Como Chefes do Executivo, órgão competente na definição da política
externa, os Primeiros Ministros, e os Chefes de Estado nos regimes presidencialistas, sempre desempenharam um papel determinante na política internacional e na política externa dos respectivos países. Contudo, até ao século XX, pelas dificuldades de comunicações e usos protocolares, o exercício dessa política era deixada sobretudo aos Ministros dos negócios estrangeiros, embaixadores e outros enviados, sendo relativamente raros os encontro em pessoa entre Chefes de Governo, e a sua intervenção directa na política externa, reservada apenas a casos considerados excepcionais. Da Primeira Guerra para cá, contudo, com a facilitação das comunicações físicas e a já referida de-formalização da vida diplomática, não só se têm multiplicado e tornado correntes as visitas bilaterais a nível de Chefe de Estado e de Governo, como contrariamente ao pendor inicialmente sobretudo político que as caracterizava, assumem agora com, a crescente interdependência da economia mundial, uma vertente sobretudo económica com a diplomacia multilateral, e sobretudo regional e europeia, a ditar uma agenda externa cada vez mais carregada para os Chefes de Governo.
Hoje é frequente que os chefes do executivo participem na AGNU e em
cimeiras das diversas agências das NU que se realizam anualmente. No quadro regional essa prática está ainda mais consagrada, havendo reuniões, como por exemplo a Cimeira da NATO, que se destina justamente ao encontro dos Chefe de Estado e de Governo para definir a política da Aliança. Esta tendência tem-se acentuado de modo ainda mais nítido na União europeia, onde o Conselho Europeu, transformado com o Tratado de Lisboa em instituição máxima da União, que até há poucos anos estava previsto reunir três vezes por ano, reúne actualmente quase mensalmente, tendo-se tornado no principal órgão de gestão da União. Caberá contudo salientar que se trata de uma área mista de política externa e, cada vez mais, de política interna da União Europeia.