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CURSO PREPARATÓRIO CPA 10

APOSTILA DO ALUNO
Curso Preparatório CPA10

CONSELHO NACIONAL Suplentes


Titulares José Aparecido dos Santos
Márcio Lopes de Freitas - presidente José Ronkoski
Adão José Correa Paiani Waldir Ferreira da Silva
Bruno Ribeiro Cardoso
Celso Ramos Régis DIRETORIA EXECUTIVA
Cergio Tecchio Superintendente
Edivaldo Del Grande Tânia Regina Zanella
Irajá Rezende de Lacerda Gerente Geral do Sescoop
Luiz Vicente Suzin Karla Tadeu Duarte de Oliveira
Maria Luiza Fonseca do Valle Gerente Geral da OCB
Mauri Viana Pereira Fabíola da Silva Nader Motta
Sabrina Soares de Araújo Góis
Suplentes EQUIPE TÉCNICA
Joel Amaral Junio Débora Márcia Bruno Ingrisano
José Merched Chaar Carlos Magno Pereira Bastos
Leonardo Boesche Cláudia Chagas Moreno
Luis Alberto Pereira Detley Moreira Porto
Nivair de Castro de Souza Rosana Lordêlo de Santana Siqueira
Pedro Scarpi Melhorim
Projeto Gráfico e Diagramação
CONSELHO FISCAL Dot Digital Group
Titulares
Alexandre Gatti Lages
Fernanda Cimbra Santiago
João Teles de Melo Filho
Max Monjardim Maneschy
Raphael Miguel da Silva

Endereço: Setor de Autarquias Sul - SAUS


Qd. 4 • Bloco “I” • Brasília-DF (Brasil)
Tel.: +55 (61) 3217-2119 • CEP 70070-936

Brasília, maio, 2023

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Curso Preparatório CPA10

Sumário
Capítulo 1 - Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado........... 8

Funções Básicas do SFN.................................................................................................. 8


Estrutura ............................................................................................................................. 9
Previdência Privada Complementar Aberta................................................................. 14
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
(Anbima)............................................................................................................................... 16
Principais Intermediários Financeiros:.......................................................................... 24
Outros Intermediários e Auxiliares Financeiros: ......................................................... 25
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)..................................................................... 33

Capítulo 2 – Ética, regulamentação e análise do perfil do investidor .............. 36

Código de Distribuição........................................................................................... 38
Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos
de Investimento.................................................................................................................. 38
Selo Anbima ........................................................................................................................ 50
Distribuição de fundos de investimento....................................................................... 51
Prevenção contra a lavagem de dinheiro ............................................................ 52
Legislação e regulamentação.......................................................................................... 52
Caracterização do crime de lavagem de dinheiro....................................................... 54
Modelo de abordagem baseada em risco .................................................................... 56
Da avaliação interna de risco........................................................................................... 58
Ações preventivas.............................................................................................................. 59
Identificação e registros de operações ........................................................................ 62
Responsabilidades administrativas e legais................................................................. 66
Listas restritivas................................................................................................................. 70
Ética na venda ........................................................................................................ 71
Restrições do investidor................................................................................................... 73
Análise do perfil do investidor.............................................................................. 74
Metodologia......................................................................................................................... 75
Perfis de investidor: .......................................................................................................... 76
Suitability............................................................................................................................. 76

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Vedações.............................................................................................................................. 77
Dispensa de suitability...................................................................................................... 78

Conceitos de ASG (Ambiental, Social e Governança)......................................... 79


Aspectos Ambientais......................................................................................................... 81
Aspectos Sociais................................................................................................................ 81
Aspectos de Governança Corporativa........................................................................... 82
Conceitos de Investimentos ASG................................................................................... 83
Manipulação do mercado e manipulação de preços........................................... 87
Conheça alguns tipos de manipulação de preços...................................................... 90
Uso indevido de informação privilegiada e outras práticas não
equitativas preços.............................................................................................................. 92
Front running...................................................................................................................... 97
Exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou função regulada................... 98

Capítulo 3 - Noções de economia e finanças....................................................... 102

Conceitos básicos de economia............................................................................ 102


Produto Interno Bruto (PIB)............................................................................................. 102
Índices de inflação............................................................................................................. 104
Taxa de câmbio................................................................................................................... 106
Copom................................................................................................................................... 112
Taxas de Juros.................................................................................................................... 114
Conceitos básicos de finanças.............................................................................. 117
Taxa de juros nominal e taxa de juros real.................................................................... 117
Apreçamento de ativos..................................................................................................... 124

Capítulo 4 – Princípios de investimento.............................................................. 132

Principais fatores de análise de investimentos................................................. 132


Rentabilidade...................................................................................................................... 132
Liquidez................................................................................................................................ 134
Principais riscos do investidor em renda fixa..................................................... 135
Fatores determinantes para adequação dos produtos de investimento às
necessidades dos investidores ............................................................................ 138
Objetivos de investimento................................................................................................ 138

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Horizonte de tempo........................................................................................................... 139


Relação entre risco X retorno X liquidez....................................................................... 140
Risco em ações........................................................................................................ 142
Risco de liquidez................................................................................................................. 142
Risco de mercado sistemático e não sistemático....................................................... 143
Finanças Pessoais ................................................................................................. 145
Demonstrativo de resultados: orçamento e fluxo de caixa ...................................... 146
Balanço patrimonial........................................................................................................... 149
Índices de endividamento................................................................................................ 150
Riscos ASG (Ambiental, Social e Governança).................................................... 152
Riscos ASG em renda fixa................................................................................................. 154
Riscos ASG em renda variável......................................................................................... 155

Capítulo 5 - Fundos de investimento................................................................... 156

Definições legais..................................................................................................... 156


Fundos de investimento................................................................................................... 156
Riscos dos ativos individuais versus riscos da carteira............................................. 160
Fundos de investimento (FI) e Fundos de investimento em cotas (FIC)................ 162
Fundos abertos e fundos fechados............................................................................... 163
Constituição e registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM)........................ 166
Comunicação com o cotista............................................................................................ 168
Cota, valor da cota e transferência de titularidade..................................................... 168
Propriedade dos ativos dos fundos de investimento – excluindo fundos
imobiliários........................................................................................................................... 171
Barreira de informação..................................................................................................... 172
Segregação de funções e responsabilidades.............................................................. 174
Assembleia geral de cotistas (convocação, competências e deliberações)......... 176
Direitos e obrigações dos cotistas................................................................................. 178
Administração..................................................................................................................... 180
Dinâmica de aplicação e resgate.......................................................................... 182
Prazo de cotização............................................................................................................. 183
O valor da cota será o da cota de abertura ou de fechamento?.............................. 184
Prazo de liquidação financeira......................................................................................... 186

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Prazo de carência para resgate...................................................................................... 187


Diferenciais do produto para o investidor........................................................... 189
Acessibilidade, diversificação e riscos........................................................................... 189
Limites de alocação por emissor e por tipo de ativo................................................... 191
Limite de exposição em ativos no exterior................................................................... 196
Política de investimento .................................................................................................. 197
Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e rentabilidade......... 209
Taxas: de administração e outras................................................................................... 211
Taxa de administração...................................................................................................... 211
Classificação de fundos.................................................................................................... 215
Tributação em fundos....................................................................................................... 218
Imposto de Renda (IR)....................................................................................................... 220
Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos
de Terceiros ........................................................................................................................ 227

Capítulo 6 – Instrumentos de renda fixa e renda variável................................. 234

Instrumentos de renda fixa e renda variável....................................................... 234


Captação de recursos por empresas............................................................................. 236
Instrumentos de renda variável............................................................................ 237
Ações ................................................................................................................................... 237
Ações ordinárias e ações preferenciais ........................................................................ 239
Canais de distribuição....................................................................................................... 240
Oferta Pública Inicial de Ações (IPO).............................................................................. 242
Remuneração dos acionistas.......................................................................................... 246
Direito de Subscrição........................................................................................................ 248
Processos de desdobramento e grupamento de ações............................................ 249
Riscos inerentes ao produto............................................................................................ 251
Despesas em negociação de ações............................................................................... 252
Tributação em ações......................................................................................................... 254
Compensação de perdas e despesas............................................................................ 256
Instrumentos de Renda Fixa................................................................................. 259
Renda Fixa........................................................................................................................... 259
Fundo Garantidor de Créditos – FGC ............................................................................ 261

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Títulos de crédito imobiliário e do agronegócio........................................................... 263


Certificado de Depósito Bancário (CDB)........................................................................ 266
Caderneta de poupança................................................................................................... 269
Debêntures e debêntures incentivadas........................................................................ 272
Operações compromissadas............................................................................................ 283
Tributação em renda fixa.................................................................................................. 284

Capítulo 7 – Previdência complementar aberta.................................................. 286

Previdência social x Previdência privada: avaliação da necessidade


do cliente................................................................................................................. 286
Previdência oficial, que abrange dois grandes grupos:............................................. 287
Previdência privada complementar, que se subdivide em:....................................... 288
Motivos que impactam a necessidade de ter um plano de previdência................ 291
Principais produtos de previdência complementar aberta.............................. 292
Previdência Privada e FIE...................................................................................... 294
FIE.......................................................................................................................................... 294
Tipos de fundos especialmente constituídos.............................................................. 295
Características técnicas que influenciam o produto........................................ 297
Idade de início de contribuição e idade de aposentadoria........................................ 297
Portabilidade....................................................................................................................... 298
Valor das contribuições e o valor do benefício............................................................ 302
Regimes de tributação (compensável ou definitivo), tabelas de Imposto de Renda
progressivas e regressivas, e base de cálculo na incidência do imposto.............. 302
Tabela regressiva................................................................................................................ 304
Troca de regime tributário................................................................................................ 306
Utilização dos recursos da previdência............................................................... 307
Resgates............................................................................................................................... 307
Benefício ou renda............................................................................................................. 308
Dicas......................................................................................................................... 310

Referências Bibliográficas.................................................................................... 312

Material atualizado de acordo com o Programa Detalhado CPA 10


Versão 6.4 - Vigente a partir de 01/06/2022

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Capítulo 1 - Sistema
Financeiro Nacional
e Participantes do
Mercado

Funções Básicas do SFN

O Sistema Financeiro Nacional é o


conjunto de instituições que fazem a
intermediação financeira, realizada
por meio da captação de recursos de
agentes superavitários (aplicadores)
e do repasse para agentes
deficitários (tomadores de crédito).

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E para isso ser possível, o SFN tem como funções básicas dois principais itens, englo-
bando alguns pontos importantes, como elencados a seguir:

B) Prestação de serviços
de gerenciamento de
recursos
• Sistema de pagamentos
• Serviços de custódia
• Meios de pagamento
• Outros serviços de
intermediação financeira
A) Intermediação
financeira
• Captação de recursos
• Crédito

Estrutura

Conselho Monetário Nacional (CMN): órgão máximo do SFN

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O Conselho Monetário Nacional é formado por três membros: o ministro da Econo-


mia, que o presidirá, o presidente do Banco Central e o secretário especial de
Fazenda do Ministério da Economia.

Vamos conhecer as principais atribuições do CMN?

Regular as condições de constituição, funcio-


namento e fiscalização das instituições finan-
ceiras.

Estabelecer as medidas de prevenção ou cor-


reção de desequilíbrios econômicos por meio de
diretrizes gerais das políticas monetária, cambi-
al e creditícia.

Definir a meta de inflação no país.

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FIXANDO NA MEMÓRIA
Aqui vão algumas dicas sobre os conceitos acerca do CMN.
CMN = M de Máximo, N de normativo.
Aproveite também para memorizar os verbos de comando
= RED:
Regula - Estabelece - Define

Banco Central do Brasil – Bacen


O Banco Central do Brasil é o principal órgão executor do Sistema Financeiro Nacional
e realiza três principais ações: fiscaliza, executa e supervisiona.

Administra o Sistema de
Pagamentos Brasileiro e o meio
Fiscaliza as instituições circulante (Casa da Moeda).
financeiras, autoriza o
funcionamento e liquida
Banco do Governo: administra
extrajudicialmente.
as contas do Tesouro Nacional,
mediante a compra e venda de
Executa a Política títulos da dívida pública interna
Monetária, creditícia e
cambial.
BACEN e externa, chamado de open
market, que acontece quando um
banco central negocia os títulos
do governo com o mercado.
Determina a meta de
taxa de juros, por meio
do Comitê de Política Banco dos Bancos: recebe os
Monetária (Copom), que recolhimentos compulsórios dos
é constituído por seu bancos (é uma parte de seus
presidente e seus diretores. depósitos que não pode ser emprestada)
e fornece empréstimos de liquidez
(redesconto, que é uma linha de crédito
emergencial que o Banco Central oferece
aos bancos).

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FIXANDO NA MEMÓRIA
As iniciais das principais atribuições do Banco Central do
Brasil (Bacen) são FED ABB.

ATENÇÃO
O Bacen é principal órgão executor. O verbo autorizar,
neste caso, é utilizado para colocar em prática as normas
determinadas pelo CMN: autoriza a constituição ou liquida
uma instituição financeira, conforme normatizado pelo CMN.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão voltado para o desenvolvimento do
mercado de títulos e valores mobiliários (mercado de capitais) e, assim como as ins-
tituições apresentadas anteriormente, possui atribuições. Confira cada uma delas a
seguir:

Promover medidas incentivadoras à formação de


poupança (não o produto, mas do verbo poupar)
e à sua aplicação em valores mobiliários.

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Estimular o funcionamento das Bolsas de


Valores e das instituições operadoras no
mercado de capitais.

Proteger os interesses dos investidores de


valores mobiliários.

Regular e fiscalizar as companhias abertas e


fundos de investimento.

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ATENÇÃO
CVM = Bolsa FAEI

Bolsa de Valores
Fundos
Ações
Empresas
Investidores
O verbo regular, em suas atribuições, apesar de
corresponder a uma incumbência de chefia, é utilizado
na função de organizar, executar.

Previdência Privada Complementar Aberta

Susep
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) é o órgão responsável pelo controle
e fiscalização dos mercados de seguros, previdência privada aberta, capitalização e
resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, subordinada ao Conselho
Nacional de Seguros Privados.

FIXANDO NA MEMÓRIA
Susep – Seguros e Previdência Privada Aberta.
Lembre-se de que o SUS, Sistema Único de Saúde, atende
a toda a população, aberta.
Previc: responsável por previdência fechada e fundos de
pensões. Esse item normalmente não é encontrado na pro-
va da CPA 10, mas vale a relação: Pre de preso, fechado.

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Conheça agora, no infográfico, as principais atribuições da Susep.

SUSEP
1. Fiscalizar a constituição, a organização, o funcionamento e a operação das
sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de previdência privada
aberta e de resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).

2. Atuar a fim de proteger a captação de poupança popular que se efetua


por meio das operações de previdência privada aberta e de capitalização.

3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados


supervisionados e pela estabilidade dos mercados sob sua jurisdição.

4. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado.

5. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em


especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas.

DICA
Fique atento: Susep relaciona-se à Supervisora.
Seguradora é sinônimo de Operadora.

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EAPC

As entidades abertas de previdência complementar são sociedades anônimas com


fins lucrativos, que administram previdência complementar aberta. São supervisiona-
das pela Susep.

Segundo a Susep, “os planos de previdência oferecidos


pelas sociedades seguradoras ou pelas entidades abertas de
previdência complementar são planos de benefícios de caráter
previdenciário e têm por objetivo complementar os benefícios
oferecidos pelo regime geral de previdência social”.

Associação Brasileira das Entidades dos Mercados


Financeiro e de Capitais (Anbima)

A Anbima representa as instituições financeiras que atuam no mercado financeiro e de


capitais. A adesão aos códigos é obrigatória para as instituições filiadas.

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As demais entidades e Pessoas Físicas que não são associadas podem aderir aos có-
digos – por exemplo, um profissional que deseja fazer o teste de Certificação Profissio-
nal Anbima.

ATENÇÃO
Anbima é uma associação, uma entidade de apoio à
CVM.

Anbima e seus compromissos


Dentro desse contexto, a Anbima possui alguns compromissos. Fique atento às infor-
mações abaixo:

Representar: promover o diálogo, apresentar


propostas, propor boas práticas de mercado.

Autorregular: estabelecer regras de atuação


no mercado, por meio de códigos de autorregu-
lação, diretrizes, deliberações e pareceres.

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Informar: divulgar preços, índices e relatórios,


além de auxiliar o acompanhamento do mercado.

Educar: promover programas de certificação,


cursos para educação continuada e educação
financeira.

RESUMINDO
Para você lembrar durante a prova, os compromissos da
Anbima podem ser sint etizados pelas suas iniciais:
R –A – I –E
Representar
Autorregular
Informar
Educar

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Curso Preparatório CPA10

Além disso, a Anbima se relaciona com duas categorias de instituições: as partici-


pantes e as aderentes.

2- Instituições aderentes:
1- Instituições são as instituições que
participantes: são as aderem aos Códigos
instituições associadas de autorregulação e se
à Anbima. vinculam à Associação
por meio contratual,
ficando sujeitas às regras
específicas da entidade.

Caso haja o descumprimento das regras do Código de Distribuição, as instituições


participantes estão sujeitas às seguintes penalidades:

Multa de até 100 vezes o


Advertência pública valor da maior mensalidade
recebida pela Anbima

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Proibição temporária de uso


Desligamento da Anbima
do Selo Anbima

Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de


Certificação Continuada
Você já parou para pensar em como a Anbima põe em prática seus compromissos?
Não? Então, neste tópico, você conhecerá um pouco sobre o Código Anbima.

O principal objetivo desse código


é estabelecer princípios e regras
para elevação e capacitação técnica
dos profissionais das instituições
participantes que desempenham
as atividades elegíveis (que é
a distribuição de produtos de
investimento e de gestão de
recursos de terceiros/fundos de
investimento).

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Curso Preparatório CPA10

Segundo o Artigo 22 do código, as certificações exigidas


para o desempenho das atividades elegíveis são
obrigatórias para todos os profissionais que realizam a
distribuição de produtos de investimento e/ou a gestão
de recursos de terceiros, independentemente do cargo
que ocupam na instituição participante.

O código exige dois grandes grupos de obrigações:

I- Supervisão de seus profissionais. II- Estabelecer e implementar


Um profissional vinculado a uma adequadamente os controles
instituição financeira deve: internos:
a) Ter reputação ilibada. a) Identificar profissionais certifica-
b) Cumprir suas obrigações. dos, mantendo a base de dados na
c) Estar certificado para cumprir as Anbima atualizada.
atividades elegíveis (distribuição b) Verificar o vencimento das cer-
de produtos e gestão de recursos tificações.
de terceiros). c) Ter assinatura dos profissionais
no Código de Ética e assegurar que
ele seja cumprido em sua totali-
dade.
d) Cuidar do aperfeiçoamento e da
atualização dos seus funcionários.

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Certificação profissional e público-alvo:

1- CPA 10: destinado aos profissionais 4- CGA: gestores de recursos


de instituições financeiras, com de terceiros (fundos e carteiras
exceção dos profissionais que administradas).
atendem ao público que exige CPA 20.

2- CPA 20: destinado a profissionais 5- CFG: fundamentos em


que atendem o varejo alta renda Gestão, pré-requisito para a
(não necessariamente investidores CGA e/ou a CGE.
qualificados), private, corporate e
investidores institucionais.
6- CGE: para Fundos
3- CEA: profissionais que assessoram Estruturados, habilita
os gerentes de contas de investidores, profissionais para atuarem
Pessoas Físicas em investimentos, com gestão de recursos
que podem indicar produtos de de terceiros em produtos
investimento. estruturados.

Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de


Produtos de Investimentos

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O Código de Distribuição Anbima dispõe sobre as regras de distribuição de produtos e


de orientação ao investidor, de forma individual ou coletiva, em plataformas de aten-
dimento, agências bancárias, centrais de atendimento, canais digitais ou qualquer
outro canal de contato com o investidor. Além disso, dispõe sobre todas as atividades
acessórias necessárias, como informações relativas a investimentos, à formação e à
manutenção de portfólios.

Mas quais são os objetivos dessas ações? Descubra abaixo:

1- Manter elevados 2- Estimular a


padrões éticos concorrência leal,
e consagrar a a padronização
institucionalização dos procedimentos
das práticas e o adequado
equitativas no funcionamento da
mercado. atividade.

4- Promover a
3- Manter a qualificação das
transparência no instituições e de
relacionamento seus profissionais
com os envolvidos na
investidores. atividade.

E, para que esses objetivos sejam atingidos, o código possui cinco grandes áreas de
disposição de suas regras:

1 - Cumprir as exigências institucionais mínimas.

2 - Regras para contratação de terceiros (gestores de investimentos).

3 - Cumprir regras de publicidade e divulgação de produtos de investimento.

4 - Dever de conhecer seu cliente (princípio conheça seu cliente).


5 - Dever de verificar a adequação das recomendações de investimento ao perfil do in-
vestidor (suitability).

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Principais Intermediários Financeiros:

Bancos múltiplos:
Os bancos múltiplos são responsáveis pela realização das operações de crédito, cap-
tação e outros serviços, por meio das seguintes carteiras:

R$ R$ R$

R$
R$
R$

Comercial Investimentos Crédito Desenvolvimento Arrendamento Crédito,


imobiliário (bancos públicos) mercantil financiamento
(leasing) e investimento

ATENÇÃO
O banco múltiplo possui no mínimo duas carteiras – uma
delas deve ser comercial ou de investimento. Podem
ter um CNPJ por carteira, desde que façam balanço
consolidado.

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Curso Preparatório CPA10

Conheça agora as duas carteiras dos bancos múltiplos:

Bancos comerciais Bancos de investimento

Captam depósito à vista e depósito a prazo Captam depósito a prazo, operações de


e realizam operações de crédito. Em am- crédito de médio e longo prazo, operações
bos os casos, só podem atuar em curto e no mercado de capitais (por exemplo,
médio prazo. ofertas públicas de ações ou debêntures) e
repasses de recursos externos. Não pos-
suem conta corrente (depósito à vista).
Podem administrar e distribuir fundos de
investimento.

Outros Intermediários e Auxiliares Financeiros:

Brasil, Bolsa, Balcão (B3 S/A)

A B3 é uma empresa de infraestrutura para o mercado financeiro, criada em março de


2017, com a união da Bolsa de Mercadorias e Futuros Bovespa (BM&FBovespa) e da
Central de Custódia de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip).

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A empresa possui uma ampla oferta de produtos e serviços, como negociação de


ações, títulos de renda fixa, câmbio pronto e contratos derivativos referenciados em
ações, ativos financeiros, índices, taxas, mercadorias, moedas, entre outros. Conta,
também com uma listagem de empresas e outros emissores de valores mobiliários, é
depositária de ativos, realiza empréstimo de títulos e licença de softwares. As nego-
ciações são realizadas exclusivamente por meio eletrônico.

Com suas ofertas, a B3 possui duas principais atividades:

Negociação: compra e ven- Pós-negociação: registro


da de ativos, por meio da dos ativos, central de-
Bolsa de Valores. positária, compensação,
contraparte garantidora da
realização das operações
que ocorrem em seu âmbi-
to e outras atividades, que
são realizadas por meio da
Câmara Central Depositária
de Ativos.

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Curso Preparatório CPA10

Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários

Uma sociedade corretora de títulos


e valores mobiliários é uma Pessoa
Jurídica que intermedeia a compra
e venda de títulos financeiros para
seus clientes, geralmente, cobra taxa
de corretagem ou comissões. Sua
constituição depende de autorização
do Bacen, e o exercício de sua atividade
depende de autorização do CVM.

DICA
Para negociar ações na Bolsa de Valores, é necessário ter
uma conta em uma corretora ou distribuidora de títulos e
valores mobiliários.

Que tal conhecer as funções das sociedades corretoras de títulos e valores mobiliá-
rios? Garanto que você vai achar bem interessante essas atribuições! Continue a leitu-
ra para saber mais!

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Curso Preparatório CPA10

Operam na Bolsa de Administram e Administram as Intermedeiam


Valores com compra, organizam fundos carteiras e custódia operações de câmbio
venda e distribuição e clubes de de títulos junto às
de títulos e valores investimento “clearing house”
mobiliários (câmaras de custódia)

01 02 03 04

05 06 07 08

Emitem os Realizam as Realizam as Promovem e


certificados de operações operações de compra participam do
depósitos de ações compromissadas e venda de metais lançamento público de
preciosos no mercado ações
físico ou financeiro

Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários:

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Curso Preparatório CPA10

As distribuidoras não podiam operar diretamente em Bolsas de Valores, mas isso foi
alterado pela Decisão Conjunta Bacen-CVM nº 17, de 2 de março de 2009. A partir
de então, elas realizam praticamente as mesmas operações da corretora de títulos e
valores mobiliários. Embora os investidores possam abrir contas e movimentar ambas,
CTVM e DTVM, normalmente as Pessoas Físicas negociam em corretoras, e investido-
res institucionais movimentam por distribuidoras.

Vamos pensar em um exemplo dessa situação: uma Pessoa


Física abre uma conta e negocia por intermédio de uma
corretora, que são as instituições mais acessíveis à população
em geral. Um fundo de investimento reúne recursos de
investidores para adquirir ativos no mercado, e para isso, pode
fazer suas operações em bolsa através de uma distribuidora.

Sistemas e Câmaras de Liquidação e Custódia (Clearing)


Os sistemas e câmaras de liquidação e custódia têm a atribuição de garantir a liqui-
dação financeira dos contratos, assim como de realizar a custódia de ativos, dando
segurança ao investidor, tanto no aspecto de guarda dos ativos como na mitigação
dos riscos de liquidação.

E nesta realidade, qual seria o principal objetivo, então? Mitigar


o risco de liquidez.

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Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic)

O Selic é o depositário central dos títulos da dívida pública federal interna. É emitido
pelo Tesouro Nacional, por meio de um sistema eletrônico que processa o registro e a
liquidação financeira das operações realizadas com esses títulos, o que garante segu-
rança, agilidade e transparência aos negócios. O sistema do Selic é gerido pelo Bacen
e operado em parceria com a Anbima.

Além disso, a Selic é responsável por processar a emissão, o resgate, o pagamento


dos juros e a custódia dos títulos públicos. E você deve estar se perguntando:
mas quais títulos? Confira a seguir!

Tesouro Selic (LFT): Tesouro prefixado (LTN (NTN-B, NTN-B Principal):


título público com e NTN-F): títulos públicos títulos públicos com
rentabilidade atrelada à com taxas prefixadas. rentabilidade mista,
taxa Selic diária. 3- Tesouro IPCA+ composta pelo IPCA mais
uma rentabilidade prefixada.

01 02 03
R$ R$

R$

R$ R$

30
Curso Preparatório CPA10

Os tipos de títulos serão abordados com mais profundidade


no capítulo 6, combinado? Nesta parte do estudo, atente-se
apenas ao papel da instituição custodiante.

DE OLHO NA PROVA
Para a prova, não se esqueça do ciclo dos títulos públicos:

Títulos públicos:

Autoriza: CMN

Emite: Tesouro Nacional

Negocia: Bacen

Custodia: Selic

31
Curso Preparatório CPA10

Câmara de liquidação, compensação e custódia da B3 S/A

A Câmara de Liquidação, Compensação e Custódia da B3 é responsável pelo regis-


tro, pela compensação, pela liquidação e pelo gerenciamento de risco das operações
com derivativos financeiros e de commodities, mercado de balcão (swaps, termo de
moeda e opções flexíveis), renda fixa privada, mercado à vista de ouro e operações de
câmbio.

Para você compreender um pouco melhor, os títulos privados


CDI CDB, LCI, LCA, CPR, debêntures (renda fixa), ações e
derivativos (renda variável) são alguns exemplos englobados por
essa câmara.

Além de proporcionar um ambiente seguro e confiável de negociação, a B3 atua como


contraparte. Mas o que isso quer dizer, na prática?

Se uma das partes não honrar com os seus compromissos,


como entregar a ação ou depositar o valor correspondente,
a operação é automaticamente realizada, transferindo a
titularidade do ativo na conta de custódia, se houve a venda,
ou o valor da conta da corretora, se houve a aquisição de
ativos. Essa situação proporciona uma garantia muito maior
ao investidor, não é mesmo?
32
Curso Preparatório CPA10

Fique atento nas relações para a prova:

DE OLHO NA PROVA
Selic: títulos públicos LTN, LFT, NTN-B, NTN-F.
Câmara B3: títulos privados CDI CDB, LCI, LCA, CPR,
debêntures (renda fixa) e ações e derivativos (renda
variável).

Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)


O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de entidades, regras, sistemas
e mecanismos utilizados para transferir recursos e liquidar operações financeiras entre
empresas, órgãos governamentais e pessoas físicas.

A função básica do SPB, de acordo com o Banco Central do


Brasil, é “transferir recursos, bem como processar e liquidar
pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco Central
e instituições financeiras. Ou seja, praticamente todos os
agentes atuantes em nossa Economia”.

Além disso, o SPB traz segurança, agilidade e redução do risco sistêmico, esti-
mulando as transferências on-line e desestimulando o uso de instrumentos sujeitos a
compensação.

33
Curso Preparatório CPA10

Diante disso, você vai conhecer, agora, um pouco sobre a forma de operação do SPB:

Compensação: Eletrônico: Sistema de


cheques, boletos, TED (a partir de R$ pagamentos
DOC (até R$ 4.999,99), 0,01) ou cartão. Instantâneo:
compensação e PIX.
liquidação de ordens
de pagamento, títulos
de operações com
títulos e valores mo-
biliários e operações
em bolsa.

ATENÇÃO
O SPB é terrível contra os riscos!

O Pix é o pagamento instantâneo brasileiro, criado pelo Banco


Central (BC), que permite que os recursos sejam transferidos
de forma instantânea entre contas, a qualquer hora ou dia.
Pode ser realizado a partir de uma conta corrente, conta
poupança ou conta de pagamento pré-paga.

34
Curso Preparatório CPA10

Neste capítulo, você conheceu a estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN), seus
participantes e funções. É bastante conhecimento para colocar em prática, não é
mesmo? Então, aproveite para praticar um pouco nos simulados disponíveis no Am-
biente Virtual de Aprendizagem. Vejo você nos próximos capítulos!

35
Capítulo 2 – Ética,
regulamentação e
análise do perfil do
investidor

Você chegou a mais um capítulo! Nele, vamos tratar sobre ética, regulamentação e
análise do perfil do investidor. Vamos conhecer um pouco mais sobre esses tópicos?
Continue sua leitura!

A Anbima, em sua função de


autorregulação, institui os códigos,
que deverão ser seguidos por
todas as instituições financeiras
participantes e que aderirem a eles.

36
Curso Preparatório CPA10

A adesão aos códigos é automática e obrigatória para todas


as instituições filiadas à Anbima (participantes), porém,
as demais instituições podem aderir voluntariamente aos
códigos (aderentes).

Os códigos destacam alguns pontos importantes! Confira a seguir:

Proteção ao investidor – equidade no atendi-


mento desse público.

A transparência do processo de prestação de


informações aos investidores.

A ética na condução dos negócios.

37
Curso Preparatório CPA10

Adequado monitoramento dos riscos a que


estão sujeitas as atividades relacionadas à in-
dústria de fundos de investimento.

Código de Distribuição
Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para
Distribuição de Produtos de Investimento
O Código de Distribuição direciona a relação dos intermediários financeiros com os in-
vestidores na comercialização de produtos de investimento, tendo a ética como prin-
cipal pilar.

Principais definições
No Código Anbima, alguns termos têm particularidades quanto ao significado. Prepa-
re-se para conhecê-los no infográfico seguinte!

Carta de recomendação: documento


expedido pela Supervisão de Mercados e aceito
pela instituição participante, que apresenta as
medidas a serem adotadas a fim de sanar a(s)
infração(ões) de pequeno potencial de dano Conglomerado ou grupo econômico:
e de fácil reparabilidade cometida(s) pelas conjunto de entidades controladoras diretas ou
instituições participantes, conforme previsto indiretas, controladas, coligadas ou submetidas
no Código dos Processos. a controle comum.

38
Curso Preparatório CPA10

Distribuição de produtos de investimento:


(i) oferta de podutos deinvestimento de forma
individual ou coletiva, resultando ou não em
aplicação de recursos, assim como a aceitação
de pedido de aplicação por meio de agências
Material Publicitário: material sobre produtos bancárias, plataformas de atendimento,
de investimento (folder), ou sobre a atividade centrais de atendimento, canais digitais, ou
de distribuição de produtos de investimento, qualquer outro canal estabelecido paraesse
divulgado pelas instituições participantes por fim; (ii) atividades acessórias prestadas aos
qualquer meio de comunicação disponível, que investidores, como manutenção do portfólio de
seja destinado a investidores ou potenciais investimentos e fornecimento de informações
investidores, com o objetivo de ser uma periódicas acerca dos investimentos
estratégia comercial e mercadológica. realizados.

Material Técnico: material sobre produtos Produtos automáticos: aqueles que possuem
de investimento divulgado pelas instituições a funcionalidade de aplicação e resgate
participantes por qualquer meio de automático, conforme saldo disponível na
comunicação disponível, que seja destinado a conta corrente do investidor.
investidores ou potenciais investidores, com o
objetivo de dar suporte técnico a uma decisão
de investimento.

Produtos de investimento: valores


mobiliários e ativos financeiros definidos pela
Regulação: normas legais e infralegais que Comissão de Valores Mobiliários e/ou pelo
abrangem a distribuição de produtos de Banco Central do Brasil.
investimento.

Termo de compromisso: instrumento pelo


qual a instituição participante compromete-
Supervisão de mercados: setor da Anbima
se, perante a Anbima, a cessar e corrigir os
responsável por supervisionar o atendimento
atos que possam caracterizar indícios de
das normas do código, fazer relatórios e cartas
irregularidades de acordo com o código.
de recomendação às instituições participantes.

39
Curso Preparatório CPA10

Objetivos do código:
Além de significados particulares, o Código Anbima possui quatro objetivos! Conheça
cada um deles!

Manter padrões éticos e práticas equitativas no


mercado financeiro e de capitais.

Estimular a concorrência leal.

Prezar pela transparência no relacionamento


com os investidores, de acordo com o canal uti-
lizado e as características dos investimentos.

40
Curso Preparatório CPA10

Qualificar as instituições e os seus


profissionais envolvidos na distribuição de
produtos de investimento.

Princípios gerais de conduta

As instituições e seus profissionais devem cumprir todas as


suas obrigações com ética e diligência, com idoneidade moral
e profissional, mantendo a confiança e o bom funcionamento
do sistema.

Regras, procedimentos e controles

41
Curso Preparatório CPA10

As regras e procedimentos devem atuar como controles efetivos e consistentes, aces-


síveis a todos os seus profissionais, evitando conflitos de interesses, com vistas ao
gerenciamento do risco. Deverão, ainda, ter uma estrutura adequada ao porte de cada
instituição, com qualificação técnica, experiência, autonomia e autoridade para ques-
tionar os riscos.

Além disso, a segregação de atividades deve ser realizada de modo a conter conflitos
de interesses, mantendo a segregação de responsabilidades.

As atividades de controles internos e de compliance podem


ser desempenhadas na mesma estrutura ou por unidade
específica, sendo obrigatório, contudo, a indicação de um
diretor responsável, e que deve ser exclusivo, ou seja, não
pode atuar na função de administração de recursos de
terceiros, intermediação, distribuição ou consultoria de
valores mobiliários.

Segurança e sigilo das informações

Controle de informações confidenciais, reservadas ou


privilegiadas, testes periódicos de segurança e treinamento
para o tratamento de informações confidenciais. Também é
exigido que a instituição financeira tenha regras específicas
para a proteção da base de dados, assim como regras de
restrição de uso de sistemas e procedimentos adequados para
caso de vazamento de informações confidenciais.

Publicidade

Para a publicidade, é necessária a utilização de materiais


adequados, com clareza e objetividade, que minimizem
incompreensões e privilegiem informações necessárias para
a tomada de decisão de investidores. É vedada a comparação
com produtos diferentes.

42
Curso Preparatório CPA10

Nesse contexto, vamos conhecer os tipos de materiais voltados para essa área? Conti-
nue sua leitura!

Material publicitário

Os materiais publicitários têm a finalidade de divulgar o produto e devem ter, em des-


taque, link ou caminho que direcione os investidores ou potenciais investidores ao
material técnico e site da instituição.

Material técnico

Já o material técnico do fundo deve apresentar oito principais pontos:

I. Descrição do objetivo e/ou V. Informações sobre os canais


estratégia. de atendimento.

II. Público-alvo, quando destinado VI. Nome do emissor, quando


a investidores específicos. aplicável.

MATERIAL
III. Carência para resgate e prazo VII. Classificação do produto de
de operação. TÉCNICO investimento.

VII. Descrição resumida dos


IV. Tributação aplicável.
principais fatores de risco, incluindo,
no mínimo, os riscos de liquidez, de
mercado e de crédito.

43
Curso Preparatório CPA10

Avisos obrigatórios

Confira em mais um infográfico, os avisos obrigatórios dentro do contexto de publicidade.

I. A rentabilidade obtida no IV. A rentabilidade divulgada


passado não representa garantia não é líquida de impostos.
de resultados futuros.

II. A rentabilidade divulgada não é AVISOS V. Leia a lâmina de informações


essenciais, se houver, e o
líquida de impostos. OBRIGATÓRIOS regulamento antes de investir.

III. O investimento em fundo não


é garantido pelo FGC.

ATENÇÃO
Segundo as regras gerais do capítulo IX, é proibido
induzir os investidores a erro ao dar a entender que atuam
como prestadores de serviço de consultoria independente
de valores mobiliários de forma autônoma à atividade de
Distribuição de Produtos de Investimento.

Divulgação de informações por meios eletrônicos

Nas ações de publicidade, devem ser disponibilizadas no site da instituição as seguin-


tes informações do material técnico:

44
Curso Preparatório CPA10

I. Descrição do objetivo e/ou estratégia de in-


vestimento.

II. Público-alvo, quando destinado a investi-


dores específicos.

III. Carência para resgate e prazo de operação.

IV. Nome do emissor, quando aplicável.

45
Curso Preparatório CPA10

V. Tributação aplicável.

VI. Classificação do produto de investimento.

VII. Descrição resumida dos principais fatores


de risco, incluindo, no mínimo, os riscos de liq-
uidez, de mercado e de crédito.

VIII. Informações sobre os canais de atendi-


mento.

46
Curso Preparatório CPA10

RESUMINDO
A lavagem de dinheiro é o processo pelo qual o crimino-
so transforma recursos ganhos em atividades ilegais em
ativos com uma origem aparentemente legal.

Conheça seu cliente

As instituições financeiras devem conhecer seus investidores no início do relaciona-


mento e durante o processo cadastral, identificando a necessidade de visitas pessoais
em suas residências, seus locais de trabalho e em suas instalações comerciais. KYC é a
sigla utilizada, que corresponde à expressão em inglês know your customer.

47
Curso Preparatório CPA10

As instituições participantes devem manter as informações


cadastrais atualizadas, de modo a permitir que haja
identificação, a qualquer tempo, de cada um dos beneficiários
finais, bem como do registro atualizado de todas as
aplicações e resgates realizados em nome dos investidores,
quando aplicável.

Deve indicar os casos em que há necessidade de visitas, busca de informações por


diversos meios legais e atualização cadastral periódica.

DICA
Estão sujeitas ao princípio conheça seu cliente todas
as instituições financeiras e não financeiras obrigadas ao
controle de lavagem de dinheiro.

Suitability

As instituições participantes não


podem recomendar produtos de
investimento, realizar operações
ou prestar serviços sem que
verifiquem sua adequação ao perfil
do investidor.

48
Curso Preparatório CPA10

A instituição financeira deve obter as seguintes informações:

Coleta de informações.

Classificação de perfil.

Classificação dos produtos de investimento.

Procedimento operacional.

49
Curso Preparatório CPA10

Comunicação com o investidor da adequação


dos investimentos a seu perfil (suitability).

O código impõe a obrigação de observância de suitability para a classificação do


perfil do investidor, definição de categoria do ativo, consideração dos riscos dos pro-
dutos e definição de regras e procedimentos para a recomendação e classificação de
produtos de investimento.

Selo Anbima

O selo Anbima demonstra o compromisso das instituições participantes em atender às dis-


posições do Código de Distribuição. Não representa responsabilização pelas informações

50
Curso Preparatório CPA10

constantes nos documentos divulgados pelas instituições participantes, ainda que re-
corram ao selo Anbima, nem tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.

Distribuição de fundos de investimento


As instituições financeiras devem manter em seus sites as seguintes informações a
respeito de fundos de investimento:

V. Taxa de administração, de
performance e demais taxas.
I. Política de investimentos.
VI. Rentabilidade, observado o disposto
nas regras de publicidade previstas nos
II. Classificação de risco do anexos do Código Anbima de Regulação e
fundo. Melhores Práticas para Administração de
INFORMAÇÕES Recursos de Terceiros, quando aplicável.
III. Condições de aplicação, DE FUNDOS DE
amortização (se for o caso) e INVESTIMENTO VII. Avisos obrigatórios, observado o
resgate (cotização). disposto nas regras de publicidade
previstas nos anexos do Código Anbima
IV. Limites mínimos e máximos de Regulação e Melhores Práticas para
de investimento e valores Administração de Recursos de Terceiros,
mínimos para movimentação e quando aplicável.
permanência no fundo.
VIII. Referência ao local de acesso aos
documentos do fundo, com explicitação
do canal destinado ao atendimento a
investidores.

ATENÇÃO
Os códigos de autorregulação buscam transparência,
ética e proteção ao investidor. E, para saber mais, leia o
Código de Distribuição disponível no site da Anbima:
https://www.anbima.com.br/pt_br/autorregular/codi-
gos/distribuicao-de-produtos-de-investimento.htm

51
Curso Preparatório CPA10

Prevenção contra a lavagem de dinheiro

Em 1988, a Organização das Nações Unidas aprovou a Convenção de Viena, na qual


os participantes se comprometeram a se esforçar para penalizar a conversão, transfe-
rência, ocultação ou o encobrimento de bens provenientes de atividades ilícitas rela-
cionadas a crimes. Inicialmente, o foco estava em tráfico de drogas, terrorismo e cor-
rupção, mas depois foi ampliado para qualquer crime antecedente que levasse a uma
vantagem financeira ilícita.

Legislação e regulamentação

A lavagem de dinheiro é regulamentada pela


Lei nº 9.613, alterada pela lei 12. 683/12,
conhecida como Lei de Prevenção e ao com-
bate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamen-
to do Terrorismo (PLD/FT).

52
Curso Preparatório CPA10

A Lei nº 13.810/19 e sua regulamentação


fortaleceram o sistema de combate à lavagem
de dinheiro, estabelecendo sanções como a
indisponibilidade de ativos de Pessoas Físicas e
Jurídicas.

A Circular nº 3.978/20 dispõe sobre a políti-


ca, os procedimentos e os controles internos a
serem adotados pelas instituições autorizadas
a funcionar pelo Banco Central do Brasil, visan-
do à prevenção da utilização do sistema finan-
ceiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores.

A Instrução CVM Nº50/21 dispõe sobre a


prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
ciamento do terrorismo – PLDFT no âmbito do
mercado de valores mobiliários.

DICA
O número das leis, decretos e circulares não costuma ser
cobrado nas provas.

53
Curso Preparatório CPA10

Caracterização do crime de lavagem de dinheiro

É crime de lavagem de dinheiro “ocultar ou dissimular a


natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de qualquer infração penal”.

O processo de lavagem de dinheiro tem, normalmente, três etapas. Conheça cada


uma delas no infográfico abaixo:

COLOCAÇÃO OCULTAÇÃO INTEGRAÇÃO

É a fase de ingresso do dinheiro Visa a dificultar o rastreamento É a fase em que o dinheiro volta
no sistema econômico, na qual em caso de investigações, ou à economia, agora com origem
o dinheiro passa pelo caixa ou confundir o rastreamento, por aparentemente legítima.
balcão dos bancos. Também é meio de transferências e/ou
considerada como colocação aplicações múltiplas. Podem ser
a compra de bens (compra em utilizadas empresas fictícias, ou os
espécie de joias, obras de arte, famosos “laranjas”, pessoas que
carros, imóveis, etc.) ou de emprestam ou alugam seus nomes
instrumentos negociáveis (outras para as movimentações, para a
moedas), sem haver o depósito colocação inicial, ou mesmo nas
anterior, pois é nesta fase que o transferências.
recurso entra na economia.

54
Curso Preparatório CPA10

Penalidades

Mas e se ocorrer o crime de lavagem de dinheiro? Qual seria a


penalidade para quem o pratica? Nesse caso, o infrator terá
como pena a reclusão de três a dez anos e o pagamento multa.

ATENÇÃO
O crime é afiançável, ou seja, se houver prisão anterior
ao julgamento, o juiz pode estabelecer fiança para que o
acusado responda o processo em liberdade, desde que
não haja risco de fuga e destruição de provas. A lei esta-
belece as situações em que os valores podem ser abatidos
da multa da condenação ou se haverá perda dos valores
pagos por fiança.

Essas penas são aplicáveis também aos agentes que possibilitaram a ocorrência da
lavagem de dinheiro em todo o seu ciclo. Por isso, incorre na mesma pena quem:

Ocultar ou dissimular a utilização de bens


direitos ou valores provenientes de infração
penal, convertê-los em ativos lícitos,
comercializá-los ou guardá-los.

55
Curso Preparatório CPA10

Utiliza, na atividade econômica ou financeira


bens, direitos ou valores provenientes de in-
fração penal, ou caso seja sócio de empresa
que o faz.

A pena poderá ser reduzida de um a dois terços, ou ser aplicada


pena administrativa se o autor, coautor ou participante
colaborar espontaneamente com as autoridades (delação
premiada). Porém, essa pena também pode aumentar, de um a
dois terços se praticada de forma reiterada ou por organização
criminosa.

Modelo de abordagem baseada em risco


As instituições supervisionadas pelo Banco Central do Brasil devem implementar e
manter a política de prevenção de práticas de lavagem de dinheiro e de financia-
mento do terrorismo.

A política de prevenção de lavagem de dinheiro deve definir alguns itens em es-


pecíficos! Confira no infográfico seguinte:

Verificação do
01 Procedimentos 02 03 cumprimento
da política,
04
de avaliação e
procedimentos e
análise prévia de
Papéis e controles internos
novos produtos Avaliação interna
responsabilidades. dessa política, assim
e serviços, e de risco.
como a identificação
utilização de
e a correção
novas tecnologias.
das deficiências
verificadas.

56
Curso Preparatório CPA10

Seleção e a
Promoção
de cultura
05 contratação de
funcionários e
06 07
organizacional de prestadores
que contemple de serviços Capacitação dos
funcionários, terceirizados, funcionários
parceiros e tendo em vista o sobre o assunto.
prestadores risco de lavagem
de serviços de dinheiro e de
terceirizados. financiamento do
terrorismo.

Além disso, essa política deverá definir as diretrizes para implementação de procedi-
mentos de:

1. coleta, verificação, validação e atualização de informações cadastrais de


funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados;
2. registro de operações e de serviços financeiros;
3. monitoramento, seleção e análise de operações e situações suspeitas;
4. comunicação de operações ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf).

ATENÇÃO
As instituições devem indicar formalmente ao Banco
Central do Brasil um diretor responsável pela PLD/FT.

57
Curso Preparatório CPA10

Da avaliação interna de risco

As instituições supervisionadas
pelo BCB devem realizar avaliação
interna para identificar e mensurar o
risco de utilização de seus produtos
e serviços, na prática da lavagem
de dinheiro e do financiamento do
terrorismo.

A avaliação interna deve considerar, no mínimo, os seguintes perfis de risco:

I - Dos clientes.

II - Da instituição, incluindo o modelo de


negócio e a área geográfica de atuação.

58
Curso Preparatório CPA10

III - Das operações, transações, produtos e


serviços, abrangendo todos os canais de dis-
tribuição e a utilização de novas tecnologias.

IV - Das atividades exercidas pelos funcioná-


rios, parceiros e prestadores de serviços tercei-
rizados.

A avaliação interna de risco deve ser revisada a cada dois anos, bem como quando
ocorrerem alterações significativas nos perfis de risco.

Ações preventivas

Princípio conheça seu cliente


O princípio conheça o seu cliente determina que as instituições financeiras e demais
entidades obrigadas ao controle de lavagem de dinheiro devem manter os cadastros
atualizados. E qual a função e o principal objetivo desse princípio? Confira, agora, es-
sas e outras implicações:

59
Curso Preparatório CPA10

OBJETIVOS FUNÇÃO DO IMPLICAÇÕES DE


Verificar a procedência 01 CADASTRO
02 UM CADASTRO
DESATUALIZADO 03
dos valores e Auxiliar a identificação
acompanhar as da origem e A análise da
movimentações destinação dos capacidade financeira
financeiras, recursos. fica comprometida,
proporcionando a pois não há
possibilidade de dados suficientes
se identificar as para verificar as
suspeitas no crime de movimentações
lavagem de dinheiro. financeiras.

Os registros devem ser mantidos pelo prazo de cinco a dez


anos, dependendo das características da documentação.
As movimentações e os cadastros do princípio conheça o
seu cliente devem ser guardados por dez anos, a partir do
encerramento da conta ou da movimentação.

Princípio conheça seu parceiro

60
Curso Preparatório CPA10

Os setores obrigados à Lei de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, instituições finan-


ceiras e atividades como seguradoras, transações de imóveis, bens de luxo, precisam
certificar-se de que não apenas a atividade da instituição esteja correta, mas também
a de seus clientes e parceiros.

O princípio conheça o seu parceiro é a obrigação de conhecer o parceiro comercial,


inclusive correspondentes no país e no exterior, com o objetivo de prevenir a realiza-
ção de negócios com contrapartes inidôneas ou suspeitas de envolvimento com ativi-
dades de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo, bem como de assegu-
rar que eles tenham procedimentos adequados de PLD/FT, quando aplicáveis.

Pessoas Expostas Politicamente (PEP)

As instituições devem manter registro de seus clientes que forem pessoas politica-
mente expostas. Dessa forma, consideram-se pessoas expostas politicamente os
detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União,
estados e municípios, ministros, assessores, membros de tribunais, procura-
dores-gerais, presidentes e tesoureiros de partidos políticos, presidentes de
entidades da administração pública indireta estadual e distrital e os presiden-
tes de Tribunais de Justiça, Militares, de Contas ou equivalentes dos estados e
do Distrito Federal.

61
Curso Preparatório CPA10

Além das PEP, também devem ser monitorados os seus


familiares (parentes, na linha direta, até o segundo grau, o
cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada),
colaboradores diretos e Pessoas Jurídica de que façam parte.

Identificação e registros de operações

As instituições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas


e de todos os produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes,
pagamentos, recebimentos e transferências de recursos.

Estão sujeitas ao controle da lavagem de dinheiro as Pessoas Físicas e Jurídicas que


exercem a gestão de recursos de terceiros, sendo entidades reguladas e supervisiona-
das pelo Sistema Financeiro Nacional e entidades não pertencentes ao SFN, mas que
respondam ao Coaf, por movimentarem recursos de terceiros. Conheça, na sequência,
cada uma dessas entidades:

62
Curso Preparatório CPA10

I. II.
I. ENTIDADES REGULADAS E II. ENTIDADES NÃO PERTENCENTES
SUPERVISIONADAS PELO SISTEMA AO SFN, MAS REGULADAS PELO COAF
FINANCEIRO NACIONAL
Também têm a obrigatoriedade de manter
Os participantes do Sistema Financeiro registro das operações e comunicar ocorrências
Nacional, supervisionados pelo Bacen (bancos, suspeitas: corretoras de imóveis, Pessoas
cooperativas de crédito, financeiras, corretoras Físicas e Jurídicas que comercializam bens de
instituições de pagamentos, administradoras de alto valor, transportes de alto valor, cartórios,
consórcio, fintechs etc.), CVM (bolsas, corretoras, representantes de atletas e artistas, feiras. Ou
administradores de fundos, consultores e seja, quem realiza ou intermedeia recursos de
auditores de valores mobiliários etc.) e demais terceiros.
entidades cujo funcionamento dependa da
autorização de órgão regulador dos mercados
financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros.

DE OLHO NA PROVA
Veja a lista completa de entidades, de acordo com a Lei
9.613:
I. Sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou
quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços,
ou, ainda, concedam descontos em sua aquisição, medi-
ante sorteio ou método assemelhado.
II. Filiais ou representações de entes estrangeiros que
exerçam no Brasil atividades sujeitas ao controle.

63
Curso Preparatório CPA10

DE OLHO NA PROVA
III. Pessoas Físicas ou Jurídicas, nacionais ou estrangei-
ras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes,
procuradoras, comissionárias ou de qualquer forma rep-
resentem interesses de ente estrangeiro que exerça
qualquer das atividades listadas.
IV. Pessoas Físicas ou Jurídicas que exerçam atividades
de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis.
V. Pessoas Físicas ou Jurídicas que comercializem joias,
pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades.
VI. Pessoas Físicas ou Jurídicas que comercializem bens
de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua
comercialização ou exerçam atividades que envolvam
grande volume de recursos em espécie.
VII. Juntas comerciais e os registros públicos.
VIII. Pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo
que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria,
contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de
qualquer natureza, em operações:
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos
comerciais ou industriais, ou participações societárias
de qualquer natureza;
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros
ativos;
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de
poupança, investimento ou de valores mobiliários
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de
qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou
estruturas análogas;
e) financeiras, societárias ou imobiliárias;
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contra-
tos relacionados a atividades desportivas, ou artísticas
profissionais.
IX. Pessoas Físicas ou Jurídicas que atuem na pro-
moção, na intermediação, na comercialização, no agen-
ciamento ou na negociação de direitos de transferência
de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos
similares.

64
Curso Preparatório CPA10

DE OLHO NA PROVA
X. Empresas de transporte e guarda de valores.
XI. Pessoas Físicas ou Jurídicas que comercializem bens
de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a
sua comercialização.
XII. Dependências no exterior das entidades mencionadas
neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativa-
mente a residentes no país.

As entidades acima, que possuem a obrigação de registro e comunicação de opera-


ções, atendem às regras a seguir. Vamos conhecê-las?

REGISTRO COMUNICAÇÃO

As instituições devem manter registros de todas As instituições deverão comunicar ao Conselho


as operações realizadas e de todos os produtos de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) dois
e serviços contratados, inclusive saques, pontos importantes.
depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos
e transferências de recursos. Se o cliente for 1. As operações suspeitas de qualquer valor.
Pessoa Jurídica, a identificação deverá abranger São operações suspeitas:
as Pessoas Físicas autorizadas a representá-la, • operações incompatíveis com a renda,
bem como seus proprietários. ocupação profissional e situação patrimonial;
• operações com oscilações significativas em
As operações em espécie com valor superior a R$ volume ou frequência;
2 mil devem ser registradas internamente com • operações sem fundamentação econômica;
dados do portador e destinatário (nome, CPF/ • operações com indício de burla a procedimentos
CNPJ). padrões.

As operações acima de R$ 50 mil em espécie 2. Movimentações em espécie:


devem conter, além de nome e CPF/CNPJ do • saques, pagamentos, recebimentos e
portador dos recursos e destinatário, o tipo de transferências de recursos, por meio de qualquer
operação, o valor, a data, o canal e a origem dos instrumento, contra pagamento em espécie;
recursos. • solicitação de provisionamento de saques em
espécie de valor igual ou superior a R$ 50 mil.

São chamadas de comunicações automáticas,


pois não dependem de análise, devem ser
comunicadas indistintamente.

65
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
As transferências internacionais devem ser informadas
à IF. Só serão comunicadas ao Coaf se houver
incompatibilidade com o cadastro, ou se não haver
justificativa de transferência.

Além disso, as comunicações de boa-fé não acarretarão


responsabilidade civil ou administrativa.

Responsabilidades administrativas e legais


O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é a Unidade de Inteli-
gência Financeira (UIF) no Brasil. Ou seja, é a entidade responsável por receber, exa-
minar e identificar as ocorrências suspeitas e por aplicar penas administrativas.

Sua missão é “prevenir a utilização dos setores econômicos


para a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo,
promovendo a cooperação e o intercâmbio de informações
entre os setores público e privado”.

Processo Administrativo Sancionador (PAS)

O Processo Administrativo Sancionador (PAS) é o instrumento


de supervisão do Coaf instaurado com o fim de apurar
responsabilidades e, se for o caso, aplicar penalidades por
infrações administrativas, praticadas por Pessoas Físicas e
Jurídicas supervisionadas pelo Coaf.

66
Curso Preparatório CPA10

São asseguradas às partes o direito à ampla defesa e ao contraditório. O processo é


julgado na forma do Regimento Interno. Contra as decisões, pode ser apresentado re-
curso ao Coaf e, depois, endereçado ao presidente do Conselho de Recursos do Siste-
ma Financeiro Nacional (CRSFN), órgão de segunda e última instância administrativa.

As pessoas sujeitas ao controle da lavagem de dinheiro poderão receber penalidades.


Que tal verificar esses itens no infográfico abaixo?

MULTA NÃO SUPERIOR


Ao dobro do valor da operação.
Ao dobro do lucro que
presumidamente acarretaria a
ADVERTÊNCIA I. operação.
Ao valor de R$ 20 milhões.

II.
PENALIDADES
IV.

CASSAÇÃO OU
INABILITAÇÃO
SUSPENSÃO DA
III. TEMPORÁRIA
AUTORIZAÇÃO DE
ATÉ 10 ANOS
FUNCIONAMENTO

67
Curso Preparatório CPA10

Penalidades para quem tem o dever


Penalidades para quem pratica
de controlar

• Reclusão de três a dez anos. • Advertência.


• Multa. • Multa.
• Inabilitação temporária.
• Cassação da autorização de funcionamento.

ATENÇÃO
O criminoso é encaminhado para a Justiça comum ou
federal. A instituição tem o dever de controle, e seus
administradores respondem ao PAS.

As autoridades policiais, a Receita


Federal e o Ministério Público atuam
conjuntamente ao Coaf no combate
ao crime e à recuperação do
patrimônio, e podem compartilhar
dados sigilosos entre si. Terão
acesso aos dados cadastrais do
investigado, como qualificação
pessoal, filiação e endereço –
independentemente de autorização
judicial – mantidos pela Justiça
Eleitoral, por empresas telefônicas,
instituições financeiras, provedores
de internet e administradoras de
cartão de crédito.

68
Curso Preparatório CPA10

Indisponibilidade de bens, direitos e valores em decorrência


de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas

O Conselho de Segurança da Organização das


Nações Unidas (ONU) foi criado em 1945, no fim
da Segunda Guerra Mundial, para manter a paz
e a segurança internacionais. É ele que autoriza
as sanções econômicas, o envio de missões de
paz e o uso da força quando necessário.

No Brasil, a Lei nº 13.810/19 dispõe sobre o


cumprimento de sanções impostas por res-
oluções do Conselho de Segurança da ONU,
como a indisponibilidade de ativos de Pessoas
Físicas, Jurídicas e de entidades investigadas
ou acusadas de terrorismo, de seu financia-
mento ou de atos a ele correlacionados.

Eventuais tentativas de transferências de bens indisponíveis por suspeita de terroris-


mo deverão ser comunicadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, aos ór-
gãos reguladores ou fiscalizadores e ao Coaf.

69
Curso Preparatório CPA10

Listas restritivas

Para facilitar a identificação de operações suspeitas, há listas restritivas, com a relação


de pessoas e de entidades que tiveram alguma ligação ou suspeita de atos terroristas.
Visam a proibir, restringir ou constranger transações financeiras, comerciais, de serviço
ou de tecnologia que envolvam os setores ou as pessoas das relações, podendo, inclu-
sive, haver o congelamento de bens e ativos de um indivíduo ou de uma entidade.

Há diversas listas restritivas, tanto


nacionais quanto internacionais.
As listas restritivas podem conter
nomes de pessoas e entidades
que supostamente tenham ligação
com o terrorismo, além de setores,
atividades e tipos de transação
proibidos, e pode até listar países
que se encontram sob sanções.

70
Curso Preparatório CPA10

Ética na venda
Você já parou para pensar a respeito da ética no processo de venda? Ou qual seria a
melhor conduta de um vendedor nesse momento? Neste tópico, veremos ainda mais
detalhes sobre o tema! Prepare-se para mergulhar de cabeça!

Um vendedor ou consultor ético


tem foco no relacionamento com
o cliente bancário ou associado de
cooperativa de crédito, não apenas
no produto que vende. Seu foco é
o relacionamento de longo prazo,
para vender no presente e continuar
vendendo ao longo do tempo. Isso
só será possível se a confiança
entre as duas partes for fortalecida,
por meio de orientações éticas e
comprometidas.

Venda casada

71
Curso Preparatório CPA10

A venda casada é uma infração à ordem econômica, porque permite ao vendedor abu-
sar da fragilidade do comprador. Desta forma, é proibido condicionar/obrigar a con-
tratação de quaisquer operações à realização de outras operações, ou à aquisição de
outros bens e serviços. É considerada prática abusiva pelo Código de Defesa do Con-
sumidor.

Um cartão de crédito só é vendido se o cliente adquirir um


seguro de vida. Será que isso é possível? A resposta para a
pergunta é simples… não!

Porém, é importante separar o que é um condicionamento, ou uma obrigação, de ou-


tras situações, que não configuram venda casada. Confira a seguir algumas situações:

Promoções, combos ou Condições de garantia:


vantagens na precificação: um financiamento com
não é venda casada, porque garantia do bem pode exigir
o consumidor tem a liber- o seguro, pois, se houver
dade de adquirir separa- perda desse bem
damente ou simplesmente (exemplo: incêndio), ele não
não adquirir algum produ- existirá mais para garantir a
to. Neste caso, seria uma devolução do recurso.
venda promocional, também
chamada de venda cruzada,
ou cross selling, o que não
constitui irregularidade.

72
Curso Preparatório CPA10

Restrições do investidor
Todo profissional que vende produtos de investimento deve procurar seguir um pro-
cesso de avaliação do cliente visando a adequar melhor os objetivos e as necessida-
des dos clientes aos produtos:

Conhecimento do produto: entender o produ-


to evita frustrações.

Tolerância a risco: há pessoas que ficam an-


gustiadas com oscilações e incertezas, ou que
não aceitam possíveis perdas, de forma que
preferem ganhar menos e não arriscar.

Idade: caso algo dê errado, deve-se ter tempo


para recuperar o prejuízo. Por isso, um idoso
deve manter uma boa parte de seus investi-
mentos em ativos conservadores.

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Curso Preparatório CPA10

Horizonte de tempo: independentemente de


perfil do investidor, há investimentos com obje-
tivos de curto prazo, não sendo recomendado
assumir riscos. Exemplo: se alguém vai utilizar
um recurso no prazo de 1 ano para viajar, deverá
deixar o recurso aplicado em investimentos
atrelados ao CDI.

Análise do perfil do investidor

Instrução CVM 30 dispõe sobre o dever de se verificar a adequação de produtos, servi-


ços e operações ao perfil do cliente no Código de distribuição de produtos de investi-
mento.

Esta prática é chamada de suitability e é obrigatória às pessoas habilitadas a atuar


como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de valores mobiliários.

74
Curso Preparatório CPA10

Metodologia
A metodologia de captação de informações, análise do perfil de investidor, deve consi-
derar três itens:

I. II. III.

O CLIENTE POSSUI O PRODUTO, SERVIÇO A SITUAÇÃO


CONHECIMENTO OU A OPERAÇÃO FINANCEIRA DO CLIENTE
NECESSÁRIO PARA É ADEQUADO AOS É COMPATÍVEL COM O
COMPREENDER OS OBJETIVOS DE PRODUTO, SERVIÇO OU
RISCOS RELACIONADOS INVESTIMENTO DO OPERAÇÃO.
AO PRODUTO, SERVIÇO CLIENTE. DEVE CONSIDERAR:
OU OPERAÇÃO. DEVE CONSIDERAR: • o valor das receitas regulares
DEVE CONSIDERAR: • o período em que o cliente declaradas pelo cliente;
• os tipos de produtos, servi- deseja manter o investimento;
ços e operações com os quais o • o valor e os ativos que com-
cliente tem familiaridade; • as preferências declaradas põem o patrimônio do cliente;
do cliente quanto à assunção de
• a natureza, o volume e a riscos; • a necessidade futura de
frequência das operações já recursos declarada pelo cliente.
realizadas pelo cliente no mer- • as finalidades do investimento.
cado de valores mobiliários, bem
como o período em que tais
operações foram realizadas;

• a formação acadêmica e
a experiência profissional do
cliente (não se aplica à Pessoa
Jurídica).

75
Curso Preparatório CPA10

FIXANDO NA MEMÓRIA
O questionário do API investiga o COS:
Conhecimento
Objetivo
Situação

Perfis de investidor:
Vamos conhecer os tipos de perfis de investidores? Confira abaixo!

CONSERVADOR MODERADO ARROJADO OU


AGRESSIVO

Não aceita assumir riscos no Aceita assumir riscos médios no Disposto a correr grandes riscos
principal, prefere ganhar pouco curto prazo para ganhar um pouco para obter ganhos maiores.
mas sem oscilações significativas. mais.

Suitability
Na análise e classificação das categorias de produtos devem ser considerados, no mínimo:

76
Curso Preparatório CPA10

I – Os riscos associados ao produto e seus ativos subjacentes.

II – O perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto.

III – A existência de garantias.

IV – Os prazos de carência.

Vedações
É vedado recomendar produtos ou serviços ao cliente quando:

I – O perfil do cliente não for adequado ao produto ou serviço.

II – Não forem obtidas as informações que permitam a identificação do


perfil do cliente.

III – As informações relativas ao perfil do cliente não estiverem atualizadas.

Mas e se o investidor se negar a responder ou não acatar a recomendação? O que fazer?

O consultor deverá alertar O investidor deve prestar


o investidor dos riscos e da uma declaração expressa
adequação ao perfil. de sua decisão.

77
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
A API deve ser aplicada em intervalos não superiores
a 24 meses, isto é, tem validade de dois anos, e os
questionários devem ser guardados pelo prazo de
cinco anos, por meio físico ou eletrônico. A não
observância da aplicação do API constitui falta grave
à instituição financeira.

Dispensa de suitability
Para que a adequação da recomendação ao perfil seja dispensada, deve-se observar as
regras da IN 30 da CVM, Código de Distribuição e outras normas complementares. Mas
atenção para os casos que não se aplicam aos respectivos códigos:

I. II. III.

NÃO SE APLICA A NÃO SE APLICA NÃO SE APLICA


(IN 30 CVM): (CÓDIGO DE (PRODUTOS):
1. Investidores qualificados. DISTRIBUIÇÃO): 1. Caderneta de poupança
2. Pessoa Jurídica de Direito 1. Pessoa jurídica dos (Código de distribuição, art. 3º).
público. segmentos classificados como 2. Fundo de investimento
3. Investidor que possui middle e corporate. renda fixa simples (IN 555 CVM,
carteira administrada por 2. União, Estados, Municípios art. 113, &2).
consultor ou entidade e Distrito Federal (pessoas 3. Fundo de investimento
autorizado pela CVM. jurídicas de direito público). renda fixa simples (IN 555 CVM,
4. Investidor que fez o API art. 113, § 2).
com seu consultor e está
implementando a estratégia.

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Curso Preparatório CPA10

DICA
Não se preocupe com a legislação. Ela está por aqui ape-
nas para referência, mas não é cobrada na prova, tudo
bem?

Conceitos de ASG
(Ambiental, Social e Governança)

ASG é a sigla para empresas que seguem padrões de sustentabilidade, respeitando


aspectos ambientais, de responsabilidade social e de boas práticas de governança
corporativa. São conhecidos mundialmente pela sigla em inglês ESG: Environmental,
Social e Governance.

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Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
No final da década de 1970, empresas publicavam
balanços sociais, com questões de sustentabilidade.
As cooperativas se destacam nessa prática, consid-
erando que o social é um de seus pilares e, desde sua
concepção, respeitam princípios sociais, ambientais
e de governança. No início dos anos 2000, foram
criados fundos de investimento, constando em sua
política de investimento ações de empresas com
boas práticas de sustentabilidade corporativa.

Para facilitar a análise dos investidores, existem selos de


sustentabilidade, nacionais e internacionais, que não são
obrigatórios, mas facilitam a tomada de decisão. Os critérios
de avaliação são públicos, transparentes e atualizados
constantemente, considerando boas práticas ASG adotadas
pela empresa.

Filtro negativo Filtro positivo


Ocorre quando alguém deixa de Ocorre quando um investidor inclui
investir em uma empresa porque em seu portfólio investimentos
ela adota alguma política que cujo emissor adota critérios ASG,
não reflete os valores éticos do como, por exemplo, repovoamento
investidor, como armamento, ta- de rios, igualdade de remuneração
baco, poluentes e outros. entre gêneros e diversidade de
composição de conselho.

80
Curso Preparatório CPA10

Aspectos Ambientais

As empresas que adotam padrões de


atenção à causa ambiental tomam
medidas para reduzir impactos
ambientais no planeta, como, por
exemplo, medidas para redução de
emissão de gases e aquecimento global,
projetos para evitar o esgotamento
dos recursos naturais, armazenamento
e descarte de resíduos que podem
ser poluentes, disponibilização de
financiamentos de projetos de geração
de energia solar etc.

Aspectos Sociais

Nos aspectos de responsabilidade


social, as empresas buscam
aplicar ações voltadas a melhorar a
qualidade de vida dos funcionários e
as condições justas de trabalho.

81
Curso Preparatório CPA10

A empresa também pode promover,


criar ou financiar projetos para o
amparo de pessoas necessitadas e
os direitos de minorias, direcionados
para a inclusão social e a melhoria da
diversidade nas empresas. Encaixam-
se nesse quesito os programas
de estágio ou menor aprendiz
que acolham pessoas carentes, a
igualdade de salários entre pessoas
de gêneros diferentes que exerçam
atividades similares e os programas
de educação financeira.

Aspectos de Governança Corporativa

A Governança Corporativa promove


a transparência em procedimentos
e práticas anticorrupção e fraudes.
Para isso, são contratados
conselheiros independentes, que
realizam auditorias específicas e
adotam boas práticas de gestão
com relevância para os princípios de
Governança.

82
Curso Preparatório CPA10

Conceitos de Investimentos ASG

Os investimentos ASG são


investimentos que visam
a estimular negócios que
consideram resultados financeiros
aliados a um impacto positivo na
sociedade e no meio ambiente.

Segundo o Código Anbima de Administração de Recursos de Terceiros:

ATENÇÃO
“Investimento Sustentável possui o objetivo inten-
cional de proteger, contribuir, não causar dano ou
degradações, gerar impacto positivo e/ou assegurar
direitos em questões ambientais, sociais e/ou de
governança sem que haja intenção de comprometer
o desempenho financeiro do Fundo”.

83
Curso Preparatório CPA10

Além do interesse dos investidores


em incentivar empresas que
investem em sustentabilidade,
estudos mostram que as práticas
de ASG interferem diretamente
no desempenho, na confiança
do mercado e na reputação das
companhias, que se tornam mais
atrativas ao investidor.

DICA
As estratégias de investimento utilizam as informações
disponíveis como uma direção, e cabe a cada empresa
adequá-las às suas necessidades. Podem ser avaliadas
por meio da obtenção de selo ou da análise dos critérios
de sustentabilidade.

84
Curso Preparatório CPA10

Os produtos financeiros ASG podem ser agrupados em:

Ações

São partes do capital de empresas classificadas como ASG. O


investidor avalia esses critérios na sua decisão de compra.

Fundos de Investimento IS
Para os Fundos de Investimentos Sustentáveis, o regulamento
deve conter em sua política investimentos em ASG (ativos emi-
tidos por empresas sustentáveis). Podem ser fundos de ações
de empresas que seguem as práticas ASG, fundos de renda fixa,
fundos multimercado ou fundos de índices de sustentabilidade.

Títulos verdes
São alternativas de investimento sustentável focadas nas práticas ASG.
São títulos de renda fixa com os quais empresas captam recursos para
o financiamento de projetos sustentáveis, como investimento em re-
florestamento, energia solar, aperfeiçoamento de processos produtivos
industriais com menos poluentes, uso de tecnologias verdes.

Debêntures

Títulos de crédito para captação de recursos das companhias


que seguem as práticas recomendadas. Podem ser utilizados nos
projetos de desenvolvimento da empresa e direcionados para
ações específicas de sustentabilidade.

85
Curso Preparatório CPA10

Tendências sobre investimentos ASG

Consistência entre os Utilização de indicadores


compromissos assumidos de desempenho compatíveis
e as práticas adotadas. com as práticas ASG.

Monitoramento dos Identificar limitações das


resultados de longo metodologias, dos dados e
prazo. dos índices utilizados, com o
objetivo de aperfeiçoar indi-
cadores.

Exemplos de questões que podem ser consideradas em cada fator ASG

Ambiental Social Governança


Uso de recursos naturais Políticas e relação de tra- Independência do Conse-
renováveis, redução da balho, política de inclusão lho e diversidade de com-
emissão de carbono, efi- e diversidade, igualdade de posição, remuneração do
ciência energética, controle tratamento e remuneração Conselho de Administração,
da poluição e tecnologia por gênero, treinamento da Ética e Transparência.
limpa. força de trabalho, direitos
humanos, privacidade e
segurança de dados.

*Fonte: Guia ASG 2020 Anbima.

86
Curso Preparatório CPA10

Manipulação do mercado e
manipulação de preços

A manipulação de mercado é o crime contra o Sistema Financeiro Nacional,


descrito como o processo de realizar operações simuladas ou executar outras mano-
bras fraudulentas destinadas a elevar, manter ou baixar a cotação, o preço ou o volu-
me negociado de um valor mobiliário, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro
para si ou para outrem, ou causar danos a terceiros.

A Lei nº 6.385/1976, alterada pela Lei nº 10.303/2001,


acrescenta dispositivos à Lei das Sociedades anônimas,
especialmente no art. 27, que trata dos crimes contra o mercado
de capitais, estipulando a pena de reclusão, de 1(um) a 8 (oito)
anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da vantagem
ilícita obtida em decorrência do crime.

A Resolução nº 62/2022, em seu art. 2º, trata dos casos de manipulação do mercado
de capitais, como:

87
Curso Preparatório CPA10

I - Condições
artificiais de
demanda II – Manipulação
de preços
Situações criadas
pelo agente para Utilização de
provocar altera- qualquer artifício
ções no mercado. para induzir
Exemplo: grande terceiros a com-
volume de ordens sem prar ou vender um
intenção de negociar. ativo, afetando a
cotação de um
valor mobiliário.

Art. 2º Exemplo:
notícia falsa.
da Resolução
nº 62/2022

III – Operação
fraudulenta
IV – Prática
Realização de não equitativa
operação falsa para
induzir terceiros ao Essa prática ocorre
erro e obter vanta- quando um agente realiza
gem ilícita de natu- negociações com grande
reza patrimonial volume de valores mobili-
para o intermediário ários com o objetivo de
ou para terceiros. gerar alterações no mer-
cado, causando desequi-
Exemplo: forjar líbrio ou desigualdade em
um contrato. face dos demais partici-
pantes da operação.
Exemplo: vender um
grande volume de ações
de uma companhia com
o objetivo de forçar a
queda de preço.

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Curso Preparatório CPA10

Para ficar mais fácil a compreensão desse contexto, observe o esquema a seguir.

RESUMINDO
Manipulação de mercado

Realizar operações simuladas ou manobras fraudu-


lentas para impactar preços ou volumes negociados
de um valor mobiliário para obter vantagem indevida.
Pena: de 1 a 8 anos de detenção e multa
de até 3x a vantagem indevida.

Condições artificiais
de demanda
Manipulação
Negociações em que os de preços
participantes, por ação ou
Artifício destinado a elevar,
omissão intencional provo-
manter ou baixar a cota-
cam alterações no fluxo de
ção de um valor mobiliário,
ordens de compra ou venda
induzindo terceiros à sua
de valores mobiliários.
compra e venda.
Exemplo: grande vo-
Exemplo: notícias falsas.
lume de ordens sem
intenção de negociar.

Prática não
Operação equitativa
fraudulenta
Tratamento que cria uma
Induzir terceiros ao erro
indevida posição de dese-
com a finalidade de obter
quilíbrio ou desigualdade
vantagem ilícita de nature-
entre os participantes de
za patrimonial para o inter-
uma operação.
mediário ou para terceiros.
Exemplo: vender um
Exemplo: forjar
grande bloco de ações para
um contrato.
forçar o preço a cair.

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Curso Preparatório CPA10

Conheça alguns tipos de manipulação de preços

Spoofing No mercado financeiro, “spoofing” é a


prática de manipular o preço de um ativo
através do lançamento de ordens de com-
pra e de venda. Seu objetivo é de criar uma
relação de oferta/demanda artificial e fazer
com que o praticante do “spoofing” lucre
com a variação do preço, obtendo vanta-
gem injusta sobre o mercado. Por ser uma
prática de atividade mal-intencionada,
quem o pratica está sujeito a penalidades
equivalentes às aplicadas aos crimes de
manipulação de mercado.

A expressão vem do verbo da língua inglesa “to spoof”, que significa “forjar” ou “falsifi-
car”, ou seja, no mercado, “spoofing” significa forjar os preços dos ativos.

A operação de “layering” é um pouco


mais complexa, mas o objetivo final é Layering
o mesmo: enganar o mercado, criando
ofertas artificiais sucessivas de preços.
Em vez de um grande investidor dar as
ordens, são pequenos grupos que se
juntam para dar as ordens sem intenção
de concretizá-las, criando ofertas artifi-
ciais em camadas sucessivas de preços.
Como são várias ordens, sinaliza uma
impressão de verdade, que não existe.

“Layer” significa “camada” em inglês, então a intenção é criar ca-


madas de ordens intencionais para enganar o mercado.

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Curso Preparatório CPA10

Benchmark
Benchmark é um indicador financeiro uti-
lizado para comparação de investimentos
em um determinado segmento. Quando
falamos em manipulação de benchmark,
significa a alteração dos indicadores que
serão utilizados para comparação de per-
formance. Isso pode dar a falsa sensação
de ganhos, mas na verdade, o indicador foi
manipulado para isso.

É possível manipular um benchmark?


Um indicador de comparação de investimentos é utilizado globalmen-
te para verificação de desempenho dos investimentos daquele setor.
Esses indicadores medem o resultado de uma carteira teórica de ativos.
Quando uma entidade que produz indicadores, ela manipula a composi-
ção da carteira para que eles tragam análises tendenciosas, cometendo
o crime de manipulação de mercado.

Vamos fixar? Acompanhe o esquema a seguir.

91
Curso Preparatório CPA10

FIXANDO NA MEMÓRIA
Spoofing Layering

O verbo “To spoof” significa O termo “Layer” significa


“forjar” em inglês, ou seja, “camadas” em inglês.
forjar os preços dos ativos.
Ofertas artificiais em ca-
Manipular o preço de um madas sucessivas de pre-
ativo com ordens de com- ços. Várias ordens advindas
pra e de venda. Objetivo: de um grupo sem intenção
um investidor cria oferta de concretizar.
e demanda artificial para
obter lucro com a variação
do preço.

Manipulação de benchmark

Manipular a carteira de um indicador para que o resultado


da comparação seja favorável.

Uso indevido de informação privilegiada e outras práticas


não equitativas preços

O uso de informações privilegiadas, conhe-


cido como insider trading, permite que os
investidores infratores obtenham ganhos ou
evitem prejuízos na negociação de valores mo-
biliários, prejudicando outros participantes de
mercado que não têm a mesma informação no
mesmo instante.

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Curso Preparatório CPA10

Conforme o art. 27-D da Lei nº 6.385/1976,


inserido pela Lei nº 10.303/2001; e art. 2º, IV
da Resolução 62/2022, as companhias são
obrigadas a divulgar aos investidores seus fatos
relevantes, que podem afetar seu desempenho,
tanto de valorização como de lucro no mercado.

Por exemplo:

• Mudanças no controle acionário da empresa.


• Operações de incorporação, fusão ou cisão.
• Lucro ou prejuízo, trimestral, semestral ou
anual, da companhia.
• Aprovação de projetos estratégicos
e relevantes.
• Novas parcerias e contratos relevantes.

Por razões estratégicas, é permitido que alguns desses fatos relevantes sejam pre-
servados em sigilo por algum tempo caso a divulgação possa trazer prejuízos para os
interesses da companhia. Acompanhe o raciocínio.

93
Curso Preparatório CPA10

É nesse período, entre o


conhecimento e a divulgação,
que a informação é considerada
privilegiada. E, também nesse
período, os detentores da
informação não podem negociar
ações e outros valores mobiliários,
ou fazer qualquer tipo de operação
em que sejam beneficiados, ou
repassar a informação a terceiros
que possam obter lucros com o fato.

ATENÇÃO
Lembre-se de que esse crime é caracterizado por utili-
zar informação relevante de que tenha conhecimento,
ainda não divulgada ao mercado, e que seja capaz de
propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida,
mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros,
de valores mobiliários.

Pena: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de até


3 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em
decorrência do crime.

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Curso Preparatório CPA10

Insider trading

É o termo utilizado para quem


usa as informações privilegiadas
de uma empresa, que não são de
conhecimento público, para operar
no mercado de capitais e, valendo-
se dessa informação privilegiada,
obter vantagem.

Insider Trading
primário
Pessoas ligadas à compa-
nhia e que obtêm infor-
mações privilegiadas de
forma direta.

95
Curso Preparatório CPA10

Insider Trading
secundário
Pessoas que têm acesso
à informação privilegiada,
direta ou indiretamente, por
meio dos insiders primários.

Repasse de informação
privilegiada é quando alguém faz
circular informações sigilosas
relacionadas a fatos relevantes
aos quais tenham tido acesso em
razão de cargo ou posição que
ocupe em uma empresa emissora de
valores mobiliários ou em razão de
relação comercial, profissional ou de
confiança com a empresa emissora.

Para ilustrar, vamos ao exemplo!

96
Curso Preparatório CPA10

DICA
Uma empresa irá emitir debêntures para captação de
recursos para um grande projeto. A secretária executiva
da diretoria, ao participar da reunião em que a decisão foi
tomada para fazer a ata, teve acesso à informação antes
que fosse pública, compartilhou com um amigo, que usou
os dados indevidamente para obter vantagens.

Front running

É a prática criminosa de
antecipação no mercado financeiro.
Ela acontece quando o corretor ou
corretora tem conhecimento de
uma ordem de seu cliente e tenta
tirar proveito disso por meio de
uma movimentação antecipada.
A expressão significa algo como
“correr na frente”. A pena incorrida
pela prática de front running é a
mesma do crime de insider trading.

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Curso Preparatório CPA10

Exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou


função regulada

Caracteriza-se por exercer, ainda que a título


gratuito, no mercado de valores mobiliários, a
atividade de administrador de carteira, assessor
de investimento, auditor independente, analis-
ta de valores mobiliários, agente fiduciário ou
qualquer outro cargo, profissão, atividade ou
função, sem estar, para esse fim, autorizado ou
registrado na autoridade administrativa compe-
tente quando exigido por lei ou regulamento.

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois)


anos, e multa.

A multa pode ser até o valor de R$ 50 milhões,


ou o dobro do valor da emissão ou operação
irregular; 3 vezes a vantagem obtida ou o dobro
do prejuízo causado em decorrência do ilícito.
As multas deverão ser aplicadas em razão do
dano provocado ou da vantagem ilícita auferida
pelo agente.

Para auxiliar na fixação dos conteúdos, confira o quadro a seguir com um resumo das
penas referente a cada conduta.

98
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
As penas das condutas não autorizadas no mercado
financeiro são:

• Manipulação de mercado: 1 a 8 anos de detenção e


multa.
• Insider trading e front runner: 1 a 5 anos de detenção
e multa.
• Exercício irregular da profissão: 6 meses a 2 anos
de detenção e multa.

Estamos finalizando mais um tópico, aproveite o resumo dos últimos conteúdos para
reforçar as informações importantes que você estudou!

99
Curso Preparatório CPA10

RESUMINDO
USO INDEVIDO DE
INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS
Pena: de 1 a 5 anos de detenção e multa
de até 3x a vantagem indevida.

Insider trading Front running


Uso de informações privi- O corretor tem acesso à
legiadas de uma empresa, informação de ordens que
que não são de conheci- podem alterar o preço de
mento público, para operar mercado e dá ordens ante-
no mercado de capitais e cipadas para se beneficiar.
ter vantagem com isso. Corre na frente. Mesma
Informação de dentro. pena do insider trading.

1. Insider trading primá-


rio: pessoas ligadas ao
emissor/empresa.
Exercício irregular
2. Insider trading se- da profissão
cundário: pessoas que
Visa ao exercício de ativi-
recebem as informações
dades reguladas no merca-
privilegiadas e fazem as
do financeiro sem o devido
operações no mercado.
registro na CVM. Com uma
pena de 6 (seis) meses a 2
3. Repasse de informa- (dois) anos e multa.
ções privilegiadas: é o
ato de circular informações
confidenciais para a obten-
ção de vantagem indevida.

100
Curso Preparatório CPA10

E chegamos ao fim de mais um capítulo! Nele, você conheceu as medidas regulatórias


ao profissional do mercado financeiro, em geral, relacionadas à ética, além de terem
sido apresentadas orientações para se realizar o atendimento de forma transparente,
qualificada e lícita. Agora é só aplicar na prática, não é mesmo? Até o próximo capítulo!

101
Capítulo 3 - Noções
de economia e
finanças

Neste capítulo, vamos conhecer os conceitos básicos sobre a economia nacional e as


finanças.

Conceitos básicos de economia


Produto Interno Bruto (PIB)

É o conjunto da produção final


de bens e serviços realizada
em território nacional,
independentemente da
nacionalidade dos agentes
econômicos, em um determinado
período.

102
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
O índice considera o valor dos bens e serviços
adicionados, de modo a não calcular a mesma coisa duas
vezes. Com isso, a matéria-prima usada na fabricação é
descontada do valor final.

Componentes do PIB (sob a ótica da despesa):

C – Consumo privado ou das famílias. X – Volume de exportações.

I – Investimentos privados das empresas. M – Volume de importações.

G – Gastos públicos do governo.

Y= C + I + G + X – M*
*todos são somados, menos M

Y= C + I + G + NX*
*todos são somados

103
Curso Preparatório CPA10

Índices de inflação
É uma elevação do nível geral de preços.

Os índices de inflação demonstram o comportamento da


variação dos preços dos bens e serviços.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)


O cálculo desse índice considera os produtos e serviços consumidos pelas famílias com
rendas de 1 a 40 salários-mínimos, nas principais regiões metropolitanas do Brasil.

Utilizado como
Calculado e Copom
referência para O Comitê de Política
divulgado acompanhar a meta Monetária
da inflação
para

implementa a política
pelo IBGE definida pelo CMN monetária com a definição
Instituto Brasileiro de Conselho Monetário da taxa básica de juros
Geografia e Estatística Nacional Selic Meta

104
Curso Preparatório CPA10

Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M)

Índice de Preços ao Atacado (IPA) –


peso de 60% no índice

IGP-M É A MÉDIA Índice de Preços ao Con-


PONDERADA DE sumidor (IPC) – peso de
TRÊS ÍNDICES 30% no índice

Índice Nacional de Construção Civil


(INCC) – peso de 10% no índice

É calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Ge-


túlio Vargas FGV, utilizando como base de cálculo as variações medidas entre o dia 21
do mês anterior ao dia 20 do mês de referência.

105
Curso Preparatório CPA10

Taxa de câmbio

A taxa de câmbio é a equivalência de uma moeda em relação a outra, ela rege contra-
tos de importação e exportação, derivativos e outros.

Com isso, impacta diretamente


o custo de mercadorias, o que
prejudica o controle da inflação,
porque os produtos têm como
referência o dólar (custo da
matéria-prima, componentes,
combustível, ou mesmo exportação,
de forma que o valor internacional é
referência para a venda interna).

106
Curso Preparatório CPA10

PTAX é a taxa média das taxas de câmbio em


relação ao real. As moedas mais conhecidas e R$
cotadas são dólar e euro. O Banco Central con-
sulta os dealers
dealers , em quatro janelas de consulta
ao longo de cada dia, e divulga a média ao final
da quarta consulta.

SPOT é a cotação das moedas estrangeiras à


vista, no momento da negociação. É atualizada
constantemente ao longo do dia.

dealers

Instituições autorizadas a operar em câmbio, segundo critérios de volume de negócios e


qualidade na prestação de informações.

107
Curso Preparatório CPA10

Controlado ou fixo Flutuante


O governo define a O mercado livremente
cotação da moeda, define a cotação das
também chamado de moedas, pela lei da oferta
âncora cambial. e demanda.
Ex.: China. Ex.: Estados Unidos.

Flutuante administrado
Arranjos sem moeda O mercado define livremente
distinta a cotação das moedas, pela
Um país renuncia à sua lei da oferta e demanda.
própria moeda. Porém, no desequilíbrio, o
Ex.: zona do euro. governo intervém comprando
ou vendendo a moeda, para
restabelecer o equilíbrio entre
elas. Ex.: Brasil.

ATENÇÃO
No passado, flutuante administrado era chamado de
regime flutuante sujo.

Taxa cambial desvalorizada

Comprar
$
Quando é necessário maior quantidade da moeda
R$ local para comprar a moeda estrangeira. O dólar
sobe, o real se desvaloriza, sempre na perspectiva
da moeda local.

108
Curso Preparatório CPA10

É bom para o exportador, porque haverá mais reais pela sua venda, e ruim para o im-
portador, que pagará mais pela sua aquisição. Também dificulta o controle da inflação,
pois há uma alta de preços em geral, por causa do aumento da moeda estrangeira (em
especial o dólar, por ser a moeda de referência nacional).

Taxa cambial valorizada

Comprar
R$
Acontece quando é necessária uma quantidade
menor de moeda local para adquirir uma moeda $
estrangeira. O dólar cai, o real se valoriza, pois é
necessário menos reais para adquirir um dólar.

Esse cenário é ruim para o exportador, que receberá menos pela sua venda, e bom
para o importador, que pagará mais barato pelos bens adquiridos. Isso facilita o con-
trole da inflação, pois não há reflexos externos na formação de preço.

DICA
Se ontem precisava-se de R$ 6,00 para comprar um dólar.
Hoje precisa-se de R$ 5,50.
O real valorizou-se frente ao dólar.
É preciso uma menor quantidade de reais para
comprar 1 dólar.

109
Curso Preparatório CPA10

TAXA CAMBIAL

TAXA
DESVALORIZA VALORIZA DESVALORIZA VALORIZA
CAMBIAL

Importador Ruim Bom REAL Cai Sobe

Exportador Bom Ruim DÓLAR Sobe Cai

Controle
Dificulta Facilita
inflação

FIXANDO NA MEMÓRIA
Taxa cambial = VIDE
Valorizou, bom para o…
Importador
Desvalorizou, bom para o…
Exportador

Impactos na taxa de câmbio

A taxa de câmbio é influenciada pela oferta e demanda da moeda de um país, ocasio-


nando alteração na cotação das moedas. Com isso, é impactada por:

110
Curso Preparatório CPA10

Balança de pagamentos
Quando a balança de
pagamentos está positiva, Inflação
ou seja, o país está vendendo Quando a inflação
mais do que comprando, aumenta, desvaloriza a
mais dólares entram no taxa cambial. Imagine
país. Muita oferta de uma uma caneta que é vendida
moeda pressiona seu preço por U$$ 1. Quando o dólar
para baixo, valorizando a vale R$ 5,00, significa que Transações de
taxa cambial local. E, se a a caneta custa R$ 5,00, investimentos
balança de pagamentos mas se a taxa cambial especulativos
está negativa, o país está desvalorizar, fazendo o Operações estruturadas
comprando mais do que dólar subir para R$ 8,00 com moedas podem
vendendo, o que aumenta a por exemplo, o preço da aumentar a oferta ou
demanda por dólar, faz subir caneta no Brasil vai subir, demanda de moeda
o seu preço e desvaloriza a aumentando a inflação. estrangeira, impactando
taxa cambial no Brasil. o preço.

Taxa de juros Situações políticas


Quando os juros de um país, Reformas fiscais, tendências de governo e
principalmente se for emergente como outros fatores podem melhorar ou piorar
o Brasil, estão baixos e pouco atrativos, um cenário econômico. Por exemplo, se a
os investidores (que possuem capital situação estiver ruim, o risco aumenta e
especulativo) levam o dinheiro para há fuga de capital, para isso, as pessoas
outros países, que têm menos riscos. compram dólares (aumenta a demanda),
Com muitas pessoas comprando dólar, causando aumento da moeda estrangeira, e
isso aumenta a demanda pela moeda e ocorre o inverso, se a situação for boa.
seu preço sobe. Dólar sobe, taxa cambial
brasileira desvaloriza.

Balança de pagamentos

A balança de pagamentos é a relação de capital de um país com outros. Envolve expor-


tação e importações, serviços (como turismo), aquisição de bens e investimentos.

111
Curso Preparatório CPA10

Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) é composto pelo presidente do Banco Central


e seus diretores, e tem o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e
definir a taxa de juros básica da economia. Esse comitê se reúne periodicamente para
definir a meta para a taxa básica de juros.

Os objetivos do Copom são:


• analisar o Relatório de Inflação (IPCA);
• definir a meta da taxa Selic;
• implementar diretrizes de política monetária.

O Copom analisa o IPCA para definir a Selic Meta. Assim, o comitê define a meta da taxa
de juros, implementa um perfil de utilização de crédito (se estiver caro, usam pouco, se
estiver barato usam mais) ou investimentos (se a taxa está alta, deixam de consumir
para investir, se a taxa está baixa, preferem consumir a investir) e, consequentemente,
de consumo, impactando a inflação e complementando o ciclo contínuo.

112
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
CMN: meta da inflação.
Copom: meta da taxa de juros (Selic Meta).
Meta Selic: instrumento de controle da inflação.

A taxa básica de juros é uma forma de o gov-


erno regular a liquidez do mercado por meio da
oferta e demanda de liquidez. O grande desafio
de um país é crescer com a menor taxa de juros
e a menor inflação possível.

Com taxas altas, os consumidores compram


menos (pelo custo do crédito ou porque prefer-
em aplicar), fazem menos empréstimos, reduz-
indo a inflação e impactando negativamente o
crescimento do país.

Com taxas mais baixas, os consumidores aque-


cem a economia, buscam mais empréstimos e
compram mais, aumentando o crescimento do
país e a inflação.

113
Curso Preparatório CPA10

Taxas de Juros

Taxa Selic Meta – Divulgada pelo Taxa Selic Over ou diária – É a


Copom, é expressa na forma anual taxa média ponderada pelo volume
para 252 dias úteis e represen- das operações de financiamento
ta o nível de taxa de juros que o por um dia, lastreadas em títulos
governo considera adequada para públicos federais e registradas no
atingir a meta de inflação definida sistema Selic. Expressa na forma
pelo CMN. É um instrumento para anual para 252 dias úteis, é a taxa
direcionar o mercado. efetivamente praticada no mer-
cado, que irá remunerar os títulos
indexados à taxa Selic, como o
Tesouro Selic.

O Sistema Especial de Liquidação e Custódia, administrado pelo BCB, possui a


custódia de praticamente todos os títulos públicos do país, registrado em nome das
instituições financeiras que os detêm.

Essas instituições financeiras emprestam e captam recursos


ao longo do dia, e quem tiver falta de liquidez deverá fazer uma
operação para suprir, enquanto as IF que possuem dinheiro
de sobra podem ser a contraparte. Essas operações, quando
tiverem o lastro em títulos públicos, são registradas no Selic e
dão origem à taxa Selic Over, ou diária.

114
Curso Preparatório CPA10

DICA
O Banco A precisa de recursos e faz uma operação de
financiamento (empréstimo) com lastro em títulos públicos
hoje (D+0) com o compromisso de liquidá-lo amanhã (D+1).
A outra parte, que cede o recurso, pode ser o Banco
Central, outra instituição financeira ou até um fundo de
investimento. E as operações são registradas no Selic, que
divulga diariamente as taxas praticadas nesses contratos.

CDI – Certificado de Depósito


Interfinanceiro são operações
realizadas entre bancos, com
o objetivo de captar recursos,
geralmente para suprir insuficiência
de liquidez. Diariamente, há bancos
com excesso de recursos e outros
com falta de recursos, que realizam
operações entre si.

E a Taxa DI é a taxa média do CDI, divulgada diariamente pela B3, que faz a custódia
dos contratos privados. Tem como base as operações de depósitos interfinanceiros,
pactuadas por um dia útil. Sua taxa é expressa ao ano, considerando 252 dias úteis.

115
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
As taxas DI e Selic diária são similares: ambas vêm de
operações de financiamento entre instituições financeiras,
considerando um dia útil. A principal diferença é que a Se-
lic diária vem de operações com lastro em títulos públicos.

TR – Taxa Referencial é formada a


partir da média dos títulos públicos
prefixados. Ou seja, é calculada a
partir da média das taxas praticadas
nos títulos do tesouro nacional
Tesouro Prefixado, na modalidade
vendida com desconto, antigamente
chamadas de Letras do Tesouro
Nacional (LTN) – veremos as
características desse ativo no
capítulo 6.

ATENÇÃO
A média das taxas praticadas nesses títulos dá origem à
Taxa Básica Financeira (TBF), quando, então, aplica-se
um redutor, resultando na TR, que é utilizada no cálculo
da poupança, FGTS, financiamentos habitacionais, entre
outros.

116
Curso Preparatório CPA10

Conceitos básicos de finanças


Taxa de juros nominal e taxa de juros real
Taxa de juros nominal Taxa de juros real

Comprar

É a taxa de juros nominal descontando a


inflação do mesmo período por um de seus
índices (IPCA, IGP-M etc.).
A fórmula da taxa de juros real, chamada
de fórmula de Fisher, faz a divisão da taxa
É a taxa visível aos participantes de uma nominal pela taxa de inflação, em vez de
transação, que é negociada nas aplicações subtrair.
e nos empréstimos. É a taxa que usamos
para atualizar um valor.
[(
Taxa REAL =
(1 + Taxa Nominal) [ (
- 1 x100
(1 + Inflação)
Isso faz com que o resultado seja um
pouco diferente.

Exemplo: um CDB tem uma taxa de 5%. Exemplo 1: Taxa nominal de 5% e IPCA de 2%.
Essa taxa é uma taxa nominal, a taxa que
[(
será cadastrada no sistema. Taxa REAL =
(1 + 5%) [ (
- 1 x100
(1 + 2%)
Resultado: (1,05/1,02) - 1 x 100 = 2,94%

Exemplo 2: Taxa nominal de 5% e IPCA de -2%.

[(
Taxa REAL =
(1 + 5%) [ (
- 1 x100
(1 + - 2%)
Resultado: (1,05/0,98) - 1 x 100 = 7,14%

117
Curso Preparatório CPA10

DICA
Inflação Deflação
um pouco menos do que um pouco mais do que
subtrair. somar.

Taxa de juros equivalentes versus taxa de juros proporcional

Equivalente Proporcional
Diz-se que duas taxas são equiva- Duas taxas são proporciona-
lentes quando é utilizada a is quando é utilizado o regime
capitalização composta e, se forem de capitalização simples. Basta
aplicadas sobre um mesmo capital, multiplicar ou dividir a taxa en-
no mesmo tempo, chegam ao mes- tre os períodos para se chegar ao
mo resultado. resultado.
Exemplo: 2% ao mês é equivalente Exemplo: 2% ao mês é
a 26,82% ao ano. proporcional a 24% ao ano.

118
Curso Preparatório CPA10

Juros simples versus juros compostos

Juros simples são um percentual


de remuneração que incide sobre
o capital inicial. O juro é sempre
calculado tendo por base o valor
do início do investimento (capital).
Taxa de juros simples é igual a valor
presente vezes taxa linear, dividida
por 100, vezes o tempo. Se quiser
saber o valor do saldo total, é só
somar com o capital.

J = VP x i x n

Na qual J = juros, VP = valor presente, VF = valor futuro, i = taxa, n = prazo.

119
Curso Preparatório CPA10

Juros compostos incidem sobre


capital atualizado, ou seja, sobre o
valor inicial mais os juros de cada
período. São exponenciais, pois
em vez de multiplicar, eleva-se ao
tempo. Com isso, tem-se o capital
atualizado pelos juros para o cálculo
do período seguinte.

J= VP x ((1 + i)^n) – 1

VF= VP x (1 + i)^n

Na qual J = juros, VP = valor presente, VF = valor futuro, i = taxa, n = prazo.


Observação: a taxa sempre tem de estar linear, ou seja, dividida por 100 = por cento.

120
Curso Preparatório CPA10

DICA
Conversão de taxas, com exemplo de taxa de 6% ao mês:

Juros simples Juros compostos


0,20% ao dia 0,19% ao dia 101,22%
72% ao ano ao ano

Preste atenção na orientação ao investidor. Se fosse possível escolher, qual taxa traria
maior retorno em um determinado cenário?

Juro simples é maior quando Juro composto é maior quando


a unidade de tempo requerida é a unidade de tempo requerida é
menor do que a unidade de tempo maior do que a unidade de tempo
em que a taxa está expressa. em que a taxa está expressa.

Exemplo: o problema apresenta Exemplo: a questão apresenta


uma taxa ao mês e a aplicação é uma taxa ao mês e a aplicação
para um dia (veja no quadro acima: é para um ano (veja no quadro
a uma taxa de 6% ao mês, a taxa acima: a uma taxa de 6% ao mês, a
ao dia nos juros simples é 0,20%, taxa ao ano nos juros compostos
maior do que no cálculo de juros é 101,22%, maior do que no cálculo
compostos). de juros simples).

121
Curso Preparatório CPA10

Outros conceitos de economia e finanças

Índice de referência (benchmark) aplicado a produtos de investimento é o ter-


mo utilizado quando um índice de mercado conhecido é escolhido como objetivo ou
parâmetro de avaliação da gestão dos fundos de investimento, ou mesmo outros in-
vestimentos, permitindo a comparação entre eles.

DICA
Exemplos de fundos de renda fixa são CDI, Selic, IGP-M.
Exemplos de fundos de renda variável são Ibovespa e
IBRX.

Volatilidade é uma medida de risco que indica a intensidade da


oscilação de preços de um ativo ou carteira de ativos. Quanto
mais volátil, mais oscila, dessa forma, o risco de um ativo ou
uma carteira será maior. A expectativa de rendimento será
proporcionalmente maior.

122
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
O investidor só aceita correr um risco maior
(volatilidade) se tiver uma probabilidade de rendimento
que compense o risco.

Prazo médio ponderado de uma carteira de títulos é o prazo


médio ponderado do valor presente dos títulos de uma carteira
de renda fixa, descontados pela taxa de juros vigente, pelos
seus respectivos prazos a decorrer até o vencimento.

Por que é importante conhecer o prazo médio de uma carteira?

123
Curso Preparatório CPA10

• Ele determinará maior ou menor grau de exposição ao risco de mercado.

• Uma carteira de títulos de taxa prefixada está exposta ao risco da elevação da taxa
de juros. A carteira estará tanto mais exposta a esse risco quanto maior for o prazo
médio de seus ativos.

• As carteiras de prazo mais longo se caracterizam por apresentarem maiores oscila-


ções de preço. Por serem mais arriscadas, no longo prazo, tendem a apresentar maior
rentabilidade.

Apreçamento de ativos

Marcação a mercado como valor presente de um fluxo de pagamentos


(apreçamento de ativos)

As instituições participantes devem utilizar a marcação a mercado (MaM), também


chamada de apreçamento de ativos, no registro de todos os papéis que compõem os
fundos de investimento que administram.

124
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Apreçamento de ativos ou marcação a mercado con-
siste em registrar todos os ativos, para efeito de valo-
rização e cálculo de cotas dos fundos de investimento,
pelos preços negociados diariamente no mercado.

Também é possível perceber a marcação a


mercado no extrato de um título público, no
qual é registrado quanto um título valeria se
fosse vendido naquele momento, antes de seu
vencimento.

Para o cálculo do valor de um ativo marcado


a mercado, não importa o valor da aquisição
(compra), ou mesmo o valor no vencimento,
mas qual a cotação daquele ativo no mercado
no momento da consulta.

125
Curso Preparatório CPA10

Considerando que em um fundo de


investimento todos os dias pode
haver cotistas realizando aplicações
ou resgates, ocorre que o fundo
nem sempre leva os papéis até seu
vencimento, e, ao vender, se não
fizesse essa cotação diária, poderia
ter um preço diferente do que
estava registrado, o que acarretaria
desigualdade entre os cotistas.

Dessa forma, esse procedimento é obrigatório, para dar maior transparência aos riscos
e evitar a transferência de riquezas entre os cotistas do fundo.

ATENÇÃO
Marcação a mercado é reconhecer o valor do título
negociado no mercado, do ativo no momento presente,
independentemente do preço de aquisição ou de
vencimento.

Veja o exemplo simplificado a seguir.

126
Curso Preparatório CPA10

João tem um
cheque pré-datado
para 30 dias de
R$ 1.000,00 e
pede para seu R$
amigo Pedro lhe
emprestar o valor e
ficar com o cheque Ele encontra Maria,
como pagamento. que, analisando o
Pedro cobra 3% e emissor, diz que só R$
lhe dá R$ 970,80. aceita se receber
Mais tarde, se 5%. Pedro aceita e
arrepende, e recebe R$ 952,38
resolve passar o pelo cheque.
cheque adiante Mais tarde,
para recuperar o Maria encontra
seu dinheiro. Sebastião, que tem
bastante dinheiro
aplicado a juros
baixos, e compra o
cheque, cobrando
2% do valor. Então,
Maria vende o
cheque por R$
980,40.

Valor de face Juros Valor a mercado Quem investiu

R$ 1.000,00 3% R$ 970,80 Pedro

R$ 1.000,00 5% R$ 952,38 Maria

R$ 1.000,00 2% R$ 980,40 Sebastião

Observação: o cálculo da marcação a mercado é mais complexo, considerando a taxa


de emissão, o prazo em dias úteis e as perspectivas de mercado. O exemplo se destina
somente a fixar o conceito.

Como podemos perceber no exemplo, à medida


que a taxa de juros sobe, o valor de mercado do
título cai, porque não haverá investidores dis-
postos a aceitar a remuneração original do títu-
lo se no mercado houver títulos mais rentáveis,
ou porque se exige mais, por haver aumento de
risco. Nesse caso, o título é contabilizado com
deságio, por um preço menor.

127
Curso Preparatório CPA10

O raciocínio é o mesmo para quando a taxa


de juros de mercado cair. O preço do título se
elevará, será contabilizado com ágio, por um
preço maior, com ágio. Por isso, uma das formas
de memorizar é imaginar uma gangorra, na qual
em uma parte está o preço do ativo e na outra a
taxa de juros: quando uma sobe, a outra cai.

Outro exemplo de marcação a mercado:

Um título Público Tesouro IPCA+ paga 6% ao


ano mais o IPCA.
São emitidos novos títulos a 8% + IPCA.
Qual deles você compraria?

Para que um Tesouro IPCA+ com o rendimento menor que o mercado atual se torne
atrativo, terá de ser vendido com deságio. Digamos que o título tenha valor de face de R$
1.000,00, e seja vendido por R$ 900,00. Os R$ 100,00 de deságio mais os 6% empatariam
com os 8% que o mercado exige (exemplo hipotético).

ATENÇÃO
Não se pode modificar o cupom original do ativo, ou seja,
a taxa de juros que foi combinada na emissão. Para que
tenha atratividade, resta vendê-lo por um preço menor,
que garanta ao seu novo titular a remuneração vigente
de mercado.

128
Curso Preparatório CPA10

Mercado primário e mercado secundário

Mercado primário é quando o emissor do título coloca à venda os seus papéis, ou os


recompra, o que ocorre na aplicação e resgate de um investimento, com captação de
novos recursos ou pagamento, alterando o fluxo de caixa.

R$

Exemplo 1: Exemplo 2:
Uma empresa emite uma A cooperativa capta em
debênture para captar re- RDC, então, aumenta os
cursos para um projeto de recursos administrados.
investimento. O objetivo da
empresa emissora do papel
é captar recursos, ou seja,
ter mais dinheiro em caixa.

129
Curso Preparatório CPA10

Mercado secundário é quando um investidor vende a outro investidor os papéis, não


altera o fluxo de caixa do emissor, não há entrada ou saída de recursos, o emissor não
se envolve.

Exemplo: Um título público possui vencimento


em 2055 (o resgate só pode ocorrer nessa data,
acessando o mercado primário, quando o Tesouro
Nacional pagará o valor e taxa combinados ao de-
tentor do título).

No entanto, como não consegue resgatar, porque não está na data do vencimento, o
investidor que o detém poderá vendê-lo no mercado secundário para outro investidor,
quando, então, o título apenas troca de mãos.

130
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
A função do mercado secundário é proporcionar liquidez
ao mercado. Quando um investidor não consegue
resgatar o seu dinheiro, vende o título para outro
investidor.

FIXANDO NA MEMÓRIA
Mercado Emissor
Primário Investidor

Mercado Investidor
Secundário Investidor

E, com isso, chegamos ao fim de mais um capítulo! Nele, você conheceu os conceitos
básico sobre finanças e economia nacional. Até o próximo capítulo!

131
Capítulo 4 –
Princípios de
investimento

Neste capítulo, vamos conhecer os principais fatores relacionados à análise de inves-


timentos, como rentabilidade, risco e liquidez em renda fixa e renda variável, assim
como vamos ver os assuntos principais de finanças pessoais.

Principais fatores de análise de


investimentos
Rentabilidade

132
Curso Preparatório CPA10

Ao analisar um investimento, é preciso verificar o valor de resgate e o valor da aplica-


ção, sendo que a diferença é o rendimento do período.

Rentabilidade
absoluta É medida em valores ou percentual, mas não demonstra um
critério de avaliação, pois não há parâmetros de comparação.
Uma taxa nominal é considerada absoluta, pois não está sendo
comparada com outro indicador.

Exemplo: 10%.

Rentabilidade
relativa
É a rentabilidade comparada a um benchmark de mercado. É aval-
iada em percentual sobre um indicador de referência.

Exemplo: 98% do CDI, 110% do Ibovespa.

133
Curso Preparatório CPA10

Rentabilidade
bruta Não tem os impostos descontados. Os juros descritos no contra-
to são rentabilidade bruta, e incidirão sobre o capital. Os impos-
tos são obrigações do investidor sobre seus ganhos de capital e
podem modificar ao longo do tempo, de acordo com a tabela de
aplicação.

É quando os impostos são descontados do valor divulgado. A


rentabilidade líquida exige alguns cuidados na divulgação, pois,
Rentabilidade em alguns produtos, há alíquota única de Imposto de Renda, mas
líquida em outros, há redução de alíquotas de acordo com o tempo, o que
poderia causar confusão em comparações, por isso não costuma
ser utilizada como parâmetro de referência.

Quando for utilizada para comparação de produtos diferentes,


e caso um deles tenha isenção de IR (Ex.: CDB com LCA), é
obrigatório que sejam apresentados os avisos das diferenças dos
produtos.

Liquidez

Liquidez é a capacidade de se
transformar um investimento em
dinheiro, a qualquer momento, por
um preço justo. A falta de liquidez
faz com que seja difícil vender um
ativo, ou porque há pouco dinheiro
no mercado, ou porque há poucos
compradores interessados.

134
Curso Preparatório CPA10

Já um mercado líquido significa que há abundância de recursos


e as pessoas estão comprando mais. Com mais liquidez,
aumenta-se o fluxo de recursos na economia, o que pode trazer +
aumento de inflação, pois, com mais dinheiro circulando, há
maior demanda por produtos e serviços.

Risco

Risco é a possibilidade de que haja perda parcial ou total do


capital investido, devido a fatores adversos aos inicialmente
previstos.

Principais riscos do investidor em


renda fixa

Risco de crédito/risco de emissor


ocorre quando o devedor ou
emissor de um título não honra seus
compromissos (inadimplência).

135
Curso Preparatório CPA10

Risco de liquidez é a dificuldade de se converter um


investimento em dinheiro. Quando um investidor quer vender
um ativo e não há compradores, incorre em risco de liquidez,
pois não consegue vender.

Algumas vezes, aceita-se um


valor menor do que o ativo vale,
pela necessidade de dinheiro
(negociação). O ativo continua
valendo o preço integral, mas
aceita-se um preço injusto para se
desfazer dele.

ATENÇÃO
Preste atenção na diferença entre os conceitos: liquidez
é a facilidade de se converter um ativo em dinheiro, é
dinheiro circulando no mercado; já o risco de liquidez
é a dificuldade de se converter um ativo em dinheiro, é
restrição.

Risco de mercado são oscilações das taxas de juros ou do preço de um ativo (vola-
tilidade). Ele ocorre em ativos com juros prefixados, devido a duas situações:

136
Curso Preparatório CPA10

A taxa prefixada trava uma Se o investidor precisar


rentabilidade. Se os juros no vender o ativo antes do
mercado subirem, o investi- vencimento, e as condições
dor recebe menos do que o de mercado forem difer-
mercado. entes, o valor do ativo será
impactado pela marcação a
mercado.

DICA
Em caso de dúvida, você viu o conceito de marcação a
mercado no capítulo 3.
Volte e reveja!

ATENÇÃO
Risco de mercado externo: o mercado externo interfere
diretamente no comportamento dos ativos.

137
Curso Preparatório CPA10

Eventos como alteração na taxa


de juros de outros países, taxa de
câmbio, questões internacionais
tributárias, regulatórias e legais,
assim como questões políticas
internacionais, podem acarretar
valorização ou desvalorização dos
ativos nacionais.

Fatores determinantes para adequação


dos produtos de investimento às
necessidades dos investidores
Objetivos de investimento

138
Curso Preparatório CPA10

Ao fazer um plano de investimentos, o investidor, além de considerar o seu perfil, de-


verá observar as questões específicas aos objetivos dos investimentos. Cada objetivo
traz uma necessidade e uma indicação de produtos.

Entenda o objetivo para saber as necessidades e, com isso, indicar produtos compatí-
veis. Veja exemplos a seguir.

Objetivo Necessidade Produtos indicados

Reservas Baixo risco e alta liquidez CDB, Fundos DI

Alavancagem Baixo risco e alta liquidez Ações, derivativos

Horizonte de tempo
O investidor, ao definir sua carteira de acordo com os seus objetivos, possui horizon-
tes de tempo para cada um deles, ou seja, há um prazo adequado para a utilização do
recurso.

139
Curso Preparatório CPA10

Reservas para Aposentadoria: Ações:


emergência: o horizonte deve ser horizonte de tem-
precisam ter liquidez superior a dez anos, po superior a dois
diária, ou horizon- para ter tempo de anos, pois pode
te de tempo curto, juntar o montante e haver períodos de
porque podem ser buscar rentabilidade oscilações e é pre-
utilizados a qualquer compatível aos ciso ter tempo para
momento. objetivos. escolher o melhor
momento de comprar
ou vender.

Relação entre risco X retorno X liquidez

Risco, retorno e liquidez são três


fatores importantes na escolha
de investimentos, e devem ser
analisados para chegar a uma
alternativa em que se busque a
melhor relação para o investidor, de
acordo com cada situação.

140
Curso Preparatório CPA10

Capacidade
de tomar risco depende do
montante total dos recursos
Disposição de tomar risco é o
disponíveis, da estrutura de
perfil do investidor, que engloba
gastos do investidor e de quando
questões pessoais e subjetivas.
o recurso será utilizado.

É preciso entender os objetivos SOBRE RISCO É o quanto o investidor se sente


confortável com o risco de um
e as necessidades de curto, É IMPORTANTE investimento para o retorno
médio e longo prazos, assim
como as consequências de AVALIAR que pretende alcançar.
uma eventual perda em um
momento em que o investidor
poderia precisar do dinheiro.

FIXANDO NA MEMÓRIA
Risco Retorno Liquidez Retorno

Quanto maior o risco, Quanto menor a liquidez,


maior a probabilidade de maior a probabilidade de
rentabilidade (retorno). rentabilidade.

Liquidez Risco Liquidez Risco Retorno

Quanto menor a liquidez, Quanto mais liquidez,


maior o risco assumido, menos risco e menos re-
pois o investidor pode torno.
precisar do dinheiro e não
conseguir sacar.

141
Curso Preparatório CPA10

Risco em ações

Em ações, não há risco de crédito, pois o investidor não é credor, não emprestou di-
nheiro para a empresa. Ele, ao adquirir ações, se tornou dono do negócio, assumindo o
risco por si mesmo.

Risco de liquidez

O risco de liquidez se expressa no


momento em que um investidor
quer vender suas ações e não
encontra compradores com
facilidade. Há empresas cujas ações
têm mais negociação, consideradas
ações líquidas, e as ações de baixa
liquidez, que contam com poucos
negócios.

142
Curso Preparatório CPA10

As ações que compõem o Índice Bovespa (ou Ibovespa)


possuem alta liquidez, porque são facilmente negociadas nos
pregões diários da Bolsa.

Risco de mercado sistemático e não sistemático


O risco de mercado, de oscilação de preços, se subdivide em:

Risco sistemático Risco não sistemático ou


Não diversificável, dificulta específico
que o investidor se proteja É diversificável, os “ovos em
das oscilações. várias cestas”.

143
Curso Preparatório CPA10

Risco sistemático refere-se a fatores externos


da empresa, como mudanças na economia na-
cional e internacional, crises, questões políticas
e de relacionamento entre países.

Atinge o mercado em maior ou menor escala,


e não há como se proteger, porque afeta todo
o mercado. Por isso, é chamado de risco não
diversificável.

Risco não-sistemático ou específico é o risco


que depende de fatores relativos a um setor da
economia ou que são específicos de uma em-
presa. Se um setor ou empresa for atingido, não
afeta os demais.

Caso os executivos de uma empresa sejam pro-


cessados por fraude, por exemplo, isso atingirá
apenas essa empresa específica. Por isso, esse
risco é diversificável, ou seja, ao adquirir ações
de diferentes segmentos, o investidor poderá
diversificar os riscos específicos.

144
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Modelos matemáticos e estatísticos comprovam que
carteiras diversificadas possuem risco menor do que
teriam se cada ativo fosse analisado separadamente,
em virtude das combinações dos riscos e dos retornos
de ambos.

Finanças Pessoais

O planejamento financeiro é o primeiro passo para estabelecer a situação financeira


e patrimonial, individual ou familiar. O orçamento é uma importante ferramenta para
a obtenção dos objetivos, pois permite controlar melhor o dinheiro e planejar o futuro
com segurança e confiança.

145
Curso Preparatório CPA10

Demonstrativo de resultados: orçamento e fluxo de caixa

O primeiro passo do planejamento


financeiro é identificar todos os
rendimentos e todas as despesas.
Essa tarefa consiste em calcular
quanto se ganha e quanto se gasta.

Receitas
Estimativa de recebimento
mensal e anual, entradas
periódicas e eventuais.

Dívidas
R$ Investimentos
Se houver,
É indicado que
especificar o valor
o orçamento
comprometido com
familiar preveja
todas as dívidas,
DEVEM SER uma parcela para
como empréstimos,
PREVISTOS R$ os investimentos
financiamentos,
não inferior
parcelamentos no EM UM a 10%, para a
cartão de crédito ORÇAMENTO formação de
ou outros meios.
reservas para
As parcelas das
emergências,
dívidas não devem
aposentadoria e
ultrapassar 30% da R$
projetos.
renda.

Despesas
Separar despesas de
manutenção e consumo,
assim como as despesas
fixas e variáveis.

146
Curso Preparatório CPA10

Além do orçamento, é importante


fazer o acompanhamento das
receitas e despesas mensais. Ou
seja, do fluxo de caixa, as reais
entradas e saídas, para as devidas
adequações e ajustes ao que foi
planejado, ou caso haja eventuais
modificações de cenários.

O fluxo de caixa é a entrada e a saída de din-


heiro, efetivamente. Enquanto o regime de
competência é o período em que uma receita ou
despesa foi gerada, o regime de caixa significa
R$
quando ela efetivamente impactou o saldo.

Nem sempre ocorre o recebimento das receit-


as geradas durante o mês. Pode haver par-
celamento ou, então, inadimplência. Da mesma
forma, as despesas realizadas em um mês
podem vencer em meses seguintes, por meio de
prazo ou parcelamentos.

O descuido com o fluxo de caixa pode acarretar


problemas financeiros, com o não recebimen-
to de receitas por trabalhos já realizados ou o
acúmulo de despesas realizadas a prazo.

147
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Jamais parcele contas de consumo, como combustível,
supermercado, energia, educação etc., pois elas
ocorrem todos os meses.

Imagine um consumidor que parcela a conta do supermercado em três vezes. No mês


seguinte, ele terá a nova compra mais a parcela do mês anterior, e essa atitude pode
virar uma bola de neve, com impactos significativos na construção do patrimônio e na
gestão das finanças pessoais.

Por isso é importante ter um valor de reserva, que possa ser


utilizado em eventuais desencaixes, sazonalidades ou mesmo
em emergências. Lembre-se de que os recursos em reserva de
emergência devem ser aplicados em investimentos com liquidez
e baixo risco, como, por exemplo, investimentos atrelados à taxa
DI.

148
Curso Preparatório CPA10

Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é o levantamento patrimonial de uma pessoa ou família. Para
realizá-lo, deve-se anotar todos os bens e dívidas e a diferença entre essas duas con-
tas será o patrimônio líquido.

Veja a tabela:

ATIVOS PASSIVOS

Saldo em conta R$ 300,00 Dívidas parceladas R$ 800,00

Aplicação R$ 12.200,00 Empréstimo R$ 2.000,00

Carro R$ 30.000,00 Financiamento R$ 120.000,00

TOTAL:
Casa R$ 200.000,00 R$ 122.800,00
(passivo exigível)

Gado R$ 20.000,00 Patrimônio líquido R$ 139.700,00

TOTAL ativos: R$ 262.500,00 TOTAL passivos: R$ 262.500,00

De forma que:

ATIVOS PASSIVOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO

É o valor de todos os bens, É composto por capital de É a diferença entre os


calculados pelo seu valor terceiros (dívidas) e capital bens (ativos) e as dívidas
de mercado. próprio. (passivo exigível).

Se fosse uma empresa, seria o capital que a empresa deve para o dono.
O saldo de todas as dívidas formais e informais é o passivo exigível, a
origem de recursos que pertence a terceiros.

149
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Na contabilidade, o valor dos ativos é igual ao valor
dos passivos, isso porque o passivo –as obrigações
– é subdividido entre obrigações com terceiros e
patrimônio próprio, que é aquilo que pertence de fato ao
proprietário.

Índices de endividamento

O cálculo do índice de endividamento, ou grau de endividamento (GE) pode ser reali-


zado de duas formas. Acompanhe no fluxograma.

150
Curso Preparatório CPA10

GE

Índice de endividamento mensal


Índice de endividamento patrimonial
(ou índice de comprometimento mensal)
É obtido por meio do cálculo das dívidas
É o quanto da renda mensal está
totais (que são o passivo exigível)
comprometida com dívidas e
dividido pelo total dos bens.
parcelamentos.

• Some todas O índice de • Some o total das Se o índice de


as suas dívidas endividamento dívidas. endividamento
(parcelas mensais). mensal, para patrimonial (GE)
• Some o total dos
ser considerado for superior a
• Calcule o seu bens.
administrável, não 100%, significa
salário mensal.
pode corresponder • Divida o total das que o patrimônio
• Divida o total das a mais de 30% da dívidas pelo total não é suficiente
dívidas pelo salário. renda. dos bens. para pagar as
dívidas e, por isso,
• O resultado, • O resultado, o indivíduo deverá
multiplicado por multiplicado por gerar mais receitas
100 (para ser 100 (percentual), para esse fim.
apresentado de é o índice de
forma percentual), endividamento
é o índice de patrimonial.
endividamento
mensal.

151
Curso Preparatório CPA10

Riscos ASG (Ambiental, Social e


Governança)
As classificações e análises de crédito
devem incorporar em suas análises,
de forma sistemática e transparente,
os fatores ASG (em inglês: ESG
Environmental, Social and Corporate
Governance). Os fatores ambientais,
sociais e de governança (ASG)
podem afetar os fluxos de caixa e a
inadimplência dos emissores de dívida
(títulos de renda fixa), assim como o
desempenho das ações em valorização e
distribuição de lucros (renda variável).

ATENÇÃO
A inclusão de fatores ASG na análise da empresa
ajuda a obter melhores avaliações de risco e a perceber
ameaças e oportunidades de crescimento da empresa.
A implementação de critérios de avaliação ASG na
política de investimento complementa as avaliações
convencionais, ao destacar os riscos que não são
percebidos pela análise tradicional, principalmente os
riscos de longo prazo.

152
Curso Preparatório CPA10

Dessa forma, a análise fica mais completa e eficaz, já que para:

As empresas, cuidados com mudanças climáticas, relações


trabalhistas inapropriadas ou a falta de transparência em
práticas contábeis podem causar perdas e ineficiências,
pressões regulatórias e impactos reputacionais.

O governo, na emissão de títulos públicos, os riscos


relacionados à gestão dos recursos naturais, às normas de
saúde pública, corrupção e a outros aspectos, podem afetar
as receitas fiscais, exportações e importações, e até os
investimentos estrangeiros no país.

153
Curso Preparatório CPA10

Riscos ASG em renda fixa

O rating do emissor deve conter itens so-


bre as estratégias de investimento que
possam impactar a capacidade de paga-
mento da empresa, como, por exemplo,
riscos de desastres ambientais, rotativi-
dade, riscos trabalhistas etc.

Análise de crédito

Rentabilidade

Realizar comparativos com relação aos


resultados de empresas do mesmo setor
que não adotam critérios ASG e identificar
os fatores de impacto, com relação à pro-
dutividade, eficiência, administração de
riscos, entre outros.

154
Curso Preparatório CPA10

Riscos ASG em renda variável

Capacidade Avaliação
de adequação da empresa
(valuation)
Previsão, análise e revisão de
Modelos que agregam des-
ações e orçamentos. Leva em
contos ou prêmios na avalia-
consideração estratégias de
ção da empresa, de acordo
investimento que impactam re-
com a adesão a critérios de
ceitas, custos, fluxo de caixa e
sustentabilidade.
outros indicadores.

Análise de
sensibilidade
Desenvolver simulações de
cenários complexos para
identificar quais critérios e
políticas ASG serão mais efe-
tivos na gestão de riscos.

E chegamos ao fim deste capítulo! Nele, você conheceu os principais fatores relacio-
nados à análise de investimentos, como rentabilidade, risco e liquidez em renda fixa e
renda variável, além dos pontos principais de finanças pessoais. Agora é só aplicar na
prática, não é mesmo? Até o próximo capítulo!

155
Capítulo 5 -
Fundos de
investimento

Neste capítulo, você vai conhecer a forma de constituição e funcionamento dos fun-
dos de investimento, bem como suas classificações e sua tributação.

Definições legais
Fundos de investimento

Um fundo de investimento é um condomínio


que reúne recursos de um conjunto de investi-
dores, com o objetivo de realizar investimentos
financeiros dos recursos de seus participantes.

156
Curso Preparatório CPA10

Os cotistas são os titulares (proprietários) das


cotas dos fundos de investimento. Um fundo
pode ter um único investidor, quando então é
chamado de fundo exclusivo, ou vários inves-
tidores, no qual o número de participantes é R$
ilimitado.

Caracteriza-se por ser uma prestação de serviços sob regime de melhores esforços,
ou seja, a instituição financeira que administra o fundo cobra uma taxa de administra-
ção dos recursos dos investidores, de acordo com a política de investimentos de cada
fundo.

157
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Não conta com nenhuma garantia do Fundo Garantidor
de Créditos (FGC), da Anbima ou do administrador. Se
ocorrer de o administrador entrar em liquidação financei-
ra (como se fosse uma falência), os cotistas farão uma
assembleia trocando o administrador, por isso, não há
necessidade da garantia do FGC.

Eventuais perdas que o fundo possa


ter são de responsabilidade do
cotista (investidor), porque o fundo
tem uma personalidade jurídica, e o
cotista, ao aplicar, torna-se “sócio
do negócio”.

158
Curso Preparatório CPA10

O que o investidor deve Caso o fundo tenha perdas,


observar é o regulamento em virtude de explorar
do fundo, em especial a mercados e riscos não
sua classificação de risco e autorizados, o investidor
política de investimentos. arcará com o prejuízo, mas
poderá executar judicial-
mente o administrador pela
perda.

A Anbima, entidade de apoio e autorregulação,


possui a função de receber os documentos
(regulamento, formulário) e analisar e certificar
se estão de acordo com as regras. Isso não
representa uma garantia do investimento.

ATENÇÃO
O investimento por meio de fundos dilui os custos de
administração da carteira entre os participantes, o que
é um benefício importante.

159
Curso Preparatório CPA10

Ações
$

CDB
Fundo de $
investimento
$$$$ Títulos Públicos
$

Debêntures
$

Patrimônio líquido de um fundo é o recurso total investido. Esse recurso tem origem
na soma dos saldos individuais dos investidores, que se torna um único montante para
investir no mercado, de acordo com os objetivos constantes em cada regulamento.

Riscos dos ativos individuais versus riscos da carteira

Se considerarmos os valores individualmente de ativos no investimento, eles possuem


riscos maiores do que se forem correlacionados em uma carteira.

160
Curso Preparatório CPA10

FIXANDO NA MEMÓRIA
Imagine um investimento único de R$ 100 mil.
Se, por exemplo, houver inadimplência do emissor, a perda
é total.

Agora considere esse título dentro de um fundo, com pat-


rimônio líquido de R$ 100 milhões. Caso haja inadimplên-
cia, representará 0,1% de perda.

01 R$
Diversificação
Possibilita o acesso a diversas modalidades
de investimento, com baixos valores.

BENEFÍCIOS DO
INVESTIMENTO
02 Acessibilidade
Acesso a diversos mercados que
individualmente o investidor não
R$
conseguiria nas mesmas condições.
EM FUNDOS

03 %
Profissionalização
Possibilita que os investimentos sejam
administrados profissionalmente, sem que o
R$
investidor tenha de dominar a utilização de
um sofisticado instrumental de análise.

161
Curso Preparatório CPA10

Fundos de investimento (FI) e Fundos de investimento em


cotas (FIC)

Fundos de investimento
R$ Em sua política de investimento, estipula que o investidor com
fundo de investimento (FI) pode investir em ativos livremente,
escolhendo diretamente seus papéis, como títulos públicos,
CDB, ações, debêntures etc.

Fundos de investimento em cotas


5% Os FIC possuem, em sua política de investimen-
to, a obrigatoriedade de se comprar no mínimo
95% 95% do patrimônio líquido em cotas de outros
fundos de investimento. Os outros 5% são de
livre administração.

Em vez de escolher diretamente os papéis no


mercado para a composição de sua carteira, o
fundo adquire cotas de fundos, de forma que é
permitido comprar cotas de um ou de vários FI.

162
Curso Preparatório CPA10

Nesse formato, a taxa de administração do fundo não é fixa. Ela pode ser prevista com
uma banda, como a taxa de administração de 1,2% a 2,2% – porque em sua cobrança
irá considerar a taxa de administração dos fundos dos quais irá comprar as cotas –
mais a taxa de administração do próprio fundo, que podemos exemplificar com a taxa de
administração dos fundos que adquire as cotas entre 1% e 2%, mais 0,2% de sua taxa.

Fundos abertos e fundos fechados

Fundo aberto admite movimentações a qualquer momento


(aplicação e resgate). O número de cotas é variável, sendo
que aumenta com as aplicações e diminui com os resgates e
come-cotas (que veremos mais adiante, no item tributação
em fundos).

163
Curso Preparatório CPA10

No fundo fechado, a aquisição de cotas é limitada por um


prazo, na abertura do fundo, para o início de suas atividades.
Depois disso, os fundos começam a operar e não recebem
novos aportes.

Alguns fundos fechados não têm período de resgate, como o fundo imobiliário, mas
outros possuem a possibilidade de vencimento para retirada do recurso, como o fundo
de direitos creditórios. Se o investidor quiser o seu dinheiro, ele poderá vender suas
cotas no mercado secundário para outro investidor.

164
Curso Preparatório CPA10

DICA
Imagine o seguinte cenário: para construir uma casa, é
preciso recursos para adquirir os materiais de construção
e construir o imóvel.
Se, após o bem ficar pronto, o investidor quiser seu din-
heiro de volta, não poderá destruir a casa e vender o ma-
terial utilizado. Para reaver seu dinheiro, poderá vender o
imóvel para outra pessoa.

Isso é chamado de mercado secundário, significa que o


dinheiro não voltou à origem, mas o bem trocou de mãos.

Os fundos fechados podem ter suas


cotas vendidas na Bolsa de Valores,
como se fossem ações. Por exemplo,
um fundo imobiliário, no qual,
mesmo com valores pequenos, um
investidor pode ter uma fração de
um imóvel e receber os aluguéis e a
valorização proporcionais ao valor
investido.

165
Curso Preparatório CPA10

Constituição e registro na Comissão de Valores


Mobiliários (CVM)

Um fundo precisa da autorização da CVM para funcionar, pois cabe a ela regular e fis-
calizar os fundos de investimento, buscando a proteção do investidor.

ATENÇÃO
A Instrução CVM 555 dispõe sobre a constituição, a
administração, o funcionamento e a divulgação de infor-
mações dos fundos de investimento.

166
Curso Preparatório CPA10

Cabe à Anbima auxiliar na construção,


na modernização e no aperfeiçoamento da
legislação de fundos de investimento, assim
como influenciar e dar suporte à indústria de
fundos, para explorar adequadamente as opor-
tunidades de crescimento e melhorar constante-
mente seus pilares.

O administrador deverá enviar os documentos


do fundo à Anbima, para avaliação prévia e con-
ferência de adesão às normas.

ATENÇÃO
Somente após a conferência da Anbima o administrador
enviará a documentação à CVM para buscar a
autorização de funcionamento e a captação de
recursos.

167
Curso Preparatório CPA10

Comunicação com o cotista

As informações ao cotistas, como comunicações, envio de documentos, divulgação


ou disponibilização de fatos relevantes e informações dos investimentos podem ser
feitas por meio físico ou eletrônico.

R$
As despesas do fundo são debitadas do patrimônio do fundo,
afetando a rentabilidade do cotista.

Cota, valor da cota e transferência de titularidade

Cota é um valor mobiliário que corresponde à


fração do patrimônio líquido do fundo.
São regulados e fiscalizados pela CVM.

168
Curso Preparatório CPA10

Quando um fundo inicia suas atividades, uma


cota vale R$ 1,00. Após isso, diariamente, ele
sofrerá impacto da valorização ou desvalori-
zação dos ativos que o compõem, junto com as
despesas do fundo, que são debitadas (deduzi-
das) do patrimônio líquido.

Valor diário Valor dos ativos - despesas do fundo


da cota =
Número de cotas

O valor da cota é calculado dividindo o valor do patrimônio líquido (que é composto pelo
valor dos ativos marcados a mercado menos as despesas do fundo) pela quantidade de
cotas. Dessa forma, diariamente, o valor da cota é impactado pelas despesas e pelos
rendimentos.

Quando um investidor faz


Res
um aporte, ele adquire
cotas, aumentando a
rte g A quantidade de cotas
diminui com o resgate.
o

at
ap

quantidade.
ed

O NÚMERO
Novo

e cotas

DE COTAS É
IMPACTADO DE
TRÊS FORMAS

P
Im a g a de
p o s m e n t o n da
to d e R e
São resgatadas cotas (evento chamado de
come-cotas) para o pagamento semestral de
Imposto de Renda nos fundos de investimento,
com exceção dos fundos de ações e dos fundos
fechados, que não possuem o come-cotas.

169
Curso Preparatório CPA10

Transferência de titularidade

Fundos abertos
As cotas de fundos fechados podem ser ven-
didas para terceiros (mercado secundário), caso
haja a troca da titularidade.

A formalização implica a assinatura de termo de


cessão e transferência, ou em bolsa, quando já
é previamente autorizado.

Fundos abertos
Normalmente, há aplicação e resgate.

170
Curso Preparatório CPA10

No entanto, a transferência de cotas é permiti-


da nos seguintes casos:
• decisão judicial ou arbitral;
• operações de cessão fiduciária;
• execução de garantia;
• sucessão universal;
• dissolução de sociedade conjugal ou união
estável por via judicial, ou escritura pública que
disponha sobre a partilha de bens e a trans-
ferência de administração dos bens.

Propriedade dos ativos dos fundos de investimento –


excluindo fundos imobiliários

Os ativos que compõem um fundo de investimento são de propriedade dos cotistas,


de forma que o administrador recebe uma taxa pela administração dos recursos. Para
caracterizar a propriedade dos ativos, cada fundo tem um CNPJ, com exceção dos
fundos imobiliários.

171
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Fundos de investimento imobiliário (FII): possuem
características diferentes dos demais fundos, visto que a
propriedade fiduciária dos ativos é do administrador. Por-
tanto, os recursos captados são reunidos e investidos em
imóveis ou títulos, não há segregação de recursos, ou seja,
há risco de crédito se o administrador for liquidado.

Barreira de informação

A segregação entre gestão de


recursos próprios e de terceiros
(chinese wall) é a exigência de
segregação entre os recursos
da instituição e os recursos de
terceiros. O objetivo é evitar
conflito de interesse, por meio
da segregação financeira e
administrativa entre a tesouraria
do banco e o patrimônio líquido de
cada fundo de investimento. Com
isso, o dinheiro dos cotistas não se
mistura com os recursos captados
pela instituição financeira e é
destinado exclusivamente ao
objetivo do fundo.

172
Curso Preparatório CPA10

Por exemplo, o dinheiro Já o dinheiro captado para


que uma instituição finan- um fundo de investimento
ceira capta em CDB – que deverá comprar papéis de
veremos no capítulo 6 – ou acordo com a política de
RDC na cooperativa pode investimento. Já imaginou
ser emprestado a outros se os valores ficassem mis-
clientes/associados, o que turados, como seria pos-
faz com que a instituição fi- sível verificar qual rentabi-
nanceira ganhe um spread. lidade é de que fonte? Se é
da instituição ou do fundo?
Por isto, a barreira de infor-
mação é obrigatória: para
segregar e evitar conflitos.

Spread

Ganho financeiro entre custo de captação de recursos e rendimento no empréstimo


desse mesmo recurso.

173
Curso Preparatório CPA10

Segregação de funções e responsabilidades

Assim como os recursos devem ser segregados, há a exigência de segregação de fun-


ções. A Pessoa Jurídica pode ser a mesma nas diversas funções, mas, na organiza-
ção interna, pessoas distintas devem desempenhar os diferentes papéis.

São eles:

Responde por toda a parte administrativa do fundo. É o


representante legal dos investidores. Responde civil e
criminalmente pela gestão, pela supervisão, pelo acom-
panhamento e pelas informações do fundo. Responde à
CVM e ao mercado. Faz a marcação a mercado a partir das
informações enviadas pelo custodiante, somando o valor
dos ativos e deduzindo as despesas a provisionar. Divulga a
Administrador
rentabilidade dos fundos e dá publicidade às informações.

174
Curso Preparatório CPA10

É o responsável pela escolha e negociação dos ativos que


compõem a carteira, de acordo com a política de inves-
timento. Quando um investidor adquire cotas, o gestor
compra papéis no mercado para valorizar o PL. Quando um
investidor resgata do fundo, o gestor deverá vender ativos
para pagar o resgate.
Gestor

É o responsável pelo contato com os cotistas, cadastro e


atualização cadastral, análise de perfil do investidor, guar-
da do termo de adesão e demais documentos. Realiza as
aplicações e o resgate junto ao administrador, por conta e
ordem do investidor.
Distribuidor

É o responsável pela “guarda” dos ativos do fundo, nas


respectivas câmaras de liquidação e custódia. Responde
pelos dados e pelo envio de informações dos fundos para
os gestores e administradores.
Custodiante

Audita anualmente as demonstrações financeiras dos fun-


dos e as notas explicativas.

Auditor independente

175
Curso Preparatório CPA10

Assembleia geral de cotistas (convocação,


competências e deliberações)

É a reunião dos cotistas, para deliberarem sobre assuntos referentes ao fundo. A con-
vocação é obrigatória a todos os cotistas com pelo menos dez dias de antecedência, e
deve ser realizada em até 120 dias (primeiro quadrimestre) após o término do exercício
social do fundo.

Administrador Custodiante
QUEM PODE
CONVOCAR
UMA
ASSEMBLEIA

Gestor Cotista
Grupo de cotistas que
detenham no mínimo,
5% do total das cotas.

176
Curso Preparatório CPA10

A assembleia geral delibera sobre: NÃO precisam de assembleia geral:

As demonstrações contábeis Redução da taxa de


apresentadas pelo administrador. administração.
A substituição do administra- Atualização de dados cadastrais
dor, gestor ou custodiante do do administrador ou dos demais
fundo. prestadores de serviços.
A fusão, incorporação, cisão, Exigências legais ou de regulam-
transformação ou liquidação entação.
do fundo.
O aumento da taxa de adminis-
tração, da taxa de performance
ou das taxas máximas de
custódia.
A alteração da política de in-
vestimento do fundo.
A emissão de novas cotas, no
fundo fechado.
A amortização e o resgate
compulsório de cotas, caso
não estejam previstos no regu-
lamento.
A alteração do regulamento.

ATENÇÃO
As alterações devem ser informadas imediatamente aos
cotistas e à CVM.

177
Curso Preparatório CPA10

Direitos e obrigações dos cotistas

Direitos do cotista Deveres do cotista

Ao investir em um fundo, o cotista • Atestar que tem ciência dos


adquire cotas, tornando-se uma riscos e termos do regulamento.
espécie de “sócio” do fundo. Então, • Aportar recursos em caso de PL
ele assina o termo de adesão, ou negativo do fundo.
seja, adere às regras, concordando • Pagar taxa de administração e
com o regulamento, e adquire os outras despesas do fundo.
mesmos direitos e deveres dos de- • Observar as recomendações de
mais cotistas, independentemente prazo mínimo e riscos.
da quantidade de cotas que possui. • Comparecer às assembleias.
• Fornecer dados cadastrais e
documentações atualizados.

Quem faz a divulgação de


informações e de resultados para
os cotistas?
Os administradores dos fundos
de investimento devem divulgar
informações aos cotistas, à CVM e
às entidades do mercado, como a
Anbima.

178
Curso Preparatório CPA10

O administrador deve:

Divulgar: Disponibilizar: Disponibilizar:


diariamente o valor o extrato mensal e anualmente a
da cota e o desem- a composição da demonstração do
penho do fundo no carteira e remetê-los desempenho do fun-
site. à CVM. do para os cotistas,
assim como enviar à
CVM as
demonstrações con-
tábeis com parecer
do auditor indepen-
dente.

ATENÇÃO
O administrador deve informar aos cotistas e à CVM
todos os fatos relevantes ocorridos ou relacionados
ao fundo, que possam impactar o valor das cotas ou a
decisão do cotista de adquirir, vender ou manter suas
cotas. Os fatos relevantes devem ser mantidos nos
sites do administrador e do distribuidor e devem ser
divulgados eletronicamente aos cotistas.

179
Curso Preparatório CPA10

Administração

Direitos, obrigações e vedações do administrador

O administrador tem poderes para praticar os atos necessários ao funcionamento do


fundo, portanto, é responsável pela constituição do fundo, pela prestação de informa-
ções à CVM e pela contratação de terceiros, por cujos atos também será responsável.

Direitos do administrador: receber a remuneração pactuada,


cobrar as obrigações do cotista e exercer suas atividades de
acordo com o regulamento.

180
Curso Preparatório CPA10

Fornecer o regulamento e a Fiscalizar os serviços dos


lâmina a todos os cotistas. prestadores de serviços.

Diligenciar para que toda Observar as disposições


a documentação e os OBRIGAÇÕES DO dos normativos que
registros do fundo sejam ADMINISTRADOR regulamentam o mercado.
mantidos atualizados e em
perfeita ordem.
Adotar políticas e
procedimentos para que a
Manter o serviço de composição da carteira e a
atendimento ao cotista. liquidez estejam de acordo
com o previsto no regulamento.

Vedações do administrador: realizar atos de liberalidade que


prejudiquem o fundo ou contrariem seu regulamento.

O administrador e o gestor devem adotar normas de conduta que possibilitem:

Buscar as melhores Exercer ou Adotar diligências


condições para o certificar-se do para assegurar os
fundo, de acordo com exercício de todas direitos do fundo,
o regulamento. as atividades do adotando medidas
fundo. judiciais, se
necessário.

181
Curso Preparatório CPA10

O administrador e gestor devem


zelar pela integridade do fundo,
assegurar que as ações tomadas
estejam de acordo com a política
de investimento e proteger os
interesses dos cotistas.

Dinâmica de aplicação e resgate

Ao aplicar em um fundo, o
valor deverá ser convertido em
quantidade de cotas pelo valor
correspondente, assim como a
quantidade de cotas será convertida
em reais, por ocasião do resgate.

182
Curso Preparatório CPA10

DICA
Imagine que você vá comprar leite, você tem R$ 100,00
e cada caixa custa R$ 5,00. Você comprará 20 caixas de
leite. Se ao final de dois meses você for vender suas 20
caixas de leite e elas tiverem com valor de R$ 5,50, você
receberá R$ 110,00.
O mesmo acontece em fundos: o investidor compra cotas
do fundo pelo valor de cada cota.

O valor da cota para a conversão em quantidade


de cotas, ou a operação inversa por ocasião do
resgate, respeitará o prazo de cotização. Ou
seja, respeitará a cotação a ser utilizada para
realizar a conversão de dinheiro em ativo, na
aplicação, e de ativo em dinheiro, no resgate.

Prazo de cotização

183
Curso Preparatório CPA10

É o prazo, a partir da aplicação ou pedido do resgate, para se converter o valor investi-


do em quantidade de cotas, ou das cotas em dinheiro.

Na aplicação, o prazo e cotização poderá ser:

D+0 D+1
valor da cota do dia da valor da cota do dia seguinte
aplicação. à aplicação.

No resgate, o prazo para a conversão de cotas será de acordo


com o regulamento do fundo, não há delimitador na legislação.
Por isso, fala-se em D + x (ou seja, em quantos dias após o
pedido de resgate o investidor saberá a cotação da sua cota
resgatada).

ATENÇÃO
Importante lembrar que, dentro do prazo de cotização,
todas as oscilações, sejam positivas ou negativas,
incidem sobre o valor da cota.

O valor da cota será o da cota de abertura ou de


fechamento?

184
Curso Preparatório CPA10

Cota de abertura Cota de fechamento

Usado em fundos Obrigatório para fundos de


conservadores de renda ações, cambial,
fixa. multimercado, FIEx (fundos
com maior risco e os-
Calculada no início do dia cilações).
(considerando o patrimônio
líquido do dia anterior + CDI Apurado no encerramento
de um dia). do dia, reflete mais fiel-
mente o patrimônio líquido
do fundo.

DICA
Considere o exemplo anterior, sobre a compra do leite. O
armazém diz que você poderá comprar o produto, mas
que a cotação da caixa será o valor do final do dia se-
guinte. Isso equivale a dizer: D1 cota de fechamento.

Se no final do dia seguinte a caixa de leite estiver R$ 5,56,


você só conseguirá comprar 18 caixas de leite, mesmo que
no dia da ordem de compra custasse R$ 5,00, o que daria
20 litros de leite.

Observação: se o valor da cota tivesse caído, a lógica


seria a mesma, poderia comprar mais litros de leite.

185
Curso Preparatório CPA10

DICA
Agora digamos que você vai revender esse leite, transfor-
mando o produto em dinheiro novamente. Aí pede o “res-
gate”, e vamos considerar que o “regulamento do exemplo”
prevê a cotização no resgate de D5 cota de fechamento.

Você só saberá o valor do resgate no final do quinto dia. O


regulamento também deve deixar claro se são dias úteis
ou corridos.

Prazo de liquidação financeira

É o tempo que demora para o dinheiro (do


resgate) ser creditado na conta do investidor. O
mais comum é o pagamento das cotas em D0
(mesmo dia do pedido) ou em D+1 (dia seguinte
à conversão das cotas).

Entretanto, a CVM admite que o prazo de paga-


mento do resgate seja processado em até cinco
dias úteis, ou seja, após converter as cotas, tem
até cinco dias para pagar ao investidor (lembran-
do que isso deve constar no regulamento).

186
Curso Preparatório CPA10

Prazo de carência para resgate

Um fundo pode ter liquidez diária, de forma que pode ser resgatado a qualquer tempo,
com direito aos rendimentos, ou pode ter prazo de carência, que é um período contra-
tado para que, se houver resgates, o cotista não fará jus aos rendimentos do período.
Após o vencimento da carência, o fundo terá liquidez diária, com direito aos rendimen-
tos desde a aplicação.

O administrador de um fundo pode, para proteger seus


interesses ou de seus cotistas, fechar o fundo para novas
aplicações ou resgates.

187
Curso Preparatório CPA10

O fundo fecha para novas O fundo fecha para


aplicações resgates

Quando o aumento do É uma possibilidade que


patrimônio inviabiliza algu- deve estar prevista no reg-
ma estratégia de gestão, ulamento, para casos de ex-
ou quando houver previsão trema instabilidade do mer-
de liquidação do fundo, ou cado e calamidades. Outra
quando não houver mais possibilidade é a previsão
interesse na captação no regulamento de fundos
de novos investimentos. fechados, quando o cotista
Também pode ocorrer em poderá vender suas cotas
fundos fechados que têm no mercado secundário.
um período estipulado para
aquisição de cotas.

188
Curso Preparatório CPA10

Diferenciais do produto para o


investidor
Acessibilidade, diversificação e riscos

Acessibilidade ao mercado financeiro


O fundo de investimento permite ao investidor
o acesso a mercados em que, individualmente,
ele poderia não ter capacidade de investir.

Por exemplo, investidores qualificados e profis-


sionais têm acesso a mercados diferentes, mais
complexos e com mais possibilidades, o que
pode acarretar vantagens a eles.

Diversificação
O investimento em condomínio permite diver-
sificar. Por exemplo, se um investidor tem R$
1.000,00, conseguirá investir em um ou pou-
cos investimentos. Se ele se juntar com outros
investidores, via fundos, poderá ter diversos
papéis na sua carteira.

189
Curso Preparatório CPA10

Considere um fundo de renda fixa, que pode


investir em títulos públicos e privados, atrela-
dos a juros ou à inflação. Cada título poderá ter
características diferentes de risco, liquidez e
rentabilidade. Investindo no fundo, o investidor
terá cotas do todo, ou seja, uma fatia de cada
um dos ativos do fundo.

Profissionalização
Ao investir em um fundo de
investimento, o cotista adere
ao regulamento e à política de
investimentos, com isso, tem acesso à
gestão especializada dos fundos.

Riscos dos ativos individuais X riscos da carteira

190
Curso Preparatório CPA10

O risco de um ativo é medido pela volatilidade, ou seja, o quanto o retorno oscila com
relação à sua média. Quando um investimento tem maiores oscilações, dizemos que
tem maior risco, porque, quando o investidor quiser sacar, pode ser um período desfa-
vorável, em que esteja com o preço desfavorável.

Considerando um conjunto de ativos com riscos e


rentabilidades diferentes, a média do rendimento deles será
diferente, haverá menos oscilação em relação à média. Por
isso, uma carteira tem risco menor do que um ativo analisado
individualmente.

Limites de alocação por emissor e por tipo de ativo

É uma forma de reduzir o risco de concentração por mercado e por emissor.

191
Curso Preparatório CPA10

Limite de alocação por emissor


A concentração de ativos em um mesmo emissor aumenta o
risco da carteira, pois, se houver inadimplência (se o emissor
falir) haverá perdas para o fundo.

Para administrar esse risco, há um limite máximo de ativos por emissor, de acordo
com a característica do fundo:

No máximo 100% do PL do fundo pode estar aplicado em


títulos públicos, porque a União é considerada zero risco
de crédito. Quando um país não paga suas dívidas, ele
entra em moratória e todo o país sofre, porque, ao ficar
inadimplente, dá calote em todos os detentores de seus
papéis – como, por exemplo, investidores individuais,
fundos de investimento ou bancos, que compram esses
União Federal
títulos para rentabilizar suas carteiras.

No máximo 20% do PL pode ser aplicado em títulos de


emissão de instituições financeiras, inclusive do próprio
R$ administrador, gestor ou empresas a ele coligadas –
como, por exemplo, CDB, LCA, LCI.
Instituições financeiras

O fundo pode comprar até 10% do patrimônio líquido


em papéis de emissão de empresas não financeiras de
capital aberto, como, por exemplo, debêntures e notas
promissórias.
Instituições não financeiras
de capital aberto

192
Curso Preparatório CPA10

Um fundo pode investir até 5% do PL em um emissor que


seja PJ de capital fechado ou Pessoa Física. Por exemplo,
os fundos compram no mercado secundário Cédula de
Produtor Rural (CPR), Cédula de Créditos Bancários (CCB)
Instituições não financeiras de PJ ou PF e outros papéis, possibilitando que eles au-
de capital fechado ou pessoa mentem a sua rentabilidade.
física

Quadro limites de concentração por emissor:

Emissor % Máximo do PL

União Federal (Tesouro Nacional) 100%

Ações de uma única empresa 100%

Instituições Financeiras (inclusive o


20%
próprio administrador) – LCA, LCI, CDB

Instituições não financeiras de capital ab-


10%
erto – debêntures, notas promissórias

Instituições não financeiras de capital


5%
fechado e Pessoa Física – CCB, CCI, CPR

Limites por modalidade de ativos: além da concentração


de ativos por emissor, há a limitação por tipo de ativos.
Praticamente não há limitações, por exemplo, um fundo pode
comprar todo o PL em ações ou em títulos públicos ou privados.

193
Curso Preparatório CPA10

As limitações ocorrem apenas em:

Certificados de Rece-
Cotas de fundos, se o fun- bíveis Imobiliários (CRI),
do não for um FIC. que são certificados
emitidos por empresas se-
curitizadoras, lastreadas em
crédito imobiliário.

Nos demais mercados, não há limitação por modalidade de ativo ou tipo de papel.

ATENÇÃO
Lembre-se de que um FIC deve comprar no mínimo 95%
de cotas de um ou vários FI, é essa a sua essência. Se
um fundo não é um Fundo de Investimento em Cotas
(FIC), poderá adquirir apenas 20% de cotas de outros FI.
Incluem-se na limitação todos os demais fundos, como
fundos de índices, fundos de direitos creditórios e outros
fundos estruturados.

194
Curso Preparatório CPA10

Quadro limites por modalidades de ativos:

Tipo de ativo % Máximo do PL

Cotas de FI ou CRI 20%

Títulos públicos Ilimitado

Ouro Ilimitado

Títulos emitidos por instituição financeira Ilimitado

Títulos emitidos por instituição não


Ilimitado
financeira

Derivativos Ilimitado

DICA
Um fundo pode comprar até 100% de seu PL em CDB, por
exemplo, porém, não pode ultrapassar o limite de 20% de
cada banco emissor (deve comprar CDB de diversos ban-
cos).

195
Curso Preparatório CPA10

Limite de exposição em ativos no exterior

Os fundos de investimento podem comprar ativos no Brasil ou no exterior, no entanto,


quanto a ativos internacionais, têm algumas limitações de percentuais. Veja a seguir.

Fundos de investimento no exterior ou FIEx – fundos de investimento da dívida

Demais fundos
Investidor
Podem adquirir até
Externa qualificado
20% de seu PL em ati-
Podem investir até O limite para fundos
vos no exterior, desde
100% de seu patrimô- destinados exclusiva-
que isso esteja previs-
nio líquido em ativos mente a investidores
to em regulamento e
no exterior. qualificados é de 40%
eles sejam negociados
do PL.
em bolsa.

196
Curso Preparatório CPA10

Quadro limites de exposição em ativos no exterior

Tipo de ativo % Máximo do PL

Fundos em geral 20%

Fundos para investidor qualificado 40%

Fundos de Investimento no exterior e FIEx 100%

Política de investimento

A política de investimento de um
fundo abrange todos os critérios
que vão nortear os investimentos
de um fundo de investimento. Nela
são definidos o objetivo do fundo,
os tipos de papéis e os mercados
em que o fundo pode aplicar, os
percentuais mínimos e máximos
em cada papel, além dos riscos aos
quais o fundo está exposto.

197
Curso Preparatório CPA10

Objetivo de um fundo de investimento

É o que o fundo quer alcançar de


resultados ao investidor, a meta
de rentabilidade, que servirá como
parâmetro para o fundo trabalhar.
Determina o tipo de gestão com
relação ao risco do fundo, pois
quanto maior a rentabilidade
almejada, maior o risco dos
ativos, pois risco e retorno são
proporcionais.

Fundos com gestão ativa ou gestão passiva

Fundos com gestão ativa: visam a superar


um índice de referência. Como sabemos, para
melhorar a rentabilidade, é necessário assumir
mais riscos. Pode ser por meio de estratégias
de posicionamento, alavancagem, pela aqui-
sição de títulos com pouca liquidez ou de emis-
sores com baixo rating. Pode ocasionar, aos
cotistas, eventuais perdas patrimoniais.

Exemplo: títulos privados de maior risco de


mercado, ativos de baixo rating, duration
(prazo médio) mais longa, ações de segunda
ou terceira linha (de empresas menores ou
menos conhecidas), derivativos.

198
Curso Preparatório CPA10

Fundos com gestão passiva: também são


chamados fundos indexados. O gestor tem
menos liberdade na escolha de ativos, pois o
objetivo é acompanhar o benchmark. Dessa
forma, escolherá apenas os ativos que fazem
parte da carteira do indexador.

Por exemplo:
• Renda fixa: acompanham o CDI, Selic, IGPM etc.
• Renda variável: acompanham o Ibovespa,
IBRX, etc.

Dificuldades de replicação dos índices de referência (benchmarks)


Se um fundo passivo compra papéis atrelados a um índice, não deveria render a mes-
ma coisa? Por que um fundo DI, muitas vezes, rende menos que o DI, que é seu ben-
chmark, se ele compra papéis dessa classe?

Composição da carteira
Uma carteira pode ter ativos difer-
Custos
entes em sua composição, como
A taxa de administração e outras
diferentes riscos de crédito, prazo
despesas são descontadas do saldo,
e aderência. Além disso, há um
incidem sobre o PL e, com isso, 1
percentual que não precisa nec-
impactam a rentabilidade.
essariamente estar vinculado ao
indexador.
DEVIDO OS 2
SEGUINTES
4
Preço de compra e venda EVENTOS Marcação a mercado
O preço de aquisição ou Os ativos são diariamente mar-
alienação de um título pode ter cados a mercado, pelo preço que
ágio ou deságio, e esse valor 3 seriam negociados se fossem ven-
impactará a rentabilidade. didos no mercado. Isso pode acar-
retar diferença de rentabilidade em
comparação ao indicador.

199
Curso Preparatório CPA10

DICA
Pensando em preço de compra e venda, um exemplo
seria:

Um investidor solicitou resgate, e para pagá-lo o gestor


do fundo vendeu um título de R$ 1.000,00 por R$ 990,00
por causa do risco de instabilidade econômica em um
determinado momento, que depois se normalizou. Esses
R$ 10,00 são o prejuízo do fundo, neste caso, isso afeta a
rentabilidade de todos os cotistas.

Carteira de investimentos

200
Curso Preparatório CPA10

Assim como a política de investimentos contém quais papéis o fundo pode ter, quais
mercados pode atuar e quais limites de exposição e riscos pode correr, a composição
da carteira conta com a lista dos ativos que efetivamente fazem parte daquele fundo
no momento da análise.

Todos os dias, pode haver investidores aplican-


do ou resgatando do fundo, quando, então, o
gestor compra ou vende papéis de acordo com
a necessidade de fluxo de caixa. Com isso, a
composição da carteira muda a todo momento.

O gestor deve respeitar os limites da política de


investimentos ao adquirir os papéis. Eventuais
desenquadramentos serão notificados e podem
causar sanções ao fundo.

DICA
Um fundo de renda fixa, como veremos adiante, deve
ter em sua carteira no mínimo 80% dos ativos em títulos
atrelados à taxa de juros ou ao índice de preços. Caso se
desenquadre, ou seja, se sua composição de carteira tiver
menos de 80% nos ativos de sua classe, deverá se reen-
quadrar em até 15 dias para se reenquadrar. Se não cor-
rigir no prazo legal (60 dias para fundo aberto e 180 dias
para fundo fechado), deverá convocar assembleia para
transferir o administrador, ser incorporado a outro fundo
ou liquidado.

201
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Os limites devem ser respeitados para enquadramento
legal: modalidade de ativos, diversificação de carteira e
concentração de risco definidos nas diferentes classes
de fundos de investimento.

Principais mercados

Juros prefixados

R$
Um título possui a Como os fundos são Deve-se também
rentabilidade prefixada obrigados a fazer o apreça- considerar o risco de o
quando é carregado até mento de ativos ou mar- emissor falir (risco de crédi-
seu vencimento. Caso pre- cação a mercado, quando to) e o risco de liquidez
cise ser vendido antes, seu os juros caem, o valor dos dos títulos da carteira. Os
preço será o valor negocia- títulos prefixados sobe, juros prefixados são indica-
do no mercado naquele dia. dando mais rentabilidade dos em cenário de queda,
ao fundo. Por outro lado, porque “travam” a rentabi-
quando as taxas de ju- lidade.
ros no mercado sobem, o
valor dos títulos cai, pela
aplicação do deságio, para
compensar a rentabilidade
nominal.

202
Curso Preparatório CPA10

Juros pós-fixados

As taxas pós-fixadas acompanham o mer- No entanto, deve-se sempre observar,


cado, oferecendo menos oscilações, por juntamente com o risco de mercado, que
isso, é considerado um investimento mais neste caso é baixo, os riscos de crédito e
conservador. Praticamente não sente os liquidez. Os juros pós-fixados são indica-
efeitos da marcação a mercado, porque dos em cenário de alta da taxa básica de
acompanha os seus indexadores. juros no mercado.

Alguns títulos podem estar atrelados aos


indicadores de inflação (IPCA e IGP-M).
Geralmente, pagam uma taxa adicional, um
ganho real, como vimos no capítulo 3, que
é uma taxa prefixada adicional, que garante
uma remuneração acima da inflação.
Inflação

Esses títulos, por serem mistos, têm dois


riscos: risco da taxa de juros prefixada que
compõe a remuneração e risco de os-
cilações do indexador de inflação.

São participações na sociedade de uma


empresa, que podem se valorizar ou des-
valorizar. Além disso, podem distribuir
lucros e proporcionar direitos, como sub-
scrições de novas emissões como vanta-
gens adicionais.
Ações

O risco da desvalorização, ou resultado


negativo, deve ser avaliado de acordo com
a análise da empresa e as condições de
mercado.

203
Curso Preparatório CPA10

R$ O risco cambial está presente na oscilação


Câmbio dos preços de uma moeda e no cupom de
juros dos ativos.

DICA
Quando o assunto é câmbio, imagine um caso hipotético
em que o dólar é cotado a R$ 3,00 e um ano depois seu
valor está em R$ 6,00. Nesse caso, investimentos atrela-
dos à moeda subiram 100% no período.

Apreçamento de ativos ou marcação a mercado

É o ato de atualizar o valor dos ativos dos fundos para o valor a que esses ativos se-
riam negociados em determinado dia. É a cotação diária de todos os títulos que com-
põem a carteira, e é obrigatório para todos os fundos de investimento.

204
Curso Preparatório CPA10

A exceção da obrigatoriedade da marcação a mercado é o


fundo exclusivo, pois ele tem apenas um cotista. O objetivo da
marcação a mercado é evitar a transferência de ativos entre
os cotistas, registrando o preço diário. Se houver apenas um
cotista, não é necessário realizar o procedimento. No entanto,
poderá ser realizado para que haja mais clareza sobre os riscos
da carteira.

Estratégias de gestão: alavancagem, posicionamento e proteção (hedge)

Um fundo pode assumir diversos riscos, assim


como utilizar derivativos com diferentes objeti-
vos, de acordo com sua estratégia de gestão.

Alavancagem: é uma técnica que aumenta a


possibilidade de retorno através de investimen-
tos de risco. Ela compromete mais do que o
capital.

205
Curso Preparatório CPA10

DICA
Imagine por exemplo, vender um contrato futuro de uma
commodity agrícola (soja), sem ter o produto, a R$ 150,00
a saca, e o valor dele disparar no mercado para R$ 190,00
a saca. No vencimento, o vendedor terá que comprar o
produto no mercado pelo preço de R$ 190,00 e entregar
pelo preço do contrato futuro ao qual se comprometeu,
que era R$ 150,00, assumindo o prejuízo.
Agora imagine que só tenha R$ 20,00 de saldo, o prejuízo
foi de R$ 40,00, ele, então, terá de depositar a diferença.

Posicionamento: é uma estratégia que permite aumentar os


investimentos de risco até um percentual do PL de um fundo,
buscando aumentar a rentabilidade.

DICA
Pense, por exemplo, em usar uma parte do saldo com ati-
vos de maior risco de crédito, ou seja, uma debênture de
uma empresa com classificação de risco elevado. Isso au-
menta a rentabilidade, mas o investidor também pode não
receber o principal no caso de inadimplência do emissor.

206
Curso Preparatório CPA10

DE OLHO NA PROVA
Os tipos de derivativos não fazem parte do conteúdo da
CPA-10. Basta saber que são instrumentos de proteção,
posicionamento ou alavancagem de uma carteira.

Hedge: são estratégias utilizadas para a proteção de um


investimento.

DICA
Por exemplo, se a taxa de juros tende a subir e a cartei-
ra possui muitos títulos prefixados, o gestor pode trocar
esses títulos por outros, pós-fixados, que acompanharão
o mercado. Outro exemplo poderia ser um agricultor que
tem uma dívida de custeio agrícola, por segurança, pode
vender uma parte da produção para garantir o preço, com
isso, ele fez um hedge. Ou seja, protege-se de cenários
adversos.

207
Curso Preparatório CPA10

Fundo de crédito privado

Além das regras de concentração


por modalidade e emissor, a CVM
também definiu um aviso adicional
para os fundos de investimento
(com exceção dos fundos de ações)
que tenham mais de 50% de seus
ativos em risco de crédito privado,
ou seja, que não sejam de emissão
da União Federal.

O fundo de investimento classificado como curto prazo, referenciado, renda fixa,


cambial e multimercado:

Que realizar aplicações em Que, em seu conjunto, ex-


quaisquer ativos ou mo- ceda o percentual de 50%
dalidades operacionais de de seu patrimônio líquido.
responsabilidade de Pes-
soas Físicas ou Jurídicas de
direito privado.

Deverá observar as regras a seguir, cumulativamente àquelas previstas para sua classe.

208
Curso Preparatório CPA10

01 02 03
Na denominação do fundo, O regulamento e o material O ingresso no fundo será
deverá constar a ex- de venda do fundo deverão condicionado à assinatura
pressão “crédito privado”. conter, com destaque, de termo de ciência dos
alerta de que o fundo riscos inerentes à com-
está sujeito a risco de posição da carteira do
perda substancial de seu fundo.
patrimônio líquido.

Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e


rentabilidade

Regulamento
É o documento completo, registrado em cartório, que dá vida
jurídica ao fundo. Cada fundo tem um CNPJ, tecnicamente, então,
é uma empresa, na qual seus cotistas (sócios) possuem direitos e
obrigações.
Só pode ser alterado com assembleia de cotista, com exceção
de redução da taxa de administração, alterações cadastrais ou
exigências legais. O administrador pode fazê-lo sem assembleia,
mas deve comunicar imediatamente à CVM e aos cotistas.

Formulário de informações complementares


É o documento que contém as informações relevantes do
fundo. É um resumo do regulamento, que apresenta a política de
investimento e as principais regras do fundo.

209
Curso Preparatório CPA10

Lâmina de informações essenciais


É um documento resumido, com as informações essenciais, a
política de investimento, as regras de aplicação e resgate e a
rentabilidade.

Demonstração de desempenho do fundo


É o documento com as informações periódicas do fundo:
rentabilidade mensal, nos últimos 12 meses e anual, além das
despesas que são debitadas do patrimônio do fundo e reduzem a
rentabilidade. Traz também comparativos para facilitar as análises.

Termos

Termo de adesão e ciência de riscos


O investidor atesta que está ciente da política de investimentos e
dos riscos do fundo. O termo de adesão é obrigatório em todos os
fundos de investimento, com exceção do fundo simples.

Termo de ciência de risco de crédito privado


Informações adicionais no termo, quando o fundo tiver em sua
política de investimentos a previsão de investir mais de 50% do
Patrimônio Líquido em créditos privados.

210
Curso Preparatório CPA10

Taxas: de administração e outras

As taxas e as despesas do fundo são descontadas diariamente. A rentabilidade divul-


gada dos fundos já considera essas deduções, dessa forma, é líquida de taxas, porém,
sempre será bruta de impostos, como veremos adiante.

Taxa de administração

É a remuneração do administrador. É cobrada


pelo gerenciamento do fundo, expressada ao
ano e provisionada diariamente, ou seja, im-
pacta diariamente o valor da cota e é recolhida
mensalmente.

211
Curso Preparatório CPA10

A base de cálculo é o patrimônio líquido diário,


por isso, mesmo se houver rentabilidade negati-
va, essa taxa será cobrada, pois o rendimento foi
negativo, mas o saldo, que é a base de cálculo, é
positivo. Quanto maior a taxa de administração,
maior o impacto no resultado do fundo.

DICA
Para ajudar na compreensão, pense em um fundo DI com
taxa de administração de 1% ao ano e PL médio em um
determinado ano de R$ 1 milhão, a taxa de administração
cobrada no ano foi de R$ 10 mil (1%). A rentabilidade do DI,
o qual é benchmark do referido fundo, rendeu 4% no ano,
sobre o PL diário, R$ 40 mil. Considerando que o fundo
adquiriu papéis que renderam 100% do DI, considerando
apenas a taxa de administração (R$ 10 mil sobre os R$ 40
mil), e sem considerar outras despesas do fundo, reduziu
25% da rentabilidade, sobrando 75% do DI para o fundo.

212
Curso Preparatório CPA10

Taxa de performance

Incide sobre a rentabilidade A taxa de performance tem


que exceder a meta, que periodicidade no mínimo
será um benchmark defini- semestral, mas é provisio-
do na política de investi- nada ou revertida diaria-
mentos do fundo. A meta mente. Como é cobrada
deve ser, no mínimo, 100% sobre o que ultrapassar a
do benchmark. Esse con- meta, quando a ultrapas-
ceito é chamado de “linha sar, se provisiona, e se ficar
d’água” e significa que se os abaixo da meta, é revertida.
rendimentos forem abaixo No fim do semestre, essa
da meta, a taxa de perfor- taxa é recolhida e o cálculo
mance não é cobrada. Caso inicia novamente. Porém,
ultrapasse a meta, a base ela só pode ser cobrada em
de cálculo é a rentabilidade fundos ativos, que visam
que exceder esse objetivo. a superar seu benchmark,
pois os fundos passivos
dificilmente terão base de
cálculo para ela, pois pos-
suem por objetivo acom-
panhar o indicador.

213
Curso Preparatório CPA10

Taxa de carregamento

Incide sobre o valor de cada contribuição, é a


importância destinada a atender às despesas
administrativas e de comercialização do plano.

Taxa de entrada: é um percentual cobrado


sobre cada depósito.
Taxa de saída: pode incidir em alguns planos,
incide sobre o valor do resgate, descontados os
rendimentos.

TAXAS DOS FUNDOS

TAXA TAXA TAXA TAXA


ADMINISTRAÇÃO PERFORMANCE DE ENTRADA DE SAÍDA

PROVISÃO Diária Diária


Por evento Por evento
RECOLHIMENTO Mensal Semestral

BASE DE O que excede o


PL (saldo) Depósitos Capital
CÁLCULO benchmark

EXPRESSA EM Ao ano Percentual Percentual Percentual

214
Curso Preparatório CPA10

Classificação de fundos

Classificação CVM

Em 01/10/2015 entrou em vigor a Instrução


CVM 555, que dispõe sobre a constituição, a ad-
ministração, o funcionamento e a divulgação de
informações dos fundos de investimento, com
as alterações inseridas pelas Instruções CVM
563 e 564.

A Instrução Normativa classifica os fundos


em quatro grandes classes, com o objetivo de
facilitar o entendimento dos mercados, dos
riscos e das estratégias e auxiliar na escolha do
investidor.

215
Curso Preparatório CPA10

OS FUNDOS DE
INVESTIMENTOS,
DE ACORDO COM
A CVM, SÃO
CLASSIFICADOS
EM:

Renda fixa
Fundo de ações
Fundos que buscam retorno, por meio de
Fundos que possuem, no mínimo, 67% de sua
investimentos em ativos de renda fixa. No mínimo,
carteira em ações negociadas em Bolsa de
80% dos papéis da carteira devem estar atrelados
Valores, bônus ou recibos de subscrição e
à taxa de juros (prefixada ou pós-fixada) ou ao
certificados de depósito de ações.
índice de preços (IPCA, IGP-M, etc.).

Fundos multimercados Fundos cambiais


Fundos com políticas de investimento que A classificação agrega os fundos que aplicam
envolvam vários fatores de risco, sem o pelo menos 80% da carteira em ativos – de
compromisso de concentração em nenhum qualquer risco de crédito – relacionados
fator em especial (muitos mercados). Possuem diretamente ou sintetizados, via derivativos, à
flexibilidade de gestão para escolher o melhor moeda estrangeira. Seu risco está relacionado
momento de alocar os ativos. tanto à variação da moeda quanto ao cupom
cambial, que é a taxa de juros agregada dos
títulos.

DICA
Por exemplo, na carteira de um fundo cambial, há títulos
que pagam variação cambial + 2% ao ano. O risco está na
variação cambial e na marcação a mercado da taxa pre-
fixada que compõe o rendimento.

216
Curso Preparatório CPA10

Subclassificações CVM
Os fundos de investimento, de acordo com a CVM, se desdobram nestas subclassificações:

Característi-
Subclassi- Risco da
Classe cas das Características de gestão e risco:
ficações Subclassificação:
classes:

100% baixo risco de crédi-


Prazo médio dos títulos: 60 dias, o mais to, mercado e liquidez.
Curto prazo
longo não pode ultrapassar 375 dias. Derivativos apenas para
hedge.

Referen- No mínimo 95% do PL atrelado ao indi- 80% baixo risco de crédi-


ciado cador de referência. to, mercado e liquidez.

No mínimo 95% em títulos públicos ou


Mínimo 80% 95% baixo risco de crédi-
Simples privados de baixo risco. Não precisa
Renda em taxa de to, mercado e liquidez.
termo de adesão nem API.
fixa juros ou índice
de preços.
Visa a superar o seu indicador de
O regulamento definirá o
Ativo referência. Seus ativos podem ter du-
percentual de risco.
ração baixa, média, longa ou livre.

Dívida ex- Mínimo de 80% em títulos da dívida Risco cambial e risco do


terna externa do Brasil. país.

Crédito Mínimo de 50% dos ativos em crédito Maior risco de crédito. Ris-
privado privado. co de mercado e liquidez.

Mercado de Ações de riscos diversos, de acordo Risco de mercado e


acesso com sua política de investimentos. liquidez.

Visa a acompanhar um benchmark de Risco de mercado é


Mínimo 67% Indexado
renda variável. menor.
Ações em ações e
similares.
Estratégias variadas para superar
seu benchmark, como ações boas Risco de mercado e
Ativos
pagadoras de dividendos, setoriais, liquidez.
pequenas empresas etc.

Mínimo 80%
Risco cambial e do cu-
Cambial em moeda Cambial Mínimo 80% em moeda estrangeira.
pom/taxa de juros.
estrangeira.

Sem concen- Risco moderado a alto


Multim- Objetivo de maiores ganhos de acordo
tração, diver- Ativos de crédito, mercado e
ercado com os riscos e estratégias.
sos mercados. liquidez.

Investi- Risco de crédito, mer-


Todas as Investem no mínimo 40% do PL em
mentos no cado e liquidez. Risco de
classes ativos no exterior.
exterior câmbio.

217
Curso Preparatório CPA10

Classificação Anbima
A Anbima, complementando a legislação, ampliou as subclassificações dos fundos e
as publicou na Cartilha de Classificação de Fundos:

PRIMEIRO SEGUNDO TERCEIRO


NÍVEL NÍVEL NÍVEL

De acordo com o tipo de De acordo com o risco: De acordo com a estraté-


fundo: renda fixa, cambial, ativo, indexado, investi- gia para alcançar os obje-
ações e multimercado. mentos no exterior. tivos do fundo.

DE OLHO NA PROVA
As demais subclassificações não fazem parte do conteúdo
programático da prova de Certificação CPA-10.

Tributação em fundos

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)


O IOF é um imposto federal que incide sobre as transações financeiras.

218
Curso Preparatório CPA10

Tabela de IOF sobre rendimentos

Dia Percentual Dia Percentual Dia Percentual

1 96% 11 63% 21 30%

2 93% 12 60% 22 26%

3 90% 13 56% 23 23%

4 86% 14 53% 24 20%

5 83% 15 50% 25 16%

6 80% 16 46% 26 13%

7 76% 17 43% 27 10%

8 73% 18 40% 28 6%

9 70% 19 36% 29 3%

10 66% 20 33% 30 0%

ATENÇÃO
O fundo de ações não tem IOF.

Os demais fundos, se não houver carência e forem


resgatados em até 29 dias, terão IOF, de acordo com
uma tabela decrescente. A unidade é reduzida na
sequência 6 – 3 – 0, iniciando em 96% e chegando a 0%
em 30 dias.

219
Curso Preparatório CPA10

Imposto de Renda (IR)

Fundo de ações

Os fundos que têm em sua carteira


mais de 67% do PL em ações serão
tributados apenas no resgate,
não há o recolhimento semestral
(come-cotas). A alíquota será
sempre de 15% e independe do
prazo do investimento. É retido pelo
administrador do fundo por ocasião
do resgate.

Fundos curto prazo e longo prazo

Tributação semestral
Os fundos de investimentos são
tributados na fonte no último dia
útil de maio e novembro, ou no
resgate, o que ocorrer primeiro,
pela menor alíquota possível em sua
classificação. Para os pagamentos
semestrais de impostos à Receita
Federal, haverá resgate de cotas,
o que é chamado de come-cotas.
Esse imposto é recolhido a título de
antecipação, e será compensado do
IR devido por ocasião do resgate.

220
Curso Preparatório CPA10

IR Fundos

Inversamente
Prazo Alíquota
proporcional

Curto prazo 20% Curto = Maior

Longo prazo 15% Longo = Menor

ATENÇÃO
Os fundos são classificados em curto prazo e longo pra-
zo, de acordo com o prazo médio dos ativos que compõem
a carteira.

Fundo curto prazo Fundo longo prazo


O prazo médio da carteira O prazo médio da carteira
deve ser igual ou inferior a deve ser maior do que 365
365 dias. No recolhimento dias. No recolhimento se-
semestral, a alíquota será mestral, a alíquota será de
de 20% sobre o rendimento 15% sobre o rendimento do
do período. período.

221
Curso Preparatório CPA10

São dois tipos de fundo curto prazo:

Os fundos classi-
ficados na Receita
Os fundos clas-
60 Federal como cur-
sificados na CVM
to prazo devem ter
como curto prazo
prazo médio igual ou
têm prazo médio
inferior a 365 dias e
de 60 dias e estão
estão relacionados
relacionados ao
ao pagamento de
risco da carteira.
Imposto de Renda.

Tributação no resgate

Por ocasião do resgate, o IR será calculado desde o início da aplicação até o dia do sa-
que, considerando o prazo de permanência do recurso. No entanto, os valores recolhidos
no come-cotas, a título de antecipação, deverão ser descontados do imposto devido.

222
Curso Preparatório CPA10

Acompanhe também pela tabela a seguir:

Fundos de curto prazo Fundos de longo prazo


(prazo médio igual ou inferior (prazo médio superior a
a 365 dias) 365 dias)

Prazo de Prazo de
Alíquota Alíquota
permanência permanência

Até 180 dias 22,5% Até 180 dias 22,5%

A partir de De 181 a 360


20,0% 20,0%
181 dias dias

De 361 a 720
17,5%
dias

A partir de
15,0%
721 dias

Come-cotas 20% Come-cotas 15%

Possui 2 faixas de percentuais de Possui 4 faixas de percentuais


imposto de renda sobre o rendi- (idênticas à tabela de IR de renda
mento fixa).

Se o valor devido no resgate, calculado pela alíquota do tempo


de permanência, for maior do que o valor retido em virtude
da alíquota do come-cotas semestral, o investidor paga a
diferença, que será retida na fonte pelo administrador.

ATENÇÃO
Alíquota come-cotas: considera o prazo médio da carteira.
Alíquota de resgate: considera o prazo de aplicação.

223
Curso Preparatório CPA10

DICA
Vamos pensar no exemplo Outro exemplo 2

Um fundo curto prazo Um investidor aplica em


retém, semestralmente, um fundo longo prazo e o
20% do rendimento a resgata três anos depois,
título de IR. Caso o inves- no dia 15 de julho. Qual a
tidor resgate em 150 dias, tributação devida?
a alíquota devida será
22,50%. Lembre-se de que no
Calcula-se o imposto último dia útil de maio e
devido desde o início da novembro há a retenção
aplicação e, então, des- do IR na fonte, por meio
conta-se os 20% já retidos do come-cotas, na menor
semestralmente, pagando alíquota possível. No caso
a diferença. do fundo longo prazo, foi
retido 15%. Como o in-
vestimento ficou aplicado
três anos, o investidor não
tem diferença a pagar pelo
período retido, no entanto,
ainda precisa pagar o IR da
última retenção (último dia
útil de maio) até a data do
resgate (15 de julho).

Compensação de perdas
As perdas apuradas no resgate de quotas de fundos de investimento poderão ser
compensadas com rendimentos auferidos em resgates ou em incidências posteriores:

224
Curso Preparatório CPA10

Desde que admin-


istrado pela mesma
Pessoa Jurídica (há
Desde que sujeitos à
um entendimento da
No mesmo ou em mesma classificação
Receita Federal de que
outro fundo de de perfil de prazo da
é possível compensar
investimento. carteira do fundo, ou
produtos de difer-
seja, curto prazo e
entes administradores
longo prazo.
comercializados em
uma única intermedia-
dora ou corretora).

DICA
Lembre-se que:
• Fundos de curto prazo compensam com fundos de curto
prazo.
• Fundos de longo prazo compensam com fundos de longo
prazo.
• Fundos de ações compensam com fundos de ações.

ATENÇÃO
Quando houver resgate total de cotas com perda, o valor
dessa perda deve permanecer registrado e passível de
compensação até o final do ano-calendário seguinte ao
do resgate.

225
Curso Preparatório CPA10

A instituição administradora deve


manter um sistema de controle
e registro, em meio magnético,
que permita a identificação, em
relação a cada quotista, dos valores
compensáveis.

DICA
E se um fundo teve retenção semestral de come-cotas
e, quando o investidor for resgatar, o saldo estiver menor
que o capital investido? Ele poderá compensar a perda em
ganhos futuros.

226
Curso Preparatório CPA10

Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para


Administração de Recursos de Terceiros

Conceitos gerais

Objetivo Princípios gerais


O código se destina às instituições As instituições e seus
que desempenham o exercício profissionais devem cumprir todas
profissional de Administração e as suas obrigações com ética e
Gestão de Recursos de Terceiros diligência, com idoneidade moral e
de Investimentos (via fundos de profissional, mantendo a confiança
investimento). e o bom funcionamento do siste-
ma. Se a instituição participante ou
aderente não tiver regras e
procedimentos, ou não os
implementar, ou implementá-los
de maneira inadequada, ela estará
em descumprimento do código.

227
Curso Preparatório CPA10

Estrutura de
Controles internos compliance
Controles efetivos e consis- Adequada ao porte de
tentes, acessíveis a todos os cada instituição, com
seus profissionais, para evitar qualificação técnica e
conflitos de interesses, com vis- experiência e autonomia
tas ao gerenciamento do risco. e autoridade para ques-
tionar os riscos.

Segregação de
Segurança e sigilo
atividades
de informações
Para evitar conflitos de
Controle de informações confi-
interesses, deve man-
denciais, reservadas ou privi-
ter a segregação de
legiadas, testes periódicos de
responsabilidades, com
segurança e treinamento para
pessoas diferentes
o tratamento de informações
exercendo cada papel.
confidenciais.

228
Curso Preparatório CPA10

Administração fiduciária

É o conjunto de serviços relacionados ao funcionamento e à manutenção dos


fundos de investimento.

Obrigações gerais do administrador fiduciário

01 Elaboração de documentos, supervisão das regras,


imposição de limites de operação e da prestação de
serviços de terceiros e gestão do risco de liquidez.

Gestão de recursos de terceiros

02 Deve ser exercida por profissional habilitado, que tenha


Certificação de Gestor Anbima (CGA) e seja autorizado
pela CVM.

Obrigações Gerais do Gestor de Recursos de Terceiros

03 O gestor é responsável pelas decisões de investimen-


to, manutenção e desinvestimento, de acordo com a
política de investimento de cada fundo.

Selo Anbima

Demonstra o compromisso das instituições


participantes em atender às disposições do
Código de Administração de Recursos de Ter-
ceiros. A Anbima não se responsabiliza pelas
informações ou pela qualidade da prestação de
serviços.

229
Curso Preparatório CPA10

Fundos de investimento 555

Os fundos devem ser classificados de acordo


com a Instrução Normativa 555, nos três níveis,
de acordo com a classe, o tipo de gestão e a
estratégia.

Para o registro na Anbima e a autorização de


funcionamento da CVM, o administrador deverá
apresentar:
I. Regulamento do Fundo 555.
II. Comprovante de pagamento da taxa de registro.

Publicidade dos fundos

Deve-se utilizar os materiais


adequados, minimizando
incompreensões e privilegiando
informações necessárias para a
tomada de decisão de investidores.

230
Curso Preparatório CPA10

Material publicitário

Deve-se incluir, em destaque, link ou caminho direcionando


os investidores ou potenciais investidores ao material técnico
sobre o fundo.

O material técnico do fundo deve ter:

Descrição do Carência para


objetivo e/ou da resgate e prazo Tributação
estratégia. de operação. aplicável.

Público-alvo, Informações
quando destina- sobre os canais
do a investidores de atendimento.
específicos.

231
Curso Preparatório CPA10

Histórico da rentabilidade

Deve ser divulgado com as


informações do mês atual, do mês
anterior, do ano atual, dos 12 meses
anteriores e dos anos anteriores.
Também deve ser divulgado o
benchmark do fundo.

Caso o fundo faça referência ao histórico de rentabilidade e tenha outras taxas, o in-
vestidor deverá ser avisado.

I. A rentabilidade obtida no
passado não representa a V. Riscos do fundo.
garantia de resultados futuros.

VI. As informações do
II. A rentabilidade divulgada material técnico são
não é líquida de impostos. baseadas em simulações, e os
AVISOS resultados reais poderão ser
OBRIGATÓRIOS significativamente diferentes.
III. O investimento em um
fundo não é garantido pelo
FGC. VII. Datas de alterações na
classificação do fundo.
IV. A rentabilidade não é
líquida das taxas de entrada
e saída. VIII. Leia a lâmina de
informações essenciais, se
houver, e o regulamento.

232
Curso Preparatório CPA10

Apreçamento dos ativos ou marcação a mercado

Consiste em precificar os ativos dos fundos de investimento


pelos respectivos preços negociados no mercado (marcação a
mercado).

ATENÇÃO
O apreçamento tem como principal objetivo evitar a
transferência de riquezas entre os investidores dos
fundos e dar transparência aos riscos.

E chegamos ao fim deste capítulo! Nele, você conheceu como se constituem e funcio-
nam os fundos de investimento, além de suas classificações e sua tributação. Agora é
só aplicar na prática, não é mesmo? Até o próximo capítulo!

233
Capítulo 6 –
Instrumentos de
renda fixa e renda
variável

Neste capítulo, você vai conhecer os produtos de renda fixa e renda variável, para uma
melhor orientação ao investidor.

Instrumentos de renda fixa e


renda variável
Os investimentos se dividem em dois grandes grupos. Veja detalhes a seguir.

234
Curso Preparatório CPA10

RENDA FIXA RENDA VARIÁVEL

São promessas de pagamento. O in- São ativos que não possuem uma
vestidor empresta o seu dinheiro para remuneração determinada, mas uma
o emissor de um título representativo expectativa de valorização, também
da dívida. Os títulos podem ser ne- chamados de valores mobiliários. Des-
gociados no mercado primário ou no sa forma, valorizam ou desvalorizam
mercado secundário, quando são ven- e distribuem seus resultados e outros
didos para outros investidores antes benefícios aos acionistas.
de seu vencimento.
Como exemplo, temos as ações, que
Exemplo: um título público com oferecem a seus detentores a partici-
vencimento em 20 anos pode ser pação societária nas empresas que as
vendido a qualquer momento a outro emitem.
investidor, por meio do Tesouro Direto.
Quando um investidor adquire ações,
Nos títulos de renda fixa, há uma re- ele se torna sócio da empresa. As
muneração determinada, que pode ser ações formam o capital social da
taxa de juros (prefixada ou pós-fixada) companhia, que, junto com as demais
ou inflação (IPCA, IGP-M etc.). contas (resultado, reservas), formam o
patrimônio líquido dela.

ATENÇÃO
Renda fixa: quem pode ser o emissor dos títulos?
Governo: títulos públicos.
Bancos: Certificado de Depósito Bancário (CDB),
poupança, LCI/LCA.
Empresas: debêntures.
Pessoas físicas e jurídicas: Cédula de Crédito Bancário
(CCB), Cédula de Crédito Imobiliário (CCI).

235
Curso Preparatório CPA10

Captação de recursos por empresas

As empresas, ao iniciarem suas atividades, precisam captar recursos por meio do capi-
tal inicial. Quando possuem a necessidade de captar recursos para seus projetos, capi-
tal de giro, ou mesmo desencaixes, podem fazê-lo de algumas formas. Veja a seguir.

Emissão de novas ações


Captação de recursos através do aumento do
patrimônio líquido (capital de sócios, renda
variável). Nesse caso, aumentará o capital dos
sócios.

Empréstimo em bancos
Pode ocorrer por meio de linhas de crédito
especiais para capital de giro ou financiamen-
tos, como o BNDES, ou outros créditos com um
custo mais elevado, como um crédito rotativo,
crédito parcelado ou outro.

236
Curso Preparatório CPA10

Captação de recursos diretamente de


investidores
Ocorre quando a empresa busca capital de
terceiros, emitindo títulos, como debêntures e
notas promissórias, que são instrumentos de
renda fixa com taxas determinadas contratual-
mente, e os colocando à venda diretamente ou
através de corretoras na bolsa.

DE OLHO NA PROVA
Das opções apresentadas, fazem parte do conteúdo da CPA-
10 as ações (renda variável) e os debêntures (renda fixa).

Instrumentos de renda variável


Ações
São títulos emitidos por sociedades anônimas que representam a propriedade de uma
fração do capital social da companhia. Quem investe em ações é proprietário de uma
parte da sociedade anônima, tornando-se acionista e participando de seus resulta-
dos. Para a negociação pública no mercado de valores mobiliários, é necessário o re-
gistro na CVM.

237
Curso Preparatório CPA10

Título emitido Fração


por sociedade do capital
anônima social Acionista

Título emitido Fração Resultado


por sociedade do capital
anônima social
Registro
Título emitido Fração Acionista na CVM
por sociedade do capital
anônima social

Negociação pública é quando


a negociação dos ativos aos
investidores ocorre através de
mercados organizados, como a
Bolsa de Valores. Outra forma, a
negociação privada, ocorreria
diretamente entre o interessado e
o acionista da empresa, sem passar
pelo ambiente de bolsa.

238
Curso Preparatório CPA10

Ações ordinárias e ações preferenciais

ON - Ordinárias PN - Preferenciais
Nominativas VOTO Nominativas
AS AÇÕES
Garantem o direito a voto nas PODEM SER Garantem a preferência no
assembleias de acionistas, nas recebimento de dividendos em
quais são tomadas as decisões relação às ordinárias. Recebem
estratégicas da companhia. Na um percentual de no mínimo 10% a
Bolsa de Valores, são identificadas mais de remuneração em relação
com o número 3 (exemplo: PETR3). às ordinárias, mas não dão direito
a voto. Caso não haja distribuição
de resultados por três anos
consecutivos, as ações preferenciais
adquirem o direito a voto até a
regularização da situação.

DICA
As ações preferenciais são identificadas na Bolsa de Va-
lores com os números 4, 5 ou 6, de acordo com a classe de
direitos e restrições. Exemplo: AZUL4
Diz-se nominativas porque estão em nome do acionista.

FIXANDO NA MEMÓRIA
Ações ordinárias Ações preferenciais
Dá ordens, direito a voto. Preferência nos
dividendos.

239
Curso Preparatório CPA10

Canais de distribuição

A negociação de ações na Bolsa de Valores necessita de canais de distribuição espe-


cíficos, veja a seguir.

CTVM e DTVM
Corretora de Títulos e Valores Mobiliários e
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários

Como vimos no capítulo 1, as corretoras e


distribuidoras realizam a compra e venda de
valores mobiliários para o investidor, sendo
que operam com exclusividade no sistema
eletrônico da B3.

240
Curso Preparatório CPA10

Agências bancárias

Orientam o cliente interessado em investir


no mercado de ações a contatar a equipe da
corretora de valores, ou a utilizar o home bro-
ker, para transmitir suas ordens de compra e
venda de ações.

Home broker

São sistemas eletrônicos oferecidos pelas


corretoras, que permitem ao investidor enviar
diretamente, pela internet, ordens de compra
e venda de ações à B3. Deve-se fazer o ca-
dastramento em uma corretora de valores e
conhecer suas condições de custos e eventu-
ais restrições de execução de ordens.

Ordens à corretora

Também podem ser efetuadas por telefone ou


e-mail, quando, então, o consultor cadastra
a ordem em nome do investidor. Geralmente,
é utilizada em operações estruturadas, que
precisam do apoio do assessor para montar a
operação e criar a oferta (exemplo: opções de
venda de um ativo de menor liquidez).

241
Curso Preparatório CPA10

Oferta Pública Inicial de Ações (IPO)


DEFINIÇÃO E ENTENDIMENTO DOS CONCEITOS:

período de reserva possibilidade de ordem limitada e a


ocorrência de rateio mercado

242
Curso Preparatório CPA10

Initial Public Offering (IPO) – Oferta Pública Inicial


É quando uma empresa decide negociar suas ações na Bolsa de Valores. Para isso,
primeiramente, precisa avaliar quanto vale. Então, contrata uma empresa de due di-
ligence, que faz uma diligência para essa avaliação criteriosa, divide o seu valor total
em frações (que serão as ações) e as oferece na bolsa.

ATENÇÃO
É importante saber que o termo Inicial (initial) vem de
“primeira vez na bolsa”, não necessariamente significa
mercado primário.

A IPO pode ocorrer no mercado primário,


quando a empresa decide aumentar o seu
capital e emitir novas ações, ou no mercado
secundário, quando um ou mais acionistas
cedem suas ações para a negociação pública,
vendendo-as a outros investidores.

243
Curso Preparatório CPA10

As corretoras enviam e-mail a seus clientes, avisando do evento, e quem tem interes-
se responde com o valor e a quantidade que está disposto a comprar.

As reservas de ações possuem um período para serem feitas,


que é definido na escritura de lançamento das ações. É padrão
que as corretoras enviem no e-mail “para efetuar sua reserva,
responda o e-mail até xx/xx/xx”.

Demanda por ações Aumento Lote suplementar Rateio

Caso a demanda por ações seja superior à quantidade ofertada pela empresa, pode
ocorrer um aumento exagerado de preços. Para a estabilidade da oferta, a empresa po-
derá emitir um lote suplementar de até 15% nas mesmas condições originais. Se a de-
manda ainda for maior, será feito um rateio, ou seja, limitações aos pedidos de compra.

244
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
A taxa de corretagem da operação, por ocasião da IPO, é
paga pela empresa que está abrindo o seu capital.

O investidor, ao dar a ordem de compra, poderá fixar ou não limites de preços a ela:

Ordem limitada Ordem a mercado


O investidor define um preço O investidor envia a reserva de
máximo pelo qual está disposto ações, pelas quais aceita pagar
a comprar o ativo. Caso o preço o preço definido pelo mercado,
de mercado fique acima do preço qualquer que seja.
definido pelo investidor, a ordem
não será executada.

245
Curso Preparatório CPA10

Remuneração dos acionistas

ganhos de capital.

dividendos.

REMUNERAÇÃO juros sobre capital próprio.


POR MEIO DE:

bonificação.

subscrição.

desdobramento e grupamento.

246
Curso Preparatório CPA10

Ganhos de capital: é a diferença positiva entre


o preço de venda e o preço de compra de uma
ação.

Um acionista tem ganho de capital quando efe-


tivamente vende o ativo por um valor superior
ao que pagou na compra, pois, enquanto não o
vender, poderá sofrer oscilações.

DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS

Juros sobre
Dividendos Bonificações
capital próprio

São a distribuição dos lucros São uma forma São uma forma de
da companhia. É a única forma de distribuição de distribuição facultativa de
de distribuição de lucros que é lucros facultativa, lucros. Incide 15% de Imposto
obrigatória. Não há um mínimo de forma que são de Renda na fonte, ou seja,
legal, o percentual do lucro a disponibilizadas, o valor creditado em conta
ser distribuído como dividendos proporcionalmente corrente é líquido de IR. No
deve estar previsto no Estatuto ao capital de cada entanto, a empresa, ao pagar
Social. Caso não haja previsão acionista, novas ações, juros sobre o capital próprio,
estatutária, será de no mínimo de forma gratuita, poderá contabilizar esse valor
50% do lucro líquido. Os aumentando o capital como despesa, o que reduzirá
dividendos são distribuídos na por incorporação de a sua própria base de cálculo
conta corrente do acionista. Não reservas e lucros. Não para tributação. Enquanto em
incide Imposto de Renda para os incide Imposto de dividendos e bonificações,
investidores, pois ele é apurado Renda ao investidor. não há o IR para o investidor,
após o pagamento dos impostos, porque a empresa já tributou
que já foram pagos pela empresa. esse valor. Nos juros ao
capital, quem paga o imposto
é o investidor.

247
Curso Preparatório CPA10

Quadro resumo de distribuição de lucros das S.A.

Dividendos Juros ao capital Bonificação

Obrigatoriedade: Obrigatório Facultativo Facultativo

Imposto de Renda: Não tem 15% na fonte Não tem

Pago na conta cor- Pago na conta cor- Aumenta a quanti-


Destinação:
rente do acionista rente do acionista dade de ações

Direito de Subscrição

É uma operação para o aumento do capital de uma empresa que já possui as ações à
venda na bolsa. Ocorre quando a empresa necessita de recursos para financiar investi-
mentos ou modificar sua estrutura de capital e decide lançar novas ações no mercado.

248
Curso Preparatório CPA10

Para não haver prejuízo em seu percentual total sobre o capital


da sociedade, o acionista tem o direito de adquirir ações em
quantidade proporcional ao que ele já possui. Para incentivar
o investimento adicional nas novas ações, a empresa procura
estabelecer um preço de aquisição para os acionistas inferior à
cotação em Bolsa de Valores.

Caso o investidor não queira adquirir as novas ações, poderá


vender o seu direito, que é formalizado como “direito de
subscrição”. E, se não exercer e não vender seu direito, ele o
perderá.

Processos de desdobramento e grupamento de ações

As negociações em bolsa ocorrem, na sua


maioria, em lotes. No Brasil, o lote padrão é de
cem ações. Existe o mercado fracionado, no
qual inclui-se a letra “F” no código do ativo, para
negociar quantidades inferiores a um lote (de 1
a 99 ações, como, por exemplo, PETR4F).

No entanto, o mercado fracionário, por ter um


volume menor, tem menos liquidez.

249
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Se uma ação tem um valor muito alto, pode dificultar a
negociação. Por outro lado, ações com valores muito
baixos podem trazer um efeito psicológico negativo, de
ações que não têm valor.

Para evitar sanções e restrições, há dois eventos que têm como objetivo aumentar a
liquidez de suas ações no mercado:

Split Inplit
É o desdobramento de ações que pos- É o grupamento de ações de menor valor,
suem cotação em valores elevados, Com que reduz o número de ações em cir-
esse procedimento, há um aumento da culação sem alterar o valor do patrimô-
quantidade de ações, sem alterar o valor nio líquido. O grupamento das ações é
do patrimônio líquido. É como se trocás- uma alternativa viável, visto que reduz a
semos uma nota de R$ 100,00 por dez quantidade, mas mantém o valor patri-
notas de R$ 10,00, o valor total continua monial total.
o mesmo.
Exemplo:
Exemplo: É como se trocasse cem moedas de R$
As ações da empresa XXX são nego- 1,00 por dez notas de R$ 10,00. O valor
ciadas a 300,00. Como o lote padrão é total continua o mesmo, o que muda é a
de cem ações, é preciso R$ 30 mil para quantidade de ativos em circulação.
adquirir um lote de ações. Para melhorar
a negociação, a empresa resolve fazer
um split, no qual uma ação de R$ 300,00
será desdobrada em 12 ações de R$
25,00 cada, preservando o valor total e,
com isso, melhorando sua liquidez.

250
Curso Preparatório CPA10

FIXANDO NA MEMÓRIA
Split Inplit
deSdobramento grupamento

RESUMINDO
Desdobramento de ações X Grupamento de ações

Split Ação Ação Inplit


Ação Ação

Ação Ação

Riscos inerentes ao produto

251
Curso Preparatório CPA10

As ações não possuem risco de crédito, pois o acionista não é credor, é dono de uma
parte da empresa. Se a empresa não tiver um bom desempenho, suas ações desvalo-
rizam. Se a empresa falir, perde seus investimentos. Não há cobertura do FGC,
que garante títulos de crédito em bancos.

O risco de liquidez refere-se à dificuldade de se


vender o ativo. Na bolsa, há ações mais nego-
ciadas, presentes em praticamente todos os
pregões (assim são chamados os dias de nego-
ciações) e outras menos negociadas. As em-
presas com mais liquidez fazem parte da com-
posição dos índices de renda variável Ibovespa
e IBRx.

O risco de mercado refere-se às oscilações de


preço, de forma que suas origens podem estar
ligadas ao risco sistemático – que é macroeco-
nômico, atinge todo o mercado e não há como
ser diversificado – e o risco não sistemático –
específico de uma empresa ou setor, que pode
ser diversificado.

Despesas em negociação de ações


Ao negociar ações na bolsa de valores, o investidor terá as seguintes taxas:

252
Curso Preparatório CPA10

Corretagem Emolumento Custódia


É a taxa cobrada pela É a taxa cobrada pela É a taxa cobrada pelo
corretora de valores Bolsa de Valores na serviço de guarda
sobre as ordens de negociação de ações, e manutenção das
compra e de venda. tanto na compra ações e dos outros
Pode ser um valor fixo como na venda, em ativos, e do exercício
ou percentual, sendo percentual, sobre o de direitos (bonifi-
que o mais habitual valor financeiro da cações, dividendos,
é a cobrança de um operação. juros ao capital, di-
valor fixo por ordem. reitos de subscrição)
Se o investidor com- junto à Câmara de
prar ações de três Compensação e
empresas, pagará Liquidação (B3).
três ordens de cor-
retagem; ao vender,
pagará novamente.

ATENÇÃO
A taxa de custódia é paga para a instituição financeira
custodiante que se encarrega da abertura e manutenção
da conta de custódia. Alguns custodiantes não co-
bram a taxa de custódia, por reciprocidade, volume ou
política de captação.

253
Curso Preparatório CPA10

Tributação em ações

Para a negociação de ações, o


investidor deve ter conta em uma
corretora, na qual realiza suas
movimentações.

Ao vender suas posições, precisa calcular e recolher o Imposto de Renda, de acordo


com as regras a seguir, para a negociação de ações no mercado à vista:

3. Com o objetivo de
controlar o Imposto de
1. O Imposto de Renda Renda a pagar, que é
será de 15% sobre calculado e recolhido
2. Se o investidor
os ganhos líquidos pelo investidor por meio
for Pessoa Física e
(diferença entre o valor de DARF, será retida
vender até R$ 20
de compra e o valor de na fonte a alíquota de
mil por mês, terá
venda, descontando 0,005% sobre o valor da
isenção de Imposto de
as despesas de venda das ações a título
Renda. A regra não se
negociação), calculado de antecipação, valor
aplica para Pessoas
e recolhido através que poderá ser deduzido
Jurídicas.
de DARF, pelo próprio da tributação total do
contribuinte. DARF a recolher ou
restituído na declaração
anual de IRRF.

254
Curso Preparatório CPA10

DICA
O Imposto de Renda deverá ser recolhido, via DARF, até o
último dia do mês seguinte ao fato gerador. Não há in-
cidência de IOF.

Operações day trade


Em operações de compra e venda do mesmo
ativo no mesmo dia, o Imposto de Renda é reti-
do na fonte e será de 1% sobre resultado positi-
vo diário (diferença entre o valor de compra e o
valor de venda).

A tributação total de IR será de 20% sobre os


ganhos, recolhidos mensalmente via DARF.

255
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Em operações day trade, não há isenção de IR para
Pessoa Física.

QUADRO TRIBUTAÇÃO DE IR

Operação Alíquota na fonte Alíquota DARF Isenção

Pessoa Física se
0,005% sobre o valor
Operações à vista 15% sobre ganhos vender até R$ 20
da venda
mil/mês

1% sobre o valor do
Day trade 20% sobre ganhos Não tem
ajuste diário

Clube de 15 sobre
Não tem Não tem
investimento rendimentos

15% sobre
Fundos de ações Não tem Não tem
rendimentos

Compensação de perdas e despesas

Prejuízos acumulados nas operações realiza-


das em Bolsa de Valores podem ser deduzidos
dos lucros auferidos em operações de mesma
natureza, ou seja, operações à vista com oper-
ações à vista, day trade com day trade e fundos
imobiliários negociados em bolsa com fundos
imobiliários negociados em bolsa.

256
Curso Preparatório CPA10

Não há prazo para a compensação das oper-


ações realizadas em bolsa, desde que elas se-
jam registradas. Para que a compensação seja
feita em anos seguintes, o prejuízo deve ser
informado na declaração anual de IR.

ATENÇÃO
Também poderão ser deduzidas da base de cálculo do IR
as despesas de corretagem, emolumentos e custódia.

Clube de investimento em ações: conceito e características

O clube de investimento é um condomínio


constituído por no mínimo três e no máximo
50 Pessoas Físicas, para aplicação de recursos
prioritariamente em ações. Caso os investidores
possuam algum vínculo empregatício ou as-
sociativo, não haverá número máximo de inte-
grantes.

O objetivo é juntar recursos para ganhar vol-


ume, diluindo os custos de negociação. Em um
clube de investimentos, o investidor pode par-
ticipar das decisões na escolha dos ativos.

257
Curso Preparatório CPA10

Um único investidor não poderá concentrar mais de 40% do patrimônio líquido.

Composição carteira Imposto de Renda


Mínimo de 67% em ações. 15% no resgate, retido na fonte.
O restante pode estar em outros ativos, ou Não há isenção de IR para Pessoa Física.
a totalidade em ações. Não incide IOF.

Os clubes de investimentos
são alternativas para pequenos
investidores que querem debater
ideias para investir em ações, ou são
uma solução para grupos familiares
que movimentam grandes
fortunas. Isso porque, ao comprar
diretamente ações, em cada
operação de troca de ativo (vender
um para comprar outro) haverá
incidência de Imposto de Renda,
por outro lado, em um clube de
investimentos, as trocas de ativos
não são tributadas, sendo que o IR
só será devido se houver resgate.

258
Curso Preparatório CPA10

Qual a diferença de um fundo de ações e de um clube de investimentos?

Fundo de ações Clube de investimentos

Número de cotistas Ilimitado 3 a 50

Concentração de recur-
Não tem Máximo de 40% do PL
sos por cotista

Por adesão à política de Pode opinar na escolha dos


Escolha dos ativos
investimentos ativos

Percentual mínimo em
67% 67%
ações

15% sobre rendimentos na 15% sobre rendimentos na


Tributação de IR
fonte fonte

IOF Não tem Não tem

Isenção de IR para PF Não tem Não tem

Instrumentos de Renda Fixa


Renda Fixa

São títulos emitidos pelo Governo, Instituições


Financeiras e Instituições não financeiras com
o objetivo de captar recursos. A remuneração,
que pode ser prefixada ou pós-fixada, é de-
terminada no momento de emissão do título,
portanto, o investidor o adquire fazendo a apli-
cação de recursos.

259
Curso Preparatório CPA10

São chamados de títulos de crédito, porque o


investidor “empresta” seus recursos ao emissor
e representam promessas de pagamento na
data e nas condições acordadas.

Instituições
financeiras:
CDB, RDB, LCA, LCI
e poupança.

EXEMPLOS DE
EMISSORES DE
TÍTULOS DE
Governo CRÉDITO:
Instituições
federal:
não financeiras:
títulos públicos
debêntures,
do tesouro na-
notas comerciais.
cional.

260
Curso Preparatório CPA10

Fundo Garantidor de Créditos – FGC

O Fundo Garantidor de Créditos é uma associação civil, sem fins lucrativos e de direi-
to privado, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores
e investidores das instituições participantes, garantindo depósitos até o limite de R$
250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira ou conglomerado financeiro, no
caso de liquidação financeira das instituições. Se houver contas conjuntas, o limite é
por conta, dividido pelo número de titulares. Se houver mais de uma conta, soma-se
os valores até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.

Cada investidor tem um teto para utilização de R$ 1 milhão, para


cada período de quatro anos, contados a partir do primeiro uso,
por CPF ou CNPJ. Após quatro anos, o teto é restabelecido.

Para manter o FGC, as instituições financeiras participantes


contribuem mensalmente com um percentual sobre seus
depósitos.

261
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
O FGC também age de maneira preventiva em todo o
sistema bancário e financeiro, para evitar as situações
dramáticas em que ocorre a utilização da garantia.

Objetivos Valores cobertos


• Proteger o pequeno • Depósitos a prazo, (CDB,
poupador. LCI, LCA, LC, poupança).
• Promover a estabilidade • Depósitos à vista (conta
do sistema financeiro. corrente e conta salário).
• Evitar crise bancária
sistêmica.

262
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
O FGC não cobre títulos públicos (emitidos pelo go-
verno), debêntures, notas promissórias e ações (emitidos
por empresas), fundos de investimento (o administrador
apenas administra os recursos, enquanto os ativos são de
propriedade dos cotistas).

Títulos de crédito imobiliário e do agronegócio

É um título de crédito emitido por insti-


tuições financeiras públicas ou privadas
(bancos e cooperativas de crédito), com o
objetivo de obter recursos para financiar o
setor agrícola.
LCA
LETRA DE
CRÉDITO DO
AGRONEGÓCIO
Deve ser registrada na B3, tendo como
lastro um título de crédito do agronegócio,
que serve como garantia do investimento.

São negociados por bancos, cooperativas de crédito


ou corretoras com seus clientes ou associados.

263
Curso Preparatório CPA10

O investidor adquire o produto de


emissão da instituição financeira,
ou seja, o risco de crédito se
restringe a ela. Por se tratar de
depósito a prazo, há garantia do
Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

ATENÇÃO
Há isenção de Imposto de Renda para Pessoa Física. Se
for Pessoa Jurídica, terá desconto de IR de acordo com
a tabela decrescente de Imposto de Renda para renda
fixa, que veremos mais adiante. As letras de crédito têm
carência mínima de 90 dias, e não há IOF.

É um título de renda fixa, similar ao LCA,


mas com lastro em créditos imobiliári-
os, garantidos por hipoteca ou alienação
fiduciária de bem imóvel.
LCI
LETRA DE
CRÉDITO Possuem emissão exclusiva de instituições
IMOBILIÁRIA financeiras públicas ou privadas autoriza-
das pelo Banco Central e são garantidas
pelo FGC.

264
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Há isenção de Imposto de Renda para Pessoa Física.
Se for Pessoa Jurídica, terá IR de acordo com a tabela
decrescente de Imposto de Renda para renda fixa. Como
a carência mínima é 90 dias, não há IOF.

Risco de crédito: Risco de liquidez: Risco de mercado:


no caso de inadim- as LCA/LCI são emiti- as LCA/LCI têm
plência, as LCA/LCI das com um prazo de remuneração deter-
contam com a garan- carência de no mínimo minada na emissão,
tia do FGC, pois são 90 dias. Após a carên- podendo ser pré ou
emitidas por bancos. cia, têm liquidez diária. pós-fixada. Os papéis
Possuem, também, a No entanto, mesmo com remuneração
garantia dos lastros, durante a carência, pós-fixada acompa-
registrados na B3. podem ser comercia- nham o mercado. Os
lizadas no mercado papéis com remune-
secundário, no qual ração prefixada pos-
não há resgate, mas suem risco de mer-
troca de titularidade cado quando as taxas
do investidor. de juros no mercado
subirem, pois estão
“travadas” na remu-
neração pactuada.

265
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
LCA e LCI são emitidas por instituições financeiras
autorizadas pelo BCB. Podem ser negociadas na própria
instituição financeira ou por meio de distribuidor
(corretora, cooperativa de crédito).

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

São títulos emitidos por bancos para captação de


recursos (depósitos a prazo). A remuneração pode
ser pós-fixada (TR, CDI ou Selic) ou prefixada.

Podem ser emitidos com período de carência,


ou com liquidez diária.

266
Curso Preparatório CPA10

Os CDB possuem data de vencimento. No


entanto, podem ser resgatados antes, quando
tiverem a cláusula de resgate antecipada, o
que ocorre na maioria das situações. Se houver
resgate durante o período de carência, haverá
perda dos rendimentos.

No vencimento, o valor corrigido tem a retenção


do Imposto de Renda e é creditado na conta cor-
rente do investidor. Caso deseje permanecer com
o valor aplicado, ele precisa fazer um novo CDB.

DICA
Carência
Vencimento Período em que, se houver
Prazo do título. resgate antecipado, não
haverá rendimentos.

O Imposto de Renda será contabilizado de acordo com o prazo,


a tabela decrescente de renda fixa, e haverá IOF, no caso de
resgate em até 29 dias.

267
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
Uma de suas vantagens é que, como após a carência
poderá ser realizado o resgate com rendimentos, o
investidor não tem marcação a mercado.

Como o resgate é no mercado


primário, o valor do saque é o saldo,
descontando os impostos. Se o
título fosse negociado no mercado
secundário, para outro investidor,
teria de se verificar quanto o outro
investidor estaria disposto a pagar,
havendo a possibilidade de ser
negociado com ágio ou deságio.

DICA
Em épocas de instabilidade econômica, é um dos produtos
mais utilizados, justamente por fornecer essa segurança
ao investidor.

268
Curso Preparatório CPA10

Risco de crédito:
possuem cobertura Risco de liquidez:
Risco de mercado:
do FGC até o limite de após a carência
risco de oscilação de
R$ 250 mil por CPF/ possuem liquidez
taxas de juros.
CNPJ, de acordo com diária.
as regras.

Caderneta de poupança

A poupança é o mais tradicional de todos os investimentos e


consiste em uma conta de depósito, com crédito periódico de
rendimentos.

269
Curso Preparatório CPA10

Em 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II assinou o decreto criando a poupança na Caixa


Econômica Federal, para desenvolver as economias das classes menos abastadas e,
depois, isso foi estendido a outras instituições financeiras. O produto persiste ao longo
do tempo como o investimento mais popular do Brasil.

Veja as cinco características principais da poupança.

01 Investimento acessível, que admite depósitos de pequenas quantias.

Rendimento definido por lei ou decreto do governo federal (é igual em todas


02 as instituições financeiras).

O rendimento é creditado na data de aniversário da conta:

Observação: A imunidade é concedi-


a) Mensalmente, para Pessoas Físi-
da pela Constituição Federal, en-
cas e Pessoas Jurídicas isentas ou
quanto a isenção é concedida pelas
03 imunes (as Pessoas Jurídicas sem
leis ordinárias.
fins lucrativos podem ser imunes ou
Exemplo: organizações religiosas,
isentas).
partidos políticos, ONGs, etc.

b) Trimestral para as demais Pessoas Jurídicas.

Se o resgate for feito antes do aniversário, há perda de rendimentos. Com


04 isso, temos que a base de cálculo é o menor saldo do período, porque o valor
resgatado antes do aniversário não será considerado no cálculo.

Se for Pessoa Física, não terá Imposto de Renda. Para Pessoas Jurídicas,
05 o cálculo do imposto segue a tabela decrescente de IR para renda fixa. Como
não há rendimentos antes de 30 dias, não há IOF.

270
Curso Preparatório CPA10

Remuneração da poupança

Em 2012, com a queda da taxa


básica de juros da economia, a
poupança começou a se destacar
em rentabilidade, pelo fato de ter
sua maior parcela de remuneração
prefixada. Isso aumentou o
risco de alguns investimentos
migrarem para a poupança de
forma desproporcional e atingirem
outros emissores, como o Tesouro
Nacional, com os títulos públicos.

Para atender ao mercado, mantendo a relação entre baixos risco e retorno, houve a
alteração da regra de rentabilidade, sendo que:

Para novos depósitos ou


contas abertas a partir de 4
de maio de 2012:
Para os saldos anteriores,
com depósitos efetuados
até 3 de maio de 2012: Quando a taxa Selic meta
for superior a 8,5% ao ano:
a remuneração continua
Pessoas Físicas e TR + 0,5% ao mês ou TR +
Jurídicas sem fins 1,5% ao trimestre.
lucrativos:
TR + 0,5% ao mês. Quando a taxa Selic meta
for igual ou inferior a 8,5%
Pessoas Jurídicas ao ano: a remuneração
com fins lucrativos: da poupança é de 70% da
TR + 1,5% ao trimestre. Selic meta + TR (mensal ou
trimestral).

271
Curso Preparatório CPA10

Debêntures e debêntures incentivadas

Debêntures são papéis de renda fixa de médio e longo prazo,


emitidos por sociedades anônimas não financeiras (capital
aberto ou fechado), para captação de recursos para projetos
da companhia.

Apenas as companhias abertas com registro na CVM poderão realizar emissões pú-
blicas, ou seja, vender para o público em geral na Bolsa de Valores.

Já as emissões privadas, que não


envolvem colocação pública e são
destinadas a um grupo restrito de
investidores, não precisam do registro
na CVM.

272
Curso Preparatório CPA10

Para que uma empresa possa emitir debên-


tures, é necessário contratar um agente fi-
duciário, que é responsável por proteger os
direitos e interesses dos debenturistas, fiscali-
zando e administrando bens de terceiros.

O principal documento legal da emissão de


debêntures é a escritura de emissão, na qual
constam todas as informações do título de
dívida. Possuem vencimento definido na escri-
tura, e podem conter cláusula de vencimento
antecipado. As taxas podem ser prefixadas ou
pós-fixadas, definidas em taxas de juros, índices
de inflação ou mistas.

Classificação

Debêntures Haverá Imposto de Renda para todas as classes de investidores.

São debêntures emitidas por empresas de infraestrutura, isentas


de Imposto de Renda para Pessoa Física.
Debêntures O produto foi instituído pelo governo em 2011, definindo os seto-
incentivadas res que podem emitir: logística e transporte, mobilidade urbana,
energia, telecomunicações, radiodifusão, saneamento básico e
irrigação.

273
Curso Preparatório CPA10

As debêntures podem ser:

não conversível ou simples conversível em ações (DCA)


O capital é resgatado em dinheiro O debenturista tem o direito de rece-
no vencimento. O prazo mínimo de ber o capital em dinheiro ou em ações
emissão é de um ano. da companhia.

ATENÇÃO
Existe a modalidade de debênture permutável, na qual
a escritura prevê a permuta por ações das companhias
listadas no documento. O prazo mínimo de emissão é de
três anos.

O Imposto de Renda em debêntures segue a


tabela decrescente de renda fixa, que veremos
no final desse capítulo, com exceção da debên-
ture incentivada para investidor Pessoa Física, o
qual tem isenção de IR.

274
Curso Preparatório CPA10

Considerando que as debêntures conversíveis


e incentivadas possuem prazos médios superi-
ores a dois anos (que são, respectivamente, de
três e quatro anos), o Imposto de Renda, quan-
do devido, será 15%, que é a alíquota mínima da
tabela.

Quadro resumo de debêntures

Tipo de debênture Característica IR

Simples ou Resgatável no vencimento De acordo com o prazo:


não conversíveis em dinheiro. 22,50 a 15%

Resgatável em dinheiro ou De acordo com o prazo:


Conversível em ações
permuta em ações. 22,50 a 15%

PF: zero
Emitida por empresa de
Incentivada PJ: de acordo com o prazo
infraestrutura.
de permanência.

O vencimento das debêntures está descrito em


suas escrituras, sendo que normalmente são de
longo prazo. Também há as chamadas debên-
tures perpétuas, ou seja, sem data de venci-
mento, que, após seu lançamento, poderão ser
negociadas apenas no mercado secundário.

275
Curso Preparatório CPA10

Poderá haver pagamento periódico de juros


(também chamado de cupom), em intervalos de
no mínimo 180 dias.

O contrato deve ser registrado no órgão competente,

01 como, por exemplo, o contrato com garantia real de


imóveis deve ser registrado no cartório de registro de
imóveis.
Rea
l
Representada por bens e direitos do ati-
vo líquido da sociedade emitente, sem
02 identificação específica desses bens.
Flu

No caso de inadimplência do emissor,


tua

o debenturista irá buscar as garantias


nte

dentre os bens do emissor.


GARANTIAS
a
ári
raf

Sem as vantagens dos dois tipos anteri-

03
ores, sendo que nenhum ativo da em-
g
iro

presa é reservado para ser penhorado.


Qu

Equivale a um credor por duplicata.


ada
din
Subor
A debênture não goza de garantia e, em caso de

04 liquidação da companhia, o debenturista preterirá


apenas aos acionistas no ativo remanescente. Como
possui menos garantias, geralmente apresenta uma
remuneração maior.

276
Curso Preparatório CPA10

Riscos em debêntures.

Risco de crédito Risco de liquidez Risco de mercado


As debêntures são Se não houver cláu- Poderá ter oscilação
emitidas por em- sula que preveja, nas taxas de juros,
presas sociedades a debênture não além da marcação a
anônimas e não poderá ser resgatada mercado, caso sejam
possuem garantia antes do vencimento. vendidas no mercado
de FGC. O risco de No entanto, o deben- secundário antes de
crédito está relacio- turista poderá vender seu vencimento.
nado à solvência dos seus títulos no mer-
emissores. cado secundário, o
que melhora a liqui-
dez, mas somente se
o emissor for com-
panhia de capital
aberto, para colo-
cação pública.

Títulos públicos

Os títulos públicos são papéis de renda fixa


emitidos pelo Tesouro Nacional com o objetivo
de cobrir o déficit público da União. Represen-
tam a dívida interna do Brasil.

277
Curso Preparatório CPA10

Por ser de emissão do governo, não contam


com garantia do FGC. São considerados zero
risco de crédito, ou, na linguagem internacion-
al, risk free, porque são considerados os títulos
mais seguros de um país.
Risk free

IPCA

Os títulos são emitidos com Além da rentabilidade defin-


taxas atreladas ao IPCA, ida em cada papel, sofrem
prefixadas ou pós-fixadas. os impactos da marcação
São emitidos com prazos a mercado. Portanto, se
entre um e 30 anos. Podem forem vendidos antes do
ser vendidos no mercado vencimento, seu preço será
secundário, o que garante o valor que o mercado está
maior liquidez. disposto a pagar,
considerando as demais
opções que possui, assim
como os riscos e oscilações
no mercado.

278
Curso Preparatório CPA10

Sua remuneração é definida pela taxa Selic diária,


Tesouro Selic
acompanha as oscilações do mercado, por isso, é
(antiga Letra
considerado o título mais conservador do mercado. É
Financeira do
indicado em cenários de alta da taxa de juros, pois as
Tesouro – LFT)
acompanha.

Tesouro prefixado (antiga Letra


São títulos do Tesouro Nacional – LTN):
públicos com A remuneração é prefixada,
remuneração porém, o título é vendido com
prefixada. Por desconto, como se fosse uma
travarem a antecipação de recebíveis.
TIPOS DE rentabilidade
do papel, são Tesouro prefixado com
TÍTULOS Tesouro pagamentos semestrais
indicados em
prefixado (antiga Nota do Tesouro
PÚBLICOS cenários de
queda de taxa Nacional série F – NTN-F):
de juros. Se A remuneração é prefixada,
subdividem com porém, os pagamentos dos
relação ao tempo juros são semestrais (também
de pagamento chamado de cupom semestral de
de juros. juros), e o principal será pago no
vencimento.

São títulos Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B


públicos com Principal): Corrigida por um
taxa mista, cupom de juros e o IPCA. Nessa
sendo corrigidos modalidade, a remuneração total
pelo IPCA mais é paga no vencimento (principal:
uma taxa de juros no final).
juros prefixada, o
Tesouro IPCA+ que garante um Tesouro IPCA+ com juros
ganho real acima semestrais
da inflação, (antiga Nota do Tesouro
preservando Nacional série B – NTN-B)
o poder de Será corrigido pelo IPCA mais
compra. Há duas uma taxa de juros. Nessa
modalidades. modalidade, paga os juros
semestralmente (cupom de
juros).

Os títulos com cupom semestral, que são os pagamentos


periódicos de juros, têm risco de reinvestimento, pois, como
os rendimentos são pagos em conta, deverão ser reinvestidos
pelas novas condições de mercado.

279
Curso Preparatório CPA10

Quadro resumo de títulos públicos:

Tesouro Tesouro
Tesouro Tesouro prefixado Tesouro IPCA+ com
Título público:
Selic prefixado com juros IPCA+ juros seme-
semestrais strais

Denominação NTN-B
LFT LTN NTN-F NTN-B
antiga: Principal

Prefixada, IPCA + ju-


Prefixada, IPCA + ju-
vendida ros semes-
Rentabilidade: Selic diária. com juros ros prefixa-
com des- trais pre-
semestrais. dos.
conto. fixados.

Tesouro Nacional Tesouro Direto


É o órgão central É um Programa do Tesou-
responsável pela adminis- ro Nacional desenvolvido
tração financeira do país. em parceria com a B3 para
Emite títulos públicos, após venda de títulos públicos
a autorização do CMN, federais para Pessoas Físi-
assim os resgata em seu cas, por meio da internet. O
vencimento. O Banco Cen- valor mínimo para as nego-
tral, como banco do gover- ciações é de R$ 0,01 títu-
no, faz as negociações dos lo, respeitado um mínimo
títulos através de leilões. investido de R$ 30,00.

280
Curso Preparatório CPA10

São duas as taxas cobradas ao se investir em títulos públicos:

Taxa de custódia co-


Taxa de custódia brada pela B3
cobrada pela insti- A partir de janeiro
tuição financeira, de de 2022, a taxa de
livre negociação custódia de títulos
Várias corretoras isen- CUSTOS PARA públicos, cobrada
tam o investidor dessa O INVESTIDOR pela B3, passou a ser
taxa, que remunera o 0,20% ao ano, calcula-
serviço de efetuar a da diariamente sobre
custódia em nome do o saldo e recolhida
investidor. semestralmente. Para
investimentos abaixo
de R$ 10 mil, não há
cobrança da taxa.

DICA
É importante que antes de investir o investidor conheça
o seu perfil, os riscos de mercado e as características de
cada título, assim como a adequação a seus objetivos.

Riscos de oscilação

Os títulos públicos prefixados, ou que possuem


uma parte da remuneração prefixada, possuem
risco de mercado com a oscilação de seus
preços. Isso porque uma taxa prefixada trava a
rentabilidade até seu vencimento.

281
Curso Preparatório CPA10

Caso os juros subam no mercado, o rendi-


mento do título está travado na taxa pac-
tuada, não acompanha a alta. E, principal-
mente, os títulos são marcados a mercado.

DICA
A marcação a mercado impacta a remuneração dos títu-
los e é informada no extrato do investidor, como você viu
no capítulo 3.

Possuem risco de oscilação Não possuem risco de oscilação


• Tesouro prefixado • Tesouro Selic, DI.
• Tesouro IPCA +

ATENÇÃO
Os títulos pós-fixados não têm risco de oscilação, pois
acompanham o mercado. Se o mercado subir, o rendimento
desses títulos o acompanha, se cair, ocorre da mesma forma.

282
Curso Preparatório CPA10

Operações compromissadas

É uma operação de venda de um


título com o compromisso de
recompra depois de um tempo, que
pode ser um ou mais dias. É como se
fosse um empréstimo com garantia
de um título, porque o detentor do
título o vende para recomprá-lo, é
como se pegasse um empréstimo
para liquidar no vencimento, sendo
que, se não o fizer, o lastro garante a
operação.

ATENÇÃO
A operação compromissada pode ser feita entre
instituições, ou até mesmo com uma das partes sendo
Pessoa Física, desde que a outra seja uma instituição
financeira.

Os títulos que podem servir de lastro a operações compromissadas são:

Títulos CDB Letras de Certificados Letras Debên-


públicos Crédito de hipo- tures
Imobiliário Recebíveis tecárias
(LCI) Imobiliários
(CRI)

283
Curso Preparatório CPA10

O prazo de uma operação compromissada deve


ser igual ou inferior ao prazo do título utilizado
para lastro.

Se o lastro for título público, a operação com-


promissada será registrada no Selic, dando
origem à taxa Selic diária. Nos demais casos, o
registro ocorre na B3, por se tratar de contratos
privados com lastro privado.
Selic diária

Tributação em renda fixa

Em renda fixa, os rendimentos são


tributados em IOF e IR, nessa ordem.
Primeiramente é debitado o IOF, e
sobre o restante incide o Imposto de
Renda.

284
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
IOF segue a tabela decrescente de um até 29 dias. A partir
de 30 dias, o IOF é zero.

Imposto de Renda (IR) será cobrado no res-


gate, sobre rendimentos, de acordo com o
prazo de permanência dos recursos:
• Até 180 dias: 22,50%
• De 181 a 360 dias: 20,00%
• De 361 a 720 dias: 17,50%
• Acima de 720 dias: 15,00%

E chegamos ao fim deste capítulo! Nele, você conheceu os produtos de renda fixa e
renda variável, para que possa orientar melhor o investidor. Agora é só aplicar na práti-
ca, não é mesmo? Até o próximo capítulo!

285
Capítulo 7 –
Previdência
complementar
aberta

Neste capítulo, você vai entender o mercado de previdência complementar no Brasil,


assim como os principais produtos, as vantagens, as necessidades e as alternativas
de planejamento fiscal.

Previdência social x Previdência privada:


avaliação da necessidade do cliente

286
Curso Preparatório CPA10

O cidadão, ao longo de sua vida, objetiva construir um futuro com segurança finan-
ceira, para, após um período de trabalho, viver de renda, ou, então, de benefícios con-
quistados ao longo do tempo.

Para isso, ele pode participar de um ou mais regimes previdenciários, de acordo com a
sua opção. Vamos conhecê-los!

Previdência oficial, que abrange dois grandes grupos:

RPPS RGPS
Regimes Próprios de Regime Geral de
Previdência Social Previdência Social
Destinado a servidores pú- Destinado ao público em
blicos municipais, estaduais geral, administrada pelo
ou da União, segregados Instituto Nacional do Se-
por ente administrativo. guro Social (INSS). Tem o
Nesse caso, a instituição objetivo de proporcionar
pode optar em destinar os meios de subsistência aos
recolhimentos próprios e de trabalhadores e a suas
seus participantes para um famílias após determinada
regime próprio, com gestão idade ou tempo de con-
específica, para que os ser- tribuição, ou em caso de
vidores vinculados possam morte ou invalidez. A par-
usufruir das coberturas de tir dos 16 anos, é possível
forma diferente dos demais. contribuir para o INSS, para
garantir a proteção previ-
denciária.

287
Curso Preparatório CPA10

Fontes de recursos do RGPS são recolhimen-


tos do empregado e empregador ao Regime
Geral de Previdência Social (RGPS) e dos de-
mais contribuintes (autônomos, estudantes,
pessoas do lar, etc.), Cofins, contribuição social
sobre o lucro líquido das empresas (CSLL), per-
centual de loterias, apostas e outros valores.

Previdência privada complementar, que se subdivide em:


Previdência complementar
aberta: qualquer investidor
pode adquirir um produto de
previdência, e os mais utilizados
são o PGBL e VGBL. As operado-
ras, que emitem as apólices de R$
R$ R$
previdência, são as Entidades
Abertas de Previdência Comple-
mentar (EAPC), supervisionadas
pela Susep.

Previdência complementar
fechada: destinado a funcionári-
R$ os de uma mesma empresa, ou a
associados de uma organização.
São administradas pelas Enti-
dades Fechadas de Previdência
Complementar (EFPC), supervi-
sionadas pela Previc. Na CPA 10, o
conteúdo aborda apenas a previ-
dência complementar aberta.

288
Curso Preparatório CPA10

Todos os trabalhadores que fazem parte do sistema formal de empregos no país con-
tribuem para o INSS. Profissionais liberais, estudantes, donas de casa e outros tam-
bém podem contribuir, para que possam usufruir os benefícios.

No caso de empregados pelo regime de CLT,


o recolhimento é obrigatório e realizado pelo
empregador, que retém uma parte do salário
empregado e a complementa.

O valor do benefício pago pelo INSS é limitado


e pode ser menor do que a renda na ocasião da
aposentadoria, pois a fórmula de cálculo utiliza
um fator previdenciário, que dificulta receber
o teto máximo, e as regras mudam constante-
mente.

289
Curso Preparatório CPA10

?
Deve-se, então, perguntar ao investidor se esse
recurso será suficiente para arcar com os cus-
tos da sua aposentadoria.

O sistema previdenciário brasileiro


adota o regime de caixa ou
repartição simples, ou seja, os ativos
contribuem para pagar os
inativos. Os cálculos têm uma
fórmula complexa e com alterações
periódicas, o que aumenta a
necessidade de se ter outras. Ativos contribuem para pagar os inativos

ATENÇÃO
Só poderá utilizar o PGBL como benefício fiscal (de-
dução) na declaração de Imposto de Renda o indivíduo
que também contribui para os regimes oficiais de previ-
dência social (RGPS/INSS ou RPPS).

Pelo modelo de cálculo do benefício no Brasil


e devido ao aumento da longevidade, aliados à
redução da taxa de natalidade do país, a
previdência social nem sempre atende às ne-
cessidades dos cidadãos, principalmente da
parcela que se apresenta com renda acima de
um salário-mínimo.

290
Curso Preparatório CPA10

Com isso, faz-se necessário planejar e executar


alternativas complementares de renda.

Motivos que impactam a necessidade de ter um plano de


previdência

R$

Provável renda
menor, por ocasião Gastos adicionais
da aposentadoria, com saúde,
em virtude da viagens e outros.
metodologia de
cálculo e teto.

Não existência ou
insuficiência de
outros rendimentos,
como aluguéis,
royalties, lucros de
empresas.

291
Curso Preparatório CPA10

Principais produtos de previdência


complementar aberta
PGBL VGBL
Plano Gerador de Benefício Livre Vida Gerador de Benefício Livre

É a modalidade ideal para quem declara o É indicado para quem declara o IR pelo
Imposto de Renda pelo formulário com- formulário simplificado, é isento, ou já
pleto, pois as contribuições ou aportes atingiu o limite máximo de benefício
do ano poderão ser abatidos da base de fiscal. Os depósitos em VGBL não podem
cálculo da declaração anual de IR, até ser utilizados como benefício fiscal para
o limite máximo de 12% da renda bruta deduções na declaração do Imposto de
anual tributável, desde que o participante Renda. Quando o valor for resgatado, o IR
também seja contribuinte da previdência incidirá somente sobre os rendimentos.
social (INSS). Quando houver o resgate
do recurso, será tributado o valor total do
resgate (capital + rendimentos).

DICA
O VGBL é uma espécie de seguro de sobrevivência, que foi
adaptado para fins de planejamento de aposentadoria.

292
Curso Preparatório CPA10

A previdência privada também é utilizada no


planejamento sucessório, pois não há neces-
sidade de os produtos de previdência entrarem
em inventário. Então, caso ocorra o óbito, os
investimentos são direcionados aos beneficiári-
os indicados no plano.

Se os depósitos puderem ser aproveitados na


até
declaração completa, até 12% da renda bruta, o 12%
PGBL é uma opção relevante até esse valor.

QUAL PRODUTO Para declarações simplificadas, ou acima dos


É MELHOR PARA 12% da renda bruta tributável, o VGBL apre-
O PLANEJAMENTO senta mais vantagem, porque, por ocasião do
resgate, a base de cálculo do PGBL é o valor
SUCESSÓRIO?
total, e no VGBL é o valor do rendimento.

Depende.
Em caso de óbito, os recursos recebidos pelos
beneficiários serão tributados de acordo com
regras específicas de sucessão, considerando
o Imposto de Renda, na tabela de IR aderida ao
plano, e o imposto de transmissão de bens, que
pode ser diferente em cada estado.

ATENÇÃO
O seguro de vida, por ser uma verba de natureza
indenizatória, não tem Imposto de Renda.

293
Curso Preparatório CPA10

Quadro resumo de produtos de previdência

PGBL VGBL

Declaração simplificada de IR, ou acima


Indicado para declaração completa de IR.
dos 12% da renda bruta.

Pode abater até 12% da renda bruta. Não deduz da declaração anual de IR.

No resgate apenas o rendimento é tributa-


No resgate, o valor total é tributado.
do.

Previdência Privada e FIE


FIE

Os recursos captados em produtos de previdência privada são aplicados em um Fun-


do de Investimento Especialmente Constituído (FIE), que são fundos exclusivos
nos quais o cotista é a entidade aberta de previdência complementar ou a seguradora.

294
Curso Preparatório CPA10

Apesar da regulação e dos mecanismos de segurança e reservas


técnicas exigidas pelos órgãos de supervisão, o investidor deve
avaliar o risco da seguradora, pois, apesar de cada FIE ter um
CNPJ próprio, é um fundo exclusivo no qual a seguradora é a
investidora, ou seja, os ativos do fundo são de sua propriedade.

Investidor Seguradora FIE

Por outro lado, quando o investidor transforma as reservas em renda, o risco da se-
guradora aumenta, pois ela assume a responsabilidade pelo pagamento do recurso, e
sua solidez se torna mais importante ainda.

Tipos de fundos especialmente constituídos

A Anbima organizou os fundos previdenciários, Fundos de Investimentos Especial-


mente Constituídos (FIE), em classes de ativos. O objetivo disso é deixar mais claro,

295
Curso Preparatório CPA10

em sua denominação e seu regulamento, as estratégias e os riscos de cada um, utili-


zando a classificação de fundos, que vimos no capítulo 5, como referência.

Renda fixa

01 Constituído por papéis de renda fixa (taxas de juros e índices


de preços) de diversos riscos e duração dos ativos (prazo mé-
dio), definidos na política de investimentos de cada fundo.

Ações

02 Deve ter em sua composição no mínimo 67% do PL em renda


variável, podem ser ativos (superar o Ibovespa) ou passivos
(acompanhar o Ibovespa).

Multimercado

03 Investe em diversas classes de ativos, com o objetivo de ad-


quirir ganhos através da diversificação.

DICA
Se um investidor possui seus recursos em um FIE multim-
ercado, por exemplo, e quiser migrar para outro, por exem-
plo, renda fixa, poderá fazer portabilidade interna sem que
haja resgate.

296
Curso Preparatório CPA10

Características técnicas que


influenciam o produto
Idade de início de contribuição e idade de aposentadoria

Não há uma idade limite para o início das contribuições, os produtos de previ-
dência são utilizados para juntar recursos, inclusive para crianças recém-nascidas.
Caso o menor titular de uma previdência privada seja dependente na declaração de IR,
os recursos aportados em PGBL em seu nome poderão ser deduzidos da base de cál-
culo do declarante.

Idade de aposentadoria: o contribuinte fará a opção para


o início do recebimento do benefício de acordo com seus
objetivos e com o montante acumulado. Não há uma idade
mínima ou limite.

297
Curso Preparatório CPA10

Taxa de administração
Expressa em percentual ao ano, é provisionada diariamente e recolhida
mensalmente. Incide sobre o patrimônio líquido (saldo). Quanto maior a
taxa de administração, mais impacto terá sobre os valores acumulados,
pois é descontada do patrimônio líquido diariamente.

Taxa de carregamento
Incidem sobre o capital e podem ser
antecipadas ou postergadas.
TAXAS
Taxa de performance
Pode ser cobrada em De entrada ou ingresso: é antecipada, porque
fundos de previdência incide na entrada da reserva, e é prevista no
ativos, sobre a regulamento. Incide sobre o valor de cada
rentabilidade que exceder contribuição ou aporte. Quanto maior a taxa,
a meta de remuneração. menor será o aporte no fundo.

De saída: é postecipada porque incide no


resgate. Pode incidir em alguns planos, deve
ser prevista no regulamento, é calculada sobre
o capital, no resgate, descontando-se os
rendimentos do período.

Portabilidade

Na fase de acumulação, é possível mudar de instituição ou de


tipo de fundo de previdência, evento chamado de portabilidade.
Quando os recursos são transferidos por portabilidade, não
incide Imposto de Renda, pois não há resgate.

298
Curso Preparatório CPA10

R$

Portabilidade externa Portabilidade interna


É a possibilidade de se É a possibilidade de trocar o
transferir o saldo para outro tipo de risco de investimen-
administrador. Ocorre quan- to, Fundo Especialmente
do o investidor encontra Constituído (FIE), em vir-
uma solução mais adequa- tude das características da
da aos seus objetivos, por política de investimento.
preço, condições ou rela-
cionamento.

ATENÇÃO
Cada fundo de previdência tem características
próprias de mercado de acesso (renda fixa, ações,
multimercados) e custos específicos, como as taxas de
administração e de carregamento.

299
Curso Preparatório CPA10

DICA
Vamos de exemplo?
Um investidor possui um PGBL cujos recursos estão
aplicados no fundo “A”, que tem por custo uma taxa de
administração de 1%. Na mesma instituição, há um fundo
de previdência “B”, com a taxa de administração de 0,50%,
mas com um valor inicial maior de aporte. Ao completar o
montante de recursos necessários para o aporte inicial do
produto com menor custo, o investidor solicita a portabili-
dade interna, com isso, terá menos impacto em sua rent-
abilidade, melhorando seus resultados.

A portabilidade, interna ou externa, poderá ser realizada


mantendo uma carência mínima de 60 dias. O regime tributário
60 e as datas dos depósitos são mantidos.

Transferência entre planos

PBGL PBGL
Transferência
VBGL VBGL

A transferência entre planos de previdência deve respeitar a modalidade do plano. É


permitido realizar a portabilidade de PGBL para PGBL, e de VGBL para VGBL.

300
Curso Preparatório CPA10

PGBL Não é permitida a troca de PGBL para VGBL, ou vice-versa,


porque o PGBL em seus aportes é dedutível do Imposto de
Renda, mas, no resgate, o IR será calculado sobre o valor to-
tal. Já no VGBL, não há a possibilidade de dedução legal, no
entanto, o IR no resgate será apenas sobre os rendimentos.

VGBL

Por que essas trocas não são permitidas?

Se a troca fosse permitida, poderia


R$ trazer dupla vantagem em prejuízo
do fisco. Poderia ser feito o aporte
em PGBL, utilizando o valor
depositado para abatimento na base
E ao transferir para o VGBL, traria de cálculo da declaração de IR.
os recursos para a modalidade
que, ao resgatar, somente tributa
os rendimentos. Para evitar burlar
a Fazenda Pública, essa troca de
modalidade é proibida. A troca de VGBL para PGBL
também não é permitida, para
R$ R$ evitar prejuízos ao investidor, pois,
nos aportes em VGBL, não há a
vantagem da dedução legal, e no
PGBL, o IR é calculado sobre o
valor total do resgate.

ATENÇÃO
A troca de titularidade também não é permitida,
exceto em casos específicos nos quais o beneficiário
era dependente na declaração de IR por ocasião da
aderência ao plano e da transferência.

301
Curso Preparatório CPA10

Valor das contribuições e o valor do benefício

O investidor define os valores das contribuições, pois está constituindo uma reserva.
Quando for utilizar o benefício, a seguradora comporá o valor do benefício de acordo com:

• o montante;

• tábua atuarial (expectativa de vida);

• garantias contratadas.

Regimes de tributação (compensável ou definitivo), tabelas


de Imposto de Renda progressivas e regressivas, e base de
cálculo na incidência do imposto

302
Curso Preparatório CPA10

Tabela Progressiva

Incidirá a alíquota de IR de 15% na fonte, inde-


pendentemente do prazo do investimento por
ocasião do resgate. Na declaração anual de IR,
o investidor deverá fazer o ajuste (se torna pro-
gressiva) de acordo com a renda obtida no ano.

Isso significa que o investidor, ao


somar as rendas tributáveis que
teve no decorrer do ano com a base
tributável da previdência resgatada
ou recebida como benefício (valor
total se PGBL e rendimentos se
VGBL), deverá calcular:

15% 15%

Se o montante for um
valor que possui a alíquota Se a sua alíquota
zerada ou menor que 15% devida ficar acima de
(que já foi retido na fonte), 15% 15%, terá de pagar a
terá restituição em sua diferença através de
Se a alíquota na DARF.
declaração.
declaração anual for
de 15%, permanecerá
igual, não haverá
imposto a restituir e
nem a pagar.

303
Curso Preparatório CPA10

Desta forma:

Tabela Progressiva

Imposto de Renda na fonte: 15%

Ajuste na declaração de IR: De 0 a 27,50%

A tabela progressiva é indicada para quem planeja ter renda


equivalente ao que seria tributado em alíquota inferior a 10%
(considerando as faixas de renda para alíquota zero ou 7,50%),
ou caso vá resgatar no curto prazo.

Tabela regressiva

A alíquota do imposto será calculada de acordo com o prazo de permanência do


recurso. Quanto maior o tempo de investimento, menor a alíquota do IR. Começa em
35%, se o resgate ocorrer em até dois anos, e vai reduzindo 5% a cada dois anos, até
chegar a uma alíquota mínima de 10%, no prazo superior a dez anos.

304
Curso Preparatório CPA10

ATENÇÃO
É definitiva, ou seja, não haverá ajuste na declaração de
Imposto de Renda. O resgate deve ser informado no item:
renda de tributação exclusiva.

Tabela Regressiva de IR – Previdência

35% Até 2 anos

30% 2 a 4 anos

25% 4 a 6 anos

20% 6 a 8 anos

15% 8 a 10 anos

10%
Acima de 10 anos

A tabela regressiva é indicada para os investidores que


desejam ter renda anual equivalente a valores que, na
declaração anual, tenham tributação acima de 10% e para
saques no longo prazo, além disso, ambas as condições devem
ser concomitantes.

305
Curso Preparatório CPA10

FIXANDO NA MEMÓRIA
Em ambos os regimes:
PGBL: IR sobre valor de resgate
VGBL: IR sobre valor dos rendimentos

Troca de regime tributário

Se a escolha do regime Já se a opção inicial foi pela


tributário na adesão ao tabela progressiva, é pos-
plano foi a tabela regres- sível realizar a troca para a
siva, será definitiva, não há tabela regressiva, no en-
a possibilidade de trocar de tanto, a contagem do prazo
tabela. para redução de alíquota
passa a contar a partir da
data da nova opção.

306
Curso Preparatório CPA10

Utilização dos recursos da previdência


Fases da previdência complementar

01 Período de diferimento ou acumulação


Data de início das contribuições até a data prevista
para início do pagamento do benefício.

R$

R$
R$
02 Período de cobertura ou recebimento do benefício
Ocorre quando o contribuinte opta por começar a re-
ceber seu benefício sob forma de renda, após atingir
o montante desejado.

Resgates
É possível realizar resgates durante o período de acumulação, respeitando eventuais
regras de carência de resgate dos planos.

01 02 03
Resgate programado
Os resgates podem
Resgate parcial
ser programados para
Apenas uma parte
serem resgatados,
Resgate total dos recursos são
com carência de 60
O saldo total do plano resgatados. Deve-se
dias entre cada
é resgatado. observar a carência
resgate, que é a
mínima de 60 dias
carência mínima entre
entre os resgates.
movimentações em
planos de previdência.

307
Curso Preparatório CPA10

Benefício ou renda
O participante poderá transformar o montante acumulado em uma das modalidades
de renda:

Renda temporária
01 Recebimento mensal por um prazo definido, exclusivamente ao
contribuinte. O benefício cessa com o falecimento do titular ou com
o fim do tempo contratado, o que ocorrer primeiro.

Renda por prazo certo


02 É uma renda mensal a ser paga por um prazo contratado ao par-
ticipante/assistido. Em caso de óbito, as parcelas restantes serão
destinadas aos beneficiários.

Renda vitalícia
É uma renda paga até o falecimento do participante. Se ele viver
03 por um longo tempo, a seguradora se obriga a pagar até o final.
Se ocorrer o óbito, independentemente do tempo de utilização, o
benefício é cessado, pois o montante acumulado foi trocado pela
renda vitalícia.

Renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido


04 Garante um prazo de pagamento aos beneficiários caso ocorra o
óbito antes do prazo mínimo contratado. É uma garantia de tempo
mínimo de recebimento.

05 Renda mensal vitalícia reversível ao beneficiário indicado


Em caso de óbito, o valor será pago ao beneficiário indicado en-
quanto ele viver. Ocorrendo o óbito do beneficiário, o benefício é
cessado.

Renda mensal vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade


06 aos filhos menores
É uma renda vitalícia ao participante, e, ocorrendo o óbito, um
percentual contratado na proposta é revertido vitaliciamente ao
cônjuge, e no óbito deste, é reversível aos beneficiários até que
atinjam a maioridade. Se antes da maioridade ocorrer o óbito do
beneficiário, também cessa o benefício.

308
Curso Preparatório CPA10

DICA
Renda mensal vitalícia reversível ao beneficiário indi-
cado se difere de renda mensal vitalícia com prazo
mínimo garantido, pois o benefício só cessa com a morte
do titular e do beneficiário.

ATENÇÃO
Pecúlio: é a contratação de um benefício a ser pago em
parcela única em caso de morte ou invalidez do partici-
pante. É acessível ao titular, no caso de invalidez, ou aos
beneficiários, em caso de óbito. Assemelha-se a um se-
guro de vida contratado adicionalmente.

O valor do benefício é calculado


pelo montante, considerando a
expectativa de vida do titular,
que é calculada a partir das
tábuas atuariais, e as garantias
contratadas, pois impactam o prazo
da obrigação da seguradora e,
consequentemente, o valor mensal
do benefício.

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Curso Preparatório CPA10

E chegamos ao fim do último capítulo! Nele, você aprendeu mais sobre o mercado de
previdência complementar no Brasil, os principais produtos, as vantagens, as neces-
sidades e as alternativas de planejamento fiscal. Vamos às dicas que preparamos para
você?

Dicas

Estude a matéria com atenção, concentração e disci-


plina. Em caso de dúvidas, busque as palavras-chave
na internet, sempre preferindo a busca na legislação
e em fontes oficiais.
01
Faça os simulados, buscando compreender os con-
ceitos, com atenção para expressões que podem
alterar o significado da frase, como “exceto”, “não é”,
“apenas” e “outras”.
02

03
310
02
Curso Preparatório CPA10

03
Marque a sua prova em um espaço de tempo não
superior a 45 dias após o início dos estudos.

Ao fazer a sua prova de certificação, leia todo o


enunciado das perguntas com atenção e até o final.
Mesmo que já tenha visto uma questão parecida em
simulados, pode haver uma informação ou palavra
04
que inverta a resposta.

05
Interprete as questões antes de responder e procure
o erro nas outras alternativas. Realize sua prova com
calma e atenção.

Desejamos muito sucesso na certificação, em seus investimentos e na sua atuação


profissional no cooperativismo!

Eliane Jaqueline Debesaitis Metzner, CFP®.

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Curso Preparatório CPA10

Referências Bibliográficas

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Curso Preparatório CPA10

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reto, on-line, [2021]. Disponível em: https://www.tesourodireto.com.br/noticias/novi-
dade-mudanca-na-taxa-de-custodia-dos-titulos-do-tesouro-direto.htm. Acesso em:
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