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Tatiana Camarão
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO
DE CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
Belo Horizonte
2015
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico,
inclusive por processos xerográficos, sem autorização expressa do Editor.
Conselho Editorial
210 p.
ISBN 978-85-450-0063-1
1. Direito Administrativo.
I. Título. II. Santana, Jair Eduardo. III. Camarão, Tatiana.
CDD: 342.06
CDU: 342.9
Apresentação................................................................................................. 7
CAPÍTULO 1
Introdução.................................................................................................... 13
1.1 Noções gerais.............................................................................................. 13
1.1.1 Distinções necessárias – Contrato, convênio e consórcios.................... 17
1.2 Noções de contratos administrativos...................................................... 20
1.2.1 Regime jurídico .......................................................................................... 23
1.2.2 Prerrogativas da Administração Pública................................................ 25
1.2.3 Cláusulas obrigatórias do Contratual..................................................... 28
1.2.4 Formalização............................................................................................... 35
1.2.5 Direitos, deveres e responsabilidades das partes.................................. 43
1.2.6 Garantias contratuais................................................................................. 49
1.2.6.1 Limites à garantia....................................................................................... 52
1.2.7 Subcontratação............................................................................................ 54
1.2.8 Duração dos contratos administrativos.................................................. 56
1.2.9 Alteração contratual – Quantitativa e qualitativa.................................. 73
1.2.9.1 Boas práticas – Check list da alteração contratual.................................. 87
1.2.10 Reajuste........................................................................................................ 87
1.2.11 Repactuação................................................................................................ 94
1.2.12 Revisão......................................................................................................... 99
1.2.13 Rescisão do contrato................................................................................. 107
1.2.14 Nulidade do contrato............................................................................... 112
CAPÍTULO 2
Tipos de Contratos............................................................................... 117
2.1 Fornecimento (geral, parcelado e integral)........................................... 117
2.2 Obras.......................................................................................................... 118
2.3 Serviços de engenharia............................................................................ 122
2.4 Serviços de manutenção predial............................................................ 123
2.5 Contrato decorrente da Ata de Registro de Preços.............................. 124
CAPÍTULO 3
Planejamento da Gestão................................................................ 129
3.1 Regime legal da gestão............................................................................ 129
3.2 O gestor e sua designação....................................................................... 130
3.3 Perfil do gestor designado....................................................................... 132
Referências.................................................................................................. 209
Janeiro de 2015.
1
Câmara Interinstitucional de Serviços Terceirizáveis dos Segmentos de Asseio e
Conservação, Segurança e Vigilância e Trabalho Temporário (Cifisert).
1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 299.
2
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 25. ed. São Paulo:
Atlas, 2012. p. 176.
3
SANTANA, Jair Eduardo. Parecer emitido para determinada entidade submetida à regra do
artigo 173, §2º, III, da Constituição Federal. Este Estudo não pode ser publicado em razão
de cláusulas contratuais.
4
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25.ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 265.
5
O TCU já teve oportunidade de se manifestar a respeito e determinou que deve ser cumprido
o disposto no parágrafo 1º, art. 54, da Lei nº 8.666/93, no que tange à conformidade entre os
contratos assinados com os termos das respectivas licitações e propostas a que se vinculam
(Decisão nº 168/1995 – Plenário). Em outra oportunidade, o TCU decidiu que serão observados
na elaboração dos contratos os termos da licitação e da proposta a que se vinculam, bem
como do ato que autorizou a dispensa ou inexigibilidade e respectiva proposta, conforme
disposto no art. 54 da Lei nº 8.666/93 (Decisão nº 107/1995 – 2ª Câmara).
6
Nos casos de rescisão com base nos incisos XII a XVII, do art.78, da Lei 8.666/93, o contratado
será ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados, pagamentos pelos serviços
efetivamente executados e devolução de garantias de mobilização.
7
No Acórdão nº 1.450/2011 – Plenário, o TCU firmou o seu entendimento de que se há
interesses contrapostos, o instrumento a ser formalizado é o contrato: “Análise: Embora não
seja o cerne da discussão, particularmente consideramos acertada a posição defendida pela
Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência com relação à adoção de um instrumento
de contrato, e não de convênio, pois a avença firmada (Contrato nº 40/2004 – fls. 53/57 do
Anexo 2) entre esse e o Instituto Vias caracterizou uma pura prestação de serviços, na qual
se vislumbra interesses opostos entre as partes (preço x serviços prestados)”.
8
Orientação Normativa AGU nº 30, de 15 de abril de 2010: Os dados constantes no Sistema de
Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV) possuem fé pública. Logo, os órgãos
jurídicos não necessitam solicitar ao gestor público a apresentação física, a complementação
e a atualização de documentação já inserida no ato de cadastramento no SICONV, salvo
se houver dúvida fundada. Indexação: SICONV. Dados. Fé pública. Apresentação física.
Desnecessidade. Dúvida fundada.
9
Orientação Normativa AGU nº 31, de 15 de abril de 2010: A celebração de convênio com
entidade privada sem fins lucrativos poderá ser precedida de chamamento público. Nos
casos em que não for realizado tal procedimento deverá haver a devida fundamentação.
10
Os consórcios são regidos pela Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005.
11
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.
p. 247.
12
O art. 37, inciso XXI da CR/88, estabelece que as obras, serviços, compras e alienações serão
contratadas mediante processo de licitação pública, que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, ressalvados os casos especificados na legislação. Em decorrência
a Lei nº 8.666/93 previu duas exceções a regra de licitar: a dispensa (arts. 17 e 24) e a
inexigibilidade de licitação (art. 25). A dispensa é uma faculdade dada ao administrador
público, que deverá verificar a conveniência e oportunidade de realizar ou não a licitação.
Por sua vez, a inexigibilidade de licitação decorre da inviabilidade de competição.
13
O art. 6º, inciso VIII, da Lei nº 8.666/93, estabelece a definição das formas de execução indireta
na seguinte conformidade:
“a) - empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço
por preço certo e total;
b) - empreitada por preço unitário – quando se contrata a execução da obra ou do serviço
por preço certo de unidades determinadas; [...]
d) - tarefa – quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com
ou sem fornecimento de materiais;
e) - empreitada integral – quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada
em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de
segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para
que foi contratada”.
14
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25.ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 298.
15
Regime jurídico administrativo é tradicionalmente entendido como o conjunto de normas que
exorbitam o direito comum (direito privado) e que estabelecem uma série de prerrogativas
e restrições as relações jurídicas administrativas da Administração Pública.
16
“Os contratos administrativos de que trata esta lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral
dos contratos e as disposições de direito privado” (art. 54 da Lei nº 8.666/93).
17
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, “toda vez que o Estado-Administração firma
compromissos recíprocos com terceiros, celebra um contrato. São esses contratos que se
convencionou denominar de contratos da Administração, caracterizados pelo fato de que a
Administração Pública figura num dos polos da relação contratual. Nota-se que a expressão
tem sentido amplo e visa a alcançar todos os ajustes bilaterais firmados pela Administração.
Desse modo, a noção corresponde a um gênero” (Manual de direito administrativo. 25. ed., p.
171-172).
18
O §3º do art. 62 da Lei nº 8.666/93 estabelece: Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta
Lei e demais normas gerais, no que couber:
I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de
direito privado;
II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
19
Quando a Administração age na qualidade de usuária de serviço público, em uma relação
de consumo, a eventual multa moratória decorrente de atraso no pagamento tem natureza
contratual, prescindindo de previsão legal, porquanto nessas condições, a Administração
figura como parte de um contrato de natureza privada e, como tal, despida dos privilégios
que caracterizam os contratos administrativos. (TCU, Decisão nº 686/1999).
20
Há divergências doutrinárias em torno da natureza contratual ou não dos acordos celebrados
pelo Poder Público. Sobre este debate, despontam três correntes. A primeira delas diz que
tais ajustes não são contratos administrativos, pois não observam as características inerentes
aos contratos. A segunda corrente argumenta que os ajustes da Administração são contratos
administrativos, não existindo contratos de direito privado, pois em todos os acordos da
Administração há incidência do regime jurídico público. A terceira posição sustenta que
existe contrato, porém com peculiaridades que os distinguem dos demais.
21
O art. 78, inciso XV, da Lei nº 8.666/93, estabelece: “o atraso superior a 90 (noventa) dias dos
pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento,
ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela
suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação”.
22
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed.
São Paulo: Dialética, 2010. p. 739.
23
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 740.
24
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., Dialética, p. 483.
25
<http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2057620.PDF>.
26
Súmula nº 177, TCU: A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra
indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre
os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento,
pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação. Na hipótese particular da
licitação para compra, a quantidade demandada é essencial à definição do objeto do pregão.
27
Observe a necessidade de apresentação de cláusulas contratuais específicas e precisas,
sobretudo quanto à definição do objeto da avença, do preço acordado, do tempo de execução
e da atualização monetária do negócio jurídico, vedada a possibilidade de sub-rogação do
pacto, conforme exigem os arts. 40, incisos XI e XIV, alíneas “c” e “d”, 54, 55, caput, inciso III,
56, 61, 72 e 78, inciso VI, todos da Lei nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº 1.837/2009 – Plenário).
28
Vale lembrar na identificação do fornecimento de incluir a montagem (móveis), instalação,
funcionamento (equipamentos), que costumam ser esquecidos e acabam se tornando um
problema após a contratação. Sobre o tema, recomendamos a leitura do nosso livro Termo
de referência. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2014.
29
São formas de execução indireta: tarefa, empreitada por preço unitário, empreitada por
preço global, empreitada integral.
30
Observe estritamente a disciplina fixada no art. 55, inciso III, da Lei nº 8.666/1993, no
sentido de constar do contrato o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base
e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a
data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento (TCU, Acórdão nº 1.624/2006
– Plenário).
31
O TCU determinou, por meio da decisão nº 736/2001- Plenário, que apure a ocorrência de
atrasos na implementação do cronograma físico-financeiro de obras e serviços, aplicando
as sanções previstas contratualmente.
32
Devem ser providenciados cronogramas físico-financeiros atualizados que possibilitem
visualizar o acompanhamento da sua programação e a compatibilidade da execução
contratual ao longo do prazo estipulado para seu término, bem como facilitar sua previsão,
em conformidade com o disposto nos arts. 6º, IX, 8º e 67, da Lei nº 8.666/93.
33
As garantias exigidas para assegurar a execução do contrato serão abordadas no item 1.2.5,
dispositivo para o qual remetemos o leitor.
34
As penalidades, cabíveis aos contratantes inadimplentes, estão previstas no art. 87 da Lei
n° 8.666/93, dispositivo para o qual remetemos o leitor (item 3.11).
35
Observe, quando da elaboração dos contratos e termos de aditamento, a necessária coerência
e a requerida correção, evitando a inserção de cláusulas equivocadas ou conflitantes que
possam levar à interpretação dúbia quanto às disposições nelas estabelecidas (TCU, Acórdão
nº 1.077/2004 – 2ª Câmara).
36
Observe na elaboração dos contratos os termos da licitação e da proposta a que se vinculam,
bem como do ato que autorizou a dispensa ou inexigibilidade e respectiva proposta, conforme
disposto no art. 54 da Lei nº 8.666/93 (Decisão nº 107/1995 – 2a Câmara).
37
Art. 54, §2º da Lei nº 8.666/93: Nos contratos celebrados pela Administração Pública com
pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar
necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para
dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no §6º do art. 32 desta Lei.
38
De acordo com a Orientação Normativa NAJ-MG nº 32, de 20 de abril de 2009, o foro
territorial para solução dos litígios decorrentes de contrato firmado pela Administração deve
ser indicado pela cidade sede de órgão contencioso da Advocacia-Geral da União apto à
defesa judicial dos atos praticados pelo órgão licitante, sendo inadequada a indicação como
foro contratual da Seção Judiciária da Justiça Federal.
39
Art. 32, §6º: O disposto no §4º deste artigo, no §1º do art. 33 e no §2º do art. 55, não se aplica
às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito
1.2.4 Formalização
Em regra, os contratos administrativos devem ser materializados
por meio de um termo ou instrumento formal apropriado. Segundo
o art. 62 da Lei nº 8.666/93, referido instrumento é obrigatório nos
casos de concorrência e tomada de preços, bem como nas dispensas e
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas
modalidades.45 46
45
Observar o disposto no art. 62 da Lei nº 8.666/1993, em especial o que dispõe o §2º desse
dispositivo, no sentido de que seja confeccionado instrumento formal que possa efetivamente
proteger os interesses da Administração, cabendo aos gestores responsáveis a escolha do
instrumento mais conveniente, tendo em vista a complexidade do objeto a ser licitado,
independentemente da modalidade de licitação utilizada (TCU, Acórdão nº 93/2004 – Plenário).
46
Observe ao disposto no art. 62, ‘caput’, da Lei nº 8.666/93, com a formalização dos devidos
instrumentos de contrato obrigatórios nos casos de Concorrência e de Tomada de Preços,
bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação. (TCU, Acórdão nº 1.292/2003 – Plenário)
47
Observe a necessidade de elaboração de instrumento de contrato, mesmo nas compras
com entrega imediata, quando houver a obrigação de o fornecedor da mercadoria prestar
assistência técnica, nos termos dos arts 15, §7º, inciso I, e 62, caput, da Lei nº 8.666/1993 (TCU,
Decisão nº 406/1996 – 2ª Câmara).
48
Abstenha-se de promover a aquisição de bens ou serviços sem cobertura contratual, bem
assim de celebrar contratos com cláusula de vigência retroativa, caracterizando a existência
de contrato verbal antes de sua formalização, por contrariar o disposto no parágrafo único
do art. 60 da Lei nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº 25/2007 – Plenário).
49
MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. Malheiros, 12. ed., 1999, p. 193.
50
Decisão n° 585/1994, TCU.
51
ORIENTAÇÃO NORMATIVA NAJ-MG Nº 34, DE 07 DE MAIO DE 2009: DISPENSA E
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. BAIXO VALOR. DESNECESSIDADE DE PUBLICAÇÃO
DA RATIFICAÇÃO DO ATO. PUBLICAÇÃO DO RESUMO DO CONTRATO. 1. A publicação
na imprensa oficial dos atos de ratificação das contratações diretas realizadas com fundamento
nos incisos III a XXIV do art. 24, ou no art. 25 da Lei 8666/93, é dispensável caso o valor do
contrato não seja superior ao previsto nos incisos I (para contratação de obras e serviços
de engenharia) e II (para contratação de outros serviços e compras) do art. 24 da mesma
lei. 2. A publicação do resumo do contrato na imprensa oficial é necessária seja qual for
seu valor, salvo na hipótese da publicação anterior do ato de dispensa ou inexigibilidade.
Referências: NOTA nº AGU/CGU/NAJ/MG-0008/2009-RFCC, NOTA nº AGU/CGU/NAJ/
MG/0014/2009-PPM, PARECER nº AGU/CGU/NAJ/MG-083/2007, Acórdão nº 1336/2006-
Plenário do TCU. Arts. 26 e 61, da Lei 8.666/93.
52
NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato administrativo. 2. ed. Belo Horizonte.
Fórum, 2011. p. 706.
53
O TCU alerta que os processos administrativos constituídos em decorrência de contratos
celebrados devem ser numerados nas folhas em ordem cronológica da documentação
acostada, como preconiza o art. 38, caput, da Lei nº 8.666/1993, c/c o art. 12, §4º, da Lei nº
9.784/1999 (Acórdão nº 438/2008 – Plenário).
54
Alertamos que há exigências em âmbito federal, estadual e municipal, que determinam o
registro dos dados referentes aos contratos firmados nos sistemas integrados da Administração.
55
JUSTEN FILHO. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 13. ed., p. 707.
56
Decisão nº 828/2000 – Plenário do TCU.
57
Orientação Normativa NAJ-MG nº 29, de 23 de março de 2009: Locação de imóvel. Predominância
do direito privado. Art. 62, §3º da Lei nº 8.666/93. Prazo de vigência – Inaplicabilidade do
art. 57, II da Lei 8.666/93. Prorrogação. Desnecessidade de previsão expressa no contrato de
locação. Arts. 45 c/c 51 da Lei nº 8.245/91. O contrato de locação firmado pelo Poder Executivo
deverá ser necessariamente celebrado por escrito e ter prazo de vigência determinado, mas
não se limita ao período máximo de 60 (sessenta) meses previsto no art. 57, II da Lei nº
8.666/93, cuja aplicação ao contrato se dá nos termos do seu art. 62, §3º.
A - prorrogação da vigência contratual, nos termos do art. 51 da Lei nº 8.245/91 independe
de previsão contratual expressa, por tratar-se de norma cogente face ao art. 45 da mesma
lei, desde que o prazo de vigência original do contrato seja superior a 5 anos (60 meses), haja
disponibilidade orçamentária e o locatário esteja apto a contratar com a Administração.
58
Decisão nº 537/1999 – Plenário do TCU.
59
Quando a Administração age na qualidade de usuária de serviço público, em uma relação
de consumo, a eventual multa moratória decorrente de atraso no pagamento tem natureza
contratual, prescindindo de previsão legal, porquanto nessas condições, a Administração
figura como parte de um contrato de natureza privada e, como tal, despida dos privilégios
que caracterizam os contratos administrativos (TCU, Decisão nº 686/1999).
60
Orientação Normativa NAJ-MG nº 08, de 17 de março de 1009: Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos – EBCT. Contrato de adesão natureza predominantemente privada,
equiparando-se a União a qualquer outro usuário (parecer GQ – 170). Impossibilidade de
imposição de cláusulas exorbitantes em favor da União no contrato de prestação de serviços
postais. Interpretação do art. 62, §3º, da Lei nº 8.666/93.
61
Orientação Normativa CJU-MG nº 16, de 17 de março de 2009. Contratação de serviço
público. Prazo de vigência. Reajuste. Parecer AGU GQ-170: A contratação de prestação de
serviço público Municipal, Estadual ou Federal tem natureza predominantemente privada,
não se aplicando ao contrato as prerrogativas administrativas favoráveis à União (Art. 55,
IX e 56 da Lei nº 8.666/93). Art. 62, §3º, II da Lei nº 8.666/93).
62
Orientação Normativa NAJ-MG nº 41, de 07 de maio de 2009. Contratação de serviço público
concedido pela União. Observância do contrato de adesão aprovado por agência reguladora
federal. (Telefonia – ANATEL/Energia elétrica – ANEEL).
-
A União, como poder concedente de serviço de sua titularidade (Art. 21, XI, XII, b da
Constituição da República de 1988), pode aprovar contrato de adesão a ser utilizado
nas contratações envolvendo o consumidor e os concessionários do serviço, conforme
regulamentação da Agência Reguladora Federal competente;
-
Todavia, ao contratar a prestação do serviço público por si concedido, figurando na
posição de usuário/consumidor, a União firma contrato predominantemente submetido
ao regime de direito privado, situação na qual não poderá impor ao prestador/fornecedor
modificações no contrato de adesão;
-
A União, na posição de contratante, verificando irregularidade no contrato de adesão,
deve comunicar o fato à Agência Reguladora, a quem competente adotar as medidas que
julgar cabíveis.
63
Representação de unidade técnica do Tribunal acusou possível irregularidade na celebração
de contratos de patrocínio entre a *** Distribuidora S/A, subsidiária da *** Distribuidora
S/A, e a Companhia ***, com a interveniência e a anuência do ***, que tinham como objetivo
promover a exposição e divulgação da marca *** nos uniformes oficiais e de treino das equipes
de futebol e demais modalidades olímpicas do ***, bem como em seus backdrops e placas
estáticas. A suposta ilicitude restaria configurada pelo fato de o ***, acionista majoritário da
Companhia ***, com 99,6% de participação no capital social, encontrar-se em situação de
inadimplência junto às fazendas públicas federal, de estado e de município, o que impediria
a celebração de contrato com empresa pública. Em face de tal indício de irregularidade,
os respectivos responsáveis foram ouvidos em audiência. A unidade técnica, ao examinar
as razões de justificativas apresentadas, considerou configurada a citada irregularidade e
propôs a aplicação de multa aos responsáveis. O relator, por sua vez, também entendeu ter
havido vício na contratação, visto que, consoante disposto no art. 195, §3º, da Constituição
Federal, “a pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios”, o que respalda o entendimento consolidado no âmbito do Tribunal e,
também, na doutrina “de que a Administração Pública, Direta e Indireta, não pode celebrar
contrato com quem esteja em situação irregular perante o fisco, a seguridade social e o FGTS”.
Observou, ainda, a respeito do alcance da expressão Poder Público, que a Constituição
“emprega o termo Poder Público de forma abrangente, sem especificações ou restrições,
abarcando, inclusive, as sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Estado”. E que
tal interpretação “tem respaldado proibições de igual espécie na legislação ordinária, a exemplo
dos arts. 2º da Lei 9.012/95 e 27, alínea “a”, da Lei 8.036/90, que dispõem sobre a vedação de
contratação de pessoas jurídicas em situação irregular com o FGTS, e o art. 27 c/c os arts. 29,
inciso IV, e art. 1º, caput e parágrafo único, da Lei 8.666/93, que exigem de licitantes a prova
de regularidade com a seguridade social e o FGTS”. Considerou, no entanto, precipitado
concluir que os responsáveis, ao celebrarem a avença com a Companhia ***, teriam agido
com o intuito deliberado de conferir aparência de regularidade à contratação. Ressaltou,
também, a inexistência de dano ao erário e de indícios de locupletamento dos gestores, além
de não terem sido renovados os referidos contratos. Por esses motivos, deixou de propor a
apenação dos responsáveis. O Tribunal, ao acolher proposta do relator, decidiu: I) considerar
procedente a representação; II) “dar ciência à *** Distribuidora S/A que, para a celebração
de contratos de exposição e divulgação da marca com agremiações desportivas ou outras
entidades detentoras dos direitos de exploração de marcas ou imagem destas agremiações,
deve restar comprovada a regularidade fiscal e perante o FGTS da contratada e da entidade
a quem efetivamente se está patrocinando, em obediência ao §3º do art. 195 da Constituição
Federal, ao art. 193 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional), aos §§6º a 9º do art. 22
da Lei nº 8.212/91, aos incisos III e IV do art. 29 da Lei nº 8.666/93, à alínea ‘d’ do item 4.1.1
do Decreto nº 2.745/98 e aos itens 4.2.6 e 4.2.7 do Manual de Procedimentos Contratuais da
Petrobras” (Acórdão nº 2.161/2012, TC-013.473/2009-0, Rel. Min. José Múcio, 15.08.2012).
64
Art. 24. É dispensável a licitação: Inciso XI – na contratação de remanescente de obra, serviço
ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido.
65
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Temas polêmicos sobre licitações e contratos. São Paulo:
Malheiros. p. 150.
66
“9.6.3. Faça constar, com clareza e precisão, cláusulas envolvendo direitos, obrigações e
responsabilidades das partes, notadamente cláusulas relativas a inexecução e rescisão do
contrato, bem como das sanções em caso de inadimplemento, conforme estabelecem os arts.
54, §1º e 55 da Lei nº 8.666/93” (TCU, Acórdão nº 2.326/2008 – Plenário).
67
Licitação e contratos administrativos, p. 214.
68
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do contrato.
69
“9.4.5. acompanhe rigorosamente o cumprimento, pelos fornecedores de serviços, de todas
as suas obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias relacionadas ao respectivo
contrato de terceirização, exigindo cópias dos documentos comprobatórios da quitação
dessas obrigações, com o intuito de se resguardar de eventuais condenações judiciais por
responsabilização subsidiária”. (TCU, Acórdão n° 2.085/2005-Plenário)
70
Acórdão nº 964/2012, TC 002.741/2012-1, Rel. Min. André Luís de Carvalho.
71
Informativo nº 103 do TCU.
72
TCU, Acórdão nº 437/2009 – Plenário.
73
Observe, no caso de recusa de particular contratado em corrigir deficiências detectadas
em obra e/ou serviço, o comando previsto no art. 69 da Lei nº 8.666/1993, demandando
judicialmente a contratada ou corrigir tais deficiências ou a arcar com os custos de correção
feita por terceiros, na forma prevista nos arts. 249 do Código Civil e 634 do Código de
Processo Civil (TCU, Acórdão nº 1.733/2009 – Plenário).
74
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive
prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos
celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou
nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem
cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido
76
“6.3.2 Análise: A exigência de garantia está adstrita ao poder discricionário do Administrador,
considerando, é claro, o interesse público. É o que se depreende do art. 56 da Lei de
Licitações. No entanto, se tal prestação é estabelecida no instrumento convocatório e no
termo contratual, como nos casos em exame, o Administrador não pode deixar de exigi-la
alegando seu poder discricionário, pois que vinculado aos termos do edital e do contrato. A
não exigência da prestação da garantia, nesses casos, implica grave infração à norma legal
e regulamentar”. (TCU, Decisão nº 473/1999 – Plenário).
77
Exija, como condição necessária à assinatura de contratos e termos de aditamento, de
comprovação de que tenham sido prestadas as garantias previstas no instrumento
convocatório, na forma do art. 56 da Lei nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº 1.573/2008 –
Plenário).
78
Segundo o TCU, caberá à Contratada a escolha da garantia que irá entregar: “Como o art.
56 da Lei nº 8.666/93 prevê que podem ser adotados como garantia contratual a caução em
dinheiro, a fiança bancária ou o seguro-garantia, as licitantes tem total liberdade para adotar
qualquer uma dessas modalidades de garantia”. (Acórdão nº 1.424/2003).
79
TCU, Acórdão nº 1.544/2004 – 2ª Câmara.
80
“9.1.39. em obediência à Lei no 8.666/93, art. 55, VI c/c art. 66, caput, mantenha atenta
observação acerca da validade das garantias contratuais fornecidas pelos contratados,
resguardando o direito da Administração caso necessite utilizá-las”. (TCU, Acórdão nº
265/2010 – Plenário).
81
N iebuhr , Joel de Menezes. Licitação e Contrato Administrativo. 2. ed. Belo Horizonte:
Forum, 2011. p. 681.
82
Indique os requisitos legais para a apresentação de títulos da dívida pública como garantia
do contrato, conformando-os, assim, às exigências do art. 56, inciso I, da Lei nº 8.666/1993,
com a redação dada pela Lei nº 11.079/2004 (TCU, Acórdão nº 597/2008 – Plenário).
83
FERNANDES, Rodrigo Vesule. Garantias contratuais. Exigências, limites, modalidades e
execução. Informativo de Licitações e Contratos – ILC, Curitiba, n. 240, p. 169-172, fev. 2014.
84
Idem.
85
Atente, quando da exigência de garantia contratual, aos limites previstos no art. 56, §§2º e
3º, da Lei nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº 670/2008 – Plenário).
O art. 80, inciso III, da Lei nº 8.666/93, estabelece que, no caso de rescisão,
por inadimplemento do contratado, a Administração poderá executar
a garantia, para ressarcir os prejuízos causados e os valores das multas
e indenizações a ela devidos.
86
De acordo com o Informativo de Licitações e Contratos, n. 146, do TCU: Vícios em obras públicas,
como os resultantes da utilização de materiais que não atendem a especificações técnicas ou
que sofreram danos na instalação, podem ser sanados por meio de utilização da garantia
estabelecida no art. 618 do Código Civil.
87
Defina adequadamente os requisitos relativos à garantia, de modo a restar claro que ela
será liberada ou restituída após a execução do contrato, nos termos do §4º do art. 56 da Lei
nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº 890/2008 – Plenário).
88
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 721.
89
Informação retirada do Manual de Gestão de Contratos do STJ: <http://j.mp/
manualdecontratosSTJ>.
1.2.7 Subcontratação
A subcontratação ocorre quando o contratado transfere a um
terceiro, estranho ao contrato, parcela do objeto contratado, que
executa em seu nome.
A subcontratação só é possível se autorizada no edital e no
contrato.91 Nesse sentido é o entendimento do TCU:
Devem ser adotadas as medidas previstas nos arts. 78, inciso VI, e 79, inciso
I, da Lei nº 8.666/93, no caso de subcontratação de serviços vedados no edital
ou no contrato.92
90
TCU, Acórdão n° 1.337/2006-Plenário.
91
Art. 72 da Lei nº 8.666/93: “O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração”.
92
TCU, Decisão nº 473/1999 – Plenário.
93
MARTINS, Sidney. Manual prático do licitador e do licitante. Bauru: Edipro, 1997. p. 417.
94
TCU, Decisão nº 819/2000 – Plenário.
95
Acórdão nº 157/2013 – Plenário, TC 008.884/2006-0, Rel. Min. Aroldo Cedraz, 06.02.2013.
96
Cf. SANTANA, Jair Eduardo; GUIMARÃES, Edgar. Licitações e o estatuto da pequena e
microempresa: reflexos práticos da LC nº 123/06. 3. ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte:
Fórum, 2014.
97
SANTANA, Jair Eduardo. Novo Estatuto da ME e EPP. Lei Complementar 147, de 7 de
agosto de 2014. Compras Públicas e Pequenos Negócios. Essencialidades e orientações.
Belo Horizonte: Fórum, 2014.
98
Art. 34 da Lei nº 4.320/64: O exercício financeiro coincidirá com o ano civil (princípio da
anualidade do orçamento).
99
Na Orientação Normativa AGU nº 39, de 13 de dezembro de 2011, consta a possibilidade
de a vigência dos contratos regidos pelo art. 57, caput, da Lei nº 8.666/93, poder ultrapassar
o exercício financeiro em que foram celebrados, desde que as despesas a eles referentes
sejam integralmente empenhadas até 31 de dezembro, permitindo-se, assim, sua inscrição
em restos a pagar.
100
“Art. 167. São vedados:
I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;”
101
Trata-se de faculdade. Cite-se, a propósito, jurisprudência do TCU: [...] o Supremo Tribunal
Federal decidiu pela inexistência da violação arguida porque a determinação proferida pelo
TCU não impôs a anulação ou a interrupção do referido contrato e porque a prorrogação
contratual configura mera expectativa de direito, não constituindo direito subjetivo do
contratado, motivo suficiente para não se exigir o contraditório (Acórdão nº 357/2005 – Plenário).
Contratos administrativos
(escopo versus prazo. Distinção e consequências)
Escopo
• O objeto contratado consiste na execução de um escopo,
delimitando-se um prazo para tanto.
• O esgotamento do prazo não desonera as partes do cumprimento ou
descumprimento de suas obrigações.
102
“observe atentamente o inciso II do art. 57 da Lei 8.666/93, ao firmar e prorrogar contratos, de
forma a somente enquadrar como serviços contínuos contratos cujos objetos correspondam a
obrigações de fazer e a necessidades permanentes” (TCU, Decisão nº 1.136/2002 – Plenário).
Prazo
• Objeto contratado consiste na execução de um serviço por um prazo
certo, determinado.
• Alcançado o marco final para a duração do contrato, extingue-se a
relação contratual.
103
Como já dito alhures, todo contrato administrativo deve ter prazo de vigência estabelecido,
vedando-se a celebração de contratos com prazo indeterminado. Cumpre tecer importante
observação relativa aos contratos de permissão e concessão de serviços públicos. O prazo de
vigência desses contratos depende de lei específica (nº 8.987/95), afastando-se a incidência
da Lei nº 8.666/93. E, nessas hipóteses, quando o contrato exigir do particular grandes
investimentos, o prazo tende a ser maior, para que seja possível a amortização dos gastos
realizados pelo contratado. Mencionamos, ainda, os contratos em que não há um desembolso
do Poder Público, ou seja, o pagamento é feito pelo usuário do serviço. Nesses casos, a Lei de
Responsabilidade Fiscal admite que o contrato tenha um prazo de vigência maior, pois não há
o comprometimento do orçamento. De qualquer forma, o contrato terá um prazo determinado.
104
Orientação Normativa AGU nº 36, de 13 de dezembro de 2011: A Administração pode
estabelecer a vigência por prazo indeterminado nos contratos em que seja usuária de
serviços públicos essenciais de energia elétrica e água e esgoto, desde que no processo da
contratação estejam explicitados os motivos que justificam a adoção do prazo indeterminado
e comprovadas, a cada exercício financeiro, a estimativa de consumo e a existência de
previsão de recursos orçamentários.
105
Orientação Normativa NAJ-MG nº 20, de 17 de março de 2009. Locação de equipamento de
reprografia. Serviço de informática. Vigência contratual. A locação de máquina reprográfica
caracteriza-se como serviço de informática, nos termos do inciso II do art. 16-A da Lei nº
8.248/91, aplicando-se ao contrato o art. 57, IV da Lei 8.666/93, limitando a prorrogação do
contrato ao prazo máxima de 48 meses. Referências: Parecer AGU/CGU/NAJ/MG/CMM-
1323/2007. Decisão nº 267/1998 – 2ª Câmara do TCU.
106
Orientação Normativa AGU nº 38, de 13 de dezembro de 2011: Nos contratos de prestação
de serviços de natureza continuada deve-se observar que: a) o prazo de vigência originário,
de regra, é de até 12 meses; b) excepcionalmente, este prazo poderá ser fixado por período
superior a 12 meses nos casos em que, diante da peculiaridade e/ou complexidade do objeto,
fique tecnicamente demonstrado o benefício advindo para a Administração; e c) é juridicamente
possível a prorrogação do contrato por prazo diverso do contratado originariamente.
107
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14. ed.
São Paulo: Dialética, 2010. p. 727.
108
“licitem a contratação de serviços de natureza continuada considerando todo o período de 60
meses previstos no art. 57, II da Lei nº 8.666/93, pois, “...Para que o ganho da Administração
se efetive, é imprescindível que o dimensionamento da duração do contrato se dê logo de
início, ou seja, no período de realização dos procedimentos licitatórios. Caso contrário - se
esse tempo de duração contratual for redimensionado após a realização do certame licitatório
- não haverá ganhos adicionais para a Administração, contrariando o espírito norteador do
dispositivo...”, conforme consta da Decisão Plenária nº 605/96 - Ata 38/96 (Relator: Ministro
Carlos Átila Álvares da Silva); (TCU, Decisão nº 586/2002 – 2a Câmara).
109
Abstenha-se de estabelecer prazos de vigência e execução distintos quando da celebração
de contratos, uma vez que, desde que os serviços tenham sido prestados dentro do prazo
de vigência do contrato, a administração poderá atestar e realizar o pagamento da última
parcela após o término da vigência (TCU, Acórdão nº 4.614/2008 – 2ª Câmara).
110
TCU, Decisão nº 586/2002 – 2a Câmara.
111
O aluguel de equipamentos não precisa ter como objeto exclusivamente bens de informática,
como alguns defendem.
112
Orientação Normativa AGU nº 35, de 13 de dezembro de 2011: Nos contratos cuja duração
ultrapasse o exercício financeiro, a indicação do crédito orçamentário e do respectivo
empenho para atender a despesa relativa ao exercício futuro poderá ser formalizada por
apostilamento.
113
Abstenha-se de estabelecer prazos de vigência e execução distintos quando da celebração
de contratos, uma vez que, desde que os serviços tenham sido prestados dentro do prazo
de vigência do contrato, a administração poderá atestar e realizar o pagamento da última
parcela após o término da vigência (TCU, Acórdão nº 4.614/2008 – 2ª Câmara).
114
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 732.
115
“faça constar, no processo licitatório, justificativa fundamentada e com a devida autorização
superior, quando ocorrer a hipótese prevista no §4º do art. 57, relativamente aos contratos
de prestação de serviços de forma continuada, nos termos do inciso II do art. 57 da Lei
nº 8.666/93, conforme disposto no mesmo parágrafo, bem como, nos termos aditivos de
prorrogação de prazo, inclua cláusula de valor do contrato, em cumprimento ao estabelecido
no inciso III do art. 55 da mesma Lei”. (TCU, Decisão nº 1.140/2002 – Plenário)
116
Adote as medidas necessárias a fim de evitar a prorrogação de contratos de prestação de
serviços contínuos, com amparo no art. 57, §4º, da Lei nº 8.666/1993, quando já transcorridos
60 (sessenta) meses, por ser esse dispositivo de aplicação apenas em casos excepcionais
(TCU, Acórdão nº 645/2007 – Plenário).
117
TCU, Decisão nº 1.140/2002 – Plenário.
118
O TCU já teve oportunidade de se manifestar a respeito recomendando que não deve ser
celebrado termo aditivo de contrato, cujo prazo de vigência tenha expirado, por ausência de
previsão legal, observando-se o disposto no art. 65 da Lei nº 8.666/93 (Acórdão nº 1.247/2003
– Plenário).
119
No mesmo sentido o TCU decidiu que não se deve prorrogar contratos após o encerramento
de sua vigência, uma vez que tal procedimento é absolutamente nulo (Decisão nº 451/2000
– Plenário).
120
O Acórdão nº 1.247/2003-Plenário do TCU informa: “9.1.3. não celebre termo aditivo de
contrato, cujo prazo de vigência tenha expirado, por ausência de previsão legal, observando-
se o disposto no art. 65 da Lei nº 8.666/93”.
121
Orientação Normativa NAJ-MG nº 28, de 18 de março de 2009: Termo aditivo. Prorrogação de
vigência contratual. O aditamento de contratos, convênios ou instrumentos congêneres, com
a finalidade de prorrogar o prazo de vigência, deverá levar em conta a data de expiração do
prazo assinalado, rejeitando-se, de plano, a prorrogação de contratos com vigência expirada.
O termo aditivo deve constar do mesmo procedimento em que tramitou a contratação e os
autos submetidos à análise jurídica devem estar devidamente instruídos com os seguintes
documentos:
- edital da licitação;
- contrato assinado;
- todos os termos aditivos já celebrados.
Referência: Ofício Circular nº 020/2004/AGU/CGU/DECOR. Parecer nº AGU/CGU/NAJ/
MG: 1519/2008 e 0071/2009. Acórdão nºs 1.727/2004, Plenário: 1300/03 – 1ª Câmara e 555/05
– Plenário do TCU. Orientação Normativa AGU nºs 02 e 03, de 1º de abril de 2009.
122
Leia mais em: <http://www.zenite.blog.br/a-prorrogacao-do-contrato-e-o-termo-aditivo-
com-efeitos-retroativos/>.
123
Adote providências no sentido de melhor planejar a execução e a finalização de seus
contratos, promovendo tempestivamente as medidas necessárias à conclusão das licitações
que visam à substituição desses contratos dentro dos prazos de vencimento, de modo a
evitar prorrogações ou contratação emergencial decorrentes da ausência desse planejamento
(TCU, Acórdão nº 552/2008 – Plenário).
124
Atente à necessidade de formalização das prorrogações contratuais porventura acordadas,
abstendo-se de fazê-las com efeitos retroativos, em respeito ao art. 60, caput e parágrafo
único, da Lei nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº 1.889/2006 – Plenário).
125
CONSULTORIA FÓRUM. Demora na devolução de termo aditivo. Fórum de Contratação e
Gestão Pública – FCGP, Belo Horizonte, ano 6, n. 62, fev. 2007. Disponível em: <http://www.
bidforum.com.br/bid/PDI0006.aspx?pdiCntd=39211>. Acesso em: 28 jul. 2013.
126
TCU, Acórdão nº 1.395/2005 - Segunda Câmara: “9.4.7. escolha a modalidade de licitação com base
nos gastos estimados para todo o período de vigência do contrato a ser firmado, consideradas
as prorrogações previstas no edital, nos termos dos arts. 8° e 23 da Lei n° 8.666/1993”.
127
TCU, Acórdão nº 90/2004 - Segunda Câmara: Proceda a um adequado planejamento das
licitações, de modo a demonstrar, nos autos, que o enquadramento na modalidade adotada
foi precedido de avaliação dos custos totais de sua conclusão, levando-se em consideração,
inclusive, as despesas decorrentes de prorrogações contratuais, nos termos do art. 57 da Lei
nº 8.666/93, observando-se as disposições contidas nos art. 40, 41, 43 e 48 da Lei nº 8.666/93.
128
No mesmo sentido já se pronunciou o STJ: Administrativo. Processo administrativo.
Irregularidades na instauração. Inocorrência. Ampla defesa respeitada. Licitação. Prorrogação
contratual. Inovação das condições originais. Ausência de licitação. Nulidade.
1. Sem a demonstração objetiva da prática de atos concretos que indiquem o contrário,
não se pode afirmar a parcialidade da Comissão que presidiu o processo administrativo.
2. A exemplo do que ocorre no processo judicial, também no processo administrativo a
decisão que, motivadamente, indefere a produção de provas, tidas por dispensáveis em
face do objeto da investigação, não configura cerceamento de defesa.
3. Prorrogar contrato é prolongar o prazo original de sua vigência com o mesmo
contratado e nas mesmas condições. Termo aditivo a contrato administrativo que fixa
novo período de prestação de serviço mas mediante novas condições, não previstas no
contrato original, introduzidas mediante negociação superveniente à licitação, constitui,
não uma simples prorrogação de prazo, mas um novo contrato. Nas circunstâncias do
caso, considerada sobretudo a especificidade do objeto contratual (que não é de simples
prestação de serviços), o Termo Aditivo representou uma contratação sob condições
financeiras inéditas, não enquadrável na exceção prevista pelo art. 57, II da Lei 8.666/93 e
por isso mesmo nula por violação às normas do processo licitatório.
4. Recurso ordinário a que se nega provimento (STJ. RMS nº 24.118/PR. 1ª Turma. Rel. Min.
Teori Albino Zavascki. J. de 11.11.2008. DJ, 15 dez. 2008).
129
“9.5.4. abstenha-se de prorrogar contratos que não se enquadrem no art. 57 da Lei n.
8.666/1993, ou cujo valor ultrapasse o limite estabelecido para a modalidade de licitação
realizada”. (TCU, Acórdão nº 409/2009 – 1ª Câmara).
130
TANAKA, Sônia Yuriko Kanashiro; PINHEIRO, Aparecida dos Santos. Vigência dos
contratos de fornecimento contínuo. Informativo de Licitações e Contratos – ILC, Curitiba, n.
240, p. 127-136, fev. 2014.
131
Decisão nº 1.136/2002 - Plenário, Acórdão nº 100/2008 – Plenário, Acórdão nº 3.891/2011.
132
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 11. ed.
São Paulo: Dialética, 2005. p. 504.
133
TCU, Decisão nº 202/2002 – 1ª Câmara: “Observe, nas contratações futuras, as disposições
constantes da Lei 8.666/1993, artigo 57, que dispõe sobre o prazo da duração dos contratos,
sem incluir no período de vigência o prazo de garantia, uma vez que esse direito, de acordo
com o que preceitua o art. 69, e o §2º, do art. 73, da citada lei, perdura após a execução do
objeto do contrato” (Decisão nº 202/2002 – 1ª Câmara).
134
É bem verdade que a garantia declarada no texto legal, consoante preceitua o art. 69, e o §2º, do
art. 73, da Lei nº 8.666/93, ou a garantia contratual prevista no art. 50 e seu parágrafo único da
Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) não necessitava ter seu prazo de vigência
inserido no período de duração do contrato, protelando assim a vigência do termo para além
do prazo máximo estabelecido na Lei das Licitações. Essa última, segundo o Código de Defesa
do Consumidor, deve constituir termo em separado. Vejamos, o que dispõe o CDC:
“Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de
maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar
em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue,
devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual
de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.”
Assim, o período de duração do contrato deve incluir apenas as etapas de consecução de
seu objeto, posto que o direito relativo à garantia legal ou contratual subsiste depois de
executado o contrato, conforme se depreende das normas contidas no Estatuto das Licitações
– art. 69, e o §2º, do art. 73, da Lei nº 8.666/93. Esse direito nasce com a avença, mas perdura
além da contratação, pelo prazo acordado entre as partes. Contudo, nesse momento, não
vislumbramos necessidade premente, ou mesmo a nocividade do contrato arguida para
justificar a rescisão (Processo nº 015.972/1999-2. Rel. Min. Walton Alencar Rodrigues).
135
Observe, por ocasião da prorrogação dos contratos do órgão, a necessidade de comprovar
documentalmente a obtenção de condições e preços mais vantajosos para a Administração,
para justificar a não realização de novo certame licitatório (TCU, Acórdão nº 4045/2009 – 1ª
Câmara).
Quantitativas
• Art. 65, § 1º, I, “b”
• Afetam o tamanho, a dimensão, as quantidades do objeto
contratado. Não raro, implicam-se com o planejamento prévio.
Qualitativas
• Art. 65, alínea ”b” do inciso I e alínea “b” do inciso II.
• Não afetam o tamanho, a dimensão, as quantidades do objeto
contratado. Não raro, implicam-se com o planejamento prévio.
136
O TCU alerta que faça constar dos contratos de execução continuada ou parcelada plena
comprovação de regularidade do contratado com o Sistema da Seguridade Social, na forma
descrita na alínea anterior, a cada pagamento efetivado pela administração contratante, sob
pena de violação do disposto no §3º do art. 195 da CF/88, conforme entendimento firmado
pelo TCU, na Decisão Plenária nº 705/1994 (Acórdão nº 260/2002 – Plenário).
137
[...] ainda que se admitisse a ocorrência de acréscimo no valor do contrato, em razão das
significativas mudanças na concepção original da obra, seria forçoso reconhecer, a toda
evidência, que a integridade do objeto contratual inicialmente pactuado, qual seja, a
construção do aeroporto, manteve-se inalterada. As mudanças sobrevindas ao contrato
possuíam natureza eminentemente qualitativa, não rompendo a fronteira do obrigatório
respeito ao objeto contratual, limite implícito à mutabilidade do contrato administrativo,
admitida no ordenamento jurídico. O Termo Aditivo manteve a essência do objeto imediato
contratado, alterando, entretanto, as especificações estabelecidas no Projeto Básico inicial,
com vista à melhor adequação técnica e operacional do empreendimento à nova dimensão
que lhe fora conferida pelas especificações ditadas pela [...] (Acórdão nº 396/2003 – Plenário).
138
Vem fortalecer e ilustrar tal conclusão voto do Ministro do Supremo Tribunal Federal Eros
Roberto Grau: “Neste caso, das modificações de projetos podem decorrer encargos para
o contratado, encargos aos quais, mercê da incidência da regra do §6º do art. 65 da Lei nº
8.666/93 — que confere concreção ao princípio do equilíbrio econômico e financeiro do
contrato —, evidentemente, deve corresponder o aumento de sua remuneração. Aqui não
há alteração quantitativa do contrato, porém, qualitativa, razão pela qual não alcança o caso
a limitação quantitativa de seu objeto — art. 65, §1º, b, da Lei nº 8.666/93 — explicitada como
acréscimo (nas obras) — §2º desse mesmo art. 65. Note-se bem: o aumento da remuneração do
contratado decorre de modificação do projeto, ainda que envolva acréscimo de obras — classe
de casos abrangidos pela hipótese da regra veiculada pelo art. 65, I, a, da Lei nº 8.666/93 —,
e não de acréscimo ou diminuição quantitativa do objeto do contrato (conceito cujo termo
é completado na menção a acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou
compras) — classe de casos abrangidos pela hipótese da regra veiculada pelo art. 65, I, b, da
Lei nº 8.666/93. Exemplificando com a hipótese da compra, pela Administração, de unidades
de determinado equipamento: (I) a Administração poderá, com esteio no que dispõe o art.
65, I, b, da Lei nº 8.666/93, adquirir número maior de unidades desse mesmo equipamento,
até 25% do valor inicial atualizado do contrato; (II) a Administração poderá, com esteio
no que dispõe o art. 65, I, a, da Lei nº 8.666/93, exigir a modificação das especificações dos
equipamentos, desde que “para melhor adequação técnica aos seus objetivos”, ainda que
dessa modificação de especificações decorra aumento, do valor inicial atualizado do contrato,
superior a 25% dele. A única limitação que no caso incide é enunciada pelo texto desse art.
65, I, a: “melhor adequação técnica (do contrato) aos seus objetivos” (GRAU, Eros Roberto.
Licitação e contrato administrativo: estudos sobre a interpretação da lei. São Paulo: Malheiros,
1995. p. 24-25).
139
Confiram-se as seguintes ponderações do Ministro Augusto Sherman Cavalcanti, no
Acórdão nº 888/2005): “13.1 Há um limite implícito, derivado da sistemática adotada.
Trata-se da impossibilidade de o exercício do poder de modificação unilateral transmudar
qualitativamente o objeto licitado. Seja em face dos princípios constantes do art. 3º, seja
em virtude das formalidades prévias à instauração da fase externa da licitação, seja por
respeito ao conteúdo do ato convocatório, é pacífico que a Administração Pública não pode
modificar a essência do contrato avençado. Se for confirmada a radical incompatibilidade
entre o objeto contratado e a consecução do interesse público, a solução será a rescisão do
contrato com fulcro no art. 78, inc. XII. Caberá à Administração realizar nova licitação para
a contratação de outro objeto. Esse limite está implícito, ainda, no próprio texto do art. 65,
inc. I, alínea ‘a’. Alude-se à modificação de projeto ou de suas especificações para melhor
adequação técnica a seus objetivos. Deve-se interpretar o dispositivo na acepção de que
adequação técnica consiste em modificação moderada, que não produza alteração do objeto
licitado. 13.2 Ademais, há um limite explícito, previsto na alínea ‘b’ do art. 65, inc. I. Não
se admite que, ainda mantido qualitativamente o objeto, variações quantitativas sejam tão
intensas que afetem substancialmente o objeto licitado” (TCU, Rel. Min. Augusto Sherman
Cavalcanti, Acórdão nº 888/2005 – 1ª Câmara).
140
Acórdão nº 89/2013 – Plenário, TC nº 036.898/2012-0, Rel. Min. Valmir Campelo, 30.01.2013.
141
Art. 64, §1º: O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e
cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma
de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
acréscimos.
142
[...] não apenas o contrato principal de reforma de edifícios, de que trata o art. 65, §1º, segunda
parte, mas todos os contratos a ela diretamente vinculados, podem sofrer acréscimos de
até 50%, uma vez que estão sujeitos aos mesmos imprevistos daquele (TCU, Decisão nº
1.349/2002 – Plenário).
143
Orientação Normativa NAJ-MG nº 03, de 17 de março de 2009: Em caso de contratação direta
fundada em inexigibilidade de licitação (art. 25 da Lei nº 8.666/93), respeitado o art. 3º da
Lei nº 8.666/93, é possível o acréscimo, desde que conste justificativa expressa, observando-
se os princípios da economicidade e da eficiência. Face à inviabilidade de competição, é
desnecessária a realização de novo procedimento de inexigibilidade de licitação idêntico
ao que deu origem à contratação que se pretende aditar, alterando-se apenas o valor do
objeto da contratação.
144
art. 65, §2°: Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos
no parágrafo anterior, salvo: II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os
contratantes.
145
O TCU recomendou que se abstenha de promover supressão parcial do objeto licitado, além
do limite permitido pela legislação, sem que haja prévia anuência do licitante (art. 65, §§1º
e 2º, II). (Acórdão nº 1.049/2004 – 1ª Câmara).
146
Acórdão nº 1.733/2009 – Plenário, Rel. Min. Augusto Nardes: 1. A previsão normativa
que autoriza à Administração exigir do contratado acréscimos e supressões até os limites
estabelecidos nos §§1º e 2º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993 não lhe legitima agir contrariamente
aos princípios que regem a licitação pública, essencialmente o que busca preservar a execução
contratual de acordo com as características da proposta vencedora do certame, sob pena de
se ferir o princípio constitucional da isonomia; referido comando legal teve como finalidade
única viabilizar correções quantitativas do objeto licitado, conferindo certa flexibilidade ao
contrato, mormente em função de eventuais erros advindos dos levantamentos de quantitativos
do projeto básico. 2. Os limites mencionados nos §§1º e 2º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993
devem ser verificados, separadamente, tanto nos acréscimos quanto nas supressões de itens
ao contrato, e não pelo cômputo final que tais alterações (acréscimos menos decréscimos)
possam provocar na equação financeira do contrato.
147
Sobre o tema, sugerimos leitura do livro de NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e
contratos administrativos. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012. p. 681.
148
TCU, Rel. Min. Raimundo Carreiro, Acórdão nº 1.550/2009 – Plenário.
[...] Marçal Justen Filho aduz que, na hipótese acima referida, a base de
cálculo do percentual de alteração deverá ser o valor total da avença,
consideradas, portanto, todas as prorrogações. Nas palavras do aludido
autor “Uma situação específica verifica-se no tocante aos contratos objeto de
renovação periódica, tal como se passa com aqueles disciplinados no Art. 57,
II. Para efeito de aplicação do limite de 25%, deverá tomar-se o valor original
(reajustado e revisto) da contratação, multiplicado pelo número de períodos,
em que ocorrer a renovação. [...] Sendo obrigatório o somatório dos valores
correspondentes ao total dos períodos previstos para a vigência do contrato, o
limite de 25% será calculado sobre o valor global (devidamente atualizado e, se
for o caso, revisto). Assim, se o contrato for pactuado por sessenta meses, com
valor de 500, o limite de 25% não incidirá sobre o valor de cada doze meses.”
Joel de Menezes Niebuhr, por sua vez, opta por interpretação diversa
das supramencionadas. Segundo o referido doutrinador, a base de
cálculo do limite das alterações contratuais, referentes aos contratos
de serviços contínuos, deve ser o valor da prestação mensal devida por
conta da execução do serviço.
Para explicar sua opinião, o autor exemplifica com a seguinte situação:
“Retomando o exemplo carreado acima, o prazo de execução do contrato de
prestação de serviço de vigilância estende-se de 1º de Janeiro a 31 de dezembro.
Como dito, o valor total anual é de R$1.200.000,00, em 12 parcelas mensais
de R$100.000,00. Se a porcentagem que serve de limite for calculada sobre o
valor mensal, nenhuma parcela poderá exceder à soma de R$125.000,00, que
corresponde a R$100.000,00 acrescido de 25%, limite preconizado no §1º do
Art. 65 da Lei nº 8.666/1993. Se a porcentagem que serve de limite for
calculada sobre o valor total, algumas parcelas podem mais do que
dobrar de valor. [...] É evidente que aditivo contratual que dobre ou
triplique a efetiva parcela do contrato é excessiva, vulnerando o princípio
da proporcionalidade. É contrário ao aludido princípio, continuando no
exemplo, que parcela mensal de serviço prestado por R$100.000,00 transforme-
se, de cambulhada, em R$200.000,00 ou mais. Insista-se que isso seria excessivo,
feriria de morte o princípio da proporcionalidade e revelaria, ao fim e ao cabo,
que a Administração não planejou adequadamente suas demandas.”
Depreende-se dos posicionamentos acima citados, grande divergência
a respeito de qual deve ser o entendimento mais adequado para a
determinação legal do limite de alteração estipulado no Art. 65, §1º da
Lei de Licitações sobre os contratos de prestação de serviços contínuos.
149
Leia mais em <http://www.zenite.blog.br/base-de-calculo-para-os-limites-percentuais-de-
alteracoes-contratuais-dos-contratos-de-prestacao-de-servicos-continuos/>.
150
TCU, Acórdão nº 286/2002-Plenário.
151
[...] é certo que diferenças expressivas entre itens de custo possibilitam a prática do denominado
‘jogo de planilha’, em que, por meio de termos aditivos ao contrato original, itens com
preços superestimados têm seus quantitativos aumentados, ao passo que outros, com preços
subestimados, têm seus quantitativos reduzidos, provocando, em detrimento do erário, o
desequilíbrio econômico-financeiro da avença (TCU, Acórdão nº 1.658/2003 – Plenário).
152
Acórdão nº 1.755/2004 – Plenário.
153
Parecer de Uniformização nº AGU/CGU/NAJ/MG-1434-2008-MRAK; Pareceres AGU/
CGU/NAJ/MG nºs: 1.116/2007; 1.212/2007; 1.011/2008; art. 65, §1º c/c arts. 3º e 25 da Lei nº
8.666/1993; Acórdãos nºs 287/2005 e 01/2006 – Plenário do TCU.
154
CARLI, Kalinca de. Acréscimo superior ao limite de 25% em contratos administrativos
decorrentes de inexigibilidade de licitação. Informativo de Licitações e Contratos – ILC, Curitiba,
n. 240, p. 124-126, fev. 2014.
155
O TCU determinou que devem ser registradas, por meio de termo aditivo, eventuais
alterações que ocorrem durante a execução de contrato, exceto para aquelas especificadas
no art. 65, §8º, da Lei nº 8.666/93 (Decisão nº 820/1997 – Plenário).
156
Orientação Normativa – MG nº 16, de 17 de março de 2009: Parecer de Núcleo de
Assessoramento Jurídico. Regra Geral: Natureza Jurídica de ato enunciativo com efeitos
opinativos. Exceção: Parecer de análise das hipóteses previstas no art. 38, parágrafo único,
da Lei nº 8.666/93 c/c art. 11, VI, da LOAGU: Natureza de ato administrativo obrigatório
160
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 773.
161
“Administrativo. Agravo regimental. Contrato administrativo. Dissídio coletivo que provoca
aumento salarial. Revisão contratual. Equilíbrio econômico-financeiro. Fato previsível.
Não-incidência do art. 65, inc. II, alínea “d”, da Lei nº 8.666/93. Álea econômica que não se
descaracteriza pela retroatividade.
É pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que eventual aumento de
salário proveniente de dissídio coletivo não autoriza a revisão o contrato administrativo
para fins de reequilíbrio econômico-financeiro, uma vez que não se trata de fato
imprevisível — o que afasta, portanto, a incidência do art. 65, inc. II, “d”, da Lei nº
8.666/93. Precedentes” (AgRg no Resp nº 957.999/PE, 2ª Turma, Min. Rel. Mauro Campbell
Marques. J. em 22.06.2010, DJ, 05 ago. 2010).
162
MEIRELLES. Direito administrativo brasileiro. 25. ed., p. 203.
1.2.10 Reajuste
O reajuste de preços tem lugar nas hipóteses de desvalorização
da moeda decorrentes dos índices inflacionários. A aplicação do reajuste
163
MEIRELLES. Direito administrativo brasileiro. 25. ed., p. 224.
164
Observe o princípio de que a execução de itens do objeto do contrato em quantidade
superior à prevista no orçamento da licitação deve ser previamente autorizada por meio
de termo aditivo contratual e antecedido de procedimento administrativo no qual fique
adequadamente consignada a motivação das alterações tidas por necessárias, que devem ser
embasadas em pareceres e estudos técnicos pertinentes, bem assim caracterizar a natureza
superveniente, em relação ao momento da licitação, dos fatos ensejadores das alterações
(TCU, Decisão nº 1.054/2001 – Plenário).
165
Excelente discussão, inoportuna para o momento, é saber se o reajuste é ou não direito
disponível. Não se enfrenta a questão comumente na doutrina. E isso — a depender da
conclusão tomada — pode impactar sensivelmente a gestão contratual.
166
O TCU recomendou que na cláusula contratual do reajuste deverá ser substituída a expressão
“poderá ser reajustada” por “será reajustada”, em atendimento ao artigo 55, III, da Lei nº
8.666, de 1993 (Decisão nº 425/2002 – Plenário).
167
Modelo de Cláusula de Reajuste (MARTINS. Manual prático do licitador e do licitante, p. 276).
- A remuneração dos serviços poderá ser reajustada após a vigência contratual de 12
(doze) meses.
- Decorrido o prazo descrito de 12 meses, o preço mensal da remuneração será corrigido
monetariamente pelo IGP-M ou outro índice que venha a substituí-lo por força de
determinação governamental.
- A aplicação do índice supramencionado dar-se-á de acordo com a variação ocorrida entre
o mês assinalado para o início dos serviços e o 12º mês da prestação dos serviços, passando
o novo preço a vigorar a partir do 13º mês.
168
O STJ se posicionou de forma diferente ao fixar que o reajustamento só será possível se
previsto no edital ou no contrato.
Processual Civil e Administrativo. Contrato Administrativo. Reajuste de preços. Ausência
de autorização contratual. Descabimento. 1. Reajuste do contrato administrativo é conduta
autorizada por lei e convencionada entre as partes contratantes que tem por escopo manter
o equilíbrio financeiro do contrato. 2. Ausente previsão contratual, resta inviabilizado o
pretendido reajustamento do contrato administrativo. 3. Recurso especial conhecido em
parte e, nessa parte, não provido (REsp. nº 730.568/98, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon).
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: [...]
III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios da atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do
efetivo pagamento;
169
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 792.
170
A propósito, confira-se o seguinte precedente do STJ: Administrativo e econômico. Contrato
Administrativo de obra pública. Cumprimento da obrigação verificado pela administração
pública, mediante critério de medição. Fixação do termo inicial da correção monetária. Atraso
no pagamento. Ilícito contratual. Desvalorização da moeda. Inexistência no contrato de
cláusula, prevendo a data para o pagamento do preço avençado. Necessidade de verificação
do cumprimento da obrigação e o consequente prejuízo econômico pelo atraso. Observância
do valor real do contrato.
1. A mora no pagamento do preço avençado em contrato administrativo, constitui ilícito
contratual. Inteligência da Súmula 43 do STJ.
2. A correção monetária, ainda que a lei ou o contrato não a tenham previsto, resulta da
integração ao ordenamento do princípio que veda o enriquecimento sem causa e impõe o
equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
3. O termo inicial para a incidência da correção monetária nos contratos administrativos
de obra pública, na hipótese de atraso no pagamento, não constando do contrato regra
que estipule a data para o efetivo pagamento do preço avençado, deverá corresponder
ao 1º (primeiro) dia útil do mês subseqüente à realização da obra, apurada pela
Administração Pública mediante critério denominado medição. Precedentes do STJ (REsp
71127/SP, REsp 61817/SP)
4. O retardamento em pagar medições de obras já efetuadas configura violação do contrato e
a inadimplência de obrigação juridicamente pactuada, com consequências que se impõem
ao contratante público.
5. Recurso conhecido e provido, para reformar o acórdão, modificando o termo inicial
para a incidência da correção monetária para o período de atraso no pagamento (Recurso
Especial nº 679.525 – SC, 1ª Turma. Relator: Min. Luiz Fux. DJU, 20 jun. 2005).
171
O Tribunal Regional Federal 2ª Região decidiu que no pagamento atrasado de faturas decorrentes
de contrato administrativo é devida correção monetária desde o vencimento da dívida.
“2 – Os Estados podem instituir correção monetária para os seus contratos administrativos.
3 – Não havendo disposição sobre a correção monetária no contrato administrativo,
aplica-se o índice estabelecido pela lei federal” (Apelação Cível nº 99.02.03188-9, 3ª Turma.
Relator: Juiz Federal Conv. Guilherme Diefenthaeler. DJ, 28 jan. 2004).
172
Nesse sentido é a Decisão nº 290/2002 – 2a Câmara do TCU.
173
NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato administrativo. 2. ed. Belo Horizonte.
Fórum, 2011. p. 891.
174
Reajuste – Retroativo – Impossibilidade – Preclusão lógica. Informativo de Licitações e Contratos
– ILC, Curitiba, n. 238, p. 1269, dez. 2013. Seção Perguntas e Respostas.
175
TCU, Acórdão nº 1.827/2008 – Plenário, Rel. Min. Benjamin Zymler.
176
Art. 65, §8º: A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no
próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das
condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias
suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,
podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
1.2.11 Repactuação
A repactuação consiste em revisão de preços quando da
renovação contratual de contratos de execução continuada. Tem
também como objetivo a recomposição de perdas inflacionárias
ocorridas nos doze meses de vigência do contrato que versem
sobre serviços contínuos. Leva-se em consideração a variação de
custos anual. Marçal Justen Filho177 em seu artigo sobre repactuação
e reajuste nos contratos de serviços contínuos de Administração
indireta salienta que “o preço avençado entre as duas partes para
o primeiro período contratual compreende diversas despesas
não renováveis”. Portanto, deve haver a repactuação em prol da
Administração para que o contratado não continue recebendo por
serviços que não exigem mais os efeitos preparatórios iniciais. A
repactuação deverá ser feita como forma de amortização dos custos
que já não se inserem na obrigação contratual.
Deve haver entre as partes o equilíbrio econômico-financeiro,
com isso, em contratos de prestação continuada, quando passados 12
meses, deverá ser realizada essa repactuação para que o equilíbrio seja
mantido. É necessária para tanto a contínua avaliação da variação de
preço desde o início da avença até o fim do período de repactuação.
Deve também restar demonstrada a variação efetiva de custo durante
este mesmo período. Sempre haverá a repactuação quando houver
redução ou ampliação de vantagens no decorrer da avença contratual.
É comum a repactuação não ser tratada com clareza no contrato,
com isso o contratado insere no preço do objeto contratual o valor do
possível dano não pactuado na avença, como, por exemplo, a correção
monetária em decorrência de desvalorização cambial, gerando com isso
desequilíbrio contratual.
177
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 15. ed.
São Paulo: Dialética, 2012.
178
O TCU, que acompanhou o entendimento do STJ por um tempo, reviu seu posicionamento e
passou a aceitar a repactuação, conforme Decreto Federal nº 2.271/97 e Instrução Normativa
Mare nº 18/97:
9.1. expedir as seguintes orientações dirigidas à Segedam:
9.1.1. permanece válido o entendimento firmado no item 8.1 da Decisão 457/1995 - Plenário;
9.1.2. os incrementos dos custos de mão-de-obra ocasionados pela data-base de cada
categoria profissional nos contratos de prestação de serviços de natureza contínua não se
constituem em fundamento para a alegação de desequilíbrio econômico-financeiro;
9.1.3. no caso da primeira repactuação dos contratos de prestação de serviços de natureza
contínua, o prazo mínimo de um ano a que se refere o item 8.1 da Decisão 457/1995 -
Plenário conta-se a partir da apresentação da proposta ou da data do orçamento a que
a proposta se referir, sendo que, nessa última hipótese, considera-se como data do
orçamento a data do acordo, convenção, dissídio coletivo de trabalho ou equivalente que
estipular o salário vigente à época da apresentação da proposta, vedada a inclusão, por
ocasião da repactuação, de antecipações e de benefícios não previstos originariamente, nos
termos do disposto no art. 5° do Decreto 2.271/97 e do item 7.2 da IN/Mare 18/97;
9.1.4. no caso das repactuações dos contratos de prestação de serviços de natureza contínua
subseqüentes à primeira repactuação, o prazo mínimo de um ano a que se refere o item 8.1
da Decisão 457/1995 - Plenário conta-se a partir da data da última repactuação, nos termos
181
Orientação Normativa CJU-MG nº 25, de 27 de março de 2009: Repactuação. Efeitos
financeiros.
I – Os efeitos financeiros da repactuação deverão ocorrer exclusivamente para os itens que
a motivaram, e apenas em relação à diferença porventura existentes.
II – A vigência dos efeitos financeiros quanto aos custos decorrentes de mão de obra.
Realizada com fundamento em Dissídio Coletivo, Convenção ou Acordo Coletivo de
Trabalho, terá início a partir da data em que passou a viger efetivamente a majoração
salarial da categoria profissional abrangida (Art. 41, III da IN SLTI/MPOG n. 02/2008).
III – A vigência dos efeitos financeiros quanto aos demais insumos, terá início 12 meses após
o dia fixado como data limite para a apresentação da proposta, na primeira repactuação,
e 12 meses após o início dos efeitos financeiros da repactuação anterior, correspondentes
à mesma parcela objeto da nova solicitação, nas repactuações subsequentes (Art. 41, I da
IN SLTI/MPOG n. 02/2008).
IV – A empresa contratada para a execução de remanescente de serviço tem direito à
repactuação nas mesmas condições e prazos a que fazia jus a empresa anteriormente
contratada, devendo o seus preços serem corrigidos antes do início da contratação,
conforme determina o art. 24, inciso XI da Lei nº 8.666/93 (art. 41-B da IN SLTI/MPOG n.
01/2008).
182
NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato administrativo. 2. ed. Belo Horizonte.
Fórum, 2011. p. 915.
183
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 795.
184
Orientação Normativa NAJ-MG nº 24, de 17 de maço de 2009: Licitação. Serviço continuado.
Ausência de pedido de repactuação previamente à prorrogação contratual. Preclusão do direito.
185
Acórdão nº 1.828/2008 – Plenário do TCU: “ há a preclusão lógica quando se pretende praticar
ato incompatível com outro anteriormente praticado. In casu, a incompatibilidade residiria
1.2.12 Revisão
A revisão é um instituto que preza pelo equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, uma vez rompido por um ato posterior de
natureza imprevista e imprevisível. Todas as vezes que o equilíbrio
econômico-financeiro sofrer modificação significativa não prevista no
contrato, perante a outra parte, há a necessidade de alterar o contrato
para que a relação contratual volte à situação primeira, que é o equilíbrio
entre a prestação obrigacional e prestação financeira da Administração.
a) Fato da Administração
Fato imputável à Administração (chamado pela doutrina de fato
da Administração), ocorre quando o Poder Público por ação ou omissão
impede, dificulta ou atrasa a execução do contrato. Assim, por exemplo,
ocorre quando a Administração delibera ampliar uma avenida e para
isso o contratado necessita da desapropriação de uma área. Ocorre que
o Poder Público não promove as desapropriações, ficando o particular
impedido de adimplir o contrato. Marçal Justen Filho observa que:
b) Fato do príncipe187
Outra hipótese que permite a revisão do contrato é o chamado fato
do príncipe, que consiste em um ato geral e abstrato do Poder Público,
atingindo indireta e reflexamente o contrato administrativo.
Podemos citar, como exemplo, a criação, alteração ou extinção
de encargos tributários ocorridas após a apresentação da proposta, que
tenha repercussão direta nos preços contratados e necessite revisão
contratual para mais ou para menos, conforme o caso.
Marçal Justen Filho exemplifica:
186
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 781.
187
Art. 65, §5º, da Lei nº 8.666/93: Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou
extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão
a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
188
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 783.
189
Acórdão nº 2.933/2011 – Plenário.
190
Idem.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 258.
191
192
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 782.
d) Fato imprevisível
Também a interferência imprevista é causa suficiente para a revisão
contratual. Consiste em fatos que já existiam ao tempo da celebração do
contrato, mas que são descobertos somente em momento posterior.193
193
Administrativo. Contrato administrativo. Lei nº 8.666/93. Teoria da imprevisão. Inaplicabilidade.
1. Apelação interposta em face de sentença proferida pelo MM. Juiz Federal Substituto da
3a Vara da Seção Judiciária do Ceará, que julgou improcedente o pedido, consistente na
desconstituição de ato administrativo que gerou multa no importe de R$17.100,00 (dezessete
mil e cem reais), afastando-se a sanção de suspensão do direito de participar de licitações.
2. Hipótese em que a autora foi vencedora em procedimento licitatório para fornecimento
de 90 kits fusor de aquecimento de óleo para impressora marca Epson, modelo C2000 _
autonomia de 100.000 (cem mil), tendo celebrado contrato com a União e tendo havido
a emissão de Nota de Empenho, com prazo de entrega estipulado em 20 dias. Aduziu,
na exordial, que, antes de formalizar a participação no certame, confirmou, junto ao
Distribuidor dos materiais, a existência e a entrega dos mesmos, mas após a adjudicação do
objeto da licitação, foi-lhe informado que inexistia tal produto em estoque na quantidade
requerida e que estava o mesmo indisponível na fábrica da marca no país, e também,
conforme verificou posteriormente, no exterior. Acrescentou que, quando o produto
voltou a ficar disponível no mercado, seu preço estava acima do normal.
3. De acordo com o art. 65, II, “d, da Lei nº 8.666/93, que institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública, os contratos poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, por acordo das partes “para restabelecer a relação que as partes pactuaram
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis,
ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual”.
4. O parecer da Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde, ao tratar da álea econômica
extraordinária, concluiu que “tal hipótese não resta patente no presente caso vez que a
variação cambial era, tal qual exposto, plenamente previsível quanto à sua ocorrência e
suas consequências calculáveis e passíveis de proteção. A compra do material muito bem
poderia ser orientada para a data do recebimento da nota de empenho, momento em que
Ocorre que o laudo demonstrou que há grande diferença entre a quantidade de concreto estimada e a
quantidade de concreto realmente necessária, o que decorreu da falha da Administração em fornecer
todos os elementos que o art. 47 exige, a começar pelo cálculo estrutural citado na perícia.
Temos então um ato que antecede à formulação da proposta, a qual se mostrou incorreta e
insuficiente para cobrir o custo total da obra.
Esse fato NÃO se enquadra em qualquer das modalidades de revisão do contrato para reequilíbrio
econômico da equação original, simplesmente porque NÃO se trata de fato posterior a essa equação,
fato que a desequilibra. Cuida-se de vício que antecede a equação e ao contrato, fato que gerou erro
na formulação da proposta. [...]
V – Aumento de custos indiretos em razão de atraso na obra imputável à Administração:
Este fato poderia se enquadrar no campo do fato da Administração, gerando direito à recomposição
da equação econômico financeira, porém simplesmente não há provas cabais a seu respeito.
Não foi provado que o atraso existiu, qual seu período exato e qual a causa específica desse atraso,
em especial sua imputação a alguma conduta da Administração.
O laudo pericial neste ponto se mostra vazio, pois partiu das alegações da empresa Autora para fazer
cálculos, sem indicar de onde tirou o convencimento sobre a existência do atraso e sua imputação
à Administração.
Já no laudo do assistente técnico da União, mais consistente neste ponto, se vê uma série de
considerações técnicas que desmentem as bases da pretensão, as quais adoto como razão de
decidir (fls.333/334).
O próprio fluxo de pagamentos, pontuado nas petições da União, mostra que não houve solução
de continuidade, tendo a empresa recebido o quanto lhe foi contratualmente prometido nas épocas
certas, sem se poder falar em aumento de custo que não tenha sido coberto [...]”
3. A decisão que pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos
não enseja recurso especial pela violação dos art. 535, II, do CPC.
4. Agravo Regimental desprovido (Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.181.366/
BA (2010/0030202-4). 1ª Turma. Relator: Min. Luiz Fux. DJE, n. 610, div. 30.06.2010, pub.
1º.07.2010).
195
Informativo de Licitações e Contratos – ILC, Curitiba, p. 646.
a) devolução de garantia;
b) pagamento devido pela execução do contrato até a data da
rescisão;
c) pagamento do custo da desmobilização;
d) vista do processo para que possa exercer seu direito à ampla
defesa e ao contraditório;
e) lavratura de termo de encerramento, decorrente de rescisão,
assinado pelas partes contratantes.
- Rescisão amigável: ocorre por mútuo acordo entre as partes, para
a extinção do contrato e acerto dos direitos dos distratantes.
Opera efeitos a partir da data em que foi firmada, embora
possam ser fixados direitos e obrigações entre os distratantes
com eficácia posterior.196
- Rescisão judicial: pode ser requerida pelo particular
(contratado) ou pela Administração, em ação proposta junto
ao Poder Judiciário.
- Rescisão unilateral: ocorre quando a Administração Pública
decide por fim ao contrato antes do término de sua vigência,
por motivo de inadimplemento contratual por parte do
contrato, ilegalidade ou em razão de interesse público. Em
qualquer destes casos é necessária a devida justificativa da
conveniência e oportunidade, bem como a exposição dos
pressupostos de fato e de direito, que ensejam o ente público
a praticar o ato em questão. Está previsto no art. 78, incisos I
a XI e XVIII. Podendo neste caso, importar na aplicação das
sanções administrativas, assunção do objeto do contrato pela
196
Cite-se, a respeito, o Informativo de Licitações e Contratos nº 146 do TCU: A rescisão amigável
do contrato sem a devida comprovação de conveniência para a Administração e de que não
restaram configurados os motivos para a rescisão unilateral do ajuste configura irregularidade,
por afrontar o disposto no art. 79, inciso II, da Lei nº 8.666/1993.
197
Art. 80, §2º da Lei nº 8.666/93: “É permitido à Administração, no caso de concordata do
contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de
serviços essenciais”.
198
Art. 79, §2° da Lei n° 8.66/93: Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII
do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
199
Mandado de Segurança. Administrativo. Tomada de preços. Contrato administrativo.
Prazo máximo para o fornecimento do produto esgotado. Ausência de motivo para o
200
Apelação em Mandado de Segurança nº 2000.39.00.001915-9. 6ª Turma. DJU, 26 jun. 2006.
201
Recurso Especial nº 1.223.306/PR. 2ª Turma. Relator: Min. Mauro Campbell Marques. Relator
p/acórdão: Min. César Asfor Rocha. DJE, n. 943, div. 1º.12.2011, pub. 02.12.2011.
202
JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13. ed., p. 746.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25.ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 344.
203
2.2 Obras
Para que se entenda um pouco sobre o contrato de obra pública
e sua gestão, é necessário definir alguns conceitos.
204
Jessé Torres Pereira Junior (p. 94, 95).
205
Acórdão nº 99/2013 – Plenário.
206
SILVA, Wagner Azevedo da. Serviços de engenharia: definição frente a Lei de Licitações
e Contratos na Administração Pública. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 52, nov. 2001.
Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/2304>.
207
O TCU, a propósito, teve oportunidade de se manifestar no sentido de que o processo
licitatório para obras e serviços somente poderá ocorrer se houver previsão orçamentária que
assegure o pagamento das obrigações decorrentes dessa licitação e consequente contratação:
“9.1.1. determinar à Secretaria de Obras Públicas e Infraestrutura de Natal que, em futuras
licitações para a execução de obras, observe a obrigação legal de dotar o projeto do respectivo
cronograma físico-financeiro do empreendimento, de modo a comprovar a existência de
recursos orçamentários em montante suficiente para a execução prevista para o exercício”
(Acórdão nº 3.136/2011 – Plenário, Rel. Min. Augusto Nardes).
208
Recomendamos a leitura do artigo “Dos aspectos polêmicos da adesão tardia a atas de
registro de preços” (BICALHO, Alécia Paolucci Nogueira; DIAS, Maria Tereza Fonseca.
Contratações públicas: estudos em homenagem ao Professor Carlos Pinto Coelho Motta. Belo
Horizonte: Fórum, 2013. p. 231).
209
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos
operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência,
observadas as disposições desta Lei.
210
“O acompanhamento e fiscalização do contrato é instrumento poderoso que o gestor dispõe
para defesa do interesse público. É dever da Administração acompanhar e fiscalizar o contrato
para verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e administrativas, em
todos os seus aspectos” (TCU. Orientações) .
211
Tomada de contas especial decorrente da conversão de relatório de auditoria. Verificação da
conformidade de contrato destinado à implantação de sistema informatizado de gerenciamento
de riscos na Previdência Social. Irregularidades graves na execução do contrato. Atesto
de notas fiscais referentes a produtos/serviços executados em desconformidade com as
especificações contratuais. Omissão na fiscalização e supervisão da avença. Mudanças nas
características e fases de entrega dos produtos. Simplicidade e insuficiência do sistema
desenvolvido pelo contratado. Situação corroborada pelo Ministério da Previdência Social
com o auxílio de pareceres técnicos elaborados por especialistas na área. Irregularidade
das contas. Débito e multa. Inabilitação para o exercício de cargo em comisão ou função
comissionada no âmbito da Administração Pública.
212
1. É dever do gestor público responsável pela condução e fiscalização de contrato administrativo
a adoção de providências tempestivas a fim de suspender pagamentos ao primeiro sinal de
incompatibilidade entre os produtos e serviços entregues pelo contratado e o objeto do contrato,
cabendo-lhe ainda propor a formalização de alterações qualitativas quando de interesse da
Administração, ou a rescisão da avença, nos termos estabelecidos na Lei nº 8.666/1993. 2. A
falta de qualquer das providências acima configura conduta extremamente reprovável, que
enseja a irregularidade das contas, a condenação dos gestores ao ressarcimento do dano
ao erário e a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.443/1992 (Acórdão nº 1.450/2011 –
Plenário, Rel. Min. Augusto Nardes).
213
Informativo nº 107 do TCU: Alterações contratuais sem a devida formalização mediante
termo aditivo configura contrato verbal, que pode levar à apenação dos gestores omissos
quanto ao cumprimento do dever.
214
A gestão de contratos em face da realidade das unidades administrativas contratantes. Boletim
de Licitações e Contratos - Blc, São Paulo, ano 23, n. 7, p. 671-676, jul. 2010.
215
Gestão de contratos administrativos: importância do artigo 67 da Lei nº 8.666/93. Fórum de
Contratação e Gestão Pública – FCGP, Belo Horizonte, ano 5, n. 50, fev. 2006.
216
O TCU já deliberou que, ao formular o contrato, a Administração deve incluir cláusula
estipulando o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica, em obediência ao disposto no inciso V do art. 55
da Lei nº 8.666/93 (Decisão nº 1.140/2002 – Plenário).
217
Observe, antes de contrair obrigações junto a fornecedores, a existência de recursos financeiros
(TCU, Acórdão nº 254/2004 – 2ª Câmara).
218
Prive-se de autorizar início de realização de despesa, sem prévio empenho, conforme o art.
60, da Lei nº 4.320/1964 (TCU – Acórdão nº 2.387/2007 – Plenário).
219
O TCU decidiu que não se efetue pagamento antecipado de despesa, por contrariar o
mandamento legal expresso no art. 62 da Lei nº 4.320/64 e no art. 38 do Decreto nº 93.872/86
(Decisão nº 955/2002 – Plenário).
220
Orientação do TCU: Realize procedimento licitatório somente quando houver disponibilidade
orçamentária para cobrir a despesa a ser contratada, indicando no respectivo edital a dotação
orçamentária que cobrirá as mencionadas despesas, nos termos do caput do art. 38 Lei nº
8.666/1993 (TCU – Acórdão nº 301/2005 – Plenário).
221
Recomenda-se: Proceda, ao efetuar suas compras, a emissão de uma nota de empenho para
cada empresa contratada e por ocasião da contratação, anteriormente ao recebimento da
fatura, conforme preceituam os arts. 58 a 65 da Lei nº 4.320/1964 (TCU, Decisão nº 955/2002
– Plenário).
222
De acordo com a obra Licitação e contratos: orientações básicas do Tribunal da Contas da União,
consideram-se restos a pagar as despesas legalmente empenhadas, não pagas e não canceladas
até 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas (Lei nº
4.320, art. 36): Restos a pagar processados: refere-se às despesas empenhadas, cujo objeto
contratado foi recebido e a liquidação da despesa já ocorreu e Restos a pagar não processados
refere-se à despesa empenhada, mas não liquidada e não paga até 31 de dezembro do
exercício financeiro de emissão da nota de empenho respectiva. O registro contábil dos
restos a pagar far-se-á por exercício e por credor, em conta denominada restos a pagar,
como obrigação a pagar do exercício seguinte (“resíduos passivos”) (3. ed. Brasília: Senado
Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2006. p. 314).
223
Proceda a fiscalização do contrato de forma tempestiva, promovendo, em caso de cancelamento,
anulação do empenho correspondente, em vista do disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/1993
(TCU, Acórdão nº 96/2010 – 2ª Câmara).
224
TCU, Acórdão nº 3.373/2006 – Plenário.
225
Abstenha-se de realizar despesas em rubricas com valores acima dos autorizados no
orçamento (TCU, Acórdão nº 427/2006 – 2ª Câmara).
226
Nesse sentido é a Orientação Normativa AGU nº 37, de 13 de dezembro de 2011.
227
Redação do §1º: “Os contratos de obras, de fornecimento para entrega futura de bens ou
de serviços, especialmente os de serviços técnicos especializados que utilizem mão-de-obra
intensiva, poderão prever adiantamentos de pagamentos, desde que não superiores ao
valor de cada etapa em que se subdividir a sua execução, e desde que seja prestada garantia
numa das modalidades previstas no art. 56 desta Lei, sem o limite estabelecido nos §§2º e
3º daquele artigo.”
228
A propósito, confira-se o seguinte precedente do TCU: [...] Em que pese o contrato haver
sido firmado tão somente depois da celebração do contrato de repasse, não há desconsiderar
o disposto no inciso III, do §2º do art. 7º, da Lei 8.666/1993, o qual prevê que o processo
licitatório para obras e serviços somente poderão ocorrer se houver previsão orçamentária que
assegure o pagamento das obrigações decorrente dessa licitação e consequente contratação
(Acórdão nº 3.136/2011 – Plenário. Ministro Augusto Nardes).
229
Art. 54, §3º. No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos
órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município,
as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de
março de 1964.
230
A responsabilidade dos fiscais da execução do contrato administrativo. Fórum de Contratação
e Gestão Pública – FCGP, Belo Horizonte, ano 10, n. 120, dez. 2011.
231
“9.3.16.17. junte aos processos pertinentes o ato de designação do representante da
Administração encarregado de acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos celebrados
pelo órgão conforme estabelece o caput do art. 67 da Lei nº 8.666/93” (Acórdão nº 1.105/2004.
2ª Câmara. Rel. Min. Lincoln Magalhães da Rocha. Processo TC nº 825.167.1997-3).
232
No Caderno ENAP, que trata da Fiscalização de Contratos, consta entendimento do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão permitindo a designação de servidores temporários,
contratados pela Lei nº 8.745/93, para atuarem como fiscais de contratos.
233
Acórdão nº 2.917/2010 – Plenário, Rel. Min. Valmir Campelo.
234
Nesse sentido já se manifestou o TCU no Acórdão nº 4/2006.
235
No Acórdão nº 6.438/2011, o TCU entendeu que é ponto pacífico que a Administração deve
acompanhar e fiscalizar o contrato para verificar o cumprimento das disposições contratuais,
técnicas e administrativas, em todos os seus aspectos, consoante o disposto no art. 67 da
Lei nº 8.666/1993. Para a Corte de Contas, toda execução do contrato deve ser fiscalizada e
acompanhada por representante da Administração, de preferência do setor que solicitou o
bem, a obra ou o serviço.
236
Acórdão nº 2.917/2010 – Plenário, Rel. Min. Valmir Campelo.
237
O TCU alerta que deve ser exigida anotação de responsabilidade técnica (ART) de responsável
pelo projeto, execução e fiscalização da obra de engenharia, nos termos da Lei nº 6.496, de
7 dezembro de 1977 (Acórdão nº 625/2010 – 2ª Câmara, Rel. Min. André Luis de Carvalho).
238
Essa é a recomendação do TCU (Acórdão nº 299/2007).
239
Atribuição do gestor/fiscal do contrato administrativo. Revista Brasileira de Estudos da Função
Pública – RBEF, Belo Horizonte, ano 1, n. 2. maio/ago. 2012.
240
A responsabilidade dos fiscais da execução do contrato administrativo. Fórum de Contratação
e Gestão Pública – FCGP, Belo Horizonte, ano 10, n. 120, dez. 2011.
241
Rel. Min. Raimundo Correiro.
242
“9.6.11. sendo o dito servidor responsável pela observância do fiel cumprimento de todas
as cláusulas contratuais e tendo a obrigação de comunicar aos setores de direito quando
não acontecer dessa forma, com o propósito de dar cabal cumprimento ao art. 6º do Decreto
n. 2.271, de 07/07/1997, e ao art. 67 da Lei nº 8.666/93” (Acórdão nº 1.710/2006. Rel. Min.
Guilherme Palmeira).
243
Acórdão nº 859/2006 – Plenário. Rel. Min. Marcos Vinicios Vilaça.
244
Acórdão nº 7.314/2013 – 2ª Câmara.
245
No mesmo sentido é o Acórdão nº 1.064/2007 – Plenário. Rel. Min. Valmir Campelo.
246
Acórdão nº 839/2011 – Plenário, TC-003.118/2001-2, Rel. Min. Raimundo Carreiro, 06.04.2011.
247
Acórdão nº 319/2010 – Plenário, TC-003.196/2001-9, Rel. Min. Walton Alencar Rodrigues,
03.03.2010.
248
Acórdão nº 319/2010 – Plenário, TC-003.196/2001-9, Rel. Min. Walton Alencar Rodrigues,
03.03.2010.
249
Rel. Min. Raimundo Carreiro.
250
Art. 67 da Lei nº 8.666/93: A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
251
Nesse sentido é a orientação do TCU: O art. 67 da Lei nº 8.666/93 exige a designação, pela
Administração, de representante para acompanhar e fiscalizar a execução, facultando-se a
contratação de empresa supervisora para assisti-lo. Assim, parece-me claro que o contrato
de supervisão tem natureza eminentemente assistencial ou subsidiária, no sentido de que
a responsabilidade última pela fiscalização da execução não se altera com sua presença,
permanecendo com a Administração Pública. Apesar disso, em certos casos, esta Corte
tem exigido a contratação de supervisora quando a fiscalização reconhecidamente não
dispuser de condição para, com seus próprios meios, desincumbir-se adequadamente de
suas tarefas, seja pelo porte ou complexidade do empreendimento, seja pelo quadro de
carência de recursos humanos e materiais que, não raro, prevalece no setor público (Acórdão
nº 1.930/2006, Plenário, Rel. Min. Augusto Nardes).
252
TCU: Acórdão nº 667/2005-P, 9.6.1; Acórdão nº 2.023/2005-P, item 9.1.17.
253
O TCU enfrentou essa questão e firmou o seguinte Informativo de Jurisprudência sobre
Licitações e Contratos (nº 54): É inviável o uso do pregão para contratação de serviços nos
quais predomine a intelectualidade, assim considerados aqueles que podem apresentar
diferentes metodologias, tecnologias e níveis de desempenho e qualidade, sendo necessário
avaliar as vantagens e desvantagens de cada solução: “O pregão não deverá ser utilizado para
a contratação de serviços de natureza predominantemente intelectual, assim considerados aqueles
que podem apresentar diferentes metodologias, tecnologias e níveis de desempenho e qualidade, sendo
necessário avaliar as vantagens e desvantagens de cada solução”. Foi essa uma das conclusões a
que chegou o Tribunal ao analisar representação que trouxe ao seu conhecimento potenciais
irregularidades no Pregão Eletrônico nº 78/2010, realizado pela Companhia Docas do Pará
(CDP), por meio do qual se pretendeu selecionar empresa para execução de serviços de
engenharia, consistentes na elaboração de estudos e projetos para: (i) construção de nova
portaria; (ii) centro administrativo; (iii) urbanização das vias; (iv) rampa rodofluvial; (v)
terminal de múltiplo uso 2 (TMU 2); e (vi) serviços de inspeção, análise e projeto executivo
de recuperação/reforço/ampliação estrutural do Píer 100 (TMU 1), no Porto de Santarém/
PA. Em seus argumentos, a representante defendeu que a modalidade licitatória escolhida
(pregão) não seria adequada para a contratação, “por abarcar serviços de engenharia de elevado
nível de complexidade técnica, que não se enquadrariam na categoria de ‘serviços comuns’. Para ela,
à luz do disposto no art. 46 da Lei nº 8.666/93, a licitação deveria ser do tipo “melhor técnica” ou
‘técnica e preço’, incompatíveis com o rito do pregão”. Segundo a unidade técnica, apesar de o
termo de referência do Pregão indicar normas, especificações técnicas e regras que a empresa
contratada deveria considerar quando da execução dos aludidos serviços, não seria possível
classificá-los como comuns, “em razão das características desses serviços, cuja prestação requer
intensa atividade intelectual, com razoável grau de subjetivismo, mormente em relação à elaboração
dos ‘projetos conceituais’ – “anteprojetos, a partir dos quais a CDP decidirá pela aprovação ou não
dos arranjos gerais, orçamentos e etc.” –, a escolha do pregão teria sido inadequada”. Ao concordar
com a unidade instrutiva, o relator, em seu voto, destacou que “se o projeto ou estudo a ser
obtido pela realização do serviço por uma empresa ou profissional for similar ao projeto desenvolvido
por outra empresa, dotada com as mesmas informações da primeira, esse objeto, no caso ‘estudos e
projetos’ podem ser caracterizados como ‘comuns’. Caso contrário, se a similaridade dos produtos
a serem entregues não puder ser assegurada, o objeto é incomum”. Na espécie, comparando os
parâmetros essenciais à caracterização dos “serviços comuns” com as peculiaridades do
objeto licitado no âmbito da CDP, concluiu o relator que os serviços pretendidos pela
entidade não deveriam ter sido licitados por pregão, pois o objeto do certame comportaria
variações de execução relevantes, que o tornaria incompatível com a definição legal de
bens e serviços comuns estabelecidos pela lei, que condiciona o uso do pregão. Assim,
ainda para o relator, “não basta que o objeto possa ser objetivamente definido pelo edital para a
sua caracterização como comum. As especificações dos métodos aplicáveis usualmente no mercado
e suficientes para garantirem o adequado padrão de qualidade e de desempenho devem constar, de
forma detalhada, do instrumento convocatório”, o que não teria observado no edital do Pregão
Eletrônico CDP nº 78/2010. Ademais, consignou o relator ser possível a existência de soluções
distintas para o objeto licitado, tal como no caso concreto, a depender da capacidade técnica
da empresa contratada, “mas a diferença entre as soluções que possam ser produzidas não deverá
ser significativa para a Administração, ou, mais precisamente, a consequência advinda da diferença
técnica entre as soluções não poderá ser relevante para o ente contratante, de forma a propiciar-lhe
vantagens ou desvantagens acentuadas, ganhos ou perdas consideráveis. Se este, no entanto, for o
cenário, a técnica a ser empregada na prestação dos serviços passará a ter papel de destaque na busca
da proposta mais vantajosa para a Administração, merecendo, pois, a devida pontuação no certame
licitatório”. Nesse quadro, por considerar inapropriado o uso do pregão para a contratação
dos serviços em questão, votou por que determinasse à CDP a adoção de providências com
vistas à anulação da licitação, o que foi acolhido pelo Plenário. Precedentes citados: Acórdãos
nºs 2079/2007, 2471/2008 e 1039/2010, todos do Plenário (Acórdão nº 601/2011 – Plenário,
TC-033.958/2010-6, Rel. Min. José Jorge, 16.03.2011).
254
Art. 9º, §1º, da Lei nº 8.666/93: É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa
a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como
consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente
a serviço da Administração interessada.
Não faz sentido que o órgão executor e fiscalizador sejam o mesmo. Com
fundamento no princípio da segregação de funções, como garantia da
independência da fiscalização, é fundamental que o agente fiscalizador
não seja ao mesmo tempo executor. Mais ainda, é essencial que o agente
que fiscaliza detenha independência e não tenha compromissos ou
relações com o órgão executor. Atribuir a execução e fiscalização a um
mesmo agente seria ir contra todos esses princípios.255
255
Acórdão nº 140/2007 – Plenário.
256
A responsabilidade dos fiscais da execução do contrato administrativo. Fórum de Contratação
e Gestão Pública – FCGP.
257
Acórdão nº 1.885/2009 – Plenário, Min. André Luis de Carvalho.
- ato convocatório;
- Termo de Referência;
- minuta de contrato e anexos;
- termos aditivos;
- proposta da contratada.
258
Esta seção foi produzida pela Câmara Interinstitucional de Serviços Terceirizáveis dos
Segmentos Asseio e Conservação, Segurança e Vigilância e Trabalho Temporário (CIFISERT)
e consta da Cartilha de orientação ao tomador de serviços revista e atualizada (Cartilha de
orientação ao tomador de serviços. Brasília: TEM; SIT, 2000). A CIFISERT é integrada pelo
Sindicato dos Empregados em Edifícios e Condomínios, em Empresas de Prestação de
Serviços em Asseio, Conservação, Desinsetização, Portaria, Vigia e Cabineiros de Belo
Horizonte (SINDEAC); Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância
do Estado de Minas Gerais; Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento,
Pesquisas, Perícias e Informações no Estado de Minas Gerais (SINTAPPI); Federação dos
Empregados em Empresas de Turismo e Hospitalidade de Minas Gerais (FETHEMG);
Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado de Minas Gerais (SEAC/MG);
Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância no Estado de Minas Gerais (SINDESP/
MG); Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Belo Horizonte
e Região Metropolitana (SINDICON); Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços
a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra, Recursos Humanos e Trabalho
Temporário no Estado de Minas Gerais (SINSERHT). Essa Câmara é coordenada pela
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais.
259
O TCU, por meio do Acórdão nº 1.007/2011 – Plenário, que teve como relator o Ministro
Ubiratan Aguiar propôs que o órgão “a) abstenha-se de permitir que profissionais de
empresas contratadas utilizem documentos com timbre ou carimbo com a descrição de
departamentos do Ministério, sob pena de caracterizar enfraquecimento na segregação de
funções e conflito de interesses entre a Administração Pública e a contratada.”
260
Pessoalidade: Juridicamente o tomador contrata serviços – e não mão de obra – da empresa
prestadora, não podendo vincular obrigatoriamente um determinado empregado dessa
empresa prestadora ao serviço contratado.
Subordinação: É o prestador de serviços que contrata, demite, promove ou pune o empregado.
Segurança e vigilância
É prerrogativa exclusiva das empresas de segurança regularmente
constituídas a prestação dos serviços de segurança/vigilância,261 cabendo
apenas aos profissionais devidamente qualificados o exercício regular
dos trabalhos em questão.
Exige-se para o exercício profissional que o vigilante receba
treinamento específico com reciclagem periódica, só podendo
exercer as atividades de segurança quando, comprovadamente, não
possuir antecedentes criminais. Ademais, deve ser preparado física
e psicologicamente para as funções que lhe são atribuídas, por meio
de cursos de formação, acompanhados e fiscalizados pela Polícia
Federal, dotada de arquivo que controla os vigilantes, armamento e
munição de todas as empresas regulares. Em relação ao vigia, essas
condições não são exigidas.
Vigilância não é somente a segurança armada, mas toda aquela
atividade voltada à segurança de instalações e segurança física de pessoas.
O serviço de vigilância patrimonial é caracterizado, também,
como serviço de natureza contínua que deve ser exercido por
empresa especializada devidamente autorizada, tendo como
finalidade garantir a incolumidade física das pessoas e a integridade
do patrimônio. Um aspecto importante para a escolha da contratação
de serviços de vigilância é a necessidade de proteção de forma
261
A segurança armada, ou desarmada, tem sua regulamentação nas Leis nºs 7.102/83, 8.863/94
e 9.107/95, nos Decretos nºs 89.056/83 e 1.592/95 e na Portaria nº 3.233, de 10 de dezembro
de 2012.
Trabalho temporário
Diferentemente dos demais segmentos tratados nos itens
anteriores, o trabalho temporário, conforme definido na Lei nº
6.019/74, só se caracteriza como tal quando destinado a atender a
uma necessidade transitória da Administração Pública, decorrente do
afastamento ou impedimento de um emprego permanente por motivo
de férias, auxílio-doença, licença-maternidade etc., ou um acréscimo
extraordinário de serviços (pico de produção).
O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a
Administração Pública deverá ser obrigatoriamente escrito e dele
deverá constar expressamente o motivo justificador da demanda de
trabalho temporário. Tal contrato, com relação a um mesmo empregado,
não poderá exceder três meses, podendo ser prorrogado pelo período
máximo de três meses, mediante comunicação ao órgão local do
Ministério do Trabalho e Emprego.
A Administração Pública deve estar atenta para o fato de que o
funcionamento da empresa de trabalho temporário depende de registro
no Ministério do Trabalho e Emprego, sendo sua atividade a de colocar
à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores,
devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. Assim, ao
contratar um trabalhador temporário, a Administração Pública deverá
observar esses requisitos para que a “empresa de trabalho temporário”
não venha a lhe acarretar transtornos.
Monitoramento
A Administração Pública monitora a contratada mediante a
exigência da nota fiscal de serviços e, antes de seu pagamento, da cópia dos
contracheques de cada trabalhador locado, assim como da guia de Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço individualizada para cada contrato
específico. Os protocolos de entrega de vales-transporte, uniforme e
Equipamento de Proteção Individual (EPI) também são importantes.
Retenção – INSS
A Lei nº 9.711/98, dando nova redação ao art. 31 da Lei nº
8.212/91, criou o procedimento denominado retenção em substituição
à solidariedade prevista na redação anterior, especificamente com
relação à contribuição previdenciária. Trata-se de uma antecipação
compensável da contribuição devida pelo prestador de serviço. Não é
novo ônus tributário para a Administração Pública, pois ela vai recolher
ao INSS o que reteve do valor da nota fiscal a ser pago ao prestador.
Também não é novo ônus para esta, que compensará, quando do
recolhimento da sua contribuição previdenciária normal, o valor retido
e recolhido pelo tomador.
Os serviços de limpeza, conservação, zeladoria, vigilância e
segurança mediante cessão de mão de obra ou empreitada, assim
como os serviços contratados com empresa de trabalho temporário,
estão sujeitos à retenção desde 1º.02.1999 (art. 29 da Lei nº 9.711,
de 20.11.1998).
O procedimento de retenção, ora em tela, deverá ser aplicado
aos casos de cessão de mão de obra e empreitada, definidos segundo
os conceitos específicos do INSS, dispostos no art. 31 da Lei nº 8.212/91
(com a nova redação da Lei nº 9.711/98) e no art. 219 do Regulamento
da Previdência Social – RPS (Decreto nº 3.048/99), normatizadas pela
Ordem de Serviço nº 209/99.
Para melhor esclarecimento, temos de apresentar o seguinte
conceito específico da legislação previdenciária:
Retenção – IRF
A Administração Pública contratante deverá reter e recolher, a
título de Imposto de Renda na Fonte, 1% sobre as importâncias pagas
ou creditadas pela prestação de serviços de: limpeza e conservação
de bens imóveis, exceto reformas e obras assemelhadas; segurança e
vigilância; e locação de mão de obra.
Fica dispensado o recolhimento quando o valor do imposto for
inferior a R$10,00, devendo este recolhimento ser efetuado no mês em
que o valor acumulado (somatório resultante do valor do Imposto de
Renda apurado nos meses anteriores) ultrapassar R$10,00.
Estão dispensados dessa retenção os órgãos, autarquias e
fundações da Administração federal, quando pagarem rendimentos
aos prestadores de serviços (Parecer Normativo CST nº 37, de 24 de
janeiro de 1972).
O recolhimento do valor retido deverá ser efetuado até o 3º dia
útil da semana subsequente à ocorrência da prestação de serviços.
Conclusão do monitoramento
Quaisquer dúvidas que surgirem durante o monitoramento
poderão ser solucionadas pelos órgãos regulamentadores das respectivas
normas. Subsidiariamente, se surgirem conflitos durante essa fase
com a prestadora de serviços, procurar os sindicatos profissionais e
patronal é uma boa alternativa para a solução de problemas advindos
da terceirização, a fim de que possam conduzir corretamente uma
mediação desses conflitos, assim como tomar as providências legais
que o caso possa requerer.
262
Este tópico foi produzido pela Câmara Interinstitucional de Serviços Terceirizáveis dos Segmentos
Asseio e Conservação, Segurança e Vigilância e Trabalho Temporário (CIFISERT), que é um
órgão deliberativo criado pela Portaria da DRT/MG, atualmente SRTE, nº 128, de 16.08.1999.
263
A pesquisa de preços produzida de forma inconsistente, insuficiente ou com valores
distorcidos levará a contratações prejudiciais à Administração Pública.
Realizar
Deve-se levar em consideração que uma empresa que começa
a definhar no cumprimento de suas atividades não o faz da noite
para o dia. Assim, reuniões periódicas entre os representantes da
Administração Pública, o preposto da empresa prestadora do serviço,
e com o apoio do sindicato que representa a classe, devem ser
suscitadas não apenas no âmbito do saneamento de problemas, mas
antes que eles ocorram, a fim de se buscarem informações precisas a
respeito da condição daquele prestador no mercado de uma forma
geral e não somente em seu exclusivo contrato.
Das penalidades265
Um fator avassalador aos trabalhadores da terceirização é que
os tomadores estão utilizando o crédito do contrato para empenhar
nas execuções de multas; com isto impossibilitando ao trabalhador a
satisfação dos seus créditos.
Pensando se há eficácia nesta medida, vê-se que a utilização dos
recursos relativos ao pagamento do contrato, que perfazem em sua
quase totalidade as verbas salariais dos trabalhadores e o cumprimento
dos seus direitos, chega-se à conclusão de que é uma medida ineficaz.
Não pode o tomador frustrar o gozo dos direitos destes trabalhadores
desonrando seus salários.
264
Sobre o tema recomendamos leitura do item 1.2.5.
265
Recomendamos leitura do item 3.11 sobre o tema.
266
Pode haver divergência neste ponto específico.
267
O TCU recomenda que deve se fazer constar expressamente, de todos os editais de licitação
e respectivas minutas de contrato elaboradas, cláusula que trate do recebimento definitivo
do objeto contratado (artigo 40, inciso XVI, e artigo 55, da Lei nº 8.666/93) (Acórdão nº
1.025/2003 – Plenário).
§3º O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não
poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais,
devidamente justificados e previstos no edital.
§4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se
refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida
dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde
que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à
exaustão dos mesmos.
268
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Contratos administrativos. São Paulo: Atlas, 2002. p. 173.
269
O TCU recomendou que se otimizem as aquisições e as requisições de materiais, com vistas
a evitar situações como a existência de cartuchos no almoxarifado com prazo de validade
expirado (Acórdão nº 845/2005 – 2ª Câmara).
270
TCU, Acórdão nº 2.171/2005 – Plenário.
271
O Termo definitivo somente deve ser produzido quando a execução do serviço estiver
completamente concluída (TCU. Acórdão nº 1.667/10).
272
Deve-se fazer constar expressamente de todos os editais de licitação e respectivas minutas
de contrato elaboradas, cláusula que trate do recebimento definitivo do objeto contratado
(artigo 40, inciso XVI, e artigo 55, da Lei nº 8.666/93) (Acórdão nº 1.025/2003 – Plenário).
273
O Termo definitivo somente deve ser produzido quando a execução do serviço estiver
completamente concluída (Acórdão nº 1.667/10).
274
Art. 75 da Lei nº 8.666/93: “Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite
ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais
para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado”.
Art. 73 [...]
§1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o
recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,
mediante recibo.277
§2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade
civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-
profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites
estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
275
“9.3.1.14 recebimento, mediante termo circunstanciado, de compras ou de prestações de
serviços de informática, conforme exigem os arts. 73 e 76, todos da Lei nº 8.666/93, realizando
criteriosa verificação da qualidade e quantidade do material ou serviço e a consequente
aceitação, fazendo constar dos processos de pagamentos as respectivas portarias designando
empregado ou comissão para proceder ao recebimento provisório ou definitivo das
aquisições de bens e serviços de informática” (Acórdão nº 1.182/2004 – Plenário, Processo
nº 010.215/2003-2. Rel. Min. Walton Alencar).
276
Emita termo circunstanciado, assinado pelas partes, demonstrando que o serviço foi recebido
integralmente de acordo com as exigências contratuais, conforme dispõe o art. 73, inciso I,
alínea b, da Lei nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº 1.313/2004 – Plenário).
277
Adote mecanismos de controle que garantam aos setores financeiro e patrimonial o
cumprimento dos contratos, a exemplo do relatório circunstanciado de recebimento
de mercadorias determinado no art. 73, §1º, da Lei nº 8.666/1993 (TCU, Acórdão nº
1.257/2004 – Plenário).
278
Acórdão nº 1.694/2010 – Plenário. Ministro Benjamin Zymler.
279
GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 564.
280
TCU, Decisão nº 472/1999 – Plenário.
281
TCU, Decisão nº 653/1996 – Plenário.
282
Texto retirado do Manual de Gestão de Contratos do STJ: <http://j.mp/manualdecontratosSTJ>.
283
Observe com rigor a obrigação de se colocar o atesto de recebimento por parte de um
funcionário/comissão nas Notas Fiscais em todas as compras e serviços (TCU, Acórdão nº
1.710/2006 – 1ª Câmara).
284
Art. 15, §8º, da Lei nº 8.666/93: “O recebimento de material de valor superior ao limite
estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros”.
285
TCU, Acórdão nº 1.182/2004 – Plenário.
286
PERGUNTAS E RESPOSTAS. Informativo de Licitações e Contratos – ILC, Curitiba, p. 847-848, 2008.
287
TCU, Decisão nº 997/2002 – Plenário.
288
O TCU determina que deve-se fazer constar expressamente de todos os editais de licitação
e respectivas minutas de contrato elaboradas, cláusula que trate do recebimento definitivo
do objeto contratado (artigo 40, inciso XVI, e artigo 55, da Lei nº 8.666/93) (Acórdão nº
1.025/2003 – Plenário).
289
Art. 67. §1º da Lei nº 8.666/93: O representante da Administração anotará em registro próprio
todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
290
O TCU recomendou que deve ser exigida a atestação, nos comprovantes de pagamentos
efetuados, do recebimento dos materiais ou serviços (Decisão nº 653/1996 – Plenário).
291
Art. 40, XIV, “a”, da Lei nº 8.666/93: o edital deve prever prazo de pagamento não superior
a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela;
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994).
292
Faça constar no edital e aplique, caso necessário, as multas e as demais cominações legais
àqueles licitantes que, injustificadamente, deixarem de entregar documentação para o
certame, não mantiverem a proposta ou comportarem-se de modo inidôneo, à luz do art. 7º
da Lei nº 10.520/2002. Descreva objetiva e exaustivamente, em cláusula da minuta contratual,
os motivos que ensejarão a aplicação de cada um dos tipos de penalidade administrativa
previsto, evitando-se descrições genéricas (e.g., descumprimento parcial de obrigação
contratual), em atenção ao disposto no art. 55, incisos VII e IX, da Lei nº 8.666/1993, e aos
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade (Acórdão nº 265/2010 – Plenário).
293
A inexecução do contrato consuma-se quando a prestação contratual não é satisfeita pelo
devedor, exatamente, nos moldes avençados no pacto negociar, seja quanto a forma, seja
quanto ao local, seja quanto ao tempo para o cumprimento do objeto do negocio jurídico.
Não ha a necessidade de que o devedor se abstenha, por completo, de cumprir a obrigação
negocial para que se possa falar em inexecução, bastando o cumprimento defeituoso e/ou
irregular desta prestação, tal qual ocorreu no caso em tela. Daí e que, uma vez confessada
294
O princípio da proporcionalidade na pós-modernidade. Revista Eletrônica de Direito do Estado de
Salvador, Salvador, n. 2, abr./jun. 2005. Disponível em: <http://www.direitodoestado.com.br>.
295
CARVALHO FILHO, José do Santos. Manual de Direito Administrativo. 24. ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2011.
3.11.2 Advertência
A Advertência apresenta-se como uma das modalidades de
penalidades, sanções, as quais podem ser impostas decorrente do
296
PERGUNTAS E RESPOSTAS. Informativo de Licitações e Contratos – ILC, Curitiba, n. 223, p.
951, set. 2012.
Ementa
297
PESTANA, Márcio. Direito Administrativo Brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
3.11.3 Multa
A multa destaca-se nos contratos administrativos, pelo fato
de consistir em uma das modalidades de sanções decorrentes do
descumprimento do contrato administrativo, descumprimento este total
ou parcial. Neste sentido, Marcio Pestana esclarece que “a Administração
Pública, nos Contratos Administrativos, tem a prerrogativa de aplicar
sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste (art. 58,
inciso IV da Lei nº 8666/1993, nas seguintes modalidades de apenamento:
advertência, multa, suspensão temporária do direito de participação e
contratação e declaração de idoneidade. As modalidades de sanção são
graduadas em função da gravidade da infração cometida”.
Vale destacar que a fixação das penalidades pertinentes no contrato
administrativo apresenta por base preceito legal, precisamente a Lei
de Contratos Administrativos. Na referida lei, constam em seu artigo
87 as possibilidades entre as quais poderá a Administração Pública se
embasar para fixar as sanções. Em seu inciso II, traz como uma das
possibilidades a multa. Frise-se que a multa consiste em uma das penas
mais brandas cabíveis de aplicação no momento do descumprimento
do contrato e é a única que pode ser aplicada cumulativamente com
as demais sanções previstas no art. 87.298
298
No caso de aplicação cumulativa das sanções previstas no art. 87 da Lei nº 8.666/93, o prazo
para defesa e recursos a serem observados pela Administração deverá ser o da pena mais
gravosa.
299
Esse é entendimento do TCU: Na mesma linha exposta no item anterior, entende-se que a
lei torna obrigatória a indicação, no edital, das sanções no caso de inadimplemento (Art.
40, inciso III da Lei nº 8.666/93), ainda que, quanto as clausulas necessárias ao contrato, esta
exija a referente aos `direitos e responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os
valores das multas’, nos termos do seu art. 55, inciso VII. Assim, julgamos pertinente ser
feita recomendação nesse sentido (Acórdão nº 597/2008 – Plenário).
300
O TCU recomenda, por meio do Acórdão nº 265/2010 – Plenário, que se estabeleçam
formulas para calcular a eventual aplicação de descontos de forma a efetivamente inibir a
ocorrência de atrasos na entrega dos serviços por parte da empresa contratada, evitando
que tais descontos correspondam a valores irrisórios, em atenção ao disposto no art. 55,
incisos VII, VIII e IX, da Lei nº 8.666/1993, e aos princípios da prudência, proporcionalidade
e razoabilidade.
301
Revista de Licitações e Contratos Administrativos do TCU, p. 753.
302
STJ. Resp. nº 330.677/RS: Contrato administrativo – Multa – Mora na prestação dos serviços
– Redução – Inocorrência de invasão de competência administrativa pelo Judiciário –
Interpretação finalística da lei – Aplicação supletiva da legislação civil – Princípio da
razoabilidade.
1 – Na hermenêutica jurídica, o aplicador do direito deve se ater ao seu aspecto finalístico
para saber o verdadeiro sentido e alcance da norma.
2 – Os Atos Administrativos devem atender à sua finalidade, o que importa o dever de o
Poder Judiciário estar sempre atento aos excessos da Administração, o que não implica
invasão de sua esfera de competência.
303
REsp. nº 174.274/SP, REsp nº 151.567/RJ e RMS nº 9.707/PR.
304
Acórdão nº 1.017/13.
305
Art. 6º: [...]
XI – Administração Pública – a administração direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade
jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele
instituídas ou mantidas;
XII – Administração – órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração
Pública opera e atua concretamente;
306
Acórdão nº 3.439/2012 – Plenário.
307
Acórdão nº 3.439/2012 – Plenário.
308
A esse respeito, cite-se o Informativo de Licitações e Contratos nº 143 do TCU:
309
STJ, Mandado de Segurança nº 14.002 – DF, Rel. Min. Teóri Albino Zavascki.
310
Disponível em: <http://m.g1.globo.com/politica/noticia/2012/06/cgu-proibe-delta-de-assinar-
novos-contratos-com-o-governo-federal.html>.
311
A declaração de inidoneidade prevista no art. 46 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992,
exige a comprovação de fraude à licitação em situação especificamente descrita. O poder
outorgado pelo legislador ao TCU, de declarar, verificada a ocorrência de fraude comprovada
à licitação, a inidoneidade do licitante fraudador para participar de licitação na Administração
Pública Federal, não se confunde com as sanções e cláusulas penais constantes da Lei das
Licitações, que são de aplicação restrita pelas autoridades expressamente nela indicadas e
de aplicação mais abrangente (Acórdão nº 1.287/2007 – Plenário).
312
Art. 46 da Lei nº 8.443/92: “Verificada a ocorrência de fraude comprovada à licitação, o
Tribunal declarará a inidoneidade do licitante fraudador para participar, por até cinco anos,
de licitação na Administração Pública Federal”.
313
Em virtude de fraude comprovada à licitação praticada pela licitante vencedora e já contratada,
o Tribunal determina a anulação do contrato e declara a inidoneidade da empresa para
participar de licitação na Administração Pública por um período de até cinco anos (Acórdão
nº 2.859/2008 – Plenário).
314
Orientações e Jurisprudência do TCU. Revista Licitações e Contratos, p. 754.
315
A apresentação, por empresa licitante, de laudo técnico que atesta a qualidade de seus produtos
e que fora emitido por profissional do seu próprio quadro ou que com ela detenha qualquer
vínculo de subordinação, constitui fraude, ensejando a declaração de sua inidoneidade para
participar de licitação na Administração Pública Federal, nos termos previstos no art. 46 da
Lei nº 8.443/1992 (Acórdão nº 2.638/2008 – Plenário).
316
Impende declarar a inidoneidade do licitante fraudador para participar, por até cinco anos,
de licitação na Administração Pública Federal, quando verificada a ocorrência de fraude
comprovada à licitação (Acórdão nº 1.424/2007 – Plenário).
BICALHO, Alécia Paolucci Nogueira; DIAS, Maria Tereza Fonseca. Contratações públicas:
estudos em homenagem ao Professor Carlos Pinto Coelho Motta. Belo Horizonte: Fórum,
2013.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Licitação e contratos: orientações básicas do Tribunal
da Contas da União. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração
e Publicações, 2006.
CÂMARA INTERINSTITUCIONAL DE SERVIÇOS TERCEIRIZÁVEIS DOS
SEGMENTOS ASSEIO E CONSERVAÇÃO, SEGURANÇA E VIGILÂNCIA E TRABALHO
TEMPORÁRIO – CIFISERT. Cartilha de orientação ao tomador de serviços. Brasília: MTE,
SIT, 2000.
CARLI, Kalinca de. Acréscimo superior ao limite de 25% em contratos administrativos
decorrentes de inexigibilidade de licitação. Informativo de Licitações e Contratos – ILC,
Curitiba, n. 240, p. 124-126, fev. 2014.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 25. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Temas polêmicos sobre licitações e contratos. São Paulo:
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importância do artigo 67 da Lei nº 8.666/93. Fórum de Contratação e Gestão Pública – FCGP,
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PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres; DOTTI, Marinês Restelatto. A responsabilidade dos
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