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COMO O AUTOCONHECIMENTO E O LAZER ESTÃO DIRETAMENTE LIGADOS AO

SUCESSO MESMO EM SITUAÇÕES ADVERSAS

CORREIA, Bárbara Souza​1


TEGONI, Andréia Cristina​2

RESUMO

Em diversos momentos, as atitudes e escolhas de cada indivíduo tendem a ocorrer de maneira inconsciente a ser
projetada ao ambiente externo, com o objetivo de dialogar com a forma como o indivíduo se coloca perante as situações
de insatisfação o educador Mihaly Csikszentmihalyi desenvolveu um estudo chamado de ESM (​Experience Sampling
Method) que tem por finalidade mostrar ao indivíduo a forma como se sente em cada ação e decisão tomada em seu dia
a dia, e os sentimentos expressos a cada momento em seus afazeres. Os resultados de diversos estudos baseados nesse
mesmo método demonstram que os indivíduos, além de não saberem o que os faziam felizes, também não tomavam as
decisões de forma consciente, e com isso acabavam por não agregar valores ou importância ao que faziam, chegando a
certo momento de passarem passivamente por diversas situações e até mesmo sem conseguirem dar sentido e propósito
a sua própria vida, o estudioso apresenta respostas e meios para que se possa obter sucesso e satisfação a tudo o que se
faz, por meio da Psicologia Moderna, da Sociologia e da Fenomenologia Sistemática.

PALAVRAS-CHAVE​: Mihaly, Descoberta do Fluxo, ESM, Fenomenologia Sistemática.

1. INTRODUÇÃO

Utilizando como base teórica o livro sobre a descoberta do fluxo de Mihaly


Csikszentmihalyi, e o acréscimo de citações de indivíduos de diferentes sociedades e épocas, é
possível compreender que todos se convergem numa mesma questão, a da importância sobre ser
consciente a respeito do que se produz em nosso dia a dia.
Neste contexto, torna-se intencional a forma como cada atividade é feita e onde é feita, não
mais de maneira inconsciente ou de forma passiva, termo que Mihaly usa para denotar as atividades
das quais temos pouco gasto de energia e normalmente não nos levam a evolução, nos mostra como
é possível obter sucesso e gratificação de diversas formas na prática, até mesmo das atividades mais
difíceis e complexas, usando de algumas pequenas ferramentas que já temos em nosso ​self ​e
respondendo a poucas perguntas antes de decidir sobre aceitar ou não fazer qualquer atividade,
através do auxílio de tabelas simples, onde nos permitem traçar com facilidade o que devemos ou
não fazer, quando e mantendo livre nossas escolhas para cada função.

1
Acadêmica do Curso de Letras Portugues/Inglês do Centro Universitário Assis Gurgacz - FAG. E-mail:
barbarahued@gmail.com​.
2
Mestre. Professora do Centro Universitário Assis Gurgacz - FAG. E-mail: andreia@fag.edu.br.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com C​sikszentmihaly (1999) em seu ​livro “A Descoberta do Fluxo: A Psicologia


do envolvimento com a vida cotidiana”, o autor apresenta estudos sobre maneiras de viver no modo
que se apoia o máximo possível em descobertas da Psicologia Contemporânea, assim como na
sabedoria do passado e nas formas como elas foram registradas no decorrer do tempo em diversas
culturas, surgindo assim o primeiro questionamento: “O que é uma boa vida?”. O autor explica a
resolução dessa pergunta de forma que se limita ao máximo as evidências racionais com foco nos
eventos cotidianos que geralmente encontramos durante um dia de nossa vida.
Para exemplificar melhor este estudo, o autor desenvolveu uma técnica chamada ESM -
Método de Amostragem e Experiência (​Experience Sampling Method​), na cidade de Chicago, no
início dos anos 70. Esta técnica usa um ​pager ou relógio programável que avisa as pessoas a cada
duas horas, para preencherem um livreto correspondendo onde elas estão, o que estão fazendo, no
que estão pensando, com quem estão e como estão se sentindo. A partir disso é possível classificar
o estado de consciência naquele momento de acordo com as várias escalas numéricas, quão feliz
está, quão concentrada, quão fortemente a pessoa está motivada e o nível da sua autoestima. Ao
final de uma semana, cada pessoa terá preenchido 56 páginas do livreto, foram analisadas cerca de
70.000 páginas de 2.300 indivíduos em seu laboratório em Chicago, para fornecer o estudo deste
livro.
Com relação à resolução da primeira questão “O que é uma boa vida?”, esta trata sobre
indivíduos que trabalham de uma forma tão produtiva e significativa em tudo o que fazem que
acabam por meio dessa atitude tornando-se indivíduos chaves, em fábricas, culturas, tribos, grupos
de amizade dentre outros, sobre isso se propõe uma segunda pergunta: O que torna uma vida como
a desse indivíduo serena, útil e digna de ser vivida mais do que a qualquer outro que trabalhava
junto a ele, mesmo em cargos mais altos?
A abordagem que se faz para solucionar esta questão revela três pressupostos principais. O
primeiro é que profetas, poetas e filósofos “vislumbraram verdades importantes no passado, que são
essenciais para a continuidade da nossa sobrevivência”, (CSIKSZENTMIHALY, 1999, p.13),
porém que foram expressas em um vocabulário conceitual da época no qual foi escrito, como os
livros sagrados do judaísmo, cristianismo, islamismo, budismo e dos livros sagrados dos Vedas, que
são repositórios de ideias importantes no qual Mihaly acredita que seria um ato arrogante

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ignorá-los, porém igualmente ingênuo acreditar que tudo que foi escrito contém uma verdade
absoluta e imutável.
Partindo desta visão, Jung (2017, p.15) traz em seu tratado um ponto de vista Freudiano
segundo o qual todos os conteúdos inconscientes acabam por se reduzirem as tendências infantis
reprimidas, devido à falta de compatibilidade entre um assunto e o ser, e acrescenta que além deste
o subconsciente possui outros aspectos que não somente conteúdos reprimidos, mas todo um
material psíquico que está por de baixo ao limiar da consciência.
O segundo pressuposto que Csikszentmihaly (1999) apresenta é de que a ciência oferece
informações essenciais para a humanidade, mas ambos expressam-se de acordo com a visão de
mundo de cada época, portanto elas são eventualmente renovadas, a sua percepção a questão
científica é complexa se estando no momento em que ela ocorre, sendo possível assim, que num
futuro, a percepção extrassensorial e energia espiritual nos levam a verdade sem a necessidade de
teorias e laboratórios, o autor acrescenta que apesar disso a ciência, na atualidade, é o único estudo
confiável e que ignorá-la é pôr nosso conhecimento em risco.
Um estudioso e bacharel em ciências Estatísticas Argollo (2004, p. 120), traz em um de seus
livros sua elaboração a respeito do que Jung diz sobre a ciência e a espiritualidade, bem como
Mihaly também nos traz, para o autor a “concepção científica do mundo sempre se baseou no
princípio da causalidade que, em última análise implica no determinismo de todo efeito ter uma
causa.” E acrescenta a essa mesma afirmativa de que “existem fenômenos que parecem acontecer
fora da complexa rede das conexões causais, ou do acaso”.
O terceiro e último pressuposto que Csikszentmihaly (1999) nos mostra, é que se desejamos
fazer a compreensão do que acarreta viver de verdade, devemos interagir com o nosso passado e as
mensagens que a ciência está acumulando no decorrer do tempo. Ele cita gestos ideológicos de
Rousseau, que foi um precursor da fé Freudiana “que são apenas atitudes vazias e sem significado
se ninguém tem a ideia do que é a natureza humana”, portanto ele conclui que o termo “vida”, em
seu próprio estudo, é o experimentar da manhã até a noite, sete dias por semana, durante os anos
dos quais duraram nossa vida.
Um filósofo escritor e educador indiano Krishnamurti (2017) proferiu em um de seus
discursos a seguinte frase: “A história da humanidade está dentro de vocês: a vasta experiência, os
medos profundamente enraizados, as ansiedades, as mágoas, o prazer e todas as crenças que o
homem vem acumulando há milênios. Este é o verdadeiro livro da vida”. Apesar de toda a
individualidade que sugere o conhecimento estar dentro de cada indivíduo em seu livro a respeito

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do Fluxo, ele descreve a vida de alguns personagens, em situações completamente diferentes,
coexistindo em uma mesma época por volta de 200 anos atrás e conclui que apesar de seus afazeres
serem distintos um dos outros, ambos provavelmente sucumbiriam à morte muito precocemente, ele
traz essas histórias para nos conceituar de que apesar da individualidade todos em uma cultura ou
em várias que forem comparadas possuem um roteiro muito parecido, onde incluem: levantar, fazer
suas atividades, se alimentar e descansar, tudo isso de uma maneira natural e interessante
envolvendo a socialização dos indivíduos em meio a sua sociedade.
Apesar disso, saber todas as questões exteriores, não nos torna possível delimitar a forma que
cada um viverá sua vida, pois o acaso pode anular ou modificar os parâmetros, mas, principalmente,
sugere que cada um possui uma mente própria “com a qual pode decidir desperdiçar suas
oportunidades ou vencer algumas das desvantagens do seu nascimento”(CSIKSZENTMIHALYI,
1999, p.17) e atingir o sucesso. Ele descreve a importância de experimentar o que passa pelos olhos
de uma maneira mais ativa, e que o tempo é o recurso mais escasso de cada um, ele cita como
manejar o tempo e com isso decidir o que fazer com ele, sobre perceber que isso não está ligado
somente à vontade individual, mas é também traçada por fatos exteriores, como raça, trabalho,
cultura, limitações financeiras, e vários fatores externos que podem moldar o que se pode ou não
fazer com o tempo.
É citado E. P. Thompson que traz uma observação sobre trabalhadores de uma fábrica na
época da revolução industrial, onde por mais de 80 horas, trabalhadores usavam seu tempo em
trabalho nesta fábrica, mas que o que diferenciava um indivíduo do outro era que nas poucas horas
de lazer, enquanto a maioria usufruía de bares, poucos dos trabalhadores, estudavam e liam livros, e
como isso moldava o meio em que eles viviam, em uma sociedade como um todo, e como essa
atitude torna-se fundamental na diferença entre pessoas que obtém significado à sua vida e àquelas
das quais não conseguem obter significado para fazerem algo. Tudo o que se lê e se estuda por um
indivíduo é exteriorizado, e dessa forma se torna um compilado de ideias heterogêneas e, portanto
muda-se o meio em que se vive através de um só indivíduo (LEMINSKI, 2016).
Em outro estudo Csikszentmihalyi (1999) mostra que o que sobra das atividades de produção
e manutenção (trabalho e cuidados básicos) é descrito como tempo livre, ou lazer, cerca de um
quarto do nosso tempo total, e que na sociedade atual, o tempo é ocupado por três tipos principais
de atividades, o primeiro é o consumo de mídia por televisão ou jornal/revista, o segundo,
conversação e o terceiro é o mais ativo do tempo livre, que seria ouvir música, praticar esportes e

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exercícios, cada um desses três tipos principais de lazer tomam no nosso tempo pelo menos quatro
horas por semana, podendo chegar a muito mais tempo.
Essas funções de produção, manutenção e lazer, absorvem nossas energias psíquicas. Segundo
Krishnamurti (2017, p.97), “sem relacionamento não há existência: ser é relacionar-se”. Em
paralelo com o que Mihaly descreve, a vida cotidiana não é definida apenas pelo que fazemos, mas
pelas pessoas com quem convivemos que nos influenciam, ou o contexto definido pela ausência de
outras pessoas, a solidão. Na sociedade tecnológica, atualmente as pessoas passam um terço do dia
sozinhas ou mais, uma produção muito maior do que uma sociedade tribal, onde estar sozinho
muito tempo é considerado perigoso. Pessoas costumam evitar esta experiência, mesmo que seja
possível aprender e apreciar a solidão, é um gosto bem raro de ser adquirido, mesmo quando o
indivíduo é restringido a situações adversas ou de confinamento, se negam a aceitar a solidão, em
uma de suas pesquisas ele mostra que pessoas com ansiedade, depressão ou doenças crônicas só
obteve resultado diferente do parâmetro das pessoas saudáveis nos momentos em que estavam
sozinhas.
A todo o momento o indivíduo produz emoções e “o modo como experimentamos o que
fazemos é ainda mais importante” (CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p.25) já que “o entendimento do
self (o eu interior) requer muita inteligência, muita vigilância, prontidão, observação incessante,
para ele não escapar” (KRISHNAMURTI, 2017, p.52). Os sentimentos são elementos mais
subjetivos da consciência, ele sugere que o indivíduo seja mais fenomenologista, que leve em conta
os seus sentimentos mais íntimos, levando a sério e pensando racionalmente sobre eles, do que
sendo psicólogos behavioristas, quando olhamos para outras pessoas.
Os psicólogos identificam emoções básicas, mas que dentre as emoções, Csikszentmihalyi,
(1999) os separa em uma dualidade básica, que são positivas e atraentes, e repulsivas e negativas e
que devido a isso nós escolhemos o que é bom para fazermos e o que não é bom, também aponta
que anteriormente, os sentimentos serviam de sinais sobre o mundo externo, mas agora, muitas
vezes, são separados de qualquer objeto real e desfrutados por si mesmo, onde se pode perceber o
que está sentindo e, a partir disso se propor fazer algo.
Para os indivíduos que possuem uma dificuldade maior em perceber o que se sente, pode-se
usar uma tabela para encontrar o que se sente no presente momento, e a partir disso procurar qual
seria o sentimento mais próximo caso houvesse satisfação e então, se colocar em movimento para
que se atinja a satisfação, por outros meios que não o atual no qual o inconsciente mostrou, que no
presente momento não seja possível, podendo manifestar a mesma sensação de prazer e satisfação

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mesmo que não, evitando assim a frustração e muitas vezes o desconforto e mau humor. Esta tabela
chama-se Inventário de Sentimentos (Feelings Inventory) criado pelo centro de comunicação não
violenta (Center for Nonviolent Communication) a fim de comunicar-se com os outros de uma
melhor forma por meio do auto esclarecimento sentimental (Figura 01).

Figura 01 - Inventário de Sentimentos

Fonte: Adaptação feita por Vera Regina Klein - Terapeuta - Versão em Português

Outro questionamento de Csikszentmihalyi, (1999) é “Se a felicidade é realmente o objetivo


da vida, o que sabemos sobre ela?” ele acredita que se um indivíduo pretende melhorar a qualidade
de vida, aponta-se somente para a felicidade pode ser o ponto de partida errado, principalmente por
meio da crença de que se precisam possuir mais bens materiais para poder atingi-la, sem levar em
consideração os meios para isso, e mostra a partir de um estudo que pessoas ricas não são mais
felizes que aquelas que possuem dificuldades financeiras, se mantendo sempre no nível de 30%
(Figura 02) em questão a sua felicidade, porém quando questionadas as pessoas relutam em admitir
que não são felizes.

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Figura 02 – Felicidade baseada em questões financeiras

Fonte: ​https://www.youtube.com/watch?v=BAljbVf-HXA&t=465s

Jung (2017, p. 27) traz à tona a questão de como no processo de assimilação do inconsciente
produzimos extremos de confiança ocultando a nossa realidade, ou vice versa, e por meio deste
processo percebe-se que as pessoas não diriam serem infelizes mesmo que fossem, uma vez que o
inconsciente atua por meio de uma compensação “malograda”.
A felicidade pode ser refletida por várias questões, como por exemplo, onde se está, com
quem se está, o que se está fazendo e como nos sentimos, depende muito do que estamos fazendo
tornando o sentimento mais atenuado ou não.
Quando se produz uma decisão de dar atenção a uma tarefa, se forma uma intenção e
estabelece-se uma meta ao próprio indivíduo, o tempo que se utiliza para chegar a esta meta, e o
grau de intensidade que depende da nossa motivação, são intenções que também são meios de gasto

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de energia psíquica, e sem ela os sentimentos acabam se deteriorando rapidamente, pois não é
colocado atenção no objetivo, e sem um sólido conjunto de metas é difícil desenvolver um bom
trabalho, pois é a partir das metas que se manifestam as formas de ações, e as emoções
consequentemente, que com o tempo são reconhecidas como ​Self,​ que viria a ser algo único de cada
indivíduo.
Um grande esforço e demasiada energia psíquica também são gastas para saber o que se deve
escolher, o que traz importância ao pensamento para esta escolha, já que pelo pensamento ocorre
um processo pelo qual a energia psíquica é ordenada, e a partir disso o corpo libera tudo o que
precisa para que possa trazer emoções que te aproxime ou afaste, de suas escolhas. Por produzir-se
um gasto muito alto somente nas decisões de escolhas é aconselhável que se tenha um planejamento
prévio ou planilhas sobre os afazeres, como cita Csikszentmihalyi (1999) grandes empresários
mantêm-se ativos durante todo o dia a partir de suas já preparadas listas de tarefas, ao contrário
deste caso, pode-se despertar a ansiedade pelo meio de ter que escolher entre as atividades em
momentos de turbulência durante o dia, Bauman (2006) traz em seu livro uma citação de Freud a
respeito da ansiedade, onde é dito que “o sofrimento proveniente dessa última fonte (ansiedade)
talvez seja mais doloroso que qualquer outro” (FREUD, 1930, p.264).
E o que sentimos quando fazemos coisas diferentes? Outro questionamento de
Csikszentmihalyi (1999), na qual a resposta esclarece que a qualidade de vida que temos depende
do que fazendo no nosso dia a dia durante toda a nossa vida, e acrescenta que lazeres passivos como
assistir a televisão raramente nos trazem a experiência de Fluxo, mas que para melhorar a qualidade
de vida propõe estratégias, dentre elas a primeira seria organizar as tarefas diárias, que parece
simples, mas junto ao hábito e a pressão social é quase impossível que seja facilmente feita, outra
estratégia é a reflexão ao cair da noite sobre tudo o que ocorreu em seu dia e descrevê-los em quais
momentos foram estressantes e/ou felizes. Outra estratégia é mudar o ambiente em que se está, a
fim de deixá-lo com uma aparência mais confortável para seu psicológico, e mudar também os
móveis e tudo mais o que possa vir a tornar o lugar confortável e receptivo para aquele que
permanece ali, todas essas estratégias têm por objetivo colaborar com a melhor produção e
desenvolvimento do indivíduo, em suas tarefas do dia a dia.
Existem também outros atuantes que podem se propiciar de um indivíduo de maneira
negativa, onde podem ser acometidas por dores nas costas, dores de cabeça, dentre outros
problemas, e em seu livro sobre o Fluxo ele demonstra que pessoas que estão altamente focadas e
concentradas no que se está fazendo, raramente percebem essas dores durante este período, vindo a

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percebê-las somente após o término de suas práticas, e que pessoas que não fazem uso de suas
habilidades para se manterem em foco normalmente recorrem a televisão, vídeos, jogos obsessivos,
bebidas ou drogas, para se desligarem do momento de desconforto ao tentarem se dedicar a uma
tarefa que exija um pouco mais de habilidade e atenção, enquanto que por um lado as atividades
podem ser vagas demais te levando a lazeres passivos, o excesso de atividades podem vir a levar o
indivíduo a ter um grau elevado de ansiedade, para isso é sugerido uma tabela de propostas para
todo o mês, onde são escolhidas funções primordiais e leves que devem ser feitas, que podem ser
escolhidas de acordo com cada momento e serem praticadas por tempo indeterminado de acordo
com a forma em que o indivíduo se encontra, nessa mesma tabela existe o preenchimento do que foi
feito, gerando de forma rápida um feedback do que se foi produzido, pois a cada item que se é
concluído obtém-se a recompensa de poder desfrutar do lazer, seja este um livro, uma atividade
física, fazendo com que por meio da recompensa, o indivíduo passe a associar a conclusão de
tarefas difíceis ao bem-estar.

Figura 03 – Tabela de Propostas

Fonte: ​http://naomemandeflores.com/planner-2020-mensal-semanal-diario-e-mais/
Adaptação feita por João Pedro - Programador

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Csikszentmihalyi (1999) destaca a preocupação em perceber que um lazer passivo se
usufruído de forma contínua e sem controle pode vir a ser um problema, já que os lazeres passivos
são muito interessantes por nos privar em maioria do descontrole e da ansiedade, mas também são
desprovidos de realização. Uma sociedade que se atém mais ao entretenimento de baixo gasto de
energia cria pessoas incapazes de lidar cada vez menos com os desafios do dia a dia. Leminski
(2016, p. 339) traz em seu livro a frase de Trotsky: “A democracia não se estabeleceu com métodos
democráticos”.
Ainda em sua obra, Csikszentmihalyi (1999) rememora o termo “pão e circo” que surgiu
durante os eventos que ocorriam no coliseu onde o império da Roma antiga utilizava de comida e o
entretenimento passivo para apaziguar a população, podendo-se comparar dessa forma com o país
do futebol, e por isso a importância de se ter momentos de lazer de alto gasto de energia para poder
se moldar o meio em que se vive. Portanto, é importante que se mantenha a consciência equilibrada
para que possa se compreender como as interações afetam o indivíduo e aprender a transformá-las
em experiências positivas mesmo que cheguem do meio exterior como negativas, mas para isso é
necessário que se gaste maior energia, mas que se não o fizermos Csikszentmihalyi (1999, p.95) cita
que nos encontramos na mesma posição que o personagem de Sartre em “Entre quatro paredes”
onde concluiu-se que o inferno são os outros. Para que não sejamos radicais como o personagem de
Sartre, o autor apresenta um cientista de destaque chamado Freeman Dyson que expressou de
maneira sutil as opostas nuances desta dicotomia, onde ele diz:

A ciência é muito gregária. Ela é essencialmente a diferença entre manter essa porta aberta
ou fechada. Quando estou fazendo ciência, mantenho a porta aberta…. Você quer estar o
tempo todo falando com as pessoas… porque só interagindo com outras pessoas é possível
fazer alguma coisa interessante. É uma atividade essencialmente comunitária. Existem
coisas novas acontecendo o tempo todo, e é preciso manter-se á frente e conscientizar-se do
que está acontecendo. É preciso falar constantemente. Mas, naturalmente escrever é
diferente. Quando estou escrevendo, tenho de fechar a porta, e mesmo assim entram sons
demais, de modo que quando escrevo, muitas vezes me escondo na biblioteca. É um jogo
solitário. (CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p. 95).

Esta declaração demonstra a real importância do ambiente em que se está fazendo algo, como
reagir de acordo com o que lhe acontece, e como estar consciente do que se faz propicia a obtenção
do sucesso, por isso o preparo do ambiente e tudo o que envolve a organização e listagem de tarefas
é tão importante, a fim de ser capaz de estipular se alguém conseguirá ou não fazer o que precisa ser

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feito, mas que também pela impossibilidade de controlar fatores externos, é preciso entender a
importância do que o outro também faz, e das prováveis variáveis de seu ambiente.
A questão que dá sentido a todos os estudos de Csikszentmihalyi (1999) num âmbito geral é
então feita, “Como mudar os padrões de vida?” ele conta que se quinze por cento da população dos
EUA nunca tiverem tido a experiência de fluxo, então pelo menos milhares e milhares de pessoas
estão se privando daquilo que torna a vida mais digna de ser vivida, e isso pode vir a ocorrer de
forma natural seja por situações com pessoas abusivas, privações, questões sociais e também
financeiras que atinja os indivíduos, e pela questão de não se estar consciente de quando se pratica
algo que o leva ao bem-estar, dessa forma dificilmente vindo a praticar novamente aquela ação,
mesmo que sendo benéfica.
A crença que determina que a qualidade de vida é determinada pelo ambiente externo é
inconsistente para Mihaly, e para contradizer isso ele traz o exemplo de Antonio Gramsci, filósofo
socialista humanista, que desde sua infância sofreu fortes pressões até que quando adulto foi preso
por Mussolini, e ainda assim continuou a escrever belos discursos entonados de luz e apaixonantes.
Acrescenta também Linus Pauling, que simplesmente viveu fazendo o que gostava de fazer sempre
inspirado de boa energia e vontade, e esclarece que isso não quer dizer que Linus não faria o que
fosse de obrigação caso não gostasse, mas sim que ele experimentara e aproveitara de todas as
situações e trabalhos a ele direcionados de uma maneira consciente fazendo com que qualquer coisa
que se propusesse fazer fosse de extrema importância, sendo algo simples ou complexo.
Durante o período de dois anos Csikszentmihalyi (1999) aplicou em adolescentes um estudo
onde dividia esses adolescentes em dois grupos, um deles com os que mais desfrutam de
experiências de fluxo e outro menos, no decorrer do estudo pelo menos quarenta por cento restante
dos adolescentes que não desfrutavam tanto do movimento de fluxo, aumentaram este movimento, e
com isso mostrou-se possível traçar uma mudança na qualidade de vida.
Deve-se levar em consideração que a maior parte de nosso tempo é gasto com trabalho, e
fazer com que este trabalho seja benéfico ou não, é de nossa responsabilidade, caso não seja, ele
considera que pelo menos quarenta por cento de nossa vida em vigília é descartada, e que para
descobrir se o trabalho de fato nos faz infeliz, é necessário três motivos principais: o primeiro deles
é saber se o emprego possui um sentido, para ser feito, o segundo é se ele é tedioso ou rotineiro
demais para o trabalhador, e o terceiro é se ele produz estresse e má relação com a equipe ou com o
chefe que se tem. Entretanto, mesmo que se observe que o emprego seja um motivo de sua
infelicidade é difícil agir perante ele, já que ao se demitir como num exemplo apresentado na obra,

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a pessoa pode vir a sofrer sérios problemas financeiros, porém devemos levar em consideração
mesmo assim, e para explicar isso ele traz um questionamento de Hanna Arendt que mostrou em
relação a Adolf Eichmann sobre os trabalhadores de campos de extermínio nazista, que ao
questionar sobre os assassinatos, eles facilmente alegaram não terem culpa já que responderam
dizendo “Eu apenas trabalho aqui.” (CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p.101), e portanto a
importância de se tornar consciente a tudo o que se faz e produz.
Existem diversas formas de se fazer um bom trabalho por meio de se tornar consciente, como
exemplo de funcionários que realmente são atenciosos com seus clientes, e médicos que se
preocupam com o bem-estar de seus pacientes mais do que com o diagnósticos, exemplos claros
que o autor nos traz, e para ter toda essa estimada ação é preciso agir para além do que somente ao
que nos atribui o cargo, o que requer um alto gasto de energia, mas apesar do trabalho ser o que
toma a maior parte do tempo em sociedade, ele acrescenta o que mais importante é o que se faz em
seu tempo livre, e nos evidencia com exemplos, primeiramente de Alexander Fleming que
“descobriu a penicilina quando observou que culturas bacterianas eram menos densas em placas que
não haviam sido limpas e estavam emboloradas” e também de Rosalyn Yalow “que descobriu a
técnica da radioterapia depois de ter notado que os diabéticos absorviam insulina mais que os
diabéticos normais”, e “Wilhelm c. Roentgen que descobriu a radiação quando notou que alguns
registros fotográficos mostravam sinais de exposição mesmo na ausência de luz”(p.103) nestes
casos e em outros casos de registro da ciência, temos importantes descobertas feitas por meio de
eventos rotineiros que mudaram a maneira como viam algo por estarem com toda a sua atenção no
momento em que estavam vivendo, não passando pelo lazer de forma passiva.
Outro questionamento de Csikszentmihalyi (1999) é que em situações de “Crises inesperadas,
expectativas elevadas, problemas insolúveis de todos os tipos, como impedi-las de se tornarem
estressantes? ” A resposta que ele encontrou nos mostra que o primeiro passo consiste em
estabelecer as prioridades, dentre as exigências que se acumulam na consciência, e procurar dar
atenção e decidir o que realmente é importante e o que não é, mas que para isso é sugerido o uso de
cronogramas, para que se retire o peso dessa atribuição da mente e a passe para o papel.
Indiferentemente de como irão fazer, seja começar pelas atividades mais extensas ou
exigentes ou pelas mais fáceis é preciso descobrir qual a melhor forma para se exercer as atividades
durante o dia a dia, perante cada indivíduo e para ajudar nesta questão Csikszentmihalyi (1999) nos
traz algumas perguntas que ao serem respondidas auxiliam nessa resolução de forma simples e
prática, sendo elas: “As tarefas podem ser delegadas por outra pessoa? ” ; “Você pode conseguir

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ajudar?”; “Você pode aprender as habilidades necessárias a tempo? ”; “A tarefa pode ser
transformada ou dividida em partes mais simples?” O que parece muito óbvio, porém as pessoas
não se questionam antes de acrescentarem mais tarefas ao seu horário, e assim acabam
sobrecarregadas. Ao responder estas questões você traça um parâmetro de provável produção,
podendo organizar suas atividades da melhor forma possível de acordo com seu tempo e suas
habilidades para que possam ser feitas e concluídas, de maneira mais gratificante., mas deve-se
responder as questões sempre de forma consciente e trazendo para si a real importância de fazer ou
não cada atividade, já que em vez de ser um observador passivo, já que “o entendimento de si
mesmo surge de momento a momento,”(KRISHNAMURTI, 2017, p.294) assim como o livro da
descoberta do fluxo que foi estudado a partir de questionamentos, e não acerca de atividades
passivas.
Em outro estudo Csikszentmihalyi (1999) define uma pesquisa em indivíduos autotélicos, e
não-autotélicos. Autotélico é uma palavra composta de dois radicais gregos, auto (que é relativo ao
indivíduo) e telos (que é meta ou finalidade), autotélico é um indivíduo que tem uma meta ou uma
finalidade para si próprio, como retorno, e não para o outro, já um ser não-autotélico é aquele no
qual faz o que faz com finalidades e metas para outrem.
Durante uma semana ele geriu um estudo com duzentos adolescentes muito talentosos, porém
divididos em dois grupos, um de autotélicos, e outro de não autotélicos, os resultados mostraram
que cinquenta deles cuja frequência em suas respostas requerem um nível mais alto de desafio e
habilidades, praticavam mais tarefas como hobbies e estudos do que lazeres passivos. Mas com isso
o autor traz o questionamento se os dois grupos estariam usando seu tempo de maneiras diferentes.

Figura 04 – Gráfico de tempo gasto por adolescente autotélicos e não-autotélicos

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Fonte:

Os quadros mostram que ser autotélico está relacionado ao que a pessoa faz com o seu tempo,
diferente dos não-autotélicos que faziam por afinidade. Após este estudo ele se questionou se a
experiência de jovens autotélicos é melhor do que a de seus colegas, foi visto que o ser autotélico se
coloca sempre em situações desafiadoras e isso realmente produz mais situações de fluxo que
melhora a experiência subjetiva, porém não fazia com que eles se sentissem mais satisfeitos.
Para ilustrar estes resultados um outro gráfico é apresentado (Figura 05​) ​esses dois quadros
demonstram que no lazer todos os adolescentes relatam uma felicidade e satisfação maior do que
quando estão envolvidos em atividades produtivas.

Figura 05 – Qualidade da experiência de uma semana de amostragem em adolescentes


autotélicos e não-autotélicos

Anais do 18º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2020


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Fonte:

Após anos de estudo com o ESM, Csikszentmihalyi (1999) percebeu que a felicidade
declarada não indica a qualidade de vida de uma pessoa, por muitas vezes os indivíduos dizem estar
felizes quando não estão, ele traz uma observação novamente a respeito da vida que Linus Pauling
levava, e que não demonstrava ser um menino prodígio que assombrava os adultos a sua volta com
sua excelente e incrível inteligência, mas que ao contrário disso, apenas fazia tudo o que precisava
com um grande uso de estímulos e determinação a fim de dar significado a tudo a sua volta.
Dessa forma, o autor acrescenta que nossas vidas deixaram uma marca no universo, em
irmãos, pais, amigos e todos a nossa volta, e as pessoas que tem a vida de forma autotélica ajudam a
reduzir a entropia na consciência daqueles com quem entram em contato. Sendo assim, não é
possível que uma pessoa seja realmente feliz se não sentir que pertence a algo maior ou a um
motivo maior de existência, mas é difícil não sobrecarregar a consciência e reduzir a desordem que
podemos causar sem nos tornarmos conscientes, para solucionar isso ele traz a mensagem de
Budistas que diz: “Aja sempre como se o futuro do universo dependesse daquilo que você faz,
enquanto ri de si mesmo por pensar que o que quer que você faça fará realmente alguma
diferença”(CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p.129), mas de fato essa mistura entre humildade e
preocupação é o que nos faz ter boas atitudes, e nos sentirmos satisfeitos.
Outro grande passo seria compreender de forma mais clara o nosso ​self,​ a imagem que cada
um possui de si mesmo, nos faz ir mais longe, porém a sua desvantagem é que ela pode vir a
controlar a consciência de uma forma talvez prejudicial, por isso a importância de se manter sempre
muito consciente e reflexivo sobre tudo.

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De maneira conclusiva um psicólogo chamado Carl Rogers endossou uma perspectiva muito
similar a de Mihaly a respeito de uma pessoa totalmente funcional, ele diz que “ela decide ou
escolhe seguir o curso de ação que é o vetor mais econômico em relação a todos os estímulos
internos e externos, porque esse é o comportamento mais profundamente satisfatório […]. A pessoa
completamente funcional, não só experimenta, mas utiliza a mais absoluta liberdade quando
espontânea, livre e voluntariamente escolhe e decide aquilo que é absolutamente determinado” e
acrescenta que: “o amor ao destino corresponde a uma disposição de aceitar a responsabilidade
pelas próprias ações, sejam elas espontâneas ou impostas pelo mundo externo”
(CSIKSZENTMIHALYI, 1999, p.130).
Nesse caso que vem a servir principalmente em momentos de confinamento ou crise, onde o
indivíduo tem a falsa impressão de que perderá seu poder de escolha e livre arbítrio, quando na
verdade se feito de forma consciente até o simples escolher de tomar chá ou café o trará
experiências de fluxo e de satisfação.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo trazido por meio deste trabalho foi tentar encontrar respostas, ou meios por onde
um indivíduo em situações normais do dia a dia, ou de confinamento e estresse pudesse por meio
destas descobertas melhorar a sua qualidade de vida, o seu bem-estar, e conseguir
consequentemente de uma forma mais fluida com a energia que é gasta em afazeres, a concluí-los
também, não ficando somente nas demasiadas tentativas, sem chegar a seus objetivos finais.
Os resultados encontrados por meio das conclusões de pesquisas e estudos de
Csikszentmihalyi (1999) através de sua técnica de ESM desenvolvida por ele mesmo, nos mostra
como é possível obter satisfação, e sucesso, nas atividades mais simples, mais exaustivas, e
complexas que possamos vir a vivenciar em nosso cotidiano, por meio de atitudes simples, e
decisões conscientes, onde todas essas respostas são mostradas de forma assertivas por meio dos
resultados de seus estudos através de gráficos e dados que foram apresentados neste estudo.

REFERÊNCIAS

ARGOLLO, Djalma. ​Jung e a Mediunidade​, 1ª Edição. Fundação Lar Harmonia. Salvador, BA,
Brasil 2004.

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CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly. ​A Descoberta do Fluxo: A psicologia do envolvimento com a
vida cotidiana. Tradução de Pedro Ribeiro. Rio de Janeiro: Editora Rocco LTDA, 1999.

JUNG, C. G. Dois escritos sobre psicologia analítica. ​O eu e o inconsciente​. 27º Edição. Petrópolis,
RJ: Editora Vozes Ltda., 2017.

KRISHNAMURTI, Jiddu, ​O Livro da Vida: ​365 meditações diárias. São Paulo: Editora Planeta do
Brasil LTDA, 2017.

LEMINSKI, Paulo. ​Vida​. São Paulo: Editora SCHWARCZ AS, 2016.

SIGMUND Freud, Civilization and its discontents, in Freud, Civilization, Society and Religion,
Internationaler Psychoanalytischer Verlag Wien, 1930.

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