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clubes S@bER
princípios e orientações
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clubes S@bER
um espaço
espa o de informaçã
informa ção
o e orientaçã
orienta ção,
o, um espaço
espa o de rela
relaçã
ção
Guia dos Clubes S@bER + : princípios e orientações
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Princípios e orientações
2. Anexos
As organizações participantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
(1) Programa SOCRATES - GRUNDTVIG - Esta acção visa incentivar a dimensão europeia da educação ao longo
da vida através da cooperação transnacional. Pretende promover a inovação e melhorar a qualidade da
aprendizagem, facilitando o acesso a todas as pessoas que, em qualquer momento da vida, desejem
adquirir conhecimentos.
neste projecto a Fondation pour le Développement de l’Education Permanente -
FDEP, sediada em Genebra, Suiça.
Assim, este Guia oferece uma visão sucinta do que pode e deve ser um centro de
acolhimento, de informação, de encontro, de motivação, até mesmo de promoção de
actividades de teor educativo, a fim de satisfazer as condições necessárias à atribuição
da denominação "Clubes S@bER +".
É necessário afirmar desde já que não é possível, nem desejável, definir um modelo
único e normalizado de Clube S@bER +, porque cada país e cada instituição deverá
testar e encontrar o formato mais apropriado aos contextos e aos públicos em causa.
Os diferentes Clubes deverão inscrever-se ao longo de uma linha contínua de funções,
uns numa dimensão minimalista, reduzidos a um papel (aliás, essencial) de
acolhimento e animação, e outros já maximalistas, capazes de integrar toda uma
gama de funções, desde o convívio e orientação até à oferta de formação e de outras
acções de inserção para pessoas adultas.
Este Guia destina-se em primeiro lugar aos responsáveis dos Clubes e respectivos
parceiros, visando incentivá-los a introduzir um conjunto de iniciativas sobre a
promoção da procura de educação e formação no interior dos seus planos de
actividades correntes. Ora, tal iniciativa por parte das mais diversas instituições,
públicas ou privadas, será por certo facilitada se existir previamente este tipo de
documentação de base sobre as finalidades e o funcionamento destes Clubes. O Guia
apresenta, nomeadamente, os princípios e critérios que deverão estar na base das
convenções a celebrar, no futuro, entre a Agência coordenadora e os candidatos à 7
instalação destes Clubes.
princípios e orientações
1.1 Clubes S@bER +, porquê ?
Esta nova iniciativa, que recebeu em Portugal a designação de "Clubes S@bER +", visa
justamente atrair a atenção e suscitar o interesse por parte dos adultos para as
diferentes formas e modalidades de uma aprendizagem, não só possível como
desejável, ao longo de toda a vida, assim como para uma cidadania mais activa. Os
Clubes estarão abertos a todas as pessoas, mas darão, em princípio, prioridade e uma
atenção mais forte aos adultos que se encontram mais desprovidos em matéria de
escolaridade e de qualificação.
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Este Museu, sob tutela municipal, teve a sua génese numa recolha etnográfica levada a cabo por
jovens estudantes em 90 localidades portuguesas, sob a orientação de Michel Giacometti, durante o
Verão de 1975. Em 1987, o Museu realizou a sua primeira exposição, designada “O trabalho faz o
homem” e, em 1995, apresentou-se ao público na própria sede social - uma antiga fábrica de
conservas de peixe recuperada para este efeito pela autarquia - prosseguindo os seus objectivos
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Os Clubes S@bER + prosseguem quatro funções principais que se situam a montante dos
organismos, oficiais ou não, vocacionados para garantir a entrada nos sistemas formais de
educação e formação de adultos (centros de orientação, balanço, formação, ...) :
Uma função de informação fornecendo aos adultos dados sobre as possibilidades / opções
em matéria de educação e formação, em contextos formais ou não formais, e isto com a
finalidade de
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Antes de mais, os Clubes deverão ser organizados como um local agradável para
passar alguns minutos, algumas horas; só ou acompanhado; tomando um café,
lendo um jornal ou uma revista, jogando às cartas, utilizando as novas tecnologias
ou navegando na internet... Devem ter, portanto, um espaço bem definido, um
equipamento de base - mesas, cadeiras, expositores, um pequeno bar, ... ; mas,
sobretudo, uma estrutura de acolhimento - uma ou mais pessoas (ao mesmo tempo
ou por turnos), para receber os visitantes, pô-los à vontade, explicar-lhes as
actividades em curso, as condições de participação no centro - em princípio, sem
encargos financeiros mas privilegiando-se a inscrição como membros. Um local
onde os adultos se sentem bem acolhidos: um lugar de intercâmbios, de conversas,
mas também um lugar de organização de encontros, acontecimentos, visitas a
sítios de interesse comum: por exemplo, centros culturais, centros de formação,
bibliotecas, museus, ...
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quadros associativos, directores de teatro, dirigentes desportivos, ...) que, de uma
Os Clubes S@bER + serão um local privilegiado para se lançar uma rede de trocas de
saberes e/ou de serviços, ou para se realizar um inventário das “competências fortes”,
a montante do trabalho de um CRVCC. Tratar-se-á de organizar sistematicamente
um ficheiro com as ofertas gratuitas por parte dos membros e de outros voluntários
(atraídos por uma intensa campanha de promoção conduzida ao nível local e
nacional) para ensinar qualquer coisa de útil (uma língua, uma técnica, ...) e,
paralelamente, um outro ficheiro com os pedidos de formações curtas e informais
do mesmo tipo. De seguida, e logo que um número mínimo de pedidos de um
mesmo tema seja atingido, o Clube organizará estas formações, se possível, nas suas
próprias instalações, tornando-se assim um verdadeiro espaço de aprendizagem. Em
caso de impossibilidade, organizá-las-á nas instalações de um dos parceiros da rede
territorial que naturalmente se irá tecendo em torno destes Clubes.
Na maioria dos casos, o processo de inserção no Clube não passará de início por uma
actividade explicitamente educativa, mas exigirá previamente um "estágio social"
capaz de facilitar uma consciência mais aprofundada e uma prática do “eu com os
outros”, ou ainda um “atelier de expressão” ou um “espaço de criação”. Os Clubes
devem, por isso, conhecer os diferentes “lugares de inserção” do seu próprio território,
de forma a poder dar resposta (ou a tomar a iniciativa de as propor) a certos pedidos
que, não tendo inicialmente uma natureza educativa, poderão, apesar disso, servir de
ponto de partida para um processo de formação / acção / produção / criação de novas
actividades, socialmente úteis e portadoras de competências.
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Está a ser lançado em Roubaix (França) um projecto que apresenta alguns pontos de convergência
com os "Clubes S@bER +" : a criação de uma Universidade Popular, baseada numa parceria entre a
associação "Alentour", o CUEEP (Centre Universitaire Economie Education Permanente) de Lille e a
Direction Générale de la Ville Renouvelée, de l’Education et de la Culture do município. Esta
Universidade Popular, cuja abertura está prevista para 2003, pretende favorecer «a articulação entre
educação permanente e projectos de transformação social, oferecendo a todos os adultos – mas
procurando estar acessível prioritariamente aos residentes mais necessitados – espaços de
informação sobre a formação, de negociação e avaliação dos itinerários de formação». Para isso,
tentará agrupar “todas as ‘forças vivas’ do território que contribuam para o desenvolvimento
educativo, cultural, social e económico da cidade”.
São assim propostos para a Universidade Popular de Roubaix seis dispositivos, articulados
entre si:
6. Um dispositivo de comunicação.
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• contar com uma ou mais pessoas disponíveis, ainda que a tempo parcial, para
participar nas actividades internas e externas que se inserem nas funções de
um Clube.
A criação dos Clubes deverá ser objecto de uma estratégia voluntarista, traçada pela
Agência de coordenação e que inclui diferentes etapas, entre as quais :
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• acompanhamento e avaliação do funcionamento de cada um dos projectos
aprovados pela Agência.
No Norte de França, o complexo mineiro cessou a exploração de carvão, deixando o território numa
situação económica, social e cultural muito difícil.
Um dos municípios afectados, Sallaumines, viu-se confrontado com a renovação urbana e social de
um dos seus bairros e lançou-se então numa vasta operação de reordenamento e de reabilitação.
O eixo social desta operação consistiu, entre outros projectos, em construir e dar vida a uma Casa
da Cidadania, aberta aos habitantes do bairro e com o fim de favorecer o desenvolvimento cultural,
educativo, económico e social.
O CUEEP, parceiro desta autarquia desde há trinta anos, contribuiu com as suas competências em
engenharia de montagem de projectos e como entidade formadora, a fim de introduzir uma
abordagem participativa junto dos habitantes.
Neste sentido, o CUEEP propôs a realização de um inquérito participativo a realizar por um grupo
de residentes.
• Através do inquérito,
- informar a população sobre o projecto ;
- dar a palavra aos habitantes ;
- recolher opiniões sobre as suas expectativas e necessidades relativamente
ao bairro e torná-los actores do processo que deve tomar a vida do bairro,
impulsionado por este projecto de reabilitação;
• Levar o grupo inquiridor a apreender as técnicas de animação e de mediação social.
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• Para as pessoas que participaram na realização do inquérito, permitiu, entre outras coisas :
- descobrir quais são hoje as novas técnicas da mediação urbana,
- desenvolver competências sociais e profissionais no domínio da mediação urbana.
• Para o bairro :
- o inquérito participativo teve como primeiro efeito interpelar e mobilizar
uma parte da população quanto ao seu lugar no projecto de reabilitação,
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• um orçamento mínimo;
Réalise, uma associação sem fins lucrativos, foi criada em 1984, na Suiça. É constituída por três
programas-empresa, que oferecem 90 lugares de estágios de reinserção para homens e mulheres
pouco ou nada qualificados, e muitas vezes em dificuldade, por um período que varia entre 6 a 18
meses. Os estagiários são enquadrados por profissionais. É dado apoio à procura de emprego, à
elaboração de um projecto de formação ou uma orientação para prestações por parte de outras
instituições. São aqui oferecidas actividades muito diversas, como: jardinagem, pequenos
transportes, renovação de roupa usada, gestão de lixos, trabalhos de reparação, reciclagem de
material informático usado.
Um projecto-piloto de rede de troca de saberes está a ser conduzido numa das empresas
sociais, propondo aos organizadores e aos estagiários aprenderem mutuamente conforme a
oferta e a procura.
"Ateliers Service" e "Rapid Service” são empresas que produzem bens e serviços para o mercado, em
condições o mais próximo possível das empresas com fins comerciais. "Communauté Service" é um
programa de emprego temporário colectivo que fornece prestações de interesse geral, não
mercantis, às colectividades do cantão de Genebra.
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Para assegurar uma boa execução das actividades próprias a estes Clubes, são
necessários agentes muito motivados para as questões de justiça social, democracia
cultural e participativa, de promoção e divulgação dos conhecimentos. E,
simultaneamente, competentes e eficazes quanto a métodos e técnicas de
acolhimento, animação, informação, comunicação e reforço do teor educativo das
actividades que rodeiam o Clube. Neste sentido, devem ser regularmente
organizadas, nomeadamente pela Agência de coordenação, acções de sensibilização,
de formação e de contacto permanente em rede entre Clubes, com partilha de
experiências, metodologias, sucessos ou revezes. Estas iniciativas visarão tanto os
profissionais remunerados como os colaboradores voluntários.
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A animadora já lá está, chega antes das mulheres para preparar o centro e acolhê-las. Põe água a
aquecer para o chá, dispõe as mesas, as cadeiras, em função dos diferentes ateliers previstos para
o dia. Tudo está calmo por agora... Pouco a pouco, o centro enche-se, em baixo, os carrinhos de
bébé começam a bloquear a entrada, na escada ecoam os “bom dia!” amigáveis, em diferentes
pronúncias. Lá em cima, ouvem-se as vozes dos mais pequenos, que se reencontram no espaço das
crianças, e as das suas mães que falam entre si ou com a educadora. Os cursos de francês estão
prestes a começar...
Um lugar caloroso
Há mais de dez anos que o centro Camarada acolhe mulheres refugiadas de todas as
nacionalidades e as suas crianças. Sempre à escuta destas pessoas, das suas necessidades e das
dificuldades que enfrentam, tem organizado diversas actividades, tais como cursos de francês,
cursos de alfabetização, de educação para a saúde, de costura, etc. A finalidade destas actividades
é permitir a estas mulheres - que estão longe do seu meio de origem, separadas do ambiente
familiar e social que dava sentido às suas vidas - encontrar referentes que as ajudem a adaptar-se
à nossa sociedade.
Cursos e ateliers
Os cursos de francês vão desde a alfabetização à conversação. Este ensino é antes de mais
orientado para as necessidades das participantes, estando principalmente centrado na
aprendizagem de um francês prático e quotidiano.
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A experiência deste últimos anos prova que para muitas mulheres, a passagem por Camarada
oferece uma abertura sobre o seu novo ambiente social e por vezes sobre o mundo do trabalho.
O Espaço crianças
Permite que as mães frequentem o centro acompanhadas pelas suas crianças. É um espaço aberto
e contíguo ao local onde decorrem os cursos e os ateliers; é também um local acessível a qualquer
instante que dá segurança tanto às mães como às crianças, fragilizadas pelos acontecimentos que
todas tiveram que enfrentar.
Um grupo de apoio escolar acolhe, às 4ªs feiras de manhã, as crianças mais velhas que já
estão escolarizadas.
Educação e saúde
Anualmente, são propostas às mulheres 8 a 10 animações sobre saúde, assim como cursos de
ginástica (dadas no centro) e saídas até à piscina. Os cursos de educação para a saúde são dados
por uma médica e outros profissionais de saúde (parteira, enfermeira, etc.).
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O Clube deve dispor de espaços (pelo menos uma sala e um gabinete) e de móveis /
equipamentos adequados: cadeiras, mesas, expositores para jornais e revistas, bar
(máquina de café, chaleira), computador - com acesso a internet e correio electrónico,
fotocopiadora, gravador e outros equipamentos para a leitura de cassetes audio, CD
ou DVD, máquina fotográfica digital, etc. Alguns destes equipamentos podem não
pertencer ao Clube mas devem estar disponíveis, na proximidade e nas instalações
dos parceiros. Está previsto que a Agência de coordenação, por ocasião da
convenção de instalação de um Clube S@bER + e sempre que se julgar necessário,
disponibilizará um “pacote de lançamento”, onde se inclui o equipamento
considerado como um “mínimo vital” para dar início à actividade.
Quanto aos produtos que devem estar acessíveis ao público, em cada Clube,
tratar-se-á sobretudo de material de informação ao nível local, regional, nacional e
até europeu, regularmente actualizado, sobre questões relevantes para o trabalho do
Clube e de interesse para os seus aderentes e para o público em geral: diferentes
documentos para ler, ver ou escutar; programas informáticos lúdicos e educativos ...
É também importante recolher permanentemente os produtos resultantes de acções
de educação e formação de adultos que decorrem localmente e mantê-los
disponíveis em cada Clube.
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O nosso Centro situa-se na pequena aldeia de Sorbas (Almería) a uns cinquenta quilómetros da
capital, com uma população, muito dispersa, de 3000 habitantes. Dispomos de um local,
pertencente à autarquia, onde se encontram duas salas de formação e uma grande sala que
utilizamos para os ateliers, as conferências, etc.
Entre as actividades que realizamos para atingir os nossos objectivos, podemos citar :
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Para poder assegurar uma ajuda económica aos Clubes S@bER +, a Agência de
coordenação deverá beneficiar de fundos específicos, através de financiamento
público ou de outros patrocinadores, a fim de:
• apoiar uma rede telemática que ligue todos os Clubes entre si e com a
Agência, assim como a actualização regular dos produtos e programas
informáticos relevantes.
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Almería Acoge é uma associação que, baseando-se nos princípios da solidariedade internacional e
da procura de justiça, visa a promoção dos direitos dos imigrantes. O seu principal objectivo é
promover a integração dos imigrantes e das suas famílias, de forma a que possam tornar-se
membros activos da sociedade e, durante este processo e respeitando sempre a identidade de cada
país, assegurar que as duas partes cheguem a um melhor conhecimento e enriquecimento mútuo.
Para o desenvolvimento dos seus objectivos, a associação conta com três Centros de Informação e
Acolhimento situados em Almería, Roquetas de Mar e El Ejido, onde se desenvolvem, entre outras,
as seguintes actividades:
O financiamento de Almería Acoge (um braço provincial de Andalucía Acoge) é assegurado com base
em pedidos de subvenções públicas e privadas, de quotizações dos membros associados e, por fim,
de doações de particulares, de empresas, etc.
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O projecto de criação dos Clubes S@bER + não visa a construção de uma rede de
centros altamente especializados em aconselhamento e orientação, mas sim a
abertura de uma primeira porta, de natureza informal e convivial, dirigida
prioritariamente àqueles que até agora têm ignorado ou desconfiado das ofertas
existentes em educação e formação de adultos ou outras fileiras de inserção social
pela actividade cívica ou cultural.
Além disso, esta "porta aberta" será sem dúvida transposta por públicos muito
diversificados (de uma maneira geral, os adultos – mais ou menos idosos – que
procuram aprender ao longo das suas vidas e manter-se social e culturalmente
activos, particularmente: desempregados idosos, mulheres que pretendem retornar
a um estatuto de assalariadas, jovens adultos “à deriva”, imigrantes, trabalhadores
que procuram mudar de carreira, reformados, beneficiários do rendimento mínimo
de inserção, ...), cada um e cada uma exprimindo ou revelando necessidades muito
diversas e manifestando muitas das vezes vários obstáculos psicológicos (falta de
confiança em si, vivência de alguns insucessos, incluindo o escolar, o medo de ser
demasiado idoso ou ignorante para poder aprender ou mudar, o pouco à-vontade
face a produtos culturais ou modalidades de socialização propostas, a falta
de informações ...).
Perante uma tal situação, onde coexistirão, por um lado, uma gama variada de
instituições, para quem de qualquer modo as actividades de um Clube S@bER + terão
sempre uma importância secundária, e, por outro lado, uma extrema variedade e
complexidade de casos pessoais, é preciso sem dúvida ter em atenção que o papel
destes Clubes não é o de encontrar respostas a todos os problemas que vão enfrentar.
Tratar-se-á, sobretudo, e isto já é muito importante, de ajudar os seus « clientes » a
36 encontrar uma via, e de tecer uma rede local de cumplicidades e de alianças que,
Esta « simples » função de ajuda ao adulto a encontrar uma via exigirá um esforço
estruturado e apoiado no domínio da formação dos agentes que trabalhem no
âmbito destes Clubes: uma formação que deve ajudar a definir e a desmultiplicar em
actividades, esta função primordial. Dada a dimensão essencialmente cívica dos
Clubes, uma longa formação inicial, acompanhada da atribuição de uma qualificação
profissional especializada, não se pode aqui colocar, pelo menos numa fase de
lançamento. As modalidades do programa de formação - a definir e a concretizar sob
responsabilidade da Agência de coordenação - tomarão sobretudo a forma de
encontros periódicos entre agentes dos Clubes e animados por formadores, estágios
em centros mais antigos ou com melhores desempenhos, visitas de estudo no país e
estrangeiro (neste último caso, utilizando dispositivos de ajuda a intercâmbios
transnacionais, tais como GRUNDTVIG, ARION, ...).
Em Portugal, a Agência Nacional para a Educação e Formação de Adultos (ANEFA) concebeu e pôs
em prática, desde 1999-2000, um Sistema Nacional de Reconhecimento e Certificação de
Competências, uma experiência que está a acompanhar de muito perto. Esta iniciativa visa dar uma
oportunidade a todos os adultos, especialmente aos adultos activos que não possuem qualquer
certificado ao nível do ensino básico, de ver reconhecidas, validadas e certificadas as competências
que adquiriram em diferentes contextos e domínios da sua via.
A Portaria 1082-A/2001, de 5 de Setembro, criou a Rede de Centros RVCC (84 a criar até 2006), sob a
responsabilidade de instituições públicas ou privadas, que devem acolher e orientar as pessoas
adultas, no âmbito de procedimentos de identificação, validação e certificação dos seus
conhecimentos e competências, na base do princípio de que tal reconhecimento representa um
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Embora a estrutura dos futuros Clubes S@bER + não se encontre ainda inteiramente definida, os
Centros RVCC já abertos responsabilizam-se por algumas das tarefas previstas no que diz respeito a
acolhimento e aconselhamento. Toda a equipa, do administrativo ao director, está envolvida nesta
abordagem de acolhimento, sendo o papel principal assegurado pelo técnico especializado em
reconhecimento e validação de competências.
A formação das equipas dos Centros RVCC foi, desde o início, uma das grandes preocupações da
ANEFA, que preparou para este efeito uma metodologia de investigação-acção. A formação em
curso inclui sempre, além das intervenções de peritos na matéria, uma análise profunda e partilhada
das práticas das equipas, num processo que se alarga e se reconstrói permanentemente. À medida
que a rede dos centros se alarga, os profissionais que seguiram esta formação e trabalham no
terreno assegurarão, por sua vez, o papel de formadores para as novas equipas. Assim, será possível
prosseguir e aprofundar esta abordagem inovadora estreitamente ligada às necessidades e às
expectativas dos adultos, e isto numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida. Uma vez
concretizada a integração de um Clube S@bER + em cada Centro RVCC, a capacidade de
intervenção das equipas e da comunidade circundante será reforçada e alargada, abrindo novas
oportunidades de formação e criando espaços para uma busca livre de conhecimentos.
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Por outro lado, a Agência de coordenação deverá também definir uma grelha de
indicadores referentes à tipologia e ao grau de qualidade dos diferentes serviços que
um Clube poderá fornecer. Com base nesta grelha será então estabelecido um fluxo
regular de comunicação entre a Agência e os Clubes, de forma a permitir um
acompanhamento a distância, assim como revisões periódicas da grelha inicial. As
reuniões de partilha de informação, organizadas regularmente entre Clubes,
adoptarão estes documentos de acompanhamento e avaliação como base para as
suas análises, debates e prospectiva.
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Coordenador
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• Gérard Mlékuz
• Christian Ladesou
• Luc Destailleur
• Nathalie Sename
• Johnny Stroumza
• Bernadette Morand-Aymon
• Pierre-Alain Léchot
Consultor do projecto
• Alberto Melo
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