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1. INTRODUÇÃO
Um dos pontos evolutivos onde podemos encontrar mais avanços no decorrer dos anos
na história da humanidade, é a construção. O ato de abandonar o nomadismo e se fixar em
pontos estratégicos, levou o homem a adaptar sua nova moradia de acordo com a sua
necessidade, que foi se transformando e ganhando mais peso conforme o passar do tempo. A
habitação deixou de ser apenas o local onde se protege dos animais e da chuva, tão logo a
demanda de tornar aquele lugar mais confortável e mais resistente ao tempo começou a surgir
e com isso, o surgimento dos métodos construtivos que foram se alterando com a evolução
humana.
A incidência de materiais, dos métodos empíricos, da geografia e clima também
influenciaram essas mudanças, enquanto egípcios e romanos dispunham de pedras grandes e
resistentes que compunham a estrutura de suas edificações, os persas usavam tijolos de adobe
que eram secos ao sol, para construírem casas e templos, visto que não se encontravam em
áreas que possuíam grandes quantidades de pedras nobres para a construção. Fenômenos
climáticos como chuvas intensas, alagamentos, ventos e terremotos também são fatores
determinantes para que a alvenaria estrutural ganhasse novos rumos e novos elementos dentro
de seu sistema, como a estrutura metálica e o graute.
Atualmente, a alvenaria estrutural tem se tornado um sistema cada vez mais presente e
marcante no cenário da construção civil, a resistência, eficiência, o menor custo e a facilidade
para sua execução tem feito esse sistema ainda mais atrativo para as construtoras e ganhando
mais espaço no canteiro de obras, garantindo mais resistência para a edificação que será
construída ali.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Alvenaria estrutural, projeto e racionalização
A construção civil hoje em dia, sendo um dos setores que mais movimenta a economia
hoje em dia, dispõe de uma variedade de sistemas construtivos, tendo cinco como os mais
utilizados e conhecidos atualmente: alvenaria estrutural, alvenaria convencional, wood
frame, steel frame e parede de concreto. Definir qual sistema construtivo será utilizado no
canteiro de obras delimita os materiais que serão usados, a mão de obra, o tempo e o custo.
Dentro dos sistemas construtivos, a alvenaria estrutural se destaca como o método que
não utiliza colunas e vigas, garantindo que sua estrutura seja sustentada pelas próprias
paredes da obra, ganhando resistência com vergas e contravergas, alinhando-se ao uso de
grautes e estruturas metálicas onde for necessário. Segundo Sabbatini (2002) a alvenaria
estrutural é dimensionada pelo cálculo racional e o uso da alvenaria estrutural conjectura a
segurança pré-definida (idêntica a outras tipologias de estrutura), construção e projeto com
responsabilidades já definidas e conduzidas por profissionais habilitados e a construção
fundamentada em projetos específicos (estrutural-construtivo), desenvolvido por engenheiros
habilitados.
A alvenaria estrutural é muito utilizada
em construções verticais com pavimentos
tipo e repetições de layout, pois a
alvenaria é a peça fundamental. Ao
mesmo tempo em que é um elemento de
vedação é o elemento estrutural do
prédio, assim sendo o prédio que
tem seus
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pavimentos tipo é um item muito
favorável para a estabilidade da estrutura,
aplicando, assim, sua carga sempre
verticalmente em um ponto em comum.
(PASTRO, p. 4, 2007)
Tauil e Nese (2010) reiteram que o projeto de alvenaria é um dos elementos mais
importantes para a obra, pois pode ser denominado como o desenho específico de cada
camada de parede que sustentará a edificação, trabalhando conjuntamente as outras em todos
os sentidos e nas três coordenadas ou direções. O projeto é o responsável por designar se a
estrutura será feita de concreto formado por vigas e pilares. O projeto também é responsável
por estabelecer os vãos modulares, portas, janelas e outras interferências na estrutura, tal
como os shaft’s, localização de instalações, elevadores, espaços comuns no térreo, qual será a
posição das caixas d’água e as vagas nas garagens.
Ainda falando de projeto, a modulação se torna importante pelo fato de se alterar a
direção dos deslocamentos para cada situação ou abertura realizada na superfície da parede.
Antes Proposto
Programa de projeto Escopo de projeto
O programa de projeto fornece as Fornece ao cliente e a toda equipe técnica a
necessidades de cada cliente, focadas no hierarquização das ações no contexto macro
produto desejado e direciona o profissional das atividades técnicas.
sobre o que e como o cliente deseja
alcançar seu objetivo.
Estudo preliminar Estudo e anteprojeto
Etapa onde o projeto está sendo elaborado, Dispondo das ferramentas atuais de
é o momento que se realiza o estudo de pesquisa e elaboração de desenhos,
massa e é quando se determina o rumo das desenvolve um estudo prévio com as
ações que serão tomadas em prol do características de anteprojeto. A
desenvolvimento do programa projetual. É disponibilidade da informação e a
o primeiro passo para a volumetria e velocidade de produção permitem que
projeto legal. diversas etapas sejam unificadas,
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incluindo as disciplinas, estruturas,
instalações, projeto de arredores e
demais.
Projeto legal Projeto legal e diretrizes
Projeto onde o foco é garantir a aprovação Projeto que garante a aprovação da
para edificação perante o município. edificação no município e outras esferas do
governo para a expedição de diretrizes
construtivas do próprio empreendimento
e/ou arredores. Nesta fase, é possível
realizar o desenvolvimento modulado.
Anteprojeto Pré-executivo
Etapa que as atividades de Aqui, depois de discutir previamente as
desenvolvimento alteram a escala e há o compatibilizações entre o anteprojeto e o
acréscimo da coordenação e projeto legal, dá-se início ao
compatibilização às demais disciplinas. dimensionamento definitivo para os
projetos de estrutura, instalações e afins,
momento em que a maculação está
fechada, o desenvolvimento acontece em
outra escala, e o zoom se fecha acerca das
interferências construtivas e os diversos
componentes.
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das várias escalas de pontos críticos de
execução, elabora o memorial descritivo da
obra e o memorial de execução, cronograma
físico-financeiro e estabelece as diretrizes
para execução com controle. O projeto
modulado de alvenaria vai direcionar outros
executivos e as especificações de
material.
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2.2. Processos construtivos
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Fonte: Núcleo do Conhecimento (2018)
A alvenaria protendida, segundo Tauil e Nesse (2010) é o tipo de alvenaria reforçada
por uma armadura ativa, que expugna a alvenaria a esforços de compressão; este tipo de
alvenaria é raramente utilizada devido ao custo elevado para o padrão da construção.
2.3. Graute
O graute é um elemento construtivo formado por agregados e possui alta plasticidade, com o
slump preciso para preencher oz vãos e se acomodar nos vazios próprios da alvenaria
estrutural. Utilizado no interior dos blocos para aumentar a área de seção do bloco e assim
dando mais resistência para o ponto de alvenaria grauteado, elevando a resistência de
sobrecarga naquele ponto.
Para que isso ocorra com sucesso, é preciso ter um concreto com um bom nível de
trabalhabilidade, já as condições para lançamento nem sempre são favoráveis e as armaduras
internas não colaboram, por este motivo o cuidado com o graute precisa ser maior.
Focando no graute com boa resistência e uma peça uniforme, é necessário que bloco,
argamassa de assentamento, aço e graute estejam bem integrados entre si.
Figura 3 — Graute
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Fonte: Chalé de Madeira (2018)
Tauil e Nese (2010) dizem que o processo de grauteamento será em diferentes pontos
de concentração de carga, como vergas, contravergas, canaletas, cintas de amarração e em
pontos verticais, que são definidos por um projetista estrutural, elevando a resistência na
alvenaria. É preciso recordar que o ato que movimenta o concreto é feito manualmente com o
auxílio de uma barra de ferro, sem a necessidade de usar um vibrador, para que não aconteça
a destruição da aderência dos blocos.
Enquanto se realiza sua aplicação, precisa haver dedicação redobrada, garantindo que
tome cuidado nos lugares corretos, tratando de espalhar e preencher todo o vão disponível;
devido a fluidez do graute, o correto é despejar o material de maneira contínua no local
pretendido, indo de acordo com o processo de ação e evitando o aparecimento de bolhas,
desta forma facilitando a compactação deste material. É um elemento que se executa
rapidamente e não deve ser aplicado com a ajuda de uma colher de pedreiro, pois pode
influenciar negativamente no desperdício de insumo e o uso da ferramenta pode contribuir
para o desempeno da massa, já que pode forçar sua acomodação, que deve ser feita
naturalmente. A recomendação é alisar a superfície para torná-la plana e regular, garantindo a
continuidade plena da obra.
Para executar o grauteamento deve-se
tomar alguns cuidados, como dito
anteriormente, isto é, deve-se
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abrir um nicho no bloco da primeira fiada
para limpeza da área aderente, e, também,
um cuidado especial com a argamassa de
assentamento para que esta não se misture
com dois tipos de material diferentes. A
célula onde será grauteada tem que estar
limpa e livre de qualquer coisa que possa
ocupar o lugar do graute. Esta limpeza é
recomendada a ser feita no máximo a
cada 6 fiadas, para conseguir ter acesso à
sujeira. (PASTRO, p. 18, 2007)
A NBR 8798-RJ abrange todos os processos de execução e controle de obras em
alvenaria estrutural de blocos vazados.
3. METODOLOGIA
Este artigo foi elaborado a partir da pesquisa e revisão bibliográfica de artigos, revistas, livros
e estudos de casos acadêmicos nas bases de dados Scholar e SciElo, entre os anos de 2002 e
2022.
Os métodos utilizados neste artigo foi a pesquisa descritiva e qualitativa e a análise da
bibliografia selecionada.
Graute, alvenaria estrutural, materiais, grauteamento e processos construtivos foram as
palavras-chave para definir quais foram os conteúdos que fomentaram essa pesquisa.
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
A fim de elevar a resistência da alvenaria estrutural, processos como a alvenaria armada,
não armada e protendida foram incluídas na execução deste sistema, cada uma com
características muito singulares que determinam à sua maneira como a alvenaria vai se
comportar conforme o tempo, também afetam diretamente o custo da construção, seja com
materiais, insumos e o tempo disposto para tal.
Segundo Pastro (2007), a racionalização que ocorre após a definição do processo
construtivo, trabalhará diretamente no impacto dos custos da obra, uma
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vez que se define se haverá vergas e contravergas ou grautes naquela construção, desta forma,
limita-se o tipo insumo necessário, o tempo gasto nas atividades feitas e na execução final no
projeto de obra.
Tauil e Nese (2010) expõem que o processo construtivo deve ser definido após a
elaboração da coordenação modular, onde são organizadas as “peças” que irão compor o
edifício a ser construído, analisando tudo baseado em medidas pré-definidas. Dentro
da alvenaria estrutural, se tratando da coordenação modular, muitos autores concordam com a
medida de M=100 como a menor unidade de medida modular inteira da quadrícula, de
referência igual a 100 x 100 mm. Os autores salientam que ao projetar modularmente, permite
que exista perfeita organização dos espaços e a compatibilização dos elementos construtivos,
aliando a flexibilidade de atender o escopo, proposta técnica e o partido arquitetônico,
delimitado pelo arquiteto. O módulo é definido a partir do bloco de concreto que está
disponível em mercado e assim todo o processo da organização modular ocorre de forma
automática, servindo de referência para as medidas internas e externas de todos os ambientes
daquele projeto.
Tauil e Nese (2010) também apresentam três tipos de modulações: a modulação de 20,
onde as paredes possuem espessura de 10, 15 ou 20 cm. Nesta modulação, todas as dimensões
de 1 cm estão referidas aos ajustes necessários de coordenação entre os elementos modulares,
de modo que atendam o projeto arquitetônico e aos outros projetos de demais disciplinas.
A seguir, apresenta-se a modulação de 30, que as paredes possuem espessura de 15 cm,
aqui as combinações feitas com blocos de 15, 30 e 45 cm possibilitam atender a uma
diversidade grande de vãos modulares usando-se de peças da mesma família de blocos de
concreto.
Por último, os autores apresentam a modulação vertical, que é um multimódulo 2M (20
cm) que atende a norma de coordenação modular e a norma de especificação de blocos de
concreto NBR-6163.
Componente importante dentro da alvenaria estrutural, o graute aparece como um adendo na
resistência daquela obra, principalmente se o processo usado for a alvenaria armada ou
parcialmente armada. O graute é formado por polímeros que
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garantem que o material possua plasticidade para se acomodar naturalmente nos vãos dos
blocos e não quebrar após o endurecimento.
5. CONCLUSÃO
A alvenaria estrutural tem apresentado continuamente resultados que impactam positivamente
em sua qualidade, resistência e economia. Conforme estudos e experimentos foram sendo
realizados dentro deste método construtivo, a humanidade tem se deparado com números
positivos que influenciaram para que a alvenaria estrutural fosse aplicada com mais
frequência na construção civil; muito proveniente da longevidade de grandes construções da
Antiguidade que foram erguidas com a alvenaria estrutural como as Pirâmides de Gizé no
Egito e o Coliseu na Itália. A diminuição no tempo de execução, a baixa nos gastos com
insumo e mão de obras se tornaram um fator determinante para que a alvenaria estrutural se
popularizasse com o passar dos anos.
Seus processos construtivos também exercem papéis interessantes quando o estudo
preliminar no projeto se inicia, alvenaria armada, não armada e protendida aparecem como
influentes para entender que tipo de material, obra e outros elementos processuais vão
demandar mais atenção durante a execução, assim como o graute ganha mais protagonismo
nesse sistema, afetando também a resistência e acabamento da obra, com detalhes específicos
que demandam atenção para obter o sucesso pretendido na obra.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GOUVEIA, João P., MELO, Fontes de, LOURENÇO, Paulo B. ALVENARIA
ESTRUTURAL: APLICAÇÃO A UM ESTUDO DE CASO, 2006. Disponível em:
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6441/1/Gouveia_FontesMelo_Lo urenco-
ALVENARIA%20ESTRUTURAL.pdf. Acesso em 07 de outubro de 2023.
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/alvenaria-estrutur
a
https://chaledemadeira.com/construcao/graute/
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