Você está na página 1de 1

Extremismo e Vergonha: sobre o vômito divino.

Lucian Mateus
Jornal Seminarístico, 13 de novembro de 2023

Se esbarrasse na rua com algum dos nossos católicos ditos “moderados”, eu lhe perguntaria
o seguinte: “Você quer destruir as falsas religiões, convertendo-as politicamente, socialmente,
culturalmente, de modo que elas nunca mais se levantem e que não ser católico se torne uma vergonha
que ninguém ouse confessar em público?”.
Com toda certeza a resposta do desgraçado será “Não”, e virá provavelmente acompanhada
das usuais caretas de repugnância fingida com que os bons santinhos ecumenistas marcam sua
distância de todo “extremismo”. Bem, o fato é que aquilo que a Igreja não quer fazer com as ceitas do
mundo é o que cada falsa religião já fez com a Igreja.
Em tais declarações, admito impactantes, não pretendo soberbamente fazer juízo de almas,
seja condenando pessoas ou agredindo conhecidos, mas apenas despertar da Matrix, os católicos presos
na inerte e imbecil condição de mornidão, vivendo uma fé quixotesca, na melhor das embalagens para
esterco: o “respeito humano”.
Ora pois, não se sabe que existe um só Senhor, que Ele se fez homem, criou para Si um corpo
místico chamado Igreja Católica onde fora dela não há salvação? Então porque diabos deixamos de
anunciar esta verdade a plenos pulmões? Aquilo que outrora era verdade comum, hoje não passa de
chocante radicalismo. Respeitar todas as religiões como irmãs - “porque o importante é ser do bem” -
significa ser covarde, abandonando as almas no erro e na Morte.
Afinal, só quem precisa ostentar moderação é quem se envergonha da sua própria opinião ao
ponto de admitir, cabisbaixo e submisso, que ela só vale alguma coisa quando usada em doses
moderadas. Em doses moderadas, filhinho, até tarja preta vale alguma coisa. Em “Cartas de um diabo
a seu aprendiz” de C. S. Lewis, o demônio Screwtape diz que todo extremismo agrada ao ‘pai das
profundezas’, exceto a extrema piedade. Só o que é indiscutivelmente bom, como a inteligência, a
beleza, a santidade ou a saúde, vale tanto mais quanto maior a dose. A estupidez do falso diálogo inter-
religioso conseguiu convencer até os bispos de que nenhuma dose de “sincretismo respeitoso” é
excessiva.
Já os católicos “moderados” por outro lado – digo “católicos” cum grano salis – prefeririam
antes morrer do que ser vistos ao lado de alguém que lhes pareça mais conservador.

Você também pode gostar