Você está na página 1de 16

MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO DAS ESCOLAS PAROQUIAIA PRESBITERIANAS:

ESCOLA SIMONTON, UNAÍ - MINAS GERAIS (1956-1976)

Viviane Ribeiro ribeirovivi@yahoo.com.br


Cristiane Silva Costa cristianeunaimg@yahoo.com.br
Instituto de Ensino Superior Cenecista – INESC

Palavras-chave:
1. Escolas paroquiais 2. Métodos de alfabetização 3. Missão Oeste do Brasil

1. INTRODUÇÃO

Há ainda no Brasil enormes lacunas no que diz respeito à interpretação da história da


escolaridade. Neste sentido, esta pesquisa contribui para o levantamento da História da Educação
Brasileira no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba iniciada em 1993 pelo Núcleo de Estudos e
Pesquisas em História e Historiografia da Educação (NEPHE) da Universidade Federal de
Uberlândia - UFU. No Noroeste Mineiro a pesquisa iniciou-se na cidade de Lagamar pelos
professores Sérgio Celani Leite e Viviane Ribeiro. Após o falecimento do professor Sérgio,
Ribeiro prosseguiu com as pesquisas e em 2005, sob a orientação do professor Geraldo Inácio
Filho, escreveu sua dissertação de mestrado com o tema: “Da ética protestante à finalidade do
trabalho: os presbiterianos no contexto educacional do Alto Paranaíba – MG (1946 - 1966). E em
2010 orientou a monografia “A história da Escola Simonton e a contribuição da Igreja
Presbiteriana para a educação escolar no município de Unaí - MG” que deu continuidade às
pesquisas das escolas paroquiais ligadas às igrejas presbiterianas criadas pela Missão Oeste do
Brasil.
Os presbiterianos fundaram em Unaí, uma escola de alfabetização, baseada em seus
princípios religiosos. Portanto, este estudo pretende analisar a presença dos protestantes na região
e sua influência educacional, no período compreendido entre 1956 – com a criação da Escola
Simonton, a 1976 – última data em que a escola aparece nos relatórios da Missão Oeste do Brasil -
WBM. Porém, essa escola funcionou até 1981, porém, sem a supervisão e o apoio financeiro da
WBM.
A pesquisa realizou-se a partir dos seguintes questionamentos: Como foi o contexto de
criação da Escola Presbiteriana Simonton? Qual a importância desta Escola para o contexto
educacional do município? Qual o método ou quais os métodos de alfabetização adotados pelos
professores?
Nesse sentido, a pesquisa teve por objetivos: descrever o contexto de criação da Escola
Presbiteriana Simonton e sua importância para a educação no Município de Unai – MG; analisar a
influência do protestantismo no processo de desenvolvimento social, político, econômico e
cultural no município de Unaí; evidenciar o trabalho evangélico e educativo realizado pelos
presbiterianos no Município de Unaí; pesquisar a organização didático-pedagógica da Escola
Simonton; investigar a utilização dos métodos de alfabetização pelos professores.
Desde os seus primórdios, a igreja presbiteriana implantou diversas escolas onde a
educação pública não oferecia vagas para todos os alunos, porém, há uma ausência de estudos
históricos no que diz respeito à influência do protestantismo e mais especificamente, a igreja
presbiteriana na história da educação no Município de Unaí e do Noroeste Mineiro. Aliás, não
existem pesquisas na área de História da Educação na Região Noroeste de Minas.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo que segundo Figueiredo e Souza (2005, p. 71)


“aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas”.
Nota-se que a abordagem qualitativa:
[...] se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser
quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis. (Neves, 1996, p. 8)

Ressalta-se que foi realizado um estudo acerca da história de uma instituição escolar, a
Escola Simonton, partindo de sua criação, organização, até as características da prática
pedagógica, os professores, os alunos, sua relação com a Igreja Presbiteriana e com a comunidade
unaiense. De acordo com Gatti Junior e Oliveira (2002, p.74):

[...] historiar uma instituição educativa, tomada na sua pluridimensionalidade, não


significa laudatoriamente descrevê-la, mas explicá-la e integrá-la em uma
realidade mais ampla, que é o seu próprio sistema educativo. Nesse mesmo
sentido, implicá-la no processo de evolução de sua comunidade ou região é
evidentemente sistematizar e re (escrever) seu ciclo de vida em um quadro mais
amplo, no qual são inseridas as mudanças que ocorrem em âmbito local, sem
perder de vista a singularidade e as perspectivas maiores.

Ainda nesse sentido, Magalhães (1996?) enfatiza que o estudo de uma instituição é um
processo de investigação onde se cruzam informações de várias naturezas: orais, arquivísticas,
museológicas, arquitetônicas, fontes originais e fontes secundárias e um manancial de informação
cuja exploração e utilização carecem de uma cuidadosa vigilância hermenêutica. Um vaivém
esclarecido entre a memória e o arquivo.
O estudo da história das instituições possibilita a compreensão do passado e o
conhecimento dos fatos que ficam omitidos, quando se considera apenas as informações
transcritas nos documentos. É necessário conferir sentido à existência da instituição.

Neste sentido, é significante privilegiar as novas interpretações que realçam a


História Regional, objetivando fazer a ponte entre a totalidade e a singularidade.
Deste modo, entender a história regional significa inseri-la num contexto mais
amplo, no qual as mudanças em âmbito local ocorrem. Assim, historiar uma
instituição educativa carece não perder de vista sua especificidade, mas, ao
mesmo tempo, compreender sua totalidade (GATTI JUNIOR; OLIVEIRA, 2002,
p.74)

As instituições educativas não param de produzir história são organismos vivos e em


constante mudança. Nesse sentido, os estudos e interpretações acerca das instituições, trazem
benefícios no que diz respeito a avanços significativos sobre representações sociais, cultura
escolar, elite, trabalho, grupos e classes sociais, entre outros. (MAGALHAES, 1996?)
Para realização dessa investigação, utilizou-se a Pesquisa Bibliográfica através do estudo
dos seguintes autores: Magalhães (1996?), Gatti Junior (2002), Thompson (1998), Meihy (1996) e
Ribeiro (2005). E obras de autores da Igreja Presbiteriana que tratam da história da igreja e da
educação: Hack (1985), Ramalho (1976), Ferreira (1996), Read (1970) entre outros.
Nesta pesquisa também foi utilizada a pesquisa documental que se realizou por meio do
levantamento e análise de documentos da Igreja Presbiteriana de Unaí e documentos da Escola
Simonton, apesar de os missionários levarem para os Estados Unidos praticamente toda a
documentação das escolas paroquiais, alguns desses documentos foram enviados pela Sra. Martha
Litlle para a professora Viviane Ribeiro (Orientadora deste estudo) durante a realização de sua
pesquisa de mestrado. Também coube fazer um levantamento dos arquivos particulares das
professoras que trabalharam na Escola Simonton.
A documentação que diz respeito à Escola Simonton foi repassada à 16ª Superintendência
Regional da Educação situada na cidade de Paracatu. Lá foram encontados: livro de matrículas
dos alunos de 1961 até 1971, livro de matricula do pré-primário e um livro de ata de formatura da
quarta e quinta séries.
A pesquisa de campo também contou com a realização de entrevistas. Para isso foi
utilizado o recurso da história oral. Segundo Thompson (1998, p.27) “Em alguns campos a
história oral pode resultar não apenas numa mudança de enfoque, mas também na abertura de
novas áreas importantes da investigação”. A “voz do passado”, quando bem analisada pode,
contudo, mudar a ênfase do presente. Para Thompson (1998, p. 195) “é precisamente essa
perspectiva histórica que nos permite avaliar o significado a longo prazo da história.”
A utilização da história oral se fundamenta no direito de participação social, e nesse
sentido está ligada ao direito de cidadania. “Sem dúvida é a humanização da vida social que
amolece corações de todos que aprendem que a história é feita pelas pessoas comuns, com
sentimentos, paixões, idealizações, qualidades e defeitos” (MEIHY, 1996, p.14).
A história oral é o que possibilita a aproximação entre o passado e o presente e é com esse
intuito que a pesquisa de campo foi realizada através da utilização de entrevistas. Contudo, faz-se
necessário uma análise criteriosa entre a memória individual e a coletiva. Como destaca Meihy
(1996, p. 52)

O passado contido na memória é dinâmico, como a própria memória individual


ou grupal. Enquanto a narrativa da memória não se consubstancia em um
documento escrito, ela é mutável e sofre variações que vão da ênfase e da
entonação a silêncios e disfarces.

A memória libera sentimentos poderosos, contudo, para o pesquisador, elas podem ser tão
ameaçadoras quanto importantes, por isso exige cuidado especial na análise das respostas para
agrupar as histórias relatadas. A ligação entre a análise teórica e a história oral pode permitir
novas hipóteses, transferindo o centro das atenções dos livros para as pessoas. (MEIHY, 1996)
Foram entrevistados ex-professoras, ex-alunos, ex-diretoras, membros da igreja e
fundadores da Escola Simonton. A Sra. Elinete W. P. Miller, que ajudou Martha Little na
supervisão das escolas paroquiais na região de Unaí, Brasília, Goiás, atual estado de Tocantins e
Pará também participou da pesquisa. Uma das ex-diretoras, a Sra. Odete Bontempo mora
atualmente no Paraná, mas também respondeu as perguntas enviadas a ela por sedex.
As informações obtidas foram analisadas qualitativamente e são relacionadas de acordo
com a trajetória da instituição em foco. No decorrer da pesquisa foram encontradas, fotografias e
documentos pessoais das ex-professoras que contribuíram de forma significativa para o
desenvolvimento da pesquisa.

3. A MISSÃO OESTE DO BRASIL

A história do protestantismo missionário surgiu na igreja presbiteriana nos Estados Unidos,


quando em 1859 enviou ao Brasil o seu primeiro missionário, na pessoa de Ashbel Green
Simonton para iniciar o trabalho evangélico. Contudo, para o presbiterianismo, não bastava trazer
ao Brasil apenas a religião protestante, era necessário a imposição de sua cultura. Simonton
“elegeu a escola como instrumento indispensável para a consolidação do seu trabalho” (HACK,
1985, p.58).

O programa educativo é uma das primeiras e mais importantes expressões da


obra missionária. A natureza e a profundidade das mudanças que se quer
introduzir na sociedade não condizem com o analfabetismo dos conversos, nem
com a pouca instrução reinante. É necessário que o protestante seja capaz de,
pelo menos ler a bíblia e certa literatura religiosa (RAMALHO, 1976, p. 69)

Os missionários que procederam Simonton, dentre das várias tentativas de disseminar o


protestantismo no Brasil, organizaram as missões se dividindo entre os Estados Brasileiros. A
Missão Oeste do Brasil (WBM), que era sediada em Campinas, foi a única a se movimentar pelas
regiões do Brasil seguindo para o oeste, estrategicamente seguia os pontos terminais das estradas
de ferro mais importantes que penetravam no interior do Brasil.
Esta Missão deslocou-se de São Paulo para Campinas, daí para Minas Gerais: Triângulo
Mineiro (1890), Alto Paranaíba (1930) e Noroeste Mineiro (1950). Ao promover a conversão de
famílias locais, consolidar as igrejas e assegurar-se da instrução dos filhos dos fiéis os
missionários deixam o trabalho religioso e educativo nas mãos dos brasileiros e seguiam para
outras regiões. A partir do Noroeste Mineiro fundaram igrejas e escolas em Brasília, interior do
estado de Goiás, atual estado do Tocantins indo até o Pará acompanhando a BR Belém- Brasília.
O plano desta Missão estava definido para a fundação e manutenção de igrejas, entretanto,
perceberam a necessidade de formar líderes para o trabalho de evangelização e deram início a uma
escola de treinamento para evangelizadores leigos, foi quando surgiu a “Escola Bíblica Edward
Lane” em 1933 em Patrocínio - MG (READ, 1970 p. 72-73).
Apesar de voltar-se para o trabalho de evangelização e construção de igrejas, a WBM teve
que considerar a necessidade de criação de escolas junto às igrejas, pois o ensino público da época
não oferecia vagas suficientes e muitas vezes, perseguia os não-católicos. A disseminação do
presbiterianismo não teria sucesso sem a alfabetização do povo.
Embora a Missão Oeste do Brasil privilegiasse o trabalho de evangelização direta, baseado
na construção de igrejas e na conversão da população, a implantação de instituições educacionais
surgia como uma forma de disseminar os referenciais protestantes, para tornar os homens aptos a
ler e interpretar as escrituras e como ideal de civilização de disseminação da liberdade religiosa.
As escolas presbiterianas eram conhecidas, nas diversas cidades onde foram criadas pela
qualidade do ensino oferecido, pois tratava-se da implantação de modelos pedagógicos
escolanovistas oriundos dos Estados Unidos e pelo controle pedagógico das escolas realizado pela
missionária e educadora Martha Little.
As escolas públicas não ofereciam vagas para todos os alunos, assim, aceitar as crianças na
escola paroquial, era uma boa forma de atrair os pais à igreja presbiteriana. Logo, se pressupõe
que a fundação da escola e o progresso da cidade estão intimamente ligados. Isso sem dizer que o
trabalho religioso estaria fracassado em conseqüência do analfabetismo.

4. ESCOLANOVISMO E A INFLUÊNCIA DE METODOLOGIAS DE ENSINO NORTE-


AMERICANAS

Nas pesquisas realizadas anteriormente por Leite e Ribeiro (2002) , Leite (2005) e Ribeiro
(2005) fica evidente a presença da linha escolanovista na organização didático-pedagógica das
escolas paroquiais. A presença do pragmatismo norte-americano e a utilização de métodos globais
de alfabetização intensificam-se a partir de 1948 com a chegada de Martha Litlle ao IBEL, ela
ficou responsável pelo curso de formação de professoras rurais. E em 1954 tornou-se supervisora
de todas as escolas paroquiais mantidas pela Missão Oeste do Brasil:

Em janeiro de 1948 Martha Litlle chegou a Patrocínio – MG e iniciou seu


trabalho no Instituto Bíblico Eduardo Lane - IBEL. Com sua experiência de haver
trabalhado como professora em escolas rurais em Carnesville, nos Estados
Unidos, ela recebeu convite, em 1954, para trabalhar como supervisora e
orientadora das escolas evangélicas situadas em Minas e Goiás. Eram ao todo 09
escolas em Minas Gerais: Brejão, Coromandel, Cupins, Lagamar, Paracatu, Porto
(campo de Lagamar), Pindaíbas (campo de Brejão), São Domingos e Uberlândia.
Em Goiás eram 08 escolas: Capim Puba, Crixás, Formoso,Goianésia, Rubiataba,
Uruana, Uruaçu, Waldelândia. Logo depois outras escolas foram surgindo e havia
12 escolas em Minas e 09 em Goiás. Havia 34 professores atuando nessas escolas
sendo: 13 graduados no Instituto Bíblico Eduardo Lane, 12 com curso primário
completo e 08 com Escola Normal. Ao todo eram 1079 crianças matriculadas nas
escolas evangélicas da Missão Oeste. Martha Litlle iniciou seu trabalho
procurando conhecer a realidade de cada escola e seus professores, cada
localidade e cada igreja (MILLER, 2004, p. 01).

Sua formação e experiência profissional nos moldes da Escola Nova aliados à formação de
professoras rurais no IBEL, permitiu:

[...] um trabalho junto com as professoras e junto com elas foi construindo uma
nova metodologia de ensino, mais participativa, com atividades mais concretas e
adequadas à realidade. A seleção de conteúdos dos currículos e a metodologia foi
sendo discutida em cada escola. O sistema de avaliação onde o trabalho do aluno
não era somente valorizado durante as provas, mas durante todo o processo de
ensino e de aprendizagem. (MILLER, 2004, p. 02).

O crescimento das escolas e o surgimento de outras levou Martha Litlle aos Estados
Unidos para um curso de aperfeiçoamento pedagógico na Universidade de Geórgia, seu objetivo
era aprender novos métodos de ensino e avaliação, formou-se em 1965. Para aprender mais sobre
a educação no Brasil, freqüentou os cursos oferecidos pelo Estado de Minas Gerais e pesquisou a
bibliografia dos educadores brasileiros. E, para aperfeiçoar a formação das professoras formadas
pelo IBEL,

Criou cursos de atualização pedagógica em Matemática, Linguagem, Leitura oral


e escrita, Ciências, Educação Artística, Legislação de Ensino e Administração
Escolar. Nomes de destaque na educação em Minas Gerais foram convidados e
deram cursos para as professoras, dentre elas destacamos os nomes de Elza
Moura, Magdala Lisboa Bacha, Bartolomeu de Campos Queiroz, Ana Maria e
muitos outros. Textos, livros, materiais didáticos eram preparados durante esses
cursos. Martha Litlle ao visitar as escolas administrava aulas demonstrativas para
ajudar as professoras a entenderem melhor as novas metodologias, o uso dos
materiais didáticos e ainda, a melhor dosagem de conteúdo. Um assunto
permanente em suas visitas era a avaliação de ensino e o relacionamento das
professoras com os alunos, com os pais e a comunidade. Chamava sempre a
atenção para a necessidade do ensino estar integrado à realidade da criança e da
comunidade. Ajudava na criação de um ambiente de ensino aprendizagem mais
agradável e favorável para que a aprendizagem fosse facilitada. Assim ajudava na
criação da biblioteca da escola, do cantinho de ciências, etc. Ensinava as
professoras a relacionar o estudo com a vida e para tanto a necessidade das
professoras saírem com os alunos da sala de aula para a aprendizagem do meio
ambiente e da realidade que cercava as crianças. Incentivava o ensino das artes
como o teatro, teatro de fantoches, música, desenhos e jogos. Ajudava a usar
materiais como latinhas, palitos, grãos de cereais e figuras recortadas, álbuns
seriados, etc. Os materiais para estudo de adição, subtração, multiplicação,
sistemas numéricos e fração, tudo através de materiais concretos até que o aluno
fosse fazendo suas descobertas e construindo os seus conhecimentos (MILLER,
2004, p. 03-04).

Esses cursos de aperfeiçoamento de professores das escolas evangélicas eram realizados a


cada dois anos no IBEL em Patrocínio, ou no Acampamento Boa Esperança em Ceres - GO, e
contavam com a participação de todos os professores das escolas da Missão. Além da parte
teórica, os professores confeccionavam os materiais a serem utilizados durante as aulas. A Missão
também investia na aquisição de livros didáticos, inicialmente livros apenas para o professor,
depois adquiriram livros para todos os alunos de todas as escolas. Para aqueles que não podiam
pagar, a Missão ou a Igreja local financiavam.
A metodologia das escolas paroquiais diferenciava-se da metodologia da escola pública
pelo uso de materiais concretos, pela participação do aluno, valorização da família e ensino
voltado para vida prática. Essas escolas também foram pioneiras na implantação de classes de
educação infantil, chamadas na época de Pré Primário, ou Primeiro Ano (nesse caso chamavam de
Primeiro Ano Adiantado as turmas de primeira série), cursos admissionais e o ginásio.
O programa de alfabetização foi especialmente desenvolvido por Junia McMullan
Berberian para as escolas evangélicas (LITLLE, 2004, p. 01-02). O método de alfabetização era o
fonético. Ensinava-se primeiro a letra manuscrita e depois a cursiva.
Com o aumento do número de escolas (em 1962 havia 15 escolas em Goiás, 14 em Minas e
04 no distrito Federal, perfazendo um total de 33 escolas, 62 professores e 2500 alunos) Martha
Litlle passou a dedicar-se exclusivamente à supervisão pedagógica, deixou as aulas do curso de
formação de professoras rurais no IBEL e passou a contar com o auxílio de outros supervisores:
Revdo. Milburges Ribeiro (1960), Profa. Rebecca Glenn, Profa. Junia McMullan (1968-1971) e
Margaret Pittman (1971-1972) (MILLER, 2004, p. 04).

5. A MISSÃO OESTE DO BRASIL EM UNAÍ - MG

Da cidade de Patrocínio a Missão Oeste do Brasil intensificou o trabalho religioso na


região do Alto Paranaíba: Carmo do Paranaíba, Rio Paranaíba, Patos de Minas, Aparuá, Monte
Carmelo, dentre outras. No ano de 1937 a WBM partiu para Patos de Minas. Nessa época, a
Missão havia recebido o casal de missionários Estevão e Fraces Sloop, que de Patos seguiram para
Carmo do Paranaíba (FERREIRA, 1996). Estes missionários foram pioneiros nas atividades de
evangelização de Patos de Minas e Lagamar, bem como outras cidades do Noroeste Mineiro.
Devido à proximidade de Patos de Minas, as primeiras cidades do Noroeste
Mineiro a receber a influência do presbiterianismo, nos anos de 1940, foram Lagamar e
Coromandel. Ao avançar pelo Noroeste Mineiro a Missão Oeste organizou igrejas e escolas a
partir de 1950 nas cidades de Brasilândia, Bonfinópolis, Natalândia e Unaí.
No município de Unaí, os trabalhos presbiterianos através da WBM foram iniciados pelo
reverendo Stevão Sloop no início da década de 1950. Seu trabalho se evidenciava na educação e
formação dos jovens. O campo missionário se estendia para os pequenos povoados e vilarejos
(Ebenezer, Mamoneiras, Aldeia, Fazenda Novo Mundo), chegando a Cabeceira Grande no ano de
1949, na pessoa do Reverendo Alfredo Marien (GONÇALVES, 1990).
Segundo o relatório pessoal de Martha Litlle, de setembro de 2004, de Unaí os
missionários seguiram para a capital federal. Em 1958 o campo de Brasília pertenceu a Unaí. De
Brasília a Missão Oeste seguiu para os Estados de Goiás, Tocantins e Pará, para as cidades ao
longo da Rodovia Belém-Brasília, portanto, o trabalho missionário nestas regiões é mais recente,
por volta dos anos de 1960 a 1980. Ainda de acordo com o relatório de Litlle, os missionários
chegavam às cidades partindo de pequenos povoados e vilarejos. A preocupação não era apenas
evangelizar os grandes centros urbanos (FERREIRA, 1996).
Ao chegar a Unaí, a WBM se deparou com uma cidade em pleno desenvolvimento. Pelo
recenseamento do IBGE, no ano de 1950, a cidade contava com uma população urbana de 27.992
pessoas e a população rural somava 868 pessoas. Já no ano de 1960 essa população aumentou para
42.092 e 4.214 pessoas respectivamente (MELO, 1988).
Em Unaí, os missionários formaram líderes religiosos a partir da conversão de famílias
inteiras, implantaram a Igreja Presbiteriana e a Escola Simonton.

6. A IGREJA PRESBITERIANA DE UNAÍ

As primeiras Igrejas Presbiterianas surgiram a partir das visitas esporádicas dos


missionários norte americanos a determinadas cidades e povoados do Noroeste Mineiro. Contudo,
a distribuição de Bíblias feita por colportores caracteriza-se como a primeira fase do processo de
expansão do presbiterianismo.
No município de Unaí, por volta do ano de 1949, na fazenda Bolívia, próximo a Cabeceira
Grande, o presbítero Manoel Moisés deu início ao primeiro núcleo presbiteriano. A partir dessa
primeira inserção, o missionário Alfredo Marien, de Formosa/GO visitava o grupo de adeptos.
Seguido dele, o Reverendo Sebastião Tillman, de Paracatu/MG, acompanhava os crentes dessa
região. É interessante ressaltar que a esposa de Tillman, Dona Ester Tillman, era sua grande
colaboradora e ganhou simpatia do povoado de Cabeceira Grande pelos benefícios dispensados ao
pessoal de baixa renda (GONÇALVES, 1990).
Nessa época os protestantes eram perseguidos pelos católicos. Cardoso (2010, p. 1)
discorre que “na igreja, os mais velhos contam até hoje, que os primeiros cultos foram guardados
por policiais.” Na cidade de Unaí, o primeiro missionário chegou por volta do ano de 1950, mas a
cidade aparece nos relatórios da Missão Oeste do Brasil apenas no ano de 1956 e a igreja só foi
organizada no ano de 1971. De acordo com a Ata de Fundação da Igreja Presbiteriana de Unaí,
naquele ano os povoados de Pau D´Olho, Covas, Lontra, Garapuava, Uruana e Betânia recebiam
pregações advindas do campus de Unaí. No Livro de Atas da Igreja Presbiteriana de Unaí consta
que no ano de 1971 havia cento e dois membros comungantes residentes na sede e mais trinta e
dois na zona rural. Também faziam parte do campo de Unaí: Ebenezer, Mamoneiras, Aldeia e
Fazenda Novo Mundo.
A chegada do Reverendo Estevão Sloop, foi o que possibilitou a construção da Igreja
Presbiteriana no município. Ribeiro (2010) conta que: quando o missionário chegou, já haviam lhe
informado que na cidade, existia uma família proveniente da região do Carmo do Paranaíba adepta
ao presbiterianismo. A família Ribeiro era ponto de referência aos presbiterianos havia uns 130
anos, desde que Saint Clair Justiniano Ribeiro, em entrevista ao Imperador Dom Pedro II, no Rio
de Janeiro, recebeu de presente uma Bíblia, e influenciado pelo Imperador começou a lê-la se
convertendo ao evangelho. Depois disso, ele iniciou em sua casa reuniões de estudo bíblico com
parentes e amigos, mais tarde se convertendo ao presbiterianismo.
Ainda de acordo com Ribeiro (2010) a família de Saint Clair se mudou para a região do
Carmo do Paranaíba, levando consigo as convicções do presbiterianismo. De lá partiram para a
cidade de Unaí, onde receberam o Reverendo Estevão Sloop por volta do ano de 1950.
Sloop não falava quase nada em português, mas aos poucos foi aprendendo e ganhou a simpatia da
população.
Ribeiro (2010, p. 1) comenta que: “Ele andava no lombo de uma mula pelo interior
evangelizando a todos. Sempre levava folhetinhos explicando o evangelho. Distribuiu Bíblias na
região inteira.” Sloop ia de casa em casa pregando o presbiterianismo e várias pessoas se
converteram ao longo de suas visitas. Os que sabiam ler continuavam fazendo a leitura da Bíblia
para os outros e, assim, os grupos de convertidos se formavam para a leitura da Bíblia e o culto
religioso. Sloop ainda utilizava o canto e instrumentos musicais como estratégia de evangelização
e conversão (RIBEIRO, 2010).
O missionário chegou sozinho a Unaí, mas depois trouxe a esposa Frances Sloop. Eles
chegaram a fixar moradia na cidade. Não se sabe ao certo quando nem por quanto tempo. Fato
interessante descreve Gonçalves (1990, p. 245):

D. Frances era de fina educação. Possuía carteira de motorista, fato que causou
grande espanto. Dentro das acanhadas limitações do meio, isto era “fora de
série”. Onde já se viu mulher guiar carro? Era o que constantemente se ouvia.
Mesmo os de mentalidade mais esclarecida, acorriam às portas e janelas, só para
vê-la passar dirigindo. Uma inédita cena para aqueles longínquos dias.

Cardoso (2010) relata que quando o Reverendo Sloop chegou à cidade, ele fez um mapa
geográfico e comprou lotes em lugares estratégicos. No centro da cidade construiu a igreja
presbiteriana e mais duas casas. Também comprou lote no bairro Cachoeira que mais tarde foi
vendido e o dinheiro, divido entre a Missão e a igreja de Unaí.
Na década de 1960 Sloop foi para o estado do Amazonas e foi substituído pelo Reverendo
Jessé Chagas que trabalhou por dois anos na cidade, sendo substituído em 1965 pelo Reverendo
Adão Bontempo. Bontempo veio de Campinas para Unaí juntamente com sua esposa Odete
Rodrigues Bontempo. O seu trabalho foi dar seqüência ao que havia sido iniciado por Stevão
Sloop. A Igreja Presbiteriana e a Escola Simonton eram sustentadas pela WBM. Quando a igreja
teve condições de se manter sozinha tornou-se independente, e foi organizada no ano de 1971
sendo denominada Igreja Presbiteriana de Unaí.

7. A CRIAÇÃO DA ESCOLA SIMONTON

A Escola Simonton foi criada simultaneamente à Igreja Presbiteriana, por volta do ano de
1950, ambas subsidiadas pela Missão Oeste do Brasil. A escola recebeu este nome em
homenagem a Ashabel Green Simonton, primeiro missionário presbiteriano a chegar ao Rio de
Janeiro em 1859. No início as condições eram precárias:

A escola funcionava em salinhas velhas no pátio da igreja. Certo final de semana,


as aulas aconteceram normalmente durante o dia, e à noite, o telhado desabou.
Então a Igreja começou a construir salas maiores e melhores, que funcionam até
hoje como sala para Escola Dominical. (BONTEMPO, 2010, p. 1)

A instituição criada pelos missionários não tinha interesses financeiros, para ajudar com o
pagamento de funcionários e materiais de limpeza, era cobrada uma taxa anual dos alunos que era
somada à verba liberada pelos missionários para a manutenção da escola. Cardoso (2010, p. 3)
enfatiza que: “O objetivo da escola era alfabetizar os crentes, e sua filosofia era dar apoio a quem
quisesse aproveitar o que a missão tinha de melhor.”
Em 1967, começou a funcionar uma extensão da Escola Simonton na fazenda Mamoneira.
Não havia salas de aula, as crianças com os pés descalços estudavam sentadas em banco de
madeira debaixo de uma árvore, o quadro ficava no chão.
Em Unaí, o primeiro diretor da Escola Simonton foi Estevão Sloop, depois Adão
Bontempo e Odete Bontempo, mais tarde a Sra. Marcília Cândida Bastos.
Os trabalhos realizados pela Escola estavam bem à frente do seu tempo já nos anos de
1950. Tanto no que diz respeito aos métodos de ensino, quanto em questões trabalhistas. De
acordo com Cardoso (2010), as professoras trabalhavam de carteira assinada. O registro era feito
em Campinas pela Missão Presbiteriana do Brasil. Em 1973 foi feito a baixa, para no mesmo ano
registrar no nome da Igreja Presbiteriana de Unaí. A baixa definitiva na CTPS das professoras foi
feita no início dos anos 1980.
A Tabela 01 refere-se ao número de alunos matriculados por ano na Escola Simonton:

Tabela 1- Número de alunos matriculados na Escola Simonton - Unaí – MG 1956 - 1970


Ano Série Masculino Feminino Nº de Alunos
1956 4ª série 02 04 06
1957 4ª série 03 02 05
5ª série 01 13 14
1958 4ª serie 05 09 14
5ª série 05 07 12
1960 4ª série 04 06 10
5ª série 04 06 10
1961 1º ano 18 15 33
2º ano 15 25 40
3º ano 21 15 36
4º ano 10 18 28
5º ano 03 04 07
1962 Pré 25 14 39
1º ano 16 12 28
2º ano 13 17 30
3º ano 13 17 30
4º ano 12 12 22
1963 Pré 52 53 105
1º ano 39 28 67
2º ano 23 39 62
3º ano 13 13 26
4º ano 19 13 32
1964 Pré 16 19 35
1º ano 06 07 13
2º ano 22 11 33
3º ano 08 03 11
4º ano 04 05 09
5º ano 00 00 00
1965 Pré 15 16 31
1º ano 12 13 25
2º ano 09 13 22
3º ano 09 07 16
4º ano 15 07 22
5º ano 00 00 00
1966 Pré 27 35 62
1º ano 10 10 20
2º ano 21 17 38
3º ano 10 11 21
4º ano 12 08 20
5º ano 00 00 00
1967 Pré 19 43 62
1º ano 29 19 48
2º ano 19 23 42
3º ano 18 22 40
4º ano 13 17 30
5º ano 00 00 00
1968 Pré 22 20 42
1º ano 25 20 45
2º ano 22 17 39
3º ano 02 03 05
4º ano 19 26 45
5º ano 00 00 00
1969 Pré 32 39 71
1º ano 18 21 39
2º ano 18 20 38
3º ano 19 18 37
4º ano 37 35 72
5º ano 00 00 00
1970 Pré 62 31 93
1º ano 14 41 55
2º ano 17 16 33
3º ano 31 28 59
4º ano 00 00 00
5º ano 00 00 00
1971 Pré 00 15 15
1º ano 03 40 43
2º ano 33 28 61
3º ano 17 20 37
4º ano 18 19 37
Fonte: Livro de Matrículas da Escola Simonton e Livro de Matrícula do Pré-Primário

A tabela apresentada descreve, a partir do livro de matriculas, o número de alunos


matriculados nos anos de 1956 até 1970. É perceptível o crescimento da escola, cujo auge se deu
nos anos de 1962 e 1963. No ano de 1956, consta apenas uma turma de quarta serie com sete
alunos. A existência das demais séries neste ano não pôde ser comprovada por falta de
documentos, e do ano de 1957 há apenas registro da quarta e quinta series. Mas tem-se a hipótese
de que havia desde a primeira série, pois o objetivo das escolas paroquiais era o de alfabetizar os
filhos dos fieis. A partir de 1972 não há registros de matrícula dos alunos.
O livro de matriculas da Escola Simonton é criterioso com todos os dados dos alunos,
percebe-se o registro de diversas informações como: número da matrícula, nome do aluno, sexo,
certidão e registro civil do aluno, data de nascimento, idade do aluno, estado em ele nasceu, nome
dos pais ou responsáveis (endereço, profissão, nível instrução dos pais e religião), ano ou série que
vai cursar, número de vezes que cursou a mesma série, procedência do aluno: de outra escola
(federal, estadual, municipal, particular), se já sabe ler e escrever, a que distância da escola o aluno
reside, lacuna destinada ao aproveitamento do aluno (aprovado, reprovado, compareceu ao
exame). Também existe um espaço destinado ao registro de expulsão do aluno da escola, com data
e motivo.
No item que se refere à quantidade de alunos a escola atendeu no período analisado um
total de dois mil, cento e vinte dois alunos. A partir de fevereiro de 1965, a escola ficou sob
responsabilidade do Reverendo Adão Bontempo. Ele fazia o possível para atender a todos os
alunos, oferecendo por alguns anos, aulas no período noturno, para os alunos da zona rural. Eram
alunos maiores de 14 anos que não podiam freqüentar as aulas durante o dia.
As salas de aulas eram mistas. Havia turmas com alunos na mesma faixa etária e turmas
com os considerados fora da faixa etária, estes vindo de outras escolas ou matriculados pela
primeira vez.

Tabela 02: Número de alunos residentes na zona rural e urbana


– Escola Simonton Unaí/MG – 1961 -1971
Ano Alunos residentes Alunos residentes
na cidade na zona rural
1961 107 37
1962 - -
1963 130 16
1964 64 10
1965 119 03
1966 47 14
1967 Não preenchido Não preenchido
1968 Não preenchido Não preenchido
1969 105 01
1970 84 00
1971 188 00
Total 844 81
Fonte: Livro de Matrículas da Escola Simonton

Outro fator evidenciado no Livro de Matrículas da Escola Simonton é o registro da


profissão dos pais dos alunos, que é descrito na tabela abaixo:

Tabela 03: Profissão dos pais dos alunos da Escola Simonton


Unaí/MG – 1961 -1971
Ano Lavrador Fazendeiro C/ curso Outros Total
superior
1961 78 25 09 32 144
1965 32 42 05 35 144
1971 21 46 14 90 171
Fonte: Livro de Matrículas da Escola Simonton

Descrito na tabela 03, o ano de 1961 e 1965 no item que se refere à profissão com curso
superior, cita-se: dentistas, oficiais de justiça e delegado. Nos itens outros, cita-se a profissão de
comerciante, pedreiro, pintor e doméstica. O ano de 1971, no item que se refere às profissões com
curso superior: há professor, escrivão, dentista, promotor, farmacêutico e advogado. E o item
outros, se refere a fotografo, telégrafo, militar e motorista.
Com a análise torna-se evidente a credibilidade e prestígio que a Escola conquistou entre a
população, quando o público atendido passou de trabalhadores braçais para profissionais liberais.
Tabela 04: Religião dos pais dos alunos da Escola Simonton
Unaí/MG – 1961 -1971
Ano Católico Presbiteriano Outras Total
1961 74 30 05 109
1962 125 62 00 187
1963 107 30 02 139
1964 40 41 02 83
1965 89 26 17 132
1966 117 56 07 180
1967 42 15 04 61
1968 104 23 10 137
1969 146 18 02 166
1970 143 33 02 178
1971 146 28 03 177
Fonte: Livro de Matrículas da Escola Simonton.

No que se refere à religião a tabela 04 explicita que apesar de a escola ser presbiteriana,
dos 1372 alunos matriculados, 1133 eram católicos, o que mostra que a escola não fazia exclusão
de alunos por serem de outra religião. Apenas no ano de 1964 o número de presbiterianos foi
maior que o de católicos. Além dos Católicos e Presbiterianos, havia também alunos que
pertenciam às igrejas Batista, Congregação Cristã e ao Espiritismo. Muitos pais não informaram a
religião.
Os alunos da quarta e quinta série, participavam de formaturas que a escola realizava.
Cardoso (2010, p. 4) relata que “Toda formatura a dona Martha vinha com caixas de bíblia e dava
uma a cada um. Era uma coisa bem preparada mesmo, top de linha. Com aparato de formatura de
faculdade naquele tempo... mas o pessoal era mal arrumado, com pé no chão.”
As professoras da Escola Simonton tiveram que fazer cursos de magistério para dar aulas
em escolas estaduais ou municipais, porque o curso que elas faziam pelo IBEL não foi
reconhecido pelo Ministério da Educação.

8. METODOLOGIA DE ENSINO

A metodologia de ensino da escola Simonton era comum às outras escolas fundadas pela
missão, e era adaptada à realidade do lugar. De acordo com o relatório enviando por Martha Little
(2004), a partir da suas visitas, eram diagnosticadas as necessidades para melhoria das escolas, a
qualidade do ensino ou para obter materiais mais adequados.
Nas palavras de Miller (2010, p. 2) Litlle:

Era uma grande educadora e se dedicava com muito amor e entusiasmo às


crianças, professoras e às escolas que supervisionava. O trabalho dela era muito
bem planejado. Primeiramente ela tinha um período de observação e avaliação do
trabalho da Escola e das professoras. Depois ela tinha um trabalho de orientação
pedagógica nas diferentes áreas: Matemática, Linguagem, Estudos Sociais, Artes
etc. Ela ajudava as professoras com novas metodologias de ensino, materiais
didáticos sempre muito atualizados e também conteúdos de ensino, quando ela
notava alguma defasagem na formação da professora. Também fazia uma parte
de orientação educacional, pois observava as crianças e suas dificuldades.
Conversava com as professoras sobre psicologia da educação e os problemas de
aprendizagem, comportamentos etc. Fazia reunião com os pais. Ela sempre
incentivava a criação da Associação de Pais e Mestres, pois a presença,
informação acompanhamento da vida dos alunos pelos pais e professores era
muito valorizada.

Além de promover a formação das professoras rurais no IBEL, supervisionar todas as


escolas da WBM em Minas e Goiás e organizar os cursos de formação continuada das professoras,
Martha Litlle orientava a construção do material didático e elaborou material didático para a
alfabetização: as professoras primeiro desenvolviam com os alunos do 1º ano as atividades de
“Iniciação à leitura: período preparatório” e depois passava para as atividades de “Leitura
Fonética”. Cada manual foi elaborado para ser aplicado durante um mês de aula. Não consta no
material a data de elaboração.
Durante os cursos de capacitação as professoras aprendiam com Martha Litlle a fazer
massinha, duplicador de atividades feito de glicerina e gelatina, aprendiam histórias e
confeccionavam flanelógrafo para contá-las:

Era um quadro que a gente dobrava e ele ficava bem pequeno. E quando abria
ele abria as partes e ficava grande. Todo de flanela. E tinha todas as figuras
bonitas com flanelinha atrás. E podia trocar as figuras também e colar na
flanela. À medida que ia contando a historia, passava as flanelas e surgiam os
desenhos. (XAVIER, 2010, p. 2)

Também havia a utilização da música como estratégia didática. Tudo o que era ensinado,
era transformado em música. A maioria das letras das músicas da Escola Simonton eram criadas
pela professora Elza Moura. Ela procurava encaixar as matérias trabalhadas, como os numerais, as
letras do alfabeto, moral e cívica, higiene e discriminação auditiva e noção de tempo musical. No
IBEL as professoras rurais aprendiam noções de música.
Uma vez que existia unidade nas atividades desenvolvidas nas escolas da Missão, acredita-
se que o material de alfabetização foi utilizado nas escolas de Minas Gerais e Goiás. Quanto ao
método de alfabetização Miller (2010, p. 5) descreve:

Uma parte do Método era chamado Global, onde as crianças iniciavam com a
história. Entender o sentido da história, depois as sentenças, palavras e letras.
Quando ensinávamos as letras trabalhávamos o Método Fonético. Estávamos
iniciando o Método Paulo Freire. Era dada muita importância ao raciocínio e ao
entendimento do texto. Esses Métodos estavam sendo introduzidos no Brasil e
adaptados à realidade brasileira pelo Centro Aperfeiçoamento de Professores João
Pinheiro. Paulo Freire estava despontando como uma grande esperança para a
educação brasileira e com um Método Brasileiro.

Nas pesquisas realizadas anteriormente Leite e Ribeiro (2002), Leite (2005) e Ribeiro
(2005) citam apenas o método global de alfabetização, como método das escolas paroquiais
presbiterianas. De acordo com suas investigações, tratava-se não apenas da influência norte-
americana, como também do contexto educacional mineiro da época de implantação do modelo
escolanovista.
Uma das preocupações de Martha Litlle foi o de seguir o programa Curricular de Minas
Gerais. Contudo a “prática pedagógica dos professores baseava-se na técnica e no pragmatismo,
sendo esta a linha pedagógica norte-americana”. (RIBEIRO, 2005, p. 167).
Nas entrevistas realizadas por Leite e Ribeiro (2002) e Ribeiro (2005), com professoras
das escolas da WBM em Patos de Minas e Lagamar, são citados os livros didáticos utilizados: no
período preparatório (pré-escolar) a Cartilha Sodré de Benedicta Stahl Sodré, no primeiro ano o
Livro da Lili de Anita Fonseca e no segundo ano O Livro de Violeta (1940), de João Lúcio. Este
autor também produziu os livros: O Livro de Elza do 3º ano e O Livro de Ildeu do 4º ano. Mas não
foram citados pelas professoras rurais. Todos esses livros eram livros adotados pelo Estado de
Minas Gerais.
Nesse sentido, havia a utilização do Método Sintético (Soletração) mediante o uso da
Cartilha Sodré e do Método Analítico.
Em Unaí, tem-se a utilização dos métodos Sintético (Fônico) e Analítico. A seguir será
feita a análise do material didático elaborado por Martha Litlle: atividades de “Iniciação à leitura:
período preparatório” e “Leitura Fonética”.
8.1 INICIAÇÃO À LEITURA: PERÍODO PREPARATÓRIO

Este material elaborado por Martha Litlle refere-se ao primeiro mês de atividades do 1º
ano. Não consta a data de elaboração do material. Na introdução (folha 1) Litlle instrui as
professoras a:

- Partir de problemas reais para as crianças e oferecer experiências significativas durante a


fase de alfabetização;
- Desenvolver atividades interessantes e variadas;
- Repetir muitas vezes as atividades;
- Não criticar ou castigar a criança por não saber alguma coisa;
- Mostrar entusiasmo;
- Manter os alunos sempre ocupados para manter a ordem e a disciplina.

Em seguida são apresentadas as atividades e estratégias didáticas (folha 2):

1. Experiências com números: trabalho concreto (contar objetos, comparar objetos, contar);
2. Histórias:

A professora deve preparar-se bem antes de contar qualquer história. Não é


suficiente ler a história uma vez só para depois contar. Deve ler a história várias
vezes. Decorar as palavras exatas dos personagens. Contar com vida! (LITLLE,
s.d., p. 2, a - grifos da autora).

3. Hora de conversa ou hora de novidades: dever ser realizada todos os dias pois desenvolve a
auto-expressão; prepara para a composição oral e escrita; desenvolve o vocabulário, a memória e a
capacidade de relatar eventos na ordem certa;
4. Escrita: exercícios rítmicos todos os dias para controlar a musculatura, letra manuscrita. A
professora deve ter a letra perfeita para que os alunos possam imitar. “A perfeição se consegue
treinando.” (Litlle, s.d., p.2, a - grifos da autora).
5. Preparação para a leitura: mover os olhos da esquerda para a direita, contar objetos ou
pessoas em fila, olhar gravuras em série, traçar uma linha seguindo pontilhados, perceber
semelhanças e diferenças entre os objetos e gravuras (tamanho, forma, cores), discriminação
visual e auditiva.
6. Desenho: espontâneo. Devia ser usado todos os dias. Algumas vezes a professora deve fazer
um desenho no quadro para que os alunos copiem (capacidade de observar e copiar). Os desenhos
das crianças devem ser colocados na parede.
7. Outras atividades importantes: dramatização, gravuras, cânticos, excursões, trabalhos
manuais (modelagem, recortes, colagem, alinhavo, dobraduras, etc.), poesias, jogos e manuseio de
livros pelo prazer de manuseá-los.

Segundo Litlle é um método rápido, interdisciplinar, permite a utilização de vários recursos


e promove o desenvolvimento lingüístico e social dos alunos.
Este manual divide-se em dois eixos:

1. A vida na escola e no lar (11 aulas) – todas as aulas iniciam-se com o ensino Bíblico.
Trabalha-se ainda com noção de tempo, relógio, calendário, ginástica.
Tópico da primeira aula: diferenças entre o lar e a escola; canto “Entrando em nossa
escola”; roda de conversa; dramatização simples de cenas familiares; desenho livre, recreio,
história com gravuras “Os três porquinhos”, preparação para a escrita (lllll), contagem com
músicas, discriminação visual.
Além do culto no início das aulas a questão religiosa e moral faz-se presente nos textos,
poesias, músicas e histórias:
A MERENDA DE ROSINHA (Helena Pinto Vieira)
São três bolinhos de milho
Que tem para merendar.
Mas como é boa a menina
A Rosinha já vai dar,
Um para seu irmãozinho,
E outro para um pastorzinho,
Que vê ao longe, a tocar
Os carneiros do rebanho
Que por ali vão pastar. (LITLLE, s.d., p. 18, a - grifos da autora)

2. Nossos animais de estimação (11 aulas) – todas as aulas iniciam-se com o ensino Bíblico.
Martha Litlle justifica esta unidade “pelas inúmeras oportunidades que oferece de
satisfazer a curiosidade natural das crianças” (Litlle, s.d., p. 22 a). Segundo ela há meninos que
tratam os animais com carinho e cuidado, outros são cruéis para com os bichinhos.
Litlle sugere que cada dia uma criança leve um animal para a aula. A professora a partir
disso trabalha produção de cartazes, desenho, recorte e colagem, histórias, poesias, conjuntos, faz
excursões com os alunos para conhecer outros animais e recorda a história de Noé.
No penúltimo dia de aula os alunos apresentam em auditório para os pais as poesias,
músicas, dramatizações das unidades trabalhadas. Um aluno é convidado para dizer o que
aprendeu. No vigésimo segundo dia fazem um teste. Litlle (s.d., p. 35 a) orienta: “Preparar as
crianças dizendo que vão fazer um exercício interessante (não chamar de teste nem prova).” O
teste era individual e servia para mostrar a maturidade e a prontidão da criança para a leitura.
Aqueles que não se saíam bem no teste continuavam com os exercícios de prontidão.

8.2 LEITURA FONÉTICA

Programa iniciado na quinta semana de aula após as unidades do período preparatório:


Escola e Família e Nossos Animais. As aulas fonéticas deviam durar pelo menos vinte minutos
diariamente. “Depois de um período de descanso ou de outra atividade, deve ter uma outra aula de
leitura, em que a professora, com o auxílio das crianças compõem um cartaz de experiência”
(LITLLE, s.d., p. 1 b).
Cada “lição” deveria ser trabalhada durante dois dias pela professora e as lições anteriores
eram recordadas com freqüência. Este manual era usado no primeiro semestre do 1º ano, no
segundo semestre iniciavam o pré-livro. A leitura fonética também era utilizada com crianças
maiores que não sabiam ler. As atividades priorizavam a “língua falada, a língua ouvida e a língua
escrita” (LITLLE, s.d., p. 1 b). As atividades/materiais eram:

1. Cartões-chave: mostram a letra e ilustram seu som com a figura que começa com aquele som.
2. Cartões de gravura: usados no ensino de um som e na recordação dos sons;
3. Cartões de letra do alfabeto: para recordar as letras;
4. Cartões de palavra: treinar o uso dos sons conhecidos e “descobrir” palavras novas;
5. Cartazes de experiência: feitos durante a aula para mostrar a relação entre língua falada e a
língua escrita e para dar o prazer de “ler” uma história.
6. Faixas de sentenças: correspondem aos Cartazes de Experiências ou Leitura;
7. Cartazes de leitura: satisfazem o desejo de ler e desenvolvem as habilidades essenciais na
leitura e estabelecem bons hábitos;
8. Trenzinho do alfabeto: familiarizar as crianças com as letras de forma agradável, recordar e
mostrar a ordem alfabética.

Sequência das atividades:


- 1ª a 3ª lição – apresentação do alfabeto (música e história do trenzinho)
- 4ª a 7ª lição – as vogais (apresentação do cartão-chave e cartão de gravuras)
- 8ª a 27ª lição – apresentação das consoantes: v, p, t, n, d, z, s (som de s e z, ss), b, l, r (rr), c (ç),
m, f, j, g (ga, go, gu), c (ce e ci), h, g (ge e gi), qu
- 28ª lição – tr, br, cr
- 29ª lição – qui, que
- 30ª lição – x
- 31ª lição – ar, er, ir, or, ur
- 32ª lição – ch
- 33ª lição – cl, fl, bl, pl, gl
- 34ª lição – os sons do x

Ênfase na relação som/letra, trabalhada mediante músicas, histórias e poesias. Divisão das
palavras em sílabas, produção de pequenos textos, cópia do quadro. Sequência das lições: cartão-
letra, cartão-chave (letra e desenho), cartão gravura, cartão palavra, atividades escritas, divisão das
palavras em sílabas, cartão sentença.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando os protestantes chegaram ao município, a cidade estava em pleno


desenvolvimento, dessa forma eles participaram ativamente do contexto de crescimento social e
cultural da cidade, já que havia apenas uma escola no município, a Escola Estadual Domingos
Pinto Brochado.
A princípio o público atendido pela escola compreendia filhos de lavradores, domésticas e
fazendeiros. Com o aumento de alunos e a matrícula dos filhos de profissionais liberais evidencia-
se e espaço de prestígio conquistado pela escola. A Escola Simonton, apesar de ser uma instituição
protestante, não fazia proselitismo religioso direto e ainda aceitava matrículas de crianças de
qualquer credo.
O trabalho de supervisão realizado por Martha Little foi muito importante para a
universalização dos métodos de ensino norte-americanos, especialmente a utilização de métodos
mistos de alfabetização: o sintético e o analítico. Litlle insistiu para que as escolas WBM fossem
conveniadas ao Estado de Minas Gerais, mas isto não aconteceu e merece ser fruto de futuras
investigações. Mesmo assim, as escolas seguiam o programa curricular do estado e adotaram os
mesmos livros. É interessante destacar também o trabalho realizado pelas professoras da Escola
Simonton com a música e a contação de histórias para o processo de alfabetização.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, W. C. Pequena história da Missão Oeste do Brasil. Patrocínio: Pimenta e Souto,


1996.
FIGUEIREDO, A. M; SOUZA, S. R. G. Como elaborar projetos, monografias, dissertações e
teses. São Paulo: Lumeno Júris, 2005.
GATTI JÚNIOR, D.; OLIVEIRA, L. H. M. M. História das instituições educativas: um novo
olhar historiográfico. Cadernos de História da Educação. Uberlândia: v. 1, n. 1, p. 73-76,
jan./dez., 2002.
GONÇALVES, M. T. Hunay de hontem e Unaí de hoje. Belo Horizonte: Arte Quintal, 1990.
HACK, O. H. Protestantismo e educação brasileira: presbiterianismo e seu relacionamento com
o sistema pedagógico. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985.
LEITE, S. C. Predestinação e escolaridade: a comunidade presbiteriana e a educação no município
de Lagamar. In: GATTI, JÚNIOR, D; INÁCIO FILHO, G. (Orgs.) História da Educação em
perspectiva: ensino, pesquisa, produção e novas investigações. Campinas: Autores Associados /
Uberlândia: Edufu, 2005. p. 193-226. (Coleção Memória da Educação).
LEITE, S. C., RIBEIRO, V. (2002). Predestinação e escolaridade: a comunidade presbiteriana
e a educação no município de Lagamar – MG. Relatório final de pesquisa apresentado ao NIPE
– PIBIC do Centro Universitário de Patos de Minas, Patos de Minas.
LITLLE, M. Algumas anotações a respeito da supervisão das escolas evangélicas da Missão
Oeste do Brasil (mimeografado), 2004.
LITLLE, M. Iniciação à leitura período preparatório. Escola Presbiteriana Simonton. Unaí,
MG, s.d.
LITLLE, M. Leitura fonética. Escola Presbiteriana Simonton. Unaí, MG, s.d.
LIVRO DE MATRÍCULAS. Escola Presbiteriana Simonton. Unaí-MG, 1961-1971.
LIVRO DE MATRÍCULAS PRÉ-PRIMÁRIO. Escola Presbiteriana Simonton. Unaí-MG 1961-
1971.
MAGALHAES, J. Contributo para a história das instituições educativas: entre a memória e o
arquivo. Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Portugal, [1996?] p. 18.
(Mimeografado)
MEIHY, J. C. S. Manual de história oral. 4.ed. São Paulo: Loyola, 2002.
MELLO, O. Unaí: rumo às veredas urucuianas. Prefeitura Municipal de Unaí - MG. Unaí, 1988.
MILLER, E. W. P. Históricos e dados das escolas evangélicas (mimeografado), 2004.
NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa: características usos e possibilidades. Disponível em:
http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C03-art06.pdf. Acesso em: 22/11/2009. Caderno de
pesquisas em administração. São Paulo, v. 1, no. 3, 2º sem. 1996. p. 1-5.
RAMALHO, J. P. Prática educativa e sociedade: um estudo de sociologia da educação. Rio de
Janeiro: Zahar, 1976.
READ, W. Fermento religioso nas massas do Brasil. São Paulo: Livraria Cristã Unida, 1970.
RIBEIRO, V. Da ética protestante à finalidade do trabalho: os protestantes no contexto
educacional do Alto Paranaíba (1946-1966). 191 f. Dissertação (Mestrado em Educação).
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.
THOMPSON, P. A voz do passado: história oral. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1998.

Entrevistas

BONTEMPO, O. R. Mulher do Pastor Adão Bontempo, foi professora e diretora da Escola


Simonton. Entrevista concedida em Astorga, PR em 15/05/2010.
CARDOSO, N. R. M. Membro da Igreja Presbiteriana de Unaí e ex-professora da Escola
Simonton. Entrevista concedida em Unaí, MG em 20/04/2010.
MILLER, E. P. Atuou junto com Dona Martha Litlle na supervisão das Escolas da Missão Oeste
do Brasil. Entrevista concedida em Brasília, DF em 02/05/2010.
RIBEIRO, W. E. Presenciou as primeiras formas de culto religioso e as primeiras conversões no
município de Unaí. Acompanhou o missionário Stevão Sloop nos trabalhos religiosos em toda
Região do Alto Paranaíba. Entrevista concedida em Unaí, MG em 17/04/2010.
XAVIER, D. C. Ex-professora da Escola Simonton. Entrevista concedida em Unaí, MG em
15/04/2010.

Você também pode gostar