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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Práticas Agrícolas Aplicadas a


Cultura da Cana-de-açúcar

GILSON MOURA FILHO


Engenheiro-Agrônomo, D.Sc.
(Solos e Nutrição de Plantas)

Leila Cruz da Silva


Engenheira-Agrônoma, M.Sc., Doutoranda
(Ciência do Solo)

Campo Alegre, 25/02/08


Variedade

Manejo PRODUTIVIDADE Clima

Solo
Cana colhida – Co997 (Usina Porto Rico)

Nem tudo está perdido!


Co997 (Usina Porto Rico)

Nem tudo está perdido!


Solos de Tabuleiros Costeiros
• Tabuleiros Costeiros
• Solos ácidos e pobres (P)
• Pobreza em bases trocáveis (Ca, Mg e K)
• Baixo teor de matéria orgânica - N

• Baixa CTC ➔ • Matéria orgânica (camada superficial)


• Textura do solo (Argila)-profundidade
• Espessura da camada superficial
Solos de Tabuleiros Costeiros
• Tabuleiros Costeiros

• Horizontes coesos, fragipã e duripã

• Penetração do Sistema Radicular


• Infiltração e movimentação de água
• Ar do solo
• Limita a absorção de água e nutrientes
A

BA

Bw

Latossolo Amarelo Coeso – Faz. Nova (Usina Guaxuma)


Latossolo Amarelo Coeso – Faz. Nova (Usina Guaxuma)
Argissolo Amarelo – (Usina
Nem tudo São José do Pinheiro)
está perdido!
A

Bhs

Bsm
Espodossolo Ferrocárbico duripânico – Faz. Nova (Usina Guaxuma)
Argissolo Amarelo distrófico típico (Faz. Sta. Tereza, lote 51 - Usina Porto Rico)
Latossolo Amarelo coeso petroplíntico (Faz. Sta. Tereza, lote 16 - Usina Porto Rico)
Argissolo Amarelo distrófico arênico fragipânico (Faz. Maninbu, lote 27 - Usina Porto Rico)
Práticas Agrícolas

• Subsolagem

• Adubação verde

• Calagem e Gessagem

• Adubação
Subsolagem
Compacidade do Solo
• A influência dos fatores que ocorrem abaixo da superfície
do solo sobre a produção final da cana-de-açúcar depende
do grau de sua incidência, contudo as condições físicas do
solo interferem, decisivamente no desempenho do sistema
radicular.

• É fato comprovado por vários pesquisadores que a


compactação do solo é causa de um grande
impedimento ao desenvolvimento normal do sistema
radicular e conseqüentemente diminuição na absorção
de água e nutrientes (CAMARGO, 1983; PRIMAVESI,
1985).
Resposta da Subsolagem
CORSINI (1979), estudando as camadas compactadas do
solo, observou que elas restringiram o desenvolvimento normal
das raízes. As condições que prejudicaram o crescimento normal
das raízes foram: baixa percentagem de macroporos e ausência de
fendas; baixa concentração de oxigênio, excesso de água durante
as chuvas e déficit nos períodos secos; variação na
disponibilidade de nutrientes; presença de substâncias tóxicas e
interfaces resultantes de gradientes texturais e estruturais no solo.

DEMATTÊ (1981) observou que a utilização de uma grade pesada


após a subsolagem para destorroar o solo e eliminar ervas
daninhas anulou totalmente os seus efeitos benéficos.
Resposta da Subsolagem
ROSA (1981) constatou que para manter uma boa taxa de
infiltração da água em uma área que foi subsolada, deve-se efetuar
o plantio sem preparo, pois caso contrário os efeitos benéficos da
subsolagem desaparecem rapidamente.

SANTOS (1992), avaliando os efeitos da subsolagem na


estrutura do Latossolo Amarelo Álico coeso, verificou uma
diminuição na resistência do solo à penetração das raízes nos
sulcos de subsolagem e nas entrelinhas das parcelas subsoladas
a 100 cm de profundidade.
Vantagens da Subsolagem
• Aeração
• Desenvolvimento do Sistema Radicular
• Armazenamento e infiltração da água no solo
• Diminuição da Resistência do solo à penetração

• Aumento de produtividade
• Estabilidade na produtividade
• Longevidade do canavial
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
USINA CORURIPE

ALGUNS ATRIBUTOS FÍSICOS E RENDIMENTO DA


CANA-DE-AÇÚCAR AFETADOS PELO
SISTEMA DE PREPARO DO SOLO, EM UM
ARGISSOLO AMARELO DE TABULEIRO
COSTEIRO DE ALAGOAS

Tese de Mestrado do Prof. Ailton Silva Galvão


Orientador: Prof. Gilson Moura Filho
Experimento

• Local: Fazenda Progresso - Usina Coruripe

• Solo: Argissolo Amarelo Distrófico abrúptico


• Plantio: 07/99

• Variedade: SP79-1011
• Espaçamento: 1,40 m
• Parcelas: Comerciais - Fileiras de 440 m x 39 sulcos
Experimento

• Tratamentos:

T1(G+S) - Gradagem + Subsolagem


T2(DQ+S) - Destruição Química + Subsolagem

T3(DQ) - Destruição Química

• Subsolador: com 5 hastes de 70 cm de profundidade no


espaçamento de 50 cm
Resultados

Tabela 2. Valores de infiltração em função dos tratamentos empregados

Velocidade de Infiltração Infiltração


Tratamento VIB
Infiltração Acumulada Acumulada
cm/h cm cm/120 min cm/h

T1 (G+S) VI = 113,354T-0,270 I = 2,588T0,730 85,3 19,2

T2 (DQ+S) VI = 129,645T-0,413 I = 3,681T0,587 61,2 7,3

T3 (DQ) VI = 111,385T-0,447 I = 3,357T0,553 47,4 3,0


Resistência (MPa)
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0
0

10
Sulco
Profundidade (cm)

20

30

40

50

60
T1 (G+S) T2 (DQ+S) T3 (DQ)

Figura 1. Valores de resistência à penetração no solo em função dos tratamentos


empregados determinados nos sulcos de plantio.
Resistência (MPa)
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0
0

10 Entressulco
Profundidade (cm)

20

30

40

50

60
T1 (G+S) T2 (DQ+S) T3 (DQ)

Figura 2. Valores de resistência à penetração no solo em função dos tratamentos


empregados determinados nos entressulcos de plantio.
Quadro 3 - Produtividade de colmos e produtividade de açúcar, em função dos
tratamentos empregados

Produtividade
Parâmetros tecnológicos
Agrícola

Tratamentos TCH PCC Pureza Fibra TPH ATR Produtividade açúcar

t ha-1 ------------ % ------------ t polha-1 kg t cana-1 t ATR ha-1


T1 (G + S) 115,31a 14,0 86,7 15,2 16,1ab 135,97 15,57ab
T2 (DQ + S) 120,3a 14,3 87,2 14,6 17,3a 138,79 16,71a
T3 (DQ) 104,7b 14,6 87,4 14,2 15,2b 140,72 14,73b
QM Trat. 254,933* 0,326ns 0,504ns 1,044ns 4,110* 22,826ns 3,933*
3,3 2,9 0,9 3,7 4,7 2,4 4,3

1 Média seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem


significativamente entre si (Tukey 5%). * Significativo a 5% de
probabilidade pelo teste F. ns não-significativo até 5% de probabilidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

PREPARO DO SOLO E CORREÇÃO DA ACIDEZ EM


UM LATOSSOLO AMARELO COESO, CULTIVADOS
COM TANGOR MURCOTT E LIMÃO TAHITI

Prof. Joelito O. Rezende e colaboradores (2002) – Citricultura nos


solos coesos dos tabuleiros costeiros: análise e sugestões
Subsolador usado no experimento - Bahia
Subsolador usado no experimento - Bahia
T1 – Aração + gradagem (convencional)
T2 – Subsolagem com uma haste
T3 – Subsolagem cruzada com uma haste
T4 – Subsolagem com três hastes
T5 – Subsolagem cruzada com três hastes
Subsolagem
Subsolagem – Usina Coruripe
Subsolagem – Usina Coruripe
Subsolagem – Usina Coruripe
Subsolagem – Usina Sinimbu
Subsolagem – Usina Sinimbu
Subsolagem – Usina Sinimbu
Detalhe do subsolador– Usina Sinimbu
Detalhe da área subsolada– Usina Sinimbu
Subsolagem – Grupo Luiz Jatobá
Detalhe do subsolador – Grupo Luiz Jatobá
Detalhe do subsolador – Grupo Luiz Jatobá
Área subsolada - Grupo Luiz Jatobá
Detalhe do subsolador – Grupo Luiz Jatobá
Detalhe da área subsolada– Usina Paisa
Detalhe dos discos de corte - Usina Paisa
Detalhe do destorroador – Usina Paisa
Detalhe do subsolador– Usina Paisa
Detalhe do destorroador – Usina Paisa
Hastes subsoladores - Tipos
• Reta-inclinada – ângulo de 21, 26 e 45

• Curva – ângulo de 45

• Parabólica - ângulo de 15 a 25

• Ponteiras → com asas (maior esforço de tração e


maior área mobilizada)

→ sem asas (menor esforço de tração


e menor área mobilizada)
Ponteiras e hastes subsoladoras
Área mobilizada do solo – com ou sem asas na ponteira
Regulagem de trabalho
• Profundidade de trabalho (PT)

• PT (cm) = 5 a 7 x a largura da ponteira

• PT (cm) = 7 x 6,5 cm = 45,5 cm (ideal de trabalho)

• Espaçamento entre hastes (EH)

• EH (cm) = Fator x PT (cm)

• Fator = varia de 1,0 a 1,5 (depende da presença de


asas na ponteira)

• EH (cm) = 1,5 x 50 (cm) = 75 cm


A Qualidade da Subsolagem

• Teor de Umidade do Solo

• O melhor desempenho operacional do subsolador em


teores mais baixos de água (ponto de friabilidade)

• Umidade de trabalho - T = 50 a 60% da  (CC)

• T = 0,6 * 0,240 = 0,144 cm3cm-3 = 14,4%

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