PIERRE E O BOITATÁ

Era uma vez um garotinho chamado Pierre, que tinha olhos azuis como
o céu e cabelos loiros como o sol. E um monte de sardas no rosto! Pierre nasceu
na França, um país muito distante, mas um dia seus que eram biólogos,
decidiram se mudar para o Brasil. O pai de Pierre se chamava Cedric e era
francês e sua mãe Amanda era brasileira. Eles foram para uma pequena cidade
do interior do Amazonas chamada de Jutaí, onde a natureza era incrível e
cheia de mistérios. Sua mãe adorava contar estórias das lendas do Brasil.
Uma delas era a lenda de uma cobra imensa que o povo chamava de Boitatá.

Pierre ficou empolgado com a mudança e logo fez novos amigos na

cidade. Ele adorava explorar a floresta ao redor de sua casa e aprender sobre
os animais e plantas que viviam lá. Mas havia uma criatura mítica que sempre
o intrigava: o Boitatá.

Os moradores da cidade contavam histórias sobre o Boitatá, uma

serpente de fogo que protegia a floresta e tinha poderes mágicos. Diziam que
ele tinha um segredo que poderia mudar a vida de quem o encontrasse. Pierre
ficou curioso e decidiu que iria encontrá-lo.

Um dia, enquanto explorava a floresta, Pierre ouviu um barulho

estranho. Ele seguiu o som e, de repente, viu uma luz brilhante entre as
árvores. Ele se aproximou cautelosamente e viu o Boitatá! A criatura era
majestosa, com um corpo de serpente feito de chamas que dançavam e
brilhavam.

Pierre ficou um pouco assustado, mas o Boitatá o cumprimentou com

uma voz amigável. Ele explicou que estava ali para proteger a floresta e que
tinha um segredo especial para compartilhar com Pierre. O menino estava
ansioso para ouvir o que o Boitatá tinha a dizer.

O Boitatá contou a Pierre que a floresta estava em perigo. Havia

pessoas gananciosas que queriam desmatá-la e prejudicar os animais e plantas
que viviam lá. O Boitatá tinha o poder de dar a Pierre uma missão importante:
ajudar a salvar a floresta.

Pierre não hesitou em aceitar a missão. Ele sabia o quanto a floresta

era importante para o equilíbrio do planeta e para a vida dos animais e das
pessoas que dependiam dela. Com a ajuda do Boitatá, Pierre se tornou um
verdadeiro defensor da natureza.

Ele se juntou a outros ativistas e começou a lutar pela proteção da

floresta. Eles organizaram protestos pacíficos, escreveram cartas e
conscientizaram as pessoas sobre a importância de cuidar do meio ambiente.
Pierre também aprendeu muito sobre a biodiversidade da floresta e se
apaixonou ainda mais pela natureza.

Com o tempo, a missão de Pierre e seus amigos deu resultados. As

pessoas começaram a entender a importância da floresta e a protegê-la. O
Boitatá estava feliz com o trabalho de Pierre e o parabenizou pelo seu
esforço.

Um dia, o Boitatá chamou Pierre para uma última conversa. Ele revelou
o segredo que tinha guardado: a floresta tinha um tesouro escondido, uma
planta rara que podia ser usada para curar muitas doenças. Pierre estava
surpreso e emocionado.

O Boitatá disse a Pierre que a planta estava em perigo, pois havia

caçadores ilegais e traficantes de plantas raras que estavam tentando
encontrá-la para fins lucrativos. Pierre estava determinado a proteger essa
planta valiosa e garantir que fosse usada apenas para fins medicinais e de
pesquisa.

Com a ajuda de seus amigos ativistas e do Boitatá, Pierre montou uma

expedição para encontrar a planta e estabelecer medidas de proteção para o
local onde ela crescia. Eles enfrentaram muitos desafios ao longo do caminho,
incluindo emboscadas de caçadores ilegais e a resistência de empresas
madeireiras que tentavam explorar a floresta.

Mas Pierre estava determinado a cumprir sua missão. Ele usou suas
habilidades de biólogo e seus conhecimentos sobre a floresta para identificar
a localização precisa da planta rara. Com muito cuidado, ele estabeleceu uma
área de proteção ao redor da planta e conseguiu obter o apoio das autoridades
locais para garantir que a área fosse patrulhada e protegida.

Ao longo dos anos, a planta rara floresceu sob os cuidados de Pierre e

sua equipe. A notícia sobre a descoberta se espalhou e cientistas de todo o
mundo vieram estudá-la e desenvolver medicamentos a partir dela. A planta
se tornou uma importante fonte de cura para muitas doenças e ajudou a
conscientizar ainda mais as pessoas sobre a importância de proteger a
biodiversidade da floresta.

Pierre continuou sua luta pela proteção do meio ambiente ao longo de

sua vida. Ele se tornou um defensor reconhecido internacionalmente e
recebeu prêmios por seus esforços em preservar a floresta e suas espécies
únicas. A amizade com o Boitatá continuou ao longo dos anos, e Pierre sempre
foi grato pelo papel que a mítica criatura desempenhou em sua jornada de
proteção à natureza.

Com o tempo, a floresta de Jutaí se tornou um exemplo de conservação

bem-sucedida e atraiu a atenção de outros países e comunidades que
buscavam proteger suas próprias áreas naturais. Pierre continuou a trabalhar
incansavelmente em sua missão de proteger o meio ambiente, inspirando
outros a se juntarem a ele em sua causa.

E assim, Pierre cresceu e se tornou um líder na defesa da natureza.

Seu compromisso e paixão pela proteção do meio ambiente foram
fundamentais na preservação da floresta e na conscientização sobre a
importância de cuidar da biodiversidade. Ele continuou a compartilhar as
estórias do Boitatá e sua jornada com as gerações futuras, inspirando-as a
também se tornarem defensores do meio ambiente.

E assim, a história de Pierre e sua amizade com o Boitatá foi passada

adiante como uma lenda sobre a coragem de um jovem garoto que lutou pela
proteção da natureza e ajudou a salvar uma planta rara e valiosa. A floresta
de Jutaí continuou a prosperar, graças aos esforços de Pierre e de todos
aqueles que se juntaram a ele em sua missão. E o Boitatá continuou a ser uma
figura mítica na cultura de Jutaí, do Amazonas e do Brasil.

Sérgio Piancó