
realização da assembleia-geral, exposição § 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou
justificativa da informação transmitida à assembleia. em depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos pagos pela companhia à instituição financeira
termos do § 4º serão registrados como reserva depositária, que será responsável pela sua entrega
especial e, se não absorvidos por prejuízos em aos titulares das ações depositadas.
exercícios subsequentes, deverão ser pagos como § 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação
dividendo assim que o permitir a situação financeira em contrário da assembleia-geral, no prazo de 60
da companhia. (sessenta) dias da data em que for declarado e, em
§ 6º Os lucros não destinados nos termos dos arts. qualquer caso, dentro do exercício social.
193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
Dividendos de Ações Preferenciais
Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não
prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de
receber os dividendos fixos ou mínimos a que
tenham prioridade, inclusive os atrasados, se
cumulativos.
Dividendos Intermediários
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de
disposição estatutária, levantar balanço semestral,
poderá declarar, por deliberação dos órgãos de
administração, se autorizados pelo estatuto,
dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.
§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição
estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos
em períodos menores, desde que o total dos
dividendos pagos em cada semestre do exercício
social não exceda o montante das reservas de capital
de que trata o § 1º do artigo 182.
§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de
administração a declarar dividendos intermediários,
à conta de lucros acumulados ou de reservas de
lucros existentes no último balanço anual ou
semestral.
Pagamento de Dividendos
Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações
nominativas à pessoa que, na data do ato de
declaração do dividendo, estiver inscrita como
proprietária ou usufrutuária da ação.

356
VADE MECUM – Agente da PCDF

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – 23/09/16


ATENÇÃO: Acreditamos que a banca se equivocou na cobrança deste documento e que, na verdade, se trataria
do “CPC 00 – Estrutura Conceitual Básica”. De qualquer forma, o disponibilizamos aqui até que haja eventual
retificação e, assim sendo, este VADE MECUM será atualizado.
Aprova a NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de
Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, considerando o processo de convergência das Normas Brasileiras
de Contabilidade aos padrões internacionais e que, mediante acordo firmado com a Ifac que autorizou, no Brasil,
o CFC como um dos tradutores de suas normas e publicações, outorgando os direitos de realizar tradução,
publicação e distribuição das normas internacionais e demais pronunciamentos em formato eletrônico, no
exercício de suas atribuições legais e regimentais e com fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º do
Decreto-Lei n.º 9.295/1946, alterado pela Lei n.º 12.249/2010, faz saber que foi aprovada em seu Plenário a
seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC), elaborada de acordo com o Pronunciamento intitulado The
Conceptual Framework for General Purpose Financial Reporting by Public Sector Entities, emitido pelo International
Public Sector Accounting Standards Board da International Federation of Accountants (IPSASB/Ifac):

NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO


DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL PELAS ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO
PREFÁCIO
Introdução
1. A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas
Entidades do Setor Público (Estrutura Conceitual) estabelece os conceitos que devem ser aplicados no
desenvolvimento das demais Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCs TSP) do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) destinados às entidades do setor público. Além disso, tais conceitos
são aplicáveis à elaboração e à divulgação formal dos Relatórios Contábeis de Propósito Geral das Entidades
do Setor Público (RCPGs).
2. O objetivo principal da maioria das entidades do setor público é prestar serviços à sociedade, em vez de obter
lucros e gerar retorno financeiro aos investidores. Consequentemente, o desempenho de tais entidades pode
ser apenas parcialmente avaliado por meio da análise da situação patrimonial, do desempenho e dos fluxos de
caixa. Os RCPGs fornecem informações aos seus usuários para subsidiar os processos decisórios e a prestação
de contas e responsabilização (accountability). Portanto, os usuários dos RCPGs das entidades do setor público
precisam de informações para subsidiar as avaliações de algumas questões, tais como:
(a) se a entidade prestou seus serviços à sociedade de maneira eficiente e eficaz;
(b) quais são os recursos atualmente disponíveis para gastos futuros, e até que ponto há restrições ou
condições para a utilização desses recursos;
(c) a extensão na qual a carga tributária, que recai sobre os contribuintes em períodos futuros para pagar
por serviços correntes, tem mudado; e
(d) se a capacidade da entidade para prestar serviços melhorou ou piorou em comparação com exercícios
anteriores.
3. Os governos geralmente têm amplos poderes, incluindo a capacidade de estabelecer e fazer cumprir requisitos
legais e alterar esses requisitos. Globalmente, o setor público varia consideravelmente em suas disposições
constitucionais e em suas metodologias de funcionamento. No entanto, a governança no setor público,
geralmente, envolve a realização de prestação de contas do Poder Executivo para o Poder Legislativo.

357
VADE MECUM – Agente da PCDF

4. As seções a seguir destacam as características do setor público selecionadas para serem incluídas no
desenvolvimento desta estrutura conceitual.
Volume e significância das transações sem contraprestação
5. Em transação sem contraprestação, a entidade recebe o valor da outra parte sem dar diretamente em troca
valor aproximadamente igual. Tais transações são comuns no setor público. A quantidade e a qualidade dos
serviços públicos prestados a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos, normalmente, não são diretamente
proporcionais ao volume de tributos cobrados. O indivíduo ou o grupo pode ter que pagar tarifa ou taxa
adicional e/ou pode estar sujeito a cobranças específicas para ter acesso a determinados serviços. No entanto,
essas operações são, geralmente, transações sem contraprestação, porque o valor dos benefícios que
indivíduo ou grupo de indivíduos pode obter não será aproximadamente igual ao valor de quaisquer cobranças
pagas por eles. A natureza das transações sem contraprestação pode impactar a forma pela qual elas são
reconhecidas, mensuradas e evidenciadas, no sentido de dar suporte às avaliações por parte dos usuários dos
serviços e dos provedores de recursos.
6. A tributação é uma transação que ocorre por força de lei e, portanto, uma transação sem contraprestação
entre entidades (ou indivíduos) e o governo. A distribuição das competências tributárias entre os níveis de
governo não é uniforme e depende da relação entre as competências tributárias do governo federal, dos
demais entes federativos e de outras entidades do setor público. As entidades internacionais do setor público
são financiadas principalmente por meio de transferências oriundas dos governos. Tal financiamento pode ser
regido por tratados e convenções e pode também ser voluntário.
7. Os governos e outras entidades do setor público são responsabilizáveis perante os provedores de recursos,
especialmente àqueles que proveem esses recursos por meio do pagamento de obrigações tributárias e de
outras obrigações da mesma natureza. O objetivo da prestação de contas e responsabilização (accountability)
relacionado com a elaboração e divulgação dos RCPGs consta no Capítulo 2, intitulado Objetivos e Usuários
da Informação Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público.
Importância do orçamento público
8. O governo e outras entidades do setor público elaboram orçamentos. No Brasil, a Constituição exige a
elaboração do orçamento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua disponibilização à sociedade. A
legislação brasileira define o que a peça orçamentária deve conter. A sociedade fiscaliza a gestão das entidades
públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou indiretamente, por meio de representantes. O orçamento
aprovado é utilizado como base para a definição dos níveis de tributação e de outras receitas, compondo o
processo de obtenção de autorização legislativa para a realização do gasto público.
9. Devido à importância do orçamento público aprovado, as informações que possibilitam aos usuários
compararem a execução orçamentária com o orçamento previsto facilitam a análise quanto ao desempenho
das entidades do setor público. Tais informações instrumentalizam a prestação de contas e a
responsabilização (accountability) e fornecem subsídios para o processo decisório relativo aos orçamentos dos
exercícios subsequentes. A elaboração de demonstrativo que apresenta e compara a execução do orçamento
com o orçamento previsto é o mecanismo normalmente utilizado para demonstrar a conformidade com os
requisitos legais relativos às finanças públicas. As necessidades dos usuários quanto às informações
orçamentárias são discutidas no Capítulo 2.
Natureza dos programas e longevidade do setor público
10. Muitos programas do setor público são de longo prazo, e a capacidade para cumprir os compromissos depende
dos tributos e das contribuições a serem arrecadados no futuro. Muitos compromissos decorrentes dos
programas do setor público e as prerrogativas para cobrar e arrecadar tributos futuros não se encaixam nas
definições de ativo e passivo apresentados no Capítulo 5, intitulado Elementos das Demonstrações Contábeis.

358
VADE MECUM – Agente da PCDF

Portanto, os compromissos e as prerrogativas com essa característica não são reconhecidos nas
demonstrações contábeis.
11. Consequentemente, as demonstrações que evidenciam a situação patrimonial e o desempenho não fornecem
todas as informações que os usuários precisam conhecer a respeito dos programas de longo prazo. Os efeitos
financeiros de determinadas decisões poderão ser observados após muitos anos. Dessa forma, os RCPGs, ao
conterem informações financeiras prospectivas acerca da sustentabilidade em longo prazo das finanças e de
programas essenciais da entidade do setor público, são documentos necessários para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, como será visto no Capítulo 2.
12. Embora o controle político possa mudar periodicamente, os estados soberanos, geralmente, têm existências
muito longas. Eles continuam a existir mesmo que passem por severas dificuldades financeiras e se tornem
inadimplentes com as obrigações oriundas da sua respectiva dívida soberana. Se os entes subnacionais
passarem por dificuldades financeiras, os governos nacionais podem, por exemplo, agir como credores em
última instância ou podem prestar garantias em larga escala para os empréstimos tomados por esses entes.
Nesse exemplo, os principais compromissos de prestação de serviços das entidades subnacionais podem
continuar a serem financiados pelo governo nacional (ou central). Em outros exemplos, as entidades do setor
público que são incapazes de liquidar as suas obrigações na data de vencimento podem continuar a existir por
meio da reestruturação de suas operações.
13. A continuidade das entidades do setor público (going concern principle) fundamenta a elaboração das
demonstrações contábeis. É necessário que a interpretação desse princípio expresse as questões discutidas
nos itens 11 e 12.
Natureza e propósito dos ativos e passivos no setor público
14. No setor público, a principal razão de se manterem ativos imobilizados e outros ativos é voltada para o
potencial de serviços desses ativos e, não, para a sua capacidade de gerar fluxos de caixa. Em razão dos tipos
de serviços prestados, uma parcela significativa dos ativos utilizados pelas entidades do setor público é
especializada, como, por exemplo, os ativos de infraestrutura e os ativos militares. Pode existir mercado
limitado para esses ativos e, mesmo assim, eles podem necessitar de uma considerável adaptação para serem
utilizados por outros operadores. Esses fatores têm implicações para a mensuração desses ativos. O Capítulo
7, intitulado Mensuração de Ativos e Passivos nas Demonstrações Contábeis, discute as bases de mensuração
dos ativos no setor público.
15. Governos e outras entidades do setor público podem manter itens que contribuam para o legado cultural e
histórico da nação ou da região, como, por exemplo, obras de arte, prédios históricos e outros artefatos. Os
entes públicos também podem ser responsáveis por parques nacionais e outras áreas naturais relevantes com
fauna e flora nativas. Esses itens geralmente não são mantidos para serem vendidos, mesmo que o mercado
para eles exista. Além disso, os governos e as entidades do setor público, normalmente, têm a
responsabilidade de preservá-los e mantê-los para as gerações atuais e futuras.
16. Governos frequentemente exercem poderes sobre recursos naturais e outros recursos, como reservas
minerais, água, áreas de pesca, florestas e o espectro eletromagnético (bandas de frequência de transmissões
de telecomunicações). Esses poderes conferem aos governos a prerrogativa de concessão de licenças, a
obtenção de royalties ou a arrecadação de tributos pela utilização desses recursos. A definição e os critérios de
reconhecimento de ativo são discutidos nos capítulos 5, intitulado Elementos das Demonstrações Contábeis,
e 6, intitulado Reconhecimento nas Demonstrações Contábeis.
17. Governos e outras entidades do setor público incorrem em passivos relacionados aos seus objetivos de
prestação de serviços. Muitos passivos são oriundos de transações sem contraprestação e isso inclui aqueles
relacionados a programas direcionados ao fornecimento de benefícios sociais. Os passivos também podem
ser oriundos do papel governamental de credor em última instância de entidades com problemas financeiros,

359
VADE MECUM – Agente da PCDF

e podem ser oriundos de quaisquer obrigações de transferência de recursos para afetados por desastres. A
definição de passivo e os critérios de reconhecimento são discutidos nos capítulos 5 e 6.
Papel regulador das entidades do setor público
18. Muitos governos e outras entidades do setor público possuem poder de regulação de entidades que operam
em determinados setores da economia, de forma direta ou por meio de agências reguladoras. A principal razão
da regulação é assegurar o interesse público de acordo com objetivos definidos nas políticas públicas. A
intervenção regulatória também pode ocorrer quando existem mercados imperfeitos ou falhas de mercado
para determinados serviços, ou, ainda, para mitigar alguns fatores, como, por exemplo, a poluição. Essas
atividades regulatórias são conduzidas de acordo com o estabelecido na legislação.
19. Governos podem também se autorregularem e regularem outras entidades do setor público. Pode ser
necessário um julgamento para determinar se a regulação cria direitos ou obrigações para as entidades do
setor público, os quais irão requerer o reconhecimento de ativos e passivos, ou se a prerrogativa de modificar
essa regulação exerce impacto na forma que tais direitos e obrigações são contabilizados. O Capítulo 5 aborda
os direitos e as obrigações das entidades do setor público.
Relacionamento com as estatísticas de finanças públicas (EFP)
20. Muitos governos produzem dois tipos de informações financeiras ex-post: (a) Estatísticas de Finanças Públicas
(EFP) do Setor Governo Geral (SGG), com o propósito de permitir a análise macroeconômica e a tomada de
decisão; e (b) Demonstrações Contábeis de Propósito Geral (Demonstrações Contábeis) para a prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão ao nível da entidade, incluindo as
demonstrações contábeis consolidadas do governo.
20A. Os objetivos das informações contábeis e das estatísticas de finanças públicas são distintos e podem
ocasionar interpretações diferentes para o mesmo fenômeno, mas deve-se buscar, sempre que possível, o
alinhamento entre essas informações.
21. (Não convergido).
22. As demonstrações contábeis e os relatórios de EFP têm muito em comum. Ambas as estruturas de relatórios
estão voltadas para (a) informação contábil, baseada no regime de competência, (b) ativos, passivos, receitas
e despesas governamentais e (c) informações abrangentes sobre os fluxos de caixa. Há uma considerável
sobreposição entre as duas estruturas de relatórios que sustentam essas informações.
23. No entanto, as NBCs TSP e as diretrizes para relatórios de EFP têm objetivos diferentes. O objetivo das
demonstrações contábeis das entidades do setor público é o fornecimento de informações úteis sobre a
entidade que reporta a informação, voltadas para os usuários dos RCPGs para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e para a tomada de decisão. Os relatórios de EFP são utilizados,
principalmente, para: (a) analisar opções de política fiscal, definir essas políticas e avaliar os seus impactos; (b)
determinar o impacto sobre a economia; e (c) comparar os resultados fiscais nacional e internacionalmente. O
foco é sobre a avaliação do impacto do SGG e do setor público em geral sobre a economia, no âmbito da
estrutura conceitual das estatísticas macroeconômicas.
24. Os objetivos e o alcance distintos levam ao tratamento também distinto de algumas transações e eventos. A
eliminação das diferenças não fundamentais para os objetivos das duas estruturas conceituais e a utilização
de um único sistema de informação contábil integrado para gerar tanto as demonstrações contábeis quanto
os relatórios de EFP podem proporcionar benefícios aos usuários em termos de qualidade, tempestividade e
compreensibilidade dos relatórios. Essas questões e suas implicações foram consideradas no desenvolvimento
dos capítulos 2, 4, e 7.

CAPÍTULO 1 – FUNÇÃO, AUTORIDADE E ALCANCE DA ESTRUTURA CONCEITUAL


Função

360
VADE MECUM – Agente da PCDF

1.1 A estrutura conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a elaboração e a divulgação dos
Relatórios Contábeis de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs), os quais devem ser elaborados
com base no regime de competência. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aplicará estes conceitos no
desenvolvimento das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCs TSP) e nas demais
disposições aplicáveis à elaboração e divulgação dos RCPGs.
Autoridade
1.2 (Não convergido).
1.2A Os requisitos obrigatórios relacionados ao reconhecimento, mensuração e apresentação das transações e
outros eventos e atividades evidenciados nos RCPGs são especificados nas demais NBCs TSP, aplicando-se,
subsidiariamente, os conceitos descritos nesta estrutura conceitual.
1.2B Em caso de eventual conflito entre esta estrutura conceitual e outras NBCs TSP, prevalecem as disposições
específicas vigentes nestas últimas em relação às constantes na primeira. As referências às NBCs TSP abrangem
as NBCs T 16 nas partes não revogadas destas últimas (ver dispositivos de revogação nas disposições finais desta
estrutura conceitual e nas demais NBCs TSP).
1.3 Esta estrutura conceitual pode fornecer orientações para lidar com situações a serem evidenciadas pelas
entidades do setor público que não são tratadas por outras NBCs TSP ou por outras disposições do CFC aplicáveis
às entidades do setor público. Nessas circunstâncias, os profissionais da contabilidade podem consultar e
considerar a aplicabilidade das definições, dos critérios de reconhecimento, dos princípios de mensuração e de
outros conceitos identificados nesta estrutura conceitual.
Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPG)
1.4 Os RCPGs são os componentes centrais da transparência da informação contábil dos governos e de outras
entidades do setor público, aprimorando-a e favorecendo-a. Os RCPGs são relatórios contábeis elaborados
para atender às necessidades dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender a finalidades ou
necessidades específicas de determinados grupos de usuários.
1.5 Alguns usuários da informação contábil podem ter a prerrogativa de exigir a elaboração de relatórios para
atender às suas necessidades específicas. Mesmo que esses usuários identifiquem que a informação fornecida
pelos RCPGs seja útil aos seus propósitos, esses relatórios não são elaborados especificamente para atender a
essas necessidades.
1.6 Os RCPGs podem compreender múltiplos relatórios, cada qual atendendo a certos aspectos dos objetivos e
do alcance da elaboração e divulgação da informação contábil. Os RCPGs abrangem as demonstrações
contábeis, incluindo as suas notas explicativas (doravante referido como demonstrações contábeis, a menos
que especificado em contrário). Os RCPGs abrangem também a apresentação de informações que aprimoram,
complementam e suplementam as demonstrações contábeis.
1.7 O alcance da elaboração e divulgação da informação contábil estabelece o limite relacionado às transações e
outros eventos e atividades que podem ser reportados nos RCPGs. O alcance dos relatórios é determinado
pela necessidade de informações dos usuários primários dos RCPGs e pelos objetivos da elaboração e
divulgação da informação contábil. Os fatores que determinam o que deve estar no alcance da informação
contábil são abordados no Capítulo 2.
Alcance da estrutura conceitual e das NBCs TSP
1.8 (Não convergido).
1.8A Esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-se, obrigatoriamente, às entidades do setor
público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito de entidades do setor
público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus respectivos poderes (abrangidos os tribunais
de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias,

361
VADE MECUM – Agente da PCDF

fundações (instituídas e mantidas pelo poder público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas
congêneres das administrações direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
1.8B As empresas estatais dependentes são empresas controladas que recebem do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal, despesas de custeio em geral ou despesas de capital,
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
1.8C As empresas estatais independentes são todas as demais empresas controladas pelas entidades do setor
público que não se enquadram nas características expostas no item 1.8B, as quais, em princípio, não estão no
alcance desta estrutura conceitual e das demais NBCs TSP (ver item 1.8D).
1.8D As demais entidades não compreendidas no item 1.8A, incluídas as empresas estatais independentes,
poderão aplicar esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP de maneira facultativa ou por determinação dos
respectivos órgãos reguladores, fiscalizadores e congêneres.

CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS E USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL DAS


ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO
Objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
2.1 Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil estão relacionados ao fornecimento de
informações sobre a entidade do setor público que são úteis aos usuários dos RCPGs para a prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
2.2 A elaboração e a divulgação de informação contábil não são um fim em si mesmas. O propósito é o de fornecer
informações úteis aos usuários dos RCPGs. Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
são determinados com base nos usuários dos RCPGs e suas necessidades de informações.
Usuários dos RCPGs
2.3 Governos e outras entidades do setor público obtêm recursos dos contribuintes, doadores, credores por
empréstimos e de outros provedores de recursos para serem utilizados na prestação de serviços aos cidadãos
e aos outros usuários. Essas entidades são responsáveis pela gestão e utilização dos recursos perante os
usuários desses serviços. Aqueles que proveem os recursos também requerem informações que sirvam de base
para a tomada de decisão.
2.4 Consequentemente, os RCPGs devem ser elaborados e divulgados, principalmente, para atender às
necessidades de informações dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos, quando estes não detêm
a prerrogativa de exigir que a entidade do setor público divulgue as informações que atendam às suas
necessidades específicas. Os membros do poder Legislativo são também usuários primários dos RCPGs e
utilizam extensiva e continuamente esses relatórios enquanto atuam como representantes dos interesses dos
usuários de serviços e dos provedores de recursos. Assim, para os propósitos desta estrutura conceitual, os
usuários primários dos RCPGs são os usuários dos serviços e seus representantes e os provedores de recursos
e seus representantes (doravante identificados como usuários dos serviços e provedores de recursos, a não ser
que sejam identificados de outra forma).
2.5 Os cidadãos recebem os serviços do governo e de outras entidades do setor público e proveem parte dos
recursos para esse fim. Assim, eles são usuários primários dos RCPGs. Alguns usuários dos serviços e alguns
provedores de recursos que dependem dos RCPGs para obter informações que eles necessitam para os
propósitos de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão podem não ser
cidadãos, como, por exemplo: indivíduos que pagam tributos e recebem benefícios e não são considerados
cidadãos; agências bilaterais ou multilaterais; provedores de recursos e corporações que realizam transações
com o governo; bem como aqueles que financiam e/ou se beneficiam dos serviços fornecidos por organizações
governamentais internacionais. Na maioria dos casos, os governos que proveem recursos para as organizações

362
VADE MECUM – Agente da PCDF

governamentais internacionais são dependentes dos RCPGs daquelas organizações para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
2.6 Os RCPGs, elaborados para atender às necessidades de informações dos usuários dos serviços e provedores
de recursos com a finalidade de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão,
podem também fornecer informações úteis para outros indivíduos ou entidades para propósitos distintos. Por
exemplo, os responsáveis pelas estatísticas de finanças públicas, os analistas, a mídia, os consultores
financeiros, os grupos de interesse público ou privado podem entender que a informação fornecida pelos
RCPGs é útil para os seus propósitos. As organizações que possuem a prerrogativa de exigir a elaboração de
relatório contábil estruturado para atender as suas necessidades específicas de informação podem também
utilizar a informação fornecida pelos RCPGs para os seus propósitos – como, por exemplo: agências
reguladoras e supervisoras, entidades de auditoria, comissões do poder Legislativo ou de outro órgão do
governo, órgãos centrais de orçamento e controle, agências de classificação de risco e, em alguns casos,
entidades emprestadoras de recursos e de fomento. Mesmo que esses outros indivíduos ou entidades
encontrem informações úteis nos RCPGs, eles não são usuários primários desses relatórios. Assim, os RCPGs
não são elaborados e divulgados para atender a necessidades de informações específicas ou particulares.
Prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão
2.7 A principal função dos governos e de outras entidades do setor público é a de fornecer serviços que aprimorem
ou mantenham o bem-estar dos cidadãos e dos outros indivíduos. Esses serviços incluem, por exemplo:
programas e políticas de bem-estar, educação pública, segurança nacional e defesa nacional. Na maioria dos
casos, esses serviços são fornecidos como resultado de transação sem contraprestação em ambiente não
competitivo.
2.8 Governos e outras entidades do setor público devem prestar contas àqueles que proveem os seus recursos,
bem como àqueles que dependam deles para que os serviços sejam prestados durante determinado exercício
ou em longo prazo. O atendimento das obrigações relacionadas à prestação de contas e responsabilização
(accountability) requer o fornecimento de informações sobre a gestão dos recursos da entidade confiados com
a finalidade de prestação de serviços aos cidadãos e aos outros indivíduos, bem como a sua adequação à
legislação, regulamentação ou outra norma que disponha sobre a prestação dos serviços e outras operações.
Em razão da maneira pela qual os serviços prestados pelas entidades do setor público são financiados
(principalmente pela tributação e outras transações sem contraprestação) e da dependência dos usuários dos
serviços no longo prazo, o atendimento das obrigações relacionadas à prestação de contas e responsabilização
(accountability) requer também o fornecimento de informação sobre o desempenho da prestação dos serviços
durante o exercício e a capacidade de continuidade dos mesmos em exercícios futuros.
2.9 Os usuários dos serviços e os provedores de recursos também exigem informações como insumo para a
tomada de decisão, como, por exemplo:
(a) credores, doadores e outros que proveem recursos voluntariamente, incluindo transação com
contraprestação, tomam decisões sobre se proveem recursos para dar suporte às atividades atuais ou
futuras do governo ou de outra entidade do setor público. Em algumas circunstâncias, os membros do
legislativo ou órgão representativo semelhante, que dependem dos RCPGs para obter a informação de
que necessitam, podem tomar ou influenciar as decisões sobre os objetivos da prestação do serviço dos
departamentos, órgãos ou programas do governo e os recursos alocados para dar suporte à sua
realização; e
(b) os contribuintes normalmente não proveem recursos ao governo ou a outra entidade do setor público
voluntariamente ou como resultado de transação com contraprestação. Além disso, em muitos casos,
eles não detêm a prerrogativa de escolher se aceitam ou não os serviços prestados pela entidade do setor
público ou de escolher um prestador alternativo do serviço. Consequentemente, eles têm pouca

363
VADE MECUM – Agente da PCDF

capacidade direta ou imediata para tomar decisões sobre prover recursos ao governo, sobre os recursos
a serem alocados para a prestação dos serviços por entidade do setor público em particular ou, ainda, se
compram ou consomem os serviços prestados. Entretanto, os usuários dos serviços e os provedores de
recursos podem tomar decisões sobre as suas preferências de voto e das representações que delegam aos
eleitos ou aos órgãos governamentais ― essas decisões, em tese, podem ter implicação na alocação de
recursos para determinadas entidades, setores ou serviços públicos.
2.10 A informação fornecida nos RCPGs para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability)
subsidia e contribui para a tomada de decisão. Por exemplo, as informações sobre os custos, a eficiência ou a
eficácia das atividades de prestação de serviços no passado, o montante e as fontes de recuperação de custos
e os recursos disponíveis para dar suporte às atividades futuras, são necessárias para o atendimento da
prestação de contas e responsabilização (accountability). Essa informação também é útil para a tomada de
decisão pelos usuários dos RCPGs, inclusive as decisões que os doadores e outros patrocinadores tomam sobre
o provimento de recursos à entidade.
Necessidade de informação dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos
2.11 Para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, os usuários de
serviço e os provedores de recursos necessitam de informações que possam dar suporte às avaliações de
questões como:
(a) o desempenho da entidade durante o exercício como, por exemplo, em:
(i) satisfazer a sua prestação de serviços e outros objetivos operacionais e financeiros;
(ii) administrar os recursos pelos quais é responsável; e
(iii) estar em conformidade com a legislação, regramentos orçamentários ou com os pronunciamentos
de outro órgão ou entidade que regulamente a captação e a utilização dos recursos;
(b) a liquidez (por exemplo, a capacidade de satisfazer as obrigações atuais) e a solvência (por exemplo, a
capacidade de satisfazer as obrigações em longo prazo) da entidade;
(c) a sustentabilidade da prestação de serviços pela entidade e de outras operações em longo prazo, e as
mudanças decorrentes como resultado das atividades da entidade durante o exercício, incluindo, por
exemplo:
(i) a capacidade de a entidade de continuar a financiar as suas atividades para satisfazer aos seus
objetivos operacionais em futuro (a sua capacidade financeira), inclusive as fontes prováveis de
financiamento e a extensão na qual a entidade depende de tais fontes e, portanto, é vulnerável ao
financiamento ou a pressões por demandas que estariam fora do seu controle; e
(ii) os recursos físicos e outros disponíveis atualmente para dar suporte à prestação de serviços no
futuro (a sua capacidade operacional); e
(d) a capacidade da entidade de se adaptar a novas situações, devido a mudanças demográficas ou nas
condições econômicas nacionais ou globais que provavelmente irão impactar a natureza ou a composição
das atividades que realiza ou os serviços que são prestados.
2.12 A informação que os usuários dos serviços e os provedores de recursos precisam para os propósitos citados
no item 2.11, provavelmente, se sobrepõe em muitos aspectos. Por exemplo, os usuários de serviços exigem
informação como insumo para avaliação de questões tais como se:
(a) a entidade está utilizando os recursos com eficácia, eficiência e economicidade, e da maneira pretendida,
e se tal uso corresponde ao interesse público;
(b) o alcance, o volume e o custo dos serviços prestados durante o exercício são apropriados, bem como os
montantes e as fontes de recuperação dos custos; e
(c) a carga tributária atual e outros recursos angariados são suficientes para manter o volume e a qualidade
dos serviços prestados atualmente.

364
VADE MECUM – Agente da PCDF

Os usuários dos serviços exigem, também, informação sobre as consequências das decisões tomadas e das
atividades realizadas pela entidade durante o exercício e sobre os recursos disponíveis para dar suporte à prestação
de serviços em períodos futuros, às atividades e objetivos da prestação de serviços, aos montantes e às fontes de
recuperação dos custos necessários para dar suporte a essas atividades.
2.13 Os provedores de recursos exigem informação como subsídio para as avaliações sobre se a entidade:
(a) está alcançando os objetivos estabelecidos de modo a justificar os recursos angariados durante o
exercício;
(b) financiou as operações atuais a partir dos recursos angariados dos contribuintes, de empréstimos ou de
outras fontes no período atual; e
(c) provavelmente necessita de recursos adicionais (ou menos recursos) no futuro e as fontes prováveis
destes recursos.
Os credores por empréstimos e outros credores exigem informação como insumo para avaliações da liquidez da
entidade e, portanto, se o montante e o prazo para pagamento estarão em conformidade com o que foi
contratado. Os doadores exigem informação para dar suporte às avaliações se a entidade está utilizando os
recursos com eficácia, eficiência e economicidade, e da maneira pretendida. Eles também exigem informação
sobre as atividades previstas de prestação de serviços e as necessidades de recursos.
Informação fornecida pelos RCPGs
Situação patrimonial, desempenho e fluxos de caixa
2.14 A informação sobre a situação patrimonial do governo ou outra entidade do setor público possibilita aos
usuários identificarem os recursos da entidade e as demandas sobre esses recursos na data de divulgação do
relatório. Isso fornece informação útil como subsídio às avaliações de questões tais como:
(a) a extensão na qual a administração cumpriu suas obrigações em salvaguardar e administrar os recursos
da entidade;
(b) a extensão na qual os recursos estão disponíveis para dar suporte às atividades relativas à prestação de
serviços futuros e as mudanças durante o exercício relativas ao montante ou à composição desses
recursos, bem como as demandas sobre esses recursos; e
(c) os montantes e o cronograma de fluxos de caixa futuros necessários aos serviços e ao pagamento das
demandas existentes sobre os recursos da entidade.
2.15 A informação sobre o desempenho do governo ou de outra entidade do setor público orienta as avaliações
de questões, como, por exemplo, se a entidade adquiriu recursos com economicidade e os utilizou com eficácia
e eficiência para atingir os seus objetivos de prestação de serviços. A informação sobre os custos da prestação
de serviços e os montantes e fontes de recuperação desses custos durante o exercício irá auxiliar os usuários a
determinar se os custos operacionais foram recuperados a partir de, por exemplo, tributos, cobranças aos
usuários, contribuições e transferências, ou se foram financiados pelo aumento do nível de endividamento da
entidade.
2.16 A informação sobre os fluxos de caixa do governo ou de outra entidade do setor público contribui para as
avaliações do desempenho e da liquidez e da solvência da entidade. Ela indica como a entidade arrecadou e
utilizou os recursos durante o período, inclusive os empréstimos tomados e pagos, bem como as suas
aquisições e vendas, por exemplo, do seu ativo imobilizado. Identifica também os recursos recebidos a partir
de, por exemplo, tributos e investimentos ou as transferências de recursos concedidas ou recebidas em
transações com outros governos, órgãos governamentais ou organismos internacionais. A informação sobre
os fluxos de caixa também pode subsidiar as avaliações sobre a conformidade da entidade com o que foi
definido pelos responsáveis pela gestão financeira e informar a avaliação dos montantes e fontes prováveis de
recursos para dar suporte aos objetivos da prestação de serviços.

365
VADE MECUM – Agente da PCDF

2.17 As informações sobre a situação patrimonial, sobre o desempenho e sobre os fluxos de caixa são
normalmente apresentadas nas demonstrações contábeis. Para auxiliar os usuários a entender, interpretar e
inserir em contexto a informação apresentada nas demonstrações contábeis, os RCPGs também podem
fornecer informações financeiras e não financeiras que aprimoram, complementam e suplementam as
demonstrações contábeis, inclusive as informações sobre questões relacionadas ao governo ou outra entidade
do setor público, tais como:
(a) a conformidade com os orçamentos aprovados e outra regulamentação relativa às suas operações;
(b) as atividades de prestação de serviços e os seus respectivos resultados durante o exercício; e
(c) as expectativas relacionadas às atividades da prestação de serviços e outras atividades no futuro, bem
como as consequências, em longo prazo, das decisões tomadas e das atividades realizadas durante o
exercício, inclusive aquelas que possam impactar as expectativas sobre o futuro.
Essa informação pode ser apresentada nas notas explicativas às demonstrações contábeis ou em relatórios
separados incluídos nos RCPGs.
Informação orçamentária e cumprimento da legislação ou outra regulamentação relativa à captação e à utilização
de recursos
2.18 O governo elabora, aprova e divulga o orçamento anual. O orçamento fornece informação financeira aos
interessados sobre os planos operacionais da entidade para o período futuro, as suas necessidades de capital
e, frequentemente, os seus objetivos e as suas expectativas em relação à prestação de serviços. O orçamento
é utilizado para justificar a captação de recursos dos contribuintes e de outros provedores de recursos e
estabelece os regramentos para os dispêndios de recursos.
2.19 Alguns recursos para dar suporte às atividades das entidades do setor público podem ser recebidos de
doadores, credores por empréstimos ou como resultado de transações com contraprestação. Entretanto, os
recursos se originam, predominantemente, de transações sem contraprestação advindas dos contribuintes e
de outros, de acordo com as expectativas refletidas no orçamento aprovado.
2.20 Os RCPGs fornecem informação sobre os resultados (sendo descritos como “superávit ou déficit”, “lucro
ou prejuízo”, ou por outros termos cabíveis), o desempenho e os fluxos de caixa da entidade durante o
exercício, os ativos e os passivos na data do relatório e as alterações realizadas nesses itens durante o período
(situação patrimonial), bem como os resultados obtidos na prestação de serviços.
2.21 A inclusão nos RCPGs de informação que auxilia os usuários na avaliação da extensão na qual as receitas,
as despesas, os fluxos de caixa e os resultados financeiros da entidade devem estar em conformidade com as
estimativas refletidas nos orçamentos aprovados, bem como a aderência da entidade à legislação ou outra
regulamentação acerca da captação e da utilização dos recursos, é importante para a determinação de quão
bem a entidade do setor público alcançou os seus objetivos financeiros. Tal informação é necessária para a
prestação de contas e responsabilização (accountability) do governo ou de outra entidade do setor público
perante os administrados, para o aprimoramento da avaliação do desempenho da entidade e para a tomada
de decisão.
Resultado da prestação de serviços
2.22 O objetivo principal dos governos e da maioria das entidades do setor público é prestar os serviços
necessários para a sociedade. Consequentemente, o desempenho dos governos e da maioria das entidades
do setor público não está total ou adequadamente refletido em qualquer medida de resultados financeiros.
Portanto, os resultados financeiros necessitam ser avaliados no contexto dos resultados da prestação de
serviços à sociedade.
2.23 Em alguns casos, as mensurações quantitativas dos produtos e resultados das atividades de prestação de
serviços da entidade durante o exercício fornecem informações relevantes sobre o cumprimento dos objetivos
da prestação de serviços – por exemplo, a informação sobre o custo, o volume e a frequência da prestação de

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VADE MECUM – Agente da PCDF

serviços e a relação dos serviços prestados com a quantidade de recursos da entidade. Em outros casos, pode
ser necessário comunicar a realização dos objetivos da prestação de serviços por meio da explicação da
qualidade de determinados serviços prestados ou do resultado de determinados programas.
2.24 A divulgação de informações não financeiras e de informações financeiras das atividades de prestação de
serviços, desempenho e/ou os resultados durante o exercício, fornecem insumos para avaliações da
economicidade, da eficiência e da eficácia das operações da entidade. A divulgação dessas informações é
necessária para que o governo ou outra entidade do setor público cumpra com suas obrigações de prestação
de contas e responsabilização (accountability) – isto é, justificar a utilização dos recursos captados da
sociedade ou em nome dela. Decisões de doadores sobre a alocação de recursos para entidades e programas
específicos são também tomadas com base em informação sobre os resultados da prestação de serviços
durante o período e os objetivos da prestação de serviços no futuro (pelo menos em parte).
Informações financeiras e não financeiras prospectivas
2.25 Dada a longevidade das entidades do setor público e de muitos programas governamentais, os efeitos
financeiros de muitas decisões tomadas no exercício somente podem se tornar evidentes vários anos depois.
As demonstrações contábeis que apresentam informação sobre a situação patrimonial em um ponto no tempo
e sobre o desempenho e os fluxos de caixa durante o exercício precisam ser avaliadas no contexto de longo
prazo.
2.26 As decisões tomadas pelo governo ou por outra entidade do setor público em determinado período sobre
programas para a prestação e financiamento de serviços no futuro podem ter consequências significativas
para:
(a) os usuários que são dependentes desses serviços no futuro; e
(b) as gerações atuais e futuras de contribuintes e outros provedores involuntários que recolhem tributos e
taxas para financiar as atividades planejadas de prestação de serviços e os compromissos financeiros
relacionados.
2.27 As informações sobre os objetivos e atividades previstas de prestação de serviços futuros, bem como o
impacto provável nas necessidades futuras de recursos pela entidade e as fontes de financiamento prováveis,
são necessárias como subsídio para qualquer avaliação da capacidade do governo ou de outra entidade do
setor público em satisfazer aos seus compromissos financeiros e de prestação de serviços no futuro. A
evidenciação de tais informações nos RCPGs permite avaliações da sustentabilidade da prestação de serviços
pelo governo ou outra entidade do setor público, aprimora a prestação de contas e responsabilização
(accountability) e fornece informação útil adicional para fins de tomada de decisão.
Informação explicativa
2.28 As informações sobre os principais fatores relacionados ao desempenho e aos resultados da prestação de
serviços da entidade durante o exercício e sobre as premissas que corroboram as expectativas sobre esses
fatores que provavelmente irão influenciar o desempenho futuro da entidade podem ser apresentadas nos
RCPGs em notas explicativas às demonstrações contábeis ou em relatórios separados. Tal informação irá
auxiliar os usuários a entenderem melhor, e no contexto adequado, as informações financeiras e não
financeiras incluídas nos RCPGs e, ainda, aprimorar o papel dos RCPGs, no sentido de fornecer informação útil
para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
Demonstrações contábeis e a informação que as aprimore, complemente e suplemente
2.29 O alcance da informação contábil estabelece o limite das transações, outros eventos e atividades que
podem ser reportadas nos RCPGs. Para responder às necessidades de informação dos usuários, esta estrutura
conceitual reflete o alcance da informação contábil, que é mais abrangente do que é evidenciado pelas
demonstrações contábeis. Ela fornece a apresentação nos RCPGs de informação adicional que aprimore,
complemente e suplemente essas demonstrações.

367
VADE MECUM – Agente da PCDF

2.30 Mesmo que a estrutura conceitual preveja que o alcance da informação contábil seja mais abrangente do
que aquela evidenciada nas demonstrações contábeis, a informação apresentada nestas últimas permanece
sendo o núcleo da informação contábil. A forma na qual os elementos das demonstrações contábeis são
definidos, reconhecidos e mensurados e as formas de apresentação e comunicação que podem ser adotadas
para a informação incluída nos RCPGs são consideradas em outros capítulos desta estrutura conceitual, e no
desenvolvimento de outras normas, quando for apropriado.
Outras fontes de informação
2.31 Os RCPGs têm papel significativo em fornecer a informação necessária para dar suporte ao cumprimento da
obrigação do governo ou de outra entidade do setor público em prestar contas, assim como o de fornecer
informação útil para a tomada de decisão. Entretanto, é improvável que os RCPGs forneçam todas as informações
que os usuários necessitem para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
decisão. Consequentemente, os usuários dos serviços e os provedores de recursos podem também considerar
informação de outras fontes, inclusive os relatórios sobre as condições econômicas atuais e projetadas,
orçamentos e conjunturas governamentais, além de informação sobre as iniciativas de políticas governamentais
não relatadas nos RCPGs.

CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS


Introdução
3.1 Os RCPGs apresentam informações financeiras e não financeiras sobre fenômenos econômicos, além de
outros fenômenos. As características qualitativas da informação incluída nos RCPGs são atributos que tornam
a informação útil para os usuários e dão suporte ao cumprimento dos objetivos da informação contábil. O
objetivo da elaboração e divulgação da informação contábil é fornecer informação para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
3.2 As características qualitativas da informação incluída nos RCPGs são a relevância, a representação fidedigna,
a compreensibilidade, a tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade.
3.3 As restrições inerentes à informação contida nos RCPGs são a materialidade, o custo-benefício e o alcance do
equilíbrio apropriado entre as características qualitativas.
3.4 Cada uma das características qualitativas é integrada e funciona em conjunto com as outras características, de
modo a fornecer informação útil nos RCPGs para cumprir os objetivos da informação contábil. Entretanto, na
prática, talvez não seja possível alcançar todas as características qualitativas e, nesse caso, um equilíbrio ou
compensação entre algumas delas poderá ser necessário.
3.5 As características qualitativas se aplicam a todas as informações financeiras e não financeiras apresentadas
nos RCPGs, inclusive às informações histórica e prospectiva, além da informação explicativa. Contudo, pode
haver variação no grau que as características qualitativas podem ser alcançadas, dependendo do nível de
incerteza e de avaliação subjetiva envolvidos na compilação das informações financeiras e não financeiras. A
necessidade de orientação adicional na interpretação e aplicação das características qualitativas àquilo que
estende o alcance da informação contábil para além das demonstrações contábeis deve ser considerada no
desenvolvimento de qualquer NBC TSP ou de outras disposições do CFC inerentes às entidades do setor
público e que tratam de tais questões.
Relevância
3.6 As informações financeiras e não financeiras são relevantes caso sejam capazes de influenciar
significativamente o cumprimento dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil.
As informações financeiras e não financeiras são capazes de exercer essa influência quando têm valor
confirmatório, preditivo ou ambos. A informação pode ser capaz de influenciar e, desse modo, ser
relevante, mesmo se alguns usuários decidirem não considerá-la ou já estiverem cientes dela.

368
VADE MECUM – Agente da PCDF

3.7 As informações financeiras e não financeiras têm valor confirmatório se confirmarem ou alterarem
expectativas passadas (ou presentes). Por exemplo, a informação é relevante, para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, se confirmar as expectativas sobre
questões, tais como: a extensão na qual os gestores cumpriram as suas responsabilidades pelo uso
eficiente e eficaz dos recursos; a realização dos objetivos especificados da prestação de serviços; e o
cumprimento da legislação e de regulamentos orçamentários, além de outros.
3.8 Os RCPGs podem apresentar informação acerca dos objetivos, custos e atividades previstas de prestação
de serviços, além do montante e das fontes de recursos que se destinam a serem alocadas na prestação
de serviços no futuro. Tal informação voltada para o futuro tem valor preditivo e é relevante para fins de
prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. A informação sobre
fenômenos econômicos e outros que existam ou já tenham ocorrido também pode ter valor preditivo ao
auxiliar a formar expectativas sobre o futuro. Por exemplo, a informação que confirma ou refuta
expectativas passadas pode reforçar ou alterar expectativas sobre o desempenho e os resultados da
prestação de serviços que possam ocorrer no futuro.
3.9 As funções confirmatória e preditiva da informação são inter-relacionadas, por exemplo, a informação
sobre o nível e a estrutura atual dos recursos da entidade e as demandas por esses recursos auxilia os
usuários a confirmarem o resultado das estratégias de gestão durante o período, além de preverem a
capacidade da entidade em responder às mudanças e às necessidades previstas relacionadas à prestação
de serviços no futuro. A mesma informação auxilia a confirmar ou a corrigir as expectativas e previsões
passadas dos usuários acerca da capacidade da entidade de responder a tais alterações. Auxilia também
a confirmar ou corrigir as informações financeiras prospectivas incluídas nos RCPGs anteriores.
Representação fidedigna
3.10 Para ser útil como informação contábil, a informação deve corresponder à representação fidedigna
dos fenômenos econômicos e outros que se pretenda representar. A representação fidedigna é alcançada
quando a representação do fenômeno é completa, neutra e livre de erro material. A informação que
representa fielmente um fenômeno econômico ou outro fenômeno retrata a substância da transação, a
qual pode não corresponder, necessariamente, à sua forma jurídica.
3.11Na prática, pode não ser possível ter certeza ou saber se a informação apresentada nos RCPGs está
completa, neutra e livre de erro material. Entretanto, a informação deve estar completa, neutra e livre de
erro material tanto quanto possível.
3.12 A omissão de algumas informações pode fazer com que a representação do fenômeno econômico
ou outro qualquer seja falsa ou enganosa, não sendo útil para os usuários dos RCPGs. Por exemplo, a
descrição completa de item do imobilizado nos RCPGs deve incluir a representação numérica do
montante agregado do item juntamente com outras informações quantitativas, descritivas e explicativas
necessárias para representar fielmente essa classe de ativo. Em alguns casos, isso pode incluir a
evidenciação de informação sobre questões, tais como: as classes importantes do imobilizado; os fatores
que afetaram a sua utilização no passado ou que podem impactar a sua utilização no futuro; e a base e o
processo para determinar a sua representação numérica. Do mesmo modo, as informações financeiras e
não financeiras prospectivas e a informação sobre o cumprimento dos objetivos e dos resultados incluídos
nos RCPGs devem ser apresentadas em conjunto com as premissas-chave e quaisquer explicações que
sejam necessárias para assegurar que a sua representação seja completa e útil para os usuários.
3.13A neutralidade da informação contábil corresponde à ausência de viés. Isso significa que a seleção e a
apresentação das informações financeiras e não financeiras não devem ser feitas com a intenção de se
atingir um resultado particular predeterminado, por exemplo, para influenciar a avaliação dos usuários

369
VADE MECUM – Agente da PCDF

acerca da prestação de contas e responsabilização (accountability) por parte da entidade, para uma
decisão ou julgamento que está para ser feito, ou, ainda, para induzir a determinado comportamento.
3.14 A informação neutra representa fielmente os fenômenos econômicos e outros fenômenos que ela
se propõe a representar. Contudo, exigir que a informação incluída nos RCPGs seja neutra não significa
que não haja propósito ou que não influencie algum comportamento. A relevância é uma característica
qualitativa, e, por definição, a informação relevante é capaz de influenciar as avaliações e as decisões dos
seus usuários.
3.15 Os fenômenos econômicos e outros fenômenos representados nos RCPGs ocorrem normalmente
sob condições de incerteza. Desse modo, a informação incluída nos RCPGs frequentemente apresenta
estimativas que incorporam o julgamento de valor dos gestores. Para representar fielmente o fenômeno
econômico ou de outra natureza, a estimativa deve ser baseada em dados apropriados e cada um deles
precisa refletir a melhor informação disponível. Deve-se ter o devido cuidado ao se lidar com condições
de incerteza. Às vezes, pode ser necessário divulgar explicitamente o nível de incerteza das informações
financeiras e não financeiras para representar fielmente fenômenos econômicos ou de outra natureza.
3.16 Estar livre de erro material não significa exatidão completa em todos os aspectos. Estar livre de
erro material significa que não há erros ou omissões que sejam individualmente ou coletivamente
relevantes na descrição do fenômeno, e que o processo utilizado para produzir a informação relatada foi
aplicado conforme descrito. Em alguns casos, pode ser possível determinar a exatidão de alguma
informação incluída nos RCPGs, por exemplo, o montante da transferência de disponibilidades para outra
esfera de governo, o volume dos serviços prestados ou o valor pago pela aquisição de item do imobilizado.
Entretanto, em outros casos pode não ser possível determinar a exatidão da informação, por exemplo,
pode não ser possível estimar a eficácia de programa de prestação de serviços com exatidão ou o valor ou
custo do item. Nesses casos, a estimativa está livre de erro material se o montante for descrito claramente
como sendo uma estimativa, se a natureza e as limitações do processo de estimativa forem explicadas e
se nenhum erro material tiver sido identificado na seleção e na aplicação do processo de elaboração da
estimativa.
Compreensibilidade
3.17A compreensibilidade é a qualidade da informação que permite que os usuários compreendam o seu
significado. Os RCPGs devem apresentar a informação de maneira que corresponda às necessidades e à
base do conhecimento dos usuários, bem como a natureza da informação apresentada. Por exemplo, as
explicações acerca das informações financeiras e não financeiras e as informações adicionais acerca da
prestação de serviços e outros resultados durante o exercício, além das expectativas para os períodos
futuros, devem ser escritas em linguagem simples e apresentadas de maneira que sejam prontamente
compreensíveis pelos usuários. A compreensão é aprimorada quando a informação é classificada e
apresentada de maneira clara e sucinta. A comparabilidade pode também aprimorar a
compreensibilidade.
3.18 Espera-se que os usuários dos RCPGs tenham conhecimento razoável das atividades da entidade
e do ambiente no qual ela funciona, além de serem capazes e preparados para lerem os RCPGs e revisar
e analisar a informação apresentada com a diligência apropriada. Alguns fenômenos econômicos e de
outra natureza são particularmente complexos e difíceis de serem representados nos RCPGs, e alguns
usuários podem precisar de ajuda de assistente para auxiliá-los em sua compreensão. Todos os esforços
devem ser realizados para representar os fenômenos econômicos e de outra natureza incluídos nos
RCPGs de maneira que seja compreensível para a grande quantidade de usuários. Contudo, a informação
não deve ser excluída dos RCPGs somente pelo fato de ser muito complexa ou ser difícil para alguns
usuários compreenderem sem a devida assistência.

370
VADE MECUM – Agente da PCDF

Tempestividade
3.19 Tempestividade significa ter informação disponível para os usuários antes que ela perca a sua
capacidade de ser útil para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
decisão. Ter informação disponível mais rapidamente pode aprimorar a sua utilidade como insumo para
processos de avaliação da prestação de contas e responsabilização (accountability) e a sua capacidade de
informar e influenciar os processos decisórios. A ausência de tempestividade pode tornar a informação
menos útil.
3.20 Alguns itens de informação podem continuar sendo úteis por bastante tempo após a publicação
do relatório ou após o encerramento do exercício. Por exemplo, para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão, os usuários dos RCPGs podem precisar avaliar as
projeções do desempenho e da prestação de serviços da entidade e a sua conformidade com os
orçamentos por vários exercícios. Adicionalmente, o resultado e os efeitos de alguns programas de
prestação de serviços podem não ser determináveis até períodos futuros, por exemplo, em relação aos
programas em que se tenha a intenção de aprimorar o bem-estar econômico da sociedade, reduzir a
incidência de determinada doença ou aumentar os níveis de alfabetização de determinados grupos
etários.
Comparabilidade
3.21 Comparabilidade é a qualidade da informação que possibilita aos usuários identificar semelhanças
e diferenças entre dois conjuntos de fenômenos. A comparabilidade não é uma qualidade de item
individual de informação, mas, antes, a qualidade da relação entre dois ou mais itens de informação.
3.22 A comparabilidade difere da consistência. A consistência se refere à utilização dos mesmos
princípios ou políticas contábeis e da mesma base de elaboração, seja de período a período dentro da
entidade ou de um único período entre duas ou mais entidades. A comparabilidade é o objetivo, enquanto
que a consistência auxilia a atingi-lo. Em alguns casos, os princípios ou políticas contábeis adotados pela
entidade podem ser revisados para melhor representar determinada transação ou evento nos RCPGs.
Nesses casos, a inclusão de evidenciação ou explicação adicional pode ser necessária para satisfazer às
características da comparabilidade.
3.23 A comparabilidade também difere da uniformidade. Para que a informação seja comparável,
coisas semelhantes devem parecer semelhantes e coisas distintas devem parecer distintas. A ênfase
demasiada na uniformidade pode reduzir a comparabilidade ao fazer com que coisas distintas pareçam
semelhantes. A comparabilidade da informação nos RCPGs não é aprimorada ao se fazer com que coisas
distintas pareçam semelhantes, assim como ao fazer com que coisas semelhantes pareçam distintas.
3.24 A informação sobre a situação patrimonial da entidade, o desempenho, os fluxos de caixa, a
conformidade com os orçamentos aprovados ou com outra legislação relevante ou com os demais
regulamentos relacionados à captação e à utilização dos recursos, o desempenho da prestação de
serviços e os seus planos futuros, é necessária para fins de prestação de contas e responsabilização
(accountability) e tomada de decisão. A utilidade de tal informação é aprimorada se puder ser comparada
com, por exemplo:
(a) informações financeiras e não financeiras prospectivas anteriormente apresentadas para aquele exercício
ou data do relatório;
(b) informação similar sobre a mesma entidade referente a algum outro exercício ou a algum outro momento
no tempo; e
(c) informação similar sobre outras entidades (por exemplo, entidades do setor público prestando serviços
semelhantes em jurisdições distintas) para o mesmo exercício.

371
VADE MECUM – Agente da PCDF

3.25 A aplicação consistente dos princípios contábeis, das políticas e da base de elaboração para as
informações financeiras e não financeiras prospectivas aprimora a utilidade de qualquer comparação
entre os resultados projetados e os reais. A comparabilidade com outras entidades pode ser menos
significativa para as explicações da percepção ou opinião dos gestores acerca de fatores relacionados ao
desempenho atual da entidade.
Verificabilidade
3.26 A verificabilidade é a qualidade da informação que ajuda a assegurar aos usuários que a informação
contida nos RCPGs representa fielmente os fenômenos econômicos ou de outra natureza que se propõe
a representar. A suportabilidade, ou seja, a qualidade referente àquilo que dá suporte a algo, algumas
vezes é utilizada para descrever esta qualidade, quando aplicada em relação à informação explicativa e à
informação quantitativa financeira e não financeira prospectiva divulgada nos RCPGs. Quer referida como
verificabilidade ou como suportabilidade, a característica implica que dois observadores esclarecidos e
independentes podem chegar ao consenso geral, mas não necessariamente à concordância completa, em
que:
(a) a informação representa os fenômenos econômicos e de outra natureza, os quais se pretende representar
sem erro material ou viés; ou
(b) o reconhecimento apropriado, a mensuração ou o método de representação foi aplicado sem erro
material ou viés.
3.27 Para ser verificável, a informação não precisa ser um ponto único estimado. Um intervalo de
possíveis valores e suas probabilidades relacionadas também pode ser utilizado.
3.28 A verificação pode ocorrer de forma direta ou indireta. Com a verificação direta, o montante ou
outra representação podem ser verificados em si mesmos, tais como: pela contagem de caixa; pela
observação de títulos negociáveis e suas cotações de preço; ou pela confirmação de que os fatores
identificados que influenciaram o desempenho passado estejam presentes e relacionados com os efeitos
identificados. Com a verificação indireta, o montante ou outra representação podem ser verificados ao se
checar os dados e recalcular os resultados utilizando a mesma convenção ou metodologia contábil. Um
exemplo corresponde à verificação do valor contábil do estoque por meio da conferência das entradas
(quantidades e custos) e do recálculo do estoque final utilizando o mesmo método de mensuração (por
exemplo, custo médio ou “primeiro que entra, primeiro que sai” (PEPS)).
3.29 A qualidade da verificabilidade (ou suportabilidade, se tal termo for utilizado para descrever essa
característica) não é absoluta – alguma informação pode ser mais ou menos passível de verificação do que
outra. Contudo, quanto mais verificável for a informação incluída nos RCPGs, mais se irá assegurar aos
usuários de que a informação representa fielmente os fenômenos econômicos, ou de outra natureza os
quais se pretende representar.
3.30 Os RCPGs podem incluir informação financeira e outra informação quantitativa, além de
explicação sobre (a) as influências-chave a respeito do desempenho da entidade durante o período; (b) os
efeitos ou resultados futuros projetados dos programas de prestação de serviços realizados durante o
período; e (c) informações financeiras e não financeiras prospectivas. Pode não ser possível verificar a
exatidão de todas as representações quantitativas e explicações de tal informação até período futuro.
3.31Para ajudar a assegurar aos usuários de que a informação quantitativa financeira e não financeira
(prospectivas) e as explicações incluídas nos RCPGs representam fielmente os fenômenos econômicos ou
de outra natureza os quais se pretende representar, deve haver transparência nas premissas observadas
em relação à informação divulgada, nas metodologias adotadas na compilação dessa informação e nos
fatores e nas circunstâncias que apoiam quaisquer opiniões expressas ou evidenciações feitas. Isso

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VADE MECUM – Agente da PCDF

possibilita aos usuários formar opinião sobre a adequabilidade dessas premissas e sobre o método de
compilação, mensuração, representação e interpretação da informação.
RESTRIÇÕES ACERCA DA INFORMAÇÃO INCLUÍDA NOS RCPGS
Materialidade
3.32 A informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar o cumprimento do dever
de prestação de contas e responsabilização (accountability), ou as decisões que os usuários tomam com
base nos RCPGs elaborados para aquele exercício. A materialidade depende tanto da natureza quanto do
montante do item analisado dentro das particularidades de cada entidade. Os RCPGs podem englobar
informação qualitativa e quantitativa acerca do cumprimento da prestação de serviços durante o período
de referência e das expectativas sobre a prestação de serviço e o desempenho no futuro.
Consequentemente, não é possível especificar um limite quantitativo uniforme no qual determinada
informação se torna material.
3.33As avaliações de materialidade são feitas no contexto do ambiente legislativo, institucional e operacional
dentro do qual as entidades funcionam e, em relação às informações financeiras e não financeiras
prospectivas, o conhecimento de quem as elabora e as expectativas acerca do futuro. A evidenciação da
informação sobre a conformidade, ou não, com a legislação, regulamentação ou outro normativo pode
ser material devido à sua natureza, independentemente da magnitude de quaisquer dos montantes
envolvidos. Nesse contexto, ao se determinar se um item é material, deve-se levar em consideração
questões, tais como a natureza, a legalidade, a sensibilidade e os efeitos de eventos e transações passados
ou previstos; as partes envolvidas em tais transações; e as circunstâncias que deram origem a essas
transações.
3.34 De acordo com esta estrutura conceitual, a materialidade é classificada como uma restrição na
informação incluída nos RCPGs. Ao se desenvolver as NBCs TSP e outras disposições, deve-se considerar a
materialidade dos efeitos da aplicação de uma política contábil específica. Sujeitas aos requisitos de quaisquer
NBCs TSP, a entidade, ao elaborar os RCPGs, deve considerar também a materialidade, por exemplo, da
aplicação de uma política contábil específica e da evidenciação em separado de determinados itens da
informação.
Custo-benefício
3.35 A informação contábil impõe custos, e seus benefícios devem justificá-los. Avaliar se os benefícios da
informação justificam seus custos é, com frequência, uma questão de julgamento de valor, pois não é
possível identificar todos os custos e todos os benefícios da informação incluída nos RCPGs.
3.36 Os custos, para fornecerem a informação, incluem os de coleta, de processamento e de verificação e/ou
de apresentação das premissas e das metodologias que dão suporte a elas, além dos de disseminação.
Os usuários incorrem nos custos da análise e interpretação. A omissão da informação útil também impõe
custos, inclusive aqueles em que os usuários incorrem na obtenção de informação necessária de
terceiros, além dos custos advindos da tomada de decisão utilizando dados incompletos fornecidos pelos
RCPGs.
3.37 Os responsáveis pelos RCPGs envidam a maior parte dos seus esforços para agregar informação aos
relatórios. Entretanto, os usuários dos serviços e os provedores de recursos acabam por assumir os custos
desses esforços, uma vez que os recursos são redirecionados da prestação de serviços para a elaboração
da informação dos RCPGs.
3.38 Os usuários em geral obtêm a maior parte dos benefícios das informações fornecidas nos RCPGs.
Contudo, a informação elaborada para os RCPGs também pode ser utilizada internamente pela
administração, influenciando o processo decisório por parte dela. A evidenciação da informação nos RCPGs,
consistente com os conceitos desta estrutura conceitual e das NBCs TSP e com outras disposições do CFC,

373
VADE MECUM – Agente da PCDF

deve aprimorar e reforçar as percepções da transparência da informação contábil pelos governos e outras
entidades do setor público, além de contribuir para a avaliação mais precisa da dívida pública por agentes
externos. Portanto, as entidades do setor público podem beneficiar-se de diversas maneiras da informação
fornecida nos RCPGs.
3.39 A aplicação da restrição custo-benefício envolve avaliar se os benefícios de divulgar a informação
provavelmente justificam os custos incorridos para fornecê-la e utilizá-la. Ao fazer essa avaliação, é
necessário considerar se uma ou mais características qualitativas podem ser sacrificadas até certo ponto
para reduzir o custo.
3.40 Ao se desenvolverem as NBCs TSP, leva-se em consideração a informação obtida dos responsáveis
pelas demonstrações, dos usuários, da academia e de outros atores, acerca da natureza e dos benefícios
esperados, bem como dos custos dos requisitos propostos.
Equilíbrio entre as características qualitativas
3.41 As características qualitativas funcionam, conjuntamente, para contribuir com a utilidade da informação.
Por exemplo, nem a descrição que represente fielmente um fenômeno irrelevante, nem a descrição que
represente de modo não fidedigno um fenômeno relevante resultam em informação útil. Do mesmo
modo, para ser relevante, a informação precisar ser tempestiva e compreensível.
3.42 Em alguns casos, o equilíbrio ou a compensação (trade-off) entre as características qualitativas pode ser
necessário para se alcançar os objetivos da informação contábil. A importância relativa das
características qualitativas em cada situação é uma questão de julgamento profissional. A meta é
alcançar o equilíbrio apropriado entre as características para satisfazer aos objetivos da elaboração e da
divulgação da informação contábil.

CAPÍTULO 4 – ENTIDADE QUE REPORTA A INFORMAÇÃO CONTÁBIL


Introdução
4.1 A entidade do setor público que reporta a informação contábil é um ente governamental ou outra
organização, programa ou outra área identificável de atividade (doravante referida como entidade ou
entidade do setor público) que elabora os RCPGs.
4.2 A entidade do setor público que reporta a informação contábil pode compreender duas ou mais entidades
que apresentem os RCPGs como se fossem uma única entidade – tal entidade é referida como grupo de
entidades que reportam a informação contábil.
Características-chave de entidade do setor público que reporta a informação contábil
4.3 As características-chave de entidade do setor público que reporta a informação contábil são:
(a) ser uma entidade que capta recursos da sociedade ou em nome desta e/ou utiliza recursos para realizar
atividades em benefício dela; e
(b) existir usuários de serviços ou provedores de recursos dependentes de informações contidas nos RCPGs
para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
4.4 O governo pode estabelecer e/ou funcionar por meio de unidades administrativas como, por exemplo,
ministérios, secretarias ou departamentos. Ele pode funcionar também por meio de fundos, autoridades
estatutárias, empresas estatais e outras entidades com identidade jurídica própria ou autonomia
operacional para realizar, ou de outra maneira dar suporte à prestação de serviços à sociedade. Outras
organizações do setor público, inclusive organizações internacionais do setor público e autoridades
municipais, podem realizar também determinadas atividades por intermédio das entidades com
identidade jurídica própria ou autonomia operacional e podem beneficiar-se e estarem sujeitas a encargo
financeiro ou perda resultante das atividades.

374
VADE MECUM – Agente da PCDF

4.5 Os RCPGs são elaborados para reportar informação útil aos usuários para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Os usuários de serviços ou os provedores de
recursos são os usuários primários dos RCPGs. Consequentemente, uma característica-chave da entidade
do setor público que reporta a informação, inclusive de grupo dessas entidades, é a existência de usuários
de serviços ou provedores de recursos que são dependentes dos RCPGs para fins de prestação de contas
e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
4.6 Os RCPGs englobam as demonstrações contábeis e a informação que as aprimore, complemente e
suplemente. As demonstrações contábeis apresentam informação sobre os recursos e as demandas sobre
estes, além dos fluxos de caixa da entidade ou grupo de entidades que reportam a informação durante o
exercício. Portanto, para possibilitar a elaboração das demonstrações contábeis, a entidade que reporta
a informação deve captar recursos e/ou deve utilizar recursos captados anteriormente para realizar
atividades em benefício da sociedade ou em nome dela.
4.7 A existência de usuários dos RCPGs de entidade do setor público ou grupo de entidades pressupõe a
existência de entidade que tenha a responsabilidade ou a capacidade de captar ou utilizar recursos,
adquirir ou administrar bens públicos, incorrer em passivos ou realizar atividades para atingir os objetivos
da prestação de serviços. Quanto maiores os recursos que a entidade do setor público capta, administra
e/ou tem a capacidade de utilizar, e quanto maiores as obrigações que incorre e maior o impacto
econômico ou social das suas atividades, é mais provável que existam usuários de serviços ou provedores
de recursos que sejam dependentes dos RCPGs para obter informação para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Na ausência desses fatores, em que eles não
sejam significativos, é improvável que existam usuários dos RCPGs dessas entidades.
4.8 A elaboração dos RCPGs não é um processo sem custos. Portanto, se a imposição de requisitos para a
informação contábil pressupõe que estas devam ser eficientes e eficazes, é importante que seja exigido
que os RCPGs sejam elaborados somente pelas entidades do setor público para as quais existam usuários.
4.9 Em muitos casos, é clara a existência, ou não, de usuários de serviços ou de provedores de recursos que
dependam dos RCPGs para fornecer informação para fins de prestação de contas e responsabilização
(accountability) e tomada de decisão. Por exemplo, tais usuários, provavelmente, existem para os RCPGs
de governo em nível nacional, estadual ou municipal e para as organizações internacionais do setor
público. Isso porque esses governos e organizações normalmente têm a capacidade de captar recursos
substanciais e/ou empregar esses recursos em nome da sociedade, incorrer em responsabilidades e
impactar o bem-estar econômico e/ou social das comunidades que dependem deles para a prestação de
serviços.
4.10 Contudo, nem sempre está claro se há usuários de serviços ou provedores de recursos que
dependam dos RCPGs de, por exemplo, departamentos ou órgãos individuais do governo, programas
especiais ou áreas identificáveis de atividades com informação para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Determinar se essas organizações, programas ou
atividades devem ser identificados como entidades que reportam a informação e, consequentemente,
serem exigidas a elaborarem os RCPGs envolve o exercício de julgamento profissional.
4.11 O governo e algumas outras entidades do setor público têm identidade e enquadramento legal
específicos (personalidade jurídica). Entretanto, as organizações, os programas e as atividades do setor
público sem personalidade jurídica também podem captar ou empregar recursos, adquirir e administrar
ativos, incorrer em obrigações, realizar atividades para atingir os objetivos da prestação de serviços ou,
de outra maneira, implementar a política governamental. Os usuários de serviços e os provedores de
recursos podem depender dos RCPGs para obter informação para os fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Consequentemente, a entidade que reporta a

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VADE MECUM – Agente da PCDF

informação contábil do setor público pode ter personalidade jurídica específica ou ser, por exemplo,
organização, acordo administrativo ou programa sem personalidade jurídica.

CAPÍTULO 5 – ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


INTRODUÇÃO
Propósito
5.1 Este capítulo define os elementos utilizados nas demonstrações contábeis e fornece explicação adicional
acerca dessas definições.
Elementos e sua importância
5.2 As demonstrações contábeis retratam os efeitos financeiros e não financeiros das transações e outros
eventos ao agrupá-los em classes amplas que compartilham características econômicas comuns. Essas
classes amplas são denominadas elementos das demonstrações contábeis. Os elementos correspondem
às estruturas básicas a partir das quais as demonstrações contábeis são elaboradas. Essas estruturas
fornecem um ponto inicial para reconhecer, classificar e agregar dados e atividades econômicas de
maneira a fornecer aos usuários informação que satisfaça aos objetivos e atinja as características
qualitativas da informação contábil, levando em consideração as restrições sobre a informação incluída
nos RCPGs.
5.3 Os elementos definidos neste capítulo não se referem aos itens individuais que são reconhecidos como
resultado de transações e eventos. As subclassificações dos itens individuais dentro de um elemento e as
agregações de itens são utilizadas para aprimorar a compreensibilidade das demonstrações contábeis. A
apresentação dos RCPGs é tratada no Capítulo 8, intitulado Apresentação de Informação no Relatório
Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público.
5.4Em algumas circunstâncias, para assegurar que as demonstrações contábeis forneçam informação útil
para uma avaliação significativa do desempenho e da situação patrimonial da entidade, o reconhecimento de
fenômenos econômicos não capturados pelos elementos definidos neste capítulo pode ser necessário.
Consequentemente, a identificação dos elementos neste capítulo não impede as NBCs TSP de exigirem ou
permitirem o reconhecimento de recursos ou obrigações que não satisfaçam a definição de elemento
identificada neste capítulo (doravante referidos como “outros recursos” ou “outras obrigações”), quando
necessário no sentido de se alcançarem os objetivos da informação contábil.
Elementos
5.5 Os elementos definidos neste capítulo são:
(a) ativo;
(b) passivo;
(c) receita;
(d) despesa;
(e) contribuição dos proprietários;
(f) distribuição aos proprietários.
ATIVO
Definição
5.6 Ativo é um recurso controlado no presente pela entidade como resultado de evento passado.
Recurso
5.7 Recurso é um item com potencial de serviços ou com a capacidade de gerar benefícios econômicos. A
forma física não é uma condição necessária para um recurso. O potencial de serviços ou a capacidade de
gerar benefícios econômicos podem surgir diretamente do próprio recurso ou dos direitos de sua

376
VADE MECUM – Agente da PCDF

utilização. Alguns recursos incluem os direitos da entidade a uma série de benefícios, inclusive, por
exemplo, o direito a:
(a) utilizar o recurso para a prestação de serviços (inclusive bens);
(b) utilizar os recursos de terceiros para prestar serviços como, por exemplo, arrendamento mercantil;
(c) converter o recurso em caixa por meio da sua alienação;
(d) beneficiar-se da valorização do recurso; ou
(e) receber fluxos de caixa.
5.8 O potencial de serviços é a capacidade de prestar serviços que contribuam para alcançar os objetivos da
entidade. O potencial de serviços possibilita a entidade alcançar os seus objetivos sem, necessariamente,
gerar entrada líquida de caixa.
5.9 Os ativos do setor público que ensejam potencial de serviços podem ser representados pelos ativos de
recreação, do patrimônio cultural, comunitários, de defesa nacional e outros que sejam mantidos pelos
governos e outras entidades do setor público e que sejam utilizados para a prestação de serviços a
terceiros. Tais serviços podem ser para consumo coletivo ou individual. Vários serviços podem ser
fornecidos em áreas onde não haja concorrência de mercado ou concorrência limitada de mercado. A
utilização e a alienação de tais ativos podem ser restritas, já que muitos ativos que ensejam potencial de
serviços são especializados por natureza.
5.10 Os benefícios econômicos correspondem a entradas de caixa ou a reduções das saídas de caixa. As
entradas de caixa (ou as reduções das saídas de caixa) podem derivar, por exemplo:
(a) da utilização do ativo na produção e na venda de serviços; ou
(b) da troca direta do ativo por caixa ou por outros recursos.
Controlado no presente pela entidade
5.11 A entidade deve ter o controle do recurso. O controle do recurso envolve a capacidade da entidade
em utilizar o recurso (ou controlar terceiros na sua utilização) de modo que haja a geração do potencial
de serviços ou dos benefícios econômicos originados do recurso para o cumprimento dos seus objetivos
de prestação de serviços, entre outros.
5.12 Para avaliar se a entidade controla o recurso no presente, deve ser observada a existência dos
seguintes indicadores de controle:
(a) propriedade legal;
(b) acesso ao recurso ou a capacidade de negar ou restringir o acesso a esses;
(c) meios que assegurem que o recurso seja utilizado para alcançar os seus objetivos; ou
(d) a existência de direito legítimo ao potencial de serviços ou à capacidade para gerar os benefícios
econômicos advindos do recurso.
Embora esses indicadores não sejam determinantes conclusivos acerca da existência do controle, sua
identificação e análise podem subsidiar essa decisão.
5.12A A propriedade legal do recurso, tal como terreno ou equipamento, é um dos métodos para se verificar
o potencial de serviços ou os benefícios econômicos de um ativo. No entanto, os direitos ao potencial de
serviços ou à capacidade de gerar benefícios econômicos podem existir sem que se verifique a propriedade
legal do recurso. Por exemplo, os direitos ao potencial de serviços ou à capacidade de gerar benefícios
econômicos por meio da manutenção e utilização de item patrimonial arrendado são verificados sem que haja
a propriedade legal do próprio item arrendado. Portanto, a propriedade legal do recurso não é uma
característica essencial de um ativo. No entanto, a propriedade legal é um indicador de controle.
5.12B O direito de acesso ao recurso pode fornecer à entidade a capacidade para determinar se pode, ou não:
(a) utilizar diretamente o potencial de serviços do recurso para prestar serviços aos usuários;
(b) trocar o recurso por outro ativo, tal como caixa; ou

377
VADE MECUM – Agente da PCDF

(c) utilizar o ativo em quaisquer outras maneiras de modo a prestar serviços ou gerar benefícios econômicos.
5.12C Enquanto o acesso ao recurso é crucial, existem recursos aos quais a entidade tem acesso que não dá
origem a ativos como, por exemplo, o ar. Portanto, a capacidade de acessar o recurso precisa ser
suplementada pela capacidade de negar ou restringir o acesso de terceiros ao recurso, por exemplo, (a) a
entidade pode decidir se estabelece entrada grátis ao museu ou restringe o acesso daqueles que não pagam
a taxa, e (b) o governo pode controlar um recurso natural sob o seu território ao qual pode restringir o acesso
de terceiros. Demandas legalmente aplicáveis relativas a recursos específicos como, por exemplo, o direito
de acesso a uma rodovia ou o direito de explorar um território na busca por recursos minerais, poderia
representar um ativo para o titular. No entanto, a entidade pode ser capaz de acessar o potencial de serviços
ou a capacidade de gerar benefícios econômicos associados ao recurso sem que haja a necessidade de
obtenção de direitos jurídicos.
Evento passado
5.13 A definição de ativo exige que o recurso controlado pela entidade no presente tenha surgido de
transação ou outro evento passado. Podem existir diversas transações passadas ou outros eventos que
resultem no ganho do controle do recurso pela entidade e, por conseguinte, o caracterize como ativo. As
entidades podem obter ativos por intermédio da sua compra em transação com contraprestação, bem
como pelo seu desenvolvimento. Os ativos também podem surgir de transações sem contraprestação,
inclusive por meio do exercício dos direitos soberanos. O poder de tributar ou emitir licenças, acessar,
restringir ou negar acesso aos benefícios oriundos de recursos intangíveis como, por exemplo, o espectro
eletromagnético (bandas de frequência de transmissões de telecomunicações), são exemplos dos
poderes específicos do setor público e dos direitos que podem dar origem a ativos. Ao se avaliar o
surgimento do direito de controle de recursos, os seguintes eventos devem ser considerados: (a) a
capacidade geral para exercer o poder; (b) a constituição de poder por meio de lei, estatuto ou
instrumento congênere; (c) o exercício do poder de criar um direito; e (d) o evento que dá origem ao direito
de receber recursos de terceiros. O ativo surge quando o poder for exercido e os direitos de receber
recursos existirem.
PASSIVO
Definição
5.14 Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na
saída de recursos da entidade.
Obrigação presente
5.15 As entidades do setor público podem ter uma série de obrigações. Obrigação presente é uma
obrigação que ocorre por força de lei (obrigação legal ou obrigação legalmente vinculada) ou uma
obrigação que não ocorre por força de lei (obrigação não legalmente vinculada), as quais não possam ser
evitadas pela entidade.
Saída de recursos da entidade
5.16 Um passivo deve envolver uma saída de recursos da entidade para ser liquidado ou extinto. A
obrigação que pode ser liquidada ou extinta sem a saída de recursos da entidade não é um passivo.
5.16A Para os fins desta estrutura conceitual, os termos “liquidado” ou “liquidação” não se confundem com os
termos correspondentes utilizados na execução orçamentária, conforme legislação brasileira sobre orçamento.
Evento passado
5.17Para satisfazer a definição de passivo, é necessário que a obrigação presente surja como resultado de
transação ou de outro evento passado e necessite da saída de recursos da entidade para ser extinta. A
complexidade inerente ao setor público faz com que eventos diversos referentes ao desenvolvimento,
implantação e execução de determinado programa ou atividade possam gerar obrigações. Para fins de

378
VADE MECUM – Agente da PCDF

elaboração e divulgação da informação contábil, é necessário determinar se tais compromissos e


obrigações, inclusive aqueles que não possam ser evitados pela entidade, mas que não ocorrem por força
de lei (obrigações não legalmente vinculadas), são obrigações presentes e satisfazem a definição de
passivo. Quando a transação tem forma jurídica e é vinculada, tal como um contrato, o evento passado
pode ser identificado de forma inequívoca. Em outros casos, pode ser mais difícil identificar o evento
passado e é necessário fazer uma avaliação de quando a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa
realista de evitar a saída de recursos. Ao se fazer tal avaliação, fatores jurisdicionais devem ser levados
em consideração pela entidade.
Obrigações legais e não legalmente vinculadas
5.18 As obrigações vinculadas podem ser obrigações legais (ou legalmente vinculadas) ou não
legalmente vinculadas. As obrigações vinculadas podem originar-se tanto de transações com
contraprestação quanto de transações sem contraprestação. A obrigação deve estar relacionada a um
terceiro para poder gerar um passivo. A entidade não pode obrigar a si mesma, mesmo quando tenha
divulgado publicamente a intenção de se comportar de determinado modo. A identificação de terceiros
é uma indicação da existência de obrigação que dá origem a um passivo. Entretanto, não é essencial saber
a identidade dos terceiros antes da época da extinção do passivo para que a obrigação presente exista.
5.19 Muitas transações que dão origem à obrigação preveem prazos de liquidação. A existência de
prazo de liquidação pode fornecer uma indicação de que a obrigação envolve a saída de recursos e origina
um passivo. Entretanto, existem muitos contratos ou acordos que não preveem prazos para a liquidação.
A ausência de data de liquidação não impede que a obrigação origine um passivo.
Obrigações legais
5.20 Obrigação legal (ou legalmente vinculada) é exigível por força de lei. Tais obrigações exigíveis
podem advir de uma série de dispositivos legais. Transações com contraprestação normalmente são de
natureza contratual e, portanto, exigíveis por meio do direito contratual ou equivalente. Para alguns tipos
de transações sem contraprestação, é necessário julgamento profissional para se determinar se a
obrigação é exigível por força de lei. Quando for definido que a obrigação é exigível por força de lei, não
há dúvida que a entidade não tem realisticamente alternativa alguma para evitar a obrigação e que,
consequentemente, o passivo existe.
5.21 Algumas obrigações relacionadas a transações com contraprestação não são rigorosamente
exigíveis por terceiros na data de apresentação das informações contábeis, mas serão exigíveis no
transcurso do tempo sem que terceiros tenham que satisfazer outras condições – ou ter que realizar
qualquer outra ação – antes da liquidação. As demandas que são exigíveis incondicionalmente em razão
do transcurso do tempo são obrigações exigíveis no contexto da definição de passivo.
5.22 O poder soberano é a autoridade maior do governo para fazer, aditar e vetar os dispositivos legais.
A existência do poder soberano não é uma condição para se concluir que a obrigação não satisfaz a
definição de passivo conforme esta estrutura conceitual. A situação jurídica deve ser avaliada a cada
apresentação da informação contábil para determinar se a obrigação deixa de ser vinculada e de satisfazer
a definição de passivo.
Obrigações não legalmente vinculadas
5.23 Passivos podem surgir de obrigações não legalmente vinculadas. Estas se diferenciam das
obrigações legais, pois as partes a quem as obrigações dizem respeito não podem tomar ações legais para
liquidá-las. Obrigações não legalmente vinculadas que geram passivos têm as seguintes características:
(a) a entidade indica a terceiros, por meio de um padrão estabelecido de práticas passadas, políticas
publicadas ou de declaração específica, que aceitará certas responsabilidades;

379
VADE MECUM – Agente da PCDF

(b) como resultado de tal indicação, a entidade cria uma expectativa válida da parte de terceiros de que
cumprirá com essas responsabilidades; e
(c) a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa realista para evitar o cumprimento da obrigação
gerada a partir dessas responsabilidades.
5.24 No setor público, as obrigações podem surgir em uma série de eventos. Por exemplo, na
implementação de programa ou serviço, a obrigação pode decorrer:
(a) da realização de promessa política, tal como compromisso eleitoral;
(b) do anúncio de política; e
(c) da proposta (e aprovação) do orçamento (que podem ser dois eventos distintos).
Os estágios iniciais de implementação não devem dar origem a obrigações presentes que atendem à
definição de passivo. Fases posteriores como, por exemplo, requerimentos que cumpram os critérios de
elegibilidade para o serviço a ser prestado, pode dar lugar a obrigações que atendem à definição de passivo.
5.25 O momento no qual a obrigação dá origem ao passivo depende da natureza da obrigação. Os
fatores que provavelmente irão impactar os julgamentos de que terceiros podem concluir de maneira válida
que a obrigação é tal que a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa realista de evitar a saída de recursos
incluem:
(a) a natureza do evento ou eventos passados que dão origem à obrigação. Por exemplo, a promessa feita em
eleição é improvável que dê origem a uma obrigação presente, porque uma promessa eleitoral raramente
cria uma expectativa válida por parte de terceiros de que a entidade tem obrigação que tem pouca ou
nenhuma alternativa realista para evitar o seu cumprimento. No entanto, um anúncio em relação a evento
ocorrido pode ter apoio político tal que o governo não possa se desobrigar de cumpri-lo. Onde o governo se
comprometeu a introduzir e a assegurar a dotação orçamentária necessária, tal anúncio pode dar origem a
uma obrigação não legalmente vinculada;
(b) a capacidade da entidade em modificar ou alterar a obrigação antes que ela se cristalize. Por exemplo, o
anúncio de uma política geralmente não vai dar origem a uma obrigação não legalmente vinculada, que não
possa ser modificada antes de ser implementada. Da mesma forma, se a obrigação depende da ocorrência
de eventos futuros, pode haver discernimento para evitar a saída de recursos antes de ocorrerem esses
eventos; e
(c) pode haver uma correlação entre a disponibilidade de fundos para liquidar uma obrigação particular e a
criação de uma obrigação presente. Por exemplo, quando a despesa orçamentária foi aprovada e seu
financiamento vinculado é assegurado por meio de apropriação, quando há disponibilidade de
financiamento para uma contingência ou quando há transferência de nível diferente de governo, a
obrigação não legalmente vinculada pode existir. No entanto, a ausência de dotação orçamentária própria
não significa que a obrigação presente não surgiu.
5.26 “Coerção econômica”, “necessidade política” ou outras circunstâncias podem criar situações em que,
apesar de o setor público não ser legalmente obrigado a incorrer na saída de recursos, as consequências
políticas ou econômicas de não as atender são tão significativas que não deixam alternativa à entidade a
não ser a de despender recursos para liquidá-las.
Situação patrimonial líquida, outros recursos e outras obrigações
5.27 Conforme o item 5.4, em alguns casos, ao se desenvolver ou revisar uma NBC TSP, pode-se determinar
que, para alcançar os objetivos da informação contábil, o recurso ou a obrigação que não satisfaça a
definição de elemento definido nesta estrutura conceitual precise ser reconhecido nas demonstrações
contábeis. Nesses casos, as NBCs TSP podem exigir ou permitir que esses recursos ou obrigações sejam
reconhecidos como outros recursos ou outras obrigações, os quais são itens adicionais aos seis elementos
definidos nesta estrutura conceitual.

380
VADE MECUM – Agente da PCDF

5.28 A situação patrimonial líquida é a diferença entre os ativos e os passivos após a inclusão de outros
recursos e a dedução de outras obrigações, reconhecida na demonstração que evidencia a situação
patrimonial como patrimônio líquido. A situação patrimonial líquida pode ser um montante residual
positivo ou negativo.
Receita e despesa
5.29 Receita corresponde a aumentos na situação patrimonial líquida da entidade não oriundos de
contribuições dos proprietários.
5.30 Despesa corresponde a diminuições na situação patrimonial líquida da entidade não oriundas de
distribuições aos proprietários.
5.31 Receitas e despesas originam-se de transações com contraprestação e sem contraprestação, de outros
eventos, tais como: aumentos e decréscimos não realizados de ativos e passivos; do consumo dos ativos
por meio da depreciação; e da redução do potencial de serviços e da capacidade de gerar benefícios
econômicos por meio da redução ao valor recuperável. Receitas e despesas podem ser originadas de
transações individuais ou de grupos de transações.
Superávit ou déficit do exercício
5.32 O superávit ou o déficit da entidade para o exercício é a diferença entre as receitas e as despesas que
constam na demonstração que evidencia o desempenho das entidades do setor público.
Contribuição dos proprietários e distribuição aos proprietários
5.33 Contribuição dos proprietários corresponde a entrada de recursos para a entidade a título de contribuição
de partes externas, que estabelece ou aumenta a participação delas no patrimônio líquido da entidade.
5.34 Distribuição aos proprietários corresponde a saída de recursos da entidade a título de distribuição a
partes externas, que representa retorno sobre a participação ou a redução dessa participação no
patrimônio líquido da entidade.
5.35 É importante distinguir os conceitos de despesa e receita dos conceitos de distribuição aos proprietários
e contribuição dos proprietários, inclusive as entradas que estabelecem inicialmente suas participações
na entidade. Além do aporte de recursos e do pagamento de dividendos que podem ocorrer, é
relativamente comum que ativos e passivos sejam transferidos entre entidades do setor público. Sempre
que tais transferências satisfizerem as definições de contribuição dos proprietários ou de distribuição aos
proprietários, elas devem ser contabilizadas como tal.
5.36 As participações dos proprietários podem surgir na criação da entidade quando outra entidade contribui
com recursos para dar à nova entidade a capacidade de iniciar suas operações. No setor público, as
contribuições ou as distribuições de recursos são, algumas vezes, relacionadas à reestruturação do
governo e irão tomar a forma de transferências de ativos e passivos em vez de transações em espécie. As
participações dos proprietários podem tomar diferentes formas, podendo não ser evidenciadas por meio
de instrumento de capital próprio.
5.37 A contribuição dos proprietários pode tomar a forma de aporte inicial de recursos na criação da entidade
ou de aporte de recursos subsequente, inclusive quando da reestruturação da entidade. Já a distribuição
aos proprietários pode ser: (a) o retorno sobre investimento; (b) o retorno total ou parcial de
investimentos; ou (c) no caso da extinção ou reestruturação da entidade, o retorno de qualquer recurso
residual.

CAPÍTULO 6 – RECONHECIMENTO NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


Critérios de reconhecimento e sua relação com a evidenciação
6.1 Este capítulo identifica os critérios que devem ser satisfeitos para que um elemento seja reconhecido nas
demonstrações contábeis. O reconhecimento é o processo de incorporar e de incluir um item, expresso

381
VADE MECUM – Agente da PCDF

em valores a serem demonstrados no corpo da demonstração contábil apropriada, que satisfaça a


definição de elemento e possa ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas,
levando em consideração as restrições sobre a informação incluída nos RCPGs.
6.2 O item deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis quando:
(a) satisfizer a definição de elemento; e
(b) puder ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas, levando em consideração as
restrições sobre a informação incluída nos RCPGs.
6.3 Todos os itens que satisfaçam os critérios de reconhecimento são inseridos nas demonstrações contábeis.
Em algumas circunstâncias, determinada NBC TSP pode também especificar que, para alcançar os
objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil, um recurso ou obrigação que não
satisfaça a definição de elemento deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis desde que possa
ser mensurado de maneira que satisfaça as características qualitativas e as restrições sobre a informação
incluída nos RCPGs. Outros recursos e outras obrigações são discutidos no Capítulo 5.
6.4 O reconhecimento envolve a avaliação da incerteza relacionada à existência e à mensuração do elemento.
As condições que dão origem à incerteza, se existirem, podem mudar. Portanto, é importante que a
incerteza seja avaliada em cada data de divulgação do relatório.
Definição de elemento
6.5 Para ser reconhecido como elemento, o item precisa satisfazer a definição de um dos elementos descritos
no Capítulo 5. A incerteza sobre a existência de elemento é examinada ao considerar a evidência
disponível para emitir julgamento neutro sobre se o item satisfaz todas as características essenciais da
definição de elemento, considerando todos os fatos e circunstâncias disponíveis na data do relatório.
6.6 Caso se determine que o elemento, de fato, existe, a incerteza sobre o montante do potencial de serviços
ou da capacidade de gerar benefícios econômicos representados por ele deve ser levado em consideração
na sua mensuração (ver itens 6.7 e 6.8). Os responsáveis pela elaboração dos RCPGs revisam e avaliam
toda a evidência disponível ao determinarem se o elemento existe e deve ser reconhecido, se aquele
elemento continua a se qualificar para o reconhecimento (ver item 6.9), ou se houve mudança em
elemento existente.
Incerteza quanto à mensuração
6.7 Para se reconhecer um item nas demonstrações contábeis, é necessário atribuir um valor monetário a ele.
Isso requer escolher a base de mensuração apropriada e determinar se a mensuração do item cumpre as
características qualitativas, levando-se em consideração as restrições acerca da informação nos RCPGs,
inclusive que a mensuração seja suficientemente relevante e fidedignamente representativa para o item
a ser reconhecido nas demonstrações contábeis. A seleção da base de mensuração adequada é
considerada no Capítulo 7.
6.8 Pode haver incerteza associada à mensuração de montantes apresentados nas demonstrações contábeis.
O uso de estimativas é parte essencial da contabilidade sob o regime de competência. Uma decisão
acerca da relevância e da representação fidedigna da mensuração envolve a consideração de técnicas
como, por exemplo, utilizar intervalos de resultados e estimativas pontuais, e se uma evidência adicional
sobre as circunstâncias econômicas existentes na data do relatório está disponível. A evidenciação pode
fornecer informação útil sobre as técnicas de estimativa empregadas. Pode haver raras circunstâncias nas
quais o nível de incerteza em um único ponto da estimativa é tão grande que a relevância e a
representação fidedigna da medida utilizada são questionáveis, mesmo que haja a evidenciação das
técnicas de estimativa utilizadas. Nessas circunstâncias, o item não deve ser reconhecido.
Evidenciação e reconhecimento

382
VADE MECUM – Agente da PCDF

6.9 A falha ao se reconhecer itens que satisfazem a definição de elemento e os critérios de reconhecimento
utilizados não é convalidada pela evidenciação das políticas contábeis, notas ou outro detalhe explicativo.
Contudo, a evidenciação pode fornecer informação sobre os itens que satisfazem muitas características
que definem o elemento, mas nem todas. A evidenciação pode também fornecer informação sobre os
itens que satisfazem a definição de elemento, mas que não podem ser mensurados de maneira que
satisfaça suficientemente as características qualitativas e ir de encontro aos objetivos da elaboração e
divulgação da informação contábil. A evidenciação é apropriada quando o conhecimento sobre o item é
considerado relevante para a avaliação da situação patrimonial líquida da entidade e, portanto, satisfaz
os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil.
Desreconhecimento
6.10 O desreconhecimento é o processo de avaliar se ocorreram mudanças, desde a data do relatório
anterior, que justifiquem a remoção de elemento que tenha sido previamente reconhecido nas
demonstrações contábeis, bem como remover esse item se tais mudanças ocorrerem. Ao se avaliar a
incerteza sobre a existência do elemento, os mesmos critérios devem ser utilizados para o
desreconhecimento, tais como aqueles utilizados no reconhecimento inicial.

CAPÍTULO 7 – MENSURAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


Introdução
7.1 Este capítulo identifica os conceitos que orientam a seleção das bases de mensuração de ativos e
passivos para as NBCs TSP e pelos responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis quando
não existirem regramentos específicos constantes das NBCs TSP.
Objetivo da mensuração
7.2 O objetivo da mensuração é selecionar bases que reflitam de modo mais adequado o custo dos serviços,
a capacidade operacional e a capacidade financeira da entidade de forma que seja útil para a prestação
de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.

7.3 A seleção da base de mensuração para ativos e passivos contribui para satisfazer aos objetivos da
elaboração e divulgação da informação contábil pelas entidades do setor público ao fornecer informação
que possibilita os usuários avaliarem:
(a) o custo dos serviços prestados no período, em termos históricos ou atuais;
(b) a capacidade operacional – a capacidade da entidade em dar suporte à prestação de serviços no futuro
por meio de recursos físicos e outros; e
(c) a capacidade financeira – a capacidade da entidade em financiar as suas próprias atividades.

7.4 A seleção da base de mensuração também pressupõe a avaliação do grau de observância das
características qualitativas enquanto considera as restrições sobre a informação nos RCPGs.
Bases de mensuração e sua seleção
7.5 No nível de estrutura conceitual, não é possível identificar uma única base de mensuração que melhor
atenda ao objetivo da mensuração. Portanto, a estrutura conceitual não propõe uma única base de
mensuração (ou a combinação de bases de mensuração) para todas as transações, eventos e condições.
A estrutura conceitual fornece orientação na seleção da base de mensuração para ativos e passivos.
7.6 As seguintes bases de mensuração para os ativos são identificadas e discutidas à luz da informação que
fornecem sobre o custo de serviços prestados, a capacidade operacional e a capacidade financeira da
entidade, além da extensão na qual fornecem informação que satisfaça as características qualitativas:
(a) custo histórico;

383
VADE MECUM – Agente da PCDF

(b) valor de mercado(*);


(c) custo de reposição ou substituição;
(d) preço líquido de venda;
(e) valor em uso.
(*)
Justificativa em relação à adoção do valor de mercado em substituição ao valor justo (fair value):
Esta estrutura conceitual não propôs o valor justo (fair value) como uma das bases de mensuração para ativos
e passivos. Em substituição, propôs o valor de mercado, o qual foi definido do mesmo modo que o valor
justo, ou seja, o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo extinto, entre partes conhecedoras,
dispostas a isso, em transação sem favorecimentos.
O IPSASB/Ifac alega que o valor justo, no contexto do setor público, é semelhante ao valor de mercado e a
inclusão de ambas as bases de mensuração poderia ser confusa para os usuários dos RCPGs. Assim, esta
estrutura conceitual convergida, em vez de incluir a definição de valor justo baseada em valor de saída, ou a
definição de valor justo específica para o setor público, incluiu o valor de mercado como uma das bases de
mensuração.
No entanto, ressalta-se que a base de mensuração sob o valor justo ainda deverá permanecer em algumas
IPSAS editadas pelo IPSASB/Ifac após a estrutura conceitual e em algumas NBCs TSP convergidas, pois o
IPSASB/Ifac, gradualmente, irá rever as bases de mensuração constante das IPSAS de modo a excluir o valor
justo. Trata-se do projeto denominado Mensurações no Setor Público (Public Sector Measurement).
Os itens BC7.20 a 7.28 do documento original do IPSASB/Ifac (The Conceptual Framework for General Purpose
Financial Reporting by Public Sector Entities) expõem de maneira detalhada as razões pelas quais houve a
substituição da mensuração baseada no valor justo para o valor de mercado.
O Quadro 1 resume essas bases de mensuração em termos de: (a) se fornecem valores de entrada ou de
saída; (b) se são observáveis no mercado; e (c) se são específicas, ou não, para a entidade (*).
(*)
Em alguns casos, o julgamento de valor é emitido para se classificar a base de mensuração, em
particular, como observável ou não observável e/ou como específica ou não específica para a entidade.

Quadro 1 – Resumo das bases de mensuração dos ativos


Observável, ou não, no Específica, ou não, à
Base de mensuração Entrada ou saída
mercado entidade
Específica para a
Custo histórico Entrada Geralmente observável
entidade
Valor de mercado
(quando o mercado é Não específica para a
Entrada e saída Observável
aberto, ativo e entidade
organizado)
Valor de mercado Depende da técnica de Depende da técnica de
Saída
(em mercado inativo) atribuição de valor atribuição de valor
Custo de reposição ou Específica para a
Entrada Observável
substituição entidade
Específica para a
Preço líquido de venda Saída Observável
entidade
Específica para a
Valor em uso Saída(*) Não observável
entidade
(*)
Como indicado no item 7.66, para os ativos não geradores de caixa o cálculo do valor em uso pode exigir,
subsidiariamente, o uso de custo de substituição.

384
VADE MECUM – Agente da PCDF

7.7 As seguintes bases de mensuração dos passivos são identificadas e discutidas à luz (a) da informação que
fornecem sobre o custo dos serviços prestados, da capacidade operacional e da capacidade financeira da
entidade, e (b) da extensão na qual fornecem informação que satisfaça as características qualitativas:
(a) custo histórico;
(b) custo de cumprimento da obrigação;
(c) valor de mercado;
(d) custo de liberação; e
(e) preço presumido.
O Quadro 2 resume essas bases de mensuração em termos de: (a) se fornecem valores de entrada ou de saída;
(b) se são observáveis no mercado; e (c) se são específicas para a entidade ou não.

Quadro 2 – Resumo das bases de mensuração dos passivos


Observável, ou não, no Específica, ou não, à
Base de mensuração Entrada ou saída
mercado entidade
Específica para a
Custo histórico Entrada Geralmente observável
entidade
Custo de cumprimento Específica para a
Saída Não observável
da obrigação entidade
Valor de mercado
(quando o mercado é Não específica para a
Entrada e saída Observável
aberto, ativo e entidade
organizado)
Valor de mercado Depende da técnica de Depende da técnica de
Saída
(em mercado inativo) atribuição de valor atribuição de valor
Específica para a
Custo de liberação Saída Observável
entidade
Específica para a
Preço presumido Entrada Observável
entidade

Valores de entrada e de saída


7.8 As bases de mensuração podem fornecer valores de entrada e valores de saída. Para o ativo, os valores
de entrada refletem o custo da compra. O custo histórico e o custo de reposição são valores de entrada.
Os valores de saída refletem os benefícios econômicos da venda e também o montante que será obtido
com a utilização do ativo. Em economia diversificada, os valores de entrada e saída diferem à medida que
as entidades, normalmente:
(a) adquirem ativos concebidos para suas particularidades operacionais para as quais outros participantes do
mercado não estariam dispostos a pagar valor semelhante; e
(b) incorrem em custos de transação na aquisição.
7.9 As bases de mensuração para o passivo também podem ser classificadas em termos de valores de entrada
ou de saída. Os valores de entrada se relacionam à transação na qual a obrigação é contraída ou ao
montante que a entidade aceitaria para assumir um passivo. Os valores de saída refletem o montante
exigido para cumprir a obrigação ou o montante exigido para liberar a entidade da obrigação.
Medidas observáveis e não observáveis
7.10 Determinadas medidas podem ser classificadas como sendo ou não observáveis em mercado
aberto, ativo e organizado. As medidas observáveis em mercado são, provavelmente, mais fáceis de

385
VADE MECUM – Agente da PCDF

serem compreendidas e verificadas do que as medidas não observáveis. Elas também podem representar
mais fielmente os fenômenos que estejam mensurando.
Medidas específicas e não específicas para a entidade
7.11 As medidas podem ser também classificadas conforme o fato de serem ou não específicas para a
entidade. As bases de mensuração que são específicas para a entidade refletem as restrições de cunho
econômico ou político presentes que afetam as utilizações possíveis de ativo e a extinção de passivo. As
medidas específicas para a entidade podem refletir as oportunidades econômicas que não estão
disponíveis para outras entidades e os riscos que não são vivenciados por estas. As medidas não
específicas para a entidade refletem as oportunidades e os riscos gerais de mercado. A decisão de se
utilizar ou não uma medida específica para a entidade é tomada com base no objetivo da mensuração e
nas características qualitativas.
Nível de agregação ou desagregação para fins de mensuração
7.12 Para apresentar os ativos e os passivos nas demonstrações contábeis de modo a fornecer a
informação que melhor satisfaça o objetivo da mensuração e a observar as características qualitativas
pode ser necessário agregá-los ou desagregá-los para fins de mensuração. Os custos são comparados
com os benefícios para se avaliar se tal agregação ou desagregação é apropriada.
BASES DE MENSURAÇÃO PARA OS ATIVOS
Custo histórico
7.13Custo histórico de um ativo é a importância fornecida para se adquirir ou desenvolver um ativo, o qual
corresponde ao caixa ou equivalentes de caixa ou o valor de outra importância fornecida à época de sua
aquisição ou desenvolvimento.
7.14 Custo histórico é o valor de entrada, específico para a entidade(*). No modelo do custo histórico,
os ativos devem ser inicialmente reconhecidos pelo custo incorrido na sua aquisição. Subsequentemente
ao reconhecimento inicial, esse custo pode ser alocado como despesa do exercício na forma de
depreciação ou amortização para determinados ativos, à medida que o potencial de serviços ou a
capacidade de gerar benefícios econômicos fornecidos por tais ativos são consumidos durante a sua vida
útil. Após o reconhecimento inicial, a mensuração de ativo não é alterada para refletir as mudanças nos
preços ou aumentos no valor do ativo.
(*)
O termo “custo histórico” também pode ser apresentado como “modelo de custo” ou, genericamente,
como “mensuração baseada em custos”.
7.15No modelo do custo histórico, o montante do ativo pode ser reduzido ao se reconhecer a redução ao valor
recuperável. O referido ajuste corresponde à extensão na qual o potencial de serviços ou a capacidade de
gerar benefícios econômicos fornecidos por ativo diminuiu devido às mudanças nas condições
econômicas ou em outras condições, as quais são distintas do seu consumo. Isso envolve avaliações da
capacidade de recuperação. Por outro lado, o montante do ativo pode ser aumentado para refletir o custo
das adições e aprimoramentos (excluindo aumentos de preço para os ativos sem melhorias) ou outros
eventos como, por exemplo, o incremento do valor de face de ativo financeiro.
Custo dos serviços
7.16 Quando o custo histórico for utilizado, o custo dos serviços reflete o montante dos recursos gastos
para se adquirir ou desenvolver ativos consumidos na prestação de serviços. Normalmente, o custo
histórico fornece um elo direto com as transações que, de fato, foram realizadas pela entidade. Como os
custos utilizados são aqueles trazidos de exercícios anteriores sem ajuste pelas mudanças do preço, eles
não refletem o custo dos ativos quando consumidos. Na medida em que o custo dos serviços é
evidenciado utilizando-se preços passados, a informação fornecida pelo custo histórico não irá facilitar a

386
VADE MECUM – Agente da PCDF

avaliação do custo futuro de prestação de serviços caso as mudanças no valor cumulativo desde a sua
aquisição sejam significativas.
Capacidade operacional
7.17 Caso o ativo tenha sido adquirido em transação com contraprestação, o custo histórico fornece
informação sobre os recursos disponíveis para a prestação de serviços no futuro, baseada no seu custo de
aquisição. À época em que o ativo é comprado ou desenvolvido, pode-se assumir que o valor do seu
potencial de serviços para a entidade é igual ou maior do que o custo da aquisição(*). Quando a
depreciação ou amortização é reconhecida, ela reflete a extensão na qual o potencial de serviços do ativo
foi consumido. A informação do custo histórico mostra que os recursos disponíveis para serviços futuros
são equivalentes ao montante no qual foram evidenciados. Os aumentos no valor do ativo não são
refletidos no modelo do custo histórico. Caso o ativo tenha sido adquirido em transação sem
contraprestação, o valor da transação não fornece informação sobre a capacidade operacional.
(*)
Quando não for o caso, a mensuração inicial pelo custo histórico deve ser reduzida pelo montante da
redução ao valor recuperável.
Capacidade financeira
7.18 O montante no qual os ativos são apresentados nas demonstrações contábeis auxilia na avaliação
da capacidade financeira. O custo histórico pode fornecer informação sobre o montante dos ativos que
pode ser utilizado como garantia efetiva para empréstimos. A avaliação da capacidade financeira
também exige informação sobre o montante que poderia ser recebido pela venda do ativo e reinvestido
em outros ativos para fornecer serviços diferentes. O custo histórico não fornece essa informação quando
é significativamente diferente dos valores de saída atuais.
Aplicação das características qualitativas
7.19 Os itens 7.16 a 7.18 explicam as áreas nas quais o custo histórico fornece informação relevante em
termos do seu valor confirmatório ou preditivo. Frequentemente, a aplicação do custo histórico é direta,
porque a informação da transação está disponível prontamente. Como resultado, os montantes derivados
do modelo do custo histórico são, geralmente, representações fidedignas na medida em que representam
o que pretendem representar, isto é, o custo de se adquirir ou desenvolver um ativo baseado nas
transações efetivamente ocorridas. As estimativas de depreciação e redução ao valor recuperável
utilizadas no modelo do custo histórico, particularmente para ativos não geradores de caixa, podem
afetar a fidedignidade da representação da informação. Pelo fato da aplicação do custo histórico
geralmente refletir os recursos consumidos com referência às transações efetivamente ocorridas, as
medidas dessa aplicação são verificáveis, compreensíveis e podem ser elaboradas em tempo hábil.
7.20 A informação do custo histórico é comparável na extensão em que os ativos tenham a mesma data
de aquisição ou data similar. Como o custo histórico não reflete o impacto das mudanças do preço, não é
possível comparar os montantes dos ativos que foram adquiridos em épocas distintas quando os preços
variarem significativamente.
7.21 Em determinadas circunstâncias, a aplicação do custo histórico pressupõe o uso de alocações, por
exemplo, quando:
(a) vários ativos são adquiridos em uma única transação;
(b) os ativos são construídos pela própria entidade e os custos operacionais e outros gastos têm que ser
atribuídos; e
(c) a utilização de método de mensuração, tal como o primeiro a entrar é o primeiro a sair (PEPS), é
necessária quando vários ativos semelhantes são mantidos. Na medida em que tais alocações forem
arbitrárias, faz com que se reduza a extensão na qual a mensuração atende às características qualitativas.
Mensurações a valor corrente

387
VADE MECUM – Agente da PCDF

7.22 As mensurações a valor corrente refletem o ambiente econômico vigente na data de apresentação
do relatório.
7.23 Existem quatro bases de mensuração a valor corrente para os ativos:
(a) valor de mercado;
(b) custo de reposição ou substituição;
(c) preço líquido de venda; e
(d) valor em uso.
Valor de mercado
7.24 Valor de mercado para ativos é o montante pelo qual um ativo pode ser trocado entre partes
cientes e dispostas, em transação sob condições normais de mercado.
7.25 Na aquisição, o valor de mercado e o custo histórico são os mesmos, caso os custos da transação
sejam ignorados e a transação seja uma transação com contraprestação. A extensão na qual o valor de
mercado satisfaz os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil e as necessidades de
informação dos usuários depende, parcialmente, da qualidade das evidências do mercado. Essas, por sua
vez, dependem das características do mercado no qual o ativo é comercializado. O valor de mercado é
especialmente apropriado quando se julga que a diferença entre os valores de entrada e de saída
provavelmente não será significativa ou o ativo é mantido com a intenção de ser vendido.
7.26 Em princípio, os valores de mercado fornecem informação útil porque refletem, de maneira
adequada, o valor do ativo para a entidade. Em mercado aberto, ativo e organizado (ver item 7.28), o ativo
não pode valer menos do que o valor de mercado, uma vez que a entidade pode obter esse montante pela
venda, e o ativo também não pode valer mais do que o valor de mercado, uma vez que a entidade pode
obter potencial de serviços equivalente ou capacidade de gerar benefícios econômicos pela compra do
mesmo ativo.
7.27A utilidade dos valores de mercado é mais questionável quando não se observa a premissa de que os
mercados são abertos, ativos e organizados. Em tais circunstâncias, não se pode presumir que o ativo
possa ser vendido pelo mesmo valor pelo qual ele pode ser adquirido e é necessário determinar se o valor
de saída ou de entrada é a medida mais útil. Os valores de mercado baseados em valores de saída são
úteis para ativos que são mantidos para comercialização como, por exemplo, certos instrumentos
financeiros, mas pode não ser útil para ativos operacionais especializados. Além disso, enquanto a compra
de um ativo fornece evidência de que o valor do ativo para a entidade é, pelo menos, tão grande quanto
o seu preço de compra, os fatores operacionais podem significar que o valor para a entidade pode ser
maior. Desse modo, os valores de mercado podem não refletir o valor do ativo para a entidade,
representado pela sua capacidade operacional.
Valores de mercado em mercado aberto, ativo e organizado
7.28 Os mercados abertos, ativos e organizados têm as seguintes características:
(a) não existem barreiras que impeçam a entidade de realizar transações no mercado;
(b) eles são mercados ativos e, assim, há frequência e volume suficientes de transações para fornecer
informação sobre o valor; e
(c) eles são organizados, com compradores e vendedores bem informados, agindo sem impulsos, de modo
a haver garantia de imparcialidade na determinação dos preços correntes, inclusive que os preços não
representem vendas precipitadas.
Mercado organizado é aquele que funciona de maneira confiável, segura, precisa e eficiente. Tais mercados
lidam com ativos que são idênticos e, portanto, mutuamente intercambiáveis como, por exemplo,
commodities, moedas e títulos em que os preços são públicos. Na prática, poucos mercados, se houver,

388
VADE MECUM – Agente da PCDF

exibem plenamente todas essas características, mas alguns poderão se aproximar de mercado organizado tal
como descrito.
Valores de mercado em que os mercados não podem ser considerados abertos, ativos e organizados
7.29 Os mercados de ativos que sejam únicos e raramente comercializados não são abertos, ativos e
organizados, ou seja, quaisquer compras e vendas são negociadas individualmente e pode haver grande
amplitude de valores pelos quais uma transação pode ser acordada. Portanto, os participantes incorrem
em custos significativos para comprar ou vender um ativo. Em tais circunstâncias, é necessário utilizar
uma estimativa do valor de venda, à data de mensuração e conforme as condições presentes de mercado.
Custos dos serviços
7.30 A receita da prestação de serviços evidenciada nas demonstrações contábeis deve ser mensurada
com base nos valores relativos ao exercício. Caso os ativos utilizados para prestar os serviços sejam
mensurados pelo valor de mercado, a alocação do custo dos ativos para refletir o seu consumo no período
se baseia nele.
7.31 A utilização de valores do mercado permite que o retorno sobre os ativos seja determinado. Contudo, as
entidades do setor público normalmente não realizam atividades com o objetivo principal de gerar lucros,
e os serviços, com frequência, são prestados por meio de transações sem contraprestação ou em
condições subsidiadas. Consequentemente, pode haver pouca relevância nas informações de resultados
decorrentes de saídas baseadas em valores de mercado.
7.32 Conforme observado no item 7.30, a receita da prestação de serviços evidenciada nas
demonstrações contábeis deve ser mensurada com base nos valores correntes no exercício. Assim, o
superávit ou o déficit do período inclui movimentações de valores que acontecem durante o período no
qual os ativos e passivos são mantidos e nenhum resultado é evidenciado na venda do ativo. Quando o
ativo é comercializado em mercado aberto, ativo e organizado, a existência do mercado fornece
segurança à entidade para constatar o valor de mercado (e nada além disso) à data do relatório. Portanto,
é desnecessário adiar o reconhecimento das mudanças no valor até que o ganho seja realizado no ato da
venda. Contudo, quando os ativos utilizados para prestar serviços não são comercializados em mercados
abertos, ativos e organizados (ou em mercados assemelhados), a relevância da receita e da despesa
relacionadas às mudanças no valor de mercado é questionável.
Capacidade operacional
7.33A informação sobre o valor de mercado dos ativos mantidos para prestar serviços futuros é útil se refletir
o valor que a entidade é capaz de obter deles ao utilizá-los na prestação de serviços. Entretanto, se o valor
de mercado baseado em valores de saída for significativamente menor do que o custo histórico, o valor
de mercado é provavelmente menos relevante do que o custo histórico para fornecer informação sobre a
capacidade operacional. Além disso, esse valor de mercado também é provavelmente menos relevante
do que as medidas correntes baseadas em valores de entrada.
Capacidade financeira
7.34 A avaliação da capacidade financeira requer a informação sobre o montante que deveria ser
recebido na venda do ativo. Essa informação é fornecida pelo valor de mercado.
Aplicação das características qualitativas
7.35Os valores determinados em mercados abertos, ativos e organizados podem ser prontamente utilizados
para fins de elaboração e divulgação da informação contábil. Nesses casos, a informação irá satisfazer as
características qualitativas, isto é, é relevante, fidedignamente representada, compreensível, comparável
e verificável. Em tais condições de mercado, os valores de entrada e de saída podem ser assumidos como
sendo os mesmos ou muito semelhantes. Pelo fato de ser em tempo hábil, tal informação,
provavelmente, também é tempestiva.

389
VADE MECUM – Agente da PCDF

7.36 A extensão na qual os valores de mercado satisfazem as características qualitativas diminui na


medida em que a qualidade das evidências de mercado diminui e a determinação de tais valores é baseada
em estimativas. Conforme indicado acima, os valores de mercado baseados em valores de saída somente
são relevantes para avaliações da capacidade financeira e, não, para as avaliações dos custos dos serviços
e da capacidade operacional.
Custo de reposição ou substituição
7.37 Custo de reposição(*) ou substituição é o custo mais econômico exigido para a entidade substituir
o potencial de serviços de ativo (inclusive o montante que a entidade recebe a partir de sua alienação ao
final da sua vida útil) na data do relatório.
(*)
O termo completo é “custo de reposição depreciado otimizado”, que se refere à reposição do
potencial de serviços incorporado em ativo e, não, o próprio ativo (ver item 7.41). O termo “custo de
reposição” foi utilizado para fins desta estrutura conceitual.
7.38 O custo de reposição difere do valor de mercado porque:
(a) no contexto do setor público, é, explicitamente, um valor de entrada que reflete o custo de reposição do
potencial de serviços do ativo;
(b) inclui todos os custos que seriam, necessariamente, incorridos na reposição do potencial de serviços do
ativo; e
(c) é específico à entidade e, portanto, reflete a posição econômica da entidade em vez da posição
predominante em mercado hipotético. Por exemplo, o custo de reposição de veículo é menor para a
entidade que normalmente adquire grande número de veículos em uma única transação e é capaz de
negociar descontos do que para a entidade que compra os veículos individualmente.
7.39 Como as entidades normalmente adquirem os seus ativos pelo meio mais econômico disponível, o custo
de reposição reflete o processo de compra ou de construção que a entidade geralmente observa. O custo
de reposição reflete a substituição do potencial de serviços no curso normal das operações e, não, os
custos que poderiam ser incorridos caso surgisse a necessidade urgente resultante de evento
imprevisível, tal como um incêndio.
7.40 O custo de reposição corresponde ao custo para substituir o potencial de serviços do ativo. O custo de
reposição adota a abordagem otimizada e difere do custo de reprodução, que é o custo de se adquirir um
ativo idêntico(*). Ainda que, em muitos casos, a substituição mais econômica do potencial de serviços
corresponda à compra de ativo semelhante ao que é controlado, o custo de reposição se baseia em ativo
alternativo caso forneça o mesmo potencial de serviços, com custo menor. Para os fins da informação
contábil, portanto, é necessário evidenciar a diferença no potencial de serviços entre o ativo existente e
o ativo substituto.
(*)
Podem existir casos em que o custo de reposição seja igual ao custo de reprodução. Isto é, a maneira
mais econômica de se substituir o potencial de serviços é reproduzir o ativo.
7.41 O potencial de serviços apropriado é aquele no qual a entidade seja capaz de utilizar ou espera utilizar,
tendo em vista a necessidade de se manter capacidade de serviços suficiente para lidar com as
contingências. Dessa maneira, o custo de reposição do ativo reflete a redução na capacidade de serviço
exigida. Por exemplo, se a entidade possui uma escola que comporte quinhentos alunos, mas, devido a
mudanças demográficas desde a sua construção, seja adequada uma escola para cem alunos para as
necessidades atuais e razoavelmente requeridas, o custo de reposição do ativo é aquele de uma escola
para cem alunos.
7.42 Em alguns casos, o valor a ser obtido do ativo será maior do que o seu custo de reposição. Contudo, não
seria apropriado mensurar o ativo por aquele valor, uma vez que ele inclui os benefícios das atividades
futuras, em vez do potencial de serviços na data do relatório. O custo de reposição representa o maior

390
VADE MECUM – Agente da PCDF

valor potencial do ativo, já que, por definição, a entidade deve ser capaz de assegurar o potencial de
serviços equivalente ao incorrer no custo de reposição.
Custo dos serviços
7.43 O custo de reposição fornece uma medida relevante do custo de prestação de serviços. O custo de
consumo do ativo é equivalente ao montante do sacrifício do potencial de serviços incorrido por essa
utilização. Esse montante é o seu custo de reposição – a entidade é capaz de restaurar a sua posição para
aquela imediatamente anterior ao consumo do ativo pelo desembolso igual ao custo de reposição.
7.44 Os custos dos serviços devem ser evidenciados em termos presentes quando baseados no custo de
reposição. Assim, o montante do ativo consumido deve ser reconhecido pelo valor dos ativos à época em
que foram consumidos – e não na época em que foram adquiridos, como custo histórico. Isso fornece
uma base válida para a comparação entre o custo dos serviços e o montante de tributos e outras receitas
recebidos no período – os quais são geralmente as transações do período atual e mensuradas aos valores
atuais – e para avaliar se os recursos foram utilizados com economicidade e eficiência. Fornece também
uma base útil para comparação com outras entidades que evidenciam na mesma base, já que os valores
do ativo não são afetados pelas diferentes datas de aquisição, além de possibilitar a avaliação do custo
de se prestar serviços futuros e das necessidades futuras de recursos, já que os custos futuros
provavelmente serão mais assemelhados aos custos presentes do que aqueles incorridos no passado,
quando os valores eram diferentes (ver também o item 7.48).
Capacidade operacional
7.45 Em princípio, o custo de reposição fornece uma medida útil dos recursos disponíveis para prestar os
serviços no futuro, uma vez que está centrado no valor atual dos ativos e o seu potencial de serviços para
a entidade.
Capacidade financeira
7.46 O custo de reposição não fornece informação sobre os montantes que seriam recebidos na venda de
ativos. Portanto, não facilita a avaliação da capacidade financeira.
Aplicação das características qualitativas
7.47 Conforme observado anteriormente, o custo de reposição é relevante para avaliações do custo dos
serviços e da capacidade operacional, mas não é relevante para avaliações da capacidade financeira. Em
algumas circunstâncias, o cálculo do custo de reposição é complexo e exige opiniões subjetivas. Esses
fatores podem reduzir a representação fidedigna do custo de reposição. Nesse contexto, a
tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade da informação elaborada com base no custo de
reposição podem ser afetadas e o custo de reposição pode ser mais dispendioso do que algumas outras
alternativas. A informação do custo de reposição pode também não ser de compreensão direta,
especialmente quando a informação reflete a redução na capacidade de serviços exigida (ver item 7.41).
7.48 A informação do custo de reposição é comparável dentro da entidade quando os ativos que fornecem
potencial de serviços equivalentes são informados em montantes semelhantes, independentemente de
quando tiverem sido adquiridos. Em princípio, entidades diferentes podem evidenciar ativos
semelhantes em montantes diferentes porque o custo de reposição é uma medida específica que reflete
as oportunidades de substituição que estão disponíveis para a entidade. As oportunidades de
substituição podem ser as mesmas ou semelhantes para diferentes entidades do setor público. Quando
são diferentes, a vantagem econômica da entidade que é capaz de adquirir o ativo de forma menos
dispendiosa é evidenciada nas demonstrações contábeis por meio de valores mais baixos dos ativos e de
menor custo de serviços, de modo a ser uma representação fidedigna.

391
VADE MECUM – Agente da PCDF

Preço líquido de venda


7.49 Preço líquido de venda é o montante que a entidade pode obter com a venda do ativo após deduzir os
gastos para a venda.
7.50 O preço líquido de venda é diferente do valor de mercado, uma vez que não exige mercado aberto, ativo
e organizado ou estimativa de preço em tal mercado e que inclua os gastos para a venda da entidade.
Portanto, o preço líquido de venda reflete as restrições na venda e é específico à entidade.
7.51 A utilidade potencial de mensurar ativos pelo preço líquido de venda é que o ativo não pode valer menos
para a entidade do que o montante que ela poderia obter na venda do ativo. Entretanto, não é apropriado
como base de mensuração se a entidade for capaz de utilizar os seus recursos de maneira mais eficiente
ao empregar o ativo de outra maneira, por exemplo, ao utilizá-lo na prestação de serviços.
7.52 O preço líquido de venda é útil, portanto, quando o emprego mais eficiente para a entidade, sob o ponto
de vista dos recursos, for vender o ativo. Esse é o caso quando o ativo não puder fornecer potencial de
serviços ou gerar benefícios econômicos ao menos tão valiosos quanto seu preço líquido de venda. O
preço líquido de venda pode fornecer informação útil quando a entidade estiver obrigada
contratualmente a vender o ativo abaixo do valor de mercado. Pode haver casos em que o preço líquido
de venda pode indicar uma oportunidade de negócios.
Custo dos serviços
7.53 Não é apropriado quantificar o custo da prestação de serviços pelo preço líquido de venda. Tal
abordagem envolveria a utilização do valor de saída como base da despesa evidenciada.
Capacidade operacional
7.54 O registro de ativos mantidos para utilização na prestação de serviços ao preço líquido de venda não
fornece informação útil para a avaliação da capacidade operacional. O preço líquido de venda demonstra
o montante que poderia ser obtido na venda do ativo em vez do valor do potencial de serviços que
poderia ser obtido daquele ativo.
Capacidade financeira
7.55 Conforme observado anteriormente, a avaliação da capacidade financeira exige informação sobre o
montante que seria recebido na venda do ativo. Tal informação é fornecida pela utilização do preço
líquido de venda. Entretanto, essa mensuração não é relevante para ativos que podem gerar potencial
de serviços mais significativos ao continuar utilizando-os para prestar serviços.
Aplicação das características qualitativas
7.56 Conforme indicado no item 7.52, o preço líquido de venda fornece informação relevante somente quando
o emprego mais eficiente para a entidade, sob o ponto de vista dos recursos, for vender o ativo. As
avaliações do preço líquido de venda podem ser feitas por meio de referência aos mercados ativos onde
eles existirem. Para os ativos mais importantes, pode ser possível obter, com custo-benefício razoável,
avaliações de profissionais. O preço líquido de venda geralmente fornece informação compreensível.
7.57 Na maioria dos casos em que é relevante, o preço líquido de venda cumpre as características qualitativas
da representação fidedigna, da verificabilidade e da tempestividade.
Valor em uso
7.58 Valor em uso é o valor presente, para a entidade, do potencial de serviços ou da capacidade de gerar
benefícios econômicos remanescentes do ativo, caso este continue a ser utilizado, e do valor líquido que
a entidade receberá pela sua alienação ao final da sua vida útil.
Adequação do valor em uso
7.59 O valor em uso é um valor específico à entidade que reflete o montante que pode ser obtido do ativo por
meio da sua operação e de sua alienação ao final da sua vida útil. Como observado no item 7.42, o valor
que deriva do ativo é, muitas vezes, maior do que seu custo de reposição – normalmente é, também,

392
VADE MECUM – Agente da PCDF

maior do que o seu custo histórico. Quando for esse o caso, evidenciar o ativo pelo seu valor em uso é de
utilidade limitada, uma vez que, por definição, a entidade é capaz de garantir o potencial de serviços
equivalente pelo custo de reposição.
7.60 O valor em uso também não é base de mensuração apropriada quando for menor que o preço líquido de
venda, já que, nesse caso, o uso mais eficiente do ativo é vendê-lo em vez de continuar a utilizá-lo.
7.61 Portanto, o valor em uso é apropriado quando for menor do que o custo de reposição e maior do que o
seu preço líquido de venda. Isso ocorre quando não vale a pena substituir o ativo, mas o valor do seu
potencial de serviços ou da capacidade de gerar benefícios econômicos for maior do que o seu preço
líquido de venda. Em tais circunstâncias, o valor em uso representa o valor do ativo para a entidade.
7.62 O valor em uso é base de mensuração apropriada para a avaliação de determinados ajustes de redução
ao valor recuperável porque é utilizado na determinação do montante recuperável para o ativo ou grupo
de ativos.
Custo dos serviços, capacidade operacional e capacidade financeira
7.63 Dada a sua complexidade potencial (ver item 7.66), a sua aplicabilidade limitada e o fato de que a sua
operacionalização no contexto do setor público para ativos não geradores de caixa envolve,
subsidiariamente, a utilização do custo de reposição, em regra, o valor em uso é inapropriado para
determinar o custo dos serviços e sua utilidade para avaliações da capacidade operacional é limitada e
provavelmente só deve ser significativa em circunstâncias atípicas quando as entidades têm grande
número de ativos que não se justifique substituir, mas o seu valor em uso é maior do que o seu preço
líquido de venda. Esse pode ser o caso, por exemplo, da descontinuidade da prestação do serviço no
futuro, em que os recursos advindos da venda imediata sejam menores do que o potencial de serviços
gerado pelos ativos. O valor em uso não envolve uma estimativa do montante líquido que a entidade
receberá pela alienação do ativo. Entretanto, a sua aplicabilidade limitada reduz a sua relevância para as
avaliações da capacidade financeira.
Aplicação das características qualitativas
7.64 Enquanto o valor em uso pode ser utilizado nas avaliações de determinadas perdas por redução ao valor
recuperável, a sua relevância para a informação contábil é limitada às circunstâncias delineadas no item
7.61.
7.65 A extensão na qual o valor em uso satisfaz as outras características qualitativas depende de como ele for
determinado. Em alguns casos, o valor em uso do ativo pode ser quantificado ao se calcular o valor que a
entidade pode obter do ativo assumindo a sua utilização continuada. Isso pode se basear nas entradas
de caixa futuras relacionadas ao ativo ou nas reduções de custo que se acumulam para a entidade por
meio do controle do ativo. O cálculo do valor em uso leva em consideração o valor temporal do dinheiro
e, em princípio, o risco das variações no montante e no cronograma dos fluxos de caixa.
7.66 O cálculo do valor em uso pode ser complexo. Os ativos que são empregados nas atividades geradoras
de caixa fornecem, muitas vezes, fluxos de caixa juntamente com outros ativos. Nesses casos, o valor em
uso pode ser estimado somente ao calcular o valor presente dos fluxos de caixa de grupo de ativos e
então fazer a alocação para os ativos individuais.
7.67 No setor público, a maioria dos ativos é mantida com o objetivo primordial de contribuir para o
fornecimento de serviços em vez da geração de retorno comercial, sendo que tais ativos são referidos
como ativos não geradores de caixa. Como o valor em uso normalmente é derivado dos fluxos de caixa
esperados, a sua operacionalização em tal contexto pode ser difícil. Pode ser inapropriado calcular o valor
em uso com base nos fluxos de caixa esperados porque tal mensuração não seria uma representação
fidedigna do valor em uso de tal ativo para a entidade. Portanto, seria necessário utilizar,
subsidiariamente, o custo de reposição para fins de elaboração e divulgação da informação contábil.

393
VADE MECUM – Agente da PCDF

7.68 O método de se determinar o valor em uso reduz a sua representação fidedigna em muitos casos. Afeta
também a tempestividade, a comparabilidade, a compreensibilidade e a verificabilidade da informação
elaborada com base no valor em uso.
Bases de mensuração para os passivos
7.69 Esta seção discute as bases de mensuração para os passivos, não repete toda a discussão sobre os ativos
e considera as seguintes bases de mensuração:
(a) custo histórico;
(b) custo de cumprimento da obrigação;
(c) valor de mercado;
(d) custo de liberação; e
(e) preço presumido.
Custo histórico
7.70 Custo histórico para o passivo é a importância recebida para se assumir uma obrigação, a qual
corresponde ao caixa ou equivalentes de caixa, ou ao valor de outra importância recebida à época na qual
a entidade incorreu no passivo.
7.71 No modelo do custo histórico, as mensurações iniciais podem ser ajustadas para refletir fatores como o
acúmulo de juros, o acréscimo de descontos ou a amortização de prêmio.
7.72 Quando o valor temporal do passivo é material – por exemplo, quando o prazo de vencimento for
significativo – o montante do pagamento futuro é descontado de modo que, quando do reconhecimento
inicial do passivo, ele represente o valor do montante recebido. A diferença entre o montante a ser pago
no futuro e o valor presente do passivo é amortizada ao longo da vida do passivo, sendo registrada
conforme a data do fato gerador.
7.73 As vantagens e as desvantagens de se utilizar a base do custo histórico para passivos são semelhantes às
aplicadas em relação aos ativos. O custo histórico é apropriado quando os passivos provavelmente forem
liquidados nos termos estabelecidos. No entanto, o custo histórico não pode ser aplicado para os passivos
que não se originam de transação como, por exemplo, passivo para o pagamento de danos civis. É
também improvável que o custo histórico forneça informação relevante quando o passivo decorrer de
transação sem contraprestação, uma vez que esta não fornece uma representação fidedigna das
demandas sobre os recursos da entidade. Também se torna difícil aplicar o custo histórico aos passivos
que podem variar em seu montante como, por exemplo, aqueles relacionados a passivos previdenciários.
Custo de cumprimento da obrigação
7.74 Custo de cumprimento da obrigação corresponde aos custos nos quais a entidade incorre no
cumprimento das obrigações representadas pelo passivo, assumindo que o faz da maneira menos
onerosa.
7.75 Quando o custo de cumprimento depender de eventos futuros incertos, todos os resultados possíveis
devem ser levados em consideração em sua estimativa, visando refletir todos esses possíveis resultados
de forma imparcial.
7.76 Quando o cumprimento da obrigação exigir que algum trabalho venha a ser feito (obrigação de fazer) –
por exemplo, quando o passivo for para sanar dano ambiental –, os custos relevantes devem
corresponder àqueles em que a entidade irá incorrer; pode corresponder ao custo de reparação por conta
própria ou por meio de terceiros. Contudo, os custos de contratar um terceiro somente são relevantes
quando se tratar da maneira menos onerosa para se liquidar a obrigação.
7.77 Quando o cumprimento da obrigação vier a ser realizado por conta própria, o custo de cumprimento da
obrigação não deve incluir qualquer ganho, dado que tais ganhos não representam a utilização dos
recursos da entidade. Quando o cumprimento for baseado em terceiros, o montante deve incluir,

394
VADE MECUM – Agente da PCDF

implicitamente, o lucro exigido pelo contratado, já que o valor total cobrado por este é uma demanda
por recursos da entidade – isso é consistente com a abordagem para ativos, em que o custo de reposição
incluiria o lucro exigido pelo fornecedor, mas nenhum lucro seria incluído no custo de reposição para
ativos que a entidade deve substituir por meio de desenvolvimento próprio.
7.78 Quando o cumprimento da obrigação não acontecer por período prolongado, os fluxos de caixa devem
ser descontados para refletir o valor do passivo na data do relatório.
7.79 Geralmente, o custo de cumprimento da obrigação é relevante para mensurar passivos, com exceção das
seguintes circunstâncias:
(a) quando a entidade puder ser dispensada da obrigação em montante menor do que o custo de seu
cumprimento, então o custo dessa dispensa é a mensuração mais relevante do ônus do passivo, do
mesmo modo que, para o ativo, o preço líquido de venda é mais relevante quando for maior do que o valor
em uso; e
(b) no caso dos passivos assumidos por determinada importância, o preço presumido (ver itens 7.87 a 7.91) é
mais relevante quando for maior que o custo de cumprimento da obrigação e o custo da liberação.
Valor de mercado
7.80 Valor de mercado para passivos é o montante pelo qual um passivo pode ser liquidado entre partes
cientes e interessadas em transação sob condições normais de mercado.
7.81 As vantagens e desvantagens do valor de mercado para os passivos são as mesmas que para os ativos.
Tal base de mensuração pode ser adequada, por exemplo, quando o passivo for atribuível a mudanças
em determinada taxa, preço ou índice cotado em mercado aberto, ativo e organizado. Entretanto,
quando a capacidade para transferir o passivo for restrita e os termos nos quais a transferência puder ser
feita não estiverem claros, os casos nos quais os valores de mercado são aplicáveis, mesmo que existam,
serão significativamente mais frágeis. Esse é particularmente o caso dos passivos originados das
obrigações nas transações sem contraprestação, dado ser improvável que exista mercado aberto, ativo
e organizado para tais passivos.
Custo de liberação
7.82 O custo de liberação é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo conceito de
preço líquido de venda utilizado no contexto dos ativos. O custo de liberação se refere ao montante que
corresponde à baixa imediata da obrigação. O custo de liberação é o montante que o credor aceita no
cumprimento da sua demanda, ou que terceiros cobrariam para aceitar a transferência do passivo do
devedor. Quando há mais de um modo de garantir a liberação do passivo, o custo de liberação é aquele
que representa o menor montante — isso é consistente com a abordagem para os ativos, em que, por
exemplo, o preço líquido de venda não refletiria o montante que deveria ser recebido na venda a
sucateiro, caso o preço maior pudesse ser obtido na venda para o comprador que utilizaria o ativo.
7.83 Para alguns passivos, especialmente no setor público, a transferência de passivo é praticamente
impossível e, assim, o custo de liberação corresponde ao montante que o credor aceita para o
cumprimento da sua demanda. Esse montante é conhecido se estiver especificado no acordo com o
credor – por exemplo, quando o contrato inclui cláusula específica de cancelamento.
7.84 Em alguns casos, pode haver evidência do valor pelo qual o passivo poderá ser transferido – por exemplo,
no caso do passivo de algumas obrigações por pensões. Transferir o passivo pode ser diferente de
celebrar um acordo com a parte que cumprirá a obrigação da entidade ou arcará com todos os custos
decorrentes do passivo. Para o passivo ser transferido é necessário que todos os direitos do credor em
relação à entidade sejam extintos. Caso esse não seja o efeito do acordo, o passivo da entidade
permanece com ela.

395
VADE MECUM – Agente da PCDF

7.85 Ao se avaliar se o custo de liberação é adequado para mensurar passivos, é necessário considerar se a
maneira prevista é uma opção que, na prática, está aberta para entidade, estando ciente de quaisquer
consequências da obtenção da liberação como, por exemplo, dano à reputação da entidade.
7.86 Assim como o preço líquido de venda é relevante somente quando a alternativa mais eficiente do recurso
para a entidade for vender o ativo, o custo de liberação é relevante somente quando a alternativa mais
eficiente for buscar a liberação imediata da obrigação. Em especial, quando o custo do cumprimento da
obrigação for menor do que o custo de liberação, o primeiro fornece informação mais relevante do que
o segundo, mesmo se for viável negociar a liberação da obrigação, conforme os métodos de transferência
de passivos previstos no item 7.84.
Preço presumido
7.87 O preço presumido é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo conceito do
custo de reposição para os ativos. Do mesmo modo que o custo de reposição representa o montante que
a entidade pagaria racionalmente para adquirir o ativo, o preço presumido representa o montante que a
entidade racionalmente aceitaria na troca pela assunção do passivo existente. As transações com
contraprestação realizadas em condições normais fornecem evidência do preço presumido – esse não é
o caso das transações sem contraprestação.
7.88 No contexto da atividade que é realizada visando lucro, a entidade assumirá o passivo somente se o
montante pago para assumi-lo for maior do que o custo de cumprimento da obrigação ou que o custo de
liberação, isto é, o montante da liquidação. Uma vez que o preço presumido tiver sido aceito pela
entidade, a entidade tem a obrigação com o seu credor.
7.89 Quando se incorre em passivo pela primeira vez em transação com contraprestação, o preço presumido
representa o montante que foi aceito pela entidade para assumi-lo – é razoável considerar que o preço
presumido é o valor que a entidade racionalmente aceitaria para assumir um passivo semelhante. Seria
cobrado um valor maior caso algumas pressões concorrenciais permitissem fazê-lo, mas não
necessariamente um menor. Assim, como o custo de reposição é o valor atual, conceitualmente o preço
presumido também é. Existem, contudo, problemas práticos ao se refletir mudanças nos valores das
obrigações que são informadas no preço presumido.
7.90 Uma consequência de se informar as obrigações do exercício com base no preço presumido é que
nenhum ganho é informado à época na qual a obrigação é aceita. O ganho ou a perda é evidenciado nas
demonstrações contábeis no período em que ocorre o cumprimento da obrigação (ou liberação), já que
corresponde à diferença entre a receita originada e o custo de cumprimento da obrigação.
7.91 A entidade pode ter a obrigação potencial que seja maior do que o preço presumido. Caso a entidade
tenha que buscar a liberação do contrato, a outra parte no contrato poderá ser capaz de demandar
compensação por perdas, bem como o retorno de quaisquer montantes pagos. Contudo, dado que a
entidade pode liquidar a obrigação, ela pode evitar tais obrigações adicionais e seria uma representação
fidedigna evidenciar a obrigação por valor inferior ao preço presumido – esta é uma situação análoga à
situação do ativo que gera benefícios superiores ao custo de reposição. Em tais circunstâncias, como
explicado no item 7.42, o custo de reposição (em vez do valor em uso) é a base de mensuração mais
relevante.

CAPÍTULO 8 – APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÃO NO RELATÓRIO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL DAS


ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO
Introdução
8.1 Este capítulo estabelece os conceitos aplicáveis à apresentação da informação nos RCPGs, inclusive nas
demonstrações contábeis dos governos e outras entidades do setor público.

396
VADE MECUM – Agente da PCDF

8.2 A apresentação das informações nos RCPGs possui ligação com os capítulos 1 a 4 – os objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil, as necessidades dos usuários, as características
qualitativas, as restrições na informação incluída nos RCPGs e a entidade que reporta a informação
contábil influenciam as decisões relativas à apresentação das informações. Para a informação
evidenciada nas demonstrações contábeis, a apresentação é relacionada também às definições dos
elementos, critérios de reconhecimento e bases de mensuração identificados nos capítulos 5 a 7, por
exemplo:
(a) a definição dos elementos afeta os itens que podem ser apresentados nas demonstrações contábeis;
(b) a aplicação dos critérios de reconhecimento afeta a localização da informação; e
(c) a seleção das bases de mensuração impacta a informação apresentada nas metodologias de mensuração.
Idioma no qual as demonstrações contábeis e outros RCPGs são divulgados
8.3 O idioma (ou idiomas) no qual as demonstrações contábeis e outros RCPGs são divulgados dá suporte à
realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil e as características
qualitativas. Todas as versões traduzidas precisam ser fiéis à versão do idioma original. A versão traduzida
é disponibilizada para satisfazer as necessidades dos usuários em referência a:
(a) dispositivos legais na jurisdição da entidade; e
(b) relação custo-benefício da tradução.
Apresentação
8.4 A apresentação corresponde à seleção, à localização e à organização da informação que é evidenciada
nos RCPGs.
8.5 A apresentação visa fornecer informação que contribua com os objetivos da elaboração e da divulgação
da informação contábil e alcança as características qualitativas, enquanto considera as restrições na
informação incluída nos RCPGs. As decisões sobre a seleção, a localização e a organização da informação
são tomadas em resposta às necessidades dos usuários pela informação sobre os fenômenos econômicos,
financeiros e de outra natureza.
8.6 O Capítulo 1 explica que os RCPGs compreendem relatórios múltiplos, cada um respondendo mais
diretamente a determinados aspectos dos objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
ou no alcance dessas informações. Adicionalmente às demonstrações contábeis, os RCPGs fornecem
informação relevante, por exemplo, para avaliações do desempenho dos serviços da entidade e a
sustentabilidade das suas finanças. Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
aplicados à área coberta por determinado relatório orientam as decisões sobre a apresentação daquele
relatório.
8.7 As decisões sobre a apresentação podem:
(a) resultar no desenvolvimento de novo RCPG, na movimentação da informação entre os relatórios ou na
fusão dos relatórios existentes; ou
(b) ser decisões detalhadas sobre a seleção, a localização e a organização da informação no RCPG.
Decisões sobre a apresentação estão interligadas
8.8 As decisões sobre a seleção, a localização e a organização da informação estão interligadas e, na prática,
provavelmente são consideradas em conjunto. O montante ou o tipo de informação selecionada pode ter
implicações sobre se relatório é elaborado em separado ou organizado em quadros ou tabelas separados.
As três seções seguintes focam separadamente em cada decisão sobre a apresentação.
Seleção da informação
8.9 As decisões sobre a seleção da informação tratam da informação que é evidenciada:
(a) nas demonstrações contábeis; e
(b) nos RCPGs que não correspondam às demonstrações contábeis (outros RCPGs).

397
VADE MECUM – Agente da PCDF

8.10 Como explica o Capítulo 2, os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil são
o de fornecer informação sobre a entidade que seja útil para os usuários dos RCPGs para fins de prestação
de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. O Capítulo 2 descreve os tipos de
informações que os usuários necessitam para satisfazer esses objetivos. Aquela descrição orienta as
decisões sobre se determinados tipos de relatórios são necessários. Este capítulo foca na seleção da
informação a ser apresentada nos RCPGs, incluindo as demonstrações contábeis e outros relatórios.
Seleção e natureza da informação
Natureza da informação nas demonstrações contábeis
8.11 As necessidades de informação dos usuários identificados no Capítulo 2 corroboram a seleção da
informação para as demonstrações contábeis. Essas necessidades incluem a informação sobre a situação
patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade para:
(a) possibilitar aos usuários identificarem os recursos da entidade e as demandas por estes recursos na data
do relatório;
(b) informar as avaliações de questões como se a entidade adquiriu recursos com economicidade e os utilizou
de forma eficiente e eficaz para alcançar os seus objetivos na prestação de serviços; e
(c) informar as avaliações do desempenho e a liquidez e solvência da entidade.

8.12 As demonstrações contábeis podem fornecer também informação que auxilia os usuários na
avaliação da extensão na qual:
(a) a entidade satisfez os seus objetivos financeiros;
(b) as receitas, as despesas, os fluxos de caixa e o desempenho da entidade estão em conformidade com os
orçamentos aprovados; e
(c) a entidade observou a legislação vigente e outros regulamentos que regem a captação e a utilização de
recursos públicos.

8.13 As demonstrações contábeis não evidenciam de modo abrangente o desempenho dos serviços da
entidade. Contudo, a informação nas demonstrações contábeis pode fornecer informação relevante aos
aspectos financeiros do desempenho dos serviços, como informação sobre:
(a) receita, despesa e fluxos de caixa relativos aos serviços; e
(b) os ativos e os passivos que orientam as avaliações dos usuários em relação à capacidade operacional da
entidade ou aos riscos financeiros que podem impactar no fornecimento do serviço.

8.14 Outros relatórios nos RCPGs apresentam informação adicional às demonstrações contábeis. Tal
informação poderia, por exemplo, incluir:
(a) informação sobre a sustentabilidade das finanças públicas da entidade;
(b) discussão e análise das demonstrações contábeis; ou
(c) informação sobre o desempenho dos serviços.
Informação selecionada para exposição ou evidenciação
8.15 A informação é selecionada para exposição ou para evidenciação nos RCPGs. A informação
selecionada para exposição comunica mensagens-chave no RCPG, enquanto a informação selecionada
para evidenciação torna a informação exposta mais útil ou fornece detalhes que auxiliam os usuários a
entenderem a informação exposta. A evidenciação não substitui a exposição.
8.16 A repetição da informação no RCPG geralmente precisa ser evitada. Contudo, a mesma
informação pode ser tanto exposta como evidenciada. Por exemplo, o montante exposto nas
demonstrações contábeis pode ser repetido nas notas explicativas quando tais notas fornecem o

398
VADE MECUM – Agente da PCDF

detalhamento do total exposto. Do mesmo modo, a mesma informação pode ser apresentada em RCPGs
diferentes para tratar diferentes propósitos.
Informação selecionada para exposição
8.17 Todos os RCPGs contêm mensagens-chave que são comunicadas, uma vez que todos eles contêm
informação exposta. A informação exposta observa um nível conciso e compreensível de modo que os
usuários possam focar nas mensagens-chave apresentadas e não serem distraídos por algum detalhe que,
de outra maneira, poderia obscurecer essas mensagens. A informação exposta é destacadamente
apresentada utilizando-se técnicas de apresentação apropriadas, como classificações, margens, quadros
e gráficos.
8.18 Os itens expostos nas demonstrações contábeis fornecem informação sobre questões como, por
exemplo, a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade que reporta a
informação.
8.19 A avaliação se o item satisfaz os critérios de reconhecimento é um dos principais mecanismos para
se determinar se a informação deve ser exposta no demonstrativo que evidencia a situação patrimonial
ou no demonstrativo que evidencia o desempenho das entidades do setor público e/ou divulgada nas
notas explicativas ou em outro lugar nos RCPGs. Em outros casos, por exemplo, a demonstração dos
fluxos de caixa apoia também o cumprimento dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação
contábil.
8.20 O desenvolvimento de requisitos para a exposição das rubricas dos relatórios e os respectivos
totais envolve equilibrar a padronização da informação exposta (a qual facilita a compreensibilidade) com
a informação que é elaborada para os fatores específicos à entidade. O objetivo tanto dos requisitos da
exposição padronizada como da informação específica à entidade é assegurar que a informação
necessária para satisfazer aos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil esteja
disponível para todas as entidades, ao permitir que a informação seja exposta de maneira que reflita a
natureza e as operações de entidades específicas.
Informação selecionada para evidenciação
8.21 A informação evidenciada deve incluir:
(a) a base para a informação exposta como, por exemplo, políticas e metodologias aplicáveis;
(b) detalhamentos da informação exposta; e
(c) itens que compartilham alguns, mas nem todos os aspectos da informação exposta, por exemplo,
evidenciações de itens que satisfaçam algumas, mas nem todas as características da definição de
elemento ou evidenciações sobre itens que satisfaçam a definição de elemento, mas não os critérios de
reconhecimento. O Capítulo 5 explica quais os outros recursos e outras obrigações que não satisfazem a
definição de elementos e que podem ser reconhecidos para contribuir com os objetivos da elaboração e
da divulgação da informação contábil.
8.22 O nível de detalhe fornecido pela informação exposta contribui para a realização dos objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil, desde que não seja excessivo. A informação
evidenciada, assim como a informação exposta, é necessária para a realização dos objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil.
8.23 A informação evidenciada nas notas explicativas às demonstrações contábeis:
(a) é necessária para a compreensão dos usuários das demonstrações contábeis;
(b) fornece informação que apresenta as demonstrações contábeis no contexto da entidade e o seu ambiente
operacional; e
(c) geralmente tem relação clara e demonstrável com a informação exposta nas demonstrações contábeis
às quais ela pertence.

399
VADE MECUM – Agente da PCDF

8.24 A informação evidenciada nas notas explicativas pode incluir também:


(a) os fatores relacionados à entidade que podem influenciar as opiniões sobre a informação evidenciada (por
exemplo, informação sobre as partes relacionadas e entidades controladas ou participações em outras
entidades);
(b) a fundamentação para o que é exposto (por exemplo, a informação sobre as políticas contábeis e critérios
de mensuração, inclusive os métodos e as incertezas quanto à mensuração, quando aplicáveis);
(c) os detalhamentos dos montantes expostos nas demonstrações (por exemplo, a divisão do imobilizado
em classes diferentes);
(d) os itens que não satisfazem a definição de elemento ou os critérios de reconhecimento, mas são
importantes para a devida compreensão das finanças e da capacidade de prestar serviços da entidade,
por exemplo, a informação sobre os eventos e as condições que podem afetar fluxos de caixa ou potencial
de serviços futuros, inclusive as suas naturezas, os efeitos possíveis sobre os fluxos de caixa ou potencial
de serviços, as probabilidades de ocorrência e as sensibilidades a mudanças nas condições; e
(e) a informação que pode explicar as tendências subjacentes afetando os totais expostos.
Princípios aplicáveis à seleção da informação
8.25 As decisões sobre qual informação precisa ser exposta e evidenciada envolve considerar:
(a) os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil;
(b) as características qualitativas e as restrições das informações contidas nos RCPGs; e
(c) os fenômenos econômicos relevantes e outros fenômenos sobre os quais a informação seja necessária.
8.26 A seleção da informação contribui para satisfazer aos objetivos da elaboração e da divulgação da
informação contábil, uma vez que deve ser aplicada à informação coberta por relatório em particular e
fornecer o nível de detalhe apropriado. As decisões sobre a seleção da informação envolvem priorizar e
resumir e evita a sobrecarga de informação, a qual reduz a compreensibilidade. Informação em demasia
pode dificultar a compreensão das mensagens-chave por parte dos usuários e, consequentemente,
comprometer a realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil.
8.27 Os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis, que aplicam as normas e o julgamento
profissional, são responsáveis por assegurar que a informação que satisfaça aos objetivos da elaboração
e da divulgação da informação contábil e que alcance as características qualitativas fornecidas nos
RCPGs.
8.28 As decisões sobre a seleção da informação exigem revisão contínua e crítica. A informação identificada
para possível seleção é revisada à medida que for desenvolvida e considerada para apresentação, com
referência especial à sua relevância, materialidade e custo-benefício, embora todas as características
qualitativas e restrições sejam aplicadas às decisões sobre a seleção da informação. As decisões passadas
podem exigir reconsideração porque nova informação pode tornar redundante a informação existente,
fazendo com que esses itens não alcancem mais as características qualitativas e/ou as restrições.
8.29 Todas as transações materiais, eventos e outros itens reportados são apresentados de maneira que
transmitam a sua essência em vez da sua forma jurídica ou outra forma, de modo que as características
qualitativas da relevância e da representação fidedigna sejam alcançadas.
8.30 Os benefícios para os usuários ao receberem a informação precisam justificar os custos das entidades em
coletar e apresentar a informação. Ao se fazer essa avaliação, é importante considerar como os itens
individuais impactam o quadro geral apresentado e a natureza da informação apresentada. Os itens que
aparentarem gerar pouco benefício quando vistos isoladamente, podem contribuir significativamente
para o conjunto completo da informação apresentada.

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VADE MECUM – Agente da PCDF

8.31 A informação precisa ser apresentada em base suficientemente oportuna para possibilitar aos usuários
manter a administração sujeita à prestação de contas e responsabilização (accountability) e para subsidiar
a tomada de decisão por parte dos usuários.
8.32 Os RCPGs podem incluir informação adicional derivada de fontes distintas do sistema de informação
financeira. As características qualitativas se aplicam a essa informação e a data da entrega dela precisa
ser mais próxima possível da data da divulgação das demonstrações contábeis, de modo que seja
tempestiva.
Princípios para a seleção da informação para a exposição ou evidenciação
8.33 As decisões sobre a exposição e a evidenciação se aplicam tanto às demonstrações contábeis quanto aos
outros RCPGs. Os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil são aplicados à área
coberta por relatório em particular para orientar a identificação da informação para exposição ou
evidenciação. A identificação da informação para exposição e evidenciação em RCPG em particular pode
envolver o desenvolvimento de:
(a) princípios de classificação;
(b) lista de tipos gerais de informações que são expostas e de lista semelhante de tipos gerais de informações
que são evidenciadas; e/ou
(c) listas de informação específica que aqueles que elaboram a informação precisam expor ou evidenciar.
8.34 As decisões sobre a seleção da informação a ser exposta e evidenciada são tomadas:
(a) com referência umas às outras, em vez de estarem isoladas; e
(b) para comunicar efetivamente o conjunto integrado de informação.
8.35 As decisões sobre a seleção da informação em outros RCPGs são tomadas após considerar,
cuidadosamente, a relação dos outros RCPGs com as demonstrações contábeis.
Localização da informação
8.36 As decisões sobre a localização da informação são tomadas sobre:
(a) o local no qual a informação é contida no relatório; e
(b) o local no qual o componente do relatório está localizado.
8.37 A localização da informação tem impacto sobre a contribuição da informação para a realização dos
objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil e para o atendimento das características
qualitativas. A localização pode afetar a maneira que os usuários interpretam a informação e a
comparabilidade da informação. A localização pode ser utilizada para:
(a) transmitir a importância relativa da informação e as suas conexões com os outros itens da informação;
(b) transmitir a natureza da informação;
(c) ligar itens de informação diferentes que se combinam para satisfazer a necessidade de um usuário em
particular; e
(d) distinguir entre a informação selecionada para exposição e a informação selecionada para evidenciação.
Princípios para a alocação da informação entre diferentes relatórios
8.38 Os fatores relevantes para as decisões sobre alocar a informação entre as demonstrações contábeis e
outros RCPGs incluem:
(a) Natureza: se a natureza da informação – por exemplo, histórica versus prospectiva – indica a inclusão da
informação no mesmo ou em RCPG diferente em razão das considerações relacionadas a, por exemplo,
comparabilidade e/ou compreensibilidade;
(b) Especificidade à jurisdição: se os fatores específicos à jurisdição, como, por exemplo, os dispositivos legais
vigentes, especificarem regras acerca da localização da informação; e

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(c) Conexão: se a informação adicional considerada precisa ou não estar conectada de modo estreito com a
informação já incluída em relatório existente. As conexões entre todas as informações precisam ser
avaliadas, não se restringindo somente à conexão entre a informação nova e a já existente.
8.39 Os fatores expostos nos itens 8.36 a 8.38, os quais representam a perspectiva de se adicionar informação
ao conjunto de informação já existente, também se aplicam à consideração se o agrupamento da
informação existente pode ser aprimorado, o que é discutido na seção sobre a organização da
informação.
8.40 Um RCPG específico pode ser necessário quando:
(a) necessidades adicionais de informação do usuário, não satisfeitas por relatório existente, são
identificadas; e
(b) um RCPG específico para satisfazer essas necessidades é mais adequado ao alcance dos objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil e do cumprimento das características qualitativas do
que a inclusão da informação em relatório já existente.
Princípios para a localização da informação dentro do relatório
8.41 O item 8.17 afirma que a informação exposta é destacadamente apresentada utilizando-se técnicas de
apresentação apropriadas – a localização é o modo de se alcançar isso. A localização da informação
dentro do relatório assegura que a informação exposta tenha o destaque apropriado e não fique
obscurecida por informação evidenciada com mais detalhe e extensão.
8.42 A localização da informação nas demonstrações contábeis contribui para representar um panorama
financeiro mais abrangente da entidade.
8.43 Para as demonstrações contábeis, a informação exposta é mostrada na demonstração apropriada,
enquanto as evidenciações encontram-se nas notas explicativas. Distinguir a informação exposta e a
informação evidenciada por meio da localização assegura que esses itens, os quais se relacionam
diretamente a questões de comunicação, como, por exemplo, os itens da demonstração que evidencia a
situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade, podem ser realçados, com
informação ainda mais detalhada fornecida por meio da evidenciação em notas explicativas.
8.44 Para outros RCPGs, a informação exposta pode estar localizada separadamente da informação
evidenciada ou no mesmo local, mas difere-se da informação evidenciada e do destaque dado por meio
de outra técnica de apresentação.
Organização da informação
8.45 A organização da informação trata da disposição, agrupamento e ordenamento da informação, a qual
inclui decisões sobre:
(a) como a informação está disposta no RCPG;
(b) a estrutura geral do RCPG.
8.46 A organização da informação envolve uma série de decisões incluindo as decisões sobre a utilização de
referência cruzada, quadros, tabelas, gráficos, cabeçalhos, numeração e a disposição dos itens dentro de
determinado componente de relatório, incluindo decisões sobre a ordem dos itens. A forma na qual a
informação está organizada pode afetar a sua interpretação por parte dos usuários.
Natureza da informação relevante para fins de organização
8.47 As decisões sobre a organização da informação levam em consideração:
(a) importantes relacionamentos entre a informação; e
(b) se a informação é para exposição ou para evidenciação.
Tipos de relacionamentos
8.48 Os relacionamentos importantes incluem, mas não se restringem a:
(a) aprimoramento;

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(b) similaridade; e
(c) propósito comum.
8.49 Aprimoramento: a informação em determinado lugar no RCPG pode ser aprimorada por meio de
informação fornecida em outro local. Por exemplo, o orçamento, a informação prospectiva e do
desempenho de serviços aprimoram a informação das demonstrações contábeis. Os quadros e os
gráficos podem ser utilizados para aprimorar a compreensão da informação narrativa. Os elos com a
informação evidenciada fora dos RCPGs podem aprimorar a compreensibilidade da informação
evidenciada pelos RCPGs.
8.50 Similaridade: a relação de similaridade existe quando a informação evidenciada em um lugar se baseia na
informação relatada em outro local nos RCPGs, e a informação ou não foi ajustada ou teve ajustes
relativamente menores. Por exemplo, caso a informação do desempenho dos serviços inclua o custo dos
serviços, ou o valor dos ativos utilizados em diferentes serviços, pode auxiliar a demonstrar como aqueles
totais se relacionam à despesa e aos ativos evidenciados nas demonstrações contábeis. Outro exemplo
é a relação entre a despesa total evidenciada no orçamento e o total da despesa evidenciada na
demonstração de desempenho. A conciliação ou aproximação, na medida do possível, entre os dois
montantes diferentes, pode aprimorar a compreensão dos usuários sobre as finanças da entidade.
8.51 Propósito comum: o relacionamento de propósito comum existe quando a informação relatada em locais
diferentes contribui para os mesmos fins. Um exemplo é quando demonstrações e evidenciações
diferentes fornecem informação necessária para avaliações de responsabilização pelos serviços
prestados. As informações sobre (a) o custo real e orçado de serviços diferentes, (b) os recursos
financeiros e não financeiros utilizados na prestação de serviços diferentes e (c) o fornecimento futuro
de serviços diferentes podem ser incluídos em locais diferentes. Para tornar clara a relação entre a
informação em locais diferentes, é adequado organizar a informação por intermédio da utilização de
técnicas como cabeçalhos e referências.
8.52 Podem existir relações entre informações expostas em diferentes:
(a) RCPGs;
(b) componentes dentro do RCPG;
(c) partes de um único componente.
Agrupamento da informação
8.53 Os três fatores constantes do item 8.38 da seção sobre localização da informação – natureza,
especificidade à jurisdição e conexão – se aplicam também às considerações se o agrupamento da
informação existente puder ser aprimorado. As decisões sobre o agrupamento efetivo da informação
consideram as conexões entre os conjuntos de informações, a natureza dos diferentes conjuntos de
informações e, na extensão apropriada, os fatores específicos à determinada jurisdição.
Princípios aplicáveis à organização da informação
8.54 A organização da informação:
(a) dá suporte ao alcance dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil; e
(b) auxilia a informação evidenciada a satisfazer as características qualitativas.
8.55 A organização da informação:
(a) busca assegurar que as mensagens-chave sejam compreensíveis;
(b) identifica claramente as relações importantes;
(c) fornece o destaque apropriado à informação que transmite mensagens-chave; e
(d) facilita as comparações.

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8.56 A informação evidenciada está conectada por meio da utilização de cabeçalhos consistentes, ordem de
apresentação e/ou outros métodos apropriados à relação e ao tipo de informação. Quando há conexões
com informações evidenciadas fora dos RCPGs é importante que:
(a) as conexões com a informação proveniente de outras fontes não prejudiquem o alcance das
características qualitativas do RCPG; e
(b) a data de emissão de qualquer informação conectada seja tão próxima quanto possível à data da
divulgação das demonstrações contábeis, de modo que a informação evidenciada seja tempestiva.
Comparabilidade
8.57 A organização da informação leva em consideração os benefícios da apresentação consistente no
decorrer do tempo. A apresentação consistente dá suporte à capacidade dos usuários em entenderem a
informação e facilitam o seu acesso. Além disso, auxilia o alcance da característica qualitativa da
comparabilidade.
Princípios da organização da informação nas demonstrações contábeis
8.58 A informação exposta nas demonstrações contábeis, usualmente, é organizada em totais e subtotais
numéricos. A sua organização fornece um resumo estruturado de tais parâmetros por meio dos itens das
demonstrações que evidenciam a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa.
8.59 Nas demonstrações contábeis, algumas relações podem existir entre:
(a) subconjuntos de montantes expostos ou mudanças nos montantes expostos e o seu impacto nos itens
das demonstrações que evidenciam a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da
entidade;
(b) os diferentes montantes expostos em demonstrações contábeis diferentes, os quais refletem o impacto
de determinado evento externo comum ou contribuem juntos para a compreensão de aspecto das
demonstrações que evidenciam a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade; e
(c) os montantes expostos e as evidenciações respectivas nas notas explicativas que explicam ou podem, de
outra maneira, dar suporte à compreensão dos usuários acerca dos itens expostos.
8.60 A organização da informação nas demonstrações contábeis inclui decisões sobre:
(a) o tipo e o número de demonstrações;
(b) o detalhamento dos totais em subcategorias significativas;
(c) o ordenamento e o agrupamento de itens expostos em cada demonstração;
(d) a identificação de agregados (aditivos ou subtrativos); e
(e) a identificação de outra informação para inclusão na demonstração.
8.61 A informação evidenciada nas notas explicativas às demonstrações contábeis é organizada de modo que
as relações com os itens evidenciados nas demonstrações contábeis sejam claras. As notas explicativas
são parte integrante das demonstrações contábeis.
Princípios para a organização da informação em outros RCPGs
8.62 A organização da informação em outros RCPGs, assim como para as demonstrações contábeis, busca
assegurar que as mensagens-chave que são transmitidas pela informação exposta são compreensíveis. A
apresentação que identifica claramente as relações relevantes aprimora a extensão na qual o relatório:
(a) satisfaça os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil;
(b) alcance as características qualitativas.
8.63 Conectar informações relacionadas auxilia os usuários a encontrar informações importantes. Algumas
informações são mais compreensíveis quando organizadas em gráficos, quadros, tabelas, percentuais ou
indicadores-chave de desempenho. Outra informação pode ser representada mais efetivamente de
forma narrativa. A organização da informação apoia a compreensão por parte dos usuários acerca das
conexões entre as informações no mesmo RCPG.

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8.64 A organização da informação facilita as comparações ao tornar mais claro quando determinados itens
são semelhantes ou não. A comparabilidade intertemporal é facilitada ao se evitar alterações no modo em
que a informação é organizada, para a mesma entidade, ano após ano, a menos que tais mudanças aprimorem
a relevância e a compreensibilidade. A comparação entre entidades é facilitada quando diferentes entidades
que reportam a informação contábil organizam de maneira semelhante a informação que apresentam.
Disposições finais
1A. Esta estrutura conceitual entra em vigor na data de sua publicação (, tendo os seus efeitos aplicados a
partir de 1º de janeiro de 2017.

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