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clubes S@bER

princípios e orientações
princípios e orientações

clubes S@bER

um espaço
espa o de informaçã
informa ção
o e orientaçã
orienta ção,
o, um espaço
espa o de rela
relaçã
ção
Guia dos Clubes S@bER + : princípios e orientações

Coordenação José Alberto Leitão e Maria Teresa Gonçalves


Concepção e redacção Alberto Melo
Colaboradores Ana Luísa Viseu, Ana Maria Canelas, Andrés Cabrera López, Ángeles Cano
Medina, Bernadette Morand - Aymon, Filomena Lopes, Gérard Mlékuz, Johnny Stroumza,
Luc Destailleur, Lucília Maria Pinho
Editor ANEFA - Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos
Design Gráfico Pedro Taquelim
Tradução Teresa Colaço
Execução gráfica Printipo - Indústrias Gráficas, LDA
Tiragem 2000 exemplares - 1ª edição (Agosto de 2002 )
Depósito legal 183982/02
ISBN 972 - 8743 - 07 - 6

ANEFA - Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos


Rua do Vale de Pereiro, nº 16 - 1º 1250 - 271 Lisboa
tel. : 213 837 600 Fax: 213 837 699
email: anefa@anefa.pt
internet: www.anefa.pt
Índice

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

1. Princípios e orientações

1.1 Clubes S@bER +, porquê ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1.2 Clubes, para fazer o quê ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.3 Clubes, como fazer ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

1.4 Por quem e com quem são criados estes Clubes ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

1.5 Como organizar e gerir os Clubes ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

1.6 Quem anima os Clubes ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

1.7 Que equipamentos, que materiais ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

1.8 Como financiar os Clubes ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

1.9 Funções e formação dos agentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

1.10 Acompanhamento e avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

2. Anexos

As organizações participantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

A equipa do projecto transnacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44


Introdução

Memorando da Comissão das « Mensagem 5 - Repensar as acções de orientação e aconselhamento :


Comunidades Europeias Objectivo - Facilitar o acesso de todos a informação e aconselhamento
sobre a Aprendizagem ao de qualidade sobre as oportunidades de aprendizagem em toda a
Longo da Vida Europa e ao longo da vida: (...) esta tarefa requer a adopção de uma
abordagem mais voluntarista - isto é, que vá ao encontro dos indivíduos
sem esperar que eles venham procurar conselhos (...). Os serviços de
orientação e aconselhamento devem evoluir para estilos de prestação
mais globais, capazes de responder a uma gama muito vasta de
necessidades e aos mais diversos públicos. É, pois, evidente que estes
serviços têm que estar disponíveis a nível local (...) e encontrarem-se
intensamente integrados em redes associadas de serviços pessoais,
sociais e educativos, o que permitirá uma sinergia de competências,
experiências e recursos específicos ».

O presente Guia dos Clubes S@bER + : Princípios e Orientações é o resultado de um


processo de cooperação transnacional desenvolvido através do projecto “Clubes
S@bER +: um espaço de informação e de orientação, um espaço de relação”, no âmbito
do Programa SOCRATES - GRUNDTVIG (1).

O objectivo deste projecto é definir um quadro de referência para o desenvolvimento


e a construção de uma rede de Clubes S@bER +, considerados como locais de
acolhimento, informação e orientação de adultos. Estes clubes, mais concretamente,
visam motivar os adultos a envolverem-se em processos de educação e formação ao
longo da vida.

Este projecto transnacional, coordenado pela Agência Nacional de Educação e


Formação de Adultos, em Portugal, teve início em Setembro de 2000, com uma
duração de dois anos, e está a realizar-se em parceria com o Centro Université -
Economie Education Permanente - CUEEP, em Lille, França, e a Delegación de
Educación y Ciencia, em Almeria, Espanha. Como «silent partner», participa também
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(1) Programa SOCRATES - GRUNDTVIG - Esta acção visa incentivar a dimensão europeia da educação ao longo
da vida através da cooperação transnacional. Pretende promover a inovação e melhorar a qualidade da
aprendizagem, facilitando o acesso a todas as pessoas que, em qualquer momento da vida, desejem
adquirir conhecimentos.
neste projecto a Fondation pour le Développement de l’Education Permanente -
FDEP, sediada em Genebra, Suiça.

O presente Guia, concebido no âmbito de uma reflexão transnacional e a partir de um


tronco comum de experiências e de conceitos partilhados pelos parceiros europeus,
pretende ser um documento de base e de apoio a todos os organismos - públicos ou
privados - interessados em desenvolver Clubes S@bER +. Os exemplos inseridos neste
documento apresentam algumas das funções a desenvolver pelos Clubes e já postas
em prática nas organizações dos países parceiros.

Assim, este Guia oferece uma visão sucinta do que pode e deve ser um centro de
acolhimento, de informação, de encontro, de motivação, até mesmo de promoção de
actividades de teor educativo, a fim de satisfazer as condições necessárias à atribuição
da denominação "Clubes S@bER +".

É necessário afirmar desde já que não é possível, nem desejável, definir um modelo
único e normalizado de Clube S@bER +, porque cada país e cada instituição deverá
testar e encontrar o formato mais apropriado aos contextos e aos públicos em causa.
Os diferentes Clubes deverão inscrever-se ao longo de uma linha contínua de funções,
uns numa dimensão minimalista, reduzidos a um papel (aliás, essencial) de
acolhimento e animação, e outros já maximalistas, capazes de integrar toda uma
gama de funções, desde o convívio e orientação até à oferta de formação e de outras
acções de inserção para pessoas adultas.

Este Guia destina-se em primeiro lugar aos responsáveis dos Clubes e respectivos
parceiros, visando incentivá-los a introduzir um conjunto de iniciativas sobre a
promoção da procura de educação e formação no interior dos seus planos de
actividades correntes. Ora, tal iniciativa por parte das mais diversas instituições,
públicas ou privadas, será por certo facilitada se existir previamente este tipo de
documentação de base sobre as finalidades e o funcionamento destes Clubes. O Guia
apresenta, nomeadamente, os princípios e critérios que deverão estar na base das
convenções a celebrar, no futuro, entre a Agência coordenadora e os candidatos à 7
instalação destes Clubes.
princípios e orientações
1.1 Clubes S@bER +, porquê ?

Em Portugal, os Clubes S@bER + foram concebidos pela Agência Nacional de


Educação e Formação de Adultos, ANEFA, como um importante instrumento de
promoção da procura, a disseminar gradualmente por todo o país: espaços de
transição para a educação ao longo da vida destinados a adultos que não participam,
de forma espontânea, em actividades educativas. Trata-se de uma nova dimensão do
trabalho educativo de proximidade, dirigido a todas as pessoas adultas - dando
prioridade às menos escolarizadas - a instalar em instituições já existentes.

Independentemente do volume e da diversidade das ofertas de educação e formação


para adultos, apenas uma pequena minoria toma a iniciativa de as procurar e delas
usufruir. E, de uma maneira geral, são precisamente os que já atingiram um nível de
escolaridade e de qualificação acima da média. Por conseguinte, e a fim de evitar um
agravamento das desigualdades já existentes, não bastará apostar forte, de um ponto
de vista quantitativo ou qualitativo, apenas na oferta de formação. É necessário, em
simultâneo e com igual intensidade, lançar uma estratégia assente na procura:
campanhas mediáticas de sensibilização do público no seu conjunto e, sobretudo um
programa de contacto pessoal com o “não público” da formação, e que constitui uma
proporção muito importante da população adulta.

Esta nova iniciativa, que recebeu em Portugal a designação de "Clubes S@bER +", visa
justamente atrair a atenção e suscitar o interesse por parte dos adultos para as
diferentes formas e modalidades de uma aprendizagem, não só possível como
desejável, ao longo de toda a vida, assim como para uma cidadania mais activa. Os
Clubes estarão abertos a todas as pessoas, mas darão, em princípio, prioridade e uma
atenção mais forte aos adultos que se encontram mais desprovidos em matéria de
escolaridade e de qualificação.
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Os Clubes devem adoptar uma imagem e lançar actividades capazes de atrair e captar,
de forma duradoura, uma população que se mostra geralmente indiferente, ou até
mesmo desconfiada, relativamente a tudo o que apareça rotulado de “cultural” ou
“educativo”. Devem representar uma passarelle que vai desde um espaço de simples
convivialidade, calorosa e activa, até a uma dada forma de acompanhamento eficaz,
que vise a construção de um projecto individual, cultural e educativo.

Dada a sua finalidade, os Clubes estarão de portas abertas à escuta e ao diálogo, ou


às conversas informais, devendo intervir dentro de um raio de proximidade, num
ambiente de convivialidade espontânea e sempre com um mínimo de mediação
institucional. Os Clubes serão criados em espaços de utilização corrente, facilmente
reconhecidos pelos residentes, no coração do bairro, da aldeia ou da empresa -
enquanto expressão viva de uma sociedade civil solidária e empenhada, e tendo em
vista uma maior coesão social e cultural.

MUSEU DO TRABALHO MICHEL GIACOMETTI em SETÚBAL (PORTUGAL)

O Museu do Trabalho Michel Giacometti procura conhecer, valorizar e transmitir os testemunhos


materiais e imateriais ligados à memória do trabalho de Setúbal e ao quotidiano doméstico desde
meados do século XIX até aos nossos dias, dando uma atenção especial à indústria conserveira que
esteve na origem da revolução industrial em Setúbal. O Museu privilegia a sua função social e as
relações com a comunidade, visando a educação em património. Procura a comunicação com os
diferentes públicos, utilizando estratégias múltiplas de animação, nomeadamente, as que recorrem
à expressão artística.

Este Museu, sob tutela municipal, teve a sua génese numa recolha etnográfica levada a cabo por
jovens estudantes em 90 localidades portuguesas, sob a orientação de Michel Giacometti, durante o
Verão de 1975. Em 1987, o Museu realizou a sua primeira exposição, designada “O trabalho faz o
homem” e, em 1995, apresentou-se ao público na própria sede social - uma antiga fábrica de
conservas de peixe recuperada para este efeito pela autarquia - prosseguindo os seus objectivos
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prioritários de trabalho permanente com a comunidade, recolhas de memórias do trabalho e
educação em património.

Os serviços acessíveis aos diferentes públicos decorrem da utilização polivalente do espaço do


museu, que permite a realização simultânea de exposições, espectáculos ou conferências. O Museu
oferece também um centro de documentação sobre temas da história recente de Setúbal,
antropologia, etnologia, história das técnicas, assim como arquivos especializados sobre a indústria
das conservas. No que respeita à vertente socio-educativa e à difusão cultural, o Museu propõe os
seguintes serviços: bar e restaurante, mediante encomenda prévia; loja de venda de artesanato
regional; recepção e venda de publicações; exposições itinerantes e empréstimo de maletas
pedagógicas; elaboração de pareceres técnicos e de trabalhos de investigação sobre temas de
arqueologia industrial e etnografia; realização de visitas guiadas ao museu e na cidade; animações
e dramatizações.

O Museu já desenvolveu vários projectos no sentido da promoção da educação de adultos, em


parceria com outras instituições: Projecto Nómada, com jovens e adultos de etnia cigana; formação
de animadoras de bairro, com mulheres em risco de exclusão social; ensino do português (segunda
língua) em regime de voluntariado, com as comunidades de Timor e da Ucrânia; cursos de
restauração de madeira esculpida e dourada para artistas, artesãos e restauradores; formação em
informática – contra a info-exclusão – com uma associação de Cabo Verde e, por fim, acção de promoção
de jovens artistas de etnia africana (obras expostas no Museu).

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1.2 Clubes, para fazer o quê ?

Os Clubes S@bER + prosseguem quatro funções principais que se situam a montante dos
organismos, oficiais ou não, vocacionados para garantir a entrada nos sistemas formais de
educação e formação de adultos (centros de orientação, balanço, formação, ...) :

Uma função de acolhimento visando

• facilitar o convívio, a interacção social e incentivar actividades culturais,


desportivas ou cívicas de teor educativo;

• motivar / incentivar os adultos a construírem projectos pessoais de vida,


procurando ajudar na resolução de problemas susceptíveis de travar ou
impedir a participação dos adultos em actividades educativas,
culturais e sociais.

Uma função de informação fornecendo aos adultos dados sobre as possibilidades / opções
em matéria de educação e formação, em contextos formais ou não formais, e isto com a
finalidade de

• completar ou prosseguir a formação inicial;

• responder às suas necessidades em termos de inserção ou progressão


profissionais e de aperfeiçoamento no trabalho;

• facilitar a valorização pessoal.

Uma função educativa visando

• promover e valorizar as competências adquiridas com a experiência;


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• promover a dimensão educativa das actividades culturais ou sociais
associadas ao Clube;

• motivar / incentivar as pessoas adultas a envolverem-se em percursos de


educação / formação e em processos de inserção activa na sociedade.

Uma função de mobilização cívica incentivando o empenhamento de pessoas e


instituições locais e a respectiva instalação em rede, tendo em vista

• a multiplicação e partilha dos recursos humanos e materiais destinados a


encontrar as respostas mais adequadas às necessidades educativas, culturais e
sociais dos adultos.

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1.3 Clubes, como fazer ?

Antes de mais, os Clubes deverão ser organizados como um local agradável para
passar alguns minutos, algumas horas; só ou acompanhado; tomando um café,
lendo um jornal ou uma revista, jogando às cartas, utilizando as novas tecnologias
ou navegando na internet... Devem ter, portanto, um espaço bem definido, um
equipamento de base - mesas, cadeiras, expositores, um pequeno bar, ... ; mas,
sobretudo, uma estrutura de acolhimento - uma ou mais pessoas (ao mesmo tempo
ou por turnos), para receber os visitantes, pô-los à vontade, explicar-lhes as
actividades em curso, as condições de participação no centro - em princípio, sem
encargos financeiros mas privilegiando-se a inscrição como membros. Um local
onde os adultos se sentem bem acolhidos: um lugar de intercâmbios, de conversas,
mas também um lugar de organização de encontros, acontecimentos, visitas a
sítios de interesse comum: por exemplo, centros culturais, centros de formação,
bibliotecas, museus, ...

Neste mesmo sentido, os horários de abertura devem ajustar-se à heterogeneidade


dos públicos adultos (activos, desempregados ou não, jovens ou reformados, homens
ou mulheres, ...); devem ser alargados e incluir, sempre que possível, parte dos fins-
de-semana, o que exigirá forçosamente uma rotação entre animadores e, sem dúvida,
o recurso frequente a colaboradores voluntários.

Os Clubes deverão também incentivar e facilitar a motivação para a leitura e para


outros meios capazes de proporcionar um percurso pessoal mais enriquecedor,
nomeadamente, através do acesso à tecnologia informatizada. Começando pelos
jornais e revistas de grande tiragem e evoluindo para outras leituras ou produtos
culturais do tipo CD-Rom, cassetes audio e vídeo e kits multimédia. A sua utilização
pode estar acessível a todos os visitantes do Clube, mas o empréstimo domiciliário
estará disponível apenas para os membros que entretanto se associaram. Será 15

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preciso, por outro lado, assegurar a utilização de um ou mais computadores, com
acesso (gratuito ou pago) à internet (a quotização podendo incluir um certo número
de horas de utilização mensal).

Qualquer informação disponível deve ser tratada e exposta de forma atractiva e


simples. É necessário organizar bancos de dados de todas as ofertas existentes na
zona mais próxima do Clube, assim como as que podem ser transmitidas a distância.
Esta informação será tratada e colocada à disposição de todos os interessados, por
iniciativa dos profissionais do Clube ou dando seguimento a solicitações dos utentes.
Nesta tarefa, será determinante o papel das novas tecnologias da informação e
comunicação. Um instrumento essencial aqui será, decerto, a rede telemática de
informações no interior da parceria local (intranet).

Esta informação deve ser divulgada gradualmente, em ambiente informal e num


contexto de conhecimento mútuo. Para aí chegar, é preciso sem dúvida passar por
conversas / entrevistas regulares que, de uma forma quase imperceptível, partirão de
um registo inteiramente informal para atingirem um grau de pré-orientação. O
caminho a adoptar poderá variar entre propor ao adulto actividades de natureza
geral, de inserção social ou de formação de base, ou assegurar-lhe rapidamente uma
entrevista de orientação mais aprofundada em centros especializados (os Clubes,
como tal, não terão competência para assegurar a prestação de serviços
especializados, limitando-se aqui o seu papel ao de simples “agulheiro”).

Os Clubes podem também fazer propostas às instituições parceiras / serviços de


formação e outros, tendo em vista a organização de novas acções de natureza
educativa, em conformidade com o tipo e a natureza dos pedidos expressos pelos
adultos que os frequentam. Devem ainda, sempre que possível, organizar encontros
entre os agentes educativos (formadores, professores, animadores, bibliotecários,

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quadros associativos, directores de teatro, dirigentes desportivos, ...) que, de uma

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forma formal ou informal, se ocupam ao nível local de públicos adultos, a fim de
assegurar que a “dimensão educativa” possa ser reforçada nas diferentes actividades
culturais ou lúdicas.

Os Clubes S@bER + serão um local privilegiado para se lançar uma rede de trocas de
saberes e/ou de serviços, ou para se realizar um inventário das “competências fortes”,
a montante do trabalho de um CRVCC. Tratar-se-á de organizar sistematicamente
um ficheiro com as ofertas gratuitas por parte dos membros e de outros voluntários
(atraídos por uma intensa campanha de promoção conduzida ao nível local e
nacional) para ensinar qualquer coisa de útil (uma língua, uma técnica, ...) e,
paralelamente, um outro ficheiro com os pedidos de formações curtas e informais
do mesmo tipo. De seguida, e logo que um número mínimo de pedidos de um
mesmo tema seja atingido, o Clube organizará estas formações, se possível, nas suas
próprias instalações, tornando-se assim um verdadeiro espaço de aprendizagem. Em
caso de impossibilidade, organizá-las-á nas instalações de um dos parceiros da rede
territorial que naturalmente se irá tecendo em torno destes Clubes.

Na maioria dos casos, o processo de inserção no Clube não passará de início por uma
actividade explicitamente educativa, mas exigirá previamente um "estágio social"
capaz de facilitar uma consciência mais aprofundada e uma prática do “eu com os
outros”, ou ainda um “atelier de expressão” ou um “espaço de criação”. Os Clubes
devem, por isso, conhecer os diferentes “lugares de inserção” do seu próprio território,
de forma a poder dar resposta (ou a tomar a iniciativa de as propor) a certos pedidos
que, não tendo inicialmente uma natureza educativa, poderão, apesar disso, servir de
ponto de partida para um processo de formação / acção / produção / criação de novas
actividades, socialmente úteis e portadoras de competências.

Mais do que simples centros de recrutamento de novos públicos para a formação


existente, os Clubes devem saber construir com os próprios adultos os instrumentos 17

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de apropriação ou de reforço da cidadania activa. Partindo do princípio que todos os
problemas são vividos ao nível individual, mas que na maioria dos casos as soluções
serão colectivas, os Clubes ajudarão a criar entre os seus aderentes "grupos projecto"
em torno de múltiplas e diversas actividades (transportes públicos locais, jornal
comunitário, animações voluntárias para as crianças, valorização dos recursos locais,
etc.). Com efeito, “aprender fazendo” sempre teve um impacto mais profundo e
duradouro do que aprender ouvindo ou lendo ...

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PARA A CRIAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE POPULAR EM ROUBAIX (FRANÇA)

Está a ser lançado em Roubaix (França) um projecto que apresenta alguns pontos de convergência
com os "Clubes S@bER +" : a criação de uma Universidade Popular, baseada numa parceria entre a
associação "Alentour", o CUEEP (Centre Universitaire Economie Education Permanente) de Lille e a
Direction Générale de la Ville Renouvelée, de l’Education et de la Culture do município. Esta
Universidade Popular, cuja abertura está prevista para 2003, pretende favorecer «a articulação entre
educação permanente e projectos de transformação social, oferecendo a todos os adultos – mas
procurando estar acessível prioritariamente aos residentes mais necessitados – espaços de
informação sobre a formação, de negociação e avaliação dos itinerários de formação». Para isso,
tentará agrupar “todas as ‘forças vivas’ do território que contribuam para o desenvolvimento
educativo, cultural, social e económico da cidade”.

São assim propostos para a Universidade Popular de Roubaix seis dispositivos, articulados
entre si:

1. A educação ao longo da vida: ofertas a interrelacionar, a tornar mais próximas e


acessíveis a todos, a enriquecer pedagogicamente;

2. A sensibilização, acolhimento, orientação dos adultos e a análise constante das


necessidades e das expectativas em formação;

3. Um Conselho local de inovação cultural, social, pedagógica e centro de


recursos educativos;

4. A formação contínua dos actores da educação de adultos e a promoção de


educadores de adultos oriundos do próprio meio;

5. Um dispositivo de investigação e de produção;

6. Um dispositivo de comunicação.

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No que diz respeito ao segundo dispositivo e a fim de abranger um maior número de pessoas e
tornar mais acessível, mais próxima e melhor identificada a oferta existente, a Universidade Popular
deverá tomar duas grandes iniciativas:

• Num espírito de «família» e de cooperação, poderão ser concebidas campanhas de


sensibilização regulares que visem dar a conhecer o conjunto das ofertas existentes.
Nestas campanhas, seriam integradas formas vivas de promoção, tais como um
autocarro itinerante, dias de porta-aberta, documentos audiovisuais ou mini-
encontros tão descentralizados quanto possível.

• Conceber e experimentar uma rede de pessoas e espaços S@bER +; inspirando-se no


projecto que se ensaia actualmente em Portugal, esta iniciativa visará formar
“animadores - retransmissores” capazes de sensibilizar, informar, orientar o máximo de
adultos locais e encorajá-los a envolverem-se num processo de educação
permanente. Estes animadores serão oriundos de todos os horizontes possíveis
(empregos de proximidade, comerciantes, trabalhadores sociais, agentes educativos e
culturais, artistas, etc.) e exercerão na proximidade esta função capital de escuta e
despertar da curiosidade, da vontade de descobrir e aprender. Esta actividade de
diálogo e de escuta desempenhará também uma função de recolha dos pedidos e
expectativas dos adultos, prefigurando um trabalho de análise das necessidades de
educação ao longo da vida”.

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1.4 Por quem e com quem são
criados estes Clubes ?

Os Clubes serão promovidos por uma Agência de coordenação, enquanto produto de


um envolvimento real por parte do Estado e da sociedade civil, visando uma
aprendizagem de todos, ao longo e a através da vida, caracterizada pelo contacto
imediato e pelo convívio.

Os Clubes estarão situados em locais familiares ao público visado, bem conhecidos


pelos adultos, no seio ou na proximidade imediata de actividades sociais,
culturais, desportivas, profissionais, ou até mesmo educativas, que eles próprios
já frequentem :

• autarquias, associações diversas, centros comunitários de bairro ou de aldeia,


centros de acolhimento de imigrantes ou refugiados, lares de 3ª idade,
centros sociais ou de saúde, universidades populares, bibliotecas, museus,
hospitais, prisões, centros comerciais, empresas, Centros de Reconhecimento e
Validação das Competências Chave - CRVCC, etc. (em Portugal, a criação dos Clubes
no seio dos novos CRVCC está já prevista na lei (2) ).

Serão organizados em parceria com as instituições responsáveis por estas diferentes


actividades, constituindo para elas um novo sector de intervenção.

Identificados como « serviços de proximidade », estes Clubes devem encontrar-se o


mais perto possível da sua potencial “clientela”: a prazo, é de prever a existência de
um Clube S@bER + para cada freguesia, rural ou urbana. Devem estar claramente
visíveis para os transeuntes - um “logotipo” forte e idêntico por todo o país - e dispor
de uma entrada facilmente acessível (incluindo para deficientes).
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(2) Portaria 1082-A/2001, de 5 de Setembro.

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Os organismos parceiros na instalação de um Clube S@bER + devem responder às
condições seguintes :

• estar legalmente constituídos, quer sejam de natureza pública ou privada, e


desenvolverem actividades com fins não lucrativos ;

• colaborar em parceria ou em rede (ou assumirem o compromisso de o fazer)


com estruturas e actividades de natureza social, cultural, educativa ou de
formação profissional - nomeadamente as não formais e destinadas aos
grupos desfavorecidos ;

• dispor de um mínimo de equipamento que lhes permita contribuir


significativamente para a realização das funções de um Clube ;

• contar com uma ou mais pessoas disponíveis, ainda que a tempo parcial, para
participar nas actividades internas e externas que se inserem nas funções de
um Clube.

A criação dos Clubes deverá ser objecto de uma estratégia voluntarista, traçada pela
Agência de coordenação e que inclui diferentes etapas, entre as quais :

• identificação de boas práticas de acolhimento de públicos adultos ;

• instalação em rede das práticas identificadas ;

• ajuda pública (financiamento, equipamentos, materiais) às práticas organizadas


em rede, a definir e rever periodicamente ;

• campanhas de visibilidade desta rede ;

• publicidade e concurso público visando a criação de novos Clubes ;

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• acompanhamento e avaliação do funcionamento de cada um dos projectos
aprovados pela Agência.

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CASA DA CIDADANIA :
A EXPERIÊNCIA DO CUEEP DE SALLAUMINES (FRANÇA)

No Norte de França, o complexo mineiro cessou a exploração de carvão, deixando o território numa
situação económica, social e cultural muito difícil.

Um dos municípios afectados, Sallaumines, viu-se confrontado com a renovação urbana e social de
um dos seus bairros e lançou-se então numa vasta operação de reordenamento e de reabilitação.

O eixo social desta operação consistiu, entre outros projectos, em construir e dar vida a uma Casa
da Cidadania, aberta aos habitantes do bairro e com o fim de favorecer o desenvolvimento cultural,
educativo, económico e social.

O objectivo do município é associar os residentes à instalação deste equipamento e promover a


sua participação.

O CUEEP, parceiro desta autarquia desde há trinta anos, contribuiu com as suas competências em
engenharia de montagem de projectos e como entidade formadora, a fim de introduzir uma
abordagem participativa junto dos habitantes.

Neste sentido, o CUEEP propôs a realização de um inquérito participativo a realizar por um grupo
de residentes.

Este inquérito prosseguia vários objectivos:

• Constituir um grupo de pessoas “motores” no bairro, desempregados e voluntários


para se envolverem neste tipo de inquérito;

• Através do inquérito,
- informar a população sobre o projecto ;
- dar a palavra aos habitantes ;
- recolher opiniões sobre as suas expectativas e necessidades relativamente
ao bairro e torná-los actores do processo que deve tomar a vida do bairro,
impulsionado por este projecto de reabilitação;
• Levar o grupo inquiridor a apreender as técnicas de animação e de mediação social.
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O grupo inquiridor teve, pois, que conceber e divulgar os questionários junto da população.
O inquérito abordava :

• Os percursos pessoal, escolar, profissional ;

• O enraizamento no território, a imagem do bairro e a percepção do futuro;

• As práticas sociais de consumo, culturais, de intercâmbios (nível de informação e modalidades de


acesso à formação) ;

• O nível de conhecimento e de utilização dos serviços, infraestruturas e actores


existentes no território de proximidade.

Os resultados desta acção são de dois tipos :

• Para as pessoas que participaram na realização do inquérito, permitiu, entre outras coisas :
- descobrir quais são hoje as novas técnicas da mediação urbana,
- desenvolver competências sociais e profissionais no domínio da mediação urbana.

• Para o bairro :
- o inquérito participativo teve como primeiro efeito interpelar e mobilizar
uma parte da população quanto ao seu lugar no projecto de reabilitação,

Os resultados do inquérito fizeram sobressair :

• fortes pedidos de ordenamento de espaços de vida, de espaços de intercâmbio, de convívio, de


abertura aos outros e ao bairro ,

• a necessidade de acompanhar os habitantes « mobilizados » num processo formativo que lhes


permita ocupar o seu devido lugar de cidadão activo no bairro, de se apropriarem e fazer viver
a Casa da Cidadania ,

• a necessidade de se construir uma rede de serviços retransmissores de informação junto dos


habitantes, qualificando pessoas que já estão em contacto com eles para desempenharem um
papel de mediação, informação e orientação.

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1.5 Como organizar e
gerir os Clubes

Frutos de uma parceria e lançados no âmbito de convenções-tipo previamente


assinadas, os Clubes estarão de uma maneira geral integrados nas organizações que
os albergam, inseridos na sua estrutura e no seu plano de actividades. Todas as
questões que respeitam à organização e à gestão destes Clubes dependerão, por
conseguinte, de um grupo de “pilotagem” que reunirá os diferentes parceiros e
"estruturas hospedeiras".

As relações entre a Agência de coordenação e cada instituição responsável por Clubes


S@bER + irão desenvolver-se na base de um contrato-programa, renovável
anualmente, onde estarão previstas: as actividades em curso e a concretizar, os
públicos a mobilizar prioritariamente, os recursos humanos e materiais e o
financiamento próprio a cabimentar, assim como a identificação dos parceiros, as
estratégias de intervenção adoptadas e eventuais ajudas públicas.

Nestas convenções, que outorgam o estatuto de Clube S@bER +, é desejável incluir


algumas recomendações sobre, por exemplo :

• um orçamento mínimo;

• as condições de inscrição dos aderentes aos Clubes ;

• uma cláusula de participação dos adultos e dos animadores em instâncias


de decisão sobre a vida do Clube;

• o compromisso de inclusão em rede local e nacional ;

• um estatuto de espaço público aberto aos adultos no seu conjunto e fundado em


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princípio sobre a gratuitidade, pelo menos no que diz respeito aos públicos mais
desfavorecidos e relativamente a alguns serviços.

Em função das circunstâncias, os Clubes estarão geograficamente localizados dentro


ou na proximidade imediata da organização hospedeira, ou serão constituídos na
base de uma instalação em rede de espaços pertencentes a várias entidades
hospedeiras de um bairro ou de uma zona.

RÉALISE, GENEBRA (SUIÇA)

Réalise, uma associação sem fins lucrativos, foi criada em 1984, na Suiça. É constituída por três
programas-empresa, que oferecem 90 lugares de estágios de reinserção para homens e mulheres
pouco ou nada qualificados, e muitas vezes em dificuldade, por um período que varia entre 6 a 18
meses. Os estagiários são enquadrados por profissionais. É dado apoio à procura de emprego, à
elaboração de um projecto de formação ou uma orientação para prestações por parte de outras
instituições. São aqui oferecidas actividades muito diversas, como: jardinagem, pequenos
transportes, renovação de roupa usada, gestão de lixos, trabalhos de reparação, reciclagem de
material informático usado.

No âmbito de cada actividade técnica, organizam-se módulos de formação que permitem


aprofundar os conhecimentos técnicos e abordar outros aspectos, tais como: prática do francês oral
e escrito, cálculo, capacidade de negociação, espírito de síntese, etc.

Um projecto-piloto de rede de troca de saberes está a ser conduzido numa das empresas
sociais, propondo aos organizadores e aos estagiários aprenderem mutuamente conforme a
oferta e a procura.

"Ateliers Service" e "Rapid Service” são empresas que produzem bens e serviços para o mercado, em
condições o mais próximo possível das empresas com fins comerciais. "Communauté Service" é um
programa de emprego temporário colectivo que fornece prestações de interesse geral, não
mercantis, às colectividades do cantão de Genebra.
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Os clientes de Réalise são tanto os particulares como outras empresas, que lhe subcontratam
algumas funções, e também serviços públicos. Em 1997, Réalise começou a desenvolver actividades
de exportação de artigos usados, renovados nas suas oficinas, e com destino a pequenas empresas
e associações de África.

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1.6 Quem anima os Clubes ?

Para assegurar o prosseguimento das missões atribuídas a estes Clubes, é necessário


recorrer a formadores - animadores qualificados e garantes da qualidade das
actividades de cada Clube. Assim, é preciso prever um recrutamento cuidado do
Responsável do Clube, que, segundo a sua qualificação e a sua experiência, poderá
(ou não) ter que frequentar previamente uma formação específica. Este Responsável
deverá poder contar com a colaboração de uma ou mais pessoas: profissionais já
empregados nas organizações parceiras, voluntários ou mesmo assalariados
especificamente para este efeito, e até funcionários destacados do seu serviço usual
para trabalharem no Clube, a tempo inteiro ou parcial, e por uma duração mais ou
menos longa.

Para assegurar uma boa execução das actividades próprias a estes Clubes, são
necessários agentes muito motivados para as questões de justiça social, democracia
cultural e participativa, de promoção e divulgação dos conhecimentos. E,
simultaneamente, competentes e eficazes quanto a métodos e técnicas de
acolhimento, animação, informação, comunicação e reforço do teor educativo das
actividades que rodeiam o Clube. Neste sentido, devem ser regularmente
organizadas, nomeadamente pela Agência de coordenação, acções de sensibilização,
de formação e de contacto permanente em rede entre Clubes, com partilha de
experiências, metodologias, sucessos ou revezes. Estas iniciativas visarão tanto os
profissionais remunerados como os colaboradores voluntários.

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CAMARADA : UM CENTRO DE ACOLHIMENTO E DE FORMAÇÃO PARA MULHERES EXILADAS E OS
SEUS FILHOS, GENEBRA (SUIÇA)

No Camarada, começa o dia…

A animadora já lá está, chega antes das mulheres para preparar o centro e acolhê-las. Põe água a
aquecer para o chá, dispõe as mesas, as cadeiras, em função dos diferentes ateliers previstos para
o dia. Tudo está calmo por agora... Pouco a pouco, o centro enche-se, em baixo, os carrinhos de
bébé começam a bloquear a entrada, na escada ecoam os “bom dia!” amigáveis, em diferentes
pronúncias. Lá em cima, ouvem-se as vozes dos mais pequenos, que se reencontram no espaço das
crianças, e as das suas mães que falam entre si ou com a educadora. Os cursos de francês estão
prestes a começar...

De tarde, os ateliers de costura, de artesanato e de serigrafia substituem os cursos de francês.

Um lugar caloroso

Há mais de dez anos que o centro Camarada acolhe mulheres refugiadas de todas as
nacionalidades e as suas crianças. Sempre à escuta destas pessoas, das suas necessidades e das
dificuldades que enfrentam, tem organizado diversas actividades, tais como cursos de francês,
cursos de alfabetização, de educação para a saúde, de costura, etc. A finalidade destas actividades
é permitir a estas mulheres - que estão longe do seu meio de origem, separadas do ambiente
familiar e social que dava sentido às suas vidas - encontrar referentes que as ajudem a adaptar-se
à nossa sociedade.

Cursos e ateliers

São actividades colectivas, elaboradas de maneira a facilitar os intercâmbios, os debates e a


abertura a outras comunidades. Estas actividades contribuem para que estas mulheres recuperem
confiança, permitindo-lhe ser activas e sentirem-se úteis.

Os cursos de francês vão desde a alfabetização à conversação. Este ensino é antes de mais
orientado para as necessidades das participantes, estando principalmente centrado na
aprendizagem de um francês prático e quotidiano.

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Diversos ateliers (costura, artesanato, cozinha, informática, serigrafia), são propostos no âmbito do
centro Camarada, com o intuito de permitir às participantes a aquisição ou confirmação dos
conhecimentos de base úteis à sua vida quotidiana ou à economia familiar).

A experiência deste últimos anos prova que para muitas mulheres, a passagem por Camarada
oferece uma abertura sobre o seu novo ambiente social e por vezes sobre o mundo do trabalho.

O Espaço crianças

Permite que as mães frequentem o centro acompanhadas pelas suas crianças. É um espaço aberto
e contíguo ao local onde decorrem os cursos e os ateliers; é também um local acessível a qualquer
instante que dá segurança tanto às mães como às crianças, fragilizadas pelos acontecimentos que
todas tiveram que enfrentar.

Um grupo de apoio escolar acolhe, às 4ªs feiras de manhã, as crianças mais velhas que já
estão escolarizadas.

Educação e saúde

Anualmente, são propostas às mulheres 8 a 10 animações sobre saúde, assim como cursos de
ginástica (dadas no centro) e saídas até à piscina. Os cursos de educação para a saúde são dados
por uma médica e outros profissionais de saúde (parteira, enfermeira, etc.).

Camarada é um espaço em movimento que todas as semanas se adapta a novas pessoas


que chegam. É preciso saber escutar, estar atento às expectativas e às diferentes necessidades,
tanto a nível colectivo como a nível individual...

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1.7 Que equipamentos,
que materiais

O Clube deve dispor de espaços (pelo menos uma sala e um gabinete) e de móveis /
equipamentos adequados: cadeiras, mesas, expositores para jornais e revistas, bar
(máquina de café, chaleira), computador - com acesso a internet e correio electrónico,
fotocopiadora, gravador e outros equipamentos para a leitura de cassetes audio, CD
ou DVD, máquina fotográfica digital, etc. Alguns destes equipamentos podem não
pertencer ao Clube mas devem estar disponíveis, na proximidade e nas instalações
dos parceiros. Está previsto que a Agência de coordenação, por ocasião da
convenção de instalação de um Clube S@bER + e sempre que se julgar necessário,
disponibilizará um “pacote de lançamento”, onde se inclui o equipamento
considerado como um “mínimo vital” para dar início à actividade.

Quanto aos produtos que devem estar acessíveis ao público, em cada Clube,
tratar-se-á sobretudo de material de informação ao nível local, regional, nacional e
até europeu, regularmente actualizado, sobre questões relevantes para o trabalho do
Clube e de interesse para os seus aderentes e para o público em geral: diferentes
documentos para ler, ver ou escutar; programas informáticos lúdicos e educativos ...
É também importante recolher permanentemente os produtos resultantes de acções
de educação e formação de adultos que decorrem localmente e mantê-los
disponíveis em cada Clube.

Por outro lado, e nos termos da convenção previamente assinada, a Agência de


coordenação deverá enviar gratuitamente aos Clubes S@bER + todas as publicações e
outros produtos que julgar úteis para o prosseguimento das suas missões.

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CENTRO DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS DE SORBAS (ESPANHA)

O nosso Centro situa-se na pequena aldeia de Sorbas (Almería) a uns cinquenta quilómetros da
capital, com uma população, muito dispersa, de 3000 habitantes. Dispomos de um local,
pertencente à autarquia, onde se encontram duas salas de formação e uma grande sala que
utilizamos para os ateliers, as conferências, etc.

Sendo o nosso objectivo principal o desenvolvimento global dos adultos, o funcionamento do


nosso centro está orientado em torno de três eixos:

• A Formação Instrumental: para responder às necessidades educativas de formação inicial


ou de base.

• O Programa de Desenvolvimento Comunitário e Animação Sócio-cultural : dado


que a população desta aldeia está muito isolada e dispõe de poucos recursos
económicos para assegurar o seu desenvolvimento cultural e social, tentamos
ultrapassar esta situação introduzindo nas actividades um programa de Animação
Sócio-cultural e de Desenvolvimento Comunitário. Estamos convencidos de que,
na nossa aldeia, o exercício de boas práticas no terreno sócio-cultural é um
primeiro passo indispensável para aceder à formação de adultos.

• Os ateliers : concebidos para utilizar da melhor maneira os tempos de lazer.

Com este programa, pretendemos atingir objectivos muito concretos :

• Conhecer e valorizar as características particulares da cultura popular andaluza.

• Favorecer e reviver as tradições populares.

• Oferecer alternativas aos longos momentos de lazer dos habitantes.

Entre as actividades que realizamos para atingir os nossos objectivos, podemos citar :

• Conferências-colóquios sobre temas que interessam aos adultos, tais como


alimentação e alimentos, integração dos imigrantes, conhecimento e defesa do
nosso património ecológico, etc.

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• Revalorização de festas e tradições da nossa aldeia, a partir de refeições conviviais nos dias
de festas populares, confecção de máscaras e organização de desfiles para o Carnaval,
exposições de antiguidades e trabalhos manuais, trabalhos de investigação sobre a
gastronomia da região (recolha, elaboração e concurso de receitas de pratos típicos),
trabalhos de investigação sobre o nosso folclore com audições musicais, realização e
exposições de cartazes sobre a nossa comunidade, etc.

• Visitas e viagens culturais.

• Ateliers de trabalhos manuais, pintura, ginástica, costura, inglês, informática, cerâmica,


danças folclóricas, guitarra, etc., todos organizados em estreita relação com os “planos
educativos locais”. Para a sua realização, contamos na maioria dos casos com os próprios
residentes, que se tornam assim monitores de proximidade.

Para a realização destas actividades, recebemos subvenções provenientes de Consejeria


d’Educación y Ciência da Junta de Andaluzia, município de Sorbas, Diputación Provincial,
Gabinete Pedagógico de Belas-Artes, Comissão Comarcal “Filabres-Alhamilla”. Outros
recursos humanos são também disponibilizados pela Biblioteca Municipal, a Associação de
Mulheres no Lar “Zuleima” e o Gabinete de Turismo.

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1.8 Como financiar os Clubes ?

No que diz respeito às despesas relativas ao pessoal e ao funcionamento corrente,


será preciso procurar, caso a caso, a melhor solução. Alguns parceiros poderão
inscrever o essencial dos custos no seu orçamento próprio. Por vezes, será necessário
mobilizar diversas organizações locais, podendo cada uma contribuir de forma
financeira, material ou através de pessoal. O papel das autarquias locais será sem
dúvida determinante, mas é preciso também activar o “mecenato social”. Algumas
receitas próprias, a título de quotizações ou prestações de serviços remunerados,
ajudarão também a reforçar o grau de autonomia dos Clubes e o nível de
responsabilização dos seus aderentes. Acontecimentos culturais e outros, organizados
localmente, poderão também tornar-se fontes de receitas.

Para poder assegurar uma ajuda económica aos Clubes S@bER +, a Agência de
coordenação deverá beneficiar de fundos específicos, através de financiamento
público ou de outros patrocinadores, a fim de:

• cobrir o seu próprio funcionamento ;

• fornecer uma subvenção inicial de lançamento e de coordenação de cada


Clube (quer em dinheiro, quer em equipamento e material) ;

• cobrir as despesas com reuniões regionais ou nacionais entre Clubes ;

• organizar ou financiar acções de formação e de informação, realizadas ao


nível nacional ou inter-regional, e destinadas aos animadores ;

• apoiar uma rede telemática que ligue todos os Clubes entre si e com a
Agência, assim como a actualização regular dos produtos e programas
informáticos relevantes.
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ALMERÍA ACOGE (ESPANHA)

Almería Acoge é uma associação que, baseando-se nos princípios da solidariedade internacional e
da procura de justiça, visa a promoção dos direitos dos imigrantes. O seu principal objectivo é
promover a integração dos imigrantes e das suas famílias, de forma a que possam tornar-se
membros activos da sociedade e, durante este processo e respeitando sempre a identidade de cada
país, assegurar que as duas partes cheguem a um melhor conhecimento e enriquecimento mútuo.

Para o desenvolvimento dos seus objectivos, a associação conta com três Centros de Informação e
Acolhimento situados em Almería, Roquetas de Mar e El Ejido, onde se desenvolvem, entre outras,
as seguintes actividades:

• Primeiro acolhimento; é um espaço de relação e de escuta activa centrado na


solidariedade e na procura de recursos privados ou públicos para satisfazer
pedidos concretos;

• Serviço jurídico-documental; um programa de informação, orientação e gestão sobre


os documentos necessários à legalização para residência e trabalho em Espanha;

• Serviço de inserção no trabalho : programa de apoio à inserção directa no trabalho,


através de uma intervenção no mercado de emprego e através de uma oferta de pré-
formação ou formação profissional específica;

• Serviço de ajuda ao alojamento : programa de apoio ao acesso e à manutenção de


alojamentos condignos;

• Actividades de apoio à educação dos trabalhadores imigrantes e dos seus familiares:


através de acções de formação não formal, sobretudo no que concerne à língua e à
cultura, e através de actividades de sensibilização e de convívio intercultural nos
colégios, liceus e centros de adultos;

• Actividades de sensibilização social: campanhas de sensibilização para a população em geral.

O financiamento de Almería Acoge (um braço provincial de Andalucía Acoge) é assegurado com base
em pedidos de subvenções públicas e privadas, de quotizações dos membros associados e, por fim,
de doações de particulares, de empresas, etc.

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1.9 Funções e formação dos agentes

O projecto de criação dos Clubes S@bER + não visa a construção de uma rede de
centros altamente especializados em aconselhamento e orientação, mas sim a
abertura de uma primeira porta, de natureza informal e convivial, dirigida
prioritariamente àqueles que até agora têm ignorado ou desconfiado das ofertas
existentes em educação e formação de adultos ou outras fileiras de inserção social
pela actividade cívica ou cultural.

Além disso, esta "porta aberta" será sem dúvida transposta por públicos muito
diversificados (de uma maneira geral, os adultos – mais ou menos idosos – que
procuram aprender ao longo das suas vidas e manter-se social e culturalmente
activos, particularmente: desempregados idosos, mulheres que pretendem retornar
a um estatuto de assalariadas, jovens adultos “à deriva”, imigrantes, trabalhadores
que procuram mudar de carreira, reformados, beneficiários do rendimento mínimo
de inserção, ...), cada um e cada uma exprimindo ou revelando necessidades muito
diversas e manifestando muitas das vezes vários obstáculos psicológicos (falta de
confiança em si, vivência de alguns insucessos, incluindo o escolar, o medo de ser
demasiado idoso ou ignorante para poder aprender ou mudar, o pouco à-vontade
face a produtos culturais ou modalidades de socialização propostas, a falta
de informações ...).

Perante uma tal situação, onde coexistirão, por um lado, uma gama variada de
instituições, para quem de qualquer modo as actividades de um Clube S@bER + terão
sempre uma importância secundária, e, por outro lado, uma extrema variedade e
complexidade de casos pessoais, é preciso sem dúvida ter em atenção que o papel
destes Clubes não é o de encontrar respostas a todos os problemas que vão enfrentar.
Tratar-se-á, sobretudo, e isto já é muito importante, de ajudar os seus « clientes » a
36 encontrar uma via, e de tecer uma rede local de cumplicidades e de alianças que,

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uma vez postas em relação, poderão permitir que essa via, uma vez escolhida, se
torne realidade.

Esta « simples » função de ajuda ao adulto a encontrar uma via exigirá um esforço
estruturado e apoiado no domínio da formação dos agentes que trabalhem no
âmbito destes Clubes: uma formação que deve ajudar a definir e a desmultiplicar em
actividades, esta função primordial. Dada a dimensão essencialmente cívica dos
Clubes, uma longa formação inicial, acompanhada da atribuição de uma qualificação
profissional especializada, não se pode aqui colocar, pelo menos numa fase de
lançamento. As modalidades do programa de formação - a definir e a concretizar sob
responsabilidade da Agência de coordenação - tomarão sobretudo a forma de
encontros periódicos entre agentes dos Clubes e animados por formadores, estágios
em centros mais antigos ou com melhores desempenhos, visitas de estudo no país e
estrangeiro (neste último caso, utilizando dispositivos de ajuda a intercâmbios
transnacionais, tais como GRUNDTVIG, ARION, ...).

OS CENTROS DE RECONHECIMENTO, VALIDAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS CHAVE -


CRVCC (PORTUGAL)

Em Portugal, a Agência Nacional para a Educação e Formação de Adultos (ANEFA) concebeu e pôs
em prática, desde 1999-2000, um Sistema Nacional de Reconhecimento e Certificação de
Competências, uma experiência que está a acompanhar de muito perto. Esta iniciativa visa dar uma
oportunidade a todos os adultos, especialmente aos adultos activos que não possuem qualquer
certificado ao nível do ensino básico, de ver reconhecidas, validadas e certificadas as competências
que adquiriram em diferentes contextos e domínios da sua via.

A Portaria 1082-A/2001, de 5 de Setembro, criou a Rede de Centros RVCC (84 a criar até 2006), sob a
responsabilidade de instituições públicas ou privadas, que devem acolher e orientar as pessoas
adultas, no âmbito de procedimentos de identificação, validação e certificação dos seus
conhecimentos e competências, na base do princípio de que tal reconhecimento representa um
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direito de cidadania. Entre outras funções, estes Centros ocupam-se de informação,
aconselhamento e acompanhamento dos adultos que residem e/ou trabalham no seu território.
Para melhor prosseguir estas funções, cada Centro RVCC deve albergar um Clube S@bER +
enquanto instrumento de animação local.

Embora a estrutura dos futuros Clubes S@bER + não se encontre ainda inteiramente definida, os
Centros RVCC já abertos responsabilizam-se por algumas das tarefas previstas no que diz respeito a
acolhimento e aconselhamento. Toda a equipa, do administrativo ao director, está envolvida nesta
abordagem de acolhimento, sendo o papel principal assegurado pelo técnico especializado em
reconhecimento e validação de competências.

A formação das equipas dos Centros RVCC foi, desde o início, uma das grandes preocupações da
ANEFA, que preparou para este efeito uma metodologia de investigação-acção. A formação em
curso inclui sempre, além das intervenções de peritos na matéria, uma análise profunda e partilhada
das práticas das equipas, num processo que se alarga e se reconstrói permanentemente. À medida
que a rede dos centros se alarga, os profissionais que seguiram esta formação e trabalham no
terreno assegurarão, por sua vez, o papel de formadores para as novas equipas. Assim, será possível
prosseguir e aprofundar esta abordagem inovadora estreitamente ligada às necessidades e às
expectativas dos adultos, e isto numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida. Uma vez
concretizada a integração de um Clube S@bER + em cada Centro RVCC, a capacidade de
intervenção das equipas e da comunidade circundante será reforçada e alargada, abrindo novas
oportunidades de formação e criando espaços para uma busca livre de conhecimentos.

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1.10 Acompanhamento e avaliação

Dada a natureza experimental e muito descentralizada deste programa, assim como


a dificuldade em encontrar previamente uma definição clara de todas estas
componentes e consequências, não será possível elaborar desde já um quadro
avaliativo preciso. Além disso, o impacto das actividades dos Clubes S@bER + não
será, de uma maneira geral, sentido de imediato; e quanto mais tarde se
manifestarem os seus efeitos, mais difícil será concluir que se devem, no todo ou em
parte, à sua acção. Contudo, a Agência de coordenação deverá elaborar, desde o
início do programa, diversos instrumentos (ficha de primeiro contacto, ficha de
entrevista, carteira pessoal de percurso, etc.) que permitirão empreender, chegado o
momento oportuno, exercícios de balanço e avaliação (tanto interna como externa)
no seio da rede dos Clubes.

Por outro lado, a Agência de coordenação deverá também definir uma grelha de
indicadores referentes à tipologia e ao grau de qualidade dos diferentes serviços que
um Clube poderá fornecer. Com base nesta grelha será então estabelecido um fluxo
regular de comunicação entre a Agência e os Clubes, de forma a permitir um
acompanhamento a distância, assim como revisões periódicas da grelha inicial. As
reuniões de partilha de informação, organizadas regularmente entre Clubes,
adoptarão estes documentos de acompanhamento e avaliação como base para as
suas análises, debates e prospectiva.

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anexos
As organizações participantes

Coordenador

• Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos - ANEFA

Rua do Vale do Pereiro, nº16 - 1º andar


1250 - 271 Lisboa, Portugal
tel. +351 21 383 76 00
fax +351 21 383 76 99
e-mail: anefa@anefa.pt
web: www.anefa.pt

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Parceiros

• Centre Université Economie Education Permanente - CUEEP

11, rue Auguste Angellier


59046 Lille Cedex France
tel. +33 03 20 58 11 11
fax +33 03 20 58 11 10
e-mail: cueep@univ-lille1.fr
web: www.cueep.univ-lille1.fr

• Delegación de Educación y Ciência de Almería

Paseo de la Caridad, 125


Finca de Santa Isabel
04008 Almeria España
tel.+34 950 004 585
fax +34 950 004 575
e-mail: fmaldonado@dpal.cec.junta-andalucia.es
web: www.cec.junta-andalucia.es/almeria

• Fondation pour le Développement de l’Education Permanente - FDEP


("silent partner")

Case Postale 429


1211 - Genève 4
e-mail : info@fdep.ch
web: www.fdep.ch

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A equipa do projecto transnacional

Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos - ANEFA

• Maria Teresa Braz Gonçalves (coordenação)


• Ana Luísa Viseu
• Filomena Lopes
• Lucília Maria Pinho

Centre Université Economie Education Permanente - CUEEP

• Gérard Mlékuz
• Christian Ladesou
• Luc Destailleur
• Nathalie Sename

Delegación de Educación y Ciência de Almería

• Andrés Cabrera López


• Ángeles Cano Medina
• Manuel Martínez Sánchez
• Ana Maria Ruiz Acién

Fondation pour le Développement de l’Education Permanente - FDEP


("silent partner")

• Johnny Stroumza
• Bernadette Morand-Aymon
• Pierre-Alain Léchot

Consultor do projecto

• Alberto Melo
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