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Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais

Ilhéus – Ba
 Introdução;
 Anatomia foliar;
 Absorção foliar;
 Fatores que afetam a eficiência da
adubação foliar;
 Adubação foliar.
VIDA VEGETAL  OCEANOS (habitat “original”)

– ÓRGÃO DE SÍNTESE
- FOLHAS – TRANSPIRAÇÃO
– HABILIDADE ABSORVER ÁGUA E
NUTRIENTES

- CAULE – SUSTENTAÇÃO
– LIGAÇÃO
– TRANSPORTE

- RAÍZES – FIXAÇÃO
– ABSORÇÃO ÁGUA E NUTRIENTES
 APLICAÇÃO FOLIAR
- Produtos pós-emergentes

 APLICAÇÃO FOLIAR DE PRODUTOS


- Herbicidas
- Inseticidas
- Fungicidas
- hormônios
- Desfolhantes
- NUTRIENTES
 Princípio: Nutrir as plantas pelas folhas (Parte
aérea)

• Técnica bastante utilizada, mas dificilmente será


substitutiva;
• Muitas vezes é uma alternativa mais eficiente;
• Apresenta muitos produtos no mercado;
• Tem poucos trabalhos de pesquisa no Brasil.

ABSORÇÃO FOLIAR  ADUBAÇÃO FOLIAR


Em seu breve resumo histórico, Malavolta (1980)
relata que as primeiras informações sobre a
adubação foliar datam do século XIX e que, no
Brasil, ao que parece, os primeiros trabalhos sobre
absorção foliar de nutrientes, tanto em condições
controladas como em condições de campo,
surgiram no final de 1950 e início de 1960,
realizados com o cafeeiro na ESALQ-USP,
(Piracicaba) e no IAC (Campinas).
Corrigir deficiências Fornecimento de Aumentar a eficiência
eventuais dentro do micronutrientes de aproveitamento
ciclo da planta (culturas perenes) dos adubos

Fornecimento de Fornecimento de Distribuição mais


nutrientes em cálcio diretamente aos uniforme dos
cobertura frutos (maçã e tomate) nutrientes
FIGURA 1. Aspectos da anatomia foliar. Corte transversal da lâmina.
ADUBO FOLIAR (SOLUÇÃO)
Canais
“Facilitadores” para
a absorção

Transporte entre células

FIGURA 2. Aspectos da anatomia foliar. Detalhe da cutícula revestindo a


epiderme.
FIGURA 3. Composição
da cutícula
 ABSORÇÃO FOLIAR – Principalmente cuticular
 permeável à difusão de cátions, ânions e moléculas;
 geralmente ocorre mais influxo do que efluxo.

 Maior presença de ectodesmas (poros), tricomas


e estômatos favorecem a absorção.
Passiva
– traspassar a cutícula;
– processo não metabólico;
– ocupação do ELA.

Ativa
– absorção efetiva;
– processo metabólico;
– processo semelhante à absorção radicular
CAMINHOS DOS SOLUTOS ATRAVÉS DA FOLHA
 Cinética de absorção
 Velocidade (taxa)de absorção:
- varia de “M” para “M” e de planta para planta
 Mobilidade na planta: - folha  outros órgãos
- varia de “M” para “M”
FATORES INTRÍNSECOS (planta):
a) Superfície foliar: área foliar, permeabilidade da cutícula,
face da folha
- varia: espessura, quantidade e qualidade da cera,
n° estômatos, tricomas, umidade (grau de
hidratação da cutícula)...
FATORES INTRÍNSECOS (planta):
a) Superfície foliar: área foliar, permeabilidade da cutícula,
face da folha
FATORES INTRÍNSECOS (planta):
b) Idade da folha
- Folhas mais novas  Maior absorção
- cutícula mais fina
- maior atividade metabólica
FATORES INTRÍNSECOS (planta):
b) Idade da folha

Absorção de ureia pelo cafeeiro


em função da idade e face da
folha (Malavolta, 2009)
FATORES INTRÍNSECOS (planta):
c) Estado iônico interno
- Menor estado iônico interno  Maior absorção
FATORES EXTRÍNSECOS (meio):

a) MOLHAMENTO DA FOLHA
- varia: natureza da cutícula, tensão superficial da gota
ADJUVANTES - “espalantes-adesivos”
Aditivos químicos  função de aumentar a absorção
FATORES EXTRÍNSECOS (meio):
b) TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA
- secamento da gota
- fechamento de estômatos
FATORES EXTRÍNSECOS (meio):
c) LUZ
- abertura e fechamento de estômatos
- fotossíntese
FATORES EXTRÍNSECOS (meio):
d) pH DA SOLUÇÃO
- Ideal: varia entre nutrientes
- Soluções: multinutrientes

Ex: B e Zn => pH 6 – 7
N (ureia), P, K, e Ca => pH 4 - 5

Recomendação: usar pH de 5,0 – 6,0


FATORES EXTRÍNSECOS (meio):
d) FONTE
-Influência do Íon acompanhante e da molécula
FATORES EXTRÍNSECOS (meio):
d) FONTE
-Influência do Íon acompanhante e da molécula
Zn no solo e nas folhas de mudas de cacau (clone CCN 51), aos 210 dias de
cultivo, em função dos tratamentos (Souza Júnior et al., 2019)
Tratamento: Forma de adubação TZn_S TZn_F CZn_F TR4/
mg dm-3 mg kg-1 mg por planta %
1 Sem adubação 1,5 32,1 3,3 -
Solo, 8 mg dm-3
2
de Zn 3,5 130,2 14,2 12,4
3 ZnCl2 2,5 270,4 28,1 19,9
4 ZnCl2 + Ureia 2,8 224,1 24,9 17,3
5 ZnCl2 + Sacarose 2,6 193,9 21,1 14,2
6 Foliar, mensal, 1 ZnSO4 2,2 134,0 13,8 8,4
7 g L-1 de Zn ZnSO4 + Ureia 2,5 192,6 22,8 15,7
8 ZnSO4 + Sacarose 2,6 144,2 16,5 10,6
9 Zn-EDTA (ZnCl2) 2,3 127,2 13,8 8,5
10 Zn-EDTA (ZnSO4) 2,8 111,2 11,3 6,4
Teores de Zn no solo (TZn_S) e nas folhas (TZn_F) e conteúdo total de zinco nas folhas (CZn_F).
Taxa de recuperação do fertilizante (TR).
FATORES EXTRÍNSECOS (meio):
d) FONTE
-Influência do Íon acompanhante e da molécula
Zn no solo e nas folhas de mudas de cacau (clone CCN 51), aos 210 dias de
cultivo, em função dos tratamentos (Souza Júnior et al., 2019)
--------------------- Contraste --------------------- TZn_S TZn_F CZn_F
Descrição Tratamentos3/ mg dm-3 mg kg-1 mg por planta
Sem vs com adubação T1 vs (T2 a T10) 1,2** 137,6** 15,2**
Tipo de adub.: solo vs foliar T2 vs (T3 a T10) -1,0** ns ns
Sulfato vs cloreto (T6 a T8) vs (T3 a T5) ns 72,5** 7,0**
EDTA vs cloreto T9 vs T3 ns 143,3** 14,2**
EDTA vs sulfato T10 vs T6 ns ns ns
Sem vs com ureia p/ cloreto T3 vs T4 ns ns ns
Sem vs com ureia p/ sulfato T6 vs T7 ns ns 9,1*
Sem vs com sacarose p/ cloreto T3 vs T5 ns -76,7* ns
Sem vs com sacarose p/ sulfato T6 vs T8 ns ns ns

Teores de Zn no solo (TZn_S) e nas folhas (TZn_F) e conteúdo total de zinco nas folhas (CZn_F).
FATORES EXTRÍNSECOS (meio):
f) COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO
- Existem substância inibidoras e sinergistas na
absorção de nutrientes;

- Exemplo de substância sinergista: ureia  favorece a


absorção de outros nutrientes;
- Porém em altas concentrações pode causar fitotoxidez.

• A passagem da ureia através da cutícula é algumas vezes


mais rápida que de outros compostos; o que sugere a idéia da
difusão facilitada.
• Parece que a ureia pode romper ligações entre os
componentes da cutícula, tornando-a mais permeável, o que
aumentaria a permeabilidade das membranas celulares.
Ureia foliar – Favorecimento de outros nutrientes
Ureia foliar - Fitotoxidez
Ureia foliar - Fitotoxidez
Ureia foliar - Fitotoxidez
Ureia foliar - Doses
3,0 15
a b
MSPA, g por planta

2,5 y = 0,574 + 0,117** x – 0,0020** x2 R2 = 0,994


12

Altura, cm
2,0

1,5 9

1,0 y = 5,61 + 2,67**x0,5 – 0,231**x R2 = 0,989


6
0,5
0,0 0
0 5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30
Ureia, g L-1 Ureia, g L-1

Matéria seca da parte aérea - MSPA (a) e altura (b) de mudas de


cacaueiro, clone PH 16, aos 145 dias, em função de doses de
ureia foliar (Souza Júnior; Carmello, 2008).
1) Adubação foliar PREVENTIVA;
2) Adubação foliar CORRETIVA;
3) Adubação foliar COMPLEMENTAR;
4) Adubação foliar SUBSTITUTIVA;
5) Adubação foliar SUPLEMENTAR.
Adubação foliar PREVENTIVA

Prevenção de carência

Muito usada para Ca e micronutrientes


Adubação foliar CORRETIVA

Deficiências dentro do ciclo da planta

Adubação de salvação

Resposta mais rápida que via solo

Perdas em produção
Adubação foliar SUBSTITUTIVA

Muito difícil substituir todos os nutrientes

Pode até ser possível para produção de mudas ou de


algumas plantas ornamentais

Muito usada para micronutrientes em plantas perenes


Adubação foliar SUBSTITUTIVA
Adubação foliar COMPLEMENTAR

Via solo + via foliar

Perenes: macros (solo), micros catiônicos (foliar) em


épocas de maior exigência

B: aplicação fia solo ou foliar?


Adubação foliar SUPLEMENTAR

GARANTIR A
ADUBAÇÃO SEM PRODUÇÃO EM
INVESTIMENTO ALTAS
CARÊNCIA PERÍODOS DE
A MAIS PRODUTIVIDADES
NUTRICIONAL ESTRESSE
NUTRICIONAL
MACRONUTRIENTES
MICRONUTRIENTES
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

1 ELEMENTO PRINCIPAL
(MACRO OU MICRO)

2 OU MAIS NUTRIENTES
(MACRO OU MICRO)

A concentração dos macronutrientes (N + P2O5 + K2O)


varia entre 25 a 32% para os líquidos e 45 a 60% para os
sólidos.
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR
PRINCIPAIS FONTES DE NPK (matérias primas
para a indústria )
Ureia
Amônia anidra ou hidróxido de amônio
Nitrato de amônio
Ácido fosfórico purificado
Fosfato monoamônio purificado (MAP)
Hidróxido de potássio purificado
Cloreto de potássio purificado
Sulfato de potássio purificado
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

PRINCIPAIS FONTES DE Ca, Mg e S


PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS E
MICRONUTRIENTES

Inorgânicos: cloretos, sulfatos e óxidos.

Orgânicos: quelatizados (EDTA), ácido cítrico,


ácido tartárico e ácido oxálico.

Na produção de fórmulas NPK +


micronutrientes, o coquetel de micros
quelatizados é preparado separadamente e
somente após são misturados.
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

De modo geral: Em formulações


NPK + Micros  As
concentrações de Micros são
muito baixas e insuficiente para
corrigir deficiências

Formulações com macronutrientes são


diluídas antes do uso para dar
concentrações da ordem de 0,5 a 3,0 %
(peso/volume ou volume/volume),
quando empregados a alto volume; a
baixo volume as concentrações podem
ser aumentadas sem risco de queima.
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

COMPATIBILIDADE
ADUBO ADUBO

ADUBO DEFENSIVO

• ZnSO4 + emulsão de óleos minerais


• ZnSO4, a calda sulfocálcica e outros de reação alcalina +
reguladores de crescimento
• Bórax + sulfato de zinco
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

Época de aplicação: períodos de maior exigência da


cultura ou em sintomas de deficiência

Aproveitamento de operações

Horas menos quentes do dia, pela manhã ou a tarde.


URA alta, qualquer hora do dia
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

Volumes de calda: muito variável, mas geralmente entre


400 a 1000 L/ha
PRÁTICA DA ADUBAÇÃO FOLIAR

USAR PARTE
ADJUVANTES ABAXIAL

Presença da
pH entre 5,0 e
ureia e de KCl
6,0
na solução
VANTAGENS

MAIOR ÍNDICE APROVEITAMENTO

DOSES MENORES

Fe - QUELATOS

DISTRIBUIÇÃO UNIFORME

RESPOSTA RÁPIDA

ADUBAÇÃO DE SALVAÇÃO
DESVANTAGENS

EFEITO RESIDUAL

FREQUÊNCIA DE APLICAÇÃO

CUSTO DE APLICAÇÃO

QUEIMA NAS FOLHAS (3%)

QUANTIDADE DE SOLUÇÃO

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