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Campus Pantanal
PESQUISA DE CAMPO
Corumbá/MS
Dezembro de 2018
LIGA ÁRABE BRASILEIRA EM CORUMBÁ
A cultura árabe é amplamente divulgada, nas reuniões feitas na Liga, com o objetivo
de trocar culturas, como por exemplo, a dança do ventre livre, divulgar o idioma árabe, e o
esclarecimento da causa palestina. A Liga Árabe também tem brasileiros dentre seus
membros.
A causa palestina, segundo nosso entrevistado, o Sr. Omar Faris, gira em torno do dia
5 de junho de 1967 (a chamada Guerra dos Seis Dias), em que o exército israelense invadiu e
tomou a península do Sinai, as colinas de Golã, e os territórios de Gaza e Cisjordânia, mais a
Jerusalém Oriental. Vários palestinos tiveram suas terras ocupadas, e os mesmos não puderam
mais retornar para as mesmas. Isso foi o que motivou a família do Sr. Omar Faris, vir para o
nosso país, e logo depois se fixar em Corumbá. O mesmo relatou que a ocupação israelense
na Palestina se deu devido a um movimento chamado Sionismo. Segundo nossa pesquisa, o
Sionismo foi um movimento para combater o anti-semitismo, que foi uma perseguição feita
aos judeus durante o Holocausto, no período da Segunda Guerra Mundial. O Sr. Faris está
atualmente com 66 anos de idade, e mora a 50 anos no Brasil.
As famílias aqui fixadas tiveram a idéia de não deixar morrer os ideais e a cultura
árabe-islamita, e também encontrar uma maneira de modificar a visão preconceituosa dos
brasileiros em relação ao povo árabe como de terroristas, por causa dos extremistas religiosos
islamitas que carregam em seus próprios corpos bombas para explodirem em pontos
estratégicos, segundo a visão radical de líderes extremistas da religião islamita. O Sr. Omar
Faris diz que nem todos os islamitas, ou muçulmanos (o islã é a principal religião árabe), são
extremistas. O entrevistado diz uma das estratégias da Liga Árabe foi de convidar
personalidades brasileiras, moradoras de Corumbá, para as reuniões da Liga, e mostrar ao
povo corumbaense, que a visão violenta dos árabes é antiquada.
Além das reuniões feitas na Liga Árabe Brasileira, entre brasileiros e árabes, várias
estratégias foram feitas pelos árabes para aproximação dos dois povos. Uma delas foi criar um
clube Brasil Palestina, na Palestina. Também foi renomeada uma Rua na Palestina para o
nome de Brasil. Ensinasse capoeira, idioma português e futebol na Palestina. A famosa dança
do ventre foi ensinada várias vezes na Liga Árabe Brasileira em Corumbá, inclusive
participaram de várias competições regionais, onde não tinha somente mulheres árabes, mas
também brasileiras. Muitas comemorações próprias dos muçulmanos são abertas ao público,
dentre elas, se comemora o dia 15 de novembro de 1988, a criação do Estado da Palestina,
que foi reconhecido pela OLP (Organização para Libertação da Palestina).
Segundo, o Sr. Omar, a religião Islã acredita que Muhammad, que é por nós é
conhecido como Maomé, subiu ao sétimo céu, e que o anjo Gabriel deu a ele as revelações
que se encontram no Alcorão. A saudação usada pelos muçulmanos para cumprimentar uns
aos outros é As-salamu alaykum, que quer dizer “A Paz esteja com você!”, e em resposta a
pessoa responde Wa alaykumu s-salam, que significa “E para você Paz!”. Essas expressões
foram escritas no alfabeto original árabe pelo Sr. Omar em nossas anotações. Segundo relato
dele, tanto os judeus, como os islamitas são descentes de Abraão. Os muçulmanos não comem
carne de porco, nem bebem bebida alcoólica. No calendário árabe, nós estamos no ano de
470.
Concluímos no final do trabalho, que apesar de os árabes terem uma cultura muito
diferente da nossa, seus valores culturais, importam tanto para eles, como os nossos importam
para nós. Geralmente, por sermos um país cristão, damos muito mais atenção à história de
Israel, e a tendência é termos uma opinião favorável aos ideais israelitas, principalmente pelo
fato do cristianismo ter origem no judaísmo. Percebemos que o entrevistado evitou comentar
sobre questões religiosas, e se prendeu mais a questões políticas, provavelmente para evitar
algum tipo de etnocentrismo. Porém o mais importante é se verificar o outro lado da história,
é que na verdade, os árabes, que vulgarmente são chamados de “turcos”, são pessoas capazes
de ter um relacionamento saudável como qualquer outro cidadão da cidade de Corumbá.